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Rev. Saúde Integral, v.2, n.4, p. 1-15, 2020.
ALINE MARTINS COSTA
Pós-Graduação em Unidade
de Terapia Intensiva e em
Enfermagem do Trabalho,
no Centro de Estudos de
Enfermagem e Nutrição –
CEEN; Enfermeira,
graduada pela Pontifícia
Universidade Católica de
Goiás.
E-mail:
MARISLEI ESPÍNDULA
BRASILEIRO
Doutorado em Ciências da
Saúde – ICS/UFG/
Doutorado em Ciências da
Religião – PPGCR/PUC,
Mestrado em Enfermagem –
FE/ UFMG/ Enfermagem e
Obstetrícia –
FE/UFG/Docência.
E-mail:
IMPACTO DE LONGAS JORNADAS DE TRABALHO ASSOCIADAS À
SINDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM
IMPACT OF LONG WORKING DAYS ASSOCIATED WITH BORNOUT'S
SYNDROME ON NURSING PROFES
IMPACTO DE LAS LARGAS HORAS DE TRABAJO ASOCIADAS CON EL
SÍNDROME DE BURNOUT EN LOS PROFESIONALES DE ENFERMERÍA
RESUMO: o objetivo deste é analisar a incidência e os fatores associados à
síndrome de Burnout, dentre eles, o impacto de longas jornadas de trabalho
associadas a está síndrome nos profissionais da enfermagem. Materiais e
Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica com caráter descritivo e
exploratório, de abordagem qualitativa, onde se busca avaliar o impacto de
longas jornadas de trabalho associadas à sindrome de bounot nos
profissionais da enfermagem. Resultados: Identificou-se, nos estudos, entre
os profissionais da enfermagem que a predominância é do sexo feminino,
com predomínio entre 30 a 70,5 horas semanais trabalhadas, os profissionais
na maioria das vezes apresentam dois ou mais vínculos empregatícios, onde
os níveis de Burnout encontram-se mais elevados nos trabalhadores do turno
diurno. Conclusão: Percebe-se a necessidade de novas pesquisas voltadas a
avaliar SB no profissional em seus diversos vínculos empregatícios, uma vez
que os estudos avaliam os níveis de Burnout apenas no local de trabalho
onde foi realizado a pesquisa, o que contribui para uma sobrecarga de
trabalho e consequente superestimação da prevalência de SB na população
analisada.
Descritores: Saúde do trabalhador, Carga de trabalho, Enfermagem,
Prevenção de doenças, Estresse profissional. Sindrome de Burnout.
ABSTRACT: the aim of the study is analyze the incidence and factors
associated with Burnout syndrome, among them, or the impact of long
working hours related to a syndrome on nursing professionals. Materials and
Methods: This is a bibliographic review with a descriptive and exploratory
character, with a qualitative approach, where it seeks to assess the impact of
long working hours associated with bounot syndrome in nursing
professionals. Results: It was identified among the nursing professionals that
predominate in the female sex, with a predominance between 30 to 70.5
hours worked per week, the professionals most often perform two or more
jobs, where the Burnout levels are used more high in day shift workers.
Conclusion: Realize the need for new research aimed at assessing BS in
professionals in various employment relationships, since studies assess
Burnout levels only in the workplace where a survey was conducted, or what
you use for work overload and consequent overestimation of the prevalence
of BS in the analyzed population.
Descriptors: Occupational health, Workload, Nursing, Disease prevention,
Professional stress. Burnout syndrome.
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Rev. Saúde Integral, v.2, n.4, p. 1-15, 2020.
RESUMEN: el objetivo del estudio es analizar la incidencia y los factores asociados con el síndrome de
Burnout, entre ellos, el impacto de las largas horas de trabajo asociadas con este síndrome en los
profesionales de enfermería. Materiales y método: Esta es una revisión bibliográfica con carácter
descriptivo y exploratorio, con un enfoque cualitativo, que busca evaluar el impacto de las largas horas de
trabajo asociadas con el síndrome de Bounot en los profesionales de enfermería. Resultados: en los
estudios, entre los profesionales de enfermería se identificó que el predominio es femenino, con un
predominio entre 30 y 70.5 horas por semana trabajada, los profesionales con mayor frecuencia tienen
dos o más relaciones laborales, donde los niveles Las tasas de agotamiento son más altas en los
trabajadores por turno de día. Conclusión: Existe la necesidad de más investigación dirigida a evaluar la
BS en profesionales en sus diversas relaciones laborales, ya que los estudios evalúan los niveles de
Burnout solo en el lugar de trabajo donde se realizó la investigación, lo que contribuye a una sobrecarga
de consiguiente sobreestimación de la prevalencia de BS en la población analizada.
