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Imersão Tecnológica no ensino de Geografia: Possibilidades, Limitações e Dificuldades.
Hélio de França Gondim - Mestre em Geografia pela UFPB
Cleyton Caetano de Souza - Doutorando em Ciências da Computação/UFCG
Resumo
No contexto educacional brasileiro, principalmente com relação aos estudantes de escolas e universidades
públicas, é possível observar as diversas dificuldades existentes relacionadas ao acesso às novas
tecnologias de informação e comunicação. Apesar disso, é inegável o impacto recente que essas novas
tecnologias estão trazendo para a sociedade, e para os estudantes dentro e fora do ambiente escolar ou
acadêmico, particularmente, no que se refere à utilização das mídias sociais mais populares, como por
exemplo, o Facebook. Devido a isso, consideramos importante e se faz necessário a realização de novas
discussões com relação ao uso dessas ferramentas tecnológicas no ensino de geografia. Os atos de ensinar
e aprender são dinâmicos, e neste processo, de acordo com o nível de ensino, podem existir diversos
sujeitos envolvidos, como por exemplo, alunos, professores, monitores, entre outros. Considerando que o
processo de ensino-aprendizagem é ativo, atualmente nos deparamos com vários recursos que podem ser
utilizados em sala de aula, por exemplo, giz, lousa, livros, textos, notebook, Datashow, internet e diversos
outros. Nos últimos anos, estamos presenciando a assimilação das Tecnologias da Informação e
Comunicações (TIC) nos mais diversos setores da sociedade. Dentro da sala de aula, é papel da tecnologia
facilitar o processo de ensino e aprendizagem e estimular o interesse pelo componente curricular, no caso
desta pesquisa, o de Geografia, bem como, pelos seus conteúdos.
Palavras-Chave: Geografia, ensino, tecnologias.
Introdução
A Internet tem um papel fundamental na educação contemporânea. Muitos autores
estabelecem uma distinção entre o mundo real e o mundo virtual, mas apenas o fato de se cogitar
a existência de outro mundo além do nosso, já serve para estabelecer as dimensões e abrangência
dessa plataforma. Coexistimos num mundo virtual, de fato, milhões de pessoas utilizam essa
ferramenta e cotidianamente estão conectadas para se comunicar, interagir e produzir
conhecimento. Assim, no contexto escolar e acadêmico, muitas discussões iniciadas em sala de
aula são transportadas para o mundo virtual, como também muitas das atividades passadas aos
alunos exige que eles utilizem a internet. É um desafio para os professores do século XXI, se
capacitar, aperfeiçoar e utilizar as novas tecnologias para poder trabalhar em conjunto com o
alunado, dando a eles a oportunidade de produção do conhecimento em ambiente virtual.
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Entretanto, apesar da internet ser uma ferramenta de grande importância nas
universidades e nas escolas, várias delas não tem acesso a esse meio de comunicação e
informação. Dessa forma, o objetivo geral do presente trabalho, foi analisar as possibilidades,
limitações e dificuldades do uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) no
ensino de geografia, tanto no ensino superior, bem como no básico (fundamental e médio),
observando as experiências realizadas na Universidade Estadual da Paraíba, Campus III,
localizada no município de Guarabira-PB, nas escolas estaduais João Caetano e Tancredo Neves,
localizadas no município de Bayeux-PB, e na Escola Estadual André Vidal de Negreiros,
localizada no município de Goiana-PE.
Os objetivos específicos deste trabalho foram: (1) Apresentar as possibilidades do uso das
TIC no ensino de Geografia, apontando as ferramentas utilizadas nas instituições que foram
alvos dessa pesquisa; (2) Propiciar, utilizando o Facebook, um ambiente de socialização do
conhecimento entre os estudantes das turmas de Geografia da Paraíba e Organização do Espaço
Brasileiro da Universidade Estadual da Paraíba do Campus III e analisar o impacto no processo
de ensino e aprendizagem; (3) Verificar as limitações e dificuldades para o uso das ferramentas
tecnológicas, observando as realidades distintas entre os estudantes dos níveis superior e básico,
bem como, a problemática da ausência de recursos que impedem ou limitam o uso da tecnologia
em sala de aula.
