INFLUÊNCIA DA IDADE DA PLANTA NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA … · 1. Erva-cidreira. 2. Essênciais e...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE INFLUÊNCIA DA IDADE DA PLANTA NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia alba E DE UM CICLO DE SELEÇÃO RECORRENTE NA ATIVIDADE FORMICIDA VANDERSON DOS SANTOS PINTO 2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE

INFLUÊNCIA DA IDADE DA PLANTA NA COMPOSIÇÃO

QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DE Lippia alba E DE UM

CICLO DE SELEÇÃO RECORRENTE NA ATIVIDADE

FORMICIDA

VANDERSON DOS SANTOS PINTO

2017

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA E BIODIVERSIDADE

VANDERSON DOS SANTOS PINTO

INFLUÊNCIA DA IDADE DA PLANTA NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO

ESSENCIAL DE Lippia alba E DE UM CICLO DE SELEÇÃO RECORRENTE NA

ATIVIDADE FORMICIDA

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe, como parte das exigências

do Curso de Mestrado em Agricultura e

Biodiversidade, área de concentração em

Agricultura e Biodiversidade, para obtenção

do título de “Mestre em Ciências”.

Orientador

Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank

SÃO CRISTÓVÃO

SERGIPE – BRASIL

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

P659i

Pinto, Vanderson dos Santos

Influência da idade da planta na composição química do óleo essencial de Lippia

alba e de um ciclo de seleção recorrente na atividade formicida/ Vanderson dos

Santos Pinto; orientador Arie Fitzgerald Blank – São Cristóvão, 2017.

53f.: il.

Dissertação (Mestradoem Agricultura e Biodiversidade) –Universidade

Federal de Sergipe, 2017.

Orientador: Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank

1. Erva-cidreira. 2. Essênciais e óleos essenciais. 3. Plantas - Composição. 4.

Plantas – Melhoramento genético. I. Blank, Arie Fitzgerald Blank, orient.

II. Título.

CDU: 582.929.4

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VANDERSON DOS SANTOS PINTO

INFLUÊNCIA DA IDADE DA PLANTA NA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO

ESSENCIAL DE Lippia alba E DE UM CICLO DE SELEÇÃO RECORRENTE NA

ATIVIDADE FORMICIDA

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Sergipe, como parte das exigências

do Curso de Mestrado em Agricultura e

Biodiversidade, área de concentração em

Agricultura e Biodiversidade, para obtenção

do título de “Mestre em Ciências”.

APROVADA em: 31/07/2017.

Prof. Dr. Alisson Marcel Souza de Oliveira

PPGAGRI/UFS

Prof. Dr. Marcelo da Costa Mendonça

UNIT

Prof. Dr. Arie Fitzgerald Blank

UFS

(Orientador)

SÃO CRISTÓVÃO

SERGIPE – BRASIL

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Aos meus pais, namorada, ao

GPMACOe amigos

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade Federal de Sergipe e ao CNPq pela oportunidade de

ingressar na vida acadêmica de financiarem todas as pesquisas que desenvolvi desde a

graduação até o mestrado.

A Deus, por me proporcionar paciência e forças para conseguir executar todos os

projetos que me foram destinados até hoje e de ter-me dado forças para vencer todas as

dificuldades por que que passei desde minha infância até a vida adulta.

Aos meus pais, por toda educação que me deram durante esses anos, que foi

importante para minha formação como homem. Ao meu irmão Diego, por toda amizade e

companheirismo nas horas difíceis.

A minha namorada Juliana, por toda força emocional, acadêmica e psicológica que

vem me dando desde a graduação até hoje. A toda sua família, por me ter acolhido tão bem

comomembroe a todas as ajudas que me ofereceram nos momentos difíceis.

Aos meus professores do ensino básico, fundamental, médio e superior que

contribuíram de forma siginificativa para o ser humano ético e educado que sou hoje, como

também, o incentivo em todos os momentos de desânimo na minha vida.

A todos os membros do grupo GPMACO nesses anos de amizade, em especial

Elizangela, Camila, Mercia; a minha amiga Jessika Andreza pelo apoio de sempre; Alea,

Larissa, Hyrla, Faby, Lucas, Katily, Tais, Juliana Oliveira, Ianca, Luiz Fernando, Carlos,

Leticia e todos os membros que passaram pelo grupo e que contribuíram nesse trabalho.

Ao meu orientador, Arie Fitzgerald Blank, pela confiança nesses quase sete anos de

trabalho, que sempre acreditou na minha capacidade e colocou sobre minha responsabilidade

projetos que pensei que não iria conseguir executar, mas que suas sabias palavras sempre me

motivaram a continuar avançando e estudando para atingir as metas.

Aos meus co-orientadores, Magna, Alisson, Rodrigo e Thiago, pela amizade e

ensinamentos durante esses anos desde a graduação.

Aos funcionários da Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS” pela amizade e

ajuda de sempre nos meus experimentos.

A todos os alunos da turma 2010 de Engenharia Agronômica da UFS, pela amizade e

cumplicidade durante esses cinco anos de curso, em especial, meus grandes amigos (a) Ane,

Morgana, Alexandre, Abraão, Jeffersonmeu irmão de graduação, Jean, Túlio, Ancelmo e

Pedro Rabelo pela amizade e experiências compartilhadas na área durante esse tempo.

A todos os integrantes do laboratório de cultura de tecidos, em especial, a professora

Fátima que sempre me recebeu muito bem e foi atenciosa em tirar minhas dúvidas.

A todos os professores e funcionários do programa de pós-graduação em Agricultura e

Biodiversidade.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente na realização desse trabalho.

Obrigado

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BIOGRAFIA

VANDERSON DOS SANTOS PINTO, filho de Ivonete Francisca do Santos Ferreira

e Valdir Gabriel Pinto, nasceu em São Caetano do Sul no Estado de São Paulo e mudou-se

para Sergipe no ano de 2001, onde reside até o momento.

Cursou o ensino fundamental na Escola EstadualGilson Amado e ensino médio na

Escola João Batista da Rocha/SESI em Estância-SE, onde concluiu no ano de 2009. Ingressou

no curso de Engenharia Agronômica pela Universidade Federal de Sergipe no ano de 2010,

concluindo em 2015 a graduação.

Durante a graduação, desenvolveu projetos de conservação de germoplasma de Lippia

alba (2011) e o programa de melhoramento de Ipomoea batatas (2012 a 2015) como bolsista

de iniciação científica e tecnológica sob orientação do professor Dr. Eng. Agr. Arie Fitzgerald

Blank-UFS.

Participou da organização de eventos na UFS como: o 1º dia de campo do GEBOL,

Seminário de recursos genéticos da UFS e o 2º dia de campo do Campus Rural da UFS.

Foi monitor voluntário nas disciplinas de entomologia agrícola 1: geral e entomologia

agricola 2: manejo de pragas durante a graduação por dois períodos.

Foi coordenador de relações públicas e presidente da Associação de Estudante

Federais da cidade de Estância-SE (ASEFE) nas gestões de 2012 e 2015. Tornou-se pioneiro

na elaboração e início do projeto de biblioteca pública e sala de aula para pessoas analfabetas

na cidade, além disso, criou o programa de transparência financeira e redução da

indadimplência na instituição.

Ingressou no mestrado no programa de pós-graduação em Agricultura e

Biodiversidade (PPGAGRI) no ano de 2015, onde foi membro do colegiado como

representante discente dos alunos de mestrado do PPGAGRI no período 2016/2017.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... i

LISTA DE TABELAS .................................................................................................... ii

RESUMO ........................................................................................................................ iii

ABSTRACT .................................................................................................................... iv

1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

2.REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 2

2.1 Botânica, origem e usos ......................................................................................... 2

2.2 Aspectos morfológicos de L. alba ......................................................................... 2

2.3 Diversidade química nos óleos essenciais de plantas aromáticas .......................... 6

2.4 Melhoramento genético de espécies aromáticas .................................................... 9

2.5 Atividade formicida de óleo essencial ................................................................... 11

2.6 Carvona e sua atividade inseticida ......................................................................... 12

3.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 14

4. CAPÍTULO 1: A IDADE DA PLANTA AFETA O TEOR E COMPOSIÇÃO

QUÍMICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE GENÓTIPOS DE Lippia alba .................. 21

RESUMO ..................................................................................................................... 21

4.1 Introdução .............................................................................................................. 22

4.2 Material e Metodos ................................................................................................ 23

4.2.1 Material vegetal e delineamento experimental ................................................... 23

4.2.2 Extração e análise do óleo essencial ................................................................... 23

4.2.3 Análise estatística ............................................................................................... 24

4.3 Resultados .............................................................................................................. 24

4.4 Discussão ............................................................................................................... 26

4.5 Referências ............................................................................................................. 28

5. CAPÍTULO 2: A SELEÇÃO RECORRENTE RESULTA EM

ALTERAÇÕESMORFOAGRONOMICAS E AUMENTO DA ATIVIDADE

FORMICIDA EM Lippia alba ......................................................................................... 37

RESUMO ......................................................................................................................... 37

5.1 Introdução .............................................................................................................. 38

5.2 Material e Métodos ................................................................................................ 39

5.2.1 Material vegetal .................................................................................................. 39

5.2.2 Obtenção das progênies ...................................................................................... 39

5.2.3 Produção das mudas e sua multiplicação ............................................................ 39

5.2.4 Ensaio de competição ......................................................................................... 40

5.2.5 Variáveis avaliadas ............................................................................................. 40

5.2.6 Atividade formicida ............................................................................................ 41

5.2.7 Análise estatística ............................................................................................... 42

5.3 Resultados .............................................................................................................. 42

5.4 Discussão ............................................................................................................... 43

5.5 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 46

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 52

ANEXOS ......................................................................................................................... 54

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i

LISTA DE FIGURAS

Figura Página

2.1 Estruturas vegetais da Lippia alba. A: Planta de Lippia alba. B: Fitotaxia

oposta de folhas. C: Folhacom borda serreada. D: Inflorescência .................. 3

2.2 Tipos de inflorescências de espécies do gênero Lippia. A: espiga cilíndrica

deLippia augustifolia. B: espiga cilíndrica de Lippia laxibracteata. C: espiga

capituliforme de Lippia lupulina. D: espiga capituliforme de Lippia alba. E e

F: representação de inflorescências ................................................................ 4

2.3 Variação de cores em inflorescência de Lippia alba. A: Flores antes da

fecundação. B: Flores após fecundação .......................................................... 5

2.4 A. mellifera em inflorescência de Lippiaalba ................................................. 6

2.5 Representação de estruturas moleculares responsáveis pela cor da flor de

Lippiaalba ....................................................................................................... 6

2.6 Formiga quenquén (Acromyrmex sp.) ............................................................. 11

4.1 Agrupamento dos acessos de Lippia alba com um ano de idade (A) e 10 anos

(B) com base no método de agrupamento de Ward ........................................ 34

4.2 Distribuição dos constituintes químicos dos óleos essenciais de Lippia alba

em relação aos dois componentes principais através da análise de

componente principal (ACP) com um ano (A) e 10 anos de idade (B). ......... 35

4.3 Médias com erros padrão da média, dos constituintes químicos dos óleos

essenciais dos grupos I e II de Lippia alba com um ano e 10 anos de idade.. 36

5.1 Efeito da mortalidade de A. balzani para as concentrações 0.01 e 0.3 µL L-1

para parentais e progênies do primeiro ciclo de seleção recorrente ............... 51

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ii

LISTA DE TABELAS

Tabela Página

2.1 Atividade biológica da carvona em pragas agrícolas ..................................... 13

4.1 Identificação e origem de 18acessosda coleção de Lippia albado Banco

Ativo de Germoplasma de Plantas Medicinais e Aromáticas da Universidade

Federal de Sergipe, município de São Cristóvão, Estado de Sergipe, Brasil . 32

4.2 Média dos constituintes químicos de 18 acessos da coleção de Lippia alba

do Banco Ativo de Germoplasma de Plantas Medicinais e Aromáticas da

Universidade Federal de Sergipe, com 1 e 10 anos de idade ......................... 33

4.3 Coeficientes de correlação para os constituintes químicos dos óleos

essenciais de acessos de Lippia alba com um e 10 ano de idade de planta .... 38

5.1 Resumo da análise de variância para variáveis morfoagronômicas,

composição química e atividade formicida de genótipos do primeiro ciclo de

seleção recorrente de Lippia alba Federal de Sergipe, município de São

Cristóvão, Estado de Sergipe, Brasil. ............................................................. 50

5.2 Valores médios para altura de planta (AL), hábito de crescimento (HC), área

foliar (AF), massa seca de folha e inflorescência (MSF), concetração de óleo

essencial (OE), atividade formicida sobre Acromyrmex balzani e principais

compostos químicos detectados na análise química entre parentais e

progênies do programa de melhoramento de Lippia albada UFS, São

Cristóvão, Sergipe, Brasil ............................................................................... 51

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iii

RESUMO

PINTO, Vanderson dos Santos. Influência da idade da planta na composição química do

óleo essencial de Lippia alba e de um ciclo de seleção recorrente na atividade formicida. São Cristóvão: UFS, 2017. 54p. (Dissertação– Mestrado em Agricultura e Biodiversidade).*

A erva-cidreira-brasileira [Lippia alba (Mill.) N. E. Brown] é uma espécie medicinal e

aromática que apresenta vários quimiotipos. O óleo essencial rico em carvona possui

atividade inseticida sobre pragas de interesse agrícola. Diante disso, o objetivo do trabalho foi

avaliar a influência da idade da planta nos óleos essenciais de acessos de L. alba e de um ciclo

de seleção recorrente na atividade formicida. Os ensaios foram conduzidos na Fazenda

Experimental “Campus Rural da UFS”. Para o primeiro ensaio foram testados 18 acessos de

L. alba, que foram colhidos quando as plantas estavam com um ano de idade (fevereiro/2006)

e dez anos (fevereiro/2016). No segundo experimento foi realizado um ciclo de seleção

recorrente com três acessos com alto teor de carvona no seu óleo essencial. Para o ensaio de

competição de progênies foi implantado um ensaio testando 11 progênies e os três parentais.

A idade da planta influenciou na produção e composição química dos óleos essenciais dos

acessos de L. alba testados. Observou-se maior aumento doteor de óleo essencial para os

acessos LA-41 (0,69-2,48%) e LA-53 (0,76-2,84%). Com o envelhecimento das plantas

notou-se maior variação nos óleos essenciais para os compostos p-cimeno (0,00-5,12%),

limoneno (0,00-11,08%) e elemol (0,00-10,54%). No segundo experimento a maior produção

de massa seca da parte aérea foi observada para o genótipo LA-56 (57,54 g planta-1). O teor

de óleo essencial foi superior na progênie LA-57-10 (2,844%) e o parental LA-57 (2,644%).

A carvona foi superior para o LA-57 (59,02%) com diferença significativa em comparação as

progenies avaliadas. Entre as progênies, o maior teor foi observado para a progênie LA-56-04

(57,78%) e o menor para o LA-57-01 (17,71%) e LA-57-02 (17,27%). Um ciclo de seleção

recorrente resultou no aumento da atividade formicida de algumas progênies.Maior

mortalidade de Acromyrmex balsani foi causada pelos essenciais das progênies LA-56-04 e

LA-70-03.

Palavras-chave: erva-cidreira-brasileira, metabolismo secundário, melhoramento vegetal,

atividade inseticida.

___________________

* Comitê Orientador: Arie Fitzgerald Blank – UFS (Orientador), Thiago Matos Andrade – UFS (co-orientador).

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iv

ABSTRACT PINTO, Vanderson dos Santos. Influence of plant age on the chemical composition of the

essential oil of Lippia alba and of a recurrent selection cycle on formicidal activity. São

Cristóvão: UFS, 2017. 54p. (Thesis - Master of Science in Agriculture and Biodiversity).*

Brazilian lemon balm (Lippiaalba (Mill.) N. E. Brown) is a medicinal and aromatic species

widely used to fight diseases. Its essential oil, rich in carvone, has insecticidal activity on

pests of agricultural interest. Cutting ants cause severe economic damage to forest and

horticultural species and hinder cultivation worldwide. Plant aging is one of the main factors

that alter the biological activity of essential oils. The objective of this work was to evaluate

the influence of plant age on the essential oil of L. alba accessionsand of a recurrent selection

cycle onformicidal activity. The experiments were carried out at the Experimental Farm -

Campus Rural UFS.The experiment consisted of a randomized blocks design with three

replications. For the first experiment, 18 L. albaaccessions were used at two plant ages: one-

year-old plants (February2006), and ten-year-old plants (February 2016). In the second

experiment, a recurrent selection cycle was carried out with three accessions of the

limonene/carvonechemotype. For the progeny competition experiment, three parent genotypes

and 11 progenies were taken to the field. In the first experiment, plant age influenced the

essential oil production and the chemical composition.The highest essential oil content

increase was observed for accessions LA-41 (0.69-2.48%) and LA-53 (0.76-2.84%). The

compounds with the greatest variation in the second harvest were p-cymene (0.00-5.12%),

limonene (0.00-11.08%), and elemol (0.00-10.54%), because of plant aging. In the second

experiment, the highest dry weight of aerial part was observed for parental LA-56 (57.54 g

plant-1). The essential oil content was higher in the progeny LA-57-10 (2.844%) and the

parental LA-57 (2.664%). Carvone concentration was higher for LA-57 (59.02%), with a

significant difference when compared with the evaluated progenies. Among the progenies, the

highest carvone concentration was observed for LA-56-04 (57.78%) and the lowest for LA-

57-01 (17.71%) and LA-57-02 (17.27%).One recurrent selection cycle resulted in increased

formicidal activity of some progenies. Higher mortility of Acromyrmex balsani was caused by

the essential oils of the progenies LA-56-04 and LA-70-03.

Key words: Brazilian lemon balm, secondary metabolism, plant breeding, insecticidal

activity.

___________________

* Supervising Committee: Arie Fitzgerald Blank – UFS (Advisor), Thiago Matos Andrade – UFS (Co-advisor).

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1

1. INTRODUÇÃO GERAL

A Lippia alba é uma planta nativa brasileira, pertence a família Verbenaceae e que

pode ser encontrada em diversos estados e biomas. A espécie possui grande popularidade

devido seu uso na medicina popular para a cura de enfermidades como dores de barrigas e

insônia. Sua ação medicinal é proporcionada pela produção de óleos essenciais em resposta a

interação genótipo x ambiente, como forma de defesa a fatores bióticos (patogenos) e

abióticos (estresses hídricos e térmicos) que comprometem a sobrevivência da planta no

ecossistema (SANTOS e CARLESSO, 1998; VIANA e SOUZA, 2002).

