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VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X
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INCLUSÃO/EXCLUSÃO: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DE RELATOS EM REDE
SOCIAL
CAMILA PAVANETI BATISTA1
Universidade Federal de São Carlos
Agência Financiadora: CNPq
Resumo: A história nos mostra que ao longo dos tempos o preconceito, as relações de
discriminação e exclusão social estiveram presentes, impedindo e dificultando a vivência da
cidadania. Atualmente muitos debates e ações são implementadas em nome da inclusão social
e escolar. Situações de inclusão e exclusão do ser humano, enquanto cidadão, estabelecem a
complexidade da questão da identidade pessoal e social. A identidade e a diferença são
ativamente produzidas, elas não são frutos do mundo natural, mas do mundo cultural e social.
Entendendo que a inclusão requer a superação de barreiras atitudinais que classificam grupos
e restringem oportunidades, esta pesquisa procura discutir a inclusão a partir das relações
sociais, fazendo uma reflexão sobre a diversidade/diferença e sobre os termos e práticas de
inclusão/exclusão. Faz-se necessária a compreensão das barreiras desenvolvidas socialmente,
para a operacionalização de ações que levem a garantia dos direitos das pessoas em situação
de exclusão. A pesquisa teve como foco a análise das dinâmicas sociais acerca da diferença, e
para isto buscou-se a coleta de comentários a respeito de imagens postadas em rede social.
Baseou-se em pressupostos de que as representações individuais reproduzem todo um
contexto bem mais amplo de onde se originam padrões de conduta que afetam as relações
sociais. Este estudo teve como objetivo descrever e analisar a percepção das pessoas diante de
imagens postadas em rede social, através dos comentários realizados. A pesquisa contou com
10 participantes de ambos os sexos e com idade entre 20 a 40 anos. Os participantes teceram
comentários a partir de 3 imagens postadas pela pesquisadora, as quais faziam referência a
diversidade/diferença. Os resultados mostraram a dificuldade de aceitação em relação ao que
é considerado desviante aos padrões estabelecidos socialmente, prevalecendo concepções
baseadas em julgamentos e estereótipos. A partir daí foi possível uma discussão sobre a
reatualização do estigma nos novos tempos e sobre os obstáculos que dificultam uma efetiva
inclusão educacional e social.
Palavras Chave: Inclusão, Exclusão, Redes Sociais, Estigmas.
Introdução
Nossa história mostra que ao longo dos tempos o preconceito, as relações de
discriminação e exclusão social foram algo presente, impedindo e dificultando a vivência de
cidadania.
1 Psicóloga, mestranda em Educação Especial pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Carlos; endereço eletrônico: [email protected]
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Tanto a desigualdade social como a exclusão social são produtos da relação de poder
que dominam as relações humanas. Para que a exclusão seja analisada é necessário entender o
contexto social em que ela ocorre, a hierarquização e a estrutura que marca a sociedade.
Para Mazzotta (2003) as situações de inclusão e exclusão do ser humano, enquanto
cidadão, estabelecem a complexidade na questão da identidade pessoal e social.
A identidade e a diferença são ativamente produzidas. Segundo Silva (2000) elas não
são criaturas do mundo natural, mas do mundo cultural e social. “Somos nós que as
fabricamos, no contexto de relações culturais e sociais (SILVA, 2000, p. 44)”.
De acordo com Hall (2006) a identidade é definida historicamente e não
biologicamente. As pessoas assumem identidades diferentes em momentos distintos. Quando
os sistemas de significação e representação se expandem, nos deparamos com uma quantidade
enorme de identidades possíveis, as quais podemos nos identificar ou não, as quais podem nos
ser atribuídas ou não.
Sobre a construção da identidade a partir das relações sociais FERRE (2011) discorre
que “[...] minha identidade me dão os outros, mas eu não sou essa identidade, pois se eles têm
de dá-la a mim é porque eu, em mim mesma, por mim mesma, em minha intimidade, não a
tenho” (p.196).
O homem é por princípio um ser social. Segundo GLAT (1989), “a imagem que ele vê
de si é a que lhe é refletida pelos espelhos-homens que o cercam” (p.15). Pode-se dizer,
portanto, que o autoconceito ou identidade pessoal de uma pessoa se forma e se desenvolve
em grande parte em função das percepções e representações dos outros.
