IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

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Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto sensu em Mestrado em Gerontologia PSICOMOTRICIDADE E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS Autor: Michelly Mara Lira Monteiro Orientadora: Profª. Drª. Carmen Jansen de Cárdenas Brasília 2012

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Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Stricto sensu em Mestrado em Gerontologia

PSICOMOTRICIDADE E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Autor: Michelly Mara Lira Monteiro Orientadora: Profª. Drª. Carmen Jansen de Cárdenas

Brasília 2012

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MICHELLY MARA LIRA MONTEIRO

PSICOMOTRICIDADE E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB), como requisito para obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.

Orientadora: Profª. Drª. Carmen Jansen de Cárdenas

Brasília

DF 2012

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Defesa da Dissertação de autoria de Michelly Mara Lira Monteiro, intitulada PSICOMOTRICIDADE E QUALIDADE DE VIDA EM IDOSOS

INSTITUCIONALIZADOS , apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gerontologia, em 28 de JUNHO de 2012, deferida e aprovada pela banca examinadora assinada:

_________________________________________________________________

Profª. Drª. Carmen Jansen de Cárdenas

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia

__________________________________________________________________

Prof. Dr. Gustavo Azevedo Carvalho

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia

____________________________________________________________________

Profª. Drª. Maria Elizabeth Duarte Silvestre

Universidade Federal do Piauí - UFPI

Brasília 2012

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Dedico este trabalho a minha mãe, Conceição Lira, a meus avós, José e Aldenora Lira, e a todos os meus familiares e amigos, pelo amor, serenidade, apoio e incentivo em todas as horas.

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AGRADECIMENTOS

Aos pacientes idosos, que nos desafiam continuamente a nos esforçarmos para

melhorar sua saúde, função e qualidade de vida, possibilitando, assim, aumento da

independência e autonomia. E aos funcionários da Instituição de Longa Permanência, Casa

São José, por abrirem as dependências e os idosos;

Aos meus avós, Aldenora e José Lira pelo amor e dedicação, mas, acima de tudo, por

serem para mim exemplos de vida. A vocês, meu carinho, respeito e admiração, hoje e

sempre;

À minha mãe, Conceição Lira por me ajudar e apoiar nas horas de que mais precisei e

pelo amor, participação, auxílio e companheirismo em todas as fases da realização desse

estudo. Dizer obrigado agora é pouco diante de tanto afeto, incentivo e amor contínuos;

Aos meus irmãos, George e Georzilene Lira pela dedicação, apoio e estímulo;

Às minhas primas-irmã Mila Nogueira, Katiuzia Monteiro, Juliana Monteiro e

Gabriela Lira, que sempre me apoiaram em todos os momentos da minha vida. Obrigada pelo

companheirismo e preocupação durante a realização desse trabalho;

Às minhas tias Teresinha, Waldenize e Waldenora Lira, pelo apoio, inspiração e

energia positiva durante o trabalho e em tantos outros momentos;

À minha tia Profª. Drª. Maria do Socorro Lira Monteiro, pelo incentivo, apoio,

firmeza, dedicação e compromisso durante a orientação, e paciência diante das muitas

dificuldades encontradas para que este trabalho pudesse ser concluído;

A todos os meus familiares que direita ou indiretamente participaram deste trabalho.

Agradeço pela amizade, incentivo e suporte;

À Profª. Drª. Carmen Jansen de Cárdenas, pela atenção, disponibilidade e sugestões

acadêmicas e técnicas para o desenvolvimento dessa abordagem científica. E, principalmente,

por ter me mostrado a riqueza da Gerontologia;

Às minhas amigas Jocélia Resende e Fátima Takahashi por compartilhar alegria,

ideias, sugestões e experiências, e pela disposição no auxílio desse trabalho;

E, sobretudo, obrigada Senhor, por ter permitido que eu chegasse ao fim de mais essa

etapa. Por ter me dado ânimo para não desistir quando tudo parecia dar errado, pela força para

superar as dificuldades que se colocaram no meu caminho e, principalmente, pela saúde.

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Os homens perdem sua saúde para juntar dinheiro; e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde; por pensarem ansiosamente no futuro, perdem o presente de tal forma que acabam por nem viver o presente nem o futuro; vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido. (Autor Desconhecido)

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RESUMO

Referência: MONTEIRO, Michelly. Psicomotricidade e Qualidade de Vida em Idosos Institucionalizados. 2012. 115 folhas. Mestrado em Gerontologia-Universidade Católica de Brasília (DF). 2012.

A psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo e relaciona-se ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Tendo em vista essa concepção, essa dissertação objetiva investigar os aspectos psicomotores presentes nos idosos residentes numa Instituição de Longa Permanência (ILP), com vistas determinar as alterações no sistema músculo-esquelético com a idade, o grau de independência, autonomia e avaliar a qualidade de vida. Para tanto, utilizou-se o método quali-quantitativo, com participação de 19 idosos de ambos os sexos para aplicação do questionário Whoqol-Bref que avalia a qualidade de vida, e 10 idosos para o de Bateria Psicomotora, por meio do uso de critérios de exclusão. Portanto, com base na pesquisa de campo constatou que a psicomotricidade exerce fundamental importância no processo de conservação da tonicidade funcional, controle postural flexível, manutenção da imagem corporal, organização espaço-temporal plástica, integração de praxias ideomotoras, entre outras, relacionadas às necessidades específicas do idoso, tornando o envelhecer um contínuo viver de experiências criativas.

Palavras-chave: Envelhecimento; Psicomotricidade; Idoso; Qualidade de Vida.

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ABSTRACT

Reference: MONTEIRO, Michelly. Psychomotricity and Quality of Life in Institutionalized Elderly. 2012. 115 leaves. Master of Gerontology, Catholic University of Brasilia (DF). 2012.

The psychomotor is the science whose object of study is the man through the body in motion and in relation to its internal and external world, and relates to the maturation process where the body is the source of cognitive affective and organic acquisitions. Given this conception, this thesis aims to investigate psychomotor aspects present in the aged who living in a Establishment of Long Term ( from the portuguese ILP) in order to determine changes in the musculoskeletal system with age, the degree of independence, autonomy and evaluat the quality of life. We used the quali-quantitative method, with participation of 19 aged of both sexes with the application of the WHOQOL-Bref questionnaire to assess the quality of life and 10 aged to the Psychomotor Battery, through the use of criteria exclusion. Therefore, based on a field research found that psicomotricity plays a fundamental role on the functional tone preservation, flexbility postural control, maintenance of body image, plastic space-time organization, integration of ideomotor praxis, among others, related to the aged specific needs, making aging a continuous live creative experiences.

Keywords: Aging; Psychomotricity; Aged, Quality of Life.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1

Deformidade gradativa da coluna vertebral............................................20

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1

Organização psicomotora de acordo com o modelo psiconeurológico de Luria ... 27

Quadro 2

Registro das respostas na base de uma escala de pontuação de quatro níveis ....... 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1

Qualidade de vida dos idosos da Casa São José, por gênero .................................. 51

Tabela 2

Nível de satisfação dos idosos com saúde .............................................................. 52

Tabela 3

Nível de impedimento da dor física nos idosos para a realização de

atividades necessárias ........................................................................................... 52

Tabela 4

Tratamento médico necessário para a condução da vida rotineira do

idoso ....................................................................................................................... 53

Tabela 5

Nível de aproveitamento da vida do idoso, por gênero ........................................... 53

Tabela 6

Sentimentos do idoso de ambos sexos relativamente a vida ................................... 54

Tabela 7

Nível de concentração do geronto, por gênero ....................................................... 54

Tabela 8

Sentimentos de segurança vivenciada pelo idoso ................................................... 55

Tabela 9

Condições de saudabilidade do ambiente físico (clima, barulho,

poluição, atrativos do idoso ................................................................................... 55

Tabela 10

Disposição de energia do idoso para a atividade do seu dia-a-dia ........................ 56

Tabela 11- Aceitação da aparência física do idoso e da idosa .................................................. 56

Tabela 12

Disponibilidade de recurso financeiro para satisfação das

necessidades do idoso ............................................................................................ 57

Tabela 13

Nível de acesso às informações no dia-a-dia do idoso .......................................... 57

Tabela 14

Oportunidade de lazer do idoso ............................................................................ 57

Tabela 15

Condições de locomoção do idoso, por gênero..................................................... 58

Tabela 16

Nível de satisfação do sono do idoso, por sexo .................................................... 59

Tabela 17 - Capacidade para desempenhar atividades no dia-a-dia ......................................... 59

Tabela 18

Capacidade para o trabalho do geronto, por sexo ................................................. 59

Tabela 19

Grau de satisfação do idoso .................................................................................. 60

Tabela 20

Nível de satisfação do geronto com as relações pessoais (amigos,

parentes, conhecidos, colegas) ............................................................................... 60

Tabela 21

Nível de satisfação do idoso relativamente ao apoio recebido pelos

amigos .................................................................................................................... 61

Tabela 22

Grau de satisfação do idoso quanto às condições do local de moradia ................. 61

Tabela 23

Grau de satisfação do idoso com a vida sexual ..................................................... 62

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Tabela 24

Nível de satisfação do geronto relativamente ao acesso dos serviços

de saúde .................................................................................................................. 62

Tabela 25

Nível de satisfação do idoso com o meio de transporte utilizado ......................... 63

Tabela 26

Frequência de sentimentos negativos, como mau humor, desespero,

ansiedade e depressão vivenciadas pelo idoso, por gênero .................................... 63

Tabela 27 Tonicidade no idoso, por gênero ............................................................................ 64

Tabela 28

Extensibilidade no geronte, por sexo .................................................................... 66

Tabela 29

Passividade em idosos, por gênero ....................................................................... 67

Tabela 30

Paratonia em idosos, por gênero ........................................................................... 68

Tabela 31

Diadocosinesias em geronte, por sexo .................................................................. 69

Tabela 32

Sincinesias ............................................................................................................. 70

Tabela 33

Imobilidade dos idosos, por sexo .......................................................................... 71

Tabela 34 a - Equilíbrio estático, com ênfase em idosos por sexo feminino e

masculino ............................................................................................................... 72

Tabela 34 b

Equilíbrio estático, com destaque para a aponta dos pés nos idosos,

por gênero .............................................................................................................. 72

Tabela 34 c

Equilíbrio estático, com realce no geronte, por sexo ......................................... 72

Tabela 35 a - Equilíbrio dinâmico, alicerçado na marcha controlada do idoso, por

gênero ..................................................................................................................... 73

Tabela 35 b.1

Equilíbrio dinâmico, na evolução do banco para frente .................................. 74

Tabela 35 b.2 - Equilíbrio dinâmico na evolução no banco para trás do idoso, por

gênero ..................................................................................................................... 74

Tabela 35 b.3

Equilíbrio dinâmico na evolução no banco para o lado direito do

idoso, por sexo ....................................................................................................... 75

Tabela 35 b.4

Equilíbrio dinâmico na evolução no banco para o lado esquerdo

do idoso, por gênero ............................................................................................... 76

Tabela 36 - A lateralização, com ênfase no subfator ocular, do idoso por gênero ................... 77

Tabela 37- Lateralização, destacando o subfator auditiva do idoso, por sexo ......................... 77

Tabela 38

Lateralização, enfocando o subfator manual do idoso e da idosa ......................... 77

Tabela 39

Lateralização do subfator pedal do idoso, por gênero .......................................... 77

Tabela 40

Noção de corpo no sentido cinestésico, segundo o gênero ................................... 78

Tabela 41

Noção do corpo por reconhecimento direita/esquerda, do geronte por

sexo ........................................................................................................................ 79

Tabela 42

Noção de corpo enfatizando a autoimagem (face), segundo o gênero .................. 79

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Tabela 43

Noção de corpo, destacando a imitação de gestos, por sexo ................................. 80

Tabela 44

Noção de corpo focando o desenho do corpo, por sexo ........................................ 80

Tabela 45

Estruturação espaço-temporal, com destaque para a organização do

idoso, por sexo ....................................................................................................... 81

Tabela 46- Estruturação espaço-temporal com enfoque na estruturação dinâmica

do idoso por gênero ................................................................................................ 82

Tabela 47- Estruturação espaço-temporal com ênfase na representação

topográfica do idoso, segundo o sexo .................................................................... 82

Tabela 48 - Estruturação espaço-temporal por estruturação rítmica do geronte,

segundo o sexo ....................................................................................................... 83

Tabela 49a

Praxia global por meio da coordenação óculo-manual do idoso, por

sexo ........................................................................................................................ 83

Tabela 49b

Praxia global, destacando a coordenação óculo-pedal do idoso, por

gênero ..................................................................................................................... 84

Tabela 50

Praxia global, através da dismetria do idoso, por idoso e idosa............................ 84

Tabela 51a

Dissociação, enfatizando os membros superiores do idoso, por sexo ................. 84

Tabela 51b Praxia global, enfocando membros inferiores do idoso, por sexo ....................... 85

Tabela 51c

Praxia global, evidenciando a agilidade do idoso, por gênero ............................ 85

Tabela 52 - Praxia fina por meio de coordenação dinâmica manual do idoso,

segundo o sexo ....................................................................................................... 86

Tabela 53

Praxia fina, através do tamborilar do idoso, por sexo .......................................... 87

Tabela 54a

Praxia fina, com destaque para pontos do idoso, por gênero .............................. 87

Tabela 54b

Praxia fina, enfocando as cruzes do idoso, por sexo ........................................... 87

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 15

1.1Objetivos ............................................................................................................................. 17

1.1.1 Geral ................................................................................................................................. 17

1.1.2 Específicos ....................................................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 18

2.1 Terceira idade

envelhecimento ........................................................................................ 18

2.2 Psicomotricidade ................................................................................................................. 20

2.2.1 Conceito ......................................................................................................................... 20

2.2.2 Controle das funções motoras e do comportamento ...................................................... 22

2.3 Gerontopsicomotricidade .................................................................................................. 32

2.4 Sistema psicomotor humano ............................................................................................. 36

2.5 Atividade e bem-estar psicológico na maturidade ............................................................ 39

2.6 Qualidade de vida ............................................................................................................. 41

3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 44

3.1 Procedimentos de pesquisa ................................................................................................. 45

3.2 Materiais e equipamentos ................................................................................................... 46

3.3 Coleta de dados ................................................................................................................... 47

3.4 Análise de dados ................................................................................................................. 47

3.5 Relação risco-benefício ....................................................................................................... 49

3.6 Aspectos éticos (Comitê Ético de Pesquisa - CEP) ............................................................ 49

4 RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................................... 51

4.1 Qualidade de vida ............................................................................................................... 51

4.2 Bateria psicomotora ............................................................................................................ 64

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 89

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 91

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ......................................... 96

APÊNDICE B - Ficha de Identificação do Paciente ............................................................ 98

ANEXO A - Avaliação de Qualidade de vida ....................................................................... 99

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ANEXO B

Bateria Psicomotora Adaptado (Vitor da Fonseca) ..................................... 103

ANEXO C- Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética e Pesquisa ............................ 108

ANEXO D

Termo de Aprovação ...................................................................................... 111

ANEXO E

Testes da Bateria Psicomotora....................................................................... 112

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1 INTRODUÇÃO

O aumento significativo da perspectiva de vida tem despertado os cientistas para

pesquisar a realidade e as necessidades do indivíduo idoso, haja vista que os cuidados sociais

e de saúde implicam inevitavelmente na qualidade de vida das pessoas com ou acima de 60

anos. Salienta-se, ainda, que em nível individual, o temperamento e o caráter determinam o

tipo de reação e de conduta diante de variadas situações de vida, o que gera fatores

psicológicos e afetivos que contribuem complementarmente para a diferenciação dos

processos de envelhecer (PAPALÉO, 2001).

Segundo Neri (2001) a gerontologia é a ciência que estuda o processo do

envelhecimento, cuida da personalidade e da conduta dos idosos, levando em conta todos os

aspectos biológicos, sociais, físicos, funcionais, psicológicos e culturais.

Nessa perspectiva, Velasco (2005) define psicomotricidade como sendo a ciência que

tem no corpo a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

A psicomotricidade na vida do idoso tem tanta ou mais importância que na infância,

pois esta se assenta na formação do ser humano e o processo do envelhecimento, também

denominado de terceira idade , pois a recuperação e/ou manutenção das atividades

funcionais, possibilitaram sua independência por mais tempo. Nesse sentido, pode-se enfatizar

que a psicomotricidade exerce efeito preventivo ao conservar a tonicidade funcional, controlar

a postura flexível, determinar a boa imagem do corpo, organização espacial e temporal,

integrar e prorrogar as práxias global e fina; remete ao geronte a ação com o seu corpo em

movimento, a favor da manutenção de uma estrutura funcional, necessária não somente para a

promoção, mas, sobretudo, para a manutenção da saúde (VASCONCELOS, 2003).

Ademais, Meur e Staes (1989) realçam que o estudo da psicomotricidade é recente, na

medida em que no início do século XX, a temática era abordada apenas excepcionalmente. Na

primeira fase, a pesquisa teórica preponderou no desenvolvimento motor da criança, a qual foi

seguida pelos estudos sobre o desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em

função da idade. E, que posteriormente, os estudos ultrapassaram os problemas motores e

permitiram uma interação entre o gesto e afetividade.

A noção de bem-estar conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1946)

encontra-se, em grande parte, condicionada à saúde física, mental e social, refletindo-se na

qualidade de vida do ser humano, pois ser saudável não corresponde simplesmente à ausência

de doença, mas relaciona-se, sobretudo, ao modo de viver e à prevenção. Nesse sentido,

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reconhece-se que a psicomotricidade dialoga com a saúde e a doença nas suas intervenções

profiláticas, educacionais e clínicas, investigando, pesquisando e favorecendo

ininterruptamente a relação e a interação psíquica e corporal. Por conseguinte, a prática

psicomotora é agente do bem-estar físico e mental, contribuindo, assim, para o equilíbrio e a

adaptação do homem ao seu contexto social, ao promover a saúde, minimizar as limitações e

amenizar o sofrimento.

Logo, a psicomotricidade é entendida como um olhar globalizado por perceber a

relação entre a motricidade e o psiquismo, como a relação estabelecida entre o indivíduo

global e o mundo externo. Ou seja, é concebida como uma ciência, cuja organização de

atividades possibilita à pessoa conhecer de maneira concreta seu ser e seu ambiente cotidiano,

com vistas desempenhar as tarefas de maneira adaptada. Reconhece-se que o objeto dessa

investigação científica além de visar o aprimoramento pessoal, intelectual e cultural da

pesquisadora, se consubstanciará como fonte de pesquisa para acadêmicos e profissionais que

busquem compreender o processo de envelhecimento, e as alternativas para uma vida com

qualidade para os idosos. Outrossim, expõe-se que, por um lado, esse tema é pouco abordado,

devido às poucas referências bibliográficas e, que por outro lado, que o mesmo é relevante

para explicar a manutenção do bem-estar físico e psicológico, exigindo a integração de

recursos cognitivos e afetivos com as habilidades motoras.

Portanto, enfatiza-se em consonância com Rossi (2009), que a

gerontopsicomotricidade configurou-se numa ferramenta bastante útil para a compreensão das

alterações provenientes do envelhecimento, mediante uso de programas psicomotores na

prevenção e, ou no tratamento de alterações, contrariando, assim, a retrogênese, ou seja,

consubstanciou-se em uma ciência que possibilita a recuperação e a manutenção da qualidade

de vida dos idosos. A psicomotricidade torna o idoso mais independente, ao possibilitar a

melhora da eficácia e do desempenho nas atividades da vida cotidiana e, consequentemente,

promover melhor qualidade de vida.

Com base nesse cenário, ressalta-se que esta pesquisa objetiva abordar os aspectos

psicomotores presentes em idosos residentes em uma Instituição de Longa Permanência,

determinando as alterações no sistema músculo-esquelético com a idade, o grau de

independência e autonomia através de avaliações físico-funcionais da capacidade de realizar

as atividades básicas de vida diária e causas de incapacidades nos mesmos, além de permitir

melhor qualidade de vida.

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1.1 Objetivos

1.1.1 Geral

Investigar os aspectos psicomotores presentes nos idosos residentes em uma

Instituição de Longa Permanência (ILP), determinando as alterações no sistema músculo-

esquelético com a idade, o grau de independência e autonomia e avaliar a qualidade de vida.

