História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre...

24
História Medieval

Transcript of História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre...

Page 1: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

História Medieval

Page 2: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,
Page 3: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Profa. Dra. Ana Barbara Pederiva

Revisão Textual:Profa. Esp. Márcia Ota

A Sociedade Feudal

Page 4: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,
Page 5: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

5

• Feudalismo

• Estruturaedinâmicadasociedadefeudal

• Asinstituiçõesreligiosasdasociedadefeudal

· A Definição do sistema feudal;

· A Estrutura e a dinâmica da sociedade feudal;

· As instituições políticas e religiosas da sociedade feudal;

· A Crise do feudalismo;

· A historiografia medieval.

Nesta unidade, você irá estudar os seguintes temas:

· A queda do Império Romano e as invasões bárbaras;

· O cristianismo e suas relações de poder;

· A definição de feudalismo;

· A estrutura e dinâmica feudal.

Veremos que Idade Média não foi um período estagnado cultural e, politicamente, impérios e seitas ruíram, o Cristianismo se consolidou fortemente, as relações feudais abriram caminho para o comércio, diversas forças operaram para deixar uma herança que, até hoje, sentimos no nosso cotidiano.

Por isso, estude, leia e aproveite o material.

A Sociedade Feudal

Page 6: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

6

Unidade: A Sociedade Feudal

Contextualização

A Idade Média é o período que abrange o século V até o século XV. É comum encontrarmos trabalhos dizendo que foram os séculos das trevas, que a humanidade passou por um apagão cultural e aí por diante.

Outro fato é que parte dos estudos considera somente a História da Europa, como Idade Média falando sobre o Império Romano e Bizantino, no nosso caso, também faremos o mesmo, pois esta unidade abordará o sistema feudal. Europeu.

Assim, veremos as características do feudalismo, passando pela sua organização social e as mazelas políticas do Cristianismo, partindo da derrocada do Império Romano até os últimos séculos da Idade Média.

Obviamente, não é possível trabalharmos vários séculos em uma única unidade. Desse modo, apontaremos as principais características, introduziremos alguns assuntos para que abra caminhos para futuras pesquisas.

Page 7: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

7

Feudalismo

Antes de mais nada, vamos a uma definição clara e objetiva do que é Feudalismo, para depois, então, tratarmos de suas particularidades e características.

Termo empregado para, de modo amplo e abrangente, caracterizar um regime socioeconômico no qual os indivíduos subordinam-se mutuamente em laços de dependência pessoal. O conjunto dessas relações repousa na exploração da terra por intermédio do domínio do proprietário sobre o camponês. As origens desse regime remontam à época dos Carolíngios quando foi instituída a vassalagem. Esta nasce de um contrato entre uma pessoa que pede proteção e outra que a dá, procedimento já existente na sociedade romana e germânica1.

Essa exploração dita na referência acima, amparada na vassalagem, foi o sistema central do sistema feudal. O poder principal do senhor feudal não era sobre as terras e sim sobre os homens e os bens contidos na terra. A floresta e a caça também eram de propriedade do senhor, sendo que o servo não podia usufruir livremente desses recursos, somente com consentimento prévio.

Mas de onde vinha esse poder sobre as terras? Esse sistema era referendado pelos reis que viam a possibilidade de manter seus domínios protegidos de invasões e saques. Desse modo, formava-se uma cadeia de apoio mútuo, estratos sociais dependentes que se inter-relacionavam, cooperando para manutenção do regime. Mas essas relações se apoiavam, basicamente, na exploração e, mesmo sendo dependentes, havia uma forte exploração em prol da nobreza.

O servo, ao estabelecer o acordo com o senhor, recebia uma gleba de terra dentro do feudo para produzir e retirar sua subsistência. Além disso, o excedente era repassado ao senhor feudal. Havia uma série de tributos a serem pagos que iam desde dízimos à Igreja até mesmo a taxas para o uso de pontes, mas o mais conhecido deles era chamado corveia que era três dias de trabalho por semana no manso senhorial (propriedade individual do senhor).

Fonte: escolaangelozanideaaz.blogspot.com1 AZEVEDO, Antonio Carlos de Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999. p. 199.

