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IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS EM RESPONSABILIDADE SOCIAL APLICADA: O CASO DAS INDÚSTRIAS DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS Jorge da Silva Junor, Janice Dias Dias (Unigranrio) Resumo: De acordo com o ISO 26000, convém que as organizações respeitem os direitos humanos e reconheçam sua importância, promovendo a facilitação da educação nessa área com o intuito de conscientizar aqueles que têm potencial para impactá-los. Nesse sentido, este artigo tem o objetivo de apresentar a importância da gestão baseada no desenvolvimento de competências que possibilitem tal conscientização nas empresas que trabalham com petróleo, gás e biocombistíveis. A pesquisa descritiva e explicativa consiste em uma revisão da literatura de caráter teórico. Por fim, sugerem-se, para a implementação de tal gestão, as competências preconizadas pelo ISO 26000 e elencadas nas últimas publicações do IPIECA (International Petroleum Industry Environmental Conservation Association). O trabalho foi concluído com apresentação de proposta de novas pesquisas com aplicação da gestão por competências nas empresas que trabalham com petróleo e derivados. Palavras-chaves: Gestão de Pessoas, Direitos Humanos, Gestão por Competências, responsabilidade social aplicada. ISSN 1984-9354

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IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS EM RESPONSABILIDADE SOCIAL APLICADA: O CASO DAS INDÚSTRIAS DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS

Jorge da Silva Junor, Janice Dias Dias

(Unigranrio)

Resumo: De acordo com o ISO 26000, convém que as organizações respeitem os direitos humanos e reconheçam sua importância, promovendo a facilitação da educação nessa área com o intuito de conscientizar aqueles que têm potencial para impactá-los. Nesse sentido, este artigo tem o objetivo de apresentar a importância da gestão baseada no desenvolvimento de competências que possibilitem tal conscientização nas empresas que trabalham com petróleo, gás e biocombistíveis. A pesquisa descritiva e explicativa consiste em uma revisão da literatura de caráter teórico. Por fim, sugerem-se, para a implementação de tal gestão, as competências preconizadas pelo ISO 26000 e elencadas nas últimas publicações do IPIECA (International Petroleum Industry Environmental Conservation Association). O trabalho foi concluído com apresentação de proposta de novas pesquisas com aplicação da gestão por competências nas empresas que trabalham com petróleo e derivados.

Palavras-chaves: Gestão de Pessoas, Direitos Humanos, Gestão por Competências,

responsabilidade social aplicada.

ISSN 1984-9354

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1. INTRODUÇÃO: SITUAÇÃO PROBLEMA

Ao longo das duas últimas décadas, tem-se acompanhado a emergência do discurso da

sustentabilidade como a expressão dominante no debate que envolve as questões de meio

ambiente e de responsabilidade social (LIMA, 2003). De acordo com o Instituto Ethos1 (2007), a

responsabilidade social aplicada às organizações deve ser entendida como uma forma de gestão

que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela

se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento

sustentável da sociedade preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras,

respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.

Segundo o ISO 260002 (2010), o reconhecimento da responsabilidade social envolve a

identificação de problemas resultantes dos impactos das decisões e atividades da organização. A

compreensão de que a responsabilidade social está associada aos impactos das ações das indústrias

de petróleo e derivados é a justificativa que abre a discussão desenvolvida ao longo deste artigo.

Tal setor industrial foi escolhido, pois para Mariano (2001), as refinarias são grandes

geradoras de poluição; pois elas consomem grandes quantidades de água e de energia, produzem

grandes quantidades de despejos líquidos, liberam diversos gases nocivos para a atmosfera e

produzem resíduos sólidos de difícil tratamento e disposição. Em sua pesquisa, Mariano (2001)

afirma que as empresas que trabalham com petróleo e gás representam um setor com alto

potencial de risco e de impacto no meio ambiente.

