Hoje Macau 7 AGO 2013 #2909

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PUB • LEI ANTI-TABACO Dificuldades levam Governo a rever diploma em 2015 PÁGINA 3 • CAMPANHA ELEITORAL Candidatos acusam deputado Mak Soi Kun de ser “rebelde” PÁGINA 4 HIROSHIMA UMA CIDADE QUE AINDA CHORA 68 ANOS DEPOIS DA BOMBA ATÓMICA CENTRAIS Fez-se história Tv Cabo chega a acordo com anteneiros A TV Cabo assinou um acordo de cooperação com 14 empresas de anteneiros. O acontecimento, histórico, só foi possível depois do Tribunal de Segunda Instância ter ordenado o cancelamento da retransmissão de canais pelos anteneiros e coloca fim a anos de polémica e ilegalidades. O Governo cumpriu, assim, a promessa de encontrar uma solução. PÁGINA 4 • OBRAS PÚBLICAS Mais de 2000 queixas feitas na DSSOPT PÁGINA 7 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 7 DE AGOSTO DE 2013 • ANO XII • Nº 2909 PUB MOP$10 PUB Ter para ler

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2909 de 7 de Agosto de 2013.

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• LEI ANTI-TABACO

Dificuldades levam Governo a rever diploma em 2015

PÁGINA 3

• CAMPANHA ELEITORAL

Candidatos acusam deputado Mak Soi Kun de ser “rebelde”

PÁGINA 4

HIROSHIMA UMA CIDADE QUE AINDA CHORA 68 ANOS DEPOIS DA BOMBA ATÓMICA CENTRAIS

Fez-se históriaTv Cabo chega a acordo com anteneiros

A TV Cabo assinou um acordo de cooperação com 14 empresas de anteneiros. O acontecimento, histórico, só foi possível depois do Tribunal de Segunda Instância ter ordenado o cancelamento da retransmissão de canais pelos anteneiros e coloca fim a anos de polémica e ilegalidades. O Governo cumpriu, assim, a promessa de encontrar uma solução. PÁGINA 4

• OBRAS PÚBLICAS

Mais de 2000 queixas feitas

na DSSOPT PÁGINA 7

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FE IRA 7 DE AGOSTO DE 2013 • ANO X I I • Nº 2909

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Ter para ler

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2 hoje macau quarta-feira 7.8.2013POLÍTICA

ANDREIA SOFIA [email protected]

O S responsáveis máximos pelo Gabinete para o Desenvol-

vimento de Infra-estrutura (GDI) estiveram ontem na Assembleia Legislativa (AL) para responder à inter-pelação do deputado Chan Meng Kam e do seu número dois Ung Choi Kun sobre o aumento do orçamento do novo terminal na Taipa em 500%, depois da publicação do relatório do Comissaria-do da Auditoria (CA).

Apesar dos deputados terem exigidos detalhes

FOI há cerca de duas semanas que o deputado Mak Soi Kun entregou uma interpelação

ao Executivo onde exige mais explicações sobre as políticas de-mográficas para combater a quebra da natalidade e o envelhecimento da população.

Ontem as respostas chegaram no âmbito do plenário da Assem-bleia Legislativa (AL), tendo a vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS) garantido que está quase a abrir um novo espaço virado para a terceira idade. “Espe-ramos que no último trimestre deste ano possa entrar um projecto de grande envergadura para mais 300 vagas de idosos”, disse a respon-sável, que garantiu ainda avanços na nova Lei de Bases e Garantias dos Idosos, que segundo o Jornal Tribuna de Macau está atrasada.

“Foram finalizadas as duas ron-

O GDI reconhece a necessidade de criação de um mecanismo de estimativa dos preços antes dos projectos para a aplicação rigorosa dos fundos públicosCHAN HON KIT director do GDI

500% poderá representar

o aumento do orçamento

do novo terminal da Taipa,

de acordo com os deputados

Ung Choi Kun e Chan

Meng Kam

AL DEPUTADOS COLOCARAM GDI DEBAIXO DE FOGO POR CAUSA DO TERMINAL DA TAIPA

Explicar uma derrapagem em meia hora

IAS GARANTE ABERTURA PARA CENTRO DE IDOSOS

As respostas demográficas do Governojovens receiam é o problema da habitação e por isso não querem ter filhos e muito menos casar.”

ESTUDOS A CAMINHOLau Pun Lap, coordenador do Gabinete do Estudo de Políticas (GEP), garantiu que tudo está a ser feito para avançar com o estudo demográfico anunciado pelo Exe-cutivo há alguns meses. E deixou algumas sugestões. “Temos um texto de consulta com medidas a médio e longo prazo e a fase de análise está prestes a terminar. Macau está a caminhar para o envelhecimento da população e temos de encarar os desafios.”

“Devemos ter um sistema geral para apoiar a terceira idade. No futuro vamos ter mais encargos e temos de tomar medidas para ver como podemos aliviar essas pressões”, disse Lau Pun Lap, sem esquecer que “temos que ter melho-res avanços ao nível da habitação e saber quais as necessidades da po-pulação idosa. Temos que ter mais casas públicas para que os idosos possam ter mais garantias”. – A.S.S.

das de consulta pública e estamos a elaborar o texto legislativo. Este é um ano de eleições e sabemos des-de o inicio que não seria possível para esta legislatura.”

Estas foram algumas das res-postas apresentadas aos deputados que exigiram planos a curto, médio e longo prazo para lidar não só com os baixos nascimentos mas também com a falta de espaços e condições para os cuidados na terceira idade.

Ho Ion Sang disse mesmo que “esta situação tem a ver com o aperfeiçoamento dos diplomas legais”, uma vez que “o Governo não tem problemas em enfrentar o envelhecimento da população porque temos recursos. Não é nenhum monstro”.

Já Melinda Chan associou os baixos nascimentos às dificulda-des na compra de casa. “O que os

Ung Choi Kun e Chan Meng Kam queriam saber todos os detalhes sobre a derrapagem orçamental no terminal marítimo do Pac On, mas a discussão, já perto da hora do fim do debate, deixou muitas perguntas sem resposta

que a interpelação dos meus colegas é sobre a responsa-bilidade. Consigo ver que os nossos dirigentes estão a esforçar-se ao máximo para responder à interpelação e já é hábito aparecerem dirigentes que respondem além das suas capacidades, e isso não me parece justo. Espero que para as próximas interpelações apareçam os secretários.”

Melinda Chan foi mais longe e quis saber que Chui Sai On teve conhecimento de todo o processo de alterações do projecto do terminal que levaram a um aumento do orçamento. “Quem autori-zou tantas alterações, o que envolveu exactamente os montantes do erário públi-co? O Chefe do Executivo teve conhecimento destas alterações”, questionou a de-putada, que não teve direito a resposta dado o fim do tempo de debate. Melinda questio-nou ainda se o GDI “levou a sério a interpelação” ou se “só teve conta o relatório do CA”, mas o silêncio conti-nuou a permanecer.

concretos sobre tão grande discrepância de valores ao fim de dez anos de desenvol-vimento do projecto, o GDI manteve as mesmas explica-ções que deu ao CA. “O GDI reconhece a necessidade de criação de um mecanismo de estimativa dos preços antes dos projectos para a apli-cação rigorosa dos fundos públicos”, disse Chan Hon Kit, director do GDI.

“Quanto ao relatório do CA entendemos que temos insuficiências e que antes de iniciar um projecto temos que ter um orçamento glo-bal. Vamos rever e melhorar o orçamento para projectos de grande envergadura”, disse ainda. Quanto a dados mais concretos, Chan Hon Kit disse existirem “dados para fornecer aos deputados para tomarem como refe-rência”. Mais tarde e sem qualquer avanço especifico em plenário.

A resposta não satisfez o deputado Ung Choi Kun. “Não respondeu a coisa nenhuma sobre o orçamento e nem sei como fazer uma

nova pergunta. Passados dez anos, porquê tão grande mudança na área do termi-nal? Porque é que no inicio era de apoio e passou a ser mais importante? Estas não são apenas perguntas dos deputados Chan Meng Kam e Ung Choi Kun, mas de todas as pessoas que prestam

atenção a este assunto. Até hoje não nos foi dada qual-quer resposta por isso não vou fazer mais perguntas.”

SERÁ QUE CHUI SAI ON SABIA?Numa discussão que teve inicio perto das 19h30, meia hora antes do fim da hora habitual do plenário, não

houve tempo para muitas perguntas. Mas ainda assim o deputado José Pereira Coutinho conseguiu lançar uma farpa ao secretário para as Obras Públicas e Transportes, Lau Si Io, que não compareceu.

“Infelizmente não está aqui o senhor secretário por-

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O director dos Serviços de Saúde garantiu ontem na AL que o regime de controlo e prevenção e controlo do tabagismo vai sofrer uma revisão daqui a dois anos. Até lá, o Executivo promete criar sanções para os casinos que não cumprem as regras

O ESSENCIAL

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ANDREIA SOFIA [email protected]

E STÁ em vigor desde Janeiro do ano passado mas a sua re-visão já tem data marcada. Será em 2015 que o regime

de controlo e prevenção do tabagismo vai sofrer mudanças, garantiu ontem Lei Chi Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). O diploma foi o responsável pela proibição do fumo em muitos locais públicos de Macau e obrigou os casinos a terem zonas para fumadores. “Em 2015 vamos fazer uma revisão deste regime, estamos a recolher as opiniões e a elaborar as estatís-ticas”, disse ontem o responsável na Assembleia Legislativa (AL), em resposta à deputada Kwan Tsui Hang.

Confrontado com queixas dos funcionários dos casinos quanto à qualidade do ar nestes espaços e sobre a sua saúde, Lei Chi Ion acabou por admitir que o Executivo tem tido dificuldades na implementação prática da lei. “Temos enfrentado muitos desafios porque há casinos que já tinham as suas infra-estruturas criadas há muito tempo”, disse o director dos SSM. Mas há outras razões.

“Em Macau temos poucos laboratórios, as amostras são recolhidas e enviadas para os territórios vizinhos, e por en-

I MPLEMENTADA em 2009, a lei que regula-menta a proibição da pro-

dução, tráfico e consumos ilícitos pode estar a um pas-so mais próximo para ser revista. A garantia foi dada ontem pelo director da Po-lícia Judiciária (PJ), Wong Sio Chak, em resposta às questões dos deputados so-bre a matéria. “Esperamos poder em breve recolher as opiniões para a revisão da lei para que possam ser entregues aos superiores”, disse o responsável em resposta à interpelação do deputado Lam Heong Sang. Recorde-se que há muito que diversos serviços governamentais estão a trabalhar para a revisão do diploma, nomeadamente no que diz respeito à inclusão de novas drogas sintéticas.

Mas o pedido para a revisão urgente da legisla-ção fez-se ouvir em várias bancadas. “Peço a revisão

AL GOVERNO ADMITIU DIFICULDADES PARA PÔR DIPLOMA EM PRÁTICA

Lei anti-tabaco revista em 2015

ESTUPEFACIENTES DEPUTADOS PEDEM URGÊNCIA NO PROCESSO ANTI-DROGA

Avanços na nova lei “em breve”

quanto ainda dependemos deles. Precisamos de um certo período de tempo para melhorar o nosso trabalho.”

Lei Chi Ion garantiu ainda que,

para já, “iremos fazer a medição da qualidade do ar nas zonas para fu-madores e por enquanto não vamos fazer na zona de não fumadores. Temos feito medições nas salas VIP

disse que ainda estão por criar. “Estamos a elaborar um regime sancionatório para os casinos que não cumprem as regras”, disse Lei Chi Ion, que não teve duvidas em afirmar que “as regras do tabagismo em Macau são mais rigorosas do que em Singapura ou Las Vegas”.

Para o futuro, fica a promessa da criação de um “padrão” a ser aplicado a todas as empresas de jogo. “Temos vários dados e esta-mos a organizá-los bem, só depois é que vamos divulgar”, disse Lei Chi Ion, que garantiu que ainda há casinos sem salas especificas para fumadores.

MEDIÇÕES PELOS CASINOSSe a deputada e directora-executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Angela Leong, voltou a exigir a proibição total do fumo nos casinos, o seu colega Lee Chong Cheng apresentou uma ideia inovadora. “(A medição da qualidade do ar) trata-se de uma responsabilidade dos casinos e não do Governo. Só depois é que devem apresentar o relatório da medição do ar”, disse o colega de bancada de Kwan Tsui Hang.

da lei o mais rapidamente possível”, disse Melinda Chan. Ung Choi Kun disse que o diploma “tem muitas lacunas e zonas cinzentas”, enquanto que Kwan Tsui Hang questionou se “houve uma falha na concepção da lei ou se o Governo não con-segue resolver a questão” dos consumos e casos de tráfico de droga no território.

O COMBATE EXISTEO director da PJ disse que o combate existe, mas que o diploma é mais “bene-volente” para os pequenos casos de consumo e tráfico. “Temos hoje maior facilida-de nos tribunais para evitar que sejam mais rigorosos nos casos mais graves. A nova lei é mais benevolente

e aplica-se mais a multa do que a prisão.”

Já a responsável da Di-recção dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ) disse que “a legislação veio

alargar o limite mínimo e máximo de prisão e temos de analisar se há ou não problemas com esta lei. A co-missão de combate à droga tem vindo a fazer um estudo

para que os anos de prisão correspondam à realidade”.

