História Lasombra Rj by Night

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Ficha de Personagem Clã: Lasombra Antitribu – 9ª Geração Natureza: Galante Comportamento: Capitalista Conceito: O Magistrado / O Valete de Ouros / O Ouro Negro Refúgio: A Torre de Obsidiana – The Obsidian Tower - Arranha-céu: Prédio antigo da Petrobras na Av. Chile. Linhagem: Infante de Padre João d’Avis, Infante de Dom Tempesta, Infante de Afonso de Albuquerque, Infante de Dom Sebastião I, Infante de Montanus, Infante de Ahriman, Infante de Zillah, Infante e Consorte de Caim. Idade: 88 (Nascido em1925). Idade Aparente: Abraçado no final dos 40, porém mais jovem e conservado. Abraçado: 1º de maio de 1973 Altura: 1,90, Peso: 89 kg Raça: Caucasiano, Cabelos: Loiros, Olhos: Azuis Atributos Físico: Força 2, Destreza 2, Vigor 4 Social: Carisma 2, Manipulação 4, Aparência 3 Mental: Percepção 2, Inteligência 5, Raciocínio 4 Habilidades Talentos: Esportes 1, Expressão 2, Intimidação 2, Liderança 1, Lábia 2. Perícias: Atuação 2, Arma de fogo 1, Artes Marciais (jiujutsu brasileiro e capoeira) 1, Contravenção 1, Condução 2, Etiqueta 2, Sobrevivência 1, Navegação 1, Pilotagem 1. Conhecimentos: Acadêmicos 1, Computador 2, Ciência (geologia) 2, Ciência Militar 1, Direito 1, Finanças 2, Ocultismo 1, Política 1, Tecnologia (Engenharia Oceanográfica) 3. Antecedentes : Geração 4, Dominium 3 (Prédio da Petrobrás), Recursos 5 (Petrolífera, Portos, Aeroportos, Empresas portuárias e Empresas aéreas), Influência 3 (Regional Atlântico Sul: Indústria Petrolífera, Indústria Naval e Igreja Católica – Centros: Rio de Janeiro, Buenos Aires, Angola) , Status 1 (Neófito, visto como), Identidade Alternativa 2.

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conto fantático

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Nascido nos anos 50, com famlia influentssima na poca da ditadura militar, Herclito Tigre Marinho, herdou o savoir faire por ter estado sempre prximo ao poder e convivido desde a juventude dentro de uma grande petrolfera

Ficha de PersonagemCl: Lasombra Antitribu 9 Gerao

Natureza: Galante Comportamento: Capitalista Conceito: O Magistrado / O Valete de Ouros / O Ouro NegroRefgio: A Torre de Obsidiana The Obsidian Tower - Arranha-cu: Prdio antigo da Petrobras na Av. Chile.

Linhagem: Infante de Padre Joo dAvis, Infante de Dom Tempesta, Infante de Afonso de Albuquerque, Infante de Dom Sebastio I, Infante de Montanus, Infante de Ahriman, Infante de Zillah, Infante e Consorte de Caim.Idade: 88 (Nascido em1925).Idade Aparente: Abraado no final dos 40, porm mais jovem e conservado.

Abraado: 1 de maio de 1973

Altura: 1,90, Peso: 89 kg

Raa: Caucasiano, Cabelos: Loiros, Olhos: Azuis

Atributos

Fsico: Fora 2, Destreza 2, Vigor 4Social: Carisma 2, Manipulao 4, Aparncia 3Mental: Percepo 2, Inteligncia 5, Raciocnio 4Habilidades

Talentos: Esportes 1, Expresso 2, Intimidao 2, Liderana 1, Lbia 2.Percias: Atuao 2, Arma de fogo 1, Artes Marciais (jiujutsu brasileiro e capoeira) 1, Contraveno 1, Conduo 2, Etiqueta 2, Sobrevivncia 1, Navegao 1, Pilotagem 1.Conhecimentos: Acadmicos 1, Computador 2, Cincia (geologia) 2, Cincia Militar 1, Direito 1, Finanas 2, Ocultismo 1, Poltica 1, Tecnologia (Engenharia Oceanogrfica) 3.

Antecedentes: Gerao 4, Dominium 3 (Prdio da Petrobrs), Recursos 5 (Petrolfera, Portos, Aeroportos, Empresas porturias e Empresas areas), Influncia 3 (Regional Atlntico Sul: Indstria Petrolfera, Indstria Naval e Igreja Catlica Centros: Rio de Janeiro, Buenos Aires, Angola) , Status 1 (Nefito, visto como), Identidade Alternativa 2.Disciplinas: Tenebrosidade 4, Presena 3, Dominao 3, Potncia 1, Fortitude 1

Virtudes: Conscincia 1, Autocontrole 4, Coragem 5Humanidade: 4Fora de Vontade: 7Mximo de 14 Pontos de Sangue - Pode gastar 2 pontos/turno.Qualidades: Vontade de ferro - 3 pts., Voz Encantadora - 2 pts., Cnjuge Vamprico - 2 pts.Defeitos: Sensvel a Luz - 5 pts., Excluso de Presa (mendigos, miserveis, desnutridos, pessoas muito doentes) - 1pt., Responsabilidade especial - 1pt.

Preldio de Flvio Auto Tigre

Nascido no Rio de Janeiro em meados dos anos 20 (04/1/1925), originrio de uma famlia que se tornar extremamente influente no Brasil a partir da ditadura Vargas, Flvio Auto Tigre, herdou o savoir faire dos negcios por ter estado sempre prximo ao poder e convivido desde a juventude dentro de uma grande petrolfera. De famlia da elite catlica carioca, estudara no mais antigo e conceituado colgio monstico da cidade. Verdadeira enfant terrible da urbanidade carioca, aproveitou as modas a que os jovens podiam dar-se e a gente de boa famlia podia promover. Na juventude praticava o surfe nas praias ainda pouco povoadas da zona sul da cidade, depois acompanhou o movimento da Bossa Nova quando adulto, e mais maduro ainda praticaria o jiu jutsu brasileiro e a capoeira, acompanhando a moda advinda da vitria dos Gracie e da aproximao do Brasil resgatando e estimulando a cultura (assim como a poltica externa com) dos pases africanos. Estudou para seguir o caminho da famlia da me, que era ligada a um heri da explorao do petrleo; e da famlia do pai, ligada a grupos siderrgicos e ao militarismo no poder. O pai, muito rgido e apesar de apelos da famlia materna, exigiu que o filho servisse na fora expedicionria Brasileira, para combater na Itlia. Sua breve incurso marcou-o profundamente por t-lo feito conceber o tamanho do poder e do lado sombrio da tecnologia. Como oficial no tomou parte da linha de frente, mas fez questo de combater em outras ocasies e viu partir amigos efmeros, humildes, inocentes e simples, de forma extremamente pattica. Fragilidade e fugacidade da vida humana. Lembrou-se das aulas de latim que tanto amava no seu colgio: Juventus, Ventus.Retornando da guerra, formou-se no Instituto Poltcnico de Engenharia estatstica e posteriormente no que seria a Escola Superior de Guerra. Desde a juventude trabalharia na empresa de tubulaes da famlia. Servira no setor de equipamentos e mquinas da FEB na guerra at 1945 (dos 18 aos 20 anos). Ainda na casa dos vinte participar da fundao da Petrobrs (1953), como um dos primeiros jovens engenheiros; j na casa dos trinta participa como observador das primeiras exploraes submarinas na Venezuela, no golfo do Mxico e Escandinvia; na casa dos 40, esteve no planejamento das primeiras exploraes submarinas de petrleo do Brasil em Sergipe; logo depois no planejamento para as exploraes na bacia de Campos, participando da explorao de muitos outros poos submarinos. Como uma estrela ascendente nos anos 70, adentrar os oitenta possuindo extrema influncia na empresa e na prpria cidade do Rio de Janeiro. Heri de guerra, vivaz, criativo, promissor, ousado, tudo lhe parecia fcil ou possvel. Seu abrao ocorreu na poca da primeira crise do petrleo e na poca se comentava nos meios polticos sobre um ardiloso rei persa que colocaria os preos do petrleo l no alto, ameaando quebrar as modernas economias do ocidente, inclusive a recm aquecida do Brasil. Isto paradoxalmente para a Petroleira foi bom em um aspecto, com os preos do petrleo altos viabilizar-se-ia de vez a explorao submarina. O governo visava diminuir sua dependncia do petrleo externo e Flvio tambm faria parte deste novo salto tecnolgico. Conduziria esta modernizao com outras condies e vantagens, todavia, a partir dos anos 70, quando o Brasil visava diversificar sua matriz energtica.No Brasil, um ex-sacerdote que se aproximara da teologia da libertao latino americana, mesmo amaldioado com a marca de Caim, no se negara o luxo de uma epifania religiosa e delirante de justia social. Este cainita (depois Flvio veio saber) comeou ter seu poder atacado devido a posturas por ele assumidas que foram entendidas como perigosas e iconoclastas pela cpula dos cnicos cainitas cariocas. A partir da este cainita, Joo, concebeu um plano para financiar sua Djihad particular, abraando algum do crculo ntimo ditatorial do momento. O cainita foi cauteloso ao selecionar aquele que deveria receber o dom. Parecia-lhe evidente que um jovem promissor e influente rejuvenesceria sua imagem perante seus comparsas e lhe daria mais alguma credibilidade. Flvio pareceu ao cainita um ser humano ideal devido a idias que este expressava em resultados no campo econmico, onde defendia estratgias caras ao desenvolvimentismo e que se assemelhavam com o planejamento coletivo de equnime redistribuio desejado pelo padre idealista. No haveria de estar mais enganado. Flvio, longe de ser um idelogo, era somente um sujeito extremamente cartesiano e pragmtico que almejava o que fosse mais eficiente e vantajoso; a diferena fundamental era que Flvio era brilhante.Era feriado de Primeiro de Maio de 1973 e neste ano se faria a primeira ligao de um celular, mas mesmo assim ningum no Brasil possuiria to cedo um Dynatech. Nosso personagem acabara de fazer o discurso para os trabalhadores da Petrolfera e seguiria para um coquetel noturno para confraternizar com seus pares executivos. Estava embriagado pelo sucesso e seus subordinavam o consideravam um semideus.No apareceria nesta festa e nunca mais participaria de uma reunio coletiva com estes acionistas, nem com seus subordinados e petroleiros. Sua desapario foi justificada com um aumento colossal de seu status na empresa; tinha se tornado conselheiro do presidente da petrolfera, nomeado pelo prprio Generalssimo da Dictatura brasileira.

