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ENDEREÇO: RUA DO COMÉRCIO, 3000 CAMPUS - PRÉDIO EPSÍLON CX. POSTAL: 560BAIRRO UNIVERSITÁRIO - CEP: 98700-000 IJUÍ – RS - BRASILFONE: (55) 0**55 3332-0487 FAX: (55) 0**55 3332-0481 E-MAIL: [email protected]

Comentários referentes ao período entre 10/04 a 16/04/2009

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1

Daniel Claudy da Silveira2

1 Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.2 Acadêmico de Economia da UNIJUI, técnico administrativo junto ao DECon/UNIJUI.

DECon Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ

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Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT Produto

Data

GRÃO DE SOJA (US$/bushel)

FARELO DE SOJA (US$/ton. curta)

ÓLEO DE SOJA (cents/libra peso)

TRIGO (US$/bushel) MILHO (US$/bushel)

10/4/2009 Feriado Feriado Feriado Feriado Feriado

13/4/2009 10,21 313,10 36,06 5,23 3,87

14/4/2009 10,36 316,30 36,95 5,22 3,94

15/4/2009 10,35 317,30 36,95 5,15 3,84

16/4/2009 10,58 329,40 36,75 5,24 3,85

Média 10,38 319,03 36,68 5,21 3,88Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos bushel de milho= 25,40 quilosLibra peso = 0,45359 quilo tonelada curta = 907,18 quilosFonte: CEEMA com base em informações da CBOT.

Médias semanais* (compra e venda) no mercado de lotes brasileiro - em praças selecionadas (em R$/Saco)

SOJA Var. % relação média anterior

RS - Passo Fundo 48,13 2,39RS - Santa Rosa 47,63 2,42RS - Ijuí 47,69 2,55PR - Cascavel 46,75 1,67MT - Rondonópolis 42,09 1,61MS - Ponta Porã 43,63 3,62GO - Rio Verde (CIF) 43,25 1,76BA - Barreiras (CIF) 40,75 1,62

MILHO Var. % relação média anterior

Argentina (FOB)** 165,00 0,00Paraguai (CIF)** 110,00 0,00Paraguai (FOB)** 145,00 0,00RS - Erechim 18,76 0,87SC - Chapecó 20,70 0,73PR - Cascavel 18,04 1,05PR - Maringá 18,50 2,21MT - Rondonópolis 14,75 0,00

MS - Dourados 17,25 0,00SP - Mogiana 18,80 0,27SP - Campinas (CIF) 21,00 -0,62GO - Goiânia 18,75 -1,06MG - Uberlândia 19,75 0,30

TRIGO*** Var. % relação média anterior

RS - Carazinho 470,00 -0,84RS – Santa Rosa 470,00 -0,84PR - Maringá 550,00 0,00PR - Cascavel 535,00 0,00* Período entre 10/04 e 16/04/09Fonte: CEEMA com base em dados da Safras & Mercado. ** Preço médio em US$ por tonelada. *** Em Reais por tonelada

Média semanal dos preços recebidos pelos produtores do Rio Grande do Sul

Produtomilho

(saco 60 Kg)soja

(saco 60 Kg)trigo

(saco 60 Kg)

R$ 16,69 45,45 24,18Fonte: CEEMA, com base em informações da EMATER-RS.

Preços de outros produtos no RS

Média semanal dos preços recebidos pelos produtores do Rio Grande do Sul

Produto 16/04/2009

Arroz em casca(saco 60 Kg) 27,62

Feijão (saco 60 Kg) 71,18

Sorgo (saco 60 Kg) 13,63Suíno tipo carne

(Kg vivo) 1,62Leite (litro) cota-

consumo (valor bruto) 0,55

Boi gordo (Kg vivo)* 2,50(*) compreende preços para pagamento em 10 e 20 diasFonte: CEEMA, com base em informações da EMATER-RS.

