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1 IDOSO E LAZER: uma reflexão sobre o projeto “Grupo Raio de SolAntonio dos Santos Costa Neto Discente concluinte do CEDF/UEPA [email protected] Patrícia do Socorro Chaves de Araújo Professora orientadora do CEDF/UEPA [email protected] RESUMO O presente trabalho tem como objetivo compreender quais as representações sociais e qual a importância do lazer, através de um projeto de esporte e lazer na cidade de Belém. Sendo a pesquisa baseada na epistemologia qualitativa, evidenciada a partir de uma pesquisa descritiva interpretativa, onde foram interpretadas as falas e respostas dos idosos, coletadas através de questionário e observação participante. Como resultado foi observado que questões de saúde e sociabilidade, são os principais motivos para a adesão dos idosos ao grupo. Sendo que para estes, lazer está ligado diretamente ao divertimento, ao prazer e a socialização. Onde o grupo é visto como uma família, trazendo importantes benefícios na saúde e bem-estar dos participantes. Assim concluímos que o idoso, busca desfrutar do divertimento e sociabilidade que o projeto lhe proporciona, para se sentir integrado a sociedade. Onde ele, procura vivenciar a prática de lazer, de acordo com as suas necessidades, indo contra preconceitos e estigmas sociais. Sugere-se então, que a partir de novos estudos, o poder publico busque ações que beneficiem a pessoa idosa, criando condições que os favoreça, promovendo a autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade, assegurando- lhe o direito de exercer sua cidadania. Palavras-chave: Lazer. Políticas públicas. Sociabilidade. Terceira idade. INTRODUÇÃO O objeto de investigação deste estudo foi o “Grupo Raio de Sol”. Projeto social direcionado à população idosa, cujos princípios e diretrizes foram delineados em consonância com a política de Esporte e Lazer. Ao ter um contato maior com as idosas do grupo e após vivenciar a disciplina Estudos do Lazer, como aluno e posteriormente como monitor, no âmbito do CEDF/UEPA, houve a aproximação com a temática aqui proposta, havendo debates e reflexões acerca do tema que se relaciona aos indivíduos idosos, ao lazer e a participação em projetos sociais. Velhice, envelhecimento, velho, idoso, terceira idade e outros, certamente são conceitos ou termos usados sob as mais diversas óticas, porém, ainda carregados de preconceitos. A preocupação da sociedade com o processo de

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IDOSO E LAZER: uma reflexão sobre o projeto “Grupo Raio de Sol”

Antonio dos Santos Costa Neto Discente concluinte do CEDF/UEPA

[email protected] Patrícia do Socorro Chaves de Araújo Professora orientadora do CEDF/UEPA

[email protected]

RESUMO O presente trabalho tem como objetivo compreender quais as representações sociais e qual a importância do lazer, através de um projeto de esporte e lazer na cidade de Belém. Sendo a pesquisa baseada na epistemologia qualitativa, evidenciada a partir de uma pesquisa descritiva interpretativa, onde foram interpretadas as falas e respostas dos idosos, coletadas através de questionário e observação participante. Como resultado foi observado que questões de saúde e sociabilidade, são os principais motivos para a adesão dos idosos ao grupo. Sendo que para estes, lazer está ligado diretamente ao divertimento, ao prazer e a socialização. Onde o grupo é visto como uma família, trazendo importantes benefícios na saúde e bem-estar dos participantes. Assim concluímos que o idoso, busca desfrutar do divertimento e sociabilidade que o projeto lhe proporciona, para se sentir integrado a sociedade. Onde ele, procura vivenciar a prática de lazer, de acordo com as suas necessidades, indo contra preconceitos e estigmas sociais. Sugere-se então, que a partir de novos estudos, o poder publico busque ações que beneficiem a pessoa idosa, criando condições que os favoreça, promovendo a autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade, assegurando-lhe o direito de exercer sua cidadania. Palavras-chave: Lazer. Políticas públicas. Sociabilidade. Terceira idade.

INTRODUÇÃO

O objeto de investigação deste estudo foi o “Grupo Raio de Sol”. Projeto

social direcionado à população idosa, cujos princípios e diretrizes foram delineados

em consonância com a política de Esporte e Lazer.

Ao ter um contato maior com as idosas do grupo e após vivenciar a

disciplina Estudos do Lazer, como aluno e posteriormente como monitor, no âmbito

do CEDF/UEPA, houve a aproximação com a temática aqui proposta, havendo

debates e reflexões acerca do tema que se relaciona aos indivíduos idosos, ao lazer

e a participação em projetos sociais.

