Impressão digital trabalho final

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Mestrado em Tecnologias Gráficas – IV Edição

Tecnologias de Impressão

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Índice INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3

IMPRESSÃO ......................................................................................................................... 4

O Que é a Impressão? ...................................................................................................... 4

O Que é a Impressão Digital? .......................................................................................... 5

Tipos de Impressão Digital .............................................................................................. 8

1. Impressão a Laser ................................................................................................ 8

2. Jato de Tinta (Inkjet) ............................................................................................. 8

a. Bubble-Jet (Térmica) ........................................................................................ 8

b. Piezo-elétrica .................................................................................................... 9

Quais as Vantagens da Impressão Digital? ................................................................... 10

Diferença de Custo Offset Vs. Digital? .......................................................................... 11

IMPRESSÃO DIGITAL DE MÉDIO E GRANDE FORMATO .................................................. 14

O Que se Considera Impressão Digital de Médio e Grande Formato? ........................ 14

Tecnologias da Impressão Digital de Médio e Grande Formato .................................. 18

Sistemas de tintas...................................................................................................... 18

Sistemas Aquosos .................................................................................................. 18

1. Sistemas Dye ............................................................................................... 19

2. Sistemas UV ................................................................................................ 19

Sistemas Solventes ................................................................................................ 20

Sistemas Eco-solventes ou Mild-solvent .............................................................. 20

Sistemas de Sublimação ........................................................................................ 21

Sistemas de Cura UV (Ultra violeta) ...................................................................... 22

Sistemas de Tintas de Latex .................................................................................. 23

Tintas e Cores Utilizadas ........................................................................................... 24

Impressoras Roll-to-Roll .............................................................................................. 25

Constituição das Impressoras ................................................................................... 25

Alguns Cuidados a Ter ............................................................................................... 27

Impressoras Planas (Flatbed) ....................................................................................... 29

Corte de Contorno ......................................................................................................... 31

Acabamentos ..................................................................................................................... 33

O FUTURO .......................................................................................................................... 34

CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 35

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BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS ....................................................................................... 35

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho insere-se na disciplina de Tecnologias de Impressão e tem como objetivo fazer uma breve apresentação da impressão digital de médio e grande formato.

Irá evidenciar a diferença entre os processos de impressão mais tradicionais onde a existência de uma matriz é necessária e a impressão digital de um modo geral, onde não há necessidade da matriz.

Irá apresentar uma breve história das evoluções tecnológicas desde a invenção das primeiras impressoras digitais até às mais recentes máquinas de grande formato, passando por uma exposição das diversas tecnologias das impressoras digitais atuais assim como uma explicação do funcionamento de cada uma delas.

Será ainda explicado de forma sucinta e breve o funcionamento dos softwares de RIP de uma forma geral.

Finalmente serão apresentadas algumas considerações sobre o futuro da impressão digital de grande formato, incindindo particularmente sobre de que forma esta tecnologia poderá continuar a captar nichos de mercado e diversificar nos produtos e soluções que tem para oferecer.

Este trabalho não pretende abordar de forma aprofundada todo o universo que é a impressão digital de médio e grande formato nem tão pouco servir de manual de instrução de como usar uma impressora digital. Pretende ser um ponto de partida, um guia que serve de primeiro contacto a todo esse universo expondo algumas especificidades, cuidados a ter e curiosidades sobre o modo de funcionamento das impressoras digitais de médio e grande formato.

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IMPRESSÃO

O Que é a Impressão?

A palavra impressão tem origem na palavra em latim Imprimere que significa apertar contra, estampar, comprimir, de IN com o sentido de “sobre” mais PREMERE com o sentido de “apertar”.1

Conforme a definição do dicionário de língua portuguesa:

s.f. Ação ou efeito de imprimir, de gravar (a oco ou em relevo), de reproduzir (imagens, dizeres) mediante pressão.

Marca.

Nestas definições o ato de imprimir ou impressão pressupõe a passagem do que se quer imprimir (imagens, desenhos e/ou textos) para o suporte mediante a aplicação de pressão mecânica. Na impressão através dos processos mais “tradicionais” como por exemplo offset, gravura, rotogravura, estampografia, etc. isto é o que de facto acontece. Por outro lado a impressão não tem necessariamente de ser a passagem de tinta para um dado suporte ou substrato pois existem processos de impressão em que a tinta não está presente (Processos fotoquímicos, termoquímicos e eletroquímicos).

1 Retirado do site: http://origemdapalavra.com.br/palavras/impressao/

Figura 1 - Offset Figura 2 - Litografia

Figura 3 - Serigrafia Figura 4 - Rotogravura

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Tipicamente nestes processos de impressão a imagem a ser impressa terá de ser em, primeiro lugar, gravada numa matriz e podem ser completamente manuais, ou seja, sem qualquer tipo de processo digitalmente assistido.

O Que é a Impressão Digital?

De uma forma geral podemos dizer que os processos de impressão digital são processos através dos quais a imagem é reproduzida diretamente no suporte sem que haja necessidade de produzir-se uma matriz. A imagem a imprimir é passada, ou impressa, para o suporte sem que haja necessidade de pressionar qualquer tipo de matriz sobre o mesmo. Estes processos de impressão precisam necessariamente de controlo por computador, daí utilizar-se o termo de impressão digital. O que se deseja de imprimir passa diretamente do computador, utilizando softwares específicos (Raster Image Processors – vulgarmente chamados de RIP), para a máquina de impressão que irá então depositar tinta sobre uma grande variedade de suportes (CTPt – Computer to Print).

Podemos encontrar no dicionário HOUAISS (2009) a seguinte definição: é “a impressão que utiliza recursos da informática aplicados à reprodução de textos e imagens em qualquer suporte, usando como matriz um arquivo digital, e sem fotolitos ou chapas”. Mortara (2009), amplia este conceito e explica que se pode considerar impressão todo o processo de gravação em papel ou outro suporte qualquer e, digital, as informações provenientes de um computador, cujos dados é uma sequência binária – zeros e uns – e dispense uma matriz ou forma previamente gravada de forma física. 2

Com a evolução tecnológica e o advento de computadores e softwares dedicados cada vez mais potentes, a indústria gráfica tirou partido dessa evolução e substituiu muitos dos processos manuais por processos controlados ou assistidos por computadores, surge então a impressão digital. Aparecem novos equipamentos e novas formas de produção de materiais gráficos.

