Identidades e Lingua Nacional

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    Andrea Berenblum

    O presente texto pretende estabelecer algumas relaes entre a experincia

    do estrangeiro e certos aspectos dos fenmenos lingsticos, especificamente o davariao lingstica e o da legitimao das lnguas nacionais. Para tal, interessante

    comear dizendo que o olho do estrangeiro permite observar esses fenmenos de

    uma forma particularmente interligada e indissocivel. Para qualquer estrangeiro,

    os conceitos de "ns" e "os outros" e as fronteiras que os separam so difusas e nada

    evidentes, fato que contribui para dar um rumo e um sentido reflexo sobre essas

    problemticas. Assim, a situao de deparar-nos com um cotidiano falado, escrito

    e pensado numa lngua, ou variedade lingstica estranha, nos coloca, de alguma

    maneira, como os nossos prprios sujeitos de estudo no campo das reflexes acerca

    da linguagem. nesse sentido que acredito que a condio de estrangeira pode

    ser uma das mais produtivas para pensarmos acerca dos processos que levam s

    pessoas a considerarem as lnguas por elas faladas como superiores em relao

    s outras e a lutarem para defend-las, preserv-las e conserv-las puras e imutveis.

    possvel que nenhum trao fsico possa nos diferenciar dos "locais" e

    que a simples vista ningum possa adivinhar a nossa condio de estrangeiros,

    j que nada nos diferencia das pessoas que freqentam os mbitos que ns freqen-

    tamos. Nada com exceo de uma coisa: o sotaque. O sotaque a marca da

    diferena, o elemento que destri a aparente igualdade inicial e ativa no inter-

    locutor todo um mecanismo de representaes e associaes acerca de quem

    esse outro, diferente, estranho, estrangeiro. O processo de construo da identidadeest sempre ligado a um outro, que pode servir tanto para com ele nos identificar

    quanto para nos distinguir e nos separar. "Sou o que o outro no ; no sou o que

    o outro . Identidade e alteridade so, assim, processos inseparveis" (Silva, 1999).

    O texto aborda de forma sinttica o papel das lnguas nacionais e dos

    sistemas nacionais de educao na construo simblica da identidade nacional,

    atravs da lente do estrangeiro.

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    Lngua, identidade nacional e sistema educativo

    A lngua um smbolo de identidade (talvez o mais poderoso) que nos

    permite reconhecer-nos como naturais de uma cidade, de uma regio, de um

    pas e, ao mesmo tempo, identificar a quem no o . Esse poder atribudo lngua

    data de pocas imemoriais. A respeito, Jacob May (1988) analisa uma passagem

    da bblia que se refere forma como os gileaditas impediram os efrainitas de

    voltar para sua terra natal, depois de t-los derrotado. Para tal fim colocaram

    guardas na margem do rio Jordo, por onde inevitavelmente eles deveriam passar.

    Os guardas foram instrudos a ordenar aos interessados em cruzar o rio, que

    dissesem a palavra shibbollet. Os que no a pronunciassem corretamente,

    dizendo em vez dela, sibbolet, eram mortos ali mesmo: um indubitvel

    exemplo da Rpida Justia do oeste do Jordo (op. cit., p. 71).

    Mesmo que naquela poca a questo da lngua no estivesse ainda

    associada nacionalidade - para que isso viesse a acontecer deveriam transcorrer

    vrios sculos - a pronncia j constitua um elemento fundamental na distino

    tnica dos indivduos (idem). Ou, segundo a interpretao de Hobsbawn (1988)

    a passagem citada demonstra at que ponto a pronncia corretapode transformar

    o "amigo" em "inimigo" ou vice-versa. Acredito que essa imagem muito instigante

    no sentido de que nos estimula a pensar como o outro pode se tornar rapidamente

    um inimigo e quantos outros so silenciados em nome da defesa da pronncia

    correta e da lngua considerada correta. Nesse sentido, todo estrangeiro um

    pouco inimigo, a vivncia de ser estrangeiro ajuda-nos a considerar a existncia

    de mltiplas formas de ser estrangeiro, mesmo entre aqueles que nunca emigraram.

