INFOGRÁFICOS POR INFOGRÁFICOS: UMA ABORDAGEM … ROSSATTO DE ARAÚJO... · Fig. 8 Imagem retrata...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CAIO ROSSATTO DE ARAÚJO INFOGRÁFICOS POR INFOGRÁFICOS: UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA VOLTA REDONDA 2014

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CAIO ROSSATTO DE ARAÚJO

INFOGRÁFICOS POR INFOGRÁFICOS:

UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA

VOLTA REDONDA

2014

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CAIO ROSSATTO DE ARAÚJO

INFOGRÁFICOS POR INFOGRÁFICOS:

UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Design do Centro Universitário

de Volta Redonda UniFOA como requisito à

obtenção do título de Bacharel em Design.

Aluno:

Caio Rossatto de Araújo

Orientadora:

Cristiana de Almeida Fernandes

VOLTA REDONDA

2014

FOLHA DE APROVAÇÃO

Aluno: Caio Rossatto de Araújo

Título do trabalho: Infográfico por Infográfico – Uma Abordagem Metodológica

Orientadora: Cristiana de Almeida Fernandes

Banca Examinadora:

___________________________________

___________________________________

____________________________________

Cristiana de Almeida Fernandes

DEDICATÓRIA

Á memória de minha mãe Gloria Maria

Rossatto uma pessoa que teve grande

influência no que sou hoje, como também ao

meu pai Carlos Alberto Soares de Araujo e

irmão, que hoje são os pilares em que me

sustento quando preciso.

AGRADECIMENTOS

Aos mestres e amigos que conheci durante

meus caminhos na faculdade. Faço um

agradecimento em especial para minha

coordenadora e orientadora Cristiana

Fernandes, que no decorrer da faculdade se

tornou quase uma mãe para mim, pois me

auxiliou e ajudou sempre que necessário.

Também agradeço a minha namorada Clara

Borsato que sempre me apoiou e entendeu os

momentos de ausência por minha parte no

namoro. Aos meus amigos Iure Figueira,

Diego “Jack” Borges e Guilheme De Nigris

pelos grandes momentos vividos e pela

grande amizade que foi criada. Por último

agradeço a Airton Júnior por me auxiliar no

desenvolvimento do protótipo do projeto.

RESUMO

O design de informação é um campo do design que busca tornar dados complexos e

codificados em informações visuais simples e de fácil compreensão. Dentro desse campo

existe a infografia, um recurso que na atualidade vem sendo muito utilizado no mundo inteiro,

já que consegue despertar o interesse do usuário/leitor por aliar informação e elementos

visuais. No Brasil, os infográficos são utilizados diariamente nos meios de comunicação como

jornais, revistas e principalmente na internet, entretanto, mesmos com toda essa utilização,

não existem muitos materiais acadêmicos que abordem esse assunto no país. O presente

projeto tem como objetivo projetar um infográfico que auxilie aos designers no momento de

criar seus próprios infográficos. Em função disso, este projeto traz uma metodologia voltada

exclusivamente para o design gráfico, além de fazer uso da metalinguagem, uma maneira que

é essencial para conhecer o mundo da infografia, além de seu processo de criação.

Palavras-chave: Design de Informação, Infográfico, Metalinguagem, Método.

ABSTRACT

Information design is a field of design that seeks to make complex information and

visual information encoded in simple and easy to understand. Within this field there

infographics, a feature that nowadays it has been used worldwide since it can arouse the

interest of the user / reader by combining information and visuals. In Brazil, infographics are

used daily in the media such as newspapers, magazines and especially on the internet,

however, even with all this use, there are not many academic materials that address this issue

in the country. This project aims to design an infographic that helps designers when you

create your own infographics. As a result, this design brings a methodology exclusively

focused on graphic design , and make use of metalanguage, a make that is essential to meet

the world of computer graphics, as well as his creative process.

Palavras-chave: Information Design, Infographic, Metalanguage, Method.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 14

2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 14

2.2 Objetivo Específico ......................................................................................................... 14

2.3 Objetivo Operacional ...................................................................................................... 14

3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 15

4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 19

5 PROBLEMATIZAÇÃO ......................................................................................................... 23

6 CONHECENDO O OBJETO DE PESQUISA ...................................................................... 26

6.1 Conceito de Infográfico .................................................................................................. 26

6.2 Diacronia ......................................................................................................................... 27

6.2.1 Mapas ...................................................................................................................... 27

6.2.2 Ilustração científica ................................................................................................. 30

6.2.3 Infográficos em jornais ............................................................................................ 32

6.2.4 Sistema Isotype ........................................................................................................ 33

6.2.5 Instruções Visuais .................................................................................................... 35

6.3 Presença da Multisensorialidade na Infografia ............................................................... 38

6.4 Grupos de Infográficos .................................................................................................... 40

6.4.1 Arte-texto ................................................................................................................. 40

6.4.2 Mapas ...................................................................................................................... 41

6.4.3 Gráficos ................................................................................................................... 42

6.4.4 Diagramas Ilustrados ............................................................................................... 42

6.5 Métodos ........................................................................................................................... 43

6.5.1 Mário Kanno ............................................................................................................ 43

6.5.2 Nathan Yau .............................................................................................................. 45

6.5.3 Venkatesh Rajamanickam ....................................................................................... 45

6.5.4 Rodrigo de Castro Andrade ..................................................................................... 48

6.6 Taxonomia ...................................................................................................................... 51

6.6.1 Estáticos, Interativos e Animados ........................................................................... 52

6.6.2 Gráficos ................................................................................................................... 53

6.6.3 Pictogramas ............................................................................................................. 55

6.6.4 Mapas ...................................................................................................................... 56

6.6.5 Fotografia e Ilustrações ........................................................................................... 57

6.6.6 Linha do Tempo ...................................................................................................... 60

6.6.7 Tipografia ................................................................................................................ 62

6.6.8 Cor ........................................................................................................................... 63

6.6.9 Grid .......................................................................................................................... 65

6.6.10 Elementos Gráficos ................................................................................................. 66

7 SÍNTESE ................................................................................................................................ 68

7.1 Paramêtros Definidos ...................................................................................................... 68

7.2 Método ............................................................................................................................ 69

8 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................................ 72

8.1 Diagramas ....................................................................................................................... 72

8.2 Infográfico ....................................................................................................................... 78

8.2.1 Geração de Alternativas .......................................................................................... 79

8.2.2 Matriz de Avaliação ................................................................................................ 82

8.2.3 Desenvolvimento do Modelo .................................................................................. 83

9 APRESENTAÇÃO DO MODELO ........................................................................................ 90

10 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 94

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 97

LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 Parte do infográfico desenvolvido pela empresa Shutterstock............................................. 15

Fig. 2 Infográfico desenvolvido a partir do Picktochart. ................................................................ 16

Fig. 3 Infográfico da Revista ÉPOCA. ........................................................................................... 17

Fig. 4 Infográfico que permite a interação do usuário no site G1. ................................................. 18

Fig. 5 Caixa de formas geométricas. .............................................................................................. 20

Fig. 6 Diagrama mostrando como funciona o ciclo de uma pesquisa de design. ........................... 21

Fig. 7 Diagrama demonstrando como funciona a metodologia empregada no presente projeto. ... 22

Fig. 8 Imagem retrata que temos vivido em um mundo corrido. ................................................... 23

Fig. 9 Exemplo apresentado no video The Value of Data Visualization sobre a transmissão de

dados. ...................................................................................................................................... 24

Fig. 10 Representação de um diagrama que mostra que infográficos são a combinação do design

mais a informação presente no livro The Power of Infographics. .......................................... 27

Fig. 11 Representação do mapa-mundi criado por Anaximandro de Mileto.................................. 28

Fig. 12Atlas produzido por Heinrich Berghaus. ............................................................................. 29

Fig. 13 Mapa de metrô criado por Harry Beck. .............................................................................. 30

Fig. 14 Ilustração de um feto criado por Leonardo DaVinci. ......................................................... 31

Fig. 15 Ilustração presente no livro De Humani Corporis Fabrica. ................................................ 32

Fig. 16 Página colorida do jorna USA Today de 1982 ................................................................... 33

Fig. 17 Uso do sistema Isotype para representar a quantidade de navios que cada país possuía

durante 1850 - 1929. ............................................................................................................... 35

Fig. 18 Sistema de padrão criado para confecção de um casaco. ................................................... 36

Fig. 19 Sequência de imagens que apresenta o funcionamento do sistema circulatório do sangue.

................................................................................................................................................ 37

Fig. 20 Imagem do vídeo “Trabalho em Equipe OP”. ................................................................... 40

Fig. 21 Tradução do quadro feito por Venkatesh Rajamanickam sobre o processo de criação de

um infográfico. ....................................................................................................................... 46

Fig. 22 Quadro mostrando as similaridades dos métodos levantados. ........................................... 51

Fig. 23 Infográfico estático onde todas as informações são apresentadas diretamente . ................ 52

Fig. 24 Quadros presentes no infográfico que tem como objetivo criar a Seleção Brasileira de

todos os tempos. ..................................................................................................................... 53

Fig. 25 Sequência de imagens que representam o vídeo Trasition Technologies. ......................... 53

Fig. 26 Infográfico sobre a utilização do carvão como energia...................................................... 54

Fig. 27 Uso de gráficos personalizados em infográfico corporativo. ............................................. 55

Fig. 28 Uso de pictogramas de fácil entendimento. ....................................................................... 56

Fig. 29 Comparação entre pictograms usados na atualidade e do sistema Isotype. ....................... 56

Fig. 30 Uso de círculos e indicadores para apontar a localização, além transmitir informações. .. 57

Fig. 31 Mapas e informações sendo dispostas de diversas maneiras na série de infográficos sobre

os Jogos Olímpicos, produzido pela SUPER. ........................................................................ 57

Fig. 32 Uso de fotografias diagramadas para a criação de infográficos. ........................................ 58

Fig. 33 Utilização de ilustrações onde são mostrados mais elementos que uma foto poderia

transmitir. ............................................................................................................................... 59

Fig. 34 Infográfico que utiliza uma ilustração mais cartunesca. .................................................... 60

Fig. 35 Representações do uso da cronologia em forma de circular. ............................................. 61

Fig. 36 Utilização de linha do tempo em linhas horizontais.. ........................................................ 61

Fig. 37 Uso do recurso de tipografia em diversas maneiras. .......................................................... 63

Fig. 38 Uso de cores para diferenciar os grupos de dados. ........................................................... 64

Fig. 39 Uso das cores do Flat Design no infográfico. .................................................................... 65

Fig. 40 Infográfico presente em um livro comemorativo de 40 anos de um Hospital-Prisão em

Haia. ....................................................................................................................................... 66

Fig. 41 Infográfico utiliza recursos gráficos para destacar as informações. ................................... 67

Fig. 42 Esboço do diagrama de ilustração e foto. ........................................................................... 72

Fig. 43 Esboço do diagrama de meio de comunicação. ................................................................. 72

Fig. 44 Esboço do diagrama de representações para infográficos. ................................................. 73

Fig. 45 Esboço do diagrama sobre Tipografia. ............................................................................... 73

Fig. 46 Diagrama apresenta qual escolha fazer entre foto e ilustração. ......................................... 74

Fig. 47 Diagrama mostrando quando deve ser usado cada tipo de meio de comunicação. ............ 75

Fig. 48 Diagrama apresenta como as informações devem ser apresentadas em cada situação. ..... 76

Fig. 49 Diagrama apresenta qual tipografia utilizar. ...................................................................... 77

Fig. 50 Diagrama referente a escolha de uma paleta de cores. ....................................................... 78

Fig. 51 Alguns exemplos de cores que compõe a paleta do Flat Design. ...................................... 79

Fig. 52 Primeira alternativa gerada. ............................................................................................... 80

Fig. 53 Segunda alternativa gerada. ............................................................................................... 81

Fig. 54 Terceira alternativa gerada. ................................................................................................ 82

Fig. 55 Uma das fichas de avaliações. ............................................................................................ 83

Fig. 56 Tela de acesso inicial. ........................................................................................................ 84

Fig. 57 Tipografia escolhida. .......................................................................................................... 85

Fig. 58 Fig. 58 Infográfico de Informação. .................................................................................... 85

Fig. 59 Infográfico de Infográfico. ................................................................................................. 86

Fig. 60 Infográfico de Tipografia. .................................................................................................. 87

Fig. 61 Infográfico de Cor. ............................................................................................................. 88

Fig. 62 Infográfico de Foto e Ilustração ......................................................................................... 89

Fig. 63 Modelo final da tela inicial. ............................................................................................... 91

Fig. 64 Modelo final de uma das telas de informações. ................................................................. 92

Fig. 65 QR Code de acesso ao site ................................................................................................. 93

Fig. 66 Cartão produzido para divulgação do site com QR Code .................................................. 93

12

1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, com a chegada da Era da Informação, com o advento da internet e os

constantes avanços tecnológicos é possível dizer que estamos imersos em um mundo onde se

tem acesso a tudo e a todos ao mesmo tempo. Os dados que são transmitidos entre as pessoas,

além de estarem cada vez mais fáceis de serem acessados estão mais complexos.

Esse tráfego de informações vem sofrendo um aumento considerável e a tendência é

crescer cada vez mais, o que torna cada vez mais difícil filtrar a informação mais relevante e

difundi-la. Nathan Yau (2012, p.14) declara que “esta riqueza de dados pode, nas mãos

corretas, fornecer uma riqueza de informação para melhorar na tomada de decisões, expressar

ideias mais claramente e fornecer uma forma mais objetiva de como você enxerga o mundo e

a si mesmo.”. Entretanto, nem toda informação consegue chegar ao seu destino de uma forma

clara, causando ruídos na comunicação. A afirmação de Keith J. Devlin (1998, p.24) define

bem isso: “Na era atual da informação, temos dificuldades para entender a informação.”. Com

base nesse cenário iniciou-se uma busca por meios que pudessem tornar a visualização de

dados mais condensada, clara, simples e de fácil entendimento.

O design da informação encontra-se tendo um papel importante nesse processo para

que informações que possuem uma complexidade maior sejam trabalhadas e transmitidas para

seus usuários de uma maneira adequada.