1.1.2 Específicos

Identificar o perfil psicomotor de idosos residentes na Casa São José Instituição de

Longa Permanência no Piauí;

Investigar porque os fatores psicomotores apresentam alterações no desenvolvimento

psicomotor no idoso, focalizando as possíveis deficiências nas áreas motoras;

Identificar em que aspectos as atividades psicomotoras podem promover qualidade de

vida ao idoso que reside na Casa São José no Piauí.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Terceira idade: envelhecimento

Para Morin et al. (1999), a velhice é considerada, inclusive por vários autores, como a

etapa do ciclo vital que se inicia em torno de 60 anos de idade e finaliza-se com a morte.

Contudo, consoante Chopra (1996), a mensuração da faixa etária de uma pessoa pode

ser realizada de três maneiras: a cronológica, que corresponde aos anos, relativamente ao

calendário; a biológica, que se refere à idade do corpo em termos de sinais críticos da vida e

processos celulares; e, a psicológica, que representa a idade sensitiva de cada pessoa, que por

isso configura-se como subjetiva e flexível. Acrescenta, ainda, como fatores que aceleram o

processo do envelhecimento: depressão, incapacidade de expressar as emoções, rotinas diária

e de trabalho irregular, viver sozinho, solidão, ausência de amigos íntimos, insatisfação no

trabalho, dificuldades financeiras, dívidas, preocupação habitual ou excessiva, irritabilidade,

enraivecer com facilidade ou incapacidade de exprimir a raiva sentida e autocrítica e críticas

demasiadas.

No entanto, segundo Oliveira (2008), os problemas sociais são mais incisivos sobre o

idoso, uma vez que, historicamente, o mesmo era o contador de histórias sobre a família para

os descendentes e era consultado pela sua experiência, ou seja, representava a sabedoria e a

paciência, e transmitia os valores de uma geração para outra, portanto, era um componente

ativo da família. Outrossim, era assistido quando doente pelos membros familiares. Todavia,

na sociedade capitalista moderna na qual prepondera uma estrutura familiar nuclear, onde

todos os integrantes têm ocupação profissional, o idoso fica relegado ao segundo plano, sendo

cuidado por estranhos que, em geral, não dispensam atenção, carinho e afeto. Além disso,

presenciou como agravante, o insuficiente valor da aposentadoria para suprir necessidades do

geronte, tornando-o, então, um peso financeiro para a família.

Com base em tal cenário, para Camarin (1998), os velhos são encarados como um

peso social, na medida em que se consubstanciam em recebedores de benefícios. Logo, não

contribuem para a acumulação do capital consumista e imediatista.

No entanto, a despeito dessa problemática social, reconhece-se que o corpo é uma

referência para a organização espaço temporal, inclusive, o adulto torna-se um objeto quase

exterior , praticamente desinvestido de desejo, de prazer e de alegria. Em conformidade com

Oliveira (2008), as limitações corporais e a consciência da temporalidade são fatores

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fundamentais no processo de análise do envelhecimento, pois o corpo e o tempo se

entrecruzam e, de acordo com esse entrecruzamento, poderão nascer múltiplas velhices, as

quais dependem do contexto sociopolítico e cultural no qual o sujeito está inserido. Porém,

entende que, por um lado, a diminuição do desempenho físico é um processo natural do

envelhecimento e, que por outro lado, esse condicionante é possível de ser amenizado por

meio de atividades psicomotoras, que provocam a redução da morbidade e da mortalidade, a

manutenção da autonomia e da independência, a melhora da força muscular, da flexibilidade,

do equilíbrio, da coordenação dinâmica geral do corpo, favorecendo ao idoso possibilidades

para ampliar a compreensão e a valorização do corpo, para a ampliação da esfera social, que

pode contribuir para o bem-estar afetivo, emocional e relacional.

Figura 1

Deformidade gradativa da coluna vertebral.

Fonte: Freitas (2002, p. 610).

Esse declínio da estatura não é decorrente da diminuição dos ossos longos dos

membros inferiores e superiores, mas das alterações osteoarticulares da coluna, caracterizada

pelo achatamento das vértebras, da redução dos discos intervertebrais e cifose dorsal, do

arqueamento dos membros inferiores e achatamento do arco plantar dos pés. Já em relação ao

peso, observam uma redução discreta a partir dos 60 anos de idade, provocando um aumento

do acúmulo de gordura, sendo responsável por manutenção ou mesmo elevação ponderal

(PAPALÉO; SALLES, 2001).

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Esse panorama para Chopra (1996, p. 89), revela que nós experimentamos a alegria

da vida por meio de nossos corpos, portanto, é natural acreditar que nossos corpos não

estejam voltados contra nós e sim que desejem o que nós desejamos .

De acordo com Sullivan (1993), um fator importante para a qualidade de vida do idoso

é a sua independência funcional para a realização das atividades de vida diária. Dessa forma,

entende como atividades funcionais as identificadas por um indivíduo como essenciais para a

manutenção do bem-estar físico e psicológico e, por isso, exigem a integração de recursos

cognitivos e afetivos com as habilidades motoras.

Assim, devido ao incremento da população idosa brasileira, muitas instituições estão

se preparando e planejando atividades munidas de alegria, prazer e lazer para serem

desenvolvidas junto aos idosos. Inclusive, consoante com Oliveira (2010), a prática

psicomotora voltada para o idoso na academia é denominada gerontopsicomotricidade, que

consiste em uma série de técnicas aplicadas ao público da terceira idade, com o objetivo de

elevar o nível de autonomia física e psicológica, para melhorar o equilíbrio emocional,

potencializar a socialização e aumentar a capacidade do idoso de se adaptar a novas situações.

2.2 Psicomotricidade

2.2.1 Conceito

O termo psicomotricidade existe no mundo desde o final da Segunda Guerra Mundial

quando o Dr. Julian Ajuruaguerra e a Drª. Giselle Soubrian perceberam que após a guerra

muitas crianças apresentavam dificuldades na aprendizagem devido aos traumas sofridos. E,

após estudos mais aprofundados e aplicações foi desenvolvido o método de terapia em

psicomotricidade, que reconheceu não existir movimento sem cognição, mas que a cognição

está diretamente ligada ao movimento (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

PSICOMOTRICIDADE, 2001).

Em conformidade com Velasco (2006), a origem do termo psicomotricidade, advém

da função de psico que significa cognição, intelectualização com motricidade que expressa

gestos, ação e ato. Nesse sentido, ressalta que a psicomotricidade manifesta a realização de

um pensamento, através de um ato motor coeso, econômico e harmonioso, que exige uma

afetividade equilibrada, ou seja, configura-se como uma ciência que aliada a várias técnicas,

busca o equilíbrio corpo-intelecto-mente.

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Sendo assim, para Fonseca (1987, p. 89),

[...] a psicomotricidade pode oferecer um efeito preventivo, conservando uma tonicidade funcional, um controle postural flexível, uma boa imagem corporal, uma organização espacial e temporal plástica, uma integração e prolongamento das práxias ideomotoras, etc.

A partir dessa multiplicidade de aspectos que estabelecem uma inter-relação com a

motricidade, a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (SBP) fundada em (1980), em

meados dos anos 1990, elaborou um primeiro conceito geral desta área do conhecimento,

como ciência que tem por objetivo o estudo do Homem, através de seu corpo em movimento,

nas relações com seu mundo interno e externo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

PSICOMOTRICIDADE, 1995)

Deste modo, conforme Bueno (1998), a intervenção no campo psicomotor é concebida

a partir de quatro grandes áreas, Estimulação, Educação, Reeducação e Terapia Psicomotora.

E, particularmente, evidencia que educação psicomotora consiste no processo que envolve

contribuições para o desenvolvimento harmonioso do idoso durante a vida, isto é, que realiza

em todos os momentos da vida por meio de percepções vivenciadas, como intervenção direta

nos aspectos cognitivos, motor e emocional, estruturando o indivíduo como um todo. Logo, a

educação passa pela facilitação das condições naturas e prevenção de distúrbios corporais

orgânicos, e psicomotores funcionais de comportamentos ou sociais. Essa conformação

expressa que a educação pode ser realizada na família, no meio social e na escola, com a

participação dos familiares, cuidadores, amigos e professores. E, que a estimulação

psicomotora refere-se ao despertar e/ou desabrochar do movimento.

Ainda segundo a referida autora, a reeducação psicomotora é a ação desenvolvida em

indivíduos que sofrem com perturbações ou distúrbios psicomotores, a qual objetiva retomar

as vivências anteriormente com falhas ou as fases de educação ultrapassadas

inadequadamente. Assim, reeducar significa o que o indivíduo não assimilou adequadamente

em etapas anteriores. Concebe, também, que a terapia psicomotora é conduzida a indivíduos

com conflitos mais profundos na estruturação associados aos funcionais ou com

desorganização total da harmonia corporal e pessoal.

Consoante Damasceno (1998), em decorrência de a psicomotricidade proporcionar aos

idosos a redescoberta de valores, sentimentos, capacidades, contrariamente a mera repetição

de exercícios, conforma-se como um recurso terapêutico valioso para o trabalho com os

idosos, pois é uma abordagem terapêutica eficaz para intervir no processo do envelhecimento.

Page 23: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Logo, de acordo com Oliveira (2007), a psicomotricidade é um movimento dotado de

sentido, contato, expressão, comunicação, realização de trocas, exploração e modo de

conhecer, que possibilita ao ser humano colocar-se em relação consigo mesmo e com o outro.

Isto é, encerra uma trajetória ampla e crescente, que contribui para que o idoso viva em grupo,

haja vista as atividades coletivas ajudarem a estabelecer contatos sociais, através de técnicas

psicomotoras que proporcionam ao geronto rever sua própria história de vida, não com o

intuito de fazê-lo se arrepender das atitudes tomadas, mas para dá-lo oportunidade de fazer

agora o que não realizara anteriormente.

Então, para melhor compreensão da interligação entre os componentes psíquicos e

motores, faz-se uma breve revisão dos principais sistemas neurais fisiológicos, que controlam

o complexo comportamento psicomotor.

2.2.2. Controle das funções motoras e do comportamento

Sistema piramidal

Em consonância com Bueno (1998), o trato corticoespinhal ou trato piramidal é uma

grande coleção de axônios que viajam entre o córtex cerebral do cérebro e a medula espinhal,

composto principalmente de axônios motores, responsável pelos movimentos voluntários,

controlando a motricidade fina e a elaboração de praxia (ações pensadas e planejadas),

constituindo o componente voluntário da motricidade. Realça, outrossim, que apresenta como

funções: inibir os músculos flexores; dirigir o movimento para um fim (projeção do

movimento); controlar os movimentos distais; e agir no sistema de aprenizagem. Acrescenta,

ainda, que a mielinização do sistema piramidal provoca evolução da motricidade e a

modificação de certos reflexos e que casos de lesões levam a paralisias.

Sistema extrapiramidal

Conforme o autor anteriormente a rede neural localizada no cérebro humano que

integra o sistema motor envolvido na coordenação dos movimentos, podendo ser afetado de

diversas maneiras, manifestadas por uma série de sintomas extrapiramidais, como acinesia

(incapacidade de iniciar o movimento) e acatisia (incapacidade de se manter imóvel).

Segundo Bueno (1998), o sistema extrapiramidal é responsável pelos movimentos

Page 24: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

involuntários, automáticos, regulando o tônus e a postura, cuja motricidade global é

estabelecida pelos mecanismos vestibulares do ouvido interno. Porém, em casos de lesões,

não causam paralisias, e sim, movimentos involuntários espontâneos e alterações do tônus.

Conforme Kingsley (2001) as áreas do cérebro que apresentam maior perda neuronal e

diminuição de volume relacionada à idade são os lobos frontal e temporal e o complexo

amígdala-hipocampal. Ademais, salienta o reconhecimento do importante papel dos neurônios

piramidais do hipocampo no aprendizado e na memória, e que sua perda compromete tais

funções, pois ocorre diminuição devido ao envelhecimento. E, a ocorrência de aumento

significativo na proliferação dos astrócitos e das células microgliais associados à idade. Logo,

essas células gliais têm como alvo os neurônios degenerados, o que comprova o conceito da

perda celular hipocampal. Portanto, o tecido envelhecido pode parecer menos denso, apesar

de poder conter o mesmo número de células, e que o declínio do volume da substância

cinzenta relacionado com a idade pode ser causado pela atrofia neuronal. Mas à medida que

envelhece não perde a maquinaria para o funcionamento, apenas acontece a alteração de sua

capacidade de funcionar normalmente.

Destaca, também, que a redução do volume do cérebro associa-se às alterações da

substância cinzenta e da substância branca, por causa da morte axônica ou da degeneração da

mielina, que é resultante do desuso de colaterais ou da morte celular em si. Inclusive,

evidencia que há maior perda de volume de substância branca que cinzenta com a idade, o que

pode indicar uma perda de neurônios corticais, porque as fibras mielinizadas possuem um

diâmetro muito maior que a dos corpos celulares. Ou seja, a perda da mielina tem papel

relevante no envelhecimento normal, o que explica as diferenças entre o volume de substância

cinzenta e de substância branca. Esse panorama de degeneração da mielina pode causar

diferenças observáveis na velocidade de condução neuronal e dificuldade de processamento

em regiões do córtex cerebral, onde a velocidade é crucial (KINGSLEY, 2001).

Sistema límbico

De acordo com Bueno (1998), o sistema cerebelar é responsável pela harmonia e

equilíbrio interno do movimento, regulando a proprioceptividade inconsciente e recebendo as

informações sensoriais que vêm dos músculos, tendões e articulações, sendo responsável pela

coordenação e amplitude, e movimento. Com o avanço da idade o equilíbrio vai sofrendo

alterações no idoso, provocando o aparecimento de quedas.

Page 25: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Relação motricidade e comportamento emocional

Para Kandel (2008), o estado emocional apresenta várias modificações durante o

decorrer da vida, como prazer, alegria, euforia, desânimo, medo, agonia, raiva, e ansiedade os

quais fazem parte do comportamento emocional de todas as pessoas. Exprime que apesar das

emoções variarem e implicarem muitos processos corporais, não conhece uma explicação

científica precisa do termo emoção.

Segundo Cardoso (2007), as emoções muito fortes podem causar transtornos no

organismo, com o infarto, perda da fala e alterações de comportamento. Ressalta que a

emoção muitas vezes leva a uma situação intrigante, configurada como um momento

inesperado, em reação automática, comandada pela amígdala cortical. E que, em humanos, a

lesão da amígdala faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca o sentido afetivo da

percepção de uma informação vinda de fora, como a visão de uma pessoa conhecida, não

obstante saber quem está vendo, mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questão.

Para Khalsa (2001), a evolução das pesquisas revelou que a amígdala (componente do

sistema límbico) é a principal área de processamento das memórias emocionais.

Conforme Mogan (1985 apud ECKERT, 1993), a motricidade e os fatores

psicológicos estão bem associados, e uma saúde mental positiva está diretamente relacionada

com o sucesso físico. Assim, uma pessoa neurótica, ansiosa, deprimida não é bem sucedida na

motricidade, relativamente a uma pessoa com interesse, habilidade, diposição e entusiamo.

Alguns idosos têm distúrbios secundários de coordenação motora ampla e fina, o que

atrapalha o seu equilíbrio e sua destreza manual. Notadamente, a parte psicológica

correlaciona-se com a parte motora e vice-versa, uma é consequência da outra, uma faz parte

da outra (ALVES, 2008).

Portanto, o presente estudo foi baseado na Bateria Psicomotora (BPM) de Vitor da

Fonseca, e esta, por sua vez, apresenta uma grande relação com os centros nervosos

responsáveis pelo controle das atividades globais. Em virtude dessa relação, apresentar-se-á o

modelo de Luria, o qual mostra a interligação corpo-cérebro.

Page 26: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Significação psiconeurológica dos fatores psicomotores segundo Luria

Segundo Luria (1973 apud FONSECA, 1995), o cérebro humano é composto por

unidades funcionais básicas e cada uma possui uma função particular e peculiar.

Centrado nesse contexto, para Fonseca (2009), a evolução do cérebro, embasado no

filogenético e ontogênico, envolve transições, do mais organizado (medula) ao menos

organizado (córtex); dos centros inferiores mais organizados, aos centros superiores que vão

se organizando pela vida fora; do mais simples ao mais complexo, do mais reflexivo ao mais

voluntário; da protomotricidade à arqueomotricidade; da paleomotricidade à neomotricidade;

e, da sensório-motricidade à psicomotricidade, pressupondo uma organização vertical

ascendente que a organização funcional do cérebro, de acordo com A. R. Luria, resulta da

interação conjunta e hierarquizada de três blocos funcionais, dos quais dependem as funções

que presidem trabalho do cérebro, implicado em todas as formas complexas de

comportamento, nomeadamente na organização psicomotora.

Em consonância com Luria (1988), as formas complexas de comportamento têm

origem social, a partir da qual se desencadeiam processos que elaboram, armazenam e

conservam a informação do mundo exterior e se programam e controlam ações que

materializam intenções, que obedecem a uma organização estruturada, autorregulada e

hierarquizada, o cérebro. Assim, cada processo de comportamento envolve um complexo

sistema funcional, baseado em um plano ou programa de operações, que conduz a um fim

determinado, caracterizado como:

1° bloco: regula o nível de energia e o tônus do córtex, garantindo-lhe uma base

estável para a organização dos vários processos, incluindo o da memória. Localiza-se no

tronco cerebral e, particularmente, na formação reticulada, com a função de seleção,

discriminação e de vigília;

2° bloco: compreende a análise, a codificação e o armazenamento da informação. E

localiza-se nas zonas posteriores do córtex, ou seja, nos lóbulos occipital temporal e parietal,

com funções específicas e hierarquizadas em zonas primárias, secundárias e terciárias, que

compreendem as organizações intraneurossensorial, interneurossensorial e integrada dos

analisadores visuais, auditivos e tátil-quinestésicos;

3° bloco: envolve a formação, a programação, a regulação e a verificação das

condutas. Localiza-se na zona anterior do córtex, isto é, nos lóbulos frontais, com funções de

planificação, de utilização e de execuções de praxias intimamente relacionada com as funções

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do tronco cerebral, nomeadamente, a atenção e a concentração. Nesse sentido, expõe-se a

organização psicomotora em consonância com o modelo psiconeurológico de Luria, no

quadro 1.

Quadro 1- Organização psicomotora de acordo com o modelo psiconeurológico de Luria

Modelo de Luria Fatores Psicomotores da BPM

Primeiro bloco Tonicidade (T); Equilibração (E)

Segundo bloco Lateralização (L); Noção de Corpo (N.C);

Estruturação Espaço-Temporal (E.E.T);

Terceiro bloco Praxia Global (P.G); Praxia Fina (P.F)

Fonte: Fonseca (2009, p. 318).

Acrescenta-se que a primeira unidade entra em ação no desenvolvimento intrauterino,

desempenhando relevante papel durante o parto e nos primeiros processos da maturação

motora; a segunda atua no desenvolvimento extrauterino, com a função de estabelecer uma

transação entre o organismo e o meio; e a terceira depende das duas primeiras, estabelecendo

condutas cada vez mais conscientizadas e corticalizadas.

Nessa perspectiva, destaca-se que a Bateria Psicomotora (BPM) é um modelo

psicomotor que confirma o modelo de organização funcional do cérebro, construído ao longo

de vários anos de experiência clínica, subdividida em sete fatores, distribuídos, segundo o

modelo Luria, da seguinte forma:

Tonicidade

Para Fonseca (1995), a importância da tonicidade reside no fato do tônus muscular

exercer papel fundamental no desenvolvimento motor para garantir as atitudes da postura, das

mímicas e das emoções, de onde emergem todas as atividades motoras humanas.

De acordo com Sanvito (2002), o tônus muscular é a tensão permanente dos músculos,

e que essa atividade contrátil tem por finalidade manter a atitude geral do corpo nas diversas

posições que a atividade lhe impõe (tono postural) e durante a execução de um movimento

(tono de ação ou de acompanhamento). Revela que o tono postural e o de ação dependem

essencialmente de mecanismos reflexos, sendo o reflexo miotático a base do tono muscular.

