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    BENEFCIOS DOS PARQUES URBANOS

    Raphael Tavares Pacheco Martins

    Graduando de Arquitetura e Urbanismo/ISECENSA/Campos dos Goytacazes/RJ/Brasil [email protected]

    Ronaldo de Sousa Arajo

    Doutor em Gesto e Valorao Urbana/UPC/Barcelona/Espanha [email protected] RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo apresentar o tema e analisar os benefcios gerados pelos parques urbanos. Para a sua realizao foi definido como zona de estudo a regio norte do estado do Rio de Janeiro. Os outros objetivos foram a qualificao e a definio das funes do parque e a elucidao da sua contribuio para a melhoria da qualidade de vida. Alm do lazer, outras funes socioambientais relevantes so desempenhadas pelos parques urbanos destacando-se a psicolgica, a reconstruo da tranquilidade, a recomposio do temperamento, atenuante de rudos e condicionador do microclima, impondo a sua incluso no planejamento e nas polticas pblicas das cidades. A pesquisa foi estruturada por um levantamento histrico e uma reviso bibliogrfica. Um dos principais efeitos dos parques urbanos a amenizao climtica, com contribuies positivas para o microclima local. No passar dos anos por conta dos grandes lucros as empresas privadas levaram o conjunto urbano para um crescimento desordenado e minimizando a funo social dos parques urbanos, criando problemas sociais, esquecendo-se dos valores pessoais, histricos, culturais alem da dimenso sensorial e psicolgica. Palavras-chave: Parques urbanos; reas verdes; Cidades. ABSTRACT This research aimed to examine the positive effects generated by urban parks. For its completion was defined as the study area the state of Rio de Janeiro, with main focus on the northern region. The other objectives were the qualifying and defining the functions of the park and the elucidation of their contribution to improving the quality of life. Besides leisure, other relevant social and environmental functions are performed by urban parks highlighting the psychological, the reconstruction of peace, the rebuilding of temperament, mitigating noise and microclimate conditioner, requiring their inclusion in planning and public policy of the cities. The research was structured by a historical survey and a literature review. One of the main effects is climate mitigation, with positive contributions to local microclimate. Over the years owing to the big profits the private companies took the urban area to a disordered growth, minimizing the social function of urban parks, creating social problems, forgetting the personal, historical, cultural values beyond the sensory and psychological dimension. Keywords: Urban parks; Green areas; Cities. 1. INTRODUO

    Atualmente, a vida dos cidados tem sido um caos quando se fala em estresse, preocupao, trabalho

    e tudo mais. No entanto esses problemas cotidianos tm afetado muito nas relaes sociais e intrafamiliares do brasileiro. Nas cidades, a habitao multifamiliar em massa e a verticalizao tm aumentado muito nesses ltimos anos e, condicionados a viabilidade oramentria, o espao de convivncia desses locais vem decrescendo, a ponto de que cidados acabam necessitando de locais pblicos urbanos para usufruir do ar livre.

    A existncia de parques urbanos nas metrpoles e a sua utilizao, trazem inmeros benefcios para a sade do ser humano, como a apreciao da natureza, a reconstruo da tranquilidade, a recomposio do

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    temperamento e tambm atenuante de rudos e condicionador de microclima. Foram realizadas algumas entrevistas, e percebe-se que a amenizao climtica um grande fator benfico para os cidados brasileiros.

    Olhando o cenrio atual da nossa regio Norte Fluminense, e comparando com os demais pases at

    mesmo do nosso continente pode-se perceber a precariedade de reas verdes urbanas, reas de convivncia, lazer e vazios urbanos.

    Este artigo uma reviso bibliogrfica, que em primeiro lugar, foi fundamentada em pesquisas histricas bibliogrficas, conceitos de espaos livres pblicos, espaos verdes urbanos, reas verdes, parques urbanos , paisagem, sutentabilidade ampliada e qualidade de vida.