Verifica-se que algumas diferenças são mais marcantes porque são percebidas como
desvantajosas e são atribuídas significações negativas. Segundo Omote (1999), isto leva seu
portador ao descrédito social.
Há o sentido de desvantagem na medida em que os atributos prejudicados sejam
considerados importantes para a adequação ao meio em que a pessoa vive. O fenômeno social
que deixa em evidência o caráter negativo atribuído a determinadas qualidades de uma pessoa
é o desvio, que tem como função estigmatizar e segregar esta pessoa.
De acordo com Omote (1999), o desvio é criado e sobreposto ao atributo ou ao comportamento, quando a não conformidade destes às
expectativas normativas não pode ser tolerada, criando
situações que podem por em risco aspectos da vida coletiva normal” (p.6).
Portanto, um determinado comportamento ou característica de uma pessoa deixa de ser
apenas diferença para torna-se diferença negativa, levando a pessoa a ser tratada de maneira
distinta pela sociedade onde está inserida. A ocorrência do desvio depende de cada
circunstância, de cada época e momento histórico, de cada audiência, dos valores em jogo nas
culturas.
Segundo Bacila (2008) estigma é um sinal ou marca que alguém possui, que recebe
um significado depreciativo. Para o autor, o estigma adquiriu duas dimensões: uma objetiva e
outra subjetiva. A objetiva diz respeito a um sinal, como a cor da pele, a origem, a
nacionalidade,a religião, o sexo, a deficiência. Enquanto a subjetiva trata-se da atribuição
negativa que se faz destes estados, como a idéia de que ser negro é pior ou ruim.
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De acordo com Goffman (1982) uma pessoa que de maneira simples poderia ser
acolhida nas relações sociais do dia-a-dia, a partir do momento que um traço negativo lhe é
atribuído acaba por afastar outras pessoas que ela se depara, acabando com as possibilidades
de atenção para outras características suas.
A partir da estigmatização falsas regras são criadas e estas regras acabam por
prejudicar a vida diária e o desenvolvimento das pessoas rotuladas. Com a regra de que a
deficiência é negativa, comportamentos surgirão e novas regras serão desencadeadas, como
exemplo o conceito de que não se deve aproximar-se de uma pessoa deficiente. Desta
maneira, compromete-se a vivência de quem é atribuído o rótulo.
Para Bacila (2008) são conseqüências dos estigmas: “a exclusão da relação social
normal, a falta de percepção de qualidades da pessoa e expectativas ruins dos normais em
relação aos estigmatizados” (p.28). A respeito disto Goffman (1982) afirma que as chances de
vida do estigmatizado são reduzidas.
Omote (1999) ressalta que os indivíduos estigmatizados acabam incorporando o ponto
de vista da coletividade a seu respeito, aprendendo a ver a si próprias como portadoras de
alguma qualidade indesejável, limitadas e inadequadas, que não podem participar de muitas
atividades normais de pessoas comuns.
Goffman (1982) diz que não só os outros contracenam com ele enquanto pessoa
estigmatizada como a própria pessoa que sofre o estigma passa a agir segundo os padrões de
comportamento esperados para seu papel, sendo um ciclo reforçado pelas posições.
Nesta realidade há uma dificuldade em olhar para o indivíduo e vê-lo como realmente
ele é. Não vemos a pessoa, de acordo com Bacila (2008), vemos projeções mentais e até
mesmo deixamos de ver alguém. Quando as pessoas, em função de um ou mais atributos seus
são identificadas e rotuladas como desviantes ou anormal, todas suas demais características
são menosprezadas e elas passam a ser vistas primeiramente e unicamente em termos do
estigma recebido. Glat (1989) conclui que tem termos lingüísticos, pode-se dizer que o
estigma é uma metonímia, em que o todo é nomeado em função das partes, tornando
substantivo aquilo que é qualificativo.
Amaral (1994) chama de “hegemonia do emocional” a invasão de aspectos afetivos
quando nos deparamos com a diferença. Para a autora, além do obstáculo racional
consolidado pelos estereótipos socialmente construídos, temos também uma forte carga
emocional que impede de nos aproximar da carga pessoal verdadeira e não das expectativas
falsas que elaboramos sobre ela.
Telford & Sawrey (1984) acreditam que o rótulo indicativo do papel de estigmatizado
estrutura suas oportunidades, determinando assim, suas relações sociais, experiências e
expectativas, criando para o indivíduo uma biografia peculiar. Os outros geralmente não se
relacionam com o indivíduo em si, mas sim com o rótulo, criando uma relação de distância.
