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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO – LACTEC INSTITUTO DE ENGENHARIA DO PARANÁ - IEP
MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS
AVALIAÇÃO TÉCNICO-AMBIENTAL DO USO DE BIODIESEL DE PALMA, SOJA E ÓLEO DE FRANGO EM GRUPO-GERADOR ACIONADO POR MOTOR DE
CICLO DIESEL
RICARDO BRASIL CORRÊA DA CUNHA
Curitiba 2009
RICARDO BRASIL CORRÊA DA CUNHA
AVALIAÇÃO TÉCNICO-AMBIENTAL DO USO DE BIODIESEL DE PALMA, SOJA E ÓLEO DE FRANGO EM GRUPO-GERADOR ACIONADO POR MOTOR DE
CICLO DIESEL
Curitiba 2009
Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção de título de Mestre ao Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento – LACTEC e Instituto de Engenharia do Paraná – IEP, na área de Desenvolvimento de Tecnologia. Orientador: Dr. Renato de Arruda Penteado Neto Co-Orientadora: Dra. Helena Maria Wilhelm
TERMO DE APROVAÇÃO
RICARDO BRASIL CORRÊA DA CUNHA
AVALIAÇÃO TÉCNICO-AMBIENTAL DO USO DE BIODIESEL DE PALMA, SOJA E ÓLEO DE FRANGO EM GRUPO-GERADOR ACIONADO POR MOTOR DE
CICLO DIESEL
Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito para obtenção do grau de Mestre, no Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia (PRODETEC), realizado pelo Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC) em parceria com o Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), pela seguinte banca examinadora:
. . . ORIENTADOR: Prof. Dr. Renato de Arruda Penteado Neto Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia (PRODETEC) . CO-Orientadora: Profa. Dra. Helena Maria Wilhelm Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia (PRODETEC) . Prof.: Dr. Mauricio Pereira Cantão Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia (PRODETEC) . . Prof.: Dr. Dimitri Vlassov Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Curitiba, 18 de dezembro de 2009.
Cunha, Ricardo Brasil Corrêa da Avaliação técnico- ambiental do uso de biodiesel de palma, soja e óleo de frango em grupo-gerador acionado por motor de ciclo diesel / Ricardo Brasil Corrêa da Cunha. – Curitiba, 2009. 137 f.: il. , tabs, grafs.
Orientador: Renato de Arruda Penteado Neto Co-Orientadora: Helena Maria Wilhelm Dissertação (Mestrado) – Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento - LACTEC, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Tecnologia. Inclui Bibliografia. 1. Biodiesel. 2. Óleo Diesel. I. Penteado Neto, Renato de Arruda. II. Título. III. Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento - LACTEC. CDD 662.669
Dedico esse trabalho ao meu pai, Marcelino, à minha mãe Maria Etelvina (in memorian), às minhas irmãs Cleísa, Mariusha e Ralissa, à minha sobrinha Mariana, ao meu irmão Vinícius e ao meu grande cunhado Francisco Cartaxo (in memorian), que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e fazendo com que esse sonho, finalmente, se tornasse realidade.
AGRADECIMENTOS
- Em primeiríssimo lugar, não poderia deixar de agradecer a Deus, que sempre
esteve ao meu lado, escrevendo certo por linhas tortas, trazendo oportunidades à
minha vida e contribuindo para o meu engrandecimento como ser humano e como
profissional.
- Ao meu orientador, Doutor Renato de Arruda Penteado Neto, pela enorme
dedicação e paciência durante a execução desse projeto e também, pela lição de
vida prestada como pessoa, amigo e como profissional em toda essa jornada.
- À ELETRONORTE e ao LACTEC pelas bolsas concedidas, e por todo apoio
necessário para a completa realização desse projeto.
- Ao PRODETEC e a todos os professores com quem tive a oportunidade de
conhecer e compartilhar minhas dúvidas.
- Ao Augusto Saraiva que, por meio da ELETRONORTE, viabilizou todo o aporte
financeiro necessário para a execução completa do projeto.
- Aos professores Francisco Eulálio (Magnésio) e Rogério Sartóri, pela oportunidade
de ingresso no programa.
- Aos professores Dmitri Vlassov, Maurício Cantão, Kleber Portela e Helena Wilhelm
pela grande contribuição prestada ao aperfeiçoamento desse trabalho.
- Ao primo Eduardo e sua família, que me deram abrigo nas duas primeiras semanas
em Curitiba.
- À Karola Boito, que mesmo estando tão distante, foi uma ótima companhia, sempre
me apoiando, confortando, dando bons conselhos e em alguns momentos,
aguentando meu estresse.
- Aos amigos Igor, Rui, Dennis, Marcos e José Henrique (PRODETEC), por sempre
estarem abertos a compartilhar seus conhecimentos, contribuindo para o melhor
desenvolvimento desse projeto.
- Aos amigos Antônio Camargo (Pepê), Kátia, Thiago, Carol de Kácia, Ricardo Vidal,
Adilson, Duarte e Christian Ricardo, pelo apoio, amizade e por terem feito da minha
estadia em Curitiba muito mais agradável e divertida.
- Ao Antônio Gonçalves e à Priscila Violante, por sempre terem resolvido, com muita
competência e dedicação, os problemas administrativos e logísticos do projeto.
- Ao amigo Ivandro, pela ajuda importantíssima prestada na reta final da entrega do
trabalho.
- Aos amigos Sidney Aparecido, Luis Correia, Lucas Martin, Harlen Feijó,
Hermenegildo Tintori, Edilson Melego, Antônio, Guilherme e Marcelo, por terem
contribuído de forma exímia nas partes de manutenção, instalação operação e
montagem do motor no gerador e na bancada.
- E a todos os outros amigos que de alguma forma deram sua contribuição.
“O motor Diesel pode ser alimentado com óleos vegetais e poderá ajudar consideravelmente o
desenvolvimento da agricultura nos países onde ele funcionar. Isto parece um sonho do futuro, mas eu
posso predizer com inteira convicção que esse modo de emprego do motor Diesel pode, num tempo dado,
adquirir uma grande importância”.
Rudolph Diesel, 1912.
RESUMO
A cada dia, o mundo se desenvolve com maior dinamismo, necessitando cada vez mais de uma maior disponibilidade de energia para poder acompanhar esse desenvolvimento. Neste sentido, é muito importante a diversificação da matriz energética, que nos dias atuais é fortemente dependente de fontes fósseis, que têm como característica o grande potencial poluidor da atmosfera, passando assim, a serem adotadas fontes alternativas menos poluentes, como é o caso do biodiesel. No contexto brasileiro, o biodiesel pode ser um vetor de desenvolvimento e geração de energia em regiões com altos índices de poluição, e de carência no fornecimento de energia, que é um importante precursor de desenvolvimento. O presente trabalho buscou avaliar o desempenho e as emissões legisladas de um motor estacionário utilizado em um grupo gerador de ciclo Diesel, onde foram avaliados três diferentes tipos de biodiesel (soja, palma e óleo de frango), em misturas com diesel metropolitano nas proporções B0 (diesel vendido nos postos), B20, B30, B50, B80 e B100 (biodiesel puro) dando assim, a possibilidade de seu uso em três diferentes situações ou panoramas distintos. O primeiro deles é o da utilização do biodiesel de soja por empresas localizadas em regiões próximas aos locais de produção dessa commodity, que necessitam utilizar grupos geradores em horários de pico visando à redução de custos com a conta de energia elétrica. O segundo panorama é o das regiões remotas no interior da Amazônia, que dispõe de um grande potencial de produção de biodiesel de palma e uma grande quantidade de vilas e comunidades que ainda não têm acesso à energia elétrica. O terceiro panorama é o da região sul do Brasil, que concentra a maior cadeia de produção de frango do país, gerando todos os dias uma enorme quantidade de resíduos que podem ser utilizados na produção de biodiesel, podendo também, abastecer grupos geradores de energia elétrica. Para esse trabalho, foram avaliados somente os aspectos técnicos e ambientais, não sendo, portanto, avaliados os aspectos econômicos. Os três tipos de biodiesel, de maneira geral, se comportaram de forma satisfatória. Em todos os casos, o motor apresentou desempenho mecânico semelhante ao do diesel, e no que diz respeito às emissões, verificou-se uma forte redução nos níveis de hidrocarbonetos, monóxido de carbono e no material particulado, apresentando também, em alguns casos, redução nas emissões dos óxidos de nitrogênio. Palavras - chaves: Biodiesel, gerador Diesel, emissões e desempenho
ABSTRACT
Every day the world develops rapidly requiring increasingly availability of energy to continue this development. Thus, it is very important to diversify energy sources, which nowadays are heavily dependent on pollutant fossil fuels, and adopt alternative and cleaner energy sources, such as biodiesel. Regarding the Brazilian context, biodiesel can be a vector of development in regions with scarcity of energy supply and play an important role to reduce pollution emissions in power generation facilities. This study aimed to evaluate the performance and emissions from a Diesel electric generator unit. Three different types of biodiesel (from soybean, palm, and chicken oil), blended with metropolitan diesel in proportions B0 (pure diesel), B20, B30, B50, B80 and B100 (pure biodiesel) have been studied. Three scenarios have been considered. The first scenario covered the use of soy biodiesel for electric generation purposes, mainly during peak hours, in order to reduce the electricity bill. The second scenario considered the use of palm biodiesel in the Amazon remote area, which is not connected to the Brazilian national electricity grid and may play an important role on local social development. The third scenario studied the southern region of Brazil, which concentrates the largest chain of chicken production in the country, creating every day a huge amount of waste that can be used to produce biodiesel and supply the power generation market. This study has been focused on technical and environmental aspects and did not cover economic aspects. The three types of biodiesel, in general, behaved satisfactorily. In all cases, the engine presented similar mechanical performance, and with regard to emissions, there was a sharp reduction in the levels of hydrocarbons, carbon monoxide and particulate matter, and also provided, in some cases, reduction in oxide emissions Key words: Biodiesel, Power generator, emissions and performance
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características de algumas matérias-primas ...........................................26
Tabela 2 - Evolução na produção mundial de soja em milhões de toneladas...........28
Tabela 3 - Evolução na produção mundial de palma em milhões de toneladas........30
Tabela 4 - Principais estados produtores de frango no Brasil em 2005 ....................33
Tabela 5 - Características de alguns dos principais parâmetros de qualidade do
biodiesel ....................................................................................................39
Tabela 6 - Ranking dos maiores produtores de biodiesel no mundo em 2008..........41
Tabela 7 - Estimativa da demanda de biodiesel, por região geográfica do Brasil,
2009 e 2010 (em m³).................................................................................45
Tabela 8 - Resultados dos 15 leilões realizados pela ANP .......................................46
Tabela 9 - Resultados de potência, obtidos no primeiro teste de bancada ...............82
Tabela 10 - Resultados de potência no segundo teste de bancada..........................84
Tabela 11 - Comparativo de potência entre T1 e T2 .................................................85
Tabela 12 - Resultados de consumo específico........................................................86
Tabela 13 - Resultados de CO..................................................................................88
Tabela 14 - Resultados de NOx.................................................................................89
Tabela 15 - Resultados de Hidrocarbonetos .............................................................91
Tabela 16 - Resultados de fuligem............................................................................92
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Motivações regionais para o uso do biodiesel no Brasil ...........................24
Figura 2 - Principais oleaginosas esmagadas nas indústrias brasileiras no ano de
2006 .........................................................................................................25
Figura 3 - Principais matérias - primas utilizadas na produção de biodiesel no Brasil
em Junho de 2009 ....................................................................................25
Figura 4 - Evolução na produção brasileira de soja em grãos ..................................28
Figura 5 - Evolução brasileira na produção de óleo de palma ..................................30
Figura 6 - Produção mundial de frango em 2008 ......................................................32
Figura 7 - Exportações mundiais de carne de frango................................................32
Figura 8 - Esquema genérico da reação de transesterificação .................................35
Figura 9 - Esquema de uma reação de esterificação ................................................36
Figura 10 - Reação de craqueamento de triglicerídeos.............................................37
Figura 11 - Evolução na produção de biodiesel no Brasil entre 2005 e 2009 ...........44
Figura 12 - Produção de biodiesel nos principais estados brasileiros produtores nos
anos de 2008 e 2009.................................................................................45
Figura 13 - Histórico de vendas e importações de diesel no Brasil ...........................49
Figura 14 - Distribuição das fontes de energia elétrica no Brasil em 2008................66
Figura 15 - Configurações atual e futura do sistema elétrico brasileiro.....................67
Figura 16 - Motor acoplado ao dinamômetro............................................................70
Figura 17 - Bancada HORIBA MEXA - 7100D ..........................................................71
Figura 18 - Smoke Meter AVL 415 ............................................................................72
Figura 19 - Balança AVL753 .....................................................................................73
Figura 20 - Grupo gerador em campo .......................................................................74
Figura 21 - Sistema supervisório USCAMAQ............................................................75
Figura 22 - Conjunto do sistema de coleta de dados, composto pelo gerador, sistema
supervisório e computador ........................................................................76
Figura 23 - Interface do ELIPSE-SCADA ..................................................................76
Figura 24 - Armazenamento do biodiesel de soja .....................................................79
Figura 25 - Armazenamento do biodiesel de palma ..................................................79
Figura 26 - Armazenamento do biodiesel de óleo de frango.....................................79
Figura 27 - Coleta de biodiesel para os ensaios .......................................................80
Figura 28 - Transferência do biodiesel para o tambor...............................................80
Figura 29 - Agitação da mistura dos combustíveis....................................................80
Figura 30 - Valores de potência, relativos ao diesel metropolitano ...........................82
Figura 31 - Relação entre a potência e a temperatura do biodiesel de palma durante
o teste T1 ..................................................................................................83
Figura 32 - Valores de potência, relativos ao diesel metropolitano ...........................84
Figura 33 - Comparativo de potência entre T1 e T2..................................................85
Figura 34 - Valores de consumo específico de combustível, relativos ao diesel
Metropolitano ............................................................................................87
Figura 35 - Valores de CO, em relação ao diesel metropolitano...............................88
Figura 36 - Valores de NOx, em relação ao diesel metropolitano..............................90
Figura 37 - Relação entre o Índice de iodo e as emissões de NOx ...........................91
Figura 38 - Valores de HC em comparação ao diesel metropolitano ........................92
Figura 39 - Valores de fuligem em comparação ao diesel metropolitano..................93
Figura 40 - Grupo gerador em funcionamento ..........................................................94
Figura 41 - Espectro da potência durante a operação do grupo gerador. .................95
Figura 42 - Potência medida durante 24 horas no dia 18/02/2009............................95
Figura 43 - Frequência medida durante as 24h do dia 18/02/2009. ..........................96
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................17
1.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................21
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................21
2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................22
2.1 BIODIESEL.....................................................................................................22
2.1.1 Visão Geral ...............................................................................................22
2.1.2 Matérias primas.........................................................................................23
2.1.2.1 Panorama da Soja .............................................................................27
2.1.2.2 Panorama da Palma/Dendê ..............................................................29
2.1.2.3 Panorama do Óleo de frango ............................................................31
2.1.3 Processo de produção de biodiesel ..........................................................34
2.1.3.1 Transesterificação.............................................................................34
2.1.3.2 Esterificação......................................................................................36
2.1.3.3 Craqueamento ..................................................................................37
2.1.4 Qualidade do biodiesel..............................................................................38
2.1.5 A produção de biodiesel no mundo...........................................................40
2.1.6 A produção de biodiesel no Brasil .............................................................42
2.2 ÓLEO DIESEL................................................................................................48
2.2.1 Tipos e qualidade do diesel.......................................................................49
2.3 GRUPOS GERADORES ................................................................................51
2.4 MOTOR DIESEL ............................................................................................53
2.4.1 Princípios de funcionamento .....................................................................53
2.4.2 Emissões...................................................................................................55
2.4.2.1 Monóxido de carbono (CO) ...............................................................58
2.4.2.2 Óxidos de nitrogênio (NOx) ...............................................................59
2.4.2.3 Hidrocarbonetos (HC) .......................................................................62
2.4.2.4 Fuligem / Material particulado (MP)...................................................64
2.5 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO...............................................................65
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................69
3.1 TESTES DE BANCADA .................................................................................69
3.1.1 Motor .........................................................................................................70
3.1.2 Dinamômetro.............................................................................................70
3.1.3 Bancada HORIBA MEXA - 7100D.............................................................71
3.1.4 Smoke Meter AVL 415 ..............................................................................72
3.1.5 Balança AVL753........................................................................................72
3.2 TESTE DE CAMPO........................................................................................73
3.2.1 Grupo-gerador...........................................................................................74
3.2.2 Sistema de coleta de dados elétricos........................................................75
3.2.3 Manutenção do gerador durante o teste de campo...................................77
3.3 COMBUSTÍVEIS ............................................................................................77
3.3.1 Combustíveis utilizados.............................................................................77
3.3.2 Armazenamento do biodiesel ....................................................................78
3.3.3 Mistura de diesel com biodiesel ................................................................79
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..........................................................................81
4.1 TESTES DE DESEMPENHO DO MOTOR.....................................................81
4.1.1 Potência ....................................................................................................81
4.1.1.1 Potência – T1 ....................................................................................81
4.1.1.2 Potência – T2 ....................................................................................84
4.1.1.3 Comparativo de Potência entre T1 e T2............................................85
4.1.2 Consumo Específico .................................................................................86
4.2 TESTES DE EMISSÕES DO MOTOR ...........................................................87
4.2.1 Monóxido de carbono (CO) .......................................................................88
4.2.2 Óxidos de nitrogênio (NOx) .......................................................................89
4.2.3 Hidrocarbonetos (HC) ...............................................................................91
4.2.4 Fuligem .....................................................................................................92
4.3 RESULTADOS DO MONITORAMENTO ELÉTRICO DO GERADOR............94
4.3.1 Potência elétrica........................................................................................94
4.3.2 Frequência ................................................................................................96
5 CONCLUSÕES .....................................................................................................97
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS....................................................99
7 REFERÊNCIAS...................................................................................................100
ANEXO A - ESPECIFICAÇÃO ANP 07 PARA BIODIESEL ....................................114
ANEXO B - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO DIESEL METROPOLITANO ...........115
ANEXO C - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO BIODIESEL METÍLICO DE SOJA ..116
ANEXO D - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO BIODIESEL METÍLICO DE PALMA117
ANEXO E - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO BIODIESEL METÍLICO DE ÓLEO DE
FRANGO .....................................................................................................118
ANEXO F - COMPARATIVO DOS RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICO-QUIMICA
DOS BIODIESEIS ...................................................................................................119
ANEXO G - CERTIFICADO DE ANÁLISE DE PODER CALORÍFICO SUPERIOR
DOS COMBUSTÍVEIS. ...........................................................................................120
Capítulo 1 / Introdução
17
1 INTRODUÇÃO
A disponibilidade de energia elétrica representa um aumento na qualidade de
vida das pessoas. No momento em que a eletricidade passa a ser disponibilizada
em uma localidade, a população passa a contar com todos os benefícios que esta
pode trazer, desde sua utilização em equipamentos de uso doméstico, até em
maquinários de produção, aumentando assim as possibilidades de geração de renda
e, conseqüente, movimentação econômica.