Seu criador explicou-lhe o mnimo de sua nova vida visando manipul-lo. Sabendo da condio da imortalidade, Flvio exultava por dentro; no entanto deixou que seu senhor acreditasse por muito tempo que ele se ressentia dele por t-lo transformado naquela aberratio. Tendo farejado na postura humilde do velho e macilento vampiro como se analisasse um funcionrio inepto alguma culpa pelo que se fazia, julgou que seria vantajoso no futuro o uso atual deste estratagema do filho triste e insatisfeito. O flego adicional dado ao caqutico morto-vivo, se que existiu algum, foi muito breve. Joo de Avis, o padre perdido e desesperado perante ancies mortos-vivos cada vez mais hostis, ficou logo conhecido pela sua crueldade e rapacidade ao tornar-se pblica a exigncia, durante um qinqnio de anos, de uma verdadeira derrama sobre os recursos a que Flvio tinha acesso, como preo da liberdade. Mesmo possuindo hbitos de vida frugal herdada da famlia militar, e no dispensando recursos em luxos, excessos e vaidades para si, Flvio possua livre acesso em seu ofcio a uma quantidade colossal de investimentos. As exploraes offshore e as indstrias de transporte martimo e aeronutico, assim como os portos e aeroportos de que Flvio era acionista - e de algumas, conselheiro e viga-mestre - exigem uma quantidade homrica de capital. A liberdade de um homem como ele custaria muito caro.O jovem cainita, abraado para a morte em vida como um homem experiente que j havia conhecido os horrores da guerra e a prosperidade da carreira na paz, em alguns meses absorveu o modus operandi da sociedade dos mortos vivos subtropicais. Numa noite insuspeita de tempestade conseguiu alcanar o refgio do Princeps e lhe expor a questo: explicou-lhe, em suma, que um desfalque daquela magnitude na mais importante empresa estatal do pas no mais importante estado (ao menos o mais visado por sculos) da nao poderia pr em risco no s a estabilidade do Rio e de sua Camarilla, mas de todo o pas. A partir da Flvio auxiliou ao Princeps informando-lhe sobre as ligaes de Joo de Avis com membros suspeitos. O Princeps, nesta poca, temia uma revolta de cainitas mais jovens contra os ancies no decorrer da abertura lenta, gradual e segura para a democracia; o acirramento das demandas dos movimentos sociais tambm transformava a conjuntura em um cenrio perfeito para uma invaso sab; ao mesmo tempo o Principatus visava tirar vantagem dos privilgios econmicos de que Flvio dispunha; secretamente, o Princeps apoiou e protegeu o nefito incitando-o contra o senhor e forjaram um contrato de aliana que durara dois decnios, com uma prorrogao curtssima, por uma ameaa de ltima hora (1974 a 1994), desde ento, o mais importante vampiro da cidade, parece ignor-lo, parecendo somente esperar um momento de deslize para descart-lo. Desde ento Flvio procura ser o Magistrado impecvel. A quantidade de inimigos levantados pelas aes despticas do Principatus carioca poderia t-lo levado a uma situao ainda pior, pois poderia ter assumido o lema que levou a queda de cio no drama Atreu e do Imperador Calgula: Oderint, dum metuant (Odeiem-me, contanto que me temam). De todo modo, quando dos raros conflitos que o Principatus teve com Flvio, este fez questo para que todos os problemas com aquele fossem resolvidos da forma mais elegante possvel e dentro de toda legalidade. O que o leva a ser aparentemente um patrocinador enftico da ordem governamental local da seita, apesar dos prejuzos financeiros e de ressalvas contidas, e enquanto ele tem logrado manter seus direitos adquiridos e tira vantagem (ou ao menos no tem prejuzo com) do status quo.Discretamente outros cainitas visitaram e subsidiaram o nefito com informaes para que este tirasse alguma vantagem, e, por fim, se libertasse do lao com seu controverso Sire. Em menos de trs anos, Flvio estava vivendo normalmente sua rotina nas empresas que controlava; enquanto seu senhor, distanciado dele por meio de manobras semi oficiais-legais da Camarilla, cada vez mais levantava suspeita de que possuiria simpatia pelos anarquistas, e seu status ento decaa. A influncia que seu senhor possua no Arcebispado humano da cidade poderia fluir progressivamente em breve para Flvio. No seria necessrio muito trabalho para isso, pois a catedral da cidade (de So Sebastio, com arquitetura de Oscar Niemeyer) localizava-se a menos de cem metros de sua base no prdio da Petrobrs na Avenida Chile, alm de possuir acesso direto ao convento de Santa Tereza (pela estao de bonde que ficava nos fundos do prdio) e ao convento de Santo Antnio (Museu de Arte Sacra em frente ao seu Domnio); a antiga S e a Candelria talvez viessem naturalmente aps controlar a catedral.Dentro desta dcada (80), o poder de seu Sire entrou num processo de degenerao, sua humanidade e sanidade tambm foram sendo drenadas, conforme (soube-se depois, por uma insinuao mal escolhida de uma Harpia) ataques secretos estimulavam sua parania crescente. Uma decepo quase pueril com a etiqueta da Camarilla tinha o tornado um vilo miservel que rastejava na lama. Antes do fim do milnio, seu obscuro senhor era declarado antema, traidor e desertor para o Sab. Perdia, por fim, a simpatia dos nefitos e ancillae que arregimentara, assim como seus importantes domnios ou eram absorvidos, ou foram transferidos definitivamente para o lado Sab como algumas parquias em rinces da Zona Norte. Esforara-se tanto para ser reconhecido mais do que mereceria nesta sociedade que, ao final, oleum et operam perdidit. E perderia para prpria cria que sabia muito bem como lidar com leos e obras; j que posteriormente a atuao enrgica do ainda nefito foi importante para que igrejas antigas do centro da cidade no se tornassem bases para clulas do Sab.Apesar de, no incio, a elite local t-lo considerado mediante o ditado Mali Corvi, Malum Ovum, esta condio foi logo superada pelas suas aes e a estrela de Flvio poderia subir lenta e certa. Com a descoberta de campos de petrleo gigantes no mar de Campos seu poder econmico e poltico aumentaram, pois sua base de poder tinha se tornado a Petroleira; j na sociedade da cainita, a prosperidade da cidade foi lenta, mas irrevogavelmente, associada a seu nome nos anos 90 e na primeira dcada do terceiro milnio. A ltima palavra que ouviu de seu senhor quando o viu, tambm pela ltima vez, ressequido e faminto foi numa noite anormalmente quente: Peccavisti!. Existiria algum sentimento de vingana? Flvio tinha recentemente ouvido que os Sabs so especialmente incruentos em seus modos de tortura, mas isto no fazia o tipo de Joo de Avis, mais para um monge mendicante hertico e equivocado que no soube jogar o jogo dos membros, do que para o tipo inquisidor jesuta ardiloso intelectual dono da verdade. Pensou, mais velho, mesmo depois de anos sem v-lo, que de fato seu senhor jamais poderia se enquadrar no perfil construdo pela elite cainita da cidade. Dificilmente conseguia v-lo como um membro ativo do Sab.

Flvio soube em certa poca da importncia de sua linhagem de mortos-vivos (cls - como diziam os arcaizantes vampiros) como dissidncia importante para resistir a uma seita que ameaava tornar a convivncia com os humanos e entre os prprios cainitas impraticvel e bestial. Conheceria, logo depois, Dom Tempesta, senhor de seu senhor. Sujeito gordo e mulato que j no conhecia o sol pela vida cenobita antes de abraado e que somado a palidez vamprica dava a pele do Arcebispo (do catolicismo) Tempesta uma colorao prateada levemente cintilante. Seu olhar de esmeralda era fulminante e seu intelecto insondvel. Governando uma regio perifrica, mas estratgica da Regio metropolitana do RJ (Maca), o Sire de seu Sire era implacavelmente tradicionalista e moralizante, mas foi ele quem lhe explicou melhor a poltica cainita; e por fim o tranqilizara afirmando que havia realizado um bem (ao deter Joo dAvis) e que ele abenoava em nome do Angellis Ater as aes de Flvio na cidade. Dom Tempesta, com muita prudncia, preferia cultivar seu mega-rebanho de humildes a duelar de forma inslita entre os fteis cainitas cariocas estabelecidos.A empresa em que Flvio crescera tambm crescera. Atingindo um tamanho fora do alcance completo de seus tentculos tornou-se complexa o suficiente para que outros semelhantes ao empresrio em poder pudessem vagar com planos bizarros de poder por l. A quebra do monoplio e a conseqente privatizao da empresa nos anos 90 [especificidade do cenrio] abriram oportunidades para que Flvio tivesse realmente posse da empresa (antes no passaria nunca de um servidor pblico), mas tambm trouxeram consigo cainitas estrangeiros e de outras regies do Brasil. Com pouco mais de 20 anos de ps-vida, tomou atitudes rapidamente para que os vampiros de quaisquer origens soubessem quem era o senhor da empresa, pois alm de tomar atitudes violentas recorrendo at a ssassinatos, tambm apelara e vencera judicialmente desde os anos 80 (no fim do acordo com o Principatus) pelos seus direitos adquiridos ao Princeps, atravs de um Advocatus Ventrue tradicionalista (posteriormente teria encontrado a morte final e condies no explicadas) com quem chegara a um acordo financeiro. Durante os primeiros dez anos do terceiro milnio Flvio gastou muito dos seus recursos, consolidando mais uma vez seus direitos de Dominium na sociedade dos mortos-vivos, aumentando sua influncia na sociedade humana e mantendo um lugar importante e seguro, mas discreto, no desvantajoso equilbrio de poder na cidade. O Principatus, ao questionar repetitivamente seus direitos, ganhou bastante dinheiro e facilidades financeiras na cidade, e Flvio como bom aristocrata valorizou - sem aperceber-se talvez - mais o controle prestigioso do territrio do que a racionalidade econmica; no entanto o territrio adquirido era de suma importncia estratgica e potencialidade econmica, mas requeria tremenda habilidade burocrtico-administrativa, devido a sua extrema complexidade e enraizamento na vida social da cidade e do pas. No fim, os preguiosos e arrogantes Ventrues ficaram felizes de retirarem tal peso das costas.Enquanto a Camarilla reconhece a existncia dos Lasombra antitribus e sabem que isto uma faca na garganta do sab, em outra via, no possuem um representante deles no Crculo Interno; portanto, este fato d subsdios para o Princeps desta cidade achar que no deve haver tambm Primognito deste cl na cidade, seguindo o princpio da proporo entre a estrutura superior (Crculo Interno) e estrutura local (Principatus vamprico). Isto obviamente um excesso de legalidade tendencioso, pois muitas cidades possuem primognitos desta origem, quando no governam cidades; e segundo estimativas, os Lasombra antitribus governam mais cidades da Camarilla do que cls como Gangrel (que hoje so raros na seita), Malkavianos (poucos so estveis o suficiente para sobreviver necessidade de planejamento que o ofcio exige), ou mesmo Nosferatus. Vilas pacficas em Portugal e mesmo o tradicionalista Noroeste da Espanha (regio de Santiago de Compostela) possuem Princeps Magistrados que se religam, quando no foi um deles em vida, aos Cavaleiros do Templo. Portanto, a tentativa do Princeps de impedir a representao de Flvio e outros seria na melhor das hipteses uma legalidade muito conveniente. Finalmente, cidades governadas por um Princeps Lasombra antitribu costumam possuir mais estabilidade que as cidades governadas pelos piedosos Princepss Toreadores ou por desmedidamente ambiciosos Arquimagos Tremere.Somente os Ventrue costumam ver os Lasombra antitribu como uma ameaa (deve-se, no entanto, reconhecer que um preconceito de longa data e quem tem motivos fortes de existncia) mesmo enquanto cada vez mais os Magistros tm sido vistos pelos outros membros como os vampiros da Camarilla que mais correm risco para sustento da causa (j que especialmente perseguidos pelas suas contrapartes do Sab). Por enquanto, para Flvio, o caminho tem sido sutil para o reconhecimento de seu poder na sociedade dos cainitas. O caminho do Magister sempre dentro da legalidade. Multum, non multa. Pauca, sed bona: Preferiu ento concentrar seu poder num lugar a dispers-lo de maneira descorts afrontando outros companheiros cainitas, dos quais nem conhecia ainda a extenso do poder.Teve a sorte em sua ps-vida de que boa parte de sua influncia na sociedade humana j a possua antes de ser abraado, ou mesmo se expandiu quando era apenas um nefito escravizado pelo Sire vampiro tendo seu papel completamente ocultado. No ter sido um upstarter, ou emergente na linguagem dos ricos, o ajudou a no atrair o olhar de inveja de cainitas (j que no tem o defeito overextended). Curiosamente, criaturas arcaicas e conservadoras que so, os vampiros acabam considerando um plutocrata de uma elite cuja famlia tem se apossado do poder por sculos, como algo mais justo do que aquele que venceu na vida pelo seu vigor e vivacidade esta ltima condio irrita profunda e especialmente os mesquinhos mortos-vivos.

