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História Bruno Galelli Chieregatti e João de Sá Brasil Lima COORDENADORES AUTORES: Flávia Maíra de Araújo Gonçalves e Silvia Helena de Araújo Bueno 2 a MMC_Historia.indb 3 MMC_Historia.indb 3 02/08/21 12:00 02/08/21 12:00

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História

Bruno Galelli Chieregatti e João de Sá Brasil Lima

COORDENADORES

AUTORES:Flávia Maíra de Araújo Gonçalves e

Silvia Helena de Araújo Bueno

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Sobre os coordenadores

Bruno Galelli Chieregatti

Engenheiro Mecânico (2008). Mestre (2012) e Doutor (2020) em Engenharia Mecânica, na área de Energia e Fluidos, pela Escola Politécnica da USP. Professor auxiliar no Instituto Mauá de Tecnologia. Professor-assistente na Fundação Educacional Inaciana Padre Saboia de Medeiros (FEI). Pesquisador na área de energia e fluidos. Autor de livros nas Editoras Rideel e Nova Concursos, nas disciplinas de Engenharia, Física, Matemática e Raciocínio Lógico.

João de Sá Brasil Lima

Engenheiro Mecânico (2011). Doutor (2017) e Pós-doutorado (2019) em Engenharia Mecânica, na área de Energia e Fluidos, pela Escola Politécnica da USP. Professor-assistente no Instituto Mauá de Tecnologia. Pesquisador na área de energia e fluidos. Autor de livros nas Editoras Rideel e Nova Concursos, com foco em concur-sos públicos nas disciplinas de Engenharia, Física, Matemática e Raciocínio Lógico.

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Sobre os autores

Flávia Maíra de Araújo GonçalvesResponsável pelas questões comentadas e pelos conteúdos de História

Geral.Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (2016),

instituição pela qual também é mestre (2010), bacharel (2006) e licenciada em História (2006). Autora do livro Cadeia e correção: sistema prisional e população carcerária na cidade de São Paulo (1830-1890), publicado em 2013. Sua tese de doutorado O sistema prisional no Império brasileiro: estudo sobre as províncias de São Paulo, Pernambuco e Mato Grosso (1835-1890) recebeu menção honrosa no Prêmio História Social USP (2015-2016). Trabalhou no Museu do Ipiranga e para centros de memória privados. Em 2017, ganhou o Prêmio 50 Melhores Planos de Aula do Curso de Formação de Professores da UNICAMP, com o plano Guerra Fria: estratégias culturais norte-americanas. Atualmente, é professora para alunos do Ensino Funda-mental II e Médio e copidesque/revisora de livros didáticos.

Silvia Helena de Araújo BuenoResponsável pelas questões comentadas de História do Brasil e seus

respectivos conteúdos.Professora Mestre em História Cultural pela Universidade Federal de

São Paulo (UNIFESP). Atua na área docente, possuindo especialização em cursos preparatórios para vestibulares.

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Apresentação

Esta coleção constitui um instrumento valioso para estudo, pes-quisa e consulta das mais variadas áreas do conhecimento humano.

Com linguagem acessível, este livro da coleção contempla teo-ria simplificada e questões resolvidas. A teoria está de acordo com o conteúdo programático exigido em edital do Enem, vestibulares e concursos públicos.

A apresentação da resolução da questão visa à sistematização didática dos conhecimentos adquiridos. Nela, o concursando acompanhará as etapas de resolução como se estivesse assistindo a uma aula.

Neste livro você verá com que frequência os tópicos da disci-plina foram abordados pelas principais organizadoras nos últimos exames. Tomaram-se por base as questões presentes neste livro. É uma ferramenta importante para que o aluno comece a conhecer o perfil da banca que poderá fazer o seu próximo exame.

