Hortalimento_Manual_Tecnico_de_Orientacao.pdf

112

Transcript of Hortalimento_Manual_Tecnico_de_Orientacao.pdf

  • GOVERNADOR DO ESTADO DE SO PAULO

    SECRETRIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

  • GERALDO ALCKMINGOVERNADOR DO ESTADO DE SO PAULO

    MNIKA CARNEIRO MEIRA BERGAMASCHISECRETRIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

    ALBERTO JOS MACEDO FILHOSECRETRIO ADJUNTO DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

    HENRIQUE MACHADO JNIORCHEFE DE GABINETE DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

    SILVIO MANGINELLIDIRIGENTE DA ASSESSORIA TCNICA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO

    CLEITON GENTILICOORDENADOR DE DESENVOLVIMENTO DOS AGRONEGCIOS

  • 5ndice

    PRODUO DE MUDAS DE ALTA QUALIDADE EM HORTALIAS

    1. Escolha do local

    2. Recipiente

    3. Substrato

    4. Manejo

    5. Bibliografia

    CULTIVO PROTEGIDO: POR QUE UTILIZAR MANEJO DO

    AMBIENTE E CUIDADOS COM A FERTILIZAO

    1. Introduo

    2. Por qu utilizar o cultivo em ambiente protegido?

    3. Manejo do ambiente protegido

    3.1. Luminosidade

    3.2. Temperatura

    3.3. Umidade relativa do ar

    4. Cuidados com a fertilizao

    5. Referncias

    CALAGEM E ADUBAO PARA HORTALIAS SOB CULTIVO PROTEGIDO

    Interpretao da anlise de solo

    Calagem

    Recomendaes de adubao orgnica para hortalias (cultivo protegido e campo)

    Recomendaes de adubao mineral para hortalias sob cultivo protegido

    conforme anlise de solo

    Adubao mineral de cobertura

    Sistemas de fertirrigao em cultivo protegido

    Recomendaes finais

    Referncias bibliogrficas

    Agradecimentos

    INSTRUES BSICAS PARA O CULTIVO DE HORTALIAS

    FOLHOSAS EM HIDROPONIA

    Introduo

    Manejo da soluo nutritiva

    Consideraes finais

    Literatura citada

    Figura 1

    Quadro 1

    Quadro 2

    Quadro 3

    07

    10

    11

    12

    14

    14

    15

    17

    18

    21

    21

    23

    26

    27

    32

    35

    37

    39

    39

    41

    42

    43

    45

    46

    46

    47

    49

    52

    55

    55

    56

    57

    58

    59

  • 6ndice

    CULTIVO DE PLANTAS AROMTICAS E MEDICINAIS

    1. Introduo

    2. Clima e solo

    3. Calagem e adubao

    4. Plantio

    5. Tratos culturais

    6. Controle fitossanitrio

    7. Colheita

    8. Literatura consultada

    EXPERINCIA DE CULTIVO EM AMBIENTE PROTEGIDO NO

    MUNICPIO DE ADAMANTINA

    1. Introduo

    2. Caracterizao da regio

    3. Caracterizao do local e descrio da estufa

    4. Primeiro cultivo - a cultura do tomateiro

    4.1. Tratos culturais

    4.2. Produo de tomate

    4.3. Custo de produo e receita da cultura

    5. Segundo cultivo: pepino tipo japons, melo net melon, tomate tipo caqui,

    tomate cereja e berinjela

    5.1. Cultura do melo net melon variedade bnus II

    5.2. Cultura do tomate caqui hbrido Fukuju

    5.3. Cultura do tomate cereja hbrido Coco

    5.4. Berinjela hbrido Kokuyo

    6. A produo do projeto beneficiando as instituies do municpio

    7. Nova fase do projeto em Adamantina

    MANEJO, EMBALAGEM E COMERCIALIZAO DE HORTALIAS

    Agricultura no Brasil - um pouco de histria

    Crescimento da populao X produtos agrcolas

    Agronegcios - hortalias

    Cadeia de alimentos no mundo

    A importncia do horticultura

    Processo de plantio

    Manejo de hortalias em ambiente protegido

    Embalagem para produtos hortcolas

    Comercializao de produtos hortcolas

    Tendncias na comercializao de hortalias e frutas

    Importncia dos detalhes

    61

    63

    65

    66

    69

    72

    72

    73

    75

    77

    79

    80

    80

    81

    82

    84

    86

    87

    90

    92

    94

    94

    95

    96

    99

    101

    102

    102

    102

    102

    103

    104

    107

    108

    109

    109

  • PRODUO DE MUDAS DE ALTAQUALIDADE EM HORTALIAS

    7

  • 9Para que um cultivo de qualquer espcie de hortalia tenha sucesso e seja desenvolvido com

    eficincia e eficcia torna-se imprescindvel que se inicie com uma muda de alta qualidade.

    Do ponto de vista prtico, essa muda de alta qualidade, segundo Minami (1995), deve: ter a

    constituio gentica exigida pelo produtor; ser sadia, sem vestgios de doenas, pragas, danos

    mecnicos ou fsicos; no ser portadora de patgenos e sementes ou estruturas de propagao

    de plantas daninhas; ser bem formada, de modo a garantir a continuidade do desenvolvimento

    quando colocada em local definitivo; ser de fcil transporte e, deve ainda, apresentar custo

    compatvel com a necessidade do produtor.

    As mudas de hortalias podem ser formadas em canteiros, sendo que, neste caso, as sementes

    so lanadas diretamente no solo e, por ocasio do transplante, a muda formada retirada

    e transplantada para local definitivo. Nesse caso, na retirada, parte do sistema radicular

    arrebentado e aps o transplante comum notar o murchamento da muda. Outra forma de se

    produzir a muda impedindo que ela sofra esse estresse a utilizao de recipientes. Nesse

    caso, ocorre a formao de um torro envolvendo o sistema radicular, diminuindo o choque por

    ocasio do transplante.

    Alguns fatores tm intensificado a utilizao de recipientes na produo de mudas de hortalias,

    pois o sistema proporciona menor interferncia no sistema radicular devido ao no rompimento

    das razes, evitando ou diminuindo a incidncia de vrias doenas. Isso proporciona maior

    proteo muda, maior porcentagem de pegamento e maior uniformidade. Alm disso, h uma

    maior facilidade de manuseio das mudas com torro e possibilidade do uso intensivo da rea

    disponvel.

    Vrios tipos de recipientes podem ser utilizados para a produo de mudas das diferentes

    espcies de hortalias. Dentre eles, podemos destacar os copos de papel de jornal, copos

    de plstico e sacos plsticos. Estes tipos so para acondicionamento individual e, de maneira

    geral, so confeccionados ou comprados pelo prprio agricultor. Outro sistema de produo de

    mudas, que possibilitou a abertura de outro tipo de profissional na rea, o produtor de mudas

    especializado, aquele que utiliza bandejas ou em embalagens para condicionamento coletivo.

    Este sistema no recente, pois vem sendo utilizado h mais de vinte anos, tanto na Europa

    como nos Estados Unidos e, atualmente, viabilizou a produo e a comercializao de mudas

    em larga escala, sendo empregado com sucesso em vrias espcies de hortalias tais como

    alface, tomate, pimento, pepino, berinjela, entre outras. Nesse sistema, devido aos cuidados

    oferecidos na fase inicial da planta, na maioria das vezes, tem-se uma semente originando uma

    planta, otimizando assim o uso das sementes.

    PRODUO DE MUDAS DE ALTA QUALIDADE EM HORTALIAS

    Dra. Valria A. Modolo

    IAC/APTA, Centro de Horticultura, Campinas-SP

  • 10

    Para que se obtenha uma muda de alta qualidade, a produo nesse sistema envolve alguns

    passos importantes: escolha de local adequado para instalao da estrutura de ambiente

    protegido, tamanho do recipiente a ser utilizado, substrato e manejo (irrigao, manuteno da

    temperatura adequada ao desenvolvimento da espcie, controle de pragas e doenas, adubao,

    entre outros.

    1. Escolha do local

    O local deve ser bem arejado, como pouca declividade, boa luminosidade e disponibilidade de

    gua de boa qualidade. reas com formao constante de neblina, com presena de ventos

    fortes ou reas prximas a trnsito excessivo, como rodovias, devem ser evitadas.

    Uma vez definido o local, deve se escolher o tipo de estrutura de ambiente protegido a ser

    utilizado.

    De acordo com o formato, as estruturas de proteo podem ser classificadas em: capela, teto em

    arco (Figura 1), teto convectivo, tnel alto, tnel baixo ou de cultivo forado, Londrina e dente-de-

    serra. Os modelos podem ser conjugados ou individuais (Figura 1) e no seu interior devem ser

    construdas bancadas de madeira tratada ou de arame estendido (Figura 2), para que as bandejas

    fiquem amparadas e no em contato direto com o solo. A simplicidade ou complexidade da

    estrutura depende do conjunto de fatores climticos tais como direo e intensidade dos ventos;

    ndice pluviomtrico; temperaturas mnimas e mximas durante o ano; riscos de geadas ou

    granizo; radiao solar, entre outros fatores como topografia do solo; localizao, principalmente

    quanto altitude e latitude; disponibilidade de gua e acesso ao local. Sendo assim, para se

    definir o tipo de estrutura, importante dispor de uma srie histrica dos dados climticos alm

    de conhecer as opes tecnolgicas disponveis no mercado para que se consiga uma estrutura

    eficiente, segura e econmica.

    Figura 1. Modelos de estruturas tipo arco simples e conjugada.

  • 11

    Figura 2. Modelos de bancadas para suporte de bandejas. esquerda, de madeira e direita, de arame estendido.

    2. Recipiente

    No mercado, h diversos modelos de bandejas de poliestireno expandido (Figura 3) com 34 x

    68 cm, ou de polietileno de alta densidade (Figura 4), com nmero de clulas que pode variar

    de 72 a 800 por bandeja, com formas e volumes de clulas diferentes, podendo ser redondas,

    piramidais ou cilndricas. A profundidade tambm pode ser varivel, sendo encontradas bandejas

    de 47, 60 e 120 mm de altura. As mais utilizadas para produo de mudas de hortalias so as

    piramidais de poliestireno expandido, com 128, 200 e 288 clulas e 47 mm de altura. A escolha

    do tamanho de clula adequado para formao da muda depende da espcie e do tempo que a

    muda permanecer no recipiente.

    Figura 3. Modelos de bandejas de poliestireno expandido.

  • 12

    Figura 4. (A) Bandeja de polietileno de alta densidade de 67 cm x 23 cm de largura x 6 cm de altura, com volume de clula de 16 cm. (B) Bandeja de polietileno de alta densidade de

    53 cm x 27 cm de largura x 6 cm de altura, com volume de clula de 17 cm.

    As bandejas devem ser colocadas em suportes, a uma determinada altura do cho, que facilite

    as operaes de semeadura, rega e outras operaes que sejam necessrias. O suporte pode

    ser de madeira, alumnio, bambu ou qualquer outro material que mantenha a estrutura rgida e

    possibilite a colocao das bandejas.

    3. Substrato

    Substrato agrcola ou mistura para cultivo so dois nomes pelos quais conhecida a matria-

    prima ou mistura de matrias-primas que, usadas para germinao de sementes, enraizamento

    ou cultivo de plantas, iro exercer a funo do solo. Sua principal funo a fixao do sistema

    radicular para sustentao da planta. Deve ser um meio saudvel para o crescimento das

    razes, bem arejado, livre de pragas e doenas, fornecer todos os nutrientes ou permitir que eles

    estejam disponveis s plantas, possuir boa disponibilidade de gua e ter estabilidade fsica.