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MERCADO DA SOJA:

As cotações da soja continuaram subindo nesta semana, na esteira dos relatórios de intenção de plantio e de oferta e demanda, que acabaram sendo altistas no curto prazo. Assim, o fechamento desta quinta-feira (16) ficou em US$ 10,58/bushel, contra US$ 10,07 uma semana antes e US$ 9,08/bushel na média de março. Além disso, em relação ao fechamento do dia 30/03, véspera do anúncio do relatório de intenção de plantio, o ganho supera um dólar e meio por bushel, representando 17% em menos de 20 dias. Obviamente, a partir do plantio nos EUA, caso a área venha a ser maior, tais preços tendem a recuar.

Paralelamente, os registros de exportação, para a safra 2008/09, na semana encerrada em 02/04, atingiram a 431.500 toneladas, contra 599.800 toneladas na semana anterior. No acumulado do ano o volume chega a 29,5 milhões de toneladas para o grão, contra 27,7 milhões no ano anterior. Na semana encerrada em 09/04, tais registros ficaram em 808.300 toneladas. Por sua vez, os embarques, na semana encerrada em 09/04, chegaram a 557.400 toneladas, contra 576.600 toneladas na semana anterior. No acumulado do ano 2008/09 o volume chega a 26,3 toneladas, contra 23,7 toneladas um ano antes.

Afora isso, embora o relatório de oferta e demanda tenha indicado importações chinesas em 36 milhões de toneladas, o mercado estima que o volume será maior, sendo a maior parte comprada nos EUA. Esse é mais um fator que vem sustentando Chicago, embora em cima de suposições, por enquanto.

Em síntese, afora os movimentos especulativos, o mercado se baseia na estabilização da área a ser plantada nos EUA, estoques locais reduzidos, quebra de safra na Argentina e sul do Brasil, e uma demanda firme por parte da China.

O prêmio no Golfo do México fechou a semana entre 48 e 52 centavos de dólar por bushel.

Na Argentina, o prêmio em Rosário ficou entre 40 e 55 centavos de dólar por bushel, com o mercado ainda muito retraído. A área de soja colhida, até o dia 09/04, chegava a 38% do total, contra 25% em igual período do ano anterior. Em girassol, a área colhida, na mesma data, atingia a 98%, contra 93% um ano antes. A produção de soja no vizinho país foi revista, mais uma vez, para baixo, devendo ficar entre 36 e 38 milhões de toneladas, contra as 46,2 milhões colhidas no ano anterior e as 50 milhões de toneladas inicialmente previstas para serem colhidas em 2009.

Em termos mundiais, enquanto crescem as exportações de soja somadas de EUA, Brasil e Argentina, a Índia anuncia que suas vendas externas de farelo de soja deverão recuar em até 1,1 milhão de toneladas neste ano.

Na Europa, o CIF Rotterdam, para os pellets de soja, registraram um valor de US$ 407,00/tonelada, tanto para o produto brasileiro quanto para o produto argentino, ambos para abril.

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No Brasil, os preços se mantiveram firmes, graças a Chicago, já que a colheita continua pressionando e o câmbio voltou a desfavorecer, com o dólar fechando a quinta-feira (16) em R$ 2,17 mesmo após intervenção do Banco Central brasileiro.

A média gaúcha, no balcão, atingiu a R$ 45,45/saco, enquanto os lotes variaram entre R$ 48,50 e R$ 49,00/saco. Nas demais praças, os lotes giraram entre R$ 41,00/saco em Barreiras (BA) e R$ 48,00/saco em Cascavel (PR). Efetivamente, os preços internos só não estão melhores porque o câmbio puxa para baixo os mesmos. Entre os dias 30/03 e 16/04, por exemplo, enquanto Chicago ganhou 17% no preço o dólar perdeu 7% de seu valor no Brasil.

A colheita brasileira, até o dia 09/04, chegava a 68% da área total, estando agora exatamente na média histórica. O Rio Grande do Sul havia colhido 28%, o Paraná 87%, Mato Grosso 92%, Mato Grosso do Sul 95%, Goiás 71%, São Paulo 94%, Minas Gerais 69%, Bahia 17% e Santa Catarina 18%.