ESCOLAS SEM TESTES Muitos deputados lembra-ram que há cada vez mais

casos de consumo de estupe-facientes nas escolas, tendo sido debatida a possibilidade de introduzir testes obriga-tórios aos alunos, como já acontece em Hong Kong. Mas a vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS) disse que, para já, trata-se de uma realidade longínqua. “Achámos que não seria necessário fazer testes. São poucas as escolas que estão dispostas a fazer isso e os jovens escondem--se para tomar a droga. Em Hong Kong essa medida é feita em zonas muito pe-quenas. Temos de, através da lei, obrigar as crianças a fazer testes. É algo que tem sido bastante discutido e ainda temos de pensar na vontade e disponibilidade. É algo contra a comissão internacional dos assuntos dos jovens e o grupo de tra-balho acha que Macau ainda não tem condições para este projecto.” - A.S.S.

e vamos divulgar os resultados o mais depressa possível junto do público”.

Apesar das explicações os deputados não se mostraram muito convencidos. “Passados sete meses (desde a entrada em vigor da lei) os trabalhadores não estão satisfeitos e acham que nada mudou. Como vão executar esta lei? Não sabemos como são feitas as medições nem como são as sanções. Passado um ano como podemos assegurar a saúde dos trabalhadores?”, questionou Kwan Tsui Hang.

“Não divulgam os dados e disse que estão a inspeccionar as salas VIP, mas não deu qual-quer calendário”, disse ainda a deputada.

SANÇÕES DEPOIS DA LEILei Chi Ion garantiu que os SSM têm vindo a fazer inspec-ções aleatórias nos casinos em colaboração com a Direcção da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), tendo sido feitas este ano 144 visitas, com 2600 amostras. Os casinos têm de sub-meter um relatório ao Governo sobre as zonas de fumo. Caso não cumpram a lei, terão de melhorar e enviar novo relatório.

Os deputados quiseram sa-ber quais as sanções que serão aplicadas às concessionárias que não cumprem, mas o Executivo

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ZHOU [email protected]

“U M acto vergonhoso de suborno e campanha.” É assim que Lee Kin Yun da Lista Associação de Activismo para a Demoracia e

Cheong Weng Fat da lista Ideias de Ma-cau – candidatas à Assembleia Legislativa (AL) – caracterizam a forma como Mak Soi Kun está a actuar. O deputado – e tam-bém candidato – está a ser acusado de dar prendas aos membros da sua Associação de Conterrâneos de Kong Mun para que estes votem nele.

Lee Kin Yun foi juntamente com Cheong Weng Fat para a porta do Centro Desportivo e Recreativo da associação, com cartazes de protesto na mão reclamaram do que conside-ram ser um “acto vergonhoso”. E explicam porquê. “Após dias de observação em redor do centro, os membros da associação entram de mãos vazias, mas saem com uma caixa de prendas, decorada com fotos e nomes dos dez candidatos do grupo de Mak Soi Kun, também conhecido por ocupar o cargo de vice-presidente na associação”, começa por contar Lee à imprensa chinesa. “Não sou contra oferecer prendas aos membros, mas é preciso ser tão rebelde que imprime fotos e os nomes dos seus candidatos?” diz, apontando que o acto é “uma injustiça para outros”. O candidato disse ainda que já informou a polícia e as duas listas vão entregar uma acusação separadamente à Comissão Eleitoral e ao Comissariado contra a Corrupção.

MEMBROS E ROUBOSSem perder tempo, a associação realizou logo depois da manifestação uma confe-rência de imprensa. O vice-presidente,

RITA MARQUES [email protected]

FOI em 2009 que o Chefe do Executivo anunciou a intenção de encontrar

o melhor destino a dar às instalações do agora antigo campus da Universidade de Macau, na Taipa. A asso-ciação Macao Tri-Decade Action Union entende que quatro anos é tempo mais do que suficiente para auscultar a população e tomar uma decisão, por isso, entregou ontem uma carta ao Governo onde pediu respostas. No entender do grupo cívico, as infra-estruturas devem continuar a ser usadas pelo

Não sou contra oferecer prendas aos membros, mas é preciso ser tão rebelde que imprime fotos e os nomes dos seus candidatos?CHEONG WENG FAT candidatoà AL pela lista Ideias de Macau

Manifestações, roubos e muitas queixas ao CCAC são algumas das consequências da distribuição de caixas de prendas de Mak Soi Kun a associados seus

ELEIÇÕES CANDIDATOS MANIFESTAM-SE CONTRA CAMPANHA DE MAK SOI KUN

“Não precisa de ser um rebelde”

GRUPO CÍVICO ENTENDE QUE CAMPUS ANTIGO DA UMAC DEVE SER USADO PELO ENSINO SUPERIOR

Respostas do Governo tardam em chegar

Chan Pou Sam, refere que as prendas dentro da caixa são especialidades de Kong Mun e diz que o seu valor não ultrapassa as cem patacas. Já os nomes, diz, são impressos porque “o número de membros duplicou nos últimos anos”, pelo que é preciso apresentar os dirigentes da associação aos novos membros.

Mas Chan Pou Sam vai ainda mais longe. Desta vez, é ele quem acusa Lee Kin Yun de perturbar o trabalho da asso-ciação. “No domingo à tarde, um idoso saiu da porta da nossa associação com a prenda e dirigiu-se à estação de autocar-ros, Lee Kin Yun apareceu de repente, roubou-lhe a prenda, levantou-a [acima da cabeça] e começou a caluniar-nos em voz alta. O idoso ficou assustado e fugiu”, disse ao Jornal do Cidadão.

A associação afirmou ainda que as “perturbações deliberadas de pessoas” como Lee Kin Yun são uma ameaça à vida do idoso e à ordem pública, pelo que vai ser feita queixa à Polícia, à Comissão Eleitoral e ao CCAC.

Na conferência, Chan reconheceu ainda que a associação dá a cada membro mais de 300 patacas e oferece outros benefícios. À pergunta dos jornalistas sobre se a quan-tidade total ultrapassou já os 10 milhões de patacas, Chan recusou-se responder. A insistência do jornalista fez que o pessoal da Associação pedisse o seu cartão de visita, mas como não conseguiu, expulsou-o.

ensino superior. “Pedimos ao Executivo que dê conta das candidaturas [para utili-zação das instalações] e que declare explicitamente os critérios de concessão, além de explicar os objectivos mais rapidamente possível”, diz o grupo cívico num co-municado enviado ao HM.

No mês passado, o presi-dente do Instituto Politécnico de Macau (IPM), Lei Iong Iok, disse em entrevista ao HM ter já requisitado à Administração

o pedido de transferência das actuais instalações, no NAPE, para o campus antigo. Mas não obteve até então qualquer resposta.

Na carta, os quatro mem-bros da associação (também candidatos às eleições le-gislativas pela lista “Acções Inovadoras) pedem directa-mente ao secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, que publique também os planos previstos para o ensino superior, numa

altura em que podem estar a ser “alocados erradamente recursos” para as instituições académicas. “O Governo deve ouvir extensivamente a população sobre o plano de

desenvolvimento do ensino superior e decidir uma pla-nificação a longo-prazo que se coadune com a política demográfica e a capacidade urbana”, explicita. Por outro

lado, e como vem sendo hábi-to, pede explicações sobre a “expansão de recrutamento” de estudantes para o ensino superior, opondo-se à absor-ção no mercado de trabalho de alunos não locais. “Devem declarar não usar a questão da inscrição de estudantes como uma desculpa para criar um novo canal para os estudantes estrangeiros que estudam em Macau poderem trabalhar no território”, manifesta a associação.

Mak Soi Kun

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RITA MARQUES [email protected]

E STÃO redigidas mais de 270 pági-nas de um parecer que tem de ser una-

nimemente aceite pelos deputados que estudaram a proposta de lei de Sal-vaguarda do Património Cultural durante os últimos 10 meses. O documento terá de acolher as posições vincadas dos tribunos, as cedências e intransigências do Governo às propostas apresentadas pelos mesmos e, bem claras, têm de ficar expressas algumas questões mais controversas. Por essa razão, levará mais um a dois dias a ficar bem redigida esta fórmula que garante a possibilidade de subida a plenário da proposta de lei para votação na especialida-de. “Há coisas que exigem uma forma de expressar

Ng Kuok Cheong opõe-se a declaração de numeráriosEm declarações ao Jornal do Cidadão, Ng Kuok Cheong mostra-se contra a declaração de numerários à entrada em Macau, sugerida pelo secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam. O deputado considera que a política impedirá lavagem de dinheiro mas não consegue resolver o problema de raiz. “A política trará impacto à economia local, dado que vai suprimir mais a vontade de consumir dos turistas normais”, explica o deputado. “Quem quiser correr o risco de fazer lavagem de dinheiro não fica completamente impossibilitado de entrar em Macau, por isso, a capacidade de impedir a sua entrada será pequena”, disse o pró-democrata. “Se o Governo realizar consulta pública, acredito que não haverá muitos a favor da política”, salientou ainda.

Melinda Chan quer saber mais sobre habitação socialMelinda Chan apresentou ontem uma interpelação escrita ao Governo onde questiona o mecanismo de fiscalização das habitações sociais. A deputada refere que os regulamentos exigem que os arrendatários não utilizem a habitação para outros fins além daquele a que se destinam e exige que renunciem o contrato quando o seu salário não cumprir os requisitos. Mas, segundo Melinda Chan, a fiscalização não é rigorosa. A deputada pede que o Governo explique não só como pretende fiscalizar, como ainda qual a situação dos contratos que já foram ou não renunciados.

[O diploma] concretiza o compromisso que foi feito à UNESCO de aperfeiçoar o nosso regime jurídico para melhor salvaguardar o património cultural”, deixa antever, sobre uma lei que será actualizada ao fim de 29 anos em vigor, e que se espera com “um impacto muito profundo na sociedadeCHEANG CHI KEONG deputado e presidenteda 3.ª Comissão Permanente da AL

PATRIMÓNIO DEPUTADOS ACREDITAM QUE DIPLOMA VAI APERFEIÇOAR SALVAGUARDA

Concretizar um compromissomais precisa, caso contrário pode gerar interpretações diferentes, por isso, temos dado todo o possível para vincar as questões mais controversas, as sugestões da comissão e qual a respos-ta do Governo”, salientou o presidente da 3.ª Comissão Permanente da AL, sobre a redacção de um parecer extenso que ainda “está a ser ajustado”.

Mas Cheang Chi Keong sustenta, para já, que o diploma vai conseguir “res-ponder aos futuros desafios e aperfeiçoar os actuais mecanismos de salvaguar-da”, depois de analisado em pormenor cerca de um terço do parecer, onde se incluem “as matérias mais complexas”. Questões que só ficarão publicamente a descoberto depois de assi-nado o parecer, esta semana.

De resto, o deputado acredita que é o centro

histórico, há oito anos classificado, que mais vai ganhar com o novo diplo-ma. “Concretiza o com-promisso que foi feito à UNESCO de aperfeiçoar o nosso regime jurídico para melhor salvaguardar o património cultural”, deixa antever, sobre uma lei que será actualizada ao

fim de 29 anos em vigor, e que se espera com “um impacto muito profundo na sociedade”.

Por essa razão, “entende a comissão que a proposta reúne as condições para ser apresentada para discussão da especialidade no plená-rio”, garante o presidente da 3.ª Comissão Permanente

da AL, antevendo ainda assim que não deverá ser esta semana. “[O parecer] será assinado amanhã [hoje] à tarde. Ou pode ser na quinta-feira de manhã [...] Na próxima semana pode ser discutido no plenário”, referiu, ontem, Cheang Chi Keong, contrariando a previsão do presidente do organismo. Isto porque, na segunda-feira, Lau Cheok Va convocou os deputados para sexta-feira votarem na especialidade quatro diplo-mas, entre os quais a Lei de Salvaguarda do Património Cultural (quarto ponto na agenda), respeitando assim o regimento da AL que prevê um mínimo de cinco dias de posse do parecer pelos depu-tados - que já o têm em mãos desde sexta-feira passada. Tudo indica portanto que o escrutínio do diploma pelos deputados transitará para a semana seguinte.

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O responsável pela Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) disse ontem no hemiciclo que o fim do contrato de exclusividade com a TV Cabo custaria ao Executivo, neste momento, entre 200 a 300 milhões. Tou Veng Keong disse ainda que mercado televisivo ainda está em estudo

O ESSENCIAL

hoje macau quarta-feira 7.8.2013SOCIEDADE

JOANA [email protected]

T V Cabo e anteneiros assi-naram ontem um acordo de cooperação para a transmissão de canais

televisivos. Depois de toda a po-lémica em torno da exclusividade da TV Cabo e do facto de ser ilegal a retransmissão dos canais pelos anteneiros, o Governo cumpriu a promessa de conseguir encontrar uma solução. “A TV Cabo e os representantes dos anteneiros as-sinaram um acordo de cooperação, para que este problema histórico possa ser resolvido”, pode ler-se num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social. O agendamento da assinatura do contrato – que se deu ontem ao meio-dia - foi só anunciado aos mé-dia à meia-noite de segunda-feira.

O acordo, que foi assinado com 14 empresas de anteneiros, surge depois do Tribunal de Segunda Instância ter ordenado o cancela-mento da retransmissão de canais pelos anteneiros. A Direcção dos Serviços de Regulação das Teleco-municações (DSRT) propôs, então, o acordo entre as duas partes.

Lau Si Io, secretário para as

ANDREIA SOFIA [email protected]

HORAS depois de ter sido celebrado o acor-do entre Governo,

TV Cabo e anteneiros, em reacção à decisão do Tri-bunal de Segunda Instância (TSI), Tou Veng Keong admitiu finalmente na As-sembleia Legislativa (AL) quando poderia custar, neste momento, uma quebra de exclusividade com a TV Cabo. Os valores poderiam variar entre as 200 e as 300 milhões de patacas, garantiu o director dos Serviços para a Regulação das Telecomu-nicações (DSRT). “O paga-mento das compensações depende sempre do quão próximos estamos do termo do contrato ou se a penetra-ção da empresa no mercado é mais alta. Aí a compensação será mais elevada. Se res-tringirmos agora o contrato,

TV CABO ASSINA COOPERAÇÃO COM 14 EMPRESAS DE ANTENEIROS

Acordo histórico

TV CABO GARANTIA DE TOU VENG KEONG EM RESPOSTA A AU KAM SAN

Contrato quebrado custa até 300 milhões

Obras Públicas e Transportes, es-teve presente na cerimónia, referiu, contudo, que ainda existe uma “grande quantidade de trabalhos técnicos por fazer”.