No processo de lenta degenerao de seu senhor ele ganhou apoio efmero das faces elitistas da Camarilla, mas a defeco final de seu senhor para o Sab (ou ao menos a notcia de sua defeco, que se deu na virada do milnio) acirrou por um breve momento a desconfiana sobre a linhagem. Como nil sine magno vita labore dedit mortalibus, Flvio teve de penar mais uma para manter sua credibilidade e herana da vida mortal, principalmente em que o governo cainitas questionava seus direitos em nome de guerras contra o sab. O magistrado contornava a situao sempre oferecendo apoio ao Princeps, apesar de ser ignorado completamente e quase nem previsto dentro da ordem da Camarilla. De todo modo, ele jamais foi considerado um simpatizante da causa de seu senhor e menos ainda do Sab (no tem o defeito sympathizer); e seria forar muito a realidade acreditar que um economista engenheiro cartesiano e originrio de uma famlia humana detentora de ligaes seculares com a cpula do poder desde poderia realmente apoiar a causa de um padre marxista, ou dos revolucionrios do Sab.Outra sorte de que tem gozado relaciona-se com a raridade de seu cl, e o preconceito inocente que a sociedade cainita local possui em relao a sua linhagem - omne ignotum pro magnfico est. Assume-se que um antitribu Lasombra sempre poderoso e conhecedor de artes antigas e modernas quase demonacas de manipulao poltica. Percebendo isso, a atitude do Magistrado sempre foi de extrema humildade, cedendo em confrontos de vaidade muitas vezes, como aconselharia seu confessor e hspede em seu domnio o Arcebispo humano da cidade. Enquanto nos sales sociais Flvio um dcil servo, nos campos de batalha econmicos seus aliados e sua rede so inexorveis. Ademais ele tem procurado manter-se afastado da alta poltica cainita, sendo na prtica no diferenciado de um nefito.

Seus investimentos esto concentrados em portos possuindo uma rede regional que abrange representantes em metrpoles e em poucos centros porturios do Atlntico Sul: Tem propriedades em Cabinda e Luanda (Angola) pelos investimentos de petrleo; em Buenos Aires e no Rio de Janeiro pela indstria Naval e aeronutica; e nas ilhas Maurcias, paraso fiscal onde estabeleceu um posto para contatos com a Camarilla local (Maurcias uma ilha de estabilidade da Camarilla fora as cidades da frica do Sul, possuindo a maior renda per capita e o maior IDH da frica). Deste ltimo posto pretendia negociar com os pases rabes e com a sia, mas recuou ao saber de possveis ameaas e resistncias Assamita e Kuei Jin.

Opinies Pblicas e Embates Sociais

Na poltica da sociedade vamprica ele tem sido acolhido, para alm da sua prpria linhagem, tambm pelos Brujah e Nosferatu, cls de alguns membros que o vem com muito contida simpatia. Membros do cl principesco gostam de us-lo como exemplo comparativo para seus prprios nefitos, at mesmo insuflando maldosamente certo ressentimento contra Flvio. Membros de cls como Toreador, Ventrue e Tremere adulam-no pelo seu poder econmico, ou porque dependem de certas regies sob sua influncia.

Ele chegou a defender entre os cainitas um discurso poltico moderado, sustentando em contrapartida que idealmente o modelo mais correto, estvel, avanado e justo consiste no revezamento do poder, algo parecido a uma Repblica. Paralelamente a isso, tem argumentado grosso modo que os vampiros tm sculos para se aprimorarem, entretanto os mais brilhantes destes so mais brutais e bizarros do que os homens mais cultos, que s tm algumas dezenas de anos para viver. Alguns ouvidos foram sensveis ao discurso (notadamente nefitos, ou alguns Toreadores, Malkavianos e Brujahs mais humanizados), e obteve sucesso to logo as harpias debochavam sutilmente dos mais inescrupulosos, cruis e cnicos cainitas. Ele nunca fez uma crtica direta ao Princeps, ao contrrio, procurou sempre o tratar com a maior cordialidade e presteza, e tem sido um agente muito solcito para as necessidades da seita local, diferentemente da maioria de seus interlocutores Brujahs mais prximos, que so solcitos, mas no mantm relao cordial com o principado. O Princeps, na verdade, apreciou que aps muitos eventos terrveis voltou a despertar um interesse nos cainitas locais por uma atitude mais responsvel conquanto cidade e ao rebanho. Um engenheiro ensinaria uma lio de pecuarista para vampiros: v-se a prosperidade do fazendeiro pela proficuidade dos seus stocks e rebanhos. Suas crticas realizadas com linguagem e voz harmoniosa se dirigem somente ao modelo monrquico vigente na maioria das cidades da Camarilla, fazendo em contrapartida o elogio do modelo republicano romano, que considera mais evoludo e conveniente para seres como os cainitas. Pensa que em algumas cidades erradamente se interpreta Princeps como sinnimo de monarquia absolutista, porm alm de existir vrios outros tipos de monarquia, o termo princeps significa em latim meramente aquele que o primeiro cidado, e que na acepo legal da camarilla este termo designava somente um termo para o representante ou lder dos cainitas (primeiro entre os cainitas) daquela cidade. A Camarilla no determina o modo de governo oficial de suas cidades componentes, mesmo porque se fosse determinar ela determinaria que fosse o governo dos ancies e da primignie, como ela pratica na sua prpria organizao. Seria paradoxal um Princeps vampiro achar-se um monarca absoluto porque ter que, mais cedo ou mais tarde, curvar-se para um Arconte, Imperator ou Justicar; que lhe forar mudanas advindas do exterior, acabando com sua soberania. O governo ideal a seu ver seria a seleo dos Primognitos pelo consenso dos seus cls, conforme os costumes de escolha de cada cl, e posteriormente um revezamento do Principatus por tais figuras. Na verdade, isto pouco plausvel de acontecer em curto prazo, e se acontecer poder ser o caos, j que os cainitas estariam pouco preparados; porm ser necessrio mais cedo ou tarde, sendo a lei do Populi Progressio inexorvel tambm para o povo cainita. Ele ento vai sustentar-se na idia da republica romana porque um bem imaterial mais tradicional que o praticado por seus competidores polticos, ao mesmo tempo em que o prprio passado idealizado deste grupo rival incensa tal modelo proposto, tendo lucrado muito com ele. Com estes argumentos, ironicamente acabou despertando o interesse de alguns Ventrues tradicionalistas que ouviram falar do antigo esplendor romano e do esprito conquistador e ordeiro de sua ordem republicana; assim como despertou a curiosidade de Brujahs idealistas e individualistas que acharam irnico como um argumento tradicionalista pode ajudar a realizar seus planos de maior poder para os nefitos e menos poder nas mos do Princeps e ancios. Os raros Toreadores tratando-se um deles de sua prpria consorte apreciaram a beleza harmnica do modelo proposto, digna da humanidade superior de um cainita. Tremeres, mesmo no concordando com uma letra do que argumentava ele, tiveram que reconhecer a agudeza do pensamento proposto. No haveria falha na eficcia de seu discurso, pois advertia ao fim, que se o modelo de Principatus tirnico se sustentasse na Camarilla esta fatalmente se tornaria um segundo Sab e no mais uma alternativa vivel de convivncia digna. Um discurso de consenso no momento de crise o que se procura nesta alta poltica moderna: Se para ter o poder, que seja com a autorizao dos prprios dominados, pois Scienti et conscienti non fit injuria.Flvio, na sociedade e nos Elysia, faz sempre elogio do comportamento adequado com relao s leis e autoridades cainitas e humanas. Apela para o brio dos vampiros, dizendo aos que se julgam mais nobres que eles so criaturas superiores de quem conveniente exigir a igualmente nobre virtude da misericrdia, fala-lhes tambm de beleza interior, de tornar-se melhor, ter autodomnio para no ser um boneco da prpria besta; estes argumentos foram relativamente bem acolhidos nos elitistas dos cls Toreador, Ventrue; todavia no sensibilizou muito os pragmticos Tremere Ne Juppiter quidem omnibus placet! Em contrapartida, enfatizou entre Malkavianos, Brujahs, Nosferatus e Gangrels uma suposta irmandade entre todos os seres e coisas, e que agir com cega brutalidade viola esta igualdade inerente das coisas, acarretando a multiplicao da opresso de que tanto se ressentem; tornando, em suma, insuportvel a convivncia entre fortes e fracos. Em alguns momentos estes argumentos at foram eficazes para trazer paz e retornar as aes de forma unvoca em um ou outro momento de tenso. Sustentou tambm entre seus pares mortos-vivos que somente em um ambiente de ordem pode-se alcanar os objetivos propostos de justia e exercer melhor a prpria liberdade. Foi muito bem sucedido nestas incurses filosficas na poltica da Camarilla, pois sabia que nenhum de seus membros queria ver exposta sua prpria condio verdadeira de sanguessuga assassino. Descobriria logo outro padro recorrente de poltica da pequena cmara: Enquanto em suas aparncias o discurso que impera - quer seja entre ancies, nefitos, anarquistas de base idealista, as aes destes so visceralmente realistas, seno fascistas. Neste caso, concluiu que vampiros no passam de carniceiros extremamente polidos, o que s confirma ou piora sua condio de irrevogavelmente amaldioados.