2 Impressão Digital: novos conceitos na indústria gráfica e novos desafios para os designers. – Possamai, Benedito e Gonçalves, Berenice Santos – Artigo de Impressão Digital.

Figura 5 - Estampografia Figura 6 - Xilogravura

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No início dos anos 90 começa-se a falar em impressão digital, mais especificamente em 1993 na Feira Internacional IPEX3 em Inglaterra. Nessa altura foram apresentados os primeiros sistemas digitais de impressão em policromia4. Posteriormente, na DRUPA5 de 1995, na Alemanha, a grande estrela da maior mostra de equipamentos gráficos foi precisamente a impressão digital. 6

Em 2005 a impressão digital é responsável por cerca de 9% de 45 mil milhões de páginas impressas anualmente em todo o mundo.7

3 International Printing Equipment Exhibition 4 Capacidade de reproduzir/imprimir várias cores. 5 Druck Und Papier – Impressão e Papel Almenha 6 http://www.rigottex.com.br/br/o-que-e-impressao-digital.html 7 When 2% Leads to a Major Industry Shift – Scaglia, Patrick, agosto 2007

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Podemos resumir os diferentes tipos de impressão no seguinte quadro retirado do Guia Técnico Ambiental da Industria Gráfica (ABIGRAF, 2003):

Sem tinta

Fotoquímica

Termoquímica

Eletroquímica

Heliográfica

Térmica

Descarga elétrica

Com tinta

Sem matriz

Jato de tinta Inkjet

Transferência térmica

Eletrostática

Sob demanda

(Drop on Demand – DOD)

Contínuo

(Continuous inkjet)

IMPRESSÃO

Heliográfica

Cera

Sublimação

Eletrofotográfica

Eletrográfica

Deposição de iões

Magnetográfica

Com matriz

Relevográfica

Planográfica

Ocográfica

Permeográfica

Flexográfica

Tipográfica

Xilográfica

Litográfica

Offset

Rotográfica

Calcográfica

Tampográfica

Serigráfica

Stencil

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Tipos de Impressão Digital

Atualmente a impressão digital apresenta uma variedade de tecnologias de impressão, umas mais adequadas para ambientes de utilização amadora ou caseira e outras mais adequadas para utilizações mais profissionais. A tecnologia usada também depende do tipo de trabalho a executar.

As tecnologias mais usuais são as seguintes:

1. Impressão a Laser: As tintas estão no estado seco (pó), encontram-se em tambores ou toners e a sua passagem para o suporte (impressão) dá-se quando uma fonte de luz incide no tambor a toda a sua largura ao mesmo tempo que o suporte passa por esse tambor. O suporte, que podemos considerar uma folha de papel A4, tem de passar por cada um dos toners para formar a imagem uma vez que em cada passagem só imprime uma cor, normalmente Ciano, Amarelo, Magenta e Preto.

2. Jato de Tinta (Inkjet): As tintas estão no estado líquido, encontram-se em depósitos – tinteiros e a sua passagem para o suporte dá-se projetando pequenas gotas de tinta (jatos) diretamente para o suporte. A forma como os jatos são formados e a tinta enviada para o suporte pode variar conforme a tecnologia presente na impressora. Nestas impressoras encontramos sempre as chamadas cabeças de impressão que são os componentes onde se formam os jatos de tinta e são responsáveis pela projeção da tinta para o suporte. Nestas impressoras as cores de tintas mais usuais são também o Ciano, Amarelo, Magenta e Preto, ou o conhecido sistema CMYK. Hoje em dia encontramos impressoras com cores adicionais aumentando assim a qualidade das impressões e o número de cores possíveis de reproduzir. Alguns exemplos dessas cores adicionais são o ciano claro, o magenta claro, o laranja, o verde, podemos também encontrar impressoras que incluem o branco e vários pretos (preto matte e brilho).

a. Bubble-Jet (Térmica): Nesta tecnologia as gotas de tinta são formadas nas cabeças utilizando o calor que vai fazer com que se formem pequenas gotas de tinta na superfície das cabeças. As tintas encontram-se cada uma na sua cabeça de impressão e cada cabeça de impressão é constituída para um grande número de injetores (orifícios através dos quais a tinta é projetada) e por pequenas resistências. Ao passar-se uma carga elétrica pelas resistências estas aquecem e esse calor passa para a câmara contendo a tinta, esta por sua vez aquece e começa a vaporizar-se aumentando o seu volume, esse aumento de volume aumenta a pressão dentro da câmara forçando a tinta a sair pelos injetores. À medida que a tinta arrefece, a gota formada perde a sua forma e acontecem duas coisas, a primeira é que a gota projeta-se sobre o suporte e a segunda é que se cria um vácuo localizado forçando

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tinta fresca da câmara e assim o ciclo reinicia-se e repete-se enquanto a carga elétrica for aquecendo as resistências. Este processo demora cerca de 10x10-6 segundo, ou seja, 10 microsegundos.

b. Piezo-elétrica: Esta tecnologia faz uso de uma propriedade exibida por alguns materiais. Alguns materiais quando sujeitos à passagem de uma carga elétrica contraem-se ou expandem-se, este movimento faz com que se formem gotículas de tinta na superfície das cabeças. À semelhança do processo térmico apresentado anteriormente, esta tecnologia apresenta também a tinta em depósitos que se encontram nas cabeças de impressão, as cabeças de impressão apresentam também um grande número de injetores por onde a tinta é injetada. O material piezo-elétrico, que se encontra sobre o depósito da tinta, ao ser sujeito a uma carga elétrica contrai-se contra a tinta criando pressão suficiente para a forçar a sair pelos injetores para o suporte. Assim que a carga é interrompida, o material piezo-elétrico volta à posição inicial puxando assim tinta fresca do depósito permitindo assim que o processo de impressão recomece.

Qualquer uma destas tecnologias estão num grupo de impressão digital em que é tinta é projetada para o suporte apenas quando necessário, são sistemas Drop-on-Demand (DOD) mas existem sistemas de jato contínuo, ou seja a tinta é projetada de forma contínua sobre o suporte. Estes sistemas de jato contínuo são utilizados na indústria da embalagem para marcar e codificar as embalagens (P. Ex. garrafas e latas).