    Deve tambm apresentar algumas propriedades fsicas e qumicas intrnsecas importantes para

    sua utilizao, tais como boa capacidade de reteno de guas, alta disponibilizao de oxignio

    para as razes, capacidade de manuteno da proporo correta entre a fase slida e liquida, alta

    capacidade de troca catinica (CTC), baixa relao C/N, entre outras. Alm destas propriedades

    tcnicas, dois critrios essenciais devem ser considerados na escolha de um substrato agrcola:

    custo e disponibilidade. O custo de aquisio deve ser baixo, porm o baixo custo de aquisio

    no suficiente se no estiver disponvel no momento desejado.

    Quanto a sua origem os substratos podem ser agrupados em minerais e orgnicos. Dentre os

    de origem mineral, os mais utilizados na produo de mudas so: Areia - material encontrado

    naturalmente em grande abundncia sendo quimicamente inerte e constitudo basicamente por

    xido de silcio; vermiculita: material produzido artificialmente mediante a expanso da mica

    sob temperatura de 1.100C, formando flocos levssimos, possui um elevado valor de CTC,

    pequena inrcia qumica e capaz de absorver de 4 a 5 vezes o seu prprio peso em gua; l

    de rocha: fabricada pela fuso a 1600C de trs materiais diferentes (basalto, calcrio e coke).

    Do ponto de vista qumico, um material inerte e do fsico, um material poroso com baixa

    energia de reteno de gua, o que proporciona uma elevada disponibilidade hdrica s plantas.

  • 13

    um material extremamente leve e fcil de manusear; perlita: material de slica branco-cinzento,

    de origem vulcnica e explorada nas minas de lava. O minrio bruto triturado, peneirado e

    aquecido no forno a 760 C no qual uma pequena quantidade de umidade presente nas partculas

    transforma-se em vapor, em pequenos gros esponjosos, muito leves.

    Os substratos de origem orgnica so detritos vegetais como casca de rvores, casca de arroz,

    palha, serragens. A composio qumica varivel dependo da origem do material. Os maiores

    inconvenientes so a alta relao C/N ou a presena de substncias txicas. A compostagem

    prvia ajuda a diminuir esses problemas. Do ponto de vista fsico, esses materiais so muito

    porosos e tm uma baixa capacidade de reteno de gua. No entanto, sua grande disponibilidade

    e seu baixo custo tornam sua utilizao promissora, principalmente em misturas com substratos

    minerais ou orgnicos de custo elevado. Podemos destacar: fibra de coco: o mesocarpo do fruto

    do coqueiro, suas fibras podem ser compostadas, secas e comprimidas em blocos para facilitar

    o transporte; para utilizao, os blocos so reidratados; turfas: so constitudas basicamente

    por materiais de origem vegetal, contendo menos de 10% de contaminantes minerais; bagao

    de cana: fibras de bagao de cana de acar que podem ser encontradas mais facilmente em

    regies produtoras de acar e lcool, por serem resduos do processamento nas usinas; casca

    de arroz carbonizada: o resduo do beneficiamento do arroz e da mesma forma que o bagao

    de cana, pode ser encontrado mais facilmente em determinadas regies; casca de rvores: no

    Brasil, abundante a casca de pinheiro como subproduto da explorao silvicultural de Pinus spp.

    e Eucalyptus spp., um componente bastante utilizado nas misturas de substratos comerciais.

    Para a utilizao na produo de mudas geralmente feita a mistura de dois ou mais substratos.

    Torna-se importante ressaltar que as caractersticas fsicas e qumicas da mistura podem ser

    diferentes daquelas encontradas em cada componente isolado.

    Tambm existem no mercado misturas prontas. Geralmente estas misturas so compostas de

    um material de origem mineral (vermiculita, perlita, etc) e outros de origem orgnica (casca de

    rvores, casca de arroz carbonizada, hmus, etc) a depender da empresa produtora. Nesse

    caso, qualquer variao no prevista nesta mistura pode resultar num fracasso total no cultivo.

    Alm dos efeitos diretos na produo da muda, um substrato mal formulado pode comprometer

    tambm a produo no campo aps o transplante. Ao utilizar, por exemplo, um substrato

    contaminado por algum fungo o horticultor pode estar introduzindo uma nova doena no campo.

    O mesmo acontece com as plantas daninhas. Um substrato pode carregar consigo sementes

    ou outras estruturas de propagao de essas plantas para rea de cultivo e isso poder ser

    percebido, dependendo do grau de infestao, somente ao longo dos ciclos de cultivo quando o

    controle torna-se mais difcil.

  • 14

    4. Manejo

    A gua fator limitante para a produo da muda. Seu fornecimento deve ser de maneira

    adequada, pois tanto a falta quanto o excesso podem comprometer o desenvolvimento da planta.

    A irrigao uma prtica agrcola necessria na produo de mudas, que visa principalmente

    atender s necessidades no momento adequado. Para se atingir bons resultados com o

    uso da irrigao, vrios fatores so importantes e devem ser levados em conta, tais como

    a seleo de mtodos de irrigao e o manejo da gua (distribuio, freqncia, lmina de

    irrigao, estimativa do consumo de gua, caractersticas do desenvolvimento das plantas

    e sensibilidade ao estresse hdrico). O sistema de irrigao mais utilizado para produo de

    mudas em hortalias no Brasil o de asperso mas na produo de mudas em recipientes

    pode ser utilizado: gotejamento, pulverizadores em barra, por capilaridade ou subirrigao.

    Quanto nutrio, talvez seja uma parte que merea bastante ateno do produtor de mudas.

    O substrato totalmente diferente do solo e nem sempre uma adubao recomendada para um

    tipo de substrato pode ser utilizada em outro. A quantidade de nutrientes no substrato, o tipo de

    adubo, a concentrao de nutrientes na soluo para aplicao foliar e o momento da aplicao

    so pontos que devem ser considerados. Segundo Minami (2010) a tendncia utilizar substratos

    com zero de nutrientes e utilizar fertirrigao. Assim, possvel cada produtor manipular o

    crescimento das mudas de acordo com as condies ambientais e necessidade de cada cultura.

    Finalizando, o controle fitossanitrio tambm deve ser realizado quando necessrio. Mas, tratando-

    se de um ambiente protegido, deve-se ficar atento s causas desses tipos de problemas. Na maioria

    das vezes, o melhor controle dos fatores envolvidos na produo, tais como luz, temperatura,

    umidade e nutrio, podem diminuir ou at mesmo inibir a ocorrncia de pragas e doenas.

    5. Bibliografia

    Andriolo, J.A. Fisiologia das culturas protegidas. Santa Maria: Ed. da UFSM, 1999. 142p.

    Borne, H.R. Produo de mudas de hortalias. Guaba: Livraria e Editora Agropecuria Ltda,

    1999. 189p.

    Minami, K. Produo de mudas de alta qualidade em horticultura. So Paulo: T. A. Queiroz Editor

    Ltda, 1995. 128p.

    Minami, K. Produo de mudas de alta qualidade. Piracicaba: Editora Degaspari, 2010. 426p.

    Sade, A. Cultivos Bajo Condiciones Forzadas. Almeria, 139p.

  • CULTIVO PROTEGIDO: POR QUE UTILIZAR MANEJODO AMBIENTE E CUIDADOS COM A FERTILIZAO

    15

  • 17

    CULTIVO PROTEGIDO: POR QUE UTILIZAR MANEJO DO AMBIENTE E CUIDADOS COM A FERTILIZAO

    Luis Felipe Villani PurquerioSebastio Wilson Tivelli

    IAC/APTA, Centro de Horticultura, Campinas-SP UPD de So Roque, APTA Regional, So Roque-SP

    1. Introduo

    Desde o aparecimento da indstria petroqumica na dcada de 30 e com o crescimento da

    utilizao do plstico em diversos setores a partir da 2a Guerra Mundial, no ficaria o setor

    agrcola indiferente ao novo e promissor material que surgia em diferentes campos de aplicao.

    O plstico tem sido empregado nas atividades agropecurias com maior participao na

    produo de alimentos, substituindo materiais tradicionais como madeira, vidro, ferro e cimento,

    com a finalidade de minimizar os custos de produo e inovar tcnicas tradicionais. Dessa

    forma, a plasticultura pode ser definida como a tcnica da aplicao dos materiais plsticos na

    Agricultura.

    Originalmente, o cultivo protegido de plantas era feito em ambiente construdo com vidro devido

    s suas excelentes propriedades fsicas. Atualmente, o filme plstico de polietileno de baixa

    densidade (PEBD) o material mais utilizado para a cobertura de estufas agrcolas porque

    alm de possuir propriedades que permitem seu uso para essa finalidade como a transparncia,

    so flexveis, facilitando seu manuseio, e possuem menor custo quando comparados ao vidro.

    Com a facilidade de uso do PEBD, houve grande aumento em seu consumo. Porm, ainda hoje,

    o manejo das culturas em ambiente protegido um gargalo para o sucesso da atividade, sendo

    que a falta de conhecimento tcnico limita os benefcios gerados por essa atividade e o sucesso

    do empreendimento.

    Segundo Bliska Jnior (2011) , conforme atualizao do Diagnstico da Plasticultura, elaborado

    pelo Comit Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicao de Plsticos na Agricultura (COBAPLA),

    no Brasil, a rea de cultivo protegido (estufas agrcolas e viveiros) para horticultura em geral

    de aproximadamente 20.000 ha.

  • 18

    2. Por que utilizar o cultivo em ambiente protegido?

    Figura 1. Tnel alto, com filme transparente e alface (A), tnel baixo, com filme leitoso e morango (B), estrutura com p-direito do tipo arco (C), casa de vegetao, de vidro, com

    controle do ambiente e tomate (D).

    O clima um fator que influencia a produo de hortalias. No vero, as chuvas demasiadas

    danificam as hortalias e criam condies favorveis para o aparecimento de doenas. Por outro

    lado, o frio e os ventos do inverno acabam prolongando o ciclo dessas culturas.

    Para auxiliar na resoluo desse entrave podemos lanar mo do cultivo protegido, que se

    caracteriza pela construo de uma estrutura, para a proteo das plantas contra os agentes

    meteorolgicos que permita a passagem da luz, j que essa essencial para realizao da

    fotossntese. Este um sistema de produo agrcola especializado, que possibilita certo

    controle das condies edafoclimticas como: temperatura, umidade do ar, radiao, solo, vento

    e composio atmosfrica.

    O ambiente protegido pode ser um tnel (baixo ou alto), uma estufa agrcola com ou sem p

    direito ou at mesmo uma casa de vegetao, onde o controle do ambiente intensificado

    (Figura 1). Nas estruturas mais altas pode ser realizado o cultivo sem solo, mais conhecido como

    hidropnico.

    A B

    C D

    Foto

    s: P

    urqu

    erio

    , L. F

    . V.

  • 19

    Alm do controle parcial das condies edafoclimticas, o ambiente protegido permite a realizao

    de cultivos em pocas que normalmente no seriam escolhidas para a produo ao ar livre. Esse

    sistema tambm auxilia na reduo das necessidades hdricas (irrigao), atravs de uso mais

    eficiente da gua pelas plantas. Um outro bom motivo para produzir em ambiente protegido o

    melhor aproveitamento dos recursos de produo (nutrientes, luz solar e CO2), resultando em

    precocidade de produo (reduo do ciclo da cultura) e reduo do uso de insumos, como

    fertilizantes (fertirrigao) e defensivos.

    Um exemplo de diferena de produtividade atingida com e sem o uso de ambiente protegido em

    diferentes estaes do ano pode ser acompanhado para a cultura da rcula na da Figura 2.

    Figura 2. Produtividade de rcula, cv. Folha Larga, cultivada em campo e ambiente

    protegido no inverno (A) e no vero (B), em

    funo de doses de nitrognio, na colheita.

