Detanico LainAngela Detanico (1974) e Rafael Lain (1973) São naturais de Caxias do Sul (RS). Iniciam seus trabalhos como dupla na década de 1990 na cidade de São Paulo, onde até então Rafael dedicava-se a pesquisas tipográficas e Angela aos estudos em linguística e semiótica. Em 2001, começam a expor seus trabalhos artísticos; em 2002, realizam residência artística no Palais de Tokyo, quando se mudam para Paris. Em 2007, representaram o Brasil na 52º Bienal de Veneza. Por mais de 10 anos seus trabalhos foram expostos em diversos lugares como Bienal do Mercosul e Bienal de São Paulo. A dupla possue uma grande produção artística em variados tipos de linguagens e suportes. Em suas obras estão presentes investigações sobre comunicação, imagem, texto, tecnologia, poesia, entre outros.

O Núcleo Educativo do Espaço Cultural Porto Seguro apresenta este material como forma de potencializar a experiência educati-va da exposição METEOROLÓGICA, de Ângela Detanico e Rafael Lain. É resultado de pesquisas dentro do espaço expositi-vo e um convite à reflexão. São propostas possíveis de subver-são e desdobramento. Veja quais provocações surgem das perguntas feitas e persiga-as por onde o levarem.

Indicação de pesquisa· Ulysses de James Joyce: (livro onlinehttp://www.gutenberg.org/files/4300/4300-h/4300-h.htm)

· A line made by walking, de Richard Long

· Meteorológica, de Aristóteles: (Livro onlinehttps://ebooks.adelaide.edu.au/a/aristotle/meteorology/index.html)

· Sidereus Nuncius (Mensageiro Sideral), de Galileu Galilei

· Estelário, poema do livro Memórias sentimentais de João Mira-mar, de Oswald de Andrade

· Entrevista com Angela Detanico e Rafael Lain:(https://youtu.be/Wo77nbM6tlE)

· Stellarium, software de código aberto que simula um planetário(https://stellarium.org/pt/)

Visitas educativaseducativo@espacoculturalportoseguro.com.br11 3226-7361

Exposição em cartaz de 19.1 a 7.4.19

Concepção e criação do material educativoAna Karen Dybwad, Nádia Bosquê, Fernando Carvalho, Sara Souza, João Claro Frare, Diego Braz, Carla de Oliveira, Clara Zamith, Giovanni Fernandes, Fabio Furtado, Priscilla Brossi, Mayara Polizer e Pedro Campanha

Ficha técnica: Direção Geral: Marco Griesi - Direção Executiva: Rodrigo Villela - Direção de Comunicação: Marco Rangel - Comunicação: Fábio Furtado; Priscilla Brossi - Conteúdo e Redes sociais: Tiago Cunha; Vinicius Brito - Redação: Leonardo Castelo Branco - Mídia: Caio de Jesus - Criação: Bianca Berti; Fabio Montesanti; Rafael Galvão - Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli - Programação: Felipe do Amaral - Assessoria Institucional: Guga Queiroga - Coordenação de Produção: Rodrigo Lourenço - Produção: Camila Brandão; Marcos Miranda; William Keri - Operações: Elisa Matos - Coordenação Educativo: Ana Karen Dybwad - Assistente Educativo: Nádia Bosquê - Supervisor Educativo: João Claro - Educativo: Carla de Oliveira; Clara Zamith; Diego Braz; Fernando Carvalho; Giovanni Fernandes e Sara Souza - Coordenação Geral PortoFablab e Ateliê Experimental: Pedro Campanha - PortoFabLab: Tiago Pessoa; Vinícius Juliani - Ateliê Experimental: Mayara Polizer - Consultores: Gustavo Seraphim; Helena Kavaliunas - Administrativo: Deise Concetto; Rafael Souza - Recursos Humanos: Verônica Ferreira - Financeiro: Natacha Mendonça - Assessoria Jurídica: Marisa Tomazela - Recepção: Mariana Lima; Marta Quintilhano; Miriam dos Santos Silva; Priscila Beex; Regina Santos - Gerente de Facilities: Carlos Lopes - Manutenção: Marcio Godoi, Gleidison Silvia, Rogerio Claudio, Lena Silva, Heitor Fernando Costa Aguiar, Renan Rodrigues, Claudio Abreu, Vanderley Rocha, Eduardo Santana, Sandro Mota, Jucivan Santos, Elias da Cruz, Afonso Soares Lima, Francisco Heraclito, Renato Prado - Técnico em Segurança do Trabalho: Gilmar Materaggia - Gestão: TeTo Cultura - Instituto Porto Seguro: Roberto Santos; Felipe Milagres; Renata Aguiar; Cesar Pedro; Mariana Conti; Murilo Wiggers