Page 28: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Que o arco do reflexo miotático é o mais breve de todos porque não apresenta neurônios

internunciais, limitando-se à via aferente que conduz o estímulo até a coluna vertebral pela

raiz superior e nervo periférico, e se dirige ao músculo. Que o estímulo adequado para a

obtenção do reflexo é o estiramento muscular. Logo, o arco reflexo miotático atua como

centros suprassegmentares que podem agir como facilitadores ou inibidores da contração

reflexa tônica, cujas ações produzem a hipertonia ou a hipotonia. Dessa forma, a lesão das

estruturas inibidoras faz predominar a ação das facilitadoras sobre o arco reflexo miotático

gerando um estado de hipertonia, ao passo que surgirão hipotonias sempre que ocorrer lesão

nas estruturas facilitadoras e predomínio das estruturas inibidoras. Exprime, também, que o

tônus muscular divide-se em hipertonia (espasticidade) que pode se manifestar de forma

transitória ou permanente; em numerosos distúrbios médicos, como a rigidez de

descerebração, a rigidez de decorticação, a rigidez dos ateroscleróticos e dos estados

lacunares, as crises tônicas cerebelares, as contraturas observadas nos processos irritativos

meníngeos, no tétano; e em hipotonia que se define pela interrupção do arco reflexo espinal,

que determina a abolição do tono muscular.

Segundo Frontera (2001), a força muscular é a mais importante alteração relacionada à

idade no sistema neuromuscular, que equivale ao declínio da força estática e dinâmica do

músculo, cuja ocorrência nos membros superiores é de cerca de 30%, e nos inferiores em

torno de 40%, em ambos os sexos. Realça que em geral, a diminuição da força começa

durante a terceira década de vida e vai acelerando durante a sexta e sétima décadas. Dessa

forma, a fraqueza muscular pode ser provocada por um declínio na capacidade de ativar a

massa muscular existente, através de uma redução na quantidade de tecido muscular e,

portanto, no número de pontes cruzadas geradoras de forças que interagem entre os filamentos

finos e grossos, por uma diminuição na força desenvolvida por cada ponte cruzada.

Equilíbrio

O corpo humano, com o envelhecimento, sofre alterações funcionais, diminuindo a

vitalidade e resistência, contribuindo para o aparecimento de doenças degenerativas e de

condição crônica, como doenças osteoarticulares e cardiovasculares. Muitos sistemas que

contribuem para o equilíbrio interno , chamado também de homeostase, sofrem com

envelhecimento, porém os sistemas que atuam no equilíbrio humano assumem maior

importância na vida do idoso devido à sua correlação com maior morbimortalidade, devido à

Page 29: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

ocorrência de quedas e consequentes fraturas, que no idoso são de difícil resolução

(KINGSLEY, 2001).

Conforme Fonseca (1995), o equilíbrio consiste no conjunto de aptidões estáticas (sem

movimento) e dinâmicas (com movimento), que abrange o controle postural e o

desenvolvimento das aquisições de locomoção. Sendo que o equilíbrio estático caracteriza-se

pelo tipo de equilíbrio conseguido em determinada posição, ou de apresentar a capacidade de

manter certa postura sobre uma base, enquanto o dinâmico atribui-se ao corpo em movimento,

que determina sucessivas alterações da base de sustentação.

Outrossim, Neto (2002) destaca que o equilíbrio é a base primordial de toda ação

diferenciada dos segmentos corporais. Quanto mais defeituoso é o movimento, mais energia

consome, o qual esse gasto energético pode ser canalizado para outros trabalhos musculares.

A postura é a atividade reflexa do corpo com relação ao espaço. O equilíbrio é um estado de

um corpo quando forças distintas que atuam sobre ele se compensam e anulam-se

mutuamente. Do ponto de vista biológico, a possibilidade de manter postura, posições e

atitudes, indica a existência do equilíbrio.

Lateralidade

Consoante Neto (2002), a lateralidade traduz-se pelo estabelecimento da dominância

lateral da mão, olho e pé, do mesmo lado do corpo, ou seja, a lateralidade corporal se refere

ao espaço interno do indivíduo, capacitando-o a utilizar um lado do corpo com maior

desembaraço. Ou seja, a lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes simétricas

do corpo: mão, olho, ouvido, perna. Assim, a lateralidade está em função de um predomínio

que outorga a um dos dois hemisférios a iniciativa da organização do ato motor, o qual

desembocará na aprendizagem e na consolidação das praxias.

Conforme Fonseca (1995), em geral, acontece confusão de lateralidade relativamente à

noção de direita e esquerda, envolvida com o esquema corporal. Dessa forma, a criança pode

ter lateralidade adquirida, sem saber qual é o seu lado direito e esquerdo, ou vice-versa. No

entanto, todos os fatores estão intimamente ligados, e quando a lateralidade não está bem

definida, é comum ocorrerem problemas na orientação espacial, dificuldade na discriminação

e na diferenciação entre os lados do corpo e a incapacidade de seguir a direção gráfica.

Acrescenta-se, ainda, que a lateralidade manual surge no fim do primeiro ano de vida, mas

somente se estabelece fisicamente por volta dos quatro ou cinco anos.

Page 30: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Noção corporal

De acordo com Neto (2002), a formação do "eu", isto é, da personalidade, compreende

o desenvolvimento da noção ou esquema corporal, através do qual a criança toma consciência

de seu corpo e das possibilidades de expressar-se por seu intermédio. Esse fator resume

dialeticamente a totalidade do potencial de aprendizagem, não só por envolver um processo

perceptivo polissensorial complexo, como também, por integrar e reter a síntese das atitudes

afetivas vividas e experimentadas. A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio

que, como núcleo central da personalidade, se organiza em um contexto de relações mútuas

do organismo e do meio.

Estruturação espaço-temporal

Para Fonseca (1995), a estruturação espaço-temporal é a organização funcional da

lateralidade e da noção corporal, uma vez que é necessário desenvolver a conscientização

espacial interna do corpo antes de projetar o referencial somatognósico no espaço exterior.

Sendo assim, emerge da motricidade, da relação com os objetivos localizados no espaço e da

posição relativa que ocupa o corpo, isto é, conforme as múltiplas relações integradas da

tonicidade, do equilíbrio, da lateralidade e do esquema corporal. Logo, a estruturação

espacial leva a tomada de consciência pela criança, da situação de seu próprio corpo em um

determinado meio ambiente, permitindo-lhe conscientizar-se do lugar e da orientação no

espaço que pode ter em relação às pessoas e às coisas.

Conforme o mesmo autor, a noção de espaço é ambivalente, pois ao mesmo tempo é

concreta e abstrata, e finita e infinita. Envolve tanto o espaço do corpo, diretamente acessível,

como o espaço que rodeia. Configura-se como finito quando é familiar, mas que se estende ao

infinito, ao universo, e desvanece-se no tempo. Por conseguinte, a organização espacial

depende, ao mesmo tempo, da estrutura do próprio corpo (anatômica, biomecânica,

fisiológica, etc...) da natureza do meio que rodeia e de suas características. Dessa forma,

designa a habilidade para avaliar com precisão a relação física entre o corpo e o ambiente, e

para efetuar as modificações no curso dos deslocamentos. Assim, a evolução da noção

espacial destaca a existência de duas etapas: uma ligada à percepção imediata do ambiente,

caracterizada pelo espaço perceptivo ou sensório-motor, e a outra baseada nas operações

mentais que saem do espaço representativo e intelectual.

Page 31: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Com base nesse cenário, ressalta que o tempo é, antes de tudo, memória, pois na

medida em que desenvolve a leitura o tempo passa. Logo, a ordem (sucessão que existe entre

os acontecimentos que se produzem, uns sendo a continuação de outros, em uma ordem física

irreversível) e a duração (separação do intervalo que separa dois pontos, ou seja, o princípio e

fim de um acontecimento) são os dois grandes componentes da organização temporal, a qual

inclui uma dimensão lógica (conhecimento da ordem e da duração, acontecimentos se

sucedem com intervalos), uma dimensão convencional (sistema cultual de referências, horas,

dias, semanas, meses e anos) e um aspecto de vivência que surge antes dos outros dois

(percepção e memória da sucessão e da duração dos acontecimentos na ausência de elementos

lógicos ou convencionais). Dessa maneira, a consciência do tempo se estrutura sobre as

mudanças percebidas, independente de ser sucessão ou duração, a retenção está vinculada à

memória e a codificação da informação contida nos acontecimentos. Portanto, os aspectos

relacionados à percepção do tempo evoluem e amadurecem com a idade (NETO, 2002).

Praxia global

Conforme ainda com o referido autor, em função de praxia ser definida como a

capacidade de realizar a movimentação voluntária pré-estabelecida, como forma de alcançar

um objetivo, praxia global relaciona-se com a realização e a automação dos movimentos

globais complexos, que se desenrolam num determinado tempo e exigem a atividade conjunta

de vários grupos musculares. Tal contexto denota que o movimento motor global, mesmo o

mais simples, é um movimento sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial, temporal, e

assim por diante. Enfatiza que esses movimentos desempenham um importante papel na

melhora dos comandos nervosos e no afinamento das sensações e percepções. Logo, o que

torna educativo na atividade motora é o controle de si mesmo, o qual é obtido pela qualidade

do movimento executado, pois a precisão e da maestria de sua execução. A perfeição

progressiva do ato motor implica um funcionamento global dos mecanismos reguladores de

equilíbrio e da altitude.

Praxia fina

Já a praxia fina compreende todas as tarefas motoras finas, associadas à função de

coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção e, durante a fixação da

atenção e manipulação de objetos que requerem controle visual. Além de abranger as funções

de programação, regulação e verificação das atividades apreensivas e manipulativas mais

Page 32: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

finas e complexas. A coordenação visomanual representa a atividade mais frequente e mais

comum no homem, a qual atua para pegar um objeto e lançá-lo para escrever, desenhar,

pintar, recortar e outros. Para a coordenação desses atos, é necessária a participação de

diferentes centros nervosos motores e sensoriais que se traduzem pela organização de

programas motores e pela intervenção de diversas sensações oriundas dos receptores

sensoriais, articulares e cutâneos do membro referido. O córtex pré-central correspondente à

motricidade fina, encerra papel fundamental no controle dos movimentos isolados das mão e

dos dedos para pegar o alimento. A coordenação visuomotora é um processo de ação em que

existe coincidência entre o ato motor e uma estimulação visual percebida (NETO, 2002).

Com base nos mecanismos levantados, salienta-se, em conformidade com Oliveira

(2010), que o estudo sobre psicomotricidade em idoso decorre da busca de possibilitar que o

geronto reconheça a importância e a presença do corpo, não somente durante a infância, mas,

outrossim, ao longo de toda a existência, uma vez que o corpo exerce papel relevante no

desenvolvimento, na formação da pessoa, na aquisição dos processos cognitivos e na função

de mediador na relação com o outro e com o mundo. Ademais, destaca os fatores, como

pulsão, movimento, processo adaptativo e afeto, como influentes e até determinantes no modo

de ser, atuar, agir e sentir. E, por estarem vinculados a uma ação cortical, acredita que ao

mobilizá-los por meio de atividades psicomotoras, estão igualmente agindo sobre áreas que,

embora já não atuem tão bem como na infância, estarão presentes e serão decisivos para a

manutenção da integridade da pessoa humana em idade avançada. Portanto, reconhece que o

movimento corporal é capaz de despertar também nos idosos, emoções, como desejos,

prazeres e potencialidades antes esquecidas ou adormecidas, proporcionando-lhes o

rejuvenescimento, ensejando a alegria e a agilidade nos corpos.

Nesse sentido, enfatiza-se a relevância da proposição de atividades que ajudem o idoso

a superar as dificuldades no corpo, com a finalidade de permitir que o mesmo se sinta cada

vez mais dentro de sua própria pele . Por conseguinte, deve-se oferecer ao corpo melhor

qualidade de vida, resgatando o prazer lúdico por meio dos movimentos, possibilitando seu

conhecimento e a procura da harmonização em relação a si e ao mundo exterior, com o

objetivo de retardar o envelhecimento e conservar ao máximo a autonomia dos idosos.

Dessa forma, na concepção de Fonseca (2004), as atividades psicomotoras buscam

contrariar a retrogênese psicomotora, o comprometimento motor, o embaçamento cognitivo e

o endurecimento psíquico do idoso, e ressignificar o corpo do idoso, tornando-o um meio de

se reapropriar da vida, o que contribui para restaurar a autonomia corporal, com a finalidade

Page 33: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

de sentir mais prazer e, consequentemente, ter uma vida mais saudável. Para tanto, deve

seguir as seguintes condutas básicas:

1) atividades físicas que favoreçam o equilíbrio, marcha e a escuta de si (vivências

psicomotoras, hidroterapia);

2) atividades que propicie ao idoso a livre iniciativa para explorar seu potencial criativo e

trabalhar relações interpessoais (movimentos de conscientização corporal, voltar para

si mesmo a partir da exploração do espaço, contatos com seu próprio corpo, criando

movimentos de acordo com suas possibilidades e contactar o corpo e demais

indivíduos de seu relacionamento, como a dança, ao som de diversos ritmos;

3) atividades que promovam oportunidades de autodescoberta e de valorização de sua

vivência e de suas experiências, ou seja, proporcionar ao idoso condição de falar sobre

si mesmo, dos projetos de vida, dos desejos e de poder representá-los com os

movimentos corporais, como teatro, dramatizações, entre outras.

2.3 Gerontopsicomotricidade

De acordo com Neri (2001), o termo gerontologia foi usado pela primeira vez em

1903, por Metchnicoff que a compôs a partir do grego, sendo que gero significa velho e logia,

estudo, e que esse campo teria crescente importância no decorrer do século XX, em virtude

dos ganhos em longevidade para os indivíduos e as populações provocados pelos avanços das

ciências naturais e da medicina. Ou seja, a gerontologia consiste na ciência que se propõe

estudar o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social.

Contudo, somente na década de 1930, em Londres, a gerontologia conformou uma abordagem

específica aos idosos no controle de doenças crônicas. Salienta que o Russo Metchinikoff, em

seu tratado, correlacionava a velhice como um tipo de autointoxicação, referindo-se pela

primeira vez a palavra gerontologia, e que o geriatra americano Nascher, nascido em Viena,

criou o termo geriatria, como um ramo da medicina que trata das doenças que pode acometer

os idosos.

Dessa forma, compreende-se que a gerontologia como ciência ampla, inter-relacionada

com a geriatria e a gerontologia social, trarão contribuições para o esclarecimento de um

conjunto de disciplinas científicas, onde os paradigmas e as teorias sobre o idoso e os

fenômenos da velhice, e dos envelhecimentos serão alavancados através da contribuição

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educacional da interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade,

decodificando o estudo dos idosos para uma intervenção eficaz.

Nessa perspectiva, Hayflick (1997) ressalta que a dificuldade em estruturar e definir o

termo e a ação em gerontologia decorreu de razões diversificadas e inexoravelmente

resultantes do contra posto de três fenômenos. Primeiro, porque os modernos cientistas

relutavam contra as vontades internas, ao inserir-se no campo onde se encontra os charlatães e

praticantes de magias negras, e, os com renome que não queriam arriscar sua reputação

profissional. Segundo, que a negligência com a biogerontologia decorreu da ausência de base

concreta e fundamento teórico, para a implementação de um planejamento instrumental

adequado, pois poucos cientistas se dispuseram a incorporar-se a esse campo de estudo. E, o

terceiro que explica que a biogerontologia foi relegada a um segundo plano pelos biologistas,

em virtude da pequena quantidade de investimento destinada à pesquisa. Assim, o progresso

ocorreu graças à identificação das pesquisas como a biologia, porém dentro de um contexto

gerontológico. Outrossim, evidencia que a essas razões, soma-se a mais importante, que é a

incapacidade de mensurar o fenômeno do envelhecimento, na medida em que reconhece que é

fácil perceber características exclusivas do ser idoso, como rugas, calvície, redução de

capacidade de trabalho e resistências, porém integra também esse fenômeno fatores genéticos,

ambientais, culturais e psicológicos, os quais são mais difíceis de verificação. Sendo assim,

nota que duas pessoas idosas podem não envelhecer da mesma forma. Logo, é um desafio

avaliar a idade biológica , perante a existência das variáveis individuais que independe da

idade.

Nesse sentido, destaca-se que diante da realidade dos estudos sobre o envelhecimento

populacional, a meta da gerontologia, como uma ciência, não é contribuir somente para o

prolongamento da vida, mas, sobretudo, priorizar a manutenção da capacidade funcional do

idoso, disponibilizando recursos e condições para sua autonomia e realizações pelo maior

tempo possível.

Dessa forma, conforme Loureiro (2000), a gerontologia é o campo multidisciplinar

que visa à descrição e a explicação das mudanças típicas do processo de envelhecimento e de

seus determinantes genético-biológico, psicológico e sociocultural. Isto é, o idoso pode ter

hábitos arraigados, o que significa que a intensa experiência de vida pode torná-lo adaptável à

vivência de novas situações, cujas adaptações, a experiência acumulada podem ser valiosas.

Exprime, ainda, que essa potencialidade do humano em adaptar-se a novas situações, faz da

gerontologia uma ciência com um campo extenso a ser explorado para inovações a favor da

qualidade de vida do idoso, um viver melhor na velhice.

Page 35: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Para Neri (2002), a gerontologia também comporta interfaces com áreas profissionais,

dentre as quais se destacam a clínica médica, a psiquiatria, a geriatria, a fisioterapia, a

enfermagem, o serviço social, o direito, a psicologia clínica e a psicologia educacional, pois

derivam soluções para problemas individuais e sociais, novas tecnologias, evidências e

hipótese para a pesquisa. Dessa forma, assevera que a gerontologia é um campo

multiprofissional e multidisciplinar. Acrescenta que a gerontologia, como estudo

multidisciplinar, por entender a complexidade do ser humano, exige a análise do campo como

se fosse uma constelação pela sua amplitude para estudá-la e, por conseguinte, sua

interpretação necessita de multiprofissionais para entender e interpretar em que contexto o

cidadão está inserido, exaltando as transformações humanas no seu desenvolvimento e no seu

tempo bio-psico histórico e cultural.

Sendo assim, constata-se que uma das características essenciais para a construção e

normatização da gerontologia é a construção de um projeto pedagógico interdisciplinar, que

valorize a participação de diferentes áreas do saber para a construção do conhecimento e do

objeto de estudo em gerontologia, que é o ser humano idoso.

Nesse sentido, Fonseca (2009) nota que a evolução humana encerra em si um conceito

de mudança e de adaptabilidade, por revelar que cada vertebrado, incluindo o Homo Sapiens,

possui características neuroanatômicas expressas pela sua relação com o envolvimento e sua

capacidade de utilização dos recursos ecológicos. Logo, com o objetivo de provocar que o

homem conheça a si próprio e reconheça o seu lugar na natureza, a literatura avançada

disponibiliza estudos antropológicos comparativos, nos quais as estruturas esqueléticas das

espécies fósseis e das espécies vivas assumem relevância inferencial para a compreensão do

desenvolvimento filogenético progressivo. Nessa perspectiva, enfatiza que a evolução do

cérebro, no seu todo filogenético e ontogenético, como o órgão mais orgânico do organismo,

envolve uma passagem do mais organizado (medula) ao menos organizado, e aos centros

superiores que se vão organizando pela vida afora; do mais simples ao mais complexo; do

mais reflexo ao mais automático; do mais automático ao mais voluntário, pressupondo,

consequentemente, uma organização vertical ascendente. Todavia, sem embargo compreender

que nenhuma teoria conseguiu, até os dias atuais, explicar todas as características da evolução

reconhece que o cérebro a traduz na sua essência intrínseca e extrínseca, devido às alterações

e à modificação da função de sistemas antigos, desenvolvendo-os e transformando-os em

novos sistemas.

Dessa forma, com a evolução da protomotricidade à arquimotricidade, o cérebro

humano adquiriu novas propriedades e funções, como a motricidade, não como mera

Page 36: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

adaptação, pois o cérebro humano captou informação, integrou formação e formatou

transformação. Tal cenário expressa que a impressionante dominância da espécie humana está

inexoravelmente relacionada com a neomotricidade (psicomotricidade), de onde surge a ação

como verdadeiro produto final de uma organização central do cérebro. Logo, o

desenvolvimento humano é, consequentemente, um processo contínuo, iniciado na concepção

e seguido por metamorfoses sequencializadas e faseadas até a morte, de tal forma que cada

estágio apresenta um determinado nível de maturidade.

No entanto, em consonância com Connolly & Bruner (2008), a imaturidade é

intrínseca à espécie humana, devido ao processo adaptativo, uma vez que a mesma não

depende, em geral, de padrões genéticos herdados, mas sim de condições de aprendizagem.

Essa performance indica que a evolução humana contém uma reorganização desde o

nascimento até à morte, desde a criança ao adulto e desde o adulto ao idoso.