Os coordenadores

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Sumário

Parte AHISTÓRIA GERAL

Capítulo 1 – Antiguidade clássica .................................. 151. Grécia ............................................................................ 152. Roma ............................................................................. 18Hora de praticar! ............................................................... 22

Capítulo 2 – Período medieval ........................................ 26Hora de praticar! ............................................................... 28

Capítulo 3 – Estado moderno ......................................... 351. A formação do Estado moderno................................... 352. Renascimento cultural e científico ................................ 363. Reformas religiosas ....................................................... 38Hora de praticar! ............................................................... 40

Capítulo 4 – As revoluções inglesas ................................ 47Hora de praticar! ............................................................... 49

Capítulo 5 – Iluminismo e despotismo esclarecido.......... 51Hora de praticar! ............................................................... 53

Capítulo 6 – Revolução Industrial .................................... 581. As revoluções industriais ............................................... 582. Novas formas de trabalho ............................................ 59Hora de praticar! ............................................................... 60

Capítulo 7 – A independência dos EUA e sua expansão territorial no século XIX .................................................. 67

1. Revolução americana: a primeira independência do continente ......................................................................... 672. A expansão territorial dos EUA no século XIX .............. 69Hora de praticar! ............................................................... 71

Capítulo 8 – A Revolução Francesa, o período napoleônico e a Restauração .......................................... 76

1. A Revolução Francesa (1789-1799) ............................... 76

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2. A Era Napoleônica (1799-1815) .................................... 803. A Restauração ............................................................... 81Hora de praticar! ............................................................... 82

Capítulo 9 – O liberalismo e seus críticos do século XIX ....891. O liberalismo econômico .............................................. 892. Os críticos do liberalismo .............................................. 90Hora de praticar! ............................................................... 92

Capítulo 10 – Imperialismo ............................................. 981. Imperialismo na África e na Ásia ................................... 982. Imperialismo norte-americano ...................................... 99Hora de praticar! ............................................................. 100

Capítulo 11 – O mundo à época das guerras mundiais . 1061. Primeira Guerra Mundial ............................................. 1062. Revolução Russa ......................................................... 1083. Período entreguerras .................................................. 1104. Segunda Guerra Mundial ............................................ 113Hora de praticar! ............................................................. 115

Capítulo 12 – O mundo no contexto da Guerra Fria ..... 1241. Um mundo dividido .................................................... 1242. Socialismo na China e em Cuba ................................. 1253. Descolonização da Ásia e da África ............................ 1274. Desagregação da União Soviética .............................. 129Hora de praticar! ............................................................. 130

Parte BHISTÓRIA DO BRASIL

Capítulo 1 – Expansão marítima portuguesa ................ 1411. Principais características .............................................. 141Hora de praticar! ............................................................. 142

Capítulo 2 – Estrutura do sistema colonial na América portuguesa ................................................................... 146

1. Estrutura socioeconômica  .......................................... 146Hora de praticar! ............................................................. 147

1. Guerra Fria ..................................................................123Hora de praticar! .............................................................124Referências bibliográficas ...............................................131

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Capítulo 3 – As reformas pombalinas (1750-1777) ....... 1581. Principais fatores das reformas  .................................. 158

Capítulo 4 – Crise do sistema colonial ......................... 1601. Insatisfações na colônia e movimentos emancipatórios ...160Hora de praticar! ............................................................. 161

Capítulo 5 – A Família real portuguesa no Brasil .......... 1621. Transferência da Corte e suas consequências ............ 162Hora de praticar! ............................................................. 163

Capítulo 6 – A Independência brasileira ....................... 1671. O processo de independência e sua consolidação .... 167Hora de praticar! ............................................................. 168

Capítulo 7 – Primeiro Reinado (1822-1831) .................. 1701. Principais problemas ................................................... 170Hora de praticar! ............................................................. 171

Capítulo 8 – Período Regencial (1831-1840) ................. 1731. Principais características ............................................. 1732. Revoltas regenciais ..................................................... 173Hora de praticar! ............................................................. 174

Capítulo 9 – Segundo Reinado (1840-1889) ................. 1761. Aspectos políticos e econômicos................................ 176Hora de praticar! ............................................................. 1772. O fim do escravismo e a imigração europeia ............. 180Hora de praticar! ............................................................. 182

Capítulo 10 – Proclamação da República ...................... 1931. Questões militares e sociais ........................................ 193Hora de praticar! ............................................................ 193