Segundo Gui Bonsiepe (2011; p.86) o objetivo do design de informação é “tornar

processos ocultos ou pouco visíveis em processos bem visíveis e transformar informações

codificadas discursivamente em informações visuais.”, portanto isso não está preso somente

ao campo do design, pode ser usado em todos os campos, seja ele culinária, ciência,

meteorologia ou qualquer outro que precise comunicar de uma maneira mais objetiva.

Dentro desse campo do design, o recurso da infografia1 aparece como uma das

maneiras de melhorar a visualização de dados, uma prática que aproxima a harmonia do

design e as informações, criando gráficos intuitivos e enriquecendo os textos em qual se

apoia. Hoje se encontram na grande maioria dos conteúdos veiculados pela mídia, facilitando

a visualização de dados complexos para leigos em diversos assuntos.

1 Mario Kanno (1998 p.2) define essa ferramenta do design como “o recurso gráfico que se utiliza de elementos

visuais para explicar algum assunto ao leitor. Esses elementos visuais podem ser tipográficos, mapas, ilustrações

ou fotos.”.

13

Portanto, a proposta desse projeto de conclusão de curso é apresentar a importância da

infografia na atualidade visando melhorar a transmissão da mensagem entre o locutor e o

receptor, dessa forma gerando mais conhecimento para as pessoas.

Como resultado da pesquisa, será elaborado um produto, que terá como

direcionamento, não só a aplicação dos resultados, mas também a elaboração de um

infográfico demonstrativo.

14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Mostrar a relevância que o design da informação tem na área de aprendizagem, usando

como principal ferramenta a infografia, além de demonstrar modos de aplicações.

2.2 Objetivo Específico

Buscar conhecimentos sobre como e quando utilizar os infográficos, assim, facilitando

transmissão de informação por meio dessa ferramenta, propondo um método de criação para

designers.

2.3 Objetivo Operacional

Pesquisar a bibliografia sobre infografia, design informacional e infodesign;

Levantar e analisar os tipos de infográficos já existentes;

Identificar o processo de criação de um infográfico;

Levantar informação para a criação do infográfico;

Categorizar os infográficos em drivers;

Analisar dados coletados para a criação de um infográfico;

Desenvolver parâmetros que devem ser seguidos e criar um método;

Gerar alternativas para criação de um infográfico, aplicando o método

desenvolvido;

Submeter as alternativas a uma matriz de avaliação;

Produzir produto final;

15

3 JUSTIFICATIVA

A escolha desse tema para o projeto se dá devido ao interesse de se conhecer, de uma

maneira mais aprofundada, a área do Design da Informação, mais especificamente, o recurso

da infografia e entender como se pode melhorar a visualização de dados entre as pessoas por

meio dessa ferramenta.

É possível perceber a importância e a função que o designer tem no momento de

apresentar as informações e conhecimentos já existentes de uma maneira eficiente na

afirmação de Gui Bonsiepe onde ele diz que:

Os designers poderiam intervir exatamente nesse ponto, pois eles dominam - ou

deveriam dominar - os meios para reduzir a complexidade cognitiva e contribuir

para apresentar informação de forma útil, desenvolvendo uma interface adequada

entre a informação e o usuário/leitor. (BONSIEPE, 2011, p.86)

Conforme pode ser visto no infográfico criado pelo site Shutterstock2, “Tendências do

Design - Edição 2014”, a busca do termo “infográfico”, (como pode se observado na Figura

1), teve um aumento de 332% no site em 2013. Isso mostra que o interesse das pessoas pelo

mundo da infografia vem aumentando nos últimos anos, já que ela se mostra um recurso mais

atraente, pela razão de conseguir comunicar as informações de uma maneira mais leve,

agradável e objetiva aos olhos do indivíduo, em relação ao tradicional texto corrido.

Fig. 1 Parte do infográfico desenvolvido pela empresa Shutterstock. (Disponível: http://shutr.bz/1dMpcDk

Visualizado em: 03 de Mar/2014)

2 O Shutterstock é um site na forma de banco de dados que oferece fotos de alta qualidade, vetores, ilustrações e

vídeos licenciados, que podem ser incorporados em qualquer tipo trabalho.

16

Outro fator que expõe essa crescente busca pelo uso desse novo meio de comunicação

é o grande número de sites e aplicativos, como por exemplo o Piktochart, Visual.ly,

Visualize.me, Infogr.am entre outros, que foram desenvolvidos com o intuito de auxiliar os

indivíduos que não possuem a expertise de criarem infográficos, a elaborarem seus próprios

infográficos de um modo ágil e prático. A maioria desse sites disponibilizam em suas

interfaces um pequeno leque ferramental de maneira gratuita para que o usuário possa ter uma

primeira impressão sobre esse programa. Entretanto, para se conseguir tirar um maior

proveito desses sites é necessário pagar uma tarifa que permitirá ao cliente utilizar todas as

ferramentas disponíveis.

Apesar da grande variedade de material abordando o design de informação e a

infografia no exterior, no Brasil ainda pouco se estuda sobre esse recurso. O número de livros

traduzidos e os instrumentos produzidos dentro desse campo do design ainda são escassos.

Entretanto, é possível encontrar o uso dela de maneira massiva em mídias impressas (Figura

3) e digitais (Figura 4), onde buscam acrescentar e ilustrar informações, como também dar

uma maior evidência aos pontos mais importantes do assunto tratado. No mundo digital, o

infográfico pode ter também um papel de audiovisual, despertando uma maior sensibilidade

em seu público, em razão dele ter em muitos casos uma maior interatividade com o mesmo.

Fig. 2 Infográfico desenvolvido a partir do Picktochart. (Disponível: http://bit.ly/1mtBcdV Visualizado em: 03 de

Mar/2014)

17

Com base nas informações relacionadas anteriormente, é possível dizer que esse

trabalho contribuirá para futuras publicações sobre infografia e também despertará para a

importância que do Design de Informação. Além disso, a realização desse estudo de caso

permitirá a obtenção do conhecimento necessário para entender qual a maneira mais eficaz de

se comunicar uma mensagem complexa para uma audiência.

No infográfico referente a migração do peixe-boi (Figura 3) é possível ver que foram

utilizados dois recursos, o desenho para apresentar as características de um peixe-boi, seu

processo de evolução, além de como é a vida deles em épocas de cheia e seca. Além disso

foram mostrados mapas de onde habitam as outras espécies, como também quais os caminhos

que eles seguem na época de cheia e seca.

Fig. 3 Infográfico da Revista ÉPOCA. (Disponível: http://bit.ly/MpU4NK Visualizado em: 04 de Mar/2014)

Devido a quantidade de dados diferentes presentes no segundo infográfico (Figura 4),

sobre a vida do empresário Eike Batista3, foi necessário o uso de diversos tipos de recursos,

como linha do tempo, tabelas e gráficos de linhas. Outro recurso utilizado foi a interatividade

com o usuário em lugares, como na área da linha do tempo sobre a vida dele, nas famosas

frases do empresário e, em uma segunda linha do tempo, demonstra as capas das revistas

sobre Eike. Por ser um infográfico voltado especificamente para o mundo digital houve essa

possibilidade de criar uma interatividade entre infográfico x leitor.

3 Eike Fuhrken Batista da Silva é um empresário brasileiro com atuação em diversos setores, em especial

petróleo, logística, energia, mineração, indústria naval e carvão mineral.

18

Fig. 4 Infográfico que permite a interação do usuário no site G1. (Disponível: http://glo.bo/1h0ggsi Visualizado em: 04

de Mar/2014)

Por meio do infográfico, o presente trabalho irá possibilitar a obtenção de melhor

compreensão acerca da área do Design de Informação, trazendo também contribuições para o

usuário através da multisensorialidade empregada no desenvolvimento de algumas propostas.

19

4 METODOLOGIA

Para a desenvolvimento desse trabalho é necessário o reconhecimento da importância

do emprego de uma metodologia, a fim de estabelecer um olhar para o estudo e do

desenvolvimento de infográficos.

Algumas metodologias consagradas, descritas por Bruno Munari, Mike Baxter, Ellen

Lupton, entre outros, ganharam destaque ao longo do tempo na área do design. Entretanto, a

metodologia utilizada para o desenvolvimento da proposta que se segue, é usada na pesquisa

como uma maneira de oferecer ao indivíduo uma estratégia sistemática pela qual será possível

empreender e desenvolver o projeto, fazendo uso de uma revisão de literatura, composta por

alguns autores.

No livro Pesquisa Visual, quando questionada a importância da metodologia para um

projeto de design, Ellen Lupton diz que:

O design gráfico é um campo criativo, e não uma ciência. O processo do designer

tende a ser mais tortuoso do que linear, traçando idas e vindas, em vez de um

caminho reto e determinado. Adotar um método e experimentar com ele pode ajudar

os designers a se libertarem de seus hábitos pessoais e a descobrirem novos

resultados. A busca de um caminho mais estruturado pode levá-lo a lugares

inesperados. (LUPTON, 2013, p.7)

O presente projeto pode ser comparado aos brinquedos de formas geométricas

voltados para crianças na primeira fase da infância, no qual é necessário encaixar as peças nas

formas corretas (Figura 5). O trabalho, pois, será desenvolvido a partir de três olhares, e cada

um desses olhares precisa ser bem estudado para que possa ser empregado da maneira correta

dentro do projeto.

O primeiro olhar para o presente projeto é um olhar metaliguístico4 pois não dá para

falar sobre infografia sem usar exemplos de infográficos. O segundo olhar é um olhar

projetual, onde é indispensável haver um público, um problema e necessidade de conhecer

meio que serão usados para alcançar esse público. E o terceiro e último olhar é um o de design

onde se espera que uma necessidade seja atendida para um determinado usuário.

4 A metalinguagem é "a linguagem utilizada para descrever outa linguagem ou qualquer sistema de significação:

todo discurso acerca de uma língua" - Dicionário Aurélio Eletrônico, Versão 5.0.

20

Fig. 5 Caixa de formas geométricas. (Disponível: http://bit.ly/RkQkQP Visualizado em: 04 de Mar/2014)

O autor do livro Ian Noble (2013, p 54) acompanha uma linha de raciocínio similar,

ele diz:

Adotar uma metodologia rigorosa que aborda os requisitos específicos do briefing e

estabelece limites dentro dos quais o trabalho de investigação mais amplo será

realizado pode ajudar o designer a focar o projeto e definir precisamente o problema,

ou séries de problemas, a ser solucionado. Decompor o projeto em um conjunto de

intenções, cada qual com parâmetros definidos e um nível predeterminado de

conhecimento ou experiências de formação por parte do designer, torna a tarefa mais

factível e explicita os objetivos das etapas do projeto. (NOBLE, 2013, p.54)

21

Fig. 6 Diagrama mostrando como funciona o ciclo de uma pesquisa de design.

Por esse projeto ser voltado para área do design gráfico, a metodologia utilizada foi do

livro Pesquisa Visual, escrito Ian NOBLE e Russell BESTLEY. Essa metodologia consiste

em três fases: o campo de estudo, o foco e a metodologia.

A primeira fase trata de identificar o que se deseja realizar com esse projeto. É

necessário fazer uma pesquisa sobre o campo de estudo escolhido, a fim de obter

conhecimento suficiente sobre o que já foi produzido em relação ao problema naquela área e

quais os beneficios que o resultado final da pesquisa trará.

Com o campo de estudo definido e analisado é fundamental especificar dois fatores: o

foco do projeto e a pergunta da pesquisa, que são indispensáveis para demarcar os pontos

exatos que o projeto pretende seguir. Esses dois fatores podem mudar conforme o andamento.

Uma vez que os problemas presentes nessa pesquisa forem identificados, o projeto

seguirá para a terceira fase, aonde terá dois momentos: o primeiro envolve uma a parte de

análise, que consiste primeiramente em adquirir a maior quantidade de dados, a partir de

livros como Infografe, de Mário KANNO, e The Power of Infographics, de Mark

SMICIKLAS, com o intuito de conhecer de maneira aprofundada a área da infografia. Após

finalizado esse levantamento é necessário fazer uma análise de todo esse material buscando

averiguar os pontos positivos e negativos de cada um. Quanto mais dados relevantes para a

22

presente pesquisa forem obtidos e analisados, maior será o leque de possibilidades do produto

final.

Posteriormente ao levantamento e a análise das informações obtidas para a produção

desse projeto, se inicia o segundo momento que é chamado de síntese, onde serão delimitados

os possíveis caminhos que o produto final poderá possuir.

Fig. 7 Diagrama demonstrando como funciona a metodologia empregada no presente projeto.

23

5 PROBLEMATIZAÇÃO

Hoje se vive uma época onde o mundo se move com rapidez, onde o tempo das

pessoas é algo muito precioso e não pode ser gasto com algo que o faça perder muito dele e a

tecnologia avança a passos largos a cada dia. Um exemplo disso é nos dias de hoje existir um

celular que permite ao seu dono ouvir músicas, assistir vídeos, acessar a internet, ler e enviar

e-mails, tirar fotos e postá-las imediatamente em suas redes sociais, além de fazer o que todo

celular tem como função primária que é fazer ligações. Tornou-se cada vez mais comum

observar as pessoas mexendo em seus aparelhos móveis e fazendo várias coisas ao mesmo

tempo, pois não se deve perder tempo em momento algum na atualidade.

Fig. 8 Imagem retrata que temos vivido em um mundo corrido. (Disponível: http://bit.ly/1lD3c0X Visualizado em: 06

de Mar/2014)

Com a visualização de dados ocorre a mesma coisa. As pessoas não gostam de perder

tempo tentando interpretar uma informação que não é compreensível para ela. Essa

informação não sendo entendida, ela não poderá ser difundida, o que acaba acarretando na

quebra dessa mensagem. Além disso, temos sofrido cada vez mais com o excesso de dados

que têm sido transmitidos para as pessoas a cada instante. O video The Value of Data

Visualization5 apresenta um exemplo de como os dados são visualizados e como uma solução

de fácil compreensão. É exibido um retângulo com aproximadamente 136 números e é pedido

para que o público ache todos os números 7 presentes nesse retângulo. Alguns segundos

depois os mesmos números 7 mudam para a cor azul, o que facilita muito achá-los. Esse

5 Vídeo desenvolvido pela empresa ColunmFive Media que apresenta as vantagens que a utilização da infografia

pode trazer para as pessoas. Disponivel em: http://bit.ly/1g5zOwp

24

pequeno exemplo mostra que uma pequena mudança na maneira em que se são apresentados

os dados, faz com que o usuário perceba o que esta sendo passado de um jeito muito mais

rápido.