Figura 7 -Arranjo típico cabeça/injetores/tinta/resistência de impressão térmica

Figura 8 -Arranjo típico cabeça/injetores/tinta de impressão piezo

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A impressão digital pode ser resumida no quadro seguinte onde se apresentam, de uma forma mais ampla, todo o mundo da impressão digital.8

Figura 9 - Principais tecnologias de impressão digital

Quais as Vantagens da Impressão Digital?

Desde logo a impressão digital permite eliminar algumas etapas no fluxo de trabalho, como por exemplo a realização de fotolitos, ozalides ou a gravação de chapas. Podemos observar de forma reduzida no seguinte quadro comparativo.

Figura 10 - Comparação de etapas Convencional vs. Digital9

8 Impressão Digital: novos conceitos na indústria gráfica e novos desafios para os designers. – Possamai, Benedito e Gonçalves, Berenice Santos – Artigo de Impressão Digital. 9 Manual Prático de Produção Gráfica (BARBOSA, 2004)

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Como referido anteriormente, a impressão digital dispensa a criação de uma matriz para imprimir, isto traduz-se em menores custos fixos e de preparação e menores tempos de preparação ao utilizar diretamente para impressão ficheiros informáticos (Podem ser utilizados ficheiros de vários formatos: PDF, EPS, TIFF, JPEG, Etc.) para produzir a imagem digital para a máquina de impressão.

A impressão digital é o processo ideal para pequenas tiragens, isto é, a produção de um pequeno número de exemplares. Como não é necessário a criação de uma matriz, a impressão digital é também indicada para impressão de trabalhos com dados variáveis (P. Ex. Cartões de visita da mesma empresa para pessoas diferentes) uma vez que para alterar os dados basta alterar o respetivo campo no ficheiro utilizando o software indicado.

Por outro lado, embora os custos de preparação no digital sejam mais reduzidos, os custos associados aos suportes de impressão (Papel, Cartão, Vinil, Etc.) e principalmente às tintas ou toners são mais elevados no digital. Os custos por impressão são mais elevados.

Diferença de Custo Offset Vs. Digital?

Se por um lado o offset, em virtude do próprio processo, ter tempos de preparação mais elevados e custos fixos mais elevados, isto é, custos que não dependem da tiragem (A chapa ou matriz é sempre necessária e o seu custo também sejam 100 ou 1000 exemplares) e ainda temos de ter em conta os custos variáveis, ou seja, custos que variam com a quantidade a ser impressa (P. Ex. Papel, Tinta, Luz, Etc.) quanto mais se imprime maiores os custos. No digital apenas temos custos variáveis.

Então, perante um determinado produto que tem de ser impresso, qual o processo que se escolhe?

Se fizermos uma análise meramente do ponto de vista dos custos sem ter em consideração outros pontos como a qualidade de impressão dos processos, a durabilidade ou outros aspetos. Teremos então de determinar qual dos processos é mais económico tendo em conta a tiragem pretendida.

Por exemplo, no OFFSET: EM CUSTOS FIXOS: 50 Euros São: fotolitos, montagens, chapas, a gravação e revelação da chapa, as afinações de máquina, lavagens de máquina, etc. EM CUSTOS VARIÁVEIS: 0,02 Euros / cópia PARA UMA TIRAGEM DE 100ex, fica-me em 50€ + (100 x 0,02) = 52 Euros PARA UMA TIRAGEM DE 1000ex, fica-me em 50€ + (1000 x 0,02) = 70 Euros No mesmo exemplo em DIGITAL: EM CUSTOS FIXOS: 0 Euros Não existem custos fixos. EM CUSTOS VARIÁVEIS: 0,2 Euros / cópia

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PARA UMA TIRAGEM DE 100ex, fica-me em 0€ + (100 x 0,2) = 20 Euros PARA UMA TIRAGEM DE 1000ex, fica-me em 0€ + (1000 x 0,2) = 200 Euros 10

Podemos observar que o custo unitário variável no digital, neste exemplo, é 10 vezes superior do que no offset, porém como o digital não apresenta custos fixos, para uma tiragem de 100 exemplares o digital será mais económico. Para uma quantidade de 1000 exemplares, dado no exemplo, o offset é mais económico.

Numa análise simples para determinar qual dos processos é mais económico para um determinado número de exemplares (tiragem) existe um ponto de equilíbrio entre o offset e o digital em que o preço para essa quantidade é igual, é o Break Even Point.

Se considerarmos as seguintes variáveis:

CTa > Custo Total de Produção Pelo Processo a

CTb > Custo Total de Produção Pelo Processo b

CVua > Custo Variável Unitário Pelo Processo a

CVub > Custo Variável Unitário Pelo Processo b

O Break Even Point ou BEP será11:

De notar que este é um exemplo simples em que o custo total depende apenas dos custos fixos e variáveis de cada processo. Na realidade a formação dos custos totais dependem de outros fatores como sejam a amortização das máquinas, o custo dos operadores, o custo de cada hora de funcionamento das máquinas, entre outros.

No nosso exemplo seria12: CFa = 50 CVUa = 0,02 a = offset CFb = 0 CVUb = 0,2 b = digital BEP = (50 - 0) / (0,2 - 0,02) = 278 ex. Para provar: 278 ex. em offset = 50 + (0,02 x 278ex) = 55,6 Euros 278 ex. em digital = 0 + (0,2 x 278ex) = 55,6 Euros

10 Exemplo retirado de http://www.portaldasartesgraficas.com/forum/viewtopic.php?f=8&t=114 11 Retirado de http://www.portaldasartesgraficas.com/forum/viewtopic.php?f=8&t=114 12 Exemplo retirado de http://www.portaldasartesgraficas.com/forum/viewtopic.php?f=8&t=114

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Para visualizar melhor, apresenta-se de seguida um gráfico onde se traça a evolução do custo total dos dois processos, offset e digital, para o exemplo dado.

No eixo das ordenadas temos então a tiragem e no eixo das abcissas temos o custo total. As linhas representam cada um dos processos. O BEP será então o ponto onde as duas linhas se intersetam.

