III. Resultados e Discussão · 2020. 8. 6. · _____Resultados e Discussão 45 III. Resultados e...

66
___________________________________________________Resultados e Discussão 45 III. Resultados e Discussão Como órgão de polícia criminal de competência genérica, compete à Guarda Nacional Republicana coadjuvar as autoridades judiciárias na investigação e desenvolver as acções de prevenção e investigação que lhes sejam cometidas, segundo a Lei n.º 21/2000 sobre a organização da investigação criminal. Neste enquadramento legal, a GNR, logo que tome conhecimento de qualquer crime, deve iniciar de imediato a investigação e praticar os actos cautelares necessários e urgentes para assegurar os meios de prova, comunicando o facto ao Ministério Público, no mais curto prazo. Na prossecução das atribuições legais, a autonomia técnica assenta na utilização de um conjunto de conhecimentos e de métodos adequados de agir, à luz dos quais serão avaliadas as entrevistas efectuadas aos Chefes dos NAT/GNR e os questionários submetidos aos respectivos Técnicos de Criminalística. Será, também, efectuada uma análise dos processos de identificação biológica do Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação de Lisboa do INML, nos quais as Forças de Segurança tiveram intervenção, de modo a verificar a possível existência de não conformidades no envio dos vestígios biológicos, que, de algum modo, possam inviabilizar as perícias laboratoriais. Após a caracterização da Mala de Recolha de Vestígios Biológicos - equipamento fundamental para a actividade de um Técnico de Criminalística, apresentam-se os procedimentos a adoptar em relação à recolha de vestígios biológicos e à cadeia de custódia. Os procedimentos de recolha de vestígios biológicos, adoptados pelos Técnicos de Criminalística, devem estar de acordo com os protocolos adoptados pelos Laboratórios Forenses. Estas normas e procedimentos permitem manter e respeitar as rigorosas exigências da Cadeia de Custódia.

Transcript of III. Resultados e Discussão · 2020. 8. 6. · _____Resultados e Discussão 45 III. Resultados e...

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    45

    III. Resultados e Discussão

    Como órgão de polícia criminal de competência genérica, compete à Guarda

    Nacional Republicana coadjuvar as autoridades judiciárias na investigação e

    desenvolver as acções de prevenção e investigação que lhes sejam cometidas, segundo a

    Lei n.º 21/2000 sobre a organização da investigação criminal.

    Neste enquadramento legal, a GNR, logo que tome conhecimento de qualquer

    crime, deve iniciar de imediato a investigação e praticar os actos cautelares necessários

    e urgentes para assegurar os meios de prova, comunicando o facto ao Ministério

    Público, no mais curto prazo.

    Na prossecução das atribuições legais, a autonomia técnica assenta na utilização

    de um conjunto de conhecimentos e de métodos adequados de agir, à luz dos quais

    serão avaliadas as entrevistas efectuadas aos Chefes dos NAT/GNR e os questionários

    submetidos aos respectivos Técnicos de Criminalística.

    Será, também, efectuada uma análise dos processos de identificação biológica do

    Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação de Lisboa do INML, nos quais as

    Forças de Segurança tiveram intervenção, de modo a verificar a possível existência de

    não conformidades no envio dos vestígios biológicos, que, de algum modo, possam

    inviabilizar as perícias laboratoriais.

    Após a caracterização da Mala de Recolha de Vestígios Biológicos -

    equipamento fundamental para a actividade de um Técnico de Criminalística,

    apresentam-se os procedimentos a adoptar em relação à recolha de vestígios biológicos

    e à cadeia de custódia.

    Os procedimentos de recolha de vestígios biológicos, adoptados pelos Técnicos

    de Criminalística, devem estar de acordo com os protocolos adoptados pelos

    Laboratórios Forenses. Estas normas e procedimentos permitem manter e respeitar as

    rigorosas exigências da Cadeia de Custódia.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    46

    3.1 Entrevistas Efectuadas aos Chefes dos NAT/GNR

    As entrevistas efectuadas aos Chefes dos NAT/GNR tiveram como objectivo

    analisar as necessidades existentes no âmbito da Criminalística Biológica,

    nomeadamente, a possível criação de uma subespecialização em recolha de vestígios

    biológicos. O fim último será o desenvolvimento das capacidades técnicas e aumento de

    competências dos militares dos NAT/GNR.

    A amostra englobou os 11 Chefes dos NAT/GNR da Brigada Territorial N.º 2,

    que inclui os Grupos Territoriais de Sintra, Almada, Loures, Setúbal, Leiria e Santarém,

    e da Brigada Territorial N.º 3, incluindo os Grupos Territoriais de Évora, Beja,

    Portalegre, Faro e Portimão.

    A entrevista foi estruturada da forma indicada na metodologia e apresentada no

    Anexo1. Da sua análise obtiveram-se os resultados que a seguir se resumem, tendo sido

    elaborada uma compilação dos mesmos, o que em certos casos corresponde à repetição

    de algumas das ideias expostas pelos entrevistados. Procurou-se ordenar, de forma

    sequencial quando possível, as respostas dos entrevistados quanto às perguntas sobre

    normalização de procedimentos.

    Estrutura da entrevista

    1 - Relacionamento Institucional

    1.1. Quais os problemas mais frequentes na articulação do relacionamento

    institucional com o Laboratório de Polícia Científica (LPC)?

    a) Ao nível de relacionamento institucional com o LPC não existe qualquer tipo

    de dificuldades. O LPC tem mostrado sempre disponibilidade para esclarecer qualquer

    dúvida colocada pelos NAT/GNR. Não se têm verificado dificuldades na articulação

    entre as duas instituições.

    b) Uma dificuldade identificada reside no tempo de espera na resposta aos

    exames que são solicitados, o que prejudica o normal decurso dos Inquéritos, que

    aguardam pelos resultados dos exames, com prejuízo dos prazos.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    47

    1.2. Quais os problemas mais frequentes na articulação do relacionamento

    institucional com o Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação de Lisboa

    do INML?

    a) Não se verificaram problemas no relacionamento institucional com o Serviço

    de Genética e Biologia Forense da Delegação de Lisboa do INML.

    b) Existem Técnicos de Criminalística da GNR que desconhecem a existência e

    a forma de funcionamento dos Serviços de Genética e Biologia Forense das Delegações

    do INML.

    c) Muitos NAT/GNR não têm tido qualquer tipo de ocorrência que implique o

    envio de vestígios para o INML, como tal não tem havido qualquer tipo de

    relacionamento.

    d) Quando os Técnicos de Criminalística da GNR estão no terreno, mesmo tendo

    conhecimento destes laboratórios, verifica-se uma impossibilidade de contacto directo,

    por desconhecimento dos contactos entre as duas instituições.

    2 - NAT/GNR

    2.1. Considera que o serviço dos NAT/GNR tem sido de grande relevância e

    utilidade:

    2.1.1. Ao nível das necessidades internas de colaboração com outros órgãos da

    estrutura de investigação criminal. Justifique.

    a) Tem sido de grande relevância porque tem permitido identificar diversos

    arguidos, que de outra forma não teriam sido identificados.

    b) Revela-se de grande importância na aquisição da prova material, nas diversas

    tipologias de crime no âmbito das competências da GNR e em colaboração em diversas

    situações da competência da PJ.

    c) Tem sido importante, essencialmente, para os Núcleos de Investigação

    Criminal da GNR (NIC), porque tem fornecido mais elementos que permitem ajudar na

    descoberta dos autores de crimes.

    d) Os NAT/GNR têm assegurado que todas as recolhas, tratamento e envio dos

    vestígios recolhidos são feitos segundo a metodologia superiormente determinada.

    e) Para maximizar a actividade dos NAT/GNR, deverão ser introduzidas

    medidas que conduzam a uma melhor integração funcional com os outros órgãos da

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    48

    estrutura de Investigação Criminal da GNR. Isto vai permitir uma melhor preservação

    dos vestígios, melhorando a Cadeia de Custódia.

    f) Transmite uma imagem muito positiva da Guarda, em virtude de serem órgãos

    que trabalham com novas tecnologias e transmitem uma imagem moderna e de inovação

    da Instituição, o que tem levado outras estruturas a seguir o seu exemplo e dinamismo.

    g) Existem NAT/GNR que têm contribuído de forma significativa para o sucesso

    da maior parte dos casos em investigação que conduziram à detenção, levando à

    condenação em julgamento de autores dos crimes, coadjuvando decisivamente as outras

    estruturas da Investigação Criminal da GNR.

    h) Os NAT/GNR têm tido um papel muito relevante, especialmente nas

    situações, em que anteriormente era necessário chamar a PJ para efectuar as inspecções,

    o que nem sempre era possível, em tempo útil, por falta de efectivos.

    i) Actualmente, os NAT/GNR deslocam-se com grande facilidade e rapidez ao

    local do crime, onde é solicitada a sua presença no que diz respeito à inspecção,

    preservação e recolha de vestígios.

    j) Esta actuação tem permitido ajudar no processo de formação e esclarecimento

    contínuo dos militares dos Postos Territoriais da GNR (PTer/GNR), no que respeita à

    preservação do local do crime e à comparação do modus operandi utilizado.

