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DE ALGUNS j , •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 4 . - Estou aqui com a família toda porqu e ouvi dizer que 'I Úrano . entra em contact~ .com a Bal ~nça , e essa situação pode d'eterm,na,r ondas magnetacas que nao se sabe o que podem dar .. . Mas tenho fé em Deus, que é a única coisa em que se · pode confiar. . Sírio Carapinha, enfermeko, I pelo re~eio confesso. Muitos t ri nta e poucos anos de idade, Jovens nem em grup_os peque- diz-nos assim às 4 da madru- nos de quatro ou ?mco. Um '_ . ou outro par aproveita a lnes- ga da , ?ªs razoes que o fiz~- , perada noite de liberdade pa- ram sair de ca:ª· passar a no 1- ra, de mãos dadas , passear ao te em· claro, a espefa de um agradável da noite. Ao longe, sismo que talvez abalasse Lis- os pais velam por eles .. . -0u boa da í a uma hora, hora e pelo sismg que há-de vir? (Ou mei a, con fo rme as fontes ma is talvez na-0 ve~ha, nu!"ca se ou menos «bem informadas» ... s~be, -0 melhor e, pelo sim pelo nao ... ) Não está com a fam ília, de resto. Centenas de lisboe- t as amedrontados seguiram-lhe , o exemplo e o Aeroporto, onde o enco nt ra mos, está assim, sU- bitament e, transformado no lo- cal de refúg io e «salvação» pa- ra todos os que, cien,tlfi camen- te mal . informados e susceptí- veis aos boatos e às crendices, o quiseram saber de desmen- tidos ofici 9 is, nem da anun<:ia- da impossi bil idade ci ent ífica de Mais adiante, um grupo rui- doso de jovens manifesta-se. Para eles -0 hipotético abalo de terra é -0 s·eu pequeno Car- naval. Ri-se, contam-se ane- dotas; o Aeroporto é o local da grande e inesperada roma- ria da banal noite lisboeta. - Estamos aqui a ver o « pa- gode», por curiosidade - füz- -nos Shaeller Dias, estudante universitário, acompanhado de 1 1 um amigo , estudante de Di- , reito. - Medo, não têm? - Eu sei que sismos nüo. se vcxLmn vr ever. Em astr óloaos também não acre di to, mas, olhe. diaa-me lá quem é qm não t em medo? - r esponde. .nos , com mna perqunta. o mais rio do s companh e iros José Francisco Marqu es. fun. cion á.rio do Totobola. Caminhamos pela aut o- es trada Do Gabinet e, dà Pon t( so br e o T ei o coni u nicam-nos que o t ns ito durant e a noi- t e f oi o habit ual. Qua se ci nco e meia. J un to ao Li ceu Maria Amá lia tréf nrnlher es do povo cami nlrnir pela r u.a for a, co nversa no a~ para as co mpanheiras. - Qual si smo.. Eu vou é pctra o ml'n trabalh o. fa zer li m- vez a. en tro às 6 da man mom no bai rro d, Camnnl ide - ri- se paro n ós Ma ria Fer- nanda M art ins. - M as d.o si rnw n ci o teve medo? - in sis timos. - Não. Olh e. , ab e o qu e !he di go ? se pe n rnsse que o Mun. do ia l'0abar que m n ão i a tr a. bal ha r era e•i. Fi raDa em casa. agarrad~ ar., meus f il hos , que tenh o lá seis .. . prever sismos. - Medo de quê, a gente ·dei- , LEITOS DE OCASIA - O... ta-se sempre a esta hora , hoje 1 «A ESTRELA DO SE- até desculpa. NHúR ESTEVE SEM- . Da Rotunda ao Aeroporto UM MIÚDO NA MA - PRE ALI...» a estrada é um caudal de DRUGADA \ carros parados ou em lento Cinco e mela. avenida do movimento. O largo fronteiro Quatro e mel a da ma nhã .. . • Brasil , de novo. Junto· à Ro- ao edifício da aerogare está Vamos correr Lisboa, 0 sismo tm,icta, l)erc.e~e-se Já o fim da cheio de automóveis. den- «a,proxima-se».. . Na a. venida n-01te de v1g1lla. tro, os bancos de trás estão do Brasil, 0 edif!clo do Labo- Minutos depoiS, do Aer-0por- transformados em leitos de ra.iório Nacional de Éng.enha- to regressa-se... -0u fica-se ocasião, de onde emergem es- ria Civil tem duas ou três ainda, parn uns momentos de tranhos vultos embrulhados janelas com luz. fora , a