Descriptores: Salud laboral, Carga de trabajo, Enfermería, Prevención de enfermedades, Estrés
profesional. Síndrome de burnout.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos o impacto da carga e das longas jornadas de trabalho dos profissionais da
enfermagem se destacam como fator desencadeante de problemas de insatisfação e exaustão física e
mental, o que irá afetar diretamente na qualidade dos serviços prestados e na saúde do trabalhador,
podendo este, desencadear a Síndrome de Burnout, a qual é um dos maiores problemas psicossociais que
afetam a qualidade de vida dos enfermeiros, gerando grande impacto social e nas taxas de doenças
ocupacionais (SILVA et al, 2014; CARVALHO et al, 2019).
Para Biondi et al (2018) a dimensão da carga de trabalho estuda o nível da saúde dos
trabalhadores, sendo considerada como elementos dos processos do trabalho que interagem entre si o
corpo do trabalhador, o que desencadeia desgastes físicos, químicos, biológicas, mecânicas, fisiológicas e
psíquicas (CARVALHO et al, 2019). Segundo Carvalho et al (2019), as cargas físicas estão relacionadas as
mudanças de temperatura e as radiações ionizantes; as químicas, a manipulação de produtos químicos e
medicamentos em geral; as biológicas estão relacionadas à exposição ao sangue, fluidos corporais e
manipulação de materiais contaminados, as mecânicas são caracterizadas por acidentes de trabalho com
materiais perfurocortantes.
Alguns estudos realizados indicam que extensas jornadas de trabalho e trabalhos em turnos,
aqueles realizados de forma intermitente e em diferentes horários, sem escala fixa, são fatores de risco
que poderá desencadear o adoecimento do trabalhador (NASCIMENTO et al, 2018; RODRIGUES, SANTOS,
SOUZA, 2017; BALDONEDO-MOSTEIRO et al, 2019).
Para Carvalho et al (2019) as exposições as cargas de físicas podem ocasionar irritabilidade,
neoplasias, as mecânicas são responsáveis pelas quedas, cortes, torções e fraturas, as biológicas
acarretam infecções das vias aéreas superiores e inferiores, as químicas desencadeiam as dermatites e
alergias, as fisiológicas ocasionam dores musculares e estresse, enquanto as psíquicas podem provocar
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depressão, transtorno do humor, tristeza, ansiedade, cefaleia e desgaste mental, caracterizando o quando
da síndrome de Burnout, uma das maiores causas do adoecimento na enfermagem.
O ritmo acelerado tem influenciado no processo de saúde e adoecimento do trabalhador, os quais
são decorrentes da exposição prolongada a estressores ambientais e situacionais, dentre eles, longas
jornada de trabalho (geralmente turnos de 12 horas), dimensionamento de pessoal inadequado,
condições laborais insalubres, alta demanda de pacientes, acumulação de escalas de serviço, baixa
remuneração, relações interpessoais muitas vezes conflituosas, complexidade dos procedimentos,
recursos humanos e tecnológicos deficientes, que resultam no estresse ocupacional. Por conta da baixa
remuneração, acabam se sujeitando a múltiplos vínculos empregatícios, e consequentemente, cumprem
longas jornadas de trabalho, deixando o trabalhador mais susceptível a adoecer (VASCONCELOS,
MARTINO, 2017; RODRIGUES, SANTOS, SOUZA 2017; VIDOTTI et al, 2018; BIONDI et al, 2018;
RODRIGUES, SANTOS, SOUZA 2017).
Segundo Silva et al (2014), Burnout é conhecida também como a síndrome do esgotamento
profissional, é considerada uma síndrome multidimensional decorrente da experiência de atuarem em
contato direto com pacientes críticos, com prognósticos diferentes e graus de sofrimento diversos e a
morte de pacientes, na maioria das vezes apresentando sintomas específicos como irritabilidade, dores
musculares, falta de apetite, esgotamento físico e mental (MEDEIROS-COSTA et al, 2017; VASCONCELOS,
MARTINO, 2017; FRANÇA et al, 2012; VIDOTTI et al, 2018; BALDONEDO-MOSTEIRO et al, 2019;
NASCIMENTO et al, 2018).
