Impactos Positivos e Negativos Dos Materiais Radioativos
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OBJETIVOS
O trabalho acadêmico a seguir tem como objetivo reunir dados da literatura acerca
das características dos materiais radioativos. Visa, através de livros especializados e
artigos científicos da área, enfatizar, sobretudo, a história, obtenção, aplicações,
deposição e o ciclo de vida destes materiais.
INTRODUÇÃO
Material radioativo pode ocorrer na natureza, no entanto, a quantidade disponível é
muito limitada. O uso difundido deste começou com a construção dos reatores
nucleares, no principio da década de 40. Desde então, o uso de material radioativo
na pesquisa, medicina, geração de energia tem ampliado rapidamente. O impacto
desses materiais na pesquisa tem sido comparável ao do microscópio, ema nos
anteriores. Em razão do risco em potencial das radiações, a utilização desses
materiais deixa o público em geral em estado de alerta, e os benefícios que o uso
desses compostos radioativos pode trazer é incalculável, no entanto, os efeitos
benéficos somente podem ser avaliados se os seus perigos são dimensionados.
Tragédias como o acidente radiológico de Goiânia, e os acidentes nucleares de
Chernobyl (Ucrânia) e Fukushima (Japão) são exemplos recentes do poder
destrutivo dos materiais radioativos em doses maiores que as permitidas a seres
humanos.
REVISÃO
- HISTÓRICO
A história recente dos materiais radioativos ,tem origem na descoberta da
radioatividade que data de pouco mais de um século.
De acordo com Okuno (1988), a história das radiações inicia-se em 1895, com a
descoberta de raios X por Wilhelm Conrad Roentgen. Roentgen estudava descargas
elétricas através de um tubo de raios catódicos. Ele concluiu que o tubo emitia raios
muito mais potentes, ainda desconhecidos e que podiam até atravessar corpos
humanos e sensibilizar filmes fotográficos. Assim, foi descoberta uma forma
fantástica de se observar o interior dos corpos, causando uma verdadeira revolução
na área da Medicina diagnostica.
O segundo evento importante nessa área foi a comunicação feita à Academia de
Ciências de Paris, em fevereiro de 1896, por Antoine Henri Becquerel. Nessa época,
ele havia retomado as pesquisas realizadas por seu pai com substâncias
florescentes que absorviam luz para depois a reemitirem. Becquerel colocou um
acerta quantidade de sulfato de uranio e potássio, um sal de uranio, sobre uma
placa fotográfica, embrulhada em um papel preto, expondo o conjunto à luz solar
durante vários dias. Quando o filme foi revelado, a posição do mineral ficou
claramente marcada com manchas escuras. Sua primeira comunicação sobre esse
assunto foi feita com base nessa experiência. Ele continuou suas pesquisas, até que
um dia o céu ficou nublado e não conseguiu repetir a experiência. Becquerel,
guardou, então, o sal de uranio sobre um filme fotográfico em uma gaveta, na
ausência de luz. Mais tarde, ao revelar a chapa, ele teve uma grande surpresa.
Esperava, no máximo, umas manchas pouco escuras devidas à luz difusa e ao
pouco tempo de iluminação. No entanto, as manchas estavam muito mais escuras
do que quando o conjunto havia sido exposto ao sol. Diante disso, Becquerel
anunciou que os efeitos os efeitos inesperados só poderiam ser devidos aos raios
emanados espontaneamente pelo sal de uranio. Nos próximos dois anos, Becquerel
estudou as emanações do uranio, mostrando que elas não diminuíam com o tempo
e que tinham propriedades similares aos raios X.