conversa. em ma,ntas de viagem. Nos rua é um deserto. Pelo cam- Apanhamos ainda um casal, bancos da fren_te, cabecei am po Gra!Ilde fora , dois ou três sentado num banco, chapéu rostos sonolentos, encostados carros, o habitual. Aven ida da de chuva a cobn-los ambos. às ~anelas. . _ República , MaTQuês de Pom- manta pelos joelh-OS. ~a, q~em, porem, nao esteja bal, avenida da Liberdade... -Medo não tivemos. A es- ah dmrunado peJo medo ... ou a LLsboa de sempre, a esta trela do Senhor esteve sem- bancos, passeando de um la- 1 hora . I solados noctívagos ar- pre ali, " ª olha,r para nóS ... do para o out .ro, ou simples- , ras~m a solidão do fim da E hoje, dia 13 para 14, a Nos- mente conversa . ndo pa.ra ~a- noite, caminhando devagar sa Senhora de Fátima -0 tar o tempo, centenas de pes- peilas placas centra!S. nos podia abandonar - con- soas esperam... _ No Rossio, uma camioneta fe.ssa-se - nos Augusto do Car- Nem t.odos, ))orem, estão ali , da Câmara despeja água. la- mo. guarda da P. S. P., apo- d-0mlnados pelo medo... ou va,ndo os passeios das últl- sentado. •••••••••••••••••••••••• m.a.s chuvadas . No Arco do E sobre o sismo, afinal a . VICE-PRESIDENTE B andeira, um g,uarda-noctur- razão da sua presença ali: no completa a moldura . -Tenho multa fé ... mas O Terreiro do Paço é uma como moro numa cave de um Do MUNlcíPIO praça vazia. Pacho1,rento, um prédio de sete andares, olhe, primeiro «eléctrico» liga Xa- tive medo... Somos velhos, DE ANSIA -o bregas a Belém. mas passámos aqui a noite Campo das Cebolas, São To- Inteira. LEIRIA. 14 - No Governo Civil deste distrito tomou posse do lugar de vice-presidente da Câmara-Municipal de Ansião o sr. Alfredo Coelho considerado comerciante de À velar. onde, à fr ente da Fundação de Nossa Senhora da Guia , tem desen- volvido notável obra de assis- tência. A posse foi-lhe conferi_ da pelo '.ir. José Damasceno de Campos. governador civil de Leiria. e ao acto estiveram pre · sentes multas indivi dualidades de Avelar. O sr. Alfredo Coelho profe. riu um discurso em que afir- mou os seus propósitos de tra-- ba 1har com entusiasmo e de- dicação pelo progresso do con- celho " da sua terra mé, Santa ClaQ·a., nem vlval- * ma. Na esquina da rua da Voz do Operário um garoto sozi- nho parece olhar o frontã-0 de S ão Vicente. O miúdo corre rua abaixo. Não esta va ali a ver o s'ismo... «SE NOS TROUXESSE UMA PINGA ... » São quase cinco horas. Da- mos um «salto» a Monsanto. Num dos parques de Montes Claros uma vintena de car- ros parados. Dentro dorme-se. Ouvimos o si nal horário no «rádio» d.e um aut om óvel. Fora seis bem dispostos li sboetas riem-se. mal nos vêem apr oxi. mar. - Se nos trouxesse mna «pin. ga», para aqu eoer - comenta um deles. Seis e mela da manhã. A Baixa povoa-se lenta- mente. «Carros-operários" seguem pelas linhas apres- sados. A rua perdeu o si- lêncio do deserto de pouco. A poria do merca- do da Ribeira, uma mu- lher é um vulto de frio coberto por um xaile. -Levanto-me às 6 da manhã todos os dias para vir vender aqui em frente do mercado. O meu no- me? Maria ela C-Onceição, 38 anos, vendedeira. -E o sismo? -Qual sismo? ... Tenho lá dois filhinhos em ca- sa ... -Tiveram med-0? - Um tem dois anos, o outro cinco meses... que é que perçebem clisso?!. .. N as inslalações sanitárias do aeroporto, estes !rês assustados lisbaalas encontraram o re- fúgio para uma noile de vigília forçada .. . ALEGRIA DE ESTUDANTES A ESCONDER O MEDO ... O boato e.ntrou na cidade e I Coutinho e em toda a área da dois frangos, regados com vi. as g,mtes deixaram-se possuir Portela, o número de veículos nho verde. De boca cheia, apre. por tenebrosos medo,, enquan, poderia ser contado por 111ilha- goam a venda