    2.1.2. Ao nível das necessidades externas em colaboração com a PJ.

    a) Tem sido de grande relevância, porque os NAT/GNR têm complementado a

    falta de meios técnicos e humanos no terreno, por parte da PJ. A isto acresce o bom

    relacionamento existente entre os NAT/GNR e a PJ.

    b) Com a colaboração da PJ, os objectivos operacionais dos NAT/GNR têm sido

    mais facilmente atingidos.

    c) Verifica-se que a PJ deveria solicitar aos NAT/GNR uma maior colaboração,

    aproveitando as capacidades técnicas e operacionais dos mesmos na recolha e envio dos

    vestígios em processos da sua competência.

    d) Na vertente operacional, é indiscutível que o serviço dos NAT/GNR aproxima

    a GNR da PJ, quer pelos contactos estabelecidos e entrega de material para análise e

    comparação, quer ainda por contactos efectuados por investigadores da PJ por causa dos

    resultados de inspecções efectuadas pelos NAT/GNR e que também têm interesse para

    as investigações em curso na PJ.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    49

    e) Os NAT/GNR passaram a ser um interlocutor privilegiado no relacionamento

    com a PJ, no que respeita à inspecção judiciária, em especial com as equipas de

    inspecção judiciária da PJ.

    2.2. Quais dos seguintes aspectos considera que devem ser melhorados:

    2.2.1. Meios técnicos

    a) Constata-se a necessidade de aquisição e substituição de diversos meios

    técnicos que se tornam fundamentais para a actividade de Criminalística, os quais

    permitem uma melhor qualidade na elaboração dos relatórios de inspecção judiciária

    que são enviados para Tribunal;

    b) Os meios de comunicação devem ser reestruturados e modernizados,

    integrando os meios rádio com os telemóveis;

    c) Alguns meios técnicos existentes estão a ficar desactualizados, face aos novos

    tipos de criminalidade e aos novos métodos de pesquisa, recolha e tratamento de

    vestígios;

    d) Deverão ser reforçados os meios técnicos existentes nas áreas de recolha de

    vestígios biológicos e vestígios físico-químicos;

    e) Melhorar a eficácia do reabastecimento dos materiais de Criminalística;

    f) Deverão ser criadas e instaladas áreas laboratoriais ao nível dos NAT/GNR,

    para melhorar a qualidade pericial.

    2.2.2. Formação

    a) Necessidade dos militares dos NAT receberem mais formação na área de

    pesquisa, recolha, tratamento e envio de vestígios biológicos, físico-químicos e em

    fotografia forense;

    b) Necessidade de criar novos cursos, nas áreas de vestígios biológicos, físico-

    químicos e fotografia, bem como a realização de estágios de aperfeiçoamento e

    adaptação;

    c) É de extrema importância a constante actualização de uma actividade tão

    técnica como esta, o que obriga à criação de cursos de reciclagem, que permitam a

    formação na área de utilização de novos materiais e técnicas.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    50

    2.3. Estão os NAT/GNR dotados dos conhecimentos adequados para

    desempenharem as tarefas que lhe estão cometidas no que respeita aos vestígios

    biológicos? Justifique.

    a) Os elementos dos NAT/GNR necessitam de mais formação ao nível dos

    conhecimentos na área de recolha de vestígios biológicos, em virtude dos

    conhecimentos obtidos no Curso de Lofoscopia não terem sido muito desenvolvidos,

    revelando no entanto um desempenho aceitável;

    b) Necessita-se de aprofundar estes conhecimentos para que se possa proceder à

    recolha de vestígios biológicos com grande destreza e conhecimentos técnicos, podendo

    assim aumentar a qualidade;

    c) Esta formação revela-se mais pertinente para os primeiros cursos, em 2002,

    porque esta formação não foi muito aprofundada. Nos cursos subsequentes a formação

    na área de recolha de vestígios biológicos já foi mais aprofundada, para fazer face às

    situações com que os Técnicos de Criminalística se deparam no terreno.

    3 – Cursos de Formação

    Será útil a criação do Curso de Recolha e Envio de Vestígios Biológicos?

    Justifique.

    a) Sim, porque cada vez mais surgem situações diferentes de recolha de vestígios

    biológicos, obrigando a uma melhoria acentuada dos conhecimentos teóricos e práticos,

    que permitam fazer face a um maior número de situações. Até ao momento as situações

    têm conseguido ser ultrapassadas, recorrendo a contactos institucionais com a área de

    Biologia do LPC. A criação de um Curso de Recolha e Envio de Vestígios Biológicos

    terá toda a oportunidade neste contexto.

    b) De acordo com as competências atribuídas pela LOIC, os NAT/GNR poderão

    ser chamados a intervir na área da Criminalística Biológica. Deste modo é fundamental

    a especialização dos Técnicos de Criminalística da GNR, podendo vir a assumir um

    papel relevante na recolha de vestígios de qualquer tipo de crime.

    c) É necessário iniciar rapidamente a formação, aprofundando as áreas de

    recolha, podendo assim, estar preparados para proceder à recolha de meios de prova em

    situações complexas.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    51

    4 – Normalização de procedimentos

    4.1. Considera necessário estabelecer uma normalização de procedimentos de

    recolha, envio e preservação da Cadeia de Custódia? Justifique e indique de forma

    faseada e cronologicamente os procedimentos a adoptar.

    a) É importante estabelecer uma normalização de procedimentos de recolha,

    envio e preservação da Cadeia de Custódia. Para tal, é importante ter uma formação

    técnica adequada, para garantir que não se verifique uma violação da Cadeia de

    Custódia.

    b) Por outro lado, é necessário dotar os NAT/GNR de instalações e materiais

    específicos para preservação da Cadeia de Custódia.

    c) Consideram ser importante, para a preservação da Cadeia de Custódia, a

    necessidade de normalizar os autos e restantes documentos e os registos de ocorrências.

    d) É fundamental para a preservação da Cadeia de Custódia, que se ministre uma

    formação de base, adequada, e se proceda a uma sensibilização, sobre o isolamento da

    área do crime e sobre a preservação de vestígios, aos militares do dispositivo territorial

    e das Brigadas Especiais da GNR, que são, por norma, os primeiros a chegar ao local.

    e) A formação deve visar a transmissão de conhecimentos técnicos adequados,

    para que se possa preservar a Cadeia de Custódia, destacando-se:

    1. Os OPC’s que, primeiro, se deslocam ao local, garantem a preservação do

    mesmo;

    2. Efectuam fotografia e esquema do cenário: localização das vítimas;

    localização de todos os vestígios encontrados na zona do acidente;

    3. No local do crime, e sempre na presença de militares das Equipas de

    Investigação e Inquérito (EII) dos PTer, ou dos NIC, os NAT/GNR executam a

    recolha de vestígios em articulação com os mesmos, devendo observar o

    seguinte:

    - Celeridade na chegada ao local;

    - Isolamento/vigilância do local;

    - Identificação dos intervenientes e de possíveis testemunhas;

    4. Após a recolha, registo e tratamento, o NAT/GNR envia os vestígios para

    a entidade competente, devendo observar os seguintes procedimentos:

    - Deixar secar à temperatura ambiente em local protegido ou numa estufa

    de secagem, no Laboratório de Inspecções Judiciárias dos NAT/GNR;

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    52

    - Acondicionar os vestígios, separadamente, em envelopes de papel

    pardo;

    - Embalar os vestígios, selar e etiquetar as embalagens;

    - Entregar com protocolo de preservação da cadeia de custódia e termo

    de entrega;

    5. Envio dos vestígios:

    - Envio ao LPC, com conhecimento ao Tribunal competente e ao PTer da

    área;

    - Ou consoante as Comarcas, envio ao Tribunal competente, que

    posteriormente enviará os vestígios ao LPC, com conhecimento ao PTer ;

    6. Recepção dos resultados:

    - Envio dos resultados, pelo LPC, ao NAT/GNR com conhecimento ao

    Tribunal, dando o NAT/GNR conhecimento dos resultados ao PTer;

    - Envio dos resultados, pelo LPC, ao Tribunal com conhecimento ao

    NAT/GNR, dando este conhecimento dos resultados ao PTer.

    4.2. Descreva os aspectos que considera essenciais a ter em conta na Recolha e

    Envio dos Vestígios nas seguintes situações, mesmo nos crimes que não são da

    competência da GNR:

    4.2.1. Acidentes de viação com mortos ou feridos graves:

    a) Preservação do local e dos vestígios, para evitar a sua perda, destruição e

    contaminação e determinar o local provável do embate - prévio e adequado

    isolamento do local onde ocorreu o acidente;

    b) Preservação do veículo e adequada preservação da custódia;

    c) Fazer fotografia e croquis do acidente;

    d) Verificar rastos/marcas dos pneus, travagens e materiais das viaturas no chão

    e) Recolha dos vestígios biológicos;

    f) Recolha dos vestígios não biológicos (restos de pinturas, fibras, restos de

    farolins, óleos e tecidos, entre outros);

    g) Proceder ao correcto acondicionamento dos vestígios recolhidos;

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    53

    h) Enviar os vestígios ao LPC ou INML, com conhecimento à entidade com

    delegação para proceder à investigação, dando conhecimento ao Tribunal

    competente;

    i) Recolha: tintas; fibras têxteis; fragmentos de veículos; nos veículos, tudo o que

    relacione o veículo, as vítimas e o acidente;

    j) Deve-se ter em atenção os rastos de travagem deixados, a identificação dos

    veículos, pontos de referência inalteráveis e local do embate;

    k) No decurso da inspecção no local do crime, deve-se proceder a uma correcta

    documentação da mesma, efectuando uma eficiente caracterização fotográfica,

    para contribuir para a integridade da investigação e fornecer um registo para

    uma avaliação posterior.