Nesse sentido, evidencia-se que no geronto e em todas as manifestações do

comportamento, como motoras, perceptivas, cognitivas ou socioemocionais, involução,

geneticamente programada, ocorrerá do córtex à medula, do mais complexo ao mais simples,

e do mais voluntário ao mais automático. Destarte, reconhece-se que as grandes mudanças da

infância à adolescência, e da vida adulta à velhice são inevitáveis, pois atingem todas as áreas

do comportamento humano e, naturalmente, da psicomotricidade. Outrossim, que os últimos

estágios do desenvolvimento são também controlados por mecanismos regulatórios

epigenéticos que afetam tanto as estruturas como as funções do cérebro.

Para Levin (2009), esse cenário não se configura como condicionante rígido e

infalível, na medida em que não se poder equacionar pré-determinismos, tendo em vista que a

idade cronológica não é sinônimo da idade biológica, pois esta é diferenciada em vários

órgãos, uma vez que a retogênese das funções não ocorre ao mesmo tempo em todos os

órgãos e sistemas. Logo, a barreira da longevidade passa a depender mais de doenças do que

da diminuição gradual das funções, devido à diminuição está inscrita no código genético.

Com base nesse panorama, Levin (2009) sugeriu quatro eras para o desenvolvimento

humano: criança e adolescente (0 a 22 anos), adulto recente (17 a 45 anos), adulto médio (40 a

45 anos) e adulto avançado (60 anos até a morte) e especificou para cada uma, qualidades

psicossomáticas distintas e próprias, porque ao conceber o desenvolvimento como um

processo contínuo, entende que a noção de espaço e de tempo deve dar lugar à ideia de

períodos qualitativamente diferentes.

Essa configuração, segundo Fonseca (2009), explicita que a velhice envolve um

processo fisiológico (senescência) e um processo metabólico (senilidade), inscritos no pool

Page 37: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

genético peculiar de cada indivíduo, pois envelhecer é viver e viver é mexer. Portanto,

reconhece como singular o uso do adágio mens sana in corpore sano que se aplica para

urgência de programas de prevenções e de reabilitação psicomotora, daí a relevância do

estudo sobre os fatores psicomotores em indivíduos idosos.

Sendo assim, o envelhecimento impõe disfunções e desintegrações que variam de

indivíduo para indivíduo, mas seguindo sempre um processo de involução universal.

Ademais, Stiles (2000) acrescenta que a concentração e a planificação mental (mental

tracking), a inflexibilidade mental, a lentidão dos comportamentos, as perturbações de

memória de curto termo e a redução modificabilidade da aprendizagem, bem como a restrição

na abstração e na conceitualização, evocam necessariamente a desintegração de sistemas e de

centros funcionais.

Nesse sentido, concorda-se com Fonseca (2009), que por ser o envelhecimento

inevitável, constitui uma etapa da vida que é preciso estudar, e que exige adaptação, pois

encerra um conjunto de modificações somáticas, psíquicas, afetivas e psicomotoras, que

podem conduzir a atitudes ambíguas, as autodesvalorizações, resignações profundas, reações

emocionais e comportamentos regressivos, que urgem combater com medidas rebilitativas

ativas e dinâmicas. Ressalta, ainda, que a psicomotricidade pode exercer um efeito

preventivo, conservando uma tonicidade funcional, um controle postural flexível, uma boa

imagem do corpo, uma organização espacial e temporal plástica, uma integração e

prolongamento de praxias ideomotoras, perfeitamente adaptada às necessidades funcionais

específicas do idoso, escapando à imobilidade, à passividade, ao isolamento, à solidão, à

depressão, à dependência, à institucionalização e à segregação, proporcionando, então, à fase

terminal da vida, a dignidade merecida.

2.4 Sistema psicomotor humano

Conforme Stiles (2000), a perda de células nervosas e de fluidos neurotransmissores,

no envelhecimento, é um fato comprovado, mas não a relação desta perda com a redução das

funções mentais. Isto significa que a senilidade (um estado de decrepitude física ou mental)

não é uma consequência natural do envelhecimento, mas sim, fruto de alguma alteração

orgânica específica que provoca algum estado mórbido. Portanto, o cérebro, apesar de sofrer

ao longo do tempo um processo de envelhecimento, é capaz de manter até o fim da vida as

funções vitais que dele dependem.

Page 38: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Nesse sentido, percebe-se que a plasticidade não é transitória (isto é, ativa apenas na

idade do desenvolvimento), nem é somente reativa (estimulada na ocorrência de perdas

devidas a danos cerebrais), e nem apenas auxiliar ou compensatória (como se fosse apenas um

processo não essencial ao próprio desenvolvimento do cérebro).

De acordo com Stiles (2000), não obstante a maior complexidade do cérebro maduro

limitar a extensão de sua capacidade plástica, ela persiste ao longo da vida toda, não excluído

o período da velhice. Inclusive, a ciência confirma o que historicamente as tradições médicas

reconheciam, de que é sempre tempo de prevenir doenças e recuperar funções perdidas, como

estimular e ensinar o cérebro, através de incentivos apropriados, para que o mesmo descubra

novos caminhos eficientes de funcionamento, dos já possuídos ou do que aqueles que já

perderam, por efeito de acidentes e incidentes durante a vida.

Em conformidade com Machado (2006), a plasticidade neural consiste na capacidade

do cérebro desenvolver novas conexões sinápticas entre os neurônios, a partir da experiência e

do comportamento do indivíduo, isto é, de determinados estímulos, de mudanças na

organização e da localização dos processos de informação. Realça que a plasticidade

possibilita a apreensão de novos comportamentos, o que torna o desenvolvimento humano um

ato contínuo, e concebe que esse fenômeno parte do princípio de que o cérebro não é

imutável, devido à plasticidade neural permitir que uma determinada função do Sistema

Nervoso Central (SNC) possa ser desenvolvida em outro local do cérebro, como resultado da

aprendizagem e do treinamento.

Nessa perspectiva, Polit (1995) diz que um processo plástico pode significar e adaptar-

se imediatamente às alterações nas circunstâncias externas, e também conformar-se como a

base de todo o controle neural. Destarte, dentro da variação normal de função, o controle de

movimento depende da resposta contínua no sistema nervoso às informações que recebe a

respeito do estado do organismo e do mundo exterior, e que o ajuste resultante aos padrões

motores, combinada especificidade com velocidade, requer um grau de flexibilidade no

funcionamento nos tecidos neurais e musculares. Assim, os axônios motores lesados no

interior da medula espinhal não se regeneram, ocasionando deficiência motora permanente,

enquanto os axônios lesados em um nervo periférico crescem com facilidade, porém

indiscriminadamente, limitando a utilidade dos músculos reenervados.

Dessa maneira, reconhece-se que a grande parte dos procedimentos usados em

fisioterapias explora a plasticidade inerente do encéfalo e dos músculos, para maximizar a

reabilitação.

Page 39: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Ademais, Polit (1995) patenteia que a plasticidade no adulto corre em resposta a uso

muscular e desempenha um papel na função do Sistema Nervoso Central (SNC), com relação

ao aprendizado e à memória. Que a plasticidade do sistema nervoso é claramente necessária

para o aprendizado e para a memória, por isso, muitas pesquisas direcionam-se para encontrar

os locais e os processos subjacentes a essas funções no encéfalo, como o hipocampo, que é

parte antiga em termos filogenéticos do córtex cerebral que produz uma amnésia marcante

quando danificado. Contudo, realça que esse déficit é limitado, para ser possível a

recompilação consciente de informações e eventos factuais, pois os pacientes retém a

capacidade de aprender novas habilidades motoras e cognitivas, que são lembradas

inconscientemente. E, que há acúmulo de evidências de outras partes do encéfalo, em especial

as relacionadas com a função motora, que medeiam as habilidades motoras de aprendizado e

memória

Em consonância com Salmon e Butters (1995), o encéfalo e os núcleos da base têm

papéis importantes na sincronização e no sequenciamento das partes do programa de

aprendizado motor, em virtude do córtex motor está implicado como local de aprendizado

motor. A medula espinhal também pode mediar as alterações plásticas relevantes para a

aquisição de habilidades motoras, pois o reflexo miotático da medula espinhal altera-se em

resposta ao treinamento motor direcionado para a compensação e é mantido

independentemente das influências supraespinhais. Acrescenta que em decorrência de todas as

estruturas do SNC serem relacionadas com a função motora, sofrem alterações plásticas

durante o aprendizado de habilidades motoras.

Segundo Schneider (1999), o método terapêutico Self-Healing criado por Meir

Schneider aponta caminhos para a estimulação cerebral com intenção de manutenção e

recuperação da saúde, como a percepção cinestésica corporal pelo movimento (ativo e

passivo), a massagem focada nas partes do corpo e a visualização (imaginação) do

movimento, e alerta para o fato de que não se pode conhecer o corpo pelo intelecto, pois este

é apenas um conhecimento externo sobre o corpo, qualquer que seja a teoria utilizada para

analisá-lo. Ao contrário, evidencia que o verdadeiro conhecimento do corpo se dá pela

percepção cinestésica (sensação do movimento) do próprio corpo, porque mover é sentir e

sentir é saber, e da percepção sensorial do movimento (interno ou externo) de uma parte do

corpo, que desperta o cérebro para que atue sobre a mesma, registrando sua existência e sua

presença nas condições atuais, comparando-as com as que a memória e experiência anterior já

possuíam a respeito dessa mesma parte do corpo. Destaca que a melhor maneira para

explicitar esse mecanismo é movimentar-se de modos não habituais, pois desta forma, retira

Page 40: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

uma carga em excesso sobre algumas partes do corpo que ficam em atividades rotineiras

(gerando insensibilidade) e permite a outros nervos e músculos que não eram ativados

começarem ou voltarem a funcionar.

Por conseguinte, para Herbozo (2009), ocorre diminuição nos circuitos neuronais

quando os neurônios se fazem menores, o que redunda na redução do número de sinapses.

Contudo, revela que embora a reduzida conectividade corresponda a uma redução da

plasticidade, não implica uma diminuição da capacidade cognitiva. Pelo contrário, resulta que

a aquisição de novas perícias, como a poda de algumas ligações, reforça outras, o que

manifesta que as pessoas continuam a aprendizagem ao longo da vida.

2.5 Atividade e bem-estar psicológico na maturidade

De acordo com Deps (2002), o conceito de envelhecimento bem sucedido, ainda

encontra-se em construção, por compreendê-lo como um nível relativamente elevado de saúde

física, bem-estar psicológico e competência em adaptação.

Por outro lado, o bem-estar emocional ou psicológico, segundo Lee e Ishi-Kuntz

(1988), refere-se ao estado da mente, incluindo sentimento de felicidade, contentamento e

satisfação com as condições da própria vida.

Moragas (1997) adendam que o conceito de envelhecimento bem-sucedido é

multidimensional, compreendendo envolvimento sustentado em atividades produtivas e

sociais, a manutenção de funções físicas e cognitivas elevadas e a prevenção de doenças e

debilidade. Portanto para um envelhecimento bem-sucedido, os adultos precisam não somente

ser fisicamente ativos, mas também social, intelectual, cultural e (para muitos),

espiritualmente ativos. Logo, os desafios para os profissionais no novo milênio assentam-se

na aprendizagem e na integração da atividade física no contexto social, cultural e econômico

do envelhecimento ativo como um todo.

Sendo assim, consoante Cohen e Wills (1985), para o modelo de contingências de

autopercepção e autoavaliação, o estresse ocorre quando alguém avalia uma situação ou

evento de vida como ameaçador, ou quando sente não possuir as habilidades esperadas e

apropriadas para enfrentar as pressões. Nessa perspectiva, ressaltam que a autopercepção de

pessoas idosas que não conseguem lidar independentemente com eventos negativos, pode

exacerbar o potencial de dano de uma situação avaliada como altamente estressante. Dessa

forma, entende que autopercepção baixa intervém diretamente na experiência de estresse, o

Page 41: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

que tende redundar em fracasso e, consequentemente, em fortalecimento do sentimento de

incompetência já existente.

Todavia, contrariamente, Deps (2002) salienta que o desempenho de atividades e o

suporte social podem contribuir para reforçar o sentimento de valor pessoal, e que o

autoconceito e a autoeficácia facilitam o manejo das situações estressantes, com as quais os

idosos se deparam em decorrência do declínio de suas forças físicas e de perdas pessoais e

financeiras.

Com vista esclarecer essa configuração, Fry (1989) evidencia que autoeficácia

consiste na competência percebida em habilidades interpessoais e de comunicação, enquanto

aspectos importantes dos recursos pessoais.

Com base nesse cenário, compreende-se que com empenho pode-se governar

acontecimentos, gerando o efeito almejado. E, Bandura (citado por Vazquez, 2005),

reconhece que a autoeficácia requer não apenas habilidades, mas também força de vontade em

acreditar na capacidade de exercer uma determinada conduta, como elo entre o saber e o

fazer, ou seja, referente às crenças que o individuo possui sobre seu valor e suas

potencialidades. Enfatiza-se, ainda que, na prática clínica, ao valorizar a autoeficácia, o

sujeito pode progredir no tratamento de determinado transtorno, como também, sujeitos com

baixo grau de autoeficácia podem apresentar uma demora maior de resposta.

Por conseguinte, em consonância com Monteiro (2002), a afetividade é um estado

psicológico do ser humano que pode ou não ser modificado a partir das situações, pois falar

em afetividade é falar da alma, da psique, do coração, do amor, do ódio, da inveja, da culpa,

etc, isto é, emoções originais que organizam as ações e possibilitam as identificações.

Exprime, outrossim, que essa performance pode ocorrer com as mulheres, ao abandonar as

dinâmicas masculinas articuladas ao poder e a assertividade, vivendo-as através do parceiro. E

que, após a maturidade e na velhice, pode mais facilmente voltar-se para a interioridade e

vivenciar maior fidelidade interna, expondo que a intimidade é o poder de se revelar como se

é, como ser aceito, de estar em contato direto com a realidade e com a do outro, sem

julgamentos. Contudo, realça que a intimidade se inicia com o próprio eu, com o corpo,

respiração, coração, pele, com sensações. E que, ao contrário, solitude é a capacidade de ficar

só, de conviver consigo mesmo como uma companhia agradável, de experimentar o eu, ou

seja, conformar-se em ver o processo de abertura para o eu, de aprender a fazer companhia a

si próprio e a não necessitar do outro para existir, o que é diferente do desejar a companhia de

alguém. Portanto, intimidade é a sensação de estar junto e de estar com o outro, implicando na

confiabilidade, no poder de acreditar, entregar-se ao outro, sentir que há uma base para ser e

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seguir sendo o que é e se vivencia.

Nessa perspectiva, reconhece-se que a aptidão mental proporciona consciência e

oportunidade para trabalhar os estímulos externos e internos em função da relevância dos

meios de comunicação para manipular os desejos e as crenças dos indivíduos. Dessa forma,

acredita-se que algumas pessoas têm a necessidade de aprofundar o estudo dessa temática no

sentido de investigar os processos de aprendizagem, por meio de valorização da inteligência

humana, com a melhora do bem-estar mental e, consequentemente, da qualidade de vida.

2.6 Qualidade de vida

Conforme Santos (2002), diante da realidade inquestionável de transformações

demográficas iniciadas no último século, que redundou em uma população cada vez mais

envelhecida, evidencia a importância de garantir aos idosos não só uma sobrevida maior, mas

também uma melhor qualidade de vida.

Assim, para Velarde (2002), o conceito de qualidade de vida relaciona-se à autoestima

e ao bem-estar pessoal, e abrange uma série de aspectos, como a capacidade funcional, o nível

socioeconômico, o estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o

autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os valores culturais, éticos e a

religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou com atividades diárias e o

ambiente em que se vive.

Segundo WHOQOL GROUP (1998b), o instrumental questionário WHOQOL-Bref é

utilizado para avaliar a qualidade de vida, baseado em pressupostos de que qualidade de vida

é um construto subjetivo (percepção do indivíduo em questão), multidimensional e composto

por dimensões positivas (mobilidade) e negativas (dor), o qual desenvolve um desempenho

psicométrico com praticidade de uso o que lhe coloca como uma alternativa útil para ser

usado em estudos que se propõe a avaliar qualidade de vida no Brasil. O referido questionário

consta de 26 questões, sendo duas questões gerais e as demais 24 representam cada uma,

facetas que compõem o instrumento original, o que manifesta que o WHOQOL-Bref (Anexo-

A), é composto por seis domínios, físico, psicológico, nível de independência, relações

sociais, meio-ambiente e espiritualidade/religião/crenças pessoais. Outrossim, enfatiza que o

questionário para ser realizado deve seguir como orientações: o indivíduo deve ser

adequadamente informado sobre o objetivo da aplicação do instrumento, o modo de aplicação

e o destino dos dados obtidos, e deve sentir-se à vontade para esclarecer quaisquer dúvidas ao

longo da aplicação; uma vez que o paciente concorde em responder, é fundamental a obtenção

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do consentimento informado (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - Apêndice A);

deve-se buscar uma situação de privacidade, ou seja, o paciente não deve responder o

instrumento acompanhado de familiares, cônjuge ou companheiro de quarto; o instrumento

deve ser respondido em somente um encontro; e o preenchimento da folha de dados

demográficos deve ser realizado pelo entrevistador.

Acrescenta, ainda, que o questionário a princípio é de autorresposta, cujo entrevistador

não deve influenciar o paciente na escolha da resposta, e não deve discutir as questões ou o

significado destas, nem da escala de respostas. E que, em caso de dúvida, o entrevistador deve

apenas reler a questão de forma pausada para o paciente, evitando dar sinônimos às palavras

das perguntas e insistir que é importante a interpretação do paciente da pergunta proposta. E,

em casos de impossibilidade (analfabetismo, deficiência visual importante, falta de condição

clínica) o instrumento pode ser aplicado pelo entrevistador, devendo ser redobrado esforços

para evitar a influência sobre as respostas do indivíduo. Ao término do questionário, deve-se

verificar se o paciente não deixou nenhuma questão sem resposta e se marcou somente uma

alternativa por questão.

Nessa perspectiva, ressalta-se que o conceito de qualidade de vida pode variar de autor

para autor, por ser um conceito subjetivo, dependente do nível sociocultural, da faixa etária e

das aspirações pessoais do indivíduo. Com base nesse contexto, percebe-se a necessidade de

implementação de ações que objetivam melhorar a qualidade de vida do idoso, considerando

as magnitudes e as diferenças de cada grupo sobre os valores internalizados.

Em consonância com o Diário Oficial de 13/12/99 (seção 1, p. 21), no item promoção

do envelhecimento saudável, o então Ministro José Serra menciona que (...) entre os hábitos

saudáveis, deverão ser destacados, por exemplo, a alimentação adequada e balanceada; a

prática regular de exercícios físicos; a convivência social estimulante; e a busca em qualquer

fase da vida, de uma atividade ocupacional prazerosa e de mecanismos de atenuação do

estresse (...) .

Sendo assim, considera-se imprescindível oferecer ao idoso um espaço adequado, com

profissionais experientes, ampliando sua qualidade de vida, pois para esse indivíduo as

transformações ocorreram de forma agradável e consciente.

Portanto, a atividade física é um recurso importante para a melhoria da autoestima dos

idosos, pois as mudanças no corpo resultantes da atividade física alteram positivamente a

imagem corporal, possibilitando que os idosos adquiram maior independência e sintam-se

capazes de realizar atividades que anteriormente não realizavam; o requerimento de

alimentação balanceada (com pouca gordura, carboidratos e proteínas), o desejo de

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companhia de familiares e amigos. Dessa forma, a possibilidade de interação social se

constitui em um dos aspectos positivos levando-os a se sentirem capazes e úteis enquanto

integrantes da sociedade. Ou seja, a atividade física ameniza a degeneração provocada pelo

envelhecimento, possibilitando ao idoso uma melhor qualidade de vida ativa, sendo benéfica

para a saúde física, psicológica e social.

Page 45: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho adotou uma abordagem quanti e qualitativa, denominada como

mista. Na concepção de Minayo (1999), a abordagem quantitativa utiliza instrumentos

validados, passíveis de tratamento numérico e estatístico simples, com vistas compreender

uma realidade científica e única do fenômeno em estudo e possibilita trabalhar com o

universo de significados, a partir da descrição minuciosa em que se captam as percepções

inseridas em seu contexto. E, a abordagem qualitativa embasa-se em cunho exploratório-

descritivo, o que significa usar um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam

descrever e decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Ou seja,

traduz e expressa o sentido dos fenômenos do mundo social.