EDUCATIVO

28 LuasNuvens de São PauloOnda

Mares da Lua

Quadrado Branco

PropostasPara caminharA experiência do corpo que caminha é explorada por diversos campos de conhecimento. Na Grécia antiga, Aristóteles fundou a Escola Peripatética, na qual propunha que seus estudantes cami-nhassem enquanto liam e refletiam. Já na Europa, no final dos anos 50, o Situacionismo abordava à deriva como forma de fugir de uma sociedade alienante. Também podemos pensar em “meditação ativa” e “cartografia afetiva”: a primeira é uma técnica que busca tranquilizar a mente por meio de movimentações e ações; a segunda propõe a construção de um mapa que conside-ra transformações do espaço e também daquele que vê o espaço.

Da Luz ao ParaísoSimbolicamente, um percurso afetivo entre dois bairros da cidade de São Paulo é traduzido em uma escultura.

Sugestões de açãoConvide seus estudantes a repensarem os trajetos que eles percorrem de casa até a escola ou os caminhos que eles traçam na escola. Se eles puderem mudar o trajeto, sugira que o façam. Se não, convide-os a percorrer os caminhos com a atenção direcionada:1- Peça para que eles mapeiem os espaços da escola usando seus corpos como parâmetro: quantos passos eles dão da entrada da escola até a sala de aula? Quanto tempo eles demoram para andar por toda a escola? Quanto tempo eles levam se precisarem andar de olhos fechados? Quantos braços medem a parede, do rodapé até o teto?Peça para que eles mapeiem a escola, encontrando jeitos de relacionar seus corpos com o espaço. Depois, abra um diálogo sobre o exercício. O que mudou em relação a percepção do espaço?2- Eleja com o grupo sensações e emoções que passam em seus corpos. Em seguida sugira que eles fechem os olhos e resgatem de memória um caminho feito por eles diariamente. Quais são as sensações que normalmente costumam sentir no trajeto? E hoje, sentiram algo diferente? O que nunca sentem?Indique um território comum ao grupo e caminhem por um deter-minado tempo. Converse sobre quais caminhos foram escolhidos e quais caminhos não. Quais foram as sensações e emoções?

Para traduzirUm dos ícones da tradução da escrita na história da humanidade é a Pedra de Roseta, um achado arqueológico do Antigo Egito, que compilava, na mesma rocha, um texto jurídico bilíngue, em hieróglifos e um idioma anterior ao grego antigo. A partir dessa peça, toda a comunicação egípcia pôde ser decifrada, na lógica de referencial e padrão, essenciais nos estudos de representa-ção da realidade: sistemas de linguagem (fala e escrita), matemáti-ca (símbolos e números), música (notas e partituras), geografia (cartografias), interpretação de fenômenos naturais (medidas qualitativas e quantitativas). Este último coincide com o desejo de decodificação, previsão, desenvolvimento de sistemas para aplicação de padrões e planejamento em função das descobertas — agricultura, mitologias, alfabetos, biologia. Mas quem/o que define o referencial?

OndaA obra feita de sal sobrepõe as quatro letras da palavra “Onda” a partir de um gabarito no qual o alfabeto português brasileiro é a referência para as variações de amplitude da onda representada, que se prolongam em ordem crescente. Outras instalações utilizam o mesmo princípio, geralmente com o gabarito do código criado para cada proposta de frase e palavra.

Sugestões de ação1- A criação de alfabetos e legendas são presentes na aprendiza-gem de estudantes desde sua alfabetização, geralmente transfor-mando letras em símbolos, do papel para o papel. Proponha a criação de gabaritos de referência para novos alfabetos, conside-rando a possibilidade de elementos tridimensionais, espaços e o corpo humano.2- Como podemos registrar a percepção do que acontece ao nosso redor? Ao ar livre, proponha a escolha e observação de algum fenômeno recorrente, desde o fluxo de passantes ou o movimento das nuvens, e a forma de registro dessa observação; é possível encontrarmos padrões? É possível que alguém não parti-cipante compreenda o código criado?