“Com a assinatura formal do acordo de cooperação, as obras concretas de conexão dos sinais te-levisivos serão iniciadas por zonas e por segmentos a partir de 8 de Agosto, prevendo-se a sua conclu-são antes de 18 de Agosto”, refere o comunicado. Fica o aviso de que os cidadãos podem deparar-se com problemas técnicos durante esta altura, tais como a suspensão provisória dos sinais, a alteração da ordem original dos canais e a falta de clareza da imagem do ecrã de televisão.

Recorde-se que, recentemente, foi anunciado que este acordo de colaboração vai permitir que a actividade ilegal de retransmissão de sinais televisivos seja possível, ainda que esta seja uma medida temporária para cumprir a ordem do Tribunal de Segunda Instância.

No ar, contudo, ficou uma ques-tão. Quem vai pagar? De acordo com a DSRT, “nem os anteneiros, nem a TV Cabo, nem a população vão suportar” eventuais taxas ou despesas que – isso ao certo – vão

existir no futuro. “Será inevitável que a TV Cabo vá ter despesas, devido à fixação de cabos e outras, mas as despesas não vão passar para os anteneiros”, explicou Tou Veng Keong, director do organis-mo, em Julho.

Ou seja, o que vai ganhar a TV Cabo que, ao longo de anos, tem vindo a lutar contra as actividades dos anteneiros e, de repente, aceita um compromisso de colaboração? E quem vai pagar as despesas? Os jornalistas questionaram a DSRT sobre esta questão. O director do organismo assegura que, para já, o certo é que “a TV Cabo não vá co-brar qualquer taxa aos anteneiros”, mas que a discussão sobre taxas e despesas “será apenas discutida numa segunda fase”.

O comunicado não refere nada sobre isto, mas assegura que a assinatura do acordo é uma marca para o fim deste problema histórico.

Contudo, no plenário da tarde na Assembleia Legislativa (AL), Tou Veng Keong disse aos deputa-dos que o Governo vai ter que su-portar todas as despesas referentes ao processo até Abril, data em que cessa o contrato de exclusividade com a TV Cabo. Serão pagos cerca de 10 milhões de patacas no total para a mudança e aquisição de novo material, enquanto que a TV Cabo terá de assegurar a manutenção dos serviços técnicos que garantem a retransmissão dos sinais com os anteneiros. O custo dessa manu-tenção está avaliado em cerca de 900 mil patacas mensais.

“A TV Cabo e os representantes dos anteneiros assinaram um acordo de cooperação, para que este problema histórico possa ser resolvido” TV CABO em comunicado enviado à comunicação social

sem contar com as questões judiciais colocadas pela TV Cabo, iríamos pagar entre 200 a 300 milhões”, disse.

Contudo, Tou Veng Ke-ong garantiu que, neste momento, o que importa é o acesso de toda a população aos canais de televisão. “Não vamos ver os cálculos mas

sim como resolver o proble-ma. Há que haver condições preliminares para a cessação do contrato e esse contrato de exclusividade é semelhante ao da rede fixa.”

As explicações de Tou Veng Keong surgem em resposta a uma interpelação do deputado Au Kam San,

cuja proposta de realização de plenário para votar os termos contratuais entre Governo e TV Cabo foi recentemente chumbada. Os seus colegas do hemiciclo disseram que não só não havia tempo como não era algo necessário.

Mercado em estudoO director da DSRT

não confirmou, contudo, se há a possibilidade de vir a quebrar a exclusividade com a empresa que há muito se queixa da violação dos direitos de transmissão face às companhias de antena.

“Estamos numa fase de negociações preliminares e esperamos poder ter um novo planeamento para o futuro mercado televisivo.

Iremos iniciar um estudo sobre o mercado de Ma-cau e pretendemos a curto prazo regularizar o acesso ao mercado televisivo. Os problemas ligados aos an-teneiros têm a ver com as características de Macau e há disposições contratuais que estão contra esta realidade. Há que planear para que o mercado siga um caminho saudável.”

Sobre o acordo celebrado durante a manhã, o director da DSRT disse ainda que está a ser respeitada a decisão do TSI, uma vez que “os ante-neiros vão poder sobreviver e a população de Macau pode continuar a ver os canais que vê agora”, apontou. Sobre a lista de canais, a TDM não se encontra neste momen-to disponível “porque (é uma questão) que envolve a patente dos direitos de transmissão”. “Temos de saber qual a melhor forma para transmitir estes canais e vamos resolver a questão”, disse.

Apesar dos deputados terem obtido os dados há muito pedidos, exigiram que o Governo estabeleça já um plano para a liberalização do mercado televisivo.

“O contrato com a TV Cabo vai cessar em Abril e têm de estar preparados para isso, pois poderão lançar o concurso público logo em Abril. Estão à espera de quê? Querem continuar a ceder essa exclusividades à TV Cabo?”, questionou Ng Kuok Cheong.Tou Veng Keong

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HOJE

MAC

A

7 sociedadehoje macau quarta-feira 7.8.2013

Estatísticas oficiais da DSSOPT mostram que cidadãos queixaram-se mais sobre os edifícios que habitam face a 2012, ano em que houve apenas 310 queixas

ANDREIA SOFIA SILVA*[email protected]

E DIFÍCIOS, infra-estrutu-ras urbanas e projectos de construção, sem esque-cer as obras ilegais. São

estas as principais áreas que mais queixas originam junto dos cida-dãos junto das Obras Públicas.

Só este ano, e com base em estatísticas oficiais publicadas no website da Direcção das Obras Pú-blicas e Transportes (DSSOPT), houve um total de 2011 queixas, sendo que 1716 dizem respeito aos edifícios. Trata-se de um aumento significativo face ao ano passado, quando em 12 meses houve apenas 310 queixas sobre esta área.

Mas numa altura em que a DS-SOPT afirma publicamente estar lutar contra casos de construções ilegais, a população também parece estar atenta e sobretudo descontente: se nos primeiros três meses do ano registaram-se apenas nove queixas sobre obras, incluindo obras ilegais, o número aumentou para 83 até Junho.

Leite em pó contaminado da Abbott não é importadoA Embaixada da Nova Zelândia em Pequim avisou a Gabinete de Administração da Qualidade, Supervisão, Inspeção e Quarentina do continente que dois lotes de leite em pó da Abbott Laboratories Trading (Shangai) Co., Ltd, encontravam-se com risco de contaminação, solicitando a sua recolha perante a fábrica. No entanto, o Governo local indicou ontem que não importou os lotes potencialmente contaminados desta marca. Ainda assim, o Grupo de Coordenação para a Segurança Alimentar apela aos cidadãos que não consumam os lotes 287834K402 e 287844K402, com data de produção de 2 de Maio, caso os tenham comprado fora. Os produtos foram também fabricados pela Fronterra, o maior exportador mundial de produtos lácteos, que esta semana anunciou a possibilidade de contaminação dos lotes 3178 e 3179 da marca “Cow&Gate”, cuja venda já foi suspensa em Macau. A bactéria, que terá contaminado um produto de soro de leite usado para o fabrico deste aluno, pode causar uma forma de intoxicação alimentar fatal. Depois de detectada a bactéria pela Fronterra, também a Danone Dumax, empresa de Singapura, procedeu à recolha de dois lotes de leite em pó “Mamil Gold PreciNutri Step2”, por sua iniciativa. Os Serviços de Saúde locais afirmam também que a importação deste produto não foi autorizada em Macau mas, dizem, mantêm-se a acompanhar o caso. - R.M.R.

H. Nolasco vendeu acções da ReolianA Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) disse ontem ao Jornal Ou Mun que a H. Nolasco vendeu todas as acções da Reolian, apesar de não mencionar a quem. O organismo disse que já tinha recebido há dias o aviso da Reolian sobre a transferência das acções. Contudo, enfatiza que isto não irá perturbar as operações de transporte público. Já a Reolian disse também ao Ou Mun que a transferência, que foi oficialmente completada no dia 19 de Julho, não vai afectar o seu serviço.

Avaliação do Prémio Hotel Verde com novas regrasAs candidaturas de hotéis e pensões de Macau ao “Prémio Hotel Verde Macau 2013” estão a decorrer até 16 de Agosto. A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) realizou ontem mais uma “Sessão de apresentação do Prémio Hotel Verde Macau 2013”, onde explicou os mecanismos de revisão do regime de avaliação, com critérios mais rigorosos, que agora compreendem três grupos: “Liderança Verde e Inovação”, “Programa e Desempenho Ambiental” e “Sinergia com Parceiros”, que agregam cerca de 300 indicadores. Por outro lado, encoraja agora o sector hoteleiro a implementar a política ambiental de “Redução de resíduos a partir da fonte”, “Melhoramento da qualidade do ar” e “Valorização de alimentos”.

As queixas sobre obras ilegais mais do que triplicaram em seis meses

OBRAS PÚBLICAS DSSOPT JÁ RECEBEU MAIS DE 2000 QUEIXAS ESTE ANO

Moradores muito descontentes

UGAMM ENTREGOU INQUÉRITO AO GOVERNO Loi Man Keong disse ainda ao HM que devido às obras frequentes que têm vindo a realizar-se este ano na via pública e os ruídos associados têm originado descontentamento, para além dos engarrafamentos que provocam. Trata-se de uma área que também gera queixas, sem esquecer os autocarros. “Recebemos muitas queixas sobre autocarros e em Julho apresentámos ao Governo o resultado do inquérito que realizamos sobre os transportes públicos.”

QUEIXAS SOBRE AMBIENTE NA DSSOPTApesar da existência da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), coube à DSSOPT receber queixas relacionadas com o ambiente, ao nível da poluição sonora, qualidade do ar e arborização. Nos primeiros seis meses foram 28 queixas, contra 138 apresentadas em 2012 e 182 no ano de 2010.

Quanto às infra-estruturas ur-banas, houve 69 casos de Janeiro a Junho, sendo que até Março existiam apenas 24 queixas.

Só no ano passado, o total de queixas atingiu as 2800, sendo que 2253 diziam respeito a obras legais ou ilegais. 154 diziam respeito às infra-estruturas urbanas.

O HM contactou a DSSOPT para saber mais pormenores so-bre a origem das queixas, mas a entidade apenas garantiu que foi implementado um sistema de re-colha de opiniões e que o mesmo está a ser optimizado. Ficou ainda a promessa da realização de uma sondagem “em breve”.

Apesar dos números serem elevados, continuam a ser infe-riores aos de 2010, ano em que o organismo liderado por Jaime Carion recebeu um total de 4260 queixas. 3174 diziam respeito a obras, 810 a edifícios e 115 a infra-estruturas urbanas. Sobre 2011 a DSSOPT não dispõe de dados online.

KAI FONG NÃO ESTÃO SURPREENDIDOS O HM confrontou a União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) com es-tes números. Loi Man Keong, vice-director da comissão para os assuntos sociais da entidade, disse que o aumento tem a ver com a existência de uma maior consciência dos direitos cívicos por parte dos cidadãos. “Tam-bém temos vindo a receber mais queixas comparando com os anos anteriores, e acredito que o número ainda vai aumentar mais no futuro.”

Loi Man Keong enfatizou as queixas sobre os edifícios,

que junto da UGAMM ocu-param cerca de 80% de todo o bolo das queixas recebidas no primeiro semestre. Na sua opinião os números devem-se às construções nas zonas públicas dos edifícios, o que aumenta em grande escala o risco de incêndios. “É uma questão his-

tórica. Antigamente o telhado dos edifícios estava garantido para a venda de mais casas, e até hoje muitas pessoas acham que o telhado lhes pertence. Mas na verdade a lei não reconhece isso e considera os telhados como zonas públicas. Por isso é que há tantas construções nessas zonas e tantas queixas”, aponta ao HM.

HABITAÇÃO PÚBLICATAMBÉM AJUDAO responsável da UGAMM re-conhece que a habitação pública e os problemas associados têm contribuído para o descontenta-mento, uma vez que a qualidade das mesmas é “excessivamente má”. “Os tubos no edifício do lago enferrujaram, as portas da habitação económica na Alameda da Tranquilidade são ocas. O Governo não assumiu as responsabilidades que devia assumir.” - *com Zhou Xuefei

2.011foram as queixas que chegaram

à DSSOPT no decorrer deste ano.

Destas, 1716 dizem respeito a

problemas nos edifícios

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8 hoje macau quarta-feira 7.8.2013CHINA

À medida que o cresci-mento da China desa-celera em direcção ao nível mais baixo dos

últimos 20 anos, os economistas estão a pedir que os consumidores se responsabilizem por uma fatia maior do fardo de sustentar a se-gunda maior economia do mundo.

Mas os líderes do país afirmam cada vez mais que os consumidores chineses não se estão a esquivar da responsabilidade, só que os dados não estão a ser contabilizados devidamente. “Os dados oficiais subestimam severamente o con-sumo das famílias”, argumentou o vice-presidente do Banco Popular da China Yi Gang, durante uma reunião do governo com econo-mistas do sector privado da China e dos Estados Unidos, em Abril. Yi também minimizou o papel das baixas taxas de juros do país — há muito vistas como um factor que deprime o consumo — na geração de desequilíbrios, de acordo com os presentes na reunião.