Capítulo 11 – Primeira República (1889-1930) .............. 1981. Aspectos políticos e econômicos................................ 198Hora de praticar! ............................................................ 1992. Conflitos sociais na Primeira República ...................... 202Hora de praticar! ............................................................. 205

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Capítulo 12 – A Era Vargas ........................................... 2121. Principais características .............................................. 212Hora de praticar! ............................................................ 213

Capítulo 13 – Anos 1950 no Brasil ................................ 2191. O governo de Juscelino Kubitschek ........................... 219Hora de praticar! ............................................................ 220

Capítulo 14 – Ditadura civil-militar brasileira ................ 2221. Política ......................................................................... 2222. Economia .................................................................... 2233. Repressão .................................................................... 2244. A redemocratização .................................................... 224Hora de praticar! ............................................................ 225

Capítulo 15 – Nova República ...................................... 2321. A transição política ...................................................... 2322. A Nova República ....................................................... 233Hora de praticar! ............................................................ 235

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Parte AParte AHISTÓRIA GERAL

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11 Antiguidade clássica

1. GréciaDurante o período Arcaico (séc. VIII a.C.-séc. VI a.C.), na região

da Grécia, surgiram centenas de comunidades autônomas e inde-pendentes, que vieram a ser conhecidas como pólis ou cidades--estados. Entre elas, as mais importantes foram Esparta e Atenas.

1.1 Esparta

Localizada na península do Peloponeso, na planície da Lacônia, foi fundada pelos dórios no séc. IX a.C., tendo posteriormente incorporado a seu território a região da Messênia, a oeste, com o desenvolvimento do caráter guerreiro de seu povo. Por estar no interior do continente, baseou sua economia na agricultura.

A estrutura social era dividida em três grandes grupos: os espartanos ou espartíatas – descendentes dos invasores dórios, eram os únicos considerados cidadãos, grandes proprietários de terras e líderes militares. Dedicavam-se à vida militar desde os 7 anos, quando eram enviados a centros de treinamento dirigidos pelo Estado. Os periecos, descendentes dos povos nativos que se submeteram pacificamente ao domínio dório, eram livres e se dedicavam ao comércio ou às atividades agrícolas em suas peque-nas propriedades. Não tinham direitos políticos e ainda tinham de pagar tributos e participar do serviço militar (na parte baixa da hierarquia). Os hilotas, provavelmente descendentes dos povos conquistados, eram servos pertencentes ao Estado, cedidos aos espartanos para cuidarem de suas terras. Contudo, não podem ser considerados escravos, pois não podiam ser vendidos nem afastados das terras de origem.

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Capítulo 1 – Antiguidade clássica 16

Politicamente, Esparta vivia uma estrutura oligárquica, coman-dada por dois reis (que tinham funções religiosas e comandavam o exército), e cinco éforos, que exerciam as funções executivas e de fiscalização da ação dos reis. As leis eram formuladas na Gerúsia, composta por 28 cidadãos maiores de 60 anos, que já haviam encerrado sua vida militar. Elas eram postas em votação na Ápela, assembleia composta por todos os cidadãos maiores de 30 anos, que também escolhiam os gerontes e elegiam anualmente os éforos.

1.2 Atenas

Localizada na península da Ática, próxima ao porto do Pireu e voltada para o mar Egeu, desenvolveu uma vocação comercial, principalmente após o estabelecimento de colônias na Magna Grécia (sul da Itália) e na Ásia Menor.

No período arcaico, a estrutura política era monárquica, sob o governo de um basileu (rei), até ser substituída por uma oligarquia composta por um arcontado (9 arcontes que tinham poder militar, religioso e judiciário) e um areópago, conselho que regulava a ação dos arcontes. Quem ocupava esses cargos eram os eupá-tridas, nobres aristocratas proprietários das melhores porções de terra. Outros membros da sociedade não tinham direitos políticos, como os georgóis (donos de terras mais distantes) e os thetas (marginalizados). E, na base da estrutura social, havia os escravos, que tinham essa condição por serem prisioneiros de guerra, por nascimento ou para pagamento de dívidas.

