Histórico e caracterização das Residências Terapêuticas · Emergência psiquiátrica ... em...
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Emergência psiquiátrica
Conceito
• Qualquer situação de natureza psiquiátrica em que existe um risco significativo (de morte ou injuria grave) para o paciente ou para outros, necessitando de uma intervenção terapêutica imediata.
Avaliação do paciente durante a consulta
• Utilize seus sentidos: - Visão
- Audição
- Tato
- Olfato
• Entrevista focada na queixa principal e no motivo da procura ao atendimento.
Objetivos de um atendimento:
Estabilização do quadro: estabilizar sintoma alvo a ser
abordado, geralmente após o controle do sintoma, outros objetivos do atendimento podem ser atendidos.
Estabelecimento de uma hipótese diagnóstica.
Exclusão de uma causa orgânica.
Situações Especiais • Pacientes Psicóticos
Prejuízo grosseiro no contato com a realidade, manifestado
por uma percepção inadequada e persistente do mundo externo (alucinações e delírios), ausência de juízo critico e/ou conduta desorganizada.
DADOS ANALISADOS PSICOSE ORGÂNICA PSICOSE FUNCIONAL
Consciência Geralmente prejudicada Lúcida
Atenção Concentração diminuída Variável
Sensopercepção Alucinações visuais Geralmente auditivas
Orientação Desorientação temporal Geralmente preservada
Memória Prejudicada Geralmente mantida
Inteligência Prejudicada Geralmente sem alteração significativa
Exame físico, neurológico e laboratorial
Comumente alterado Geralmente sem alteração
Doença mental na família Geralmente ausente Geralmente presente
Uso de medicação diversa Freqüente, podendo ser causa do quadro
Uso prévio
Inicio do quadro Súbito Insidioso
Funções cerebrais superior Afasia, agnosia e apraxia preservada
Pacientes Agressivos/Agitados
Conduta:
• Não enfrentem.
• Avaliem e coletem informações com familiares.
• Solicitem o auxílio da equipe.
Origem da agitação e/ou agressividade
• Quadros psicóticos
• Quadros de intoxicação exógena por substâncias psicoativas (álcool, drogas e outras)
• Quadros depressivos severos e/ou agudos ou quadros ansiosos
• Quadros pós comiciais
• Quadros metabólicos (diabético)
• Quadros neurológicos/neurocirúrgicos
Patologias orgânicas associadas a comportamento
violento
Patologias sistêmicas
• Metabólicas (Hipoglicemia)
• Endócrinas ( hipercortisolismo)
• Hipovitaminose ( anemia perniciosa)
• Infecciosas
• Exposição ambiental (inseticidas)
• Doenças reumáticas (lúpus eritematoso sistêmico)
Patologias intracranianas
• Trauma (recentes ou passados)
• Infecções
• Neoplasias
• Defeitos anatômicos
• Malformações vasculares
• AVC
• Doenças Degenerativas
• Epilepsia ou Síndromes epileptiformes
Tratamento farmacológico para pacientes agitados,
agressivos e psicóticos PSICÓTICOS:
HALOPERIDOL (haldol)
Mais segura droga à disposição, com baixo comprometimento das funções cardíacas e respiratórias.
Efeito negativo: possível impregnação neuroléptica; medicamentos atenuantes destes sintomas colaterais (biperideno e prometazina).
Em alguns casos pode ser associado à prometazina para efeito sedativo maior, ou evitar efeitos extra piramidais .
CLORPROMAZINA (amplictil)
• Maior poder de sedação do paciente.
• Maior risco de depressão respiratória e hipotensão ortostática.
• Uso com observação rigorosa do paciente.
• Risco aumentado quando usado por via endovenosa
• Muito usado em quadros onde a sedação é mais necessária; agitação psicomotora intensa com auto e hetero agressividade (quadros de origem psicótica).
BENZODIAZEPÍNICOS: DIAZEPAM
Sem efeito prático nas emergências quando usado em forma oral ou IM.
Também usado em crises convulsivas
Pouca absorção IM.
MIDAZOLAM: Usado com indutor de sedação.
Vantagens: início de ação quase imediato, tempo de
ação curto, existência de antogonista (flumazenil).
PACIENTE DEPRESSIVOS
• Comportamentos suicidas :
Ideação suicida, tentativa de suicídio, desejo de morrer x desejo de chamar atenção, suicídio
• Fatores relevantes: Intenção, letalidade e conhecimentos sobre métodos.