Por extensão, de acordo com o item 3.3.4 da ISO 26000 (2010, p. 7), que trata da

integração da responsabilidade social, “o envolvimento com atividades extrativas ou outras

atividades que possam afetar significativamente recursos naturais, como água, florestas ou a

1. O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social é uma associação de empresas de todo tamanho e setor interessadas em desenvolver suas atividades de forma socialmente responsável num permanente processo de avaliação e aperfeiçoamento. Este foi criado em 1998, com a missão de promover e disseminar práticas empresariais socialmente responsáveis contribuindo para que empresas e sociedade, alcancem um desenvolvimento sustentável em seus aspectos econômico, social e ambiental. 2 A ISO 26000 foi elaborada pelo ISO/TMB Working Group on Social Responsibility (ISO/TMB WG SR) por meio de um processo multi-partite que envolveu especialistas de mais de 90 países e 40 organizações internacionais ou com ampla atuação regional envolvidas em diferentes aspectos da responsabilidade social. Esses especialistas vieram de seis diferentes grupos de partes interessadas: consumidores; governo; indústria; trabalhadores; organizações não governamentais (ONG); serviços, suporte, pesquisa, academia e outros. Além disso, buscou-se um equilíbrio entre países em desenvolvimento e desenvolvidos, assim como um equilíbrio entre gêneros na elaboração dos grupos. Apesar dos esforços feitos para assegurar uma participação equilibrada de todos os grupos de partes interessadas, um equilíbrio total e eqüitativo de partes interessadas foi limitado por diversos fatores, inclusive a disponibilidade de recursos e a necessidade de conhecimento do idioma inglês.

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atmosfera, ou conturbar comunidades é considerado uma situação de risco para os direitos

humanos.”

Essa situação de risco aos direitos humanos é o que motiva a formulação da situação

problema e que desdobra na seguinte questão: Quais são as competências essenciais em

responsabilidade social aplicada nas organizações da cadeia produtiva de petróleo, gás e

biocombustíveis no Brasil?

Justamente, devido à percepção de tal problemática é que se apresenta uma revisão da

literatura afim de trazer contribuições para o debate relacionado ao desempenho em

responsabilidade social das organizações. Tais contribuições são elencadas em forma de

competências organizacionais sugeridas pelo ISO 26000 e pelo IPIECA3. Espera-se que essas

sugestões possam auxiliar na ampliação da responsabilidade social em empresas que trabalham

com a extração e o refino de petróleo, gás e biocombustíveis.

2. OBJETIVO E ESTRATÉGIA DA PESQUISA

2.1 Objetivo

De acordo com pesquisa feita por Quelhas e Hippertt (2011), as empresas não dispõem de

pessoal capacitado para o desenvolvimento e implantação de gestão por competências. Por isso, o

objetivo geral da pesquisa é apresentar a importância do investimento na gestão por competência e

identificar quais são as competências essenciais em responsabilidade social aplicada, considerando

fatores de capacitação dos funcionários das indústrias de petróleo e derivados.

2.2 Estratégia

A pesquisa descritiva, que se desenvolve neste trabalho, teve como objeto de estudo a

gestão por competências na indústria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis no Brasil. Iniciou-se

com um levantamento bibliográfico, identificando a relação existente entre a degradação do meio

ambiente e os direitos humanos.

O passo seguinte consistiu em uma revisão bibliográfica com o intuito de apresentar a

importância da gestão por competências e, por fim, foram sugeridas as competências essenciais 3 IPIECA é a associação de petróleo e gás mundial para as questões ambientais e sociais. Desenvolve-se, as ações e promove boas práticas e conhecimentos para ajudar a indústria melhorar o seu desempenho ambiental e social. Ele é o principal canal da indústria da comunicação com as Nações Unidas. Em seu guia, o IPIECA expõe algumas estratégias pedagógicas: aprendizagem colaborativa; orientação técnica; recurso estratégico e engajamento global.

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em responsabilidade social aplicada, identificando uma resposta à questão central da pesquisa.

Este trabalho parte da premissa de que as empresas do setor petroleiro buscam aumentar sua

eficiência e que a gestão por competências é parte fundamental neste processo.

Seguindo a taxonomia de Gil (2009), quanto à finalidade da investigação, esta é uma

pesquisa teórica e aplicada, visto que buscou-se aplicar conhecimentos teóricos em uma situação

prática. Quanto ao delineamento da pesquisa, utilizou-se de revisão bibliográfica e documental, na

qual foram consultados livros, legislações e artigos científicos provenientes das bases Scopus e

Scielo.

3. O MEIO AMBIENTE E OS DIREITOS HUMANOS

Os direitos humanos são os direitos básicos conferidos a todos os indivíduos. Segundo o

ISO 26000 (2010), há duas grandes categorias de direitos humanos. Os direitos civis e políticos

são abordados na primeira categoria. Tal categoria inclui direitos como o direito à vida e à

liberdade, igualdade perante à lei e liberdade de expressão. Já a segunda categoria refere-se aos

direitos econômicos, sociais e culturais e inclui direitos como o direito ao trabalho, à alimentação,

o direito ao mais alto possível padrão de saúde, o direito à educação e o direito à seguridade

social.