Uma vez, tendo sido provocado por um cainita que conhecia seu amor pelo latim, com um dizer irnico sobre suas idias polticas - Noli esse justum multum (no sejas demasiado justo!) - ele lhe respondera, sabendo que este mesmo cainita quase foi vtima dos interesses caprichosos do Prncipe e seu Seneschal: Patere legem quam ipse tulisti (Agenta a lei que tu mesmo sustentaste).Sendo bem sucedido por um tempo em utilizar as sensveis harpias para fazer um elogio da Mscara (e, ao fim, de outras tradies) atravs da revitalizao da moda de agir humanamente, ele garantia mais uma vez o status quo que lhe interessava; interessava-lhe, claro, tambm obter o cargo de primognito de sua linhagem na cidade, negado pelo Princeps que outrora o ajudou contra seu senhor; De qualquer forma sabia que isto no aumentaria seu coeficiente de poder atual, s o tornaria mais preciso e com efeitos e defesas mais seguros. Flvio ficaria tranqilo sendo o primognito de si mesmo, mas no luta de forma encarniada por isso.Manter o status quo na cidade principalmente interessante para Flvio para manter o influente domnio que obteve nas negociaes com o principado da cidade na dcada de oitenta e noventa, pois manter o clima de paz essencial ao bom andamento dos negcios. Incidentes nas barcas, superlotao de aeroportos, retirada de royalties, so considerados atravs de sua viso atual de cainita completamente absorvido na paranica lente da djihad local, efeito de polticos e agentes apoiados primariamente pelo sab e anarquistas. Portanto, Flvio incontestavelmente um dos membros mais leais da Seita. Numa das poucas conversas que teve com o Princeps aps o fim da aliana deles, Flvio tinha sido convocado simplesmente para ouvir uma ameaa velada do Princeps (que suspeitara de Flvio como mandante de alguns eventos hostis ocorridos a ele na ltima semana o verdadeiro mandatrio foi descoberto dias depois), ao que diluiu sua agressividade com uma resposta pacfica e simples: Quidquid agis, prudenter agas et respice finem (Qualquer coisa que faas, faze-o com prudncia e considera o fim). O primeiro cainita da cidade saiu em profundo silncio. Sua criao crist o ensinara que uma responsio mollis frangit iram (Provrbios 15.1) (Uma resposta branda desvia o furor).Aps ter se tornado figura freqente e eloqente nas reunies dos cainitas, durante mais de uma dcada, Flvio, ultimamente, tem poupado sua imagem. Mais experiente, atualmente pensa que contou mais uma vez com a sorte quando suas idias foram to bem acolhidas pelos membros da cidade. Inicia-se uma poca de ocultamento deliberado da sua imagem e pronunciamentos. Nulli tacuisse nocet, nocet esse locutum Dizia Plnio, o Velho (Histria natural, XXXV, 84). A Djihad um jogo srio contra os piores pesadelos, ter acesso a uma parte do abismo pouco ajuda, pois ele igualmente infinito e perigoso para quem o observa de perto; por isso Flvio julga que ele precisa de um espao vital no centro da cidade seguro e que este permita a extenso livre de seus tentculos poltico-econmicos.Domnio, Influncia, Ambies

Da rea axial original de seu domnio (Petrobrs), influncia e reas em que localizam-se as fontes de seus recursos (Industria Naval, Aeronutica, Plataformas de petrleo na Baa, Porto do Rio e Aeroporto Santos Dummont) emanam tentculos que rasgam o centro da cidade. Os tentculos abrangem da Rua do Lavradio at a rua do Circo Voador e a Praa Cardeal Cmara (points Brujahs) nos Arcos da Lapa, segue as ruas Evaristo da Veiga e Araujo Porto Alegre, costuma caar tambm no lado esquerdo destas ruas seguindo a mo dos automveis, onde encontram-se o teatro Municipal (motivo de controvrsia rapidamente resolvida com o Principatus que elegeu o local como Elysium oficial, de modo que Flvio abriu mo cordialmente da influncia sobre a rea) e o Museu de Belas Artes onde costuma frequentar com sua consorte Anabela j que parece ser a nica de seu cl que fala latim e aparenta interesse na beleza clssica. A linha do Terminus Dominial deve seguir atrs da Biblioteca Nacional exclundo, portanto, toda a praa da Cinelndia (logo tambm a Cmara de Vereadores), reas de domnio do Toreador Guardio do Elysium. O tentculo pretende seguir incorporando a Rua Graa Aranha e o setor de consulados de pases, a saber: Frana, Reino Unido, Angola, Japo e Estados Unidos (este ltimo em possvel controvrsia com Tremeres, desta ligao inusitada entre Tremeres e Americanos talvez se possa entender toda esta porcaria ocultista e vampiresca que chega ao Brasil nos ltimos anos, pelo imperialismo cultural norte americano). No lado norte suas fronteiras de caa se limitam ao largo da carioca, Rua da carioca, cruzando transversalmente a Avenida Rio Branco, pegando as ruas Nilo Peanha e a Erasmo Braga. Esta regio est reclamada por cainitas (Malkavianos a maioria) que possuem conexes com o Tribunal de Justia e o Ministrio Pblico (nosso judicirio no seria corrupto, mas simplesmente louco). Flvio considera isto um excesso de ambio dos cls governantes, que controlam j o poder legislativo e executivo da cidade e almejam controlar o judicirio. No Incio da Avenida Presidente Antonio Carlos (cujo setor em que muda de nome para 1 de Maro marca outra fronteira com os Ventrue) os tentculos furtivamente ento se abrem rumo a sul contornando a Cinelndia (tambm territrio principesco), envolvendo a avenida beira-mar e seu lao virio que permite acesso ao aeroporto Santos Dumont (costuma caar ali quando quer comida extica), ao Aeroporto e enseada da Glria; houve ali uma controvrsia, com o guardio do Elysium que outro Toreador da Cidade, com relao ao MAM, foi reclamado ento um brao de terra que englobaria seu domnio o monumento aos pracinhas da 2 guerra, mas foi impedido por um clamor semelhante pelo cl gangrel, e o Princeps concedeu a eles. Para Norte e noroeste do Aeroporto considera parte de seu domnio a estao das Barcas e o Mercado Marechal ncora. Tecnicamente este tentculo, o maior, deveria dividir-se em quatro direes: Para a regio do Porto a Oeste; Para a Baa de Guanabara a leste, para a Ponte Rio Niteri a norte, e para os terminais de barca em Niteri (Araribia e Charitas), Paquet e Ilha do Governador, estas ltimas em vrias direes cardeais. Avanar para a zona sul da cidade do Rio invadir o territrio de ciosos e poderosos cainitas da Camarilla, avanar muito a oeste entrar no territrio das nossas bestas (gangrels) ou de bestas mais atrozes (sabs e Garous).O Tentculo do Porto deveria ser composto pelas Ilhas das Cobras, Praa Mau, Morro e Mosteiro de So bento, Perimetral, Cidade do Samba, Morro da Gamboa, Morro da Sade e a Rodoviria. Esta regio a mais difcil de controlar devido a periculosidade local. A falta de ao enrgica (ou incapacidade de ao) de Flvio nesta rea fez com que lacaios dos Ventrue viabilizassem entre seu rebanho a revitalizao do Porto da Cidade e a construo do Museu de arte do rio (MAR) no per da Praa Mau. As festas gtico-moderninhas, que se aproveitavam da desolao dos galpes do porto, ensaiadas por este membro nascido da dcada de 20, mesmo arrojado e patrocinado pelo capital petrolfero, no foi capaz de rivalizar com o moderno museu apadrinhado pelos asseclas poderosos e bem relacionados sangue-azuis. Rapidamente perdia a influncia sobre parte da Polcia Federal que se aloja na Praa Mau e depois ainda sobre a Cidade do Samba (territrio em que hoje duelam paradoxal e perigosamente malkavianos, nosferatus, tremeres, setitas e sabs; de modo que as conspiraes prprias de cada faco desguam de maneira quase ritual naquele cenrio codificado por smbolos arquetpicos to fortes quanto o do tar de Marselha foi-lhe explicado por um Nosferatu. Tudo lhe parece extremamente irracional, mas teria algo a ver com os animais do popular jogo do bicho). O golpe de misericrdia que encurtar este eixo tentacular ser a derrubada da perimetral, considerada parte do Domnio de Flvio, isso expor a desolao do porto e rapidamente este ser dividido entre zonas dos investidores influenciados pelos Malkavianos, Ventrue e outros cainitas rapaces. Atualmente tenta negociar uma aliana com Nosferatus, que controlam de fato as regies do porto e da Rodoviria, ao convenc-los de que possuem interesses e causas em comum e que seus planos sero afetados pela revitalizao do porto e conseqente avano de outras faces de cainitas.A Baa da Guanabara um mar negro assemelhado s substncias que Flvio to bem controla, e embora no especificado no tratado, o controle financeiro da maioria das atividades porturias dali, permite fcil domnio sobre as guas de uma baa. Igualmente, Flvio no possui o controle oficial da polcia martima do local (as polcias so apangio Ventrue e Gangrel), mas controla vrias indstrias de material naval circundantes, pretende dominar a Ilha das Cobras e Fiscal, e o mais importante, obter o controle irrestrito das plataformas de gs e petrleo que salpicam a baa, propriedades da empresa que o centro de seu poder.

O controle martimo da cidade e especialmente das barcas lhe permite que possua minsculos enclaves dominiais localizados na Ilha do governador, em bairros do centro de Niteri e da distante e pacata ilha de Paquet, assim como em outras pequenas ilhas particulares e desertas na orla prxima.Flvio tem uma profunda fascinao pelo mar e Dom Tempesta falou-lhe em uma ocasio da semelhana entre as sombras que a tenebrosidade controla e o princpio, mido, aquoso, primordial e ilimitado apresentado pelo Oceano. A fascinao dos Lasombras pela imensido de Netuno conhecida desde a antiguidade.