Em novembro de 1897, Mme. Curie passou a procurar outros materiais que
emitissem os “raios de Becquerel”. De fato, logo a seguir, ela descobriu que o tório
também emitia esponteamente raios semelhantes aos do uranio e com intensidade
análoga. Propôs o uso do termo radioatividade, significando ativado por uma
radiação penetrante que preenche todo o espaço, para a emissão de “radiância”,
pelos corpos como o uranio e o tório, que foram chamados “radioelementos”. Em
meados de 1898, Pierre Curie, associou a sua esposa, Mme. Curie, nos estudos
desses fenômenos. Em julho do mesmo ano, em um artigo com o nome de ambos,
propuseram o nome Polônio a um novo elemento, que era 400 vezes mais radioativo
que o uranio. Quatro meses depois, anunciaram a existência de outro elemento
radioativo, ao qual propuseram o nome radio. Curie separou de centenas de quilos
de pechblenda, 100 mg de cloreto de radio que era espontaneamente luminoso e
teve um papel extremante importante na terapia do câncer.
Ainda em 1898, Ernest Rutherford, iniciou os estudos para desvendar a natureza
dos “raios de Becquerel”. Um ano depois concluía que a emanação proveniente dos
materiais radioativos era complexo, sendo constituído por pelo menos dois tipos de
radiação: um deles, facilmente absorvido, e o outro muito mais penetrante, sendo
ambos desviados por campos magnéticos, só que em direções opostas. Por
conveniência, tais radiações foram chamadas, respectivamente, radiação alfa e
radiação beta. Hoje, elas são mais comumente denominadas partículas alfa e beta.
Em 1900, Paul Villard identificou um terceiro tipo de radiação, que recebeu o nome
de radiação gama, que a o contrario dos dois primeiros tipos, não sofria deflexão em
campos magnéticos. Foi também Rutherford que estabeleceu que a radiação gama
é uma onda eletromagnética de mesma natureza que os raios X, porem mais
energética.
Ate 1934, as radiações utilizadas na Medicina eram os raios produzidos por tubos de
raios X, e as radiações alfa, beta e gama, provenientes de radionuclídeos naturais.
Em 1934, Irène Curie, filha de Mme. Curie, e seu marido Frédéric Joliot produziram
pela primeira vez, os elementos radioativos fosfora-30 e nitrogênio-13,
bombardeando alumínio e boro, respectivamente, com partículas alfa emitidas por
uma fonte natural de polônio. Isto, é, eles conseguiram transformar elementos
comuns que não eram radioativos em elementos radioativos. Desde então, os mais
diferentes tipos de radionuclídeos têm sido produzidos, bombardeando elementos
não radioativos com partículas aceleradas em máquinas.
Hoje em dia, esses radionuclídeos são utilizados nas mais diversas áreas, podendo-
se citar entre as mais importantes a diagnose e a terapia de doenças, ensaios não
destrutivos, conservação de alimentos, esterilização de materiais cirúrgicos e
médicos, produção de nova variedade de plantas etc.
Entretanto, a radiação provoca danos nos seres humanos. Qualquer uso que se faça
dela deve, portanto, ser feito criteriosamente, com conhecimento de proteção
radiológica e com responsabilidade. No inicio da historia da radiação pouco se sabai
sobre os efeitos danosos quase nada sobre os efeitos tardios. Cientistas precursores
tiveram queimaduras na pele e muitos morreram precocemente com leucemia ou
algum outro tipo de câncer.
Entre 1917 e 1924, cerca de 800 moças trabalhavam em industrias de relógios em
New Jersey, pintando mostradores e ponteiros de relógio com uma solução
contendo rádio, que os tornava luminescentes. Elas afinavam o pincel nos lábios,
ingerindo, dessa forma, todos os dias um pouco de rádio. Ate 1950, havia registro de
41 mortes entre essas moças com destruição de ossos, câncer nos ossos e anemia
aplástica.
Durante a década de 1920, o rádio foi usado para tratamento das mais diferentes
doenças, tais como artrite, gota, ciática, nevralgia, lumbago, sífilis etc. em 1929, o
Conselho de Farmácia e Química da Associação Medica Americana, anunciou que
soluções de radio e radônio não podiam ser aceitas como agentes terapêuticos, por
falta de evidencias clinicas e claras
-OBTENÇÃO
Os materiais radioativos são obtidos da natureza de duas formas: os materiais
radiativos naturais e os artificiais.