50.02 50.2 50.4 50.6 50.8 51 51.2 51.4 51.6 51.8 52 53 54 5560

70

0.2 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0

30.0

40.0

50.0

100.0

200.0

0

50

100

150

200

250

1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 150 200 250 500 1000

Tira

gem

Break Even Point

Offset

Digital

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IMPRESSÃO DIGITAL DE MÉDIO E GRANDE FORMATO

Nos capítulos anteriores, ainda que de forma sucinta, foram expostas as principais diferenças entre os processos de impressão convencionais ou tradicionais e os processos de impressão digital. Vamos agora aprofundar um pouco mais os processos de impressão digital, em particular a impressão de médio e grande formato.

O Que se Considera Impressão Digital de Médio e Grande Formato?

Geralmente considera-se impressão de médio e grande formato larguras a partir de 36” (91.4 cm) até larguras que podem ir até aos 82 pés (25m).

Estas impressoras são indicadas para impressão em vinil, lonas, película eletro-estática, impressão de cartazes ou posters com pequena tiragem, sinalética, tela artística, etc. Existe ainda a possibilidade de imprimir em vários tipos de tecidos.

Hoje em dia é possível imprimir papel de parede completamente personalizado e fazer-se decorações de interior sem estar limitado ao que se vende nas lojas.

Como se trata de impressão digital e, como vimos anteriormente este tipo de impressão é mais vocacionada para pequenas tiragens e impressões individualizadas, estas impressoras são indicadas para produzir elementos de decoração de stands e espaços comerciais, publicidade de espaços ou em locais de venda (PLV’s). A produção de imagens e decorações personalizadas de viaturas é também um trabalho típico que estas impressoras executam.

Seguem-se alguns exemplos de trabalhos executados por impressoras de médio e grande formato.

Figura 11 - Tela Impressa Figura 12 - Decoração de escritório

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Figura 13 - Decoração de parede Figura 14 - Decoração de espaço comercial

Figura 15 - Decoração de tapume de obras

Figura 16 - Tela microperfurada

Figura 17 - Impressão de cartazes

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Figura 18 - Decoração de fachada de prédio

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Figura 19 - Autocolante impresso e recortado

Figura 20 - Decoração de stand

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Tecnologias da Impressão Digital de Médio e Grande Formato

As impressoras de médio e grande formato são alimentadas por rolos de material e não folha a folha, os rolos normalmente apresentam-se em larguras padrão que vão dos 91,4 cm até aos 500 cm.

Além das impressoras alimentadas a rolo (Roll to rol) existem ainda impressoras planas (flatbed) que permitem imprimir em materiais rígidos como por exemplo placas de PVC, MDF, acrílico, vidro ou mesmo em portas aumentando ainda mais a possibilidade de

personalização.

A grande maioria das impressoras tem como base a tecnologia do jato de tinta, porém dentro desta tecnologia podemos encontrar diversas soluções tecnológicas, cada uma das quais tem as suas próprias características, vantagens e desvantagens.

Atualmente estas impressoras apresentam uma resolução de impressão na ordem dos 1440 DPI´s e as gotículas de tinta são da ordem dos 9 picolitros (pL), ou seja, 9x10-12 L. O que se traduz em impressões de grande qualidade em que a impressão apresenta tons e cores contínuas e as gotas são imperceptíveis. Existem impressoras de qualidade fotográfica.

Por outro lado e dado a natureza da impressão estas impressoras não conseguem imprimir textos de tamanho muito reduzido ou linhas muito juntas.

Sistemas de tintas A maior diferença que se verifica neste tipo de impressoras é a tipologia das

tintas. O tipo de tintas utilizada tem uma grande influência não só na qualidade de impressão mas também na quantidade de cores que se é capaz de imprimir-se, na durabilidade dos trabalhos impressos e na diversidade de suportes em que se em capaz de imprimir.

Sistemas Aquosos Estes sistemas podem ser térmicos ou jato de tinta. Os pigmentos de tinta

estão suspensos em líquido aquoso (veículo), que pode ou não ser água. A Kodak por exemplo utiliza como veículo um líquido à base da soja.

Impressoras que usam tintas aquosas produzem apenas vapor de água como resultado da impressão pelo que do ponto de vista ecológico e ambiental são bastante positivas.

As impressoras com sistemas aquosos podem imprimir numa grande variedade de materiais, desde o papel fotográfico (mate ou brilho), vinil autocolante (mate ou brilho), tela de atelier (canvas), papel normal, tela, etc. Os materiais de impressão para estas impressoras têm de ter um acabamento especial de modo a

Figura 21 - Exemplo de rolos de impressão

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aceitar estas tintas. Os trabalhos impressos com este tipo de tintas precisam de um tempo mais ou menos alargado de secagem motivo pelo qual muitas destas impressoras serem equipadas com aquecedores ou secadores à saída da impressão de modo a acelerar o processo de secagem.

Dado que os materiais que aceitam este tipo de tintas terem de ter a superfície com acabamento especial, tendem a ser mais dispendiosos. As tintas em geral são também mais caras para estes sistemas.

Normalmente encontramos nestas impressoras cabeças de impressão descartáveis, isto é, têm um tempo de vida limitada e podem ser substituídos, por esta razão as cabeças de impressão nestas impressoras tendem a ser muito menores e mais baratas. Estas impressoras apresentam baixos custos de manutenção.

As tintas encontram-se em tinteiros de várias capacidades.

Dentro desta categoria existem dois tipos de sistemas:

1. Sistemas Dye: Os sistemas que usam este tipo de tinta apresentam uma gama alargada de cores, cores vivas e vibrantes. Por outro lado apresentam uma fraca resistência aos raios UV e aos riscos, pelo que as impressões têm uma duração muito curta e são mais indicadas para exposição no interior. As impressoras que utilizam este tipo de tintas são indicadas para trabalhos de grande qualidade mas de curta duração, normalmente as impressões são posteriormente protegidas por meio da plastificação ou laminação.

2. Sistemas UV: As impressoras que usam tintas UV apresentam cores mais “mortas” e uma gama menor, no entanto são tintas indicadas para trabalhos de maior duração (curta a média) que podem ser expostos no interior ou exterior uma vez que apresentam uma boa resistência tanto aos raios UV como aos riscos. Não se deve confundir estas impressoras com impressoras de cura UV.