    Tambm foram discutidos alguns conceitos de espao livre, arborizao urbana, florestas urbanas, rea livre e rea aberta, espao aberto, rea verde e a sua subdiviso em praa jardim e os parques urbanos, todos inseridos nas diversas terminologias dos espaos livres urbanos; definies origens e tipos nos seus diferentes perodos na histria da urbanizao das cidades. A partir deste entendimento, foram abordadas as questes relacionadas com a apresentam-se a histria e a evoluo dos parques urbanos, desde os jardins italianos do sculo XVI at os atuais parques temticos, litorneos e ecolgicos.

    Deste modo, o objetivo deste estudo expor para os cidados, novos empreededores e construtoras os benefcios de grandes parques urbanos nas pequenas e grandes cidades.

    2. A CIDADE INDUSTRIAL

    A habitao por conta da primeira Revoluo Industrial necessitou de mo-de-obra interior

    ocasionando a vinda das pessoas para as cidades. E para minimizar a tenso da vida, os espaos livres surgiram do imaginrio burgus, que buscava amenizar os problemas sociais, que se tornaram extremamente graves (SOUZA, 2003)

    A cidade industrial moderna colocou a exigncia de reas verdes, parques e jardins, como elemento

    urbanstico, como ornamentao urbana, necessidade higinica, recreao, defesa e recuperao do meio ambiente. A arborizao das vias pblicas, alm de embelez-las, tambm um fator de atenuao de rudos, de fixao e reteno do p e da reoxigenao do ar (SILVA, 1947). Em termos de prazer cotidiano, tambm utilizado como refgio e tambm criando significado social de uma rea, sua funo, sua histria, ou mesmo seu nome (LYNCH, 1997).

    3. PARQUES URBANOS NO BRASIL No Brasil a presena de praas e largos vem de longa data, remontando aos primeiros sculos da

    colonizao. Sobre esses espaos recaam as atenes principais dos administradores, pois constituam pontos de ateno e focalizao urbanstica, localizando-se ao redor da arquitetura de maior apuro, j que pontos de concentrao da populao (REIS FILHO, 1968).

    "Ainda em relao aos ndices importante comentar que est difundida e arraigada no Brasil assertiva de que a ONU, ou a OMS, ou FAO, considerariam ideal que cada cidade dispusesse de 12m de rea verde/habitante. Nas pesquisas, por carta, que fizemos junto essas Organizaes, foi constatao que esse ndice no conhecido, como no o , entre as faculdades de paisagismo da Repblica Federal da Alemanha. Somos levados a supor, depois de termos realizado muito estudos, que esse ndice se refira, to somente s necessidades de parque de bairro e distritais/setoriais, j que so os que, dentro da malha urbana, devem ser sempre pblicos e oferecem possibilidade de lazer ao ar livre" (CAVALHEIRO & DEL PICCHIA, 1992)

    Paiva e Gonalves (2002) exemplificam o conceito do que o da floresta urbana, valorizando a

    rvore como um elemento do ambiente urbano. As florestas urbanas se referem aos conjuntos arbreos criados pelo homem, inseridas nos ncleos urbanos. Seguindo o conceito de Cidade-Jardim segundo Ebenezer Howart, na verdade, no h somente duas alternativas como se cr vida urbana ou vida rural.

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    Existe tambm uma terceira perfeita harmonia entre ambas. A cidade e o campo poderiam ser vistos como dois ms, cada um buscando atrair as pessoas para si (HOWARD, 1996).

    4. BENEFCIOS DA ARBORIZAO

    Os espaos livres desempenham, no amplo sentido, integrar espaos diferentes, baseando-se no

    enfoque esttico, como ecolgico e lazer (CAVALEIRO; DEL PICCHIA, 1992, p.31). [...] As reas verdes devem ser dotadas de infraestrutura e equipamentos oferecendo lazer e recreao e que possa ser percorrida de sua casa at l a p (MAZZEI, 2007).