Com a ascensão da atividade comercial, a classe dos demiurgos (comerciantes) começou a adquirir poder econômico e a reivindicar poder político. Nesse sentido, alguns legisladores realizaram refor-mas a fim de amenizar esses conflitos sociais. Em 594 a.C., Sólon aboliu a escravidão por dívidas, proibindo, assim, que atenienses fossem escravizados, e estabeleceu a participação política conforme a renda, abrindo espaço para a atuação dos demiurgos.

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Capítulo 1 – Antiguidade clássica 24

4. (FUVEST – 2019) (…) o “arco do triunfo” é um fragmento de muro que, embora isolado da muralha, tem a forma de uma porta da cidade. (...) Os primeiros exemplos documentados são estruturas do século II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do Império, como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino, todos no foro romano, e todos de grande beleza pela elegância de suas proporções.

PEREIRA, J. R. A. Introdução à arquitetura. Das origens ao século XXI. Porto Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81.

Dentre os vários aspectos da arquitetura romana, destaca-se a monu-mentalidade de suas construções. A relação entre o “arco do triunfo” e a História de Roma está baseadaa) no processo de formação da urbe romana e de edificação de entradas

defensivas contra invasões de povos considerados bárbaros.b) nas celebrações religiosas das divindades romanas vinculadas aos ritos

de fertilidade e aos seus ancestrais etruscos.c) nas celebrações das vitórias militares romanas que permitiram a expansão

territorial, a consolidação territorial e o estabelecimento do sistema escravista.d) na edificação de monumentos comemorativos em memória das lutas dos

plebeus e do alargamento da cidadania romana.e) nos registros das perseguições ao cristianismo e da destruição de suas

edificações monásticas.

JUSTIFICATIVA: Os arcos do triunfo eram construções arquitetônicas que celebravam as conquistas militares dos romanos, uma vez que pro-moviam a expansão política e o crescimento econômico, pois garan-tiam a anexação de novos territórios, a aquisição de escravos e o paga-mento de tributos por parte das regiões conquistadas.

GABARITO OFICIAL: C

5. (GUALIMP – 2019) Dentre os motivos que levaram ao fim do Império Romano, estão as migrações e invasões bárbaras. Atualmente este termo tem diferentes designações, mas no período romano tinha como sentido:a) Representar o conjunto de povos cujos valores incitavam a violência e a

destruição como forma de atuação.b) Denominar povos que não compartilhavam os valores e o idioma falado

pelos romanos.c) Refere-se aos povos considerados primitivos, ou seja, aqueles que desco-

nhecem a cidade e as regras de convivência comum.d) Classificar povos considerados inferiores, que viviam de caça e pesca, eram

nômades e, para os romanos, incapazes de se civilizar.

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Período medieval22Tradicionalmente, tomando como base o contexto europeu,

considera-se que o período medieval (ou Idade Média) tem início com a Queda do Império Romano do Ocidente pela chegada dos povos germânicos, que constituíram reinos nos quais aspectos da cultura romana e da germânica se mesclavam. Esse primeiro período, que vai do século V ao X, é chamado de Alta Idade Média. Nessa época, os reinos germânicos eram muito frágeis do ponto de vista da organização interna, o que resultava em constantes guerras e rebeliões. Aqueles que conseguiram se consolidar foram os que aproveitaram as estruturas administrativas romanas. A única instituição romana que permaneceu nesse pe-ríodo foi a Igreja cristã, que manteve sua influência cultural sobre todo o território europeu e a ele conferia uma certa unidade; ao se aproximarem da Igreja de Roma, muitos reinos germânicos se tornaram mais estáveis e poderosos, pois passaram a contar com o importante apoio dessa instituição. O principal exemplo é o Reino Franco, que em 493 se tornou cristão com a conversão do rei Clóvis; mais tarde, no século VIII expandiu seu poder e seu território com Carlos Magno.