  • 20

    No inverno, devido s condies climticas favorveis ao cultivo da rcula, seria dispensvel o

    uso do ambiente protegido. Porm, devido ao melhor aproveitamento dos fatores de produo

    pelas plantas, que ocorre dentro do mesmo ambiente, houve melhor rendimento das plantas

    cultivadas no ambiente protegido em relao s cultivadas em campo. A maior produtividade

    verificada no campo com 240 kg ha- de nitrognio, foi alcanada com 110 kg ha- de N no

    ambiente protegido, ou seja, teve-se uma economia de 130 kg ha- de nitrognio no cultivo

    protegido (Purquerio, 2005; Purquerio et al., 2007).

    J no vero, a alta precipitao pluviomtrica durante o ciclo da cultura e sua concentrao em

    curtos perodos de tempo foi prejudicial s plantas cultivadas no campo, que no conseguiram

    acompanhar a produtividade verificada no ambiente protegido.

    No campo, alm da menor produtividade, tambm se observou menor qualidade das plantas.

    O impacto das gotas de chuva nas folhas, bem como a movimentao de partculas de solo,

    danificaram fisicamente as folhas, atrasando o desenvolvimento da planta e diminuindo a

    qualidade final do produto, a ponto de, na colheita, as folhas no apresentarem bom aspecto

    para a comercializao, pois estavam coriceas, amareladas, danificadas e sujas (Figura 3).

    Foto

    s: P

    urqu

    erio

    , L. F

    . V.

    AB

    Figura 3. Danos fsicos (A) e acmulo de solo (B) em folhas de rcula, causados pela chuva em cultivo de campo.

    Por outro lado, o cultivo em ambiente protegido tambm apresenta desvantagens, como o alto

    custo para sua implantao, que pode variar de R$ 40,00 a R$ 200,00 cada m2, dependendo do

    grau de tecnologia empregada no ambiente. Alm disso, esse sistema de cultivo envolve reas

    de conhecimento amplas para que o manejo das plantas dentro dele seja bem feito, necessitando

    de mais conhecimento tcnico para ser realizada com sucesso.

  • 21

    3. Manejo do ambiente protegido

    Para cultivar hortalias em ambiente protegido necessrio, antes de tudo, conhecer muito bem

    as espcies que sero cultivadas, principalmente quanto s exigncias ambientais e nutricionais,

    ou seja, conhecer as necessidades fisiolgicas das hortalias. Tambm, o ambiente em que

    sero plantadas, no s em termos de regio, mas de localizao, coletando informaes sobre

    temperaturas reinantes (mxima e mnima), perodo de maior chuva, predominncia de ventos,

    culturas adjacentes e permanncia de uma mesma cultura.

    3.1. Luminosidade

    A radiao solar um dos fatores que influenciam na produtividade das espcies, tanto no

    campo como em ambiente protegido, especialmente nos meses de inverno e em altas latitudes.

    As distintas regies do Brasil, em geral, mostram uma reduo da radiao solar incidente no

    interior do ambiente protegido com relao ao meio externo de 5 a 35%. Estes valores variam

    com o tipo de filme plstico (composio qumica e espessura), com o ngulo de elevao do sol

    (estao do ano e hora do dia) e que tambm dependem da reflexo e absoro pelo material.

    No ambiente protegido, a frao difusa da radiao solar maior que no meio externo,

    evidenciando o efeito dispersante do filme plstico. Dessa forma, a radiao dentro do ambiente

    protegido pode atingir com maior eficincia as folhas das hortalias, principalmente no caso das

    plantas conduzidas na vertical, ou cultivadas em densidade elevada, onde uma folha tende a

    sombrear a outra (Figura 4).

    Figura 4. Esquema ilustrativo da radiao dentro do ambiente protegido e projeo

    aproximada de bolso trmico formado no interior da estrutura.

    Imag

    em: P

    urqu

    erio

    , L. F

    . V.

  • 22

    Qualquer que seja a regio de produo, no se pode ter estruturas construdas ao lado de

    rvores ou construes que projetam sua sombra sobre a estrutura de cultivo protegido, mesmo

    que seja apenas por algumas horas durante o dia. Estruturas geminadas tambm geram faixas

    de sombreamento sobre as culturas em seu interior (Figura 5).

    Figura 5. Sombreamento gerado por rvores (A) e calhas em estruturas geminadas (B).

    AB

    Imag

    em: C

    astil

    la (2

    005)

    Foto

    : Pur

    quer

    io, L

    . F. V

    .

    Outro ponto a ser observado a deposio de poeira sobre o filme plstico, que reduz a

    luminosidade no interior da estrutura, causando o estiolamento das plantas. Quando o filme

    plstico se encontra em boas condies recomendvel sua lavagem (com uma vassoura de

    cerdas macias ou com uma espuma que pode ser envolvida num rodo) (Figura 6). Em casos

    de estruturas tipo arco, com apenas um vo, possvel utilizar uma faixa de tecido no tecido,

    conhecido como TNT, sendo esta manejada por duas pessoas. Cada pessoa deve estar de um

    lado da estrutura e fazer um movimento compassado puxando e soltando o tecido, imitando

    um movimento de serra, deslocando-se ao longo do comprimento da estrutura. Pode-se fazer a

    lavagem antes do perodo de inverno.

    Figura 6. Filme plstico usado para cobertura de uma estrutura tipo arco sendo lavado (A) e detalhe de um rodo revestido com espuma (B).

    A

    Foto

    s: G

    oto,

    R.

    B

  • 23

    Para os cultivos sensveis ao excesso de luminosidade, o uso de malhas sintticas de

    sombreamento, com 30 a 50% de sombra, colocadas no interior da estrutura, altura do p

    direito, soluciona satisfatoriamente o problema.

    O uso de iluminao artificial em ambiente protegido uma prtica cultural onerosa, sendo

    somente justificada para culturas de alto valor agregado e sensveis ao fotoperodo, como

    algumas flores e plantas ornamentais.

    Salienta-se que, sempre que se altera a intensidade luminosa no interior do ambiente protegido,

    modificam-se tambm outros parmetros agrometeorolgicos, como temperatura e umidade

    relativa do ar.

    3.2. Temperatura

    A temperatura exerce influncia sobre as seguintes funes vitais das plantas: germinao,

    transpirao, respirao, fotossntese, crescimento, florao e frutificao. Nos pases do

    hemisfrio norte, caracterizados por clima temperado com invernos muito rigorosos, o ambiente

    protegido possui a finalidade de aquecimento, tornando-se uma verdadeira estufa para que a

    produo seja possvel. Porm, nas condies climticas brasileiras, consideradas tropicais e

    subtropicais, onde o cultivo de hortalias possvel durante o ano todo, o aquecimento natural

    demasiado do ambiente pode causar problemas no cultivo das plantas.

    Para o manejo da temperatura do ar indispensvel a instalao de um termmetro de mxima

    e mnima a 1,5 m de altura, no centro do ambiente protegido, abrigado da luminosidade direta

    do sol. As leituras devem ser realizadas diariamente e sempre no mesmo horrio. Atualmente,

    tambm se dispe de equipamentos eletrnicos conhecidos como microllogers, que possuem

    sensores de temperatura e umidade do ar que realizam automaticamente a leitura destas

    variveis no momento desejado.

    O manejo da temperatura do ambiente protegido comea pela escolha do tipo de ambiente a

    ser utilizado, que est muito relacionado espcie que vai se cultivar. Cada hortalia possui

    uma necessidade fisiolgica diferente de temperatura, a qual pode no ser atingida em funo

    do tipo de ambiente utilizado. Deve-se, ento, prestar ateno em relao altura do p direito

    do ambiente quando se pensa em cultivar plantas com arquitetura mais alta como o tomateiro.

    Para estas culturas, recomenda-se um ambiente com no mnimo 3,0 a 3,5 m de altura de p

    direito. Esta deve ser de 0,50 a 1,00 m maior do que a mxima altura da cultura que ser

    conduzida (Sade, 1997). A Figura 4 ilustra aproximadamente o bolso trmico que se forma

    numa estrutura do tipo arco, onde as temperaturas so mais elevadas.

    Plantas de porte herbceo, como hortalias e plantas medicinais, podem ser cultivadas em

    ambientes com p direito menor, ou mesmo com a ausncia desse, como o caso dos tneis de

    cultivo forado, porm, sempre se respeitando as necessidades trmicas da cultura.

  • 24

    Quando a temperatura muito alta, possvel lanar-se mo de recursos para a reduo da

    mesma. O posicionamento da estrutura pode favorecer a ventilao natural dentro do ambiente.

    Na instalao do ambiente, deve-se observar a inclinao do terreno, principalmente para

    estruturas do tipo londrina (com plstico estendido na horizontal), pois esta facilita a passagem

    do ar quente pela estrutura, com sua sada pela lateral que estiver na parte mais alta do terreno.

    A estrutura deve sempre ser instalada com a menor dimenso (frente), no sentido da corrente

    do vento predominante.

    Outro ponto a ser observado so as cortinas laterais que devem ser sempre mveis para serem

    fechadas no caso da necessidade de reteno da temperatura atravs do aquecimento do ar, ou

    abertas para a sada do ar quente, quando se deseja o resfriamento. Sadas para o ar quente, na

    parte superior das estruturas, conhecidas como lanternim e janelas zenitais (Figura 7) tambm

    possibilitam o resfriamento do interior do ambiente protegido. Estas podem ser fixas ou mveis,

    para serem abertas ou fechadas conforme a necessidade. Ressalta-se que essas aberturas no

    ambiente devem sempre estar a favor do vento, para que a sada do ar quente seja facilitada, e

    que tambm existe a necessidade de uma abertura na parte inferior, para provocar o fluxo de ar,

    igualando a temperatura interna externa (Andriolo, 1999).

    Foto

    s: P

    urqu

    erio

    , L. F

    . V.

    AB

    Figura 7. Lanterim fixo ao longo da cumeeira (A) e janelas zenitais (B).

    O uso de telas sintticas, pretas, de sombreamento (30 a 50%) e de pincelamento com tinta ou

    cal, embora sejam relativamente eficientes na diminuio da temperatura, tambm diminuem

    a luminosidade, o que nem sempre desejado. No mercado, tambm existe disposio dos

    produtores uma tela aluminizada que, instalada na altura do p-direito da estrutura de ambiente

    protegido, proporciona reduo da temperatura sem influir demasiadamente na luminosidade

    (Figura 8).

  • 25

    Foto

    s: P

    urqu

    erio

    , L. F

    . V.

    Figura 8. Tela aluminizada

    colocadas no interior do ambiente protegido, na altura

    do p direito da estrutura.

    Porm, se o objetivo for a reduo da temperatura com telas sintticas de sombreamento, da

    colorao preta, estas devem ser colocadas de 0,5 a 0,8 m por cima da cumeeira da estrutura,

    nunca dentro do ambiente protegido.

    A nebulizao outro recurso disponvel para a reduo da temperatura no interior do ambiente

    protegido. Para a gua passar de seu estado lquido para o gasoso, ela necessita de calor.

    Dessa forma, atravs da pulverizao de gotculas de gua dentro da estrutura, com auxlio

    de um sistema de nebulizao ou fogger, consegue-se a reduo da temperatura do ar pela

    mudana no estado fsico da gua. A utilizao de nebulizadores como instrumento de controle

    de temperatura tambm est relacionada com a umidade relativa do ar dentro do ambiente.

    Como exemplo, Andriolo, (1999) cita que um ambiente que se encontrava com temperatura do

    ar em torno de 35C e umidade relativa do ar de 40%, quando teve sua umidade elevada para

    100%, apresentou uma queda na temperatura, chegando at 21C.

    Ressalta-se que a nebulizao no tem a funo de irrigar. O manejo incorreto dos nebulizadores

    pode causar efeitos negativos na cultura em funo do molhamento da parte area da planta

    e aumento da umidade relativa dentro do ambiente protegido, que acarretar outros problemas

    como o aparecimento doenas fngicas e bacterianas.