A energia consumida em todo o mundo, atualmente, tem como fontes
primárias, produtos de origem renovável e não-renovável. Os de caráter renovável
são representados pelo uso das energias da biomassa, hidráulica, eólica e solar, e
os de caráter não-renovável, são representados pelos produtos de tratamento do
petróleo, carvão mineral, gás natural e energia nuclear.
As fontes fósseis têm tido uma participação próxima a 87% de toda a energia
consumida no mundo, cabendo ao petróleo um percentual de 37,2%, ao carvão
mineral 27,6% e ao gás natural 22,2%. Os 13% restantes, estão representados pela
geração termo-nuclear com 6,9%, biomassa com 3,2%, hidroelétrica 2,3% e demais
fontes 0,6% [1].
No caso do Brasil, a matriz energética em 2008, foi composta por 54,7% de
fontes não-renováveis e 45,3% de fontes renováveis, portanto, acima da média
mundial [2].
Essa grande dependência que a humanidade tem de combustíveis fósseis,
tem trazido nos anos recentes, em todo o mundo, grandes preocupações com
questões econômicas, estratégicas e ambientais associadas a seu uso. Como
conseqüência, existe atualmente uma intensa busca de fontes alternativas que
permitem realizar a transição do uso de combustíveis fósseis para outros mais
limpos, seguros e renováveis.
O preço do barril de petróleo alcançou, no passado recentemente, U$145,00
e permanece oscilando com grande volatilidade em torno de U$70,00 (outubro de
2009). Ao mesmo tempo e paradoxalmente, vê-se sua condenação como
combustível gerador de gases do efeito estufa, devendo significar também, sua
desvalorização explicita. Neste sentido, estabelece-se um novo cenário para as
várias fontes de energia utilizadas pela humanidade. As mudanças climáticas e a
Capítulo 1 / Introdução
18
consciência cada vez maior da necessidade de redução das emissões de gases de
efeito estufa, juntamente com o instável preço do petróleo, são sinais da
possibilidade de importantes mudanças nas fontes de geração de energia [3].
Estudos citados no Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática
(IPCC) da ONU, afirmaram que os investimentos mundiais em energias renováveis
nunca foram tão altos, chegando a US$ 38 bilhões, em 2005. Ainda assim, os
mesmos estudos apontaram que as emissões de gases do setor energético também
atingiram patamares históricos de altas. As emissões de gases do efeito estufa
equivalem a 49 bilhões de toneladas de CO2 lançadas anualmente na atmosfera, e
destas, 26 bilhões de toneladas (53%) estão diretamente relacionadas à produção
de energia, que inclui tanto o fornecimento e o aquecimento de residências e
empresas, quanto o setor de transporte [4].
Segundo uma estimativa do MMA (Ministério do Meio Ambiente), entre os
anos 1994 e 2007, houve um aumento nas emissões de CO2 oriundos das usinas
térmicas no país, passando de 10,8 milhões, para 24,1 milhões de toneladas por
ano. Um fato relevante observado nesse estudo foi a diferença entre o aumento da
geração de energia em relação ao aumento das emissões de CO2 nesse mesmo
período. Enquanto a geração apresentou aumento de 71%, as emissões desse
poluente chegaram a 122%. Neste sentido, concluiu-se que a geração de energia
elétrica se tornou 30% mais poluente no país no decorrer desses anos [5, 6].
A crescente conscientização da humanidade sobre a necessidade de se
controlar e reduzir as emissões de poluentes atmosféricos traz à tona a questão dos
geradores de energia movidos a diesel. O uso desses equipamentos ganhou forte
impulso no Brasil, em decorrência do apagão de 2001, quando grandes
consumidores viram a necessidade de recorrer a fontes alternativas para suprir sua
demanda energética. A crise foi superada, porém, muitos dos grandes consumidores
de energia elétrica, como indústrias, comércios, redes hoteleiras, hospitais,
shoppings centers, hipermercados e condomínios, recorreram aos grupos geradores
como forma de reduzir a conta, sem ter de cortar o consumo e, assim, dispondo de
maior segurança na alimentação das cargas essenciais. A tarifação da energia
elétrica no horário de ponta pode chegar a 4,5 vezes a tarifação do horário fora de
ponta. Dessa maneira, nos horários e nas épocas do ano em que a energia
fornecida pelas concessionárias é substancialmente mais cara, opta-se pelo uso dos
geradores a diesel.
Capítulo 1 / Introdução
19
O problema acarretado por essa economia financeira é o alto custo ambiental.
Os geradores a diesel constituem uma fonte considerável de poluição atmosférica,
cujas emissões se somam às dos automóveis no pior horário do dia, durante o rush
do trânsito, das 17 h às 20 h. Nesse período, os grandes consumidores que optam
pela cobrança horo-sazonal substituem o fornecimento oriundo das concessionárias,
pela energia elétrica de autoprodução [7].
Diante de todos esses fatores, somados à possibilidade de esgotamento das
reservas petrolíferas e da necessidade de se aumentar e diversificar matriz
energética mundial, o biodiesel pode participar como um grande vetor em
substituição ao diesel mineral oriundo do petróleo.
Estudos recentes mostraram que a utilização do biodiesel como alternativa ao
diesel convencional, além de diminuir a emissão de alguns dos gases provenientes
da sua combustão, traz melhorias na qualidade do ar pela absorção de CO2, durante
o processo de fotossíntese das plantas usadas na sua produção [8].
O Brasil, sendo um país emergente, com grande potencial econômico,
necessita diversificar sua matriz energética a fim de aumentar a disponibilidade de
energia, trazendo benefícios à qualidade de vida das pessoas e ao ar atmosférico.
Para isso, o país dispõe de uma extensa área agricultável, mão-de-obra e clima
apropriado para o cultivo de oleaginosas. Diante dessas características, tem-se
procurado estabelecer uma base de infra-estrutura de produção de matérias-primas
para obtenção de biodiesel, organizando a cadeia produtiva, definindo linhas de
financiamento para os produtores, estruturando a base tecnológica e editando o
marco regulatório do novo combustível.
Para dar início às ações voltadas para a produção e utilização do biodiesel,
foi instituído em julho de 2003, pela Presidência da República, por meio de um
decreto, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) que tem
como principais diretrizes [9]:
• implantar um programa sustentável, promovendo inclusão social,
• garantir preços competitivos, qualidade e suprimento, e
• produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes oleaginosas e em regiões
diversas.
Capítulo 1 / Introdução
20
O surgimento de programas nacionais como o PNPB e “Luz Para Todos” [10],
tem despertado também, o interesse para problemas sociais e ambientais, como a
desigualdade entre as regiões brasileiras, a poluição ambiental e o isolamento de
pessoas, devido à escassez ou falta de energia, comunicação, transporte, educação
e saúde. Juntos, além da geração de emprego e renda para os pequenos produtores
rurais, os programas podem viabilizar a melhoria da qualidade de vida pela geração
de energia em suas comunidades utilizando biodiesel, que pode ser produzido por
centrais comunitárias de produção, ou por eles próprios.
Atualmente, a eletrificação rural em algumas regiões remotas do Brasil é
baseada predominantemente em sistemas isolados com geradores a diesel. Porém,
essa solução tem se revelado pouco satisfatória em decorrência dos custos
financeiros atribuídos à aquisição e transporte de óleo diesel para essas localidades,
bem como a manutenção dos equipamentos, resultando numa grande quantidade de
grupos geradores desativados na região amazônica, devido à falta de combustível e
manutenção [11]. Seguindo essa perspectiva, a produção e o emprego de biodiesel
nessas regiões poderão reverter esse quadro.
O presente projeto surgiu de um programa desenvolvido pela
ELETRONORTE (Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.) em parceria com a
FUNTAC (Fundação de Tecnológica do Estado do Acre) e UFAC (Universidade
Federal do Acre). O principal objetivo do projeto é a formação de pesquisadores
oriundos da região norte do Brasil, na área de energias alternativas, para que estes
possam suprir parte da demanda por profissionais qualificados na área de energias
alternativas, atuando nos programas de geração de energia elétrica em áreas onde
exista deficiência na sua disponibilidade.
Inicialmente, o projeto vislumbrava os estudos de produção e utilização do
biodiesel de buriti produzido pelo processo de craqueamento catalítico. Devido às
grandes dificuldades encontradas em se obter esse combustível na quantidade
necessária, optou-se por outras três diferentes alternativas, que tivessem maior
disponibilidade no mercado brasileiro e que pudessem representar panoramas
distintos, sendo eles: o da soja, para as regiões produtoras de soja; o da palma, para
a Região Amazônica e, o de óleo de frango para a região sul, maior produtora da
cadeia avícola do país.
Capítulo 1 / Introdução
21
1.1 1.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo principal desta pesquisa consistiu na avaliação das emissões e do
desempenho do biodiesel B100 e de misturas biodiesel/diesel em um motor, a partir
de ensaios em bancada dinamométrica. Consistiu também no monitoramento da
energia gerada por um gerador, em um período de 1000 h.
1.2 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Obtenção de três tipos diferentes de biodiesel em quantidades suficientes
para a realização dos ensaios de bancada e do teste em campo.
Especificação, aquisição e instalação de um grupo gerador de aplicação
comercial e comumente utilizado no Brasil.
Avaliação das emissões e desempenho do motor, abastecido com misturas
diesel/biodiesel, das três fontes nas proporções, B20, B30, B50, B80 e B100.
Monitoramento da energia gerada pelo período de 1000 h abastecido com
B30 de palma.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
22
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 BIODIESEL
2.1.1 Visão Geral
O biodiesel é definido pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis) e pela ASTM (American Society for Testing and Materials) como
um combustível composto de mono-ésteres alquílicos de ácidos graxos de cadeia
longa derivados de óleos vegetais ou gorduras animais [12, 13].
O biodiesel normalmente é produzido a partir da reação de um óleo vegetal
ou gordura animal, com metanol ou etanol, na presença de um catalisador, que
resulta na formação de glicerina e biodiesel. Esse processo é conhecido como
transesterificação. Além da transesterificação, existem outros processos nos quais
também é possível produzir biodiesel, porém, são menos utilizados como, por
exemplo, o craqueamento, a esterificação e a hidroesterificação.
A cadeia produtiva do biodiesel gera uma série de subprodutos, como
glicerina, torta, farelo, baga, entre outros. Esses produtos podem agregar valor e
gerar outras fontes de renda importantes para os produtores, e ainda, serem
utilizados como fontes alternativas de energia e de alimentação animal.
Há uma grande variedade de matérias-primas disponíveis na natureza para a
produção do biodiesel, que podem ser divididas em, de origem vegetal, animal ou de
óleos residuais. A utilização de determinada matéria-prima em uma região,
dependerá basicamente da disponibilidade de recursos, da viabilidade de produção
e da sua capacidade de adaptação edafoclimática.
Estudos com biodiesel apontam que esse combustível pode trazer uma série
de benefícios ambientais, econômicos, sociais e técnicos atuando na:
redução de gases prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
23
redução no impacto ambiental, no caso de um possível derramamento, por
ser biodegradável.
redução das importações de petróleo para produção de diesel.
geração de renda a pequenos produtores da agricultura familiar.
reposição da lubricidade perdida em virtude da diminuição dos teores de
enxofre no diesel de petróleo.
Historicamente, o uso de óleo diesel como combustível superou o de óleos
vegetais, tanto por fatores econômicos, quanto por fatores técnicos. No passado, os
fatores ambientais, que hoje valorizam mais os combustíveis renováveis, não eram
considerados tão relevantes como nos dias atuais [14].
Com o crescente interesse do mundo pelo uso do biodiesel, foi necessária a
criação de uma nomenclatura para classificá-lo de acordo com a porcentagem de
mistura ao óleo diesel (normalmente em volume), utilizando a sigla BXX, onde o XX
é a porcentagem de biodiesel utilizada na mistura. Por exemplo, B2 e B100 são
combustíveis com uma concentração de 2% e 100% respectivamente de biodiesel,
em relação ao diesel.
2.1.2 Matérias primas
Existem várias fontes de matérias-primas das quais se pode produzir
biodiesel. Dentre as espécies vegetais, têm-se a mamona, o dendê (ou palma), o
amendoim, o pinhão manso, a soja, o girassol, a colza (Canola) as microalgas, entre
outras. Nas de origem animal, destacam-se, o sebo bovino, gordura suína e o óleo
de frango. Os óleos residuais são geralmente aqueles oriundos do descarte de
restaurantes e lanchonetes após a fritura de alimentos, ou os resultantes de
atividades industriais. Existem ainda, estudos que buscam matérias-primas
originárias de rejeitos de tratamento de efluentes [15].
No Brasil, as alternativas para a produção de óleos vegetais são muitas. Por
ser um país tropical, de grande dimensão, o propósito é aproveitar as
potencialidades regionais. As matérias-primas e os processos para a produção de
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
24
biodiesel dependem da região considerada, sendo motivada pelas diversidades
sociais, econômicas e ambientais para a sua produção e consumo.
Seguindo essa perspectiva, é importante que se utilize determinada cultura
de acordo com o seu potencial produtivo na região considerada, ou por meio de
estudos de zoneamentos edafoclimáticos. A Figura 1 apresenta algumas matérias -
primas com potencial de produção nas cinco diferentes regiões do Brasil, conforme a
aptidão agrícola para seu cultivo.
Figura 1 - Motivações regionais para o uso do biodiesel no Brasil [16]
Atualmente, o mercado mundial de óleos vegetais é composto principalmente
por produtos obtidos de quatro oleaginosas: palma, soja, colza e girassol. No ano de
2006, a produção mundial de óleos vegetais foi de 124,3 milhões de toneladas,
aumentando 5% em relação a 2005. Os óleos de palma e soja atenderam 60% do
mercado de óleo vegetal do mundo, e os de colza e girassol, 15% e 9%,
respectivamente [17]. No Brasil, a soja corresponde sozinha por mais de 80% do
total de óleo vegetal produzido, seguida pelo algodão, dendê, mamona e linhaça. A
Figura 2 mostra as principais oleaginosas processadas nas indústrias brasileiras em
2006.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
25
Dendê2,00% Linhaça
1,00%
Algodão7,00%
Mamona2,00%
Multi-produto5,00%
Soja83,00%
Multi-produto:- soja - girassol - canola - babaçu - algodão - linhaça
Figura 2 - Principais oleaginosas esmagadas nas indústrias brasileiras no ano de 2006 [17]
Segundo dados da ANP, de junho de 2009, as principais matérias-primas
utilizadas na produção de biodiesel foram: soja, sebo, óleo de algodão e outros
materiais graxos nas proporções indicadas na Figura 3.
Soja81,10%
Óleo de Algodão
2,97%
Outros Materiais Graxos1,90%
Gordura Bovina14,03%
Figura 3 - Principais matérias - primas utilizadas na produção de biodiesel no Brasil em Junho de 2009 [18]
A soja tem tido essa participação tão expressiva na produção de biodiesel no
Brasil, porque quando o PNB foi criado, o país já contava com uma sólida infra-
estrutura para toda sua cadeia produtiva, o que de certa forma, veio colaborar para o
melhor desempenho do programa. Contudo, o PNB visava o desenvolvimento de
outras matérias-primas com maior produtividade e que pudessem contribuir para o
fortalecimento da agricultura familiar. Inicialmente, o governo apostou na mamona
como uma grande alternativa para a região nordeste do país, visto que a cultura tem
como característica, uma fácil adaptabilidade às condições climáticas da região. Em
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
26
2008, uma nova especificação da ANP reduziu os limites de viscosidade, e com isso,
a mamona passou a ficar fora da especificação [19].
Alguns estudos já estão em andamento no Brasil e no mundo para identificar
culturas com potencial para substituir a soja como principal fonte de matéria-prima.
Já existem muitas opções disponíveis, porém, algumas delas precisam de mais
estudos agronômicos relativos ao cultivo e à proliferação de doenças. Alguns
trabalhos apontam diferentes características produtivas em relação às fontes de
matérias-primas. Isso acontece porque cada fonte pode se comportar de forma
diferente em determinada região, com determinada característica climática e de solo.
Na Tabela 1 é apresentado o potencial de algumas matérias-primas utilizadas na
produção de biodiesel, conforme estudos já realizados.
Tabela 1 - Características de algumas matérias-primas
Matéria-Prima Teor de Óleo
(% m) Produtividade
(kg/ha.ano) Produção de
Óleo (kg/ha.ano)
Gorduras Animais 100 - - Mamona 50 1.500 750 Girassol 42 1.600 672 Amendoim 39 1.800 702 Canola 38 1.800 684 Dendê 20 15.000 3.000 Soja 18 2.200 396 Algodão 15 1.800 270 Babaçu 6 15.000 900 Milho 5 3.200 160 Microalgas 67 255.000 145.300 Fonte: Adaptado das referências [20 e 21]
Para a realização desse trabalho, foram utilizadas três fontes distintas de
biodiesel, das quais, duas são de origem vegetal e uma de origem animal. Essas
matérias-primas foram selecionadas, com o objetivo de se representar três
panoramas distintos, que pudessem justificar a sua aplicação, considerando as
regiões que tenham potencial para sua produção e consumo. Os panoramas são os
seguintes:
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
27
2.1.2.1 Panorama da Soja
A soja (Glycine max) é uma das principais fontes de proteína e óleo vegetal
do mundo. Ela tem sido cultivada comercialmente e utilizada na alimentação
humana e animal por milênios [22].
A produção de soja está presente em grande parte do Brasil, principalmente
nas regiões com maior densidade populacional e com maiores índices de poluição
do ar. Nesse sentido, o uso do biodiesel de soja pode atuar reduzindo os efeitos
poluidores do diesel convencional nas grandes cidades e em indústrias que vierem a
utilizá-lo como combustível em grupos-geradores ou em motores veiculares.
A soja é a matéria-prima mais viável para a utilização imediata na produção
de biodiesel no Brasil, devido à já consolidada estrutura de produção, distribuição e
processamento. A soja apresenta um rendimento de 18% de óleo e em média 700
litros de biodiesel por hectare, rendimento menor que outras espécies como
mamona e dendê. Em longo prazo, para essa cultura se tornar viável, deverá atingir
patamares superiores a 1000 litros por hectare [23].
A redução da dependência da soja é um dos desafios do setor em 2009 [24].
Segundo a ABIOVE (Associação Brasileira de Óleos Vegetais), a produção de soja é
ajustada em decorrência da produção de farelo protéico, que constitui 78% do grão
[25]. Neste sentido, é importante o desenvolvimento de outras fontes alternativas à
soja para a produção de biodiesel. Em paralelo ao aumento da sua produção para
extração de óleo, há também o aumento na produção de farelo, e isso pode gerar
um excesso, desvalorizando o produto no mercado internacional, tornando sua
produção inviável.
Em 2007, o Brasil foi responsável por cerca de 30% da produção mundial de
soja, em torno de 60 milhões de toneladas, sendo o segundo maior produtor e
exportador mundial de soja em grão e de seus derivados, farelo e óleo. O complexo
da soja é um dos principais itens da balança comercial brasileira e exportou cerca de
US$9,3 bilhões em 2006, colocando o país na liderança mundial nas exportações do
setor, em valor [26]. Por esta razão, a dinâmica do comércio exterior exerce forte
impacto sobre o sistema agroindustrial da soja e sobre a economia do país como um
todo.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
28
A soja é amplamente cultivada em vários países do mundo. Os principais
produtores mundiais são Estados Unidos, Brasil, Argentina e China. A Tabela 2,
mostra a evolução na produção mundial de soja entre os anos de 1998 e 2009 dos
maiores produtores.