Fig. 9 Exemplo apresentado no video The Value of Data Visualization sobre a transmissão de dados. (Disponível:

http://bit.ly/1g5zOwp Visualizado em: 06 de Mar/2014)

Além de enfrentar problemas no momento de procurar uma solução viável para se

transmitir a informação, com a massiva presença dos infográficos nas mídias, problemas

também são enfrentados na hora de sua produção. Muitos designers e não-designers que estão

envolvidos no processo de produção infográficos preferem privilegiar a parte visual do

mesmo, ao invés da parte informacional, que é a mais importante para que a informação seja

transmitida para o leitor. Mario Kanno diz em seu livro Infografe6 que:

Se a informação estiver clara e bem contextualizada o leitor vai agradecer. Na boa

infografia é mais importante que os textos e imagens estejam dispostos de forma

organizada, coesa e agradável de ler. Cair na tentação de usar recursos meramente

ilustrativos para tentar chamar a atenção do leitor (ou do editor…) pode acabar

criando um “ruído visual” que, por sua vez, pode distrair ou afastar o leitor das

informações que realmente interessam. (KANNO, 2013, p.118)

O projeto em questão não se resume a simplesmente executar um infográfico

específico para um cliente escolhido e não se importa em somente executar um projeto a partir

de um briefing, ele se compromete a entender como se dá esse fenômeno de melhoria da

informação por trás desse recurso que pouco é estudado e muito e usado no Brasil.

No entanto, por se tratar de um projeto de Design, a proposta é que ao final desses

estudos se crie um infográfico demonstrativo.

6 Livro desenvolvido pelo infografista brasileiro Mario Kanno em parceria com a empresa Infolide. Essa parceria

fez com que o livro fosse disponibilizado gratuitamente na internet.

25

Cabe então, ao presente trabalho, compreender acerca desse universo do Design

Informacional e trazer contribuições para o desenvolvimento dos projetos, utilizando a

infografia como recurso possível e de emprego adequado para o entendimento de informações

diversas.

26

6 CONHECENDO O OBJETO DE PESQUISA

Seguindo como base a metodologia estabelecida dentro deste projeto, neste capítulo se

inicia a fase de análise. Segundo Ian Noble (2013, p.62), essa etapa nos projetos voltados para

a área do design gráfico envolvem coleta e compilação de dados e análise ou interrogação das

propriedades e convenções ali encontradas. Ele também alega que esse momento pode ser

descrito de várias formas. Um exemplo é dizer que essa etapa analítica é uma investigação

ampla de um campo de estudo e a maior especificação do foco do projeto.

Este capítulo será dividido em partes: nele serão discutidos os conceitos presentes

sobre os infográficos, suas origens, como a multisensorialidade afeta esse recurso, seus tipos e

os métodos de criação.

6.1 Conceito de Infográfico

Antes de começar a falar sobre o mundo da infografia, é preciso definir o que são

infográficos. Na opinião de Mark Smiciklas (2012; p. 11), infográficos são um tipo de

imagem que combina design e informação que ajudam pessoas e organizações a comunicarem

uma mensagem. De uma maneira mais formal pode ser dito que é um recurso gráfico que

tenta transmitir informações complexas de uma maneira que será consumida com rapidez e de

fácil compreensão. Mario Kanno e Renato Brandão (1998; p. 2) seguem uma linha de

pensamento similar. Para eles infográficos são recursos gráficos que auxiliam o leitor a

entender algum assunto e que tem como função básica enriquecer o texto e tornar a

informação visualmente atrativa.

A partir desses dois conceitos é possível determinar que infográfico é todo recurso

gráfico que auxilia o usuário a entender uma informação complexa de forma rápida e fácil.

Neste projeto ele também é entendido como um recurso presente dentro do design de

informação.

27

Fig. 10 Representação de um diagrama que mostra que infográficos são a combinação do design mais a informação

presente no livro The Power of Infographics.

6.2 Diacronia

Para Julio Plaza (2003, p.02) existem duas maneiras de se entender a narrativa: a

sincrônica e diacrônica. A diacrônica está associada ao historicismo, enquanto a sincrônica,

que reconhece um fragmento da história. Nesse sentido, é necessário para a presente pesquisa,

entender que os infográficos em sua essência, são recortes da história, ao passo que pode

representar as etapas dela de maneira temporal.

Para Gui Bonsiepe (1984; p.33), a pesquisa diacrônica é importante para reconhecer a

evolução e mutação de um determinado produto, para projetar algo para o presente, já a

sincrônica é importante para não recriar algo que já existe no presente.

Para este trabalho será feita uma análise diacrônica em cima de materiais que

influenciaram o jeito de se pensar em visualização de dados durante o decorrer dos anos até

chegarmos ao que conhecemos hoje.

6.2.1 Mapas

Conforme pode ser observado no material gráfico Marcos da História da Visualização

de Dados, desenvolvido por Mario Kanno (2008; p.2-6), com base no Milestones in the

28

history of thematic cartography, statistical graphics, and data visualization, apresenta que a

cartografia é um recurso gráfico utilizado a mais de 2 mil anos. Apesar de não existir muitas

cópias desse mapa, apenas descrições em livros, o primeiro mapa-mundi foi desenvolvido por

Anaximandro de Mileto entre 610 e 546 a.C. É possível perceber que esse não é uma mapa

tão detalhado e nem é muito preciso, possuindo apenas descrições sobre a localização dos

continentes que supostamente existiam na época.

Fig. 11 Representação do mapa-mundi criado por Anaximandro de Mileto. (Disponível: http://bit.ly/1edZqDG

Visualizado em: 03 de Abr/2014)

Mesmo ainda não havendo uma precisão tão grande, a cartografia foi evoluindo

durante o passar dos anos. Entre 1545-1599 Rumold Mercator produziu um mapa onde já se

faz menção de que a terra é redonda, como também é perceptível ver o aumento de

informações que foram incluídas, como linhas latitudinais e longitudinais, nomes de países e

continentes, como também o aumento dos continentes devido a expansão marítima e

descobertas feitas a partir das buscas por novas especiarias.

No século XIX já é possível ver mapas com desenhos similares aos que conhecemos

nos dias de hoje. O atlas criado por Heinrich Berghaus (1719-1884) são vistos, além do mapa,

tabelas e gráficos ilustrativos com informações sobre plantas, animais, clima etc.

29

Fig. 12Atlas produzido por Heinrich Berghaus. (Disponível em: http://bit.ly/1mBk1qJ Visualizado em: 03 de

Abr/2014)

Em 1933, o designer gráfico Harry Beck mostrou para todos que os mapas podem ser

usados para passar outras informações e não somente para mostrar informações geográficas.

Ele inovou a maneira de se pensar em design de informação ao desenvolver um mapa para o

metrô de Londres que não se prendia ao mapa geográfico da cidade como os que eram

produzidos na época. Isso fez com que o mapa se tornasse um ícone que foi reconhecido

mundialmente devido a sua clareza e simplicidade e que começou a ser usado como padrão

para mapas de metros futuros.

30

Fig. 13 Mapa de metrô criado por Harry Beck. (Disponível em: http://bit.ly/1mMXXcE Visualizado em: 05 de

Abr/2014)

Nos dias atuais os mapas continuam sendo um recurso que faz sucesso na visualização

de dados, não só referentes à localização, mas também aos assuntos como economia,

topografia, saúde, demografia, geologia etc. Outro detalhe que mostra a importância dos

mapas nas vidas das pessoas é o constante uso de GPS para se localizar e a quantidade de sites

que tem como função primária mostrar onde alguns estabelecimentos estão localizados.

6.2.2 Ilustração científica

Grandes nomes da época do Renascimento tiveram contribuição para os

campos da medicina, artes plásticas e arquitetura. Um dos grandes nomes da época do

Renascimento, o cientista e inventor Leonardo DaVinci, contribuiu tanto para o campo da

medicina, com seus estudos sobre a anatomia humana, quanto para a visualização de dados.

Entretanto, esse estudo também beneficiou o campo do design de informação. No livro

“Leonardo DaVinci - Anatomical Drawings from the Royal Library Windsor Castle”

desenvolvido em 1983 pelo Museu de Arte Metropolitano de Nova Iorque é possível

encontrar várias ilustrações detalhadas, acompanhadas de pequenos textos que descrevem a

31

própria ilustração, facilitando o entendimento do que se trata cada material. Essas ilustrações

acabaram se tornaram referência no campo científico.

Fig. 14 Ilustração de um feto criado por Leonardo DaVinci. (Disponível em: http://bit.ly/1eaarvj Visualizado em: 07

de Abr/2014)

Outro nome que usou muito esse tipo de ilustração para o crescimento do

conhecimento sobre a anatomia humana foi Andreas Versaliu que teve como seu grande feito

o livro “De Humani Corporis Fabrica”, que seria impresso em 1543. É possível perceber nas

imagens dos sete livros que compõem essa obra. Tem como objetivo principal apresentar as

imagens do corpo humano, os textos que acompanham essas imagens têm uma presença

secundária nos livros, semelhante ao que acontece nos infográficos de hoje em dia.

32

Fig. 15 Ilustração presente no livro De Humani Corporis Fabrica. (Disponível em: http://bit.ly/1kkmg4u Visualizado

em: 07 de Abr/2014)

6.2.3 Infográficos em jornais

O jornal norte-americano USA Today, desenvolvido por George Rorick, revolucionou

o mundo dos jornais em 1982, quando deu início a era da impressão colorida. Com a chegada

nessa nova era no jornalismo, os infográficos começaram a fazer parte do dia-a-dia da

imprensa.

33

Fig. 16 Página colorida do jorna USA Today de 1982 (Disponível em: http://bit.ly/1i2z8Jo Visualizado em: 09 de

Abr/2014)

Outro fator que influenciou o crescente aumento do uso de infográficos dentro de

meios impressos foram os constantes avanços tecnológicos dentro do campo da informática.

Mario Kanno (2013; p.52) diz que “A chegada do computador pessoal e dos sistemas de

informática não apenas agilizou a produção como criou novas experiências de visualização de

dados, a começar pela própria interface dos programas.”.

6.2.4 Sistema Isotype

No documento, Infographics Seminar Handout, criado por Venkatesh Rajamanickam

mostra que Otto Neurath teve grande contribuição para o mundo do design de informação ao

criar um sistema de comunicação visual chamado Isotype em 1920.

34

Esse sistema foi desenvolvido a partir de um estudo de educação de adultos para além

da leitura. Seu objetivo era facilitar a representação de dados quantitativos nas áreas de

relações sociais e econômicas por meio de um sistema de símbolos padrão. Os símbolos, ou

signos, como Neurath os chamava, presentes nesse sistema foram reduzidos ao mínimo de

detalhes possíveis, possuindo pequenas adições de elementos caso fosse preciso representar

algo mais.

Ricardo Cunha (2008) em seu artigo “Otto Neurath e o legado do Isotype”, conta um

pouco sobre a história do sistema Isotype.

O projeto seu início após a Primeira Guerra Mundial, quando Neurath iniciou uma

experiência com informação pictográfica, fazendo uso de textos, diagramas e tabelas, porém

devido a alguns problemas políticos teve que ser interrompido. Em 1924 o projeto foi

retomado quando Otto Neurath propôs a criação do Museu de Economia e Sociedade,

inicialmente o sistema foi chamado de “método vienense”, entretanto, pouco tempo depois ser

tornou ISOTYPE, além de se revelar um sucesso internacionalmente.

Em 1928 o artista plástico Gern Arntz foi convidado para fazer parte do projeto, já que

Neurath identificou que seus desenhos altamente sintético poderiam ser aplicados para os

signos. Arntz ficaria responsável por criar as representações figurativas do sistema.

O sucesso alcançado pelo método fez com que Otto Neurath alcança-se vários feitos o

decorrer dos anos como por exemplo:

Em 1931 o estado soviético adota oficialmente o sitema.

Em 1934 foi criada a Fundação Internacional para Educação Visual.

Em 1936 foi publicado o International Picture Language que descrevia

detalhadamente o sistema, como também o livro De moderne mensch onstaat

(A criação do Homem Moderno).

1940 – Fundação do Instituto ISOTYPE em Oxford.

Apesar de não ser utilizado hoje nos dias atuais, o sistema ISOTYPE se mostrou um

grande avanço dentro do campo do design gráfico e da iconografia, já que ele serviu como

35

padrão para o desenvolvimento de diversos projetos como por exemplo alguns pictogramas

olímpicos.

Fig. 17 Uso do sistema Isotype para representar a quantidade de navios que cada país possuía durante 1850 - 1929.

(Disponível em: http://bit.ly/1iqrsy5 Visualizado em: 07 de Abr/2014)

6.2.5 Instruções Visuais

O design instrucional é um recurso, encontrado na maior parte dos casos em manuais

de instruções, onde uma sequência de figuras mostra como fazer uma certa ação da maneira

correta ou como utilizar um aparelho sem o uso de imagens. Paul Mijksenaar e Piet

Westendorp (1999; p 18) apresentam fatos que mostram que esse tipo de recurso começou a

ser usado na idade média em livros e tratados que ensinavam aos usuários como desempenhar

uma tarefa do dia-a-dia por meio de figuras.

O designer John Heskett também defende em seu livro Desenho Industrial que esse

recurso do design instrucional não é uma coisa recente e que já era utilizado nos séculos

passados:

No início do Séc. XVI, na Itália e na Alemanha, os primeiros designers começaram

a atender essa necessidade com livros de padrões. Esses livros eram coleções de

gravuras produzidas em quantidade por novos métodos de impressão mecânica,

ilustrando formas decorativas, padronagens e motivos, geralmente ligados a

atividades têxteis, como a fabricação de faixas decorativas, ou à marcenaria.