Ao se analisar a visão, o conceito e os julgamentos das pessoas diante de imagens, esta
pesquisa visou investigar de que forma os indivíduos concebem a diversidade. A partir da
compreensão de como a diversidade é percebida, foi possível a reflexão sobre a
estigmatização e as relações humanas.
Bacila (2008), ao discutir a estigmatização, reflete e afirma o quanto a história da
humanidade adotou caminhos (os estigmas) desnecessários. “...a consciência desta
estigmatização pode se tornar tão clara que possibilitará a consolidação de um projeto
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distinto, mais próximo de desconsideração de estigmas” (BACILA, 2008, p.21). Portanto,
pesquisas que objetivam a discussão sobre a formação de estereótipos e estigmas e a
manutenção destes são relevantes, pois, a reflexão leva a mudanças comportamentais com
possibilidade de transformações das relações humanas.
Tal debate é necessário e bem vindo principalmente na atualidade onde os discursos,
tanto acadêmicos quanto no âmbito legal e no senso comum, aclamam por uma sociedade
inclusiva ou escola para todos. Juntamente com os aprimoramentos e estudos sobre as práticas
pedagógicas e novos recursos que atendam a diversidade, precisamos promover espaços onde
haja uma conscientização sobre as relações sociais e de poder que nos cercam e que
alimentam as rotulações. Só assim iremos ao encontro de uma educação realmente pautada no
respeito e no atendimento as necessidades dos alunos com deficiência ou de populações que
estejam sendo marginalizadas pela sociedade.
O impacto das mídias sociais na comunicação e nas relações sociais
Atualmente, as informações se tornaram mais acessíveis e os desafios da comunicação
se tornaram mais complexos com a tecnologia e os meios digitais. A comunicação se
transformou com a mídia eletrônica, as informações ganharam uma velocidade cada vez
maior destinada a um número de pessoas também aumentado consideravelmente, isto
comparado aos meios tradicionais como a impressão de um jornal, por exemplo. A
comunicação se transformou, assim como a sociedade passou por inúmeras mudanças.
Entre os meios de comunicação de massa, até a televisão com sinal aberto perdeu
audiência para as mídias que surgiram com o desenvolvimento das telecomunicações
(TOMAZZONI, 2010). De acordo com os pesquisadores, a penetração de computadores
aumentou entre todas as classes sociais brasileiras e projeta-se para 2020 que 95% a 100%
dos domicílios da classe A terão internet, assim como de 48 a 70% da classe B e de 10 a
50% da classe D (WRIGHT; SILVA; SPERS, 2010)
De acordo com Pereira e Pinceta (2011), o acesso e os impactos provocados pelas
novas tecnologias transformaram o modo de pensar do ser humano e também sua maneira de
se relacionar com o mundo.
Segundo Gollner (2011) o entusiasmo pela internet, principalmente no Brasil, deve-se
às possibilidades interativas das mídias sociais. De acordo com o pesquisador, o maior
número de navegações se concentra nos sites de redes sociais.
Pereira e Pinceta (2011) afirmaram que as redes sociais ultrapassaram o objetivo
exclusivo de relacionamento e passaram a ser fonte de pesquisa e notícias, tendo como
atributos a interatividade e participação, possibilitando ao leitor não apenas o acesso à
informação, mas a capacidade de produzi-la. “Com base nisso, tudo o que já está na rede é
provisório- pode ser modificado, recriado ou complementado” (PEREIRA e PINCETA, 2011,
p.13).
A internet e a mídia social passam a ser um espaço de colaboração, baseada na
interação e participação ativa de quem produz e recebe conteúdo (PEREIRA e PINCETA,
2011). Com o acesso de um número cada vez maior de pessoas e com a interatividade que
esse meio de comunicação possibilita, as informações e (de)formações de conteúdos atingem
uma proporção gigantesca. Desta forma, os conteúdos em rede social podem tanto ser
mantenedores de rotulações conceitos pré-estabelecidos, como pode ser uma ferramenta e
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instrumento de grande importância para a conscientização das pessoas e mudanças nas
relações sociais.