Atualmente o petroleiro pragmtico pretende estender seus negcios na frica e nos mares de sul e tem viajado muito para Angola onde possui propriedades e interesses tomando parte no boom do petrleo que ocorre atualmente no pas (pretende entrar no mercado de diamantes); ultimamente comprou uma propriedade nas ilhas Maurcias na costa oriental da frica (nica regio com presena da Camarilla na frica), e sua relao com as contrapartes Lasombra (Xi Dundu), dos reinos de bano, tem sido muito calorosa. Esta intensidade na frica foi facilitada por Flvio pertencer linhagem de Montano, um matusalm africano, alm da alma carioca que possui, afinal os angolanos quiseram, j no sculo XIX, desligar-se de Portugal e fazer parte do Imprio do Brasil, que praticamente parecia resumir-se a um Imprio do Rio de Janeiro em seu incio. Adiou sua expanso pelos mares do sul da Arbia e golfo prsico, assim como da ndia e Sudeste asitico, devido a pssima recepo de Assamitas e Kuei Jins nas respectivas regies. O norte da frica, notadamente o Egito, parece ser atualmente uma possvel porta de entrada, haja vista, a simpatia dos setitas pela idia. Como eles souberam dos interesses de Flvio, este no tem idia de como. Tudo que ouviu sobre setitas desaconselhava qualquer tipo de acordo. Somente um recluso Brujah idealista consultado pelo seu primognito disse no se importar com a idia.Juntando pedaos da Histria que Dom tempesta e Padre dAvis comentaram com ele, conseguira obter uma narrativa minimamente coerente da Histria da Cidade. Durante os mais de quatro sculos da cidade de So Sebastio, os Brujah, os Ventrue e os Lasombra antitribu (ou Lasombra do Sab, pois Flvio acredita que sua linhagem Lasombra, os do Sab que so Antitribus) tinham se digladiado pelo poder principesco. No incio, no Brasil colnia, uma poca mais brutal e de desbravamentos, os Princepes Brujahs foram predominantes, sucedendo-se em Principati relativamente curtos, houveram inclusive Principati gangrels e setitas. Em incios do sculo XVIII, com o crescimento da importncia do Rio de janeiro, um Ventrue antigo vassalo do Princeps Lasombra Antitribu de Lisboa (Afonso de Albuquerque aliado prximo poltica da Camarilla coordenada poca pelo Ventrue Mitras de Londres, que entendia a importncia dos magistrados na da Camarilla na Ibria e na Amrica hispano-lusitana) foi indicado como Princeps para a cidade por cerca de um sculo. O domnio delegado dos Ventrue cedeu na poca da vinda da Famlia Real, quando remanescentes dos Lasombra da Camarilla em Portugal foram perseguidos por Lasombras do Sab da Espanha e Frana Napolenica, reestabelecendo suas bases no Brasil ao desembarcarem do que ficou conhecido como a Nav Nigra (o antigo Princeps de Lisboa, Afonso de Albuquerque, ficou na Europa em torpor desde aquela poca sepultado sob os escombros da invaso napolenica; seu seneschal Pero de Gis). Esta poca de influncia Lasombra Antitribu no Rio de Janeiro - iniciada aps os integrantes da Nave Negra terem tomado o poder num golpe que comeou e terminou em uma nica noite e que exterminou 14 dos 20 Ventrues da cidade - sustentou-se at pouco depois da repblica quando tornou-se cada vez mais arcaizante, at serem destronados por uma renovao de Ventrues supremacistas, que, armados de um suposto iluminismo, forjaram um Principatus em modelos da ditadura napolenica, porm na poca de Vargas. notrio que os poucos Principati de Lasombras antitribus (o do Rio de Janeiro durou de 1809 a 1930) tenham sido marcados por uma moderao e eficincia na forma de governar e isto talvez seja explicado (alm de serem conectados historicamente com os ibricos) pelo fato de esta linhagem praticamente gozar da misericrdia da Camarilla e portar-se por isso de forma extremamente cautelosa e prudente, pois rapidamente podem tornar-se moeda de troca para serem entregues com vias de comprar uma trgua fcil de las bestias do Sab, os quais no Brasil controlam o seu mais importante centro urbano, consistindo numa ameaa premente. Alguns ventrues supremacistas e revanchistas do evento da Nav nigra, na poca da ditadura Vargas, aplicaram um golpe contra o Imperator Lasombra antitribu (com este cargo cedio pela Camarilla, tal governante Vampira controlava toda a Guanabara e o seu estado circundante, o Rio de Janeiro), e vencendo, logo aps uma invaso sab macia, comearam a apoiar o Integralismo e influenciar os vrios governos autoritrios na sociedade humana brasileira; no entanto o Princeps deu excessiva liberdade aos governantes cainitas de outros municpios adjascentes, obtendo inicialmente sua lealdade, j que o Magister que reinava antes no era Princeps, mas Imperator. Nesta poca aconteceram vrios compls organizados pelos ltimos Magistrados com vias a rebelar-se do que consideravam uma extorso dos Ventrues, ainda dentro da legalidade da Camarilla. O antigo Imperator e seus conselheiros foram assassinados pelo Princeps do perodo republicano de forma brutal e ilegal j que contou com Lasombras do Sab para ,alcanar seu objetivo de assassinar membros estveis da Camarilla. Mesmo este Princeps que inaugurou o perodo de terror no escapou ao modelo que inventou. Nos anos 50, Vargas, um carnial laado (supostamente s) ao Princeps carioca, suicida-se assolado pelo conflito entre demandas trabalhistas evocadas pela influncia do sangue Brujah e outras demandas mltiplas das elites evocadas por sangue Toreador, Lasombra do sab e mesmo de outros Ventrue. Aps uma dcada de crise entre os cainitas da elite (a essa poca os sobreviventes dos lasombras imperiais j no eram muito expressivos na cidade) um Ventrue considerado poderoso o suficiente para manter a ordem foi alado ao Principatus e at hoje se mantm; da mesma forma tm se mantido o ressentimento entre os cls (Ventrues e modelo de governar inaugurado pelos Ventrues no sculo XX.

Ultimamente, decidiu-se por consolidar uma poltica tradicionalista cara a muitos de seu cl atravs da dominao das igrejas catlicas clssicas, como sugerido pelos conselhos de Dom Tempesta, e seus contatos latinos e portugueses. Com isto Flvio obtm pequenos enclaves nos territrios de seus inimigos, com a vantagem de livr-los do sab. Isso tem sido fcil primeiro porque se tornara o herdeiro de seu senhor nesta rea, porque a catedral da cidade situa-se ao lado de seu domnio e por fim, porque a estrutura catlica altamente centralizada. Seus prximos avanos tticos devero se concentrar a partir do convento de Santa Tereza, e de enclaves das igrejas histricas da cidade.Dom Tempesta, no fim do Milnio, visitou Flvio e o esclareceu em outros temas. Ficou prximo por cerca de um ano, em uma poca em que sofria a crise dominial e perdia muito dinheiro. Foi pouco depois da crise da Argentina e ele fazia todo o esforo para mostrar que no agia como seu mentor, mas no fim acabou ensinando-o um segredo terrvel. Pensava que se tratava de alguma tcnica retrica escolstica ou algo parecido. Flvio cr que foi algo que desenvolveu por ele ser sacerdote, mas o senhor disse que ele em breve seria capaz de uitilazer-se do dom tambm. A capacidade poderia ser descrita como uma devassa na afetividade mais ntima e inconsciente das pessoas. Podia sentir-se a frieza das camadas de ego, id e superego que tentavam abafar certas sensaes e experincias vergonhosas, hediondas e perversas. Podia-se at toc-las e acess-las. Ercebia que no havia nada de sagrado em tal arte, mas Dom Tempesta fazia questo de conceder esta capacidade profana a seu descendente. Sua mistura de pragmatismo p-no-cho e religiosidade dedicada aos cultos mais simples f-lo recusar a proposta....

Certa noite foi-lhe entregue papis que descreviam uma tecnologia a qual seus melhores tecnlogos julgaram quase inumana, com a qual se pretenderia alcanar as entranhas da terra descendo e explorando cada vez mais as fossas sul do atlntico. Nestes abismos ocenicos pouco conhecidos - e que em sua primeira camada habitam seres semelhantes a vvidos pesadelos - ou mais abaixo, estariam os segredos da fonte das sombras que hoje Flvio to habilmente controla? Sua mente de engenheiro totalmente mal ajambrada para tais especulaes mstico-filosficas. Pauper Aristoteles cogitur ire pedes...Ele entende a mais recente tecnologia humana que alcana a profundidade de 5 mil metros submarinos e que perfurar a partir da. Ele entendeu toda revoluo informtica da virada do milnio, dos celulares multitarefa aos computadores e sistemas mais avanados. Ele no entendia o que estava esboado naqueles arquivos secretos copiados zelosamente por uma figura de confiana. Do que se tratavam aquelas complexas pranchas? Demoraram meses para que desenvolvesse uma explicao e para que fosse ao menos possvel entender algo dos projetos e documentos analisados. Flvio, que foi criado numa poca de despotismo, no admitia que a empresa de que se considerava um patriarca, um santo, mantivesse uma faco secreta que funcionava a sua revelia com inovaes no patenteadas. Aquilo poderia ter algo ver com os Tremere. No havia como provar e na verdade no parecia plausvel. Ao menos eles poderiam entender se aquilo tivesse a ver com sua feitiaria. Contudo, vazar esta informao para os usurpadores era um risco que no poderia facilmente ser corrido. ...

Flvio veste sempre cores claras, possui uma coleo vasta de ternos beges e riscas de giz, e tambm de discos. Crucifixos elaborados e rosrios de prola fazem tambm parte de sua fachada excessivamente piedosa perante a societas vampirica fluminensis. Exibe sempre na face lentes reflexivas douradas. Nunca exibe material metlico dourado, preferindo algumas poucas jias de prata e ouro branco, assim como um relgio destes metais com design conservador. Flvio est sempre ocupado e atento para sustentar e/ou expandir seu domnio, ele se tornou um dos cainitas mais poderosos da cidade, adaptando-se facilmente s regras da pequena Djihad, como si fueris Romae, Romano vivito more; si fueris libi, vivito sicut ibi.Circulando num carro extremamente veloz italiano, muitos dos seus ternos e veculos ostentam uma pequena extravagncia de Flvio: um braso com um escudo de cor dourada e negra, divididos em quatro, cada quadrado possui um animal simblico: uma serpente marinha azul no campo negro simbolizando as artes nuticas, uma ostra negra aberta com uma prola branca no painel dourado simbolizando a explorao petrolfera. Um carcar negro no fundo dourado simbolizando a indstria aeronutica, e uma ponte branca em um mar negro no ltimo quadrado simbolizando seus anseios sobre a indstria da engenharia rodoviria e tambm pela despoluio da baa de Guanabara (causa secreta com a qual espera aumentar a influncia na cidade). Faixas brancas envolvem o escudo com os dizeres em letra negra: Rara avis in terris, nigroque simillima cycno (Ave rara nas terras e muito semelhante ao cisne negro).Ele passou a ser adepto dos novos gadgets devido a prpria evoluo que sua profisso lhe apresentava.

Seus criados costumam cham-lo sob suas ordens de Senhor Tigre, alm disso so extremamente formais com ele. Flvio jamais castiga carniais e a quem quer que seja, publicamente. Prefere elogiar publicamente e admoestar secretamente. Regras de um bom corteso.Apesar de ter sido criado numa famlia catlica aristocrtica e sob a gide de duas ditaduras, tendo ajudado a sustentar e desenvolver a segunda, Flvio atualmente decidiu por uma poltica liberal econmica e culturalmente, prefere que as coisas venham espontaneamente, aproveita todas as chances e ele gosta do desafio de adaptar-se rapidamente

Freqenta o Rio Cenrio no lavradio que faz parte de seu Domnio, ali recebe a muitos da elite cainita e da dita elite cultural do kine de forma despojada. Pretende, a partir do crescimento econmico da cidade, reabrir o restaurante Assrio do teatro municipal atraindo a elite endinheirada com um lugar exclusivssimo, moderno e glamouroso, pois com o crescimento econmico e movimentos de ascenso social, h demanda para outro lugar reservado na cidade. Certa vez uma socialyte disse que no havia mais graa viajar a Nova York por que se corria o risco de encontrar com o porteiro do prdio. Flvio, sempre criado no meio das elites, mas tendo participado de uma guerra e ter convivido com petroleiros e operrios, entendia essa necessidade humana de exclusividade, ou seja, de definir os estabelecidos e os outsiders de cada instituio.Hoje o Magistrado teria alcanado o no-lugar do empresrio, no lhe preocupava mais o dinheiro, e sabia que apesar do discurso humanitrio que utilizava para amaciar alguns ouvidos, era s um meio. Tinha a iluso convicta de que o capital em suas mos era como aquela moeda mitolgica que tinha vontade prpria e ludibriava manobras contbeis e estatsticas, multiplicando-se indefinidamente. Era tambm como imaginava ser a fonte das sombras que destilava.

Na corte vamprica sempre tem se comportado de forma discreta e distante. Ele no tem sido convidado para os eventos oferecidos pelo Princeps e nem para os oferecidos pelos primognitos (fora os Brujah e nosferatus que o convidam para shows pouco respeitveis no circo voador: conquanto ao rock, Flvio era um adulto jovem no tempo do yeyeye e parou nos eventos do rock dos anos 60 e 70 ele tem profundo horror ao punk e j deu uma graninha por pouco tempo a uma pequena gangue de skinheads do filho de um de seus scios). Essa excluso tcita lhe rendeu frutos no sentido de obter informaes sobre os membros durante estes parcos momentos em que esto completamente enovelados em seus arcaizantes cerimoniais. Ademais, Procul a Jove, procul a fulmine (Longe de Jpiter, longe dos raios).Frases Comuns

Scilicet. Contrao de Scire licet (convm saber). Claro, Evidentemente, Naturalmente.Rex Regnat, sed non gubernat. O rei reina, mas no governa.

Pluris est oculatus testis quam auriti decem. Mais vale uma testemunha ocular que dez de ouvido.

Res, non verba. Fatos, no palavras.

Quase fuerunt Vitia, mores sunt. Os vcios de outrora so os costumes (de hoje).