De acordo com França et al (2012) esta síndrome constitui-se de três dimensões, exaustão
emocional, entendida como ausência de energia, acompanhada do sentimento de esgotamento dos
recursos emocionais, onde o profissional percebe que não tem mais energia para desenvolver suas
atribuições no atendimento aos pacientes; despersonalização caracterizada por insensibilidade emocional,
apresentará distanciamento emocional e indiferença em relação às atividades laborais, apresentando
perda de compaixão para com os outros; e baixa realização profissional, apresenta-se na maioria das
vezes uma sensação de insuficiência, baixa autoestima, auto avaliação negativa do desempenho laboral,
insatisfação com suas atividades e com o desenvolvimento profissional.
Logo, Burnout caracteriza-se pela perda de significado do trabalho, desmotivação, atitudes
negativas e de distanciamento em relação aos outros, o que causa prejuízos no processo de trabalho em
saúde e leva a vontade de abandonar a profissão (MEDEIROS-COSTA et al, 2017; VIDOTTI et al, 2018;
BALDONEDO-MOSTEIRO et al, 2019).
Burnout é característica do meio laboral em resposta a um estresse crônico, afetando
diretamente o trabalhador em nível individual, familiar e o lado profissional, no desempenho de tarefas,
relacionamento interpessoal, produtividade, a qualidade de vida no trabalho, do indivíduo e da
organização, podendo acarretar má qualidade na assistência prestada, e social (FRANÇA et al, 2012;
VIDOTTI et al, 2018; RODRIGUES, SANTOS, SOUZA 2017; VIDOTTI et al, 2018).
Vidotto et al (2018) realizou diversos estudos nacionais referente a prevalência da síndrome de
Burnout e o aumento nos índices de absenteísmo, aumento na rotatividade de trabalhadores e
aposentadorias precoces, repercutindo, consequentemente, em problemas para essas organizações,
temas também abordados nos estudos de França et al (2012) e Silva et al (2014).
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Assim, diante do exposto, o objetivo neste estudo foi analisar a incidência e os fatores associados
à síndrome de Burnout, dentre eles, o impacto de longas jornadas de trabalho associadas a está síndrome
nos profissionais da enfermagem, conhecer as produções cientificas a cerca do assunto, avaliando os
resultados e suas consequências e o seu impacto na saúde do trabalhador.
2 MATERIAIS E MÉTODO
Trata-se de uma revisão bibliográfica com caráter descritivo e exploratório, de abordagem
qualitativa, onde se busca avaliar o impacto de longas jornadas de trabalho associadas à sindrome de
bounot nos profissionais da enfermagem. Os dados para a pesquisa foram coletados através do
levantamento das produções científicas em bases de dados online produzidos entre 2010 e 2020 e
posteriormente realizado a análise dos resultados dos artigos publicados em periódicos nacionais e
internacionais (MENDES, SILVEIRA, GALVÃO, 2008).
Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, o método eleito foi a revisão integrativa que
se caracteriza por resgatar e sumarizar pesquisas anteriores, permitindo conclusões que articulam os
resultados obtidos em diferentes estudos, proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da
aplicabilidade de resultados de estudos. A revisão de literatura propõe o estabelecimento de critérios bem
definidos sobre a coleta de dados, análise e apresentação dos resultados, desde o início do estudo, a
partir de um protocolo de pesquisa previamente elaborado e validado (OLIVEIRA, GARCIA, NOGUEIRA
2016; SCHMOELLER 2011; RODRIGUES, SANTOS, SOUSA 2017; BELLUCCI JÚNIOR, MATSUDA, 2011).
O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de consulta ao portal da Biblioteca Virtual de
Saúde (BVS) incluindo as fontes de informações: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE), National Library of Medicine, EUA (PubMed), Scientific Electronic Library Online
(SciELO), na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), limitando-se às
publicações dos últimos dez anos (janeiro de 2010 a maio de 2020) e também em plataformas de ampla
indexação online de revistas científicas em saúde nacionais e internacionais, cujos artigos apresentam
importante impacto na literatura científica.