Velhice, envelhecimento, velho, idoso, terceira idade e outros, certamente

são conceitos ou termos usados sob as mais diversas óticas, porém, ainda

carregados de preconceitos. A preocupação da sociedade com o processo de

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envelhecimento, nestes últimos anos, deve-se, sem dúvida a três motivos, ao nosso

ver muito interligados.

Um deles foi o próprio crescimento demográfico da população idosa

brasileira nos últimos anos. População essa que deve praticamente quadruplicar até

2060, passando de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7%

do total), em 2060 (IBGE, 2010).

O segundo diz respeito aos reflexos dessa longevidade para o campo

econômico e social, visto que um número crescente de idosos está passando a

depender, por mais tempo, da previdência social, dos serviços públicos de saúde e

assistência social.

O terceiro é decorrente da própria visibilidade alcançada pela velhice que se

faz em duplo movimento que acompanha sua transformação em uma preocupação

social. De um lado, a socialização crescente da gestão da velhice, que saiu da

esfera privada (família) e se torna uma questão pública, e de outro a forte tendência

de “reprivatização” que transforma a velhice numa responsabilidade individual,

sinalizando seu desaparecimento do foco das nossas preocupações sociais

(DEBERT, 1999).

Conforme Debert (1988) essas experiências inusitadas da terceira idade,

requerem a existência de uma “comunidade de aposentados” com respaldo

suficiente na sociedade, demonstrando concretamente alguns requisitos – dispor de

saúde, independência financeira e outros meios para tornar reais as expectativas de

que essa etapa da vida é propícia à realização e satisfação pessoal.

A satisfação pessoal está diretamente relacionada ao fator socioeconômico,

neste item o sedentarismo aparece com maior frequência nos idosos com renda

familiar mais baixa e com menor escolaridade. Esses fatores aliados ao fato de ter

algum distúrbio psicológico e ser mulher, estão ligados diretamente ao sedentarismo

no lazer na terceira idade (ZAITUNE et al, 2007).

Lazer que é interpretado como um fenômeno sociocultural, composto por

diferentes conteúdos (ou interesses), tais como: os conteúdos artísticos, os

intelectuais, os físicos, os manuais, os turísticos e os sociais (MARCELLINO, 1996).

Sendo também de forma não obrigatória, uma vivência de livre escolha individual

onde se é propiciado um desenvolvimento do indivíduo, tanto de forma pessoal

quanto social, além de uma recuperação psicossomática (REQUIXA, 1980).

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Concebido ainda como uma cultura entendida no seu sentido mais amplo e

vivenciada no seu tempo livre. Não se buscando nenhuma recompensa a não ser a

satisfação adquirida na atividade. Observando aí o caráter desinteressado como

base definidora dessa vivência (MARCELLINO, 1990). E este, por se configurar na

legislação brasileira como um direito social aos cidadãos (BRASIL, 1988), vem

integrando algumas políticas públicas nos âmbitos federal, estadual e municipal de

nosso país (GOMES, 2008).

Porém, deve ser observado também, que a quantidade de políticas públicas

voltadas para os idosos é muito pequena se comparada a grande demanda ocorrida

no Brasil. Com os benefícios físicos, psicológicos e sociais já comprovados das

atividades físicas, deve-se incentivar uma maior implantação de políticas de esporte

e lazer nessa área (LAMEIRA, 2013).

Visto que os idosos possuem um grande tempo livre que muitas vezes é mal

utilizado por estes, que em sua grande maioria se encontram solitários, sem contato

com outros indivíduos da mesma faixa etária, fato que pode levar a diversos casos

de disfunções psicológicas como a depressão. Esse tempo livre pode ser usado para

a socialização e manutenção da saúde, fatores que podem ser observados na

pratica de lazer.

Foi partindo desse pressuposto que se chegou a seguinte indagação: O que os

projetos de esporte e lazer, voltados para os idosos, representam para essa

população?

Tendo ainda como perguntas norteadoras: “Pode-se aferir previamente que os

projetos voltados para a terceira idade, representam espaços, e momentos de

relaxamento e diversão? ”.

Além de: “No Grupo Raio de Sol, os idosos utilizam de seu tempo livre para

experimentar diversas formas de lazer? ”.

Assim nosso objetivo geral se apresenta sobre a necessidade de:

Compreender quais as representações sociais e qual a importância do lazer para os

idosos, através de um projeto de esporte e lazer na cidade de Belém.

Sendo observado a necessidade ainda de: a) investigar quais as motivações

para a adesão e manutenção dos idosos no grupo. b) verificar o que os participantes

entendem como lazer e se entendem a atividade como pratica de lazer. c) desvendar

os usos e as representações do lazer diário no grupo.

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Pretende-se então, com esse trabalho, colaborar com a comunidade

acadêmica, gerando reflexões que possam contribuir com as discussões sobre as

práticas de lazer, esperando fornecer subsídios para futuros estudos.