O baixo consumo das famílias chinesas — em 2012, representou 35,7% do produto interno bruto, em comparação com cerca de 70% nos EUA — é amplamente visto como uma barreira para o crescimento sustentável. Com a participação do consumo no PIB a encolher, segundo os dados oficiais, a China é forçada a depender do inves-timento, muitas vezes em infra--estruturas desnecessárias ou em projectos industriais concebidos de maneira precária, para apoiar a sua economia.

Yi diz que a situação real não é tão sombria. Cita números da Universidade da Pensilvânia,

A raiz da discórdia entre a agência oficial de estatísticas da China e os críticos está na fórmula oficial para somar rendimento e consumo, que muitos economistas independentes consideram uma falha. A agência calcula o consumo através de uma pesquisa que abrange milhares de famílias em todo o país. Mas os críticos dizem que uma amostra distorcida e a dificuldade em medir certos tipos de gastos acabam por empurrar os resultados para baixo

43,8%representou a percentagem de

consumo das famílias no PIB

da China em 2010, o último ano

incluído no estudo

DADOS IMPRECISOS DISTORCEM PESO DO CONSUMO

Onde pára a verdade?que mostram que, medidos com base em preços comparáveis ao nível internacional, o consumo da China é maior e mais estável do que os dados oficiais sugerem. Isto porque, em comparação com outros países, os bens de consumo da China são baratos. Os números da Universidade da Pensilvânia mostram que a participação do consumo das famílias no PIB da China foi de 43,8% em 2010, o último ano incluído no estudo.

Se Yi estiver certo, a China deve continuar a ser um motor de crescimento global, com uma forte procura a impulsionar as empresas globais, como a Apple a vender iPhones à classe média e

as empresas de minério do Chile a fornecer matérias-primas para a expansão da rede eléctrica do país. Se estiver errado, há o risco de que um governo complacente evite as reformas necessárias e cause uma desaceleração mais acentuada, com repercussões globais. O banco central não respondeu a pedidos de comentários.

Yi não é o único economista chinês a afirmar que o consumo da China está subestimado. Num artigo recente, Li Daokui, um ex-membro do Comité de Polí-tica Monetária do banco central, argumentou que o consumo das famílias como proporção do PIB da China em 2011 foi na realidade

de 38,5%, em comparação com os dados oficiais de 35,7%.

Li vê um ponto de inflexão em 2007, com o consumo das famílias a aumentar a sua participação de forma estável desde então. Como a mudança coincide com mercados de trabalho mais disputados que elevaram os salários e o rendimento familiar, Li diz que a economia está a autocorrigir-se, sem ser necessário implementar grandes mudanças na política económica.

A raiz da discórdia entre a agência oficial de estatísticas da China e os críticos está na fórmula oficial para somar rendimento e consumo, que muitos economistas independentes consideram uma falha. A agência calcula o consu-mo através de uma pesquisa que abrange milhares de famílias em todo o país. Mas os críticos dizem que uma amostra distorcida e a dificuldade em medir certos tipos de gastos acabam por empurrar os resultados para baixo.

Uma das falhas é a dificuldade de medir os gastos dos mais ricos — que provavelmente estão sub--representados na sondagem e não têm interesse em relatar os detalhes do seu estilo de vida.

A pesquisa também não conse-gue identificar a parte do consumo das famílias paga por empresas. No enorme sector estatal da China, que emprega milhões, é comum que

as empresas paguem uma série de bens e serviços aos funcionários.

A Agência Nacional de Estatís-ticas não respondeu aos pedidos de comentários.

Os críticos dizem que as baixas taxas de juros afectaram o rendi-mento das famílias ao reduzir os retornos da poupança e, assim, limitar o consumo. O Fundo Mo-netário Internacional calcula que os juros baixos transferem anu-almente cerca de 4% do PIB dos bolsos dos cidadãos para os cofres de empresas estatais que recebem empréstimos a taxas preferenciais. Mas se a parcela do consumo do PIB está subavaliada, a defesa de uma reforma fica enfraquecida. “Não concordo com Yi Gang”, diz Zhang Ming, investigador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um centro de estudos do governo. “A regulação da taxa de juros é o principal instrumento de repressão financeira na China, e a taxa de referência de depósitos é um factor-chave para o lento crescimento do rendimento e do consumo das famílias.”

Esta opinião é compartilhada por muitos economistas dentro e fora da China. Mas, pelos vistos, o banco central não concorda.

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9 chinahoje macau quarta-feira 7.8.2013

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PRECISA-SEJornalista fluente em português,

inglês, cantonês e mandarim

Por favor, contactar o nosso jornal através do número de telefone 28752401

U M vendedor de refri-gerantes no centro da China simulou a sua própria morte para

que a família recebesse uma indemnização, no entanto, por causa do forte calor dentro do caixão, teve de sair a correr em pleno funeral para beber água, deixando toda a gente espanta-da com a “ressurreição”.

O facto, relatado pela agência oficial de notícias Xinhua, ocorreu no último sábado na cidade de Wuhan, capital da província de Hu-bei, e famosa por ser um dos lugares mais quentes do país durante o verão, ainda mais nesta temporada, na qual a zona do sul da China enfrenta a pior onda de calor em 140 anos.

O homem, de sobrenome Han, simulou ter morrido após ter levado uma sova de

A empresa norte-ame-ricana Abbott iniciou ontem a retirada de

duas remessas de leite em pó na China, perante a possibi-lidade de contaminação com a bactéria que pode causar botulismo e ser fatal para os humanos, noticia a Efe.

A Abbott junta-se assim ao escândalo que envolve a neozelandesa Fonterra, depois de esta ter anunciado que vendeu a oito clientes - cujos nomes não foram revelados - o concentrado da proteína de soro de leite suspeito de estar contami-nado.

Em comunicado, a Ab-bott confirmou que os pro-dutos não foram produzidos com materiais contaminados da Fonterra, mas embalados em linhas de produção da empresa neozelandesa, indi-cou ontem a agência chinesa Xinhua.

Segundo o Ministério das Indústrias Primárias da Nova Zelândia, este compo-nente, utilizado na produção de produtos alimentares infantis ou bebidas despor-tivas, foi exportado para a Austrália, China, Malásia, Vietname, Tailândia e Ará-

Maior flexibilidade da política de filho único está a ser considerada

China quer formar advogadosem direito internacional A China vai formar nos próximos quatro anos 300 advogados em direito internacional, revelou esta segunda-feira a Associação Nacional de Advogados da China na cerimónia de abertura do primeiro curso do projecto. Os candidatos serão divididos em três áreas: 120 advogados para as empresas estatais com actuação no exterior, aquisições e finanças internacionais; 150 para o comércio externo, sobretudo para as disputas comerciais relacionadas com anti-dumping, anti-subsídio e protecção dos direitos intelectuais; e 30 para as áreas especializadas, como recursos energéticos, marítimos e espaciais. O vice-ministro da Justiça da China, Zhao Dacheng, marcou presença na abertura dos cursos e afirmou na ocasião que há necessidade de formar talentos na área jurídica internacional, um sector onde existe actualmente um atraso dos profissionais em comparação com a rápida expansão da economia chinesa.

FINGE MORTE PARA RECEBER DINHEIRO E “RESSUSCITA” NO FUNERAL

A morrer de calor e de sede

EMPRESA NORTE-AMERICANA ABBOTT INICIA RETIRADA DE LEITE EM PÓ

Na linha da Fonterra

A China está a consi-derar a possibilidade

de liberalizar a política de filho único do país per-mitindo que um casal, no qual uma das partes é filho único, tenha dois filhos, disse na última sexta-feira um porta-voz da Comissão Nacional da Saúde e do Planeamento Familiar.

A actual política exige que para ter o segundo filho, os pais devem são ambos filhos únicos.

Mao, no entanto, reafir-mou que a China deve aderir à política básica nacional do planeamento familiar durante um longo período.

Mao explicou que as condições básicas do país

ainda incluem uma enor-me população, fracas ba-ses económicas, escassos recursos ‘per capita’, a insuficiente capacidade ambiental, e que a popu-lação continuará a manter pressão sobre a economia, na sociedade, nos recursos e no ambiente.

Por outro lado, Mao disse que uma das princi-pais tarefas da comissão, que foi reestruturada re-centemente, é melhorar a política de planeamento familiar. A comissão está a efectuar sondagens e es-tudos sobre as correlações entre o tamanho, a qualida-de, estrutura, e distribuição da população chinesa.

polícias locais, os temidos “chengguan”, um corpo po-licial que nos últimos meses apareceu nas notícias por ter causado a morte de vários vendedores ambulantes noutras cidades da China.

Han tinha sido detido numa das frequentes inves-tidas que os “chengguan” efectuam em muitas localida-des da China para controlar

os vendedores ambulantes. Depois do incidente, Han combinou a sua morte com outros vendedores detidos, que garantiram que ele tinha morrido depois de ser espan-cado pelos polícias, e que por isso a polícia local deveria indemnizar a sua família.

Para dar mais veracidade à trama, Han foi colocado num caixão e carregado por

dez homens pelas ruas de Wuhan, mas as altas tempe-raturas da cidade frustraram o plano mirabolante.

Durante o funeral, no qual compareceram 300 pessoas e que era vigiado por 80 polícias devido à sensi-bilidade do acontecimento, Han saiu repentinamente do caixão, pegou numa garrafa de água e, depois de dizer “não aguento mais”, bebeu tudo de um trago.

O incidente tornou-se numa piada sobre as altas temperaturas que atingem a China desde Julho. Pelo me-nos dez pessoas já morreram este ano devido ao calor. O acontecimento é também uma amostra da tensão per-manente entre a população e os “chengguan”, uma das forças de segurança mais odiadas do país.

bia Saudita. “As linhas de produção (da Fonterra) não foram totalmente higieni-zadas após a contaminação

dos produtos”, refere o documento.

A Abbott iniciou a re-tirada preventiva de dois

carregamentos de leite em pó produzidos em Maio deste ano, incluindo 7.181 caixas, 112 das quais já vendidas, e as restantes ainda seladas.

Este é o segundo caso de contaminação alimentar da Fonterra este ano, depois de, em Janeiro, terem sido encontrados em alguns dos seus produtos resíduos de dicianodiamida (DCD), uma substância química utilizada nas pastagens com o objec-tivo de reduzir os gases de efeito estufa.

A Fonterra já foi um dos accionistas da marca chinesa Sanlu, que esteve no centro do escândalo do leite em pó contaminado com melami-na, o qual resultou na morte de pelo menos seis bebés e afectou mais de 300 mil.

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10 hoje macau quarta-feira 7.8.2013JAPÃO

JOANA [email protected]

N A altura, mais de 140 mil pessoas morreram. Eram 8h15 da manhã, quando um bombardeiro da força

aérea norte-americana - Enola Gay - atirava sobre Hiroshima, a oeste do Japão, a “Little Boy” – a primeira bomba atómica do mundo a ser lançada numa cidade. Estávamos em 1945, em plena II Guerra Mundial.

Ontem, cerca de 50 mil pes-soas juntaram-se à mesma hora em Hiroshima para marcar o 68.º aniversário do ataque, numa ce-rimónia que tinha mais na manga do que apenas relembrar a histó-

68 ANOS PASSARAM DESDE O PRIMEIRO ATAQUE COM BOMBA NUCLEAR

HIROSHIMAMEU AMORE a 6 de Agosto de 1945, às oito horas e 15 minutos tudo mudou. A cidade de Hiroshima, no Japão, torna-se o primeiro local do mundo a ser bombardeado por uma bomba atómica. Ontem, 68 anos depois, milhares de pessoas juntaram-se para relembrar os mais de 100 mil mortos no ataque e pedir o fim das armas nucleares

ria: a procura pelo fim das armas nucleares.

Familiares das vítimas, dirigentes do Governo e até mesmo sobreviven-tes fizeram um minuto de silêncio no Parque da Paz – perto do epicentro

da explosão - por todos aqueles que sucumbiram à “Little Boy”. Muitos morreram pela explosão, outros, mais tarde, pelas radiações. “Oferecemos, do fundo do coração, o nosso consolo e o nosso reconforto às almas das

vítimas e declaramos que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para eliminar o mal absoluto que são as armas nucleares e construirmos um mundo em paz”, disse o presidente da Câmara de Hiroshima, Kazumi Matsui, citado pela Associated Press.

Também Shinzo Abe, o primeiro--ministro japonês, deixou uma mensagem. “Como o único país a ter enfrentado um ataque nuclear, o Japão tem o dever de procurar acabar com as armas nucleares.”

O FIM DO NUCLEARO nuclear é um problema constante no Japão. Depois do bombardeamen-to de Hiroshima e de Nagasaki – três dias mais tarde – surge, em tempos

mais recentes (2011), o desastre nuclear de Fukushima.