Primeira cena

Com o sol posto, com a lua dbil e etrea no ltimo quarto minguante, Flvio Auto Tigre podia terminar seu autoflagelo em razo da causa do desenvolvimento e enriquecimento do pas. verdade que seus objetivos se alinhavam intimamente com os da empresa, e obviamente ele enriqueceria neste processo; mas ele tambm sempre fora um nacionalista ferrenho, porm pragmtico, desde a tenra infncia passada na poca do integralismo quase fascista da primeira fase da ditadura Vargas. Portanto, ele sincera e cinicamente acreditava que qualquer coisa que ele mesmo viesse a fazer sempre conspiraria ao fim para o bem da empresa. A figura imponente finalmente saa de sua tumba com paredes de mrmore brancos macios. Era o escritrio mais intrigante de todo o arranha-cu. Dentro de uma vasta sala com paredes de um branco e rseo delirante, situava-se o todo poderoso Magistrado acionista, o mais zeloso e tambm inacessvel da empresa. Sem janelas panormicas (sem janela at all), tinha escolhido exatamente o bloco central, o verdadeiro corao ptreo do edifcio para situar seu centro de comando e refgio principal; o escritrio era amplamente arranjado sob uma esttica minimalista, uma das poucas vanguardas artsticas que agradavam o Magistrado. Com um Apple (ver modelo especfico Mac?) de ltima gerao que quase se tornava invisvel camuflado com a cor das paredes belamente massacrantes, e poltronas e cadeiras fluidas ao estilo Bauhaus; sua sala lembrava vagamente um laboratrio germfree e todos que l iam ou para l eram convocados intimidavam-se com a sensao de uma iminente dissecao que se lhes poderia ocorrer. Como o castelo do prprio Pluto (Hades) este escritrio era inexpugnvel a qualquer luz da natureza, e dali aquele Magister Nigrum s poderia reger o submundo e a tenebrosidade. Os funcionrios que o viam sair aps semanas de clausura ficavam profundamente aliviados, pois a presena claustrofbica, paranica e obsessiva de Flvio era uma garantia de produtividade intermitente e crescente noite, era aquele olho do dono que engordava o gado. Os radicais gostavam de dizer que ele era o capataz que dirigia o moinho satnico do capitalismo. Numa poca em que a obesidade tornava-se quase uma moda bizarra [no mundo punk gtico] em muitas metrpoles americanas e tambm latinoamericanas, na Petrobrs ela marcava uma distino entre burocratas de escritrio (gordos) e os petroleiros embarcados (relativamente magros e atlticos). Dessa dualidade caracterstica da empresa era excluda a maioria dos grandes empresrios que a controlavam, os quais eram vistos como quase super-homens que cultivavam sua aparncia e sade. Mesmo os mais idosos destes transpareciam alm de uma idade menor, uma altivez e tambm resqucios de alguns msculos que lhes deram os esportes e o fisiculturismo. Flvio era um exemplo gritante deste novo Homo aeconomicus aerodinmico, e se tornara assim numa poca em que o culto ao corpo no era divulgado fora dos crculos jockers e Beefcakes norte americanos. Aqui, nos anos 70, esta imagem era mais uma Rara avis in terris, nigroque simillima cycno (Ave rara nas terras e muito semelhante ao cisne negro).Sua consorte cainita tinha-lhe (re)apresentado o futurismo italiano, e diga-se que o futurismo italiano era em muitos aspectos pr-fascista, e que exaltava em escultura o homo novus que impregnara a cultura nacionalista que recebera na adolescncia. Esse homem lquido, teflnico, telrico, informacional e fluido, e simultaneamente possuindo o corpo metalizado e seu crebro silicizado, Flvio cria est-lo se tornando. Com a Toreadora Anabela Letcia, formava um casal muito agradvel publicamente. Os dois, numa suma anttese da possessiva relao entre um tirano e uma histrica, exibiam uma relao equilibrada e, enquanto muito sutil e potica, era tambm salpicada de liberalidades. Tais liberalidades acabaram tendo um papel ttico e importante em suas carreiras, j que alguns cainitas vieram (e viro) a apreci-los secretamente - ou pior publicamente - e muitos mortais tiveram seus coraes partidos em vias de perder-se em tramas muito parecidas com o que narrado nas cartas de Liaisons Dangereuses. Aps sair do prdio macio na Avenida Chile, caminhou rumo ao Lavradio, e apesar de no estar exatamente faminto, Dom Auto Tigre gostaria de uma refeio simples, rpida, jovem, levemente rstica e saborosa. Em sua vida humana teria comido um rpido picadinho de carne com legumes. Sara fulminante e firme a p - o que raramente fazia - e caminhara com aquela informalidade artificial e solene que lhe convinha. Um clima de desolao descia sobre o Lavradio normalmente to movimentado noite.

Solitariamente uma pequena mulher caminhava num fio de rua que delimitava uma zona neutra do embate simblico-arquitetnico entre o minucioso, carnal e intenso estilo colonial; e o abismo envidraado repleto de colossais transparncias ilusricas. Ela procurava esquecer seus problemas ou era oprimida espiritualmente por esses dois Genii da Civis Fluminis Januarii?Existia a catedral, existia sua sombra formada pelas luzes (artificiais, luares, solares, divinas) e existia a sombra hiperreal da realidade da catedral no arranjo do cerco das transparncias. Flvio o sem reflexo - se lembrava daquela histria em que uma menina passa para outro mundo que consiste no atravs do espelho, ou pior: outra fbula-pesadelo em que os seres aquosos do mundo especular estavam s aguardando para realizar uma invaso surpresa de nossa realidade a partir de que seramos ento condenados a imit-los, como supostamente os primeiros humanos teriam feito a eles no passado. No acreditava que lembrava ainda destas histrias de formao da sua juventude, e tinha percebido que estava dado a esse tipo de divagaes pseudo-filosficas ultimamente. Talvez fosse o excesso de trabalho, e sua mente procurava forjar um escapismo de uma maneira familiar e espontnea. Mas pensava que este tipo de explicao s serviria para saciar crianas. Talvez fosse s parte de sua condio vamprica e como era distante dos seus j esquivos pares, pouco sabia da essncia do vampirismo. Sua amante no o ajudaria muito, pois ela sempre se negou a ver esta face bestial da raa.Ele acabara de benzer-se perante a catedral. Hbito profundamente inculcado nele. Existiam trs sombras de si projetadas por altos refletores, alongadas pelos muros e o cho. Seu negror espraiava-se. Os refletores o incomodavam e as sombras bruxuleavam rapidamente enquanto o Magistrado procurava dobrar a esquina da Rua do Lavradio com a Rua Chile. A pequena que o cansado magistrado encontrou muito casualmente vestia uma roupa ao estilo caixa de lpis de cor e uma saia jeans, os sapatos leves de pano e as bijuterias baratas somavam-se ao visual popularesco. Mas sua roupa alegre parecia em profundo contraste com a tristeza de seu rosto comum. Uma legtima Macabia (personagem criada pela obscura, triste e agourenta Senhora Lispector, a quem teve o desprazer de conhecer). Flvio no lhe foi clemente. Seu olhar encarcerou seu corao e um toque do dedo dele passou a ser como um mundo sobre as costas dela. Ela teve seu momento quando em uma nica hora o Magistrado - grande pedagogo sexual - tornou-a a mais arrojada atriz porn. Seu prazer teve um grande preo, pois o vampiro lhe sugara fartamente, mas ao final houve uma vaidade de clemncia nele. Ele deixara-a completamente em estado de choque, brutalizada no cho de pisos e azulejos perolados do banheiro de motel medocre, mas logo caiu em coma, bastante anmica. Mais branca, limpa e pura. Uma Lucretia popular. Foi socorrida pela profissional da limpeza do motel, na manh seguinte, encaminhada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, onde esperou trs dias por uma transfuso na emergncia lotada, e ela no foi abordada em sua histria por ningum, nem psicloga ou assistente social. Ela no sabia mais quem era.Logo depois o Magistrado partia tranqilo e saciado, com a velocidade menor que a metade da potncia de seu carro, para uma reunio com seus velhos scios no iateclub da Urca. Antes ligara para sua consorte-comparsa vamprica que lhe convidara para um inusitado baile no Elysium principesco da cidade. Aps marcarem um encontro, ela entregara-lhe em despedida simulacros de seus batimentos cardacos produzidos com a vitae vamprica: Eram gestos significativos para os membros de uma sociedade que raramente conheciam o amor, mas especializaram-se na traio e no assassinato. De qualquer forma, Flvio no gostava da maioria das festas cainitas, pois existiam muitos protocolos e o voluntarismo de um casal principesco formado por um tirano e uma louca criavam novas convenes e arbitrariedades a todo o momento. Pessima respublica, plurimae leges (O pior estado o que possui mais leis).No iateclub acontecia uma festa hipster oferecida para a nata social local, era uma sexta, s 23 horas. Seus scios, porm no pareciam saciados. Ele estava prximo de domnios antigos dos Ventrues e s pensava que deveria seguir totalmente o protocolo, sob risco de olhos crescerem para si.A sala da diretoria em que Flvio e os scios Medeiros e Ferreira conversavam abria-se como um precipcio sobre a multido sensualizada que se sacudia beira da boca banguela da Guanabara.

Flvio recuou as presas naturalmente ativadas pelo desejo desperto com a viso de centenas de deliciosas veias saltitantes. Os velhos olhavam para baixo, como corruptos magistrados romanos num coliseum, excitados e suados com a dana coletiva, bafejados pela maresia morna e levemente ftida das periferias da baa. Ansiosos, ofereceram-lhe bebida para que Flvio juntasse-se logo a eles em seu deboche luxurioso. Pela impossibilidade vamprica de ingesto de alimentos e bebidas que no sangue, Flvio sentiuse vontade para interpretar o papel de cristo legtimo, responsvel e continente, gabando-se de sua fortaleza perante as supostas tentaes representadas por meninas em roupas insinuantes, entorpecentes e iguarias. Lamentava em contrapartida, numa postura de cmoda superioridade, o quo miserveis eram, j que velhos quase impossibilitados de darem vazo aos seus desejos com a menor qualidade eram ainda mais escravos destes desejos que um homem adulto plenamente potente. Proh Pudor (Que vergonha!).O clima de Pia Fraus foi assim preparado para quando na leitura dos documentos cogitaram uma conspirao vantajosa para eles e, logo, para o pas. Veio da China - mercado consumidor mundial de energia mais promissor - uma urgncia para vender aes com vistas a abaixar o valor e aumentar parcamente a porcentagem de aes de cada um na empresa; mas Flvio preferia aplicar a bem conhecida regra da mscara, deixando que a boiada passasse espantada com a possvel queda dos valores insinuados ilusoriamente por eles mesmos, mas que em uma deciso de canetada de ltima hora, baseados em acordos com a classe poltica, fosse estimulada para uma venda massiva de forma barata, mas eles as comprariam. (no entendi bem reescreva)Os idosos investidores contemplaram o abismo de petrleo nas profundezas dos olhos de Flvio.

A voz Magistral acariciava seus ouvidos e sua lgica ambiciosa beijava seus egos. Enquanto Flvio dividia as tarefas, eles imaginavam as licenciosidades que cumpririam com seu aumento fcil de fortuna....