Continham designs que podiam ser aplicados repetidas vezes e numa série de

contextos diferentes. Seu significado para a história do desenho industrial é de que

um designer, publicado dessa forma, ficava afastado de qualquer envolvimento na

aplicação e uso dos padrões. (HESKETT, 2006, p.11)

36

Fig. 18 Sistema de padrão criado para confecção de um casaco. (Disponível em: http://bit.ly/1lKXPKS Visualizado

em: 09 de Abr/2014)

Na época da Renascença o médico William Harvey apresentou uma série de imagens

que descreviam os detalhes do sistema circulatório do sangue humano corretamente.

37

Fig. 19 Sequência de imagens que apresenta o funcionamento do sistema circulatório do sangue. (Disponível em:

http://bit.ly/1k5sId4 Visualizado em: 09 de Abr/2014)

É visto que um pouco diferente das ilustrações científicas apresentas anteriormente,

esse recurso possuía uma sequência de imagens que eram desenvolvidas. Tais imagens eram

autoexplicativas, ou seja, elas não precisavam vir acompanhadas de textos para serem

entendidas, entretanto, isso não acontecia em 100% dos casos.

Com base nessa análise diacrônica foi possível perceber ao longo dessa explanação

que o uso de elementos visuais sempre foram incorporados em uma tentativa de melhorar a

transmissão da informação para o usuário através dos tempos, e, apesar de muitos dos

recursos apresentados nessa análise já não serem utilizados nos tempos atuais, eles tiveram

grande importância para que o design de informação e a infografia pudessem evoluir até

chegar ao que são na atualidade.

38

6.3 Presença da Multisensorialidade na Infografia

Um dos motivos que fizeram os infográficos ganharem tanta força e destaque nos

últimos anos se dá pelo fato deles serem recursos, que além de transmitir as informações com

facilidade, conseguem explorar os sentidos do ser humano. Julio Plaza (2003 p.45) afirma que

os signos e os sentidos são duas ferramentas que estão conectadas no momento de transmitir

uma mensagem, já que criar um sistema de sinais se faz necessário para a troca de dados entre

o ser humano e o mundo, e, os sentidos são essenciais para que esses possam ser

interpretados.

É possível afirmar que a melhor maneira de se ensinar algo para uma pessoa é

transmitindo o conhecimento visualmente. Estudos acerca da recepção de informação para

fins acadêmicos apontam que 65% das pessoas se apresentam como alunos visuais, 35%

como alunos auditivos e em um terceiro momento por meio de experiências vividas, 5%

alunos cinestésicos.7

Tais dados levam a crer que é necessária uma maneira de transmissão das

informações, com uma melhor escolha sígnica. Mesclar texto-imagem-áudio é uma opção

acertada no meio do Design Informacional, que o presente projeto se ocupará em estudar.

Há de se entender neste momento a amplitude que o recurso informacional infográfico

vem tomando em diversas mídias na atualidade. Mário Kanno (2013, p.12) apresenta em seu

livro um dos motivos para que os infográficos façam tanto sucesso:

O ser humano é um ser visual. É de sua natureza assimilar primeiro as imagens.

Primeiro, nós aprendemos visualmente, depois começamos a falar e muito depois

conseguimos entender e escrever as palavras. Num exemplo acadêmico recorrente:

se eu disser “cadeira” não serão as letras e sílabas que formam a palavra que irão

aparecer na sua mente, mas a imagem de um objeto que nosso cérebro associa com

uma cadeira. Embora a maior parte do conhecimento humano esteja registrada de

maneira verbal, grande parte de nossa memória e da maneira como compreendemos

o mundo são visuais. (KANNO, 2013, p.12)

A maioria dos infográficos produzidos nos dias de hoje são somente visualmente

agradáveis, porém estáticos. Isso faz com que apenas o sentido da visão seja explorado. O

designer Jinsop Lee, acredita que todos os sentidos são importantes, e, se bem explorados

podem trazer experiências e aprendizados inesquecíveis para os usuários. Em sua palestra

7 Matéria da Universidade do Estado de Michigan sobre “Design for Adult Learning, Teaching and Learning

Theory, Feedback”. Disponível em: http://bit.ly/1gVBpkK

39

para o TED Talks8 sobre os cinco sentidos, ele apresenta a partir de gráficos alguns exemplos

que mostram momentos que passamos em nosso dia a dia e o grau de utilização de cada um

de nossos sentidos neles. É possível observar nesses gráficos que quando um indivíduo tem

uma experiência muito boa em relação a algum evento, ele consegue atingir vários de seus

sentidos ao mesmo tempo, logo, quanto mais sentidos os profissionais de design conseguirem

atingir com seus produtos, mais chances eles terão de proporcionar uma melhor experiência

do mesmo para seus usuários.9

Na área da infografia essa busca por explorar mais sentidos, além da visão, pode ser

vista em infográficos que são voltados em sua maior parte para web. Muitos sites de notícias

têm produzido infográficos onde conseguem trazer para o usuário uma maior interatividade

com o próprio infográfico, como pode ser visto e entendido anteriormente na Figura 4.

Outro recurso que também é usado para abordar esse foco são os infográficos em

forma de vídeos, que fazem com que a mensagem transmitida tenha um maior dinamismo.

Um bom exemplo do uso desse recurso foi no vídeo produzido pela empresa Riot Games10

,

onde foi mostrado para os jogadores do jogo League of Legends11

por meio de dados

estatísticos, que os jogadores que trabalhavam em equipe tinham muito mais chances de

vencer uma partida do que jogadores que brigavam com sua equipe.

8 TED é uma organização sem fins lucrativos dedicada a “espalhar idéias que valem a pena”. A institução teve

início em 1984 com uma conferência que reuniu pessoas das áreas de Tecnologia, Entreterimento e Design. 9 Transcrição do vídeo “Design para os 5 sentidos” onde o designer industrial Jinsop Lee apresenta sua teoria

sobre experiências multi-sensoriais. Disponível em: http://bit.ly/1lZxHN3 10

Empresa de jogos independentes fundada em 2006. 11

Jogo online competitivo que mistura a velocidade e a intensidade de um RTS com elementos de RPG.

40

Fig. 20 Imagem do vídeo “Trabalho em Equipe OP”. (Disponível em:http://bit.ly/1oixhVE Acesso em: 29 Mar. 2014)

Diante dessas explanações é possível dizer que os recursos sígnicos não são tão

somente visuais, mas que uma representação auditiva e, às vezes utilizando os recursos táteis,

auxiliam na significação. Além de contribuírem para uma melhor interatividade, os

infográficos multisensoriais beneficiam na acessibilidade.

6.4 Grupos de Infográficos

Como previsto na metodologia, neste momento levantam-se os grupos de infográficos

existentes. Foram seguidos os conceitos criados por Mário Kanno (2013), que explica

detalhadamente o porquê da existência de cada grupo e quais são os tipos de existentes dentro

desses grupos.

Segundo o conceito o autor, os infográficos se dividem em quatro grupos: arte-texto,

mapas, gráficos e diagramas ilustrados.

6.4.1 Arte-texto

Esse tipo de infográfico é usado quando a informação a ser transmitida é melhor

exibida em forma de texto. De acordo com Kanno os infográficos arte-texto são utilizados no

momento de dar evidência a algum tipo de informação e também atribuir uma maior

movimentação na diagramação, os tornando um ótimo material de apoio para as reportagens.

41

Ao usá-lo se deve tomar um cuidado, pois a informação principal está na forma de texto, e, o

uso de muitos recursos gráficos podem acabar causando um ruído na transmissão da

mensagem, dessa forma, escondendo a mensagem principal.

Eles são classificados da seguinte maneira:

Tipo Características

Cronologia Mostra as datas importantes;

Dicas Reúne instruções úteis ao leitor;

Score Quando um número é a principal informação;

Fac-símile Reproduz um ou mais documentos que sejam relevantes à matéria;

Ficha Concentra as principais características do “personagem” (pessoa, país,

empresa etc.);

Frases Mostra opiniões sobre um assunto;

Glossário Traz o significado de alguns termos “difíceis”, mas imprescindíveis para à

reportagem;

Lista/Ranking Organiza informações em tópicos;

Para entender

/Resumo -

Reúne “quem, quando, onde e por quê” colocando o leitor em dia com a

reportagem;

Perguntas e respostas Usa o estilo de entrevista para esclarecer dúvidas ou discursar sobre um

assunto;

Próximos passos Indica como o assunto deve se desenvolver;

Sobe-desce Associa valor – ganhou, perdeu, ficou igual – para pessoas, partidos,

investimentos etc;

Tabela Monta os textos ou números em colunas paralelas associando uma coluna a

outra;

Testes Demonstra, de forma interativa, a transmissão de informações;

Gráfico retirado do livro Infografe

6.4.2 Mapas

Segundo Kanno, os mapas são elementos de grande impacto visual e que valorizam a

reportagem em que são incluídos. Eles são utilizados quando é necessário mostrar onde algo

42

ocorreu e podem ser acompanhados de outros tipos de infográficos, caso haja a necessidade

de mostrar outras informações.

Tipo Características

Mapa de localização Localiza geograficamente o assunto;

Mapa de ação Reúne instruções úteis ao leitor;

Mapa estatístico Usa cores ou sinais gráficos para dispersão geográfica dos dados;

Gráfico retirado do livro Infografe

6.4.3 Gráficos

Os gráficos normalmente são usados quando as informações chegam por meio de

tabela. Kanno diz que trabalhar com números é um problema. Segundo ele, “a dificuldade

com números começa no fato de ser possível combiná-los de forma a comprovar quase

qualquer tese”. Além de poderem ser interpretados de diversas maneiras, não há regras

específicas sobre como usá-los em cada situação. Entretanto, é recomendado que fossem

sempre usados os gráficos mais comuns que são: o gráfico de linha, gráfico de barras e gráfico

de pizza.

Tipo Características

Gráfico de linha Mostra evolução de uma ou mais variáveis no tempo;

Gráfico de barras Compara valores de uma ou mais categorias. Pode também mostrar

evolução;

Pizza/ Queijo Permite mostrar como uma quantidade total (100%) se divide em diferentes

categorias;

Área Compara valores de uma ou mais categorias usando imagens proporcionais;

Gráfico retirado do livro Infografe

6.4.4 Diagramas Ilustrados

Esse tipo de infográfico é usado na maioria das vezes, quando é necessário que uma

ilustração acompanhe a informação que esta sendo transmitida. Em sua maioria são utilizadas

ilustrações, porém, em alguns casos, existe a possibilidade do uso de fotos.

43

Tipo Características

Arte-foto Usa de uma ou mais fotos que são manipuladas para evidenciar uma

informação;

Corte esquemático Mostra como o “personagem” é por dentro. Pode retratar um órgão, uma

construção etc.

Fluxograma/ Passo a

passo

Representa acontecimentos ou processos;

Organograma Define graficamente posições hierárquicas ou de relacionamento entre

personagens;

“Storyboard” Usa quadrinhos para relato visual;

Página infográfica Combina tipos de infografia para traduzir visualmente a reportagem;

Gráfico retirado do livro Infografe

6.5 Métodos

Os métodos tem como objetivo dar um caminho para o usuário chegar ao

objetivo final. Para a criação e produção desse TCC é imprescindível o uso de um método e

para a criação de infográficos. Esse tópico tem como finalidade investigar tipos de métodos

conhecidos no mundo da infografia e compará-los para com o intuito de encontrar

semelhanças.

6.5.1 Mário Kanno

Mário Kanno (2012; p.70-71) expõe seu método de criação de um infográfico a partir

de seis partes: Planejamento, Investigação, Ideia Gráfica, Conteúdo, Info na Página e Edição e

Revisão. Em um primeiro momento, o método utilizado para o autor foi pensado para

infográficos produzidos para impressos de jornais e revistas, porém seu uso ainda cabe para

outros tipos de infográficos.

Planejamento

Deve-se estabelecer o objetivo do infográfico, decidir o conteúdo e o tratamento visual

que serão utilizados. Para ter um maior controle sobre o tempo é aconselhado a fazer um

cronograma.

44

Investigação

Onde se começam a averiguar as informações. É prudente ir atrás de informações que

sejam de fontes confiáveis e tomar cuidado com informações extraídas da internet. Quanto

maior o número de informações que se tiver à disposição, melhor é, mesmo sabendo que nem

todas serão utilizadas.

Ideia Gráfica

Todas as ideias são válidas. Nesse momento se começa a pensar no visual do

infográfico. Ideias que podem parecer ruins podem acabar virando grandes ideias. Evitar usar

imagens meramente decorativas é uma dica dada pelo autor, já isso pode acabar tirando o foco

do leitor.

Conteúdo

Nesta etapa é necessário lembrar que o objetivo inicial dos infográficos é retirar da

informação dados que possam criar algum tipo de ruído. Desse modo, se deve simplificar a

informação, se lembrar do objetivo que o infográfico em questão tinha e se a informação está

sendo passada de uma maneira clara para o leitor.

Info Página

A quinta etapa é o momento de conferir se todo o conteúdo da página está em

harmonia. Kanno diz que “um infográfico bem desenhado não faz uma página melhor ou

vice-versa. No entanto, o inverso é verdadeiro. Uma página mal resolvida pode estragar um

infográfico bom e vice-versa“.

Edição e Revisão

Momento onde se confere se todas as informações, sejam elas texto ou imagens, do

infográfico estão corretas.

Após todo esse processo de confecção do infográfico é importante buscar um feedback

do projeto para sempre ir aprimorando seus projetos.

45

6.5.2 Nathan Yau

Em um vídeo de apresentação do livro “Visualize Isto: O Guia do FlowingData

para Design, Visualização e Estatística”, Nathan Yau apresenta um método de como contar

histórias por meio de dados. As etapas presentes nesse método podem ser chamadas de:

Levantamento, Questionamento, Ferramentais, Geração e Visual.

Levantamento

Primeiramente é necessário adquirir a maior quantidade de dados possível sobre a

informação que será explorada no infográfico.

Questionamento

Após o levantamento das informações, começa a ser questionar qual rumo o projeto irá

tomar e quais informações serão usadas.

Ferramentais

Com o objetivo e os dados do infográficos já delimitados, o próximo passo é escolher

que tipos de ferramentas serão usadas para se passar as informações de forma correta ao

usuário.