Enquanto a Europa Ocidental se reorganizava, o Império Ro-mano do Oriente (conhecido como Império Bizantino) conseguiu resistir às investidas dos povos germânicos e viveu um esplendor no século VI com o imperador Justiniano. Ao contrário do resto da Europa, manteve sua característica urbana e as trocas comerciais com a Ásia. Já na Península Arábica, nessa mesma época, nasceu, por intermédio de Maomé, o islamismo, religião cujos adeptos, nos séculos seguintes, adotaram uma política expansionista,

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Capítulo 2 – Período medieval 27

estabelecendo-se no norte da África e no sul da Península Ibérica como império.

Na Europa Ocidental, aos poucos, foi se constituindo uma estrutura econômico-social chamada de feudalismo. Devido às constantes guerras e disputas, os reinos germânicos tinham o poder fragmentado, cabendo a cada senhor feudal proteger o conjunto de terras que lhe pertenciam e as pessoas que lá viviam. Por esse motivo, entre outros, as trocas comerciais diminuíram e a economia se tornou eminentemente agrária.

A sociedade feudal era dividida basicamente em três esta-mentos (clero, nobreza e trabalhadores, no qual se incluíam cam-poneses, servos e artesãos) e não havia praticamente nenhuma mobilidade entre eles. Os primogênitos entre os nobres herdavam as terras, enquanto muitos dos filhos seguintes seguiam a vida clerical. Fruto da cultura germânica, estabeleceu-se uma relação de suserania e vassalagem entre esses nobres, em que um senhor feudal (suserano, a começar pelo rei) concedia um feudo (em geral, uma extensão de terras) a um outro nobre (considerado a partir de então seu vassalo), que lhe devia fidelidade e auxílio militar. Muitos trabalhadores que habitavam os feudos estabeleciam com o senhor feudal uma relação de servidão. Não eram propriedade como os escravos, mas também não podiam sair dos domínios do senhor feudal e eram obrigados a pagar-lhe alguns tributos, bem como cultivar as terras em troca de proteção.

O período entre o auge do feudalismo, no século XI, até sua desagregação, no século XV, é considerado a Baixa Idade Média. A partir do século XI, a Europa viveu um momento de estabilida-de, em que as guerras e invasões cessaram. Paralelamente, houve crescimento da produção agrícola com o aumento das terras de cultivo e a melhoria das técnicas de plantio (rotação trienal, uso de ferramentas de ferro, de moinhos, de arados puxados por bois etc.). A consequência dessas circunstâncias foi uma explosão demográfica

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Capítulo 2 – Período medieval 33

preparação de terra, plantio, colheita, poda, tosquia dos animais, aba-te etc. Por isso, o calendário apresenta os momentos ao longo do ano, conforme as estações, mais propícios para essas atividades.

GABARITO OFICIAL: D

Preste atenção: O controle das horas do trabalhador é uma prática que surge

com o capitalismo.

12. (FUVEST – 2020) Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus, de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, (...) sobreveio a mortífera pestilência. (...) apareciam no começo, tanto em homens como nas mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações (...) chamava-as o populacho de bubões (...).

Giovanni Boccaccio, Decamerão.

A respeito da Peste Negra do século XIV, é correto afirmar:a) Provocou gravíssima queda demográfica, que afetou grande parte da

produção econômica europeia.b) Originou-se no Oriente, penetrou no continente europeu pelos portos e

manteve-se restrita à Península Itálica.c) Foi provocada pela fome e pela desnutrição dos camponeses e favoreceu

o processo de centralização política.d) Foi contida pelo caráter de subsistência da economia europeia, que difi-

cultava o contato humano e, assim, o contágio.e) Estimulou as investidas contra os territórios muçulmanos no movimento

conhecido como Segunda Cruzada.

JUSTIFICATIVA: A Peste Negra (peste bubônica) é transmitida por um bacilo que vive nas pulgas dos ratos e nas secreções dos doentes. No século XIV, originou-se no Oriente e adentrou a Europa seguindo as ro-tas de comércio, primeiro pelo sul, espalhando-se em seguida para o norte, ocasionando uma pandemia que matou cerca de 13 milhões de pessoas e provocou uma grave crise econômica.