Como passara a noite passada conjurando com seus scios planos para aumentar o controle da Petroleira, esse processo o exasperou ao contemplar as possibilidades. O sono dele foi um pouco irrequieto e acordara tarde, mas no o suficiente para estar atrasado para o encontro com a escultora e sua namorada Anabela, figura de honra na festa do Princeps, reconhecida por ser artista de qualidade e criatividade at em sales europeus, mas que mantm um emprego comum de policial civil, com vias a cultivar sua humanidade.

Quase intimado a ir festa, no pelo dono, mas por uma ilustre convidada, imaginara para si o papel de Lictor, um baixo magistrado romano que exercia a funo de proteger um magistrado alto tal como o cnsul e o pretor. Ele, que no fora convidado pelos organizadores da festa, seria levado por sua consorte como um agradvel acompanhante. Sua figura seria vista pela sociedade como um humilde servo apaixonado pela brilhante artista carioca.

Ele tambm imaginara que devia ficar muito pouco tempo na pompa. Na verdade, gostara de ser ignorado para estas festas, pois se tratavam dos poucos momentos em que Flvio tinha certeza de que o Princeps e seus ancies deixavam de lado a vigilncia de seus interesses.

Na Gvea, onde se localizava a casa de Anabela, existia uma multido que se acotovelava para ver alguma coisa, talvez um acidente. Flvio ignorou o quid pro quo e virou a esquina onde ficava o duplex da escultora e acionou a garagem com um dispositivo eletrnico porttil que sua amada lhe dera.

Tinha acordado com Anabela que iriam interpretar uma pequena pea hoje. Ela como senhora etrea, sria e imponente. Ele seria um valete distinto, um pouco desdenhoso, assumindo uma funo cmoda na sociedade dos cainitas. Flvio gostaria de passar como o Inofensivo, ou melhor, nem ser percebido, se puder, como um Nosferatu. Apesar de Flvio ter uma presena realmente imponente com seus quase dois metros de altura, ele no possua a energia natural e fluida que emanava de Anabela quando aplicava suas ordens. Para o Magistrado, a escultora excntrica que era sua senhora por dez anos. Foi ela que por amor havia movido mundos e fundos para possu-lo, e havia conseguido. No faria o estilo de Flvio utilizar algo to tolo quanto o amor na Djihad. Nunca fora exatamente um bom namorado ou marido, tinha se divorciado trs vezes, os casamentos duraram pouco, e no sabia se o nico filho do primeiro casamento ainda estava vivo.

Mas ele estava realmente envolvido pela artista excntrica, e, na Djihad, certas decises depois de tomadas determinavam um leque estreito de opes. Raciocinava da seguinte: se fosse competir pelo melhor papel de vampiro regenerado pela ordem da Camarilla, deveria dar o seu melhor. O Magistrado encontrara a Toreadora belamente esculpida em suas formas por um vestido justo de seda carmesim; a bela morta-viva costurava docemente com fios de sombras abismais tangveis, um pequeno dom aprendido com seu consorte. Anabele talvez em sua inocncia entendesse a importncia destas manobras e usos polticos de forma tcita. Na verdade, ela apreciava que seu parceiro tivesse gosto por teatros de sombras e jogos manipulativos. Imaginaram sem conspirao e de forma quase harmnica a mesma enquete e os mesmos papis. Ela de uma princesa branca e pacfica que emana vida com suas formas esculpidas; tal princesa seria acompanhada e protegida por um cavalheiro elegante e bem-sucedido, muitssimo leal e devoto sua amada e ao seu Princeps suserano. Em certos momentos, Flvio devia concordar que o Brasil e a cidade de So Sebastio em especial pareciam fornecer timo cenrio para o feudalismo.

Anabela rompeu sua reflexo paranica com uma pergunta superficial feita de maneira insegura:

- Voc confia em mim? Quero dizer, no meu gosto, no que estou fazendo agora? ela o vestia conforme o figurino do personagem e maquiava-o sutilmente.

- Scilicet! (naturalmente!) Pegara a mania de falar certas frases de efeito em latim, causada sem dvida pela soberba natural de Flvio, mas talvez tambm agravada por certa frustrao de no ter sido advogado como queria ele mesmo, e sim engenheiro como quis seu pai. No entanto, ele explicava para os que ousavam perguntar o porqu desta afetao, que somente o latim expressava certas idias de maneira clara e ao mesmo tempo concisa. Como gostava de ser econmico mesmo nas palavras, ento usava o latim.

O casal de vampiros ele do cl das sombras, ela do cl das rosas conversava pouco, mas se comunicava bem em silncio, e a razo de um estar junto ao outro diferia profundamente de um pro outro. Para ele, ela o acalmava. Para ela, ele a perturbava e excitava. Ela era como um entorpecente para ele. Ele era como esporte de alto desempenho para ela. Ela minimizava as coisas que ele dizia, pois na opinio dela, ele era um cientista e s entendia de verdade de uma s coisa. Ele dava importncia demais s palavras e gestos dela, pois ela era uma artista, que ao ver dele ela devia consistir em pura expresso e gestual. Ele apaixonou-se aps o primeiro encontro. Ela j era apaixonada antes, no s por ele, mas por toda a condio dele.

Flvio foi seu chauffeur esta noite, um mero motorista noturno. Refletindo agudamente considerava-se mais prximo a um barqueiro que levava uma alma ao Hades. Um cime lancinante entrou em erupo, e os olhos abismais do Magistrado fumegavam. Anabele no viu esta reao, ou se viu, fingiu no ver. Flvio no gostava da idia de entregar o que tinha para um Princeps que lhe parecia frouxo e deprimente. Mas ele decidira que deveria no exatamente se aproximar do Princeps, mas traz-lo inocente e espontaneamente para perto de si. Queria saber qual era o perfil psicolgico do prncipe. Precisava saber quem era este homem a quem entregava coisas preciosas. Que estilo de governante era? Fazia o estilo preguioso no poder? Ou era ele mais astuto, fazendo esta aparncia, mas sabendo que Natura non facit saltum, preferia conservar melhorando? Ele deveria deix-la. Uma expresso ecoava em sua cabea: Necessitas non habet legem. (A necessidade no tem lei).

Prximo do local da festa e numa via arterial como a Rua Senador Dantas, Flvio estava a uma velocidade vertiginosa. Sua consorte incomodou-se e protestou brandamente. Ele estacionara com uma manobra de exatido cirrgica frente do teatro Municipal, encontrava-se impassvel. Era definitivamente a partir de agora, o Lictor.

O Teatro Municipal tinha uma arquitetura quase totalmente imitada de um exemplar em Paris, e era guardado por um vampiro que falava e vestia-se carregado de artifcios decorativos, assim como o teatro. O Guardio recebera sozinho o casal no trreo do Elysium. Sua senhora pareceu referir-se a ele como Fernando e falaram soberbamente em francs como se vivessem ainda em tempos imperiais. Anabele no esclarecera ao companheiro o que disseram. Pareciam meras palavras de mesura e cumprimento, e o magistrado pareceu no se importar.

A Harpia guardi dirigiu-se ao Lictor passando a lamentar sua pouca presena nas festas e eventos da Societas Cainita. O humilde Magistrado alegou questes de excesso de trabalho, e esclareceu que era um mero valete de sua dama.

Fernando era bem baixo mesmo para os padres da classe mdia (no ficava prximo de 1,70 m de altura), e era tambm compacto, levemente atarracado. Ele parecia combinar mais uma vez com o teatro que guardava, pois a imitao carioca do teatro francs encurtava o fronto do edifcio original, deixando com uma impresso de um prdio amontoado em cubo. No obstante, o Teatro era extremamente suntuoso dentro e fora, com revestimentos e corrimos em ouro, pisos e revestimentos em mrmore carrara, pinturas neoclssicas imponentes e o atendimento exmio.

Aps deixarem a harpia-mor na entrada do elysium, o casal dirigiu-se festa propriamente dita. Ao terminarem de subir as largas escadarias perceberam que todo o local estava decorado com grandes vus e cortinas colossais que descendiam como pesadas brumas da madrugada por todo o saguo principal. Suaves camadas transparentes marcavam texturas e dobraduras impossveis no espao amplo. Toda a festa era um grande elogio tradio da Mscara. Os parcos vampiros que podiam ser vistos - no porque eram poucos, mas porque envolvidos por tais bolses dimensionais de transparncias pareciam tremeluzentes e improvveis, tais como eltrons deveriam se comportar em suas rbitas e subcamadas. Estavam todos interpretando um papel e todos vestiam tolas fantasias. Todavia nenhuma fantasia era mais irnica que a de Helio, mas era a que provavelmente inspirava maior gravidade. Todos dali pareciam ao magistrado efeminados, lnguidos, e seu rpido olhar avaliou que no deveriam ser considerados da raa titnica de que ele se considerava parte. Veio-lhe mente rapidamente o mito de Tor que teve de travestir-se por uma temporada (o inverno, o prprio mito explica o inverno com a perda do martelo que fazia troveja e chover para a mo de gigantes do gelo) para recuperar o Mjolnir dos gigantes. Ou de mitos que mostravam o quo Loki e Mercrio podiam ser astutos.

Ele precisava encontrar, no mar de lenis espectrais, o Princeps da Cidade e entregar-lhe as quatro ddivas importantes para o ndulo estratgico que imaginava implantar. Imaginou-se como um praticante de um ritual antigo e que requeria profunda devoo, como faziam os antigos magistrados romanos no seu fazer poltica. Entregou robtica e sucessivamente os presentes ao que lhe pareceria um cobioso Princeps. O primeiro era uma escultura de fundo moderno que comprara de sua consorte, mas que ofereceria como um presente de sua consorte. O segundo era uma pequena percentagem de suas aes em petrleo para o cl Ventrue, pensava que, ao convid-los a participar da empresa, poderia estimul-los a cooperar com Hlio criando uma relao de cooperao, interdependncia e de boa vontade. O terceiro era sua prpria amada Anabela, deciso de que quase se arrependera. O quarto e ltimo presente estava sendo preparado e iniciava ali. Ao final, o Princeps e a Camarilla reconheceriam seu papel de despertador, para uma nova era dinmica, mas com um novo patamar de estabilidade, com fora capaz de enfrentar o Inumano que se montava com a liderana do Sab em So Paulo.

Helio foi, aquela noite, um homem qualquer no meio de todo aquele requinte. Quase acreditou que adquirira a capacidade de ser um Z atravs do sangue daquela ltima caa que obtivera.

Porta-voz de sua senhora, uma ftil Toreador, ela cumpria seu papel esperado e deixava seus colegas mortos-vivos confortveis conquanto suas atitudes. Entregou humildemente os presentes planejados. Os dois primeiros foram quase desdenhados pelo Princeps. Mas no terceiro. Os olhos do Princeps reagiam perante Anabele como se estivessem diante de um Mirabile visu a despeito da louca extremamente sensual que era sua esposa e o acompanhava. Eles falaram em francs mais uma vez. Flvio parecia excludo de seus mundos, dos sonhos. As dvidas dos presentes desdenhados rapidamente se tornariam opicio na mente preguiosa do Princeps. O mundo do Magistrado era somente a terra cinza, a terra e suas profundezas.

Ele tentou um galanteio plebeu - como forma de consolao a desolada louca que ficara solitria; mas que acabou soando como uma proposta de swing - com a consorte do Prncipe. A mulher andava como se perdida e Flvio ofereceu a mo. O Lictor foi recusado taxativamente, j que a louca preferia encarnar uma mulher do sculo XVIII e esperar calmamente seu cpido esposo.

O plano havia corrido muito bem e ele s retornaria caso sua amada precisasse.