Diante destes pressupostos, a presente pesquisa teve como objetivo descrever e
analisar os comentários obtidos por intermédio da rede social Facebook2, os quais foram
produzidos pelos participantes do estudo a partir da observação de imagens postadas que
remetiam à questão da diferença. Buscou-se compreender a concepção das pessoas diante da
diversidade.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo que contou com dez sujeitos,
com idade entre 20 a 40 anos, sendo quatro do sexo masculino e seis do sexo feminino, todos
com escolaridade superior completo.
Segundo Minayo (1993) a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares,
ela se preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado. De acordo com Gil
(1999) as pesquisas descritivas têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de
uma população.
A coleta de dados contou como recurso com a rede social Facebook, por acreditar que
a internet e a mídia social passam a ser um espaço de colaboração, baseada na interação e
participação ativa de quem produz e recebe conteúdo (PEREIRA e PINCETA, 2011).
Para instigar relatos foram utilizadas imagens que remetiam ao tema diversidade, todas
postadas aleatoriamente num período de 12 dias. As imagens postadas caracterizam-se da
seguinte forma:
1)Imagem de pintinhos coloridos artificialmente com diferentes tonalidades,
aglomerados num único ambiente;
2)Imagem da tela denominada “Operários” de Tarsila do Amaral, datada de 1933. A
tela em questão expressa o mundo do trabalho e ilustra o momento político e social brasileiro
do início dos anos 30. A obra é um exemplo da etnia brasileira e faz um diálogo intercultural
do pluralismo de ideias do desenvolvimento humano e do respeito à diversidade;
3)Imagem do personagem infantil Fofão, que obteve fama nos anos 80 integrando o
grupo Balão Mágico. As imagens foram selecionadas juntamente com uma equipe de juízes,
todos pós-graduandos na área da Educação em uma universidade estadual no interior paulista.
Várias imagens foram selecionadas aleatoriamente, porém, as escolhidas para fazer parte
deste estudo foram aquelas que remetessem a diversidade e diferença de maneira indireta e
subjetiva, sem alusão ao tema explicitamente. Um critério de exclusão de imagens foram
imagens que tivessem linguagem escrita, para que os textos não interferissem nos comentários
ou na percepção dos participantes. A seguir as imagens que foram apresentadas:
Figura 1 - Primeira imagem postada, comporta por pintinhos coloridos
artificialmente com diferentes tonalidades.
2 Facebook é um site e serviço de rede social que foi lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de
propriedade privada.
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Fonte: Blog Dando Noh3
Figura 2 – Tela Operários de Tarsila do Amaral, datada de 1933.
Fonte: Blog Arte – Fonte de conhecimento4
Figura 3 – Personagem Infantil Fofão
3 Disponível em http://www.dandonoh.com/2012/04/pintinhos-coloridos.html
Acesso em setembro de 2012. 4 Disponível em http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2010/07/operarios-de-tarsila-do-
amaral.html. Acesso em setembro 2012.
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Fonte: Página Retromotoca5
As imagens foram postadas no perfil do Facebook da pesquisadora sem nenhum
comentário acompanhando as ilustrações. O intuito foi não interferir ou não direcionar os
comentários postados. Os participantes foram “amigos”6
adicionados no perfil da
pesquisadora, os quais não foram escolhidos previamente. Todos os comentários surgiram
espontaneamente a partir da postagem das imagens. Foram selecionados para análise os
comentários que faziam referência a questão da diversidade e diferença, sendo descartados
comentários sobre origem das fotos, comentários sobre vida pessoal da pesquisadora ou
assuntos de outra ordem.
Resultados e Discussão
A partir dos depoimentos coletados, os mesmo foram transcritos e analisados a partir
de uma categorização, com temas referentes a percepção dos participantes sobre a
diversidade/diferença. A categorização é uma operação estrutural que comporta a organização
das mensagens e a separação de elementos constitutivos de um conjunto (BARDIN, 1977).
Ao classificar os elementos em categorias temos um processo com critérios previamente
definidos que, de acordo com a autora, “impõe a investigação do que cada um deles tem em
comum com outros. O que vai permitir seu agrupamento é a parte comum existente entre
eles” (BARDIN, 1977, p.118).