    4.2.2. Crimes de natureza sexual:

    a) Obriga a uma grande celeridade na comparência no local do crime,

    preservando as evidências e a vítima, porque estes tipos de vestígios devem ser

    recolhidos tão rápido quanto possível;

    b) Deve-se, sempre que possível, recolher as peças de vestuário que contenham

    possíveis vestígios e embalá-las separadamente;

    c) Providenciar um encaminhamento imediato da vítima, através dos Núcleos

    Mulher e Menor da GNR (NMUME/GNR);

    d) Dar conhecimento à PJ. No caso de impossibilidade de comparência da PJ, o

    NAT/GNR deve proceder da seguinte forma:

    a. Preservar o local e os vestígios;

    b. Recolher os vestígios biológicos;

    c. Recolher os vestígios não biológicos;

    d. Proceder ao correcto acondicionamento dos vestígios recolhidos;

    e. Enviar os vestígios ao LPC ou INML, com conhecimento à entidade

    com delegação para proceder à investigação, dando conhecimento ao

    Tribunal competente;

    e) Proceder à informação das vítimas dos seus direitos, acompanhá-las e indicar

    os procedimentos a tomar e chamar os NMUME/GNR;

    f) Diligenciar para que a vítima não se lave, ou pratique outros actos de higiene,

    que possam inviabilizar a recolha de vestígios;

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    54

    g) Verificar as unhas da vítima de modo a identificar possíveis vestígios;

    h) Executar uma boa abordagem do local, por parte dos Técnicos de

    Criminalística, para evitar contaminações;

    i) Elaborar fotografias policiais, para identificar a posição da vítima no local do

    crime e posterior identificação e comparação;

    j) Acautelar a rápida realização de exames médico-legais à vítima, para se

    proceder à recolha de vestígios na roupa e no corpo;

    k) Encaminhar rapidamente a vítima para um gabinete médico-legal ou delegação

    do INML.

    4.2.3. Homicídios:

    a) Preservar o local e os vestígios, procedendo ao seu isolamento e vigilância

    para evitar contaminação do mesmo;

    b) Fotografia (do geral para o particular) e elaboração de croquis;

    a. Localização e identificação da(s) vítima(s);

    b. Localização e identificação da(s) arma(s);

    c) Recolha de possíveis vestígios biológicos;

    d) Recolha de possíveis vestígios físico-químicos;

    e) Recolha de possíveis armas e projécteis;

    f) Recolha de roupas, peças de vestuário que se encontrem no local;

    g) Verificar se existem vestígios nos dedos das vítimas que possam revelar a

    existência de confrontos físicos e recolhê-los, acondicioná-los e enviá-los para

    o LPC;

    h) Proceder ao correcto acondicionamento dos vestígios recolhidos (cabelos,

    pêlos, manchas de sangue, pegadas, entre outros);

    i) Exclusão de suspeitos;

    j) Comprovação ou não de álibi;

    k) Elaboração do expediente relacionado com o crime;

    l) Enviar os vestígios ao LPC, com conhecimento à entidade com delegação para

    proceder à investigação, dando conhecimento ao Tribunal competente;

    m) Deve-se ter uma preocupação centrada na cena do crime;

    n) Tentar através dos vestígios descobrir o móbil do crime e tipo de arma, ou

    instrumento que serviu para cometer o mesmo.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    55

    4.2.4. Furtos e roubos, com agressões físicas:

    a) Preservação do local e dos vestígios;

    b) Recolha dos vestígios biológicos;

    c) Recolha dos vestígios lofoscópicos;

    d) Recolha dos vestígios não biológicos;

    e) Proceder ao correcto acondicionamento dos vestígios recolhidos –

    devidamente preservados, embalados individualmente e identificados;

    f) Enviar os vestígios ao LPC, com conhecimento à entidade com delegação

    para proceder à investigação, dando conhecimento ao Tribunal competente;

    g) Proceder à informação das vítimas dos seus direitos, acompanhá-las e indicar

    os procedimentos a tomar;

    h) Elaboração do expediente relacionado com o crime;

    i) Rápido encaminhamento da vítima para a realização de exames médicos;

    j) Elaboração de fotografias policiais;

    k) Fotografia e elaboração de croquis;

    l) Verificar se houve contacto entre a vítima e o agressor, assim como possíveis

    vestígios nas mãos e roupa da vítima;

    m) Garantir que os militares dos Postos Territoriais (PTer’s) procedam com

    celeridade na preservação dos vestígios.

    5 – Cadeia de Custódia:

    Quais os procedimentos da preservação da Cadeia de Custódia, que têm vindo

    a ser efectuados pelo NAT/GNR que chefia.

    a) Em primeiro lugar, deve-se garantir uma correcta preservação do local do

    crime, situação que se reveste de especial importância, pois o incorrecto isolamento

    pode colocar em causa todos os exames periciais.

    b) Deve-se proceder à recolha dos vestígios, sendo imediatamente separados,

    acondicionados, etiquetados, recolhidos para as instalações dos NAT/GNR e registados.

    c) Um dos factores que afecta a Cadeia de Custódia é a não existência, nas

    instalações dos NAT/GNR, de uma secção isolada para a sua guarda, por isso deve-se

    proceder de imediato à elaboração do expediente relativo aos vestígios, a um melhor

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    56

    acondicionamento e posterior envio ao serviço competente, com o respectivo ofício,

    relatório e termo de entrega.

    d) Os vestígios, enquanto não forem entregues ao LPC, devem ficar à guarda do

    Técnico de Criminalística responsável pela recolha e fechados no cofre. Depois devem

    ser enviados ao LPC com conhecimento ao tribunal competente e ao PTer da área,

    solicitando à PJ o envio dos resultados directamente ao tribunal competente com

    conhecimento aos NAT/GNR.

    e) Após receber os resultados do LPC, os mesmos são enviados para quem está a

    elaborar o inquérito, a fim de passarem a constar no mesmo.

    f) Os elementos dos NAT/GNR têm pouca informação sobre a preservação da

    cadeia de custódia, situação que deverá ser suprimida, criando formação nesta área.

    g) O OPC respectivo deve assegurar a preservação dos vestígios, para posterior

    recolha pelos NAT/GNR, em colaboração com as EII PTer ou os NIC.

    3.2 Análise das Entrevistas aos Chefes dos NAT/GNR

    O relacionamento institucional entre os NAT/GNR e os Laboratórios Forenses

    esteve na origem das entrevistas, por ser uma questão básica para o bom funcionamento

    das instituições.

    Enquanto que o contacto com o Laboratório de Polícia Científica (LPC) é

    frequente, o mesmo não se passa com o INML, em relação a alguns dos Técnicos de

    Criminalística. Existe a necessidade de agilizar os contactos directos, para que, em

    situações operacionais, possam ser estabelecidos contactos em tempo devido. Quando

    contactados, os Laboratórios têm tido total disponibilidade para prestar esclarecimentos

    técnicos.

    A fácil articulação com o LPC tem por base o tipo de crimes da competência

    específica da GNR, além de que os exames de genética no âmbito da criminalística

    biológica podem ser também solicitados ao Laboratório de Polícia Científica da Polícia

    Judiciária, como referido no n.º 2 do artigo 23.º da Lei n.º45/2004, que estabelece o

    regime jurídico das perícias médico-legais e forenses.

    O envio dos vestígios biológicos foi sempre referido como efectuado para o

    LPC, medida que se justifica segundo o sistema de coordenação da LOIC, pois a GNR

    designa oficiais de ligação junto da PJ para articulação específica com o LPC.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    57

    Quando há necessidade de intervenção de um perito médico, como, por

    exemplo, nos casos de crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual, os vestígios

    biológicos recolhidos na vítima são encaminhados para o Instituto Nacional de

    Medicina Legal.

    No âmbito da autonomia técnica necessária ao eficaz exercício das atribuições

    legais, os Núcleos de Apoio Técnico da GNR (NAT/GNR) têm tido um papel

    fundamental na descoberta de autores de crimes, sendo muito relevante ao nível da

    obtenção da prova material. Esta valência revela ser um grande apoio aos Núcleos de

    Investigação Criminal da GNR, na recolha e preservação dos vestígios.

    Deve-se, contudo, promover uma maior integração operacional dos NAT/GNR

    com as restantes estruturas de investigação criminal da GNR. Os NAT/GNR apresentam

    uma grande capacidade de resposta e de mobilidade, dando uma resposta qualificada às

    necessidades operacionais.

    Estes Núcleos de Apoio Técnico têm complementado as estruturas existentes na

    PJ, especialmente na investigação dos crimes de competência não reservada à PJ, sendo

    interlocutores privilegiados no relacionamento com as suas equipas de inspecção

    judiciária. Verifica-se, assim, uma boa colaboração com a PJ, no âmbito do dever de

    mútua cooperação no exercício das suas atribuições, o que permite obter melhores

    resultados no combate ao crime.

    Ao nível dos meios técnicos, dever-se-á dar continuidade aos esforços de

    aquisição e modernização de material diverso que a vertente de Criminalística necessita

    para o desempenho da sua função. Esta modernização irá permitir um acréscimo de

    qualidade do serviço prestado.

    A necessidade de criação e instalação de pequenas áreas laboratoriais ao nível

    dos NAT/GNR, para a preservação e acondicionamento dos vestígios biológicos, será

    um dos factores a ter em conta nesta modernização.

    A todo este processo deve estar também associado uma constante actualização

    dos Técnicos de Criminalística, através de novas áreas de formação que respondam às

    necessidades operacionais presentes e futuras. Deverá ser ministrado, entre outros, um

    módulo de formação em recolha de vestígios biológicos, que aprofunde mais os

    conhecimentos existentes. Isto resulta do facto de, na actividade operacional, cada vez

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    58

    mais, os Técnicos de Criminalística se depararem com vestígios biológicos na cena do

    crime, os quais são fundamentais para a descoberta do seu autor e obtenção da prova

    material.