1 METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma pesquisa com caráter qualitativo e quantitativo,

sendo a epistemologia qualitativa o método escolhido para acessar as informações

dos participantes e construir uma síntese teórica que permita compreender melhor

esse tema (GONZALEZ, 2005).

Por considerar todas as especificidades relativas ao objeto de estudo, optei

pela pesquisa descritiva interpretativa que, para Erickson (2001) é diferente de

outras que se baseiam em observação in loco por “buscar os significados locais e

imediatos das ações, a partir do ponto de vista dos atores sociais”. O pesquisador

interpreta os fatos que observa procurando entendê-los como os atores os

entendem.

Para tanto, o estudo constou de duas etapas, sendo a primeira uma revisão

bibliográfica a respeito da temática estudada e a segunda à pesquisa de campo,

utilizando-se como instrumentos o diário de campo, que se constituiu pela

observação e registro das aulas, e o relato de experiência, a partir do questionário

contendo perguntas abertas e fechadas.

O projeto “Grupo Raio de Sol” é administrado de forma independente, onde

recebe apenas doações, principalmente dos próprios alunos. Está localizado na

praça Eduardo Angelim, Bairro da Pedreira, Belém/PA. Sendo idealizado a 17 anos

atrás, o projeto procura proporcionar qualidade de vida e lazer aos idosos a partir da

ginástica e da dança. Visando a integração, socialização, prevenção, reabilitação e

bem-estar desse segmento social. Possuindo 270 alunos matriculados, com média

de 60 alunos por aula. Sendo esses distribuídos entre diversas faixa etárias.

Na tentativa de buscar diferentes olhares de um mesmo contexto social,

fizeram parte desse estudo 18 idosos, entre homens e mulheres, com faixa etária

igual ou acima de 60 anos, participantes do projeto “Grupo Raio de Sol”.

Em um primeiro momento, houve um contato de aproximação com os

sujeitos, no qual os objetivos do trabalho foram expostos e realizou-se o

agendamento da aplicação do instrumento de pesquisa. Na sequência, a realizamos

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em data e local de preferência dos idosos, favorecendo a criação de um ambiente

confortável para que as respostas transcorressem o mais natural possível. Cabe

salientar que foram utilizados números para fazer referência aos entrevistados, e

assim preservar a identidade dos mesmos, e que este trabalho segue a organização

do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Foram analisadas posteriormente as respostas de todos os participantes,

bem como o restante do material coletado. Foi feita a análise do conteúdo levando

em consideração que é um “conjunto de procedimentos que têm como objetivo a

produção de um texto analítico no qual se apresenta o corpo textual dos documentos

recolhidos de um modo transformado” (CALADO; FERREIRA, 2005).

2 TERCEIRA IDADE E SEUS SIGNIFICADOS PARA A SOCIEDADE

Durante todas as décadas, o ser humano sempre se preocupou com o

envelhecimento. O processo de envelhecer é rejeitado na sociedade atual,

inconformada com a sua evidência (SOBRAL, 2005). Assim revela-se que a forma

como a pessoa envelhece depende tanto de sua constituição genética como do

estilo de vida que esta leva (CONTE; LOPES, 2005).

Para Passos e Oliveira (2003), o envelhecimento é um processo natural,

complexo, progressivo, inexorável e irreversível, que atinge todos os indivíduos,

acarretando uma série de efeitos negativos de ordem fisiológica e também

psicológica, podendo ser resultante de uma série de fatores como o estilo de vida,

genética, doenças crônicas, etc.

É encarado pelas pessoas como período de decadência, quando o indivíduo

fica menos ativo, diminuindo suas capacidades físicas e sociais. Pode-se considerar

como aspectos biológicos do envelhecimento, a diminuição da altura causada pela

diminuição dos discos vertebrais, o aumento da curvatura vertebral, o aumento do

tecido conjuntivo e adiposo, entre outros (WEINECK, 1991).

Além das mudanças biológicas, o envelhecimento transforma as relações do

sujeito com o meio social. Os possíveis indicadores do envelhecimento social são a

progressiva diminuição dos contatos sociais, o distanciamento social, a progressiva

perda do poder de discussão, autonomia e independência (MOTTA, 1989). Com o

envelhecer, as funções sociais do indivíduo se tornam mais reduzidas, por escolha

pessoal ou por pressões da própria sociedade (ROSA, 1983 apud OLIVEIRA, 2013).