    O estudo acerca dos processos histricos a partir dos quais vo se cons-

    truindo as identidades, as lnguas e as variedades lingsticas uma forma de

    compreender que nossa identidade, em constante construo, tem uma origem,certamente complexa e conflituosa. Que o fato de termos nascido aqui ou l,

    falar uma lngua nacional qualquer, compartilhar certos traos culturais com

    outros, so os resultados de longos e complicados processos histricos de

    construo e no, contrariamente, as causas que explicam o sentimento de pertencer

    a determinadas formaes nacionais e de possuir certas caractersticas comuns

    e distintivas, que permitem identificar-nos.

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    Uma pergunta permite orientar o estudo acerca da construo simblica

    da identidade nacional e a reflexo sobre o papel que desempenharam as lnguas

    nacionais e os sistemas nacionais de educao nessa construo. Por que, apesar

    da grande e evidente diversidade e heterogeneidade (social, cultural, tnica,

    lingstica) que existe no interior das naes, prevalece um forte sentimento de

    defesa da identidade nacional? Como se existisse um sentimento "superior" que

    unificasse essa diversidade e, o que claramente eu percebi, era que esse sentimento

    se expressava na defesa de uma lngua nacional, considerada "a melhor", "amais bonita", "a mais complexa".

    As lnguas nacionais tiveram historicamente uma importante funo

    poltica, assim como os discursos que, em sua defesa, se pronunciaram e se

    pronunciam na atualidade. De fato, em seu nome desenvolveram-se e sucederam-se

    interminveis conflitos que parecem no ter soluo. E isto assim porque, simboli-

    camente, ela, entre outros fatores, representa a comunho dos cidados;

    identificamo-nos como "irmos" naturais de uma nao atravs dela e, exaltamos

    suas virtudes e valores, em relao s outras lnguas. No entanto, esse sentimento

    de identidade atravs da lngua, associado idia de nacionalidade que hoje nos

    parece to "natural" produto da combinao de diversos processos histricos

    que tm sua origem j bem comeada a modernidade. a partir da constituio

    dos Estados Nacionais que se torna necessria a unificao lingstica planejada,

    e com ela a imposio de uma lngua oficial - ou variedade de lngua - proces-

    so que destitui as outras lnguas ou variedades e as torna dialetos ou lnguas no

    oficiais, marginais. Quando se constituem os Estados Nacionais, a questo

    lingstica torna-se um elemento de cidadania (Guimares e Orlandi, 1996).

    Isto porque, com a fuso de Estado e Nao, constroem-se as bases para a unifi-

    cao lingstica e cultural num territrio particular. A Nao necessita de

    unidade e essa unidade - cultural e lingstica - possibilita a identificao dosindivduos como cidados.

    Ao final do sculo XVIII e incio do XIX difunde-se, na Europa Ocidental,

    a nao como organizao scio-poltica, sendo o Estado quem exerce a funo

    de manter uma cultura e uma lngua comuns, homogneas. Para a realizao

    desta tarefa o sistema educacional tem um papel fundamental de reforador dos

    usos oficiais da lngua nacional e na consolidao dessa cultura comum. Atravs

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    do sistema nacional de educao, com padres de alfabetizao universais, o

    sistema educacional, baseado numa nica lngua comum, contribui para a

    afirmao da identidade nacional.

    A cultura nacional, segundo Hall (1997), est constituda no apenas

    por instituies, mas por smbolos e representaes. Atua ao mesmo tempo

    como uma fonte de significados (criando sentidos sobre a nao), um foco de

    identificao e um sistema de representao. A cultura nacional representa uma

    idia de nao que partilhada pelos cidados, ela produz sentidos com os quais possvel identificar-se. Dessa forma, a nao uma "comunidade simblica",

    cujos sentidos produzem-se historicamente a partir das culturas nacionais.

    Paulatinamente, a lngua vai se tornando um elemento central

    definio da nacionalidade. Isto porque os grupos que dominavam a variedade

    lingstica nacional - no incio uma minoria - eram grupos que detinham um

    peso poltico enorme. Esse processo adquiriu caractersticas prprias em cada

    nao mas, em linhas gerais, podemos afirmar que ser precisamente essa lngua

    cultural das elites dominantes que se transformar na lngua oficial dos Estados

    modernos, principalmente a partir da generalizao dos sistemas educacionais

    nacionais.