Tabela 2 - Evolução na produção mundial de soja em milhões de toneladas
Fonte: [27]
No Brasil, as principais áreas produtoras estão nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-oeste. Os estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás são
os principais produtores [22]. A figura 4 exibe o gráfico da evolução brasileira na
produção de soja em grão no período compreendido entre 1998 e 2009.
Evolução brasileira na produção de soja em grãos (1998 - 2009)
0,0
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
199
8/99
199
9/00
200
0/01
200
1/02
200
2/03
200
3/04
200
4/05
200
5/06
200
6/07
200
7/08
200
8/09
Safra
Milh
ões
de
To
nel
adas
Produção
Figura 4 - Evolução na produção brasileira de soja em grãos [27]
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
29
2.1.2.2 Panorama da Palma/Dendê
No contexto desse panorama, o biodiesel de palma pode ser visto, além dos
enfoques econômicos e ambientais, também pelo seu enfoque social, visto que sua
produção é extrativista e tem grande potencial de geração de renda para a
agricultura familiar, principalmente na região amazônica, podendo atuar também, na
alimentação de pequenos grupos geradores, atendendo comunidades que não
tenham acesso à energia elétrica.
O dendezeiro (planta do dendê/palma) é conhecido cientificamente por Elaeis
guineensis. Desde a época dos faraós egípcios, há quase 5000 anos, a palma tem
sido uma importante fonte alimentícia para o homem. No Brasil, chamada de
“palmeira do dendê”, foi introduzida pelos escravos no século XVI [28].
O fruto do dendê produz dois tipos de óleo: óleo de dendê ou óleo de palma
(palm oil), encontrado no mesocarpo (parte externa do fruto); e óleo de palmiste
(palm kernel oil), encontrado na semente. Da extração do óleo de palmiste, obtém-
se como subproduto, uma torta com 15% de proteína, amplamente empregada na
alimentação animal [29].
O óleo de palma ocupa hoje o 2º lugar na produção mundial de óleos
vegetais. Atualmente, é o primeiro óleo vegetal em volume comercializado no
mercado mundial, e serve de suporte para dois grandes setores industriais, o de
alimentos e o de oleoquímica. Hoje, 90% da produção mundial deste óleo são
destinadas ao uso alimentar, sob diferentes formas, desde óleo para salada,
produção de margarina, utilização em frituras, entre outros. Os demais 10%
apresentam usos diversos, que vão desde a indústria siderúrgica, de sabões,
cosméticos, até fontes de vitaminas A e E na indústria farmacêutica [29].
A Indonésia e a Malásia são os maiores produtores mundiais de dendê.
Alcançaram na safra 2008/09 uma produção de 19,7 e 17,7 milhões de toneladas
respectivamente, correspondendo a mais de 85% de toda a produção mundial. A
Tabela 3 apresenta a evolução na produção desses e de outros principais
produtores.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
30
Tabela 3 - Evolução na produção mundial de palma em milhões de toneladas [27]
Em 2007, o Brasil ocupou a 16a posição no ranking dos produtores da cultura,
com aproximadamente 170 mil toneladas em cachos e 148,2 mil toneladas de óleo,
ocupando uma área de 70 mil ha. A Figura 5 exibe o avanço na produção brasileira
de óleo de palma no período compreendido entre os anos de 1997 e 2007.
Evolução brasileira na produção de óleo(1997 - 2007)
50,00
65,00
80,00
95,00
110,00
125,00
140,00
155,00
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
Ano
x 10
00 T
on
elad
as
Produção de óleo
Figura 5 - Evolução brasileira na produção de óleo de palma [27]
No Brasil, as primeiras indústrias de extração de óleo de palma foram
instaladas no estado da Bahia, na década de 50 e no Pará, no início dos anos 70,
onde a partir daí identificaram o cultivo do dendezeiro como uma grande fonte de
óleo vegetal. Atualmente, o Pará possui um parque industrial composto por 10
empresas, sendo este o maior produtor brasileiro, responsável por cerca de 85 % do
total do óleo de palma produzido no Brasil, e em seguida, em ordem decrescente, os
estados do Amapá, Bahia e Amazonas [27].
No Brasil, a maior empresa a trabalhar com o complexo agroindustrial da
palma é a AGROPALMA no estado do Pará. O biodiesel produzido pela empresa é
obtido a partir de ácidos graxos retirados do óleo de palma no processo de refino,
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
31
sendo utilizado o processo de esterificação para sua produção. A AGROPALMA
conta hoje com 33 mil hectares de área plantada com dendezeiros no estado, e
pretende aumentar em mais 4 mil hectares, com o intuito de elevar sua produção de
130 mil toneladas para 220 mil toneladas até 2011 [30] .
O alto custo de implantação das lavouras e o tempo de maturação da planta
(3 - 4 anos) são os principais entraves ao desenvolvimento do dendê, porém, um
fato importante a ser considerado, é que o dendezeiro pode continuar produzindo
por mais de duas décadas [30].
Uma boa alternativa para o estimulo à produção de dendê no Brasil, é a
implantação de uma política de estímulos para que empresas se estabeleçam na
região amazônica, aproveitando áreas degradadas, principalmente ao longo das
rodovias federais que cortam a floresta. Há milhões de hectares disponíveis, porém
é necessário que sejam dados mais incentivos para atrair empresas para esses
locais [30].
2.1.2.3 Panorama do Óleo de frango
Os óleos e as gorduras animais são resíduos obtidos a partir do
processamento da carne em abatedouros e frigoríficos. A utilização desses resíduos
para a produção de biodiesel pode reduzir o impacto ambiental causado pelo
descarte destes no meio ambiente, e ainda diminuir os custos de produção da
cadeia produtiva da carne.
A partir dos anos 80, ocorreram algumas mudanças no setor produtivo
avícola, e o de frango foi o que mais evoluiu tecnologicamente no mundo. No campo
de melhoramento genético das aves, o setor apresentou ganhos significativos nas
taxas de conversão, redução do ciclo produtivo e maior rendimento (crescimento)
das aves. Em relação ao processo de abate, a indústria incorporou maior grau de
automação [31].
Segundo dados da ABEF (Associação Brasileira dos Produtores e
Exportadores de Frangos), a produção mundial de frango em 2008, chegou a 71,25
milhões de toneladas. O Brasil ocupou o terceiro lugar com produção de 10,9
milhões de toneladas, atrás dos Estados Unidos e da China (Figura 6).
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
32
Produção mundial de carne de frango 2008
16.651
8.560
71.249
2.804
11.895
10.940
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
EUA China Brasil UE 27 México Mundo
x 1
000
ton
elad
as
Figura 6 - Produção mundial de frango em 2008 [32]
Nesse mesmo ano, o Brasil foi o maior exportador da carne de frango com
três milhões de toneladas, ficando na frente dos Estados Unidos e da União
Européia, conforme a Figura 7.
Exportação mundial de carne de frango 2008
3.645
383740
3.158
285
8.396
01.0002.0003.0004.0005.0006.0007.0008.0009.000
Brasil EUA UE27 Tailândia China Mundo
x 1
000
ton
elad
as
Figura 7 - Exportações mundiais de carne de frango [32]
A produção brasileira de carne de frango está concentrada principalmente na
região sul, que representou em 2005, 54,35% da produção nacional, tendo o estado
do Paraná uma posição de destaque, representando quase 23% da produção
brasileira (Tabela 4).
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
33
Tabela 4 - Principais estados produtores de frango no Brasil em 2005 [33]
No abate das aves são descartados resíduos como sangue, penas, vísceras
não-comestíveis, ossos entre outros. Esses resíduos correspondem a 30% do peso
vivo da ave, e deste total, 11,3% são representados por gordura [34].
Em 2008, foi feita uma estimativa da capacidade de produção de biodiesel de
óleo de frango na região oeste do estado do Paraná, onde se situam os municípios
de Cascavel e Marechal Cândido Rondon. O estudo revelou que cinco cooperativas
instaladas na região, com capacidade total de abate de mais de 300 milhões de aves
por ano, poderiam produzir uma quantidade superior a 20 mil toneladas de óleo, ou
19,5 mil toneladas de biodiesel [34].
Na cadeia produtiva do frango, o óleo produzido pode ser usado na produção
de ração para as próprias aves. Quando o óleo atinge um determinado grau de
degradação, passa a perder valor comercial, portanto, não é aceito pelas indústrias
de ração. Neste sentido poderá ser empregado na produção de biodiesel [35].
Um trabalho publicado recentemente pela Universidade de Nevada
demonstrou que além do uso de óleo descartado na produção de ração, é possível
também produzir biodiesel a partir do óleo extraído da farinha de penas das aves. A
farinha de aves é também utilizada como ração animal e como adubo, devido ao seu
elevado teor de nitrogênio. A partir desse processo, é possível gerar uma quantidade
de 7 a 11% de biodiesel [36].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
34
Em função da disponibilidade e dos baixos custos das gorduras animais, é
oportuno avaliar a sua aplicação na produção de biodiesel. A produção nacional de
óleo de frango é capaz de suprir com 6 a 10% de matéria-prima utilizada para a
produção do B4 [37].
2.1.3 Processo de produção de biodiesel
Os principais processos industriais utilizados para a produção do biodiesel
são: transesterificação, esterificação e craqueamento.
O processo de transesterificação é o mais utilizado, e consiste numa reação
química dos óleos ou gorduras vegetais e animais com álcool (metanol ou etanol),
na presença de um catalisador (ácido ou básico) gerando biodiesel e glicerina. A
esterificação resulta de uma reação entre ácidos graxos e um álcool, formando
biodiesel e água. O craqueamento consiste na quebra das moléculas do óleo por
aquecimento a temperaturas superiores a 450º C na ausência de oxigênio, com a
presença ou não de um catalisador [38, 39].
2.1.3.1 Transesterificação
A transesterificação é o processo mais utilizado hoje no Brasil e no mundo
para produção de biodiesel. Por meio desse processo, é possível separar a glicerina
do biodiesel a partir do óleo ou da gordura animal, utilizando um álcool e um
catalisador. Dentro desse processo, é possível também, produzir o biodiesel a partir
de duas rotas tecnológicas distintas, metílica e etílica, que dependerá do tipo de
álcool empregado na sua produção.
Apesar da grande disponibilidade de etanol no mercado brasileiro, quase todo
o biodiesel produzido hoje no Brasil, e no mundo, é feito com metanol. O metanol é
produzido normalmente a partir de gás natural ou extraído do petróleo, salvo
algumas exceções, quando produzido a partir da biomassa [40].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
35
As moléculas dos óleos são formadas por ésteres ligados a uma molécula de
glicerina, que são os triglicerídeos. Na transesterificação, um éster se converte em
outro, devido à quebra das moléculas de triglicerídeos e a troca de um álcool
(glicerol) por outro (metanol ou etanol). O rendimento do processo é influenciado por
fatores como temperatura, tipo de catalisador, e quantidade e tipo do álcool
empregado na reação.
Um esquema genérico do processo de produção de biodiesel pela transesterificação
é apresentado na Figura 8.
Figura 8 - Esquema genérico da reação de transesterificação [38]
De forma simplificada, as etapas típicas em um processo de transesterificação
são:
O álcool é misturado ao catalisador em um tanque agitador.
o óleo vegetal é adicionado ao reator, onde já se encontra a mistura
álcool/catalisador. O reator é usualmente aquecido a uma temperatura de
aproximadamente 70o C para aumentar a velocidade da reação, que pode levar
de uma a oito horas.
ao final da reação, os ésteres (biodiesel) e a glicerina, são separados por
gravidade, podendo ser adotadas centrífugas para agilizar o processo.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
36
o álcool em excesso é separado do biodiesel e da glicerina por evaporação sob
baixa pressão, ou por destilação. O álcool recuperado volta ao processo [41].
2.1.3.2 Esterificação
Alguns tipos de óleos, como de palma, podem ser mais ácidos em
decorrência da presença de ácidos graxos livres. Neste sentido, é importante
salientar, que o catalisador empregado na produção por transesterificação pode
reagir com os ácidos graxos formando sabões, o que faz com que diminua o
rendimento da reação e dificulte separação da glicerina. Uma alternativa para
contornar esse problema, é o uso do processo de esterificação, que transforma
matérias-primas com altos teores de ácidos graxos em biodiesel [42].
A reação de esterificação ocorre quando o ácido graxo reage com o álcool
(que também pode ser metílico ou etílico), produzindo éster e água. A reação
inversa é denominada reação de hidrólise. A Figura 9 exibe um esquema de
produção de biodiesel por meio da esterificação, na qual, o ácido etenóico se
converte em etanoato de metila e água.
Figura 9 - Esquema de uma reação de esterificação [43]
No Brasil, a esterificação é utilizada em escala industrial em um processo
desenvolvido pela empresa AGROPALMA. Este processo utiliza catalisadores
sólidos com acidez de Bronsted e Lewis, como zeólitas e materiais com zircônio e
alumínio, para obtenção de biodiesel a partir de resíduos de óleo de palma com
baixo valor de mercado. Os catalisadores mostraram-se mais eficientes na
esterificação de uma mistura obtida após o refino do óleo de palma contendo 80%
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
37
de ácido graxo livre. Industrialmente, é utilizado óxido de nióbio hidratado como
catalisador [44].
2.1.3.3 Craqueamento
O processo de craqueamento de óleos vegetais para produção de
biocombustíveis é semelhante ao utilizado no refino do petróleo para geração de
gasolina, diesel e outros derivados.
Esse processo consiste na quebra das moléculas maiores e mais complexas
com o aquecimento em altas temperaturas, acima de 450º C, transformado-as em
moléculas mais simples e leves, como os hidrocarbonetos. Quando se faz o uso de
catalisadores, o processo é denominado térmico-catalítico [45].
O craqueamento produz uma mistura de hidrocarbonetos condensados, com
rendimento em torno de 80% em uma fase orgânica. Tem-se uma fase aquosa, que
gira em torno de 5 a 10% e o restante são gases. O ponto forte da reação é a
ausência da formação de compostos aromáticos, de grande potencial poluidor [46].
O processo de craqueamento não gera subprodutos, não utiliza álcool, requer
baixo investimento fixo em equipamentos e relativa facilidade operacional. É mais
indicado para operar em baixa e média escala de produção [45].
A seguir, um esquema simplificado da reação química vista no processo de
craqueamento.
Figura 10 - Reação de craqueamento de triglicerídeos [44]
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
38
Pela nomenclatura internacional, o combustível produzido pelo craqueamento
térmico não é considerado biodiesel, apesar de ser um biocombustível com
características semelhante ás do óleo diesel [39].
2.1.4 Qualidade do biodiesel
No Brasil, a produção e comercialização de biodiesel estão sujeitas às
normas da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em especial a Resolução nº 07 de
19/03/2008 [47], que prevê dentre outras medidas, a determinação das
características do biodiesel, que é feita mediante o emprego das normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), das normas internacionais
American Society for Testing and Materials (ASTM), da International Organization for
Standartization (ISO) e do Comité Européen de Normalisation (CEN). A resolução nº
7 da ANP, revogou a antiga resolução nº 42 de 24/11/04 [48], e trouxe algumas
modificações relacionadas às características físico-químicas do biodiesel.
Segundo a resolução, o biodiesel deve obedecer alguns parâmetros de
qualidade antes da sua comercialização, que são avaliados a partir da análise físico-
química. Nessa análise deve constar, o parâmetro analisado, unidade de referência,
método de ensaio e os resultados obtidos. Algumas dessas características são de
fundamental importância tanto na questão do funcionamento do motor diesel, quanto
no seu comportamento durante o processo de armazenamento.
A Tabela 5 apresenta algumas das principais características, correlacionando-
as com os efeitos atribuídos a elas, quando se encontram fora das especificações.
Os limites, as unidades e os demais parâmetros estão disponíveis no Anexo A.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
39
Tabela 5 - Características de alguns dos principais parâmetros de qualidade do biodiesel Parâmetro O que expressa Efeitos
Viscosidade cinemática Resistência ao fluxo do combustível sob gravidade.
Funcionamento inadequado dos sistemas de injeção
Teor de água Excesso de água no combustível Reação com éster Crescimento microbiano Formação de sabão e corrosão
Ponto de fulgor Temperatura de inflamação de amostra.
Segurança de manuseio Indicação excessiva de álcool
Resíduos de carbono Resíduos de carbono após a combustão no motor.
Entupimento dos bicos injetores por resíduos sólidos
Cinzas Teor de resíduos minerais. Danos ao motor
Enxofre total
Contaminação por material protéico e/ou resíduo de catalisador, ou material de neutralização do biodiesel.
Emissão de SO2
Na + K, Ca + Mg e P Resíduos de catalisador Refino incompleto de fosfolipídios Metais de óleos usados
Danos ao motor e entupimento de injetores
Acidez Medida da presença de ácidos graxos livres Indica a presença de água.
Corrosão
Glicerina livre Separação incompleta da glicerina após a transesterificação
Depósitos de carbono no motor
Glicerina total Esterificação incompleta Depósitos de carbono no motor
Mono, di e triglicerídeos Transesterificação incompleta Depósitos de carbono no motor Formação de sabão
Estabilidade à oxidação Degradação do biodiesel ao longo do tempo
Aumento da acidez e corrosão do resíduo
Número de Cetano Mede a qualidade da ignição. Depende do teor de oxigenados no biodiesel.
Aumento nas emissões
Fonte: [50]
Independente da matéria-prima e da rota tecnológica empregados no
processo de produção, o biodiesel é introduzido no mercado nacional com
especificação única. Ainda que cada fonte oleaginosa produza um biodiesel com
suas próprias características, todas são passíveis de atender às especificações da
resolução nº 7 da ANP.
No caso específico do biodiesel de mamona, após a entrada da nova
resolução em vigor, houve uma restrição quanto à sua viscosidade. A resolução nº
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
40
42, não estabelecia uma faixa de limites para esse parâmetro. Com a nova
resolução, a viscosidade passou a ser limitada entre 3 e 6 mm²/s. Neste sentido,
pesquisas estão sendo realizadas, visando à redução da viscosidade da mamona,
ou para estudar os efeitos da mistura do biodiesel de mamona com o de outras
fontes, objetivando-se o balanceamento das melhores características de ambos [51].
2.1.5 A produção de biodiesel no mundo
Em 1900, o inventor do motor a diesel, Dr. Rudolf Diesel, apresentou na feira
mundial de Paris, uma versão do seu motor, que utilizava óleo de amendoim como
combustível [Erro! Fonte de referência não encontrada.]. Em 1937, foi registrada a
primeira patente no mundo para o processo de produção, pelo belga Charles G.
Chavanne, onde ele descreveu a transesterificação do óleo vegetal de palma pela
rota etílica [52].
No verão de 1938, o biodiesel foi utilizado pela primeira vez em uma linha de
ônibus comercial entre Bruxelas e Louvain. Durante a segunda guerra mundial, o
biodiesel foi utilizado extensamente em vários países, como a China, a Índia e a
Bélgica, devido à escassez de diesel, causada por cortes na linha de abastecimento.