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Figura 1: Compreensão das duas categorias dos direitos humanos, segundo o ISO 26000.

Se, por um lado, a maioria das leis de direitos humanos refere-se às relações entre o Estado

e os indivíduos, é reconhecido que as organizações não governamentais podem impactar os

direitos humanos e, portanto, devem ter a responsabilidade de respeitá-los.

A indústria de petróleo e gás opera em ambientes complexos, onde os direitos humanos são

uma preocupação central (IPIECA, 2014). Por isso, é imperativo que essas indústrias conduzam

seus negócios de forma responsável.

Assim, convém que as organizações respeitem as normas internacionais de

comportamento, como as definidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros

instrumentos.” (ISO 26000, 2010).

Nesse cenário, o estudo jurídico de impacto ambiental ganha importância para orientar as

decisões das organizações no processo de extração e produção de combustíveis.

De acordo com a 3 ª edição da Ferramenta de formação em direitos humanos4, publicada

em Agosto de 2012 pelo IPIECA, “possíveis problemas de direitos humanos da comunidade

incluem os impactos na qualidade da água, do acesso à terra, os meios de vida, o emprego, os

grupos vulneráveis, e preservação do património cultural.” (IPIECA: 2012, p. 5: ).

De acordo com pesquisa feita pelo professor Andreas Krell (2004) e publicada no livro

Direito ambiental aplicado à indústria do petróleo e gás natural, as empresas de petróleo e

derivados têm grande potencial de impactos aos direitos humanos, uma vez que podem provocar

acidentes com efeitos ambientais desastrosos, como vazamentos de óleo no mar e em rios

regionais.

Por fim, encontra-se no ISO 26000 a compreensão de que qualquer atividade de risco aos

recursos naturais é também uma situação de risco para os direitos humanos, pois os artigos XXII5

e XXV6 da Declaração Universal dos Direitos Humanos trazem como informações a noção de que

toda pessoa tem direito à segurança social, à saúde e ao bem-estar.

4 Esta terceira edição da  ferramenta é projetada para melhorar as capacidades de empresas na gestão de questões de direitos humanos e os impactos em  suas operações  de  negócios através  do  fornecimento  de treinamento  de  conscientização sobre  questões  de  direitos humanos relevantes para funcionários, fornecedores / prestadores de serviços, fornecimento de segurança, e envolvimento da comunidade. 5 Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. 6 Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.

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O quadro abaixo é um resumo dos conceitos apresentados pelo ISO 26000 e pelo IPIECA

e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Tais conceitos esclarecem a relação entre

meio ambiente e direitos humanos:

CONCEITO FONTE A indústria de petróleo e gás opera em ambientes complexos, onde os direitos humanos são uma preocupação central.

IPIECA, 2014

Possíveis problemas de direitos humanos da comunidade incluem os impactos na qualidade da água, do acesso à terra, os meios de vida, o emprego, os grupos vulneráveis, e preservação do património cultural.

IPIECA, 2012

Convém que as organizações respeitem as normas internacionais de comportamento, como as definidas na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

ISO 26000, 2010

Qualquer atividade que possa afetar significativamente os recursos naturais, deve ser considerada uma situação de risco para os direitos humanos.

ISO 26000, 2010

Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis (...).

Artigo XXII e do Artigo XXV – DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Quadro 1 – Relação entre a degradação do meio ambiente e os direitos humanos.

4. A GESTÃO POR COMPETÊNCIAS COMO UM AGENTE MOTIVADOR

DA RESPONSABILIDADE SOCIAL APLICADA

4.1 Competência

Conforme mencionado por Brandão (2007), a competência é um conceito em evidência

nas últimas décadas. Zarifian (2001, p. 72) defende que “a competência é um entendimento

prático de situações que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que

aumenta a diversidade das situações.” O termo vem sendo utilizado tanto no meio profissional

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quanto no âmbito acadêmico para aprimorar as práticas profissionais de um indivíduo, de um

grupo ou de uma organização como um todo (FLEURY; FLEURY, 2004).

Le Boterf (2003) indica que as competências encontradas num indivíduo, são formadas por

meio de um conjunto de fatores, dentre eles, a sua formação educacional e a sua experiência

profissional que, articuladas entre si, viabilizam a competência utilizada para fins pessoais ou

coletivos.