    Para algumas regies do Brasil, a elevao da temperatura do ar dentro do ambiente protegido

    em alguns meses ou em alguns dias dos meses de inverno necessria. O modo mais

    econmico para o aquecimento do ambiente por meio do manejo das cortinas laterais que so

    abertas no perodo da manh, aps a temperatura interna do ar atingir seu mximo valor, sendo

    posteriormente fechada tarde, quando a temperatura decresce. Assim, procura-se acumular

    o ar quente dentro do ambiente para que, noite, a planta tenha temperaturas maiores que

    a externa. Caso esse manejo no seja suficiente para elevao da temperatura no interior do

    ambiente protegido, o produtor pode lanar mo de caldeiras (a gs, eltrica, a lenha), que

    permitem o aquecimento do ambiente com ar ou gua quente, que so distribudos por meio de

    canos ou tubulaes de plstico pelo ambiente. Em geral, essa operao acaba aumentando o

    custo de produo.

  • 26

    Todas essas prticas so efetuadas para manter a temperatura ideal para o crescimento e

    desenvolvimento das culturas. Por exemplo, o tomateiro necessita de temperaturas diurnas

    mdias em torno de 22 a 28C. Temperaturas acima de 30 a 32C prejudicam o pegamento de

    frutos.

    A planta de pepino considerada uma cultura subtropical que no tolera temperaturas baixas.

    A faixa ideal de temperatura de 27 a 30C de dia e 18 a 19C de noite, durante o crescimento

    vegetativo e 27 a 28C diurnos durante o florescimento/frutificao. Quando a temperatura dentro

    do ambiente protegido alcana valores mais elevados, podem ocorrer distrbios fisiolgicos

    como o entortamento de frutos e aborto de flores e frutos.

    Com relao temperatura do solo, pode-se mant-la dentro da faixa mais adequada para a

    cultura com um manejo muito simples, a irrigao. No vero, a irrigao e o manejo da temperatura

    do ar contribuem para a manuteno dentro da faixa ideal para a cultura. O produtor deve estar

    atento temperatura do solo, principalmente no incio do desenvolvimento da cultura e quando

    utilizar mulching plstico. No inverno, as irrigaes devem ser feitas preferencialmente no

    perodo da manh para que haja tempo do solo aquecer durante o dia. Em outras palavras, no

    devemos irrigar as plantas de tardezinha, pois as razes iro passar toda a noite em um solo frio.

    3.3. Umidade relativa do ar

    A umidade relativa do ar no interior de um ambiente protegido determinada diretamente pela

    temperatura, numa relao inversa entre ambas. Ela pode variar num perodo de 24 horas de 30

    a 100%, sendo que diminui durante o dia e aumenta durante a noite.

    Ela est vinculada ao equilbrio hdrico das plantas, onde um dficit pode alterar a

    evapotranspirao, alterando a capacidade do sistema radicular de absorver a gua e o nutriente.

    Dessa forma, o manejo da umidade do ar tambm vai depender da cultura visando atender sua

    fisiologia de crescimento e desenvolvimento.

    Para o manejo da umidade dentro do ambiente protegido necessria a instalao de um

    higrmetro ou um termo-higrmetro, cujas leituras devero ser registradas diariamente ao

    meio dia (12h). A localizao desse instrumento deve ser a mesma citada para o termmetro

    de mxima e mnima. Com o monitoramento, o produtor poder previamente estabelecer as

    estratgias a serem adotadas no transcorrer da cultura para manter a umidade relativa dentro

    dos limites da faixa ideal de cada cultura.

    Um efeito do excesso de umidade do ar no interior dos ambientes protegidos a sua condensao

    na face interna do filme plstico de cobertura e consequente reduo na transmitncia da radiao

    solar. Para algumas culturas mais sensveis, a queda dessas gotas promove o aparecimento de

    manchas nas plantas. Atualmente, no mercado, a maioria dos filmes plsticos comercializados

    tem a propriedade de anti-gotejamento. As gotas formadas escorrem pelo lado interno do

    plstico para as laterais da estrutura. Deve-se ressaltar que a arquitetura da estrutura (formato)

    auxilia esse processo.

  • 27

    Para a ocorrncia da maioria das doenas, a umidade um fator essencial, sendo que para

    elas terem um timo desenvolvimento, a umidade do ar deve estar acima de 80%. Portanto,

    por meio do manejo correto da umidade tambm se pode diminuir a incidncia de doenas

    e consequentemente gerar reduo no uso de defensivos agrcolas, diminuindo o custo de

    produo.

    Salienta-se que o correto manejo da umidade tambm se faz necessrio para a aplicao de

    defensivos agrcolas e fitorreguladores, sendo que esses produtos no devem ser aplicados com

    menos de 55% de umidade relativa, pois sua eficincia pode ser reduzida.

    A alta umidade do ar tambm pode influir no aparecimento de desordens fisiolgicas, como

    a deficincia de clcio em folhas jovens em expanso, devido ao deficiente transporte desse

    elemento em funo da restrio evapotranspirativa (Martins et al., 1999).

    Em algumas situaes, o excesso de umidade dentro do ambiente protegido proveniente da

    localizao da estrutura. Isso ocorre quando ela instalada em baixadas sujeitas ao acmulo

    de neblina ou prximas aos lagos e represas. Nesses casos, pouco se pode fazer; se possvel,

    deve-se mudar a estrutura de local, pois o excesso de umidade durante o dia, ao reduzir a

    transpirao, pode reduzir a produo.

    Um dos tratos culturais que influencia diretamente a umidade relativa do ar no cultivo protegido

    a irrigao, sendo que esta deve ser realizada corretamente, atravs de monitoramento por

    tensiometria ou pela evapotranspirao da cultura.

    No manejo da umidade do ar, a ventilao do ambiente pode auxiliar tanto para aumentar como

    para diminuir a mesma.

    Outras medidas de manejo podem ser adotadas para se elevar a umidade, como a pulverizao

    das plantas com gua. Nesse caso, a gua pulverizada ao evaporar das plantas ir elevar a

    umidade e diminuir a temperatura.

    Tambm se pode molhar os carreadores para aumentar a umidade, controlando sempre a

    quantidade de gua colocada para que, no final da tarde, o cho dos carreadores estejam secos.

    E finalmente no se deve utilizar mulching plstico nos cultivos, em regies ou pocas sujeitas

    a baixas umidades do ar.

    4. Cuidados com a fertilizao

    Para a produo de diversas espcies da cadeia da horticultura que, normalmente, so feitas

    sob condies de cultivo intensivo, existe a necessidade de suprimento adequado de nutrientes,

    desde o estgio de plntula at a colheita, haja vista que o desequilbrio nutricional, seja por

    carncia ou excesso de nutrientes, fator estressante para a planta.

  • 28

    Para o Estado de So Paulo, existe uma recomendao de calagem, adubao orgnica e

    qumica de plantio, bem como de adubaes de cobertura para vrias espcies da cadeia da

    horticultura (Raij et al., 1997). Essa recomendao no especfica para o cultivo protegido,

    porm, fornece uma base muito slida, devendo ser utilizada em conjunto com os resultados de

    anlises de solo.

    As causas do insucesso no manejo da fertilizao dentro do ambiente protegido esto divididas

    entre a necessidade de recomendaes de adubao diferenciadas para o cultivo protegido e a

    falta de acompanhamento das condies de fertilidade de solo pelos produtores.

    A salinizao dos solos pode ter origem natural, como naqueles localizados em zonas ridas

    e semi-ridas, onde a evaporao superior precipitao, ou ser induzida pelo homem, pelo

    manejo inadequado no uso de fertilizantes qumicos e orgnicos. Esta ltima causa a de maior

    impacto econmico, pois verificada em reas onde se realizou investimento de capital (Silva,

    2002), como o caso das estufas agrcolas.

    Em condies salinas, ocorre reduo na disponibilidade de gua para a planta, alm de

    desequilbrio nutricional nos solos, toxicidade de alguns ons e interferncia no equilbrio hormonal

    das plantas (Larcher, 1995), sendo reduzida a produtividade das mesmas.

    De maneira geral, o processo de salinizao pode ser evitado ou desacelerado caso ocorram

    precipitaes pluviais concentradas em quantidades suficientes, associadas adequada

    permeabilidade do solo ou a um sistema de drenagem eficiente para promover uma lavagem

    natural do perfil. Todavia, em condies de plantio em estufas agrcolas, a lavagem natural

    dificultada, passando o solo a ter caractersticas semelhantes aos de regies semi-ridas

    (Medeiros, 1998).

    O processo de salinizao dos solos em condies de ambiente protegido est relacionado

    diretamente ao acmulo de sais na soluo do solo, havendo duas causas principais: a primeira

    a utilizao de guas de qualidade inferior, com elevado teor de cloretos, carbonatos e

    bicarbonatos, e a segunda a adio de fertilizantes de elevados ndices salinos e em quantidades

    superiores s requeridas para a nutrio das plantas. Em funo da irrigao praticada em

    estufas agrcolas, fazer uso principalmente de guas superficiais captadas em rios e crregos,

    com reduzidos teores de sais, a adubao excessiva torna-se a principal causa do problema de

    salinizao.

    Com o avano da tecnologia de produo e o aparecimento da aplicao de fertilizantes por

    meio da gua de irrigao (fertirrigao), a adubao das culturas ficou facilitada e mais eficiente

    quando utilizada corretamente. Porm, quando realizada de maneira incorreta, seus efeitos

    depressivos (salinizao) so mais intensos que na adubao convencional (Vivancos, 1993;

    Burt et al., 1995).

  • 29

    Preocupados em garantir elevada produtividade, os agricultores, alm do fertilizante qumico,

    aplicado de maneira convencional ou via fertirrigao, muitas vezes aplicam elevadas quantidades

    de material orgnico que, por si s, seriam suficientes para o fornecimento dos nutrientes exigidos

    pelas plantas (Silva, 2002), agravando-se ainda mais o processo de salinizao.

    Alm do sistema de adubao utilizado (convencional ou fertirrigao) e da fonte do nutriente

    (qumica e ou orgnica), o processo de salinizao no cultivo protegido agravado quando se

    cultivam plantas de ciclo rpido, como as hortalias (50 a 120 dias aproximadamente), adubadas

    pelo agricultor a cada novo plantio, sem utilizao de anlise qumica de solo como referncia.

    Assim, so comumente verificados, em estufas agrcolas salinizadas, teores de potssio acima

    de 6,0 mmolc dm-, de fsforo acima de 120 mg dm-, e de clcio e magnsio acima de 7 e 8

    mmolc dm-, todos considerados muito elevados para os solos agrcolas, segundo Raij et al.

    (1997). Tambm so verificados para os micronutrientes boro, cobre, ferro, mangans e zinco,

    teores acima de 0,6; 0,8; 12; 5,0 e1,2 mg dm-, respectivamente, considerados elevados nos

    solos em geral.

    Dentre as tcnicas para o controle da salinizao, a aplicao de lminas excedentes de irrigao,

    de possvel percolao no perfil do solo e com as quais seja garantido um equilbrio favorvel dos

    sais na zona radicular da cultura, pode ser uma opo, como verificado por Blanco e Folegatti

    (2000). Entretanto, para que essa prtica de controle seja eficiente, necessria uma adequada

    drenagem do solo, garantindo-se, alm da aerao, que o fluxo descendente seja prevalecente

    ao ascendente no perfil do solo e que os sais lixiviados sejam eliminados mediante drenagem. O

    preparo intensivo do solo, atravs do uso de enxada rotativa, que comum em estufas agrcolas,

    alm de pulverizar o solo, auxilia na formao de uma camada compactada na profundidade

    mxima que o implemento atua, impedindo tambm a percolao da gua no perfil do solo.