Porém, o desenvolvimento desse combustível foi praticamente abandonado com o
fornecimento de petróleo restabelecido. Ao final da guerra, a abundância de petróleo
importado a preços acessíveis, desestimulava a utilização de combustíveis
alternativos [52].
Segundo a literatura [52], a denominação de biodiesel foi utilizada pela
primeira vez por pesquisadores chineses, em 1988, após a Áustria e a França
iniciarem a produção e consumo em larga escala. Na França, foi criada a associação
“Partenaires Diester”, uma entidade com a finalidade de avaliar a viabilidade da
utilização de biodiesel em sistemas urbanos, em especial, o da cidade de Paris.
Em 1980 foi depositada a primeira patente brasileira para a produção de
biodiesel. No início dos anos 90, o processo de industrialização do biodiesel foi
iniciado na Europa, se convertendo no principal mercado produtor e consumidor de
biodiesel puro ou em mistura com óleo diesel [53].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
41
O biodiesel vem sendo testado atualmente em várias partes do mundo. Além
do Brasil, países como Argentina, Estados Unidos, Malásia, Alemanha, França e
Itália já produzem biodiesel comercialmente, estimulando o desenvolvimento em
escala industrial [53].
O parlamento europeu estabeleceu uma diretiva (2003/30/CE) no início de
2003, para promover o uso de energia renovável no setor de transportes. A diretiva
criou duas metas para os países membros, que deveriam atingir 2% de
biocombustíveis em sua matriz energética até dezembro de 2005 e 5,75% até
dezembro de 2010, em relação ao total consumido. As metas não são obrigatórias,
porém, os governos estão estimulados, e têm procurado desenvolver estratégias
para o seu cumprimento [52].
Segundo a EBB (European Biodiesel Board), a Europa produziu em 2008 um
total de 7,76 milhões de toneladas de biodiesel, apresentando um aumento da
ordem de 35,7% em relação a 2007. Para o final de 2009, estima-se que a
capacidade total de produção chegue e 20,56 milhões de toneladas [54].
No contexto mundial, a Alemanha é a maior produtora de biodiesel, seguida
pelos Estados Unidos, França, Argentina e Brasil.
A Tabela 6, exibe a lista dos principais países produtores de biodiesel e seus
respectivos desempenhos no ano de 2008.
Tabela 6 - Ranking dos maiores produtores de biodiesel no mundo em 2008
País Produção
(bilhões de litros) Participação no
mundo
Alemanha 3,18 20% EUA 2,65 16%
França 2,04 13% Argentina 1,20 7%
Brasil 1,10 7% Indonésia 0,68 4%
Itália 0,67 4% Malásia 0,54 3% Tailândia 0,39 2% China 0,34 2% Bélgica 0,31 2% Polônia 0,31 2% Portugal 0,30 2% Áustria 0,24 1% Espanha 0,23 1% Outros 1,89 12% TOTAL 16,08 100%
Fonte: [55]
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
42
2.1.6 A produção de biodiesel no Brasil
As experiências brasileiras com biocombustível em motores Diesel iniciaram-
se há cerca de 50 anos, especialmente com o óleo de palma. O Brasil foi um dos
pioneiros em patentear o processo de produção de biodiesel, sendo feito o primeiro
depósito em 1980 por Expedito José de Sá Parente [45].
Também na década de 80, o Conselho Nacional de Energia (CNE), instituiu o
Programa Nacional de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos
(PROÓLEO). Entre outros objetivos, o programa visava à substituição do óleo diesel
por óleos vegetais em mistura de até 30% em volume, incentivar a pesquisa
tecnológica para promover a produção de óleos vegetais nas diferentes regiões do
país e buscar a total substituição do óleo diesel por óleos vegetais [56].
Nessa época, o Brasil produzia cerca de 15% do petróleo consumido, e os
preços internacionais eram os mais elevados de toda a história, resultantes do
segundo choque do petróleo. Nos primeiros anos, deu-se maior atenção à soja, a
partir de 1981, ao amendoim, e em 1982 à colza e girassol [56].
Em 1983, a Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e
Comércio (STI/MIC), desenvolveu e lançou o Programa Nacional de Alternativas
Energéticas Renováveis de Origem Vegetal, com algumas linhas de ação que
levaram à criação do OVEG (Programa Nacional de Óleos Vegetais). Esse programa
teve a participação de institutos de pesquisa, órgãos técnicos do governo federal,
fabricantes de motores, fabricantes de óleos vegetais e empresas de transportes.
Foram desenvolvidos testes com ésteres puros (metílico e etílico) e misturas com
30% de éster metílico de soja. Esses testes contaram com a utilização de biodiesel e
misturas em veículos que percorreram mais de um milhão de quilômetros [56 e 57].
Em 1986, a ênfase passou ao dendê. A meta era, em cinco anos, produzir 1,6
bilhões de litros de óleos para fins energéticos. Contudo, a viabilidade econômica
era questionável. Com a queda dos preços do petróleo a partir de 1985, ficou ainda
mais prejudicada e este programa foi perdendo a força progressivamente, embora
não tenha sido desativado [56].
Em julho de 2003 o governo brasileiro instituiu por meio de decreto, um Grupo
de Trabalho Interministerial (GTI) encarregado de apresentar estudos sobre a
viabilidade de utilização de biodiesel como fonte alternativa de energia. Como
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
43
resultado, foi elaborado um relatório que deu embasamento para a criação do PNPB
(Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel) como ação estratégica e
prioritária para o Brasil. Este relatório técnico serviu de base para as reformulações
anteriormente mencionadas, acenou que a produção de biodiesel deveria ocorrer de
forma descentralizada, contemplando as diversas rotas tecnológicas, matérias-
primas, categorias de produtores, características regionais e tamanhos das plantas
industriais [58].
As ações desenvolvidas permitiram cumprir uma etapa fundamental para o
PNPB, que culminou com seu lançamento em 06 de dezembro de 2004. Na ocasião
houve o lançamento do Marco Regulatório que estabelece as condições legais para
a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira [59].
Ao lançar o PNPB, o governo apoiou-se na crescente demanda por
combustíveis de fontes renováveis e no potencial brasileiro para atender parte
expressiva dessas necessidades, gerando empregos e renda para a agricultura
familiar, reduzindo disparidades regionais e contribuindo para a economia de divisas,
e assim, melhorando as condições ambientais. Nesse sentido, vislumbrou-se a
possibilidade, de engajar agricultores familiares e produtores de regiões mais pobres
do país na cadeia produtiva do biodiesel. Isso foi feito mediante estímulos tributários
às empresas que adquirissem oleaginosas produzidas por esses segmentos. Para
inserir essa estratégia, a mistura do biodiesel ao diesel, em proporções crescentes
nos próximos anos, tornou-se obrigatória por força de lei [60].
Em 13 de janeiro de 2005, foi publicada a Lei nº 11.097 que introduziu o
biodiesel oficialmente na matriz energética brasileira e assim, ampliou a
competência administrativa da ANP, que passou desde então a denominar-se
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Com isso, a ANP
assumiu as funções de especificar e fiscalizar a qualidade dos biocombustíveis e
garantir o abastecimento do mercado [61]. A partir dessa lei, foi definido que entre os
anos de 2005 e 2007 o B2 estaria autorizado a ser revendido compulsoriamente nos
postos de gasolina do país, tornando-se obrigatório somente a partir de 1º de janeiro
de 2008, onde perduraria até 2012. De 2013 em diante, tornar-se-ia obrigatório o
uso do B5. Porém, esse cronograma foi alterado pela Resolução Nº 03 do CNPE
(Conselho Nacional de Política Energética) em 23 de setembro de 2005, e o B2
passou a ser obrigatório até 2010 e não mais até 2013, como era previsto [58].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
44
Em 13 de março de 2008, uma nova resolução (nº 2/2008) estabeleceu o uso
do B3, na qual, essa mistura passou a valer a partir de 1º de julho de 2008. Em 27
de abril de 2009 a resolução nº 2/2009 estabeleceu o aumento desse volume para
B4, que passou a ser comercializado nos postos a partir de 1º de julho de 2009 [62 e
63].
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a mistura B5 será
antecipada de 2013 para 2010. Cada ponto percentual de elevação representa um
adicional de 400 milhões de litros na demanda, uma vez que o Brasil consome 40
bilhões de litros por ano de diesel mineral [64].
A Figura 11 mostra o comportamento da produção de biodiesel no Brasil nos
anos 2005 a 2009. Os dados relativos ao ano de 2009 se referem ao período de
janeiro a junho.
Produção de biodiesel no Brasil (2005-2009*)
0,74
404,33
1167,13
654,44
69,00
0,00
200,00
400,00
600,00
800,00
1000,00
1200,00
1400,00
2005 2006 2007 2008 2009*
Anos
Mil
hõ
es d
e li
tro
s
Figura 11 - Evolução na produção de biodiesel no Brasil entre 2005 e 2009 [61] * Dados referentes ao período de Janeiro a Junho de 2009
Conforme pôde ser observado na figura anterior, a produção de biodiesel tem
crescido bastante no decorrer dos anos. Em 2008, sua utilização como B2 e B3,
evitou a importação de 1,17 bilhões de litros de diesel de petróleo resultando numa
economia de cerca de US$ 976 milhões [61]. Em 2009, até o mês de junho, a
produção foi de 654 milhões de litros, porém, estima-se que esse volume chegue a
1,6 bilhões de litros até o final do ano [65].
A Tabela 7 apresenta a estimativa do consumo de biodiesel nas cinco regiões
do país nos anos de 2009 e 2010.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
45
Tabela 7 - Estimativa da demanda de biodiesel, por região geográfica do Brasil, 2009 e 2010 (em m³)
Demanda 2009 2010 Região
Consumo de óleo diesel em 2008 (m³)
B 3 B 4 B 5
Norte 3.358.605 100.758 117.551 167.930 Nordeste 7.089.166 212.675 248.121 354.458 Sudeste 19.840.469 595.214 694.416 992.023 Sul 8.689.112 260.673 304.119 434.456 Centro-Oeste 5.786.600 173.598 202.531 289.330
Brasil 44.763.952 1.342.919 1.566.738 2.238.197
Fonte: [66]
A Figura 12 mostra o volume produzido pelos principais estados produtores
de biodiesel no Brasil nos anos de 2008 e 2009, ressaltando que os resultados de
2009 são relativos somente ao período compreendido entre janeiro e junho deste
ano. O estado do Rio Grande do Sul foi o maior produtor de biodiesel do país em
2008, e em 2009, apresenta a mesma tendência. Logo em seguida, estão os
estados de Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Bahia, Maranhão e Ceará. Este último,
em junho de 2009, apresentou produção superior a todo o ano de 2008.
Produção de biodiesel no Brasil em 2008 e 2009*
306,06284,92
241,36
185,59
36,1765,98
19,2124,46
4,1925,12
108,87
125,90
193,03
134,95
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
RS MT GO SP BA MA CE
Estados
Milh
ões
de
litro
s
2008
2009*
Figura 12 - Produção de biodiesel nos principais estados brasileiros produtores nos anos de 2008 e 2009. * Referente ao período de janeiro a junho de 2009. Fonte: [61]
A política de comercialização vinculada ao programa PNPB prevê a compra
antecipada do biodiesel, por meio de leilões regulados pela ANP e pelo MME. Os
leilões públicos são realizados visando estimular os investimentos na cadeia
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
46
produtiva, especialmente nos segmentos de produção e comercialização,
possibilitando a participação de diferentes segmentos sociais vinculados ao
fornecimento de matérias-primas, particularmente dos agricultores familiares e do
próprio agronegócio [58].
Nos leilões realizados pela ANP desde 2005, refinarias e distribuidoras
compram o biodiesel para misturá-lo ao diesel derivado do petróleo. O objetivo inicial
dos leilões foi gerar mercado e, desse modo, estimular a produção de biodiesel em
quantidade suficiente para que refinarias e distribuidores pudessem compor as
misturas determinadas por lei. Os leilões continuam sendo realizados para
assegurar que todo o óleo diesel comercializado no país contenha o percentual de
biodiesel determinado em lei [67].
Até o momento foram realizados 15 leilões, dos quais já foram arrematados
um total de 3,49 bilhões de litros.
A Tabela 8 exibe os resultados de todos os leilões e a fase do programa em
que foram realizados.
Tabela 8 - Resultados dos 15 leilões realizados pela ANP
FASE Leilão Data Preço Médio
(R$/l)
Volume (Milhões de litros)
1º 09/12/2004 1,90 70,00 2º 30/03/2006 1,86 170,00 3º 11/07/2006 1,75 50,00 4º 12/07/2006 1,75 550,00
B2 Opcional
5º 14/02/2007 1,86 45,00 Subtotal 885,00
6º 13/11/2007 1,85 304,00 B2 7º 14/11/2007 1,86 76,00
Subtotal 380,00 8º 01/05/2008 2,70 264,00 9º 11/04/2008 2,71 66,00 10º 14/08/2008 2,60 26,00 11º 15/08/2008 2,60 66,00 12º 24/11/2008 2,39 330,00
B3
13º 27/02/2009 2,15 315,00 Subtotal 1.305,00
14º 29/05/2009 2,31 460,00 B4 15º 27/08/2009 2,27 460,00
Subtotal 920
TOTAL 3. 490,00 Fonte: Adaptado [68]
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
47
Para atender essa demanda, o país conta com a infra-estrutura de 65 plantas
autorizadas pela ANP a produzir biodiesel. Desse total, 44 estão autorizadas a
comercializar o B100, e juntas, têm uma capacidade de produção de 4,17 bilhões de
litros por ano. Quinze novas empresas estão em processo de autorização, e outras
oito, em processo de autorização para ampliação [18].
Os principais incentivos para o desenvolvimento do programa de biodiesel no
Brasil podem ser resumidos da seguinte forma:
grande necessidade de reduzir a importação de óleo diesel,
aumento na demanda de energia elétrica em regiões remotas,
novas oportunidades de mercado no agronegócio com o intuito de trazer
benefícios para a economia, particularmente por meio de incentivos a pequenos
produtores,
redução do impacto ambiental da produção de energia, particularmente
em regiões de grande densidade populacional, e
busca constante de caminhos viáveis para a melhoria de questões sociais
importantes, como a criação de novos empregos no campo, promovendo uma
melhor distribuição de renda e qualidade de vida, e disponibilizando energia em
todo o país [69].
Além das vantagens econômicas e ambientais, há também o aspecto social.
Para estimular esse processo, o Governo Federal lançou o Selo Combustível Social,
um conjunto de medidas específicas que visam estimular a inclusão social da
agricultura. Em 30 de Setembro de 2005, o MDA (Ministério do Desenvolvimento
Agrário) publicou a Instrução Normativa nº 02 sobre projetos de biodiesel com
perspectivas de consolidarem-se como empreendimentos aptos ao selo combustível
social [70].
Para a obtenção do selo, as empresas produtoras de biodiesel apresentam
projetos onde incluem a agricultura familiar na sua cadeia produtiva ou garantem a
compra de matéria-prima oriunda dessa categoria de agricultura. Esses projetos são
apresentados e analisados pelo MDA que, em última análise, é quem emite o Selo.
A partir de então, a empresa produtora de biodiesel passa a dispor de uma série de
benefícios, dentre as quais, estarem aptas a participar dos leilões de compra de
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
48
biodiesel e ter acesso a melhores condições de financiamento junto ao BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outras instituições
financeiras [70].
O Artigo 3º da Instrução Normativa Nº 2 estabelece que os percentuais
mínimos de aquisições de matéria-prima do agricultor familiar ficam estabelecidos
em 50% para a Região Nordeste e Semi-Árido, 30% para as regiões Sudeste e Sul e
10% (dez por cento) para as regiões Norte e Centro-Oeste [71].
Atualmente, 21 empresas são detentoras do Selo Social no país, e se
encontram distribuídas em 11 estados brasileiros [71]. A produção dessas empresas
foi responsável por 99% de toda a produção de biodiesel em 2008. Neste sentido, de
acordo com o percentual mínimo que deve ser adquirido em cada região do Brasil,
pode-se concluir que a agricultura familiar foi responsável por 23% do total
produzido em 2008, com a participação de 97 mil famílias [72].
O Brasil cultiva 56 milhões de hectares e dispõe de mais 90 milhões em terras
aptas. No que se refere à área destinada a pastagem, hoje são requeridos 225
milhões de hectares para atender a demanda nacional. Devido ao aumento da
tecnologia agropecuária, estima-se que esta necessidade deva reduzir em 15% nos
próximos anos, sem redução na produção pecuária. Só com substituição de
pastagens, o país terá mais 30 milhões de hectares de terras disponíveis, que
poderão ser usadas na produção de oleaginosas [73].
2.2 ÓLEO DIESEL
O óleo diesel é um combustível formado principalmente por átomos de
carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos) e, em baixas concentrações, por enxofre,
nitrogênio e oxigênio. É um produto inflamável, pouco tóxico, pouco volátil, límpido,
isento de material em suspensão e com odor forte e característico [74].
Produzido a partir do refino do petróleo, o óleo diesel é formulado pela mistura
de diversas correntes como gasóleos, nafta pesada, diesel leve e diesel pesado,
provenientes das diversas etapas de processamento do petróleo bruto.
Normalmente é mais “pesado” que a gasolina e apresenta-se com cadeia carbônica
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
49
de 6 a 30 átomos, sendo composto de hidrocarbonetos parafínicos, oleofínicos e
aromáticos [75].
A Petrobras é a responsável pela maior parte do refino de óleo diesel no
Brasil, seja da produção própria ou da importação. O consumo brasileiro se baseia
principalmente no setor de transporte rodoviário [76]. A Figura 13 mostra o histórico
de vendas e importação do diesel no Brasil entre os anos de 2000 e 2009.
Figura 13 - Histórico de vendas e importações de diesel no Brasil Fonte: [25]
Desde 2000, o Brasil importa, em média, 12% das necessidades de consumo.
Essa dependência tem custos econômicos e também estratégicos, já que o diesel é
o combustível que abastece toda a logística rodoviária brasileira [25].
2.2.1 Tipos e qualidade do diesel
Desde 1994 a Petrobras produz dois tipos de óleo diesel, o metropolitano e o
interior. O metropolitano, com menor teor de enxofre, é consumido em regiões com
maior densidade de veículos (grandes cidades e regiões metropolitanas), que
necessitam de um óleo com menor emissão de poluentes, como material particulado
e sulfatos. O diesel interior é consumido nas demais regiões do país. Dentro desses
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
50
dois tipos existem ainda os seguintes subtipos: óleo diesel aditivado e óleo diesel
inverno [76].
Diesel metropolitano: O diesel metropolitano comercializado atualmente
possui, desde maio de 2006, um teor de enxofre de no máximo 500 ppm, visando
reduzir ainda mais as emissões de poluentes como o SO2, precursor da chuva ácida
[76]. O diesel metropolitano está disponível hoje nas regiões metropolitanas das
cidades de Belém, Fortaleza, Recife, Aracaju, Salvador, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo, Campinas, São José dos Campos, Curitiba, Porto Alegre e em
outros municípios definidos pela Portaria ANP nº 310 de 27/12/2001 [77].
Diesel interior: Esse combustível é comercializado nas regiões do país onde
não há venda do diesel metropolitano. Para diferenciá-lo deste, o óleo diesel
rodoviário interior recebe um corante de cor vermelha. O teor de enxofre desse
produto é de no máximo 1800 ppm [76].