Materiais radioativos naturais:
Para Luiz Tahuata e Elizabeth Santos de Almeida(1984), quando o mundo foi
originalmente formado, muitos elementos radioativos foram formados junto com os
elementos estáveis.
Entre aqueles materiais radioativos que ocorrem naturalmente, esta um dos isótopos
do potássio K40, o potássio que naturalmente com numero atômico igual a 19, tem 3
formas: K39, K40, K41. O K40 é somente 0,0118% de todo o potássio natural, e é
radioativo com uma meia-vida de 1,28 x 109 anos. Como essa meia-vida é muito
grande, o potássio é somente fracamente radioativo. Contudo o potássio é um
importante elemento nos organismos vivos, porque está associado ao tecido
gorduroso, e é possível estimar a gordura do corpo medindo sua quantidade de K40.
O uranio é o mais comumente conhecido material radioativo de ocorrência natural. O
uranio natural consiste de 2 isótopos: 99,28% de U238. O U238 tem uma meia-vida de
4,51 x 109 anos, e o U235 te uma meia-vida de 0,71 x 109. Existem trabalhos que
mostram que há cerca de 5 bilhões de anos, a quantidade de U235 e u238 deveria ter
sido igual. Isso é indicativo que esses elementos devem ter sido formados entre 4 e
6 x 109 anos atrás, que é o tempo de formação dos elementos da terra e do sistema
solar. Isto não se refere à formação do universo que, segundo astrônomos, deve ter
sido 3 ou 4 vezes essa idade.
A presença na atmosfera de gás radônio Rn222 e de radionuclídeos produtos de seu
decaimento, bem como de poeiras de minério contendo a serie do tório, causam os
principais problemas na mineração de uranio a céu aberto.
O rádio, com uma meia-vida de somente 1.600 anos, também ocorre naturalmente
em rochas. Quando o uranio decai por emissão alfa, o produto-filho também é
radioativo. De fato, existe uma longa sequencia de elementos radioativos (cadeia ou
série radioativa) quando o urânio, decai, ate chegar ao chumbo, que é estável. O
rádio é um dos elementos ao longo dessa cadeia, e assim é encontrado em minério
de uranio. As series radioativas naturais são mostradas na figura 1.1.
Figura 1.1-Séries Radioativas Naturais-CNEN-Apostila Educativa-Radioatividade
Materiais Radioativos Artificiais
Com o desenvolvimento de reatores nucleares e máquinas aceleradoras de
partículas, muitos radioisótopos puderam ser “fabricados” (produzidos), utilizando-se
isótopos estáveis como matéria prima. Isso significa que ocorre a transformação de
um elemento que não ocorreria naturalmente na natureza, mas que pode ser
induzido em laboratório.
Conforme Christiano Alvernaz (2010), quando uma série de elementos radioativos
não é encontrada na natureza, é denominada artificial. Um exemplo bastante
conhecido é o Plutônio (Pu239), resultante da absorção de um nêutron por um núcleo
de urânio (U238), em um reator nuclear. Nas aplicações industriais e na medicina, os
mais conhecidos são o Cobalto-60 e o Césio-137.