Em sentido semelhante, Bitencourt (2004, p. 68) percebe as competências como um

“processo contínuo e articulado de formação e desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e

atitudes; nesse processo, o indivíduo é responsável pela construção e consolidação de suas

competências a partir da interação com outras pessoas no ambiente de trabalho ou em outros

grupos sociais...”.

Face à complexidade e abrangência que cercam o tema, Fleury; Fleury (2004) agruparam

as competências nos seguintes tipos:

Figura 2: Tipos de competências.

Já Rué (2009), sublinha importantes características do significado das competências, sendo

elas: a competência está ligada à ideia de ação, mobilizando os saberes exigidos; envolve o

aprendiz, a pessoa como um todo e os seus diversos saberes. Para Rué (2009), a competência é

desenvolvida/expressa por meio da contextualização e do aprender fazendo; o próprio indivíduo

ao longo do processo tende a perceber a sua evolução; e as competências não são transferidas, mas

sim aprendidas, sendo o desenvolvimento ocorrido através de exercício contínuo e não de uma só

vez.

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4.2 Gestão baseada em competências

Perrenoud defende que o conhecimento e a competência devem atuar de forma conjunta

(PERRENOUD, 1999). Em seu livro intitulado Construir as competências desde a escola,

encontram-se evidências de que é possível desenvolver competências por meio de um projeto

pedagógico, cujo exercício prefiguraria a relação entre educação e profissão. (PERRENOUD,

1999).

A gestão baseada em competências propõe, então, assumir a prática do ensino e da

aprendizagem com base no conceito de competências, priorizando o desenvolvimento

contextualizado no indivíduo, na ação de aprender. (RUÉ, 2009). Porém, ao passar a trabalhar a

gestão baseada em competências, torna-se necessário repensar as práticas pedagógicas e a ação

daquele que figura como docente. (SILVA; ALBERTON; VERDINELLI, 2007). Afirma-se que a

ação desenvolvida pelo docente deve ser contextualizada com a realidade de cada equipe de uma

dada organização.

Enfim, segundo Carvalho (2012) percebe-se na gestão baseada em competências um

caminho promissor, visto que esta procura aproximar os diálogos acadêmicos e profissionais, algo

tão real e necessário numa sociedade cada vez mais complexa. (CARVALHO, 2012).

4.3. Gestão por competências e a responsabilidade social

Pensando em uma potencial solução para o problema do impacto aos direitos humanos por

parte das indústrias de petróleo e derivados, o professor Gustavo da Costa Lima7 (2005), em sua

pesquisa sobre o discurso da sustentabilidade na educação, comenta que no Brasil, o discurso da

educação para a responsabilidade social ainda é pouco disseminado na literatura e nas práticas que

relacionam educação e atividades organizacionais.

Além disso, afirma-se que as capacidades científicas, tecnológicas, organizacionais,

institucionais e de recursos dependem do desenvolvimento das capacidades humanas, que são pré-

requisitos para o desenvolvimento das demais. (AGENDA 21, 1992).

Políticas públicas dirigidas à educação são importantes para o desenvolvimento de

competências voltadas para a responsabilidade social (LIMA, 2003). Logo, pode-se deduzir que o

investimento em educação e a inserção de práticas pedagógicas nas organizações podem ser vistos

como solução para o problema do impacto aos direitos humanos.

7 Professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal da Paraíba-UFPB e Doutorando em Ciências Sociais no IFCH/UNICAMP, e-mail: [email protected]. Recebido em 28/02/2003.

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Tal afirmação pode ser feita, pois segundo a Lei de Diretrizes e Bases, a educação abrange

os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no

trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da

sociedade civil e nas manifestações culturais. (BRASIL, 1996).

Além disso, para se desenvolver de forma sustentável, todas as sociedades precisam de

acesso à educação e treinamento no uso de tecnologias mais limpas e mais eficientes para o

aproveitamento dos recursos naturais (UNNIKRISHNAN E HEDGE, 2007).

De acordo com o guia lançado pelo IPIECA em 2012 “estruturas de governança, que se

utilizam de normas, processos, treinamento, orientação e programas de melhoria contínua, podem

oferecer mais oportunidades para gerenciar possíveis problemas de direitos humanos e criar

capacidade organizacional de longo prazo. (IPIECA, 2012)

Unnikrishnan e Hedge (2007) destacam ainda que “o compromisso da alta gestão, agente-

chave na mudança, com o treinamento, pode melhorar a implantação de tecnologias mais limpas.

A alta gestão deve ser informada e estar consciente dos benefícios da formação ambiental.”