A Petrobras está modernizando suas refinarias para poder ofertar ao
mercado, gasolina e diesel menos poluentes. A Refinaria de Duque de Caxias
(REDUC) iniciou a produção do diesel S-50 (50 ppm de S), que é comercializado em
seis regiões metropolitanas do país (Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo, Rio de
Janeiro e Curitiba). Esse tipo de diesel se tornará obrigatório no país até 1º de
janeiro de 2013. O diesel S-50 está sendo utilizado nas frotas de ônibus das regiões
metropolitanas do Rio e de São Paulo desde janeiro de 2009 [78 e 79].
A estatal prevê que a demanda de S-50 em 2009 seja de 1,5 bilhão de litros.
Desde janeiro, foram importados 220 milhões de litros do S-50. A REDUC terá
capacidade anual para produzir entre 360 milhões e 400 milhões de litros. A
Petrobras vai estender a produção de diesel S-50 a outras unidades de refino, mas
não estipulou prazos. O diesel S-50 tem um custo 10% maior, em média, do que o
diesel S-500 [78].
As características físico-químicas do diesel devem estar de acordo com a
Resolução nº 15 da ANP, de 17/07/2006, que estabelece as especificações de óleo
diesel e mistura óleo diesel/biodiesel de uso rodoviário, para comercialização em
todo o território nacional, e define obrigações dos agentes econômicos sobre o
controle da qualidade do produto [80].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
51
2.3 2.3 GRUPOS GERADORES
Denomina-se grupo gerador Diesel, ao conjunto motor Diesel e gerador de
corrente alternada, destinado ao suprimento de energia elétrica produzida a partir do
consumo de óleo diesel [81]. Os geradores Diesel são equipamentos capazes de
transforma a energia mecânica fornecida pelo motor em energia elétrica.
Conforme as características da corrente elétrica que produzem, os geradores
podem ser de corrente contínua ou de corrente alternada.
Em 1831, tanto Michael Faraday, no Reino Unido, como Joseph Henry, nos
Estados Unidos, demonstraram cada um a seu modo, a possibilidade de transformar
energia mecânica em energia elétrica [82].
Os geradores são baseados nos princípios empregados por Faraday e Henry:
a indução magnética. O gerador de Faraday consistia num disco de cobre que girava
no campo magnético formado pelos pólos de um ímã de ferradura e produzia
corrente contínua. Um ano depois, o outro pesquisador obteve corrente alternada
valendo-se de um gerador com ímãs e enrolamento de fio numa armadura de ferro
[82].
Aplicações / características de funcionamento
Stand-by: o equipamento é dimensionado para alimentar cargas variáveis em
serviços de emergência, enquanto durar a interrupção da rede elétrica. O tempo de
uso recomendado é de 300 horas / ano.
Contínuo: o equipamento é dimensionado para alimentar cargas variáveis em
serviços programados (tais como nos horários de pico da rede) e / ou serviços de
emergência. O tempo de uso recomendado é de 1000 horas / ano.
Prime: o equipamento é dimensionado para alimentar cargas variáveis durante todo
o tempo necessário. Recomenda-se o uso de 8400 horas / ano [83].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
52
Tipos
Além dos dois tipos mais usuais, de corrente contínua e de corrente
alternada, os dínamos podem ser classificados também, quanto ao número de pólos,
sendo dipolares e multipolares; quanto ao tipo de enrolamento do induzido, em anel
e em tambor; e quanto ao tipo de excitação, auto-excitados e de excitação
independente [82].
Um gerador de corrente alternada é constituído basicamente de uma espira
(ou um conjunto de espiras) girando numa região onde existe um campo magnético.
Enquanto a espira gira, há uma variação do fluxo magnético através dela. Isto ocorre
porque a inclinação da espira, em relação ao campo magnético, varia
continuamente. Então uma força eletromotriz é induzida na espira, gerando uma
corrente elétrica. Durante meia-volta da espira, o fluxo magnético através dela
aumenta e, ao efetuar a meia-volta seguinte, o fluxo diminui. Por esse motivo, a
corrente induzida aparece no circuito, ora em um sentido, ora em sentido contrário.
Em outras palavras, quando a espira gira dentro de um campo magnético, gera uma
corrente alternada [84].
A potência de um gerador é definida pela potência aparente (kVA) que é dada
pela soma vetorial das potências ativas (kW) e reativas (kVAr), conforme pode ser
observado na equação a seguir:
(kVAr)² )²(²)( kWkVA
O fator de potência é definido como o fator entre a potência ativa e a potência
aparente:
kVA
kW
cos
O rendimento de um gerador é calculado pela relação da potência mecânica
fornecida ao gerador e a potência gerada pelo gerador. De forma geral, o
rendimento aproxima-se do valor máximo com a carga entre 80 e 100% da potência
nominal [85]:
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
53
)(
(elétrica)
mecânicakW
kW
2.4 MOTOR DIESEL
A criação do primeiro modelo de motor a diesel a funcionar de forma eficiente,
data do dia 10 de agosto de 1893. Foi criado por Rudolf Diesel, em Augsburg,
Alemanha, e por isso recebeu este nome. Em 1898, o motor foi apresentado
oficialmente na Feira Mundial de Paris [86].
Os primeiros motores do tipo Diesel eram de injeção indireta, alimentados por
petróleo filtrado, óleos vegetais e óleos de peixe [87].
Os motores do ciclo Diesel são utilizados para diversas aplicações, entre elas:
Estacionários - funcionam em rotação constante e podem ser utilizados em
grupo-geradores, locomotivas e em barcos de grande porte. Têm como
característica, trabalhar em rotações constantes.
Industriais - destinados ao acionamento de máquinas de construção civil,
como tratores, carregadeiras, guindastes, compressores de ar, etc.
Veiculares - utilizados em veículos de transporte em geral, como caminhões e
ônibus.
Marítimos - destinados à propulsão de barcos e máquinas de uso naval [88].
2.4.1 Princípios de funcionamento
Os motores de combustão, utilizam a energia contida nos combustíveis e a
transforma em energia mecânica por meio da energia liberada durante o processo
de combustão no interior do cilindro. São compostos por um mecanismo capaz de
transformar os movimentos alternativos dos pistões em movimento rotativo, pela
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
54
qual se transmite energia mecânica aos equipamentos acionados como, por
exemplo, um gerador de corrente alternada, ou as rodas de um veículo.
O principio de funcionamento dos motores de ciclo Diesel difere do princípio
dos motores de ciclo Otto (álcool e gasolina). Nos motores de ciclo Otto, o
combustível e o ar são dosados em proporções quimicamente corretas, formando a
mistura estequiométrica que é introduzida no interior do cilindro, sendo comprimida e
então ignizada por uma centelha [89].
Nos motores Diesel, apenas o ar entra no cilindro através da válvula de
admissão. O ar é comprimido, tendo sua temperatura aumentada, quando então o
combustível é vaporizado dentro da câmara de combustão. Quando em contato com
o ar, reações químicas espontâneas resultam na sua auto-ignição [90].
Os motores de ciclo Diesel, podem ser divididos em duas diferentes
categorias, de dois tempos e de quatro tempos. Aqui será abordado somente o
funcionamento do motor de quatro tempos por ser o tipo de motor utilizado no
presente projeto.
- Motor Diesel de quatro tempos
O motor de quatro tempos se caracteriza por desenvolver todo o seu ciclo em
quatro diferentes etapas, que são admissão, compressão, expansão e escape.
- Admissão (1o tempo) - nessa etapa, a válvula de admissão se
abre, permitindo a entrada do ar no interior da câmara de
combustão. O pistão se desloca para baixo (Ponto morto Inferior
– PMI). Na maioria dos motores Diesel modernos, uma ventoinha
empurra a carga de ar para dentro do cilindro (turbo
compressão).
- Compressão (2o tempo) – nessa etapa, a válvula de admissão é
fechada e o pistão volta para a posição superior (Ponto morto
superior – PMS), comprimindo o ar, aumentando a temperatura
dentro da câmara de combustão. Pouco antes de o pistão atingir
o PMS, o diesel injetado é pulverizado em finas gotículas, pelo
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
55
bico injetor, misturando-se facilmente com o ar quente, acabando por auto inflamar-
se.
- Expansão (3o tempo) – durante o processo de combustão da
mistura (ar/ combustível), ocorre a expansão dos gases e a
energia liberada empurra o pistão de volta para o PMI, gerando
o trabalho requerido para o ciclo.
- Escape (4o tempo) – nessa última etapa, a válvula de escape
se abre, e o pistão volta para o PMS, empurrando os gases de
combustão para fora da câmara [91, 92 e 93].
A potência gerada pelos motores é calculada em função da rotação de
trabalho e do torque. Para o cálculo da potência em kW, pode-se utilizar a equação
que se segue [93]:
5509
(rpm) Rotação x )((kW) otência NmTorqueP
2.4.2 Emissões
O motor diesel, como outros de combustão interna, converte a energia
química contida no combustível em potência mecânica. Em condições ideais, todo o
carbono do combustível diesel queima transformando-se em dióxido de carbono, e
todo o hidrogênio queima transformando-se em vapor de água [19]. Em uma
combustão completa, o combustível reage com um comburente, e como resultado,
se obtém compostos resultantes da união de ambos, além de energia. A reação a
seguir, assume a ocorrência da combustão completa, onde todo o carbono forma
moléculas de CO2 e todo hidrogênio forma moléculas de H2O.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
56
CxHy + (x+y/4)O2 → xCO2 + (y/2)H2O
O processo de combustão é uma reação química de oxidação que se
processa em altas temperaturas. Nos motores, o processo de combustão oxida uma
parcela dos componentes que são admitidos no interior do cilindro. Os combustíveis,
principalmente os derivados de petróleo, são uma mistura de hidrocarbonetos que
contém também outros materiais, tais como enxofre, vanádio, sódio, potássio, etc.
Por outro lado, o ar utilizado como comburente, é uma mistura de gases diversos. O
oxigênio contido no ar é o que realmente interessa ao processo de combustão. Os
demais gases, como o nitrogênio, ao se combinarem com alguns outros
componentes do combustível, podem produzir compostos indesejáveis, os quais são
lançados na atmosfera, misturando-se ao ar que respiramos [93].
Para que ocorra a combustão completa de cada partícula do combustível, é
necessário que haja uma mistura estequiométrica do ar com o combustível. A falta
de ar (mistura rica) produz, em geral, um consumo demasiado alto de combustível, e
formação de CO (monóxido de carbono) e fuligem. Neste sentido, os motores
exigem um excesso de ar para que ocorra uma melhor mistura [93].
Em altas temperaturas, algumas emissões de CO2 dissociam para CO e O2, e
algumas moléculas de H2O dissociam para H2, OH, O, e H. Mesmo O2 e N2, podem
dissociar e formar átomos de O e N. Algumas destas espécies só estão presentes
em altas temperaturas e são extremamente reativas. Elas são chamadas de radicais
e são participantes importantes na auto-ignição e subsequente combustão [94].
As emissões reais de motores Diesel, além de água e CO2, também incluem
poluentes que podem ser nocivos aos seres humanos ou causar alguns efeitos
negativos ao meio-ambiente. Esses poluentes são os produtos da combustão, que
se originam a partir de vários processos que ocorrem dentro da câmara de
combustão. Esses processos ocorrem devido a fatores como, queima incompleta do
combustível, reações entre componentes da mistura que estão sob alta temperatura
e pressão, queima de lubrificantes e aditivos, e a combustão de componentes não
hidrocarbonetos, tais como os componentes sulfúricos ou os aditivos de combustível
[95].
Os poluentes são resultantes da queima incompleta do combustível
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
57
– Queima Completa (teórica):
Combustível + Ar CO2 + H2O
– Queima Real [96]:
CH1,85 + C2H5OH + O2 + N2 CO2 + H2O + CO + NOx + CHO + HC
Conforme muitos trabalhos publicados na literatura, o uso de biodiesel em
motor diesel resulta numa redução substancial de hidrocarbonetos não queimados,
monóxido de carbono e material particulado. As emissões de óxidos de nitrogênio
podem aumentar ou diminuir ligeiramente, dependendo do ciclo e dos métodos de
ensaios [95], ou das características construtivas do motor.
O uso do biodiesel diminui a fração de partículas de carbono sólido, elimina
frações de sulfato, devido à ausência de enxofre no combustível. As emissões de
SOx pelo biodiesel puro (B100) são desprezíveis, e no caso de misturas diesel /
biodiesel a redução se dá de forma quase proporcional à participação do biodiesel
na mistura [97].
A formação dos componentes tóxicos durante o processo de combustão em
motores Diesel pode ser dividida em dois grupos principais. O representado pelos
produtos da combustão incompleta, CO, HC, aldeídos e fuligem, e os resultantes da
oxidação de elementos contidos no ar e no combustível, óxidos de nitrogênio e de
enxofre.
Apesar do grande potencial do biodiesel em reduzir a emissão de alguns
gases poluentes, seu efeito é específico para cada tipo de gás, e depende do tipo de
motor, da rotação, das condições de carga, das condições ambientais, e da origem e
qualidade do biodiesel [98].
A seguir, é feita uma breve descrição de algumas das principais
características dos gases de emissões regulamentadas, ou seja, as que apresentam
limites preestabelecidos pelos órgãos competentes, e que devem ser rigorosamente
monitoradas e quantificadas, seguindo a legislação vigente no país a que se aplica.
São elas, CO, HC, NOx e material particulado (MP). É oportuno salientar, que para
motores estacionários ainda não existe uma regulamentação relacionada à emissão
de poluentes. Porém, devido ao crescente número de motores dessa categoria
entrando todos os dias no mercado, estudos estão sendo realizados no Brasil e em
outros países, visando o estabelecimento desses limites.
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
58
2.4.2.1 Monóxido de carbono (CO)
O monóxido de carbono (CO) é um gás inodoro, incolor e muito tóxico, que
possui a mesma densidade do ar que se respira, atua no sangue reduzindo sua
oxigenação. Em altas concentrações é muito inflamável, queimando com uma
coloração azul clara e brilhante. As emissões de CO dos motores diesel atuais são
relativamente baixas, com concentrações entre 10 e 500 ppm [99].
O CO, forma com a hemoglobina do sangue, um composto mais estável do
que com o oxigênio, podendo levar à morte por asfixia. A exposição a doses
elevadas em pessoas saudáveis pode provocar problemas de visão, redução da
capacidade de trabalho, redução da destreza manual, diminuição da capacidade de
aprendizagem e dificuldade na resolução de tarefas complexas. Em concentrações
acima de 400 ppm, é potencialmente mortal [100].
Durante o processo de combustão, a emissão desse gás é favorecida pela
pouca oxigenação das reações resultantes de uma rica mistura de combustível ou
de alguma restrição no suprimento de ar. Quando a combustão se dá de forma
completa o CO dá lugar ao CO2, menos poluente [101].
O CO resulta da reação química de hidrocarbonetos com o oxigênio do ar.
Devido às altas temperaturas na câmara de combustão, hidrocarbonetos, oxigênio e
vapor de água, se decompõem formando radicais que se subdividem em grupos
como o OH, CHO, CH3 e atômicos, como carbono, oxigênio e hidrogênio [102].
Como resultado dessas recombinações forma-se o CO, conforme as reações:
OHCOOHCHO 2
HCOOHC
A razão principal da formação de CO na câmara de combustão de motor
Diesel é a distribuição irregular do combustível, em zonas de combustão. Isso
provoca surgimento de pequenos volumes isolados, com baixo coeficiente de
excesso do ar, onde ocorre a combustão incompleta. Outra fonte de aparecimento
do CO é a dissociação do CO2 provocada pelas altas temperaturas na câmara de
combustão [102].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
59
22 22 OCOCO
Os efeitos tóxicos agudos dos gases de exaustão automotiva são conhecidos
desde o advento das máquinas de combustão interna. Essas máquinas liberam
quantidade suficiente de CO para causar a morte por intoxicação quando
funcionando em ambientes fechados, tais como garagens. Por esse motivo, a
emissão de CO foi uma das primeiras a ser alvo da regulamentação [103].
2.4.2.2 Óxidos de nitrogênio (NOx)
O monóxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são
usualmente agrupados juntos como óxidos de nitrogênio (NOx), porém, a formação
de NO é predominante dentro do cilindro do motor [90].
O NO é um gás transparente, insolúvel em água e oxida-se rapidamente
formando NO2. O NO2 é um gás de cor vermelho-amarronzada, e possui cheiro
asfixiante em altas concentrações [104].
O NOx apresenta perigo sério para a saúde humana, atuando sobre a mucosa
dos olhos e do nariz, sobre o sistema nervoso e cardiovascular e, ao reagir com o
vapor de água no ar, produz HNO2 (ácido nitroso) e HNO3 (ácido nítrico) que atacam
os pulmões provocando doenças crônicas. Mesmo em pequenas concentrações,
esses óxidos misturados ao ar atmosférico, provocam envenenamento contínuo do
corpo humano, não existindo quaisquer meios de neutralização do gás. Em
concentrações maiores que 0,0013% no ar, o NOx atua como um forte irritador da
mucosa e, em concentração maior que 0,008% pode provocar edema pulmonar
[104].
Os óxidos de nitrogênio têm uma grande importância nos motores diesel. Esta
emissão é dificilmente tratada, e seus mecanismos de formação são tais, que a
formação de NOx aumenta nas condições que seriam ótimas tanto para a redução
de outras emissões quanto para o rendimento do motor, o que limita a otimização do
motor [105].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
60
Nos motores a compressão, a admissão de ar se faz sem uma limitação
voluntária, diferente do que ocorre com os motores à gasolina. O ar admitido contém
76,85% em massa de gás nitrogênio (N2). Esse gás pode ser considerado inerte a
baixas temperaturas, mas, nas temperaturas elevadas (acima de 2000 K) ele pode
se dissociar e se recombinar [105].
A principal fonte de produção de NO é a oxidação do nitrogênio da atmosfera.
Contudo, se o combustível contiver uma quantidade significativa de nitrogênio, a
oxidação desse nitrogênio torna-se uma fonte adicional de NO. A gasolina contém
uma quantidade insignificante de nitrogênio, e apesar de o diesel conter maior
quantidade, os níveis não são significativos. Porém, como a parte mássica do
nitrogênio no combustível geralmente não ultrapassa 0,2% do total deste elemento
na mistura [106], é considerado que a formação de NOx ocorre somente a partir do
nitrogênio do ar.
As principais fontes de NO e NO2 são os motores dos automóveis. As usinas
termelétricas e indústrias que utilizam combustíveis fósseis contribuem em menor
escala. Durante a combustão sob elevadas temperaturas, o oxigênio reage com o
nitrogênio formando NO e NO2. Estes compostos são extremamente reativos, e na
presença de oxigênio (O2), ozônio e hidrocarbonetos, o NO se transforma em NO2.
Por sua vez, o NO2 na presença de luz do sol, reage com hidrocarbonetos e oxigênio
formando ozônio (O3), sendo um dos principais precursores deste poluente na
troposfera [107].
O tempo de permanência dos gases a altas temperaturas afeta diretamente
as concentrações de NO nos gases de exaustão. Para tempos de residência
maiores, maiores as concentrações obtidas. Com esta análise é possível perceber
que a formação de NOx é determinada por três aspectos fundamentais: a
disponibilidade de oxigênio, o tempo de residência a altas temperaturas e a
temperatura a que os gases estão expostos na região mais quente da câmara de
combustão. Esta temperatura, por sua vez, depende das taxas de liberação de
energia e da posição desta no ciclo [105].