    Esta situação deveria obrigar a que se procedesse a uma alteração da LOIC, a

    qual limita a actuação dos NAT/GNR em certos casos de investigação criminal, pois a

    GNR, nesses casos, apenas pode praticar, até à intervenção da PJ, os actos cautelares e

    urgentes para assegurar os meios de prova, a não ser que o Ministério Público tenha

    deferido a investigação do crime.

    A normalização e harmonização de procedimentos de recolha, envio de vestígios

    e preservação da Cadeia de Custódia devem ser efectuadas ao nível dos NAT/GNR das

    diferentes Brigadas. Salienta-se, designadamente, a diferença de procedimentos, que

    ocorre consoante as comarcas, quanto à entidade que envia os vestígios para o

    Laboratório Forense – NAT/GNR ou Tribunal.

    Devem, também, ser normalizados, como considerado pelos Chefes dos

    NAT/GNR, os procedimentos de recolha e envio dos vestígios, relativamente a cada um

    dos seguintes tipos de crimes: acidentes de viação com mortos ou feridos graves (tipo

    de crime investigado pela vertente de investigação criminal operativa da Brigada de

    Trânsito); crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual; homicídios; furtos e

    roubos.

    Nestas situações há que ter em atenção que qualquer procedimento no corpo da

    vítima deve ser efectuado somente pelos peritos médicos, devendo, contudo, o OPC

    praticar os actos cautelares e urgentes para assegurar os meios de prova.

    A estrutura de Criminalística da GNR deveria ter competência para a

    investigação nestes crimes, quando praticados na Área Territorial da GNR, não sendo

    para tal necessário uma solicitação específica.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    59

    3.3 Questionários Aplicados aos Técnicos de Criminalística dos NAT/GNR

    Os presentes questionários tiveram como objectivo recolha de informação para

    proceder ao desenvolvimento das capacidades técnicas e aumento de competências dos

    militares dos NAT/GNR e para averiguar a eventual necessidade da criação de uma

    subespecialização em recolha de vestígios biológicos.

    O questionário foi estruturado da forma mencionada na metodologia, tendo-se

    obtido os resultados que a seguir se discriminam.

    Relativamente a cada uma das questões formuladas aos Técnicos de

    Criminalística, referidas na metodologia e apresentadas no Anexo 2, foi elaborado o

    respectivo gráfico com base na escala de respostas obtidas.

    Estrutura do Questionário

    Caracterização da amostra

    Brigada 3Brigada 2

    Percent

    70

    60

    50

    40

    30

    20

    10

    0

    36

    64

    Figura 3.1 Brigadas Territoriais correspondentes aos NAT/GNR alvo deste estudo

    Dos 52 militares abrangidos pelo

    inquérito, 64% pertencem aos

    NAT/GNR da Brigada Territorial N.º2

    (Sintra, Almada, Loures, Setúbal,

    Leiria, Santarém) e 36% pertencem aos

    NAT/GNR da Brigada Territorial N.º3

    (Portalegre, Évora, Beja, Faro e

    Portimão)

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    60

    8,5%

    10,6%

    4,3%

    6,4%

    6,4%

    12,8%10,6%

    12,8%

    8,5%

    10,6%

    8,5%

    Portimão

    Faro

    Beja

    Évora

    Portalegre

    SantarémLeiria

    Loures

    Setúbal

    Almada

    Sintra

    Figura 3.2 Distribuição dos Técnicos de Criminalística pelos NAT/GNR

    A. Formação de Base A.1 O Curso de Lofoscopia ministrado no Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais é suficiente para o desempenho de um Técnico de Criminalística?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    403020100

    11

    38

    17

    19

    15

    Figura 3.3 Resultados relativos ao Curso de Lofoscopia

    Verifica-se que os NAT/GNR de

    Loures e Santarém são os que têm

    um maior número de efectivos,

    seguidos de Leiria, Almada e Faro.

    Beja apresenta o menor número de

    efectivos, seguido de Portalegre e

    Évora.

    Em relação ao Curso de Lofoscopia, 49%

    dos Técnicos de Criminalística concordam

    que o curso é suficiente para o seu

    desempenho.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    61

    A.2 Tenho formação suficiente para proceder à recolha de vestígios biológicos?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não dicordo nem conc

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    17

    17

    38

    26

    Figura 3.4 Resultados relativos à formação em recolha de vestígios biológicos

    B. Formação específica de actualização B.1 Estou interessado em fazer um Curso de “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos”?

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    806040200

    68

    23

    Figura 3.5 Resultados relativos ao interesse de um Curso de “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos”

    Enquanto que 36% dos Técnicos de

    Criminalística admitem que têm

    formação, a maioria, 64%, discorda

    que tenha formação suficiente para

    proceder à recolha de vestígios

    biológicos.

    A maioria dos Técnicos de

    Criminalística, 91%, está interessado

    em fazer um curso de “Recolha e

    Envio de Vestígios Biológicos”

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    62

    B.3 Estou interessado em fazer um Curso de Subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Acidentes de Viação”

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    706050403020100

    57

    28

    9

    Figura 3.6 Resultados relativos ao interesse de um Curso de Subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Acidentes de Viação”

    B.4 Estou interessado em fazer um curso de subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Crimes Sexuais”

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    706050403020100

    57

    28

    9

    Figura 3.7 Resultados relativos ao interesse de um Curso de Subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Crimes Sexuais”

    De todos os Técnicos de Criminalística,

    85% estão interessados em fazer um Curso

    de Subespecialização em “Recolha e Envio

    de Vestígios Biológicos em Acidentes de

    Viação”.

    A maioria dos Técnicos de

    Criminalística, 85% estão interessados

    em fazer um Curso de Subespecialização

    em “Recolha e Envio de Vestígios

    Biológicos em Crimes Sexuais”.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    63

    B.5 Estou interessado em fazer um Curso de Subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Homicídios”?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    47

    23

    13

    13

    Figura 3.8 Resultados relativos ao interesse de um Curso de Subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Homicídios” B.6 Estou interessado em fazer um Curso de Subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Furtos”?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    706050403020100

    60

    28

    9

    Figura 3.9 Resultados relativos ao interesse de um Curso de Subespecialização em “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos em Furtos”

    Relativamente aos Técnicos de

    Criminalística, 70% estão interessados em

    fazer um Curso de Subespecialização em

    “Recolha e Envio de Vestígios Biológicos

    em Homicídios”.

    Quanto aos Técnicos de Criminalística,

    88% estão interessados em fazer um

    Curso de Subespecialização em

    “Recolha e Envio de Vestígios

    Biológicos em Furtos”.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    64

    B.7 Estou interessado em fazer uma acção de formação sobre o tema: “Relacionamento dos NAT/GNR com os Laboratórios Forenses”?

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    706050403020100

    64

    21

    13

    Figura 3.10 Resultados relativos ao interesse de uma acção de formação sobre “Relacionamento dos NAT/GNR com os Laboratórios Forenses” C. Material Técnico C.1 Os NAT estão dotados com material técnico suficiente?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    403020100

    15

    34

    13

    36

    Figura 3.11 Resultados relativos à dotação dos NAT/GNR com materiais técnicos suficientes para o desempenho do serviço

    Em relação aos Técnicos de

    Criminalística, 85% está interessado

    em fazer uma acção de formação sobre

    o tema: “Relacionamento dos

    NAT/GNR com os Laboratórios

    Forenses”.

    Quanto aos Técnicos de Criminalística,

    49% concorda que os NAT/GNR estão

    dotados com materiais técnicos

    suficientes. Contudo, deve ser tido em

    conta que 38% dos Técnicos

    discordam que os NAT/GNR estão

    dotados com materiais técnicos

    suficientes.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    65

    C.2 Os materiais que são utilizados pelos NAT/GNR são adequados para a recolha de vestígios biológicos?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    403020100

    13

    34

    36

    13

    Figura 3.12 Resultados relativos à adequação dos materiais que são utilizados pelos NAT/GNR na recolha de vestígios biológicos C.3 O material de selagem existente, para garantir a integridade da Cadeia de Custódia dos vestígios, é o mais adequado?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    11

    19

    43

    17

    11

    Figura 3.13 Resultados relativos à adequação do material de selagem existente, para garantir a integridade da Cadeia de Custódia dos vestígios

    Verifica-se que 47% dos Técnicos de

    Criminalística concorda que os materiais

    que são utilizados pelos NAT/GNR são

    adequados para a recolha de vestígios

    biológicos. Verifica-se que 36% não

    discorda nem concorda sobre a questão

    formulada. Apenas 17% dos Técnicos

    discordam que os materiais sejam

    adequados para a recolha de vestígios

    biológicos.

    Constata-se que apenas 30% dos

    Técnicos de Criminalística concorda que

    o material de selagem existente, para

    garantir a integridade da Cadeia de

    Custódia é o mais adequado. Verifica-se

    que 42% não concorda nem discorda

    sobre a questão formulada. Constata-se

    que 28% dos Técnicos discordam que o

    material de selagem seja o mais

    adequado.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    66

    C.4 Os impressos utilizados são adequados para registar a Cadeia de Custódia?

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    403020100

    15

    32

    34

    19

    Figura 3.14 Resultados relativos à adequação dos impressos utilizados para registar a Cadeia de Custódia C.5 A Mala de Recolha de Vestígios Biológicos é adequada e contém todo o material necessário para o desempenho da Missão?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    403020100

    11

    36

    28

    19

    6

    Figura 3.15 Resultados relativos à adequação da Mala de Recolha de Vestígios Biológicos

    Observa-se que 47% dos Técnicos de

    Criminalística concorda que os

    impressos que são utilizados pelos

    NAT/GNR são adequados para registar a

    Cadeia de Custódia. Verifica-se que 34%

    não concorda nem discorda sobre a

    questão formulada. Apenas 19% dos

    Técnicos discordam que os impressos

    são adequados.