    A imagem de nao como comunidade imaginada elaborada por Benedict

    Anderson (1993) muito interessante porque inclui, na nossa interpretao, em

    si mesma a idia do "esquecimento", da perda de memria, central para a

    compreenso dos mecanismos atravs dos quais certos valores so considerados

    verdadeiramente nacionais e nicos e se legitimam; e, ao se legitimarem, narram

    determinadas histrias nacionais. As lnguas desempenharam um importantssimo

    papel nas transformaes que deram origem ao surgimento dessas invenes e

    do sentimento nacional com elas relacionado. As lnguas so peas essenciais na

    engrenagem que constitui a nacionalidade. Elas no apenas tornaram possvel a

    instaurao, atravs do seu uso generalizado, de mecanismos tendentes homo-

    geneizao e padronizao, necessrias para o surgimento da nao e do senti-

    mento de nacionalidade, mas funcionaram - e funcionam - como fatores de

    unidade e poderosos smbolos de identidade. Todas as naes se "inventaram" a

    partir da heterogeneidade, mas s foi possvel constru-las medida que a diversi-

    dade inicial fosse progressivamente se unificando. Quando me refiro s lnguas

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    nacionais no considero apenas as lnguas adotadas pelas naes como suas lnguas

    oficiais (o portugus, o castelhano, o japons), mas tambm ao uso oficial que

    se faz dessas lnguas. Ou seja, no estou me referindo lngua ideal, descrita nas

    gramticas escolares, mas variedade lingstica utilizada pelos setores mdios

    urbanos, valorada, transmitida e reforada, principalmente atravs da mdia e do

    sistema escolar. No processo de unificao da diversidade, os sistemas

    nacionais de educao assumiram a difcil porm necessria tarefa de difundir

    uma imagem de nao particular, que permitisse o surgimento e a consolidaodo sentimento de adeso e lealdade nacionais. Essa imagem de nao tinha que

    ser expressa e materializada numa determinada lngua ou variedade lingstica.

    Assim, lnguas nacionais e sistemas nacionais de educao foram dois elementos

    centrais e complementares no complexo processo de construo da nacionalidade

    e do sentimento nacional com ela relacionada. No entanto, sendo a heterogeneidade

    uma caracterstica inerente a todas as lnguas, os processos de imposio genera-

    lizada da lngua nacional de uma nao particular significaram, na realidade, a

    ascenso de uma determinada variedade lingstica que funcionara como norma

    de referncia e fator de correo. Enquanto esses usos, associados a determinados

    setores, iam-se consagrando, as demais variedades lingsticas se despresti-

    giavam, tornando-se paulatinamente dialetos. O conceito de dialeto, no sentido

    que o entendemos hoje, existe exclusivamente na sua relao (e comparao)

    com a variedade padro das lnguas nacionais, considerada a lngua "legtima"

    e "correta". Nesse sentido, o esquecimento essencial aos processos de construo

    das naes: padecemos de uma certa amnsia de gnese - como afirmou Bourdieu

    - que nos permite supor que certos usos das lnguas nacionais so estrutural e

    naturalmente superiores e mais corretos. O mesmo mecanismo contribui para

    que concebamos a nossa nacionalidade como um sentimento inquestionavelmente

    natural. A perda de memria, ou melhor, a produo da amnsia, essencial para

    a construo das naes, parece haver prosperado. Ela possibilitou a difuso de

    uma forma particular de "inventar" e de narrar a nossa histria, que s foi possvel

    medida que se iam estabelecendo mecanismos que permitiram que se dilusse

    a diversidade cultural e lingstica existentes em nossas sociedades. O aparato

    escolar e as lnguas nacionais foram, assim, peas chaves para a implementao

    com xito do projeto da modernidade. Nesse sentido, os processos de generalizao

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    e imposio das lnguas nacionais implicam, necessariamente, silenciamento e

    excluso dos "outros", imigrantes ou no, usurios de outras lnguas ou varie-

    dades lingsticas.