GABARITO OFICIAL: A

13. (ENEM – 2018) A existência em Jerusalém de um hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos peregrinos, assim como daqueles entre

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Capítulo 12 – O mundo no contexto da Guerra Fria136

tipo de lei por várias cidades da região, que contaram com o apoio de várias lideranças, entre elas o pastor Martin Luther King. Essas ações tiveram como ápice a Marcha sobre Washington em 1963, que reuniu entre 200 e 300 mil pessoas. A Lei dos Direitos Civis foi finalmente con-quistada em 1964.

GABARITO OFICIAL: D

80. (CPCON – 2019) A Guerra Fria, iniciada logo após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), polarizou o contraste ideológico entre o capitalismo e socialismo, aprofundando um cenário de disputa interna-cional por novas tecnologias, armas nucleares, poder econômico, político e militar. A queda do muro de Berlim (1989) e o fim da União Soviética (1991), são fatos que simbolizaram o fim da Guerra Fria.

Sobre o tema, é CORRETO afirmar:a) Com o fim da bipolarização entre capitalismo e o socialismo, as diferenças

econômicas e sociais entre os países ricos e países pobres terminaram, havendo uma hegemonia do capitalismo que busca desenvolver o prin-cípio da igualdade.

b) A Nova Ordem Mundial assinala o fim da bipolaridade entre União Soviética e Estados Unidos. Contudo, inicia-se uma nova guerra contra o terrorismo cujo principal objetivo é trazer a possibilidade de uma abertura de diálogo entre as grandes potências mundiais e os países periféricos.

c) Após a Guerra Fria surge uma nova lógica internacional com novos blocos econômicos regionais. Japão, União Europeia e China destacam-se como centros políticos e econômicos de poder. Além disso, a nova divisão in-ternacional evidencia, sob o crivo econômico, a distinção entre os países do Norte desenvolvido e do Sul subdesenvolvido.

d) Está cristalizada a divisão Norte-Sul sendo impossível nação subdesen-volvida se tornar desenvolvida e vice-versa.

e) O Brics apresenta frente à Nova Ordem Mundial a polarização econômica que marcou o mundo após a Guerra Fria entre os países imperialistas e as nações neocoloniais.

JUSTIFICATIVA: Com o fim da Guerra Fria, surgiu uma nova ordem mundial baseada em novas relações econômicas e geopolíticas, com a criação de blocos econômicos (regionais, como Mercosul e União Eu-ropeia, e, mais tarde, por nível econômico, como o Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países considerados de economia emergente). Novas potências despontaram, como o Japão

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Capítulo 12 – O mundo no contexto da Guerra Fria 137

e a China, e a divisão entre países capitalistas e socialistas deu lugar à regionalização do mundo em países desenvolvidos (cuja maioria está no Hemisfério Norte) e países subdesenvolvidos (ou, atualmente, paí-ses em desenvolvimento).

GABARITO OFICIAL: C

PARA SABER MAISDECCA, Edgar. O nascimento das fábricas. São Paulo: Brasiliense.

FLORENZANO, Maria Beatriz Borba. Nascer, viver e morrer na Grécia Antiga. São Paulo: Atual.

FLORENZANO, Modesto. As Revoluções burguesas. São Paulo: Brasiliense.

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto.

MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio; FARIA, Ricardo. História contem-porânea através de textos. São Paulo: Contexto.

PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Unesp.

SPINDEL, Arnaldo. O que é socialismo. São Paulo: Brasiliense.

VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila de Castro; FERREIRA, Jorge; SANTOS, Georgina dos. História: volume único. São Paulo: Saraiva.

VALLADARES, Eduardo; BERBEL, Marcia. Revoluções do século XX. São Paulo: Scipione.

VICENTINO, Cláudio. História Geral. São Paulo: Scipione.

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Parte BParte BHISTÓRIA DO

BRASIL

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Expansão marítima portuguesa11

1. Principais característicasDo século XII em diante, a Europa assistiu a uma grande ex-

pansão das atividades comerciais no continente. Essa expansão, ao ampliar a concorrência entre os grandes mercadores, gerou a neces-sidade de buscar novos mercados. Sabendo-se que a Índia possuía o comércio de especiarias de alto valor comercial na Europa, os mercadores europeus foram em busca de rotas que os levassem à Índia. No entanto, a dominação pelos turcos otomanos da única rota terrestre possível os levou a buscar alternativas pela via marítima, iniciando, com isso, a expansão marítima dos séculos XV e XVI. 