Segundo Polit (1995), esse tipo de pesquisa visa explorar as dimensões do fenômeno a

ser investigado, a maneira como se manifesta e outros fatores com os quais o fenômeno se

relaciona. Evidencia que os estudos exploratórios ocorrem normalmente para examinar um

tema ou problema de pesquisa pouco estudado, quando há muitas dúvidas ou não foi

abordado antes.

E, de acordo com Danhke (1980), os estudos descritivos procuram especificar as

propriedades, as características e os perfis importantes de pessoas, grupos, comunidades ou

qualquer outro fenômeno que se submeta à análise.

Nessa perspectiva, explicitam-se as distintas etapas realizadas para a conclusão da

pesquisa:

a) Início da pesquisa

começou em dezembro de 2011 e terminou em janeiro de 2012;

b) Local

a pesquisa foi realizada na Instituição de Longa Permanência (LPL), Casa

São José, mantido por voluntários, como Organizações Não Governamentais (ONG s) e

doações recebidas pela população piauiense. Inclusive, destaca-se a facilidade de acesso aos

responsáveis e idosos da Instituição, os quais autorizaram a realização do recolhimento de

dados pessoais, da administração da Bateria Psicomotora (BPM), constante no Anexo B de

Vítor da Fonseca (1975), e da aplicação do questionário WHOQOL (Anexo A) validado no

Brasil pelo grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998), que

abreviou a versão em Português;

c) Campo de pesquisa

Casa São José, a qual se localiza na rua Orlando Carvalho, nº

4470, bairro Morada do Sol em Teresina-Piauí, com o objetivo principal de amparar, no amor

de Deus, pessoas idosas, proporcionando-lhes moradia, alimentação, condições de trabalho e

diversão, de acordo com suas condições de saúde, combatendo, dessa forma, a ociosidade e a

Page 46: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

falta de afetividade. A referida Casa foi inaugurada no dia 3/12/2006, com capacidade para

abrigar 35 idosos (18 vagas para homens e 17 vagas para mulheres), contando com assistência

médica prestada por médicos voluntários, que semanalmente comparecem a Casa São José,

além de outros atendimentos em consultórios;

d) Cálculo da amostra

aplicou-se o questionário de qualidade de vida, conformado

no WHOQOL BREF, em 19 idosos, cujo critério de exclusão assentou-se em sinais de

comprometimento neurológico, como encefalopatias, desorientação, transtorno mental e

convulsões. Os idosos decidiram voluntariamente participar da pesquisa, após serem

esclarecidos a respeito da investigação. Sendo assim, assinaram o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE), conforme as orientações do Ministério da Saúde (MS), parecer

196/96 (Apêndice A, p. 100). E o questionário Bateria Psicomotora (BPM), concebido por

Vítor da Fonseca, foi aplicado em 10 idosos, do universo de 19, os quais foram incluídos por

terem entre 60 e 75 anos ou mais, não apresentarem sinais de comprometimento neurológico

(encefalopatias, desorientação, transtorno mental e convulsões), síndromes, alterações

sensoriais (déficit ou perda auditiva e visual), dificuldade cardiorrespiratória e

comprometimento ortopédico (artrose). Tais informações foram obtidas através da ficha de

identificação do idoso existente na Casa São José.

Posteriormente a essas definições, foram implementados os procedimentos de pesquisa

e expuseram-se materiais e equipamentos utilizados.

3.1 Procedimentos de pesquisa

Inicialmente, realizou-se um contato pessoal com a Coordenadora da Instituição de

Longa Permanência, explicitando o objetivo da pesquisa.

Ademais, esclarece-se que a BPM construída por Fonseca (1992), é uma metodologia

que aborda psiconeurologicamente a psicomotricidade e consiste num conjunto de tarefas que

permite detectar qualitativamente sinais funcionais desviantes e analisar fatores

psiconeurológicos. E, que possibilita, também, a observação de déficits funcionais (ou da sua

ausência) em termos psicomotores e de problemas de aprendizagem.

Adenda-se que as tarefas propostas na BPM relacionam-se com funções (que neste

contexto são designadas por fatores psicomotores) que envolvem as três Unidades Funcionais

(UF) fundamentais do cérebro descritas por Lúria. A primeira UF, que regula o tônus cortical

e a função de vigilância, diz respeito à Tonicidade e a Equilibração; a segunda é essencial

para obter, captar, processar e armazenar informação do mundo exterior, a qual inclui a

Page 47: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Lateralização, a Noção do Corpo e a Estruturação Espaço-Temporal; a terceira UF programa,

regula e verifica a atividade mental, e engloba a Praxia Global e a Praxia Fina, uma vez que,

em condições normais, estas são as aquisições mais tardias, mais complexas e

hierarquicamente superiores.

3.2 Materiais e equipamentos

Selecionou-se os materiais e equipamentos específicos, a fim de promover um

resultado eficaz do instrumento de avaliação aplicado na Casa São José, cujos idosos foram

avaliados no quarto de dormida individual, como:

a) uma cômoda/mesa para realizar as tarefas de equilíbrio e dissociação;

b) uma bola de tênis para testar a coordenação oculomanual, a oculopedal e os

exercícios de sincinesias;

c) um relógio com cronômetro, um telefone, uma folha de papel sulfite com um

buraco no centro, uma folha em branca e uma tesoura sem ponta para verificar a

dominância lateral;

d) uma folha de papel sulfite e um lápis bem apontado para o idoso desenhar seguindo

as orientações do fisioterapeuta, para observar a memorização sequencial visual e a

estruturação dinâmica espacial-noção, espaço temporal, e também tarefas de

velocidade-precisão (folha de papel quadriculado), de representação topográfica, de

estrutura rítmica e desenho do corpo;

e) uma fita métrica e fita crepe para demarcar as tarefas de equilíbrio e de

coordenação oculomanual;

f) uma vasilha cheia de feijões para avaliar a coordenação motora fina, que ajuda na

avaliação na maturidade da praxia manual e da dissociação digital;

g) um goniômetro para uso na análise da extensibilidade nas tarefas de tonicidade;

h) uma cama para verificar a tonicidade (extensibilidade, passividade, paratonia e

diadicocinesias);

i) uma cadeira para realizar as referidas tarefas.

Page 48: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

3.3 Coleta de dados

Os dados secundários foram obtidos em livros, artigos científicos, revistas

especializadas e bases eletrônicas de dados, como Scielo, Medline e Lilacs, com vistas à busca

de evidências científicas a respeito do tema sob estudo.

3.4 Análise dos dados

A análise dos questionários aplicados aos gerontes na Instituição de Longa

Permanência permite investigar o sexo (número de sexo feminino e masculino), a distribuição

das idades dos idosos e as percentagens mais elevadas de insucesso na realização de tais

tarefas.

Salienta-se que os idosos foram avaliados individualmente apenas uma vez, verificada

as condições consideradas adequadas. E, que a investigação ocorreu mediante a ordem

constante na ficha de observação, e as tarefas constituintes da BPM, subdivididas nos sete

fatores: Tonificação (T), Equilíbrio (E), Lateralização (L), Noção do Corpo (NC),

Estruturação Espaço-Temporal (EET), Praxia Global (PG) e Praxia Fina (PF)

Com vistas a continuidade da pesquisa, contabilizaram-se as respostas em uma escala

de pontuação, como exposto no Quadro 2.

Page 49: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Quadro 2

Registro das respostas na base de uma escala de pontuação em quatro níveis

Cotação Nível de cotação 1 ponto realização incompleta, inadequada, descoordenada

2 pontos realização com dificuldade de controle

3 pontos realização completa, adequada e controlada

4 pontos realização perfeita e com facilidades de controle

Fonte: Fonseca (2009).

De acordo com o Quadro 2, identificou-se que as diferentes cotações expressaram as

subtarefas da BPM, conforme disposição da ficha de registro. Assim, com base nas referidas

subtarefas dos sete fatores, determinou-se a cotação média.

Ademais, consoante a OMS (1998), utilizou-se o instrumento WHOQOL-bref (versão

em português) que é um questionário validado para avaliar a qualidade de vida nos idosos do

Brasil e, particularmente, nos residentes da Casa São José.

Outrossim realizou-se levantamento bibliográfico e documental para fundamentar

teoricamente e demonstrar dados relativos ao fenômeno pesquisado. Nesse sentido, a

investigação mensurou e permitiu o teste de hipóteses, já que os resultados foram mais

concretos e, consequentemente, menos passíveis de erros de interpretação.

Evidencia-se segundo Chizzotti (1995), que o método de análise de conteúdo

(Qualitativo) consiste em reduzir as informações a um documento, com o objetivo de

compreender criticamente o sentido das comunicações, por meio do conteúdo manifesto ou

latente e as significações explícitas ou ocultas. Sendo assim, a decodificação do documento

classificou as informações por categorias, desvelando o sentido da comunicação no âmbito do

discurso (a enunciação) e revelando a compreensão dos conceitos segundo as distintas

percepções dos agentes sociais (a conotação). Logo, a relevância dessa técnica, reside no fato

de resumir o amplo volume de informações das comunicações em características particulares

ou categorias conceituais, o que possibilita a interpretação dos elementos descritivos.

Page 50: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

3.5 Relação risco-benefício

Consubstanciado em função do presente estudo objetivar analisar a importância da

análise do perfil psicomotor no idoso, e de responder a questão de pesquisa, que assenta-se

que o motor pode contribuir para a qualidade de vida.

3.6 Aspectos éticos (Comitê Ético de Pesquisa- CEP)

A pesquisa seguiu todas as recomendações da Resolução 196/96 do Conselho Nacional da

Saúde, que trata de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo, assim, aos cidadãos

envolvidos na pesquisa, todos os direitos citados no Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE), quais sejam:

prestação de informação à família durante a realização da pesquisa;

solicitação de maiores esclarecimentos sobre a pesquisa junto aos pesquisadores;

segredo sobre nomes, local de trabalho e quaisquer outras informações que possam

levar à identificação pessoal e da família investigada;

liberdade para decidir sobre responder ou não, qualquer questão ou a fornecer

informações que julgue prejudiciais à integridade física, moral e social;

requerimento de exclusão de determinadas falas e/ou declarações em documento

oficial, o que será prontamente atendido;

desistir, a qualquer momento, de participar da pesquisa.

Salienta-se que o TCLE foi apresentado em duas vias, pois uma foi entregue ao

entrevistado e a outra ficará com a pesquisadora por até cinco anos. E que os demais

instrumentos de coleta de dados foram arquivados pela investigadora no período determinado

no Termo. Evidencia-se, ainda, que os resultados da pesquisa serão publicados através dos

seguintes meios:

dissertação do Curso de Mestrado em Gerontologia, disponível na Biblioteca da

Universidade Católica de Brasília (UCB), e o resumo disponibilizado na home page do

Mestrado em Gerontologia da UCB;

artigos científicos publicados em periódicos qualisados;

Page 51: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

relatório para Instituições que trabalham com a temática e, particularmente, para o

Centro de Convivência a fim de subsidiar a discussão sobre cuidados especializados

relativamente aos aspectos físicos, psicológicos e sociais.

Page 52: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo avaliou os dados obtidos através da aplicação de questionários de

psicomotricidade e qualidade de vida em idosos insticionalizados. Para tanto, o mesmo

encontra-se dividido em dois itens. No primeiro, a análise do questionário de qualidade de

vida, e no segundo, avaliar a psicomotricidade em idosos que moram na Casa São José.

4.1 Qualidade de vida de idosos

Este capítulo analisa os dados obtidos na pesquisa de campo, realizada em 19 idosos

que moram na Casa São José, assentada na aplicação do questionário Whoqol-bref,

observando os critérios de inclusão estabelecidos, como 60 anos ou mais, cognição e

consentimento informado. Dessa forma, investiga-se a psicomotricidade, determinando as

alterações no sistema músculo-esquelético com a idade, o grau de independência e autonomia

e avaliar a qualidade de vida.

Nessa perspectiva apresentam-se as Tabelas 1 e 2, que explicitam a qualidade de vida,

inclusive de saúde dos idosos por gênero.

Tabela 1 - Qualidade de vida dos idosos da Casa São José, por gênero

Qualidade de vida Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito ruim - - - -

Ruim 2 16,7 1 14,3

Nem ruim, nem boa 3 25,0 2 28,6

Boa 6 50,0 4 57,1

Muito boa 1 8,3 - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 53: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 2 - Nível de satisfação dos idosos com saúde

Saúde Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - 1 14,3

Insatisfeito 2 16,7 - -

Nem satisfeito, nem insatisfeito

3 25,0 2 28,6

Satisfeito 6 50,0 4 57,1

Muito satisfeito 1 8,3 - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Diante do disposto nas Tabelas 1 e 2, verificou-se que ambos os sexos vivem com boa

qualidade de vida e de saúde, não obstante as mulheres preponderarem com 57,1%,

relativamente aos homens com 50,0%.

Todavia, ressalta-se que a despeito dessa configuração, os idosos enfrentam

dificuldades relativamente de à saúde em seu cotidiano, como exposto nas Tabelas 3 e 4.

Tabela 3 - Nível de impedimento da dor física nos idosos para realização de

atividades necessárias

Dor física Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada 2 16,7 1 14,3

Muito pouco 2 16,7 1 14,3

Mais ou menos 6 50,0 3 42,9

Bastante 2 16,7 2 28,6

Extremamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Ademais, adenda-se que o processo do envelhecimento faz com que o idoso necessite

com mais frequência dos serviços de saúde. Acrescenta-se, em geral, as doenças dos idosos

são múltiplas, penduram por vários anos e exigem acompanhamento médico e de equipes

Page 54: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

multidisciplinares permanentes, e internações frequentes. N tabela abaixo considera o

tratamento de forma mediana necessária para condução da vida rotineira dos idosos.

Tabela 4 - Tratamento médico necessário para a condução da vida rotineira dos idosos

Tratamento médico Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - 1 14,3

Muito pouco 2 16,7 3 42,9

Mais ou menos 7 58,3 3 42,9

Bastante 3 25,0 - -

Extremamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

De acordo com as Tabelas 3 e 4, observou-se que apesar de 50,0% do sexo masculino

reconhecerem que a dor física obstaculiza de maneira mediana o desempenho de tarefas

recorrentes, já em 14,3% das mulheres a consideraram praticamente insignificante, o que

revelou certa uma independência. Em 58,3% dos homens e 42, 9% das mulheres consideram

o tratamento médico mais ou menos para a condução da vida rotineira de idosos, o que

exprimiu a necessidade premente da gerontopsicomotricidade para identificar as alterações

ocorrentes para propor alterações para a recuperação e melhoria da qualidade de vida dos

idosos.

Tendo em vista esse contexto, mostram-se as Tabelas 5, 6 e 7, com o objetivo de

revelar condicionantes demonstrativos da qualidade de vida de gerontos.

Tabela 5 - Nível de aproveitamento da vida do idoso, por gênero

Aproveita a vida Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada 1 8,3 2 28,6

Muito pouco 5 41,7 2 28,6

Mais ou menos 5 41,7 2 28,6

Bastante 1 8,3 1 14,3

Extremamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Page 55: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 6

Sentimentos do idoso de ambos os sexos relativamente a vida

Sentido da vida Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - - -

Muito pouco 1 8,3 2 28,6

Mais ou menos 7 58,3 4 57,1

Bastante 4 33,3 - -

Extremamente - - 1 14,3

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 7

Nível de concentração do geronto, por gênero

Concentração Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - - -

Muito pouco 1 8,3 1 14,3

Mais ou menos 2 16,7 5 71,4

Bastante 9 75,0 1 14,3

Extremamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

As Tabelas 5, 6 e 7 evidenciaram que os homens (41,7%, 58,3%, 75,0%) tendem a

aproveitar a vida e se concentram com mais intensidade que mulheres (28,6%, 57,1% e

871,4%), respectivamente. Tal cenário requer a integração de recursos cognitivos e afetivos

com as possibilidades motoras.

Ademais, enfatiza-se através das Tabelas 8 e 9, o status de segurança social e do

ambiente físico, onde o idoso habilita.

Page 56: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 8

Sentimentos de segurança vivenciado pelo idoso

Autossegurança Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - - -

Muito pouco - - - -

Mais ou menos 3 25,0 3 42,9

Bastante 9 75,0 4 57,1

Extremamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 9 - Condições de saudabilidade do ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativos) do idoso

Ambiente físico Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - - -

Muito pouco - - 1 14,3

Mais ou menos 3 25,0 3 42,9

Bastante 9 75,0 3 42,9

Extremamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Alicerçado nas Tabelas 8 e 9, constatou-se que 75% de homens e 57,1% das mulheres

se sentem seguros na Casa são José, e seguindo na mesma proporção as condições de

saudabilidade do ambiente físico (clima, barulho, poluição, atrativo). Tais circunstâncias

exprimiram o quão relevante é este Instituto de Longa Permanência.

Com a finalidade de detectar a disponibilidade do idoso para do exercício de

atividades rotineiras durante duas semanas, apresentam-se as Tabelas 10, 11, 12, 13 e 14.

Page 57: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 10 - Disposição de energia do idoso para a atividade do seu dia a dia

Energia corporal Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - - -

Muito pouco 2 16,7 2 28,6

Médio 7 58,3 3 42,9

Muito 3 25,0 2 28,6

Completamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 11 - Aceitação da aparência física do idoso e da idosa

Aparência física Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - - -

Muito pouco 3 25,0 1 14,3

Médio 6 50,0 4 57,1

Muito 3 25,0 2 28,6

Completamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Para tanto, as Instituições de Longa Permanência são mantidos pelos recursos dos

idosos ou de familiares, mesmo filantrópicas que recebem financiamento público, pois O

Estatuto do Idoso estabelece que as instituições podem contar com até 70% do valor do

benefício da aposentadoria. No caso da ILP São José esse dinheiro que os idosos doam para

o abrigo é para ajudar nos gastos, sendo que os eles estão insatisfeitos com o pouco ou

nenhum dinheiro que permanecem (idosos lúcidos), como exposto na Tabela 12.

Page 58: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 12

Disponibilidade de recurso financeiro para satisfação das necessidades do idoso

Dinheiro Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada 6 50,0 5 71,4

Muito pouco 3 25,0 1 14,3

Médio 1 8,3 1 14,3

Muito 2 16,7 - -

Completamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 13- Nível de acesso às informações diáias do idoso

Informações necessárias Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada 1 8,3 - -

Muito pouco 4 33,3 1 14,3

Médio 3 25,0 6 85,7

Muito 4 33,3 - -

Completamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 14 - Oportunidade de lazer do idoso

Lazer Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nada - - 1 14,3

Muito pouco 1 8,3 4 57,1

Médio 6 50,0 1 14,3

Muito 5 41,7 1 14,3

Completamente - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 59: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Com base na referida Tabela 10, verificou-se que o sexo masculino possui discreta

disposição de energia em relação às mulheres, já nas tabelas 11, 12, 13 e 14 mostra que as

mulheres (57,1%, 71,4%, 85,7% e 57,1%) aceitam de forma mediana sua aparência física e

acesso diário as informações, não possuem nenhuma disponibilidade de recurso financeiro

para suas necessidades e muito pouca oportunidade de lazer na Casa São José.

Tendo em vista objetivar a identificação do nível de autonomia física e psicológica do

publico da Casa São José, explicitam-se as Tabelas 15, 16, 17 e 18.

Tabela 15 - Condições de locomoção do idoso, por gênero

Locomoção Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito ruim 2 16,7 2 28,6

Ruim 3 25,0 - -

Nem ruim, nem bom 1 8,3 - -

Bom 3 25,0 5 71,4

Muito bom 3 25,0 - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Os gerontos se sentiram satisfeitos com o sono em ambos os sexos, como mostra na

Tabela 16. Tal panorama decorreu na ILP ter horários determinados para todas as refeições,

para dormir e para acordar. Entretanto, a despeito da relevância dessa conformação, entende-

se que o sono é uma função estreitamente relacionada com a idade cronológica das pessoas, o

qual apresenta mudanças significativas ao longo da vida, pois com o avançar da idade, o sono

sofre modificações próprias do processo do envelhecimento, tornando-se mais fragmentado,

com interrupções de tempo noturno, o que provoca sonolência excessiva ao longo do dia,

diminuição do estato de alerta e cochilos curtos.