Os procedimentos metodológicos utilizados durante a pesquisa, que proporcionaram a
produção desse trabalho científico, foram a pesquisa bibliográfica em livros e periódicos, que
propiciou o embasamento teórico. No período de fevereiro de 2012 até dezembro de 2012, nas
turmas das disciplinas Geografia da Paraíba e Organização do Espaço Brasileiro da UEPB de
Guarabira, desenvolvemos estratégias e aplicamos a utilização de algumas TIC, especialmente
com o uso da mídia social mundialmente conhecida, o Facebook, onde os estudantes, juntamente
com o professor Hélio de França Gondim, um dos autores desse artigo, tentaram criar um
ambiente colaborativo, ao criar ou participar de grupos na rede social, visando socializar e
produzir o conhecimento, incentivando o debate e compartilhando material relacionado ao
conteúdo programático das disciplinas (textos, vídeos, imagens, etc.).
Nas escolas de educação básica, localizadas na Paraíba e em Pernambuco, iniciamos o
uso de TIC em fevereiro de 2013 e findaremos em dezembro do corrente ano, ao término do ano
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letivo, quando concluiremos nossa análise sobre o uso dessas ferramentas na educação básica,
entretanto, já obtivemos resultados parciais importantes para esse nível de ensino, principalmente
ao evidenciar o uso da internet e outras ferramentas tecnológicas, propiciando uma maior
interatividade em sala de aula, na tentativa de despertar um maior interesse pela disciplina de
Geografia, já que:
Não é por acaso, que a maioria de nós se lembra das aulas de Geografia como algo
extremamente enfadonho e desinteressante, porque a única qualidade que se exigia do aluno
era uma boa capacidade de memorizar nomes de acidentes geográficos, não raro de locais
muito distantes, até da imaginação do aluno (KAERCHER, 2001, p.69).
Para atingir tal objetivo, inicialmente, é apresentada uma breve introdução sobre
Informática na Educação; em seguida, são apresentadas diversas tecnologias gratuitas que
poderiam ser utilizadas nas escolas públicas e o potencial delas no processo de formação e
compartilhamento do conhecimento; após discutir as possibilidades, é feito um alerta sobre a
realidade nas escolas públicas, ambientes que, infelizmente, ainda não dispõem dos recursos
humanos e tecnológicos para usufruir de todo o potencial disponível atualmente; ao fim, são
apresentadas considerações finais acerca da temática.
O ensino de Geografia e as TIC
O principal objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, devido a isso, objetivo
do ensino dessa ciência, enquanto disciplina, é levar o aluno a compreensão do espaço em que
vive. Assim, é de suma importância compreender que o:
[...] espaço deve ser considerado como um conjunto de relações realizadas através de funções
e de forma que se apresentam como testemunho de uma história escrita por processos do
passado e do presente, [...] O espaço é, então, um verdadeiro campo de forças cuja aceleração
é desigual (SANTOS, 2002, p.153).
Espera-se que o aluno construa um conjunto de conhecimentos que, entre outras coisas, o
torne capaz de: (1) Conhecer a transformação e funcionamento do espaço geográfico; (2)
Identificar e avaliar as ações dos seres humanos em sociedade e suas consequências em
diferentes espaços e tempos; e (3) Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos
geográficos. (Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia-PCNs, 2001).
O computador, enquanto ferramenta é mais um recurso didático que está à disposição do
professor, e:
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Sem dúvida, a escola deve associar as tecnologias de informação e comunicação no cotidiano
escolar, mas é preciso compreender o porquê dessa integração e como esta deve ser feita, para
que não ocorra o “simplismo” de colocar a tecnologia como a solução para a os problemas
educacionais. (SANTOS e CALLAI, 2009, s/p).
Entretanto, quando as condições adequadas não são estabelecidas, seu uso pode acarretar
em prejuízo para o processo de ensino e aprendizagem. Embora a tecnologia esteja inserida em
nosso cotidiano, é necessário verificar se o corpo discente e docente está preparado para estas
novas concepções de ensino e aprendizagem. A aplicação do computador e das novas
Tecnologias na Educação requer novas formas de aprender e de ensinar (PEREIRA, 2011)
(COSTA e ALMEIDA, 2012). A verdade é que os efeitos imediatos prometidos e as
transformações miraculosas não acontecem.
Entretanto, quando há planejamento e infraestrutura, os benefícios tornam-se evidentes.
Segundo Pereira e Teixeira (2011), o ensino de Geografia apoiado pela tecnologia, seja na
educação básica ou superior, facilita o processo de correlação entre novas informações e
informações antigas, proporcionando uma absorção mais eficaz do conteúdo lecionado, tornando
o conhecimento mais colaborativo, proporcionando aos alunos mais autonomia e ao mesmo
tempo maior socialização.