A L. alba é caracterizada por ser uma planta produtora de óleo essencial, sua ampla

diversidade química foi comprovada através de estudos realizados por Blank et al. (2015),

avaliando genótipos do Banco de Germoplasma da Universidade Federal de Sergipe, que

observaram a presença de seis grupos químicos: Grupo 1 (linalol, 1,8-cineol e óxido de

cariofileno); Grupo 2 (linalol, geranial, neral, 1,8-cineol e óxido de cariofileno); Grupo 3

(limoneno, carvona e sabineno); Grupo 4 (Carvona, limoneno, g-muurolene e mirceno);

Grupo 5 (neral, geranial e óxido de cariofileno); Grupo 6 (geranial, neral, o-cimeno, limoneno

e óxido de cariofileno), destacando-se como compostos mais abundantes o 1,8-cineol, linalol,

mirceno, limoneno, carvona, geranial e neral.

Os óleos essenciais possuem ação bioativa sobre insetos pragas. As formigas

cortadeiras, principalmente os gêneros Acromyrmex e Atta, provocam danos milionários em

cultivos agrícolas e florestais. Esses gêneros são responsáveis pelo desfolhamento e uso no

cultivo do fungo Leucoagaricus gongylophorus, alimento das formigas. Como alternativa ao

controle químico, o uso de plantas aromáticas torna-se viável por ser menos danoso ao

ecossistema e na geração de renda para pequenos e médios produtores rurais (SANCHES et

al., 2003; NEHRING et al., 2015).

O potencial bioativo da L. alba trouxe interesse de instituições de pesquisas em

estudar e caracterizar materiais genéticos nativos para introdução em programas de

melhoramentosque visam o desenvolvimento de cultivares adaptadas a regiões produtoras e

que possuam alto teor de compostos químicos majoritários com ação comprovada na literatura

como a carvona (PEIXOTO et al., 2015). No entanto, a exposição da planta a fatores

ambientais pode favorecer alterações morfológicas e fisiologicas na planta que alteram a

composição e composição do óleo essencial na espécie.

O processo de envelhecimento vegetal é um dos principais fatores que contribui com

as alterações na composição química da planta. Segundo Pandeló et al. (2012), a produção de

óleo essencial em folhas oriundas de segmentos nodais mais desenvolvidos reduzem o

conteúdo de constituintes majoritários como a carvona, neral, geranial e linalol. Esse efeito foi

comprovado em experimento realizado com a Lippia sidoides por Santos et al. (2015), que

observaram a redução do composto timol em plantas com oito anos de idade.

O objetivo do trabalho foi avaliar a influência da idade da planta nos óleos essenciais

de genótipos de L. alba e de um ciclo de seleçao recorrente na atividade formicida.

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2

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Botânica, origem e usos

A familia Verbenaceae apresenta cerca de 40 gêneros e 1035 espécies, entre eles, o

gênero Lippia. Este gênero foi inicialmente descrito pelo botânico Carolus Linnaeus em 1728,

possui aproximadamente 254 espécies encontradas na Argentina, no Brasil e Paraguai

(PIMENTA et al., 2007). Estas espécies encontram-se, algumas mais estudadas, com

aplicação em pesquisascomo: Lippia alba, L. dulcis, L. filifolia, L. florida, L. gracilis, L.

multiflora, L. oreganoides e L. sidoides (SOUZA, 2008; BLANK et al., 2015).

A L. alba (Mill.) N. E. Br. é uma espécie aromática com origem na América do Sul

(BIASI e COSTA, 2003). Foi descrita em 1768 pelo botânico inglês Phillip Miller e adotam a

nomenclatura binomial Lantana alba (MILLER, 1768; MUNIR, 1993).

Segundo o banco de dados internacional de plantas, “The Plant List”, a L. alba foi

classificada por Nicholas Edward Brown e sofreu mudança passando do gênero Lantana para

o Lippia em 1928 (PLANT LIST, 2017).

A espécie possui uma ampla distribuição global nos ecossistemas, com relatos de

ocorrência desde a América do Norte (mais precisamente na região sul dos Estados Unidos)

até o Norte da Argentina na America do Sul. Exemplares de L. alba foram encontrados

também na Europa, Oceania e Ásia (HENNEBELLE et al., 2008; AQUINO et al., 2010).

Considerado um dos principais centros de diversidade de L. alba do mundo, o Brasil,

devido a distinção na vegetação, relevo e clima, possui uma expressiva variação genética e

química dentre os países de ocorrência natural. No país, a L. alba pode ser encontrado em

abundância em biomas como Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica nas regiões Nordeste,

Sudeste e Centro-Oeste (GOMES et al., 2011).

São atribuídas atividades calmantes, antiespasmódica, analgésica, sedativa e

ansiolítica aos fitoterápicos derivados da L. alba. (JANNUZZI et al., 2011). O uso industrial é

associado à espécie, dentre eles, a aplicação como antioxidante natural em produtos periciveis

como carnes e seus derivados tem sido associado à complexidade de compostos químicos

presentes no óleo essencial. Além disso, é uma fonte importante para a indústria, servindo

como matéria prima para diversos produtos, tais como: Cosméticos, remédios, perfumaria,

higiene pessoal, dentre outros produtos (CRAVEIRO & QUEIROZ, 1993; LEÃO et al.,

2017).

As plantas do quimiotipo limoneno-carvona estão entre as mais estudadas pela

atividade biológica associada ao óleo essencial. O limoneno é utilizado indutrialmente como

solvente em produtos de limpeza, alimentícios e cosméticos. A carvona é usada como

flavorizante e como carminativo (antiflatulento) em medicamentos e alimentos (SANTOS et

al., 2004).

2.2. Aspectos morfológicos de L. alba

O processo de caracterização de germoplasma ex situ é importante na seleção de

genótipos de uma determinada espécie, pois permite avaliar caracteres altamente herdáveis

em programas de melhoramento. Os descritores morfológicos são controlados normalmente

por poucos genes e expressam comumente características fenotípicas independente do

ambiente de ocorrência (BURLE e OLIVEIRA, 2010)

A caracterização morfológica atua na diferenciação de materiais genéticos, através de

descritores padronizados e uniformes, capazes de fornecer informações importantes para a

classificação, manejo e seleção de plantas em bancos de germoplasma de plantas aromáticas e

medicinais (BURLE e OLIVEIRA, 2010).

A L. alba é uma planta perene, porte subarbustivo, muito ramificado e com aspecto

esbranquiçado. Os ramos podem atingir 280 cm de comprimento dependendo das condições

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climáticas e nutricionais do solo. Sua copa apresenta diâmetro variando entre 60-474 cm entre

ramificações opostas (MARCHESE et al., 2010; CAMÊLO et al., 2011).

As folhas possuem filotaxia oposta, com formas elípticas ou lanceoladas, bordas

serreadas e ausência de estipula na base do pecíolo (Figura 2.1) (AGUIAR e COSTA, 1998;

DE ROMERO et al., 2010). De acordo com estudo de diversidade morfológica com 48

genótipos de L. alba oriundos de Estados localizados nas cinco regiões do Brasil [Centro-

Oeste (18), Nordeste (21), Norte (1), Sudeste (6) e Sul (2)], o comprimento da folha sofre

variação de 3,0-9,30 cm, com superioridade de média para genótipos das regiões Centro-

Oeste e Nordeste. No entanto, a largura da folha que apresenta intervalo entre 1,91-5,70 cm

não mostrou influência da origem para essa variável, mas sim, o efeito da interação Genótipo

X Ambiente (CAMÊLO et al., 2011).

Figura 2.1. Estruturas vegetais da Lippia alba. A: Planta de Lippia alba. B: Fitotaxia oposta

de folhas. C: Folha com borda serreada. D: Inflorescência.

A interação de fatores genéticos e ambientais provoca alterações em características

morfológicas na planta, comprovadas por trabalho realizado com genótipos em Juiz de

Fora/MG, que avaliou a influência da luminosidade no desenvolvimento da L. alba em

campo. Os resultados mostraram uma maior “plasticidade fenotípica”, que corresponde à

variação de um genótipo em função das mudanças no ambiente, com expressão de maior

altura da planta, comprimento do entrenó, área do limbo foliar e no número de flores abertas,

demonstrando, portanto, sua flexibilidade de adaptação à mudança no ambiente de ocorrência

natural (MONTANARI et al., 2004).

Sua biologia floral é composta por flores dispostas em inflorescências do tipo

capituliforme, a distância entre essas varia em função da idade da planta, atingindo até 5 mm,

com dimensões de 15 mm de altura e 10 mm de diâmetro (Figura 2.2). Cada inflorescência

pode conter até 45 flores distribuídas ao longo do eixo floral, que se desenvolvem entre as

brácteas, apresentando flores mais jovens no ápice e as velhas na parte basal (MUÑOZ et al.,

2007).

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Figura 2.2. Tipos de inflorescências de espécies do gênero Lippia. A: espiga cilíndrica

deLippia augustifolia. B: espiga cilíndrica de Lippia laxibracteata. C: espiga capituliforme de

Lippia lupulina. D: espiga capituliforme de Lippia alba. E e F: representação de

inflorescências (Fonte: DE ROMERO et al., 1998)

De acordo com Pimenta et al. (2007) a sazonalidade é um fator importante na floração

da L. alba, uma vez que períodos de maior ocorrência de chuva estimulam a fase vegetativa

da espécie e reduzem a produção de flores nas plantas em condições naturais, no entanto,

estações do ano com altas temperaturas e baixa precipitação estimulam as gemas laterais a

entrarem em fase reprodutiva.

As flores são hipóginas (ovário acima da região do receptáculo floral), diclamídeas

(flor coberta por duas sépalas), zigomorfas (possuem simetrias bilaterais) e hermafroditas

(apresentam androceu e gineceu na mesma flor). Essas possuem quatro anteras unidas à

corola, sendo um par na parte superior com filamentos longos e um par com filamentos curtos

na parte inferior (MUÑOZ et al., 2007).

Os frutos são do tipo drupa globoso com coloração róseo-arroxeados após formação, e

marrom quando seca (LORENZI & MATOS, 2004). As sementes possuem dormência

tegumentar, o que dificulta o processo germinativo da espécie em campo e contribui para a

formação de bancos de sementes no solo, no entanto, o processo de escarificação mecânica ou

química auxilia na propagação via semente, pois removem parte do tegumento favorecendo a

entrada de água necessária na germinação (PIMENTA et al., 2007).

As flores possuem um papel fundamental na manutenção e sobrevivência das espécies

vegetais no ecossistema. Sua importância está na atração de insetos polinizadores,

responsáveis pela coleta e fecundação em plantas que apresentam polinização cruzada,

conhecidas cientificamente como “alógamas” (BRITTAIN et al., 2010). A transferência de

pólen entre plantas favorece o fluxo gênico (migração de genes de uma população para outra)

que é fundamental para manter a variabilidade genética e garantir adaptação às mudanças

edafoclimáticas (KENNEDY e ELLE, 2008).

Para que ocorra a manutenção no ecossistema, tornam-se necessárias atrações de

polinizadores às flores da planta. Dentre os meios responsáveis pelo reconhecimento e

localização desses no ambiente natural, destacam-se a atração química e coloração das flores.

A atração química é realizada através da síntese de metabolitos secundários voláteis nas flores

conhecidos como “óleos essências”, essas substâncias são complexas e possuem compostos

químicos com baixo ponto de ebulição, que em contato com a temperatura ambiente,

volatilizam e guiam os insetos até as flores (NOGUEIRA et al., 2001).

Outro mecanismo de atração é a saturação de cor das flores, que através de espectros

de radiação provoca um direcionamento e seleção dos insetos polinizadores presentes no

meio. Além disso, a diferença de cor existente entre a borda das flores e o centro demonstra

uma correlação positiva com o número de visitas desses insetos na mesma, ou seja, quanto

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maior a diferença de cor na mesma flor, maior o número de indivíduos que irão frequentá-la

(BRISCOE e CHITTKA, 2001; BARÔNIO et al. 2016).

A L. alba é uma das espécies que apresenta maior longevidade floral e variabilidade

de cores na corola em relação a outras espécies do mesmo gênero (MUÑOZ et al., 2007).

Suas flores apresentam particularidade na saturação de cores, pois, as bordas das pétalas

apresentam coloração que varia de roxo a rosa, entretanto, a região central próxima da antera

apresenta coloração amarelada com variação em sua tonalidade (Figura 2.3) (RZEDOWSKI

et al., 2002).

O estigma da flor permanece viável por três dias após a fecundação, as flores alteram

sua coloração para tonalidades próximas do roxo na região central das flores para indicar aos

polinizadores que a flor não está disponível para receber o grão de pólen. Apesar disso, a L.

alba apresenta floração contínua, sendo influenciada por fatores climáticos e ecológicos

(Figura 2.3) (VENÂNCIO, 2010).

Figura 2.3. Variação de cores em inflorescência de Lippia alba. A: Flores antes da

fecundação. B: Flores após fecundação.

A polinização das flores da L. alba é realizada com maior frequência por insetos como

Apis mellifera (Abelha africanizada), Paratetrapedia sp. (Abelhas silvestres) e Ceratina sp.

(Abelhas solitárias) (Figura 2.4). Apesar da ocorrência de outras espécies de maneira

ocasional, o principal polinizador é a A. mellifera que apresenta um amplo período e horário

de forrageamento das flores (VENÂNCIO, 2010). Um estudo realizado pela universidade de

Helsínquia na Finlândia, que avaliou a interação das cores da flor com A. mellifera, mostrou

que a espécie possui uma ampla preferência pela cor amarela na coleta de néctar e pólen, além

disso, cores próximas do azul causam repelência na espécie, o que provavelmente explica a

mudança de cor nas flores da L. alba após sua fecundação (GRUTER et al., 2011).

A formação das cores na flor é resultado da interação existente entre o genótipo e o

ambiente, no entanto, a variação na intensidade dessa é justificada pela dominância de um

alelo sobre o outro no genoma da planta. Um ensaio com a espécie Phlox drummondii foi

realizado com objetivo de avaliar a influência de genes na expressão das cores das flores. O

experimento contou com a realização de hibridizações em plantas com flores claras e escuras

da espécie e posterior avaliação das progênies. Com isso, observou-se que a expressão de

cores mais escuras na planta é resultado de alelos dominantes, o que proporcionou um maior

número de progênies com essas características, no entanto, a baixa ocorrência de plantas com

flores claras indica recessividade nos genes responsáveis por sua expressão (KOPKINS e

RAUSHER, 2012).

A A B

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Figura 2.4. A. mellifera em inflorescência de Lippia alba

Essa mudança de cores está relacionada à síntese de pigmentos do grupo dos

flavonóides (Produto do metabolismo secundário em plantas), dentre esses, a antocianina é

um sal solúvel em água, que atua como defesa dissipando calor produzido na fotossíntese

(Figura 2.5). O pigmento é responsável também pela expressão de cores como azul ou roxo e

seus derivados nas flores. A produção de tons avermelhados em flores é oriunda da síntese de

betacianina, um pigmento responsável pela cor vermelha das flores, sua saturação sofre

influência do pH celular, quanto mais ácida mais intensa a cor roxa nas pétalas

(GROTEWOLD, 2006; TANAKA et al., 2008). A cor amarela é a expressão fenotípica da

síntese de carotenóides, um pigmento terpênico responsável pela captação de radiação

luminosa e transferência de elétrons para a fotossíntese e dissipação de calor, que através de

sua quantidade na flor pode resultar em tonalidades mais escuras ou claras do amarelo

(WESSINGER, 2015).

Figura 2.5. Representação de estruturas moleculares responsáveis pela cor da flor de Lippia

alba.

2.3. Diversidade química nos óleos essenciais de plantas aromáticas

O óleo essencial é uma mistura de substâncias lipofílicas, também conhecidas como

metabolito secundário, possue características odoríferas e estado líquido, sendo voláteis e

solúveis em solventes orgânicos. São sintetizados por rotas metabólicas específicas, diferindo

das rotas de produção de compostos primários como produção de proteínas e carboidratos.

Para a ocorrência da síntese de compostos secundários como o óleo essencial, é importante

que haja uma relação entre as rotas primárias que fornecem precursores para as rotas

secundárias produzirem esses produtos (TAVARES et al., 2011).

Carotenóide

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As vias de produção dos compostos secundários são dívidas em três rotas:

Chiquimato, Mevalonato e Malonato (CORRAZA, 2002). Os terpenóides são sintetizados a

partir do mevalonato, sendo formados pela condensação de unidades de isoprenos. Esses são

classsificados de acordo com o número de unidades de isoprenos (5 carbonos), sendo os mais

abundantes os monoterpenos (10 carbonos) com duas unidades de isoprenos e os

sesquiterpenos (15 carbonos) com três unidades de isoprenos (CASTRO et al., 2004).

Em espécies pertencentes ao gênero Lippia, a secreção de compostos voláteis na

planta está associada aos tricomas glandulares que são apêndices originados da epiderme do

tecido vegetal. A planta possui em suas folhas três tipos de tricomas que são responsáveis por

secreção de substâncias lipídicas (SANTOS et al., 2004).

A L. alba é uma espécie que tem como característica marcante a diversidade

fitoquímica nos grupos terpênicos. O uso do óleo essencial como fitoterápico está associado

ao quimiotipo, que sofre influência da interação genética e ambiente. Em trabalho de

caracterização química de genótipos do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de L. alba da

UFS, Blank et al., (2015) avaliaram a composição química de 48 genótipos do BAG e

observaram a presença de seis grupos de quimitipos: Grupo 1 (linalol, 1,8-cineol e óxido de

cariofileno); Grupo 2 (linalol, geranial, neral, 1,8-cineol e óxido de cariofileno); Grupo 3

(limoneno, carvona e sabineno); Grupo 4 (Carvona, limoneno, g-muurolene e mirceno);

Grupo 5 (neral, geranial e óxido de cariofileno); Grupo 6 (geranial, neral, o-cimeno, limoneno

e óxido de cariofileno), destacando-se como compostos mais abundantes on1,8-cineol, linalol,

mirceno, limoneno, carvona, geranial e neral.