O primeiro é um metal duro, de cor cinza azulada, encontrado de forma estável (não
radioativo) na natureza. Tem características parecidas com o ferro, podendo
inclusive, ser magnetizado. O isótopo radioativo mais conhecido é o Cobalto-60,
descoberto por Glenn T. Seaborg e John Livingood, na Universidade da California -
Berkeley, na década de 30. O Cobalto não radioativo ocorre em vários minerais, e foi
utilizado durante centenas de anos para dar coloração azulada a cerâmicas e ao
vidro. O radionuclídeo Cobalto-60 é produzido para uso comercial em aceleradores
lineares, mas também surge como produto da operação de reatores nucleares,
quando materiais estruturais, como o aço, é exposto à radiação. Sua meia-vida é de
5,27 anos e decai em Níquel-60 por emissão beta e gama. O Cobalto-60 é utilizado
em muitas aplicações, em radiografia (gamagrafia) industrial, como medidores de
nível, de espessura, esterilização de objetos e alimentos e em radioterapia em
hospitais. Nas aplicações médicas e industriais, o Cobalto-60 (assim como outros
radionuclídeos) é encapsulado em metal blindado, recebendo o nome de fontes de
radiação.
Já o césio é um metal encontrado em forma estável na natureza em vários minerais.
O mais conhecido isótopo é o Césio-137, mas há também o Césio-134. Foi
descoberto na Universidade da Califórnia - Berkeley na década de 30 por Glenn T.
Seaborg e sua colega, Margaret Melhase. O Césio-137 é um dos produtos de fissão
tanto do Urânio como do Plutônio. É um metal macio, maleável, de cor branca
prateada. É um dos três metais encontrados em estado líquido a temperatura
ambiente (~28º C). Tem uma meia-vida de 30 anos e decai por emissão beta e
gama em Bário- 137. É utilizado na indústria em medidores de densidade, nível,
espessura e para a caracterização de rochas na perfuração de poços de petróleo.
Na medicina é utilizado em radioterapia no tratamento de neoplasias.
APLICAÇÕES
Presentemente os materiais radioativos estão sendo largamente empregados em
pesquisas na medicina, biologia, química, agricultura e na indústria, que podem vir a
ter um importante efeito em nossa civilização. Mesmo um breve resumo de todas as
possiblidades seria extenso. e teria que sofrer correções varias vezes por ano. Aqui
serão apresentadas somente algumas de suas mais interessantes aplicações.
Em um artigo, Nuvarte Setian afirma que o iodo radioativo tem sido, há mais de 50
anos, usado no tratamento de adultos portadores de doença de Graves. Porém, este
uso tem sido evitado em crianças e adolescentes por muitos endocrinologistas, com
receio da possibilidade de aparecimento de leucemia e câncer da tireóide. Alguns
autores detalharam os resultados do seguimento de 116 pacientes com menos de
20 anos de idade (3,7 a 19,9 anos) e que foram tratados com iodo radioativo. No
seguimento de cerca de 30 anos, nenhum caso de leucemia ou de câncer da tireóide
foi registrado. No início, como o objetivo era alcançar um estado de eutireoidismo, as
doses do iodo utilizadas eram muito baixas tornando, muitas vezes, necessário um
novo tratamento. Posteriormente, foram utilizadas doses maiores, o que levou todos
os pacientes a um quadro de hipotireoidismo, com exceção de dois deles. As
pacientes que engravidaram não apresentaram aumento do número de anomalias
congênitas nem abortos espontâneos, comparados à população geral. Estes
resultados levaram os autores a concluir que o tratamento da doença de Graves
com radioiodo mostrou-se seguro e eficaz a longo prazo, no entanto, o receio dos
efeitos adversos do radioiodo em crianças com faz com que muitos médicos
prolonguem durante anos o tratamento medicamentoso da doença. O tratamento
clínico pode mostrar-se desapontador, não levando à remissão da doença, ao lado
do considerável número de efeitos colaterais provocados pelas drogas
antitireoideanas. O tratamento cirúrgico, opção considerada boa quando nas mãos
de um cirurgião hábil, tem um custo maior (cirurgia, cicatriz). Considerando-se que
um tratamento medicamentoso deve ser tentado, pois o quadro pode mostrar
remissão em um ou dois anos. Se isso não ocorrer o radioiodo é uma boa opção
pela experiência já registrada em um tratamento que tem uma história de mais de 50
anos.