de bons terra. to imaginavam imin· ente catá5. res. moto s por baixo preço e, de trofe. Cuidaram de se afastar Mulheres oravam, algumas súbito, correm para dois au- dos edifícios que poderiam es - de rosár .io nas mãos, e os ho. tomáveis que acabam de chegar magá-Jas e. abandonaram os {a. m-ens permaneciam, ora riso- co·m outros colegas. A algazar- res, procurando espaços largos , nhos, ora meditabundos, era ra é grande, transforma-se em onde pudessem atenuar o t2r- sonolentos. Incrível agitação alegria esfuziante e a cotação ror da ';"~rte. . , apoderou-se de toda essas pes, dos sismos desce ainda mais . .. tl. prat1camenre 1mpos?1vel soas a partir dás 2 horas da Uma de três pessoas que pas, avaliar quantos automoveu se I madrugada, pois todos conta• sam quando a propaganda é encontravam em Monsanto, vam com O grand-e sismo que muito ruidosa (dua s mulheres particularmente na zona da SJ.?.. arrasaria Lisboa .. .. e un1 homem , g.e nte humilde, Às 2 e 45, um e,tudante li, ma: O «DIARID POPULARll t TRANSP9R- TADD PARA TODO O MUNDO NOS AVlõES DA «P. A. A.» FaLamos-lhes do sismo, do tal que há-de v ir , e. ao que parece... esquase na hora ~············· · ·································" rafina, mas, na avenida Gago I e nrolada em cobertor es), excla- ,------------------------- -, ceai, de 17 anos, encontra.se _ Ai meu Deus! E nós a Pulver ·1zadores. Polvº1 I hadores sentado num dos bancos de jar- quere rmo, pa,sar ª noite com SOF.n.S-CAMA E TODO O MOBILI.n.RIO ir.}] GRANDE CAMPANHA DE VENDAS ~omaple {SÍMBOLO DE QUALIDADE) FACILIDADES ATÉ 18 MESES - SEM · ENTRADA - SEM FIADOR CARA~TIA SÉRIA COM CERTIFICADO R D, Estefânia, 1 9 e 2 1 562222 Pedro Nunes, 2-B (à Rua Tomás Ribeiro ) T. 562331 ~··············································· mang.ueiras aparelhos e de dim mais próximos da entrada a graça de D<0us neste lugar! para a recepção do aeroporto. O~frOS Veste um fato muito leve e a Os estudant es afirmaram que gola do ·casaco, levantada, não se encontravam ali por paró, a evità que a friagem O faça ti• dia, mas um deles confess a ter r e g ritar. Perguntamos-lhe por que medo suficiente para não ficar se encontra ali e ele responde• em casa .. ,.. CELEIRO DE CASC~IS TRAVESSA DO VISCONDE DA LUZ, 32 a 36 Telefone 280 025 - CASCAIS QUEM É QUE NAO TEM? O m aior invento do ano. Cinema onde quiser e quan- do quiser , de di a ou de noite. Se ainda n ão tem, cole este anúncio num postal e envie-o à Realmaife, Apartado 2959 , Lisboa, e receberá à cobranQa, por 300$00, uma quina movida a pilhas e um filme de 8 mim. Este preço de re- clame é para todos os pedidos !"ecebidos até ao dia 31 do corrente. Aceitamos agentes pa, ra algumas localidades. ,·nos, simplesmente, que por A manha começa dealbar medo Não tem família em Lis, e a nossa ronda pela cidade t•r· boa não quis ficar no quar• ' mina no parque Eduardo VII. to a.lugado da velha casa on. Ne nhum automóvel. Vinte e de mora. Mais à frente, num duas pessoas sentada s nos ban- grupo de seis homens e qua , cos, apesar do relento. l'v!edo. tro senhoras, vai.se beberrican. Lisboa começa a acordar pa· do, um tanto alegremente, ra a vida. Palpita. Mas não há «brandy» de duas garrafas. sorrisos nos rostos dos seus ha, Evitam as perguntas do repór• bitantes despertos. A ameaça ter. Os homens não acreditam trazida por um estúpido boato nos astrólogos e as mulheres ainda domina as pessoas ... têm medo, são sinceras, dizem ., • • • • • • •• • • • • • • • • que têm medo, mesmo ali ... Doze estudantes de Direito e Eêonómicas assentaram arraiais numa grwde parcela do pas · UHF MO D 1 F I CAÇOES E MONTAGENS DE ANTENAS Tele!. 538068 ou 764010 seio e comem com satisfação ••• • • •• ••• • • ••