Os descritores em ciências da saúde (DeCS) utilizados foram: Saúde do trabalhador, Carga de
trabalho, Enfermagem, Prevenção de doenças, Estresse profissional. Sindrome de Burnout. Foi realizado
uma triagem dos artigos relacionados ao tema abordado com base nos titulos tendo como ideia principal a
sindrome de Burnout associadas a longas jornadas de trabalho de enfermeiros.
A revisão seguiu as seguintes etapas: pesquisa e coleta dos artigos através das palavras-chave,
análise qualitativa dos periódicos, análise qualitativa dos resumos, discussão e análise dos dados (SOUZA,
SILVA, CARVALHO, 2010). A Figura 1 representa as etapas do processo de seleção adotado para o estudo.
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Figura 1 – Fluxograma de identificação, seleção e inclusão dos artigos pesquisados.
Fonte: Autora (2020).
Como critérios de inclusão dos artigos estabeleceram-se artigos completos, publicados no período
entre 2010 a 2020, indexados nas bases de dados mencionadas, que abordassem sobre o impacto da
carga de trabalho / jornada de trabalho relacionadas a sindrome de Burnout em enfermeiros. Foi realizada
a busca inicial pelos resumos dos artigos que respondiam aos descritores adotados e, selecionados
aqueles que mencionavam fatores relacionados ao impacto da carga de trabalho / jornada de trabalho
relacionadas a sindrome de Burnout em enfermeiros (MENDES, SILVEIRA, GALVÃO, 2008).
A partir da metodologia escolhida, foi realizada a busca nos bancos de dados com os descritores
saúde do trabalhador, carga de trabalho, enfermagem, prevenção de doenças, estresse profissional e
Síndrome de Burnout onde foram selecionados 80 artigos em potencial.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atualmente há um grande número de publicações na literatura acerca da síndrome de Burnout e
seus fatores desencadeantes nos profissionais da enfermagem, os quais evidenciam que são resultantes
da sobrecarga de trabalho, conflitos no relacionamento interpessoal, duplas jornadas de trabalho, o que
acaba sobrecarregado, fadigando e gerando esgotamento físico e mental no profissional (BALDONEDO-
MOSTEIRO et al, 2019).
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Após a leitura dos títulos e resumos foram excluidos 12 artigos com base nos críterios de
incluisao adotados, em seguida, foi realizada um leitura profunda e detalhada nos resumos de 68 artigos
a fim de selecionar os que abordassem sobre o tema.
Quadro 1 – Quadro de Periódicos e avaliação Qualis.
Fonte: Autora (2020).
Desta análise inicial foram selecionados 51 artigos com base na avaliação quanto ao Qualis
CAPES da plataforma Sucupira, o qual é um instrumento utilizado para classificar as produções cientificas
dos programas de pós graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos
classificando-os em oito categorias: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, onde foram selecionados apenas os
artigos publicados em revistas com Qualis A1, A2, B1 e B2, conforme demonstrado no Quadro 1.
No quando 2 se observam a distribuição da quantidade de periódicos segundo a Qualis.
Quadro 2 – Quantidade de Periódicos encontrados segundo o Qualis de sua revista de publicação.
Fonte: Autora (2020).
De acordo com os critérios de avaliação estabelecidos, encontrou-se 51 artigos com avaliação na
Qualis de A1 a B2, onde essa classificação da Qualis confere uma maior confiabilidade e qualidades dos
periódicos pesquisados como demonstrado no quando 2.
Qualis Total
A1 5 3 1 7 16
A2 2 6 5 1 14
B1 1 2 1 1 2 3 2 3 1 4 20
B2 1 1
51
Quantidade de Periódicos
Qualificação
(Qualis)Total
1 BMC NURSING (ONLINE) A1 5
2 CIÊNCIA & SAÚDE COLETIVA B1 1
3 CIÊNCIA E SAÚDE COLETIVA (IMPRESSO) B1 2
4 CLINICAL PRACTICE AND EPIDEMIOLOGY IN MENTAL HEALTH B1 1
5 CLINICAL SCIENCE (1979) A1 3
6 GACETA SANITARIA (BARCELONA. ED. IMPRESA) B1 1
7 INTERNATIONAL JOURNAL OF ENVIRONMENTAL RESEARCH AND PUBLIC HEALTH B1 2
8 JOURNAL OF CLINICAL NURSING A1 1
9 PLOS ONE A2 2
10 PSICOLOGIA: REFLEXÃO E CRÍTICA B1 3
11 REBEN - REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM A2 6
12 REVISTA BRASILEIRA DE EPIDEMIOLOGIA B1 2
13 REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHO B2 1
14 REVISTA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA B1 3
15 REVISTA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP A2 5
16 REVISTA DE SALUD PUBLICA B1 1
17 REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA (ONLINE) A2 1
18 REVISTA GAÚCHA DE ENFERMAGEM B1 4
19 REVISTA LATINO-AMERICANA DE ENFERMAGEM (USP - RIBEIRÃO PRETO) A1 7
51TOTAL DE PERIÓDICOS
PERIÓDICOS
7
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Após a leitura na íntegra dos 51 artigos pré-selecionados apenas 19 atenderam aos critérios de
elegibilidade desta revisão, compondo assim a amostra final (SOUZA, SILVA, CARVALHO, 2010).