Ou seja, os dados levantados foram descritos a partir de padrões de comunicação
encontrados nas pesquisas, foram realizados recortes e agregação de informação, resultando
5 Disponível em http://retromotoca.wordpress.com/2009/08/12/fofao/ Acesso em setembro 2012.
6 Modo de designar as pessoas que fazem parte do perfil da rede social facebook.
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na representação do conteúdo. Com os dados obteve-se, portanto, as seguintes categorias
exploradas a seguir:
I – Dificuldade de aceitação do que foge ao padronizado
Foram obtidos comentários referentes a dificuldade de aceitação do que desvia aos
padrões construídos socialmente. Isto pode ser verificados em comentários como os ilustrados
a seguir:
“Não consigo gostar de pintinhos assim, pra mim é amarelinho e pronto” (C., 23 anos, sexo
feminino) .
“O Fofão é estranho demais, ou é gente normal ou é bicho, assim não dá” (D., 27 anos, sexo
feminino).
“Que chatice estas esquisitices que você coloca, coloca foto de coisa de verdade”(S., 25
anos, sexo feminino).
Falas como “...é amarelinho e pronto”, ou é normal ou não, “assim não dá” e “coloca
foto de coisa de verdade” mostram a inabilidade dos participantes em aceitar a diferença,
como se o que não estive em conformidade com as normas não fosse “coisa de verdde”.
O homem procura encontrar e vivenciar um equilíbrio e sente-se incomodado frente a
variabilidade. O que é estranho, diferente, inesperado transmite ao homem um sentimento de
ameaça, justamente por não ser previsível e desestabilizar um possível e imaginário controle
do que está ao seu redor. Convivendo com o habitual, com o rotineiro, com o de costume o
homem organiza o mundo, mesmo que somente de forma emocional, para ter a impressão de
um domínio sobre o ambiente e, com isto, ter a sensação de segurança.
A diferença entendida como aquilo que, sendo desviante e instável, estranho e
efêmero, coloca a todo momento a sociedade ao risco do caos, “impedindo que o sujeito
moderno se apazigue no refúgio de uma prometida maioridade” (VEIGA-NETO, 2011,
p.108).
Em nome desta organização e para conseguir viver em grupo a humanidade
desenvolveu ao longo dos tempos mecanismos internos e externos de controle social. Tais
mecanismos de controle englobam: as leis, a religião, os padrões comportamentais, a moda e
a classificação dos seres humanos em grupos.
Quando as pessoas se relacionam, elas se categorizam mutuamente, em uma tentativa
natural de organizarem-se cognitivamente. Porém, conforme o contexto e os padrões
estabelecidos por uma determinada cultura, valores são imputados a dadas categorias.
Cada sociedade faz esforços para equalizar seus membros, sendo todos submetidos a
um mesmo sistema. As pessoas vão sendo submetidas a normas, padrões costumes. “A
medida em que somos educados, os princípios educativos que alicerçam a nossa formação são
pautados nos critérios de valores que a sociedade construiu” (PIRES, 2011, p. 36).
Segundo Omote (2004) a combinação de determinadas qualidades que as pessoas
julgam como sendo uma incongruência causa especial estranheza e pode mobilizá-las a buscar
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meios de redução ou eliminação dessa dissonância, sentida como cognitivamente
desconfortável.
Muitas são as emoções desencadeadas pelo contato com a diferença. Para Amaral
(1994) é possível pensá-la em dois grandes conjuntos: aquelas que criam ações de
afastamento e outras que resultam em aproximação. As primeiras podem ser descritas como
medo e repulsa e as segundas como pena e fascínio. Qualquer que seja a emoção, ela exerce
uma força preponderante sobre o racional.
Segundo Veiga-Neto (2011) a modernidade vem sendo preparada como um tempo de
intolerância à diferença, mesmo que essa intolerância esteja encoberta e recalcada sob o véu
da aceitação e da possível convivência, o que o autor chamou de racismo amigável.
As negações ou compensações diante de uma diferença agem como disfarces do
preconceito, da rejeição e do desconforto diante do que é desconhecido e concebido
consciente ou inconscientemente como um desequilíbrio ao habitual.
“O outro está lá, ele próprio, enquanto eu, com projetos que lhe são próprios, desejos
que lhe são próprios, perspectivas que lhe são próprias. Ele não é redutível ao que o eu pensa
ou sabe sobre ele” (JOVCHELOVITCH, 1998, p.74)
II – Atribuição de rótulos
Nesta categoria observou-se que os participantes, como um recorte do que é realizado
nas relações sociais, classificam as pessoas e situações. A seguir trechos de alguns
depoimentos:
“Pra mim este povo aí tá tudo esfomeado”(G., 33 anos, sexo masculino, referindo-se
às pessoas da tela de Tarsila do Amaral).