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Assim dentro de uma sociedade capitalista, que visa exclusivamente o

trabalho, os idosos acabam sofrendo com o preconceito por serem vistos, pelos

sujeitos mais jovens e saudáveis, como pessoas inúteis, o que acaba ocasionando

uma sensação de impotência. Podendo se observar também que os próprios idosos

sentem essa inutilidade, pois estes receberam ou recebem forte influência do tipo de

organização social vigente, onde muitos deles fizeram parte do processo de

produção capitalista (GAIO; SILVA, 2000).

Nascidos em um contexto social em que o lazer era representado de forma

diferente da que hoje se apresenta, os idosos encontram nele uma oportunidade de

viver novas experiências e superar os problemas comuns nessa faixa etária. O lazer

vem sendo tomado cada vez mais pelos idosos como um espaço onde eles vão

participar de atividades recreativas ou de livre entretenimento (MARCELLINO, 1983).

É nesse âmbito que a atividade física, praticada em conjunto, pode ser de

grande relevância como pratica de lazer e para a melhoria na qualidade de vida do

idoso. Considerando também a inclusão dos idosos em grupos que possuam

indivíduos da mesma faixa etária, onde a partir da socialização o idoso pode exercer

suas potencialidades, desenvolvendo laços afetivos e vivenciando momentos de

lazer, favorecendo assim a melhora da autoestima e a identificação deste como

cidadão (ARAÚJO; COUTINHO; CARVALHO, 2005).

3 O IDOSO E O LAZER ATRAVÉS DAS DECADAS

A infância, concebida como a etapa de preparação para o mundo do

trabalho, é priorizada, enquanto a velhice passa a ser encarada como uma segunda

infância, cabendo ao velho o ócio como recompensa pelos anos de trabalho. Nas

últimas décadas do século XIX, após o processo de industrialização na Inglaterra, a

velhice torna-se um alvo das lutas de classes.

É também a partir da “sociedade industrial”, na Europa, que a importância do

lazer surge em função do desrespeito às condições de trabalho na indústria e à

percepção de que a relação tempo de trabalho e tempo de lazer tomava um

distanciamento significativo, acarretando em condições pouco favoráveis à

dignidade para o ser humano (MARCELLINO, 1996).

No período industrial então, é que se percebe o lazer como uma

necessidade humana e social em função da carga horária excessiva de trabalho. No

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período industrial os homens, por meio das “lutas” trabalhistas, passaram e

reivindicar o “direito à preguiça” por meio de manifestações em favor da redução da

jornada de trabalho (DUMAZEDIER, 1999).

Porém, o conflito de gerações também se intensifica nesse período, pois, a

solidariedade entre as duas gerações, a de jovens e a de velhos, passou a ser vista

como algo que refreava o sistema produtivo. A geração mais jovem tendo que

acompanhar as inovações, a mobilidade profissional e residencial em nome do

imperialismo industrial, tinha que se livrar da geração mais velha.

Ao abordar o problema das divisões entre as idades, Bourdieu (1983)

salienta os mecanismos de reprodução da ordem social e afirma que: “as

classificações por idade (mas também por sexo, ou, é claro por classe) acabam

sempre por impor limites e produzir uma ordem onde cada um desses se mantém

em seu lugar”.

Ao defender a ideia de que o lugar de cada um na sociedade está pré-

estabelecido, Bourdieu (1983) ainda considera a sociedade constituída por dois

polos hierarquicamente opostos: o dos dominantes e o dos dominados. O problema

da indefinição dos limites etários vincula-se à partilha do poder e de disputa de

privilégios entre as gerações. Ou seja, a definição de fronteiras entre maturidade e

velhice seria objeto de disputa entre adultos jovens e adultos mais velhos: a

transição da maturidade à velhice ficaria reduzida à reprodução do sistema de

dominação e das desigualdades sociais.

Outro importante fato que pode ser observado, é de que os idosos

atualmente não tiveram ao longo de suas vidas oportunidades para se prepararem

para uma nova etapa sem os afazeres do trabalho, comando de família e criação de

filhos, como também não passaram por uma educação para o lazer durante a vida

profissional (CAMARGO, 1992).

Por isso, a tarefa de repassar ao idoso a importância de preservar a vivência

ativa e positiva de seu tempo livre não é fácil. Porém, acredita-se que a

conscientização da importância do lazer constitui uma nova chance na vida do idoso

através de sua integração em projetos que possam transmitir respeito e autoestima.

(FENALTI; SCHWARTZ, 2003).

Ao contextualizar tais projetos, Fenalti e Schwartz (2003) afirmam que estes

assumem uma proposta de incentivar a valorização pessoal, a convivência grupal, o

fortalecimento da participação social, a formação de um cidadão consciente de suas

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responsabilidades e direitos, buscando que os idosos mantenham e/ou conquistem

certa autonomia.