Page 8: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

8

Unidade: A Sociedade Feudal

A economia feudal era basicamente agrária, pautada no plantio de grãos e sementes, a criação de animais era para o senhor das terras, não cabia ao vassalo o direito à criação de qualquer tipo de animal para sustento próprio, somente em algumas exceções essa regra era transposta.

Na historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal, alguns elementos são obscurecidos ou suprimidos dos textos. Geralmente, descrevem três delas: nobreza, clero e servos, essa divisão é demasiada genérica, pois nem todos os trabalhadores mantinham a relação de servidão, havia também homens livres e os escravos que eram tidos como mercadorias.

Inicialmente, os escravos eram prisioneiros feitos nas guerras constantes, e seu número era tão grande que, às vezes, chegaram a valer menos do que um cavalo. Aliás, eram comprados e vendidos como se fossem um objeto qualquer: não eram considerados pessoas, mas coisas. Pertenciam a seu senhor por toda a vida. Os filhos de escravos também eram escravos, o que aumentava ainda mais o seu número.2

Havia uma diferença fundamental entre escravos e servos, o direito à proteção e à liberdade. Entretanto, o autor Paulo Miceli3 traz um fato curioso: camponeses livres (que não mantinham relações de servidão) se colocavam a serviço de outra pessoa por toda a vida, assim, abrindo mão de sua liberdade em troca de sua subsistência; definitivamente, não eram tempos fáceis.

Em raras ocasiões, acontecia uma mobilidade social, servos poderiam se tornar padres fazendo parte, então, do baixo clero, e nobres trilhavam caminho parecido, formando o alto clero.

Fonte: haikudeck.com

2 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988.3 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988

Estrutura e dinâmica da sociedade feudal

Page 9: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

9

Outro ponto de destaque é que essa divisão da sociedade em três grupos “estanques” demonstrava uma busca constante da sociedade medieval em transformar a divisão social terrena em um espelho da divisão celeste, pois é uma clara alusão aos três poderes divinos: Pai, Filho e Espirito Santo.

Uma ferramenta de controle que a Igreja exercia sobre as pessoas era o medo, acreditava-se que o mundo estava à beira do apocalipse e que o demônio agia livremente na terra, semeando a discórdia e todos os tipos de males, inclusive fazendo filhos.

O Diabo surgia como uma figura tentadora, causador de todo o mal, o príncipe das trevas, aquele que tem a função de rivalizar Deus o criador, de levar as almas para o inferno. Dessa forma, tudo o que for diferente das ideias cristãs é considerado obra de Satanás, areligiãocristã,assumidacomoaverdadeira,excluieassimilaaoDemôniotodososoutroscredos,processoemcujaelaboraçãoSatanásdesempenhaumpapeltãoimportante,quantooMessias4. Nesse contexto, a figura do Diabo será a maior aliada da Igreja, tanto quanto o próprio Jesus Cristo e fundamentará todas as ações contra as religiões tidas como heréticas (veremos mais à frente como essa ideologia apoio as Cruzadas).

Portanto, era fundamental o combate às heresias e o mal (era considerado como o mal toda a atitude que fosse divergente das ideias da Igreja). Tratava-se de uma população assombrada que atribuía todas as intempéries ao sobrenatural, e, portanto, buscava a todo custo se alinhar com as ideias cristãs.

Voltemos à questão do acordo de vassalagem, o pacto firmado sob juramento perante o evangelho era expansivo para toda a família do servo. Todos, sem exceção, participavam da cadeia produtiva do feudo e quando o chefe familiar falecia, o acordo era reestabelecido pelo filho mais velho. Com isso, a família assentada seguia produzindo sob as mesmas bases do passado. O mesmo acontecia, caso o senhor feudal viesse a falecer, seus herdeiros renovariam os acordos estabelecidos outrora.

Diálogo com o Autor

Eis dois homens frente a frente: um, que quer servir, o outro que aceita, ou deseja, ser chefe. O primeiro une as mãos e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro símbolo de submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a personagem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras, muito breves, pelas quais se reconhece «o homem» de quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado beijam-se na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram estes - muito simples e, por isso mesmo, eminentemente adequados a impressionar espíritos tão sensíveis às coisas vistas - os gestos que serviam para estabelecer um dos vínculos mais fortes que a época feudal conheceu. Cem vezes descrita ou mencionada nos textos, reproduzida em selos, em miniaturas, em baixos-relevos, a cerimônia chamava-se «homenagem» (em alemão, Mannschaft).