De forma geral, as ferramentas sociais, como as redes sociais, blogs e wikis, possuem
grande potencial para alavancar a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem, pois, por
meio de interações pela Internet, funcionam como espaços virtuais de colaboração, apoiando ao
compartilhamento de informações e a construção coletiva de conhecimento (DOTTA, 2011)
(SILVA et al., 2011). Segundo Ventura (2011), elas já vem sendo utilizadas a um bom tempo
como ferramentas educacionais. Sob o ponto de vista técnico, esses ambientes permitem o
compartilhamento de praticamente todo tipo de conteúdos digitais (imagens, vídeos, áudios, links
etc.), assim como oferecem diversas ferramentas para a comunicação entre seus usuários (chats,
fóruns, envio de mensagens etc.), além de facilitar a criação e o compartilhamento de conteúdo,
como aponta Dotta (2011).
Para Pereira (2010), no contexto específico da Geografia, os Sistemas de Informações
Geográficas, tais como os mapas online, seriam uma das ferramentas mais úteis a serem adotadas
em sala de aula. Em Pereira e Teixeira (2011), é apresentado um relato de experiência do uso
dessas tecnologias em sala de aula para o Ensino de Geografia, no contexto de uma escola
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particular de ensino fundamental. Os autores destacam os pontos positivos (motivadores e
didáticos) observados, mas não é feita discussão sobre a utilização desses recursos foram do
contexto proposto.
Possibilidades no Uso das TIC no Ensino de Geografia
O professor de Geografia chega à sala de aula, pergunta aos alunos se enviaram a divisão dos
grupos por e-mail e se compartilharam com ele o documento no Google Docs. Em seguida, ele abre
a apresentação, que está salva no Slideshare, diz aos alunos que o áudio da aula e a transição de
slides estão sendo gravadas e vão ser disponibilizados para eles no Videolog. Durante a
apresentação, o professor confirma algumas informações utilizando a Wikipédia e acessa algumas
vezes o Google Street View para mostrar aos alunos algumas das regiões sobre as quais ele está
falando. Ele também encontra um documentário no Youtube sobre o mesmo assunto e sugere aos
alunos que o vejam quando chegarem em casa. Ao fim, ele avisa aos alunos que enviará um
questionário no Google Docs sobre aula de hoje que valerá meio ponto para a prova da próxima
semana. Também diz que vai monitorar as atividades no grupo do Facebook, a qual valerá um ponto
de participação. Alguns alunos perguntam ao professor se o que ele anda postando no seu Blog
também caíra na prova. Ele responde afirmativamente. (situação hipotética criada pelos autores
desse artigo)
Para muitos professores, o cenário descrito acima pode parecer uma utopia. “Nenhum
professor ou grupo de alunos está tão antenado com o cenário tecnológico atual ao ponto do que
foi descrito ser realidade”, dirão eles. Talvez o que foi descrito esteja longe do que acontece em
uma aula de ensino fundamental de geografia. Provavelmente, muitos desses professores não
saibam utilizar as 10 tecnologias destacadas no texto. Entretanto, a experiência como aluno e
professor de Computação no Ensino Superior comprova que essa realidade é possível e não está
tão distante. Tudo que se precisa é de um computador, acesso a Internet e força de vontade.
O computador é a peça essencial que dá início a inclusão digital. É verdade que o
barateamento das peças do Desktop e dos Notebooks foi uma das causas da sua popularização,
entretanto é notável que muitas pessoas ainda não dispõem de tal ferramenta. Recentemente, tem
ocorrido um esforço semelhante para popularizar o acesso à Internet. A verdade é que, muito
além de ferramentas para o lazer, o computador com acesso à Internet tem um potencial
libertador. Há a possibilidade de participar de cursos online, obter acesso a material bibliográfico
de qualidade e utilizar diversos serviços, tudo isso gratuitamente.
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Em sala de aula, é papel do professor saber o quê e como utilizar. É importante que ele
opte por tecnologias que ele tenha alguma afinidade, para que, caso seja necessário, ele possa
fornecer suporte aos alunos menos experientes. Além disso, o professor deve exercer o papel de
mediador e moderador, impedindo que os alunos desviem o uso da Tecnologia como ferramenta
didática, como argumenta Moran (1997).