“O Chuck boneco assassino parece com o Fofão, por isso o Fofão é assassino
também ...” (I.; 26 anos, sexo feminino).
“Esses pintinhos são coloridos demais, devem ser tudo gay” (R., 34 anos, sexo
masculino).
Para Veiga-Neto (2011) as marcas da anormalidade vêm sendo procuradas, ao longo
da Modernidade, em cada corpo para que, depois, a cada corpo se atribua um lugar “nas
intrincadas grades de classificações dos desvios, das patologias, das deficiências” (p.107).
Através do rótulo cria-se a ilusão de uma homogeneidade entre os membros de uma
categoria e heterogeneidade entre os membros de uma categoria com os das outras. Os
estereótipos referem-se a essa categorização generalizada de todos os membros de uma
categoria, que recebem um mesmo rótulo e servindo de orientação para ações em relação às
pessoas rotuladas.
Estereótipos são “verdadeiras caricaturas que põem em evidência os traços
presumidamente comuns a todas as pessoas colocadas em uma mesma categoria, destacando-
os como marcas distintivas dessas pessoas” (OMOTE, 2004, p.295).
O preconceito é definido por Amaral (1998) como um “filtro à percepção”, que
modela os sentidos fazendo com que não se perceba a totalidade do objeto real (p.17). Desta
forma, o desconhecimento, a ignorância entendida como falta de informação, ou até conceitos
tendenciosos resultam em julgamento prévio acerca de alguma coisa, situação ou alguém,
tendo como consequência os estereótipos.
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São nas relações humanas que se constroem o valor negativo ou positivo atribuídos às
diferenças humanas. A sociedade estabelece, de acordo com alguns critérios, padrões de
comportamento e identidade. Estes padrões se tornam crenças comungadas pelas pessoas, que
firmam entre si ideias e normas de como as coisas devem ser. As pessoas que não estiverem
de acordo com estas normas, que não apresentam respostas esperadas pelos padrões sociais
são consideradas desviantes, recebendo atenção e tratamento distintos dos grupos que seguem
as normativas, passando a ser estigmatizadas e até mesmo segregadas (Goffman, 1988).
Adorno e Horkheimer (apud Ferrari, 2008) consideram que o preconceito dá origem a
uma falsa generalização, classificando todos os componentes do grupo de uma única forma.
Segundo Ferrari (2008) o preconceituoso considera “semelhantes todos os membros de um
grupo, impedindo o conhecimento mais pormenorizado de cada um de seus indivíduos (p.48)
Silva (2000) utilizou o conceito de performatividade atribuído por Austin (1998) para
a análise da identidade e diferença através de processos discursivos e lingüísticos, afirmando
que a linguagem não se limita a descrever uma ação ou uma situação. A linguagem também,
com a noção de performatividade, faz com que algo se efetive, se realize.
Um relacionamento ditado pelo preconceito e norteado por estereótipos pouco oferece
à pessoa com deficiência e nada contribui para o processo de inclusão, pelo contrário, fomenta
a já tão acentuada exclusão de grupos vistos apenas pela sua condição diferenciada.
III)Conformismo e passividade diante da exclusão
“Este povo pobre aí, fazer o que? a vida é assim mesmo, tem que aguentar” (R., sexo
masculino, 34 anos, fazendo referência aos trabalhadores da tela Operários).
“Quem manda esse Fofão ser feio assim, não devia ser personagem de criança” (F.,
sexo feminino, 40 anos).
A expressão “fazer o que?” mostra certo conformismo com a situação de
hierarquização de nossa sociedade, que estabelece relações de poder e deixa evidente a
vulnerabilidade de uma parcela da população.
A afirmação de que o Fofão não deveria ser personagem de criança foi justificada com
o fato dele ser muito feio, por isso não deveria existir no meio infantil, demonstrando uma
aceitação aos padrões de beleza desenvolvidos em nossa sociedade.
Segundo Sawaia (1999) todos nós estamos inseridos de algum modo, nem sempre
decente e digno, no circuito reprodutivo das atividades econômicas, estando a grande maioria
da humanidade inserida através da insuficiência e das privações, que se desdobram para fora
do econômico.