Marc Bloch. A Sociedade feudal. Lisboa: Edição 70, 1982.

4 NOGUEIRA, Carlos Roberto F. O diabo no imaginário cristão. São Paulo: Ática, 1986. p. 18

Page 10: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

10

Unidade: A Sociedade Feudal

Tal garantia era tão necessária para a manutenção do sistema que, em algumas localidades, não se fazia necessário renovar o trato, que passou a ser hereditário. Dessa forma, causaria instabilidade, se um senhor deixasse de cumprir o estabelecido, acarretaria um clima de desconfiança em todos os seus apadrinhados que temeriam pelo futuro5.

Importante!

Os vassalos eram pertencentes a camadas superiores ou intermediarias da sociedade, enquanto os servos pertenciam às camadas mais baixas da sociedade.

Havia os vassalos dos vassalos, o que era isso? É curioso, mas acontecia... Era normal, os senhores feudais receberem as terras de outro homem mais poderoso e, dessa forma, estabeleciam um acordo de vassalagem, mas necessitavam de pessoas para trabalhar a terra. Consequentemente, faziam o mesmo, dividiam as terras recebidas em glebas menores e as cediam a outros servos, os quais, por sua vez, somente ficavam na condição de trabalhador sem perspectiva de ascensão social ou acumulação pelo trabalho na terra.

Nas intrínsecas relações feudais, acontecia de uma pessoa ser vassala, mas não possuir feudo; era o vassalo dependente.

5 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988.

Fonte: luciosouzacruzneto.blogspot.com.br

Page 11: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

11

Quando Guilherme o Bastardo, conquistou a Inglaterra, a sua primeira preocupação foi a de transportar para o seu novo reino a notável organização de recrutamento feudal, cujo exemplo lhe era fornecido pelo seu ducado normando. Impôs, portanto, aos seus principais fiéis a obrigação de manter constantemente à sua disposição um número determinado de cavaleiros, cujo número era fixado por uma só vez, baronia por baronia. Assim, cada grande senhor, dependendo imediatamente do rei, era obrigado, por seu lado, a manter uma certa quantidade pelo menos de vassalos militares. (...) Muitos bispos e abades, de início, preferiram alojá-los e alimentá-los «na propriedade», sem lhes dar terras. Naturalmente que esta era, em todos os países, aos olhos dos chefes de igrejas, a solução mais sedutora, pois parecia preservar de qualquer atentado o inalienável património de que eram depositários; cerca de um século mais tarde, o biógrafo do arcebispo Conrado I de Salzburgo devia ainda felicitar o seu herói por ter sabido conduzir as suas guerras «conquistando a boa vontade dos seus cavaleiros, presenteando-os apenas com bens móveis»6.

Essa relação de dependência dos cavaleiros (e das famílias médias) ao grande senhor feudal nem sempre agradava, pois esses desejavam desfrutar do poder que detinham e, nesses casos, recebiam terras e benefícios para que pudessem provir seu sustento por meio da exploração do trabalho dos servos.

Nas variadas relações feudais, acontecia um fenômeno, aparentemente, anômalo (não raro), mas que expressa a importância do poder exercido sobre o mais fraco, que, por intermédio da cessão de suas terras, compra a proteção do grande senhor feudal.

Os inferiores ofereciam assim, com eles próprios, as suas terras ao chefe. Este, uma vez contratado o vínculo de subordinação pessoal, restituía ao seu novo dependente os bens provisoriamente cedidos, mas não sem, de passagem, os ter sujeitado ao seu poder superior, expresso pelo peso de diversos encargos. Este grande movimento de entrega do solo prosseguiu, durante a época franca e a primeira idade feudal, do cimo ao fundo da sociedade. Mas conforme a categoria do recomendado e o seu género de vida, as suas formas eram bem diferentes. A terra do camponês era-lhe restituída onerada de rendas, em géneros ou em dinheiro, e de tarefas agrícolas. A personagem de condição mais elevada e de hábitos guerreiros, depois de ter prestado a homenagem, recuperava o seu antigo património, na qualidade de honroso feudo vassálico. Acabou então de se marcar a oposição de duas grandes classes de direitos reais: de um lado, as modestas «tenures» concedidas sob a forma de «villainage», que obedeciam aos costumes colectivos dos senhorios e os feudos; do outro, os «alódios», isentos de qualquer dependência7.