Enquanto o Governo se com-promete a reabrir a Central Nuclear, muitos japoneses continuam a opor--se à continuação do uso de energia nuclear no Japão. Prova disso é que esta terça-feira, vítimas sobre-viventes do ataque e do acidente derivado do terramoto se juntaram em Hiroshima para queimar incenso e rezar. Do seu lado, esteve Kazumi Matsui. “A bomba atómica é a arma mais inumana e mais diabólica. Os “hibakusha”, que sabem como é o inferno trazido pela bomba atómica, tem vindo continuadamente a lutar contra este mal. O Japão ainda está a sofrer as consequências do grande

Oferecemos, do fundo do coração, o nosso consolo e o nosso reconforto às almas das vítimas e declaramos que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para eliminar o mal absoluto que são as armas nucleares e construirmos um mundo em pazKAZUMI MATSUI presidente da Câmara de Hiroshima

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11 japãohoje macau quarta-feira 7.8.2013

Como o único país a ter enfrentado um ataque nuclear, o Japão tem o dever de procurar acabar com as armas nucleares”SHINZO ABE primeiro-ministro japonês

68 ANOS PASSARAM DESDE O PRIMEIRO ATAQUE COM BOMBA NUCLEAR

HIROSHIMAMEU AMORE a 6 de Agosto de 1945, às oito horas e 15 minutos tudo mudou. A cidade de Hiroshima, no Japão, torna-se o primeiro local do mundo a ser bombardeado por uma bomba atómica. Ontem, 68 anos depois, milhares de pessoas juntaram-se para relembrar os mais de 100 mil mortos no ataque e pedir o fim das armas nucleares

Depoimento de Sumie Kuramoto,presente no ataque quando tinha 16 anos

“NUNCA esquecerei esse momento. Pouco depois das oito da manhã, houve um estrondo, uma explosão reverberante e, ao mesmo instante,

um clarão de luz amarelo-alaranjado entrou pelo vidro do telhado. Ficou tudo tão escuro como noite. Um golpe de vento atirou-me ao ar e a seguir ao chão, contra as pedras. A dor estava apenas a começar quando o prédio começou a ruir em torno de mim. Aos poucos, o ar foi clareando e eu con-segui sair dos destroços. No caminho para um dos centros de emergência vi muita confusão. As ruas estavam tão quentes que queimavam os meus pés. Casas ardiam, os trilhos dos eléctricos irradiavam uma luz sinistra e pessoas amontoavam-se num templo. Algumas respiravam, a maioria estava imóvel. Chegavam pessoas a correr, com as roupas rasgadas, a chorar e a gritar. Alguns tinham o rosto ensanguentado e inchado, outros tinham a pele queimada, a cair aos pedaços. Num eléctrico, vi fileiras de esqueletos brancos. Havia também os ossos de pessoas que tentaram fugir. Hiroshima tinha-se tornado num verdadeiro inferno.”

terramoto e do acidente nuclear de 2001. A luta desesperada para recu-perar cidades natais continua. O povo de Hiroshima conhece bem como é tentar recuperar. Pedimos ao governo para desenvolver e implementar uma política responsável de energia que coloque a prioridade na segurança. As vítimas de Hiroshima oferecem o seu apoio àqueles que sofrem com o acidente em Fukushima.”

Actualmente, ainda existem mais de 200 mil “hibakusha” - vítimas dos bombardeios atómicos, com uma idade média de 79 anos.

PERSPECTIVASAo certo, não há números concre-tos de quantas foram as vítimas do

ataque a Hiroshima. Dados oficiais apontam para as 140 mil mortes, mas os japoneses dizem que mais de 230 mil pessoas morreram.

Da mesma forma, ainda hoje se discutem pontos de vista sobre

a ordem dada por Harry Truman, presidente norte-americano, para bombear Hiroshima.

Do lado dos EUA, o ponto de vista que prevalece é que os bombardeios iriam acabar com a guerra meses mais cedo do que teria acontecido, salvando-se assim muitas vidas. No Japão, a população acredita que as bombas nunca foram necessárias, porque a rendição nipónica já estava em progresso.

Seja como for, os ataques norte--americanos a Hiroshima e Nagasaki continuam a ser historicamente – e até hoje – os únicos onde se utiliza-ram armas nucleares. A maioria dos mortos era civil.

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12 publicidade hoje macau quarta-feira 7.8.2013

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Concurso público para «Empreitada de construção de habitação pública na Rua de Choi Long na Taipa»

1. Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas.2. Modalidade de concurso: concurso público.3. Local de execução da obra: Rua de Choi Long na Taipa.4. Objecto da Empreitada: construção de habitação pública.5. Prazo máximo de execução: 1000 (mil) dias.6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto

público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso.7. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços.8. Caução provisória: $ 5 000 000,00 (cinco milhões de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia

bancária ou seguro-caução aprovados nos termos legais.9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos

pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).10. Preço base: não há.11. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução

de obras, bem como as que à data do concurso tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar;Dia e hora limite: dia 18 de Setembro de 2013, quarta-feira, até às 17,00 horas.

13. Local, dia e hora do acto público:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião;Dia e hora: dia 19 de Setembro de 2013, quinta-feira, pelas 9,30 horas.Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo:Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar;Hora: horário de expediente;Preço: $ 4 000,00 (quatro mil patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:- Preço razoável: 60%;- Plano de trabalhos: 10%;- Experiência e qualidade em obras: 18%;- Integridade e honestidade: 12%;

16. Junção de esclarecimentos:Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 4 de Setembro de 2013, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, 1 de Agosto de 2013.

O Coordenador do GabineteChan Hon Kit

Concurso Público

“Prestação de serviços de limpeza na sede e no edifício administrativo daala oeste do Instituto do Desporto”

Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o Despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 24 de Julho de 2013, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para a prestação de serviços de limpeza na sede e no edifício administrativo da ala oeste do Instituto do Desporto, durante o período de 01 de Janeiro de 2014 a 31 de Dezembro de 2015.

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar, no horário de expediente, das 9:00 às 13:00 e das 14:30 às 17:30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de MOP 500,00 (quinhentas patacas) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no Download ficheiro da página electrónica: www.sport.gov.mo.

Os interessados deverão comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para tomar conhecimento dos eventuais esclarecimentos adicionais.

O prazo para a apresentação das propostas termina às 12:00 horas do dia 6 de Setembro de 2013, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de MOP 48 000,00 (quarenta e oito mil patacas). Caso o concorrente optar pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Instituto do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque na mesma quantia, na Divisão Administrativa e Financeira na sede do Instituto do Desporto.

O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 9 de Setembro de 2013, pelas 10:00 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar.

As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data do acto da sua abertura.

Instituto do Desporto, aos 7 de Agosto.

O Presidente, substituto, José Tavares.

Page 13: Hoje Macau 7 AGO 2013 #2909

13hoje macau quarta-feira 7.8.2013 VIDA

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JOANA [email protected]

A taxa de obesi-dade na China está a aumentar e os novos dados

não são animadores: mais de 11% das pessoas com idades entre os 20 e os 39 anos são obesas. Os números, fornecidos por um estudo feito pela Administração Geral do Desporto da China, mostram um aumento de 2% na quantidade de pessoas obesas desde o último rela-tório feito em 2010.

Além do excesso de peso, estes jovens estão ainda a perder a habilidade para o exercício físico, mas as razões para os quilinhos a mais ainda não são com-pletamente conhecidas. “Ainda estamos a analisar os motivos, mas não pode ser mais óbvio que a falta de exercício físico é um dos factores que representa o papel mais negativo”, disse

MACAU está em alto risco de contágio da febre de Den-gue, alertam os Serviços de

Saúde (SS). De acordo com estudos feitos pelo Governo, a actividade do mosquito responsável por esta febre é alta no território, atingindo os 75,2% em toda a região.

É na zona norte que é necessário ter mais cuidado: na Areia Preta, a incidência deste mosquito é de 76%. Já em Coloane, o número aumenta para 91,8%. “A situação de actividade do Aedes Albopictus [mosquito da Dengue] em Macau

AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 18/P/2013

Faz-se público que, por despachos de Sua Excelência, o Chefe do Executivo e do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, respectivamente, de 6 de Maio de 2013 e 24 de Julho de 2013, se encontra aberto o Concurso Público para “Fornecimento de vacinas aos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 7 de Agosto de 2013, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de $52,00 (cinquenta e duas patacas), a título de custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 5 de Setembro de 2013. O acto público deste concurso terá lugar no dia 6 de Setembro de 2013, pelas 10,00 horas, na sala do “Museu” situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $100.000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde aos 30 de Julho de 2013

O Director dos Serviços,Lei Chin Ion

AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 17/P/2013

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 22 de Julho de 2013, se encontra aberto o Concurso Público para “Prestação de Serviços de Aluguer de Equipamentos para Sistema Automático de Diálise Peritoneal aos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 7 de Agosto de 2013, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de $27,00 (vinte e sete patacas), a título de custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 2 de Setembro de 2013. O acto público deste concurso terá lugar no dia 3 de Setembro de 2013, pelas 10,00 horas, na sala do “Museu” situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $220.000,00 (duzentas e vinte mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde aos 30 de Julho de 2013

O Director dos Serviços,Lei Chin Ion

OBESIDADE CADA VEZ MAIS JOVENS CHINESES TÊM EXCESSO DE PESO

O problema do século

DENGUE PROLIFERAÇÃO COM PROBABILIDADE ALTA EM MACAU

Alerta, estão aí os mosquitosA situação epidemiológica da

Dengue foi invulgarmente grave em muitos países do Sudeste Asiático, nomeadamente, em Sin-gapura, que até ao dia 19 de Julho atingiu 13.280 casos acumulados, número muito maior do que o regis-tado no ano passado, que foi cerca de 5.000 casos. Em simultâneo, ultimamente, têm sido registadas muitas chuvas, que provocaram facilmente águas estagnadas em recipientes, e como consequên-cia, causaram a reprodução de mosquitos.

é grave e, actualmente, o território encontra-se na época de alto risco de transmissão da febre de Dengue.”

Esta semana registou-se o primeiro caso de febre de Dengue em Guangdong, pelo que, os SS apelam aos cidadãos para tomarem medidas preventivas. “As áreas onde ocorreram os casos foram no

Distrito Yuexiu Huanghuagang e na comunidade Guihuagang. Até ao dia 2 de Agosto, foram detec-tados no total 3 casos de infecção pela febre de Dengue. Além disso, registaram-se este ano 10 casos de febre de Dengue importado na cidade de Guangzhou”, esclarece um comunicado.

não apenas luxos símbolos de riqueza, mas fazem com que seja consideravelmente menor a actividade física”, refere no estudo Sky Patter-son, professor na Universida-de do Sul da Califórnia com especialização em Línguas e Culturas Orientais e um dos autores do estudo.

Tian Ye, director do Instituto de Desporto e Ciência da China, citado pela imprensa do continente.

De acordo com o estudo, os jovens entre os 20 e os 39 anos são o grupo etário menos activo. Cerca de 51% não fazem exercício regular, afirmando não terem tempo devido ao “horário super carregado”.

Mas, esta falta de exercí-cio leva a outros problemas. A habilidade de agarrarem algo, saltarem ou até mesmo manterem o equilíbrio tem diminuído neste grupo, o que indica falta de força e de flexibilidade.

A análise feita pelas agências internacionais e os média locais refere que desistir do exercício físico devido ao trabalho ou aos estudos virou “moda” entre os mais jovens. A culpa, apontam especialistas, vai para o Governo que “deveria fazer um melhor trabalho em aumentar o conhecimento

peso média dos cidadãos chi-neses tem aumentado, sendo o aumento “quase semelhante ao aumento de peso das pes-soas nos países ocidentais, nos últimos 30 anos”. Em 2010, por exemplo, um outro estudo referia que ultrapassava os 120 milhões o número de adolescentes abaixo dos 18 anos que tinham problemas de obesidade.

O estudo deste ano con-tabiliza ainda que 35% das pessoas com idades entre os 20 e os 69 anos são obesas.

MODERNICES A notícia de que cada vez mais chineses são obesos espanta, uma vez que o nor-mal costumava ser perceber porque eram os chineses tão magros. Um relatório da Or-ganização Mundial de Saúde (OMS) datado de 2010, e analisado pelo HM, mostra que o principal problema é...o dinheiro. Literalmente, os especialistas dizem que “quanto mais rica é uma pessoa, mais gorda fica”.

Ou seja, se na área rural chinesa as pessoas não têm tantos problemas de peso, nas cidades a situação tornar-se pior. “Há um número maior de pessoas que possuem carros e televisões e estes

público sobre a importância do exercício”.

UMA QUESTÃO DE SAÚDE“A desculpa do não ter tem-po só mostra que o público ainda não se apercebeu da importância das actividades desportivas para uma vida melhor”, refere uma pro-fessora da Universidade de Desporto de Pequim, Xing

Wenhua, citada pela Xinhua. “Mais educação e promoção deveria ser feita, para fazer com que se percebesse que o exercício não serve apenas para nos mantermos em forma, mas também expele a pressão do trabalho e as emoções negativas, o que considero ser mais impor-tante para pessoas jovens.”

Desde há dez anos que o

35% das pessoas com idades

entre os 20 e os 69 anos

são obesas

E claro, a omnipresen-ça das cadeias de ‘fast--food’. É fácil encontrar um McDonald’s, uma Pizza Hut ou um KFC em cada esquina. “Devido à ascensão econó-mica da China e ao rápido crescimento do mercado de alimentos nas últimas duas décadas, o estilo de vida do povo chinês mudou drama-ticamente.”

E, alertam os especialis-tas, o problema da obesidade não vem sozinho. Doenças crónicas, como a diabetes, doenças cardíacas e até mes-mo cancro são os problemas que se seguem na lista.

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14 hoje macau quarta-feira 7.8.2013CULTURA

U M nova série de desenhos animados do Paquistão, com uma super-heroína que combate “os maus”,

disfarçada com uma burka preta, poderá ser distribuída em 60 países, disse o seu criador, Haroon Rashid, à agência France Presse.

“Burka Avenger” (“A Vingado-ra de Burka”), a primeira série tele-visiva de animação tridimensional da história do Paquistão, tem 13 episódios e está a ser transmitida semanalmente desde 28 de Julho, no canal privado GEO Teez.

A animação em língua urdu, mostrando as aventuras de uma bem-educada professora que usa os seus super-poderes para lutar contra os que tentam encerrar a escola de raparigas em que traba-lha, atraiu a atenção também no estrangeiro.