Conforme demonstra o quadro 2 tivemos 20 artigos com avaliação B1 o que representou 39%,
dezesseis com avaliação A1 representando 31%, catorze avaliados como A2 caracterizando 27% e apenas
1 artigo B2 representando 2%, destes, após a leitura na integra, vinte artigos foram selecionados para
compor a amostra no qual foram analisados e discutidos os resultados encontrados nos estudos.
Nos trabalhos encontrados, há vários estudos que apontam que o trabalhador que possui mais de
um vínculo empregatício e com uma maior carga de trabalho está mais propenso a desenvolver doenças
ocupacionais, dentre ela Burnout, o que afetará diretamente o seu bem-estar e sua saúde
comprometendo a qualidade da assistência prestada, resultando em erros. Partindo disso, apenas 18
artigos se qualificaram para compor a análise após a seleção dos artigos conforme o Qualis da revista de
publicação, conforme demonstra o quadro 3.
Quadro 3: Qualificação dos periódicos.
QUALIS 2012 2016 2017 2018 2019 2020 Total
1REVISTA LATINO-AMERICANA DE ENFERMAGEM (USP -
RIBEIRÃO PRETO)A1 1 1 1 1 4
2 REVISTA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP A2 1 1 2
3 BMC NURSING (ONLINE) A1 2 1 3
4INTERNATIONAL JOURNAL OF ENVIRONMENTAL RESEARCH
AND PUBLIC HEALTHB1 1 1 2
5 JOURNAL OF CLINICAL NURSING A1 1 1
6 REBEN - REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM A2 1 1 2
7 REVISTA BRASILEIRA DE MEDICINA DO TRABALHO B1 1 1
8 REVISTA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA B1 1 1
9 REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA (ONLINE) A2 1 1
10 REVISTA GAÚCHA DE ENFERMAGEM B1 1 1
1 2 3 5 6 1 18
PERIÓDICOS
TOTAL DOS PERIÓDICOS
Fonte: Autora (2020).
Temos dentre os periódicos com maiores número de publicações sobre o tema temos a Revista
Latino-Americana de Enfermagem com 4 artigos, Revista da Escola de Enfermagem USP com 2 artigos, a
BCM Nursing (online) com 3 artigos e a REBEN – Revista Brasileira de Enfermagem com 2 artigos, os anos
com maior número de publicações foram entre 2016 e 2019, tendo uma taxa de 11% das publicações no
ano de 2016, no ano de 2017 teve 17%, 28% no ano de 2018 e 33% no ano de 2019, conforme descrito
no quadro 3.
Com base nos critérios estabelecidos foram destacados 18 periódicos com avaliação da Qualis
dentro dos critérios de inclusão, ou seja, A1 a B2 para conferir uma maior confiabilidade da qualidade dos
artigos pesquisados. Podemos observar na figura 2 a distribuição das revistas pesquisadas de acordo com
a avaliação da plataforma Qualis Sucupira:
8
Rev. Saúde Integral, v.2, n.4, p. 1-15, 2020.
Figura 2: Classificação Qualis dos periódicos.
Fonte: Autora (2020).
Dos artigos selecionados para compor a amostra da pesquisa, 8 possuem avaliação da Qualis A1,
5 são A2 e 5 são B1, conforme mostrado no quadro 2, onde tal classificação proporciona uma maior
confiabilidade na compilação dos dados analisados. Dos artigos selecionados 75% foram realizados no
Brasil, 10% na Espanha, Camarões, EUA e Irã, com maior taxa de publicações nos anos de 2017 a 2019
em revistas nacionais e internacionais.