Atualmente, umas das barreiras ou problemáticas do lazer no meio social

está na falta de opções, na sua baixa qualidade e na falta de oportunidades de

acesso ao mesmo, resultando na dificuldade de as camadas populares usufruírem

desse direito. Além disso, a falta de segurança para a população, pela crescente

violência urbana, também se configura como uma das barreiras para vivência do

lazer. Dessa forma, a população, muitas vezes fica limitada ao “lazer domiciliar”, com

o uso de equipamentos como TV, internet e outros (MARCELLINO, 2006).

4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE LAZER E SOCIABILIDADE

Para entendimento geral, é necessário explicar que as políticas sociais são

um conjunto de políticas públicas que devem ser implementadas e sustentadas por

um governo, uma responsabilidade do Estado, por meio de ações ou programas de

intervenções. Podendo ser de cunho preventivo, curativo, redistributivo de renda,

emancipatório, entre outras, uma vez que se inserem, nas políticas assistenciais

(que assistem os direitos humanos); nas socioeconômicas (as políticas de emprego,

saúde, transporte, etc.); nas políticas participativas (políticas educacionais, culturais,

das conquistas dos direitos, entre outros) (DEMO,1996).

Assim o lazer pode ser considerado como uma política participativa, a partir

das características da mesma. Sendo a participação, assim como o lazer, um

fenômeno natural, podendo também ser entendida como um direito humano à

dignidade, onde esse processo ocorre no cotidiano por meio de articulações e

aspectos sociais. Assim concordamos com interpretação de Linhales (1998), que

sobre políticas sociais, afirma:

O conteúdo de uma política social, bem como as responsabilidades para sua implementação, guarda estreita relação com a natureza do Estado que, em outros termos, significa a forma como se processam os arranjos políticos que lhe dão sustentação. Estes, por sua vez, interferem na seleção de prioridades para alocação dos recursos públicos, que são extraídos da população e que a ela deveriam retornar, redistributivamente, na forma de programas e serviços públicos.

Existe hoje no Brasil, uma lógica de políticas públicas como forte aspecto

seletivo, onde são comtemplados os mais carentes entre os carentes, aprofundado

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por programas sem continuidade, esporádicos, sem abrangência e geralmente com

fins político-eleitoreiros. O Estado, ao isentar-se das políticas públicas, transforma

em vítima todos os segmentos da sociedade, independente da classe social (MAIA,

2003).

A efetivação, a ampliação e a extensão dos direitos sociais dependem da

dimensão dos recursos nacionais que estão condicionados às prioridades do

governo. Assim sendo, a prestação de serviços sociais como direitos está

necessariamente condicionada pela base fiscal do Estado para pagá-los, sofrendo

oscilações constantes em decorrência das conjunturas econômicas e políticas. Aí

registra-se a fragilidade da assistência como direito (BARBALET, 1989).

Ao se falar de políticas públicas, torna-se imprescindível falar de

possibilidades de acesso a todos, de inclusão social. Embora existam diversas

políticas públicas sociais, elas não conseguem suprir as necessidades sociais de

forma plena, porém, muitas vezes, podem contribuir, minimamente, para a melhoria

da qualidade de vida, da inclusão social, além da diminuição das desigualdades

sociais, entre outros aspectos. Quanto a inclusão social, Salgado e Silva (2005)

afirmam:

A inclusão é um processo e, como tal, não tem um fim determinado. Requer um processo permanente de construção de sentidos, construção está coletiva, que parte da necessidade e minimiza barreiras [...] – sejam elas quais forem, experienciadas por qualquer que seja e, consequentemente, de aumentar a participação de um ou vários sujeitos ou grupos que se encontram em situação de exclusão.

A sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se

refere às práticas sociais. A sociedade começou praticando a exclusão social de

pessoas que por causa de suas condições atípicas, como as diversidades e

desigualdades sociais e grupos ditos de minoria, não lhes pareciam pertencer à

minoria da população; em seguida desenvolveu o atendimento segregado, passando

para a prática da integração social e, recentemente, adotou a filosofia da inclusão

social para modificar sistemas gerais (SASSAKI, 1997).

As minorias sociais são grupos que têm pouco ou menor acesso aos

mecanismos de poder por sofrerem interferências em suas formas de viver (MELO e

GIAVONI, 2004). A construção de uma sociedade para todas as pessoas implica em

alguns princípios da inclusão social como: celebração de diferenças, direito de

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pertencer, valorização da diversidade humana, solidariedade humanitária, igual

importância das minorias e cidadania com qualidade de vida (SASSAKI, 1997).