Como explica Foucault (citado por Veiga-Neto & Lopes, 2007), acontece uma
normalização disciplinar quando se tenta conformar as pessoas, em termos de seus gestos e
ações, a um modelo geral previamente tido como a norma. Ou seja, estamos sendo moldados
de acordo com os padrões estabelecidos, sendo gerado um conformismo diante das regras
implícita ou explicitamente impostas.
Para Silva (2000) as relação de poder se configuram no ato de incluir/excluir (“estes
pertencem, aqueles não”); na demarcação de fronteiras, estipulando quem está dentro e quem
está fora de contextos (“nós, eles”); na classificação (“bons e maus”) e na normalização (“nós
somos normais, eles são anormais”). Tal configuração estabelece uma hierarquização, fazendo
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com que aqueles que detêm o privilégio de classificar também firmem os valores para os
grupos classificados.
Não basta, para quem não é considerado diferente, reconhecer e celebrar a diferença,
mais do que boa vontade, é preciso saber questionar as formas de produção que mantém e
ressalta as diferenças. É preciso que haja reflexão, conscientização que propicie
enfrentamento e instrumentos para o desenvolvimento de múltiplas questões para o debate
sobre os rumos das relações sociais e da construção de espaços para todos.
“Os direitos humanos são direitos históricos que emergem gradualmente das lutas que
o homem trava por sua própria emancipação e das transformações das condições de vida que
essas lutas produzem” (BOBBIO, 1992, p.5). Porém há uma contradição entre discurso e
prática, segundo Carvalho (1999) “enquanto a consciência universal dos direitos humanos é
cada vez mais forte, paradoxalmente eles são cada vez mais desrespeitados” (p. 17).
Apesar dos discursos proclamarem que os homens nascem livres e iguais no que diz
respeito aos direitos, é complicado “explicar a contradição entre literatura que faz a apologia
da era dos direitos e aquela que denuncia a massa dos sem direitos” (BOBBIO, 1992, p.10).
De acordo com Pires (2011) a igualdade de direitos e valores entre os seres humanos,
o reconhecimento e respeito às diferenças seriam altamente positivos se, na vida real, a
desigualdade não fosse tão acintosamente praticada. “As condições materiais concretas em
que vive a maioria da sociedade impedem a existência plena de um ser humano que realize
valores” (PIRES, 2011, p.31). Apesar desses valores, em teoria, se estender a todas as
pessoas, estão sempre na dependência das possibilidades das relações de poder, acentuando a
exclusão.
IV – Estigmatização
A seguir foram extraídos alguns trechos de alguns comentário onde fica visível a falta
de aceitação por características desviantes aos padrões sociais:
“Eu é que não deixo entrar em casa pintinhos assim” (C., 23 anos, sexo feminino)
“Ainda bem que sou de outra geração e não vou ter filho que goste do Fofão, eu nunca daria
um Fofão pra filho meu, ele deve ser mau como o Chuck” (I., 23 anos, sexo feminino)
Estes e outros relatos presentes na pesquisa mostram a rejeição ao que é diferente, ao
incomum, ao que está fora das normas impostas. A rejeição ao diferente leva a discriminação,
marginalização e falta de oportunidades.
De acordo com Veiga-Neto (2011), as práticas de racismo não são apenas as rejeições
ao diferente, mas a “obsessão pela diferença, entendida como aquilo que contamina a pretensa
pureza, a suposta ordem, a presumida perfeição do mundo” (p.107).
Sobre exclusão social, DEMO (1998, p.21) nos diz que: “A marginalidade – dever-se-ia, antes, dizer marginalização – é assim uma produção social que encontra sua origem nas
estruturas de base da sociedade, na organização do trabalho e
nos sistemas de valores dominates, a partir dos quais se repartem os lugares e se fundam as hierarquias, atribuindo a
cada um sua dignidade ou sua indignidade social”.
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Os marginalizados, os excluídos, contudo, são todos os rejeitados e depositados para
fora dos espaços de convivência dos grupos dominantes; são os que estão fora do mercado de
trabalho, ou sofre discriminação deste; são os que apesar dos discursos legais sobre direitos e
igualdade perante as oportunidades, não usufruem na prática destas garantias de lei.
Para Xiberras (apud Carvalho, 2010) a exclusão social é representada pelas
representações interpessoais que se manifestam pela hostilidade e descaso, deixando grupos a
parte da sociedade ou mesmo os rejeitando dentro de contextos em que teoricamente eles
estão incluídos.