Os artigos selecionados utilizaram como metodologia estudo de caso, trata-se de um estudo
profundo de um ou de poucos casos, a fim de investigar um fenômeno dentro do seu próprio contexto,
levantamento de campo tratar-se de uma investigação realizada através de perguntas diretamente às
pessoas que se pretende estudar e pesquisa bibliográfica que realiza um levantamento de informações e
conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes materiais bibliográficos já publicados,
proporcionando uma discussão de diferentes autores e dados (SOUZA, SILVA, CARVALHO, 2010),
conforme será demonstrado na figura 3:
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Rev. Saúde Integral, v.2, n.4, p. 1-15, 2020.
Figura 3: Método aplicado nos artigos.
Fonte: Autora (2020).
Nos artigos que compõem a amostra, em 67% foi utilizado o levantamento de campo, em 28%
pesquisa bibliográfica e apenas 6% realizara estudo de caso. A partir dessas informações coletadas, os
dados foram analisados de acordo com os temas mais abordados (SOUZA, SILVA, CARVALHO, 2010),
conforme representados na figura 4:
Figura 4: Temas abordados nos artigos relacionados à Burnout.
Fonte: Autora (2020).
Os temas foram agrupados de acordo com o conteúdo em duas categorias temáticas, onde 68%
estavam relacionados ao multiplo vinculo empregaticio enquanto 32% estao relacionados à aspectos de
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Rev. Saúde Integral, v.2, n.4, p. 1-15, 2020.
carga emocional (exaustão emocional) (SOUZA, SILVA, CARVALHO, 2010), conforme representados na
Figura 4.
3.1 Duplo vínculo empregatício / carga de trabalho
Segundo o estudo de França et al (2012) m seu levantamento de campo, de uma amostra de 141
profissionais da enfermagem, 84,40% dos profissionais entrevistados realizam carga horária de 40 horas
semanais e 6,38% pertenciam a escala de 30 horas semanais distribuídas em turnos de 6 horas, onde
26,24% possuíam outro vínculo empregatício e 63,83% não trabalhavam em outros locais, 13
apresentaram SB, onde os profissionais mais acometidos foram aqueles com regime de trabalho diarista,
30 horas semanais de serviço, contratado, com duplo emprego.
No estudo de Nascimento et al (2016), cuja amostra foi de 231 profissionais da enfermagem, a
maioria estava distribuída nos plantões diurnos, possuíam um vínculo empregatício e trabalhava em
média de 52 horas semanais. Neste estudo, 44,6% considerou-se estressada, com prevalência de Burnout
de 39% e 57,6% apresentavam transtornos mentais comuns e alto nível de estresse em 44,6%.
No estudo de Fernandes et al (2016) com uma amostra de 2.818 profissionais da enfermagem,
87,3% eram do sexo feminino, trabalhando com carga horaria com mais de 60,5 horas semanais, quase
50% dos trabalhavam no turno da noite 2/3 trabalhavam em dois ou mais locais, onde 7,1% referiram ter
saúde ruim ou muito ruim. Os trabalhadores do sexo masculino trabalhavam cerca de 49,5 a 70,5 horas
semanais, dos quais, 63,1% trabalhavam no turno da noite 79,1% relataram ter dois ou mais empregos
na área da enfermagem, apresentando uma avaliação de saúde ruim ou muito ruim em 6,8%.
Corroborando como os estudos anteriores, Silva et al (2017) constatou em seu estudo que do
grupo feminino o tempo médio de trabalho foi de 55,1 horas por semana, onde 50% trabalhavam no
turno da noite e aproximadamente 2/3 trabalhavam em dois ou mais locais, no grupo masculino 63,1%
trabalhavam no turno da noite e 71,9% relataram ter dois ou mais empregos na área de enfermagem.
Nos grupos com mais de dois vínculos empregatícios houve uma média de 55 a 61 horas de trabalho para
ambos os sexos, outros com carga horária de até 70,5 horas semanais e um grupo com jornada superior
a 70,5 horas semanais.