Tavares et al. (2005), que através de extração e identificação dos compostos,

determinaram a existência de três químiotipos principais na espécie o químiotipo 1 (Citral), o

químiotipo 2 (carvona) e o químiotipo 3 (linalol). No entanto, pesquisa realizada por Jannuzzi

et al. (2010) com análise de cromatografia gasosa em óleo essencial de 16 genótipos do

centro-oeste brasileiro, definiram a existência de cinco compostos majoritários: carvona

(46,9%), citral (neral e geranial) (56,7%), limoneno (36%), linalol (89,8%) e mirceno

(47,6%), entretanto, a ausência de grupamentos dos genótipos impossibilita o uso do mesmo

em futuros programas de melhoramento.

Lorenzo et al. (2001), através de análises testando genótipos de L. alba com finalidade

ornamental no Uruguai, observaram a presença de indivíduos com altos teores de limoneno e

linalol, com teores de 55% e 99% respectivamente, caracterizando a presença de novo

quimiotipo.

Lopez et al. (2011), avaliando a composição química de genótipos do campo

experimental de L. alba da Universidade Industrial de Santander campus Bucaramanga

Colombia, observaram maior presença de monoterpenos oxigenados (70,5%), tendo como

principais compostos o geranial e o neral com teores de 33% e 25% respectivamente.

Dentre os compostos químicos presentes no óleo essencial da espécie, os

monoterpenos carvona, limoneno e citral destacam-se por apresentarem grande proporção em

grupos químicos específicos. O carvona é uma cetona insaturada, que devido à presença de

um centro quiral na molécula, pode ser biossintetizado em seus enantiômeros R-(-)-carvona

ou S-(+)-carvona. O limoneno é um hidrocarboneto monoterpenico que pode ser

biossintetizado em R-(+)-limoneno sendo a forma mais encontrada em espécies vegetais e S-

(-)-limoneno. O citral é uma mistura de duas moléculas de aldeído isoméricos acíclicos

monoterpeno geranial (trans-citral, A) e neral (cis-citral, citral B) que possui aroma

característico de limão (PEIXOTO et al., 2015).

Apesar da existência de químiotipos em plantas aromáticas, a composição química e o

teor dos compostos no óleo essencial podem sofrer variações dependendo de fatores bióticos e

abióticos do ambiente. Dentre os principais fatores estão: adubação, época de colheita, estação

do ano e idade da planta (NASS & PATERNIANI, 2000).

A realização de colheita de plantas de L. alba em época mais precoce (90 dias) pode

reduzir os teores de compostos principais como o limoneno e a carvona no óleo essencial, no

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entanto, o uso de adubação orgânica à base de esterco, aumenta o teor dos compostos em

colheita aos 120 dias após o plantio. A adoção das duas práticas pode render uma

produtividade aproximada de 11 L ha-1 de óleo essencial rico em carvona e limoneno para

usos comerciais e experimentais (SANTOS e INNECCO, 2004).

Barros et al. (2009) comprovaram a influência da estação do ano no teor e rendimento

do óleo essencial de L. alba.Os resultados demonstraram que a presença de chuva durante a

colheita reduz significativamente os teores do óleo, com perda de aproximadamente 20% em

relação às épocas mais secas. Com isso, as maiores médias de teores foram obtidas em

colheita realizada no verão (0,67%), com precipitação acumulada de aproximadamente 100

mm de chuva e temperatura média de 25,7ºC.

A variação climática no ambiente ocasiona distinção nas classes de compostos

presentes no óleo essencial da espécie. Barros et al. (2009) observaram também que a colheita

realizada no mês de janeiro proporciona uma maior biossintese de compostos sesquiterpênicos

(C15) em relação aos monoterpênicos (C10), no entanto, mesmo com a redução de

monoterpenos, a presença em climas mais frios e chuvosos aumenta significativamente.

Alguns compostos como o (E)-carveol, linalol, mirceno e oxido de cariofileno sofrem

reduções nos teores na presença de chuva, entretanto, compostos como sabineno, limoneno,

1,8-cineol, (E)-cariofileno, germacreno D, germacreno B e germacreno-D-4-ol têm aumento

expressivo nos teores. Além disso, compostos como a-pineno, cânfora, pinocarvona, borneol,

B-elemene, -humuleno, -muuruleno, cubebol e -cadinol passam a ser biossintetizados

como composto minoritário com variações de 0,9 a 0,2% no óleo essencial.

A idade da planta mostra-se um dos principais fatores na alteração da composição

química em plantas do gênero Lippia.Um experimento realizado por Santos et al. (2015) foi

conduzido com objetivo de avaliar a influência da idade da planta na composição química de

genótipos de Lippia sidoides com dois e oito anos de idade do banco de germoplasma da

espécie na Universidade Federal de Sergipe. O envelhecimento das plantas provocou a

redução no teor do composto majoritário timol e p-cimeno, como também, o aumento no teor

de compostos minoritários nos genótipos avaliados.

Pandeló et al. (2012) observaramque o envelhecimento vegetal tem influência genética

na biossintese do linalol, carvona e citral (neral/geranial) que são regulados pela expressão de

três genes LaTPS12 (linanol) LaTPS23 (carvona) e LaTPS25 (citral). A expressão desses

genes ocasiona a síntese de enzimas responsáveis pela produção de cerca de 120 aminoácidos

na planta, entretanto, o envelhecimento foliar reduz os teores dos três compostos no oitavo

segmento nodal com teores de 15% (citral), 21% (carvona) e 12% (linalol). A obtenção de

óleo em folhas do quarto segmento nodal demonstra aumento significativo no teor dos

compostos químicos com médias de 47% (citral), 66% (carvona) e 36% (linalol) superiores as

médias em folhas mais velhas (PANDELÓ et al., 2012).

Cui et al. (2011) verificaram que plantas mais velhas expressam genes presentes nos

tricomas glandulares, apêndices epidérmicos unicelulares ou multicelulares que são

responsáveis pela síntese e secreção de metabolitos secundários em resposta a estresses

bióticos e abióticos, sendo importantes na produção e armazenamento de óleo essencial na

planta.

De acordo com Liu et al. (2015), o desenvolvimento foliar altera radicalmente a

composição química nas glândulas excretoras, a exemplo da espécie Populus euphratica, que

apresenta uma maior atividade fotossintética em folhas em desenvolvimento e maduras com

aumento significativo no número de compostos e resistência a estresses como a seca e insetos

pragas.

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2.4.Melhoramento genético de espécies aromáticas

No mundo existem cerca de 422.000 espécies de plantas documentadas em herbários

em diversos países, sendo que cerca de 10% desse total são consideradas plantas com

propriedades medicinais comprovadas. Essas plantas foram importantes para movimentação

de pesquisas e usos como medicamentos e pesticidas industriais, sendo que 25% dos que

chegam as prateleiras para o consumidor são derivados ou sintéticos de compostos de plantas

aromáticas (RAO et al., 2004).

O processo de introdução de germoplasma em Banco Ativo de Germoplasma (BAG)

pode ser caracterizado como um método de pré-melhoramento, que visa caracterizar as

potencialidades e características de interesse dos genótipos que estão sendo introduzidos. A

busca por genótipos superiores em produção e resistência a pragas vem aumentando o

interesse de pesquisadores e empresas por materiais melhorados, que buscam a partir de

genótipos selvagens ou variedades locais, como principais fontes doadoras de alelos (NASS

& PATERNIANI, 2000)

A variabilidade genética existente entre as espécies aromáticas e dentro das mesmas

caracteriza-se como a fonte primária das pesquisas e estudos. As diferenças genéticas foram

importantes para que as plantas conseguissem superar fatores ambientais que limitam seu

crescimento e desenvolvimento no ambiente como estresses térmicos, estresse hídrico,

suscetibilidade a insetos e patógenos. A diversidade existente é resultado de processos de

recombinações, mutações e hibridações naturais. Essas diferenças podem ser avaliadas a partir

dos aspectos fenológicos como variação na composição química do óleo essencial, morfologia

e produtividade dos genótipos contidos nos bancos de germoplasma, como também, o estudo

dos genes mutantes, cromossomos e uso de marcadores moleculares como PCR,

microssatélites e isoenzimas (PINTO et al., 2011).

Algumas instituições de pesquisa trabalham no processo de pré-melhoramento de

espécies aromáticas, com processo de caracterização dos genótipos para futuros programas de

melhoramento. Camêlo et al. (2011) realizaram trabalhos com objetivo de caracterizar

morfologicamente os genótipos de L. alba do Banco de Germoplasma da Universidade

Federal de Sergipe e observaram ocorrência de diferença para as variáveis: comprimento de

ramo, diâmetro da copa, cor do caule, das folhas e pétalas. Os genótipos possuem

variabilidade para coloração apresentando cores marrons no caule e folhas verde-escuras,

podendo também ser encontrados caules e folhas verdes. Alem disso, observou diversidade

fenotípica também para a coloração das pétalas das flores, sendo encontrada maior proporção

para a cor lilás, podendo ocorrer presença de pétalas brancas.

O estudo da diversidade química entre os genótipos de uma espécie é importante do

ponto de vista da utilização em atividades biológicas e usos industriais, que a partir desses

resultados possibilita sua aplicação na obtenção de cultivares com alto teor de compostos

químicos de interesse (JANNUZZI et al., 2010).

Dentre os estudos de diversidade química, Nizio et al. (2015) demonstraram em seus

estudos que a planta aromática Varronia curassavica Jacq. apresentou em seu óleo essencial

cerca de 73 compostos e desses, 53 compostos foram possíveis de serem identificados. A

partir dos resultados, foi observadaalta diversidades das plantas coletadas em locais

diferentes, sendo possível o agrupamento dos indivíduos em cinco grupos químicos separados

de acordo com os compostos majoritários: Grupo 1 (Turmerona e E-cariofileno); Grupo 2

(tricyclene e camphene); Grupo 3 (α-zingiberene e ß–sesquiphellandrene); Grupo 4 (E-

caryophyllene and/or 7-cyclodecen-1-ona, 7-methyl-3-methylene-10-(1-propyl)); Grupo 5 (7-

cyclodecen-1-ona,7-methyl-3-methylene-10-(1-propyl)).

Devido à grande variabilidade de genótipos e quimiotipos existentes em plantas

aromáticas, algumas instituições vem trabalhando em programas de melhoramentos tendo

como finalidade o desenvolvimento de novas cultivares para atender a necessidade indústriais

e de pequenos e médios produtores rurais. Dentre os métodos de melhoramento que são

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utilizados na geração de novas cultivares, os mais utilizados são ahibridização, Bulk e seleção

recorrente.

A hibridação em espécies alógamas caracteriza-se como a fusão de gametas

geneticamente diferentes que resulta em indivíduos híbridos heterozigotos. Nesse método de

melhoramento, o objetivo é explorar a natureza heterozigótica dos genótipos de interesse no

programa, em que se valorizam os aspectos quantitativos da espécie como o teor e rendimento

de compostos no óleo essencial (BORÉM & MIRANDA, 2005).

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), através de estudos de Schocken (2007),

iniciou estudos visando à obtenção de híbridos da espécie com objetivo de realizar

recombinações e obter novos parâmetros genéticos para composição de óleo essencial, com

também a obtenção de novos quimiotipos com potencial industrial. Em seus estudos, foi

realizada uma caracterização prévia da espécie de parâmetros como morfologia, composição

química do óleo, germinação das sementes e sistema de reprodução da espécie.

Após essa caracterização, foram feitos cruzamentos dirigidos para obtenção de novos

genótipos. Através dos cruzamentos foram obtidos os híbridos de L. alba: IAC-8 X IAC-17

(linalol e citral), IAC-2 X IAC-20 (mirceno e citral), IAC-17 X IAC-13 (limoneno, carvona e

citral), IAC-6 X IAC-13 (linalol, limoneno e carvona) (Schocken, 2007).

A Universidade Federal de Sergipe possui programa de melhoramento de Ocimum

basilicum L. conhecido popularmente como manjericão.Ensaios de hibridação foram

realizados por ALVES et al., (2012) objetivando avaliar características agronômicas e

químicas eobservaram que as características altura de planta, massa seca de folha e teor de

1,8-cineol e linalol apresentaram alta herdabilidade. Já altura de planta e massa seca de folha

apresentaram alta heterose, em que os híbridos apresentaram médias superioresàs dos pais.

A universidade Federal de Sergipe, através de trabalhos de Blank et al. (2007),

realizou o desenvolvimento da cultivar Maria Bonita através do método de melhoramento

Bulk em Ocimum basilicum, sendo realizado a seleção de indivíduos com base no teor e

redimento do óleo essencial e teor do composto Linalol. As plantas promissoras das gerações

S0 a S3 foram cobertos por gaiola para que fosse realizado a autofecundação e obtendo a

geração S1 e S2. As progênies da S2 foram avaliadas em dois anos agrícolas de 2004/2005 e

2005/2006 em ensaios de competição de clones com linhagens destacando-se a cultivar Maria

Bonita apresentando 262,06% de produção a mais que a testemunha e média de 4,96% de óleo

essencial.

Um dos métodos de melhoramento mais utilizado em espécies alogamas é o de seleção

recorrente, esse método visa aumentar a frequência de alelos desejáveis para características

quantitativas como teor e rendimento de óleo essencial em plantas aromáticas. O

desenvolvimento de novas cultivares a partir desse método é obtido seguindo três etapas:

obtenção, avaliação e recombinação. A obtenção do material ocorre após processo de

caracterização e seleção das plantas matrizes, em seguida, são levados para área de

cruzamento para que ocorra permuta gênica e formação das sementes. Após esse processo, as

progênies são levadas para áreas de competição junto às plantas matrizes para que sejam

avaliadas e selecionadas. As melhores progênies são novamente recombinadas em sucessivos

ciclos de seleção até que haja acumulo de alelos favoráveis (BORÉM & MIRANDA, 2005).

O Instituto Agronômico de Campinas, através de programas de melhoramento de L.

alba, vem utilizando a seleção recorrente para obtenção de indivíduos meio-irmãos com alto

potencial de produção de óleo essencial. Dentre os trabalhos, Rufino (2008) avaliou progênies

de meio irmãos de L. alba e observou que a seleção foi eficiente com obtenção de materiais

com alto teor do composto majoritário linalol, sendo progênies provenientes da geração S1.

Bottignon (2011) utilizando uma população recombinante de 20 plantas de cinco

quimitipos, obteveram 30 progênies de meios irmãos do quimitipo linalol. Com isso, foi

realizada caracterização agronômica com avaliação de massa seca de folhas, rendimento do

óleo essencial e produção de óleo por planta. Os resultados concluíram que as progênies IAC

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1, IAC 2, IAC 4 e IAC 8 possuem médias superiores para as características avaliadas e

potencial para posteriores recombinações.

2.5. Atividade formicida de óleo essencial

As formigas cortadeiras trazem grandes prejuízos à agricultura em todo o mundo. O

Brasil, por ser um país tropical, apresenta grande diversidade de espécies que provocam

desfolhamentos em culturas agrícolas e plantas ornamentais, o que reduz o valor comercial e a

produtividade. Esses insetos possuem adaptação a climas úmidos e quentes, como as regiões

tropicais do Brasil. (BOLLAZZI e ROCES, 2010).

As folhas são cortadas por formigas operárias que transportam para câmaras

especificas nos ninhos e servem como substrato para multiplicação de fungos da espécie

Leucoagaricus gongylophorus. Esses microorganismos são utilizados na alimentação das

larvas e adultos das formigas, o que promove um período contínuo de desfolhamento de

plantas em torno do ninho para cultivo desses no interior das câmaras (RANDO e FORTI,

2005).

Os principais gêneros de importância econômica são a Atta e Acromyrmex. As

espécies pertencentes ao gênero Atta, popurlamente conhecido como “saúvas”, possuem como

característica anatômica principal a presença de três pares de espinhas dorsais, já espécies do

gênero Acromyrmex com nome popular “quenquém”, diferem por possuir quatro a cinco pares

de espinhos na região dorsal do exoesqueleto (ABREU e DELABIE, 1986; NEHRING et al.,

2015) (Figura 2.6).

Figura 2.6. Formiga quenquén (Acromyrmex sp.)(Fonte: SANTOS et al., 2016).

O gênero Acromyrmex possui uma característica particular em relação ao ninho. Essas

formigas, diferentemente da Atta (que possui milhares de câmaras subterrâneas), possuem

poucas câmaras em tamanhos menores e é de difícil localização no terreno, no entanto,

possuem uma complexidade maior de regiões para cultivo do fungo utilizado na alimentação.

Existem espécies desse gênero que podem apresentar uma variação de 1 a 29 câmaras, o que

aumenta o forrageamento da formiga e os danos dessas às culturas agrícolas próximas do

ninho (SANTOS et al., 2016).

O sistema de castas em formigas desse gênero é um dos mais complexos dentre os

insetos sociais. No ninho, cada inseto possui uma função pré-determinada que contribua para

o funcionamento desses, ou seja, insetos operários maiores têm a missão de carregar as folhas

que são cortadas na planta para dentro do ninho. No entanto, a função de forrageamento que

está atrelada ao corte da folha pode ser executada por operárias de diferentes tamanhos no

ninho. Já as operárias menores têm a função de repicar as folhas que chegam ao ninho para

que sejam usadas no cultivo do fungo simbiótico (FORTI et al., 2004)

Os danos causados por espécies de Acromyrmex chegam a milhões de reais todos os

anos, estima-se que um formigueiro pode forragear cerca de 1000 kg de folha fresca em

cultivos agrícolas e florestais (RANDO e FORTI, 2005). Segundo estudo realizado por

Espinhos

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Nickele et al. (2009), que estudou a densidade de formigueiros em áreas de cultivo de pinus

recém-plantadas, concluiu que as formigas possuem uma grande capacidade de multiplicação

na área agrícola, pois, essas apresentam mais de duas rainhas no ninho e após o manejo

inadequado multiplicam-se atingindo densidade de até 16 formigueiros.ha-1 causando corte

de plântulas e poda de parte área em mudas recém-plantadas.

A principal estratégia de controle para formigas cortadeiras envolve o uso de

inseticidas químicos sintéticos. Atualmente no sistema de agrotóxicos fitossanitários

(AGROFIT), sistema vinculado ao ministério da agricultura, aproximadamente 27 produtos

sintéticos estão registrados para controle de 28 espécies de formigas do gênero Acromyrmex,

entretanto, o uso indiscriminado desses produtos pode provocar danos ao meio ambiente e

resistência do inseto praga por pressão de seleção (SANCHES et al., 2003; AGROFIT, 2017).