    A troca de local da estrutura (estufa agrcola), bem como a substituio do solo no seu interior,

    prtica comum na regio de Almeria, na Espanha, so opes aos cultivos sequenciais, porm

    muito onerosas e inviveis para o produtor brasileiro.

    Uma alternativa para a melhoria das condies qumicas e fsicas do solo dentro das estruturas

    de ambiente protegido e com custo mais acessvel ao produtor do que a mudana do local

    da estrutura pode ser a realizao de pelo menos um cultivo com plantas reconhecidas como

    extratoras de nutrientes. Em outras palavras, plantas com capacidade para produo de

    quantidade adequada de fitomassa e de absoro de nutrientes e que possam ser retiradas da

    rea de seu cultivo aps o termino do mesmo, como a crotalria e o milheto.

    A crotalria jncea (Crotalaria juncea L.) uma leguminosa (fabcea) de ciclo anual, de

    crescimento inicial muito rpido, com desenvolvimento radicular em profundidade e, dependendo

    da poca de semeadura, com florescimento em apenas 60 a 90 dias. Essa espcie apresenta

    elevado potencial de produo de fitomassa, entre 8 a 17 t ha- de matria seca (Amabile et al.,

    2000, Burle et al. 2006; Wutke et al., 2008).

  • 30

    O milheto (Pennisetum glaucum L.) uma gramnea (pocea) anual, utilizada como forrageira de

    vero, com grande perfilhamento e sistema radicular fasciculado, desenvolvido em profundidade

    e em abundncia. Possui grande eficincia na transformao de gua em fitomassa (Burle et al.,

    2006). Dependendo da poca do ano, do regime hdrico e do fotoperodo, so produzidas 30 a

    70 t ha- fitomassa (Pereira Filho et. al, 2003).

    Como os produtores obtm sua renda a partir da comercializao dos produtos gerados nas

    estufas agrcolas, necessrio que este ambiente de cultivo fique mobilizado com as plantas

    extratoras de nutrientes o menor tempo possvel. As duas espcies citadas apresentam

    crescimento inicial rpido, apresentando desenvolvimento satisfatrio em 70 dias de cultivo no

    tocante a cobertura do solo, ao potencial de extrao de nutrientes e formao de fitomassa.

    Dessa forma, dentre inmeras opes, a crotalria jncea e o milheto so espcies

    agronomicamente interessantes e adequadas e que podem ser vantajosamente utilizadas como

    plantas extratoras de nutrientes em excesso no solo, particularmente em condies restritivas de

    rea, como no cultivo protegido.

    Como exemplo, cita-se experimento realizado com o cultivo de crotalria e milheto, que teve

    o intuito de melhorar as condies qumicas e fsicas do solo dentro de estufa agrcola tipo

    arco, com solo salinizado, na cidade de So Carlos-SP. Os teores de fsforo, enxofre, clcio,

    magnsio e de todos os micronutrientes, se mostraram acima dos considerados muito elevados

    para os solos agrcolas, segundo RAIJ et al. (1997) (fsforo > 120 mg dm-, clcio e magnsio

    > 7 e 8 mmolc dm-,enxofre S-SO4- > 10 mg dm-, boro > 0,60 mg dm-, cobre > 0,8 mg dm-,

    ferro > 12 mg dm-, mangans > 5,0 mg dm- e zinco > 1,2 mg dm-), nesta estufa agrcola (De

    Maria et al., 2011; Purquerio et al., 2011a; Purquerio et al., 2011b).

    Aps operao de subsolagem a 0,4 m de profundidade, foi aplicada uma lmina de gua trs

    vezes superior capacidade mxima de reteno do solo na profundidade de 0-0,4 m, por

    sistema de irrigao localizado por micro-asperso, instalado na altura do p direito da estrutura.

    A semeadura da crotalria e do milheto, foi realizada a lano, em 03/12/2009, utilizando-se 30%

    a mais de sementes em relao s quantidades 30 e 20 kg ha-, recomendadas respectivamente

    para as duas espcies. Como resultado observou-se, num perodo reduzido de apenas 53 dias,

    grande produo de massa fresca e seca, totalizando respectivamente, 89,9 e 12,1 t ha- para o

    milheto e 56,0 e 8,1 t ha- para a crotalria (Figura 9).

  • 31

    Foto

    s: P

    urqu

    erio

    , L. F

    . V.

    B

    A

    Figura 9. Plantas de cobertura aos 23 dias aps a semeadura (A) aos 53 dias aps a semeadura (B) quando foram ceifadas e retiradas da estufa agrcola. So Carlos, SP, 2009/10.

    Os teores mdios de nutrientes na massa seca da crotalria foram iguais a 29,9 g kg- de N; 29,5

    g kg- de K; 3,5 g kg- de P; 14,0 g kg- de Ca; 4,0 g kg- de Mg; 2,6 g kg- de S; 25,6 mg kg-de

    B, 4,3 mg kg- de Cu; 141,8 mg kg- de Fe; 28,5 mg kg- de Mn; e 27,0 mg kg- de Zn. No milheto

    os teores mdios na massa seca foram de 22,7 g kg- de N; 35,8 g kg- de K; 4,1 g kg- de P; 5,6

    g kg- de Ca; 3,2 g kg- de Mg; 2,5 g kg- de S; 9,9 mg kg- de B; 9,5 mg kg- de Cu; 117,9 mg

    kg- de Fe; 43,5 mg kg- de Mn; e 35,7 mg kg- de Zn (Purquerio et al., 2011b).

    Aps o cultivo da crotalria e milheto, a produtividade de alface foi verificada por trs ciclos

    consecutivos, com o produtor realizando seu manejo convencional de preparo de solo e

    fertilizao, sem utilizao de anlise de solo.

    No primeiro ciclo de cultivo, que durou 38 dias, cultivou-se a alface cv. Camila. A produtividade

    verificada foi maior onde houve o plantio de crotalria (2469 g m-) e milheto (2530 g m-) em

    comparao com a rea que permaneceu em pousio (1917 g m-). No segundo ciclo de cultivo (37

    dias), cultivou-se a alface cv. Vera e a produtividade tambm foi maior onde houve o plantio de

    crotalria (3149 g m-) e milheto (3169 g m-) em comparao com uma rea que ficou em pousio

    (2496 g m-). J no terceiro ciclo de cultivo consecutivo de alface (54 dias de ciclo), utilizou-se

    a alface cv. Vera e notou-se que a produtividade na rea onde houve cultivo de milheto (4276

    g m-) no diferenciou-se da rea que foi mantida em pousio (3455 g m-). Apenas as plantas

    da rea que receberam o plantio de crotalria mostraram maior produtividade (4679 g m-) do

    que o cultivo em pousio. O resultado verificado no terceiro cultivo de alface, com diminuio de

    produtividade, deveu-se ao manejo realizado pelo produtor que comeou a afetar negativamente

    as plantas de alface (Purquerio et al., 2011a).

    Em virtude do exposto, verifica-se a importncia de realizar a fertilizao de qualquer cultivo

    dentro de estufas agrcolas com conhecimento tcnico, utilizando as ferramentas disponveis,

    sendo a principal delas a anlise de solo. Assim, os problemas sero evitados e o sucesso

    produtivo atingido.

  • 32

    5. Referncias

    AMABILE, R.F.; FANCELLI, A.L.; CARVALHO, A.M. Comportamento de espcies de adubos

    verdes em diferentes pocas de semeadura e espaamentos na regio do cerrado. Pesquisa

    Agropecuria Brasileira, Braslia, v.35, p.47-54, 2000.

    ANDRIOLO, J.L. Fisiologia das culturas protegidas. Santa Maria, Editora UFSM, 1999. 141p.

    BLANCO, F.F.; FOLEGATTI, M.V. Recuperao de um solo salinizado aps cultivo em ambiente

    protegido. Revista Brasileira de Engenharia Agrcola e Ambiental. Campina Grande, v.5, n.1,

    p.76-80, 2001.

    BURLE, M.L.; CARVALHO, A.M.; AMABILE, R.F.; PEREIRA, J. Caracterizao das espcies de

    adubo verde. In: CARVALHO, A.M.; AMABILE, R.F. (Eds.). Cerrado: adubao verde. Planaltina:

    Embrapa Cerrados, 2006. p.71-142.

    BURT, C. M.; OCONNOR, K.; RUEHR, T. Fertigation. San Luis Obispo: Irrigation Training and

    Research Center; Cal. Polytechnic State University, 1995. 295p.

    CASTILLA, N. Invernaderos de plstico Tecnologia y manejo. Madrid: Mundi Prensa. 2005.

    462p.

    DELLA VECCHIA, P. T.; KOCH, P. S. Histria daproduo de hortalias em amiente protegido no

    Brasil. Informe Agropecurio, Belo Horizonte, v.20, n.200/201, p. 5-10, 1999.

    DE MARIA, I.C.; PURQUERIO, L.F.V.; ANDRADE, C.A.; WUTKE, E.B.;TIVELLI,

    S.W. Atributos fsicos aps tratamentos para recuperao da qualidade

    do solo em estufa agrcola. In: Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Cincia do Solo. 2011.

    v. 1. p. 1-4.

    FURLANI, P.R.; PURQUERIO, L.F.V. Avanos e desafios na nutrio de hortalias. In: MELLO

    PRADO, R.; CECILIO FILHO, A.B.; CORREIA, M.A.R.; PUGA, A.P (Org.). Nutrio de Plantas

    Diagnose Foliar em Hortalias. JABOTICABAL: FCAV/CAPES/FAPESP/FUNDUNESP, 2010, p.

    45-62.

    GOTO, R. Ambiente Protegido no Brasil: Histrico e Perspectivas. In: AGUIAR, R. L., DAREZZO,

    R. J., FOZANE, D. E., AGUILERA, G. A. H., SILVA, D. J. H. Cultivo em Ambiente Protegido:

    Histrico, Tecnologia e Perspectivas.Viosa:UFV, 2004, p. 9-19. 2004.

    GOTO, R.; HORA, R. C. da.; DEMANT, L. A. R. Cultivo protegido no Brasil: histrico, perspectivas

    e problemas enfrentados com sua utilizao. In: BELLO FILHO, F.; SANTOS, H. P. dos;

    OLIVEIRA, P. R. D. de. Seminrio de Pesquisa sobre Fruteiras Temperadas. Bento Gonalves,

    RS. Programas e Palestras. Embrapa Uva e Vinho, junho, p.27-29. 2005.

  • 33

    LARCHER, W. Physiological plant ecology. Berlin:Springer/Verlag, 1995. 506p.

    MARTINS, S.R. Desafios da plasticultura brasileira limites scio-economicos e tecnolgicos

    frente s novas e crescentes demandas. Horticultura brasileira, Braslia, v.14, n.2, p.133-138,

    nov. 1996.

    MARTINS, S.R.; FERNANDES, H.S.; ASSIS, F.N.; MENDEZ, M.E.G. Caracterizao climtica e

    manejo de ambientes protegidos: a experincia brasileira. Informe Agropecurio, Belo Horizonte,

    v.20, n.200/201, p. 15-23, 1999.

    MEDEIROS, J.F. Manejo da gua de irrigao salina em estufa cultivada com pimento. 1998.

    152f. Tese (Doutorado Irrigao e Drenagem) ESALQ/USP, Piracicaba.

    PEREIRA FILHO, I.A., FERREIRA, A.S. COELHO, A.M. CASELA, C.R.; KARAN, D.; RODRIGUES,

    J.A.S.; CRUZ, J.C.; WAQUIL, J.M. Manejo da cultura do milheto. Sete Lagoas: Embrapa Milho e

    Sorgo, 2003. (Circular tcnica, 29).