Sobre os sentimentos que os excluídos experenciam Demo (1998) coloca que há a
perda do senso de pertencer, sentimento de abandono por parte de todos, acompanhado pela
incapacidade de reagir.
Para Goffman (1989) o estigma se refere a um atributo de caráter altamente
depreciativo, que coloca o outro (o que é diferente, que causa estranheza) em um patamar de
descrédito, de alguém menor, com menos valor diante dos demais. É um valor dado à sua
condição, fazendo com que o indivíduo seja entendido apenas pela condição que o inferioriza,
adjetivando o que é substantivo e anulando todos os outros papéis que o sujeito deveria
exercer, deixando protagonizar apenas o sinal considerado depreciativo.
Ao estigmatizar colocamos a pessoa estigmatizada numa situação inferior e a
depreciamos. GOFFMAN (1992) descreve que, “enquanto o estranho está à nossa frente, podem surgir evidências de que ele tem um atributo que o torna diferente de
outros que se encontram numa categoria em que pudesse ser
incluído, sendo, até, de uma espécie menos desejável - num
caso extremo, uma pessoa completamente má, perigosa ou fraca. Assim, deixamos de considerá-lo criatura comum e total,
reduzindo-o a uma pessoa estragada e diminuída. Tal
característica é um estigma, especialmente quando o seu efeito de descrédito é muito grande (p.12 )”.
De acordo com Carvalho (2010) “talvez uma das possibilidades de reverter,
definitivamente, os processos excludentes seja a de ressignificar de fato, em nós, a ideia que
temos da nossa própria normalidade [...] (p.48)”.
Acredita-se que esta ressignificação seja fruto de um processo de conscientização que
caminhe para a desconstrução das barreiras atitudinais que permeiam as relações sociais. As
práticas de inclusão, o convívio com a diferença e espaço para reflexões sobre a diversidade,
assim como uma constante troca de informações entre os grupos podem promover além de
definições de papéis uma busca por deveres e direitos com o olhar no coletivo.
Considerações
A pesquisa possibilitou a análise da representação de algumas pessoas sobre a questão
da diferença e sobre os conceitos pré-formados e estabelecidos diante do ser diferente.
Através dos comentários obtidos pode-se perceber conformismo diante das normas,
normas estas originadas pelas práticas das relações de poder. Também foi possível verificar a
construção social da rotulação e principalmente como as ações nascem, a partir dos
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estereótipos firmados, tendo como consequência a estigmatização, segregação e exclusão
social.
As análises mostraram que os envolvidos na pesquisa reproduzem a marca social de
classificação a partir de padrões socialmente definidos.
Mergulhar neste universo que pode causar desconforto, como a discussão sobre
diferenças, mostra-se significativo, pois, ao ser debatido a construção dos estigmas este
debate pode promover a dessensibilização diante das normas que nos regem. Como diz Veiga-
Neto (2011, p.110) “tematizar essas dificuldades pode contribuir para desnaturalizá-las, para
desconstruí-las, para mais uma vez mostrar o quanto elas são contingentes, justamente porque
advêm de relações que são construídas social e discursivamente”.
Conhecer as dinâmicas que compõem as relações sociais é um passo para modificar as
relações sociais e como conseqüência a inclusão de grupos que estão de fora de vários
contextos e aspectos sociais.
A respeito das forças que levam as pessoas a se ligarem, se vincularem a outras,
Durkheim (apud Xiberras, 1993) faz a distinção entre solidariedade mecânica e solidariedade
orgânica. Para o autor solidariedade mecânica se refere apenas ao contato ou proximidade
entre os homens. Já solidariedade orgânica diz respeito a consciência de que todos precisam
participar juntos das atividades de uma sociedade, para que a coletividade aconteça.
Sobre viver em coletividade, ou seja, incluir os excluídos para que todos possam
partilhar de direitos e oportunidade, Carvalho (2010) aponta que esta acolhida implica numa
série de ressignificações na percepção das pessoas, bem como num conjunto de providências
que envolvem desde os espaços físicos até os espaços simbólicos.
É através destas ressignificações que novas maneiras de atuação vão se
desenvolvendo, transformando a sociedade gradativa e sistematicamente rumo a inclusão
social e a promoção da dignidade humana.
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