Como alternativa ao controle químico, o uso de plantas aromáticas torna-se viável por

ser menos danoso ao ecossistema e proporcionar a geração de renda para pequenos e médios

produtores rurais. Algumas espécies possuem atividade biológica contra formigas cortadeiras,

dentre elas, o Sambacaitá (Hyptis pectinada) apresenta toxicidade para as espécies

Acromyrmex balzani e Atta sexdens rubropilosa com concentração letal (CL50) que variam

entre 3,48 a 8,18 µg.mg-1 do óleo essencial (FEITOSA-ALCANTARA et al., 2017).

Oliveira et al. (2017) verificaramque o óleo essencial da espécie Aristolochia tribata

possui atividade formicida sobre a espécie de formiga cortadeira A. balzani e Atta sexdex nas

vias de exposição fumigação e contato. Os principais compostos relacionados à ação

inseticida foram o p-cimeno (LC50 5,75 µL L-1), limoneno (2,40 µL L-1) e linalol (2,18 µL L-1)

que são majoritários na planta.

Jung et al. (2013) observaram que concentrações de 1,25, 2,5 e 5% do óleo essencial

de pitanguera (Eugenia uniflora) possuem potencial para uso no controle alternativo da

formiga cortadeira Atta laevigata.

2.6. Carvona e sua atividade inseticida

A carvona (p-menta-6,8-diene-2-ona) é uma substância cetônica monoterpênica que

apresenta um centro de quiralidade em sua molécula e dá origem a duas formas

enantioméricas: (S)-(+)-carvona e (R)-(-)-carvona. Algumas espécies apresentam diferentes

formas do composto como majoritário, o Cuminum cyminum ((S)-(+)-carvona) e a Mentha

spicata ((R)-(-)-carvona), apesar da presença da carvona, diferem entre si quanto à proporção

das formas da substância e o odor do óleo essencial (TOXOPEUS e LUBBERTS, 1994;

NUNES et al., 2013)

De acordo com a base de dados EssOilDB (Essential oil data-base), aproximadamente

196 espécies são responsáveis pela biossíntese da carvona no óleo essencial, no entanto, o teor

desse composto varia significativamente. Dentre as plantas produtoras de carvona, a L. alba

destaca-se por apresentar em sua composição química alto teor do composto, entretanto, a

espécie possui genótipos que varia seu teor entre 39,58 a 77% de carvona em relação aos

demais compostos (BLANK et al., 2015; NIPGR, 2017)

Alguns trabalhos demonstram a ampla variação dessa substância na composição

química da espécie, dentre eles, o trabalho realizado por Peixoto et al. (2015) avaliando a

composição química de genótipos do banco de germoplasma de L. alba da UFS, encontraram

teores de 52,94% da carvona no óleo essencial. Já Niculau et al. (2013) observaram teor de

54,8% da carvona.

A variação da carvona na planta sofre influência de diversos fatores ambientais e

biológicos, no entanto, trabalho realizado por Ehlert et al. (2013) avaliando a influência do

horário de colheita na composição química da carvona em plantas de L. alba, demonstraram

que a biossíntese pode variar ao longo do dia. Colheitas realizadas às 8h da manhã

apresentaram teor de 49,48%, entretanto, após duas horas, o teor aumentou para 51,41% e

sofreu redução significativa para 26,66% ao meio dia. Após esse horário, o composto teve

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novamente sua biossíntese aumentada para 54,91% às 14h.Esses resultados demonstram que a

presença do composto majoritário aumenta ou diminui de acordo com a temperatura diária.

Apesar da variação no teor, o composto tem apresentado atividade biológica em

pragas agrícolas de importância econômica (Tabela 1). Atualmente, plantas como Anethum

graveolens, Mentha spicata, L. alba e Origanum vulgare possuem potencial para

desenvolvimento de pesticidas naturais para controle de ácaros, fitopatógenos e insetos

fitófagos que trazem prejuízo para agricultura em regiões tropicais (KEDIA et al., 2014;

PEIXOTO et al., 2015).

Outra importante aplicação da carvona na agricultura está relacionada à inibição de

brotações de batata durante o armazenamento. De acordo com experimento realizado por

Hartmans et al. (1995),a carvona proporciona inibição de brotações a longos períodos de

armazenamentos, aliados a baixas temperaturas, com efeito superiores a produtos comerciais

testados como padrão. Além disso, a presença da carvona reduziu a incidência de fungos

como Fusarium sp. e Rhizoctonia sp. que degradam e reduzem a qualidade do produto antes

de chegar a mesa do consumidor.

Tabela 2.1. Atividade biológica da carvona em pragas agrícolas

Atividade Espécie Fonte Cultura Autor/Ano

Acaricida

Rhipicephalus microplus Lippia alba Milho Peixoto et al. (2015)

Tetranychus cinnabarinus Mentha spicata Morango Sertkaya et al. (2010)

Tetranychus urticae Sintético Curcubitaceas Badawy et al. (2010)

Fungicida

Alternaria sp Lippia scaberrima Arroz Regnier et al. (2010)

Aspergillus terreus Origanum vulgare - Kadoglidou et al. (2011)

Colletotrichum gloeosporioides Lippia scaberrima Pimentão Regnier et al. (2010)

Colletotrichum nymphaeae Anethum graveolens Morango Karimi et al. (2016)

Fusarium oxysporium Sintético Quiabo Marei et al. (2012)

Lasiodiplodia theobromae Lippia scaberrima Manga Regnier et al. (2010)

Penicillium digitatum Lippia javanica Laranja Combrinck et al. (2011)

Penicillium expansum Mentha spicata - Combrinck et al. (2011)

Rizoctonia solani Sintético Soja Marei et al. (2012)

Verticillium dalhiae Origanum vulgare - Marei et al. (2012)

Inseticida

Agrotis ipsilon Sintético Tomate Sharaby e El-Nujiban (2015)

Bemisia tabaci Sintético Hortaliças Chae et al. (2014)

Callosobruchus chinensis Mentha spicata Feijão Kedia et al. (2014)

Drosophila melanogaster Mentha spicata Morango Franzios et al. (1997)

Sitophilus zeamais Lippia alba Milho Peixoto et al. (2015)

Spodoptera frugiperda Lippia alba Milho Niculau et al. (2013)

Spodoptera littoralis Sintético Curcubitaceas Pavela (2014)

Tribolium castaneaum Lippia alba Milho Peixoto et al. (2015)

O valor agregado a compostos monoterpênicos oxigenados como a carvona é maior

em relação a outros compostos que possuem apenas carbono e nitrogênio na sua estrutura.

Essa substância possui ampla aplicação na indústria alimentícia, cosmética e de perfumaria e

aumenta seu potencial industrial como importante matéria-prima natural para a síntese de

produtos com aplicação na agricultura orgânica e convencional (ANTUNES, 2005)

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4. CAPÍTULO 1

A IDADE DA PLANTA AFETA O TEOR E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ÓLEOS

ESSENCIAIS DE ACESSOS DE Lippia alba.

RESUMO

A Lippia alba (Mill.) N. E. Br é uma planta aromática com origem no continente americano e

com ampla distribuição no mundo. O potencial farmacológico e pesticida está associado à

produção de óleo essencial que possui diversos compostos químicos que em sinergismo

proporciona atividade superior a produtos sintéticos comerciais, no entanto, o envelhecimento

vegetal altera a dinâmica fotossintética e pode alterarqualitativamente sua produção. Com

isso, o objetivo do trabalho foi avaliar a influência da idade da planta na constituição química

de acessos de L. alba. O experimento foi conduzido na fazenda experimental “Campus Rural

da UFS”. As colheitas foram realizadas em fevereiro de 2006 e fevereiro de 2016. Para a

extração óleo essencial, as plantas foram cortadas a 20cm do solo e desfolhadas

posteriormente. As folhas e inflorescências passaram por secagem a 40ºC por cinco dias em

estufa de circulação de ar forçado. O óleo essencial foi obtido por hidrodestilação e

posteriormente analisado em cromatografia gasosa (CG/EM-DIC). Os resultados

demonstraram um aumento significativo no número de compostos na segunda colheita da

planta para os acessos LA-02 (0,00-11,08%), LA-44 (0,00-10,54%), LA-29 (0,00-7,65%) os

compostos mirceno, p-cimeno, -terpineno e elemol que passaram ser biossintetizado na

planta. Não foi detectada diferença entre os acessos dentro de cada idade para a concentração

de óleo, no entanto, verificou-se maiores variações entre as idades para os acessos LA-10

(0,97-2,25%), LA-37 (0,83-2,38%), LA-53 (0,76-2,84%) e LA-41 (0,69-2,48%), que

aumentaram o teor com o envelhecimento vegetal.

Palavras-chave: Biossíntese, planta aromática, metabolismo vegetal.

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4.1. Introdução

A espécie Lippia alba (Mill.) N. E. Br. (Verbenaceae) é uma planta aromática com

porte subarbustivo originária da América e com ampla distribuição em continentes como:

América, Ásia, África e Europa (Aguino et al., 2010; Salimena e Múlgura, 2015). O Brasil é

um dos principais centros de diversidade genética da espécie e apresenta grande variabilidade

em todo território nacional (Gomes et al., 2011).

A L. alba é comumente conhecido como erva-cidreira-brasileira em diversos países e

tornou-se popular pela açãoantiespasmódica, analgésica, ansiolítica, calmante e sedativana

medicina. O uso medicinal está associado à biossíntese de óleo essencial nos tricomas foliares

e favoreceu o uso da espécie como matéria-prima na indústria farmacológica e cosmética

(Jannuzi et al., 2011; Baldissera et al., 2016).

A diversidade química encontrada na espécie é ocasionada pela interação de fatores

genéticos e ambientais, que conferem maior ou menor proporção de substâncias presentes no

óleo essencial. Atualmente seis grupos químicos são descritos para a L. alba considerando os

principais compostos: Grupo 1 (linalol, 1,8-cineol e óxido de cariofileno); Grupo 2 (linalol,

geranial, neral, 1,8-cineol e óxido de cariofileno); Grupo 3 (limoneno, carvona e sabineno);

Grupo 4 (Carvona, limoneno, g-muurolene e mirceno); Grupo 5 (neral, geranial e óxido de

cariofileno) e Grupo 6 (geranial, neral, o-cimeno, limoneno e óxido de cariofileno) (Blank et

al., 2015)

Apesar da existência de grupos químicos em plantas aromáticas, sua composição

química pode sofrer variação no teor de compostos presentes no óleo essencial em resposta a

diversos fatores. Dentre os eles a época de colheita, sazonalidade e idade planta apresentam-se

como fatores significativos na biossíntese de metabolitos em plantas aromáticas, pela

exposição da planta a variações climáticas e alterações morfofisiológicas da planta (Cui et al.,

2011; Pandelo et al, 2012).

Santos et al. (2015) avaliando a composição química de plantas de Lippia sidoides

Cham. com dois e oito anos de idade, observaram que o envelhecimento e fatores genéticos

influenciaram na proporção dos constituintes do óleo essencial. Essas alterações no conteúdo

químico podem afetar diretamente a atividade biológica e prejudicar a aplicação da espécie na

produção de pesticidas naturais e fitoterápicos a nível industrial.

A biossintese de compostos químicos é regulada pela ação de enzimas responsáveis

por catalizar as reações entre unidades isoprênicas e monoterpenicas derivadas da rota

metabólica na planta. As enzimas possuem faixa de temperatura ideal para sua atividade,

entretanto, a exposição da planta a condições climáticas por longos períodos pode afetar a

atividade enzimática e a produção de monoterpenos nos tricomas glandulares (Barros et al.,

2009; Ramak et al., 2014).

Tian et al. (2017) observaram que a produção de óleo essencial na planta é

influenciada por fatores geneticos e que a expressão de genes específicos na planta é

responsável pela sintese de enzimas que agemnos tricomas glandulares, sendo responsáveis

pela produção de óleo essencial. Na L. alba, a produção de compostos químicos é

intermediada pela expressão de três genes específicos: LaTPS1, LaTPS2 e LaTPS3 que

controlam a biossíntese de compostos majoritários na planta, no entanto, não se tem

conhecimento, atualmente, sobre a influência da idade na composição química e no conteúdo

do óleo essencial após o envelhecimento (Barros et al., 2009; Pandeló et al., 2012).

O objetivo desse estudo é avaliar a influência da idade da planta no teor e composição

química do óleo essencialde acessos da coleção de L. alba do Banco Ativo de Germoplasma

de Plantas Medicinais e Aromáticas da Universidade Federal de Sergipe.

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4.2. Material e Métodos

4.2.1. Material vegetal e delineamento experimental

O experimento foi conduzido na fazenda experimental “Campus Rural da UFS”,

localizado no município de São Cristóvão, Estado de Sergipe, Brasil (11º00’S e 37º12’W).

Foram testados 18acessos (LA-02, LA-09, LA,10, LA-22, LA-24, LA-29, LA-30, LA-

36, LA-37, LA-39, LA-40, LA-41, LA-42, LA-44, LA-53, LA-61, LA-68 e LA-69) da

coleção de Lippia alba do Banco Ativo de Germoplasma de Plantas Medicinais e Aromáticas

da Universidade Federal de Sergipe (UFS), oriundos de municípios brasileiros localizados nos

estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Sergipe (Tabela 4.1).

As estacas oriundas dos 18 acessos foram utilizadas na produção de mudas em

bandejas de poliestireno expandido com 72 células contendo substrato (terra preta + esterco

bovino) na proporção 3:1. As bandejas permaneceram em casa de vegetação com sombrite

70%, contendo sistema de irrigação e nebulização. O plantio das mudas em campo ocorreu

em outubro de 2005.

O experimento foi conduzido em delineamento em blocos casualizados, em esquema

de parcela subdividida no tempo, com duas repetições. Cada repetição foi composta por três

plantas em espaçamento de cultivo de 1,5 m x 1,5 m. Foi realizada adubação de cobertura a

30 cm de distância do caule da planta com 5L de esterco bovino a cada seis meses para suprir

necessidades nutricionais da planta, além de irrigação por gotejo e tratos culturais quando

necessários.

4.2.2. Extração e análise do óleo essencial

A colheita do material foi realizada em duas épocas de corte em fevereiro de 2006 e

2016, com plantas contendo um e 10 anos de idade, respectivamente.

As plantas foram colhidas no período da manhã, realizando corte das plantas a 20 cm

do solo. O material foi levado para o laboratório de fitotecnia da Universidade Federal de

Sergipe e realizado o desfolhamento manual para separação das folhas e inflorescência do

caule. As folhas e inflorescências foram levadas para estufa de secagem com circulação de ar

forçado a 40ºC por cinco dias (Ehlert et al., 2006).

O óleo essencial foi extraído utilizando o processo de hidrodestilação com aparelho do

tipo Clevenger modificado. Foram pesados 50g de matéria seca de folhas e inflorescências em

balança semi-analíticas e transferidas para balões de vidro em triplicata com volume de 3000

mL com acréscimo de 2000 mL de água destilada. Após processo de condensação do vapor o

material permaneceu por 120 min até completa extração do óleo essência. O conteúdo da

extração foi transferido para frascos âmbar e armazenado em freezer a -20ºC de temperatura

até analise (Ehlert et al., 2006; Blank et al., 2015).

Para calcular a concetração de óleo essencial (%) obtido de cada amostra, utilizou-se a

seguinte equação:

𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = (𝑣

𝑚) × 100

Onde, v= volume de óleo essencial extraído da amostra; m= massa seca de folhas da amostra.

As análises foram realizadas utilizando um CG/EM/DIC (GCMSQP2010 Ultra,

Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão) equipado com um amostrador com injeção automática

AOC-20i (Shimadzu). As separações foram realizadas em uma coluna capilar de sílica

fundida Rtx®-5MS Restek (5%-difenil-95%-dimetilpolisiloxano) 30 m x 0,25 mm de

diâmetro interno, 0,25 m de espessura de filme, em um fluxo constante de Hélio 5.0 com

taxa de 1,0 mL min-1. A temperatura de injeção foi de 280 °C, 1,0 μL (10 mg mL-1) de

amostra foi injetado, com uma razão de split de 1:30. A programação de temperatura do forno

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iniciou-se a partir de 50 °C (isoterma durante 1,5 min), com um aumento de 4 °C min-1, até

200 °C, em seguida, a 10 °C min-1 até 300 °C, permanecendo por 5 min. Para o CG/EM as

moléculas foram ionizadas por ionização por elétrons com energia de 70 eV. Os fragmentos

analisados por um sistema quadrupolar programado para filtrar fragmentos/íons com m/z na

ordem de 40 a 500 Da e detectados por um multiplicador de elétrons. O processamento de

dados foi realizado com software CGMS Postrun Analysis (Labsolutions- Shimadzu).O

processo de ionização para o CG/DIC foi realizado pela chama proveniente dos gases

hidrogênio 5.0 (30 mL min-1) e ar sintético (300 mL min-1). As espécies coletadas e a corrente

elétrica gerada foramamplificadas e processadas. O processamento de dados foi realizado

utilizando o software CG Postrun Analysis (Labsolutions- Shimadzu).

A identificação dos constituintes foi realizada com base na comparação dos índices de

retenção da literatura (ADAMS, 2007). Para o índice de retenção foi utilizando a equação de

Van den Dool e Kratz 1963 em relação a uma série homóloga de n-alcanos (nC9- nC18).

Também foram utilizadas três bibliotecas do equipamento WILEY8, NIST107 e NIST21 que

permite a comparação dos dados dos espectros com aqueles constantes das bibliotecas

utilizando um índice de similaridade de 80%.

4.2.3. Análise estatística

Foram utilizados dois métodos de análise multivariada: análise de componente

principal (ACP) e análise de agrupamento baseado na similaridade de indivíduos e

distribuição dos constituintes. Posteriormente, foi criada uma matriz de dissimilaridade com

base na constituição química dos óleos essenciais de cada acesso com base em suas distâncias

euclidianas. A matriz de dissimilaridade foi simplificada com dendrogramas usando método

de agrupamento de Ward, utilizando o programa Statística® versão 7.0.

As médias dos teores do óleo essencial foram submetidos à análise de variância e

quando significativos foi aplicado o teste de Scott-Knott (p≤0,05)

.

4.3.Resultados

Os resultados mostraram que o conteúdo do óleo essencial de L. alba não

variousignificativamente entre os genótipos para cada faixa etária (Tabela 4.2). Em plantas de

um ano de idade, o teor de óleo essencial variou entre 0,60% a 2,54%. Nas plantas com dez

anos de idade, observou-se teor entre 0,61% a 2,59%.