Page 60: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 16 - Nível de satisfação do sono do idoso, por sexo

Sono Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - - -

Insatisfeito 3 25,0 2 28,6

Nem satisfeito, nem insatisfeito

1 8,3 1 14,3

Satisfeito 7 58,3 3 42,9

Muito satisfeito 1 8,3 1 14,3

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 17 - Capacidade para desempenhar atividades no dia-a-dia

Desempenho de atividades Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - 1 14,3

Insatisfeito 2 16,7 1 14,3

Nem satisfeito, nem insatisfeito

4 33,3 1 14,3

Satisfeito 4 33,3 3 42,9

Muito satisfeito 2 16,7 1 14,3

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 18 - Capacidade para o trabalho do geronto, por sexo

Capacidade de trabalho Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - 4 57,1

Insatisfeito 5 41,7 1 14,3

Nem satisfeito, nem insatisfeito

3 25,0 2 28,6

Satisfeito 3 25,0 - -

Muito satisfeito 1 8,3 - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 61: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Centrado nas Tabelas 15 e 18, identificou-se que as mulheres (71,4% e 57,1%)

apresentam níveis satisfatórios de locomoção e condições preponderantemente insatisfatórias

para o trabalho em relação aos homens, enquanto nas Tabelas 16 e 17 ambos os sexos estão

satisfeitos com o sono e a capacidade para desenvolver atividades recorrentes na Instituição

de Longa Permanência.

Para a continuidade da análise da psicomotricidade e da qualidade de vida do idoso

residente na casa São José, expõem-se as tabelas 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25.

Tabela 19 - Grau de satisfação do idoso com a vida

Autoavaliação Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - - -

Insatisfeito 3 25,0 1 14,3

Nem satisfeito, nem insatisfeito

4 33,3 3 42,9

Satisfeito 3 25,0 3 42,9

Muito satisfeito 2 16,7 - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Compreende-se em conformidade com a Tabela 19, que as mulheres (42,9%)

manifestam-se satisfeita e de forma satisfeita, nem insatisfeita o grau de satisfação com sua

vida.

Tabela 20

Nível de satisfação do geronto com as relações pessoais (amigos, parentes,

conhecidos, colegas)

Relacionamento interpessoal

Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - - -

Insatisfeito 1 8,3 - -

Nem satisfeito, nem insatisfeito

2 16,7 - -

Satisfeito 8 66,7 6 85,7

Muito satisfeito 1 8,3 1 14,3

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 62: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 21

Nível de satisfação do idoso relativamente ao apoio recebido pelos amigos

Apoio dos amigos Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito 1 8,3 - -

Insatisfeito 1 8,3 - -

Nem satisfeito, nem insatisfeito 1 8,3 1 14,3

Satisfeito 8 66,7 5 71,4

Muito satisfeito 1 8,3 1 14,3

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 22 - Grau de satisfação do idoso quanto as condições do local de moradia

Local de moradia Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - - -

Insatisfeito - - 1 14,3

Nem satisfeito, nem insatisfeito

1 8,3 1 14,3

Satisfeito 11 91,7 5 71,4

Muito satisfeito - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Já as Tabelas 20, 21 e 22 explicitaram a prevalência dos âmbitos satisfeito e muito

satisfeito para ambos os gêneros, no que diz respeito às relações pessoais, ao apoio recebido

pelos amigos e ao local de habitação. Tal panorama expõe a favorabilidade das condições

vivenciadas pelos idosos na Instituição de Longa Permanência (ILP).

De acordo com a Tabela 23, percebeu-se a relevância da atividade sexual para o sexo

masculino, haja vista que 100,0% encontravam-se muito insatisfeito com a vida sexual.

Enquanto, 100,0% das mulheres não davam a mínima importância para a atividade sexual,

devido conformar-se com o nem satisfeito nem insatisfeito.

Page 63: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 23

Grau de satisfação do idoso com a vida sexual

Vida sexual Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito 12 100,0 - -

Insatisfeito - - - -

Nem satisfeito, nem insatisfeito

- - 7 100,0

Satisfeito - - - -

Muito satisfeito - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 24

Nível de satisfação do geronto relativamente ao acesso dos serviços de saúde

Serviços de saúde Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito - - - -

Insatisfeito 1 8,3 1 14,3

Nem satisfeito, nem insatisfeito

1 8,3 3 42,9

Satisfeito 10 83,3 3 42,9

Muito satisfeito - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Com base nessa Tabela 24, inferiu-se que os homens (83,3%) reconheciam a

facilidade de acesso aos serviços de saúde. Por outro lado, as mulheres se posicionaram com

42,9% para cada item nem satisfeito, nem insatisfeito e satisfeito, correspondendo a uma

situação de divergência comportamental na Casa São José.

A Tabela 25 realçou o grau de satisfação (50,0%) dos homens com o meio de

transporte usado na Casa São José. Contudo, contrariamente, as mulheres demonstraram

(71,4%) de insatisfação. Tal panorama explicitou o reduzido nível de exigência do sexo

masculino relativamente ao meio de locomoção.

Page 64: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 25

Nível de satisfação do idoso com o meio de transporte utilizado.

Transporte Homens Mulheres

Nº % Nº %

Muito insatisfeito 1 8,3 5 71,4

Insatisfeito 4 33,3 2 28,6

Nem satisfeito, nem insatisfeito

- - - -

Satisfeito 6 50,0 - -

Muito satisfeito 1 8,3 - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Dando continuidade a investigação, a frequência dos sentimentos negativos dos

idosos, apresenta-se a Tabela 26.

Tabela 26 - Frequência de sentimentos negativos como mau humor, desespero, ansiedade e

depressão vivenciadas pelo idoso, por gênero

Sentimentos negativos Homens Mulheres

Nº % Nº %

Nunca 4 33,3 - -

Algumas vezes 8 66,7 6 85,7

Frequentemente - - 1 14,3

Muito frequentemente - - - -

Sempre - - - -

Total 12 100,0 7 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

De acordo com a Tabela 26, identificou-se a importância dos cuidados dispensados

aos idosos pelos administradores e profissionais da Casa São José, pois (85,7%) das mulheres

e (66,7%) dos homens manifestam sentimentos negativos (mau humor, desespero, ansiedade e

depressão) algumas vezes. O auto estima do idoso na Casa São José está continuamente

afetada, por não dispor de fatores que possam elevá-lo, como independência e saúde

psicológica e física para suprir as necessidades básicas, o que pode levá-lo a depressão.

Contudo, compreende-se que não obstante o desconhecimento das causas de depressão

Page 65: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

acredita-se que vários fatores, como biológicos, psicológicos e sociais, atuando juntos,

desencadeiem a doença. Logo, faz-se mister o acompanhamento psicoterápico, como

complemento ao tratamento com remédios, ajuda na recuperação da qualidade de vida do

idoso.

4.2 Bateria psicomotora

Este item analisa os dados obtidos na pesquisa de campo realizada em 10 idosos (5

homens e 5 mulheres) que moram na Casa São José, apontada na aplicação da Bateria

Psicomotora (Vítor da Fonseca ). Para tanto, reconhece-se que a psicomotricidade objetiva a

recuperação e/ou manutenção das atividades funcionais, possibilitando a independência do

geronte por mais tempo. As tarefas que constituem a BPM se subdividem em sete fatores,

como: Tonicidade, Equilibração Lateralização, Noção do corpo, Estruturação Espaço-

Temporal, Praxias Global e Fina, como demonstrado nas Tabelas abaixo.

Segundo Alves (2008), o tônus que prepara e guia o gesto é simultaneamente a

expressão da realização ou frustração do indivíduo. O tônus apresenta-se como uma tensão

que regula e controla a atividade postural como suporte do movimento. Todos os movimentos

se apoiam num estado de tensão que no fundo é o meio pelo qual se torna possível o

equilíbrio mecânico indispensável para que possa acontecer a coordenação entre os

movimentos dos vários segmentos corporais, entre si e no seu todo. Assim, não pode haver

movimento sem atitude, também não pode haver coordenação de movimento sem um bom

equilíbrio. À medida que ele cresce e evolui, o equilíbrio torna-se cadê vez mais fundamental

e a sua base de sustentação imprescindível para sua manutenção.

Tabela 27

Tonicidade no idoso, por gênero

Variável Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

Hipotonicidade 2 40,0 3 60,0 5 50,0

Hipertonicidade 3 60,0 2 40,0 5 50,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 66: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

De acordo com a Tabela 27, observou-se que 60,0% do sexo masculino apresentam

aumento anormal no tônus da musculatura lisa ou esquelética, ou seja, hipertonicidade, e

diferentemente as mulheres exibem 60,0% de um estado caracterizado pela redução ou perda

do tônus muscular normal, conhecidos como hipotonicidade. Esse cenário decorreu devido ao

processo do envelhecimento.

Page 67: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 28

Extensibilidade no geronte, por gênero

Nível

Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Membros inferiores Membros superiores

Membros inferiores Membros superiores

Membros inferiores Membros superiores

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - - 1 20,0 - - 1 10,0

2 - - - - - - 2 40,0 - - 2 20,0

3 3 60,0 1 20,0 2 40,0 1 20,0 5 50,0 2 20,0

4 2 40,0 4 80,0 3 60,0 1 20,0 5 50,0 5 50,0

Total 5 100,0 5 100,0 5 100,0 5 100,0 10 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Em consonância com a Tabela 28, constatou-se a predominância da movimentação nos membros superiores dos homens com 80,0%,

enquanto nos membros inferiores a movimentação situou-se em 60,0%. Já as mulheres possuem um perfil de mobilidade oposto, haja vista os

membros inferiores e superiores, explicitarem 60,0% e 40,0%, respectivamente. Essa performance revelou uma movimentação perfeita, o que

mostra uma realização perfeita, econômica, harmoniosa e bem controlada para os homens em membros superiores e para as mulheres em

membros inferiores.

Page 68: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 29

Passividade em idosos, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 - - - - - -

3 2 40,0 4 80,0 6 60,0

4 3 60,0 1 20,0 4 40,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Diante do exposto na tabela 29, percebeu-se que o tônus de suporte e os deslocamentos exógenos através da mobilização dos quatros

membros e suas respectivas extremidades é maior nas mulheres com 80,0%, do que nos homens. Ademais, acrescenta-se que a análise explicitou

que as mulheres são mais ativas que os homens, devido aos cuidados com a saúde, às questões hormonais e ao menor envolvimento com

situações de violência, e que, os homens realizam as tarefas perfeitamente e as mulheres de forma controlada e adequada.

A Tabela 30 evidenciou que em ambos sexos, 80,0% dos membros superiores possuem relativa persistência de rigidez muscular que pode

aparecer até nas quatro extremidades do corpo caracterizado por paratonia, realizando o movimento para os membros superiores, de forma

controlada.

Page 69: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 30

Paratonia em idosos, por gênero

Nível

Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Membros inferiores Membros superiores

Membros inferiores Membros superiores

Membros inferiores Membros superiores

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - - - - - - - -

2 1 20,0 1 20,0 - - - - 1 10,0 1 10,0

3 2 40,0 - - 2 40,0 4 80,0 4 40,0 4 40,0

4 2 40,0 4 80,0 3 60,0 1 20,0 5 50,0 5 50,0

Total 5 100,0 5 100,0 5 100,0 5 100,0 10 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Segundo a Tabela 31, verificou-se a presença de descoordenação e irregularidade da dissociação dos movimentos, isto é, da

diadocosinesias, na medida em que 60,0% de ambos os sexos apresentam realização controlada e adequada dos movimentos para a mão direita e

para a mão esquerda.

Page 70: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

Tabela 31

Diadocosinesias em geronte, por sexo

Nível

Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Mão direita Mão esquerda Mão direita Mão esquerda Mão direita Mão esquerda

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - - - - - - - -

2 1 20,0 1 20,0 2 40,0 2 40,0 3 30,0 3 30,0

3 3 60,0 3 60,0 3 60,0 3 60,0 6 60,0 6 60,0

4 1 20,0 1 20,0 - - - - 1 10,0 1 10,0

Total 5 100,0 5 100,0 5 100,0 5 100,0 10 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Com base na Tabela 32, notou-se que 80,0% dos homens apresentaram sincinesias contralaterais e 60,0% bucais com realização bem

controlada, enquanto nas mulheres a ocorrência desses condicionantes foi de 60,0%, com dificuldades de controle e bucais de forma controlada e

adequada

Page 71: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

70

Tabela 32

Sincinesias

Nível

Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Bucais Contralaterais Bucais Contralaterais Bucais Contralaterais

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

1 1 20,0 - - - - - - 1 10,0 - -

2 - - - - - - 3 60,0 - - 3 30,0

3 1 20,0 1 20,0 3 60,0 1 20,0 4 40,0 2 20,0

4 3 60,0 4 80,0 2 40,0 1 20,0 5 50,0 5 50,0

Total 5 100,0 5 100,0 5 100,0 5 100,0 10 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Salienta-se que a análise do subfator da equilibração abrangeu a imobilização, o equilíbrio estático, o equilíbrio dinâmico, com vistas

identificar o controle postural e a locomoção do idoso, que se conformam como inseparáveis para o controle motor.

Na Tabela 33 mostrou-se que em função das mulheres e dos homens conseguem permanecer numa mesma posição erétil, com simetria da

cabeça e corpo, e de pés, joelhos, braços e mãos, ou seja, com imobilidade perfeita, harmônica e adequada.

Page 72: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

71

Tabela 33

Imobilidade dos idosos, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 1 20,0 - - 1 10,0

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 - - - - - -

4 3 60,0 5 100,0 8 80,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tendo em vista entender que o equilíbrio é a base primordial de toda coordenação

geral e de toda ação diferenciada dos membros, isto é, expressa a colocação perfeita do centro

de gravidade e a combinação perfeita de ações musculares com o propósito de sustentar o

corpo sobre uma base, realça-se com Neto (2002), que o equilíbrio é estado de um corpo

quando forças distintas que atuam sobre ele se compensam e se anulam mutuamente que do

ponto de vista biológico, manifesta a possibilidade de manter posturas, posições e atitudes.

Ademais, destaca-se que em virtude do equilíbrio estático ser a capacidade para

assumir e sustentar qualquer posição do corpo contra a força da gravidade configura-se em

uma das qualidades psicomotoras mais importantes para o desenvolvimento humano, por

proporcionar oportunidade de o mesmo estando parado, ainda encontrar-se com condições de

usar outras qualidades psicomotoras. Tendo em vista essa performance, compreende-se que o

equilíbrio estático está intimamente ligado à capacidade de imobilidade, ou seja, de conseguir

um bom equilíbrio de corpo como um todo, principalmente durante a realização de tarefas

com olhos fechados. Denota-se, outrossim, que as atividades para este subfator assentam-se

no apoio retilíneo, na manutenção do equilíbrio na ponta dos pés, e no apoio unipodal, como

expostas nas Tabelas 34 a, 34 b e 34 c.

Page 73: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

72

Tabela 34a - Equilíbrio estático, com ênfase em idosos

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 2 40,0 - - 2 20,0

2 - - - - - -

3 1 20,0 4 80,0 5 50,0

4 2 40,0 1 20,0 3 30,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 34b

Equilíbrio estático, com destaque para a ponta dos pés nos idosos, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 3 60,0 2 40,0 5 50,0

2 - - 2 40,0 2 20,0

3 - - 1 20,0 1 10,0

4 - - - - - -

X 2 40,0 - - 2 20,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 34c

Equilíbrio estático, com realce no geronte, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 3 60,0 4 80,0 7 70,0

2 - - 1 20,0 1 10,0

3 - - - - - -

4 - - - - - -

X 2 40,0 - - 2 20,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 74: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

73

De acordo com a Tabela 34a, observou-se que 80,0% das mulheres possuem equilíbrio

estático com apoio retilíneo de forma adequada, enquanto os homens apesar de apresentarem

o mesmo percentual, esse tipo de apoio acontece de forma perfeita e ou imperfeita, isto é,

incompleta. Já consoante a Tabela 34b, notou-se que os idosos de ambos os sexos, com 60,0%

e 40,0%, respectivamente, encerram dificuldades para permaneceram na ponta dos pés. Logo,

realizam controle. Já na Tabela 34c, verificou-se que (60,0% )dos idosos masculinos e 80,0%

dos femininos executam o apoio unipodal. Por conseguinte, esse contexto expressou a perda

gradativa do controle postural e do equilíbrio, devido a mudanças significativas no corpo do

idoso, como a perda da massa muscular, da força muscular, do aumento no tempo de reação,

além das modificações que ocorrem nos sistemas perceptivos, como o visual, o proprioceptivo

e o vestibular e no sistema neuromuscular.

Já o equilíbrio dinâmico manifesta corpos em movimento, com todas as forças

atuantes, resultando em forças inércias iguais e dirigidas em sentidos opostos. Tal cenário

significa que no estático não há sequer uma força agindo no corpo, e no dinâmico, forças

iguais agem uma contra a outra redundando um estado de equilíbrio, que exige uma

movimentação mais controlada e coordenada. Em virtude desse contexto, fez-se mister que a

pesquisadora estivesse sempre atenta para eventuais desequilíbrios, falta de manutenção e de

controle postural que pudessem possibilitar quedas e alguns movimentos compensatórios,

impedindo a realização correta das tarefas. Sendo assim, expõe-se o equilíbrio embasado na

marcha controlada e na evolução no banco, que se distingue em para frente, para trás e para o

lado direito e esquerdo, constantes nas Tabelas 35a, 35b.1, 35b.2, 35b.3 e 35b.4.

Tabela 35a - Equilíbrio dinâmico, alicerçado na marcha controlada do idoso, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 1 20,0 - - 1 10,0

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 1 20,0 1 20,0 2 20,0

4 2 40,0 4 80,0 6 60,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 75: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

74

Segundo a Tabela 35a constatou-se que 80,0% das mulheres possuem uma marcha

harmoniosa e bem controlada, já os homens apresentaram marcha controlada bastante

variável, seguindo da bem controlada, controlada, dificuldade de controle e descoordenada.

Tabela 35b.1

Equilíbrio dinâmico, na evolução do banco para frente

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 1 20,0 - - 1 10,0

4 3 60,0 5 100,0 8 80,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Na Tabela 35 b.1 percebeu-se que a marcha para frente realizada pelos idosos da Casa

São José desenvolve-se de forma bem controlada, resultando em 100,0% para mulheres e

60,0% para os homens. A Tabela 35 b.2 revelou-se que os idosos apresentam discreta

dificuldade para executar marcha para trás, ou seja, 80,0% das idosas e 40,0% variam de bem

controlada a controlada, considerando o perfil dos idosos globalmente.

Tabela 35b.2 - Equilíbrio dinâmico na evolução no banco para trás do idoso, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 2 40,0 1 20,0 3 30,0

4 2 40,0 4 80,0 6 60,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 76: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

75

Tabela 35b.3

Equilíbrio dinâmico na evolução no banco para o lado direito

do idoso, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 2 40,0 2 40,0 4 40,0

4 2 40,0 3 60,0 5 50,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 35b.4

Equilíbrio dinâmico na evolução no banco para o lado esquerdo do idoso, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 2 40,0 2 40,0 4 40,0

4 2 40,0 3 60,0 5 50,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Já com base pós Tabelas 35b.3 e 35b.4, notou-se que 60,0% das mulheres conseguem

realizar a marcha para os lados direito e esquerdo de forma bem controlada, enquanto apenas

40,0% dos homens finalizam tarefa de forma bem controlada e controlada para ambos os

lados. Contudo, não obstante essa diferenciação, observou-se a presença igual para ambos os

lados.

Todos os idosos não conseguiram realizar as tarefas que avaliavam o equilíbrio usando

um só pé esquerdo; um só pé direito; pés juntos para frente e, pés juntos para trás com os

olhos fechados.

Acrescenta-se que o fator lateralização expressa a dominância de cada idoso, através

dos subfatores ocular, auditiva, manual e pedal, expostos abaixo.

Page 77: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

76

Segundo Neto (2002), o corpo humano caracteriza-se pela presença de partes

anatômicas pares e globalmente simétricas, sendo que essa simetria anatômica se redobra por

uma simetria funcional no sentido de que certas atividades só intervêm em uma das partes,

como se escreve com uma só mão e os centros de linguagem se situam, na maioria das

pessoas, no hemisfério esquerdo. A lateralidade consiste na preferência da utilização de uma

das partes simétricas do corpo, como mão, olho, ouvido, perna; e a lateralização cortical na

especialidade de um dos dois hemisférios quanto ao tratamento da informação sensorial ou

quanto ao controle de certas funções.

Em função dessa assertiva, a lateralidade identificada nas Tabelas 36, 37, 38 e 39

decorrem do predomínio que outorga a um dos dois hemisférios a iniciativa da organização do

ato motor, o qual desembocará na aprendizagem e na consolidação das praxias. Essa atitude

funcional, que é o suporte da intencionalidade.