No trabalho acadêmico de C. Andrello Et. alli(2004) utilizou-se o césio-137 para
avaliar as taxas de perda ou ganho de solo numa microbacia com diferentes
culturas, situada no município de Cambe (PR),. Foi utilizada uma equação teórica
que considera a perda ou ganho de solo num ponto diretamente proporcional à
redistribuição de césio-137. Uma amostragem em transectos foi efetuada com o
objetivo de avaliar a redistribuição de solo dentro da microbacia. Um ponto em mata
nativa na microbacia foi amostrado para estimar a quantidade de césio-137
depositado na região pela precipitação radioativa. Os pontos amostrados em área de
pastagem apresentaram, em sua maioria, perda de solo. Os pontos amostrados em
área de cafeeiro não apresentaram perda nem ganho de solo. Os pontos
amostrados em área de soja, em sistema convencional de preparo de solo,
apresentaram perda de solo.
O presente trabalho desenvolvido por Cristiano Magela Floriano no Laboratório de
Pós-Colheita do Departamento de Fitotecnia Instituto de Agronomia da UFRRJ com
frutos obtidos no Sítio do Maracujá-doce, no município de Paty do Alferes. Após
serem selecionados, os mesmos foram transportados até o Instituto de Pesquisa e
Desenvolvimento para serem irradiados. Os frutos receberam os seguintes
tratamentos: Irradiação com fonte de Césio 137 (Cs137) nas doses de 0,1; 0,2; 0,5 e
1,0 kGy. Após o tratamento, todos os frutos foram armazenados em temperatura de
12C e 90% de UR. Foram feitas avaliações de 4 em 4 dias através de
determinações de aparência, perda de massa fresca, firmeza apical e equatorial,
sólidos solúveis totais, pH, acidez total titulável, ácido ascórbico e longevidade dos
frutos. Todos os frutos, independente da dose de radiação gama a que foram
submetidos apresentaram alterações na aparência no decorrer do período de
armazenamento e tiveram tendência a perda de firmeza tanto firmeza apical quanto
firmeza equatorial. Houve uma pequena variação no teor de sólidos solúveis totais,
sendo que o processo de irradiação levou os frutos de maracujá-doce a um
comportamento não tradicional, não apresentando a uma tendência única de
acúmulo ou de redução de sólidos solúveis totais. Conclui-se que as doses mais
baixas favoreceram ao aumento do período de conservação com manutenção da
qualidade e sanidade dos frutos do maracujazeiro doce durante o período de 28 dias
de armazenamento dos frutos.
Gaines(1975) defende que na indústria, os radioisótopos são extremamente úteis.
Um dos primeiros usos dos radioisótopos foi a radiografia. O conhecido aparelho de
raios X foi substituído por um emissor de raios γ, que é mais facilmente manejado,
embora deva ser contida numa espessa blindagem de chumbo, quando não está em
uso. A radiografia industrial permite testar produtos industriais sem danificá-los e em
poucos segundos.
Ainda o mesmo Gaines (1975) afirma agricultura possui diversas aplicações dos
radioisótopos. Empregam-se elementos radioativos traçadores para estudar os
fertilizantes e o metabolismo dos minerais nas plantas, usam-se fertilizantes
marcados com Fósforo-32 para medir a quantidade de fosfato existente no solo e o
consumo de fósforo pelas plantas. As radiações têm, ainda, sua utilidade na luta
contra os insetos. O método usado é o da esterilização dos machos, e consiste no
seguinte: insetos são criados em massa e, antes que cheguem à maturidade, são
esterilizados por meio de radiação controlada. Em seguida são libertados na região
infestada. O acasalamento improdutivo dos machos com as fêmeas que estavam em
liberdade acaba por levar a extinção da espécie. Esta técnica foi empregada para
acabar com as moscas das frutas, que danificavam laranjas e outros frutos.