Para observarObservar é um ato de perceber.Em sua história, a humanidade fez o uso da observação para se orientar. Através dos astros e estrelas, fez do céu um relógio ou um calendário. Podemos tanto observar as situações do dia a dia de forma não sistemática, sem muito planejamento, como pode-mos nos dedicar a uma observação minuciosa de um evento, e ambas as possibilidades permitem uma gama de novas descober-tas e percepções.No início do século XVII, Galileu Galilei observou a Lua através de uma luneta, vendo-a de modo inédito em toda a história da huma-nidade e redesenhando a astronomia. Sidereus Nuncius (Mensa-geiro Sideral), livro que seguiu a observação, traz não só novos conceitos científicos, como é cheio de sentimento. 28 LuasNesta animação, Detanico e Lain criam vinte e oito noites hipotéti-cas, baseadas no ciclo lunar e a partir de trechos do livro de Galilei, refletindo sobre os pontos de encontro entre ciência e arte e também sobre o caráter fugidio das observações.

Sugestões de ação1- Escolham algo para observar durante vinte e oito dias seguidos (uma paisagem, um lugar, um objeto). Façam uma análise detalha-da e registrem (com uma foto, desenho ou apontamentos). Ao final dos vinte e oito dias, discutam sobre mudanças que ocorreram, sejam aquelas sofridas pelo objeto, sejam as da percepção do observador sobre aquilo observado. 2- A partir de um território comum, peça para que o grupo cami-nhe e anote todos os sons que escutar. Descreva esse som: qual a altura dele? São vozes? São objetos? É grave ou agudo? Tem ritmo? É uma música? É longo ou curto, longe ou perto?Após descrever os sons, recolha as anotações de cada um e troque-as. Agora peça para que tentem encontrar esses sons ou supor de quais lugares eles vieram. Junte o grupo e avaliem quais foram os sons mais difíceis de achar, quais foram muito fáceis, quais foram surpreendentes.

Para mapearA atual ordem global é construída e dada por grupos detentores de poder político, tecnológico e financeiro, levando em conta suas necessidades sobre outras nações. Divisões territoriais, conflitos e disputas de mercado são alguns dos exemplos que influenciam tanto na construção desta ordem quanto em sua contestação. Esta lógica não se aplica apenas em dimensões globais, mas também em outros recortes, como países, estados, cidades e bairros.O artista Joaquim Torres Garcia, nos anos 1940, produziu uma pintura que invertia o mapa da América do Sul na vertical, questio-nando a arbitrariedade dos mapas, a divisão de territórios e o protagonismo inerente às relações norte/sul, em cima/em baixo. Nelson Leirner, por sua vez, satiriza a configuração de mapa ao colocar figurinhas adesivas como caveiras e o personagem Mickey para discutir imperialismo cultural e estereótipos sobre os continentes. Entre ontem e amanhãUtilizando uma escultura em neon colocada na fachada do Espaço Cultural Porto Seguro, os artistas remetem à LID (linha internacio-nal de data) e à distribuição de fusos-horários pelo globo, que segue uma lógica geográfica, mas também arbitrária.

Sugestão de açãoConsiderando que você já caminhou, observou e traduziu, convi-damos você e seus estudantes a registrar seus percursos em mapas que representem as maneiras como vocês exploram o mundo, nos quais suas ideias e desejos caminhem juntos ao espaço físico. Um mapa mental permite que suas percepções sejam representadas por uma linguagem própria. Ao lado, nós do Educativo compartilhamos o mapa criado a partir de nossa experi-ência durante a exposição. Criem seu mapa no território que quiserem investigar, podendo ser sua sala, a escola, o bairro ou a cidade.

Mapa Mental

Manual de uso

Início do percurso

Deslocamento

Obras que se relacionam

As setas podem seguir em diferentes direções

Descreva suas conexões

Fim do percurso

PERCURSOENTRE ONTEM E AMANHÃCACHOEIRA DO SILÊNCIODA LUZ AO PARAÍSOULYSSESMETEOROLÓGICANUVENS DE SÃO PAULO28 LUASONDAQUADRADO BRANCOMARES DA LUA (LUNAR MARIA)RUÍDO BRANCOALGUMA COISA ESTÁ FORA DA ORDEMTIMESQUARE

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RELAÇÃO FORMAL/PRESENÇA DO ELEMENTO ÁGUA

ESTÉTICA COMPOSITIVAAPROXIMADA

TRANSFORMAÇÕES DA NATUREZA

TEMPO DA CIDADE

PERCEPÇÃO DO TEMPO

CAMINHARPELA CIDADE

PERCURSOAFETIVO

RELAÇÃOCORPO-ESPAÇO

OBRAS QUE SE COMPLEMENTAMFUSO HORÁRIO