    Ferreira (2005) pesquisou sobre os benefcios que a vegetao pode trazer ao ser humano das cidades so encontrados em vrios autores:

    Estabilizao de determinadas superfcies (...) as razes ajudam a fixar o solo; obstculo contra o vento (...); proteo da qualidade da gua, pois impede que poluentes escorram para os rios (...); filtra o ar (...); equilibra o ndice de umidade no ar (...); diminui a poeira; reduz o barulho; propicia a interao entre as atividades humanas e o meio ambiente; protege as nascentes e os mananciais; cria abrigo fauna; um componente da organizao e composio de espaos no desenvolvimento das atividades humanas; um elemento de valorizao visual, ornamental; refresca a atmosfera; acompanhamento virio aumentando a segurana das caladas; a psicologia indica que para a sade psquica do homem necessrio um suficiente contato com a natureza; funo recreativa; rvores decduas lembrariam ao homem as mudanas de estao; contraste de textura (...) delcias, mistrios e riquezas de detalhes (...); consumo de vegetais e frutas frescas; quebra da monotonia das cidades; cores relaxantes; renovao espiritual; o desconforto psicolgico causado pelas grandes massas edificadas amenizado pela presena de rvores, pois estas estabelecem uma escala intermediria entre a humana e a construda, atenuando imagens urbanas agressivas; caracterizam e sinalizam espaos; podem evocar a histria dos mesmos; "purificao" das vias respiratrias (GEISER, et. al., 1975 e 1976; DI FIDIO, 1985; MARCUS & DETWYLER, 1972; DOUGLAS, 1983; CAVALHEIRO, 1991; FELLENBERG, 1980).

    So exemplos de benefcios que a vegetao pode trazer ao ser humano das cidades: Estabilizao de

    determinadas superfcies (as razem ajudam a fixas o solo), obstculos contra o vento, proteo da qualidade da gua (impede que poluentes escorram para os rios, filtro do ar diminui a poeira e equilibra a umidade), reduz o barulho, cria abrigo fauna, valorizao visual e ornamental, (...) (GEISER, 1975 e 1976).

    Costa (1996) afirma que o conceito de arborizao urbana no limitado a presena de rvores nos parques pblicos. Esto presentes em diversas tipologias dos espaos livres, como praas, ruas, largos, becos, florestas urbanas, entre outros e inclusive nos espaos que no receberam interveno paisagstica. 5.FUNES URBANAS

    Quando se trata de funes urbanas, Llardent (1982) retrata a histria desses espaos livres dizendo

    que: a cidade um conjunto de elementos, sistemas e funes entrelaados. Este um marco concreto, onde deve contemplar a evoluo dos espaos livres como um dos principais sistemas que formam o organismo urbano.

    Para Vieira (2004), as reas verdes assumem diferentes funes como: funo social, funo esttica, funo ecolgica, funo educativa e funo psicolgica. A esse respeito, analisar a estruturao dos espaos verdes na malha urbana, mostrando assim como ocorreu a apropriao do territrio brasileiro e a importncia desse espao na formao da cidade (SEGAWA, 1996). Os espaos de convivncia e comemoraes, ou seja, praas torna-se importante, pois a vida pblica se desenvolvia e se hierarquizava por meio delas (ANDRADE, 2004). Segundo Macedo (1999), os espaos livres das residncias brasileiras se estruturavam de forma nica, regular, em funo do parcelamento do solo, com quintais nos fundos. Este padro colonial permaneceu at final do sculo XIX.

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    Segundo Vieira (2004), as reas verdes assumem diferentes papis na sociedade e suas funes esto relacionadas no ambiente urbano como:

    Funo Social: possibilidade de lazer que essas reas oferecem populao. Com relao a este aspecto, deve-se considerar a necessidade de hierarquizao; Funo Esttica: diversificao da paisagem construda e embelezamento da cidade. Relacionada a este aspecto deve ser ressaltada a importncia da vegetao; Funo ecolgica: provimento de melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, gua e solo, resultando no bem estar dos habitantes, devido presena da vegetao, do solo no impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada nessas reas; Funo Educativa: possibilidade oferecida por tais espaos como ambiente para o desenvolvimento de atividades educativas, extraclasse e de programas de educao ambiental; Funo Psicolgica: possibilidade de realizao de exerccios, de lazer e de recreao que funcionam como atividades antiestresse e relaxamento, uma vez que as pessoas entram em contato com os elementos naturais dessas reas.