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t' AC I NA 1 O lllll!llllllllllllllllllllilllllllllllllllllllllll!lllll!lllllllllillll!lllll!IHl!lll!IJ!lilllllli!l!lllllllllllllllllllllll!lllllll!!lilllllll!lllllllllíl/lllllllllllll'.11111111111111111111:IIIUI O I AR 10 POPULAR ~llllllllll!IIIUillill!lllllllllllllll'.ll!lllllllllllllllUlilllllllllllllllllllllllllllllllllillllllllll!llllllllllllllllllllllllllllllílllllllllllllUIIIIUllllll!IIIIUllllllillllU!llillllllll 1 4 -3 - 1 9 6 9 ~ .........••..•••.•.•.....•••••••............................................................................................•..............................•..................... ,. • • • • • • • •

1 MARCADO AEROPORTO i PARA HORA CERTA -EIS O LARGO ! O GRANDE «SISMO» DO GRANDE MEDO ! FALTOU... DE ALGUNS j • • • • • • • , •••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 4 .

- Estou aqui com a família toda porque ouvi dizer que 'I

Úrano .entra em contact~ .com a Bal~nça , e essa situação pode d'eterm,na,r ondas magnetacas que nao se sabe o que podem dar .. . Mas tenho fé em Deus, que é a única coisa em que se · pode confiar.

. Sírio Carapinha, enfermeko, I pelo re~eio confesso. Muitos tri nta e poucos anos de idade, Jovens nem em grup_os peque­diz-nos assim às 4 da madru- nos de quatro ou ?mco. Um

' _ . ou outro par aproveita a lnes-gada , ?ªs razoes que o fiz~- , perada noite de liberdade pa­ram sair de ca:ª· passar a no1- ra, de mãos dadas, passear ao te em· claro, a espefa de um agradável da noite. Ao longe, sismo que talvez abalasse Lis - os pais velam por eles .. . -0u boa da í a uma hora, hora e pelo sismg que há-de vir? (Ou meia, confo rme as fontes ma is talvez na-0 ve~ha, nu!"ca se ou menos «bem informadas» ... s~be, -0 melhor e, pelo sim pelo

nao ... ) Não está só com a fam ília,

de res to. Centenas de lisboe­tas amedron tados seguiram-lhe , o exemplo e o Aeroporto, onde o encontra mos, está ass im, sU­bitamente, transformado no lo­cal de refúg io e «salvação» pa­ra todos os que, cien,tlf icamen­te mal . informados e susceptí­ve is aos boatos e às crend ices, não quiseram saber de desmen­tidos ofici9is, nem da anun<:ia­da impossi bil idade cient ífica de

Mais adiante, um grupo rui­doso de jovens manifesta-se. Para eles -0 hipotético abalo de terra é -0 s·eu pequeno Car­naval. Ri-se, contam-se ane­dotas; o Aeroporto é o local da grande e inesperada roma­ria da banal noite lisboeta.