Pioneirismo português e ibérico: diferentes causas levaram os portugueses e espanhóis a serem os primeiros a expandir seus domínios via Oceano Atlântico. Entre eles, a posição geográ-fica e a ascensão comercial dos países ibéricos nos séculos XIII e XIV. No caso de Portugal, podemos ainda apontar a centralização política precoce, as rivalidades políticas com Castela e a aproxima-ção política entre o rei e os grupos mercantis então em ascensão. 

Invasões estrangeiras: naturalmente, após as expansões te-rem levado os reinos ibéricos a descobrir a América, outros reinos manifestaram o interesse de dominar as terras do Novo Mundo. Os franceses, por exemplo, tentaram, ainda no século XVI, aliando-se às tribos tamoias e tupinambás, invadir o Rio de Janeiro e fundar a França Antártica. Após serem expulsos em 1567, fundaram mais ao nordeste da colônia a França equinocial, uma nova colônia onde foi erguido o forte de Saint Louis, em homenagem ao então rei Luís XIII. Hoje essa região é a famosa capital do Maranhão. A garantia da dominação das terras brasileiras foi tentada de diversas formas, po-rém a falta de recursos da Coroa para empreender a defesa custosa do território levou-a a adotar o sistema de Capitanias Hereditárias,

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Capítulo 1 – Expansão marítima portuguesa142

já utilizado em suas outras colônias. Esse sistema funcionava por meio da doação de capitanias (terras) de norte a sul da colônia para donatários responsáveis por garantir uma efetiva ocupação e do-mínio, fazendo, entre outras coisas, doação de sesmarias (porções de terras dentro da capitania) a pessoas de sua confiança. Embora o sistema tenha falhado, algumas capitanias progrediram (São Vi-cente e Pernambuco), desenvolvendo uma produção econômica que estimulou o povoamento da região. 

Os tratados de limites: em função das grandes distâncias abran-gidas pelo processo de expansão marítima de Portugal e Espanha, naturalmente esses  reinos encontraram pelo caminho diversas terras antes desconhecidas na Europa. Como a já antiga rivalidade entre esses dois reinos os impelia muitas vezes ao estado de crise diplomática, a Igreja constantemente interferia em suas relações a fim de mediar os conflitos. Dessa forma, a Igreja lançava mão do uso de tratados que determinavam a posse das terras encontradas e as que possivelmente se haveria de encontrar, a fim de garantir a paz diplomática entre os dois reinos. Daí terem sido criados diversos tratados de limites:

• Bula Inter Coetera (1493): determinava que todo o território descoberto a 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde pertenceria à Espanha e as terras localizadas a 100 léguas a leste, aos portugueses;

• Tratado de Tordesilhas (1494): não aceitando as definições do Tratado anterior, os portugueses reivindicaram um novo tratado que ampliasse o alcance de seus domínios, o que levou à reformulação do anterior de 100 para 370 léguas. 

Hora de praticar!

81. (VUNESP – 2017 – UNESP) Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da ociden-talização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.

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Estrutura do sistema colonial na América portuguesa

221. Estrutura socioeconômica 

A estrutura socioeconômica do período colonial foi marcada pela articulação da grande propriedade monocultora, em que o principal meio de exploração era o trabalho escravo, cujo obje-tivo primordial era a produção voltada para o mercado externo europeu. 

A mão de obra escrava: a fim de que a exploração econômica do Novo Mundo fosse lucrativa e atrativa ao homem europeu, era necessário resolver questões básicas, como: garantir mão de obra para a produção colonial, uma vez que a diversidade climática, bem como a hostilidade de alguns grupos indígenas, ameaçava a vida dos invasores; e como garantir uma produção em que os custos altos da viagem e do transporte não atrapalhassem a lucratividade do negócio colonial.