“O professor chega à sala e pergunta se os alunos lhe enviaram o e-mail”. Frases como
essa, são cada vez mais corriqueiras nas universidades e em como escolas privadas, em que
pesem a maior dificuldade dos estudantes de escola pública no acesso as tecnologias, em certa
medida, não é incomum ouvir essas frases que remetem ao uso de TIC. Números do ano passado
revelam que 9 entre cada 10 usuários da Internet possuem uma conta de e-mail, são 2.2 bilhões
de usuários de e-mail no mundo (PINGDOM, 2013). Logo, o uso do serviço de e-mail como o
principal meio de comunicação entre alunos e professores fora do ambiente escolar não é uma
possibilidade para um futuro distante, mas algo que já presenciamos diariamente.
“O professor pergunta se os alunos compartilharam o documento no Google Docs... ele
os avisa que enviará um questionário no Google Docs sobre a aula”. A Google revolucionou o
mundo, sendo uma das empresas que mais investiu na computação em nuvem na última década.
Youtube, Google Earth, Google Street View, Google Docs, todos são serviços disponibilizados
pela empresa na Internet. Os dois primeiros são mais conhecidos, enquanto os dois últimos são
comumente utilizados por usuários mais avançados, mas todos tem um extremo potencial
acadêmico. O Google Street View é um serviço integrado ao Google Maps que permite ao
usuário visualizar em três dimensões as áreas exibidas no mapa. Por meio desse serviço, é
possível passear em qualquer parte da Terra (e de outros planetas) a partir do computador. O
Google Docs consiste em um conjunto de ferramentas gratuitas na Internet que permite que seus
usuários criem e editem documentos online ao mesmo tempo. Entre as ferramentas disponíveis
estão processador de textos, planilhas e apresentações. Do ponto de vista educacional, além de
permitir a edição colaborativa e remota de documentos, a ferramenta registra um histórico de
edições que permite que o professor análise diferentes versões do documento e quem o editou.
Há também a opção de se criar questionários que podem ser enviados por e-mail ou embutidos
em sites e a própria ferramenta gera estatísticas sobre as respostas. Esse recurso é também muito
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utilizado em pesquisas de opinião. Serviços semelhantes ao Google Docs são oferecidos por
outras grandes companhias como Microsoft e Adobe.
“A aula será disponibilizada no Videolog... o professor confirma algumas informações
no Wikipédia... a participação no grupo do Facebook valerá um ponto extra... parte da matéria
está no Blog do professor”. Nos últimos anos, a forma de se utilizar a Internet mudou. Os
usuários passaram de consumidores a produtores de informação. A popularização das Redes
Sociais contribuiu bastante para essa mudança de paradigma, dando nome ao fenômeno
conhecido como Web Social. Para os professores, é mais fácil fazer uso desses ambientes, pois
os alunos já apresentam certa familiaridade. Entretanto, é importante saber moderar a interação
dos alunos para que a ferramenta cumpra seu papel educacional, o qual a priori ela não foi
concebida para cumprir. Sobre as ferramentas comentadas no exemplo do professor de
Geografia, o Videolog é um serviço brasileiro para publicação de vídeos, os quais carregam mais
rapidamente e sem perder qualidade, como acontece em outros serviços; a Wikipédia é uma
espécie de enciclopédia colaborativa, a qual qualquer usuário na Internet tem a possibilidade
editar ou contestar informação nas páginas; o Facebook é atualmente a Rede Social online mais
popular no mundo, contando com pouco mais de meio bilhão de usuários; e um Blog consiste
uma página pessoal em que o usuário publica matérias, podendo funcionar como um diário.
O objetivo dessa breve explanação foi, além de apresentar as ferramentas que tem
potencial educacional e exemplificar sua utilização em sala de aula, enfatizar que é possível
adaptar a tecnologia para que ela atinja um objetivo para o qual inicialmente ela não foi proposta.
O Youtube, por exemplo, foi desenvolvido para a viralização de vídeos, mas, atualmente, muitos
professores vêm o utilizando como canal de Ensino a Distância, uma forma de simultaneamente
alcançar uma audiência maior, se autopromover e criar um legado de aulas que pode ser
consultado a qualquer momento, por qualquer um. Esse é mais um das dezenas de exemplos que
podem ser citados.
TIC e a Guisa da experiência no ensino de Geografia: êxito, limitações e dificuldades.
