Histórico oficial do Hospital do Pênfigo

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O Surgimento do Hospital Adventista do PŒnfigo Alfredo Barbosa de Souza, esse homem foi o responsÆvel pela concretizaªo do plano de instalaªo do Hospital Adventista do PŒnfigo em Campo Grande. A histria do seu envolvimento com a doena do PŒnfigo FoliÆceo, jÆ foi publicada em livros de diversos idiomas. Tudo comeou em 1947, quando sua esposa, foi acometida por esse mal. Naquela Øpoca os penfigosos eram escorraados pela comunidade, na crena de que a doena era contagiosa, alØm do pavor da falta de cura. Durante os meses de evoluªo da doena, sua mulher cada vez mais perdia a esperana. Os mØdicos nªo conheciam sequer um medicamento que aliviasse as dores, tªo pouco lhe davam alternativas de sobrevivŒncia. `urea A. de Souza, consultou alguns bons especialistas, mas teve que deixar CorumbÆ, onde residia com o marido e quatro filhos, para buscar recursos fora. Em Sªo Paulo, dirigiu-se ao Hospital de Penfigosos, mas lÆ s veio a sentir mais desespero. O diretor da instituiªo afirmou nªo haver cura para o seu caso e depois de um tempo, foi internada. Corpo em carne viva, `urea permanecia no leite atØ que a morte chegasse. Inconformado, Alfredo retornou ao Mato Grosso na intenªo de buscar os filhos e levÆ-los atØ a saudosa mªe. A esta altura ele tornara-se um experto no assunto e sabia que no Hospital em Sªo Paulo, nada estava sendo feito por sua esposa. De passagem por Campo Grande, quando se dirigia ao correio, Alfredo sentiu uma sensaªo estranha. Algo o fez correr em direªo a um casal na rua, que acabara de entrar num automvel. A senhora exibia um aspecto diferente e o impulso de saber o que ela tinha, o fez correr desesperadamente ao lado do veculo, encontrando-o sufocou o estranho casal com perguntas. Prontamente o acompanhante esclareceu que a esposa havia contrado o PŒnfigo e que hÆ algum tempo estava curada. O bem-feitor havia sido um curandeiro que residia em Sidrolndia. Descreve Alfredo: neste momento uma luz iluminou o meu caminho noitinha juntamente com o Pastor Emlio Azevedo foi casa do casal Oscar de Brito, onde consegui as informaıes que necessitava. No dia seguinte, encontrou- se frente a Isidoro Jamar, um velho bŒbado, cuja aparŒncia o deixou decepcionado. Depois que Alfredo falou sobre sua esposa, o homem se prontificou a fazer o remØdio. O preo foi alto e Alfredo gastou todo o dinheiro que havia reservado. Com o medicamento, jÆ em Sªo Paulo, iniciou o tratamento. Nesta ocasiªo ele havia transferida a esposa para uma residŒncia e lÆ mesmo, pde constatar a eficÆcia do remØdio. Com apenas trŒs aplicaªo, D. `urea estava melhor. Durante

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Histórico oficial do Hospital do Pênfigo, baseado em documentos e relatos de fundadores e familiares

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O Surgimento do Hospital Adventista do Pênfigo

Alfredo Barbosa de Souza, esse homem foi o responsável pela concretização do plano de instalação do Hospital Adventista do Pênfigo em Campo Grande.

A história do seu envolvimento com a doença do “Pênfigo Foliáceo”, já foi publicada em livros de diversos idiomas.

Tudo começou em 1947, quando sua esposa, foi acometida por esse mal. Naquela época os penfigosos eram escorraçados pela comunidade, na crença de que a doença era contagiosa, além do pavor da falta de cura. Durante os meses de evolução da doença, sua mulher cada vez mais perdia a esperança. Os médicos não conheciam sequer um medicamento que aliviasse as dores, tão pouco lhe davam alternativas de sobrevivência.

Áurea A. de Souza, consultou alguns bons especialistas, mas teve que deixar Corumbá, onde residia com o marido e quatro filhos, para buscar recursos fora. Em São Paulo, dirigiu-se ao Hospital de Penfigosos, mas lá só veio a sentir mais desespero. O diretor da instituição afirmou não haver cura para o seu caso e depois de um tempo, foi internada. Corpo em carne viva, Áurea permanecia no leite até que a morte chegasse.

Inconformado, Alfredo retornou ao Mato Grosso na intenção de buscar os filhos e levá-los até a saudosa mãe. A esta altura ele tornara-se um “experto” no assunto e sabia que no Hospital em São Paulo, nada estava sendo feito por sua esposa.

De passagem por Campo Grande, quando se dirigia ao correio, Alfredo sentiu uma sensação estranha. Algo o fez correr em direção a um casal na rua, que acabara de entrar num automóvel. A senhora exibia um aspecto diferente e o impulso de saber o que ela tinha, o fez correr desesperadamente ao lado do veículo, encontrando-o sufocou o estranho casal com perguntas. Prontamente o acompanhante esclareceu que a esposa havia contraído o Pênfigo e que há algum tempo estava curada. O bem-feitor havia sido um curandeiro que residia em Sidrolândia.