    As atividades recreativas requerem espaos livres apropriados, esparsos por toda cidade, as zonas

    verdes para o jogo e para o esporte perto das casas, os parques dos bairros, os parques da cidade, as grandes zonas protegidas do territrio (BENEVOLO,1993).

    Dentro dessa perspectiva, Rezende (2003) buscou iluminar as relaes entre o planejamento urbano e o planejamento ambiental, que, mesmo estando presente em textos da Constituio Federal de 1988 e no Estatuto da Cidade, faz retornar as discusses sobre os importantes instrumentos de controle do solo urbano, entre eles o Plano Diretor, que avana quando dispe sobre o meio ambiente urbano.

    6. PARQUES URBANOS E SEUS EFEITOS POSITIVOS

    Ao longo dos sculos, foram sendo acrescentados anis urbanos, substituindo a vegetao pela pedra

    e destruindo as superfcies verdes, pulmes da cidade. Nessas condies, as altas densidades significam o mal-estar e a doena em estado permanente. (LE CORBUSIER, 1989)

    A literatura atual, quebra a categoria "parques" em trs novas categorias, parques urbanos, parque de rea natural, e parques especiais ou especficos. A determinao do tamanho dos espaos abertos pode vir a maximizar o valor de venda de uma casa, e isso varia de acordo com os tipos de espaos abertos refletindo em uma contribuio adicional no valor. O estudo de Resenberger e Walsh (1997), inclue geralmente uma medida do tamanho do espao aberto na equao de regresso, e no de forma quadrtica. O estudo que tem como base Western Valley Ranchland-USA, representa a valorizao do contingente.

    As foras internacionais para preservar o meio ambiente, esto preocupadas principalmente com os diversos ecossistemas existentes. Tanto com os considerados relativamente grandes quanto com espcies animais ou vegetais individuais em perigo ou ameaadas de extino. Pouca ateno est sendo dada do meio poltico neste assunto, principalmente na natureza prxima de onde as pessoas vivem e trabalham, pequenos espaos verdes nas cidades, e menos ainda quando se tratam de benefcios para a populao urbana. A sustentabilidade e as estratgias de regenerao das cidades deve se concentrar principalmente nas construes sendo empreendidas no ambiente urbano. A ateno para os elementos naturais e os espaos verdes da estrutura urbana ainda pobre e a baixa valorizao dos espaos verdes, tambm se reflete nos recentes cortes na manuteno do oramento de muitas cidades. (TYRVAINEN & VAANANEN, 1998).

    Para Herculano (2000), o consumismo desenfreado do mundo contemporneo poderia estar relacionado com a percepo queixosa sobre a baixa qualidade da prpria vida. Escravos do consumo, estaramos condenados a querer mais, a economizar mais e, portanto, a no usufruir dos prazeres da vida e buscar a felicidade de forma mais simples. A oportunidade de estar em contato com a natureza, em atividades de lazer ativo, passivo ou contemplativo faz a integrao do homem com a natureza de forma harmnica.

    A influncia da vegetao na temperatura do ar est relacionada com o controle da radiao solar, do vento e da umidade do ar. A umidade do ar dos recintos urbanos est relacionada com a evapotranspirao. Esse efeito depender do albedo, morfologia e rugosidade. As maiores variaes da umidade relativa do ar sob os grupamentos arbreos ocorrem no vero (10% UR), enquanto na primavera notam-se as menores

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    diferenas (3% UR). A incidncia do vento sob os grupamentos a responsvel pela reduo dessas diferenas de temperatura e umidade relativa entre as ares sombreadas e ensolaradas (MASCAR, 1996).

    Segundo Nucci (2001), a falta de definio clara do termo reas verdes e seus correlatos podem levar a falsas interpretaes e a um uso poltico no muito correto, por planejadores mal intencionados. Acrescenta, ainda, que, na realidade, as metodologias utilizadas para medir estes ndices ainda requerem estudos mais aprofundados e a definio de critrios mais claros. Portanto, no existem no Brasil recomendaes para o sistema de reas verdes no tocando mnimo de m/habitante, tamanho mnimo, raio de influncia, posio, faixa etria, o tipo de uso, entre outros, como em alguns pases.