- Estamos aqui a ver o «pa­gode», por curiosidade - füz­-nos Shaeller Dias, estudante universitário, acompanhado de 1

1 um amigo, estudante de Di- , reito.

- Medo, não têm?

- Eu sei que sismos nüo. se vcxLmn vrever. Em astróloaos também não acredi to, mas, olhe. diaa-me lá quem é qm não t em medo? - r esponde. .nos, com mna perqunta. o mais sério dos companheiros José Francisco Marques. f un. cion á.rio do Totobola.

Caminhamos pela auto-es t rada Do Gabin et e, dà Pon t( so br e o T eio coniunicam-nos que o trânsito durante a noi­t e f oi o habitual.

Quase cinco e meia. J un to ao Liceu Maria Amália t réf nrnlher es do povo caminlrnir pela ru.a fora , conversa no a~ para as companheiras.

- Qual si smo.. Eu vou é pctra o ml'n t rabalho. fazer li m­veza. en tro às 6 da manhã mo m no bairro d , Camnnlide - r i-se paro nós Maria Fer­nanda M artins.

- M as d.o si rnw ncio teve medo? - insis ti mos.

- Não. Olh e. ,abe o que !he digo? se pen rnsse que o M un . do ia l'0abar quem n ão i a tr a. balhar era e•i. Fi raDa em casa. agar rad~ ar., meus f ilhos, que tenho lá seis .. .

prever sismos. - Medo d e quê, a gente ·dei- ,

LEITOS DE OCASIA- O... ta-se sempre a esta hora , hoje 1 «A ESTRELA DO SE-até há desculpa. NHúR ESTEVE SEM-

. Da Rotunda ao Aeroporto UM MIÚDO NA MA- PRE ALI...» a estrada é um caudal de DRUGADA \ carros parados ou em lento Cinco e mela. avenida do movimento. O largo fronteiro Quatro e mela d a m anhã .. . • Brasil , de novo. Junto· à Ro-ao edifício da aerogare está Vamos correr Lisboa, 0 sismo tm,icta, l)erc.e~e-se Já o fim da cheio de automóveis. Lá den- «a,proxima-se».. . Na a.venida n-01te de v1g1lla. tro, os bancos de trás estão do Brasil, 0 edif!clo do Labo- Minutos depoiS, do Aer-0por­transformados em leitos de ra.iório Nacional de Éng.enha- to regressa-se... -0u fica-se ocasião, de onde emergem es- ria Civil tem duas ou três ainda, parn uns momentos de tranhos vultos embrulhados janelas com luz. Cá fora , a conversa. em ma,ntas de viagem. Nos rua é um deserto. P elo cam- Apanhamos ainda um casal, bancos da fren_te, cabeceiam po Gra!Ilde fora , dois ou três sentado num banco, chapéu rostos sonolentos, encostados carros, o habitual. Avenida da de chuva a cobn-los ambos. às ~anelas. . _ República, MaTQuês de Pom- manta pelos joelh-OS.

~a, q~em, porem, nao esteja bal, avenida da Liberdade... -Medo não tivemos. A es-ah dmrunado peJo medo ... ou a LLsboa de sempre, a esta trela do Senhor esteve sem­bancos, passeando de um la- 1 hora . Isolados noctívagos ar- pre ali, " ª olha,r para nóS ... do para o out.ro, ou simples- , ras~m a solidão do fim da E hoje, dia 13 para 14, a Nos­mente conversa.ndo pa.ra ~a- 1· noite, caminhando devagar sa Senhora de Fátima nã-0 tar o tempo, centenas de pes- peilas placas centra!S. nos podia abandonar - con­soas esperam... • _ No Rossio, uma camioneta fe.ssa-se -nos Augusto do Car-