A concentração do óleo essencial foi comparada entre as idades dos genótipos (um e

dez anos), verificou-se diferença significativa entre as duas idades para a maioria dos acessos

avaliados, com maiores teores para plantas contendo dez anos de idade (Tabela 4.2). As

maiores variaçoes foram detectadas para os acessos LA-10 (0,97-2,25%), LA-37 (0,83-

2,38%), LA-53 (0,76-2,84%) e LA-41 (0,69-2,48%).

Os principais constituintes encontrados nas duas idades foram o linalol, neral e

geranial (Tabela 4.2). Entre os acessos com um ano de idade, as maiores médias do

compostolinalol foram detectadas para os acessos LA-09 (80,33%), LA-22 (83,94%) e LA-24

(80,12%). O acesso LA-44 (38,62%) teve o maior conteúdo de neral no óleo essencial. O

geranial apresentou maior conteúdo para todos os acessos, com exceção para os acessos

contendo linalol. Nas plantas com dez anos de idade, apenas o acesso LA-22 (86,00%) foi

significativamente diferente dos demais acessos. O maior conteúdo de neral foi observado

para o acesso LA-68 (35,31%). O geranial não variou em função do acesso para plantas mais

velhas.

A análise comparativa entre as idades (um e dez anos de idade) verificou que o

conteúdo de linalol, neral e geranial foi maior para plantas com dez anos de idade. Osacessos

LA-42 (0,00-1,99%), LA-53 (0,00-1,58%) e LA-68 (0,00-1,56%) apresentaram os

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maioresaumentos no linalol com base na idade da planta. A maior variação foi observada para

o acesso LA-24 para os compostos neral (0,00-9,43%) e geranial (0,00-8,08%).

Para os compostos secundários mirceno, p-cimeno, limoneno, 1,8-cineol, elemol e

óxido de cariofileno houve diferença significativa dentro e entre as idades de plantas (Tabela

4.2). Em plantas com um ano de idade, o maior conteúdo foi registrado para os seguintes

acessos: mirceno no LA-29 (10,40%); p-cimeno para os acessos LA-29 (7,21%), LA-41

(3,96%), LA-40 (2,29%), LA-09 (1,32%), LA-53 (1,11%) e LA69 (1,40%); limoneno para o

LA-39 (29,75%), LA-36 (15,85%), LA-24 (11,66); 1,8-cineol no LA-09 (11,24%); o elemol

não foi detecdado em plantas com um ano de idade; óxido de cariofileno no LA-37 (8,60%).

Nas plantas com dez anos de idade, foi verificado variação significativca nos acessos: LA-29

(0,63%) para o mirceno; LA-02 (5,14%), LA-36 (5,97%), LA-37 (4,22%), LA-69 (3,38%) e

LA-41 (3,70%) para o limoneno; LA-09 (7,98%) para o 1,8-cineol; LA-02 (11,08%) para o

elemol e LA-44 (10,54%) para o composto óxido de cariofileno.

Entre as idades de um e dez anos, detectou aumento sigificativo dos compostos p-

cimeno, limoneno, 1,8-cineol, elemol e óxido de cariofileno para acessos com dez anos de

idade. O composto mirceno foi maior em plantas com um ano de idade. Os maiores aumentos

foram observados para os acessos: LA-37 (0,00-4,40%) e LA-41 (0,00-4,06%) no p-cimeno;

LA-02 (0,00-5,14%), LA-61 (0,00-4,02%) e LA-69 (0,00-3,28%) para o limoneno; LA-22

(0,00-6,60%) e LA-24(0,0-4,18%) no 1,8-cineol; LA-02 (0,00-11,08%), LA-36 (0,00-8,28%)

e LA-10 (0,00-2,31%) para elemol e LA-44 (0,00-10,54%) e LA-29 (0,00-7,65%) para o

composto óxido de cariofileno (Tabela 4.2).

A análise de grupamento dos constituintes químicos para as duas idades de plantas de

acessos de L. alba mostrou que o envelhecimento vegetal, aliado a fatores genéticos da planta,

proporcionou um aumento na variabilidade de constituintes químicos no óleo essencial. A

primeira colheita realizada em fevereiro/2006 resultou na biossíntese de treze compostos

químicos e a formação de dois grupos, dos quais, os compostos majoritários foram

responsáveis pela caracterização do agrupamento. No entanto, foi observado um aumento no

número de compostos no óleo essencial de plantas colheitas em fevereiro/2016 para os

acessos avaliados e redução significativa no teor dos compostos majoritários encontrados em

plantas com um ano de idade e aumento no número de compostos minoritários (Figura 4.1).

O grupo I de acessos de L. alba com foi representado pelos acessos LA-02, LA-36,

LA-10, LA-30, LA-39, LA-40, LA-37, LA-41, LA-61, LA-69, LA-29, LA-44, LA-42, LA-53

e LA-68 e o grupo II foi representado pelos acessos LA-09, LA-22 e LA-24 (Figura 4.1).

Ambas as idades de plantas apresentaram dois grupamentos químicos sem alteração dos

acessos na idade de 10 anos.

Os constituintes químicos encontrados para o grupo I (mirceno, p-cimeno, limoneno,

linalol, neral, geranial e óxido de cariofileno) e grupo II (limoneno, 1,8-cineol e linalol) foram

observados em ambas as idades das plantas, no entanto, os compostos -terpineno e elemol

(grupo I) e neral, geranial e óxido de cariofileno (grupo II) que anteriormente não foram

detectados no óleo essencial em plantas com um ano de idade, contribuíram para a formação

dos grupos em plantas com 10 anos de idade (Figura 4.3).

De acordo com a análise de componente principal para os acessos com um ano de

idade, o componente principal primário representou 27,14% da variância total e foi

relacionado positivamente com os compostos linalol (r=0,97 e negativamente com neral (r= -

0,94) e geranial (r=-0,97). O componente principal secundário representou 21,91% da

variância total e foi relacionado positivamente com mirceno (r=0,91) e sabineno (r=0,86)

(Figura 4.2).

Em acessos com dez anos de idade, o componente principal primário representou

32,80% da variância total e relacionou positivamente com neral (r=0,97) e geranial (r=0,96) e

negativamente com o 1,8-cineol (r=-0,97) e linalol (r=-0,98). Já o componente principal

secundário representou 18,83% da variância total e foi relacionado positivamente com p-

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cimeno (r=0,82), (E)-b-ocimeno (r=0,77), sabineno (r=0,74) e g-terpineno (r=0,73) (Figura

4.2).

A correlação existente para plantas com um ano de idade entre os compostos sabineno

e mirceno (r=0,82), 6-metil-5-hepten-2-ona e mirceno (r=0,73), limoneno e (E)--ocimeno

(r=0,82), neral e geranial (r=0,95) foi muito forte e positiva. Os compostos neral e geranial

correlacionaram-se negativamentecom o composto 1,8-cineol (-0,51 e -0,49 repectivamente) e

muito forte com o linalol (-0,95) (Tabela 4.3). Em plantas com dez anos, a correlação foi

muito forte e positiva entre neral e geranial (0,99) e linalol e 18-cineol (0,98). Correlação

forte e positiva entre -terpineno e p-cimeno, (E)--ocimeno e p-cimeno (0,79) e óxido de

cariofileno e germacreno D (0,70). Correlações negativas e muito fortes foram verificadas

entre neral e geranial com o 1,8-cineol (-0,98 e -0,97) e neral e linalol (-0,98) e moderada

entre p-cimeno e linalol (-0,53) (Tabela 4.3).

Os constituintes químicos majoritários no grupo I foram neral e geranial e no grupo II

foi linalol (Figura 4.3). Em plantas do grupo I com 10 anos de idade observou-se uma redução

dos teores de mirceno, p-cimeno e limoneno, um aumento do teor de óxido de cariofileno e o

aparecimento dos novos compostos -terpineno e elemol (Figura 4.3). Já em plantas do grupo

II com 10 anos de idade houve o aparecimento dos compostos novos neral, geraniale e óxido

de cariofileno, e desaparecimento de limoneno (Figura 4.3).

4.4.Discussão

Os principais compostos comumente relatados na literatura para a L. alba são carvona

(0,33 - 77,20%),geranial (39,39 – 54,63%), limoneno (3,86 – 19,35%), linalol (0,17 -

84,73%), 1,8-cineol (0,93 – 9,17%), neral (11,51 – 36,14%), o-Cimeno (4,49 – 11,50%) e

Óxido de cariofileno (5,05 – 19,89%) (Jannuzzi et al., 2010; Parra-Garcés et al., 2010; Lopez

et al., 2011; Sette-de-Souza et al., 2014; Blank et al., 2015, Peixoto et al., 2015; Baldissera et

al., 2016). No presente trabalho, ambas as colheitas identificaram como principais

constituintes o mirceno, p-cimeno, limoneno, 1,8-cineol, linalol, neral geranial e óxido de

cariofileno, entretanto, novos compostos passaram a compor o metabolismo secundário da

planta como o g-terpineno, germacreno D e elemol como majoritários no óleo essencial.

Resultado distinto foi encontrado para espécie do mesmo gênero por Santos et al.

(2015), que não observaram alterações na composição química de L. sidoides avaliando

plantas com 2 e 8 anos de idade, com base nos dados, os acessos mantiveram os mesmos

constituinte após o envelhecimento. Outros trabalhos observaram resultados semelhantes a

esse para Origanum onites L. (Ozkan et al., 2010), Ocimum basilicum (Kakaraparthi et al.,

2015) e Mentha x piperita var. citrata (Oliveira et al., 2012), em quea idade não proporcionou

significativas mudanças na composição químicados óleos essenciais.

Alguns compostos químicos minoritários passaram a ser biossintetizados com maiores

médias após envelhecimento da planta e contribuíram para variância total como o p-cimeno

(0,90-4,40%), (E)--ocimeno (0,14-0,93%), sabineno (0,20-1,26%) e -terpineno (0,41-

3,23%), no entanto, os compostos que contribuíram com o maior teor para a caracterização

como componentes principais primários foram neral (9,43-35,21%), geranial (8,08-51,82%),

linalol (1,30-86,00%) e o 1,8-cineol (4,18-7,98). O aumento da produção de compostos em

planta com dez anos pode ser observado entre os grupos II de ambas as idades (um e dez anos

de idade) com o aumento do 1,8-cineol e biossíntese de neral e geranial que antes não

apareciam entre os principais compostos químicos.

Com base na análise de correlação, alguns compostos químicos relacionam-se de

forma muito forte e positiva como o neral e geranial (r=0,95) que ambos participam da mesma

rota metabólica na biossíntese de compostos terpênicos (Dewick, 2008). A presença do

composto linalol no óleo essencial reduz o teor dos compostos neral (r=-0,95) e geranial (r=-

0.90) devido à correlação muito forte e negativa existente entre eles, esse fenômeno pode ser

observado no grupo I da primeira e segunda colheita em que o valor médio observado para o

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linalol (0,43% e 0,89%) é inferior ao encontrado para o neral (29,62% e 31,58%) e geranial

(37,00% e 45,78%), no entanto, para o grupo II de ambas as colheitas, a presença do linalol

(81,46% e 77,78%) expresso em maior quantidade no óleo essencial reduz significativamente

o teor do neral (3,14%) e geranial (2,69%).Resultado semelhante foi observado por Tomazoni

et al. (2017) caracterizando o óleo essencial deEucalyptus globuluse Cinnamomum

camphoraque verificou redução do teor de linalol (0,96 e 89,9%, respectivamente) na

presença de neral (16,20 e 0,00%).

Fahnrich et al. (2012) sugerem que os genes responsáveis pela biossíntese de

compostos como mirceno, limoneno, sabineno e -terpineno são os mesmos, pois, ambos

derivam da conversão metabólica do cátion a-terpenyl através de enzimas sintases que

aumentam significativamente da concetração do composto -terpineno quando expressos na

planta, reduzindo as médias dos compostos limoneno e mirceno em plantas mais velhas.

A biossintese do óxido de cariofileno em plantas com 10 anos pode estar relacionado à

expressão gênica do gene QHS1 nos tricomas glandulares de genótipos de L. alba. Esse gene

é encontrado em plantas da espécie Artemisia annua e é responsável pela produção da enzima

-cariofileno sintase que catalisa a conversão de moléculas de geranyl difosfato, responsável

pela biossintese de geranial na planta, em óxido de cariofileno nas plantas do grupo II com 10

anos de idade (YANG et al., 2016).

A relação existente entre os compostos majoritários pode indicar o maior ou menor

teor de alguns compostos no óleo essencial. A correlação entre os compostos neral e geranial

(citral) com o composto linalol tem 95% de probabilidade de chances que a presença do

linalol reduza os teores dos compostos biossíntetizados. A baixa produção do neral/geranial

no grupo II pode estarrelacionada à atividade enzimática no mesmo sítio de ação para ambas

as moléculas terpênicas, o que explica a redução de sua produção nos grupos químicos II e III

(Volz et al., 2009; Portilla-Zuñiga et al., 2016).

A biossintese desses compostos inicia-se com uma reação de condensação de duas

moléculas de acetil-CoA (C2) tendo como produto o acetoacetil-CoA (C4). O acetoacetil-CoA

reage com uma terceira molécula de acetil-CoA por condensação obtendo o β-hidroxi-β-

metilglutaril-CoA (HMG-CoA) com cinco carbonos (C5), essa molécula é reduzida por reação

com três moléculas de NADPH e produz o ácido mevalônico (C5). Esse intermediário é

fosforilado pela adição de três moléculas de ATP formando o isopentenyl difosfato

(isopentenyl PP) (C5), conhecidos comurmente como unidade de isoprenos. O isopentenyl PP

reage com uma molécula de cinco carbonos o dimetilalil difosfato (dimetilalil PP)

biossintetizado na rota MEP (Dewick, 2008).

A formação de moléculas monoterpênicas (C10) ocorre com a condensação das

moléculas isoprênicas (C5) em uma molécula de geranyl difosfato (geranyl PP) (C10) que é

fosforilada em linalyl PP e posteriormente sofre ciclização enzimática em neryl PP. As

moléculas geranyl PP (geranial, citronelal e geraniol), linalyl PP (b-mirceno e linalol) e neryl

PP (neral e nerol) são as responsáveis pela formação dos demais compostos monoterpênicos e

sesquiterpênicos que formarão o óleo essencial de plantas de L. alba. A maior produção de

linalol pode estar reduzindo a quantidade de moléculas de geranyl PP e neryl PP disponíveis

para a síntese de geranial e neral;esse fenômeno reduz o teor desses compostos e derivados

químicos, no entanto, o acesso LA-24 apresentou, após envelhecimento, biossíntese de neral

(0,00-9,43%) e geranial (0,00-8,08%) como majoritários, o que pode estarrelacionado à

redução do linalol (80,12-68,77%) entre as idades.Esse fenômeno indica que a redução dos

compostos majoritários na planta favorece o surgimento de novos constituintes que possuem

fortes correlações entre si (Dewick, 2008; Ramak et al., 2014).

Apesar dos fatores climáticos contribuírem significativamente para a mudança na

composição química em plantas de L. alba,o envelhecimento vegetal pode ser um dos

principais fatores na mudança na concetração do óleo essencial entre as duas idades, em que,

o envelhecimento da planta proporcionou valores maiores entre as idades das plantas no

presente trabalho. Segundo ensaio realizado por Pandeló et al. (2012) observaram uma

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redução na concetração de óleo nos tricomas e dos compostos majoritários geranial/neral

(15%), carvona (66%) e linalol (36%) associados à menor capacidade fotossintética foliar e

maior número de tricomas, que aumentam a biossintese de compostos minoritários e a

capacidade de armazenamento de óleo nessas estruturas. Além disso, Liu et al. (2015)

observaram aumento no metabolismo secundário na espécie Podulus euphratica e

consequente aumento no número de compostos químicos em plantas submetidas a estresses

ambientais e bióticos.

Tian et al. (2017), em estudo de expressão gênica de espécie produtoras de metabólitos

secundários no desenvolvimento de tricomas glandulares, verificaram que a formação desses

apêndices é influenciada siginificativamente pelo genotipo na planta. Espécies do gênero

Arabidopsis possuem genes como GL3, EGL3, TTG1, MYN23 e G2 que controlam o

aparecimento de tricomas em fases específicas da planta e alteram a biossintese dos

compostos químicos no óleo essencial com o envelhecimento.

A influência do envelhecimento vegetal na expressão de genes responsáveis pela

biossintese de compostos majoritários foi comprovada por Wang et al. (2013) que avaliaram a

produção de artemisinina na espécie Artemisia annua. Verificou-se que durante o

envelhecimento do tecido formador dos tricomas gladulares na presença de promotores

específicos na célula vegetal, ocorrem alterações em pares de bases nitrogenadas formadores

de genes responsáveis pela sintese de novas enzimas que reduzem a concentração do

composto majoritário no óleo essencial. Esse fenômeno comprova o surgimento dos

compostos neral e geranial no acesso LA-24 que pode estar relacionado á expressão de novos

genes e atividade enzimática nos tricomas glandulares na L. alba, que reduzem a produção de

linalyl PP e favorece a biossíntese de derivados de geranyl PP e neryl PP.

A biossintese do elemol ocorre com a conversão da molécula geranyl difosfato (GPP)

em farnesil difosfato (FPP) através de processos de ionização. O FPP é então transformado

em -humuleno e posteriormente em (E)--cariofileno pela ação da enzima -cariofileno

sintase. O composto (E)--cariofileno é isomerizado e posteriormente convertido em

germacreno A que sofre rotação dos carbonos C2 e C3 com atividade enzimática do

germacreno A sintase e origina o -elemeno, que é o precursor do elemol na rota

biossintetica. A ativição das enzimas -cariofileno sintase e/ou germacreno A sintase nos

tricomas pode explicar o aparecimento do composto elemol após o envelhecimento de alguns

genótipos de L. alba (Barros et al., 2009).

O estudo comprovou que a idade da planta influência na produção e a constituição

química do óleo essencial.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq, FAPITEC/SE, CAPES e FINEP pelo suporte financeiro dado

para realização deste trabaho.

4.5.Referências

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31

Tabela 4.1 Identificação e origem de 18 acessos da coleção de Lippia albado Banco Ativo de

Germoplasma de Plantas Medicinais e Aromáticas da Universidade Federal de Sergipe,

município de São Cristóvão, Estado de Sergipe, Brasil.