“A reacção foi fenomenal, mui-to além do que esperávamos. Esta série de animação estava destinada ao Paquistão, mas parece que o mundo inteiro quer saber mais sobre ‘Burka Avenger’”, disse Haroon Rashid.

“Fomos contactados por um distribuidor na Europa que quer traduzir ‘Burka Avenger’ em 18 lín-guas e difundir a série em 60 países”, adiantou à AFP o cantor de 40 anos.

Na cidade fictícia de Halwapur, a professora Jiya, uma órfã com

O director-geral das Artes, Samuel Rego, disse à Lusa que os

concursos de apoio às criações artísticas abrem em 2014, ape-sar de não haver calendário nem valores totais, que estão depen-dentes do próximo Orçamento do Estado português.

A prioridade “é garantir que em 2014 existam condições para abrir novos concursos, que é o mais importante neste momento”, disse Samuel Rego.

“Nós estamos a trabalhar para que 2014 seja um ano de estabilidade, e o facto de termos apoios a dois e quatro anos é um prenúncio da nossa vontade”, reiterou.

O responsável governa-mental fez um “balanço muito positivo” dos concursos lan-çados este ano, que apoiaram

POUCOS dias depois de o soldado Bradley Manning ter sido ilibado de auxílio ao ini-

migo mas condenado pela justiça norte-americana por espionagem, a peça sobre a sua história ven-ceu um dos mais antigos prémios literários britânicos, o James Tait Black Award. The Radicalisation of Bradley Manning, de Tim Price, ganhou o prémio na estreia da nova categoria de teatro.

O importante prémio, atribuído anualmente pela Universidade de Edimburgo, distingue desde 1919 biografias e trabalhos literários de ficção. O prémio de teatro representa um valor pecuniário de cerca de 16.000 patacas. The Radicalisation of Bradley Manning está actual-mente em cena no Festival Fringe

SÉRIE DE ANIMAÇÃO PAQUISTANESA COM SUPER-HEROÍNA DE BURKA A CAMINHO DA EUROPA

O combate aos talibãs em língua urdu

PORTUGAL DIRECTOR-GERAL DAS ARTES GARANTE ABERTURA DE NOVOS CONCURSOS EM 2014

Confiança na estabilidadeTEATRO PRÉMIO PARA PEÇA SOBRE “A RADICALIZAÇÃO” DE BRADLEY MANNING

Condenado por espionagem

conhecimentos da arte marcial “takht kabaddi”, transforma-se numa espécie de Super-mulher de burka, para combater “a ignorân-cia e a tirania”, representadas por Baba Bandook, um “falso mágico” barbudo e com um turbante, e Va-dero Pajero, um político corrupto que desvia dinheiro destinado à construção de escolas.

A série de acção para crianças tem um tema de grande actualidade no Paquistão, país muçulmano onde mais de metade das raparigas não está inscrita na escola. No noroeste, os militantes talibãs têm impedido milhares de raparigas de irem à escola e têm atacado activis-tas que defendem a sua educação.

Foi este o caso da jovem activista Malala Yousafzai, que sobreviveu em Outubro a um ata-que dos talibãs. “Burka Avenger” parece seguir a história e luta de Malala em defesa da educação das raparigas, embora os criadores não conhecessem a adolescente quando conceberam a série.

No Paquistão, a série foi cri-ticada pelas feministas, que não gostaram de ver uma burka “dar poder” às mulheres, mas também pelos islamitas, para quem é errada a ideia de “brincar” com aquela peça de vestuário que cobre a mu-lher da cabeça aos pés, deixando apenas ver os olhos.

246 entidades e “lhes permitiu acesso a outros apoios, até não financeiros”.

Questionado pela Lusa so-bre as críticas de vários grupos artísticos aos critérios do regu-lamento e aos apoios efectivos recebidos, Samuel Rego disse que não “deverá opinar” sobre as decisões do júri, que é in-dependente, mas realçou que “houve entidades que recebe-ram valores superiores [aos do] ano anterior”.

“Os diferentes júris – de dança, música, teatro, artes plásticas - actuaram de forma exemplar e modelar, cumpriram à letra aquilo que lhes tinha sido solicitado e que consta nos regulamentos de apoio”, sublinhou Samuel Rego. “A minha confiança pelo resultado é total”, rematou.

de Edimburgo, pela companhia do Teatro Nacional de Gales, tendo passado em 2012 por várias escolas do País de Gales, onde o cabo detido nos EUA estudou enquanto criança.

A peça de Tim Price recua pre-cisamente até à adolescência galesa do soldado responsável por uma das maiores fugas de informação da história militar dos Estados Unidos e foi escolhida entre 180 candidatas ao prémio.

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15 culturahoje macau quarta-feira 7.8.2013

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A todos a quem for presente,

O “Centro de Educação da Academia de Talentos de Macau” e a sociedade “Academia de Talentos de Macau Lda.”, declaram que: de harmonia com o deliberado em reunião da Assembleia Geral Extraordinária, foram destituídos de todas as funções, cargos e responsabilidades que vêm exercendo em representação das entidades acima mencionadas, Ana Maria Manhão Sou, cidadã de Macau, titular do Bir Nº. 5025XXX (X) e Luís Miguel Manhão Sou, cidadão de Macau, titular do BIR Nº. 5123XXX (X).

Por conseguinte, ficam desde já encerradas e dadas por findas as suas principais funções de Directores do Centro de Educação e também de todos outros direitos que possam ter sido exercidos por eles no passado.

Todas e quaisquer relações pessoais, problemas financeiros, dívidas pessoais ou conexas com as empresas, bem como, quaisquer outros problemas anteriormente exercidos no exterior sem o consentimento das referidas empresas não são da responsabilidade das ditas empresas.

Sexta Feira, 2 de Agosto de 2013

“Centro de Educação da Academia de Talentos de Macau” e sociedade “Academia de Talentos de Macau Lda.”

CEOMaria Cordero

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A quem de interesse,

Maria Cordero Administradora do «Centro de Educação da Academia de Talentos de Macau»e da sociedade «Academia de Talentos de Macau Lda.», vem por este meio declarar que, não ter qualquer afiliação pessoal de negócios com Ana Maria Manhão Sou, cidadã de Macau, BIR Nº. 5025XXX (X) e com Luís Miguel Manhão Sou, cidadão de Macau BIR Nº: 5123XXX (X), não sendo assim responsável por qualquer transacção efectuada ou contrato celebrado por estes indivíduos no passado.Todas as relações contraídas, problemas financeiras, dívidas e outros problemas assumidos e exercidos anteriormente pelos visados não estão relacionados de modo algum com a sua pessoa, Terça-feira, 6 de Agosto de 2013

“Centro de Educação da Academia de Talentos de Macau” e sociedade “Academia de Talentos de Macau Lda.”

CEOMaria Cordero

B ILLY Bob Thornton (que foi já dirigido pelos Coen nos filmes O Barbeiro, de 2003, e

Crueldade Intolerável, de 2003) vai ser o protagonista da nova mini-série, que terá dez episódios e estreia prevista para a próxima Primavera, nos Estados Unidos.

O actor vai interpretar a personagem de Lorne Malvo, que a FX, canal que vai pro-duzir a série, apresenta como “um homem manipulador e sem raízes, que conhece um vendedor de seguros numa pequena cidade e o leva para um caminho de destruição”.

Novas gerações abordam obra de Álvaro Cunhal No ano em que se celebra o centenário do nascimento do ex-líder do PCP, anuncia-se agenda com cinema, música e desenho. Entre o cinema, a música e as artes plásticas há uma programação em preparação para assinalar o centenário de Álvaro Cunhal, que nasceu em Coimbra a 19 de Novembro de 1913. A referência ao antigo líder do PCP “é sobretudo um ponto de partida, mais do que um aspecto central”, explica em comunicado Tiago Vieira, do Secretariado da Juventude Comunista Portuguesa, anunciando uma agenda que assim alarga horizontes para lá da figura e sua obra. O que faz, por exemplo, o concurso de curtas-metragens Cinco Dias, Cinco Noites - Este País também É para Jovens! é propor aos participantes o desafio de levarem para o ecrã a temática da obra Cinco Dias, Cinco Noites, escrita por Álvaro Cunhal sob o pseudónimo Manuel Tiago.

Nova edição das aventuras de Heidi A editora Booksmile anunciou a publicação, “seguindo a edição original”, e com nova tradução do original alemão, de “Heidi, a menina dos Alpes” e “Heidi, o milagre da montanha”, da escritora suíça Johanna Spyri. No comunicado, a editora afirma que “Heidi é um texto bucólico, recheado de magníficas descrições daquilo que hoje em dia mais falta faz às crianças, um espaço de natureza para brincar e descobrir”. “A importância de trazer Heidi novamente para as livrarias é, por isso, não só dar a conhecer às crianças uma das referências da literatura infantil mundial mas, com esta, recuperar o sonho da importância do contacto com a natureza”, justifica a editora. Johanna Spyri escreveu as aventuras de Heidi em 1880. A sua obra foi posteriormente adaptada para cinema e televisão.

IRMÃOS COEN ADAPTAM FARGO À TELEVISÃO

Com novo argumentoNenhum dos personagens

do filme – também interpre-tado por William H. Macy e Steve Buscemi – será, contudo, retomado na série televisiva, que terá também um novo argumento. O patrão da FX, John Langraf, citado pela BBC, disse que a nova história não terá nenhum ponto

de contacto com a original, mas será “espantosamente fiel ao filme”.

A versão televisiva de Far-go vai ser rodada no Canadá, e Joel e Ethan Coen serão pro-dutores executivos, nesta que será a primeira experiência de ambos para a televisão.

Para além do Óscar para

Francis McDormand, Fargo recebeu uma segunda estatueta em Hollywood (Melhor Argu-mento, também dos irmãos Coen), da lista de sete para que foi nomeado. O American Film Institut integrou-o na lista dos 100 melhores filmes da história do cinema norte--americano.

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16 hoje macau quarta-feira 7.8.2013DESPORTO

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A China foi a segun-da classificada no 15.º Campeonato Mundial de Nata-

ção, em Barcelona, com cinco medalhas de ouro, duas de prata e oito de bronze.

Sun Yang conquistou o outro por três vezes, nos 400, 800 e 1500 metros. Foi, por isso, o atleta chinês que levou a melhor porto a China nesta prova universal.

“O meu treino não tem sido frequente, por isso, foi uma corrida muito difícil”, disse Sun à Associated Press. “Apreciei a pressão do meu adversário, caso contrário não teria sido capaz de fazê-lo. Após

ÓSCAR Cardozo ficará no Benfica se nenhum

clube satisfizer as exigên-cias dos encarnados: 150 milhões de patacas.

Esta é a garantia de fonte oficial do encarna-dos, que entendem haver da parte do avançado paraguaio de 30 anos uma estratégia para “forçar a saída”.

Na Luz, há mesmo “a forte convicção” de que o episódio contra Jorge Jesus no final da Taça de Portugal “foi proposita-do”, porque “Cardozo pediu ao treinador para sair do clube três vezes na última época”.

Por outro lado, segun-do a mesma fonte, Tacuara “não se incompatibilizou apenas com o treinador”, mas com o plantel, haven-do “muitos jogadores que não perdoaram o facto de Cardozo ter apontado o dedo a companheiros”, nomeadamente a An-dré Almeida, que foi o lateral-esquerdo com o V. Guimarães, em detrimento de Melgarejo.

Para os encarnados, 400, 800 e 1500metros foram as distâncias

que o nadador chinês Sun

Yang conquistou o ouro

NATAÇÃO CHINA FOI VICE-CAMPEÃ MUNDIAL EM BARCELONA

Nadar até bom pódio

todas as minhas corridas senti-me um pouco can-sado. Mas eu só tentava convencer-me a aguentar porque sabia que nos últimos 100 metros teria vantagem”, disse, após a corrida dos 1500 metros, onde se digladiou com o canadiano Ryan Cochrane até às últimas duas voltas. O atleta conseguiu ainda garantir à China, uma outra medalha de bronze nos 800 metros livre.

O continente destacou--se assim entre as 22 nações medalhadas, prece-dida pelos Estados Unidos da América, e à frente de França. Estes foram,

de resto, os três grandes vencedores da competição. Com 29 medalhas, os Es-tados Unidos conseguiram o primeiro lugar do pódio,

com 13 medalhas de ouro, oito de prata e oito de bronze. No último lugar do pódio ficou França, com quatro medalhas de ouro, uma de prata e quatro de bronze.

A nível individual, Me-lissa “Missy” Franklin, a nadadora norte-americana de apenas 18 anos foi a grande vencedora, tornan-do-se a primeira mulher a conquistar seis medalhas de ouro num campeonato mundial de natação. A sua quinta medalha de ouro foi nos 200 metros costas, tendo-se sagrado bicampeã mundial da modalidade, depois de repetir a mesma façanha em Xangai, há dois anos.

A campeã das meda-lhas de prata foi a austra-liana Alicia Coutts, que conseguiu cinco troféus do género. No total, a atleta soma já oito títulos mundiais, com os três que tinha conquistado em Xangai 2011.

Sete foi o número de atletas que conseguiram sair do Palau Sant Jordi, em Barcelona, com quatro medalhas, com destaque para os norte-americanos Ryan Lochte e Katie Lede-cky, que receberam apenas troféus de ouro. A nadadora de 16 anos derrubou o mais antigo recorde mundial da natação em piscina longa, retirando seis segundos ao antigo máximo dos 1500 metros livres obtido em 2007, pela sua compatriota Kate Ziegler. – R.M.R.