Tabela 36 - Lateralização, com ênfase no subfator ocular do idoso, por gênero

Lateralização Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

Direita 2 40,0 3 60,0 5 50,0

Esquerda 2 40,0 2 40,0 4 40,0

Direita e Esquerda 1 20,0 - - 1 10,0

Não existe - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Diante do exposto na Tabela 36, detectou-se que os idosos possuem predominância da

lateralização ocular para as mulheres para o lado direito, enquanto os homens possuem um

equilíbrio para ambos os lados, com uma discreta perda para os sexos masculino e feminino.

Essa performance justifica-se pelo fato de que no idoso a visão fica mais turva. Inclusive com

80 anos, a capacidade de captar as informações e transmiti-las reduz em 75,0%, comparado

com a visão do indivíduo aos 25 anos, pois a pupila fica menor e a distância focal aumenta e o

cristalino fica mais denso e absorve mais os azuis, e, assim, passa a enxergar mais amarelo,

aumentando a sensibilidade, o ofuscamento, ficando, assim, menos tolerante a brilhos.

Page 78: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

77

Tabela 37- Lateralização, destacando o subfator auditivo do idoso, por sexo

Lateralização Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

Direita 2 40,0 - - 2 20,0

Esquerda - - 1 20,0 1 10,0

Direita e Esquerda 3 60,0 4 80,0 7 70,0

Não existe - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 37 exprime que 80,0% das mulheres e 60,0% dos homens possuem uma

audição equilibrada para os dois lados direito e esquerdo.

Tabela 38

Lateralização, enfocando o subfator manual do idoso e da idosa

Lateralização Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

Direita 4 80,0 5 100,0 9 90,0

Esquerda 1 20,0 - - 1 10,0

Direita e Esquerda - - - - - -

Não existe - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 39

Lateralização do subfator pedal do idoso, por gênero

Lateralização Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

Direita 3 60,0 3 60,0 6 60,0

Esquerda 2 40,0 2 40,0 4 40,0

Direita e Esquerda - - - - - -

Não existe - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 79: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

78

Pós Tabela 38 e 39 mostram que a lateralização manual e pedal ocorre,

preferencialmente para o lado direito em 100,0% e 60,0% das mulheres e 80,0% e 60% dos

homens, respectivamente. Tal circunstância revelou que predominantemente o lado direito é

mais usado para a realização de tarefas do dia a dia.

Com a finalidade de continuar a análise de avaliação da BPM, explicita-se o fator

noção do corpo, que expressa o reconhecimento corporal e espacial no sentido de demonstrar

as noções de movimentos corporais agindo livremente e bem a vontade do idoso. Esse fator

compõe-se de cinco subfatores, como: sentido cinestésico, reconhecimento direito-esquerda,

autoimagem (face), imitação de gestos e desenho do corpo, os quais se encontram mostrados

abaixo.

Nessa perspectiva, patentea-se que as tabelas 40, 41, 42, 43 e 44 evidenciaram que os

idosos da Casa São José apresentaram noção de movimentos corporais realizados de forma

livre e bem a vontade. Tal configuração derivou do fato de que as relações entre o corpo e os

objetos situados no espaço ao seu redor, assentam-se no sentido de direção já internalizada

pelo indivíduo e na consciência de si própria e do desempenho que o mesmo cria no espaço,

pois após a percepção global do corpo, segue a etapa de consciência de cada segmento

corporal, realizada de forma interna (sentindo uma parte do corpo e externa (vendo cada

segmento em um espelho, em um idoso ou em uma figura). Evidencia-se que a imagem do

geronto permite-lhe perceber como eixo central (que se volta para um lado e para o outro) os

dois demídios laterais: direito e esquerdo. Demonstra-se a real necessidade de cuidados e

especialização por parte dos profissionais da saúde e as diferentes formas de atuação de cada

profissional no que diz respeito às deficiências existentes aos cuidados dessa faixa etária

crescente.

Tabela 40

Noção de corpo no sentido cinestésico, segundo o gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 - - - - - -

3 - - - - - -

4 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 80: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

79

Tabela 41

Noção do corpo por reconhecimento direita/esquerda, do

geronte por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 - - - - - -

3 1 20,0 - - 1 10,0

4 4 80,0 5 100,0 9 90,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 42

Noção de corpo enfatizando a autoimagem (face), segundo o gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 - - - - - -

3 - - - - - -

4 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Com base na Tabela 40, verificou-se que 100,0% de ambos os sexos têm a percepção

de um ponto ou de um movimento realizado num segmento denominado sentido cinestésico,

A Tabela 41 apresenta os reconhecimentos de direita e esquerda explícitas, logo evidenciou

reconhecimento discriminativo de um hemicorpo e da linha média do corpo, a conscientização

e o autocontrole dos membros direita e esquerda. Na Tabela 42, detectou-se que a

autoimagem relaciona-se ao componente facial da noção do corpo, através do reconhecimento

da localização e da diferenciação tátil do corpo. Nesse sentido, compreendeu-se que o idoso

tinha a consciência de direcionalidade e harmonia dos movimentos no espaço. Portanto,

concluiu-se pelas Tabelas 40, 41 e 42 que os idosos de ambos os sexos, realizam de maneira

perfeita, bem controlada e controlada as atividades do cotidiano.

Page 81: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

80

Tabela 43

Noção de corpo, destacando a imitação de gestos, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - 1 20,0 1 10,0

2 3 60,0 2 40,0 5 50,0

3 2 40,0 2 40,0 4 40,0

4 - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Em conformidade com a Tabela 43, presenciou-se que 60,0% dos homens reproduzem

os gestos com dificuldade de controle e que 40,0% das mulheres os executam com e sem

dificuldade de controle, isto é, em níveis satisfatório e bom.

Tabela 44

Noção de corpo focando o desenho do corpo, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 1 20,0 2 40,0 3 30,0

2 3 60,0 3 60,0 6 60,0

3 1 20,0 - - 1 10,0

4 - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

A Tabela 44 exibe o reconhecimento global do corpo ao demonstrar 60,0% dos

homens e mulheres desempenhando tarefa com dificuldade de controle. Esse panorama

decorre das alterações na concentração, autoestima física e ao próprio envelhecimento.

Ressalta-se que a estruturação espacial intervém nas relações de localização,

orientação e reconhecimento visuoespacial, na distância e na velocidade, enquanto a estrutura

temporal intervém nas relações de ordem, duração, armazenamento e rememorização nos

intervalos de tempo.

A percepção temporal permite, além da consciência e da interiorização dos ritmos

motores corporais, a percepção dos ritmos exteriores. Esta passagem é indispensável para que

Page 82: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

81

o idoso possa tomar conta de seus próprios movimentos e organizá-los a partir da

representação mental.

De acordo com Neto (2002), a organização temporal inclui uma dimensão lógica

(conhecimento da ordem e da duração, acontecimentos se sucedem com intervalos), uma

dimensão convencional (sistema cultural de referências, horas, dias, semanas, meses e anos) e

um aspecto de vivência que surge antes dos outros dois (percepção e memória da sucessão e

da duração dos acontecimentos na ausência de elementos lógicos ou convencionais). A

orientação temporal como explícita nas Tabelas 45, 46, 47 e 48 é uma faculdade cognitiva

importante porque ela forma a base da aprendizagem, e armazenamento mental do passado,

presente e futuro. A memória humana focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de

energia mental e deteriora-se com o envelhecimento. De maneira geral, deve ser estimulada e

trabalhada para garantir sua conservação na velhice.

Tabela 45

Estruturação espaço-temporal, com destaque para a organização do idoso, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 2 40,0 1 20,0 3 30,0

4 2 40,0 4 80,0 6 60,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Através da Tabela 45, notou-se que 80,0% das mulheres conseguem calcular a

distancia e os ajustamentos dos planos motores que pretende percorrer de maneira bem

controlada, enquanto 40,0% dos homens executam, também, bem controlada e só conseguem

realizar de forma controlada.

Page 83: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

82

Tabela 46- Estruturação espaço-temporal com enfoque no modo dinâmico do idoso, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 2 40,0 1 20,0 3 30,0

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 - - 3 60,0 3 30,0

4 2 40,0 1 20,0 3 30,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Alicerçado na Tabela 46, quanto a estruturação dinâmica identificou-se que 60,0% das

mulheres realizam de forma controlada a capacidade da memorização visual a curto prazo,

quando relacionadas a estruturas simples, de fácil memorização, e que 40% dos homens

desempenham de forma perfeita ou imperfeita a mesma tarefa.

Tabela 47

Estruturação espaço-temporal com ênfase na representação topográfica do idoso, segundo o sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 3 60,0 1 20,0 4 40,0

2 1 20,0 1 20,0 2 20,0

3 1 20,0 3 60,0 4 40,0

4 - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

De acordo com a Tabela 47, detectou-se que ambos os sexos possuem capacidade de

orientar-se em um determinado lugar. No entanto, salienta-se que as mulheres orientam-se

controladamente e os homens de forma imperfeita.

Page 84: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

83

Tabela 48 - Estruturação espaço-temporal por estruturação rítmica do geronte, segundo o sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 5 100,0 5 100,0 10 100,0

2 - - - - - -

3 - - - - - -

4 - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Reconhece-se que a Tabela 48 explicita que 100,0% de ambos os sexos apresentam

imperfeita qualidade de percepção auditiva e memorização no curto prazo. Todavia,

evidencia-se que a estruturação espaço-temporal é abonado devido o idoso encerrar maior

cadência, menor tempo de passo e menor tempo de apoio simples e de duplo apoio, haja vista

que essas características são atribuídas às consequências do processo de envelhecimento e ao

próprio sedentarismo.

Realça-se, outrossim, que a praxia global compreende os subfatores a organização,

oculomanual e óculo pedal, dismetria e a dissociação, analisados através das Tabelas 49a,

49b, 50, 51a, 51b, 51c e 52.

A praxia global esta relacionada com a realização e a automação dos movimentos

globais complexos, que se desenrolam num determinado tempo e que exigem a atividade

conjunta de vários grupos musculares (FONSECA, 1995).

Tabela 49a

Praxia global por meio da coordenação óculo-manual do idoso, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 - - - - - -

3 1 20,0 4 80,0 5 50,0

4 4 80,0 1 20,0 5 50,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 85: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

84

Tabela 49b

Praxia global, destacando a coordenação óculo-pedal do idoso,

por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 - - 1 20,0 1 10,0

3 - - 2 40,0 2 20,0

4 5 100,0 2 40,0 7 70,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 50

Praxia global, através da dismetria do idoso, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 1 20,0 4 80,0 5 50,0

3 2 40,0 1 20,0 3 30,0

4 2 40,0 - - 2 20,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 51a

Dissociação, enfatizando os membros superiores do idoso, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 1 20,0 - - 1 10,0

3 1 20,0 1 20,0 2 20,0

4 3 60,0 4 80,0 7 70,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 86: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

85

Tabela 51b

Praxia global, enfocando membros inferiores do idoso, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 2 40,0 - - 2 20,0

3 - - 1 20,0 1 10,0

4 3 60,0 4 80,0 7 70,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 51c

Praxia global, evidenciando a agilidade do idoso, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 2 40,0 - - 2 20,0

3 - - 2 40,0 2 20,0

4 3 60,0 3 60,0 6 60,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Embasado na Tabela 49a, constatou-se que 80,0% das mulheres e dos homens

apresentam uma organização manual através da percepção visual controlada e bem

controlada.

E, por outro lado, pela Tabela 49b notou-se que 100,0% dos homens possuem perfeita

coordenação dos membros inferiores, enquanto 40,0% das mulheres desempenham a

coordenação de forma bem controlada e controlada.

A Tabela 50 mostrou que 80,0% das mulheres são incapazes de realizar movimentos

coordenadamente com controle satisfatório, enquanto 40,0% dos homens desenvolvem essa

habilidade de forma controlada e bem controlada.

As Tabelas 51a e 51b expõem que 80,0% das mulheres e 60,0% dos homens têm

capacidade de diferenciar vários gestos membros superiores e inferiores de forma bem

controlada.

E na Tabela 51c, verificou-se que 60,0% de ambos os sexos movimentam-se com

perfeita agilidade. Embasado nesse estudo, infere-se que a praxia global é a expressão da

Page 87: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

86

informação do córtex motor, como resultado da recepção de muitas informações sensoriais, táteis, cinestésicas,

vestibulares, visuais etc. Logo, concorda-se com Souza (2006), no entendimento de que no envelhecimento

ocorre perda neuronal no córtex do giro pré-central e no cerebelo, donde se presume que tais alterações

provocam a diminuição da praxia global.

A praxia fina compreende todas as tarefas motoras finas, onde associa a função de

coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção, e durante a fixação da

atenção e manipulação de objetos que exigem controle visual, além de abranger as funções de

programação, regulação e verificação das atividades preensivas e manipulativas mais finas e

complexas. Esta evidencia a capacidade construtiva manual e a dextralidade bimanual,

requerendo a conjugação dos programas de ação, a atenção voluntária, a capacidade de pré-

programação e de reprogramação dos movimentos. Revela-se na sequência melódica de fases

como: a captura visual do objeto, as operações de escrutínio e investigação visual, a captura

manual do objeto e a manipulação do objeto (Fonseca, 1995).

Ademais, salienta-se que o fator da Bateria Psicomotora, a praxia fina, envolve três

subfatores de coordenação dinâmica manual, tamborilar e velocidade-precisão, demonstrado

nas Tabelas 52, 53 e 54a e b.

Tabela 52 - Praxia fina por meio de coordenação dinâmica manual do idoso, segundo o sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 2 40,0 1 20,0 - -

2 1 20,0 2 40,0 - -

3 1 20,0 1 20,0 - -

4 1 20,0 1 20.0 10 100,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Page 88: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

87

Tabela 53

Praxia fina, através do tamborilar do idoso, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 1 20,0 - - 1 10,0

2 1 20,0 2 40,0 1 10,0

3 2 40,0 2 40,0 2 20,0

4 1 20,0 1 20,0 6 60,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 54a

Praxia fina, com destaque para pontos do idoso, por gênero

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - 1 20,0 1 10,0

2 3 60,0 1 20,0 4 40,0

3 2 40,0 3 60,0 5 50,0

4 - - - - - -

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Tabela 54b

Praxia fina, enfocando as cruzes do idoso, por sexo

Nível Homens (A) Mulheres (B) Total (A+B)

Nº % Nº % Nº %

1 - - - - - -

2 2 40,0 1 20,0 3 30,0

3 2 40,0 4 80,0 6 60,0

4 1 20,0 - - 1 10,0

Total 5 100,0 5 100,0 10 100,0

Fonte: Pesquisa de campo (2011).

Diante do exposto na Tabela 52, detectou-se que 40,0% das mulheres possuem

capacidade de concentração visual, de agilidade e de precisão dos movimentos, envolvendo a

Page 89: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

88

coordenação fina das mãos e dos dedos com dificuldade de controle. E, 40,0% dos homens a

despeito de apresentarem coordenação dinâmica manual, a mesma é realizada de maneira

imperfeita.

Outrossim, observou-se em consonância com a Tabela 55 que 80,0% das mulheres

realizam dissociação digital e a motricidade independente, harmoniosa e controlada, e que

40,0% dos homens desenvolvem as mesmas habilidades.

Pela Tabela 54a identificou-se que 60,0% das mulheres executam atividades

controladamente, e igual percentual de homens encerram dificuldades de controle para as

mesmas tarefas desempenhadas pelo sexo feminino.

Já consoante a Tabela 54b, denotou-se que 80,0% das mulheres concretizam tarefas

com dificuldades de controle e 80,0% dos homens as executam variadamente com

dificuldades de controle e de forma adequada e controlada.

Nessa perspectiva, ressalta-se que no envelhecimento esse fator psicomotor deve ser o primeiro

a sofrer delapidação, por constituírem-se atividades complexas. Acredita-se que essa diminuição, se deve as

alterações degenerativas das estruturas do olho durante o processo de envelhecimento. Sendo assim, entende-se

porque a diminuição da acuidade visual, algumas vezes a redução do campo visual, e a limitação da

convergência ocular e da acomodação visual, prejudicam a visão para curta distância, e redunda na diminuição

da percepção visual.

Page 90: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

89

5 CONCLUSÃO

A população de idosos faz-se crescente, e as instituições de longa permanência,

constituem-se como um recurso alternativo, pois propiciam aos idosos atendimentos de suas

necessidades através de cuidados especiais.

Neste estudo, pode-se concluir que os idosos da instituição de longa permanência aqui

referida são submetidos a um atendimento multiprofissional e a maioria destes possui

deambulação independente, mas por questão de prevenção de acidentes sejam eles por quedas

ou agressões, a administração juntamente com os profissionais do local optou por uma

locomoção em ambiente restrito, dispositivos estáveis e atenção constante da equipe, além

disso, não se fez necessário propor ações preventivas para a manutenção da funcionalidade da

locomoção dos mesmos, pois o local é adaptado, sendo que algumas destas adaptações

necessitam de adequações, porém as inadequações não interferem no cotidiano dos idosos.

Nesse sentido, entende-se que a psicomotricidade exerce efeito preventivo ao

conservar a tonicidade funcional, controlar a postura flexível, determinar a boa imagem do

corpo, organizar espacial e temporalmente, e integrar e prorrogar as práxias global e fina;

proporciona ao geronte a ação com o corpo em movimento, a favor da manutenção de uma

estrutura funcional, necessária não somente para a promoção, mas, sobretudo, para a

manutenção da saúde; e, resgata a satisfação de viver. Portanto, enfatiza-se que a aplicação de

exercícios psicomotores em pessoas idosas ou a reeducação psicomotora, constitui uma

ciência artesanal, que trabalha com a pessoa numa dimensão particular e individual,

priorizando o aspecto qualitativo da relação humana vinculada aos estímulos externos que

determinam os comportamentos ao longo da vida do cidadão.

A gerontomotricidade que visa proporcionar aos idosos uma melhor qualidade de vida.

Assim a psicomotricidade exerce fundamental importância no processo de conservação da

tonicidade funcional, controle postural flexível, manutenção da imagem corporal, organização

espaço-temporal plástica, integração de praxias ideomotoras, entre outras, relacionadas às

necessidades específicas do idoso. Tornando o envelhecer um contínuo viver experiências

criativas.

A partir do estudo realizado, evidencia-se a necessidade de se buscarem estratégias

que promovam bem-estar e saúde ao idoso institucionalizado. Os problemas apresentados são

Page 91: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

90

desafios que devem ser ultrapassados. Cabe aos diversos profissionais, portanto, tornar real a

prática dos conceitos de promoção da saúde dentro desse ambiente, de acordo com as suas

possibilidades. Todos têm direito a uma melhor qualidade de vida, repleta de amor e

felicidade, bem como preparados para aceitação da morte digna.

Page 92: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

91

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Page 97: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

96

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro meu consentimento em participar da pesquisa intitulada: INTERVENÇÃO FISIOTERÁPICA: EFEITOS NA PSICOMOTRICIDADE EM IDOSOS EM TERESINA-PIAUÍ. A pesquisadora, MICHELLY MARA LIRA MONTEIRO, REGISTRO DE FISIOTERAPEUTA, Nº 101.135 conduzirá a pesquisa com o objetivo de elaborar sua Dissertação de Mestrado EM GERONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA. Declaro que fui informada(o) da duração de minha participação na pesquisa, que será de SETEMBRO 2011 a outubro 2011. Manifesto ter sido informada(o) que minha identidade será rigorosamente preservada, que os dados obtidos serão publicados em apenas eventos científicos sem fins lucrativos. Declaro ter sido informada(o) que poderei retirar meu consentimento e deixar a pesquisa a qualquer momento, sem ônus. Fui informada(o) que não ocorrerá riscos à minha integridade física e moral. Fui informada(o) que minha participação na pesquisa poderá trazer-me benefícios à saúde, bem como terei acompanhamento durante o período da pesquisa por parte do grupo da pesquisadora, fisioterapeuta Michelly Mara Lira Monteiro.Registro nº ......

Assino este documento, que está em duas vias. Uma delas é minha e a outra é do pesquisador responsável.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Nome e Assinatura do pesquisador

MICHELLY MARA LIRA MONTEIRO RG___________________

Registro Fisioterapeuta:__________________________

Assinatura: _____________________________________________

Telefone para contato: _______________________________________________________

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, NOME_________________________________________________ RG:______________________________, abaixo assinado, concordo em participar da pesquisa.