Descreve Alfredo: “neste momento uma luz iluminou o meu caminho” À noitinha juntamente com o Pastor Emílio Azevedo foi à casa do casal Oscar de Brito, onde consegui as informações que necessitava. No dia seguinte, encontrou-se frente a Isidoro Jamar, um velho bêbado, cuja aparência o deixou decepcionado. Depois que Alfredo falou sobre sua esposa, o homem se prontificou a fazer o remédio. O preço foi alto e Alfredo gastou todo o dinheiro que havia reservado.

Com o medicamento, já em São Paulo, iniciou o tratamento. Nesta ocasião ele havia transferida a esposa para uma residência e lá mesmo, pôde constatar a eficácia do remédio. Com apenas três aplicação, D. Áurea estava melhor. Durante

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um ano ela se submeteu à medicação e chegou a sarar totalmente, sem qualquer sinal visível do Pênfigo.

No ano de 1948, Alfredo passou a residir em Campo Grande e se dedicou a curar os casos que apareciam, enquanto trabalhava como pastor da Igreja Adventista. A informação do uso do medicamento se alastrou e os doentes começaram a procurá-lo.

Corina, a primeira a ser tratada, foi encontrada pelo Pr. Alfredo, em uma humilde casa de taboas, sofrendo da terrível enfermidade.

A senhora Lídia Baís, ofereceu um lote atrás do Cemitério Santo Antonio, onde fora construído o primeiro “hospital” por Bernardo, cunhado de Lídia.

A casa com melhores condições, conhecida por alguns como “caixa de fósforos”, serviu para realizar ali o tratamento dos enfermos que chegavam, mas a Saúde Publica Municipal, temendo contágio, não permitiu o tratamento em local no centro da cidade, e os aconselhou que procurassem um local afastado. Posteriormente foi demonstrado que a enfermidade não é contagiosa.

Corria a noticia que os adventistas estavam curando o “Fogo Selvagem” e, em um sábado pela manhã, quando os irmãos estavam reunidos no culto de adoração, parou um caminhão na porta da igreja central, trazendo um doente de uma cidade vizinha, em estado deplorável, para ser curado pelos adventistas.

A recém-conversa senhora Ida Baís Rodrigues e seu esposo Bernardo Rodrigues, estavam planejando doar uma parte de sua propriedade para abrigar os aflitos deste terrível mal, e neste sábado, decidiram por isto.

Transportaram em seguida o paciente, Sr. Júlio, até a propriedade de 40 hectares, a 13 quilômetros do centro da cidade. Colocaram-no embaixo de uma árvore, enquanto o Sr. Bernardo construía uma cabana de palha, a primeira enfermaria, para abrigá-lo tornando-se o primeiro paciente de tantos outros que viriam em busca da cura.

O fato se espalhou, outros pacientes chegaram, novas cabanas foram construídas, e houve momentos que ficaram em tratamento 40 pacientes, a maioria proveniente de Camapuã e Ponta-Porã.

Com a vida abalada Isidoro em seus últimos dias recebe as verdades Bíblicas e a os ensinos do amor de Jesus realizados por Bernardo e Rubens Segre (então tesoureiro da missão). Suas palavras a eles foram: “Eu sei o que vocês crêem, e tenho confiança em vocês. Quero que tenham a fórmula para curar o Fogo-Selvagem, pois sei que continuarão a usá-la, não por dinheiro, mas para ajudar a outros”. Vagarosamente ele deu as instruções – como

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misturar óleo, enxofre, piche, ácido bórico, óxido de zinco, cal, etc. Dias depois faleceu.

Foi em março de 1949, que o Pr. Durval Stockler de Lima, então presidente da Missão, e sua esposa, iniciaram um plano para construção de um hospital para tratamento dessa doença.

Uma pequena equipe tratava desses pacientes. Tinha a ajuda do enfermeiro Juan Belvedere e do Sr. Sebastião Faria, que era responsável por toda a parte geral de manutenção das dependências, ajudado por sua esposa, Ester Faria. Os primeiros pacientes que faleceram aqui, não tinham como ser removidos para o cemitério municipal, devido à falta de estradas, etc., diante disso, foi concedida autorização para que fossem sepultados em uma área reservada no próprio terreno do hospital. Ali se encontra enterrada a Sra. Ester Faria, que deu sua parcela de contribuição, como pioneira. Mais tarde o Sr. Sebastião Faria casou-se com a atendente de enfermagem Nair C. Faria que ficou trabalhando pelos penfigosos, até sua aposentadoria em 28 de agosto de 1986.