A preexistência de um grande mercado escravista na África, bem como o contato do homem português com esse continente durante a busca pelas Índias Orientais, levou ao início da expor-tação de homens e mulheres escravas para Portugal já no século XIV. Diante disso, os portugueses progressivamente adotaram a mão de obra escrava africana na América em substituição à do nativo indígena. O homem e a mulher africanos eram submetidos à condição de cativos, explorados sem qualquer remuneração, submetidos à vivência escrava em um ambiente estranho e a um convívio com homens e mulheres de nações igualmente estranhas. Dessa forma, os três problemas iniciais estavam resolvidos e a lu-cratividade da exploração colonial estaria garantida por mais três séculos de colonização. 

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Capítulo 2 – Estrutura do sistema colonial na América portuguesa 147

Propriedade monocultora: a grande propriedade era o me-canismo pelo qual o povoamento da América estava garantido por parte dos portugueses, ainda às voltas, naquela época, com a ameaça de invasores estrangeiros. Também ela foi o meio pelo qual foi possível viabilizar a produção de gêneros alimentícios que garantissem o retorno financeiro e, portanto, a lucratividade de toda a empresa colonizadora. Assim, sendo a colonização realizada por meio da distribuição da posse, por parte da coroa portuguesa, de largas porções de terra, garantia com isso seu domínio sobre o território; a fim de possibilitar a produção em larga escala para o mercado europeu, optou-se pela produção monocultora, isto é, de um único gênero tropical, o que possibilitou a lucratividade da exploração.

Mercado externo: a expansão marítima europeia ocorreu em consequência do crescimento do mercado comercial europeu. Desse modo, os navegantes europeus  intencionavam alcançar as Índias Orientais em sua expansão pelo mar, a fim de lá encon-trar especiarias, que nada mais eram que produtos, em sua maior parte condimentos, que tinham pouca ou nenhuma produção no solo europeu. Com a descoberta da América, território constituído de clima diverso do europeu e, portanto, passível da produção de gêneros tropicais de alto valor na Europa, a colonização se voltou a montar aqui a estrutura necessária para atender o objetivo de abastecer o mercado comercial europeu com esses gêneros de alto valor comercial. Daí, consequentemente, a estrutura colonial se basear no grande latifúndio escravista e monocultor, pois era a melhor solução para a produção em larga escala.

Hora de praticar!

84. (ENEM – 2015)A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque

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As reformas pombalinas (1750-1777)33

1. Principais fatores das reformas Com a queda da mineração, a economia colonial sofreu reper-

cussões que afetaram as relações comerciais com a metrópole. Diante da queda de suas receitas, a Coroa iniciou uma série de medidas que buscaram centralizar o controle político sobre a colônia a fim de melhor extrair seus recursos econômicos. Nesse contexto, surgiu a figura de Sebastião José de Carvalho e Melo, o futuro Marquês de Pombal, escolhido como ministro pelo rei D. José I. 

As reformas políticas empreendidas pelo Marquês de Pombal tiveram por objetivo implantar as práticas mercantilistas no âmbito da administração da colônia. Tais medidas eram somadas com a tentativa de trazer para a colônia um estilo de governo inspirado nos reis ilustrados da tradição do Iluminismo que então ainda se formava. 

Criação de estímulos à produção do Norte e Nordeste: Pom-bal também criou a Companhia do Grão-Pará e Maranhão, cujo objetivo consistia em estimular a produção de gêneros alimentícios no Norte e Nordeste. Por meio dessas companhias, seria possível recuperar a agricultura canavieira, algodoeira e o incremento da exportação de produtos.

Expulsão dos jesuítas: preocupado em inibir o crescimento de áreas da colônia em que a atuação dos colonos fosse autônoma, Pombal buscou cercear os poderes daquele que ele mesmo consi-derou “um Estado dentro do Estado”: os jesuítas. Assim, Pombal, em 1759, expulsou os padres jesuítas da colônia com o confisco de suas propriedades, escravos e bem variados.

Mudança da sede do governo geral do Brasil, que era em Salvador, para o Rio de Janeiro (1763): Pombal acreditava que

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