A firmeza dos preços ajuda o setor, na medida em que a safra geral será menor (58 milhões de toneladas), sendo que no sul do país as perdas, diante de uma severa seca que retornou em março e abril, as perdas são acentuadas.

Os prêmios nos diferentes portos nacionais oscilaram entre 47 e 65 centavos de dólar por bushel, com melhoria acentuada em Rio Grande, diante da menor oferta de produto, por um lado, e melhoria no sistema operacional do porto. Para abril, por exemplo, os mesmos fecharam a semana entre 60 e 65 centavos de dólar por bushel.

No curto prazo, em função de Chicago, os preços devem se manter firmes, porém, há probabilidades de recuo logo mais, caso o plantio nos EUA transcorrer bem e a área confirmar o que analistas privados indicavam (aumento de 8%). Todavia, não se pode ignorar igualmente que dados de curto prazo da economia dos EUA, indicando certa melhora de alguns indicadores, estimulam a especulação, elevando as cotações.

Enfim, a ciência vem trazendo alento aos produtores de soja do país. Após o lançamento da soja inox no Mato Grosso, resistente à ferrugem asiática, os EUA anunciam que estudos conseguiram identificar os genes resistentes à ferrugem asiática na oleaginosa.

Paralelamente, diante da crise e dos altos custos de produção, os produtores diminuem a compra de fertilizantes em geral. No Brasil, em março, as vendas do insumo caíram 23%, segundo a Associação Nacional para a Difusão de Adubos. No primeiro trimestre do ano foram vendidas 4,15 milhões de toneladas, ou seja, um recuo de 23,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Embora compreensível diante da realidade econômica atual, isso poderá comprometer a produtividade futura das principais safras no país.

MERCADO DO MILHO:

As cotações do milho em Chicago não reagiram nesta semana, contrariando a tendência apresentada pela soja. As mesmas fecharam a quinta-feira (16) em US$

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3,85/bushel, contra US$ 3,90 uma semana antes e US$ 3,76/bushel na média de março. Os valores atuais são praticamente os mesmos registrados em 30/03, véspera do relatório de intenção de plantio, quando o bushel de milho fechou em US$ 3,86. Tal comportamento serve de alerta para um possível ajuste para baixo na soja futuramente.

Na prática, o mercado está mais preocupado com o estoque final dos EUA, que diminuiu pouco na projeção do relatório de oferta e demanda do dia 09/04, enquanto praticamente não reduziu a área a ser semeada.

Paralelamente, o petróleo não apresenta oscilações fora do contexto dos US$ 45,00 a US$ 55,00/barril, o que não estimula muito o etanol de milho, embora a esse preço do petróleo, o mesmo já se mostre viável economicamente, ao menos na indústria.

Ao mesmo tempo, as exportações semanais chegaram a 1,06 milhão de toneladas na semana encerrada em 02/04. Já uma semana depois as mesmas ficaram em 879.600 toneladas para o ano comercial 2008/09. O clima indica chuvas e aumento do calor na região produtora do milho nos EUA, num momento em que o plantio começa, o que é positivo para a cultura.

No fundo, o mercado está considerando, em se mantendo a área a ser semeada, que em clima normal a oferta estadunidense será importante, diante de uma conjuntura pouco favorável ao consumo de etanol e rações animais. Isso puxa os preços do cereal para baixo.

Na Argentina, os preços da tonelada FOB fecharam a semana em US$ 165,00, enquanto no Paraguai a mesma se manteve em US$ 110,00. A colheita de milho na Argentina, igualmente atingida pela estiagem, chegou a 44% da área no dia 09/04, contra 33% no mesmo período do ano anterior. Por sua vez, a Bolsa de Buenos Aires anuncia uma colheita de 59% em 16/04, com uma safra total de apenas 13,5 milhões de toneladas do cereal.