A maior concentração de NO acontece em zonas de combustão quase
estequiométrica e de temperatura máxima (Diesel 2200 ºC, Otto 2700 ºC). O
monóxido de nitrogênio forma-se mais intensivamente entre o início da combustão e
o momento onde a temperatura máxima de combustão é atingida [108 e 109].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
61
Em temperaturas inferiores (370 – 420 ºC), o NO começa a oxidar-se até NO2
conforme a seguinte reação [110].
22 NO2ONO2
Na maioria dos regimes de funcionamento de motores Diesel para transporte,
a temperatura dos gases de escape geralmente é maior que os valores citados, por
isso mais de 90% dos NOx é composto pelo NO. O NOx representa 30 - 80%, em
massa do total das emissões tóxicas nos motores Diesel, e 60 - 95% se considerada
a toxicidade equivalente. Vale notar que a toxicidade do NO2 é 7 vezes maior que a
do NO [111].
A condição de pulverização do combustível tem um efeito direto na taxa de
liberação de calor. Um jato bem pulverizado, que promova uma boa mistura entre o
combustível e o ar da câmara promove taxas de liberação de calor altas, e leva a
temperaturas mais elevadas na CC. Isso é desejável para aumentar a eficiência do
motor e para reduzir a emissão de produtos de combustão incompleta (CO, HC e
fuligem). Entretanto, do ponto de vista das emissões de NOx isso tem um efeito
negativo importante[105].
O aumento de NOx pode limitar o mercado de biodiesel em áreas que tenham
ultrapassado os limites de qualidade do ar em relação ao ozônio. Esforços
consideráveis têm sido orientados à compreensão dos efeitos ambientais que um
aumento de NOx poderia acarretar. O efeito sobre a qualidade do ar foi examinado
para misturas B20, a um grau de 100% de penetração no mercado, em frotas de
veículos de carga pesada que operassem em várias áreas urbanas dos Estados
Unidos. Para tal, foi feita uma modelagem da qualidade do ar, que indicou alterações
na concentração de ozônio menor que 1 ppb (parte por bilhão) para todas as áreas
investigadas, o que sugere, que um aumento de 2% na emissão de NOx não traz
nenhuma implicação mais séria para a qualidade do ar [112].
Existem vários estudos em andamento visando reduzir a formação do NOx
mediante o emprego de catalisadores adequados, a identificação da fonte ou
propriedade que pode ser modificada para minimizar as emissões e a mudança do
tempo de ignição do combustível, com a finalidade de alterar as condições de
pressão e temperatura de modo a proporcionar menor formação de NOx [113].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
62
Um processo que está sendo muito utilizado hoje em dia para reduzir a
formação de NOx, é o de Redução Catalítica Seletiva dos óxidos de nitrogênio
(SCR). Tal processo consiste em injetar amônia (NH3) no fluxo dos gases para
transformar, de modo acelerado no contato com a superfície do catalisador, os NOx
contidos no efluente gasoso, gerando nitrogênio (N2) e água (H2O). O processo de
funcionamento do catalisador pode ser mais bem visualizado pela reação química
[114]:
4 NO + 4 NH3 + O2 4 N2 + 6H2O
Cabe destacar ainda que o ajuste na regulagem dos motores, e a instalação
de catalisadores (visando à redução de NOx), são operações simples durante o
processo de fabricação de veículos novos, porém, para a frota já em circulação,
esse processo se torna mais complexo devido à grande quantidade de modelos e
diferentes anos de uso [113].
O resultado da produção de biodiesel com metanol supercrítico, sob o
aspecto de redução das insaturações, permite vislumbrar a possibilidade de reduzir
os índices de iodo do biodiesel, pois, os ácidos graxos insaturados são susceptíveis
a reações de oxidação aceleradas pela exposição ao oxigênio e altas temperaturas,
condições que são pertinentes ao funcionamento do motor. Além disso, quanto
menor for a quantidade de insaturações nas cadeias carbônicas dos ésteres que
compõe o biodiesel, menor será a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) em sua
queima, o que traz benefícios ambientais [115].
2.4.2.3 Hidrocarbonetos (HC)
Os hidrocarbonetos (HC) são combustíveis não queimados ou parcialmente
queimados que são expelidos pelo motor. Alguns tipos de hidrocarbonetos reagem
na atmosfera promovendo a formação do "smog" fotoquímico [116].
Os HC são os principais componentes dos combustíveis para motores de
veículos de hoje, aparecem de diversas formas e são difíceis de separar. Eles
resultam dos efeitos de resfriamento brusco, onde a frente de combustão é extinta
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
63
pela presença de "superfícies frias” dentro da câmara de combustão. Uma mistura
excessiva combustível em relação à quantidade de ar (mistura rica) pode também
contribuir para o aparecimento de hidrocarbonetos que não passaram pelo processo
de combustão [101].
Devido às inúmeras possibilidades de combinações carbono-hidrogênio, a
medida de emissão desses poluentes é feita em "massa total", ao invés de ser
medido cada componente individualmente. Tal medida é denominada de
"hidrocarbonetos totais". As emissões de HC também são regulamentadas por
serem cancerígenos e prejudiciais à saúde. Os gases podem ser inalados ou
absorvidos pela pele. De outro modo, os hidrocarbonetos são fotoquimicamente
reativos na atmosfera, contribuindo para a degradação da camada de ozônio [101].
Os hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (HPA) formados durante a
combustão incompleta de materiais contendo carbono, em especial carvão e
derivados do petróleo, mesmo na baixa concentração em que geralmente se
apresentam, afetam incisivamente o equilíbrio atmosférico. Esses hidrocarbonetos
também passam por reações de nitração e oxidação atmosféricas, cujos produtos
possuem efeito genotóxico, além de produzirem fototoxinas que participam da
destruição de florestas [103].
Os hidrocarbonetos das emissões diesel são, em média, muito mais pesados
que os das emissões à gasolina, além disso, os HPA e seus derivados alquílicos,
que porventura estejam presentes no diesel, podem resistir ao processo de
combustão, volatilizando-se e escapando para a atmosfera pela exaustão. Além
desses, outros HPA podem ser formados durante a combustão do diesel. Devido à
grande quantidade de ar no processo de combustão e à elevada temperatura, pode
ocorrer a conversão dos HPA a compostos oxigenados e nitrados na câmara de
combustão ou no sistema de exaustão [103].
Os hidrocarbonetos totais, que são controlados, apresentam uma diversidade
de compostos tóxicos que não são controlados individualmente. Dos 21 compostos
hidrocarbônicos tóxicos, que provocam câncer e outros sérios efeitos à saúde,
identificados como fonte móvel de gases tóxicos, sete são metais. Como o biodiesel
é livre de metais, o mesmo apresentará redução de emissões destes compostos em
relação ao diesel mineral e a seus aditivos que contenham metais [113].
De acordo com o Departamento de Energia Americano, aproximadamente
11% do peso do B100 é composto por oxigênio. Esta é uma vantagem para o
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
64
biodiesel, porque o oxigênio melhora a combustão, causando uma redução de
toxinas do ar, monóxido de carbono, fuligem, material particulado e as emissões de
hidrocarbonetos em 50% ou mais [116].
Os mesmos mecanismos de formação de mistura que têm efeito sobre a
emissão de HC são também fundamentais para a formação de particulados.
2.4.2.4 Fuligem / Material particulado (MP)
O material particulado (MP) é possivelmente, o mais característico das
emissões diesel. É responsável pela fumaça preta, tradicionalmente associada aos
veículos movidos a diesel.
Apesar de uma grande quantidade de estudos em torno desse componente,
nem a sua formação no cilindro do motor, tampouco suas propriedades físicas ou
químicas, ou efeitos na saúde humana, são completamente conhecidos [99].
Os agregados de MP aglomeram-se e formam as partículas secundárias, com
diâmetros de 100 a 1000 nm. Entretanto, 90% do material particulado produzido por
um motor diesel qualquer apresenta diâmetro médio menor que 300 nm. A
composição básica média do material particulado é 70% em massa de carbono, 20%
de oxigênio, 3% de enxofre, 1,5% de hidrogênio e menos que 1% de nitrogênio. A
composição elementar pode variar bastante dependendo da qualidade do diesel,
desempenho do motor e modo de operação da máquina [103].
O MP é composto de aglomerados de carbono, hidrocarbonetos, trióxido de
enxofre (SO3) e água, adsorvidos ou condensados sobre esses núcleos carbônicos.
Forma-se em altas temperaturas, em regiões da câmara de combustão ricas em
combustível. Nessas regiões, a reação de oxidação é limitada pela concentração de
oxigênio, cujo transporte ocorre por difusão pela chama [103].
Devido ao seu pequeno tamanho, o MP mantém-se suspenso na atmosfera,
podendo penetrar nas defesas do organismo, atingindo os alvéolos pulmonares
ocasionando mal estar, irritação nos olhos e gargantas, dor de cabeça, enjôo,
bronquite, asma e câncer de pulmão [116].
Alguns autores consideram material particulado, como sendo apenas a
porção seca, ou seja, o aglomerado carbônico, e denominam de fuligem, o agregado
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
65
final composto da porção seca e a fração orgânica. Outros, porém, denominam esse
aglomerado de fuligem ou material particulado, indistintamente. A EPA
(“Environmental Protection Agency”, EUA), define o material particulado, como
sendo qualquer massa que é coletada em um filtro de exaustão de veículo ou
máquina específica, após um determinado ciclo de operação, colocado a uma
temperatura de exaustão mantida constante a 52 °C [103].
Existem dois diferentes métodos para obtenção do MP emitido nos gases de
exaustão, sendo eles, o de pesagem de filtros e o do leitor óptico.
O primeiro consiste na pesagem do filtro de papel antes e após o ensaio de
emissões, sob fluxo e massa de ar conhecidos, e a diferença de massa observada
entre ambos é utilizada para estabelecer o resultado final requerido em g/kWh.
O método de leitura óptica, também utiliza um filtro de papel, porém, o leitor
analisa o grau de negritude do filtro e estabelece para o mesmo uma escala de
negritude que varia de 0 - 10, sendo o papel branco correspondente ao valor zero e
o preto total 10, a unidade usada para essa escala é o FSN (Filter Smoke Number).
A fuligem MIRA (Motor Industry Research Association) é um método, que
permite a obtenção de valores de material particulado em (g/kWh), por meio de um
algoritmo que utiliza como variável o valor de fumaça FSN, esta por sua vez, é a
unidade de fumaça determinada no SI (Sistema Internacional de Unidades), que é
equivalente a UB (Unidade Bosch) [117].
2.5 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO
Com relação à oferta de energia elétrica no Brasil, em 2008 houve um
aumento de 2,4% em comparação a 2007, passando de 485,9 TWh para 497,4
TWh. Neste sentido, é importante avaliar como foram distribuídas essas diversas
fontes de energia, e qual foi a participação das mesmas no contexto elétrico
nacional. A Figura 15 exibe os dados relativos ao ano de 2008 [118].
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
66
Figura 14 - Distribuição das fontes de energia elétrica no Brasil em 2008 [118]
As fontes não renováveis, que respondem por 13,3% do total, apresentaram
aumento de 37,9%, provocado principalmente pelo aumento no consumo de gás
natural. As fontes renováveis apresentaram uma pequena redução de 1,5%, sendo
influenciadas pela diminuição da geração de energia elétrica nas usinas hidrelétricas
e eólicas [118].
O sistema elétrico brasileiro é baseado em duas grandes zonas de
fornecimento, o Sistema Interligado Nacional (SIN) e os Sistemas Isolados (SI). O
primeiro compreende a maior parte do território nacional e é baseado em grandes
blocos de energia que atendem às regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste, grande parte
do Nordeste e o sul do Estado do Pará na região Norte. Neste sistema, prevalece a
geração hidrelétrica, com transmissão feita por meio de redes de alta tensão,
havendo comercialização de energia entre os subsistemas existentes.
No horizonte deste plano decenal há a previsão de interligação de dois
sistemas isolados: Acre-Rondônia, passando a compor o subsistema Madeira que
será conectado ao subsistema Sudeste/Centro-Oeste a partir de dezembro/2009, e
Manaus-Macapá, que no âmbito deste estudo se incorporará ao subsistema Norte a
partir de janeiro/2012 [119].
A Figura 15 mostra como o SIN está distribuído no território nacional. As
linhas contínuas representam as interligações existentes e as pontilhadas,
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
67
representam os sistemas isolados que devem fazer parte do sistema até o final de
2009 (AC/RO/MD) e 20012 (Man/AP).
SE/CO Sudeste/Centro-Oeste IT Itaipu S Sul TP Tapajós NE Nordeste BM Belo Monte N/Man/AP Norte/Manaus/Macapá AC/RO/MD Acre/Rondônia/Madeira
Figura 15 - Configurações atual e futura do sistema elétrico brasileiro [120]
Os sistemas isolados se caracterizam pela geração predominantemente
térmica, à base de óleo diesel e óleo combustível, e pelo limitado segmento de
transmissão. Esse sistema atende atualmente em torno de 1,4 milhão de
consumidores, em cerca de 300 localidades distribuídas nos estados do Acre,
Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, e alguns municípios do estado do Pará,
Mato Grosso, além de três pequenas localidades no Nordeste (Fernando de
Noronha, Batavo e Ilha de Camamu), correspondendo a 3% da demanda nacional.
Os sistemas isolados localizados na região Norte, respondem por cerca de 96% de
toda a potência nominal instalada na área não interligada, se destacando ainda,
pelos elevados índices de famílias que não têm acesso a nenhum tipo de energia
elétrica [120 e 121].
As concessões dos sistemas isolados têm características peculiares e de
reduzida viabilidade econômico-financeira, em função de mercados rarefeitos, da
Capítulo 2 / Revisão da Literatura
68
geração térmica com elevado custo de operação e manutenção, devido à baixa
densidade demográfica e às grandes dimensões da região amazônica.
Está prevista a interligação dos sistemas isolados (Acre e Rondônia, Amapá e
Manaus) ao sistema interligado nacional, fazendo com que esse sistema atinja
99,4% da totalidade do mercado consumidor do país. Mesmo assim, ainda restarão
pequenos sistemas isolados na região [120].
O mapa da exclusão elétrica no Brasil revela que as famílias sem acesso à
energia estão majoritariamente nas localidades de menor IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano) e nas famílias de baixa renda. Cerca de 90% destas
famílias têm renda inferior a três salários-mínimos e 80% estão no meio rural. Por
isso, o objetivo é utilizar a energia como vetor de desenvolvimento social e
econômico destas comunidades, contribuindo para a redução da pobreza e aumento
da renda familiar. A chegada da energia elétrica facilita a integração dos programas
sociais do governo, além do acesso a serviços de saúde, educação, abastecimento
de água e saneamento, facilita também, a integração das iniciativas públicas quanto
às políticas de incentivo à agricultura familiar, aos pequenos produtores e
comerciantes locais [122].
Assim, uma possível solução para o problema de esassez de energia, seja o
uso de fontes renováveis, tendo em vista a abundância local de recursos como
biomassa, energia solar, eólica e hidráulica, que oferecem energia em condições
adequadas às realidades locais [123].
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
69
3 MATERIAIS E MÉTODOS
A parte experimental desse estudo contou com a realização de dois testes em
um motor MWM, modelo D229-4 em bancada dinamométrica, e um teste de campo.
Nos testes de bancada foram avaliados o desempenho do motor e suas respectivas
emissões de gases poluentes. No teste de campo o motor funcionou acoplado ao
gerador por um período de 1000 h, abastecido com B30 de palma e alimentando
uma carga útil do Laboratório de Emissões.
Cada um dos testes realizados na bancada foi composto de três ensaios
validados, onde deles foram extraídos a média e seus respectivos desvios-padrão.
O primeiro teste de bancada, denominado T1, foi realizado com o motor novo,
e o segundo, T2, após as 1000 h de teste de campo.
Após a realização do primeiro teste, foi verificada uma inconformidade deste
em relação à norma. Devido à impossibilidade de medição do consumo de
combustível em T1, em decorrência de problemas técnicos, a temperatura do
combustível não pôde ser corrigida para a temperatura estabelecida pela norma,
fazendo com que ensaio não pudesse ser validado. O fato desse procedimento não
poder ter sido seguido, afetou os resultados de potência em função da diferença na
densidade do combustível, trazendo como consequência uma variação no seu
conteúdo energético por unidade de volume. Neste sentido, serão exibidos somente
os resultados de potência obtidos em T1, onde é justificada a grande variação desse
parâmetro em função da variação da temperatura.
3.1 TESTES DE BANCADA
Foram utilizados três tipos diferentes de biodiesel, sendo estes de palma, soja
e de óleo de frango. Para cada tipo de biodiesel, foram feitas misturas binárias
(biodiesel/diesel metropolitano) nas proporções B20, B30, B50, B80 e B100, cujas
emissões e o desempenho foram comparados aos do diesel metropolitano (B3
vendido nos postos).
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
70
Nos testes de desempenho mecânico do motor, foi utilizada como base a
norma NBR 1585, onde foram avaliados a potência e o consumo específico. Para a
determinação das emissões, foi utilizada a norma ISO 8178, onde foram
quantificados os gases regulamentados, CO, NOx, HC e fuligem. A ISO 8178 é uma
normativa para aplicação em motores estacionários e leva em conta a variação do
percentual de carga aplicada na rotação de trabalho do motor.
Para a realização dos testes de bancada, foram utilizados os seguintes
equipamentos:
3.1.1 Motor
- Modelo: MWM D229-4
- Diesel 4 tempos
- Injeção direta
- 3,92 cilindradas totais
- 4 cilindros
- Aspiração natural
- Potência 44 kW
3.1.2 Dinamômetro
- Marca: AVL ELIN EBG
- Modelo: APA 202
- Torque inercial: 0,44 kgfm
- Rotação máxima: 1000 rpm
- Torque máximo: 525 N.m
- Potência máxima: 230 kW
A Figura 16 mostra o motor em estudo, acoplado ao dinamômetro durante um
dos ensaios de bancada.
Figura 16 - Motor acoplado ao dinamômetro
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
71
Nos testes de bancada feitos em motores estacionários, geralmente é
utilizado o ciclo de cinco pontos (estabelecido pela ISO 8178), no qual, são
aplicadas cinco diferentes cargas (100, 75, 50, 25 e 10% da carga máxima
suportada pelo motor) a uma rotação constante e, a partir daí, são extraídos os
dados desejados. Nesse caso, a potência e o torque foram levantados no regime de
1760 rpm, em diesel metropolitano com o sistema de injeção nas condições
originais. Em seguida, foram levantadas as mesmas variáveis com as diferentes
misturas de biodiesel com diesel metropolitano.
3.1.3 Bancada HORIBA MEXA - 7100D
Para a coleta dos dados de HC, NOx e CO, foi utilizado o analisador de gases
HORIBA MEXA – 7100D (Figura 17). Esse analisador utiliza os métodos de
infravermelho para medição do CO, ionização de chama para a medição do HC e
quimiluminescência para a medição do NOx.