• Fatores de risco: desesperança, história de tentativas anteriores, história familiar
PACIENTE ANSIOSO Ansiedade patológica
• Transtornos Somatoformes (queixas persistentes)
• Transtornos dissociativos (perda da função mental)
• Ataques de pânico
• Reação aguda ao estresse
• Quadros de ansiedade orgânica
Sintomas somáticos de ansiedade
• Musculoesqueléticos: aperto nos músculos, espasmos, dor lombar, cefaléia, fraqueza, tremores, hiperatividade, resposta reflexa exagerada.
• Cardiovasculares: palpitações, taquicardia, sensação de calor e frio, palidez, dor no peito.
• Gastrointestinais: boca seca, diarréia, sintomas dispépticos como “bola que sobe e desce”, náuseas e vômitos.
• Urinários: polaciúria.
• Relativos ao SNC: tontura, parestesias, cefaléia.
• Respiratórios: hiperventilação, taquipnéia aperto no peito
• Diversos: sudorese, mãos apertadas, agitação.
Pacientes ansiosos despertam impotência e irritação na equipe, porém é preciso lembrar que os
sintomas são involuntários.
Tratamento para pacientes ansiosos
- Tentativa de abordagem verbal.
- Técnicas de relaxamento.
- Benzodiazepínico oral , de preferência de curta ação.
Tratamento para usuários de álcool e outras
drogas
• INTOXICAÇÃO POR ÁLCOOL:
• Se possível deixar em locais calmos e longe de estímulos.
• Observar: sinais de rebaixamento de consciência , sinais vitais, glicemia .
• Em casos de coma alcoólico , suporte clinico.
Tipos de intervenção no PS
Contenção verbal
Contenção mecânica
Contenção química
O paciente tem o direito de receber o tratamento menos restritivo e
invasivo possível, apropriado a necessidades de segurança da equipe, suas e de terceiros.
Contenção mecânica
A contenção mecânica é um método:
– reversível
– não altera o nível de consciência
– com menos efeitos colaterais do que o medicamentoso
Prevenir danos físicos a outros e ao próprio paciente.
Paciente deve ser informado sobre o que está acontecendo.
Deve ser contido em decúbito dorsal, mantendo posição de braços que possibilite acesso venoso
Contenção Química
• Último tipo de abordagem, sinal de falha de todas as anteriores.
• Vantagem: tranquilização rápida
• Desvantagem: risco de iatrogênia
Indicação para internação Ato suicida, risco de suicídio ou de autoagressão
Risco de homicídio ou de heteroagressão
Desorganização mental e/ou psicose produtiva com falta de cuidados mínimos e/ou agitação psicomotora e/ou exposição social.
Exaustão familiar decorrente de doença mental
• Perda da autonomia psíquica devido ao comportamento de busca e fissura por por substâncias psicoativas
• Sofrimento mental intenso com solicitação de hospitalização do paciente ou por falta de suporte familiar
• Risco de provocar iatrogenia ou exames/ procedimentos invasivos desnecessários.
NÃO É A DOENÇA QUE DETERMINA A INDICAÇÃO DA INTERNAÇÃO E SIM O
TIPO DE ALTERAÇÃO PSÍQUICA A QUE O PACIENTE ESTA SUBMETIDO EM
VIRTUDE DELA.
VOLUNTÁRIA
É caracterizada pelo consentimento do paciente em ser internado, porém sendo necessário a assinatura de um termo no ato da admissão.
INVOLUNTÁRIA
Aquela sem o consentimento do usuário e a pedido de um terceiro, devendo no prazo de 72 horas, ser comunicada ao Mistério Público, esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. O término da internação poderá ocorrer por solicitação escrita do familiar ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo psiquiatra responsável pelo tratamento.
As normas legais brasileiras mais recentes (lei federal n 10216/01 , portaria MS/GM n 2391/02 e
as diversas leis estaduais sobre reforma da atenção psiquiátrica) infelizmente não
especificam quais os riscos que devem ser considerados pelo médico ao determinar uma
internação involuntária.
CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO
INVOLUNTÁRIA
Critério A
• Doença mental, Exceto transtorno de personalidade anti-social.
Critério B
• Risco de auto agressão
• Risco de Heteroagressão
• Risco de agressão a ordem pública
• Risco de exposição social
• Incapacidade grave de auto cuidados.