No mercado brasileiro, os preços permanecem baixos, com o retorno da colheita da safra de verão, na medida em que diminui a colheita de soja. Assim, o preço médio gaúcho, no balcão, fechou a semana em R$ 16,69/saco, enquanto o sorgo ficou em R$ 13,63/saco. Nos lotes, os preços subiram um pouco, com o norte gaúcho pagando R$ 19,25/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 14,75/saco em Rondonópolis (MT) e R$ 21,15/saco em Chapecó (SC). Na exportação, não houve interesse comprador, enquanto os vendedores ofereciam a tonelada a US$ 173,00 para abril.

Na prática, o mercado interno continua travado, diante da pressão de oferta e um consumo relativamente estagnado, com estoques nacionais importantes. O governo tenta aliviar o problema com leilões de PEP. No dia 09/04 um leilão deste tipo vendeu 58% das 40.000 toneladas oferecidas. Já o leilão de Pepro negociou todas as 20.000 toneladas ofertadas naquele dia. Outro leilão, nas mesmas características, foi realizado no dia 16/04.

Até o dia 13/04 a colheita nacional do chamado milho de verão atingia 57,6% da área, sendo que o Rio Grande do Sul chegava a 78%. Em Santa Catarina a mesma alcança

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52%. Em São Paulo, o corte realizado chegava a 49%, no Paraná 62%. A área total estimada no Centro-Sul brasileiro é de 6,05 milhões de hectares ou 4,5% a menos do que a concretizada no ano anterior. (cf. Safras & Mercado)

Vale ainda destacar que, enquanto a seca atinge fortemente o milho do tarde em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no Centro-Oeste e Minas Gerais é o excesso de chuva que atrapalha a colheita e causa algumas perdas. Por outro lado, o plantio da safrinha avança nas regiões propícias ao produto, tendo chegado a 98% da área no Paraná. Segundo o Deral, espera-se uma área total de 1,54 milhão de hectares naquele Estado, a qual seria 2% abaixo do registrado no ano anterior. No entanto, a produção da safrinha está estimada em 6,43 milhões de toneladas, contra 5,7 milhões em 2008.

A semana terminou com a importação valendo R$ 33,35/saco para abril, para o produto dos EUA, e R$ 29,78/saco para o produto da Argentina, tanto para abril quanto para maio. Já as exportações, no transferido via Paranaguá (PR), alcançavam R$ 20,74/saco para abril, R$ 20,87 para maio, R$ 21,10 para junho, R$ 21,95 para julho, R$ 22,64 para agosto e setembro.

MERCADO DO TRIGO:

As cotações do trigo em Chicago ficaram praticamente estáveis em relação ao final da semana anterior. O fechamento desta quinta-feira (16) chegou a US$ 5,24/bushel, contra US$ 5,22 uma semana antes, US$ 5,21 na média de março e US$ 5,12/bushel no dia 30/03, véspera do relatório de intenção de plantio dos EUA.

O mercado não encontra motivos de aumento nas cotações diante de uma oferta mundial importante e estoques finais em crescimento. Além disso, o dólar perdeu força no mercado mundial, dificultando as exportações do cereal por parte dos produtores estadunidenses. Somam-se a isso as previsões de chuvas positivas para as lavouras nas regiões produtoras daquele país.

As inspeções dos EUA, para exportação, na semana encerrada em 09/04, alcançaram 562.166 toneladas, acumulando no ano comercial 2008/09, iniciado em 01/06/2008, um total de 23,97 milhões de toneladas, contra 29,47 milhões no ano anterior. As vendas líquidas dos EUA somaram 121.500 toneladas apenas, na semana encerrada em 09/04, contra 189.400 toneladas na semana anterior.

Por sua vez, as condições das lavouras semeadas com trigo de inverno, nos EUA, em 12/04 apresentavam 42% entre boas a excelentes, 33% regulares e 25% entre ruins e muito ruins. Quanto ao trigo de primavera, até o dia 12/04 o plantio havia chegado a apenas 2%, contra a média histórica de 11%.