-CICLO DE VIDA
Eliezer de Moura Cardoso Et. alli
LIXO ATÔMICO
Os materiais radioativos produzidos em Instalações Nucleares (Reatores Nucleares,
Usinas de Beneficiamento de Minério e Tório, Unidades do Ciclo do Combustível
Nuclear), Laboratórios e hospitais, nas formas sólida, liquida ou gasosa, que não
têm utilidade, não podem ser simplesmente "jogados fora" ou "no lixo", por causa
das radiações que emitem.
Esses materiais, que não são utilizados por causa dos riscos que apresentam9 são
"rejeitados" e por isso chamados de Rejeitos Radioativos.
Na realidade, a expressão lixo atômico é um pleonasmo, porque qualquer lixo é
formado por átomos e, portanto, é atômico. Ele passa a ter essa denominação
popular, quando é radioativo.
TRATAMENTO DOS REJEITOS RADIOATIVOS
Os rejeitos radioativos precisam ser tratados, antes de serem liberados para o meio-
ambiente, se for o caso. Eles podem ser liberados, quando o nível de radiação é
igual ao do meio-ambiente e quando não apresentam toxidez química.
Rejeitos sólidos, líquidos 011 gasosos podem ser, ainda, classificados, quanto à
atividade, em rejeitos de baixa, média e alta atividade.
Os rejeitos de meia-vida curta são armazenados em locais apropriados, até sua
atividade atingir um valor semelhante ao do meio- ambiente, podendo , então , ser
liberados. Esse critério de liberação leva em conta somente a atividade do rejeito. É
evidente que materiais de atividade ao nível ambiental, mas que apresentam toxidez
química para o ser humano ou que sejam prejudiciais ao ecossistema, não podem
ser liberados sem um tratamento químico adequado.
Rejeitos sólidos de baixa atividade, como parte de maquinária contaminadas, luvas
usadas, sapatilhas e aventais contaminados, são colocados em sacos plásticos e
guardados em tambores ou em caixa de aço, após identificação, classificação e
etiquetagem.
Os produtos de fissão, resultantes do combustível nos reatores nucleares, sofrem
tratamento especial em Usinas de Reprocessamento, onde são separados e
comercializados para uso nas diversas áreas de aplicação de radioisótopos Os
materiais radioativos restantes, que não têm justificativa econômica para serem
utilizados, sofrem tratamento químico especial e são vitrificados, guardados em
sistemas de contenção e armazenados emDepósitos de Rejeitos Radioativos.
Os problemas relacionados com os rejeitos radioativos não são somente técnicos e
sim, na sua maioria, políticos, particularmente no que diz respeito seleção de locais
para a estocagem.
Resumo: A radioatividade foi uma das maiores descobertas da
humanidade. Atualmente, sua utilização é vasta com aplicação em
várias áreas, uma das primeiras aplicações foi na medicina, seguida da
agricultura, indústria e geração de energia elétrica, contribuindo de
modo significativo para os conhecimentos desenvolvidos no século XX.
A energia do seu núcleo também possibilitou uma utilidade negativa, ou
seja, direcionada para fins bélicos, trazendo várias conseqüências,
sobretudo à saúde dos seres vivos.
A Radioatividade favoreceu significadamente a história da
humanidade, principalmente com sua enorme contribuição em diversas
áreas nesse século, representando uma ferramenta extremamente útil
na medicina, química, arqueologia, alimentícia, industrial e entre outras.
Infelizmente, o mau uso desta ferramenta na construção de bombas
atômicas tem ameaçado até hoje a população mundial. As
conseqüências de desastres evolvendo radioatividade são, sem dúvida,
catastróficas, gerando mortes, danos físicos e psicológicos a milhares
de pessoas, além de gerar impactos ambientais que alteram o equilíbrio
ecológico.
O desenvolvimento desse potencial deve estar em mãos seguras de um
grupo seleto que utilize a radiação e a energia nuclear de forma
responsável, e não colocando em risco a humanidade.