Geração

A etapa de geração é uma fase onde serão produzidas algumas alternativas do

infográfico, buscando a melhor maneira de comunicar a informação.

Visual

Com o infográfico finalizado e transmitindo as informações da maneira que foi

proposta no objetivo, inicia-se a última etapa deste processo, que tem como propósito buscar

modos de tornar o infográfico visualmente agradável aos olhos do público.

6.5.3 Venkatesh Rajamanickam

Rajamanickam propôs, em 2005, um método de criação de infográficos. Esse método

foi desenvolvido a partir de três grandes desafios para a criação de infográficos. O primeiro

desafio é entender que tipo de informação está sendo transmitida. Essa informação pode ser

espacial, cronológica, quantitativa ou o que mais acontece, uma combinação dos três. O

46

segundo é criar uma representação que seja adequada ao tipo de informação que está sendo

passada, sejam eles diagramas, cronogramas, mapas etc. Por último se deve escolher o melhor

meio para transmitir essa informação - estático (geralmente encontrado em impressos),

modular (motion ou vídeo) ou interativo (geralmente feito para web e dispositivos eletrônicos,

porém pode ser feito também no papel).

Fig. 21 Tradução do quadro feito por Venkatesh Rajamanickam sobre o processo de criação de um infográfico.

47

O método desenvolvido por Rajamanickam possui nove etapas. São elas: Organizar,

Tornar Visível, Contextualizar, Simplificar, Criar Redundância, Dar Causa e Efeito,

Comparar e Contrastar, Criar Múltiplas Dimensões e Integrar.

Organizar

Provavelmente a fase mais difícil do desenvolvimento do infográfico, que é organizar

as informações disponíveis e de maneira que possam apresentá-las.

Tornar Visível

Qualidade é essencial para tornar as informações visíveis que irão compor o

infográfico para que seu público possa entendê-las.

Contextualizar

Estabelecer um contexto entre as informações é importante para situar os leitores

dentro do infográfico.

Simplificar

As representações que são simples e diretas são fáceis de se compreender. As pessoas

se distraem facilmente com representações complexas.

Criar Redundância

O autor explica que “a redundância é o oposto de informação. Algo que é redundante

acrescenta pouco na informação de uma mensagem. No entanto, grande parte das informações

que lidam com a vida cotidiana contém uma boa dose de redundância.”. Adicionar

redundância a um fluxo de informações facilita o entendimento do conteúdo que está sendo

transmitido. Entretanto, o uso excessivo desse recurso pode acabar por dificultar o

entendimento. Logo esse recurso deve ser usado com um certo equilíbrio.

Dar Causa e Efeito

As informações passadas dentro do infográficos devem fazer com que o leitor consiga

compreender os mecanismos subjacentes à informação principal.

48

Comparar e Contrastar

Criar comparações faz com que os leitores consigam entender as informações de uma

forma mais rápida. Já o uso de contraste faz com que o leitor possa diferenciar os tipos de

informação.

Criar Múltiplas Dimensões

Quando o autor fala em criar múltiplas dimensões, quer mostrar a importância de se

criar vários tipos de informações sobre o mesmo assunto no infográfico.

Integrar

É importante que a história que está sendo contata no infográfico seja coerente. Que os

elementos que estão compondo a peça estejam em harmonia. Devem-se evitar referências para

as figuras que podem ser removidas do fluxo do texto. As informações de comparação devem

ser colocadas lado a lado.

6.5.4 Rodrigo de Castro Andrade

Em 2008, Rodrigo de Castro Andrade desenvolveu um Trabalho de Conclusão de

Curso que tinha como objetivo desenvolver um método para a criação de infográficos com

base em um estudo de caso feito a partir do jornal Folha de São Paulo. Após algumas

pesquisas, análises e testes, ele chegou à conclusão de que o método ideal teria 10 passos.

Esses dez passos são: Foco ou Recorte, Público-Alvo, Coleta de Informações, Análise

de Informação, Hierarquização, Troca de informações, Fornecimento de Parâmetros,

Objetividade da abordagem, Princípios do Alfabetismo Visual e Checklist.

Foco ou Recorte

No primeiro passo procura-se evidenciar os pontos chaves presentes nas informações

que estarão compondo o infográfico. Isso é fundamental para ajudar aos leitores a

compreenderem a informação.

49

Público-Alvo

É necessário saber para qual público-alvo essa peça gráfica estará destinada, pois se

devem utilizar referências conhecidas desse público. O uso errado de certos recursos pode

causar desinteresse por parte das pessoas. Caso a audiência desse infográfico seja maior, é

pertinente fazer uso de referências que sejam de conhecimento geral.

Coleta de Informações

O terceiro momento é onde se começa a levantar as informações que tem relação com

o infográfico. Quanto mais informações são levantadas, mais conhecimento será adquirido

sobre o assunto abordado e mais fácil será para passar essas informações para dentro da peça.

Análise de Informação

Seguido da etapa de Coleta vem a Análise, onde é feita a convergência das

informações levantadas vendo quais são as mais relevantes para o infográfico. Nessa etapa é

necessário ter em mente que tipo de dados são necessários para que uma pessoa inexperiente

no assunto em questão possa entendê-lo sem dificuldades, além de saber que tipos de

elementos podem ajudar nessa transmissão.

Hierarquização

Com as informações que estarão presentes na peça já definidas, é preciso enxergar

quais as informações que terão maior destaque e menor destaque. Rodrigo de Castro divide

essa hierarquização de informações em três passos: o primeiro nível é composto por

informações que situam o leitor sobre o que se trata o infográfico; o segundo nível possui

informações que serão o foco principal da peça e elas devem estar em destaque; o terceiro e

último nível apresenta informações complementares, que podem ajudar na compreensão, mas

que não são fundamentais ao infográfico.

Troca de informações

É importante observar que tipo de informações textuais podem ser transformadas em

elementos visuais, dessa forma, atraindo a atenção do leitor e não o sobrecarregando.

50

Fornecimento de Parâmetros

Momento onde é feita uma investigação de como será possível fazer comparações

entre os elementos presentes na peça gráfica. O autor (2008; p.85) diz que a etapa de Fornecer

Parâmetros é importante, pois os seres humanos têm necessidade de estabelecer relações por

meio comparativos.

Objetividade da Abordagem

Na etapa de Objetividade da abordagem, é essencial que o infografista procure usar

representações simples e objetivas já que elas são melhor interpretadas pelos leitores. O uso

de elementos dispensáveis pode causar confusão e distração ao interlocutor.

Princípios do Alfabetismo Visual

Tem como foco usar os princípios da sintaxe visual como equilíbrio,

positivo/negativo, gestalt, agrupamento entre outros para integrar e interrelacionar os

elementos presentes no infográfico, dessa forma, criando hierarquias e tornando a informação

mais atrativa e inteligível ao leitor.

Checklist

A última etapa desse processo é recomendada pelo autor, pois é vista a necessidade de

revisar se todas as etapas foram seguidas e, se caso tenha algum conflito dentro do

infográfico, ele possa ser corrigido antes de publicado.

Ao comparar esses quatro métodos levantados é possível constatar que todos eles

seguem um padrão similar no momento de se criar infográficos.

Essa similaridade entre os métodos pode ser observada na Figura 22 onde todos eles

foram postos lado a lado. Os tópicos onde as cores são iguais possuem ações semelhantes. É

perceptível que todos os processos de desenvolvimento de um infográfico têm como etapas

iniciais a definição dos objetivos e o levantamento de dados. Em seguida, vêm as etapas de

idealização gráfica da peça. Entretanto, é observado que nesse momento de idealizar o

infográfico é necessário também buscar simplificar as informações e analisar como cada

informação que será disposta dentro do layout, dando maior destaque às mais importantes. As

51

metodologias de Rodrigo de Castro e Rajamanickan são as únicas que dão destaque para a

questão de hierarquizar as informações.

No final da produção do infográfico, tanto Mário Kanno, quanto Rodrigo Castro

atentam para a importância de se revisar o infográfico, com o objetivo de analisar se todas as

etapas foram seguidas e se todas as informações necessárias para o infográfico estão presentes

e se estão sendo apresentadas de forma correta.

Fig. 22 Quadro mostrando as similaridades dos métodos levantados.

6.6 Taxonomia

Visando um melhor resultado do produto que será concebido ao final do projeto, será

produzida uma taxonomia onde serão levantados entre 50 e 60 infográficos, promovendo uma

análise que tem o intuito de buscar características comuns entre eles, assim, dessa maneira,

poderá se ter o entendimento de qual o melhor momento para utilizar cada tipo de recurso

gráfico, como por exemplo a cor, signo, tipos de gráficos etc.

Para facilitar esse procedimento foi feito um “recorte”. Nesta etapa foram estudados

infográficos estáticos, interativos e animados que tinham como assunto principal a área de

ensino, entretanto, também foram utilizados outros tipos.

52

6.6.1 Estáticos, Interativos e Animados

Conforme pode ser verificado na Figura 21, o infografista Venkatesh Rajamanickam

define infográficos estáticos como aqueles que apresentam todas suas informações de uma

vez só; infográficos interativos aqueles que apresentam informações com as escolhas que o

usuário fizer e infográficos animados como aqueles que apresentam as informações em uma

sequência progressiva.

Os infográficos estáticos começaram a ser usados em jornais, porém, com o aumento

de sua popularidade, logo passaram a ser usados em revistas e na internet. Hoje em dia são

vistos diariamente nas mídias impressas e digitais. Eles têm como foco principal passar a

informação de uma maneira direta para o usuário, e por isso, se apoiam em uma informação

visualmente bem apresentada para ter a atenção do leitor. Esse tipo de infográfico é o mais

comum de ser usado, pois é o mais simples de ser desenvolvido, ou seja, não envolvem tantas

complexidades no momento de seu desenvolvimento. Mas é importante ressaltar, que mesmo

não tendo animações, esses infográficos demandam conhecimento de uso de imagem,

diagramação e dos elementos de construção de sentido necessários.

Fig. 23 Infográfico estático onde todas as informações são apresentadas diretamente . Disponível em:

http://bit.ly/RLtjGZ Visualizado em: 14 Abr/2014.

Os infográficos interativos podem ser encontrados na maioria dos casos nas mídias

digitais, entretanto, eles também podem ser vistos em alguns impressos. Grandes portais de

notícias da internet como IG, G1, Folha de S. Paulo etc, possuem um diretório próprio só para

infográficos, onde são abordados temas que estão sendo debatidos pela mídia naquele

53

momento. As vantagens de se usar um infográfico desse tipo é que, devido a sua interação, ele

consegue trazer o usuário para perto do acontecimento. Outro ponto forte é poder incluir som

e pequenos vídeos que explicam como funciona algum acontecimento.

Fig. 24 Quadros presentes no infográfico que tem como objetivo criar a Seleção Brasileira de todos os tempos.

Disponível em: http://bit.ly/1lESrrT Visualizado em: 14 Abr/2014.

Os infográficos em forma de vídeo têm pouca utilização em comparação com os

demais, devido ao seu longo tempo de produção. Em contrapartida, é o infográfico que, se

bem feito, o que mais prenderá a atenção do usuário. Isso acontece por causa de dois

artifícios: o primeiro é a voz que, se bem empregada, desperta o interesse do usuário e

consegue fazer com o que o mesmo entenda as ilustrações presentes no vídeo. O segundo é o

fato de que as ilustrações do vídeo são animadas. Isso faz com que os olhos dos usuários

sempre acompanhem a imagem. Esses dois artifícios facilitam bastante o entendimento da

informação que está sendo transmitida. Quando não é possível utilizar uma voz, o uso de uma

trilha sonora de fundo é aconselhável, pois não faz com que o vídeo se torne somente um

monte de ilustrações em movimento, o que desestimularia o usuário.

Fig. 25 Sequência de imagens que representam o vídeo Trasition Technologies. Disponível em: http://bit.ly/1rm0qvr

Visualizado em: 14 Abr/2014.

6.6.2 Gráficos

Seguindo os tipos de infográficos levantados anteriormente pode ser observado que é

comum utilizar os gráficos de barras e de linhas em situações onde existe uma comparação de

dados que foram obtidos durante um período de tempo. O emprego do gráfico de pizza é feito

em situações onde é preciso comparar números de um mesmo momento. Esse números

geralmente são comparados em porcentagem. Em alguns casos similares, o gráfico de barras

também pode ser empregado. A utilização de gráficos personalizados é moderada, pois é

54

necessário usar elementos que tenham a ver com o assunto abordado, porém que não

confundam o usuário no momento de transmitir a informação.

Na figura 26 é possível observar vários tipos de gráficos. O gráfico de linha é utilizado

duas vezes, o de maior destaque mostra o crescimento do carvão durante uma década (2000-

2010). As informações apresentadas no gráfico acompanham a trajetória do mesmo, já o

segundo, apresenta um gráfico não tão maleável como o primeiro. Outro tipo de gráfico

utilizado nesse infográfico foi o de barras, entretanto, para a representação das barras foram

utilizadas fumaças, já que elas se enquadrariam melhor no contexto do assunto abordado.

Fig. 26 Infográfico sobre a utilização do carvão como energia. Disponível em: http://abr.ai/1r5Helm Visualizado em:

14 Abr/2014.

A figura 27 se trata de um infográfico sobre produtos lacticínios de uma empresa da

Bulgária. Nele é possível notar diversos gráficos personalizados, alguns até tendo o uso de

imagens como apoio para a informação. Também é visto o uso de gráficos de barras e de

pizza para fazer comparações de informações.

A maioria dos dados incluídos no infográfico foram convertidos para porcentagem,

pois como o objetivo da peça é comparar os dados do mercado e o uso desse artifício facilita

aos usuários a compará-los.

55

Fig. 27 Uso de gráficos personalizados em infográfico corporativo. Disponível em: http://bit.ly/1m2KobK Visualizado

em: 14 Abr/2014.

6.6.3 Pictogramas

No geral os pictogramas analisados têm, ou uma similaridade com a identidade visual

da marca, ou com o visual gráfico do assunto abordado na peça. Em sua maioria, os

pictogramas não contém muitos detalhes, possuem no máximo duas cores e são representados

por signos que são comuns nos dias de hoje, facilitando o entendimento das informações por

parte do usuário.