6 Marc Bloch. A Sociedade feudal. Lisboa: Edição 70, 1982.7 Marc Bloch. A Sociedade feudal. Lisboa: Edição 70, 1982.

Page 12: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

12

Unidade: A Sociedade Feudal

Fica evidente que a pompa e as circunstâncias era o que importava. Assim como em qualquer relação de poder indiferente do regime socioeconômico, os mais abastados querem tirar lucro dos infelizes, mas ainda assim objetivam impor ao explorado seu sucesso, colocá-lo sob a luz da humilhação.

Descrevendo as relações feudais, dá impressão de que tudo se resumia a vida no campo. Entretanto, isso não é verdade: havia as cidades com sua dinâmica diferente dos feudos, com um comércio estabelecido e com dinâmica pessoal diferenciada e não pautada nas relações de vassalagem.

É fato que os burgos foram uma forma primitiva de acumulação de capital. Muitos teóricos creditam a essas cidades o motivo para a queda do feudalismo, abrindo campo para o capitalismo. E como era essa acumulação, quem produzia o excedente? A produção dos feudos não se limitava à subsistência, todo o excedente era comercializado entre ou feudos ou exportado para regiões longínquas, em forma de venda ou troca, não podemos esquecer que havia a cunhagem de moedas no período.

Eram pequenas cidades fortificadas e compostas por comerciantes, artesãos e trabalhadores livres que não subordinados às regras vigentes da época, obviamente, eram tidos como uma força divergente e com poderes, paraespantoinicial,principalmente,daIgreja,osmaisricosemprestavamdinheiroeexigiamquefossedevolvidoacrescidodejuros8. Eram as primeiras instituições bancárias tomando forma, mas os juros nada mais são que a cobrança pelo tempo do empréstimo, assim considerado pelo Clero como usura, já que o tempo pertencia a Deus e à Igreja, sua representante.

Com o passar dos anos, a compra e venda de produtos deu origem a uma outra forma de intercâmbio: a troca de dinheiro, largamente aplicada após o século XIII. Era a atividade de banqueiros, cambistas e toda espécie de emprestadores das mais variadas origens. O destaque, contudo, coube aos italianos, que chegaram a obter apoio do próprio papa, que se servia também dos mercadores para exigir e receber tributos em todos os países católicos e para expedir pelo mundo dinheiro, mercadorias e correspondência. As relações da Igreja com os banqueiros encontraram um único obstáculo: os juros9.

Essa prática foi muito combatida, pois era considerado pecado se apropriar de algo divino, com o passar dos séculos e o fortalecimento dos burgos se tornou uma ameaça que deveria ser combatida pelos defensores do regime feudal. Os grandes senhores impunham-lhes todos os tipos de obstáculos, convertidos em forma de taxas, a cobrança pelo uso de estradas, pontes e outros “serviços” tudo para barrar o forte avanço do comércio.

Mas os burgueses precaviam-se contra ataques eminentes, formavam associações conhecidas como comunas, eram pactos firmados, mas sem relações com a vassalagem, eram pessoas iguais se protegendo contra os poderosos senhores feudais e seus apoiadores.

8 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988. p. 46.9 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988. p. 53.

Page 13: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

13

Não era somente o comércio interno (entre os feudos) que gerava acumulação de riqueza aos comerciantes, o forte comércio internacional e marítimo produziam as maiores divisas. Aconteciam grandes feiras por toda a Europa, comerciantes viajavam de uma cidade a outra, expondo seus simples e raros produtos, trazidos de todos os cantos do continente e até mesmo de outros, como Ásia e África.