Nem t.odos, ))orem, estão ali , da Câmara despeja água. la- mo. guarda da P. S. P., apo­d-0mlnados pelo medo... ou va,ndo os passeios das últl- sentado. •••••••••••••••••••••••• m.a.s chuvadas. No Arco do E sobre o sismo, afinal a

.VICE-PRESIDENTE Bandeira, um g,uarda-noctur- razão da sua presença ali: no completa a moldura . -Tenho multa fé ... mas

O Terreiro do Paço é uma como moro numa cave de um

Do MUNlcíPIO praça vazia. Pacho1,rento, um prédio de sete andares, olhe, primeiro «eléctrico» liga Xa- tive medo... Somos velhos,

DE ANSIA-o bregas a Belém. mas passámos aqui a noite Campo das Cebolas, São To- Inteira.

LEIRIA. 14 - No Governo Civil deste distrito tomou posse do lugar de vice-presidente da Câmara-Municipal de Ansião o sr. Alfredo Coelho considerado comerciante de À velar. onde, à fr ente da Fundação de Nossa Senhora da Guia, tem desen­volvido notável obra de assis­tência. A posse foi-lhe conferi_ d a pelo '.ir. José Damasceno de Campos. governador civil de Leiria. e ao acto estiveram pre· sentes multas individualidades de Avelar.

O sr. Alfredo Coelho profe. riu um discurso em que afir­mou os seus propósitos de tra-­ba1har com entusiasmo e de­dicação pelo progresso do con­celho " da sua terra

mé, Santa ClaQ·a., nem vlval- * ma. Na esquina da rua da Voz do Operário um garoto sozi­nho parece olhar o frontã-0 de São Vicente. O miúdo corre rua abaixo. Não esta va ali a ver o s'ismo ...

«SE NOS TROUXESSE UMA PINGA ... » São quase cinco horas. Da­

mos um «salto» a Monsanto. Num dos parques de Montes Claros há uma vintena de car­ros parados. Dentro dorme-se. Ouvimos o sinal horário no «rádio» d.e um autom óvel. Fora seis bem dispostos lisboetas riem-se. mal nos vêem apr oxi. mar.

- Se nos trouxesse mna «pin. ga», para aqueoer - comenta um deles.

Seis e mela da manhã. A Baixa povoa-se lenta­mente. «Carros-operários" seguem pelas linhas apres­sados. A rua perdeu o si­lêncio do deserto de há pouco. A poria do merca­do da Ribeira, uma mu­lher é um vulto de frio coberto por um xaile.

-Levanto-me às 6 da manhã todos os dias para vir vender aqui em frente do mercado. O meu no­me? Maria ela C-Onceição, 38 anos, vendedeira. -E o sismo? -Qual sismo? ... Tenho

lá dois filhinhos em ca­sa ...

-Tiveram med-0? - Um tem dois anos, o

outro cinco meses... que é que perçebem clisso?!. ..

Nas inslalações sanitárias do aeroporto, estes !rês assustados lisbaalas encontraram o re­fúgio para uma noile de vigília forçada .. .

ALEGRIA DE ESTUDANTES A ESCONDER O MEDO ...

O boato e.ntrou na cidade e I Coutinho e em toda a área da dois frangos, regados com vi. as g,mtes deixaram-se possuir Portela, o número de veículos nho verde. De boca cheia, apre. por tenebrosos medo,, enquan, poderia ser contado por 111ilha- goam a venda de bons terra. to imaginavam imin·ente catá5. res. motos por baixo preço e, de trofe. Cuidaram de se afastar Mulheres oravam, algumas súbito, correm para dois au­dos edifícios que poderiam es- de rosár.io nas mãos, e os ho. tomáveis que acabam de chegar magá-Jas e. abandonaram os {a. m-ens permaneciam, ora riso- co·m outros colegas. A algazar­res, procurando espaços largos , nhos, ora meditabundos, era ra é grande, transforma-se em onde pudessem atenuar o t2r- sonolentos. Incrível agitação alegria esfuziante e a cotação ror da ';"~rte. . , apoderou-se de toda essas pes, dos sismos desce ainda mais . ..