    Fernandes (2002) ressalta que a urbanizao do Brasil resultou em cidades fragmentadas, onde,

    premidas por foras de mercado e por uma ao elitista e excludente do estado, a maioria dos pobres tem sido segregada e obrigada a viver em favelas, cortios, loteamentos irregulares e clandestinos em condies habitacionais precrias, podendo, ainda, ser submetida a assentamentos informais e inadequados do ponto de vista das condies ambientais, em reas centrais ou perifricas da cidade. A esse respeito, Kanashiro (2003) observa que a cidade passou a ser entendida como um emaranhado de problemas de ordem tcnica e funcional, esquecendo-se dos valores pessoais, histricos e culturais, alm das dimenses sensorial e psicolgica das comunidades, as quais passaram a ser tratadas, inclusive, com a designao de usurios ou de moradores.

    E como Santos (1997) cita, as cidades so criadas para a economia e no para os cidados. A afirmao de Santos evidente nas limitaes entre a rua e casa, a reduo do espao pblico, o anonimato entre as pessoas, tornando a cidade cada vez mais funcional, o que contribui diretamente para o individualismo. As cidades transformam-se, transvestem-se em parasos tecnolgicos oferecendo aos suas habitantes falsas benesses. As coisas mais simples, como crianas brincando nas ruas ou os lugares de festas e de encontro desaparecem; as praas, transmutadas em concreto, revalecem; tudo isso somado faz com que as pessoas percam suas prprias referncias (CARLOS, 1992).

    7. DISCUSSO

    O cenrio atual de parques no Brasil de extrema carncia, e o mercado imobilirio tem permitido a

    iniciativa privada construir empreedimentos em diversas reas onde se viabilizaria um parque para a melhoria da qualidade de vida. Sabe-se que sobre o aspecto urbano das cidades, principalmente quando se trata de lazer, entretenimento, esportes e espao para shows e eventos, zonas de expanso urbana a critrio de viabilidade oramentria, opta-se por terrenos de baixo custo, de topografia plana e de localizao tangente aos centros urbanos. Em certo ponto sabemos que de interesse para o crescimento econmico para a cidade quando se trata de empregos, expanso da rede de concesso de infraestrutura e saneamento, e tambm de maior moradia para populao. Mas sabe-se tambm que o incentivo para a existncia de reas verdes nesses locais so de carter secundrio e que o sistemas de planejamento para humanizao e urbanizao de uso comum dessas reas de fato antigo.

    8. CONCLUSES

    Este artigo pretende contribuir para o maior conhecimento do tema, suas funes urbanas e seus

    benefcios. No incio do sculo XIX com a vinda da mo de obra para as cidades, a necessidade social e ambiental do cidado se tornou essencial por conta da rotina de trabalho e da adaptabilidade de um ambiente urbano. Em cima desta migrao, o conceito de Cidade-Jardim, exemplifica a floresta urbana como soluo de uma vida rural-urbana, onde um depende do outro.

    No passar dos anos com a defasagem do mercado imobilirio, por conta do capitalismo e grandes lucros, as empresas privadas viabilizam as construes com objetivos lucrativos tornando o conjunto urbano de crescimento desordenado e minimizando a funo social dos parques urbanos, criando um emaranhado de problemas, esquecendo-se dos valores humanos, histricos, culturais alem da dimenso sensorial e psicolgica da comunidade.

    As cidades esto sendo criadas predominantemente para a economia e no para as pessoas, o anonimato das pessoas contribui diretamente para o individualismo, as crianas brincando na rua e os encontros desaparecem, as praas revalecem e tudo isso somado faz com que as pessoas percam suas prprias referncias.

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    De acordo com as pesquisas realizadas, conclui-se que o resultado de oferta insuficiente. A falta de definio clara do termo reas verdes pode levar a falsas interpretaes e a um uso poltico no muito correto, por planejadores mal intencionados. Venho a acrescentar, ainda, que, na realidade, as metodologias utilizadas para medir estes ndices ainda requerem reajustes, estudos mais aprofundados e a definio de critrios mais claros.

    9. REFERNCIAS

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