Os infográficos audiovisuais usam os pictogramas, ao invés de ilustrações, pois eles

são fáceis e rápidos de serem feitos, além de serem simples de entender. Não cabe criar uma

ilustração cheia de detalhes que no final irá tirar o foco do usuário para a informação que

realmente tem que ser passada.

Os pictogramas presentes no material da empresa chinesa Tenio (Figura 28) foram

criados exclusivamente para compor o mesmo. Essa iniciativa mostra ao usuário/leitor que

houve uma preocupação maior em não usar pictogramas que o tornassem básicos com o

passar do tempo, e sim criar elementos gráficos que conseguissem transmitir uma harmonia

maior com toda a peça gráfica onde estão sendo aplicados.

Na Figura 29 se torna perceptível que em muitos casos ainda se utilizam pictogramas

que possuem conceitos bastante similares aos criados por Otto Neurath no final da década de

20. Na imagem, o primeiro quadro mostra o uso de pictogramas de um infográfico

desenvolvido em 2011 e, no segundo quadro, elemementos criados para o sistema Isotype.

56

Fig. 28 Uso de pictogramas de fácil entendimento. Disponível em: http://bit.ly/1ijIUXE Visualizado em: 14 Abr/2014.

Fig. 29 Comparação entre pictograms usados na atualidade e do sistema Isotype. Disponível em: http://bit.ly/1p4Lp5j

| http://bit.ly/1iPPEsQ Visualizado em: 14 Abr/2014.

6.6.4 Mapas

Os mapas são uma importante ferramenta de localização para as pessoas, e geralmente

são utilizadas quando algum dado precisa ser demonstrado geograficamente.

A Figura 30 apresenta três infográficos que tratam de assuntos distintos, porém,

utilização da ferramenta de mapa para transmitir parte de suas informações. Pode ser

observado nela que as informações presentes nesses mapas em sua maioria possuem

indicadores de posições, em forma de círculo ou seta. O uso deste artifício além de facilitar o

posicionamento das informações dentro do mapa, o torna mais claro aos olhos do

usuário/leitor, fazendo com que a informação seja passada com mais facilidade.

Em sua grande maioria, as representações feitas dos mapas são fiéis (ou bem

próximos) ao que conhecemos nos dias atuais, contudo, também é visto o uso de mapas

personalizados. Na série de infográficos produzidos pela Superinteressante sobre os Jogos

Olímpicos foram criados três mapas personalizados (Figura 31). O primeiro tem como

objetivo apresentar quantas medalhas cada país já conquistou, entretanto, a distorção

produzida no mapa faz com que ele fique muito distante do que conhecemos e acaba fazendo

57

com que o usuário se perca ao encontrar os países. Um exemplo disso é o Brasil, maior país

em extensão da América do Sul, ser menos visível que a Argentina. O segundo infográfico

apresentada os maiores medalhistas de cada país com o seu nome representando, mas por

tentarem acompanhar o formato geográfico dos países com os nomes, o entendimento de

algumas informações ficou bastante confuso. E por último, o terceiro infográfico apresenta

em que modalidade cada país conseguiu adquirir mais medalhas. Neste, apesar de uma

pequena mudança no jeito de se apresentar o mundo geograficamente, o desenho se encontra

perto do que conhecemos, e devido a isso, as informações conseguem ser transmitidas com

mais facilidade do que nos casos anteriores. O gráfico de pizza foi bem utilizado nessa série

de infográficos já que ele consegue apresentar e comparar as informações numéricas presentes

no mesmo.

Fig. 30 Uso de círculos e indicadores para apontar a localização, além transmitir informações. Disponível em:

http://bit.ly/QqD1xl | http://bit.ly/1irlsYF | http://bit.ly/1m8WpfU Visualizado em: 17 Abr/2014.

Fig. 31 Mapas e informações sendo dispostas de diversas maneiras na série de infográficos sobre os Jogos Olímpicos,

produzido pela SUPER. Disponível em: http://abr.ai/1r5Helm Visualizado em: 17 Abr/2014.

6.6.5 Fotografia e Ilustrações

Ao analisar os infográficos foi percebido que existe uma prevalência do uso de

fotografias em peças gráficas em que o assunto tratado tem um certo grau de seriedade ou

formalidade. Um exemplo disso são os relatórios anuais, que sempre têm suas informações

acompanhadas por fotos. Estas fotos são aplicadas com o propósito de passar conceitos das

58

empresas, dar identidade a uma pessoa ou objeto e auxiliar no entendimento da informação

que está sendo comunicada.

Na Figura 32 é vista uma outra maneira de se utilizar o meio da fotografia dentro dos

infográficos, onde se monta o infográfico a partir da foto tirada. Os elementos presentes na

foto ficam posicionados de uma maneira que a informação consiga ser transmitida para o

público, necessitando somente adicionar os textos que irão acompanhá-la. O primeiro

infográfico aborda números sobre os grupos étnicos, sociais, sexuais etc, no Brasil. As

pessoas presentes na foto se encontram posicionadas e caracterizadas de uma maneira que a

informação consiga ser entendida com rapidez, se tornando um bom apoio para os gráficos e

textos presentes no mesmo. O segundo infográfico, que tem como foco a alimentação dos

atletas, segue o mesmo caminho do primeiro, porém como o objetivo da foto principal é

mostrar a alimentação, as informações têm um destaque um pouco menor.

Fig. 32 Uso de fotografias diagramadas para a criação de infográficos. Disponível em: http://abr.ai/1r5Helm

Visualizado em: 17 Abr/2014.

As ilustrações podem ser usadas em diversas situações. Em seu livro Desvendando os

Quadrinhos, Scott McCloud (2005; p.49) diz que: “Quando as imagens são mais abstraídas da

“realidade”, requerem maiores níveis de percepção, como as palavras. Quando as palavras são

mais audaciosas, mais diretas, requerem níveis inferiores de percepção e são recebidas com

mais rapidez, como imagens”.

Em contextos que existem uma maior sobriedade do assunto, é possível perceber o

uso de ilustrações com uma quantidade maior de elementos próximos da realidade. O

primeiro infográfico da Figura 33, que fala sobre a Amazônia Ilegal, por ser um assunto que

deve ser tratado com mais seriedade e por não ser possível tirar uma fotografia que mostrasse

todos os elementos que deveriam estar presentes, foi feito uso do recurso de uma ilustração

59

mais realista que conseguisse explorar todos os elementos presentes nas informações, além de

transmitir para o usuário/leitor a devida importância que o assunto possui.

No segundo quadro também pode ser observado o uso desse tipo de ilustração, só que

por outro motivo. Dessa vez a ilustração é utilizada com o objetivo de é mostrar como

funciona a parte de dentro do corpo humano de um atleta. A utilização desse recurso é feita

devido à necessidade de apresentar uma informação que não poderia ser passada através de

uma foto.

Fig. 33 Utilização de ilustrações onde são mostrados mais elementos que uma foto poderia transmitir. Disponível em:

http://abr.ai/1r5Helm Visualizado em: 17 Abr/2014.

Quando os infográficos abordam um assunto que tem um cunho de maior

informalidade ou que possui um público-alvo onde exista a necessidade de tratar um assunto

de uma maneira mais lúdica para despertar o interesse do mesmo, é feita a utilização de

ilustrações que se afastam do ambiente da realidade e começam a ir em direção ao ambiente

da abstração.

O infográfico que podemos ver na Figura 34 tem provavelmente como público-alvo a

massa, então, a base para se estipular qual o tipo de ilustração a ser utilizada foi o assunto. Por

ele tratar das similaridades que existem entre as crianças e os animais domésticos, foi mais

prudente fazer uso de ilustrações que tendessem para o lado da abstração, criando assim um

ambiente mais leve para o público.

60

Fig. 34 Infográfico que utiliza uma ilustração mais cartunesca. Disponível em: http://bit.ly/1oraBiu Visualizado em:

17 Abr/2014.

6.6.6 Linha do Tempo

O uso do recurso da cronologia é feito quando é necessário mostrar eventos presentes

em nosso dia-a-dia ou em de um intervalo de tempo. Na maioria dos casos esse artificio é

representado de duas maneiras: por meio de uma linha ou um círculo.

A linha pode ser construída da esquerda para direita ou de cima para baixo. Seu uso se

dá quando é preciso apresentar eventos que começaram em um ponto e terminaram em outro.

Já o círculo é utilizado em situações onde os eventos apresentados no infográfico representam

um ciclo, ou seja, sempre que ele chegar ao seu ponto final ele recomeça. Em alguns casos

foram vistos eventos que não possuem um ciclo representado em forma de círculo, porém,

isso não é aconselhável, pois cria a sensação no usuário de que a informação irá voltar ao

começo.

Abaixo, na Figura 35, é possível notar duas maneiras de se utilizar a linha em forma

circular. No primeiro quadro é apresentado um gráfico que tem como intenção apresentar ao

público a quantidade média de água que é gasta por uma pessoa durante cada hora do dia. O

uso desse tipo de recurso no infográfico foi acertado devido ao fato de que essa rotina

mostrada acontece todos os dias e não em só um momento.

61

Já no segundo quadro é apresentado um infográfico que mostra os feitos da empresa

Moog durante as décadas. A aplicação de uma linha do tempo em forma circular nesse caso

específico cria a impressão para o usuário/leitor que após a década de 2000, iremos retornar a

década de 1960. Logo, seria mais aconselhável a criação de linhas do tempo em um formato

vertical, como ocorrem nos dois casos presentes, na Figura 36, onde as empresas Sandisk e

Company of Angels produziram uma linha do tempo que passa a sensação de continuidade por

parte das mesmas.

Fig. 35 Representações do uso da cronologia em forma de circular. Disponível em: http://abr.ai/1r5Helm |

http://bit.ly/1io0Bpb Visualizado em: 17 Abr/2014.

Fig. 36 Utilização de linha do tempo em linhas horizontais. Disponível em: http://bit.ly/1igfRQf | http://bit.ly/1lGfimF

Visualizado em: 17 Abr/2014.

62

6.6.7 Tipografia

Segundo Joaquim da Fonseca (2008; p. 55-58), os tipos sem serifa ou sans serif têm

formas difíceis de serem seguidas na leitura, do que letras com serifas, devido ao seu pouco

contraste e a ausência da serifa. Para ele, esses tipos devem ser usados em frases, títulos e até

parágrafos, mas não para um texto de livro. Para casos desse tipo é aconselhado o uso de tipos

com serifas.

Fonseca (2008; p. 126) também aborda a questão sobre a família dos tipos. Para ele

“Uma família de tipos é o conjunto de caracteres cujo desenho apresenta as mesas

características fundamentais, variando no peso e na inclinação dos traços, ou na largura

relativa das letras.” Também é dito que o uso de tipos de uma mesma família é importante

para que o designer possa apresentar uma variedade somada com a manutenção de uma

consistência e uma aparência forte.

Saber utilizar os pesos da família tipográfica que está sendo usada no infográfico é

importante. Robin Williams (2009; p.150) diz que “Além de fazer que a página fique mais

interessante aos olhos, o contraste de peso é uma das melhores maneiras de organizar as

informações.”.

No mundo dos infográficos é muito comum vermos o uso de tipos sem serifa para

transmitir as informações. Isso acontece tanto nos títulos, quanto nos subtítulos, e, até mesmo

nos textos corridos. Isso ocorre porque, assim como as ilustrações, as fontes sem serifa

deixam o infográfico com uma identidade mais cordial, além de ser a tipografia mais usada na

atualidade.

As tipografias com serifa aparecem em pouco casos devido a pouca quantidade de

texto que existe dentro desses materiais, entretanto, quando existe um texto corrido um pouco

mais longo, ainda há designers que as usam. Um jeito que permite o emprego de tipografias

serifadas é quando o infográfico precisa remeter a algum momento do passado. Isso faz com

que a fonte possa ser usada até no título da peça.

No infográfico criado pela Superinteressante que tem o título de República Imigrante

do Brasil, há o uso de letras sem serifa em quase toda a peça gráfica, entretanto, o assunto

63

abordado, permitiu a utilização de uma letra serifada no título. Outro fator que pode ser

observado é uma constante mudança de pesos com o intuito de descartar certas informações.

Fig. 37 Uso do recurso de tipografia em diversas maneiras. Disponível em: http://abr.ai/1r5Helm

6.6.8 Cor

Ambrose & Harris (2009; p.6) apresentam a cor como um aspecto importante do

design contemporâneo e a definem como a forma mais imediata de comunicação não verbal.

Segundo eles, ela pode ser utilizada para representar pensamentos e emoções de uma forma

que nenhum outro elemento do design consegue, além pode chamar a atenção de modo

instantâneo.

O uso da cor pode se dar em diversos contextos dentro do ambiente do design.

Ambrose (2009 et al; p.48) dizem que ela pode ser utilizada para dar destaque a alguma

informação, que poderiam passar despercebidas de alguma outra forma, assim como chamar

atenção, despertar sentimentos, fornecer um código cultural para interpretar e receber

informações etc.

Dentro do ambiente dos infográficos, as cores têm como objetivo despertar o interesse

do usuário. Em sua maioria, as cores que compõem os infográficos se associam ao assunto

que está sendo abordado. Alguns exemplos disso são os infográficos corporativos que sempre

apresentam as cores institucionais das empresas.

Na figura 38 pode-se analisar um infográfico que conta a “História da Vida” utilizando

o recurso da cor de uma outra maneira. No presente caso foram aplicadas cores diferentes

com o objetivo de diferenciar os tipos de informação dentro da peça. O uso desse artifício,

somado ao uso da legenda das cores, auxilia a leitura dos dados por parte do leitor, dessa

64

maneira facilitando o entendimento. Isso, junto de uma legenda, auxilia a leitura dos dados,

facilita e agiliza o entendimento sobre a informação presente no infográfico.