    PURQUERIO, L. F. V. Crescimento, produo e qualidade de rcula (Eruca sativa Miller) em

    funo do nitrognio e da densidade de plantio. Botucatu: UNESP, 2005 (Tese de Doutorado),

    119f.(http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bla/33004064014P0/2005/purquerio_lfv_

    dr_botfca.pdf)

    PURQUERIO, L.F.V.; DEMANT, L.A.R. GOTO, R. VILLAS BOAS, R.L. Efeito da adubao

    nitrogenada de cobertura e do espaamento sobre a produo de rcula. Horticultura Brasileira,

    v. 25, p.464-470, 2007.

    PURQUERIO, L.F.V. Tecnologias e tendncias para a adubao e a nutrio de hortalias. In:

    Anais 50 Congresso Brasileiro de Olericultura. Horticultura Brasileira, 2010, v.28, n.2, p.S77-S84.

    PURQUERIO, L.F.V.; TIVELLI, S.W.; DE MARIA, I.C.; ANDRADE, C.A.; WUTKE, E.B.; ROSSI,

    C.E.; OLIVEIRA, A.H.V. Produo de alface em estufa agrcola com solo salinizado aps o

    cultivo de plantas extratoras de nutrientes. In : Anais 51 Congresso Brasileiro de Olericultura.

    Horticultura Brasileira, 2011, v.28, n.2, p.S172-S180 a.

    PURQUERIO, L.F.V.; TIVELLI, S.W.; DE MARIA, I.C.; ANDRADE, C.A.; WUTKE, E.B.; OLIVEIRA,

    A.H.V. Produo de massa e acmulo de nutrientes em crotalria jncea e milheto em estufa

    agrcola com solo salinizado. In: Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Cincia do Solo. 2011.

    v. 1. p. 1-4 b.

    RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendaes de

    adubao e calagem para o Estado de So Paulo. Campinas: IAC, 1997. 285p. (Boletim Tcnico

    no 100).

  • 34

    SADE, A. Curso de plasticultura e fertirrigao. Piracicaba: Departamento de Horticultura,

    ESALQ/USP, 1994. 351p. (Mimeogr.).

    SILVA, E.F.F. Manejo da fertirrigao e controle da salinidade na cultura do pimento utilizando

    extratores de soluo do solo. 2002. 136f. Tese (Doutorado Irrigao e Drenagem) ESALQ/

    USP, Piracicaba.

    SIQUEIRA, C. E. M. A importncia dos materiais plsticos na agricultura do Brasil e do mundo. In:

    Programa de plasticultura para o Estado de So Paulo. So Paulo: Associao dos Engenheiros

    Agrnomos do Estado de So Paulo, 1995, p.108-109. Apostila.

    TIVELLI, S.W. Manejo do ambiente em cultivo protegido. In: GOTO, R.; TIVELLI, S.W. Produo

    de hortalias em ambiente protegido: condies subtropicais. So Paulo, Fundao Editora da

    UNESP, 1998. p. 15-30.

    VIVANCOS, A. D. Fertirigatin. Madrid: Mundi-Prensa. 1993. 217p.

    WUTKE, E.B.; CALEGARI, A.; WILDNER, L.P.; AMABILE, R.F. Leguminosas alimentcias e

    adubos verdes. In: ALBUQUERQUE, A.C.S.; SILVA, A.G. (Eds. Tc.). Agricultura tropical: quatro

    dcadas de inovaes tecnolgicas, institucionais e polticas. Braslia: Embrapa Info. Tecn. 2008.

    v.1. 2008.

  • CALAGEM E ADUBAO PARA HORTALIASSOB CULTIVO PROTEGIDO

    35

  • 37

    CALAGEM E ADUBAO PARA HORTALIAS SOBCULTIVO PROTEGIDO

    Paulo Espndola Trani

    IAC/APTA, Centro de Horticultura, Campinas-SP

    Interpretao da anlise de solo

    Vem crescendo a procura por informaes sobre a aplicao de calcrio e fertilizantes em

    hortalias cultivadas sob estufa plstica. As produtividades de hortalias sob cultivo protegido

    tais como pimento, tomate e pepino, so de duas a quatro vezes superiores s produtividades

    obtidas no campo, a cu aberto. Isso tem estimulado a realizao de novas pesquisas cientficas

    voltadas a definio sobre as quantidades e maneiras de aplicao de fertilizantes neste moderno

    sistema de produo.

    O presente trabalho apresenta informaes e recomendaes sobre o manejo de corretivos e

    fertilizantes para o sistema de produo de hortalias sob cultivo protegido.

    Pesquisas realizadas no Instituto Agronmico de Campinas (IAC), com relao adubao de

    hortalias baseiam-se no conceito da produo relativa, ou seja, levam em conta a resposta das

    culturas aos nutrientes aplicados atravs da adubao.

    A Tabela I apresenta a interpretao da anlise do solo visando a calagem e a adubao de

    hortalias em geral (campo e cultivo protegido).

    Tabela I. Interpretao de P, K, Ca, Mg, S e V% em solos.

    TeorK+trocvel P(resina) Ca

    ++trocvel Mg

    ++trocvel S SO4

    -- V

    mmolc/dm3 mg/dm3 mmolc/dm

    3 mmolc/dm3 mg/dm3 %

    Muito Baixo 0,0 0,7 0 10 0 4 0 2 0 2 0 25

    Baixo 0,8 1,5 11 25 5 10 3 5 3 5 26 50

    Mdio 1,6 3,0 26 60 11 20 6 10 6 10 51 70

    Alto 3,1 6,0 61 120 21 40 11 15 11 15 71 90

    Muito Alto > 6,0 > 120 > 40 > 15 > 15 > 90

    Fonte: Adaptado de Raij et al. (1997) - So Paulo e Ribeiro et al. (1999) - Minas Gerais.

  • 38

    A interpretao para os nveis de clcio deve ser adotada com cautela levando-se em conta a

    textura do solo. Assim que 15 mmolc de Ca++/dm de solo pode ser considerado como teor

    mdio a alto em solo arenoso e teor mdio a baixo em solo argiloso.

    Com relao aos micronutrientes presentes no solo, a interpretao visando a adubao de

    hortalias, alm de outras culturas, apresentada na Tabela II.

    Tabela II. Interpretao dos teores de micronutrientes em solos1.

    TeorB Cu Fe Mn Zn

    mg/dm3 mg/dm3 mg/dm3 mg/dm3 mg/dm3

    Baixo 0 0,30 0 0,2 0 4 0 1,2 0 0,5

    Mdio 0,31 0,60 0,3 0,8 5 12 1,3 5,0 0,6 1,2

    Alto > 0,60 > 0,8 > 12 > 5,0 > 1,2

    1Boro extrado por gua quente; Cu, Fe, Mn e Zn extrados pelo DTPA.

    Fonte: Raij et al. (1997).

    As recomendaes de N para as hortalias baseiam-se na extrao deste nutriente pelas plantas

    e exportao pelas colheitas.

    Um indicativo do teor de nitrognio presente no solo a quantidade de matria orgnica do

    mesmo. Cerca de 5% da matria orgnica do solo constituda por nitrognio total. No entanto,

    este nem sempre est em forma disponvel s plantas. As formas de N no solo, disponveis s

    plantas, como a ntrica (NO3-) e a amoniacal (NH4+) ou mesmo as no disponveis, so instveis,

    ou seja, sujeitas a rpidas mudanas devido s aes dos microorganismos na mineralizao

    da matria orgnica, s lixiviaes provocadas pelas guas da chuva ou irrigao, etc. Isso,

    portanto, dificulta a interpretao da anlise deste elemento quando fornecido pela anlise de

    solo. Os teores de matria orgnica do solo indicam tambm de maneira indireta, a textura

    (granulometria) do solo. Considera-se solo arenoso aquele que contm matria orgnica at 15

    g/dm; solo de textura mdia aquele com matria orgnica entre 16 e 30 g/dm e solo argiloso

    aqueles com matria orgnica entre 31 a 60 g/dm. Sempre que possvel, interessante realizar

    a anlise granulomtrica (textura) do solo para se conhecer as reais quantidades de areia, silte

    e argila do mesmo.

  • 39

    Calagem

    A necessidade da calagem determinada pela porcentagem de saturao por bases do solo e

    a tolerncia da espcie de hortalia ao menor ou maior grau de acidez do solo. A equao para

    clculo da calagem dada por: NC = CTC (V2 V1).

    10 PRNT

    NC = Necessidade de calagem, em t/ha.

    CTC (ou T) = Capacidade de troca de ctions expressa em mmolc/dm3 de solo.

    V1 = Saturao por bases dada pela anlise do solo.

    V2 = Saturao por bases que se pretende atingir (em geral entre 70 e 80%).

    A incorporao do calcrio deve ser feita at 20 a 30 cm de profundidade, pois diversas hortalias

    tm o sistema radicular to profundo como culturas extensivas. Dentre as hortalias de sistema

    radicular profundo cultivadas em estufa agrcola pode-se citar o tomate. Com o sistema radicular

    moderadamente profundo destacam-se pimento, pepino, berinjela, melo, salsa e cebolinha.

    Entre aquelas de sistema radicular pouco profundo citam-se a alface, chicria e almeiro.

    A aplicao do calcrio deve ser feita com pelo menos 30 a 40 dias de antecedncia ao plantio

    utilizando-se de preferncia o calcrio finamente modo (filler) com PRNT de 80 a 90% ou

    parcialmente calcinado (PRNT de 90 a 100%). Caso seja encontrado apenas o calcrio comum

    (PRNT de 60 a 70%) este deve ser incorporado ao menos 60 dias antes do plantio das hortalias.

    Deve-se preferir os calcrios que contenham boa quantidade de magnsio em sua composio,

    como os dolomticos (acima de 12% de MgO).

    Recomendaes de adubao orgnica para hortalias(cultivo protegido e campo)

    A adubao orgnica para hortalias apresenta as seguintes vantagens:

    a) Melhora as condies fsicas do solo, diminuindo, por exemplo, os problemas de

    compactao de solos.

    b) Diminui a incidncia de nematides visto que os adubos orgnicos em geral possibilitam

    o desenvolvimento nos solos de microorganismos teis que tem ao antagnica aos

    nematides.

    c) Fornece, parcialmente, nutrientes s plantas de maneira gradual e contnua.

    Por outro lado, a adubao orgnica apresenta algumas limitaes:

    a) A incorporao dos fertilizantes orgnicos ao solo deve ser realizada pelo menos 30

    a 40 dias antes do plantio, tempo necessrio para que ocorra o processo de cura ou

    decomposio sem que ocorra queima das sementes ou mudas de hortalias.

    b) Alguns fertilizantes orgnicos mal decompostos podem introduzir sementes de mato no

    local.

    c) Estercos animais, principalmente de aves podem carregar resduos de sal e outros

    produtos presentes nas raes , acarretando problemas como salinizao do solo.

  • 40

    Dentre os melhores fertilizantes orgnicos utilizados em hortalias, destacam-se: o composto

    orgnico (Figura 1), o hmus de minhoca (Figura 2) e a torta de mamona pr-fermentada.

    Figura 1. Sistema de compostagem a cu aberto.

    Figura 2. Hmus de minhoca: um dos melhores adubos orgnicos para

    produo de hortalias.

    Foto

    : Pau

    lo E

    spn

    dola

    Tra

    ni, C

    ampi

    nas-

    SP

    Foto

    : Han

    asiro

    , Pira

    cica

    ba-S

    P

    As quantidades dos fertilizantes orgnicos a serem aplicadas dependem tambm de sua

    disponibilidade local e do custo do transporte e aplicao. A Tabela III mostra as recomendaes

    de adubao orgnica para diferentes grupos de hortalias, vlidas tanto para o cultivo protegido

    como no campo, a cu aberto.