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Benfica Reintegração de Cardozo continua em cima da mesa

Cardozo “está obcecado” com a oferta milionária do Fenerbahçe (admite--se que os turcos paguem mais de 30 milhões de patacas limpas, triplicando o salário de Tacuara), mas nada mudará a posição das águias: “Se não houver proposta que corresponda ao que o Benfica pensa que ele vale, não vai sair e será reintegrado.”

MELGAREJOPARA EMPRESTARO outro paraguaio do plantel encarnado também perdeu espaço de manobra. Lorenzo Melgarejo, cujo empréstimo ao Liverpool, até final da época, caiu por terra porque a Federação Inglesa não concedeu ao jovem paraguaio o ‘work permit’ (licença de traba-lho) para jogar em terras de sua majestade, continua no mercado.

As águias já procu-ram uma alternativa e pretendem um negócio nos mesmos moldes: empréstimo com opção de compra.

A Sampdoria, que ti-nha perdido a corrida para os reds, volta a estar em boa posição para tentar garantir Melgarejo, mas há mais clubes interes-sados no esquerdino que era extremo mas na última época foi adaptado a lateral. Na parte final da temporada, contudo, perdeu espaço na equipa, e já esta época, com a che-gada de Cortez e Sílvio, ficou com a vida ainda mais complicada, visto ter perdido a preferência do técnico.

Page 17: Hoje Macau 7 AGO 2013 #2909

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Tenho andado chato nos últimos dias, mas ontem bati o meu recorde. Desde manhã que não parei de miar, não sei o que tenho. Sinto que não devo chatear os meus companheiros do trabalho, mas não consigo evitar. Ando inquieto e acho maravilhoso partilhar isso com eles. Subir para as mesas, pôr as patas nos teclados, deitar abaixo a lata das canetas, beber das canecas que estão em cima da mesa e, sobretudo, atirar-me à recepcionista. Não sei o que se passa, mas desde que virei gato adulto só me apetece fazer disto. Quero atenção, nem eu sei bem porquê. Cheira-me que uma gata também me dava jeito, mas sempre que tento escapar pela porta do escritório, vêm logo atrás de mim. Também, verdade seja dita, que eu sou um cobardolas e não me aguento muito tempo no corredor. Assusta-me. E é muito quente, eu gosto da caixinha em frente ao ar-condicionado. Mas, por aqui, ninguém me entende. Quando faço ron-rons lá vêm duas ou três dar-me umas festas na barriga e lá me ponho a rolar, de um lado para o outro. Estico as pernitas e... nhami, preguiça. Mas, depois lá vem a vontade de chatear o pessoal outra vez. Há aqui umas que eu prefiro atacar, outras que só gosto mesmo de miar aos ouvidos e depois a porta mágica. Esta porta dá para uma sala gigante para onde, de vez em quando, os meus companheiros entram não sei bem fazer o quê. Mas ninguém percebe que eu não gosto da porta fechada, porque gosto de saber tudo o que se passa. Sempre que a fecham, lá vou eu, bater nela, miar alto para me deixarem entrar. E depois eles deixam e dá-me vontade de, do lado de dentro, arranhar a porta e miar outra vez. E eles voltam-me a abrir a porta mágica e a pôr-me lá fora. Não percebem nada. Não percebem que só quero ficar no meio do caminho e chatear toda a gente... o que é preciso um gato fazer mais?

hoje macau quarta-feira 7.8.2013 FUTILIDADES 17

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUM 75-95% • EURO 10.4 BAHT 0.2 YUAN 1.3

POR MIM

FALO

Terça-feira, 16h30

[ ]

ONDE É QUE DESCANSAM OS MORTOS? Foto: Tiago Alcântara

• O alerta à comunidade islâmica de Macau: a palavra cemeterio não existe. É mais do tipo cemitério. Num local onde repousam restos mortais, a morada deveria estar, no mínimo, bem escrita... pelo menos em português.

SALA 1DORAEMON THE MOVIE:NOBITA IN THE SECRETGADGET MUSEUM [A](FALADO EM CANTONÊS)14.00, 17.45

R.I.P.D. [B]Um filme de: Robert SchwentkeCom: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon15.55, 21.45, 23.30

THE WOLVERINE [C]Um filme de: James Mangoldcom: Hugh Jackman19.30

Sala 2 THE WOLVERINE [C]Um filme de: James Mangoldcom: Hugh Jackman14.30, 21.30

THE WOLVERINE [3D] [C]Um filme de: James Mangoldcom: Hugh Jackman16.45

R.I.P.D. 3D [B]Um filme de: Robert SchwentkeCom: Ryan Reynolds, Jeff Bridges, Kevin Bacon19.30

Sala 3THE SMURFS [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Raja Gosnell14.00, 15.55, 17.50

THE SMURFS [3D] [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Raja Gosnell19.45

MONSTERSUNIVERSITY [A](FALADO EM CANTONÊS)Um filme de: Dan Scanlon21.45

A VERDADEIRA VIDA DE SEBASTIAN KNIGHT • Vladimir NabokovO primeiro romance escrito em inglês por Nabokov — “A Verdadeira Vida de Sebastian Knight2 — foi iniciado em Paris, em 1938. Esta é a história de Sebastian Knight, um escritor famoso cuja vida e morte estão envoltas em mistério. Depois da morte de Knight, o seu meio-irmão decide investigar-lhe a vida, enfrentando o falso, distorcido e irrelevante. A busca revela-se tão intrigante como qualquer um dos livros do escritor — desconcertante e, afinal, recompensadora. A narrativa fala-nos da inserção de um artista numa sociedade hostil ao espírito criativo. Mas “A Verdadeira Vida de Sebastian Knight” debruça-se também sobre o problema essencial da ambígua identidade humana: quem era afinal Sebastian Knight?

A REVIRAVOLTA • Michael ConnellyEm 1986, um crime brutal abalou a vida dos habitantes de Hancock Park: Melissa Landy, de doze anos, foi raptada e brutalmente assassinada, e o seu corpo atirado para uma lixeira. Vinte e quatro anos depois, o caso regressa à barra dos tribunais, sob o olhar atento dos meios de comunicação social. Jason Jessup, o suposto infanticida, tem em seu poder uma prova de ADN capaz de o ilibar do crime. Porém, o advogado Mickey Haller, conhecido pelas suas defesas vitoriosas, aceita agora uma nova missão: trabalhar pela primeira vez com o gabinete do procurador do Ministério Público para provar a culpa de Jessup.

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi DIRECTO18:30 Caminho das Índias (Repetição) 19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 Não me Sai da Cabeça21:30 A Descoberta da Escrita Oráculo em Ossos22:00 Caminho das Índias 23:00 TDM News23:30 A Guerra00:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTPi DIRECTO

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Biosfera15:05 Portugal Tal & Qual16:00 Bom Dia Portugal17:00 AntiCrise17:20 Portugal Aqui Tão Perto18:15 O Teu Olhar (Telenovela)19:05 A Grande Aventura20:00 Jornal da Tarde 21:10 Construtores de Impérios21:45 Há Volta23:00 Ciclismo 75.ª Volta a Portugal em Bicicleta

30 - FOX Sports12:30 PGA Championship Official Film 200713:30 PGA Championship Official Film 201014:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Highlights15:30 La Liga Hot Shots 2012/1316:00 Best of La Liga Express 2012/13 Real Madrid CF vs. Levante UD16:30 La Liga: At The Bernabeu It Never Rain, It Pours 17:30 Reno-Tahoe Open18:30 PGA Championship Official Film 201119:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 Global Football Tape20:30 La Liga Hot Shots 2012/1321:00 PGA Championship Official Film 200622:00 FOX SPORTS Central22:30 Reno-Tahoe Open23:30 La Liga: FCB Champion

31 - STAR Sports13:00 Agu Asian Rhythmic Gymnastics Championships 2013 Day 316:00 Max Power 201317:00 (Delay) Louis Vuitton Cup Semi-Finals - Race 117:30 El Clasico Match 2009/2010 FC Barcelona vs. Real Madrid CF19:30 Golf Focus 2013 20:00 NASCAR Nationwide Series 201321:00 Smash 201321:30 (LIVE) Score Tonight 201322:00 Mobil 1 The Grid 201322:30 Smash 201323:00 Muaythai Warriors

40 - FOX Movies13:00 The Haunted Mansion14:35 Spider-Man 316:55 Dude, Where’S My Car?18:20 Abraham Lincoln: Vampire Hunter20:05 True Justice21:00 Xxx23:05 Ice Age: Continental Drift00:35 The Legend Of Zorro

41 - HBO13:00 Harry Potter And The Deathly Hallows15:10 The Interpreter17:15 Two Weeks Notice19:00 Katy Perry: Part Of Me20:30 The Pirates! Band Of Misfits22:00 Battleship00:10 Safe House

42 - Cinemax12:00 Basilisk: The Serpent King)13:45 Presumed Innocent16:00 The Third Day18:15 Get Smart’S Bruce And Lloyd Out Of Control19:45 Unknown22:00 What Planet Are You From?23:45 Profugos

Page 18: Hoje Macau 7 AGO 2013 #2909

18 hoje macau quarta-feira 7.8.2013OPINIÃO

Alberto CAstroin Jornal de Notícias

UM relance pelo mapa da União Europeia revela uma enorme disparidade no que à fiscalidade empresarial diz respeito. Na senda da Irlanda, vários países têm procurado usar o IRC como um instrumento na captação de investimento estrangeiro e atracção das sedes das

maiores empresas. Engano-me a escrever “domínio” e o corrector, pressuroso, subs-titui a palavra por dominó. Curioso. É uma leitura possível: um após outro, os países têm vindo a ajustar a sua fiscalidade, levando a um nivelamento por baixo. Talvez não tivesse de ser assim. Qualquer que seja a nossa opinião, esta é uma situação que não mudará de um dia para o outro e não admite ingenuidades. Se a questão fiscal influencia a escolha da localização das empresas e investimentos, há que perceber como es-tamos posicionados nesse campeonato. As análises são unânimes: estamos mal. Taxas elevadas, leis complexas e em permanente mutação, estimulando a fuga e originando conflitualidade. Tudo o contrário do que as empresas procuram: previsibilidade e efici-ência. Os inquéritos a potenciais investidores

Imperativorevelam-no. Sendo consensual que, sem estimularmos o investimento e atrairmos investimento estrangeiro, a reconversão empresarial e a recuperação do emprego não ocorrerão ao ritmo de que necessita-mos, esta é uma matéria em que deveria ser possível construir um acordo alargado.

Ainda não tive tempo de estudar a pro-posta da Comissão para a Reforma do IRC. O que vi deu para perceber que tentou ser transparente quanto a algumas consequên-cias, no imediato, da redução das taxas, não embarcando na teoria fácil, e falsa, tão do agrado de alguns nossos empresários, de que a redução dos impostos sobre as empresas acabaria por se traduzir num aumento de receitas. Erro crasso! Por cá, ser honesto nestas coisas da política e das políticas é tão pouco habitual, que se paga caro.

A ligação de Lobo Xavier a algumas grandes empresas portuguesas está a ser usada para acusar a Comissão de ser agente dos interesses do grande capital, fazendo renascer a velha dicotomia grandes empre-sas/PME. Seja em que domínio for, será sempre difícil colocar a discussão num nível útil enquanto os nossos críticos de serviço se pautarem por um comportamento opor-tunista e um pensamento a preto e branco, que é uma declinação primária da ideologia da luta de classes. Os mesmos que, nos dias pares, clamam pela necessidade de termos

empresas capazes de enfrentar as grandes corporações internacionais, ressuscitam, nos dias ímpares, o clamor contra as nossas poucas grandes empresas. Justificam-se, aqui, duas ou três verdades “lapalicianas”. Primeira: a questão crítica não é a da dimen-são mas a da capacidade de competir ou, em linguagem mais comum, o das boas e más empresas. Segunda: entre nós, mais de 75% das empresas não pagam IRC - menos de 5% das empresas são responsáveis por mais de 80% da receita. Se a taxa baixar, só as que pagam é que podem beneficiar. E se forem as grandes a pagar...

Numa matéria tão relevante, é decisivo que se procure recentrar a discussão no que realmente releva. No caso do IRC, a taxa é importante mas, como Lobo Xavier já salientou em mais de uma ocasião, funda-mental mesmo será a garantia de estabilidade legislativa, a sua clareza e a simplificação de processos. As empresas são avessas a um aumento injustificado de incerteza. Já lhes basta a que decorre do ambiente globalizado, em que vivem e competem, para ser neces-sário o Estado introduzir mais alguma. O consenso interpartidário tem aqui aplicação privilegiada. Adicionalmente, a clareza e a simplificação evitarão a proliferação de acções contenciosas que, na sua maioria, acabam por ser desfavoráveis ao Estado e nas quais se consomem recursos para os quais existem aplicações bem mais úteis.

As contas que a Comissão fez são para os anos mais próximos. Diz-se que a troika quer compensações que, já se especula, incidirão sobre o trabalho ou o consumo, o que seria trágico para a estabilidade social e alguma recuperação da procura interna. O acordo alargado reforçaria, por certo, a capacidade negocial junto dos credores. Se tudo isto não o torna um imperativo...

As contas que a Comissão fez são para os anos mais próximos. Diz-se que a troika quer compensações que, já se especula, incidirão sobre o trabalho ou o consumo, o que seria trágico para a estabilidade social e alguma recuperação da procura interna

SALV

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ÓRIA

Page 19: Hoje Macau 7 AGO 2013 #2909

19 opinião

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana de Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei [estagiária] Colaboradores Amélia Vieira; Ana Cristina Alves; António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Vinhais Guedes; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Tiago Alcântara; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

RicaRdo Pinhotwitter.com/ricardo

O tempo que se dedica alguém é a medida mais sincera do afecto que se lhes tem.

disse-me um passarinho...

hoje macau quarta-feira 7.8.2013

José antónio saRaivaIn Sol

ESCREVI há oito dias que pre-feria o Governo ‘anterior’ a ‘este’. E não o fiz por capricho ou diletantismo. Em primeiro lugar, era muito saudável o facto de ser mais pequeno.