Os líderes da Igreja sabiam que um trabalho permanente só podia ser estabelecido construindo-se um hospital e colocando pessoal médico qualificado. Deus providenciou o homem para esta necessidade – Dr. Edgar Bentes Rodrigues, formado em medicina, foi ao então Colégio Adventista Brasileiro, e cursou Teologia. Dedicou-se ao trabalho médico-missionário. Em 25 de abril de 1951, mudou-se para Campo Grande e fez com que os trabalhos com o Fogo-Selvagem passassem a funcionar legalmente. O PRIMEIRO HOSPITAL – “HOSPITAL MATO-GROSSENSE DO PÊNFIGO”

O primeiro prédio, com 25 leitos, foi inaugurado em 09 de novembro de 1952, com o Dr. Edgar Bentes Rodrigues, servindo como seu primeiro diretor clínico, até 1959.

Depois de quase dez anos de contínuo trabalho como diretor do Hospital Mato-Grossense do Pênfigo, o Dr. Edgar pôde registrar o tratamento de 478 casos de Fogo-Selvagem. Desses, 167 (38%) casos foram declarados curados, 108 (25%) com 80% de regressão e a doença estagnada. Apenas 13 casos de morte foram registrados, representando uma taxa de mortalidade de 15%, Durante o tratamento, os pacientes foram tratados com aplicações externas do remédio chamado JAMARSAN (em homenagem a Isidoro Jamar).

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Em 1960, sob a direção do Dr. Günter Hans, a Jamarsan foi reformulada para Neo-Jamarsan. A fórmula foi aperfeiçoada em cooperação com a experiência e ajuda farmacêutica. A fórmula menos tóxica e menos irritante, usada juntamente com corticosteróides, antibióticos e uma dieta mais adequada, provou-se ser mais positiva na regressão da doença.

Em 1963 foi-se obtido a comprovação, pois 81% dos pacientes obtiveram cura total, 9,5% regressão parcial e óbitos de apenas 4,8%.

Desde então a fórmula foi sendo aperfeiçoada várias vezes. Hoje é chamada de P36 devido à sua reformulação.

Hoje mantemos internados constantemente, pacientes penfigosos, que são tratados gratuitamente. Eles permanecem conosco de 01 a 03 meses, dependendo do tipo de pênfigo e o estado que chegarem aqui. UM HOSPITAL QUE VIVE CRESCENDO E CRESCENDO SEMPRE

Em 1963 iniciaram-se contatos com a “Agência de Desenvolvimento Bonn Brot Fuer Die Welt-Stuttgart”, juntamente com a colaboração do Conselho Mundial de Igrejas – Genebra, e da Comissão de Estudos de Projetos Especiais, da Confederação Evangélica do Brasil, foi possível inaugurar no dia 18 de dezembro de 1966 o segundo prédio, agora em melhores condições.

No final da década de 70, começaram planos para também se construir um hospital geral, para que fosse possível o atendimento a pacientes diferenciados da doença do pênfigo. O HOSPITAL ADVENTISTA DO PÊNFIGO

Com a ajuda de uma grande gama de pessoas e entidades, especialmente a EZE localizada na Alemanha, foi possível a construção de um moderno prédio, com 16 apartamentos confortáveis, com camas elétricas, e outros aparelhos, ao qual foi dado o nome de HOSPITAL ADVENTISTA DO PÊNFIGO, inaugurado no dia 20 de Maio de 1982.

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A partir daí, o hospital abriu suas portas ao atendimento de pacientes de

Clinica Geral e Cirúrgica, tendo desde então, desenvolvido esforços conjuntos no sentido de conseguir progressivamente melhores condições para o atendimento em todos os aspectos.

Com a inauguração do moderno Centro Cirúrgico em 17 de outubro de 1984, tudo se tornou mais fácil, podendo assim, recebendo o público em geral, adquirindo condições de atender todas às especialidades. Com o lançamento do plano Garantia de Saúde em 08 de janeiro de 1982, houve um aumento da clientela, e logo as instalações se tornaram poucas para a procura.

Em julho de 1988, houve a inauguração de mais 08 apartamentos, tipo suíte, para pacientes particulares e conveniados.

O trabalho que está sendo feito nesta instituição, tem despertado o interesse de cientistas e médicos nacionais e internacionais. Alguns deles tem visitado o hospital ocasionalmente.

Hoje, goza de grande conceito, e é considerado como um dos melhores do Centro-Oeste Brasileiro. Tendo um Staff médico de alto gabarito, além de uma equipe de enfermeiros de alto padrão.

O começo foi precário e difícil. Nossos pioneiros foram verdadeiros heróis. Hoje, quando contemplamos ao redor, tantas coisas bonitas, tanto progresso, quando o vemos funcionando com sucesso, quando cruzamos pelos corredores com tantos profissionais capacitados, só temos uma coisa a dizer: “ATÉ AQUI NOS AJUDOU O SENHOR!”.

E quando Ele vier, trará consigo a vitória, sobre a morte “enxugará de nossos olhos toda lágrima e não haverá mais choro, nem clamor, nem dor, porque essas primeiras coisas já passaram. Amém.”. Apoc. 21:04.