    Constata-se que 47% dos Técnicos de

    Criminalística concorda que a Mala de

    Recolha de Vestígios Biológicos utilizada

    pelos NAT/GNR é adequada e contém todo

    o material necessário. Verifica-se que 28%

    não concorda nem discorda sobre a questão

    formulada. Constata-se que 25% dos

    Técnicos discordam que é adequada e

    contém todo o material necessário.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    67

    D. Competências profissionais e formação D.1 As competências que me estão atribuídas estão de acordo com as minhas expectativas?

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    403020100

    17

    38

    21

    23

    Figura 3.16 Resultados relativos às expectativas referentes às competências atribuídas D.2 A formação de actualização a que sou sujeito é suficiente para o desempenho da minha missão?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    19

    15

    43

    19

    Figura 3.17 Resultados relativos à formação de actualização relacionada com o respectivo desempenho

    Observa-se que a maioria dos Técnicos de

    Criminalística, 55%, concorda que as

    competências que lhe estão atribuídas estão

    de acordo com as suas expectativas.

    Verifica-se que 21% não concorda nem

    discorda sobre a questão formulada.

    Constata-se que 23% dos Técnicos

    discorda.

    Verifica-se que 62% dos Técnicos de

    Criminalística discorda que a formação de

    actualização a que é sujeito é suficiente para o

    desempenho da sua missão. Observa-se que

    15% não concorda nem discorda sobre a

    questão formulada. Constata-se que 23% dos

    Técnicos concorda que é suficiente.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    68

    D.3 A formação que recebi ao longo da minha carreira contribuiu para a minha valorização profissional?

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    23

    47

    26

    Figura 3.18 Resultados relativos à formação ao longo da carreira E. Nível de Conhecimentos E.1 Tenho conhecimentos sólidos ao nível da preservação da Cadeia de Custódia

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    6

    40

    23

    28

    Figura 3.19 Resultados relativos aos conhecimentos sólidos ao nível da preservação da Cadeia de Custódia

    Constata-se que 70% dos Técnicos de

    Criminalística concorda que a formação

    que recebeu ao longo da sua carreira

    contribuiu para a sua valorização

    profissional. Constata-se que 26% não têm

    opinião sobre a questão formulada. Apenas

    4% dos Técnicos discorda.

    Observa-se que 46% dos Técnicos de

    Criminalística concorda que tem

    conhecimentos sólidos ao nível da

    preservação da Cadeia de Custódia.

    Observa-se que 23% não concorda nem

    discorda sobre a questão formulada.

    Constata-se que 31% dos Técnicos

    discordam.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    69

    E.2 Tenho conhecimentos sólidos ao nível da recolha de vestígios biológicos?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    11

    26

    47

    15

    Figura 3.20 Resultados relativos aos conhecimentos sólidos ao nível da recolha de vestígios biológicos E.3 Tenho conhecimentos sólidos ao nível da preservação e envio dos vestígios biológicos?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    17

    43

    26

    13

    Figura 3.21 Resultados relativos aos conhecimentos sólidos ao nível da preservação e envio dos vestígios biológicos

    Verifica-se que 62% dos Técnicos de

    Criminalística discorda que tem

    conhecimentos sólidos ao nível da recolha

    de vestígios biológicos. Observa-se que

    26% não concorda nem discorda sobre a

    questão formulada. Constata-se que 12%

    dos Técnicos concordam.

    Verifica-se que 39% dos Técnicos de

    Criminalística discorda que tem

    conhecimentos sólidos ao nível da

    preservação e envio de vestígios

    biológicos. Observa-se que 43% não

    concorda nem discorda sobre a questão

    formulada. Constata-se que 18% dos

    Técnicos concordam.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    70

    E.4 Tenho conhecimentos sólidos sobre o funcionamento dos Laboratórios Forenses – LPC e INML?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    6050403020100

    21

    51

    19

    Figura 3.22 Resultados relativos aos conhecimentos sobre o funcionamento dos Laboratórios Forenses – LPC e INML F. Relacionamento com os Laboratórios Forenses F.1 Existe um bom relacionamento com o LPC?

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    50403020100

    23

    43

    28

    6

    Figura 3.23 Resultados relativos ao relacionamento com o LPC

    Observa-se que 70% dos Técnicos de

    Criminalística discorda que tem

    conhecimentos sólidos sobre o

    funcionamento dos Laboratórios Forenses.

    Observa-se que 21% não concorda nem

    discorda sobre a questão formulada.

    Constata-se que 9% dos Técnicos

    concorda.

    .

    Constata-se que 66% dos Técnicos de

    Criminalística concorda que existe um

    bom relacionamento com o LPC.

    Observa-se que 28% não concorda nem

    discorda sobre a questão formulada.

    Constata-se que apenas 6% dos Técnicos

    discorda.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    71

    F.2 Existe um bom relacionamento com o Serviço de Genética e Biologia Forense da DL-INML?

    Discordo totalmente

    Discordo

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    6050403020100

    21

    51

    15

    Figura 3.24 Resultados relativos ao relacionamento com o Serviço de Genética e Biologia Forense da DL-INML

    F.3 Considero que a criação de protocolos de parcerias técnicas com o LPC e INML é uma mais valia?

    Não discordo nem con

    Concordo

    Concordo totalmente

    Percent

    6050403020100

    30

    53

    17

    Figura 3.25 Resultados relativos à criação de protocolos de parcerias técnicas com o LPC e INML

    Verifica-se que 27% dos Técnicos de

    Criminalística concorda que existe um

    bom relacionamento com o Laboratório

    de Biologia e Genética Forense da DL-

    INML. Observa-se que 51% não

    concorda nem discorda sobre a questão

    formulada. Constata-se que 22% dos

    Técnicos discorda.

    A maioria dos Técnicos de

    Criminalística, 83%, concorda que a

    criação de protocolos de parcerias

    técnicas com o LPC e o INML é uma

    mais valia.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    72

    3.4 Análise dos Questionários aos Técnicos de Criminalística dos NAT/GNR

    Relativamente aos Técnicos de Criminalística, a maioria destes Técnicos está

    satisfeita com a formação técnico-profissional que lhes tem sido ministrada, o que não

    pode ser entendido como uma formação que satisfaça todas as suas necessidades, bem

    como as necessidades institucionais.

    Da análise efectuada, pode-se constatar que o Curso de Lofoscopia, com um

    módulo de recolha de vestígios biológicos, formação ministrada por Peritos da Área de

    Biologia do LPC, ainda não é o ideal para o desempenho de um Técnico de

    Criminalística. Constata-se que estes Técnicos estão, também, interessados em fazer

    subespecializações na área da recolha de vestígios biológicos, tais como em acidentes

    de viação, crimes sexuais, homicídios e, sobretudo, no caso de furtos ou roubos, o que

    denota uma vontade de obter novos conhecimentos.

    Verifica-se, igualmente, uma intenção de actuação integrada e em parceria no

    combate ao crime, interagindo com o sistema judiciário e judicial, ao pretender fazer

    acções de formação sobre o relacionamento da estrutura de Criminalística da GNR com

    os Laboratórios Forenses, permitindo que os Técnicos, durante a sua actuação, possam

    saber como articular-se com os mesmos e conhecer as suas valências para solicitar os

    quesitos e quais as perícias que poderão ser realizadas.

    Não obstante uma percentagem elevada dos Técnicos de Criminalística

    considerar que os NAT/GNR estão dotados com material técnico suficiente, deve-se

    avaliar as necessidades futuras, para fazer face à evolução da criminalidade. Do mesmo

    modo, no que respeita à adequação dos materiais de recolha de vestígios biológicos,

    deve ser avaliada a adequação do material utilizado. No que respeita ao material de

    selagem, que garante a preservação da Cadeia de Custódia, os Técnicos de

    Criminalística consideram que o material em uso garante a Cadeia de Custódia, embora

    possa ser criado material mais adequado.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    73

    A mala de recolha de vestígios biológicos é um dos instrumentos fundamentais

    para o trabalho de campo dos Técnicos de Criminalística, e apesar de somente cerca de

    um quarto destes Técnicos discordar que a mala seja adequada para as investigações,

    deverá proceder-se a uma reavaliação da constituição da respectiva mala de recolha,

    tendo em consideração a constituição das malas de recolha utilizadas por instituições

    congéneres.

    A maioria dos Técnicos concorda que as competências que lhe estão atribuídas

    satisfazem as suas expectativas. Apesar disso deve-se continuar o processo de aumento

    de competências, para que os conhecimentos dos Técnicos de Criminalística da GNR se

    vão consolidando. Cerca de metade dos Técnicos de Criminalística considera que tem

    conhecimentos sólidos ao nível da preservação da Cadeia de Custódia. Mas nesta área,

    tão crítica, a aposta na formação terá que ser ainda mais reforçada, de modo a garantir

    que todos os Técnicos tenham os necessários e sólidos conhecimentos.

    A maioria dos Técnicos de Criminalística considera que a formação que recebeu

    ao longo da vida tem contribuído significativamente para a sua valorização profissional.

    É um sinal para manter a qualidade da formação que tem vindo a ser dada aos Técnicos

    de Criminalística.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    74

    3.5 Análise dos Processos de Identificação Biológica da Delegação de Lisboa do

    INML

    Dos processos entrados no Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação

    de Lisboa do INML (DL-INML), foram identificados os processos nos quais as Forças

    de Segurança tiveram intervenção, tendo sido efectuados pedidos de investigação de

    identificação biológica, no âmbito de inquéritos ordenados pela Autoridade Judicial.