Eu sei que os ‘super-minis-térios’ foram super-criticados.

Mas, num país em que o ‘bloco central’ tem fama de ser

uma central distribuidora de tachos, Passos Coelho deu um importantíssimo sinal ao reduzir o número de ministros, mostrando que o PSD e o CDS não estavam ali para oferecer lugares.

Tratando-se de uma coligação, até seria natural que o número de ministros aumen-tasse, oferecendo aos dois partidos maior margem de manobra para distribuir pastas.

Fazer o contrário foi um acto de coragem, porventura voluntarista mas muito saudável.

Poucos políticos o teriam feito.Era esta a primeira virtude do outro

Governo.A segunda virtude era integrar muita

gente que não vinha das fileiras partidárias.A principal crítica que se fazia a Passos

Coelho antes de chegar a primeiro-ministro era ter sido fabricado dentro do partido, ser um ‘jota’, com pouco currículo para lá do construído portas adentro da S. Caetano.

Nessa medida, esperava-se que ele fizesse do PSD o seu grande campo de recrutamento: era esse o terreno que co-nhecia bem, seriam essas as pessoas que gostaria de premiar.

Ora, ao convidar independentes e figuras com perfil mais profissional que partidário – Vítor Gaspar, Nuno Crato, Paulo Macedo, Álvaro Santos Pereira, Paula Teixeira da Cruz –, Passos Coelho deu uma segunda lição aos seus críticos.

Transmitiu a ideia de ir buscar ‘os me-lhores’ – e não de ‘premiar os fiéis’ e os quadros do partido.

A única excepção a esta regra de quase ‘marginalização’ do PSD foi Miguel Relvas, mas compreende-se que o primeiro-ministro tenha querido ao seu lado um homem de confiança e com quem trabalhava há muito tempo.

Curiosamente, escolhido para ser o ‘elo mais forte’ do Executivo, Relvas transfor-mar-se-ia no seu ‘elo mais fraco’.

Acrescente-se que o CDS seguiu um

Este Governo ou o outro?pouco a linha do PSD, pois Assunção Cristas e Mota Soares não eram apparatchiks.

Vamos, agora, analisar ‘este’ Governo e o ‘anterior’ pasta a pasta.

O primeiro-ministro é o mesmo, pelo que não há diferença. Foi o político que saiu melhor desta última crise. Mostrou paciência, ponderação, sentido de Estado e tranquilidade, mesmo nos piores momentos.

O número dois do Governo muda, dei-xando de ser Vítor Gaspar e passando a ser Paulo Portas. Acho que o país sai a perder, pois Gaspar era menos imprevisível e mais preparado tecnicamente do que Portas, desempenhando um papel de travão ao aumento da despesa que Portas dificilmente desempenhará. E isso pode ser um enorme problema.

O Ministério das Finanças em princípio também perde, pois antes tinha o n.º 1 e agora tem o antigo n.º 2. Os swaps são o problema menor para Maria Luís Albuquer-que, pois trata-se apenas de uma manobra lamentável da oposição (o PS, que criou o problema, surge hipocritamente no papel de ‘acusador’).

O Ministério da Economia em teoria ganha com a troca de Álvaro Santos Pereira por António Pires de Lima. Mas também há aqui um perigo: as excessivas expectativas no relançamento da economia. Estamos num período em que é preciso continuar o ajusta-

mento financeiro, e é mau criar-se uma ideia de facilitismo. Acresce que o próprio Pires de Lima – um homem ambicioso – quererá fazer obra e para isso precisará de dinheiro, podendo tornar-se dentro do Executivo um elefante numa loja de porcelana.

No MNE, o ‘novo’ Governo também não ficou a ganhar. Não está em causa Rui Machete, um político da velha escola, inteligente, seguro e conhecedor. Também não me refiro à questão do BPN, onde a oposição volta a mostrar pouca seriedade. Mas é notório que Machete não poderá fazer as maratonas que Portas fazia, e talvez não tenha a sua capacidade persuasiva.

Depois há os ministérios que não muda-ram, e que estão bem entregues.

Paula Teixeira da Cruz é uma mulher séria, corajosa, frontal, independente, que

neste momento já deve conhecer bem os dos-siês de uma área tremendamente complexa.

Nuno Crato é um homem inteligente, criativo, que mostrou firmeza e habilidade política no conflito com os professores, embora algumas das suas medidas tenham lançado a confusão nas escolas.

Miguel Macedo tem feito um bom desempenho. Discreto, seguro, politica-mente preparado, rápido a decidir e agir – já teve momentos aflitivos para gerir, como os incidentes junto ao Parlamento, e saiu-se bem.

Paulo Macedo é considerado por alguns ‘o melhor ministro’ deste Governo, e tem mostrado muita prudência e savoir faire negocial numa área crítica como a Saúde, conseguindo cortes substanciais. Com pezinhos de lã vai atingindo os objectivos.

Aguiar-Branco, o ministro da Defesa, tem um estilo diferente, mais truculento, mais ‘galo de Barcelos’, mas tem mostrado capacidade combativa perante os militares, que naturalmente protestam pois têm perdido regalias, mas não criou nenhum conflito in-sanável. Em alguns momentos saiu bem em defesa de actos políticos do Governo. Mas tem tido um osso duríssimo de roer com os estaleiros de Viana do Castelo.

Assunção Cristas foi uma ministra muito mediática, que com o seu entusiasmo e energia (que se manteve incólume até ao parto) teve a grande virtude de chamar a atenção para a Agricultura, onde se está a viver um tempo novo, ao qual ela fica associada.

Pedro Mota Soares tem uma imagem hu-milde, anti-arrogante, o que é um trunfo numa pasta tão delicada como a Segurança Social.

Ainda não falei dos dois ministros que substituíram Relvas: Marques Guedes e Poiares Maduro. O primeiro é sério e sólido, o segundo ainda conheço mal mas dizem-me que é hábil e bem preparado.

E também falta Jorge Moreira da Silva, que tem ar de menino sabichão – e do qual tenho excelente impressão.

Mas preferia o ‘outro’ Governo a ‘este’ porque era mais pequeno, tinha o trunfo de Gaspar como n.º 2 e ministro das Finanças, e beneficiava da energia de Portas como MNE.

Além disso, tinha uma independência em relação aos partidos que este Governo, em boa parte, perdeu.

Esse lado naïf, quase virginal, que o Governo ‘anterior’ tinha – e que nunca foi verdadeiramente salientado nem reconhe-cido – era para mim uma óptima qualidade.

Mas preferia o ‘outro’ Governo a ‘este’ porque era mais pequeno, tinha o trunfo de Gaspar como n.º 2 e ministro das Finanças, e beneficiava da energia de Portas como MNE

VALÁ

ZQUE

S, O

TRI

UNFO

DE

BACO

Page 20: Hoje Macau 7 AGO 2013 #2909

hoje macau quarta-feira 7.8.2013

AIR ASIA CRESCIMENTO DE 24% NO NÚMERO DE PASSAGEIROS

Novas frotas e rotas trazem bons ventosO número de passagei-

ros da Air Asia volta a conseguir mais um aumento de passa-

geiros. Depois de ter conseguido uma subida de 20,9% no primeiro trimestre do ano face ao período homólogo do ano anterior, entre Abril e Junho conseguiu alcançar novo recorde com o transporte de 690 mil passageiros, o que perfaz um aumento de 24,2% face ao segundo trimestre de 2012.

A transportadora diz ter au-mentado a sua frota de Airbus A330, de nove para 12 unida-des, que a juntar ao aluguer de um Airbus A340, permitiu, por exemplo, lançar uma nova rota em Fevereiro para Jeddah e Xangai, tendo por isso ampliado a sua rede para 14 destinos no mundo. Assim, a operado con-seguiu alcançar 3,5 mil milhões de receitas de passageiros por quilómetro no 2º trimestre,

resultando numa taxa de ocu-pação de 82%. A companhia diz assim ter classificado a sua posição como segunda maior companhia aérea de baixo custo no Sudeste Asiático, depois da Malaysia AirAsia.

Também o transporte de cargas da operadora aumentou para 9312 toneladas, entre Abril e Junho, o que representou um aumento de 27% face ao período homólogo de 2012. - R.M.R.

cartoonpor Stephff

A COMPRA

Washington pede que cidadãos deixem o Iémen “imediatamente”

O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu

um comunicado de emergên-cia, já na madrugada desta terça-feira, alertando os seus cidadãos para que “deixem imediatamente o Iémen” devido às “actividades terroristas e

desobediência civil”. O nível de ameaça de segurança é extremamente alto no Iémen e o governo americano acredita serem grandes as possibili-dades de ataques a cidadãos, instalações e negócios do país. O Departamento de Estado

também ordenou a partida dos funcionários do governo que não trabalhem em actividades essenciais ou de emergência. Cerca de 20 embaixadas no Médio Oriente e no norte de África vão ficar fechadas até sábado.

Funcionáriosdo Oceanus estão “satisfeitos”As queixas apresentadas na semana passada sobre as más condições de trabalho no casino Oceanus, da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) “foram ouvidas”, dizem. Agora, “os funcionários já podem entregar o atestado no dia seguinte sem perderem o salário”, podia ler-se num comunicado. Angus Wong, o responsável da página do Facebook da Associação de Jogo de Macau, que informou ao HM o caso, disse nas redes sociais que os funcionários se aperceberam que “comunicar com altos cargos é a melhor resolução quando se encontrar injustiça no trabalho” e que “os altos cargos também têm vontade de melhorar a situação, o problema é dos médios cargos, que não só enganam os funcionários como também os chefes, fazendo com que a fenda entre estes dois cada vez maior.”

Corte nas pensõesem Janeiro de 2014O Governo vai avançar com o corte nas pensões já no próximo ano, de acordo com a imprensa desta terça-feira. Este corte nas pensões do Estado resultará da convergência do regime da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com a Segurança Social. Nestes cortes, apenas ficam de fora as reformas abaixo de 600 euros. O «Dinheiro Vivo» explica que para a poupança prevista de 470 milhões de euros, os rendimentos superiores a 600 euros poderão sofrer um corte até 15 por cento, já que o actual encargo da CGA em pensões ultrapassa os oito mil milhões de euros. O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, a quem compete negociar a proposta com os sindicatos, já admitiu que será difícil poupar 740 milhões de euros em 2014 se não for revisto «todo o sistema de cálculo das pensões, incluindo com retroactividade».

Criança encontra múmia no sótãoUma criança alemã de 10 anos descobriu, este fim de semana, uma múmia no sótão da casa da avó, informa a imprensa alemã esta segunda-feira. A múmia estava dentro de um sarcófago completo, guardado numa caixa de madeira, no sótão da casa. Apesar de haver ainda muitas dúvidas sobre a origem da múmia, calcula-se que seja uma relíquia do antigo Egipto, visto que o avô da criança que a descobriu fez algumas expedições no norte de África na década de 50. Se é daí que provém a múmia, o homem acabou por falecer sem nunca chegar a dizer que a tinha guardado no sótão. O pai do rapaz vai pedir a um laboratório que analise a múmia para comprovar a sua origem e idade.

OMT coloca Macau como mais popular para estrangeirosA Organização Mundial de Turismo (OMT) divulgou uma investigação sobre os destinos de turismo mais populares, que coloca Macau no vigésimo lugar da lista dos locais que recebe a maior quantidade de turistas estrangeiros. É França quem se situa no primeiro lugar, mas a China chega ao topo em terceiro e ainda Hong Kong, no décimo segundo. A quantidade total de turistas estrangeiros que visitaram Macau no ano passado é de 13,6 milhões, número que indica um aumento anual de 5%. Segundo a investigação, os 13,6 milhões de turistas consumiram 43,7 mil milhões de dólares americanos, montante que ocupa o quinto lugar na tabela. Macau chegou a vencer o campeonato do consumo ‘per capita’, no ano passado. A investigação indica que cada turista estrangeiro gastou 3213 dólares americanos em Macau, enquanto no Estados Unidos, que ocupa o segundo lugar da tabela, o consumo per capita foi de apenas 1883 dólares, 60% do consumo de Macau.

Bolhas nas paredesdo edifício do LagoEnquanto as disputas sobre os tubos enferrujados e as muitas portas na habitação pública ainda não se acalmam, surgem já novas acusações que apontam a falta de qualidade dos apartamentos. Mais de vinte proprietários do Edifício do Lago, na Taipa, estão a queixar-se de que, nas paredes dos seus apartamentos, aparecem bolhas de ar, que são primeiro umas “bolhas”, mas após uns dias se transformam em buracos. O presidente da Associação dos Engenheiros, Wu Chou Kit, referiu que esta é uma situação muito rara e diz duvidar que tenha a ver com o facto de os operários terem deixado lixo dentro da parede antes de estas serem concluídas. O Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-Estrutura disse ao Jornal Ou Mun que os apartamentos com problemas não podem representar a qualidade do prédio, dado que são poucos. Mas, prometeu ao Ou Mun que vai acompanhar o caso.

Irmã de Ronaldo contratou produtores de Lady Gaga e JLoKátia Aveiro, irmã de Cristiano Ronaldo, vai voltar a investir forte na carreira de cantora e contratou os produtores musicais de Lady Gaga e Jennifer Lopez para trabalharem no seu disco de estreia, previsto para ser lançado em Novembro. Na sua página oficial de Youtube está já um avanço, «Boom sem parar». O vídeo foi colocado há três semanas e tem mais de 750 mil visualizações.