    A escola e as lnguas dos "outros"

    Hoje, novos ares atravessam nossas sociedades e essa tendncia para a

    homogeneizao que caracteriza a modernidade est sendo questionada. A

    diversidade e a diferena comeam a ser consideradas com o surgimento denovas identidades. As distncias e as fronteiras entre as naes encurtam-se, as

    pessoas migram e se deslocam, se misturam, as comunicaes se agilizam, as

    identidades nacionais se ressignificam. Vivemos momentos de mudana, de

    confuso, de redefinio de conceitos, de novas perspectivas e abordagens para

    problemticas antigas. As formas tradicionais de definir os estados, as naes,

    as identidades e as relaes entre eles modificam-se, imprimindo-lhes novos

    significados. Tempos alentadores de mudana, porm, de aprofundamento de

    antigos males que ferem os direitos humanos mais bsicos de grandes contingentes

    de pessoas e do ressurgimento dos fundamentalismos. poca catica e, ao mesmo

    tempo, fecunda, que produz movimentos de integrao e homogeneizao e,

    concomitantemente, movimentos que tendem para a diferenciao e a fragmen-

    tao. Nesse aparente caos, as identidades nacionais e as lnguas nacionais

    adquirem novos significados, ao mesmo tempo em que se reeditam antigas disputas

    e discusses. As identidades nacionais necessariamente convivem com outras

    identidades e o poder das lnguas nacionais "ameaado" pelo avano das

    chamadas lnguas globais.

    Talvez essa nova conjuntura planetria nos ajude a refletir acerca de

    quem so os estrangeiros nas nossas sociedades e as formas particulares que

    adquiriram os processos de silenciamento e negao de mltiplas identidades.H outra histria por contar - a histria silenciada dos "perdedores", dos "outros".

    A histria dos povos e naes indgenas e suas lnguas, da diversidade de grupos

    que falam as variedades lingsticas que, num momento histrico determinado,

    tornaram-se dialetos. A escola pode desempenhar uma importante funo na

    construo de uma nova narrativa dessa histria apagada. Sabemos que as

    diversas lnguas e variedades lingsticas so produzidas, complexas e

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    heterogneas. Esse reconhecimento constitui um grande desafio para a escola e

    para todos aqueles que, de alguma maneira, acreditam na sua transformao

    como mbito plural e, ao mesmo tempo, crtico das desigualdades historica-

    mente construdas. Apostamos que a escola possa se constituir num espao

    privilegiado de "recuperao da memria" silenciada ao longo desses anos

    todos. Pode contribuir para tornar visveis as relaes de poder que constituem

    as diferenas e o fenmeno da variao lingstica. A escola tem a possibilidade

    e, por que no, a responsabilidade, de reconstruir os processos histricos deinveno das naes, a partir dos quais uma determinada imagem acerca de nossa

    identidade construda e transmitida. Pode, e desejvel que assim seja, se

    transformar num importante mbito de questionamento e crtica das relaes

    desiguais que historicamente se associam s diferenas. possvel a criao de

    novas formas de narrar a historia que contribuam para "desnaturalizar" e "politizar"

    os fenmenos lingsticos, abordando historicamente os processos a partir dos

    quais as lnguas e variedades lingsticas se estabelecem, se valorizam e se

    estandardizam. Os espaos para que um debate amplo acerca das formas como

    essas transformaes se materializam em prticas educacionais concretas e

    viveis ainda devem ser criados.

    O presente texto teve, como modesto objetivo, refletir acerca das possveis

    relaes entre a experincia estrangeira e os fenmenos lingsticos, principalmente

    a produo e legitimao das lnguas nacionais e o papel do sistema educacional

    nesses processos. Acredito que essa experincia permite transcender as fronteiras

    da nacionalidade para conceber o estrangeiro como o "no visto", o "silenciado",

    o sem direitos, o negado. Nesse sentido, Julia Kristeva afirma que somente

    poderemos aceitar novas formas de alteridade quando formos capazes de nos

    assumir como estrangeiros. O estrangeiro habita em todos ns, "ns" podemos

    ser os "outros". Talvez isto constitua um primeiro passo na conquista daquiloque imaginava Gianni Rodari, "o uso total da palavra para todos", "no para que

    todos sejam artistas, mas para que ningum seja escravo".

    Andrea Berenblum

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    Andra Berenblum Doutora em Educao pela Universidade Federal Fluminense(UFF). Bolsista Pr-Doc da Capes. Pesquisadora do Programa de Ps-Graduao em Educaoda UFF.

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