    Identificaram-se e analisaram-se 47 processos, entre 2002 e 2004, o que

    corresponde a cerca de 3% do total de casos do Serviço de Genética e Biologia Forense

    da DL-INML. Para cada ano foi elaborado uma tabela resumo, onde se caracteriza o

    tipo de caso, tipo de amostras biológicas recolhidas e as conclusões do relatório pericial.

    A descrição dos respectivos processos encontra-se no Anexo 3.

    Pela análise efectuada aos 47 processos seleccionados no Livro de Registo de

    Entradas de 2002 a 2004 do Serviço de Genética e Biologia Forense da DL-INML,

    pôde-se constatar que os vestígios e amostras de comparação chegaram em boas

    condições, sendo que todos os vestígios e amostras foram sempre acompanhados da

    respectiva documentação.

    A entrega das amostras foi, essencialmente, realizada pelas Forças de Segurança,

    sendo também entregues pelo Laboratório de Polícia Científica ou pelos Gabinetes

    Médico-Legais do Instituto Nacional de Medicina Legal, e, em casos justificados pela

    distância, enviadas através do correio, garantindo sempre a integridade do material e

    mantendo a respectiva Cadeia de Custódia.

    3.5.1 Análise de processos de 2002

    Os 19 processos (Tabela1) em que as Forças de Segurança participaram,

    abrangeram os seguintes tipos de casos, de vestígios e de amostras biológicas de

    referência:

    Tipos de casos:

    - Alegada violação (2 casos)

    - Identificação biológica (6 casos)

    - Suspeita de Infanticídio (1 caso)

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    75

    - Suspeita de aborto (2 casos)

    - Suspeita de homicídio (2 casos)

    - Alegado abuso sexual (5 casos)

    Tipo de vestígios enviados:

    - Manchas de sangue;

    - Amostras de tecido muscular;

    - Amostras de tecido ósseo;

    - Unhas;

    - Dentes;

    - Zaragatoas vaginais, anais e bucais;

    - Lenços e toalhetes com manchas hemáticas.

    Amostras biológicas de referência:

    - Saliva recolhida através de zaragatoa bucal.

    Uma vez que a maioria das investigações solicitadas tem por base uma

    investigação biológica de maternidade ou paternidade, as conclusões do Relatório

    Pericial de Identificação Genética apresentam os seguintes predicados verbais:

    - Exclusão de paternidade;

    - Paternidade praticamente provada;

    - Exclusão de maternidade;

    - Maternidade verdadeira;

    - Ausência de relação de parentesco.

    Determinados casos de identificação biológica de vestígios foram analisados

    somente com base no estudo do locus da amelogenina, para determinação do género dos

    indivíduos a quem pertenciam as amostras enviadas. O número de indivíduos

    envolvidos num dos processos foi realizado com base no estudo dos perfis de STRs

    detectados.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    76

    Tabela 3.1 Processos de identificação biológica de 2002 com intervenção das Forças de Segurança Processo

    n.º Tipo de caso Tipo de amostras e

    vestígios biológicos Conclusões

    1 Alegada violação, da qual resultou uma gravidez de termo

    Saliva recolhida aos quatro intervenientes, através de zaragatoas bucais

    Os dois pretensos pais foram excluídos da paternidade

    2 Identificação biológica de amostra de sangue

    Comparação de amostra de sangue existente na DL-INML e de saliva recolhida através de zaragatoas bucais

    Os dois tipos de amostras biológicas (sangue e saliva) pertencem a indivíduos de sexo diferente

    3 Alegado abuso sexual de menor, do qual resultou uma gravidez de termo

    Saliva recolhida, através de zaragatoas bucais, aos três intervenientes

    A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    4 Alegada violação, da qual resultou uma gravidez com interrupção

    Saliva recolhida através de zaragatoas bucais e amostra biológica do feto

    Os dois pretensos pais foram excluídos da paternidade

    5 Alegado abuso sexual de menor, do qual resultou uma gravidez de termo

    Saliva recolhida através de zaragatoas bucais

    A probabilidade de paternidade do pretenso pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    6 Suspeita de Infanticídio

    Saliva colhida através de zaragatoas bucais aos presumíveis mãe e pai do feto e amostras de sangue recolhidas no feto

    A probabilidade de paternidade e de maternidade do presumível pai e da presumível mãe relativa ao feto corresponde a “Paternidade Praticamente Provada” e a “Maternidade Verdadeira”

    7 Suspeita de aborto Amostras de fémur de dois fetos

    Embriões sem relação de parentesco entre si

    8 Identificação de ossadas

    Fragmento de fémur e dentes de indivíduo desconhecido e amostra de saliva recolhida através de zaragatoa bucal à presumível mãe

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira”

    9 Suspeita de homicídio de uma mulher grávida de 8 meses e meio e respectivo feto

    Amostras hemáticas de ambas as vítimas e amostra de saliva do presumível pai

    A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    10 Identificação biológica referente a um cadáver encontrado em avançado estado de decomposição

    Amostra do músculo do fémur do cadáver e amostra de saliva da presumível mãe recolhida através de zaragatoa bucal

    A probabilidade de maternidade corresponde a “Maternidade Verdadeira”

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    77

    Tabela 3.1 Processos de identificação biológica de 2002 com intervenção das Forças de Segurança (cont.) Processo

    n.º Tipo de caso Tipo de amostras e

    vestígios biológicos Conclusões

    11 Identificação biológica referente a ossadas encontradas

    Fragmento de um fémur e amostra de saliva recolhida através de zaragatoa bucal à presumível filha

    O indivíduo a quem pertencem as amostras ósseas foi excluído da paternidade

    12 Alegado abuso sexual de menor, do qual resultou uma gravidez, com interrupção

    Amostra de tecido do feto e amostra biológica de saliva da presumível mãe e dos dois presumíveis pais

    A probabilidade de paternidade de um dos presumíveis pais, relativa ao feto, corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    13 Alegado abuso sexual com adolescente, com gravidez de termo

    Amostra de sangue do menor e amostra de saliva recolhida ao suspeito através de zaragatoa bucal

    A probabilidade de paternidade do pretenso pai, corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    14 Alegado homicídio de uma mulher e do respectivo feto

    Amostra de unhas recolhidas à vítima de homicídio, amostras de sangue da vítima e do feto, amostras de fluido vaginal e amostras de saliva recolhidas aos cinco suspeitos

    A probabilidade de paternidade de um dos pretensos pais corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”, sendo os quatro restantes excluídos

    15 Alegado abuso sexual de menor, do qual resultou uma gravidez, com interrupção

    Amostra de saliva do suspeito e vítima e amostras biológicas ósseas do feto

    O pretenso pai foi excluído da paternidade

    16 Identificação de cadáver em adiantado estado de decomposição

    Amostras de unhas, dentes, fragmento de fémur do cadáver e amostra de saliva da presumível mãe

    A presumível mãe foi excluída da maternidade

    17 Identificação de desconhecido encontrado carbonizado

    Amostra de tecido recolhido ao cadáver e uma amostra de sangue da presumível filha

    A paternidade do indivíduo a quem pertence o cadáver encontrado corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”.

    18 Suspeita de práticas de aborto

    Saliva encontrada em beatas, vestígios hemáticos recolhidos em lenços e toalhetes e amostra de saliva recolhida da suspeita

    O estudo dos polimorfismos de ADN relevou a presença de diversos indivíduos do sexo feminino

    19 Alegado abuso sexual de menor, do qual resultou uma gravidez, com interrupção

    Amostras de saliva recolhidas ao suspeito e amostras biológicas do feto

    A probabilidade de paternidade do pretenso, relativa ao feto, corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    78

    3.5.2 Análise de processos de 2003

    Pela análise efectuada aos 11 processos identificados no Livro de Registo de

    Entradas de 2003 do Serviço de Genética e Biologia Forense da DL-INML, pôde-se

    constatar que os vestígios e amostras de comparação chegaram em boas condições.

    Apenas se encontrou registada uma não conformidade - um envelope remetido com um

    nome diferente do indivíduo a quem respeitava, mas cuja identificação no interior do

    mesmo permitiu, sem margem para dúvidas, identificar a quem pertencia a amostra em

    questão.