Fig. 38 Uso de cores para diferenciar os grupos de dados. Disponível em: http://bit.ly/1iwzWrB

Ao utilizar várias cores em uma peça gráfica é necessário fazer com que elas criem

uma harmonia entre si para não gerar um desconforto visual para o leitor. No livro “Cor” de

Ambrose (2009 et al; p.24) é dito que “o círculo cromático é uma ferramenta que pode ser

usada para selecionar combinações harmônicas de cores para um design”.

Com o intuito de trazer essa harmonia o flat design12

aparece como uma tendência do

design a ser seguida nos dias atuais, segundo dados presentes no infográfico da empresa

Shutterstock sobre Tendências do Design Edição 2014. Como se é capaz de perceber na

Figura 39, o flat design traz uma paleta de cores mais brilhantes e coloridas, e que possuem

um equilíbrio entre si. As cores claras e retrôs são mais populares entre os designers que

adotaram esse novo recurso.

12

O Flat Design é um recurso que começou a ser usado na web. Ele possui ausência de efeitos adicionais, como

sombras, entalhes, gradientes etc.

65

Fig. 39 Uso das cores do Flat Design no infográfico. Disponível em: http://bit.ly/1tZObZA

6.6.9 Grid

Pode-se dizer que o grid é a estrutura de uma peça gráfica, sendo uma importante

ferramenta no auxílio ao designer. Ele permite a construção e a organização dos elementos

dentro de uma peça gráfica.

No livro “Grid”, Ambrose defende que:

O grid fornece uma estrutura para todos os elementos de design de uma página, o

que facilita e simplifica os processos de criação e de tomada de decisão por parte do

designer. Utilizar um grid aumenta a precisão e a consistência da localização dos

elementos da página, fornecendo uma estrutura para um alto nível de criatividade.

Grids permitem que o designer tome decisões conscientes e use seu tempo de modo

eficiente. Eles podem agregar dinamismo a um design - o posicionamento do que

parecia um elemento pequeno e irrelevante como um fólio, por exemplo, pode ter

um impacto surpreendente em uma página, pulsando por todo o trabalho impresso.

(AMBROSE, 2009, p.11)

No infográfico presente na Figura 40, é possível observar de maneira bem clara que

foi desenvolvido um grid produzido a partir de diversos retângulos. A boa disposição

adquirida ao criar esse grid fez com que as informações presentes ficassem nitidamente

hierarquizadas, além de criar um ambiente gráfico cortês para o usuário.

66

Fig. 40 Infográfico presente em um livro comemorativo de 40 anos de um Hospital-Prisão em Haia. Disponível em:

http://bit.ly/1l9iQMs

6.6.10 Elementos Gráficos

Um recurso que passa quase despercebido aos olhos dos usuários, mas que tem grande

impacto no resultado final do infográfico são os elementos gráficos que o compõem, como

por exemplo, marcadores, caixas, linhas etc.

O uso desses elementos gráficos, em sua maioria, é necessário fazer uma separação de

informações. Outros benefícios que podem ser encontrados são quando são usados elementos

gráficos que tenham a ver com o assunto abordado no infográfico. Isso faz com que o usuário

entenda sobre o que se trata a peça gráfica.

Na Figura 41 foi feito uso de linhas para dar destaque para algumas informações,

assim como, para separá-las. Outro recurso utilizado além das linhas foram as caixas que

foram criadas para que o texto presente no título e na legenda do mapa se destacasse e não

apresentasse ruídos com o fundo produzido para o infográfico.

67

Fig. 41 Infográfico utiliza recursos gráficos para destacar as informações. Disponível em: http://bit.ly/RAlW4v

68

7 SÍNTESE

Após a fase de análise é chegada a fase de síntese. Para Ian Noble (2013, p 62) síntese

é o “uso do conhecimento adquirido com a pesquisa e o teste de métodos de produção

alternativos no planejamento e na formação de resoluções de design criativas e inventivas”.

Para este projeto a fase de síntese consiste na definição de parâmetros e na criação de

um método que deverão ser seguidos pelos designers no momento de se desenvolver um

infográfico, tendo como objetivo facilitar a transmissão da mensagem para o usuário/leitor. O

método que será desenvolvido e os parâmetros aqui já definidos também irão auxiliar na

construção do material gráfico que será concebido ao final deste projeto.

7.1 Paramêtros Definidos

Infográficos estáticos e interativos podem ser usados para abordar qualquer

assunto;

Uso de pequenos vídeos amplifica o poder de transmissão de dados de

infográficos interativos;

Infográficos audiovisuais se encaixam melhor em situações em que é

necessário apresentar dados sobre uma situação e explicar acontecimentos;

Dados temporais devem ser representados por gráficos de linhas ou de barras;

Comparações de dados, de um mesmo período, devem ser representados por

gráficos de barras e de pizza;

Gráficos personalizados deixam os infográficos mais interessantes, entretanto

devem ser usados com cuidado para não perder informação;

Criar pictogramas exclusivos para o infográfico é interessante, pois cria um

diferencial;

Mapas personalizados devem possuir similaridades com os mapas que

conhecemos;

69

Fotos e ilustrações mais detalhadas devem ser usadas para contextos que a

sobriedade do assunto é maior;

Fotos devem ser usadas quando é preciso demonstrar o real;

Ilustrações mais abstratas e cartunescas são usadas em infográficos que

abordam assuntos mais lúdicos;

Cronologias com início e fim devem ser apresentados horizontalmente ou

verticalmente. Semicírculos também podem ser utilizados;

Cronologias que possuem um ciclo devem ser apresentadas por meio de

círculos. Outros tipos de formas fechadas também podem ser experimentados

dependendo do assunto abordado;

Infográficos possuem pouco texto. Devido a isso é aconselhável o uso de

tipografia sans serif. Uso de outros tipos somente quando o assunto abordado

permitir;

Uso de cores diferentes para representar diferentes tipos de informações;

Infográficos corporativos devem possuir as cores da empresa com intuito de

mostrar um padrão;

7.2 Método

Com base na análise feita em cima dos métodos levantados anteriormente, este método

irá conter sete etapas, que são: Definição de Objetivos, Levantamento, Análise,

Hierarquização, Diagramação, Geração, Finalização.

Definição de Objetivos

Em um primeiro momento é necessário definir quais os objetivos do infográfico, como

por exemplo, o tema principal, as informações chaves que serão abordadas, o tratamento

visual e seu público-alvo.

70

Divergência

Nesta etapa é feita uma busca com a intenção de se adquirir informações que sejam

pertinência para a confecção do projeto. Mesmo sabendo que nem todas as informações

adquiridas serão usadas, é aconselhável que se levante o máximo de informações possível,

pois dessa maneira o leque de opções para o desenvolvimento do infográfico será maior.

Convergência

Com as informações em mãos, é preciso começar a fazer uma convergência onde deve

se definir quais farão parte do infográfico e quais serão descartadas. Para isso, é feita uma

análise dos dados.

Hierarquização

Após delimitar quais informações estarão presentes no infográfico é necessário dar um

grau de importância para cada um delas.

Diagramação

Gavin Ambrose (2009 et al; p.11) diz que o principal objetivo do layout é “apresentar

os elementos visuais e textuais que precisam ser transmitidos de uma forma que o leitor os

receba com o mínimo de esforço.”

Dentro do layout existe o grid. Ambrose (2009 et al; p.52) afirma que “o uso de um

grid resulta em uma abordagem com maior reflexão e propicia maior precisão na disposição

dos elementos na página, tanto em termos de medida física como de proporção de espaços.”

Na etapa de diagramação será definido o posicionamento de cada informação presente

no infográfico. Informações que tiverem uma maior relevância devem ficar numa posição

mais privilegiada em relação a uma que for de menor relevância. Além disso, uma boa

diagramação das informações pode trazer um maior conforto ao usuário/leitor no momento

que ele visualizá-lo.

Geração

Nesta etapa serão produzidas diversas alternativas visuais para as informações que

estarão presentes no infográfico.

71

Finalização

Após definida a melhor alternativa gerada, é feita a arte finalização da peça, como

também uma revisão do projeto com o propósito de observar se os objetivos foram cumpridos

e se todas as informações estão sendo transmitidas de maneira eficiente.

72

8 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

8.1 Diagramas

No decorrer do desenvolvimento do levantamento e análise de infográficos relativos à

etapa de taxonomia, e, no momento onde foram definidos os parâmetros na síntese, foi

constatado em cima da repetição dos elementos presentes em alguns grupos de infográficos,

que muitos designers que trabalham na área de infografia seguem um roteiro de escolhas ao se

deparar com certas situações. Entretanto, isso não pode ser considerada uma regra, já que essa

visão não é seguida por todos.

Abaixo são apresentados os esboços que foram produzidos a partir do entendimento da

existência desse roteiro, visando definir quais os passos a serem adotados pelos designers em

cada situação que eles se depararam no desenvolvimento do infográfico.

Fig. 42 Esboço do diagrama de ilustração e foto.

Fig. 43 Esboço do diagrama de meio de comunicação.

73

Fig. 44 Esboço do diagrama de representações para infográficos.

Fig. 45 Esboço do diagrama sobre Tipografia.

Após o desenvolvimento desses esboços foram montados diagramas que apresentam o

roteiro seguido pelos designers, visando produzir um infográfico que desperte o interesse do

público e que transmita a informação para o usuário. Foram criados cinco diagramas que

abordam as áreas de fotos e ilustrações, meio de comunicação, representações, tipografia e

cor. Cada um destes gráficos possui até cinco níveis de decisões, que são separados em cores,

tendo o azul claro como questionamento inicial (input), passando por amarelo, azul escuro,

rosa até chegar ao vermelho como solução final (output).

O primeiro diagrama aborda o tema de ilustração e foto. Nele é possível observar que

para definir se o elemento que irá compor o infográfico deve ser uma ilustração ou uma foto,

primeiramente é necessário saber para qual público-alvo o mesmo é destinado. Verificando

isso, são dadas três opções de público ao designer: infantil, público geral e adulto. A partir da

definição do público a escolha de qual elemento deve ser usado fica mais fácil e começa a ser

74

definido o infográfico. São apresentadas três possíveis soluções finais ao decorrer dos

caminhos propostos no diagrama.

A ilustração cartunizada deve ser utilizada quando o público no qual o infográfico se

destina é infantil ou quando o assunto abordado tem um tom mais descontraído. Já o uso de

fotos e ilustrações realísticas deve ocorrer quando o público é adulto ou quando o assunto tem

um tom sério, se diferindo apenas no momento de analisar se a informação a ser transmitida

pode ser apresentada por meio de fotos ou não.

Fig. 46 Diagrama apresenta qual escolha fazer entre foto e ilustração.

O segundo diagrama, sobre meio de comunicação, apresenta ao usuário/leitor como

meio deve ser utilizado para apresentar as informações presentes no infográfico. Para fazer

75

essa escolha, primeiro deve ser definido qual o método que a informação será apresentada.

Caso seja visto que a melhor maneira de se apresentar a informações é direta, ou seja, todas as

informações sendo apresentadas ao mesmo tempo, o infográfico deve ser exibido

estaticamente. Entretanto, se for definido que o infográfico deve ser apresentado aos poucos,

existe a necessidade de decidir se elas serão apresentadas em função das escolhas dos usuários

de uma maneira interativa ou se serão exibidas de linearmente, em forma audiovisual.

Fig. 47 Diagrama mostrando quando deve ser usado cada tipo de meio de comunicação.

O próximo diagrama demonstra ao designer como as informações devem ser

representadas no momento de serem adicionadas ao infográfico. Este roteiro em especial foi

pensado para todas as informações que forem ser incorporadas dentro da peça gráfica, pois

nem todos os dados poderão ser representados da mesma forma. Caso as informações sejam

qualitativas ou quantitativas, elas serão representadas por meio de gráficos. Informações

espaciais devem ser representadas por mapas e informações cronológicas por meio de linhas

do tempo.

76

Informações em forma de gráficos podem se dividir em dados de um mesmo período.

Essa divisão irá definir como a informação será representada.

No caso das informações cronológicas, serão representadas em forma de círculo; caso

seja um ciclo, ou em forma de linha e possua uma continuidade linear.

Fig. 48 Diagrama apresenta como as informações devem ser apresentadas em cada situação.

O diagrama que aborda o uso da tipografia tem poucas vertentes. Ele é dividido em

duas partes: título/subtítulo e texto geral, que também poderia ser chamado de texto corrido.

77

Na primeira parte é questionado se existe alguma fonte que tenha relação com o assunto

levantado no infográfico, pois o uso de uma tipografia pode facilitar a percepção do usuário

perante o assunto abordado. É interessante perceber que todos os caminhos desse roteiro

podem terminar na escolha da fonte sem serifa, já que mesmo o infográfico tendo em alguns

casos textos longos, não interfere em seu uso.

Fig. 49 Diagrama apresenta qual tipografia utilizar.

O último diagrama foi desenvolvido para apresentar ao usuário como deve ser pensado

o uso das cores. Esse roteiro possui dois caminhos: no primeiro foi possível perceber que se o

assunto abordado pelo infográfico possui uma cor que o represente, como por exemplo, o

verde para assuntos ecológicos. O uso da cor se torna imprescindível já que irá fazer com que

o leitor crie uma relação do infográfico com o assunto de uma maneira mais ágil. Em

contrapartida, o outro caminho mostra que caso não exista uma cor que represente o assunto é

necessário que o usuário crie uma paleta de cores com um bom contraste a fim de criar uma

hierarquização das informações. O uso de cores semelhantes faz com que o usuário entenda

que essas informações tenham relação uma com a outra. Já informações com tonalidades

distintas são vistas como grupos diferentes de informações.

78

Fig. 50 Diagrama referente a escolha de uma paleta de cores.

8.2 Infográfico

Devido ao presente projeto possuir como um de seus três pilares a metalinguística, foi

vista a possibilidade de elaborar como produto final desse TCC uma série de infográficos que

auxiliem aos designers no desenvolvimento dos mesmos. Para isso serão utilizadas as

informações levantadas nos diagramas construídos acima. Usando os parâmetros definidos na

79

etapa da síntese e os roteiros que compõem os diagramas, foi visto que a utilização de uma

tipografia sem serifa seria a melhor escolha para esse tipo de infográfico. Pelo o assunto

abordado não possuir uma paleta de cores que o represente, foi definido que serão utilizadas

cores baseadas no flat design. Com o intuito de manter uma identidade na peça que será

produzida, os ícones que serão desenvolvidos seguirão mesma tendência.