Sobral et al (2018) em seu estudo, obteve uma amostra de 281 profissionais da enfermagem,
com prevalência geral de SB em 11,9%, tendo como fatores determinantes para o aumento das taxas do
adoecimento e consequentemente o absenteísmo a sobrecarga de trabalho, falta de recursos humanos,
condições inadequadas de trabalho, o que aumenta a sobrecarga de trabalho é o fato de muitos
profissionais possuírem dois ou mais empregos, além de outros fatores estressores como a alta de apoio
de supervisores e colegas, questões de relacionamento, falta de diálogo no processo de trabalho, falta de
reconhecimento e os baixos salários, os quais são fatores determinantes de risco para o estresso
ocupacional e a exaustão física e mental.
No estudo de Vidotti et al (2018) dos 502 participantes, 53,98% trabalhavam no turno diurno e
46,02% trabalhavam no turno noturno, onde 97,21% trabalhavam em média 42 horas semanais. Foi
constatado níveis de Burnout mais elevados entre os trabalhadores do período diurno, pois este costuma
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ser mais intenso, com maior demanda de atividades laborais devido ao maior volume de cuidados e
procedimentos prestados, e com este regime de turno permite que o profissional tenha tem dois ou três
vínculos empregatícios, aumentando ainda mais o estresse ocupacional, associados aos os fatores
psicossociais e do contexto laboral, sobretudo o baixo apoio social, tiveram associação com as dimensões
da síndrome entre os profissionais de enfermagem de ambos os turnos.
No estudo nacional de 812 profissionais norte-americanos realizado por Dyrbye et al (2019),
94,5% do sexo feminino, com carga horária de 41,5 horas semanais, mais de um terço apresentou
sintomas substanciais de Burnout, 35,3% apresentaram pelo menos um sintoma de Burnout, 30,5%
apresentando alta exaustão emocional e 30,7% apresentavam sintomas de depressão, com isso,
perceberam que, os enfermeiros que apresentaram Burnout estiveram ausentes 1 ou mais dias de
trabalho no último mês devido à saúde pessoal e 43,8% apresentaram baixo desempenho no trabalho no
último mês.
Merces et al (2020) com uma amostra de 1.125 profissionais, a prevalência de SB foi de 18,3%,
o que corrobora com os demais autores, destacando em seu estudo que os múltiplos vínculos trabalhistas
em virtude do baixo reconhecimento e remuneração, associado a falta de recursos materiais e humanos e
aos turnos noturnos, levando a um maior nível de estresse ocupacional e maior prevalência de Burnout.
3.2 Aspectos a carga emocionais (sobrecarga/exaustão emocional)
No estudo realizado por Guirardelo (2017) com 114 profissionais de enfermagem, 79,8% era do
sexo feminino, 81,4% apresentava apenas um vínculo empregatício, quanto à Burnout, a maioria
apresentou baixo nível de exaustão emocional e sentimento de despersonalização, mas baixo nível de
realização profissional.
Baldonedo-Mosteiro et al (2019) também destaca que o Burnout no cenário brasileiro e espanhol
advém da sobrecarga de trabalho e de conflitos no relacionamento interpessoal, relacionados à falta de
energia para realização das atividades laborais em decorrência da fadiga e do esgotamento físico e
mental, associados à insatisfação profissional, a intenção em deixar o emprego no próximo ano e ao
sentimento de sobrecarga. Do seu estudo, 94,06% trabalham na atenção hospitalar,74,02% não possuem
estabilidade no emprego, e 77,76% consideram o trabalho como estressante.
Corroborando com o estudo anterior, Monsalve-Reyes et al (2018) em sua metanálise, com
amostra de 1110 enfermeiros da atenção básica, a alta prevalência de exaustão emocional foi de 28%,
%), despersonalização alta foi de 15% e 31% por baixa realização pessoal. Problemas como exaustão
emocional e baixa realização pessoal são muito comuns entre os enfermeiros da atenção básica, enquanto
a despersonalização é menos prevalente.
Carvalho et al (2019) identificou as cagas as cargas de trabalho presentes no trabalho da
Enfermagem e a sua associação com os desgastes à saúde dos trabalhadores, onde ele destaca as cargas
psíquicas presentes no ambiente de trabalho como geradoras de desgastes físicos e mentais, o que
evidencia o aumento da fadiga, irritabilidade, dificuldades de concentração, perturbação no sono e a
possibilidade de cometer erros.