Assim os idosos se encontram dentro das minorias sociais, e almejam

políticas públicas e sociais que tenham como objetivo a inclusão social. Inclusão

social que está atrelada a melhorias das relações sociais, qualidade de vida, valores

sociais e humanos como: cooperação, solidariedade, amizade, boas convivências e

aprendizagem mútuas.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após intensa convivência e interação com o grupo, faz-se necessário a

análise e compreensão do que foi coletado, a partir das observações, das

experiências e dos questionários aplicados, partindo primeiramente de alguns

fatores como: gênero, faixa etária e motivos para procurar a atividade

Quanto a questão de faixa etária e gênero, pode-se observar que dos 18

idosos que finalizaram a pesquisa, 15 eram do sexo feminino contra apenas 3 do

sexo masculino, mostrando a superioridade quantitativa das mulheres em relação

aos homens no projeto. Assim como o número maior de idosos com idade entre 60 e

70 anos. Onde Borges et al (2008), já haviam relatado uma tendência de maior

participação de idosos dessa faixa etária, em grupos de convivência.

Gráfico 1 – Distribuição segundo faixa etária e gênero

FAIXA ETÁRIA X GÊNERO

0

2

4

6

8

10

12

14

60 a 70 71 a 80 81 a 90 > 90 anos

Homens Mulheres

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Esse resultado também corrobora o que é visto na literatura nacional, onde

se é descrito uma adesão muito maior de mulheres em projetos e grupos de lazer

voltados para a terceira idade, do que de homens. Esse fato pode estar diretamente

ligado a maior longevidade das mulheres, porém, esse não é o único fator para que

se tenha uma diferença tão grande nesse âmbito.

Para Ruschel (1998) o homem quando atinge a velhice e a aposentadoria,

prefere muitas vezes permanecer no seu lar, pois, passou grande parte do seu

tempo fora de casa, por meio das obrigações do trabalho. Já a mulher, diferente do

homem, passou a vida cuidando da casa e acaba se interessando por outros

ambientes, procurando principalmente estabelecer novas interações sociais.

Podemos perceber então, que em sua grande maioria, as mulheres,

passaram a vida sendo donas de casa ou agricultoras, no caso das que viviam no

meio rural. Enquanto grande parte dos homens teve trabalhos fora do meio familiar,

sendo profissional autônomo, comerciário, funcionário público, cargos em sua

maioria no meio urbano (AREOSA; BEVILACQUA; WERNER, 2003).

Para Coutinho e Acosta (2009), corroborando com os outros autores já

citados, questões de âmbito cultural que foram trabalhadas ao longo da vida, tem

ligação direta com as diferenças de gênero no lazer. Para as autoras, o homem, por

ter ficado mais tempo fora do lar devido ao trabalho anterior à aposentadoria,

prefere, na velhice, permanecer em casa ou em locais calmos onde possa conversar

e relaxar. Do outro lado, a mulher, por ter permanecido no lar para cuidar dos

afazeres domésticos, opta por sair, fazer novas amizades, praticar atividades físicas.

Tabela 1 – Distribuição segundo motivos para participação da atividade

MOTIVO Nº de respostas %

SAÚDE 14 56

LAZER 2 8

ESTÉTICA 1 4

SOCIALIBILIDADE 5 20

BEM ESTAR 3 12

TOTAL 25 100

Com relação a motivação de adesão e manutenção dos alunos ao grupo,

fica evidente a predominância da saúde, seguida pela sociabilidade, como fator

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principal, tendo estes dois fatores 56% e 20% do total de respostas respectivamente.

Deve-se ainda frisar que grande parte dos idosos relatou dois ou mais motivos para

estar no grupo, o que mostra a relevância da saúde nesse caso.

Eiras et al (2010) já haviam apontado a manutenção e promoção da saúde

como principal fator da adesão de idosos à atividade física, relatando que para estes

o entendimento de saúde vai além da dimensão física, referindo-se também as

dimensões psicológicas e emocionais do ser humano. Onde muitos ainda

ressaltaram o papel das amizades e do senso de pertencimento a um grupo

enquanto fator decisivo para a sua permanência na atividade física.

Onde isso pode ocorrer, pelo fato de que os idosos entendem a velhice

como a fase da vida marcada pela discriminação e pela busca da saúde.

Observando que o surgimento de patologias nessa idade, segundo eles, encontra-se

mais presente do que em qualquer outra etapa da vida; associando também a

velhice à ‘morte’ (ARAÚJO; COUTINHO; CARVALHO, 2005).

6 A “FAMÍLIA” RAIO DE SOL: LOCAL DE LAZER E SOCIABILIDADE

O “Grupo Raio de Sol” é um local de intensa interação, onde podemos

observar a participação de indivíduos de diferentes e distintas faixa etárias. Porém,

essa interessante diferença é praticamente imperceptível na hora da atividade, todos

sem exceção participam com o mesmo entusiasmo e disposição, almejando quase

sempre o prazer e a diversão como objetivo fundamental.