Fig. 51 Alguns exemplos de cores que compõe a paleta do Flat Design. Disponível em: http://bit.ly/TNRqGd

8.2.1 Geração de Alternativas

Com a definição das informações que irão fazer parte do infográfico, começaram a ser

construídas algumas alternativas para o presente projeto, sabendo que os materiais que irão

compor esse projeto farão parte de uma série.

A partir desse pensamento, foram elaboradas três ideias de infográficos tendo como

informação base, o diagrama criado para mostrar ao designer como representar as

informações em sua concepção.

A primeira alternativa produzida foi pensada para ser primeiramente estática,

entretanto, é possível torná-la interativa. Para ela, foi feita uma diagramação onde a leitura das

informações que possuem relação fosse vertical. As informações contidas na peça gráfica

foram separadas com base nas cores. A cor azul representa todas as informações relacionadas

com a parte de cronologia, a cor amarela, todas as informações destinadas à parte Espacial e a

cor vermelha está relacionada às informações Qualitativa/Quantitativa.

80

Fig. 52 Primeira alternativa gerada.

A segunda alternativa gerada também foi pensada para o ambiente estático, porém,

diferente da primeira, não existe nenhuma forma de torná-la interativa. Nesse infográfico foi

feito o uso de duas tipografias, uma para títulos e outra para texto.

O uso da cor foi outro ponto que se difere da primeira alternativa. Nesse caso em

específico foi pensado para que cada infográfico tivesse uma cor padrão, fazendo com que só

houvesse a mudança de cor perante o assunto abordado por cada infográfico e não pelas

informações que compõem cada um deles.

A leitura dessa segunda peça é feita da esquerda para direita, tendo linhas tracejadas,

dividindo cada tópico que é levantado dentro do assunto do infográfico.

81

Fig. 53 Segunda alternativa gerada.

Com o objetivo de trazer uma maior interatividade entre o infográfico e o designer, a

terceira alternativa foi desenvolvida para ser totalmente interativa, possuindo pequenas

oportunidades de se tornar estática devido a sua diagramação. Nesse conceito foi levantado o

uso de formas geométricas para separar os tópicos de cada informação, além de diferenciá-los

por meio de cores.

Como esse infográfico possui três tópicos a serem abordados, a forma geométrica a ser

utilizada foi o triângulo. Cada lado do triângulo aborda um item, tendo a cor azul para

apresentar as informações relacionadas à Cronologia, a cor amarela para Espacial e a cor

vermelha para Qualitativa/Quantitativa.

82

A interatividade nesse caso acontece em dois momentos. O primeiro momento ocorre

na tela inicial, onde o designer acessa um dos cinco infográficos que serão produzidos, e o

segundo acontece dentro da tela do infográfico. As informações irão girar dependendo da

escolhida, porém o ponto central fica estático.

Fig. 54 Terceira alternativa gerada.

8.2.2 Matriz de Avaliação

Após o desenvolvimento dos três tipos de infográficos, começou a ser feita a escolha

da melhor alternativa. Para isso foi usado o método de matriz decisória. Neste método são

escolhidos alguns critérios que serão julgados pelos avaliadores.

Essa matriz funcionará da seguinte forma: o peso de cada critério será de 1 a 4. Já as

notas atribuídas pelos avaliadores serão de 1 a 5. Após a soma de todos os critérios será dada

a nota final.

83

As alternativas foram apresentadas para os avaliadores e após isso eles

receberam uma folha com as matrizes de cada infográfico gerado.

Fig. 55 Uma das fichas de avaliações.

Em seguida, a avaliação das alternativas feita pelos avaliadores convidados, se deu a

partir de uma soma dos números obtidos nas fichas, onde o resultado obtido mostrou que a

alternativa número 3 foi a que obteve maior pontuação.

8.2.3 Desenvolvimento do Modelo

Com a escolha do modelo de infográfico a ser seguido, começou o processo de

desenvolvimento de mais infográficos que irão compor o projeto. Todos os infográficos foram

produzidos tendo como forma base o triângulo, dessa forma, mantendo um padrão. No total

foram produzidos cinco infográficos, denominados de cor, tipografia, foto e ilustração,

infográfico e informação. Além da confecção dos infográficos, foi produzida uma tela de

apresentação para o modelo visando uma melhor navegação do usuário.

A tela inicial ficou no formato de um pentágono, tendo uma cor destinada para cada

assunto que é abordado em cada um dos cinco infográficos produzidos. Foi visto que era

preciso situar o usuário sobre o que se tratava cada infográfico. Em função disso foram

criados pequenos textos que explicassem cada tópico.

84

Fig. 56 Tela de acesso inicial.

Seguindo o esquema de formas geométricas proposto, todos os infográficos

desenvolvidos para esse projeto possuem o formato de um triângulo, já que todos eles

possuem três informações chaves. Para informação chave foi escolhida uma cor para

representá-la, já que isso facilita ao usuário/leitor diferenciar cada grupo de informação. As

cores usadas para todos os triângulos foram azul, vermelho e amarelo mantendo um padrão

entre todas as peças que foram produzidas. Os ícones presentes no infográfico também

acompanham as cores de cada divisão a que pertence, logo se a divisão é azul, os ícones que

estão presentes na informação dela também serão azuis. Isso se aplica para as três cores.

A tipografia utilizada para todo o projeto foi a Aller, pois não há utilização de textos

muito longos em todo o material produzido, e como foi visto no levantamento e análise de

85

dados, o uso de uma tipografia sem serifa é a mais indicada. A diferença feita na parte

tipográfica do projeto foi o tamanho utilizado para títulos e informações, já que isso faz com

que exista uma hierarquização das informações presentes. Abaixo é possível ver todos os

cinco infográficos que foram produzidos para o presente projeto.

Fig. 57 Tipografia escolhida.

Fig. 58 Fig. 58 Infográfico de Informação.

86

Fig. 59 Infográfico de Infográfico.

87

Fig. 60 Infográfico de Tipografia.

88

Fig. 61 Infográfico de Cor.

89

Fig. 62 Infográfico de Foto e Ilustração

90

9 APRESENTAÇÃO DO MODELO

Após alguns estudos sobre como seria a navegação do usuário dentro do produto

desenvolvido, foi vista a necessidade de acrescentar algumas informações como também

ocultar outras em um primeiro momento, além de outros pequenos ajustes.

Para a tela inicial (Figura 63) foram acrescentados três textos: o primeiro é um título

no lado superior esquerdo para informar ao usuário sobre o que se trata esse produto, o

segundo foi um sobre quem foi que desenvolveu o projeto, no lado esquerdo inferior, e por

um último um informativo sobre como se deve ser feita a navegação na tela, no lado inferior

direito, onde foi usada a cor vermelha para chamar a atenção do usuário para a informação.

Pensando em um melhor manuseio das informações por meio do próprio usuário,

foram adicionadas cinco setas dentro do pentágono central, onde cada uma delas direcionará o

designer para a informação que ele gostaria de acessar. Além disso, um botão de acesso foi

criado para que o usuário confirme que ele quer ir para a tela da informação selecionada.

Outro ponto a ser notado é que foi escolhido somente o tópico selecionado pelo

designer que irá mostrar as informações. Caso se queira ver outro tópico, a informação do

presente será recolhida. O pentágono rotacionará e a informação presente no outro tópico irá

aparecer. Foi feita essa escolha para que a tela do programa fique mais limpa, apresentando

somente as informações que o usuário tem interesse em ver.

Visando obter uma boa leiturabilidade e legibilidade das informações, foi definido que

o tamanho do corpo será 20 para os tópicos principais e 12 para as demais informações. O

título da peça ficou com 50 pontos.

Na tela pertencente aos infográficos (Figura 64) as mudanças foram menores. No

canto superior esquerdo foi adicionado um botão de “Voltar” para que o usuário pudesse

retornar a primeira tela, além das informações de textos presentes na parte inferior da tela

inicial. Também foram adicionadas setas dentro do triângulo para uma navegação mais

rápida. Assim como na tela principal, foi decidido que só a informação selecionada seria

mostrada, as outras ficariam escondidas até que fossem selecionadas.

91

Fig. 63 Modelo final da tela inicial.

92

Fig. 64 Modelo final de uma das telas de informações.

Com o objetivo de se aproximar do público para o qual este infográfico é

destinado, e visto que a maioria deste público se encontra atualmente na internet, foi analisada

a necessidade de aplicar o presente projeto a um domínio virtual

(http://roteiroparainfograficos.myartsonline.com/), como também a criação de um cartão que

possui-se um QR-Code 13

para que os usuários o acessassem remotamente.

13

Código de barras bidimensional que pode ser facilmente escaneado usando a maioria dos telefones

celulares equipados com câmera.

93

Fig. 65 QR Code de acesso ao site

Fig. 66 Cartão produzido para divulgação do site com QR Code

94

10 CONCLUSÃO

O desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso é complexo, pois é

necessário aliar suas expertises com o interesse que a pessoa possua, pois será um projeto que

consumirá bastante tempo, com longas pesquisas. É importante salientar que o aluno e o

orientador precisam estar em sintonia entre si e com o próprio tema do projeto.

Um ponto notado no decorrer desse TCC foi a importância de se gravar e ouvir

constantemente as reuniões, pois em uma gravação, nenhum pensamento é perdido. Um

segundo ponto que pode ser comentado é o comprometimento que a pessoa tem que ter com

seu projeto. Trazer coisas novas que ainda não foram discutidas com o orientador é

interessante para que possa se ver de outras maneiras o problema.

A maioria dos alunos que cursam design só atentam para seu tema no instante de

definir o que será feito de TCC, entretanto, o propósito do desenvolvimento deste projeto se

dá, da observação que tem sido feita ao longo do desenvolvimento que houve enquanto

estudante do campo de design, e muito se foi observado, que ao longo dos últimos anos, o uso

do infográfico ficou cada vez mais efetivo nos meios de comunicação de todo o mundo. O

contato anterior com infográficos fez com que no momento de se iniciar esse projeto já

houvesse um material para consulta, porém mesmo assim, com o progresso que foi sendo

obtido durante as etapas do mesmo, muitas outras informações foram sendo adquiridas.

A busca por materiais bibliográficos que pudessem auxiliar na construção desse

trabalho mostrou que a área da infografia ainda não é tão estudada no país, entretanto, isso

esta mudando. Foi visto ao longo do presente projeto, que uma tese de doutorado na PUC-Rio

foi defendida, onde era averiguado o uso de infográficos, o que é bastante importante, pois

mostra que corrobora para a importância desse assunto na atualidade. Nela foram encontradas

lacunas que ainda precisam ser preenchidas dentro desse meio, o que acabou tendo grande

contribuição. Acredita-se que o presente projeto foi um desdobramento daquelas ideias de

continuidade por parte do autor.

Outro elemento muito interessante do projeto foi poder acompanhar as mutações que

foram acontecendo ao longo do seu desenvolvimento, pois a infografia é um tema que possui

muitas áreas e com o constante avanço tecnológico, seu uso vai mudando. No início do

projeto era esperado que fosse desenvolvido um infográfico em forma de linha do tempo que

contasse a história de uma instituição, porém foi visto que a produção dessa peça não daria

95

conta do que foi prometido nos objetivos. O critério de escolha foi pelos que tinha fins

educativos, até porque, pode-se sugerir que em um futuro próximo, tópicos que não foram

desenvolvidos ao longo desse projeto possam ser abordados em uma futura dissertação de

doutorado ou até mesmo por futuros estudantes do campo do design.

O presente projeto foi elaborado a partir da metalinguagem, já que foi entendido que

não é possível dissertar sobre infográficos sem ter um infográfico em mãos. Foi proposto um

estudo do ambiente em que os infográficos estão inseridos nos dias atuais, buscando

compreender como que eles estão sendo utilizados pelos designers, dessa forma, obtendo um

melhor entendimento de como as informações têm sido transmitidas e que meios podem ser

utilizados para melhorá-la.

A etapa de levantamento e análise de dados foi significativa para que a solução final

começasse a ser enxergada. A análise diacrônica mostrou que a busca do ser humano por uma

melhor transmissão da mensagem não é um fato recente, mas que vem se desenvolvendo ao

longo dos anos, acompanhando a própria necessidade humana e que muitos elementos usados

produzidos no passado foram sendo atualizados utilizados na atualidade. A abordagem

defendida por Julio Plaza no que diz respeito à multisensorialidade expôs a importância que

os cinco sentidos do ser humano têm para que a informação possa ser interpretada de uma

maneira clara e rápida, além dos meios que são mais receptivos pelos leitores. O uso do

conhecimento passado por Mario Kanno em seus livros permitiu a familiarização com os tipos

de infográficos que existem, além do entendimento de quando é o momento certo de se

utilizar cada um desses elementos.

O levantamento de vários métodos proporcionou a criação de um quadro onde foi

possível compará-los, com o intuito de saber onde eles eram semelhantes, podendo dessa

maneira saber quais os passos que devem ser seguidos no instante em que for produzir um

infográfico e adaptá-los para o desenvolvimento de um método próprio.

O momento de maior contribuição para o projeto na etapa de levantamento de dados

foi a fase de taxonomia, onde todas as informações teóricas levantadas anteriormente foram

utilizadas para investigar os diversos infográficos levantados. Nessa fase foi possível entender

que na prática, o pensamento segue um roteiro para cada situação em que se encontram na

produção de um infográfico. A descoberta desse roteiro permitiu enxergar uma solução para o

problema levantado no início do projeto, onde seria produzido um material que auxiliasse os

96

designers a entenderem quando é a melhor situação para utilizar cada recurso ou elemento no

infográfico.

É possível afirmar que o projeto em questão irá sofrer mudanças com o passar do

tempo para que ele possa se manter atualizado constantemente. Com a disponibilização do

material criado nesse projeto para designers que trabalham na área de infografia, se enxerga

uma melhoria significativa no uso correto dos elementos utilizados dentro dos infográficos,

fazendo com que a informação seja passada para o usuário/leitor de uma forma mais simples,

rápida e de uma maneira que ela possa ser aprendida.

97

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