Acesso Município, Estado, País Procedência Código no herbario

LA-02 Araguaína, Tocantins, Brasil UNB 14785

LA-09 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 14786

LA-10 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 13495

LA-22 Lavras, Minas Gerais, Brasil UNB 13476

LA-24 Luziânia, Goiás, Brasil UNB 13477

LA-29 Planaltina de Goiás, Goiás, Brasil UNB 13485

LA-30 Posse, Goiás, Brasil UNB 13454

LA-36 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 13472

LA-37 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 13455

LA-39 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 13497

LA-40 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 13456

LA-41 Curitiba, Paraná, Brasil UNB 13484

LA-42 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 13444

LA-44 Brasília, Distrito Federal, Brasil UNB 14788

LA-53 Telha, Sergipe, Brasil UFS 13446

LA-61 Rio Real, Bahia, Brasil UFS 13479

LA-68 Santana do São Francisco, Sergipe, Brasil UFS 14789

LA-69 Gararu, Sergipe, Brasil UFS 13467

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Tabela 4.2 Média dos constituintes químicosde 18 acessos da coleção de Lippia alba do Banco Ativo de Germoplasma de Plantas Medicinais e Aromáticas da

Universidade Federal de Sergipe, com 1 e 10 anos de idade. Composto -pineno sabineno 6-metil-5-hepten-2-ona mirceno p-cimeno limoneno 1,8-cineol (E)--ocimeno -terpineno IR 932 969 981 988 1020 1024 1026 1032 1054

Acesssos 1 ano

LA-02 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 10,79 dA 0,00 bB 0,00 bB 0,00 bA 0,00 cA 0,00 aB LA-09 0,00 bA 1,32 aA 0,00 dA 0,00 hA 0,00 bA 0,00 bA 11,24 aA 0,42 bA 0,00 aA

LA-10 0,00 bB 0,00 bB 0,00 dA 0,98 gA 0,00 bB 0,00 bB 0,00 bA 0,00 cA 0,00 aB

LA-22 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 0,00 hA 0,00 bA 0,00 bA 0,00 bB 0,00 cA 0,00 aA LA-24 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 0,00 hA 0,00 bA 11,66 aA 0,00 bB 0,00 cA 0,00 aA

LA-29 10,40 aA 7,21 aA 0,00 dA 25,79 bA 0,00 bA 0,00 bA 0,00 bB 0,00 cB 0,00 aA

LA-30 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 0,00 hA 0,00 bB 0,00 bA 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB

LA-36 0,00 bA 0,94 aA 0,75 cA 0,46 hA 7,31 aA 15,85 aA 0,00 bA 0,00 cA 0,00 aB

LA-37 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 1,01 gA 0,00 bB 0,00 bB 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB

LA-39 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 0,00 hA 8,29 aA 29,75 aA 0,00 bA 4,12 aA 0,00 aB LA-40 0,00 bB 2,29 aA 0,96 bA 9,45 eA 0,00 bB 0,00 bB 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB

LA-41 0,00 bB 3,96 aA 8,24 aA 30,31 aA 0,00 bB 0,00 bB 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB

LA-42 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 8,68 fA 0,00 bB 0,00 bA 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB LA-44 0,00 bB 0,00 bB 0,00 dA 8,75 fA 0,00 bA 0,00 bA 0,00 bA 0,00 cA 0,00 aB

LA-53 0,00 bA 1,11 aA 0,00 dA 0,00 hA 9,17 aA 0,00 bA 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB

LA-61 0,00 bB 0,00 bB 0,00 dA 13,80 cA 0,00 bB 0,00 bB 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB LA-68 0,00 bA 0,00 bB 0,00 dA 0,00 hB 16,37 aA 0,00 bA 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB

LA-69 0,00 bB 1,40 aA 0,00 dA 0,00 hB 20,77 aA 0,00 bB 0,00 bA 0,00 cB 0,00 aB

10 anos

LA-02 0,00 fA 0,26 aA 0,00 bA 0,00 cB 1,70 aA 5,14 aA 0,00 eA 0,00 iA 1,31 aA

LA-09 0,00 fA 1,26 aA 0,00 bA 0,00 cA 0,00 bA 0,00 bA 7,98 aB 0,36 fB 0,00 bA

LA-10 0,36 bA 0,46 aA 0,00 bA 1,65 bA 0,81 aA 2,18 aA 0,00 eA 0,00 iA 0,41 aA LA-22 0,00 fA 0,35 aA 0,00 bA 0,00 cA 0,00 bA 0,00 bA 6,60 bA 0,00 iA 0,00 bA

LA-24 0,00 fA 0,54 aA 0,00 bA 0,63 cA 0,00 bA 0,00 bB 4,18 cA 0,00 iA 0,00 bA

LA-29 0,63 aB 0,20 aB 0,00 bA 1,66 bB 0,00 bA 0,00 bA 0,22 dA 0,14 hA 0,00 bA LA-30 0,00 fA 0,50 aA 0,00 bA 0,11 cA 2,48 aA 0,10 aA 0,00 eA 0,51 dA 0,82 aA

LA-36 0,00 fA 0,37 aB 0,00 bB 0,12 cA 1,79 aB 5,97 aB 0,00 eA 0,00 iA 1,45 aA

LA-37 0,21 dA 0,67 aA 0,00 bB 0,25 cB 4,40 aA 4,22 aA 0,00 eA 0,93 aA 3,23 aA LA-39 0,00 fA 0,42 aA 0,00 bB 0,11 cA 3,33 aB 0,40 aB 0,00 eA 0,83 bB 1,04 aA

LA-40 0,27 cA 1,24 aB 0,21 aB 0,30 cB 4,11 aA 0,45 aA 0,00 eA 0,88 aA 1,46 aA

LA-41 0,19 dA 0,62 aB 0,00 bB 0,28 cB 4,06 aA 3,70 aA 0,00 eA 0,61 cA 3,19 aA LA-42 0,00 fA 0,42 aA 0,00 bA 2,89 aB 0,90 aA 0,00 bA 0,00 eA 0,56 cA 0,14 aA

LA-44 0,12 eA 0,30 aA 0,00 bA 0,20 cB 0,00 bA 0,00 bA 0,00 eA 0,00 iA 0,00 bA

LA-53 0,00 fA 0,42 aB 0,00 bA 3,26 aA 1,73 aB 0,00 bA 0,00 eA 0,48 dA 0,47 aA

LA-61 0,13 eA 0,48 aA 0,00 bA 0,16 cB 1,93 aA 4,02 aA 0,00 eA 0,29 gA 0,90 aA

LA-68 0,00 fA 0,35 aA 0,00 bA 2,63 aA 1,53 aB 0,00 bA 0,00 eA 0,41 eA 0,35 aA

LA-69 0,20 dA 0,43 aB 0,00 bA 0,23 cA 3,48 aB 3,28 aA 0,00 eA 0,44 eA 1,30 aA

CV-a (%) 1,70 19,68 2,09 2,25 12,17 4,45 6,46 6,20 11,10

CV-b (%) 2,88 12,09 2,09 10,65 9,02 2,68 9,36 9,77 6,17

Médias seguidas da mesma letra minúscula entre os acessos e maiúscula entre as idades das plantas, não diferem pelo teste de skott-knott (p < 0,05). IR: índice de retenção

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33

Tabela 4.2 Continuação... Composto (%) linalol neral geranial (E)-cariofileno germacreno D elemol óxido de cariofileno OE (%)

IR 1095 1235 1264 1417 1484 1548 1582

Acesssos 1 ano

LA-02 0,00 dB 31,92 dA 40,11 aB 0,00 bB 0,00 aA 0,00 aB 0,00 fA 1,12 aB LA-09 80,33 aA 0,00 kA 0,00 bA 0,90 aB 0,00 aA 0,00 aA 0,00 fB 2,54 aA

LA-10 0,00 dB 34,46 bA 48,16 aA 0,96 aB 0,00 aB 0,00 aB 2,43 cA 0,97 aB

LA-22 83,94 aA 0,00 kA 0,00 bA 0,00 bB 0,00 aB 0,00 aA 0,00 fB 2,46 aB LA-24 80,12 aA 0,00 kB 0,00 bB 0,00 bB 0,00 aA 0,00 aA 0,00 fB 1,62 aB

LA-29 0,00 dB 27,34 hB 23,12 aB 0,00 bB 0,00 aA 0,00 aA 0,00 fB 1,53 aB

LA-30 0,00 dB 30,36 eB 30,82 aB 0,00 bB 0,00 aB 0,00 aB 0,00 fB 1,18 aB LA-36 1,07 cA 28,37 fB 39,68 aB 0,00 bB 0,00 aA 0,00 aB 0,00 fA 2,47 aA

LA-37 0,00 dB 30,39 eA 47,84 aA 1,36 aB 0,00 aA 0,00 aA 8,60 aA 0,83 aB

LA-39 0,00 dB 22,23 jB 27,83 aB 0,00 bB 0,00 aB 0,00 aB 0,00 fB 1,87 aB LA-40 5,46 bA 25,53 iB 37,13 aB 3,48 aA 0,00 aB 0,00 aB 5,38 bA 0,60 aA

LA-41 0,00 dB 25,22 iB 28,83 aB 0,00 bB 0,00 aB 0,00 aA 0,00 fB 0,69 aB

LA-42 0,00 dB 26,02 iB 29,88 aB 1,48 aA 0,00 aB 0,00 aB 1,75 dB 1,41 aB LA-44 0,00 dB 38,62 aA 45,42 aB 0,00 bB 0,00 aA 0,00 aB 0,00 fB 0,70 aB

LA-53 0,00 dB 33,37 cA 43,33 aB 0,00 bB 0,00 aB 0,00 aB 1,09 eB 0,76 aB

LA-61 0,00 dB 31,35 dA 37,94 aB 0,00 bB 0,00 aB 0,00 aA 0,00 fB 0,72 aA LA-68 0,00 dB 28,26 fB 33,59 aB 0,00 bB 0,00 aA 0,00 aA 0,00 fB 1,23 aB

LA-69 0,00 dB 30,81 eA 41,38 aB 0,40 aB 0,00 aA 0,00 aA 2,65 cA 1,18 aB

10 anos

LA-02 0,72 dA 27,90 gB 45,52 aA 0,20 aA 0,00 iA 11,08 aA 0,00 gA 2,16 aA

LA-09 78,57 bA 0,00 iA 0,00 bA 2,35 aA 0,00 iA 0,00 dA 1,01 fA 2,38 aA

LA-10 1,30 dA 34,30 bA 45,57 aB 1,99 aA 1,71aA 2,31 cA 2,42 eA 2,25 aB

LA-22 86,00 aA 0,00 iA 0,00 bA 1,48 aA 0,97 cA 0,00 dA 1,08 fA 3,39 aA

LA-24 68,77 cB 9,43 hA 8,08 bA 2,28 aA 0,00 iA 0,00 dA 1,54 fA 2,04 aA

LA-29 0,72 dA 33,48 cA 47,36 aA 3,99 aA 0,00 iA 0,00 dA 7,65 bA 2,51 aA LA-30 0,80 dA 31,32 eA 45,03 aA 2,19 aA 0,39 fA 0,17 dA 2,39 eA 2,59 aA

LA-36 0,90 dA 29,81 fA 45,54 aA 0,23 aA 1,24 bA 8,28 bA 0,00 gA 2,20 aB

LA-37 0,42 dA 30,59 fA 42,13 aB 4,70 aA 0,00 iA 0,00 dA 3,89 dB 2,38 aA LA-39 0,79 dA 30,30 fA 44,32 aA 1,79 aA 0,40 fA 0,24 dA 2,08 eA 2,53 aA

LA-40 1,08 dA 29,94 fA 40,42 aA 1,88 aB 0,42 fA 0,21 dA 2,06 eB 0,82 aA

LA-41 0,39 dA 29,91 fA 43,47 aA 5,62 aA 0,50 dA 0,00 dA 3,55 dA 2,48 aA LA-42 1,99 dA 32,61 dA 51,81 aA 0,95 aB 0,33 gA 0,62 dA 2,14 eA 1,90 aA

LA-44 0,50 dA 33,67 cB 46,60 aA 4,03 aA 0,00 iA 0,27 dA 10,54 aA 2,81 aA

LA-53 1,58 dA 32,62 dA 50,28 aA 1,26 aA 0,46 eA 0,74 dA 2,30 eA 2,84 aA LA-61 0,34 dA 31,59 eA 43,47 aA 6,49 aA 0,31 gA 0,00 dA 5,25 cA 0,61 aA

LA-68 1,56 dA 35,31 aA 50,59 aA 1,11 aA 0,00 iA 0,00 dA 1,36 fA 1,64 aA

LA-69 0,31 dA 30,96 eA 44,67 aA 4,83 aA 0,21 hA 0,00 v 5,77 cA 1,82 aA

CV-a (%) 9,40 1,04 3,45 6,91 4,90 4,62 7,23 12,51

CV-b (%) 9,84 1,75 2,45 3,69 9,28 5,36 15,55 7,33

Médias seguidas da mesma letra minúscula entre os acessos e maiúscula entre as idades das plantas, não diferem pelo teste de skott-knott (p < 0,05). IR: índice de retenção

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34

Tabela 4.3

Coeficientes de correlação para os constituintes químicos dos óleos essenciais de acessos de Lippia alba com plantas de um e 10 anos de idade. Compostos (%) sabineno 6-metil-5-hepten-2-ona mirceno p-cimeno limoneno 1,8-cineol (E)--ocimeno -terpineno linalol neral geranial (E)-cariofileno germacrenoo D elemol óxido de cariofileno

1 ano

-pineno 0,82 -0,07 0,53 -0,13 -0,13 -0,06 -0,06 -0,11 0,06 -0,12 -0,13

-0,13

sabineno

0,41 0,73 -0,08 -0,17 0,04 -0,13 -0,14 0,03 -0,11 0,04

-0,07

6-metil-5-hepten-2-ona

0,65 -0,14 -0,07 -0,07 -0,08 -0,13 0,02 -0,01 -0,05

-0,09

mirceno

-0,37 -0,27 -0,16 -0,18 -0,30 0,22 0,06 -0,03

-0,15

p-cimeno

0,19 -0,13 0,18 -0,25 0,21 0,24 -0,22

-0,04

limoneno

-0,10 0,82 0,04 -0,19 -0,14 -0,22

-0,22

1,8-cineol

0,04 0,53 -0,51 -0,49 0,12

-0,13

(E)--ocimeno

-0,06 -0,10 -0,10 -0,12

-0,14

linalol

-0,95 -0,90 -0,06

-0,22

neral

0,95 0,01

0,22

geranial

0,15

0,42

(E)-cariofileno

0,72

10 anos

a-pineno -0,03 0,22 0,07 0,05 0,03 -0,29 0,02 0,10 -0,32 0,34 0,26 0,47 0,07 -0,21 0,55

sabineno

0,59 -0,22 0,32 -0,08 0,40 0,50 0,23 0,31 -0,39 -0,41 0,02 -0,05 -0,24 -0,38

6-metil-5-hepten-2-ona

-0,12 0,37 -0,14 -0,11 0,40 0,14 -0,11 0,07 0,03 -0,10 0,02 -0,09 -0,09

mirceno

-0,24 -0,39 -0,26 0,04 -0,35 -0,24 0,37 0,39 -0,30 0,03 -0,17 -0,04

p-cimeno

0,44 -0,52 0,79 0,86 -0,53 0,43 0,42 0,29 -0,03 -0,04 -0,08

limoneno

-0,34 -0,08 0,67 -0,36 0,25 0,28 0,20 0,23 0,64 -0,13

1,8-cineol

-0,28 -0,40 0,98 -0,98 -0,97 -0,14 -0,05 -0,19 -0,30

(E)--ocimeno

0,55 -0,33 0,27 0,27 0,20 -0,26 -0,43 -0,05

-terpineno

-0,42 0,30 0,30 0,38 0,01 0,14 -0,06

linalol

-0,98 -0,98 -0,16 -0,02 -0,19 -0,32

neral

0,99 0,16 0,03 0,11 0,37

geranial

0,07 0,03 0,19 0,31

(E)-cariofileno

-0,27 -0,51 0,70

germacrenoo D

0,23 -0,31

elemol

-0,42

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35

Figura 4.1. Agrupamento dos acessos de Lippia alba com um ano de idade (A) e 10 anos (B)

com base no método de agrupamento de Ward.

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36

Figura 4.2. Distribuição dos constituintes químicos dos óleos essenciais de Lippia alba

em relação aos dois componentes principais através da análise de componente principal

(ACP) com um ano (A) e 10 anos de idade (B).

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Figura 4.3. Médias com erros padrão da média, dos constituintes químicos dos óleos

essenciais dos grupos I e II de Lippia alba com um ano e 10 anos de idade.

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5. CAPÍTULO 2

A SELEÇÃO RECORRENTE RESULTA EM ALTERAÇÕES

MORFOAGRONÔMICAS E AUMENTO DA ATIVIDADE FORMICIDA EM Lippia

alba

RESUMO

O método de seleção recorrente é eficiente na obtenção e seleção de progênies com alta

freqüência de alelos favoráveis para as características quantitativas, entre estas, a atividade

formicida. Dentre as principais formigas, a Acromyrmex balzani destaca-se por causar

desfolhas severas à planta e comprometer a produção das culturas em campo. O objetivo do

presente trabalho foi avaliar características morfoagronômicas e a atividade formicida do óleo

essencial de progênies de genótipos de Lippia albacom alto teor de carvona. O experimento

foi implantando na Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS” em delineamento de

blocos casualizados, com três repetições, sendo quatro plantas por parcela.O espaçamento

entre plantas usado foi de 0,80x0,80 m. Foi realizada avaliação morfológica plena floração

para análise de coloração. As plantas foram coletadas aos 180 dias do plantio e posteriormente

desfolhadas e secas em estufa com circulação de ar forçado. O óleo essencial foi extraído em

aparelho clevenger e posteriormente analisado sua composição química e testado a toxicidade

em formigas da espécie A. balzani. Os resultados mostraram que as progênies LA-56-03 e

LA-57-10 que apresentam folhas maiores (5,65-7,3 cm), concentração de óleo essencial (2,22-

2,84%) e alta atividade formicida (31-26,2%) possuem potencial para realização de um novo

ciclo de seleção recorrente.

Palavras-chave:A. balzani; melhoramento; erva-cidreira; planta aromática.

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39

5.1. Introdução

A Lippia alba (Mill.) N. E. Br. é uma espécie aromática pertencente à família botânica

Verbenaceae e com origem na América do Sul. A planta possui ampla plasticidade fenotípica

adaptando-se a diferentes climas e regiões no mundo como Europa e Ásia (Biasi e Costa,

2003; Montanari et al., 2004). O Brasil possui grande diversidade da espécie e é considerado

um dos principais centros de diversidade no planeta, podendo esta espécie ser encontrada em

todo território nacional e com maior frequência de ocorrência nas regiões centro-oeste,

nordeste e sudeste do país (Gomes et al., 2011).

