Filosofia Medieval

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Filosofia Patrística (séc. I a VII d.C.)

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Filosofia Patrística (séc. I a VII d.C.)

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• Tem início com as Epístolas de São Paulo e de São João.

• A patrística resultou do esforço feito pelos dois apóstolos intelectuais (Paulo e João) e pelos primeiros Padres da Igreja para conciliar a nova religião – o Cristianismo - com o pensamento filosófico dos gregos e romanos.

• Liga-se, portanto, à tarefa religiosa da evangelização e à defesa da religião cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia dos antigos.

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• Divide-se em patrística grega (ligada à Igreja de Bizâncio) e patrística latina (ligada à Igreja de Roma).

• Teve como principais pensadores Justino, Santo Agostinho e Tomás de Aquino.

• Introduziu ideias desconhecidas para os filósofos greco-romanos, como por ex., a ideia de criação do mundo, de pecado original, de Deus como trindade una, de encarnação e morte de Deus, de juízo final ou de fim dos tempos e ressurreição dos mortos, etc.

• Como o mal pode existir, já que tudo foi criado por Deus? ->

homem interior: consciência da moral e do livre-arbítrio, pelo qual o homem se torna responsável pela existência do mal no mundo.

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• Para impor as ideias cristãs, foram criados os dogmas.

• Surge uma distinção entre verdades sobrenaturais (reveladas pela fé) e verdades naturais (reveladas pela razão)

• Dessa forma, o grande tema de toda a Filosofia patrística é o da possibilidade de conciliar razão e fé.

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• Surgem 03 correntes de pensamento:

• 1 – Os que julgavam a fé e a razão irreconciliáveis e a fé superior à razão.

• “Creio porque absurdo”

• 2 – Os que julgavam fé e razão conciliáveis, mas subordinavam a razão à fé.

• “Creio para compreender”

• 3 – Os que julgavam razão e fé irreconciliáveis, mas afirmavam que cada uma delas tem seu campo próprio de conhecimento e não devem misturar-se (a razão se refere à vida temporal dos homens no mundo; a fé, a tudo o que se refere à salvação da alma e à vida eterna futura).

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Santo Agostinho

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• O cristianismo trouxe a ideia de que cada ser humano é uma pessoa.

• Direito Romano, que define a pessoa como um sujeito de direitos e de deveres.

• Nossa pessoa é nossa consciência, que é nossa alma dotada de vontade, imaginação, memória e inteligência.

• A vontade é livre e aprisionada no corpo. Pode mergulhar nossa alma na ilusão e no erro.

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• Logo, estar no erro ou na verdade dependerá de nós mesmos e por isso precisamos saber se podemos ou não conhecer a verdade e em que condições tal conhecimento é possível.

• Sua filosofia se constrói baseada no neoplatonismo e nos ensinamentos bíblicos de Pedro e Paulo.

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• Platonismo: ideia de preparação da alma.

• Mas de resto, Santo Agostinho a considerava insuficiente e por isso é preciso crer primeiro para depois entender.

• “Se não credes, não entendereis” (Isaías 7,9)

• Defende então que a verdadeira e legítima ciência é a teologia, que só as coisas divinas proporcionam sabedoria.

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• Primeiramente Agostinho se pautou na ideia do maquineísmo, que se baseava na ideia da existência de dois princípios opostos no universo: o bem e o mal.

• Posteriormente, ao ter contato com o cristianismo, concluiu que a crença numa fonte sobrenatural do mal não é necessária, pois os homens por si sós são capazes de qualquer perversidade.

• Por isso temos o livre arbítrio.

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A Verdade Interior – Teoria da Iluminação • Primeiro filósofo a construir a ideia de interioridade, um prenúncio

da teoria da subjetividade fundamentada pela filosofia moderna.

• Como a mente humana é falível, mutável e imperfeita, como poderá entender a verdade que é infalível, eterna e perfeita?

• Busca explicar o significado de ensinar e aprender (De Magistro) e o papel da linguagem, grande tratado sobre pedagogia e linguística.

• Reflexão sobre o signo = não são as palavras que compreendemos, mas sim a verdade que elas nos transmite.

• Se a verdade não está na palavra, está aonde? Na alma.

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• A verdade interior é o próprio Cristo que ilumina a alma humana para nos dar a compreensão.

• A alma humana possui uma centelha divina, por ser à imagem e semelhança de Deus, que lhe permite compreender a verdade.

• “Não aprendemos pelas palavras que repercutem exteriormente, mas pela verdade que ensina interiormente. (...) Cristo é a

verdade que ensina interiormente.”

• Logo, a Teoria do Conhecimento proposta por Agostinho estabelece uma relação entre interior-exterior, colocando na interioridade humana a morada da Verdade.

• “In interiore Homine habitat veritas”

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História da Criação do Juízo Final – um processo que faz sentido

• Antes de Agostinho, a história era concebida como uma sucessão de fatos que se repetiam.

• No seu livro “A cidade de Deus”, faz uma interpretação da história à luz das Sagradas Escrituras.

• Processo de ruptura e conciliação com Deus –> Adão – Juízo Final – Redenção.

• Ou seja, a história é um processo com início, meio e fim, possuindo sentido nos acontecimentos que são parte essencial do desenvolvimento compreensível e interpretável a partir da revelação.

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• Apesar do teor religioso, a ideia de que a história possui um processo com sentido será de grande importância para toda a reflexão sobre o que é a história nos séc. seguintes.

• Ainda, a Teoria da Iluminação influenciou a Igreja a adotar uma postura de converter os bárbaros e não mais combatê-los.