É um desafio para os professores do século XXI, se capacitar, aperfeiçoar e utilizar as
novas tecnologias para poder trabalhar em conjunto com o alunado e dar a eles a oportunidade de
construção do conhecimento de forma colaborativa em um ambiente virtual. Tanto os
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professores como os alunos tem a possibilidade de acessar informações numa velocidade maior,
facilitando a produção de novo conhecimento, porém, além dos pontos positivos que a Internet
proporciona ao processo de ensino-aprendizagem, não se podem negar os problemas que ela
também pode acarretar no contexto educacional.
Durante o período de desenvolvimento da pesquisa, nas turmas da UEPB das disciplinas
de Geografia da Paraíba e Organização do Espaço Brasileiro da UEPB, no ano de 2012, foram
utilizados alguns recursos tecnológicos, de informação e comunicação, por exemplo: notebook,
Datashow, Internet, Slides, Slideshare, Youtube, Google Earth, Google Maps, sites de
universidades e outras instituições, periódicos, portais de notícias, etc. Durante o uso delas em
sala de aula, procuramos aliar o que estava proposto na ementa das disciplinas, sempre
propiciando que o alunado fosse sujeito ativo, porque “é importante que o educador saiba ouvir,
induza a discussões, faça provocações, e proponha novos temas, para que a fala dos alunos não
fique restrita só a assuntos imediatistas ou apresentados pela mídia” (KAERCHER, 2000,
p.140).
Trabalhar com essas ferramentas em sala de aula foi considerado algo inovador pelos
alunos e por parte dos docentes daquela instituição. A maioria do alunado relatou que os
procedimentos mais utilizados em sala de aula pelos outros docentes da instituição eram as
discussões de textos pré-estabelecidos como leituras recomendadas. Entretanto, conforme
relatado por alguns estudantes, embora alguns professores utilizassem alguns dos recursos
tecnológicos disponíveis, como o computador e o Datashow, na maioria das vezes, eles se
limitavam a apresentação de slides. Vale salientar, que em anos anteriores, esta universidade
apresentava condições muito precárias, oferecendo poucos recursos para serem usados em sala
de aula, de acordo com o relato de alguns professores.
No ano em que foi desenvolvida a pesquisa, a instituição já disponibilizava alguns
implementos tecnológicos, já possuía um Laboratório de Informática e Datashow para os
professores, para um melhor desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Com o uso
desses recursos, foi possível adotar algumas TIC durante as aulas. A receptividade dessas
tecnologias por parte dos alunos foi bastante positiva, e, embora alguns alunos não dispusessem
de computadores com acesso à Internet em casa, eles obtinham acesso fora dela (por meio de
lanhouses, casa de amigos e o próprio laboratório da instituição). Outra ação proposta nesse
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contexto do uso das TIC no ensino de geografia foi à utilização das redes sociais dentro e fora da
sala de aula. Foi proposto que ao corpo discente que criassem grupos no Facebook para cada
disciplina, e, a partir disso, percebemos que as discussões foram ocorrendo nesses grupos,
estimuladas por nós, e principalmente, entre eles mesmos, aonde as discussões surgidas nos
ambientes virtuais, posteriormente, se desenvolviam e se acaloraram positivamente de maneira
presencial, seja durante as aulas ou nos corredores. Foi possível verificar que os alunos “saíam
do Face” para o face a face, nas articulações e encaminhamentos de ambas as disciplinas.
Por meio do computador, era possível aliarmos o estudo de todo um conhecimento
teórico adquirido, por exemplo, sobre a questão agrária e urbana da Paraíba e do Brasil, e com
um click, verificar um fato recorrente e recente sobre as temáticas abordadas. Também, era
possível compartilhar livros e textos em formato digital, bem como, nossas próprias produções
de conhecimento. Apesar de no ensino superior, os estudantes, em tese, terem mais maturidade
para o uso dessas ferramentas, um fator complicador com os usos da TIC por partes de alguns
deles, eram os casos de plágio integrais ou parciais. Problemas como esse são recorrentes entre
alguns estudantes existindo, inclusive, “profissionais” especializados em realizar trabalhos
acadêmicos pagos. Contudo, no ensino superior, mesmo com algumas problemáticas existentes,
consideramos como positivo o uso das TIC, sendo cada dia mais difícil se imaginar o seu não uso
na Sociedade da Informação,
No ensino básico, tanto nas escolas estaduais da cidade de Bayeux-PB, como de Goiana-
PB, apesar da pesquisa ainda estar em andamento, observamos grandes avanços no sentido de
despertar o interesse do alunado pelas aulas de Geografia. Nas turmas de 6º ao 9º ano, são
utilizados em sala de aula, recursos tecnológicos como, por exemplo, a Internet para navegação
de sites na rede, proporcionando que os estudantes acompanhem e contextualizem o conteúdo
lecionado com fatos da atualidade. Para isso, também é utilizado o Youtube e o Google Earth,
que contribuem bastante, para a realização de uma aula interativa.