A falta de parcerias e as dificuldades financeiras, fizeram com que o grupo

criasse uma característica própria, a adaptação. Adaptação essa que é feita com

recursos que a própria praça disponibiliza, como: arquibancada, meio fio, bancos,

etc. Tudo é utilizado como material para as aulas de ginastica e dança, ministradas a

partir de seus princípios básicos e utilizando-se principalmente do lúdico.

E assim, mediante aos questionamentos e as perguntas propostas no

questionário, sobre se os alunos consideram as atividades praticadas no grupo como

práticas de promoção do lazer, todos responderam sim. Os idosos descreveram

como justificativas, para esse entendimento, fatores como diversão, bem-estar,

prazer e ampliação das relações de amizade. Podemos observar isso a partir das

respostas de alguns alunos: “Sim, é um momento de alegria para mim. Quando

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estou no grupo fico feliz e descontraio bastante” (Aluno 1). “Sim, pois lá é um local

de atividade e também de diversão, e aproximação com outras pessoas” (Aluno 15).

Voltando-se ao que diz Magnani (apud SOBRAL, 2005) a respeito do lazer,

“é o instante dos esquecimentos das dificuldades da vida diária, também é momento

e oportunidade do encontro, do estabelecimento de laços”. Observa-se então na fala

do aluno 15, a respeito do questionamento do lazer, a socialização, alegria e a

ludicidade presentes, remetendo à oportunidade do encontro e do estabelecimento

de laços a que Magnani se refere.

Quanto ao que o grupo representa para os alunos, a maioria respondeu que

sente como se o grupo fosse uma família. Isso também foi percebido, no processo

de observação, através da percepção de carinho que cada idoso tem para com os

outros alunos, a partir de fortes vínculos de amizade.

Araújo e Carvalho (2004) apontaram a importância dos vínculos de amizade

constituídos no âmbito dos programas que atendem grupos de idosos. Esses

programas gerariam mudanças nas relações interpessoais dos participantes,

oportunizando a construção de novas amizades. No grupo raio de sol a importância

dessas relações fica evidente desde o primeiro contato.

Em relação as mudanças nas vidas dos idosos, após a entrada no grupo, as

respostas mais frequentes apontaram para melhorias na saúde e bem-estar, além de

melhora na sociabilidade. Esses resultados corroboram os objetivos do grupo,

quanto a melhoria de qualidade de vida, integração e inclusão social dos idosos.

Fenalti e Schwartz (2003), apontam que as alterações pessoais observadas

após a entrada de idosos em grupos voltados para essa faixa etária, estão ligadas

diretamente a percepção de melhoria da saúde geral, incluindo aspectos

psicológicos, assim como perceptível melhora nos relacionamentos interpessoais.

7 LAZER? O QUE É O LAZER?

No decorrer do trabalho de campo, a partir das observações, experiências e

principalmente através das respostas dos próprios idosos para as perguntas, pôde-

se perceber o lazer diretamente ligado ao significado de distração, atividade

prazerosa e de divertimento.

Todos os idosos entendem a atividade desenvolvida no grupo como sendo

lazer e a maioria identifica a diversão como fator determinante para esse

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entendimento. Isso pode ser observado na fala de alguns alunos: “É diversão, ou

seja, é tudo aquilo que você faça que te dê prazer” (Aluno 3). “Poder ter momentos

de alegria com meus familiares, amigos, etc.” (Aluno 5). “É alegria, fazer o que eu

gosto” (Aluno 12).

Os idosos do grupo procuram no lazer formas de amenizar ou liberar as

tensões vividas no dia a dia. E o divertimento, sendo uma das mais importantes

funções do lazer, leva ao prazer e bem-estar. Onde podemos observar este como

sendo um conjunto de atividades, que almeja complementação, compensação, e

fuga das restrições e imposições da vida social. Os jogos, esportes, viagens,

cinema, teatro, etc., são os principais exemplos (DUMAZEDIER, 1973).

Assim é possível perceber que a maioria dos alunos entende o lazer a partir

de uma concepção ligada ao aspecto atitude, que onde se é observado a relação

entre o sujeito e a experiência vivenciada. Ainda que com menor intensidade, é

possível também observar um entendimento relacionado ao aspecto tempo, ligado

ao tempo livre, como concebeu Marcellino (2006).

Outro aspecto lembrado pelos idosos é a sociabilidade, que está ligada

diretamente a interação do idoso com outro individuo, podendo ser esse da mesma

idade ou de qualquer outra faixa etária. “Bom. É poder estar com a família ou amigos

conversando” (Aluno 4). No período de observação não era incomum ver alunos

chegando mais cedo ou saindo mais tarde da atividade, apenas para que pudessem

conversar e interagir com amigos do grupo.