    Tabela III. Recomendaes de adubao orgnica para hortalias.

    Grupo de hortalias

    Esterco bovino bem curtido ou

    Composto

    Esterco de galinha/frango sunos / bovinos e hmus

    de minhoca

    Torta de mamona (pr-fermentada)

    kg/m2 de canteiro

    Folhosas2 4 0,5 1 0,1 0,2(alface, rcula,

    etc.)

    Frutos

    2 4 0,5 1 0,1 - 0,2(tomate, pimento, etc.)

    Bulbos e Razes1 2 0,25 - 0,50 0,02 - 0,05(cebola, cenoura,

    etc.)

    Maiores doses de fertilizantes para solos de fertilidade baixa. Aplicar cerca de 30 dias antes do plantio. Incorporar a 20 a 30 cm de profundidade, em todo o canteiro.

  • 41

    Recomendaes de adubao mineral para hortalias sob cultivo protegido conforme anlise do solo

    A seguir, so descritas as recomendaes de adubao de hortalias baseadas nos teores de

    nutrientes no solo e tambm na extrao de nutrientes pelas hortalias. As doses de nutrientes

    foram determinadas com base em experimentao realizada nas condies de solo e clima do

    Estado de So Paulo, devendo ser adotadas com cautela para outras regies.

    A adubao no solo em pr-plantio deve ser realizada em toda rea do canteiro ou no sulco de

    plantio. Recomenda-se a aplicao do calcrio e fertilizantes desde a superfcie at 20 a 30 cm

    de profundidade para proporcionar melhor crescimento e distribuio do sistema radicular das

    plantas.

    O parcelamento dos fertilizantes a serem aplicados em cobertura deve levar em conta a marcha

    de absoro de nutrientes da cultura. Para as hortalias, recomenda-se a aplicao de 10%

    dos nutrientes no primeiro quarto do ciclo da cultura (incio de crescimento), 20% dos nutrientes

    na segunda fase de desenvolvimento, 40% dos nutrientes na terceira fase do ciclo (perodo de

    maior formao de massa fresca de folhas e frutos) e 30% na quarta fase do ciclo da cultura.

    Dependendo da espcie e do grupo de hortalias, nutrientes como o potssio tm a sua aplicao

    concentrada na etapa da mxima produo de frutos.

    As Tabelas IV, V, VI e VII mostram as quantidades de nutrientes necessrios para hortalias

    folhosas que podem ser produzidas sob cultivo protegido.

    Tabela IV. Recomendaes de adubao para plantio de alface, almeiro, chicria, rcula, couve de folhas1, salsa1 e cebolinha1, sob cultivo

    protegido, conforme teores de nutrientes no solo.

    NitrognioP (resina), mg/dm3 K+ trocvel, mmolc/dm

    3

    0-25 26-60 >60 0-1,5 1,6-3,0 >3,0

    N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha

    40 360 180 90 120 60 30

    1Aplicar para couve de folhas, salsa e cebolinha , 2/3 dos nutrientes indicados.

    Misturar os fertilizantes ao solo, pelo menos 10 dias antes da semeadura ou transplante das

    mudas. Acrescentar adubao mineral de plantio 1 kg de B/ha e 3 kg de Zn/ha para todas as

    hortalias acima citadas. Novas aplicaes de micronutrientes somente sero efetuadas aps

    anlise qumica do solo.

  • 42

    Adubao mineral de cobertura:

    Alface 60 a 120 kg/ha de N; 20 a 40 kg/ha de P2O5 e 30 a 60 kg/ha de K2O, parcelando as

    aplicaes atravs da fertirrigao. A alface do tipo americana deve receber doses de potssio

    20 a 40% superiores em relao aos tipos lisa e crespa.

    Almeiro e Chicria 60 a 120 kg/ha de N, parcelando as doses atravs da fertirrigao.

    Couve de folhas 60 a 120 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K2O, parcelando as doses atravs

    da fertirrigao. A cada 30 dias, pulverizar as plantas com 0,5 g de molibdato de amnio e 1 g

    de cido brico por litro de gua.

    Cebolinha 60 a 90 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K20, parcelando atravs da fertirrigao.

    Rcula 90 a 150 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K2O, parcelando as doses atravs da fertirrigao.

    Salsa 30 a 90 kg/ha de N e 20 a 40 kg/ha de K2O, parcelando atravs da fertirrigao.

    Tabela V. Recomendaes de adubao para plantio de pepino e abobrinha1 sob cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.

    NitrognioP (resina), mg/dm3 K+ trocvel, mmolc/dm

    3

    0-25 26-60 >60 0-1,5 1,6-3,0 >3,0

    N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha

    40 320 160 80 160 80 40

    B, mg/dm3 Cu, mg/dm3 Zn, mg/dm3

    0-0,30 >0,30 0-0,2 0,3-1,0 >1,0 0-0,5 >0,5

    B, kg/ha Cu, kg/h Zn, kg/ha

    1 0 4 2 0 3 0

    1Aplicar para a abobrinha 2/3 dos macronutrientes recomendados para o pepino.

    Adubao mineral de cobertura: Aplicar 60 a 120 kg/ha de N; 40 a 80 kg/ha de P2O5 e 60 a 120

    kg/ha de K2O, parcelando atravs da fertirrigao.

    Tabela VI. Recomendaes de adubao para plantio de pimento, pimenta-hortcola, berinjela e jil*, sob cultivo protegido, conforme

    teores de nutrientes no solo.

    NitrognioP (resina), mg/dm3 K+ trocvel, mmolc/dm

    3 Zn, mg/dm3

    0-25 26-60 >60 0-1,5 1,6-3,0 >3,0 0-0,5 >0,5

    N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha Zn, kg/ha

    40 480 240 120 160 80 40 3 0

    *Aplicar para o jil e berinjela, 2/3 das doses dos macronutrientes recomendados para o pi-mento. Acrescentar adubao de plantio 1 kg/ha de B e de 20 a 30 kg/ha de S.

    Adubao mineral de cobertura: Aplicar de 80 a 160 kg/ha de N; 60 a 100 kg/ha de P2O5 e 80

    a 160 kg/ha de K2O, parcelando atravs da fertirrigao.

  • 43

    Tabela VII. Recomendao de adubao para plantio de tomate sob cultivo protegido, conforme teores de nutrientes no solo.

    NitrognioP (resina), mg/dm3 K+ trocvel, mmolc/dm

    3

    0-25 26-60 >60 0-1,5 1,6-3,0 >3,0

    N, kg/ha P2O5, kg/ha K2O, kg/ha

    60 720 360 180 240 120 60

    B, mg/dm3 Zn, mg/dm3

    0-0,30 0,31-0,60 > 0,60 0-0,5 0,6-1,2 > 1,2

    B, kg/ha Zn, kg/ha2,5 1 0 5 3 0

    Acrescentar adubao de plantio 20 a 40 kg/ha de S.

    Adubao mineral de cobertura: Aplicar de 200 a 300 kg/ha de N; 60 a 120 kg/ha de P2O5 e

    120 a 240 kg/ha de K2O, parcelando as doses atravs da fertirrigao.

    Sistemas de fertirrigao em cultivo protegido

    O principal sistema de fertirrigao aquele que utiliza mangueiras em forma de fitas ou tripas,

    na superfcie ou sub-superfcie do solo. Essas mangueiras contm micro-orifcios, na forma de

    poros. As mangueiras de irrigao podem ou no ser cobertas com plsticos colocados ao longo

    das linhas plantadas com hortalias (Figuras 3 e 4).

    Figura 3. Gotejadores do tipo fita ou espaguete sobre a superfcie do

    solo plantado com pimento.

    Figura 4. Mudas de tomate plantadas sobre mulching de

    plstico com gotejadores na sub-superfcie do solo.

    Foto

    s: E

    dson

    Aki

    ra K

    ariy

    a, It

    apet

    inin

    ga-S

    P

  • 44

    Outro sistema de fertirrigao realizado por tubo-gotejadores que so dispostos ao longo das

    linhas de irrigao e gotejam gua com fertilizantes sobre vasos de plstico contendo substratos

    de diferentes composies (Figuras 5 e 6). Os substratos devem ser previamente esterilizados

    contra patgenos e adubados conforme anlise qumica que identifique seus teores de nutrientes.

    Figuras 5 e 6. Figuras 5 e 6: Irrigao e fertirrigao em tomate atravs de tubos-gotejadores.

    Foto

    s: M

    rio

    L. C

    aval

    laro

    Jr.,

    Elia

    s Fa

    usto

    -SP

    Em estufas denominadas tipo tnel alto (nas formas de arco e de capela), quando so plantadas

    hortalias folhosas, tambm utilizado o sistema de asperso com barras contendo os aspersores

    na altura de 50 a 60 cm. Deve-se aplicar gua limpa sobre as hortalias aps a aplicao dos

    fertilizantes via gua de irrigao (Figura 7).

    Figura 7. Sistema de mni asperso utilizado no cultivo de hortalias folhosas, como

    o espinafre da Nova Zelndia, sob estufa do tipo capelaFo

    to: P

    aulo

    E. T

    rani

    , Cam

    pina

    s-S

    P

  • 45

    No caso da produo de mudas de hortalias a fertirrigao pode ser realizada no sistema de

    nebulizao, onde importante irrigar a rea com gua limpa aps a aplicao dos fertilizantes

    altamente solveis, para que no ocorra queima das folhas por possveis resduos de

    fertilizantes (Figura 8).

    Figura 8. Fertirrigao por nebulizao em mudas de alface.

    Aplicar gua limpa aps a utilizao dos

    fertilizantes.

    Foto

    : Oliv

    eiro

    Bas

    setto

    Jr.,

    San

    ta C

    ruz

    do R

    io P

    ardo

    -SP

    Ainda outro sistema, menos utilizado, o de aplicao dos fertilizantes na gua de inundao,

    onde as mudas de hortalias, dentro de copinhos perfurados, so colocadas sobre piscinas,

    onde ocorre a absoro de gua e nutrientes pelas plantas (Figura 9).

    Foto

    : Oliv

    eiro

    Bas

    setto

    Jr.,

    San

    ta C

    ruz

    do R

    io P

    ardo

    -SP

    Figura 9. Mudas de pepino em copinhos de plstico, no sistema de

    inundao.

    Recomendaes finais

    sempre fundamental a utilizao da anlise de solo e da anlise foliar como ferramentas para

    o clculo correto da calagem e adubao em hortalias.

    Outra tcnica importante consiste na prtica de rotao (rodzio) entre espcies de hortalias

    sob cultivo protegido como no campo, a cu aberto. Isso impede ou diminui a incidncia de

    nematides e fungos de solo.

  • 46

    Devemos utilizar a gua de irrigao em doses controladas por equipamentos apropriados como

    os tensimetros, de baixo custo de instalao e manuteno.

    Muito til tambm a utilizao de termmetros de mxima e mnima para verificao das

    variaes de temperatura que ocorrem no interior das estufas de cultivo com hortalias e outras

    culturas.

    Recomenda-se, finalmente, o acompanhamento do cultivo de hortalias e outras culturas pelo

    Engenheiro Agrnomo e Tcnico Agrcola local e regional.

    Referncias bibliogrficas

    OLIVEIRA, C.R.; BARRETO, E.A; FIGUEIREDO,G.J.B.; NEVES, J.P.S.; ANDRADE,

    L.A.;MAKIMOTO, P.; DIAS, W.T. Cultivo em Ambiente Protegido. Campinas, Coordenadoria de

    Assistncia Tcnica Integral, 1997. 31 p. (Boletim Tcnico, 232).

    RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Recomendaes

    de Adubao e Calagem para o Estado de So Paulo, 2.ed. rev. ampl. Campinas, Instituto

    Agronmico & Fundao IAC, 1997. 285 p. (Boletim Tcnico, 100)

    RIBEIRO, A.C.; GUIMARES, P.T.G.; ALVAREZ V.,V.H.(eds.)Recomendaes para o uso de

    corretivos e fertilizantes em Minas Gerais 5a aproximao.Viosa - Comisso de Fertilidade do

    Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359 p.

    TRANI, P.E.; TIVELLI, S.W.; CARRIJO, O. A. Fertirrigao em Hortalias. Campinas, Instituto

    Agronmico, 2011. 51 p. (Boletim Tcnico IAC, 196 2a. Ed. Rev. Atual.). Disponvel em http://

    www.iac.sp.gov.br/publicacoes/publicacoes_online/pdf/BT_196_FINAL.pdf. Consultado em 20

    de maro de 2012.

    Agradecimentos

    O autor agradece ao Sr. Andr Luis Trani da Petrobras Refinaria de Paulnia-SP, pela reviso

    e composio final deste trabalho.

  • INSTRUES BSICAS PARA O CULTIVODE HORTALIAS FOLHOSAS EM HIDROPONIA

    47

  • 49

    INSTRUES BSICAS PARA O CULTIVO DE HORTALIAS FOLHOSAS EM HIDROPONIA

    Thiago Leandro FactorFernando Csar Bachiega ZambrosiPedro Roberto Furlani

    APTA Regional, Polo Regional Nordeste Paulista2,3 IAC/APTA, Centro de Solos e Recursos Ambientais, Campinas-SP

    Introduo

    O crescimento da populao e a sua concentrao nos grandes centros urbanos esto

    gerando crescente necessidade de produo de alimentos nos ltimos, porm, no apenas em

    quantidade, mas tambm com qualidade. Nesse contexto, o cultivo hidropnico surge como

    importante alternativa para auxiliar a suprir esta demanda. Atravs desse sistema, possvel

    atingir produtividades elevadas mantendo a qualidade do produto requerendo, para tal, pouco

    espao fsico. Alm disso, esse tipo de cultivo pode ser realizado durante o ano todo.

    A hidroponia uma tcnica de cultivo em ambiente protegido, na qual o solo substitudo

    pela soluo nutritiva, onde esto contidos todos os elementos essenciais ao desenvolvimento

    das plantas. Esta tcnica tambm conhecida como cultivo sem solo. A palavra hidroponia

    originada da juno de dois radicais gregos hidro, que significa gua e ponos, que significa

    trabalho. um sistema de produo relativamente antigo, mas que somente a partir da dcada

    de 80 apresentou crescimento expressivo da rea cultivada no Brasil.

    Em comparao ao sistema convencional (cultivo no solo), o sistema hidropnico apresenta

    algumas vantagens, que merecem destaque: (i) maior produtividade; (ii) produo durante o ano

    todo; (iii) produtos mais limpos e de melhor qualidade; (iv) obteno de melhores preos pelo

    produto colhido; (v) menor necessidade de mo de obra e melhor ergonomia no trabalho; (vi)

    maior eficincia no uso de nutrientes e vii) reduo no uso da gua. No entanto, tem maior custo

    inicial de implantao e necessita maior conhecimento tcnico para sua realizao, sobretudo,

    em relao ao manejo nutricional das plantas e do ambiente de produo.

    Para iniciar a atividade, importante que os interessados procurem maior interao com a

    referida tcnica por meio da realizao de cursos, leituras de manuais e boletins tcnicos, ou

    consulta a centro de pesquisas e universidades. Essa etapa de familiarizao do produtor com o

    cultivo hidropnico fundamental para o futuro de seu empreendimento.

    Para o sucesso do cultivo no sistema de hidroponia, podemos mencionar alguns procedimentos

    bsicos que, de certo modo, so aplicados em outros tipos de atividade agrcola. Primeiramente, o

    agricultor deve verificar qual ser o destino de sua produo, ou seja, se a mesma ter colocao

    no mercado. Em relao ao produto a ser plantado, escolher aquele com boa aceitao pelos

    consumidores e que no tenha maiores dificuldades para a comercializao. Quanto aos aspectos

    tcnicos do sistema produtivo, essencial: (i) escolher o local adequado para a construo da

    estufa agrcola ou ambiente protegido; (ii) analisar a gua antes de utiliz-la para o preparo da

  • 50

    soluo nutritiva; (iii) montar corretamente as estruturas necessrias; (iv) escolher o cultivar

    mais indicado para a regio; (v) produzir ou adquirir mudas sadias e vigorosas; (vi) monitorar

    a ocorrncia de pragas e doenas e (vii) atender as exigncias nutricionais das plantas com o

    correto preparo e manejo da soluo nutritiva.

    Atualmente existem vrios sistemas de cultivo hidropnico que so escolhidos em funo dos

    objetivos do produtor, do produto a ser cultivado e das estruturas e materiais j disponveis

    na propriedade. Entretanto, o sistema NFT (Nutrient Film Technique ou Tcnica do Fluxo de

    Nutrientes) o mais difundido e de ampla aceitao e adoo por produtores de hortalias,

    sobretudo de folhosas. A seguir, ser descrito as principais caractersticas desse sistema de

    cultivo hidropnico.

    Sistema NFT (Nutrient film technique) ou tcnica do fluxo laminar de nutrientes: composto

    basicamente de um tanque de soluo nutritiva, sistema de bombeamento, canais de cultivo

    e um sistema de retorno ao tanque. A soluo nutritiva bombeada aos canais e escoa por

    gravidade, formando uma fina lmina de soluo que irriga as razes das plantas. O reservatrio

    deve ficar abaixo do nvel do solo para facilitar o retorno da soluo por gravidade e minimizar o

    aquecimento da soluo. O reservatrio pode ser feito de fibra de vidro ou PVC, sem a necessidade

    de revestimento interno, mas, se for de fibrocimento ou alvenaria, existe a necessidade de fazer

    a impermeabilizao com resinas no txicas para evitar que a soluo nutritiva com pH de

    5,0 a 6,5 reaja com o cimento, que alcalino, produzindo uma soluo com aspecto leitoso

    (Rodrigues, 2002). O tamanho do reservatrio deve ser dimensionado em funo do nmero de

    plantas que se pretende cultivar e alimentar com o volume da soluo armazenada. Para alface,

    recomenda-se uma relao de volume/planta no inferior 0,5. Porm, no se recomenda o uso

    de reservatrios com volumes superiores a 5.000 litros, pois o manejo qumico (correo de pH

    e condutividade eltrica) moroso e de difcil execuo na prtica (Furlani, 1998).

    O canal de cultivo o local responsvel pelo crescimento e sustentao das plantas e por onde

    escorre a soluo nutritiva que banha as razes, fornecendo gua e os nutrientes para as plantas

    em crescimento, por isso a conformao do canal, profundidade e largura, influem na qualidade

    final do produto colhido. Existem vrios tipos de canais que so utilizados: telhas de amianto,

    tubos de PVC e tubos de polipropileno. Esses canais ficam apoiados em estruturas denominadas

    de bases de sustentao, que devem ficar espaados no mximo 1,2 m para conferir maior

    estabilidade os perfis. Ao longo da bancada de cultivo (perfis + bases de sustentao) deve

    haver um desnvel para que a soluo percorra os canais por gravidade e assim retorne ao

    reservatrio, de onde ser bombeada novamente para a parte mais alta da mesa. Este declive

    deve estar ao redor de 5% (desnvel de 0,5 m entre a parte mais alta e a mais baixa da mesa

    para um comprimento total de 10 m).

    O comprimento mximo da bancada deve estar ao redor de 30 m para que a mesma no fique

    muito alta ou muito baixa em funo de atender o desnvel necessrio e assim dificultar o trabalho.

    Estruturas de sustentao muito longas tambm dificultam a aerao da soluo e acentua as

  • 51

    diferenas na concentrao de nutrientes ao longo da bancada (Furlani et al., 1999), alm de

    dificultar a desinfeco dos canais (Rodrigues, 2002). A largura da bancada deve ser de no

    mximo 2,0 m para facilitar o manejo e colheita das plantas pelos trabalhadores no local.

    Existem no mercado canais e/ou estruturas completas (canais + bancadas) de diferentes

    composies e tamanhos disposio do produtor para aquisio, caso no disponha de

    materiais e mo de obra para constru-las na prpria propriedade. As principais empresas que

    comercializam estes produtos so: Hidrogood (www.hidrogood.com.br), Lumaplastic (www.

    lumaplastic.com.br) e Dynacs (www.dynacs.com.br).

    A frequncia de circulao da soluo na bancada de cultivo pode ser comandada por um timer

    ou temporizador, que regula o tempo de funcionamento da bomba, a qual deve ficar instalada

    abaixo do nvel superior do depsito para que trabalhe afogada e no tenha problemas de

    entrada de ar na suco, o que pode interromper seu funcionamento, e assim causar danos

    irreparveis nas plantas devido falta de irrigao (Furlani, 1998). A capacidade da bomba

    deve contemplar a necessidade da vazo requerida nas mesas de cultivo, acrescida de 50%,

    para compensar as perdas de cargas nas tubulaes e propiciar a instalao de um retorno ao

    depsito para oxigenao e homogeneizao da soluo. A vazo requerida em cada canal,

    assim como o tempo de funcionamento da bomba (irrigao) e repouso (drenagem) varivel

    em funo da espcie vegetal, da poca do ano, da idade da planta e das condies ambientais

    de umidade e temperatura. De maneira geral, adota-se durante o dia, tempo de funcionamento

    de 15 minutos, enquanto noite, a irrigao pode ser suspensa, exceto em noites muito quentes

    e secas, que deve ser realizada uma a duas vezes, em intervalos bem espaados.

    Um dos grandes problemas enfrentados no cultivo hidropnico, principalmente em regies muito

    quente e na poca do vero o aquecimento exagerado da soluo nutritiva, que pode reduzir

    o O2 na soluo nutritiva e provocar o escurecimento e a morte das razes. Desta maneira, na

    instalao das estruturas, importante que sejam tomadas medidas no intuito de amenizar esta

    situao, como por exemplo: utilizar canais de cultivos, encanamentos e reservatrio com cores

    claras; enterrar o encanamento e o reservatrio no solo (Furlani et al., 1999).

    Um exemplo de sistema hidropnico NFT (Tcnica do Fluxo de Nutrientes) para a produo de

    hortalias folhosas instalado em entidade filantrpica e beneficente do municpio de Mococa/

    SP (IEPROM - Instituto Educacional Profissionalizante), a partir de recursos e apoio do Projeto

    Estadual Hortalimento da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegcios (CODEAGRO/

    SAA/So Paulo), pode ser visualizado na Figura 1.

  • 52

    Manejo da Soluo nutritiva

    A soluo nutritiva o meio pelo qual os nutrientes previamente dissolvidos na gua so colocados

    disposio das plantas e tida como uma das partes mais importantes de todo o sistema

    hidropnico, sendo que o mau uso desta pode acarretar srios prejuzos para as plantas. Furlani

    et al. (1999) salientam que muitos cultivos hidropnicos no obtm sucesso, principalmente

    devido ao desconhecimento dos aspectos nutricionais desse sistema de produo, o qual requer

    formulao e manejo adequados das solues nutritivas.

    Diversas solues tm sido usadas com sucesso pela pesquisa, mas nenhuma soluo nutritiva

    superior a outras no que diz respeito sua composio, pois as plantas tm acentuada

    capacidade de se adaptarem em diferentes condies nutritivas. O adequado fornecimento de

    nutrientes est diretamente relacionado com o volume de soluo, estdio de desenvolvimento

    das plantas, taxa de absoro de nutrientes e freqncia de renovao e reposio de nutrientes

    na soluo nutritiva.

    Muitos esforos tm sido investidos na formulao de solues nutritivas. Diversas composie