Fonte: MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988. p. 53

Dentro das cidades, os pequenos artesãos e artífices também filiavam-se, formando as guildas ou corporações, associações de trabalhadores das mais variadas atividades. Essas corporações, por meio dessas alianças, regulamentavam as atividades e buscavam melhorar seus lucros, obtendo matéria-prima e regulando a concorrência.

Não podemos falar plenamente da dinâmica do sistema feudal, sem darmos atenção especial ao comportamento da Igreja para manutenção do mesmo. Como uma instituição religiosa conseguiu operar em todas brechas de um sistema socioeconômico? Vejamos a seguir.

Page 14: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

14

Unidade: A Sociedade Feudal

As instituições religiosas da sociedade feudal

No período medieval, o poder secular e o religioso se confundem, ou melhor, completam-se. A Igreja tem papel de destaque na política medieval, atuando na esfera da vida privada e pública, ela dita as regras religiosas, políticas e econômicas; nada acontecia sem o aval do clero, ninguém se estabelecia sem consentimento de “Deus”.

Vamos à origem desse fenômeno. Os cristãos, desde a época de Jesus Cristo, eram perseguidos pelo Império Romano e isso continuou até o início da era medieval. Vale salientar que, é comum, vermos na literatura e no cinema passagens, descrevendo cristãos sendo atirados na cova dos leões, crucificados e sofrendo todo o tipo de agressão devido à sua posição religiosa.

Contudo, essa posição de perseguido muda radicalmente, o Império Romano estava enfraquecido devido às constantes invasões bárbaras. Além disso, não foi somente o sistema político que declinava, sua religião politeísta também dava mostras de enfraquecimento e sucumbiu diante das investidas cristãs que galgavam posição privilegiada no seio do governo.

Pouco a pouco, porém, o espírito de disciplina dos primeiros cristãos mostrou que poderia ser útil não só para garantir o acesso ao Paraíso, podendo ajudar também na realização de ambições mais terrenas. Os últimos imperadores romanos perceberam isso e começaram por assumir uma posição de tolerância em relação ao Cristianismo. (...) os imperadores davam mostras de não mais se contentarem com seu reinado sobre os homens na Terra e admitiram o poder do Cristianismo para tentar ampliar o império até o Céu. Assim a nova religião monoteísta foi o caminho perfeito para estabelecer aquela ligação, transformando-se logo depois na maior beneficiária dessa política10.

A última cartada do Império Romano decadente foi tentar estabelecer-se novamente amparado pela Igreja detentora da “verdade absoluta”. O Cristianismo difundia um pânico geral nos rincões da Europa Ocidental, elegia-se um novo inimigo o paganismo, todos os pagãos foram legalmente considerados inimigos e deveriam ser combatidos. A dualidade, bem ou mal, foi levada às últimas consequências, não havia meio termo e, sim, os “abençoados” cristãos e os “demoníacos” pagãos.

Mas como o Império se beneficiaria com essa atitude? A Igreja serviu de escora para os “moribundos imperadores”, ao mesmo tempo que cristianismo crescia fortemente devido à essa aliança. O inimigo bárbaro continuava a destroçar o Império Romano, obviamente, assim como os Romanos de outrora eram politeístas; portanto, a aceitação de um deus único por Roma, impunha também uma verdade única:

Todos os cristãos tinham uma missão: converter os infiéis ao cristianismo, e se não fosse possível, combatê-los até a morte, ou seja, todos lutariam por um ideal único Deus e Roma.

10 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988.

Page 15: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

15

Atenção

Os romanos das áreas rurais continuaram durante muito tempo adoradores de vários deuses. Consequentemente, levou muito tempo para que essa mentalidade mudasse.

Embora a agonia imperial houvesse durado séculos, com maior ou menor resistência à degradação, o centralismo estatal sucumbe. O Império Romano não foi subjugado por um povo conquistador que houvesse assumido as instituições políticas romanas para renovar, a partir do seu interior, do seu âmago, a pujança da formação imperial-tributária. Não houve um invasor mais diversos. As invasões, por

sua vez, não ocorreram subitamente, mas duraram séculos11.