Para Cabral (1997), os grupos de convivência são ambientes em que os

idosos melhoram suas relações interpessoais. Silva (2003) ainda relata que a

ampliação e aprimoramento dessas relações, é de suma importância na terceira

idade, podendo ser um impulso para a melhora da vida social e para a busca outros

objetivos. Podendo contribuir para o início de novas relações de amizade. A

sociabilidade observada aqui, encaminha para conexões onde o bem-estar de um

idoso vai estar ligado ao bem-estar do seu próximo.

“Eu gosto, me sinto bem. Aqui converso com amigos, me sinto acolhida e

renovada para a vida” (Aluno 17). Através da sociabilidade, o idoso se torna mais

consciente da sua participação na sociedade, ajudando para que esse veja outros

motivos para viver. A velhice é o estágio da vida que possibilita a pessoa idosa

novas conquistas, principalmente a satisfação pessoal e a sociabilidade guiada pela

prática do lazer.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo abordou as principais representações do lazer para os idosos, com

destaque para a saúde e a sociabilidade, principais fatores de adesão e manutenção

da atividade, por parte dos idosos do grupo estudado. A partir do que foi relatado e

através da minha experiência, foi possível perceber que muitos do idosos iniciaram

na atividade por questões de saúde, através de indicação medica, ou para se ter

uma maior interação com pessoas da mesma idade.

Consegui, a partir da experiência mais próxima com o grupo, entender

alguns fatores primordiais para os idosos, como: pertencimento, sociabilidade, saúde

e diversão. Através da pesquisa, foi possível compreender a estreita relação entre as

dimensões do lazer e sociabilidade. Onde para os idosos a participação no projeto

pode ser considerada uma das perspectivas de vivenciar, compreender e superar a

velhice, valorizando as relações e laços familiares construídos.

A concepção de velhice evidenciada no estudo está ancorada nas perdas e

limitações físicas acarretadas pelo processo de envelhecimento, que aliadas às

precárias condições socioeconômicas apresentadas por esses idosos tornam a

velhice ainda mais difícil. No entanto, não percebemos uma visão pessimista quanto

à velhice em si, apesar da sua vivência na situação de pobreza e privações,

podemos vislumbrar situações melhores a partir da integração e inclusão.

A necessidade de se discutir a questão das vivências de lazer como uma

possibilidade de inclusão social dos mais diversos grupos ditos de minoria, em

especial para os idosos, torna-se relevante em vários segmentos da sociedade.

Tal problemática social é preocupante, uma vez que o índice de exclusão

social cresce a cada dia em países de economia neoliberal como o Brasil. A lei do

mercado capitalista acarreta na má distribuição de renda, levando às desigualdades

sociais.

Neste sentido os programas e projetos podem ser vistos como meios de

integração, como um dos processos de sociabilidade e divertimento, que segundo os

próprios idosos, está ligado diretamente ao lazer. Pois é assim que eles buscam

serem aceitos na sociedade e utilizando o seu tempo disponível para desfrutar das

atividades que o projeto lhes proporciona, muitas vezes negando a própria velhice

como forma de buscar ou recuperar o tempo perdido.

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Assim, sugere-se novos estudos sobre o lazer e a população idosa, com o

objetivo de contribuir para minimizar os processos discriminatórios, bem como

assegurar ações concretas do lazer, para que essa população sinta os benefícios

dessa prática. Sugere-se ainda, que o poder público direcione ações que beneficiem

a pessoa idosa, criando condições que favoreçam essa faixa etária, promovendo a

autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade, assegurando-

lhe o direito de exercer sua cidadania.

ELDERLY AND LEISURE: a reflection on the project "Sunshine Group"

ABSTRACT This study aims to understand which social representations and the importance of leisure, through a sports project and leisure in the city of Bethlehem. As the research based on qualitative epistemology, as evidenced from an interpretive descriptive research where were interpreted the statements and answers of the elderly, collected through a questionnaire and participant observation. As a result it was observed that health issues and sociability are the main reasons for joining the group of the elderly. And for these, leisure is connected directly to the fun, pleasure and socializing. Where the group is seen as a family, bringing important benefits in health and well-being of participants. Thus we conclude that the elderly enjoy search of fun and sociability that the project gives you, to feel integrated into society. Where it seeks to experience the practice of leisure, according to their needs, going against prejudice and social stigma. It is suggested then, that from new studies, the public can seek actions that benefit the elderly, creating conditions that favor, promoting autonomy, integration and effective in the elderly participation in society, assuring him the right to exercise their citizenship. Keywords: Leisure. Public politics. Sociability. Third age.

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