Figura 3: A gestão por competências como uma proposta de solução à questão da degradação do meio ambiente e o consequente risco aos direitos humanos.

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O quadro 3 é um resumo das referências que motivaram o levantamento de sugestões de

competências que possam minimizar a degradação do meio ambiente e consequentemente evitar

os potenciais problemas de direitos humanos:

As políticas públicas dirigidas à educação, ambiente e desenvolvimento com nova proposta de “educação para a sustentabilidade” ou “para um futuro sustentável” têm sido frequentes e pode estar aí a solução para o problema da degradação do meio ambiente.

COSTA LIMA, 2005

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

BRASIL, 1996

Todas as sociedades precisam de acesso à educação e treinamento no uso de tecnologias mais limpas e mais eficientes para o aproveitamento dos recursos naturais”

UNNIKRISHNAN E HEDGE, 2007

Estruturas de governança, que se utilizam de normas, processos, treinamento, orientação e programas de melhoria contínua, podem oferecer mais oportunidades para gerenciar possíveis problemas de direitos humanos e criar capacidade organizacional de longo prazo.

IPIECA, 2012

Quadro 2 – Importância das Competências em responsabilidade social aplicas nas organizações.

5. SUGESTÃO DE COMPETÊNCIAS A SEREM EMPLEMENTADAS NAS

EMPRESAS DE PETRÓLEO E DERIVADOS.

Depois de revisão da literatura, permitiu-se a verificação de algumas sugestões que

pudessem desenvolver a excelência em responsabilidade social nas organizações de petróleo, gás e

biocombustíveis.

Tais sugestões são articuladas de acordo com as ações e expectativas sugeridas pelo ISO

26000, e com base nas estratégias utilizadas pelo IPIECA. Abaixo, estas sugestões de

competências são agrupadas:

DESCRIÇÃO DA COMPETÊNCIA FONTE

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COMPETÊNCIA 1

Tomar especial cuidado ao lidar com o envolvimento com atividades extrativas ou outras atividades que possam afetar significativamente recursos naturais, como água, florestas ou a atmosfera, ou conturbar comunidades.

ITEM 6.3.4.2,

ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 2

Tomar especial cuidado com a proximidade das operações com comunidades de povos indígenas.

ITEM 6.3.4.2,

ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 3

Tomar especial cuidado com atividades que possam afetar ou envolver crianças.

ITEM 6.3.4.2,

ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 4

Tomar especial cuidado com cadeias de valor complexas que envolvam trabalho informal sem proteção legal.

ITEM 6.3.4.2,

ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 5

Usar de medidas intensivas para garantir a segurança das instalações ou de outros patrimônios.

ITEM 6.3.4.2,

ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 6

Promover uma avaliação independente do impacto nos direitos humanos.

ITEM 6.3.4.2,

ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 7

Basear as decisões na responsabilidade primordial de respeito aos direitos humanos e que contribua de maneira geral para a promoção e defesa do cumprimento dos direitos humanos.

ITEM 6.3.4.2, ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 8

Considerar as possíveis consequências das ações, de forma que o objetivo de respeito aos direitos humanos seja realmente atingido.

ITEM 6.3.4.2,

ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 9

Não deixar que a complexidade de uma situação não

seja usada como desculpa para não agir.

ITEM 6.3.4.2, ISO 26000: 2010

COMPETÊNCIA 10

Aproveitar a experiência coletiva e know-how prático da associação de membros na área de negócios e direitos humanos, promovendo uma aprendizagem colaborativa.

IPIECA, 2011

COMPETÊNCIA 11

Dar acesso à publicação de gestão em direitos humanos para os gestores.

IPIECA, 2006

COMPETÊNCIA 12

Realizar avaliações de direitos humanos nos mercados.

IPIECA, 2006

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COMPETÊNCIA 13

Engajar-se em diálogo aberto e honesto com ONGs.

IPIECA, 2006

COMPETÊNCIA 14

Participar de iniciativas governamentais de incentivo aos Princípios Voluntários de Segurança e Direitos Humanos.

IPIECA, 2006

COMPETÊNCIA 15

Não fornecer bens ou serviços a uma entidade que os use para cometer violações dos direitos humanos.

ITEM 6.3.5.2,

ISO, 26000: 2010

COMPETÊNCIA 16

Não estabelecer uma parceria ou relação contratual formal ou informal com um parceiro que cometa violações dos direitos humanos no contexto da parceria ou na execução do serviço contratado.

ITEM 6.3.5.2, ISO, 26000: 2010

COMPETÊNCIA 17

Informar-se acerca das condições socioambientais em que os bens e serviços que ela compra são produzidos.