A espécie é uma planta perene, com porte subarbustivo, muito ramificado e com aspecto

esbranquiçado no caule. As folhas possuem filotaxia oposta com formas elípticas ou

lanceoladas e bordas serradas (De Romero et al., 2010). Suas flores são hermafroditas, com

alta frequência de alogamia, dispostas em inflorescência do tipo capituliforme. Suas sementes

possuem dormência tegumentar que necessitam de processos de escarificação mecânico ou

químico para favorecer sua germinação (Muñoz et al., 2007, Pimenta et al., 2007).

Sua popularidade no Brasil foi motivada pela utilização das folhas como chás, extratos e

macerado com ações calmantes, antiespasmódica, analgésica, sedativa e ansiolítica. Essas

atividades foram importantes para inclusão da espécie nas indústrias farmacêuticas e

cosméticas. A ação fitoterápica é proporcionada pela produção de metabolitos secundários

como os “óleos essenciais” na planta (Jannuzi et al., 2011, Sette-de-Souza et al., 2014).

Os óleos essenciais são substâncias terpênicas composta por diversos compostos

químicos biossintetizadas em resposta à interação genótipo x ambiente (Barros et al., 2009). A

L. alba possui diversos constituintes químicos já descritos na literatura. Segundo Blank et al.

(2015) a espécie é descrita quimicamente pela formação de seis grupos químicos em razão

dos compostos majoritários (carvona, linalol, neral/geranial e 1,8-cineol) que aparecem em

maiores teores no óleo essencial.

Dentre os compostos majoritários encontrados na L. alba, a carvona destaca-se pelo uso

na indústria alimentícia e agrícola como flavorizante e inibidor de brotações no

armazenamento de batata (Solanum tuberosum), no entanto, seu potencial biológico a torna

uma alternativa ao uso de pesticidas sintéticos na agricultura e pecuária (Hartmans et al.,

1995; Niculau et al. 2013; Nunes et al., 2013).

O desenvolvimento de pesquisas tem comprovado o alto potencial do composto no

controle fitossanitário de pragas agrícolas. Peixoto et al. (2015) comprovou a toxicidade do

óleo essencial rico em carvona em pragas de armazenamento como Sitophilus zeamais e

Tribolium castaneaum que trazem grandes prejuízos ao armazenamento de grãos como Arroz,

Feijão, Milho, Soja e Trigo. Uma das principais pragas em cultivos agrícolas são as formigas

cortadeiras.Esses insetos trazem prejuízos em todo o mundo devido a alta densidade

populacional e a fácil disseminação na área agrícola. Os principais gêneros considerados

pragas no Brasil e no mundo são a Acromyrmex e Atta. A Acromymex é considerada de difícil

controle e causadora de danos severos ao cultivo agrícola por serem ninhos pequenos e com

grande densidade por área. As desfolhas causadas pelas formigas operárias reduzem

drasticamente o processo fotossintético da planta e diminui a produtividade na colheita

(Feitosa-Alcantara et al., 2017).

O uso de plantas aromáticas no controle de pragas agrícolas apresenta vantagens em

relação aos produtos sintéticos, comercialmente utilizado em cultivos agrícolas

convencionais. A complexidade química encontrada no óleo essencial auxilia a quebra de

resistência das pragas a substâncias encontradas nesses produtos e reduz a pressão de seleção

que provoca gradativamente o surgimento de indivíduos tolerantes nas áreas produtoras. Esse

efeito traz benefício ecológico ao meio ambiente, pela redução no uso de substâncias

causadoras de doenças em humanos e a organismos nos agroecossistemas (Chae et al.,

2014;Feitosa-Alcantara et al., 2017)

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O objetivo do trabalho foi avaliar as progênies de um ciclo de seleção recorrente e seus

parentais na atividade formicida dos óleos essenciais de L. alba.

5.2. Material e Métodos

5.2.1. Material vegetal

Os materiais genéticos usados neste ensaio foram as progênies do primeiro ciclo de

seleção recorrente (LA-56-01, LA-56-03, LA-56-04, LA-57-01, LA-57-02, LA-57-03, LA-

57-07, LA-57-09, LA-57-10, LA-70-01 e LA-70-03) e seus parentais (LA-56, LA-57 e LA-

70) todos classificados como químiotipo limoneno-carvona (Blank et al., 2015).

O experimento foiconduzido na Fazenda Experimental “Campus Rural da UFS”,

localizado no município de São Cristóvão, Sergipe, Brasil (latitude 11º00’S e longitude

37º12’W).

5.2.2.Obtenção de progênies

Para o cruzamento dos genótipos LA-56, LA-57 e LA-70 foi utlizado o método de

melhoramento por seleção recorrente entre meios-irmãos.Foram coletadassete estacasdas

plantas-matrizes de cada parentaloriundos do Banco de Germoplasma da UFS e produzidas

mudas com substrato contendo terra preta + esterco curtido na proporção 3:1. As plantas

foram distribuídas em espaçamento 1,0 x 1,0 m na área de cruzamento e cada genótipo

possuíam quatro plantas de genótipos diferentes aos seus lados para aumentar a probabilidade

de polinização cruzada.

As infrutescências foram coletadas secas e com coloração marrom, acondicionadas em

sacos de papele identificadas com o código da planta-mãe e o número correspondente a

progênie (LA-56-01, LA-56-03, LA-56-04, LA-57-01, LA-57-02, LA-57-03, LA-57-07, LA-

57-09, LA-57-10, LA-70-01 e LA-70-03). As sementes foram extraídas com maceração

manual das infrutescências em bandejas de plástico e posteriormente peneiradas em peneira

de malha fina. Para separação das impurezas foi usado um soprador de semente até completa

remoção de sementes secas e restos de infrutescências.

5.2.3. Produção das mudas e sua multiplicação

Para a produção das mudas das progênies, as sementes foram escarificadas

mecanicamente com auxilio de uma lixa no lado oposto ao hilo. As sementes foram semeadas

a 0,5 cm em vasos de plantio com volume de 1 L usando substrato contendo terra preta + pó-

de-coco + esterco bovino curtido na proporção 3:1:1. Estas mudas das progênies foram usadas

como matrizes para retirar estacas que foram usadas para produção das mudas para o ensaio

de competição.

Após a semeadura, as plantas foram multiplicadas em vasos usando o mesmo

substrato.Para a produção das mudas foram utilizados estacas dos genótipos recombinantes e

progênies contendo de 3 a 4 entrenós e realizado corte em bisel na base das estacas, após o

preparo, foram transferidos para tubetes com 12 cm de comprimento e volume de 55 cm3 com

o substrato contendo terra preta + esterco bovino curtido na proporção 3:1. As mudas

permaneceram em casas de vegetação com sistema de nebulização e irrigação por 30 dias até

completo enraizamento e brotação das estacas.

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5.2.4. Ensaio de competição

O preparo do solo foi realizado com aração e gradagem mecânica. A adubação de

fundação foi composta com uso de 5 L de esterco bovino curtido. As mudas foram

transplantadas no início de junho/2016 e permaneceram em campo por 180 dias até a colheita.

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com três repetições.

Cada parcela experimental foi composta por quatro plantas em espaçamento 0,8 m x 0,8 m.

Foi utilizado como bordadura o genótipo LA-03. Foi realizado adubação de cobertura com 1

L de estercoacrescido de 15 g de NPK com formulação 6-24-12 por planta após 60 dias do

transplantio para campo. Capinas foram realizados sempre que necessário.

5.2.5. Variáveis avaliadas

A avaliação das variáveis morfológicas ocorreu aos 120 dias após o transplantio das

mudas para o campo. Para a avaliação, as plantas estavam em plena floração. Foram avaliadas

as variáveis:

-Altura de planta: As plantas foram medidas da região do colo até o maior ramo de cada

planta com auxilio de uma fita métrica. Os resultados foram expressos em centímetros (cm);

-Área Foliar: foram coletadas 10 folhas da quarta e quinta região nodal e foimedida a área da

folha em um medidor de área foliar LI-COR modelo LI-3100c (cm2);

-Habito de crescimento: O habito de crescimento foi medido usando uma escala de notas de

1 a 5 [1: Plantas eretas; nenhum galho toca no solo; 2: Plantas com 25% dos galhos tocando o

solo; 3: Plantas com 50% dos galhos tocando o solo; 4: Plantas com 75% dos galhos tocando

o solo; 5: Plantas com 100% dos galhos tocando o solo] (Camêlo et al., 2011)

A avaliação das variáveis agronômicas ocorreu aos 180 dias após o plantio, em

dezembro de 2016. As plantas foram cortadas a 30 cm do solo e posteriormente foi realizada a

desfolha do material separando as folhas e inflorescências do caule. Após a colheita foram

analisadas as seguintes variáveis:

-Massa seca de folhas e inflorescências: As folhas e inflorescências foram secas em estufa

de circulação de ar forçado por 40ºC±1 por cinco dias e pesado em balança para obtenção da

massa seca de folhas. O resultado foi expresso em gramas (g planta-1).

-Concentração de óleo essencial: Para o processo de extração do óleo essencial, as folhas e

inflorescências secas foram pesadas em balança e 50g foram transferidos para balões com

volume de 3000 mL e foi acrescido 2000 mL de água destilada. O óleo essencial foi extraído

por hidrodestilação em aparelho tipo Clevenger modificado por aproximadamente 120 min

após o início da ebulição, para completa extração do óleo essencial.Para calcular o teor (%)

obtido de cada amostra, utilizou-se a seguinte equação:

𝑇𝑒𝑜𝑟 = (𝑣

𝑚) × 100

Onde, v= volume de óleo essencial extraído da amostra; m= massa seca de folhas da amostra.

-Composição química dos óleos essenciais:

Para análise química, 15±1mg do óleo essencial foram pesados em balança de precisão

TECNAL BG 400 em frascos do tipo Vials e diluídos com 1 mL de acetato de etila em três

repetições. As triplicatas foram encaminhadas para o departamento de química da UFS para

injeção em cromatografia gasosa.

As análises foram realizadas utilizando um CG/EM/DIC (GCMSQP2010 Ultra,

Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão) equipado com um amostrador com injeção automática

AOC-20i (Shimadzu). As separações foram realizadas em uma coluna capilar de sílica

fundida Rtx®-5MS Restek (5%-difenil-95%-dimetilpolisiloxano) 30 m x 0,25 mm de

diâmetro interno, 0,25 m de espessura de filme, em um fluxo constante de Hélio 5.0 com

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taxa de 1,0 mL min-1. A temperatura de injeção foi de 280 °C, 1,0 μL (10 mg mL-1) de

amostra foi injetado, com uma razão de split de 1:30. A programação de temperatura do forno

iniciou-se a partir de 50 °C (isoterma durante 1,5 min), com um aumento de 4 °C min-1, até

200 °C, em seguida, a 10 °C min-1 até 300 °C, permanecendo por 5 min. Para o CG/EM as

moléculas foram ionizadas por ionização por elétrons com energia de 70 eV. Os fragmentos

analisados por um sistema quadrupolar programado para filtrar fragmentos/íons com m/z na

ordem de 40 a 500 Da e detectados por um multiplicador de elétrons. O processamento de

dados foi realizado com software CGMS Postrun Analysis (Labsolutions- Shimadzu).O

processo de ionização para o CG/DIC foi realizado pela chama proveniente dos gases

hidrogênio 5.0 (30 mL min-1) e ar sintético (300 mL min-1). As espécies coletadas e a corrente

elétrica gerada foram amplificadas e processadas. O processamento de dados foi realizado

utilizando o software CG Postrun Analysis (Labsolutions- Shimadzu).

A identificação dos componentes foi realizada com base na comparação do índice de

retenção (Vandendool e Kratz, 1963) para uma série homóloga de n-alcanos obtidas por co-

injeção de amostras de petróleo com uma mistura de hidrocarbonetos lineares, bem como

através da comparação com os bancos de dados e NIST21 e NIST107 da biblioteca CG / EM

e espectros de massa publicados (Adams, 2007).

5.2.6. Atividade formicida

Para o bioensaio de toxicidade do óleo essencial das progênies de L. alba e seus

parentais, utilizou-se formigas da espécie Acromyrmex balzani, que foram coletadas no

campus São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe(latitude 10º54’S e longitude

37º04’ W). Os insetos foram coletados momentos antes da implantação dos experimentos no

Laboratório de Entomologia Agrícola da UFS.

A toxicidade do óleo essencial das progênies e seus parentais foram avaliados pela via

de exposição por fumigação (Oliveira et al., 2017). Para determinar a eficiência dos materiais,

foram realizados testes preliminarespara determinação das concentrações que foram usadas no

ensaio de competição das progênies.

No bioensaio de fumigação o delineamento experimental foi inteiramente casualizado

com seis repetições. Foramtestadas as concentrações 0,01 µL.L-1 e 0,3 µL.L-1dos óleos

essenciais dos três parentais (LA-56, LA-57 e LA-70) e 11 progênies do primeiro ciclo de

seleção recorrente (LA-56-01, LA-56-03, LA-56-04, LA-57-01, LA-57-02, LA-57-03, LA-

57-07, LA-57-09, LA-57-10, LA-70-01 e LA-70-03) de L. alba. Foramutilizados frascos de

vidro (250 mL) e seu fundo revestido com papel filtro (Ø de 5,5 cm) umedecido com 0,5 µL

de água destilada para manter a umidade para as formigas dentro do frasco. Cada frasco

recebeu sete soldados de A.balzani. No tratamento controle aplicou-se 1 µL.L-1 do solvente

acetona no papel filtro (1 cm2) de cada frasco.

Os óleos essenciais de cada genótipo foram diluídos em solvente acetona (Panreac,

UV-IR, HPLC-GPC PAI-ACS, 99,9% de pureza). Foi aplicada uma alíquota da 1 µL.L-1 da

solução estoque utilizando uma microseringa Hamilton® (10 µL) para cada concentração dos

tratamentos testados em um papel filtro (1 cm2) suspenso a 4cm do fundo do recipiente, por

um fio de nylon no centro da tampa de plástico para evitar contato direto do inseto com o

papel tratado. Os recipientes foram lacrados com as tampas plásticas e vedados com papel

filme de PVC e posteriormente colocados em incubadora BOD a 25±1ºC, umidade relativa

>70% e com fotoperíodo de 12h de luz. Os insetos foram avaliados 48h após a implantação

do bioensaio, com a contagem de indivíduos vivos e mortos em cada frasco.

Para a comparação dos genótipos quanto a mortalidade das formigas usou-se os dados

da concentração de 0,3 µL.L-1de óleo essencial por volumede ar.

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5.2.7. Análise estatística

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram agrupadas pelo

teste de Scott-Knott (p ≤ 005) de probabilidade utilizando o software estatístico Sisvar®.

A mortalidade foi corrigida em relação ao controle, utilizando-se a formula de Abbott

(1925). Os dados foram expressos em gráfico de barras, utilizando o Statistical Analysis

System (SAS) e comparados usando o erro padrão da média.

5.3. Resultados

A partir do desdobramento dos tratamentos na análise de variância observaram-se

diferenças significativas (p ≤ 0,05) entre parentais e progênies para as variáveis alturas de

planta, área foliar, massa seca de folhas e inflorescências, concentração de óleo essencial,

mirceno, limoneno, carvona e muurolone. Entre os parentais as variáveis áreas foliar, massa

seca de folhas e inflorescências, mirceno, limoneno, carvona e

muuroloneapresentaramsignificativas diferenças. Entre as progênies apenas a variável altura

não diferiu estatisticamente (Tabela 5.1).

Os maiores valores para altura de planta foram obtidos pelos genótipos LA-56 e LA-

56-03 (Tabela 5.1). Quando comparado apenas entre as progênies LA-56-03 (139,63 cm),

LA-57-01 (123,22 cm), LA-57-03 (150,30 cm), LA-57-09 (121,97 cm) e LA-70-01 (135,27

cm) diferiram estatisticamente das demais progênies (Tabela 5.2).

O hábito de crescimento é indicado por escala de notas que variam entre 1 a 5, sendo

ereto plantas que obtém nota 1 e prostrado para notas 5. As progênies que apresentam portes

eretos foram o LA-56-01, LA-56-04 e LA-57-07, LA-57-09 e LA-57-10 que diferiram

estatisticamente das demais progênies e parentais avaliados. Os demais genótipos

apresentaram notas que variaram de 2,33 a 3,33 (Tabela 5.2).

A área foliar demonstrou grande variação entre os genitores e progênies testadas. A

maior área foliar foi observada para a progênie LA-70-03 (12,94 cm2) que foi superior

estatisticamente ao genitor LA-70 (3,43 cm2) (Tabela 5.2), embora se percebaque o genitor

LA-70, obteve valor de altura de planta intermediário quando comparada aos demais

genitores. Para o genitor LA-56 (4,09 cm2), que dentre os genitores atingiu maior altura de

plantas, gerou a progênie LA-56-03 que foi superior em área foliar (5,64 cm2). Já o genitor

LA-57 (2,92 cm2), apesar de apresentar menores valores quando comparados com os demais

genitores, expressou maiores médias do que todas as suas progênies, LA-57-01 (3,11 cm2),

LA-57-02 (3,73 cm2), LA-57-03 (6,09 cm2), LA-57-07 (7,73 cm2), LA-57-09 (3,76 cm2) e

LA-57-10 (7,30 cm2).

A maior produção de massa seca por planta foi observada para o parental LA-56

(57,45 g planta-1), tanto em relação as progênies LA-56-01 e LA-56-03 quando comparado

aos demais tratamentos (Tabela 5.2). Para o LA-57 (42,57 g planta-1), não foi observado

diferença entre as suas progênies LA-57-01 (45,18 g planta-1) e LA-57-03 (48,15 g planta-1),

para as suas demais progênies houve decréscimo na massa seca de planta. As progênies LA-

70-01 (28,72 g planta-1) e LA-70-03 (28,73 g planta-1) foram estatisticamente semelhantes ao

LA-70 (31,87 g planta-1). Entre as progênies, o LA-56-03 (50,42 g planta-1), LA51-01 (45,18

g planta-1) e LA-57-03 (48,15 g planta-1) tiveram as maiores médias para essa variável(Tabela

5.2).