Figura 21 - Exemplo de impressora DYE Figura 22 - Exemplo de impressora UV

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Sistemas Solventes Esta designação utiliza-se para qualquer sistema que imprime usando tintas

que não são à base de água. As impressoras que usam este tipo de tintas recorrem à impressão de jato de tinta piezo. O veículo das tintas neste caso são derivados do petróleo tais como éteres ou acetona. Devido a este facto, estas tintas são muito mais nocivas para o meio ambiente e as impressoras que utilizam este tipo de tintas precisam de operar em áreas muito amplas e arejadas e muitas vezes até com sistemas de purificação do ar. Quando em funcionamento estas impressoras produzem um odor característico.

As tintas solventes apresentam uma grande resistência aos raios UV e ao risco, assim os trabalhos impressos têm uma grande duração no exterior e não precisam de qualquer tipo de proteção adicional.

Geralmente estas impressoras apresentam resoluções inferiores aos sistemas aquosos, as gotas de tinta podem ser visíveis a olho nú assim como as passagens da cabeça. Estas impressoras são mais indicadas para impressões de muito grande formato para serem vistas a distâncias grandes (P. Ex. Lonas, outdoors, etc.). Estas impressoras não têm qualquer tempo de secagem, uma vez que os solventes utilizados são muito voláteis, os trabalhos impressos estão já secos logo à saída da máquina. Os consumíveis, tintas e suportes, para este tipo de impressoras são muito económicas face às restantes tecnologias.

Nestas impressoras as tintas podem estar em tinteiros ou em frascos com capacidades na ordem dos litros, têm custos de impressão bastante baixos. Em geral as cabeças de impressão são fixas e qualquer substituição destas peças é bastante cara pelo que são aconselháveis alguns cuidados de manutenção. Estas impressoras exigem muita manutenção.

Sistemas Eco-solventes ou Mild-solvent Estes sistemas são semelhantes aos anteriores com a diferença que usam

solventes mais ligeiros, ou não tão agressivos, como por exemplo o glicol, álcool ou esteróis. Estas impressoras conseguem impressões de elevada qualidade e gamas de cores alargadas embora não sejam tão resistentes aos elementos e aos riscos. Apresentam tempos de secagem reduzidos.

São tintas que surgiram da necessidade de produção de impressões de maior qualidade do que as solventes por um lado e por outro da necessidade de as impressões terem maior durabilidade do que as impressões aquosas. Os fabricantes anunciam que estas tintas são amigas do ambiente e não produzem qualquer tipo de vapor nocivo ou cheiro não sendo por isso necessário cuidados adicionais de funcionamento.

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Esta tecnologia pode ser encontrada em impressoras que imprimem em rolo ou impressoras planas que conseguem imprimir materiais rígidos. As tintas encontram-se em tinteiros de várias capacidades dependendo do modelo e marca.

Em geral as cabeças de impressão são fixas e qualquer substituição destas peças é bastante cara pelo que são aconselháveis alguns cuidados de manutenção.

Sistemas de Sublimação Nas impressoras que usam este tipo de impressão das tintas, estas estão no

estado sólido e através de calor são passadas diretamente para o estado gasoso e depois impressas no suporte. O nome sublimação deriva do facto de as tintas passarem diretamente do estado sólido para gasoso sem passar pelo estado líquido.

Estes sistemas produzem impressões fotográficas uma vez que a tinta é passada através da passagem das fitas de sublimação (contêm as cores) pelo suporte e as cores são passadas por camadas e não por pontos ou gotas.

Conseguem-se assim tons, cores e imagens realmente contínuas assemelhando-se às imagens conseguidas pela revelação química. Conseguem-se impressões com cores com bastante saturação.

Uma vez que as tintas nunca passam pelo estado líquido, estes sistemas tendem a ser muito limpos e como as cabeças de impressão não precisam de “varrer” a toda a largura o suporte para depositar a tinta, estas máquinas não têm tantas peças móveis sendo mais fiáveis.

Uma das grandes desvantagens destas impressoras é o facto de as fitas de impressão precisarem de ser da mesma dimensão do suporte (ou ligeiramente mais pequenas) além do facto de apenas suportes cuja superfície esteja devidamente preparada poderem ser usados nestas impressoras. Estes factos fazem com que estas impressoras não sejam tão versáteis com as anteriores. O desperdício de tinta nestes sistemas é também bastante elevado, uma vez usada para uma impressão, a tinta restante nas bandas não poderá ser reutilizada mesmo que uma dada cor tenha sido utilizada apenas para imprimir um só ponto.

As impressoras de Dye Sublimação ou Dye-Sub utilizam um sistema de cores CMYO, ou seja, ciano, magenta, amarelo e uma cobertura (e não o preto), esta cobertura normalmente é transparente e funciona como proteção da impressão.

Estas impressoras são utilizadas para impressão em tecidos sintéticos como os poliésteres.

Figura 23 - Funcionamento Dye-Sub

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Uma vez que as tintas são transformadas em vapor antes de serem passadas para o suporte podem existir cheiros associados.

Sistemas de Cura UV (Ultra violeta) Nestas impressoras, as tintas uma vez projetadas sobre o suporte, são sujeitas

à ação de lâmpadas UV de alta intensidade que ajudam a fixar os pigmentos ou colorantes existentes nas tintas através de um processo fotoquímico. As tintas estão sempre no estado sólido não havendo por isso a evaporação de solventes ou outro tipo de vapores.

Nestes sistemas não existem solventes ou existem em concentrações muito baixas, sendo por isso muito ecológicas. Esta é a sua grande mais-valia.

Esta tecnologia permite velocidades de produção bastante elevadas, as impressões estão logo secas à saída e apresentam uma grande resistência aos raios UV e aos riscos ainda que inferiores aos verificados nos sistemas solventes. Estas impressoras apresentam ainda uma gama alargada de cores. Esta tecnologia apresenta uma eficiência muito elevada no uso das tintas havendo muito pouco desperdício das mesmas.