ITEM 6.3.5.2,

ISO, 26000: 2010

COMPETÊNCIA 18

Garantir que não é cúmplice em qualquer deslocamento de pessoas de sua terra, a menos que isso ocorra em conformidade com a legislação nacional e com as normas internacionais, o que inclui a busca de todas as soluções alternativas e a garantia de que as partes afetadas obtiveram compensação adequada.

ITEM 6.3.5.2,

ISO, 26000: 2010

COMPETÊNCIA 19

Evitar relacionamento com entidades engajadas em atividades antissociais.

ITEM 6.3.5.2,

ISO, 26000: 2010

COMPETÊNCIA 20

Gerir cuidadosamente questões como a saúde da força de trabalho, segurança e bem-estar, a sensibilidade em relação aos potenciais impactos das atividades da indústria sobre as comunidades locais e as relações positivas com os parceiros de negócios e fornecedores.

IPIECA, 2014

COMPETÊNCIA 21

Engajar-se em consulta significativa com as comunidades e promover a comunicação de duas vias em curso sobre impactos e benefícios para alcançar soluções duradouras.

HIPPERT8, 2011

COMPETÊNCIA 22

Construir proativamente relacionamentos, boa vontade e confiança com as comunidades e outras partes interessadas em que atuam, em todo o ciclo

HIPPERT, 2011

8 Estas quatro últimas competências foram apontadas em pesquisa feita pelo então mestrando Giuliano Hippertt e defendidas em sua dissertação de

mestrado no programa de Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense.

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de vida de um projeto.

COMPETÊNCIA 23

Integrar os processos da empresa que identificam, mitigar e controlar os impactos potenciais e questões de direitos humanos em todo o ciclo de vida de um projeto.

HIPPERT, 2011

COMPETÊNCIA 24

Contribuir para o desenvolvimento social e econômico das comunidades onde atuam para apoiar o cumprimento dos direitos humanos (por exemplo, ajudar a melhorar o acesso a necessidades humanas básicas e oportunidades de subsistência).

HIPPERT, 2011

Quadro 3: Sugestão de competências a serem implementadas nas indústrias de petróleo e gás.

6. CONCLUSÕES E SUGESTÃO DE NOVAS PESQUISAS

Ao se desenvolver esta pesquisa, verificou-se que uma interação entre desenvolvimento de

capacidades e gestão de competências pode ser uma ferramenta utilizável por indústrias de

petróleo e derivados que priorizam os direitos humanos.

Tal afirmação pode ser feita, pois concluiu-se que as capacidades científicas, tecnológicas,

organizacionais, institucionais e de recursos dependem do desenvolvimento das capacidades

humanas, que são pré-requisitos para o desenvolvimento das demais.

Percebeu-se que conscientização dos empregados e da empresa como um todo, a educação

e o treinamento são as práticas de gestão que têm sido mais estudadas e difundidas nas

organizações como forma de contribuição para a questão ambiental e social. Estes aspectos são

integrados pelo que se denomina desenvolvimento de competências. Assim, o desenvolvimento de competências que viabilizam a conscientização das empresas

de petróleo e derivados em relação aos direitos humanos foram estudados buscando-se responder a

questão da pesquisa e atender ao objetivo proposto.

Dessa forma, afirma-se que uma atuação proativa da organização, para a superação dos

desafios atuais e futuros, tende a promover uma maior relação entre o desenvolvimento técnico e o

desenvolvimento humano. Portanto, as evidências aqui articuladas permitem afirmar que, uma

gestão por competências de modo a fortalecer as práticas voltadas para a responsabilidade social

aplicada às organizações, é viável.

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Por fim, de forma a responder à pergunta “quais são as competências essenciais em

responsabilidade social aplicada nas organizações da cadeia produtiva de petróleo, gás e

biocombustíveis no Brasil?” a pesquisa reuniu os padrões de competências estabelecidos pelo ISO

26000 e pelo IPIECA.

Esse artigo não tem a pretensão de esgotar a discussão sobre o assunto, ele é apenas uma

contribuição para a implantação de um modelo de gestão de pessoas por competências nas

organizações.

Para futuras pesquisas, sugere-se: a avaliação da eficácia das diretrizes de implantação da

gestão por competências e de ações de desenvolvimento; a sua aplicação para o dimensionamento

de efetivo, recrutamento e seleção, alocação e mobilidade, e para a gestão de desempenho,

reconhecimento e recompensa.

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