Ambos deveriam se beneficiar com essa parceria Igreja-Império, mas foi a Igreja que saiu, de fato, favorecida. O Império Romano não tinha salvação, agonizou durante séculos. A Igreja semeou durante muito tempo para colher no futuro, quando conseguiu apoio dos imperadores contra o politeísmo já estava combatendo romanos e bárbaros, alimentando-se da mão que a alimentava.

Atenção

Os povos bárbaros já, durante muito tempo, interagiam com os romanos. Dessa forma, seja por meio de beligerância ou relações comerciais, devemos lembrar que os bárbaros não eram apenas um grupo ou etnia, e, sim, várias tribos com línguas, costumes e de locais diferentes.

Durante toda a Idade Média, seu poder chegou a todos os níveis da administração secular. Costumes do paganismo foram repaginados e assimilados, datas comemorativas e festa às divindades foram cristianizadas, todas as medidas contra os costumes “bárbaros” foram adotadas, todas as medidas para seduzir os pagãos ao cristianismo foram usadas.

(...) contra os adoradores da força, a nova religião recomendava a valorização dos pacíficos, dos humildes e dos pobres, e foi este, sem dúvida, o principal conselho que a Igreja deu à Idade Média, quando sua voz – e quase só ela – pôde ser ouvida por todos. E esses “todos” incluía, evidentemente, os “bárbaros” pagãos, em cujo seio aventuravam-se os monges, com a intenção de ganha-los para a

nova fé12.

11 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988.12 SALINAS, Samuel Sérgio. Do feudalismo ao capitalismo: transições. São Paulo: Editora Atual, 1988. p. 15.

Page 16: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

16

Unidade: A Sociedade Feudal

A Igreja e seu clero não ficaram confinados aos mosteiros e templos, como é comumente descrito na literatura sobre o assunto, obviamente tinha os homens e mulheres de clausura dedicados as orações diárias e exaustivas, mas o trabalho de campo de conversão, vigília e punição a transgressão era efetivo e implacável, todas as atividades desenvolvidas pela sociedade da época tinham que ter a benção de “Deus”.

O trabalho dos monges de clausura também era o de compilar e traduzir textos de outras línguas para o latim e transcrever pergaminhos para manutenção e difusão dentro da própria Igreja, pois devemos lembrar que a maioria da população era analfabeta. Assim, a Fé mantinha sob seu comando a produção intelectual do período.

O best-seller O Nome da Rosa de Umberto Eco, que também foi transformado em filme, descreve bem o trabalho dos monges na transcrição de textos e a questão do domínio religioso da informação e da cultura.

Além do capital cultural acumulado, a Igreja era detentora de enorme riqueza material, bem como de todas as contribuições dizimais e doações de todas as espécies que recebia, mantinha mais de 30% das terras sobre seu comando. Era uma instituição feudal, personificada nas figuras dos abades, padres e bispos; resumindo, o alto clero era responsável pela multiplicação das riquezas materiais13.

A vassalagem também era praticada pela Igreja e o acordo acontecia do seguinte modo:

Ao venerável padre em Cristo, o senhor abade do mosteiro de tal e a toda a sua congregação aí residente. Eu, em nome de Deus, venho até junto de vós com um pedido de precário (contrato através do qual se obtinha o benefício, ou seja, a concessão para cultivar uma terra para o sustento). De acordo com a minha petição, decidiu a vossa vontade e a dos vossos irmãos que aquela vossa propriedade (...) me devesse ser entregue, por vosso benefício, enquanto eu fosse vivo, para usufruir e cultivar; o que assim fizestes. E prometo-vos pagar (em cada ano, uma importância em moeda). E se eu me descuidar ou aparecer tardiamente, que vos faça uma promessa de pagamento ou vos satisfaça (o devido), não perdendo eu esta propriedade enquanto for vivo. (...) E depois da nossa morte voltará ao vosso domínio com os melhoramentos e acrescentamentos (que eu tenha feito), sem qualquer reclamação por parte dos meus herdeiros.

Os senhores feudais tinham suas riquezas aumentadas devido ao excedente da produção dos servos, heranças e as fortunas aumentadas com os casamentos. Mas o mesmo que fazia acumular, por vezes, tinha efeito contrário, por exemplo, a divisão de heranças transformava grandes acúmulos (terras e bens) em pequenas fortunas com pouca expressão e poder.