As maiores limitações e dificuldades evidenciadas nessa pesquisa do uso de TIC no
ensino básico público, sem sombra de dúvidas, sãos as questões de falta de infraestrutura das
escolas, e do acesso muito limitado a um computador e à Internet, ou ausente, por boa parte dos
estudantes dessas escolas. Tanto no João Caetano e Tancredo Neves na cidade de Bayeux-PB,
como no André Vidal de Negreiros em Goiana-PE, não é oferecido algumas infraestruturas,
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apesar de nelas haver a existência de computador, não é disponibilizado acesso à Internet,
elemento essencial para o uso de outras TIC. Nessas escolas, o professor de Geografia Hélio de
França Gondim, utiliza recursos tecnológicos próprios, como o uso de Internet 3G, bem como,
muitas vezes, também utilizando seu projetor (Datashow) e notebook, que o faz perder minutos
preciosos da aula ao instalar o aparato tecnológico já que esses recursos não estão instalados em
cada sala.
Outro grande problema, é que os alunos dessas escolas são em sua maioria, muito
carentes, e não possuem, muitas vezes, o acesso ao computador e internet nas suas residências, e
quando possuem, seja em casa ou fora dela, existe um nível de dispersão muito grande com esses
instrumentos de tecnologia moderna, já que os usam, de maneira frequente, para o lazer, segundo
relatos dos estudantes. O nível de imaturidade no uso das TIC por parte de alunos da educação
básica nas escolas pesquisadas é muito grande. Apesar de a leitura ser uma habilidade
desenvolvida durante o uso da TIC, inclusive em vários contextos linguísticos, o hábito de ler
livros no cotidiano escolar do alunado, que já não era grande, foi reduzido, segundo pudemos
acompanhar em nossas percepções cotidianas. Percebem-se, então, tanto pontos positivos quanto
negativos, que podem encorajar ou desencorajar o uso de TIC na educação, especialmente no
ensino de Geografia, área em que esta pesquisa está direcionada.
Considerações Finais
Para desenvolver um ambiente virtual propício para à educação, devemos ter atenção aos
procedimentos metodológicos que precisam ser utilizados. Pode-se pedir para o alunado realizar
pesquisas na internet, para aprofundar os conteúdos trabalhados em sala de aula, e trazer novas
informações relacionadas aos conteúdos para a construção do conhecimento na sala de aula. Em
sala de aula, caso a escola proporcione infraestrutura necessária, pode-se utilizar a internet para
que o professor junto com o alunado possam ver informações instantaneamente sobre temáticas
relacionadas aos conteúdos, bem como, utilizar softwares e redes sociais visando tornar a aula
mais produtiva.
Atualmente, é crucial a utilização da internet na educação, porque contemporaneamente
as pessoas, desde crianças já iniciam o contato com o mundo digital, tornando-se fundamental os
professores adaptarem-se a esse contexto da realidade, desenvolvendo competências e
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habilidades para essa nova forma da educação. O uso da internet pode proporcionar a criação de
meios colaborativos voltados para a educação, pois o conhecimento pode ser socializado entre os
alunos, professores e toda a comunidade escolar ou acadêmica, inclusive, transcendendo para
fora delas.
A utilização das novas tecnologias de informação facilita o processo de ensino-
aprendizagem de geografia, bem como, tornam o aluno egresso da escola e universidade, mais
preparado e qualificado, tendo uma base para enfrentar o mercado de trabalho, que cada vez
mais, está exigindo competências e habilidades voltadas para as novas tecnologias. Em contra
partida, como já foi ressaltado, não podemos nunca negligenciar os aspectos negativos que estão
nos contexto das TICs, e por isso, precisamos sempre estar atentos e abertos ás novas discussões
dentro desse contexto, principalmente considerando a realidade social, econômica e cultural do
Brasil.
Referências
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______________________. Geografizando o jornal e outros cotidianos: práticas em Geografia
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