Figura 17 - Bancada HORIBA MEXA - 7100D
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
72
3.1.4 Smoke Meter AVL 415
Para a determinação de material particulado foi utilizado o “Smoke Meter AVL
415” (Figura 18). O principio de funcionamento desse equipamento consiste na
extração de uma amostra do gás, que passa por um filtro de papel, e de acordo com
uma escala de enegrecimento do filtro, é determinada a quantidade de material
particulado em FSN (Filter Smoke Number) usando um sistema fotoelétrico para
medição. Por meio de um algoritmo, é possível obter os valores de material
particulado em g/kWh. A Figura 18 exibe o “Smoke Meter”.
Figura 18 - Smoke Meter AVL 415
3.1.5 Balança AVL753
Para a medição do consumo específico utilizou-se a balança AVL753 (Figura
19). Em cada uma das etapas do ensaio, a balança mede a massa de combustível
consumido em kg/h. Após o término dos ensaios é possível calcular o consumo em
função da potência gerada com a massa de combustível em g/kWh. Esse
equipamento também tem como finalidade manter uma temperatura média do
combustível durante o ensaio, antes de passar pela bomba injetora.
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
73
Figura 19 - Balança AVL753
Após aquisição dos dados brutos foi feita uma correção de acordo com as
normas aplicadas, sendo levados em consideração fatores como, pressão
atmosférica, umidade relativa do ar, temperatura de gás de escape, temperatura de
combustível entre outros. Essa correção foi feita conforme as normas já citadas.
O motor não teve seu débito ajustado ao tipo de combustível pelo fato do
fabricante disponibilizá-lo ao mercado com os ajustes de fábrica. Ao agir dessa
maneira procurou-se reproduzir as condições na qual um usuário comum utilizaria o
grupo-gerador.
3.2 TESTE DE CAMPO
Para a realização do teste de campo, foi utilizado um grupo gerador trifásico
com as seguintes características:
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
74
3.2.1 Grupo-gerador
- Marca: Maquigeral
- Modelo: 12W6A
- Potência nominal: 55 kVA/ 44 kW
- Rotação: 1800 rpm
- Fator de potência: 0,8
- Regime contínuo
Figura 20 - Grupo gerador em campo
O grupo gerador funcionou por um período de 1000 h abastecido com B30 de
palma e alimentou cargas elétricas prioritariamente resistivas (resistências de
aquecimento) e indutivas (ventiladores) do sistema de aquecimento de ar de uma
das salas de veículos e de área umas das áreas de circulação do laboratório. A
carga variou conforme a necessidade ou possibilidade de seu uso, visto que em
determinados momentos o gerador não supria a demanda total.
Em média, o grupo gerador funcionou em torno de 17 h/dia e consumiu cerca
de 6.400 l de combustível durante todo o período de operação.
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
75
3.2.2 Sistema de coleta de dados elétricos
Para a coleta dos dados foi utilizado o sistema supervisório USCAMAQ da
Maquigeral. Esse sistema foi responsável por toda a automação, lógica e
processamento de informações, enviadas pelo cabo de rede a um computador para
monitoramento, armazenamento e tratamento dos dados obtidos. A Figura 21 exibe
o painel de controle do sistema USCAMAQ, instalado no interior da cabine do grupo
gerador.
Figura 21 - Sistema supervisório USCAMAQ.
Esse painel é o responsável por enviar as informações ao computador situado
no interior do laboratório, onde é feito o monitoramento e o armazenamento dos
dados. A seguir, é mostrado na Figura 22 o conjunto que compõe o sistema de
coleta e armazenamento dos dados elétricos.
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
76
Figura 22 - Conjunto do sistema de coleta de dados, composto pelo gerador, sistema supervisório e computador
Na tela do computador é possível visualizar diferentes interfaces, nas quais se
pode monitorar a coleta dos dados de forma mais prática e ampla. A Figura 23
mostra uma das interfaces do programa, onde se pode acompanhar e controlar todo
o funcionamento do grupo-gerador em tempo real e à distância, com a mesma tela
vista no interior da cabine.
Figura 23 - Interface do ELIPSE-SCADA
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
77
Após a coleta e armazenamento dos dados no computador, eles foram
tratados e exportados para uma planilha eletrônica, permitindo a geração de gráficos
para a sua avaliação.
O grupo gerador operou alimentando uma carga de dois ventiladores, de
7,5 kW e 12,5 kW e resistências de 3,0 kW. Se todos esses equipamentos
estivessem ligados ao mesmo tempo, demandariam uma potência de 115 kW.
Nesse sentido, só foi possível utilizá-lo nos momentos em que não era necessária
toda essa carga, visto que a potência máxima indicada pelo fabricante é de 44 kW.
3.2.3 Manutenção do gerador durante o teste de campo
O fabricante sugere a troca de filtros de combustível e de óleo lubrificante a
cada 250 h, porém, por medidas de segurança, esse tempo foi reduzido para 200 h,
devido à possibilidade de haver diluição de biodiesel no óleo lubrificante e a
existência de impurezas no biodiesel, o que poderia trazer algumas alterações nas
suas propriedades físico-químicas. Contudo, não foram coletadas amostras do óleo
lubrificante para análise para comprovação dessa real necessidade. Durante todo o
processo, os bicos injetores não foram substituídos.
3.3 COMBUSTÍVEIS
3.3.1 Combustíveis utilizados
Para a realização do projeto foram utilizados quatro combustíveis diferentes,
sendo o diesel metropolitano, utilizado como referência, e os três diferentes tipos de
biodiesel, conforme podem ser visto abaixo:
Diesel metropolitano B3 (o mesmo vendido nos postos na época dos
testes) com 500 ppm de enxofre, fornecido pela PETROBRAS. Esse
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
78
combustível foi utilizado na forma pura e nas misturas com biodiesel. O
certificado de análise do diesel metropolitano é mostrado no Anexo B.
Biodiesel de soja elaborado pela rota metílica, fornecido pela Brasil
Ecodiesel. O certificado de análise do biodiesel metílico de soja, é mostrado no
Anexo C.
Biodiesel de palma elaborado pela rota metílica, fornecido pela Agropalma.
O certificado de análise do biodiesel metílico de óleo de palma é mostrado no
Anexo D.
Biodiesel de óleo de frango produzido pela rota metílica, adquirido do
laboratório da FAG (Faculdade Assis Gurgaz) em Cascavel – PR. O certificado
de análise do biodiesel metílico de óleo de frango é mostrado no Anexo E.
Um comparativo de todos os resultados obtidos pelas análises físico-químicas
dos biodieseis pode ser verificado no ANEXO F.
3.3.2 Armazenamento do biodiesel
Durante o período de inverno foi constatado que o biodiesel de palma passou
a apresentar aspecto de cristalização, diferentemente dos outros dois, que não
tiveram seu aspecto visual modificado. O biodiesel de soja foi armazenado em
tambores de metal de 200 l, e os de palma e de frango em recipientes (bombonas)
de plástico de 1.000 l. Nas Figuras Figura 24, Figura 25 e Figura 26, é mostrado
como foram armazenados os três diferentes tipos de biodiesel utilizados no projeto.
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
79
Figura 24 - Armazenamento do biodiesel de soja
Figura 25 - Armazenamento do biodiesel de palma
Figura 26 - Armazenamento do biodiesel de óleo de frango
Para contornar o problema da cristalização do biodiesel de palma no período
do inverno, optou-se por armazená-lo em uma das salas que possuem controle de
temperatura, em torno dos 25 ºC, ao invés de se utilizar um sistema de aquecimento
especialmente para ele.
3.3.3 Mistura de diesel com biodiesel
Para realização das misturas de biodiesel com diesel, não foi utilizada uma
metodologia específica, visto que após uma extensa busca pela literatura e por
órgãos competentes, concluiu-se que a mesma não estava disponível ou não existia.
Para tanto, foi estabelecida uma metodologia bastante simplificada, utilizada em
Capítulo 3 / Materiais e Métodos
80
todas as misturas efetuadas, contudo, não pôde-se verificar a completa eficácia na
homogeneidade das amostras.
Durante a coleta do biodiesel na embalagem de origem, procurou-se extrair o
volume contido na parte central do recipiente. Foi utilizada uma mangueira de
plástico comum e, como medidor de volume, um recipiente de 13 l dotado de escala
volumétrica (Figura 27). Após esse processo, o volume de biodiesel foi transferido
para um tambor de 200 l, conforme pode ser visto na Figura 28.
Figura 27 - Coleta de biodiesel para os ensaios
Figura 28 - Transferência do biodiesel para o tambor.
Em seguida, o volume necessário de diesel também foi dosado no recipiente,
sendo feita a mistura dos combustíveis por meio de agitação (Figura 29).
Figura 29 - Agitação da mistura dos combustíveis
Dessa forma foram realizadas as misturas B20, B30, B50, B80 e B100 para
cada um dos tipos de biodiesel utilizados na execução do projeto. Para tanto, não
foram considerados os 3% de biodiesel já contidos no diesel metropolitano.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
81
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para uma melhor compreensão dos resultados obtidos, foi adicionada uma
linha de tendência polinomial relacionada aos pontos.
4.1 TESTES DE DESEMPENHO DO MOTOR
Para os testes de desempenho do motor, foram avaliados a potência e o
consumo específico com todas as misturas de biodiesel.
Os resultados de potência se referem aos obtidos com o motor na carga
máxima, e o consumo específico, com o motor a 75% de carga, visto que essa é
carga média recomendada pelos fabricantes de grupos-geradores em operações
convencionais.
4.1.1 Potência
4.1.1.1 Potência – T1
A Tabela 9 exibe os resultados de potência obtidos com o Diesel Metropolitano
e misturas com biodiesel no primeiro teste de bancada, após 1000 h de operação
em campo.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
82
Tabela 9 - Resultados de potência, obtidos no primeiro teste de bancada Potência com carga máxima - T1 (kW)
Misturas DM1 B20 B30 B50 B80 B100
Diesel 44,73 - - - - - DP 0,85 - - - - -
Frango - 46,91 46,81 46,62 45,69 45,63 DP - 0,14 0,29 0,21 0,34 0,26
Soja - 46,02 45,90 45,83 45,96 45,86 DP - 0,08 0,11 0,43 0,42 0,07
Palma - 46,66 46,23 46,24 45,00 45,45 DP - 0,04 0,09 0,27 0,28 0,30
A potência especificada pelo fabricante do motor é da ordem de 44 kW. Neste
sentido é possível observar que todas as misturas obtiveram valores ligeiramente
superiores ao da especificação.
A Figura 30 exibe a variação desses valores em relação ao Diesel
metropolitano.
% de potência em relação ao Diesel - T1
94
96
98
100
102
104
106
108
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de biodiesel na mistura
% e
m r
elaç
ão a
o d
iese
l
Frango Soja Palma
Figura 30 - Valores de potência, relativos ao diesel metropolitano
Nesse primeiro teste, é possível observar que de forma geral, as misturas
apresentaram sutis variações na potência em relação ao diesel, sendo verificados,
na maioria dos casos, resultados superiores ao do diesel metropolitano, com ênfase
nos 5% de aumento verificado no B20 de frango. Os B20 de frango, soja e palma, e
os B80 de frango e palma foram os que apresentaram maior dispersão em relação à
linha de tendência. Em uma análise mais detalhada dos resultados, pôde-se
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
83
constatar uma relação inversa entre a potência desenvolvida pelo motor e a
temperatura do combustível, medida antes da bomba injetora, no momento do
ensaio. A Figura 31 exibe um gráfico que correlaciona a variação das duas
grandezas em relação ao diesel.
Relação entre potência e temperatura Palma (%)
94,00
96,00
98,00
100,00
102,00
104,00
106,00
DM B20 B30 B50 B80 B100
(% potência)
70,00
80,00
90,00
100,00
110,00
120,00
130,00
(% Temperatura)
Potência (kW) Temperatura (ºC)
Figura 31 - Relação entre a potência e a temperatura do biodiesel de palma durante o teste T1
Analisando a Figura 31, foi possível perceber a forte influência que a
temperatura do combustível exerce em relação à potência desenvolvida, sendo
verificada a mesma tendência para as demais espécies de biodiesel testadas.
Conclui-se que se a temperatura do diesel estivesse mais próxima à do B20 de
palma, as diferenças nos valores de potência seriam menores. A mesma explicação
pode ser dada à dispersão verificada no B80.
Uma explicação contundente para essa tendência é a variação do conteúdo
energético por unidade de volume em decorrência da variação da densidade do
combustível. Um outro parâmetro que pode vir a afetar a potência do motor em
função da temperatura do combustível é a sua viscosidade, quanto menor for a
temperatura, maior será a viscosidade, e menor será a fuga de combustível na
cremalheira da bomba injetora no momento da injeção.
Os picos mínimo e máximo de temperatura foram observados no B80 e B100
de palma, com 29 e 37 ºC respectivamente.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
84
4.1.1.2 Potência – T2
A Tabela 10 exibe os resultados de potência obtidos com o diesel
metropolitano e misturas com biodiesel no segundo teste de bancada, após 1000 h
de operação em campo.
Tabela 10 - Resultados de potência no segundo teste de bancada Potência com carga máxima - T2 (kW)
Misturas DM1 B20 B30 B50 B80 B100
Diesel 45,31 - - - - - DP 0,17 - - - - -
Frango - 45,24 45,72 45,55 45,62 44,85 DP - 0,09 0,08 0,27 0,18 0,13
Soja - 45,23 45,18 44,92 45,32 45,46 DP - 0,05 0,31 0,23 0,19 0,28
Palma - 45,14 44,65 44,76 43,71 44,34 DP - 0,49 0,14 0,30 0,29 0,46
A Figura 32 exibe a variação desses valores em relação ao Diesel
metropolitano.
% de potência em relação ao Diesel - T2
94
96
98
100
102
104
106
108
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de biodiesel na mistura
% e
m r
elaç
ão a
o d
iese
l
Frango Soja Palma
Figura 32 - Valores de potência, relativos ao diesel metropolitano
No segundo teste, não houve uma variação significativa nos valores de
potência, exceto no B80 de palma, que apresentou uma redução 0,5% em relação à
linha de tendência.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
85
A variação na temperatura do combustível observada em T1 foi maior que em
T2 em decorrência do controle de temperatura ter sido realizado neste, conforme
preconizado pela norma. A variação observada em T2 foi de 23,11 ºC para o B30 de
frango e de 26,13 ºC para o B20 de soja.
4.1.1.3 Comparativo de Potência entre T1 e T2
A Tabela 11 exibe os resultados de potência obtidos nos dois testes, na qual
é possível fazer a comparação da diferença entre ambos para todas as misturas
utilizadas.
Tabela 11 - Comparativo de potência entre T1 e T2 Comparativo de Potência nos Testes T1 e T2 (kW)
Misturas DM1 B20 B30 B50 B80 B100
DM1 44,73 - - - - - DM2 45,31 - - - - -
Frango I - 46,91 46,81 46,62 45,69 45,63 Frango II - 45,24 45,72 45,55 45,62 44,85
Soja I - 46,02 45,90 45,83 45,96 45,86 Soja II - 45,23 45,18 44,92 45,32 45,46 Palma I - 46,66 46,23 46,24 45,00 45,45 Palma II - 45,14 44,65 44,76 43,71 44,34
Comparativo de Potência nos testes T1 - T2
30323436384042444648
T1 T2 T1 T2 T1 T2 T1 T2 T1 T2 T1 T2
Diesel B20 B30 B50 B80 B100
Misturas
kW
Diesel Frango Soja Palma
Figura 33 - Comparativo de potência entre T1 e T2
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
86
Observando a tabela e a figura, é possível perceber que nenhuma das
misturas apresentou uma variação significante no segundo teste em relação ao
primeiro, porém, é visível que há uma redução no segundo teste, que pode ser
justificada, em termos gerais, pela diferença na temperatura do combustível, que
ficou em média a 33 ºC no primeiro teste e 25 ºC no segundo teste. Contudo, essa
relação está diretamente ligada com a viscosidade do combustível, que em
temperaturas mais altas, se encontra em menores patamares, facilitando entre tudo,
o escoamento do combustível da bomba até os bicos injetores e a melhor
pulverização do combustível na câmara de combustão.
4.1.2 Consumo Específico
Os resultados mostrados se referem ao consumo de combustível do motor
operando a 75% da sua carga máxima, que é a faixa média de trabalho
recomendada pelos fabricantes de motores utilizados em grupos geradores.
A Tabela 12 exibe os resultados de consumo específico obtidos com o diesel
metropolitano e misturas com biodiesel.
Tabela 12 - Resultados de consumo específico Consumo Específico a 75% da carga (g/kWh)
Misturas DM1 B20 B30 B50 B80 B100
Diesel 214,72 - - - - - DP 2,15 - - - - -
Frango - 218,88 222,54 228,01 222,85 241,36 DP - 0,39 0,93 1,53 3,49 1,45
Soja - 218,81 221,80 226,20 237,69 241,98 DP - 0,35 1,77 0,33 2,29 1,56
Palma - 218,37 222,51 225,11 236,54 242,43 DP - 1,35 0,56 0,71 1,99 0,62
A Figura 34 exibe a variação desses valores em relação ao Diesel
metropolitano.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
87
% consumo em relação ao diesel
95
100
105
110
115
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de biodiesel na mistura
% e
m r
elaç
ão a
o D
iese
l
Frango Soja Palma
Figura 34 - Valores de consumo específico de combustível, relativos ao diesel Metropolitano
Analisando os resultados, é possível constatar que há um aumento no
consumo específico proporcionalmente à quantidade de biodiesel na mistura. Essa
tendência é a mesma verificada em outros trabalhos já publicados (126), visto que o
poder calorífico dos três tipos de biodiesel utilizados é inferior ao do diesel
metropolitano (vide Anexo G), fazendo com que a bomba injetora do motor necessite
injetar maior quantidade de combustível para suprir a mesma demanda energética.
O B80 de frango apresentou uma redução em relação à linha de tendência (em torno
de 3%), que pode ser atribuída a alguma restrição no fornecimento de combustível
durante a realização do teste, porém, essa redução no consumo não trouxe
prejuízos à potência para essa mistura.
4.2 TESTES DE EMISSÕES DO MOTOR
Para os testes de emissões do motor, foram quantificados os poluentes
preconizados pela atual legislação brasileira, sendo eles, monóxido de carbono
(CO), óxidos de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos não queimados (HC) e fuligem.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
88
4.2.1 Monóxido de carbono (CO)
A Tabela 13 exibe os resultados de CO obtidos com o Diesel Metropolitano e
misturas com biodiesel.
Tabela 13 - Resultados de CO Monóxido de Carbono – CO (g/kWh)
Misturas Diesel B20 B30 B50 B80 B100
Diesel 3,25 - - - - - DP 0,05 - - - - -
Frango - 3,07 3,37 3,22 3,30 3,17 DP - 0,12 0,07 0,04 0,04 0,06
Soja - 3,00 3,09 3,13 3,14 3,12 DP - 0,03 0,02 0,05 0,05 0,07
Palma - 2,91 2,67 2,52 2,49 2,42 DP - 0,08 0,00 0,01 0,01 0,02
A Figura 35 exibe a variação desses valores em relação ao Diesel
metropolitano.