13 SALINAS, Samuel Sérgio. Do feudalismo ao capitalismo: transições. São Paulo: Editora Atual, 1988.

Page 17: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

17

Entretanto, o mesmo não acontecia com o catolicismo que somente acumulava suas riquezas, as quais não eram divididas; tudo que era recebido em nome de Deus, ficava nas mãos dos homens do Clero. Portanto, o poder religioso aumentava além das importâncias recebidas, era um poder resoluto e “universal”, e, como já vimos, agia decididamente em vários nichos da sociedade medieval.

Ainda falando sobre o papel político que a religião desempenhava, temos sua participação nas batalhas entre feudos.

Os conflitos entre senhores feudais pelo domínio das terras suscitavam as denominadas guerras privadas, tão comuns que a Igreja as tolerava a princípio, impondo, em determinadas circunstâncias, as “tréguas” de Deus. (...) uma situação de permanente antagonismo, admitindo e tolerando como regra para solução dos conflitos entre os senhores de terras. Prescrevendo para determinados dias a “trégua de Deus”, sancionava pelo resto do tempo as guerras privadas. A paz permanente, por outro lado, era vista como contrária à natureza humana, como certa feita afirmou energicamente, Gérard, bispo de Cambrai14.

Vimos anteriormente que a Igreja apoiava a mansidão e a humildade, mas o que aconteceu com essa visão pacifista? De fato, não houve nenhuma mudança significativa para a mudança de posicionamento. Desde o início, havia essa dubiedade entre a prática e o discurso, mas não é possível manter uma fortuna e o poder apenas com o poder da palavra, da retórica. Além de apoiar as guerras, entre os feudos, promovia suas guerras, visando aumentar seu poderio. A mais importante delas foi para combater o Império do Islão, as conhecidas Cruzadas.

Esse novo império se agigantava e lançava seus tentáculos sobre regiões dominadas pelo Cristianismo, seu povo praticava a religião de Maomé, eram mulçumanos, portanto, não seriam tolerados, a ordem era: combater o avanço do Islamismo.

As Cruzadas tiveram início em 1095 e foram organizadas pelo papa Urbano II. Um dos principais motivos da guerra era reconquistar o Santo Sepulcro na cidade de Jerusalém que estava sob domínio mulçumano, os franceses e, depois, as demais nacionalidades europeias recusaram-se a admitir que os locais sagrados de sua religião permanecessem sob um domínio que não fosse o seu15. A motivação para a guerra transcendia a questão do Santo Sepulcro a possibilidade de conhecer locais exóticos e ascensão social, por meio da pilhagem, e, principalmente, a probabilidade de redimir seus pecados, garantindo seu lugar no Paraíso com seu esforço na Guerra Santa.

14 SALINAS, Samuel Sérgio. Do feudalismo ao capitalismo: transições. São Paulo: Editora Atual, 1988. p. 16.15 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988. p. 43.

Page 18: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

18

Unidade: A Sociedade Feudal

O grupo de combatentes que seguiam para a terra santa eram membros da Igreja, nobres, cavaleiros e a população em geral que estivesse disposta a lutar pelo ideal do Cristianismo. Esses combatentes eram chamados de cruzados. Dentro desse grupo, quem tinha maior destaque e respeito eram os cavaleiros.

A transformação de alguém em cavaleiro era feita através do chamado ritual de investidura. (...) Primeiro, um cavaleiro mais antigo entregava as armas ao jovem que iria fazer parte da Ordem. Depois, chamando-o pelo nome, tocava nele com sua espada e acertava em sua nuca ou face um enorme bofetão. Resistindo à dura pancada, o jovem podia estar demonstrando sua força ou sendo marcado pelo compromisso de fidelidade, mas uma coisa é certa: a pancada que recebia de seu padrinho era a única da qual não se defenderia por toda a vida16.

16 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988. p. 44.