Por outro lado o número de suportes que podem ser utilizados nestas impressoras é limitado. De modo a que as tintas UV sejam polimerizadas (curadas) a luz incidida tem de atravessar a camada de tinta na totalidade e por esta razão apenas se conseguem imprimir cores translúcidas ou transparentes, se as tintas fossem completamente opacas, a luz UV seria bloqueada e a cura não ocorria de forma correta.

Estas impressoras são muito usadas para imprimir diretamente em vidro, acrílico, chapas de metal ou plástico.

Figura 24 - Impressora de Cura UV Roll-to-Roll

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Figura 25 - Impressora de Cura UV Flatbed (Plana)

Sistemas de Tintas de Latex Nos anos mais recentes a HP desenvolveu um sistema de tintas de latex. Estas

tintas são pigmentadas, à base de água e utilizam uma tecnologia de dispersão aquosa do polímero latex. A principal vantagem destas tintas é o facto de não serem nocivas para ambiente. Têm qualidade comparável às impressoras Eco-solventes sendo as suas impressões mais resistentes. Uma vez que as tintas são flexíveis, estas impressoras são ideais para a decoração de painéis curvos ou irregulares (P. Ex. Colunas, viaturas, Paredes cuvas, etc.). Podem imprimir numa grande variedade de materiais.

Os materiais impressos não têm qualquer tempo de secagem. Apresentam uma gama alargada de cores e uma opacidade e brilho elevado.

Estas impressoras recorrem à tecnologia de jato de tinta térmica.

Figura 25 - Esquema de disperção das tintas Latex

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Figura 29 - Exemplo da HP Designjet L28500

Tintas e Cores Utilizadas De um modo geral todas as impressoras usem o sistema de tintas CMYK e

ainda o Ciano Claro e o Magenta Claro. A combinação destas cores permite uma gama alargada de cores.

Hoje em dia existem impressoras que oferecem ainda cores adicionais, como por exemplo o laranja, verde ou azul alargando ainda mais as cores que conseguem imprimir além de permitir a impressão de tons mais vivos (P. Ex. Vermelhos, roxos e verdes). Existem também impressoras que permitem operar com conjuntos de tinta duplicados, isto é, 2xCMYK o que aumenta a sua produtividade e autonomia.

Figura 27 - Esquema da cura Figura 26 - Esquema da ação do calor

Figura 28 - Esquema da impressão acabada

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Numa tentativa de melhorar a impressão de imagens a preto e branco nos sistemas de impressão digital de médio e grande formato, foram lançadas há poucos anos impressoras que além do branco apresentam diferentes pretos como sendo o preto mate o preto brilho e o chamado preto fotográfico.

Existem ainda impressoras que incluem o branco como cor e ainda o prateado e dourado, como por exemplo a Roland VS-640.

Figura 30 - Roland VS-640

Impressoras Roll-to-Roll

Como referido anteriormente, a grande maioria das impressoras de médio e grande formato, estas imprimem em materiais que estão em rolo, o comprimento mais usual destes rolos é de 30 ou 50 metros, existindo alguns materiais disponíveis em rolos de 100 metros.

As larguras dos rolos mais comuns são, 91,4 cm, 105 cm, 137 cm, 150 cm até 500 cm, estas larguras dependem do material e fabricante podendo-se encontrar no mercado larguras ligeiramente diferentes.

Os rolos de material são carregados no verso da impressora, passando por de baixo do carreto onde viajam as cabeças de impressão e o material já impresso sai pela frente podendo ser recolhido por enroladores que enrolem o material já impresso, por se designam de Roll-to-Roll (rolo-para-rolo).

Constituição das Impressoras Normalmente as impressoras Roll-to-Roll são constituídas por um conjunto de

tinteiros onde as tintas estão armazenadas, as cabeças de impressão, um carreto (a toda a largura da impressora) onde as cabeças de impressão viajam de forma sucessiva a toda a largura do material carregado, régua de rodas que pressionam o material contra a zona de aquecedores, cilindro de avanço do material, aquecedores e rolo de recolhimento. Existe ainda um depósito de restos de tinta.

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Figura 31 - Exemplo de Impressora Roll-to-Roll

Os tinteiros podem-se encontrar na frente da impressora ou no verso, todas do mesmo lado ou divididos, na horizontal ou vertical, dependendo da marca.

O material é pressionado contra a impressora por meio de um veio com rolos e ainda por uma zona de vácuo. Nesta zona e na face inferior do material encontra-se outro veio, normalmente rugoso, que faz o material avançar na direção da impressão.

Nestas impressoras encontramos aquecedores que funcionam na parte inferior do material, existem impressoras com 3 aquecedores e outras com 4. O primeiro aquecedor, que se aquece o material antes de receber a tinta, serve para pré-aquecer o material e designa-se por Pre-heater, na zona de impressão podemos encontrar 1 ou 2 aquecedores. No caso de apenas existir 1 aquecedor este serve para abrir os poros do material de forma a ajudar a absorção da tinta, melhorar a sua resistência ao risco, prevenir o chamado “Ganho de Ponto” excessivo e iniciar o processo de secagem, no caso de existirem 4 aquecedores e ainda na zona da impressão 1 dos aquecedores apenas serve para iniciar o processo de secagem. Estes aquecedores são conhecidos como Print-heaters.Á saída da impressão existe ainda um aquecedor que serve também para melhorar a resistência ao risco e ainda acelerar a secagem da tinta, designa-se por Post-heater.

Cabeça de impressão

Depósito de restos de tinta

Material impresso

Enrolador

Zona de aquecedores (Platten)

Régua de pressão

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Alguns Cuidados a Ter De modo a obter impressões de boa qualidade e sem defeitos deveremos ter

alguns cuidados.

Antes de mais devemos prestar especial atenção às condições de armazenamento dos rolos.

Em condições de humidade excessiva no local de armazenamento, os materiais tendem a absorver muita dessa humidade, esta em conjunto com a ação dos aquecedores pode originar “ondas” no material na altura da impressão originando impressões com defeitos. Em casos extremos essas “ondas” atingem alturas tais que as cabeças de impressão batem no material estragando por completo a impressão, podendo mesmo dar lugar a avarias na impressora.