Monóxido de Carbono (CO)
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de biodiesel na mistura
% e
m r
elaç
ão a
o D
iese
l
Frango Soja Palma
Figura 35 - Valores de CO, em relação ao diesel metropolitano
As emissões de CO dos biodieseis de soja e frango não apresentaram
variações significativas em relação às do diesel metropolitano. O que se vê na
literatura é uma redução substancial nesses valores, conforme foi observado para o
biodiesel de palma. Contudo, é importante salientar, que esses combustíveis se
encontram com alguns parâmetros fora os limites especificados pela ANP 07, com
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
89
destaque especial para o teor de água e teor de ésteres, conforme pode ser
constatado no Anexo F, que são parâmetros que podem vir a trazer uma combustão
incompleta do combustível.
4.2.2 Óxidos de nitrogênio (NOx)
A Tabela 14 exibe os resultados de NOx obtidos com o diesel metropolitano e
misturas com biodiesel.
Tabela 14 - Resultados de NOx Óxidos de Nitrogênio - Nox (g/kWh)
Misturas Diesel B20 B30 B50 B80 B100
Diesel 9,64 - - - - - DP 0,06 - - - - -
Frango - 9,27 9,20 9,37 9,21 9,08 DP - 0,13 0,09 0,05 0,02 0,07
Soja - 9,27 9,25 9,41 9,77 9,90 DP - 0,03 0,04 0,01 0,04 0,03
Palma - 9,17 9,16 9,02 8,97 8,87 DP - 0,12 0,07 0,08 0,23 0,05
A Figura 36 exibe a variação desses valores em relação ao Diesel
metropolitano.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
90
Óxidos de nitrogênio (NOx)
85
90
95
100
105
110
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de biodiesel na mistura
% e
m r
elaç
ão a
o D
iese
l
Frango Soja Palma
Figura 36 - Valores de NOx, em relação ao diesel metropolitano
Normalmente, o que se vê na literatura, são aumentos das emissões de NOx
com o aumento da proporção de biodiesel na mistura, visto que o mesmo apresenta
maior quantidade de oxigênio na sua composição química.
Como pôde ser observado, somente o B80 e o B100 oriundos da soja
apresentaram aumento em relação ao Diesel Metropolitano. Outros trabalhos [124 e
125] também observaram redução nos índices de NOx. Kalligeros e colaboradores
[125] explicam que esse fenômeno pode ser atribuído ao maior índice de cetano do
biodiesel, que melhora a qualidade da combustão, reduzindo o atraso no tempo de
ignição, proporcionando uma elevação mais lenta na temperatura e
consequentemente uma menor temperatura final no processo de combustão. Nesse
caso, como o biodiesel de soja foi o único que apresentou número de cetano menor
que o do diesel, foram observadas taxas maiores de NOx nas misturas B80 e B100.
Por outro lado, para reforçar ainda mais a tendência de redução de NOx, um trabalho
apresentado por DAMBISKI e ASSIS afirma que o índice de iodo do biodiesel pode
afetar consideravelmente a formação desse poluente[115]. O índice de iodo indica o
nível de insaturações de uma dada amostra.
Para avaliar o efeito do biodiesel na emissão de NOx, foi buscado na literatura
valores para o índice de iodo de biodiesel metílico de óleo de soja, uma vez que
este parâmetro não foi determinado em laboratório para este biocombustível [116].
Na Figura 37 é feita uma correlação entre os índices de iodo dos três tipos de
biodiesel. A emissão de NOx está relacionada com o índice de iodo, tendendo a
explicar os resultados obtidos no presente trabalho [115].
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
91
Relação Índice de iodo - NOx
0
20
40
60
80
100
120
Soja Frango palma
(mg
KO
H/g
)
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
(g/k
Wh
)
Ind. de Iodo Nox
NOxÍnd.de Iodo
Figura 37 - Relação entre o Índice de iodo e as emissões de NOx
4.2.3 Hidrocarbonetos (HC)
A Tabela 15 exibe os resultados de Hidrocarbonetos obtidos com o Diesel
Metropolitano e misturas com biodiesel.
Tabela 15 - Resultados de Hidrocarbonetos Hidrocarbonetos – HC (g/kWh)
Misturas Diesel B20 B30 B50 B80 B100
Diesel 1,78 - - - - - DP 0,08 - - - - -
Frango - 1,13 1,05 0,90 1,11 0,91 DP - 0,10 0,04 0,05 0,04 0,03
Soja - 1,16 1,09 0,98 0,92 0,85 DP - 0,07 0,01 0,09 0,03 0,01
Palma - 1,51 1,38 1,19 1,09 0,89 DP - 0,02 0,03 0,10 0,05 0,05
A Figura 38 exibe a variação desses valores em relação ao Diesel
metropolitano.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
92
Hidrocarbonetos (HC)
4050607080
90100110120
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de biodiesel na mistura
% e
m r
elaç
ão a
o D
iese
l
Frango Soja Palma
Figura 38 - Valores de HC em comparação ao diesel metropolitano Nas emissões de hidrocarbonetos, é possível observar que há uma redução
gradual em função do aumento da mistura de biodiesel na mistura. Esse fato se
deve à melhor queima do combustível em decorrência do maior número de cetano
atribuído aos mesmos.
4.2.4 Fuligem
A Tabela 16 exibe os resultados de Fuligem obtidos com o Diesel
Metropolitano e misturas com biodiesel.
Tabela 16 - Resultados de fuligem Fuligem (g/kWh)
Misturas Diesel B20 B30 B50 B80 B100
Diesel 0,24 - - - - - DP 0,02 - - - - -
Frango - 0,25 0,25 0,21 0,24 0,15 DP - 0,02 0,03 0,01 0,01 0,00
Soja - 0,23 0,25 0,21 0,17 0,14 DP - 0,00 0,00 0,02 0,01 0,00
Palma - 0,25 0,18 0,19 0,14 0,12 DP - 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
93
A Figura 39 exibe a variação desses valores em relação ao Diesel
metropolitano.
Fuligem
405060708090
100110120130
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
% de biodiesel na mistura
% e
m r
elaç
ão a
o D
iese
l
Frango Soja Palma
Figura 39 - Valores de fuligem em comparação ao diesel metropolitano
Observando os resultados, é visível a redução das emissões de fuligem com
o aumento da proporção de biodiesel adicionado à mistura. Esse fato se deve
principalmente pela melhor queima do combustível e pela menor quantidade de
compostos de enxofre, que são prioritariamente encontrados na queima do diesel.
O biodiesel de frango apresentou os maiores resultados, tendo em vista a
característica do biodiesel (conforme pode ser observado no Anexo F), sendo
influenciado principalmente pela maior concentração de sódio e potássio (três vezes
acima da especificação) e do teor de glicerina total (cinco vezes acima da
especificação), fazendo com que gerasse maiores quantidades de resíduos durante
a combustão. Em seguida, se encontra o biodiesel de soja, que também apresentou
um leve aumento no teor de glicerina total. O biodiesel de palma, como se encontra
com todos os seus parâmetros dentro dos limites estabelecidos pela norma,
apresentou os resultados mais favoráveis.
De maneira geral, todos os biodieseis utilizados apresentaram resultados
favoráveis nos resultados de fuligem. Nas misturas B100, foram verificadas reduções
em torno de 40% para os biodieseis de soja e frango, e de pouco mais de 50% para
o biodiesel de palma.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
94
4.3 RESULTADOS DO MONITORAMENTO ELÉTRICO DO GERADOR
Durante o período de operação, foram coletados dados para viabilizar uma
avaliação do desempenho do grupo gerador. O banco de dados é composto por
30.232 linhas na planilha eletrônica e cobre o período compreendido entre os dias
30/01/2009 e 22/04/2009, perfazendo um total de 1000 horas de operação do grupo
gerador. Os dados foram filtrados e coletados a cada 2 minutos. A Figura 40
apresenta o grupo gerador utilizado no projeto em funcionamento.
Figura 40 - Grupo gerador em funcionamento
4.3.1 Potência elétrica
Em todo o período de funcionamento, o gerador não conseguiu alimentar
cargas superiores a 38 kW, visto que cada vez que entrava uma nova carga, o
mesmo apresentava picos elevados de corrente, e por esse motivo, o sistema de
segurança o desativava. A Figura 41 apresenta a potência elétrica do gerador
medida em kW, por um período de amostragem de 1000h. Na mesma Figura é
possível observar que o gerador trabalhou em conformidade com a carga
demandada, não tendo sido observados problemas de geração de energia com o
uso do B30 de palma.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
95
Potência
010203040
0:00
100:00
200 :
00
3 00 :
0 0
4 00 :
00
5 00 :
0 0
6 00 :
0 0
7 00 :
0 0
8 00 :
0 0
9 00 :
0 0
1000
:00
Tempo corrido (HH:MM)
kW
Figura 41 - Espectro da potência durante a operação do grupo gerador.
A Figura 42 mostra a potência medida num período de 24 horas, no dia
18/02/2009.
Potência
0
5
10
15
20
25
30
35
124:13
127:33
130:53
134:13
137:33
140:53
144:13
147:33
Período (HH:MM)
kW
Figura 42 - Potência medida durante 24 horas no dia 18/02/2009.
Fazendo uma correlação entre a potência máxima obtida nos testes de
bancada com o B30 de palma e a potência máxima fornecida pelo gerador com a
mesma mistura, foi observado que o mesmo apresentou uma eficiência de 0,84.
Capítulo 4 / Resultados e Discussões
96
4.3.2 Frequência
A Figura 43 mostra a frequência num período de amostragem de 24 horas, no
dia 24/03/2008.
Frequência
56
58
60
62
124:13
127:33
130:53
134:13
137:3 3
140:5 3
1 44:13
1 47 :3 3
Período (HH:MM)
He
rtz
Figura 43 - Frequência medida durante as 24h do dia 18/02/2009.
A frequência do gerador apresentou uma variação de 58 a 61 Hz, estando em
conformidade com seu princípio de funcionamento e com a característica das cargas
abastecidas, que não necessitaram de uma faixa de frequência menor que essa.
Capítulo 5 / Conclusões
97
5 CONCLUSÕES
Foi observada uma relação entre a potência do motor e a temperatura dos
diferentes tipos de combustíveis testados.
A utilização das misturas de biodiesel não apresentou mudanças significativas no
desempenho mecânico do motor, sendo verificado somente um aumento no
consumo de combustível em decorrência do menor poder calorífico atribuído aos
biocombustíveis estudados.
Foi verificada uma maior redução nas emissões de monóxido de carbono para o
biodiesel de palma, chegando a pouco mais de 25% para o B100. Os biodieseis de
soja e frango não apresentaram variações significativas no CO em nenhuma das
misturas avaliadas.
As emissões de NOx apresentaram reduções de 6% e 8% para os biodieseis de
frango e palma respectivamente. Tais reduções podem ser atribuídas ao maior
índice de iodo e ao número de cetano desses combustíveis.
Os hidrocarbonetos também apresentaram reduções significativas com o uso de
biodiesel, chegando a uma redução média de 50% para o B100 das três fontes
estudas. A redução nos índices de HC está relacionada à melhor queima do
combustível em decorrência do maior número de cetano desses combustíveis.
Foi observada uma redução de até 50% nas emissões de fuligem com o aumento
do volume de biodiesel adicionado à mistura. Esta redução está relacionada à
melhor queima do combustível e à menor concentração do enxofre oriundo do diesel
nas misturas.
De maneira geral, para o biodiesel de frango, a mistura B50 foi que apresentou
as melhores características, obtendo-se reduções de 50% nas emissões de HC,
13% nas de fuligem e 3% nas de NOx, não apresentando redução significativa na
potência e nem nas emissões de CO.
Capítulo 5 / Conclusões
98
Para o biodiesel de soja, a mistura que conseguiu reunir as melhores
características foi a B20, sendo observadas reduções de 7% nas emissões de CO,
4% nas de NOx, 35% nas de HC e 6% nas de fuligem, não apresentando também
prejuízos na potência, que obteve uma redução de 0,17%.
De todos os biodieseis estudados, o de palma foi o que apresentou os melhores
resultados, sendo observada no B100 uma redução de 25% no CO, 8% no NOx,
50% no HC e de 52% na fuligem. A potência para essa mistura também não
apresentou redução significativa, chegando a 2,2% em relação ao diesel. Portanto,
se não fosse o inconveniente da cristalização do biodiesel de palma quando exposto
às temperaturas comumente observadas no inverno na cidade de Curitiba, poderia
ter sido usado puro sem maiores problemas.
Em relação ao consumo de combustível, de maneira geral, foi observada a
mesma tendência para os três biocombustíveis, com aumento médio de 12% para
todos os B100.
No que tange ao teste de campo com o gerador, não foi constatado nenhum
problema com a utilização do B30 de palma, sendo observado somente um
vazamento de óleo na bomba injetora, porém, não é possível atribuí-lo ao uso do
biodiesel.
Foram utilizados 6350 litros de mistura B30, sendo, 1905 litros de B100 metílico
de palma e 4445 litros de diesel metropolitano e o consumo médio nesse período de
teste em campo foi de 6,5 litros por hora. As condições do motor novo eram boas,
não havia vazamentos e nenhum ruído anormal.
Com a realização desse trabalho foi possível perceber a importância de manter
os parâmetros do biodiesel dentro dos limites estabelecidos pela ANP, podendo ser
verificada a forte influência desses aspectos no desempenho e principalmente nas
emissões do motor.
Capítulo 6 / Sugestões para trabalhos futuros
99
6 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Refazer os mesmos testes utilizando biodieseis dentro das especificações da
ANP, comparando-os com os resultados aqui apresentados.
Análise mais aprofundada dos efeitos do uso de biodiesel nos componentes
do motor e bomba injetora.
Estudo do desempenho e das emissões de outras fontes, como as
microalgas, que apresentam produtividades mais elevadas que as estudadas
nesse trabalho.
Estudo de emissões não – regulamentadas (Aldeídos)
- Formaldeídos
- Acetaldeídos
- Acetona
- Acroleína
Capítulo 7 / Referências
100
7 REFERÊNCIAS
1 BRESSAN F. A. A CONAB e os biocombustíveis: O uso da biomassa como nova fonte energética mundial. In: Abastecimento e segurança alimentar: O crescimento da agricultura e a produção de alimentos no Brasil. Brasília: CONAB, 2008. p.147 – 212.
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diesel. Disponível em: <http://www.oeco.com.br/convidados/64-colunistas-convidados/22041-o-problema-da-geracao-a-diesel>. Acesso em: 28/11/09.
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Capítulo 7 / Referências
101
9 BRASIL. Comissão Executiva Interministerial (CEIB) (Org.). Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Governo Federal. Disponível em: <http://www.biodiesel.gov.br/programa.html>. Acesso em: 25/06/2009.
10 BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Programa Luz Para Todos. Disponível em: <http://luzparatodos.mme.gov.br/luzparatodos/Asp/o_programa.asp>. Acesso em: 11/07/2009.
11 COELHO, S. T. et al. Uso de óleo de palma “in natura” como combustível em comunidades isoladas da Amazônia. In: WORKSHOP BRASIL-JAPÃO EM ENERGIA, MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, 3., 2005, Campinas.Anais... . Campinas: Cenbio, 2005. p. 1 - 10.
12 BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis.
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126 STORTI, S. J. Avaliação da combustão de biodiesel B100 em grupos geradores. 2009. 91 f. Dissertação (Mestrado) - PRODETEC, Curitiba, 2009. Cap. 1.
Anexos
114
ANEXO A - ESPECIFICAÇÃO ANP 07 PARA BIODIESEL
Característica Unidade Limite
Aspecto - LII (1) Massa específica a 20 ºC kg/m3 850-900 Viscosidade Cinemática a 40 ºC mm2/s 3,0-6,0 Teor de Água, máx. mg/kg 500 Contaminação Total, máx. mg/kg 24 Ponto de fulgor, mín. ºC 100 Teor de éster, mín % massa 96,5 Resíduo de carbono % massa 0,05 Cinzas sulfatadas, máx. % massa 0,02 Enxofre total, máx. mg/kg 50 Sódio + Potássio, máx. mg/kg 5 Cálcio + Magnésio, máx. mg/kg 5 Fósforo, máx. mg/kg 10 Corrosividade ao cobre, 3h a 50 ºC, máx. - 1 Número de Cetano - Anotar Ponto de entupimento de filtro a frio, máx. ºC 19 (9) Índice de acidez, máx. mg KOH/g 0,5 Glicerol livre, máx. % massa 0,02 Glicerol total, máx. % massa 0,25 Mono, di, triacilglicerol % massa Anotar Metanol ou Etanol, máx. % massa 0,2 Índice de Iodo g/100g Anotar Estabilidade à oxidação a 110 ºC, mín.(2) h 6
Anexos
115
ANEXO B - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO DIESEL METROPOLITANO
Anexos
116
ANEXO C - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO BIODIESEL METÍLICO DE SOJA
Anexos
117
ANEXO D - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO BIODIESEL METÍLICO DE PALMA
Anexos
118
ANEXO E - CERTIFICADO DE ANÁLISE DO BIODIESEL METÍLICO DE ÓLEO DE
FRANGO
Anexos
119
ANEXO F - COMPARATIVO DOS RESULTADOS DE ANÁLISE FÍSICO-QUIMICA
DOS BIODIESEIS
Ensaios Limites/Especific. O. frango Soja Palma Aspecto LII LII LII LII Cor Anotar Amarelo Amarelo Massa Específica (Kg/m³) 850-900 881 880,1 871,7 Índice de Acidez (mg KOH/g) 0,50(máx) 0,3 0,27 0,41 Corrosividade ao Cu 1 1b 1 1a Teor de água (mg/kg) 500(máx) 1008 300 307 P. Fulgor (ºC) 100(min) 202 185 198,5 P.E.F.Frio (ºC) 19(máx) 4 -4 10 Viscosidade Cinem.(mm²/s) 3,0-6,0 4,98 4,86 4,39 Cinzas Sulfatadas (% massa) 0,02(máx) 0,08 0,03 0,003 Resíduo de Carbono (% massa) 0,05(máx) 0,1 0,05 0,05 Destilação 90% Recup. 360(máx) - 353,38 - Contaminação Total (mg/kg) 24 (máx) 19 - 12 Fósforo (mg/kg) 10 (máx) 1,6 - <0,5 Na + K (mg/kg) 5(máx) 15,9 0,10 <0,5 Ca + Mg (mg/kg) 5(máx) 2,3 - <0,5 Num. Cet. -------- 55,8 48,7* 64,4 Teor de Éster (%massa) 96,5(min) 88,5 - 97,2 Glicerina Livre (% massa) 0,02(máx) 0,01 0,01 0,02 Glicerina Total (% massa) 0,25(máx) 1,03 0,32 0,06 Monoglicerideos (% massa) anotar 0,71 - 0,15 Diglicerideos (% massa) anotar 1,12 - 0,02 Triglicerideos (% massa) anotar 6,55 - <0,01 Metanol (% massa) 0,2(máx) <0,01 0,04 <0,01 Índice de Iodo (mg KOH/g) -------- 98 112* 51 Estab. Oxidação 6h(min) 1,8 6,51 13 *Extraído da literatura: http://www.biodiesel.gov.br/docs/congresso2007/caracterizacao/27.pdf **Extraído da literatura
Anexos
120
ANEXO G - CERTIFICADO DE ANÁLISE DE PODER CALORÍFICO SUPERIOR
DOS COMBUSTÍVEIS.