Fonte: Eugène Delacroix (1798–1863)/Wikimedia CommonsFonte: espainfo.es

Page 19: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

19

A Ordem da Cavalaria surgiu no século VII e referia-se a pessoas de destaque social que durante muitos séculos recebiam terras e privilégios em troca de seus serviços de combates (como vimos anteriormente religiosos e senhores feudais mantinham essas pessoas a seu redor, protegendo suas riquezas). Na maior parte das vezes, eram nobres ou pessoas dos estratos sociais mais abastados, que pudessem comprar seu cavalo e todos os apetrechos de guerra (armaduras e armas).

Bem, nessa unidade, buscamos mostrar os principais aspectos da sociedade feudal, sua formação ainda no Império Romano, a participação do Cristianismo no imaginário, na formação e manutenção dos costumes do homem medieval e nas relações pessoais, com ênfase no sistema de vassalagem, nos acordos com os senhores feudais.

Mas isso não é suficiente, é necessário que você, aluno, busque se aprofundar nesse assunto que é um dos pilares da História da Civilização. A bibliografia sobre o assunto é ampla e rica nas diferentes abordagens.

Podemos destacar os trabalhos de Marc Bloch, um dos fundadores da Escola dos Annales com os livros: A sociedade feudal, e o clássico Os reis taumaturgos; de igual importância temos o historiador Jean Delumeau especialista em História do Cristianismo e famoso por trabalhar a questão das mentalidades; Jacques Le Goff que também participou dos Annales tem uma vasta bibliografia sobre Idade Média.

As opções são muitas. Por isso, a relação de livros e historiadores com ótimos trabalhos acerca do assunto caberia em muitas páginas. Sendo assim, esperamos que esse texto seja o pontapé inicial para a busca do conhecimento sobre Idade Média e suas várias nuances.

O grupo de combatentes que seguiam para a terra santa eram membros da Igreja, nobres, cavaleiros e a população em geral que estivesse disposta a lutar pelo ideal do Cristianismo. Esses combatentes eram chamados de cruzados. Dentro desse grupo, quem tinha maior destaque e respeito eram os cavaleiros.

A transformação de alguém em cavaleiro era feita através do chamado ritual de investidura. (...) Primeiro, um cavaleiro mais antigo entregava as armas ao jovem que iria fazer parte da Ordem. Depois, chamando-o pelo nome, tocava nele com sua espada e acertava em sua nuca ou face um enorme bofetão. Resistindo à dura pancada, o jovem podia estar demonstrando sua força ou sendo marcado pelo compromisso de fidelidade, mas uma coisa é certa: a pancada que recebia de seu padrinho era a única da qual não se defenderia por toda a vida16.

16 MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988. p. 44.

Fonte: Eugène Delacroix (1798–1863)/Wikimedia CommonsFonte: espainfo.es

Page 20: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

20

Unidade: A Sociedade Feudal

Material Complementar

Livros:Para conhecer melhor o feudalismo, leia o livro do historiador Marc Bloch, ASociedade feudal. Lisboa: Edição 70, 1982. Importante obra que traz inúmeros elementos do cotidiano do feudalismo ou mesmo o livro “Os reis taumaturgos” obra clássica do escritor que não pode deixar de ser lida.

Indicamos a comédia “OIncrívelexércitodeBrancaleone”do diretor Mario Monicelli, o filme é ambientado por volta do ano 1000 d.C e mostra a história do caricato cavaleiro Brancaleone em busca de riquezas e glórias. Esse clássico do cinema, mesmo que de forma cômica, apresenta elementos muito característicos da sociedade medieval. Vale a pena conferir!

Page 21: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

21

Referências

AZEVEDO, Antonio Carlos de Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.

Marc Bloch. A Sociedade feudal. Lisboa: Edição 70, 1982.

MICELI, Paulo. O feudalismo. São Paulo: Atual; Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1988.

NOGUEIRA, Carlos Roberto F. O diabo no imaginário cristão. São Paulo: Ática, 1986.

SALINAS, Samuel Sérgio. Do feudalismo ao capitalismo: transições. São Paulo: Editora Atual, 1988.

Page 22: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,

22

Unidade: A Sociedade Feudal

Anotações

Page 23: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,
Page 24: História Medieval - Blackboard Learn · PDF fileNa historiografia medieval, nem sempre são descritos os vários estratos sociais que a compõem a sociedade feudal,