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No estudo de Hosseinabadi et al (2019) com 684 profissionais, a SB foi maior em enfermeiros
permanentes e por turnos irregulares, e aqueles que trabalhavam mais de 40 horas semanais,
encontrando correlação entre a insatisfação no trabalho, turno e jornada semanal de trabalho, onde cerca
de 15% dos enfermeiros sofriam de altos níveis de síndrome de Burnout Cerca de 40% dos enfermeiros
apresentavam exaustão emocional, notaram que os enfermeiros que trabalham em horários de trabalho
irregulares geralmente apresentam baixa qualidade do sono devido a perturbações repetidas do ritmo
circadiano e interação social inadequado. Os resultados também indicam que a demanda psicológica, o
suporte no local de trabalho, alta carga de trabalho e baixos salários levam a efeitos adversos na saúde
física e mental dos enfermeiros, descobriram que os trabalhadores com alta demanda de emprego
relataram cerca de 5 vezes mais desgaste do que os trabalhadores com baixa demanda de emprego,
fatores estes, considerados como preditores significativos para Burnout.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este estudo, observou que a prevalência de síndrome de Burnout entre os profissionais de
enfermagem é alta, e ainda é muito subestimada, onde teve como objetivo analisar a incidência e os
fatores associados à síndrome de Burnout, dentre eles, o impacto de longas jornadas de trabalho
associadas a está síndrome nos profissionais da enfermagem.
Os estudos evidenciam que profissionais com menor carga horária apresentam maior número dos
desvios nas dimensões de Burnout, uma vez que possuem carga horária menor em uma instituição
possibilita possuir um duplo vínculo empregatício para melhorar a renda familiar. Essas longas horas de
trabalho, regimes de turnos e duplo vínculo empregatício são considerado fontes geradoras de estresse
ocupacional, esgotamento, sofrimento psicossocial, o que irá refletir diretamente em alterações
fisiológicas, comportamentais, e o afastamento em decorrência de Burnout, sintomas depressivos e
transtornos mentais comuns.
Destacam, desta forma, que tanto a segurança do profissional quanto do paciente podem estar
prejudicadas, já que o profissional afetado pela Síndrome de Burnout, em acúmulos de tarefas,
sobrecarga laboral, com trabalho por turnos e noturnos sentem-se exaustos, frequentemente estão
doentes, sofrem de insônia, úlcera digestiva, dores de cabeça, problemas relacionados à pressão arterial,
tensão muscular, fadiga crônica, esgotamento físico e mental, o que por sua vez irá refletir diretamente
em atendimento deficiente ou de má qualidade, com chances de cometer erro durante a assistência e
maiores riscos de acidentes de trabalho.
Com isso, há uma grande necessidade de novas pesquisas longitudinais dos fatores
sociodemográficos, ocupacionais e psicológicos que podem desencadear o aparecimento de Burnout entre
os profissionais da enfermagem, bem como pesquisas destinadas a avaliar SB no profissional em seus
diversos vínculos empregatícios, uma vez que os estudos avaliam os níveis de Burnout apenas no local de
trabalho onde foi realizado a pesquisa, o que contribui para uma superestimação da prevalência de SB na
população analisada.
Considerando a abrangência do impacto das longas jornadas e trabalho e múltiplos vínculos
trabalhistas, sugere-se o desenvolvimento de novos estudos no intuito de buscar alternativas para
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atenuar os elementos causadores de desgaste, promovendo aos gestores uma reflexão sobre o ambiente
de trabalho, condições laborais, recursos humanos e materiais, carga de trabalho e suas consequências
para os profissionais de enfermagem, uma vez que os achados evidenciam que ambientes favoráveis à
prática profissional da equipe de enfermagem podem resultar em menores níveis de exaustão emocional e
uma menor taxa de Burnout, partindo disso, também pode-se utilizar medidas de incentivo à atividade
física pois estas reduzem a o estresse e proporciona um equilíbrio psicológico e estimula a interação
social, e portanto servem como coadjuvante na proteção da BS.
Sendo assim, pretendeu-se ajudar a aumentar a conscientização sobre Burnout entre os
enfermeiros e fornecer subsídios aos gestores e profissionais da enfermagem na elaboração de ações para
melhorar as condições do trabalho nos diferentes turnos, propiciar melhor qualidade de vida laboral,
subsidiar pontos de reflexão sobre como promover à saúde no trabalho e a elaboração de programas de
saúde ocupacional, para prevenir e detectar as doenças ocupacionais, e desenvolver estudos a respeito
dessa temática, para melhor compreender os fatores que contribuem para o processo saúde e doença dos
trabalhadores de enfermagem em instituições hospitalares.
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