Devemos deixar algum tempo antes de começar a imprimir permitindo assim os aquecedores estarem já numa temperatura adequada para a impressão. Devemos ainda ter algum cuidado na escolha das respetivas temperaturas dos diferentes aquecedores. Estas temperaturas dependem do material em que se está a imprimir, do local de funcionamento da impressora e mesmo da estação do ano, sendo que normalmente no verão não são necessárias temperaturas tão elevadas.

Por um lado se as temperaturas forem demasiado elevadas podem aparecer na impressão faixas verticais onde a tinta foi sobreaquecida, por outro em caso de subaquecimento a tinta poderá não aderir perfeitamente ao material, podem-se observar ganhos de ponto excessivos e a resistência ao risco poderá ser comprometida.

Ainda ligado ao facto de o material sofrer um aquecimento antes, durante e após a impressão, o material poderá sofrer distorções nas suas dimensões, para corrigir este efeito muitos softwares de RIP permitem compensar essas distorções permitindo ao utilizador introduzir uma margem, que corresponde às distorções nas dimensões observadas anteriormente para um dado material, o que resulta em impressões de dimensões ligeiramente diferentes às do ficheiro. Uma vez que o material volte à temperatura ambiente, e dado que o RIP fez a devida compensação devido ao aquecimento, a impressão deverá ficar com as dimensões pretendidas.

Claro que estas distorções e compensações dependem do tipo de material em que se está a imprimir.

Devido ao movimento lateral das cabeças de impressão e do movimento de avanço do material na direção da frente da impressora, as tintas vão formando a impressão em faixas de gotas de cores com um padrão de dispersão definido. Esta forma de impressão pode dar lugar a faixas horizontais nas impressões, este efeito é vulgarmente conhecido como banding. Caso a

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distância do avanço do material entre as passagens das cabeças não esteja bem calibrado, podem aparecer nas impressões bandas. Esse ajuste, para alguns fabricantes, é conhecido como Distance Adjustment, dependendo da marca da impressora, este ajuste pode ser efetuado durante a impressão, antes da impressão, ou apenas antes da impressão pelo que neste caso deverá ser definido uma distância aquando da calibração da impressora para um dado material. Assim é vulgar termos ajustes de distância diferentes para diferentes tipos de material. Alguns softwares de RIP permitem ainda fazer mais ajustes na altura de enviar o ficheiro para a impressora.

Caso a distância de avanço seja excessiva, a impressão irá apresentar riscos brancos a toda a largura da impressão, uma vez que as faixas de impressão entre passagens irão estar demasiado afastadas entre si outras o que leva a que exista material não impresso entre as respetivas passagens.

Caso a distância de avanço seja deficiente, o que vai acontecer é que as faixas de impressão irão sobrepor-se entre si fazendo com que apareçam na impressão faixas mais ou menos largas (dependendo da sobreposição entre as passagens) de tinta em excesso.

Na tentativa de melhorar este aspeto, a maioria dos fabricantes de impressoras oferecem a possibilidade de se escolher o tipo de faixas de impressão que as cabeças irão imprimir. A este padrão das faixas de impressão chamamos weaving ou interweaving. Normalmente essas faixas têm um perfil linear, isto é, a imagem vai-se formando depositando faixas de tinta retas no material. Este tipo de weaving é mais rápido e permite imagens de boa qualidade embora em zonas com mais depósito de tinta (cores mais sólidas) pode ocorrer banding.

Existe um tipo de weaving mais recente que apresenta um perfil de faixas em “ondas”, este tipo de weaving permite impressões com mais qualidade, fundos de cor contínua e consistente, embora torne as impressões mais lentas.

Figura 33 - Weaving em Ondas

Figura 32 - Weaving Normal

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Muitas impressoras têm a possibilidades de alterar a altura das cabeças de impressão em relação plano de impressão. Essa altura pode ser também ajustada a partir do próprio RIP, se este o permitir. A forma como essa altura é alterada varia de fabricante mas essas alturas têm posições fixas, isto é, apenas se pode alterar a altura para posições pré-definidas (P. Ex. High, Middle, Low) e não para qualquer altura de forma contínua.

Posições mais baixas das cabeças originam impressões com mais qualidade e permitem a impressão de pormenores mais pequenos em virtude da dispersão das gotículas de tinta ser menor, em contrapartida posições demasiado baixas podem levar a que as cabeças de impressão batam no material ou causar o entalhamento do material estragando a impressão ou mesmo causando avarias graves quer nas cabeças quer na própria impressora.

Para finalizar deverá ser referido que deverão ser tomadas algumas medidas de manutenção das cabeças de impressão, não só pelo facto de serem peças cuja substituição ser dispendiosa mas também pelo facto de que cabeças de impressão sujas, com restos de tinta seca, material de impressões anteriores ou pó, irão afetar fortemente a qualidade das impressões e em último caso poderão levar a injetores entupidos comprometendo em definitivo as impressões e a sua qualidade.

Impressoras Planas (Flatbed)

Estas impressoras caracterizam-se pelo facto de serem capazes de imprimir tanto em rolo ou em materiais rígidos, como por exemplo placas de PVC ou MDF, madeira, chapas de inox, acrílico ou cartão, etc.

Dado que podem imprimir diretamente sobre materiais rígidos não há necessidade de se imprimir em vinil autocolante (por exemplo) para depois se contra-colar a impressão em PVC (por exemplo), podendo-se imprimir o que se pretende diretamente no suporte rígido. Esta possibilidade reduz logo à partida custos de operação.

Embora estas máquinas sejam mais versáteis ainda não apresentam a mesma qualidade de impressão das Roll-to-Roll mas para grande parte dos trabalhos a sua qualidade é suficiente.

Estas impressoras usam também a tecnologia de jato de tinta com tintas de cura UV. Como tal estas impressoras apresentam as mesmas vantagens destas tintas. São normalmente usadas como alternativa à serigrafia.

A altura das cabeças de impressão bem como a altura da bancada onde o material assenta (flatbed) pode ser ajustada permitindo assim imprimir em placas de várias espessuras.

Os cuidados a ter antes durante e após a impressão são basicamente os mesmos dos apresentados no capítulo anterior.