Page 98: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

97

Assinatura:__________________________________________________________________________________________________________

Local e data ___________________/________/________/__________

Page 99: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

98

APÊNDCE B

FICHA IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

1. Identificação do Paciente

Nome:

Endereço:

Telefone

Estado civil:

Sexo:

Data de nascimento:

Período que está na Instituição de Longa Permanência:

Motivo que está na Instituição de Longa Permanência:

Cidade:

Profissão-ocupação:

Renda

Cor:

Escolaridade

Possui alguma doença crônica:

Relação com parentes:

Page 100: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

99

ANEXO A - VERSÃO EM PORTUGUÊS DOS INSTRUMENTOS

DE AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA (WHOQOL-

ABREVIADO) 1998

Instruções

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como como referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:

nada

Muito pouco

médio

muito

completamente

Você recebe dos outros o apoio de que necessita?

1 2 3 4 5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de que necessita nestas últ imas duas semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.

nada Muito pouco

médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio de que necessita?

1

2

3

5

Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.

muito ruim

Ruim nem ruim nem boa

boa muito boa

1 Como você avaliaria sua

qualidade de vida?

1 2 3 4 5

muito insatisfeito

Insatisfeito

nem satisfeito nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

2

Quão satisfeito(a)

você está com a sua

saúde?

1 2 3 4 5

Page 101: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

100

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.

nada muito pouc

o

mais ou

menos

bastant

e extremamen

te

3 Em que medida você acha que sua dor (física)

impede você de fazer o que você precisa?

1 2 3 4 5

4 O quanto você precisa de algum tratamento

médico para levar sua vida diária?

1 2 3 4 5

5

O quanto você aproveita a vida?

1

2

3

4

5

6 Em que medida você acha que a sua vida tem

sentido?

1 2 3 4 5

7

O quanto você consegue se concentrar?

1

2

3

4

5

8

Quão seguro(a) você se sente em sua vida diária?

1

2

3

4

5

9 Quão saudável é o seu ambiente físico (clima,

barulho, poluição, atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

nada muito pouc

o

médio muito completa

mente

10

Você tem energia suficiente para seu dia-a- dia?

1

2

3

4

5

11

Você é capaz de aceitar sua aparência física?

1

2

3

4

5

12 Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas

necessidades?

1 2 3 4 5

13 Quão disponíveis para você estão as informações

que precisa no seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

14 Em que medida você tem oportunidades de

atividade de lazer?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

muito ruim

ruim nem ruim nem bom

bom muito bom

Page 102: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

101

15

Quão bem você é capaz de se locomover?

1 2 3 4 5

muito insatisfeito

Insatisfeito

nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito Muito

satisfeito

16 Quão satisfeito(a) você está com o seu

sono?

1 2 3 4 5

17 Quão satisfeito(a) você está com sua

capacidade de desempenhar as atividades do seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

18 Quão satisfeito(a) você está com sua

capacidade para o trabalho?

1 2 3 4 5

19 Quão satisfeito(a) você está consigo

mesmo?

1 2 3 4 5

20 Quão satisfeito(a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes,

conhecidos, colegas)?

1 2 3 4 5

21 Quão satisfeito(a) você está com sua

vida sexual?

1 2 3 4 5

22 Quão satisfeito(a) você está com o apoio que você recebe de seus

amigos?

1 2 3 4 5

23 Quão satisfeito(a) você está com as condições do local onde mora?

1 2 3 4 5

24 Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde?

1 2 3 4 5

25 Quão satisfeito(a) você está com

o seu meio de transporte?

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas

semanas.

nunca Algumas

vezes freqüente

mente

muito freqüentemen

te

sempre

26

Com que freqüência você

tem sentimentos

negativos tais como mau

humor, desespero, ansiedade, depressão?

1 2 3 4 5

Page 103: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

102

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? ..................................................................

Quanto tempo você levou para preencher este questionário? ..................................................

Você tem algum comentário sobre o questionário?

OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO

Page 104: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

103

ANEXO B

BATERIA PSICOMOTORA (adaptado)

VICTOR DA FONSECA

Bateria Psicomotora (BPM)

DESTINADA AO ESTUDO DO PERFIL PSICOMOTOR

(Vitor da Fonseca, 1975)

Nome:_________________________________________________________

Sexo:_____Data de Nascimento___/___/___ Idade____Anos____Meses____

Escolaridade____________________________________________________Observador____________________ Data da Observação________________

PERFIL

1ª Unidade

Tonicidade

4 3 2 1 Conclusões e Interpretações

Equilibração

Unidade

Lateralização

Noção de Corpo

Estr.EspaçoTemporal

Unidade

Praxia Global

Praxia Fina

Escala de Pontuação:

1

Realização imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco)

perfil apráxico

2

Realização com dificuldades de controle (satisfatório)

perfil dispráxico

3

Realização controlada e adequada (bom)

perfil eupráxico

4

Realização perfeita, econômica, harmoniosa e controlada (excelente)

perfil

hiperpráxico.

Recomendações (Projeto terapêutico-pedagógico)

Page 105: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

104

Aspecto somático

Desvios Posturais:________________________________________________

Controle Respiratório: Inspiração 4 3 2 1

Expiração 4 3 2 1

Apneia 4 3 2 1

DURAÇÃO

FATIGABILIDADE 4 3 2 1

TONICIDADE:

Hipotonicidade

Hipertonicidade

Extensibilidade:

Membros Inferiores 4 3 2 1

Membros Superiores 4 3 2 1

Passividade: 4 3 2 1

Paratonia:

Membros inferiores 4 3 2 1

Membros superiores 4 3 2 1

Diadococinesias:

Mão Direita 4 3 2 1

Mão Esquerda 4 3 2 1

Sincinesias:

Bucais (Axiais) 4 3 2 1

Contralaterais (de imitação) 4 3 2 1

Page 106: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

105

EQUILIBRAÇÃO:

Imobilidade 4 3 2 1

Equilíbrio Estático

Apoio Retilíneo 4 3 2 1

Ponta dos pés 4 3 2 1

Apoio num pé 4 3 2 1

Equilíbrio Dinâmico

Marcha Controlada 4 3 2 1 Evolução no banco:

1) para frente 4 3 2 1

2) para trás 4 3 2 1

3) Lado direito 4 3 2 1

4) Lado esquerdo 4 3 2 1

Um só pé (E) 4 3 2 1

Um só pé (D) 4 3 2 1

Pés juntos para frente 4 3 2 1

Pés juntos para trás 4 3 2 1

com olhos fechados 4 3 2 1

LATERALIZAÇÃO: 4 3 2 1

Ocular

Auditiva

Manual

Pedal

Inata

Adquirida

NOÇÃO DE CORPO:

Sentido Cinestésico 4 3 2 1

Reconhecimento D e E 4 3 2 1

Autoimagem (face) 4 3 2 1

Imitação de Gestos 4 3 2 1

Desenho do corpo 4 3 2 1

D

E

D

E

D

E

D

E

D

E

D

E

D

E

Page 107: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

106

ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL:

Organização 4 3 2 1

Estruturação Dinâmica 4 3 2 1

Representação Topográfica 4 3 2 1

Estruturação Rítmica 4 3 2 1

As estruturas rítmicas:

4 3 2 1

4 3 2 1

4 3 2 1

4 3 2 1

4 3 2 1

PRAXIA GLOBAL:

Coordenação óculo-manual 4 3 2 1

Coordenação óculo-pedal 4 3 2 1

Dismetria 4 3 2 1

Dissociação:

Membros Superiores 4 3 2 1

Membros Inferiores 4 3 2 1

Agilidade 4 3 2 1

PRAXIA FINA:

Coordenação Dinâmica Manual 4 3 2 1

Tempo:______________

Page 108: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

107

Tamborilar 4 3 2 1

Velocidade e precisão 4 3 2 1

Número de pontos 4 3 2 1

Número de cruzes 4 3 2 1

ANÁLISE DO PERFIL PSICOMOTOR:

Page 109: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

108

Anexo C

Parecer Consubstanciado de Projeto de Pesquisa

Título do projeto: Psicomotricidade e qualidade de vida em idosos em Teresina-Pi

Pesquisador responsável: Michelly Mara Lira Monteiro

Data da versão: 10/09/2011 Cadastro: 198/2011 Data do parecer: 24/10/2011

Grupo e área temática III Projeto fora das áreas temáticas especiais

Objetivos do projeto: Demonstrar como os fatores psicomotores estão presentes em gerontes de Instituições de longa permanência e como as atividades psicomotoras melhoram a qualidade de vida na terceira idade.

Sumário do projeto:

Itens metodológicos e Éticos Situação

Título Adequado

Autores Adequados

Local de Origem na Instituição Adequado

Projeto elaborado por patrocinador Não

Aprovado no País de Origem Não necessita

Local de Realização Outro

Outras Instituições envolvidas Sim

Condição para realização Condição para realização

Comentário sobre os itens de Identificação: O título está adequado mas poderia constar apenas o Estado. No entanto, fica a critério da autora adotar a sugestão.

Introdução: Adequada

Objetivos: Adequado

Comentários sobre os objetivos: Primeira análise: O objetivo que está na introdução diverge dos objetivos que estão mais explicitados.

Na página 10 do projeto, o objetivo geral não remete à análise ou investigação do fenômeno, mas já em demonstrá-los a partir de fatores considerados já existentes. A testagem, nesse

Page 110: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

109

caso, seria apenas para "confirmar". O verbo investigar, analisar, identificar, etc. poderiam caracterizar melhor a abordagem do objeto de estudo.

Quanto aos objetivos específicos, o segundo objetivo, que refere-se à aplicação da bateria de testes, poderia ficar melhor posicionado como item da metodologia/instrumentos. O terceiro objetivo específico está incompleto. O quarto objetivo indica o conhecimento dos resultados. Será mais apropriado colocar um verbo que remetesse ao caráter investigativo do estudo, por exemplo: identificar em que aspectos as atividades psicomotoras podem ---------. Essa medida pode dar sentido à criação da hipótese indicada na págiana 10 do projeto.

É necessário o cálculo do tamanho da amostra, pois no título refere que a amostra será representativa para Teresina.

Segunda análise: o documento atende as solicitações.

Pacientes e Métodos

Delineamento Adequado

Tamanho de amostra Total: 95 Local: 2

Cálculo do tamanho da amostra Não calculado

Participantes pertencentes a grupos especiais Outros vínculos de dependência

Seleção equitativas dos indivíduos participantes

Adequado

Critério de inclusão e exclusão Adequados

Relação risco-benefício Não se aplica

Uso de placebo Não utiliza

Período de suspensão de uso de drogas(wash out)

Não utiliza

Monitoramento da segurança e dados Não se aplica

Avaliação dos dados Adequada - Quantitativa

Privacidade e confidencialidade Adequado

Termo de consentimento Adequada

Adequação às normas e diretrizes Não

Comentários sobre os itens de Pacientes e Métodos: Primeira análise: Os participantes são atendidos em instituições abrigadas.

Page 111: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

110

Não está claro o critério de exclusão no que se refere ao comprometimento funcional dos sujeitos. Cabe detalhamento.

Cabe melhor esclarecimento sobre os procedimentos de construção dos dados, desde a aproximação ao campo de pesquisa.

Revisão do texto, lapsos em algumas normas de citação, que se apresentam corretas em outros momentos do texto.

Segunda análise: adequado

Cronograma Adequado

Data de início prevista 10/2011

Data de término prevista 03/2012

Orçamento Adequado

Fonte de financiamento externa Não

Referências Bibliográficas Adequadas

Comentários sobre as referências bibliográficas: rever as normas da ABNT para as referências.

Recomendação: Aprovar

Comentários gerais sobre o projeto: Primeira análise: Tema relevante, com viabilidade para execução.

A proposta atende em parte às exigências da Resolução CNS 196/96 e para sua aprovação necessita apresentar resposta aos itens indicados no parecer.

O pesquisador tem 60 dias para responder aos quesitos formulados pelo CEP em seu parecer. Após esse prazo o projeto será considerado retirado e posteriormente havendo interesse, deverá ser apresentado novo protocolo e reiniciado o processo de registro (Res. CNS 196/96).

Segunda análise: O documento apresentado em 07/02/12, responde às exigências feitas. O projeto atende aos requisitos fundamentais da Resolução CNS 196/96 e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCB.

Após a conclusão da pesquisa é compromisso dos/das proponentes a entrega de relatório final ou versão final do trabalho.

Page 112: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

111

Anexo D

Termo de Aprovação

Page 113: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

112

Anexo E

Testes da Bateria Psicomotora

Fator tonicidade

Foram utilizados cinco subfatores que analisaram o suporte e a ação do tônus muscular

do idoso: as tarefas de extensibilidade, de passividade e de parotonia, correspondente ao tônus

de suporte, e diadococinesias e sincinesias relacionadas ao tônus.

Extensibilidade

É o maior comprimento possível, atingido pelo músculo ao afastar as suas inserções.

Nessa tarefa observou-se o grau de mobilidade articular e o grau de resistência por simples e

suave palpação de partes moles. Na avaliação da musculatura superior trabalhou o deltoide

anterior e os peitorais, sendo que o idoso devia permanecer na posição ortostática, e a

pesquisadora segurou os cotovelos do idoso nas costas, aproximando-os ao máximo. Nos

membros inferiores foram explorados a extensibilidade dos músculos adutores, extensores da

coxa, e quadríceps femural, sendo eles testados e avaliados com goniômetro.

O tônus de suporte e os deslocamentos exógenos foram analisados através da mobilização dos quatros membros e suas respectivas extremidades, visando provocar a sensibilidade de peso nos membros e a movimentação passiva nas extremidades distais do idoso. Esta tarefa foi avaliada através de oscilações e a mobilização brusca do segmento testado.

Ao realizar a tarefa de membros inferiores o idoso permaneceu sentado em uma cadeira ou mesa suficientemente alta para que os pés permanecessem pendentes, visto que a observadora mobilizou o ântero-posteriormente, deixando somente a articulação do pé livre, provocando uma rotação interna, interrompida rapidamente.

Paratonia

Capacidade de revelar a existência ou não de liberdade motora articular e tônica. O procedimento para a realização desse subfator constitui em avaliar os membros superiores em avaliar os membros superiores com pequenos movimentos passivos e queda de braço, estando o idoso deitado dorsalmente. Os membros inferiores apresentarão o mesmo procedimento.

Page 114: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

113

Diadococinesias

É a realização de movimentos coordenados, simultâneos e alternados dos segmentos em rápida sucessão, trabalhando assim o tônus de ação.

Sincinesias

Caracterizou-se pela presença de movimentos não intencionais, acompanhando os movimentos intencionais. O idoso sentou-se com ambas as mãos em cima da mesa, realizou contração da mão dominante com uma bolinha de tênis, observou-se a presença de sincinesias.

Fator Equilibração

Nos subfatores da equilibração, analisou-se a mobilidade, o equilíbrio estático e o equilíbrio dinâmico, abrangendo o controle postural e a locomoção do idoso que de fato são fatores inseparáveis para o controle motor.

Imobilidade

Caracterizou-se pela capacidade do idoso de fazer ajustamentos posturais, inibindo certos movimentos, com olhos abertos ou fechados, e sempre conservando o equilíbrio. Na posição de pé, com os pés unidos e as mãos apoiadas na face lateral da coxa, o idoso permaneceu por 60 segundos imóvel.

Equilibrio estático

Está intimamente ligado as capacidades de imobilidade, ou seja, de conseguir um bom equilíbrio do corpo como um todo. As tarefas para este subfator são: apoio retilíneo ( em pé com o apoio dos pés), manutenção do equilíbrio na ponta dos pés( em pé com apoio na ponta dos dedos dos pés) e apoio unipodal( em pé com apoio apenas de um pé).

Equilibrio dinâmico

Exige do corpo uma movimentação mais controlada e coordenada. De pé, com as mãos no quadril, o idoso percorreu uma linha reta de 3 metros com um pé na frente do outro, para o lado direito e lado esquerdo e para trás.

Page 115: IMPORTANTE Michelly Monteiro Psicomotricidade Na 3.ª Idade

114

Fator lateralização

Confirma-se a dominância de cada criança através dos subfatores de:

lateralização ocular ( dominância para melhor lado para visão através do fechamento do olho direito e olho esquerdo) ,

lateralização auditiva (dominância de lado para melhor audição através do uso do telefone),

lateralização manual( dominância de uso das mão em tarefas da vida diária ou na realização de exercício, como por exemplo, jogar uma bola numa caixa com uma distancia de 1 metro) e

lateralização pedal (dominância para uso dos pés, o exemplo pode ser o anterior, mudando apenas o uso dos pés).

Fator noção do corpo

É representado pelo reconhecimento corporal e espacial, ou seja, o idoso tem que apresentar noção de seus movimentos corporais agindo livremente e a vontade.

É representado por 5 subfatores :

Sentido cinestésico (reconhecimento/percepção das partes do corpo, ou de um ponto ou de um movimento realizado num segmento),

Reconhecimento esquerda-direita (é o reconhecimento discriminativo de um hemicorpo e da linha média do corpo, tendo conscientização e autocontrole de seus membros esquerdos e direitos),

Auto imagem (face) está relacionada ao componente facial da noção do corpo, através do reconhecimento, localização e diferenciação tátil do corpo, o idoso devia ter consciência da direcionalidade e harmonia dos movimentos no espaço,

Imitação de gesto (capacidade de análise visual de posturas e gestos realizados pela pesquisadora.

O idoso terá que que reproduzir os gestos através de uma boa análise da coordenação óculomanual, da localização espacial, do reconhecimento corporal e da percepção visual, e desenho do corpo (é a noção do corpo vivido, isto é, o reconhecimento global do corpo.

Fator estruturação espaço-temporal

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É uma forma de organização espacial, isto é, calcular a distância e os ajustamentos dos

planos motores que se pretende percorrer. O idoso teve que realizar cálculos mentais de adição e subtração, ajustando também o comprimento das passadas.

Estruturação dinâmica

Compreende a capacidade de memorização visual a curto prazo, quando relacionadas a estruturas simples, de fácil memorização. A realização desse subfator na BPM envolve a utilização de fichas desenhadas com fósforos em diferentes estruturas e orientações , as quais o idoso deve memorizar e reproduzi-las corretamente.

Representação Topográfica

É um subfator bem especifico da orientação espacial, porque representa a capacidade da criança de orientar-se em um determinado lugar.

Estrutura rítmica

Avalia a qualidade de percepção auditiva e a memorização a curto prazo. Fez-se uma sequencia de batimentos com um lápis. A estrutura rítmica representa um subfator de orientação temporal, pois o idoso deve seguir um ritmo dentro de um intervalo de tempo.

Fator praxia global

Os subfatores pertencentes a praxia global compreende a coordenação óculomanual, a dismetria e a dissociação.

Coordenação óculomanual

Está relacionada a coordenação manual através da percepção visual, isto é, o idoso realizou as tarefas da BPM devendo ter em mente um planejamento motor, uma noção de distancia, altura e lançamento ao alvo com muita precisão.

Na tarefa desse subfator a pesquisadora observou se o idoso lançou a bola por cima ou por baixo do ombro, verificou também postura, velocidade, força e autocontrole ao lançar a bola.

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Coordenção óculopedal

Compreende a coordenação dos membros inferiores através da percepção visual e da noção espacial.

Dismetria

Resultante de uma descoordenação e da realização dispráxica do movimento devido à má orientação visuoespacial perante uma distancia.

Dissociação

É um subfator bem trabalhado na praxia global, na qual envolve a capacidade de diferenciar vários gestos.

De inicio utilizou-se somente os membros superiores, em seguida os inferiores e após une os dois membros num mesmo ritmo coordenado.

Fator Praxia Fina

Na BPM há três subfatores pertencentes a praxia fina : coordenação dinâmica manual, tamborilar e velocidade precisão.

Coordenação dinâmica manual

Envolve a coordenação fina da mão e dos dedos e as capacidades de concentração visual, de agilidade e de precisão dos movimentos.

Tamborilar

É uma tarefa de motricidade fina, envolve a dissociação digital e a motricidade independente e harmoniosa. A tarefa de tamborilar requer precisão e habilidade na execução de movimentos circulares com os dedos.

O idoso realizou círculos com os dedos na transição de um para o outro, desde o indicador até o mínimo, primeiro foi feito três vezes com cada mão e depois simultaneamente.

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Velocidade

precisão

Esse subfator necessita de muita precisão e coordenação visuomotora ao realizar movimentos finos, ou seja, habilidade e rapidez nas coordenações.