Na Argentina, diante da falta de notícias quanto a novas liberações de registros para exportação, os preços nominais recuaram para valores entre US$ 210,00 e US$ 215,00/tonelada. A cadeia produtiva do vizinho país solicita a redução de 10% na tarifa de exportação do cereal, já que a mesma chega hoje a 23% e retira a possibilidade de ganhos por parte dos exportadores e mesmo produtores. Se isso vier a ocorrer, o trigo

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argentino ficaria ainda mais competitivo para o Brasil, atrapalhando uma possível recuperação dos preços para maio em diante. (cf. Safras & Mercado)

Além disso, outros fatores conspiram contra uma melhoria nos preços brasileiros do trigo. Dentre eles, pode-se citar:

1) no Paraná, ainda existe trigo paraguaio a preços competitivos, fato que auxilia a frear uma alta nos preços do produto nacional. Por enquanto, a expectativa continua sendo de que os preços do trigo de qualidade superior, no Brasil, venha a subir em maio/junho próximos. Por outro lado, existe igualmente trigo uruguaio sendo ofertado, fato que compensa, por enquanto, a falta do produto argentino. Nesse contexto, e diante de moinhos nacionais ainda abastecidos, o preço no Brasil não sobe, frustrando expectativas iniciais;

2) segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, entraram no Brasil, em março, 709.000 toneladas, ou seja, 44% acima do volume registrado em fevereiro. A nova valorização recente do Real favorece as importações. Desse total, a Argentina participou com 582.000 toneladas (cumprimento de contratos anteriores). O restante veio do Paraguai e Uruguai;

3) outros dois fatores negativos para a formação de um preço melhor no país se encontram no menor consumo de farinha de trigo e o recuo dos preços mundiais, a partir de Chicago, que torna competitivo o produto do exterior. A situação poderá se complicar ainda mais, para os produtores que esperam preços melhores nos meses futuros, caso o governo brasileiro decida isentar as importações externas ao Mercosul da Tarifa Externa Comum (TEC), hoje em 10%, e do Adicional Sobre o Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), hoje em 25%, como fez no ano passado;

4) enfim, considerando o ano comercial agosto/08 a julho/09, o Brasil já importou 3,9 milhões de toneladas de trigo em grão e 416.000 toneladas de farinha (equivalente grão), fechando um total de 4,3 milhões de toneladas. Portanto, haveria ainda a necessidade de importar 1,5 milhão de toneladas. Desse total, cerca de 500.000 toneladas viriam do Paraguai e Uruguai. O restante, ainda não se sabe ao certo. Fala-se em produto da Rússia, dentro daquele acordo de negociar trigo por carne suína, porém, ainda não existem registros de tal negociação. Afora tudo isso, sabe-se que as políticas de apoio ao setor, por parte do governo, via AGF, contratos de opção de venda e Programa da Agricultura Familiar somariam um estoque público de 880.834 toneladas. O mercado se pergunta como e quando o governo irá escoar tal volume. (cf. Safras & Mercado)

Uma coisa é certa: se os preços não melhorarem a partir de maio, provavelmente os produtores nacionais irão reduzir ainda mais a área a ser plantada com o cereal, a qual está hoje estimada em redução de 13%.

Por enquanto, os preços continuam estagnados. A média gaúcha, no balcão, ficou em R$ 24,18/saco, enquanto os lotes permaneceram em R$ 470,00/tonelada. No Paraná, os mesmos giraram entre R$ 535,00 e R$ 550,00/tonelada.

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Enfim, o mercado registrou a venda integral das 150.000 toneladas ofertadas em leilão de PEP, realizado no dia 09/04, para produto localizado no Rio Grande do Sul. O valor de fechamento do prêmio ficou em R$ 176,00/tonelada;

A semana terminou com as importações, no CIF Sudeste brasileiro, valendo US$ 316,28/tonelada para o produto dos EUA, US$ 255,37/tonelada para o produto da Argentina, e US$ 282,79/tonelada para o produto oriundo do norte do Paraná.