    Os Inquéritos em que as Forças de Segurança participaram (Tabela2),

    abrangeram os seguintes tipos de casos e de vestígios:

    Tipos de casos

    - Alegada violação (2 casos)

    - Identificação biológica (4 casos)

    - Suspeita de Infanticídio (3 casos)

    - Investigação de paternidade (1 caso)

    - Suspeita de aborto (1 caso)

    Tipos de vestígios enviados

    - Manchas de sangue;

    - Vestígio supostamente hemático;

    - Amostras de tecido muscular;

    - Amostras de tecido ósseo;

    - Unhas;

    - Zaragatoas vaginais;

    - Dentes;

    - Cabelos;

    - Cotonetes com vestígios hemáticos recolhidos de diversos locais;

    - Pedaços de tecido

    As conclusões periciais obtidas nos casos supra referidos, relativamente aos

    casos de alegada violação com interrupção voluntária de gravidez, infanticídio e casos

    de identificação biológica e de investigação de paternidade conduziram a Paternidade

    Praticamente Provada ou Maternidade Verdadeira.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    79

    Tabela 3.2 Processos de identificação biológica de 2003 com intervenção das Forças de Segurança Processo n.º

    Tipo de caso Tipo de amostras e

    vestígios biológicos Conclusões

    1

    Alegada violação, com interrupção da gravidez

    Saliva recolhida através de zaragatoa bucal à mãe e ao presumível pai e amostras do feto em parafina

    A probabilidade de paternidade do presumível pai, relativa ao feto, corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    2

    Suspeita de Infanticídio

    Manchas de sangue detectadas em roupa de bebé, saliva recolhida através de zaragatoa bucal aos presumíveis progenitores

    Os presumíveis progenitores não foram excluídos da paternidade e maternidade do indivíduo a quem pertenciam as manchas de sangue

    3

    Investigação de paternidade

    Saliva recolhida através de zaragatoas bucais aos três intervenientes: mãe, filho e presumível pai

    A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    4

    Suspeita de Infanticídio

    Saliva recolhida através de zaragatoas bucais aos suspeitos; cotonetes com vestígios hemáticos recolhidos em diversos locais; Saco em tecido, T-shirt e um pano branco com manchas hemáticas

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe, corresponde a “Maternidade Verdadeira” A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    5

    Identificação de um cadáver de recém-nascido

    Saliva recolhida através de zaragatoas bucais aos presumíveis pais e úmeros e fémures referentes ao cadáver

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira” A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    6 Identificação de cadáver desconhecido, vítima de homicídio

    Dentes, pedaços de cabelo e uma unha colhidos no cadáver e amostras de sangue recolhidas aos presumíveis pai, irmão e filho

    A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada” A probabilidade de paternidade do indivíduo a quem pertence o cadáver não identificado relativa ao presumível filho corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    7 Identificação biológica de um cadáver desconhecido

    Zaragatoa bucal da presumível mãe e mancha de sangue do cadáver

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira”

    8 Identificação biológica de um cadáver desconhecido

    Zaragatoas bucais das presumíveis filhas, diáfise femural e unha do cadáver

    A probabilidade de paternidade, relativa às presumíveis filhas, corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    80

    Tabela 3.2 Processos de identificação biológica de 2003 com intervenção das Forças de Segurança (cont.) Processo n.º

    Tipo de caso Tipo de amostras e

    vestígios biológicos Conclusões

    9 Suspeita de Infanticídio

    Mancha de sangue recolhida à vítima e amostras de saliva da presumível mãe e presumível pai recolhidas através de zaragatoa bucal

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe, relativa ao feto desconhecido corresponde a “Maternidade Verdadeira” A probabilidade de paternidade do presumível pai, relativa ao feto corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    10

    Suspeita de aborto

    Vestígios hemáticos, amostra de saliva colhida através de zaragatoa bucal da suposta mãe e cotonetes com vestígios hemáticos

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe, relativa ao feto, corresponde a “Maternidade Verdadeira”

    11

    Alegada violação Amostras recolhidas através de zaragatoas vaginais e bucais à vítima e zaragatoa bucal ao suspeito

    Não foi possível obter um perfil de ADN correspondente a um indivíduo de sexo masculino nas amostras recolhidas na vítima

    3.5.3 Análise de processos de 2004

    Os Inquéritos em que as Forças de Segurança participaram, relativamente ao ano

    de 2004 (Tabela3), abrangeram os seguintes tipos de casos e de vestígios:

    Tipos de casos

    - Alegada violação (3 casos)

    - Identificação biológica (9 casos)

    - Suspeita de Infanticídio (2 casos)

    - Suspeita de aborto (1 caso)

    - Suspeito homicídio (1 caso)

    - Alegado abuso sexual (1 caso)

    Tipos de vestígios biológicos enviados

    - Vestígios hemáticos;

    - Amostras de tecido muscular;

    - Amostras de tecido ósseo;

    - Unhas;

    - Zaragatoas vaginais;

    - Dentes;

    - Peças de vestuário

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    81

    Relativamente aos casos alegada violação, suspeita de infanticídio e de

    identificação biológica, as investigações conduziram às conclusões de não exclusão ou

    exclusão de paternidade e /ou maternidade ou, ainda, probabilidade de dois indivíduos

    serem irmãos.

    Num dos casos de alegada violação, não foi detectado material celular

    masculino, enquanto num outro, não foi possível excluir o suspeito como contribuinte

    da mistura de ADN recolhida na vítima. A conclusão pericial, no caso de homicídio, foi

    a seguinte: identidade de perfis genéticos do suspeito e da mancha encontrada na vítima.

    Tabela 3.3 Processos de identificação biológica de 2004 com intervenção das Forças de Segurança Processo n.º

    Tipo de caso Tipo de amostras e

    vestígios biológicos Conclusões

    1

    Identificação de cadáver desconhecido

    Fragmento de fémur, dentes, unhas do cadáver e zaragatoas bucais das presumíveis filhas e mulher

    O indivíduo a quem pertence o cadáver não identificado é excluído da paternidade da presumível filha

    2

    Identificação de cadáver desconhecido

    Fragmento de fémur e dentes e amostra de saliva recolhida através de zaragatoa bucal ao presumível irmão

    A probabilidade dos dois indivíduos estudados terem o mesmo pai e a mesma mãe é de 94,8967%

    3

    Suspeita de aborto

    Saliva recolhida através de zaragatoa bucal à presumível mãe e tecido do feto

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira”

    4

    Identificação de cadáver desconhecido

    Fragmento ósseo e músculo do cadáver e amostra de saliva recolhida através de zaragatoa bucal da presumível mãe

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe é característica de uma “Maternidade Verdadeira”

    5 Identificação de um indivíduo desaparecido, presumivelmente caído ao mar

    Vestígios hemáticos encontrados e amostras de saliva recolhidas através de zaragatoas bucais às presumíveis filhas

    A probabilidade de paternidade do presumível pai, relativamente às duas presumíveis filhas, corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    6 Suspeita de Infanticídio

    Duas zaragatoas bucais recolhidas aos presumíveis pais, bem como uma mancha hemática do recém-nascido

    A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada” e a probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira”

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    82

    Tabela 3.3 Processos de identificação biológica de 2004 com intervenção das Forças de Segurança (cont.) Processo n.º

    Tipo de caso Tipo de amostras e

    vestígios biológicos Conclusões

    7

    Alegada violação Amostras de saliva recolhidas a dois suspeitos e amostras de exsudado vaginal da vítima

    Não foi encontrado material celular masculino no exsudado vaginal

    8 Alegada violação Saliva recolhida através de zaragatoa bucal à vítima e peça de vestuário da vítima (cuecas)

    Não se pode excluir o suspeito como contribuinte da mistura de ADN detectada na zaragatoa de exsudado vaginal e na peça de roupa

    9 Identificação de cadáver desconhecido

    Amostras de saliva recolhidas através de zaragatoa bucal aos prováveis progenitores e amostras de tecidos do cadáver

    A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada” e a probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira”

    10 Suspeita de homicídio

    Sangue da vítima numa fronha de almofada

    O perfil genético obtido na mancha de sangue é idêntico ao perfil genético obtido a partir do sangue pertencente à vítima

    11 Alegada violação Amostra de saliva do suspeito recolhida através de zaragatoa bucal, zaragatoa vaginal e cuecas da vítima com vestígios

    Não se pode excluir o suspeito como contribuinte da mistura detectada nas amostras colhidas

    12 Identificação de cadáver desconhecido

    Amostras de tecidos do cadáver e amostra de saliva da presumível mãe recolhida através de zaragatoa bucal

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira”

    13 Identificação de cadáver desconhecido

    Amostras de peças ósseas do cadáver e de amostras de sangue dos presumíveis familiares

    Não foi possível estabelecer uma relação familiar, pela via paterna, entre as diversas amostras analisadas

    14 Suspeita de Infanticídio

    Amostras de tecidos do feto e amostra de saliva recolhida aos presumíveis progenitores através de zaragatoa bucal

    A probabilidade de maternidade da presumível mãe corresponde a “Maternidade Verdadeira” A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    15 Alegado abuso sexual – alegado incesto

    Amostras de saliva recolhidas ao pretenso pai, mãe e menor, através de zaragatoa bucal

    A probabilidade de paternidade do presumível pai corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    83

    Tabela 3.3 Processos de identificação biológica de 2004 com intervenção das Forças de Segurança (cont.) Processo n.º

    Tipo de caso Tipo de amostras e

    vestígios biológicos Conclusões

    16 Identificação de cadáver desconhecido do sexo feminino

    Amostras de peças ósseas do cadáver e amostras de sangue dos presumíveis marido e filho

    A probabilidade de maternidade relativa ao presumível filho corresponde a “Maternidade Verdadeira”. A probabilidade de paternidade, tendo em consideração o par biológico mãe-filho, corresponde a “Paternidade Praticamente Provada”

    17 Identificação de cadáver desconhecido

    Amostras de tecidos do cadáver e amostra de saliva recolhida à presumível mãe

    A presumível mãe é excluída da maternidade em questão

    3.5.4 Análise global dos processos de identificação biológica

    A análise dos processos de identificação biológica permitiu constatar qual o tipo

    de casos, o tipo de amostras de referência e de vestígios biológicos e as conclusões

    obtidas relativas aos processos enviados pelas Forças de Segurança para o INML.

    Os processos em que as Forças de Segurança participaram abrangeram os tipos

    de casos referenciados na Tabela 3.4.