Para a concentração de óleo essencial, a maior produção de óleo foi observada para a

progênie LA-57-10 (2,844 %) (Tabela 5.2), embora não tenha diferido estatisticamente dos

parentais LA-57 (2,644 %) e LA-70 (2,733 %). As progênies expressaram menores valores

para a concetração de óleo essencialcom exceção das progênies LA-56-03 e a já citada LA-

57-10, que não diferiram de seus genitores.

Foi observado diferença significativa (p ≤ 0,05) para os principais compostos químicos

identificados na análise química do óleo essencial das progênies e parentais de L. alba. Os

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compostos variaram significativamente entre as progênies e parentais, entre parentais e entre

as progênies no primeiro ciclo de seleção recorrente.

O composto mirceno teve variação de 0,98 a 12,95% no óleo essencial e foi

encontrado em maior proporção na progênie LA-57-09 (12,95%) que foi superior ao parental

LA-57 (0,68%) e as demais progênies avaliadas. Entre os parentais, o maior teor para esse

composto foi observado no genótipo LA-70 (6,40%) em relação ao LA-56 (1,69%) e LA-57

(0,68%) (Tabela 5.2).

O limoneno apresentou-se como o segundo composto em maior proporção no óleo

essencial (0,83-34,21%) em todos os materiais genéticos testados no experimento, a progênie

LA-57-02 (34,21%) teve o composto em maior proporção no óleo essencial. Para LA-56

(28,92%), nenhuma das progênies obteve média superior ou igual ao seu parental. A progênie

LA-57-02 (34,21%) e LA-57-10 (30,23%) foram superiores estatisticamente ao genótipo LA-

57 (29,37%). O LA-70-03 (29,87%) foi estatisticamente superior ao genótipo parental LA-70

(22,78%) (Tabela 5.2).

O composto carvonafoi superior para o genótipo LA-57 (59,02%), que obteve média

estatisticamente diferente a todas as progênies e genótipos testados. A progênie LA-56-04

(57,78%) teve média igual ao parental LA-56 (58,00%) com base no teste de média de Scott-

knott. As progênies oriundas dos parentais LA-57 e LA-70 foram inferiores estatisticamente,

apresentando menor produção de carvona quando comparados com os genótipos genitores

(Tabela 5.2). Entre as progênies, o maior teor foi encontrado para o LA-56-04 (57,78%) em

relação as demais progênies. Os menores teores foram observados nas progênies LA-57-01

(17,71%) e LA-57-02 (17,27%), já a progênie LA-57-09 não apresentou carvona na sua

composição (Tabela 5.2).

O muurolone obteve teor variando entre 0,34 a 4,73% no óleo essencial. O maior teor

foi observado para a progênie LA-57-01 (4,73%) em relação a todos os materiais testados no

experimento. O menor teor do composto foi observado para o LA-70-03 (0,65%) (Tabela 5.2).

O óleo essencial de L. alba apresentou toxicidade para formigas da espécie A.

balzaninas concentrações testadas de 0,01 e 0,3 µL L-1 em 48h. Foi observada diferença

significativa entre os genótipos parentais e progênies para a concentração 0,03 µL L-1

concentração avaliada no ensaio de toxicidade.

A mortalidade foi superior para a concentração de 0,3 em todas as progênies e

genótipos testados em relação à concentração de 0,01 µL L-1, as progênies LA-56-04 e LA-

70-03 apresentaram a maior mortalidade dentre todas as progênies e genótipos avaliados

(Figura 5.1). Todas as progênies LA-56-01, LA-56-03 e LA-56-04 apresentaram toxicidade

superior ao genitor LA-56 formigas A. balzani. Apenas a progênie LA-57-02 destacou-se em

toxicidade em relação ao parental LA-57, mas não diferiu estatisticamente da progênie LA-

57-07. O genitor LA-70 foi inferior em toxicidade em relação às progênies LA-70-01 e,

sobretudo, a LA-70-03, que se destacou pela maior mortalidade para formigas nessa

concentração (Tabela 5.2 e Figura 5.1).

5.4. Discussão

A seleção de plantas com maior média de altura e área foliar possibilta o aumento de

matéria seca de folhas importantes para a extração do óleo essencial, além disso, plantas com

hábito de crescimento eretos facilitam a introdução de colheitas mecanizadas no cultivo

agrícola em campo. A superioridade de progênies para características morfológicas segundo

Rodrigues et al. (2013) é decorrente da alta variabilidade encontrada na geração S1 em plantas

alogamas que favorece a seleção de indivíduos em programas de melhoramento de espécies

vegetais.

Zhao et al. (2016) observaram resultados semelhantes ao presente trabalho na seleção

recorrente da espécie Brassica napucom baixa heterose observada para características

agronômicas.

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Bakoumé et al. (2010) verificaram resultado distinto do presente trabalhona seleção

recorrente da espécieElaeis guineensisque resultou em progênies com altura de plantas (39,4-

53,3 cm) estatisticamente semelhantes as linhagens (48,78-52,7 cm). Gupta et al. (2016) não

observou diferença entre as progênies e linhagens no programa de melhoramento deMentha

spicata.

Camêlo et al. (2011), em processo de caracterização morfologica de genótipos de L.

alba do Banco Ativo de Germoplasma da UFS, observaram que os genótipos LA-56, LA-57 e

LA-70 comportaram-se como plantas prostradas diferindo dos resultados obtidos no presente

trabalho, esse contraste entre progênies e parentais pode estar associado a menor altura de

planta apresentada pelas progênies LA-56-01, LA-57-07 e LA57-10com variação entre 79,95

a 88,33 cm e possuindo porte ereto das plantas.

A área foliar foi superior para a maioria das progênies estudas. O aumento do limbo

foliar é importante para o aumento no número de tricomas glandulares responsáveis pela

biossíntese e armazenamento de óleo essencial na planta (Tekeli et al., 2015). Jezler et al.

(2013) observaram genótipos de L. alba com área foliar superior ao encontrado no presente

trabalho com variação de 3,73 a 12,94 cm2.

A produção de matéria seca nas plantas foi superior para as progênies em estudo e

pode estar associada ao menor tamanho das plantas. Resultados semelhantes foram

encontrados por Kulkarni et al. (2002) queobservaram que progêniesdeCymbopogon

flexuosusoriundos de cinco ciclo de seleção recorrente proporcionaram maiores teores de

matéria seca em plantas que possuíam menor tamanho de planta em relação as linhagens

estudadas.

A concentração de óleo essencial na planta não foi influenciada pelo melhoramento,

embora, o tamanho das folhas influencie o número de tricomas foliares, o primeiro ciclo de

seleção recorrente não aumentou a produção de óleo essencial na maioria das progênies

avaliadas (Kainer et al., 2015). Resultados semelhantes foram observados por Ibrahim e

Khalid (2013) na seleção recorrente de Cymbopogon nardus com ausência de superioridade

das progênies (2,00-2,05%) em relação às cultivares comerciais (2,46-2,66%). Preciado-Ortiz

et al. (2013) observou baixo ganho genético para teor de óleo nas sementes no primeiro ciclo

de seleção recorrente em Zea mays.

Segundo Pandovan et al. (2017),a concetração de óleo essencial é influenciado pela

interação genótipo x ambiente, que pode resultar em altas ou baixas produções associadas a

constituição genética das gerações S1, como observado no primeiro trabalho.

O baixo teor da carvona nas progênies pode estar associado ao aumento da biossíntese

de limoneno e mirceno na planta. Segundo Souza et al. (2010) a carvona é produzido na

planta a partir de moléculas precursoras de limoneno que são convertidos por via enzimática

em enantiomeros do composto. Pandeló et al. (2012), avaliando genótipos de L. alba,

observou que o teor da carvona em 60,5%, possui forte correlação negativa com limoneno

(14,3%). O maior teor do limoneno no óleo essência sugere menor síntese de carvona nas

progênies avaliadas. Esse fenômeno é observado para as progênies LA-57-02 (17,27%), LA-

57-03 (48,65%) e LA-57-10 (25,71%) para a produção da carvona. Algumas espécies

possuem carvona em teores inferiores aos encontrado no presentetrabalho como Lithrae

ternifolia(27,43-34,7%) e limoneno (21,6%) (Maestri et al., 2014) e Carum carvi (34,8-39,6%

de carvona) (Toxopeus e Lubberts, 1994), uma vez que, essas espécies apresentam potencial

para uso como alternativa no controle de pragas agrícolas.

A baixa produção de carvona nas progênies pode estar associada a menor produção de

enzimas responsáveis pela conversão de moléculas de limoneno em carvona. Bouwmeester et

al. (1998) verificou que a carvona é biossintetizada em frutos de Carum carvicom ação das

enzimas (+)-limonene-6-hydroxylase e (+)-trans-carveol dehydrogenase transformando

limoneno e trans-carveol, no entanto, baixas produção das enzimas concentram moléculas de

limoneno e trans-carveol nos frutos.

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46

A avaliação formicida com a espécie A. balzani identificou maior toxicidade para as

progênies que possuem em sua composição compostos carvona (48,65-57,78%) e limoneno

(10,63-23,41%) e baixos teores de mirceno na composição (2,79-10,63%). Oliveira et al.

(2017), avaliando a toxicidade do óleo essencial de Aristolochia trilobata em formigas

cortadeiras, observaramaltas concentrações de mortalidade para a CL50 (Concentração letal

para matar 50% da população do inseto) igual a 3,76 µL L-1. Feitosa-Alcantara et al. (2017)

observou CL50 de 1,82µL L-1 avaliando o óleo essencial da espécie Hyptis pectinata. Esses

resultados diferem do presente trabalho, principalmente para a progênie LA-70-03 que

apresentou baixa concentração de 0,3 µL L-1 de solução; apresentou mortalidade de 38,1% da

população de inseto.

A combinação de constituintes químicos no óleo essencial das progênies potencializa

o efeito formicidafrente aos parentais que concentram maior teor de carvona. O sinergismo da

carvona, associado a moléculas químicas, foi comprovada por Katiti et al. (2017), que

observaram que a adição de limoneno (CL50 207,5 mg/mL) e anethol (CL50 0,070 mg/mL) a

carvona reduza concentração de mortalidade sobre Haemonchus contortuspara 0,013 mg/mL.

O primeiro ciclo foi eficiente para a incorporação de algumas características

morfológicas importantes, como o cultivo mecanizado da futura cultivar, com plantas de porte

baixo e crescimento ereto. No entanto, não proporcionou o aumento das médias teor de óleo

essencial e carvona na planta, apesar de se obter progênies com boa atividade biológica. O

baixo teor de carvona pode estar relacionado à biossíntese de compostos precursores em

maior proporção que impedem o aumento do composto de interesse.

Os resultados mostraram que a seleção recorrente é eficiente no aumento da atividade

formicida do óleo essencial de L. alba, pois, proporciona o aumento da variabilidade de

constituintes químicos no óleo essencial e efeito sinérgico sobre formigas A. balzani.É

sugerido um novo ciclo de seleção recorrente com as progênies LA-56-03 e LA-57-10 que

apresentaram alta atividade formicida, hábito de crescimento ereto e concetração de óleo

essencial semelhante a seus parentais.

5.5. Referências Bibliográficas

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50

Tabela 5.1. Resumo da análise de variância para variáveis morfoagronômicas, composição química e atividade formicida de genótipos do

primeiro ciclo de seleção recorrente de Lippia alba. QM

FV GL altura hábito de crescimento área foliar massa seca (g planta) OE (%) mirceno limoneno carvona muurolone mortalidade corrigida

Bloco 2 - - - - - - - - - -

(Tratamento) 13 24,0381* 2,0751* 24,0381* 484,8944* 1,7794* 39,1914* 236,2015* 1163,4362* 5,0230* 391,7082*

Parentais vs Progênies 1 33,9000* 2,0267ns 33,9000* 1180,6037* 7,2528* 13,1376* 182,7349* 2424,6649* 0,6296* 77,8792ns Entre Parentais 2 1,0253ns 0,7778ns 1,0253* 495,0260* 0,0553ns 27,9041* 40,7075* 1,4256* 4,1456* 5,6684ns

Entre Progênies 10 27,6545* 2,339* 27,6545* 413,2972* 1,5768* 44,0542* 280,6470* 1269,7154* 5,6378* 500,2991*

Resíduo 26 0,0153 0,8498 0,0153 27,8745* 0,0263 0,0074 0,0614 0,0788 0,0008 43,8231 Total 41

CV(%) 2,38 39,11 2,38 10,82 10,09 2,21 1,1 0,52 1,4 29,49

*Significativo a 5% pelo teste F ns Não significativo a 5% pelo teste F

Tabela 5.2.Valores médios para altura de planta (AL), hábito de crescimento (HC), área foliar (AF), massa seca de folha e inflorescências (MSF),

concentração de óleo essencial (OE), mortalidade corrigida (%)sobre Acromyrmex balzanicom 0,3 µL.L-1 de óleo essencial, e o teor dosprincipais

compostos químicos nos óleos essenciais das progêniese dos parentais de Lippia albaavaliados.

Média de MC Constituintes químicos (%)

Genótipos AL (cm) HC AF (cm2) MSF (g planta-1) OE (%) 0,3 µL.L-1 mirceno limoneno carvona muurulone

LA-56-01 80,57 b 1,67 b 2,18 k 16,97 d 0,933 d 28,6 b 0,98 j 26,49 f 54,22 d 3,65 c

LA-56-03 139,63 a 3,33 a 5,64 f 50,42 b 2,222 b 31,0 a 9,04 b 10,63 k 54,28 d 2,52 f

LA-56-04 105,80 b 1,00 b 3,34 i 19,96 d 0,822 e 38,1 a 0,43 l 23,41 g 57,78 b 3,25 e

LA-57-01 123,22 a 3,33 a 3,11 j 45,18 b 1,489 c 9,50 c 0,91 j 17,54 j 17,71 h 4,733 a

LA-57-02 107,00 b 2,33 a 3,73 h 27,9 c 1,378 c 28,6 a 5,31 e 34,21 a 17,27 h 1,74 j

LA-57-03 150,30 a 3,00 a 6,09 e 48,15 b 1,533 c 0,00 c 3,90 f 27,6 e 48,65 f 1,01 k

LA-57-07 79,95 b 1,00 b 7,73 b 18,95 d 1,089 d 21,4 b 2,52 h 20,28 i 55,71 c 2,40 g

LA-57-09 121,97 a 1,67 b 3,76 h 30,04 c 0,666 e 4,80 c 12,95 a 0,83 l 0,00 i 0,34 m

LA-57-10 88,33 b 1,67 b 7,3 c 26,48 c 2,844 a 26,2 a 5,80 d 30,23 b 25,71 g 2,04 i

LA-70-01 135,27 a 3,00 a 6,5 d 28,72 c 2,200 b 28,6 a 2,54 h 20,25 i 54,49 d 3,51 d

LA-70-03 100,30 b 2,67 a 12,94 a 28,73 c 2,444 b 38,1 a 2,79 g 29,87 b 51,73 e 0,65 l

LA-56 164,13 a 3,33 a 4,09 g 57,45 a 2,466 b 21,4 b 1,69 i 28,92 d 58,00 b 2,19 h

LA-57 117,22 a 2,33 a 2,92 j 42,57 b 2,644 a 19,0 b 0,68 k 29,37 c 59,02 a 1,77 j

LA-70 136,18 a 2,67 a 3,43 i 31,87 c 2,733 a 19,0 b 6,40 c 22,78 h 57,71 b 3,98 b

CV (%) 24,03 39,11 2,38 15,61 8,93 28,31 2,16 1,08 0,64 0,20

Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferenciam pelo teste de Scott-Knott (p ≤ 0.05)

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Figura 5.1. Efeito da mortalidade de A. balzani para as concentrações 0.01 e 0.3 µL L-1 para

parentais e progênies do primeiro ciclo de seleção recorrente de de Lippia alba (média±EPM).

Acessos de L. alba

M 01 06 M 01 03 04 M 01 02 03 07 09 10 M 01 03

Mo

rta

lida

de

(%

)

0

10

20

30

40

500,01 uL/L

0,3 uL/L

LA-03Con

trole

LA-56 LA-57 LA-70

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52

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A idade da planta tem influência na concetração de óleo essencial na planta. A

exposição da espécie por longos períodos favorece alterações genéticas no genoma da planta

que poporciona aumento do número de tricomas glandulares responáveis pela redução de

compostos majoritários e biossíntese de novos compostos importantes para a defesa a fatores

bióticos e abióticos.

O ciclo de seleção recorrente mostrou-se importante no aumento da atividade

formicida para as progênies do primeiro ciclo frente aos seus parentais. Além disso, alterações

na área foliar proporcionam aumento da matéria seca que é importante na extração de óleo na

planta.

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ANEXOS

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Tabela 1A. Resumo da análise de variânciado experimento avaliando a influência da idade (um e 10 anos) de 18 acessos de Lippia alba no teor e

composição química de óleo essencial. QM

FV GL α-pineno Sabineno 6-methyl-5-hepten-2-one mirceno p-cimeno 1,8-cineol (E)-β-ocimeno γ-terpineno linalol neral geranial

(E)-

cariofileno

germacreno

D elemol

óxido de

cariofileno OE (%)

Blocos 1 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 2,00 0,01 3,37 0,00 0,00 0,00 0,41 0,16

Genótipo 17 6,66* 3,72ns 3,80* 86,78* 48,21* 22,33* 1,28* 0,99* 3682,17* 521,82* 996,12 4,01* 0,23* 9,76* 13,52* 1,19ns

Erro 1 1 0,00 0,02 0,00 0,00 0,10 0,00 0,00 0,00 1,69 0,07 1,43 0,01 0,00 0,00 0,02 0,32

Ano 1 3,84* 4,78* 5,27* 507,32* 48,94* 3,32* 0,19* 14,31* 0,98ns 86,59* 1085,39 83,44* 2,66* 31,71* 56,44* 13,29*

Genótipo x Ano 17 92,05* 3,59* 3,75* 87,59* 38,11* 68,28* 0,82* 0,99* 9,89* 16,71* 72,36 4,55* 0,23* 9,76* 12,69* 0,54*

Erro 2 34 0,00 0,00 0,00 0,13 0,05 0,21 0,00 0,00 1,85 0,2 0,72 0,00 0,00 0,00 0,11 0,01

CV1 (%)

1,70 19,68 2,09 2,25 12,17 6,46 6,20 11,10 9,40 1,04 3,45 6,91 4,90 4,62 7,23 32,51

CV2 (%)

2,88 12,09 2,09 10,65 9,02 9,36 9,77 6,17 9,84 1,75 2,45 3,69 9,28 5,36 15,55 7,33

*Significativo a 5% pelo teste F

ns Não significativo a 5% pelo teste F