tl. prat1camenre 1mpos?1vel soas a partir dás 2 horas da Uma de três pessoas que pas, avaliar quantos automoveu se I madrugada, pois todos conta• sam quando a propaganda é encontravam em Monsanto, vam com O grand-e sismo que muito ruidosa (duas mulheres particularmente na zona da SJ.?.. arrasaria Lisboa . . .. e un1 homem, g.en te humilde,

Às 2 e 45, um e,tudante li, ma:

O «DIARID POPULARll t TRANSP9R­TADD PARA TODO O MUNDO NOS

AVlõES DA «P. A. A.»

FaLamos-lhes do sismo, do tal que há-de vir , e. ao que parece... está quase na hora

~···············································" rafina, mas, na avenida Gago I enrolada em cobertores), excla-

,--------------------------, ceai, de 17 anos, encontra.se _ Ai meu Deus! E nós a

Pulver·1zadores. Polvº1 I h adores sentado num dos bancos de jar- querermo, pa,sar ª noite com • SOF .n.S-CAMA E TODO O MOBILI.n.RIO

ir.}] GRANDE CAMPANHA DE VENDAS

~omaple {SÍMBOLO DE QUALIDADE)

FACILIDADES ATÉ 18 MESES - SEM ·ENTRADA - SEM FIADOR CARA~TIA SÉRIA COM CERTIFICADO

R D, Estefânia, 1 9 e 2 1 562222 • Pedro Nunes, 2-B (à Rua Tomás Ribeiro ) T. 562331

~···············································

mang.ueiras aparelhos

e de

dim mais próximos da entrada a graça de D<0us neste lugar! para a recepção do aeroporto. O~frOS Veste um fato muito leve e a Os estudantes afirmaram que gola do ·casaco, levantada, não se encontravam ali por paró,

a evità que a friagem O faça ti• dia, mas um deles confessa ter r e g ritar. Perguntamos-lhe por que medo suficiente para não ficar se encontra ali e ele responde• em casa .. • ,..

CELEIRO DE CASC~IS TRAVESSA DO VISCONDE DA LUZ, 32 a 36

Telefone 280 025 - CASCAIS

QUEM É QUE NAO TEM? O maior invento do ano. Cinema onde quiser e qua n­

do quiser, de dia ou de noite. Se ainda não tem, cole este anúncio num postal e envie-o à Realma ife, Apartado 2959, Lisboa, e receberá à cobranQa, por 300$00, uma máquina movida a pilhas e um filme de 8 mim. Este preço de re­clame é só para todos os pedidos !"ecebidos até ao dia 31 do corrente. Aceitamos agentes pa,ra algumas localid ades.

,·nos, simplesmente, que por A manha começa ~ dealbar medo Não tem família em Lis, e a nossa ronda pela cidade t•r· boa ~ não quis ficar no quar• ' mina no parque Eduardo VII. to a.lugado da velha casa on. Nenhum automóvel. Vinte e de mora. Mais à frente, num duas pessoas sentadas nos ban­grupo de seis homens e qua , cos, apesar do relento. l'v!edo. tro senhoras, vai.se beberrican. Lisboa começa a acordar pa · do, um tanto alegremente , ra a vida. Palpita. Mas não há «brandy» de duas garrafas. sorri sos nos rostos dos seus ha, Evitam as perguntas do repór• bitantes despertos. A ameaça ter. Os homens não acreditam trazida por um estúpido boato nos astrólogos e as mulheres ainda domina as pessoas ...

têm medo, são sinceras, dizem ., • • • • • • •• • • • • • • • • que têm medo, mesmo ali ...

Doze estudantes de Direito e Eêonómicas assentaram arraiais numa grwde parcela do pas · UHF

M O D 1 F I CAÇOES E MONTAGENS DE ANTENAS Tele!. 538068 ou 764010

seio e comem com satisfação • ••• • • •• • ••• • • •• •