    Tabela 3.4 Tipos de casos em que as Forças de Segurança participaram Tipo de Caso 2002 2003 2004 Total

    Alegada violação 2 2 3 7

    Suspeita de Infanticídio 1 2 2 5

    Suspeita de aborto 2 1 1 4

    Identificação biológica 6 6 9 21

    Suspeita de homicídio 2 0 1 3

    Alegado abuso sexual 6 0 1 7

    Total 19 11 17 47

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    84

    O tipo de material biológico enviado pelas Forças de Segurança foi o seguinte:

    1. Saliva recolhida através de zaragatoa bucal;

    2. Amostras de sangue;

    3. Amostras de tecido muscular;

    4. Amostras ósseas;

    5. Unhas;

    6. Dentes;

    7. Zaragatoas vaginais, anais e bucais;

    8. Lenços e toalhetes com manchas hemáticas.

    9. Manchas de sangue;

    10. Vestígio supostamente hemático;

    11. Cabelos;

    12. Cotonetes com vestígios hemáticos recolhidos de diversos locais;

    13. Pedaços de tecido;

    14. Peças de vestuário.

    Para efectuar este tipo de perícias ao nível laboratorial, deve ser solicitada uma

    perícia de identificação biológica. Constatou-se que a maioria das investigações

    solicitadas tem por base uma investigação biológica de maternidade e/ou paternidade.

    Outra das investigações possíveis de efectuar através do estudo do perfil

    genético é a investigação de parentesco, como a relação entre irmãos ou meio-irmãos.

    Nas alegadas violações com interrupção de gravidez, nas suspeitas de

    infanticídios ou nos casos relativos a suspeita de aborto, efectuou-se o estudo do feto,

    concluindo pela exclusão dos possíveis progenitores ou no caso de não exclusão,

    concluindo pela probabilidade de paternidade e/ou maternidade.

    A identificação biológica de corpos em avançado estado de decomposição ou de

    ossadas encontradas é outro dos campos em que as Forças de Segurança mais

    participam. Nestes casos é solicitado um exame através de uma amostra de fémur ou de

    dentes molares, caso existam, amostras recolhidas pelos peritos médicos. Uma das

    características destas perícias consiste na possibilidade de determinação do género a que

    pertence o material biológico, o que pode ser muito útil para a investigação judiciária.

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    85

    As análises do polimorfismo de ADN também se mostraram úteis na detecção

    do perfil genético de corpos carbonizados, no caso concreto, para determinar se as

    ossadas seriam de origem humana.

    No caso de violações, a identificação genética do perfil masculino permite a

    exclusão ou não exclusão do(s) suspeitos(s), sendo que esta identificação é efectuada

    com base no estudo de Y-STRs do material biológico de evidência, e comparado com

    uma amostra de referência, normalmente saliva recolhida através de zaragatoa bucal.

    3.6 Mala de Recolha de Vestígios Biológicos

    A Mala de Recolha de Vestígios Biológicos é o equipamento fundamental da

    actividade de um Técnico de Criminalística, pois nela está guardado o material

    indispensável para efectuar a recolha de qualquer tipo de vestígio biológico, tendo cada

    Técnico uma mala distribuída, pela qual é responsável.

    Para estar operacional em permanência, esta mala requer um reabastecimento

    oportuno e a existência de um stock que garanta a sua operacionalidade.

    No local do crime, sempre que qualquer instrumento contacte com um vestígio

    biológico, não pode ser mais utilizado naquele cenário. Se descartável, deve ser

    inutilizado, se não descartável deve ser previamente descontaminado em local

    apropriado e transportado fora da Mala de Recolha de Vestígios Biológicos. Para tal,

    devem ser criadas as condições para transporte e descontaminação do material de

    recolha de vestígios biológicos.

    Cada NAT deverá ter o seguinte material de descontaminação:

    • Contentor metálico para transporte de material para descontaminação;

    • Câmara de descontaminação;

    Também deve ser dada formação aos Técnicos de Criminalística e ser-lhes

    facultado o material necessário à sua actividade.

    As malas de recolha em uso foram equipadas de acordo com o modelo e

    orientação técnica da Área de Biologia do Laboratório de Polícia Científica (LPC),

    segundo proposta da Secção Central de Criminalística (SCC) da Chefia de Investigação

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    86

    Criminal da GNR (CIC/GNR), com base nos estudos inscritos no Relatório do Grupo de

    Trabalho Mala de Recolha de Tratamento de Vestígios-2ªRep/CG/GNR de 2000 e na

    Informação n.º 230 de 06 de Janeiro de 2001.

    Neste trabalho procedeu-se a um estudo comparativo do material em uso nos

    NAT/GNR com o material definido pelo Instituto Superior de Polícia Judiciária e

    Ciências Criminais (ISPJCC) e com o material adoptado pelo Departamento Central de

    Informação Criminal e Polícia Técnica da Directorial Nacional da PJ, tendo-se

    procedido a uma reestruturação dos materiais em uso nos NAT/GNR.

    Resultante do estudo efectuado e conjugado com a experiência e as necessidades

    operacionais, foi identificado novo material para integrar a Mala de Recolha de

    Vestígios Biológicos, sendo também revistas e definidas as quantidades de cada tipo de

    material em uso.

    Deste modo, a GNR deverá passar a adoptar o seguinte conjunto de materiais

    para integrar a Mala de Recolha de Vestígios Biológicos (Figura 3.7) ou a ser

    transportado na Viatura de Criminalística – NAT/GNR (Tabelas 3.5 e 3.6), sendo que o

    novo material a incluir está referenciado em itálico.

    Figura 3.1 Mala de Recolha de Vestígios Biológicos dos NAT/GNR

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    87

    Tabela 3.5 Composição da Mala de Recolha de Vestígios Biológicos _____________________________________________________________________________

    a) Material de protecção e sinalização:

    � 8 Máscaras para protecção das vias respiratórias;

    � 8 Coberturas descartáveis para Sapatos;

    � 10 Pares de luvas de látex (vários tamanhos);

    � 10 Pares de luvas de plástico transparente "tipo palhaço";

    � 4 Pares de luvas de vinil;

    � 1 Frasco de inibidor de odores;

    b) Material de recolha de vestígios:

    � 12 Caixas de Petri 64x15mm;

    � 6 Zaragatoas pequenas (madeira com caixa plástica) modelo Fino;

    � 6 Zaragatoas grandes (madeira com caixa plástica) modelo Fino;

    � 12 Zaragatoas bucais para recolha de ADN;

    � 12 Cotonetes para recolha de vestígios;

    � 6 Pipetas de plástico descartável Pasteur de corpo fino;

    � 1 Caixa de gaze esterilizada, com as dimensões de 5 cm x 5 cm;

    c) Material de análise de vestígios:

    � 1Frasco de reagente de Kastle-Meyer;

    � 1 Folha de papel de alumínio para envolver o reagente de Kastle-Meyer;

    � 10 Papeis de filtro para o reagente de Kastle-Meyer;

    d) Material auxiliar descartável:

    � 1 Caixa de etiquetas autocolantes brancas;

    � 12 Pinças plástico descartável;

    � 6 Bisturis descartáveis com cabo n.º10;

    � 1 Rolo de papel higiénico;

    � 2 Testemunhos métricos descartáveis;

    � Giz branco, amarelo, azul e vermelho;

    � Vários cartões brancos de papel, para croquis com dim. 8 cm x 14 cm;

    � 1 Frasco de algodão hidrófilo;

    � 4 Seringas descartáveis;

    � 4 Lâminas bisturis metálicos n.º15;

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    88

    e) Material auxiliar não descartável:

    � 1 Cabo metálico para bisturis metálicos n.º15;

    � 2 Pinças metálicas dissecação sem dente;

    � 2 Tesouras bico fino, bico fino (tesoura recta) 16 cm;

    � 2 Tesouras bico fino, bico rombo (tesoura recta) 16 cm;

    � 1 Colher para recolha de vestígios em estado líquido;

    � 2 Canetas normal de cor preta;

    � 2 Canetas de feltro;

    � 6 Tubos Eppendorf ou tubos de 1.5 ml;

    � 4 Suportes de esferovite para tubos Eppendorf;

    � 2 Conjuntos de três frascos conta-gotas (de vidro ou plástico) de 10 ml para

    álcool, água oxigenada e água destilada;

    f) Material de acondicionamento e transporte de vestígios:

    � Envelopes brancos de papel vegetal para acondicionamento de vestígios:

    o 20 Tamanho pequeno: dim. 9 cm x 6 cm;

    o 20 Tamanho médio: dim. 12 cm x 8,5 cm;

    o 20 Tamanho grande: dim. 17,5 cm x 11,5 cm;

    � Envelopes de papel pardo de vários tamanhos:

    o 8 Tamanho pequeno: dim. 9 cm x 6 cm;

    o 8 Tamanho médio: dim. 12 cm x 8,5 cm;

    o 8 Tamanho médio: dim. 19,5 cm x 12,5 cm;

    o 8 Tamanho grande: dim. 26 cm x 18 cm, para envolver as mãos dos

    cadáveres;

    o 8 Tamanho grande: dim. 60 cm x 40 cm, para guardar roupas ou objectos

    de grandes dimensões;

    � 6 Envelopes de cartão branco, com dim. 10 cm x 6,5 cm;

    � 6 Envelopes selados para colocar os vestígios já devidamente acondicionados em

    envelopes de papel vegetal, para serem enviados aos laboratórios forenses;

    � Etiquetas de cartões com ilhós;

    � Sacos plásticos transparentes, de vários tamanhos para material e vestígios;

    � Elásticos largos e normais, para as mãos dos cadáveres e para acondicionar os

    objectos e utensílios utilizados nas recolhas;

    � Sacos plástico com zipper transparentes em conjuntos de três tamanhos

    _____________________________________________________________________

  • ___________________________________________________Resultados e Discussão

    89

    Tabela 3.6 Lista de material necessário para recolha de vestígios biológicos a transportar na viatura de criminalística dos NAT/GNR _____________________________________________________________________________

    a) Material de protecção e sinalização:

    � 4 Fatos descartáveis com capuz;

    � 1 Ba