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Figura 34 - Impressora Plana Mimaki JF-1610 UV

Figura 35 - Impressão em PVC

Figura 36 - Impressão em Acrílico Figura 38 - Impressão em Chapa de Aço

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Corte de Contorno

Embora este tipo de trabalho não se trate apenas de impressão, considero que ter a capacidade de produzir trabalhos com corte de contorno seja um grande complemento aos trabalhos que somos capazes de produzir em impressoras de médio e grande formato.

A provar que o corte de contorno se trata de facto de uma mais valia é o facto de existirem impressoras, usualmente de Roll-to-Roll, que têm a capacidade de imprimir e posteriormente recortar a impressão ao longo de uma linha de corte previamente definida. Além disso qualquer bom RIP para impressão digital tem a capacidade de gerar ficheiros com informações tanto para impressão como para corte posterior.

Para se realizar o corte recorre-se a uma plotter de corte CNC13 de vinil, fresa ou outra tecnologia de corte que aceite dado vetoriais.

Geralmente cria-se uma linha à volta da imagem (ou parte da imagem) a imprimir pela qual queremos que seja efetuado o corte, essa linha será a linha de corte ou contorno de corte. Este trabalho pode ser feito no Adobe Illustrator, Coreldraw ou outro programa vetorial. As linhas de corte têm de obedecer a determinadas regras que são definidas pelo RIP utilizado. Há no mercado softwares de RIP que incluem um módulo de edição onde esse trabalho também poderá ser efetuado. Os ficheiros assim gerados contêm então informações da imagem a imprimir, que será enviada para a impressora, e informações de corte, que ficam em stand-by no RIP (em cue) ou na plotter, a serem utilizadas quando o trabalho de impressão estiver concluído e carregado na plotter ou fresa.

As plotters de corte ou fresas têm de ter a capacidade de leitura ótica uma vez que as imagens são colocadas no plano de impressão com informações espaciais de posicionamento. As impressões são alinhadas antes de se proceder ao corte, esse alinhamento tem como finalidade posicionar corretamente o suporte impresso de modo a evitar que os cortes não acompanhem a linha de corte definida anteriormente.

A forma como este alinhamento é feito depende do modelo e marca da plotter, existem vários tipo de marcas, miras de alinhamento ou outras formas de alinhamento no mercado. É usual os RIP´s trazerem já um grande número de marcas de alinhamento predefinidos devidamente indicados pela marca e modelo das diferentes plotters.

Existem porém algumas plotters que exigem o recurso a softwares adicionais da marca para se tirar partido do corte de contorno.

É a possível fazer-se o alinhamento manualmente mas este processo além de ser muito moroso não é de todo exato ou fiável.

13 CNC - Computer Numerical Control

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Figura 39 - Marca de Alinhamento - Código ded Barras

Figura 40 - Exemplo de Trabalho com Corte de Contorno

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Figura 41 - Exemplo da Escolha das Marcas no RIP

O corte de contorno permite ampliar a gama de produtos que somos capazes de produzir, desde autocolantes com cortantes complexos, stand-ups também com cortes complexos, etc.

ACABAMENTOS

Como vimos anteriormente, algumas tecnologias produzem impressões sem grande resistência aos raios UV, aos riscos, à abrasão, à água, etc. Nestes casos podemos aumentar a resistência das impressões recorrendo por exemplo à laminação. A laminação consiste em aplicar-se uma película transparente, brilho ou mate, por cima da impressão. A laminação poderá ou não ter filtros UV, poderá ser anti-graffiti (laminação facilmente lavável), anti-derrapante (P. Ex. Trabalhos aplicados no chão).

Além de conferir aos trabalhos impressos maior proteção, existem atualmente laminações puramente decorativas, como por exemplo películas de laminação “cintilantes”, películas que imitam o glitter, etc. Hoje em dia não estamos necessariamente limitados a laminar uma impressão por inteiro, podemos localizar os efeitos, como se faz por exemplo em offset.

Existem laminadoras a frio, laminadoras a quentes, laminadoras mistas (quente e frio) laminadoras que usam laminação líquida e não película.

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O FUTURO

Ficou bem patente nos capítulos anteriores que existem no mercado impressoras muito variadas e diferentes entre si, pese embora o produto final seja sempre um produto impresso, seja ele um simples cartaz de cinema, uma placa de sinalética, lona publicitária, ampliação de uma fotografia ou a reprodução em alta qualidade em tela de atelier da sua obra de arte preferida.

Então como é que esta indústria poderá continuar a inovar e ampliar as soluções à disposição das pessoas?

Penso que iremos continuar a assistir à introdução de novas tintas, já existem algumas impressoras que imprimem tintas fluorescentes. Talvez no futuro será possível trocar facilmente uma determinada tinta por uma cor Pantone sem que isso signifique trocar toda a tubagem e cabeças de impressão.

A par das tintas irão com certeza surgir materiais de impressão novos, com maiores potencialidades, ou propriedades inovadoras. Há poucos anos não havia no mercado papéis de parede autocolantes que poderiam ser impressos e personalizados, ou mesmo papel de seda ou a imitar o papiro.

Estes são apenas alguns exemplos dos caminhos que a indústria das impressoras de médio e grande formato poderão tomar.

Se pensarmos que no fim dos anos 80 e inícios dos anos 90 as impressoras de médio formato serviam apenas para a impressão de trabalhos de arquitetura ou engenharia, e que essas utilizavam canetas para a impressão, percorremos um longo caminho.

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CONCLUSÃO

Como vimos existem à disposição uma grande variedade de impressoras de médio e grande formato que imprimem recorrendo a tecnologias diferentes. Cada uma das tecnologias apresenta vantagens e desvantagens.

Embora a qualidade de impressão tende a ser cada vez mais semelhante, as diferentes tecnologias é mais vocacionada para produção de um determinado tipo de produto ou impressão.

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS

1. Sebrosa, Rui – Slides das Aulas de Tecnologias de Impressão, 2013

2. Possamai, Benedito e Gonçalves, Berenice Santos - Impressão Digital: novos

conceitos na indústria gráfica e novos desafios para os designers. – Artigo de

Impressão Digital.

3. Scaglia, Patrick - When 2% Leads to a Major Industry Shift, agosto 2007

4. http://www.portaldasartesgraficas.com

5. http://origemdapalavra.com.br/palavras/impressao/

6. http://www.rigottex.com.br/br/o-que-e-impressao-digital.html