...

O Magistrado, ao saber que Primognito Brujah da cidade, Dom Salomo, no se encontrava na inebriante festa do Elysium, procurou saber deste cainita que se recusara a provar das delcias do prncipe. Como no sabia o contato dele, resolveu visit-lo intempestivamente. Tinha certeza de que no correria perigo.

Pelas informaes fornecidas por sua consorte Anabele, s sabia que deveria procurar pelo templo em Santa Teresa. Pensou logo no convento que d nome ao bairro, mas no podia ser, pois os Brujahs costumam assumir posturas muito iconoclastas para reunirem-se em um convento. Flvio at julgava que o mundo vivia numa espcie de pornocracia, e talvez o novo jeito de ser iconoclasta fosse agindo como um bom cristo. No entanto, no sabia se os Brujahs cariocas alcanavam este nvel de abstrao. Preferiu esperar o bvio. No deveria ser um templo, mas o templo.

Alcanou em alguns minutos o pequeno e colonial bairro de Santa Tereza para onde tambm possua acesso direto do seu Domnio pelos trilhos do Bondinho atravs do Aqueduto. Pegou a Rua Slvio Romero e alcanou a Joaquim Murtinho onde contornando as periferias do Morro do Curvelo, o Magistrado alcanou, alm do Parque das Runas, o Tempo.

Era um templo dedicado ao delrio causado pelas substncias espirituosas. Seus ocupantes podiam ser descritos como algo prximo a uma horda de hippies com grave estado de dependncia qumica. No edifcio amarelo de arquitetura ecltica reinaria Salomo, que devia ser naturalmente o mais sbio em seu reino, j que todos os seus sditos e conselheiros eram degenerados. No havia nenhum item dourado, s o amarelo. Cogitava o Magistrado se seria uma proibio arcaizante do prncipe, que visava reservar o prestgio da exibio do ouro s para si? Ou, a julgar pela horda, Salomo teria contatos estreitos com Setitas? Outras perguntas passavam pela sua cabea, mas no estava mais to certo se estaria seguro aps estar no inusitado domnio.

Assim mesmo adentrou o casaro, sendo recebido primeiramente por um cortejo de mendigos alcoolizados prostrados ou cambaleantes. O Magistrado logo em seguida adentrara um arco esfumaado composto por ervas, hashish, crack e misturados afins. Mais frente, em cada beira esquerda e direita de uma escadaria central havia um amontoado de viciados. Salomo cultivaria ou mitigaria a misria destes seres rastejantes? Se cultivasse, haveria uma espcie de hierarquia secreta por graus de dependncia qumica que se traduziria numa ordem espacial dos drogados no Templo? O que tornava tudo mais interessante na viso de Flvio era que a arquitetura do templo evocava uma atmosfera intimista. Apesar de imponente, era pequeno, pouco ajambrado, e no tinha o porte real para a grandeza que almejava exibir pelo estilo. Havia ali um tom manico ou rosacruciano de sociedade secreta. Mas no passaria no mximo de um deboche profano. O Magistrado deteve seu julgamento, pois no lhe cabia a pretoria neste momento. Preferiu j cercado, comunicar-se a um dos manemolentes convivas.

- Salomo... Sussurrou baixo esperando que o prprio Ancio Vampiro pudesse ouvir se ali estivesse.

- O rei Salomo! Um dos torpes gritou, referindo-se provavelmente ao famoso rei hebreu.

Algum lhe perguntou subitamente qual era sua famlia. Estava to chocado com o lugar que respondera sobre sua famlia humana, Tigre. Corrigiu, informando o cl, ao ser admoestado: Seor de las Sombras para Senhor Brjo, Declo a l.

Logo uma pequena garota raqutica gui-lo-ia presena deste mestre da cl Bruja. Como Flvio uma vez

Numa sala cercada por homens srios e parecendo sbrios (seria o ltimo crculo hierrquico do medonho ancio?), estava Salomo sentado desdenhosamente sobre seus escombros de templo. Cmodo, numa posio de vampiro temido na cidade, ele abstinha-se da alta poltica do principado, assumindo na cidade uma posio de quase Autarkis, ao mesmo tempo em que defendia a cidade contra o Sab.

-Sim! O ancio afrontou o ousado visitante.

- Sim, Senhor. - O Magistrado respondera com a devida reverncia. Na verdade no sabia quantos anos possua o Ancio.

- O que lhe traz aqui? O ancio proferiu pergunta em tom pouco amistoso.

- Hoje existia uma festa cainita na cidade e no fui convidado. Necessitado que estava de amigos soube de outro como eu que fora excludo e resolvera dar uma festa prpria.

- Festa?! Excludo?! Parecia bastante indignado.

- Sim. No isso que ocorre aqui? Uma festa bem animada por sinal! Respondeu ironicamente o Magistrado, que tentava esconder s.

- Pois o conheceu. No acredito que tenha vindo aqui s por causa da festa. Mas, j que est aqui, sinta-se a vontade para experimentar algo.

- No. Sinceramente no. No vim, s por isso. Como disse quero conhecer este homem. Estamos em posies to parecidas. Leve-se tambm considerao que tenho tido noites montonas. E no tenho apreciado as...

- Montonas?! Pareceu indignar-se mais ainda.

-... Arcaicas festas principescas.

- Mais um principezinho ibrico que acha bonito ter um Brujah como capanga. Escondem-se nas guerras e reclamam da monotonia da paz!

O magistrado realmente tinha sido vtima de um mal entendido. Flvio entendia as razes da decepo do ancio. Fez um silncio avaliativo. O tom nico a que se referia advinha do trabalho massacrante.

- O senhor deve realmente estar me entendendo muito mal. No sou este tipo de pessoa. Mas gostaria de dizer que estou pronto para arregaar mangas para trazer estabilidade real para a cidade. Sendo eu capaz de manipular as sombras como muitos do Sab, constituo uma vantagem ttica, que algum interessado realmente na segurana da cidade no pode ignorar. E estou disposto. A combater e no a criar vus para esconder os defeitos e fraquezas que futuramente podem ser mortais. O senhor poderia sempre contar com meu ouro negro e minhas habilidades, inclusive para por a mo na massa, no que concerne a causa da segurana real e total da cidade.

O Ancio fez uma pausa longa. Depois continuou como se nada tivesse acontecido:

- O carro l fora seu?

- Sim. Disse calmamente o Magistrado que esperava o pior para o veculo no local.

- Pedirei a gentileza de lhe devolverem o carro que tomaram.

- Muito grato. Disse com leve tom irnico. E virou-se.Deixara o casaro daquele que como o eunuco Daniel se recusou a usufruir das iguarias do Rei da Babilnia. Hlio conclura que Salomo na verdade recebia, como Cristo, aquelas degeneradas criaturas. Era um franciscano ps-moderno. A partir disso retirara uma tima lio. Na sociedade dos cainitas (j sabia isto da sociedade dos cariocas) os leais, os virtuosos, os bondosos e os de boas intenes so rapidamente tratados como otrios (ou simplesmente o eram mesmo). Neste sentido, o feudalismo carioca no era buclico e harmnico como o da Pax Deorum crist medieval histrica vendida pelo catolicismo, mas era degenerescente e corrupta como em Game of Thrones. No existia cinismo na identificao que Flvio possua com este iluminado cainita. De todo modo ele podia ser um otrio na viso carioca de Flvio, mas ainda era um otrio temvel. Olhou ao seu redor. Pensava que as pessoas tidas como boas, quase sempre so fracas. A bondade delas no vem da fora, vem da fraqueza. Elas so boas porque no ousam ser ms. Aqueles drogados lhe pareciam mais autnticos.Ao chegar l fora viu que seu carro estava estacionado mais prximo frente da casa e com a roda direita atravessando o meio-fio. Um dos hippies, com um culos circular que lhe dava um ar intelectualizado la John Lennon, ofereceu-lhe por 200 reais um livro de arte e mitologia africana. Aceitou. Era relativamente pesado e de uma reluzente capa com detalhes dourados.

140 por hora descera as ladeiras de Santa Tereza violentamente. Estava profundamente irritado por ter se deixado afetar pela presena do cainita cuja superioridade de poder era tangvel. Fora cauteloso em excesso por estar no Domnio de um vampiro ancio, que no pde comportar-se da maneira mais eficaz. Imaginava que havia tanto a conversar... Flvio preferiu acreditar que o instinto o levou a ser cauteloso, e nunca se o suficientemente paciente numa guerra entre criaturas que vivem por sculos.

Alcanara a Torre de Obsidiana em menos de um minuto. Ao estacionar na sua torre particular, viu que o livro estava jogado no cho do carro pelo chacoalhar da viagem, aberto numa pgina dupla, em que se via um imponente rei-deus africano semi-humano, semi-animal que era morto por uma figura sombria que saa de uma densa floresta. O quadro era intitulado: O Esprito da pedra negra destri Guruhi.Fechou o carro. Subiu carregando o livro caminhando para o ortocentro ptreo da Torre de Obsidiana e guardou-o rapidamente em sua biblioteca, localizada em sala mais interna ao escritrio branco marmreo, num escuro e amadeirado setor que se dividia em quatro salas intimistas com teto rebaixado. Uma era sua sala de estar com um modernssimo centro multimdia completamente embutido, em seu centro havia um vasto sof de couro negro em forma de L. A segunda sala era um closet que se acoplava com a terceira, um banheiro de tamanhos modestos, com uma grande decorao em azulejaria montada ao estilo portugus que ilustrava a conquista de Goa por Afonso de Albuquerque. Ao fundo localizava a biblioteca, uma sala mdia que possua uma grande quantidade de estantes de ao inoxidvel, devido ao mecanismo de alavancas para economia de espao.

Largou o livro na ltima prateleira disponvel e sepultou-se.

...

Acordara resoluto a resolver as questes prementes que assolavam seu campo financeiro. Devia mobilizar, a partir de agora seu capital poltico, financeiro e social para mostrar que os locais a que tinha clamor seriam protegidos por ele.Arrematou a sua prpria proteo falando com o chefe da segurana da Petroleira e ordenando-o selecionar os melhores homens para que fossem gratificados. Tendo eles aceitado sem muita necessidade de esforo, Flvio ofereceu-lhe um caf agraciado com uma gota de seu sangue negro. Deveria fazer um teste mais tarde com estes e outros.Precisava de olhos e comunicao rpida com a sociedade. Os jornalistas da empresa passaram a ser mais ativos e vigilantes em setores como as barcas, os portos e o aeroporto. Um Nosferatu contou-lhe que houve uma invaso das barcas pelo sab acarretando uma quebra da Mscara. Flvio via nesse incidente a oportunidade para consolidar este pedao da baa como Domnio. Precisava articular com os ratos e os Gangrel uma forma de resolver rapidamente o problema e fazer como dissera Salomo, tomar a frente pelas aes e receber as benesses. A diferena que ele estaria presente no combate. Como um Magistrado com o poder de Imperium pode-deve agir.Resolvera falar diretamente com o Presidente das Barcas S.A. pessoalmente e como em breve deveria visitar o prncipe de Niteri. Aproveitou para ordenar que Dona Carminha, sua secretria e outros assessores lhe arrumassem reunies estratgicas. Ministro das Minas e Energia, os presidentes do Porto e do Aeroporto Santos Dummont. Essa semana seria cheia e estressante. Ligou para Pessanha, Moraes e Alcebades, os outros conjurados necessrios para tomar a maioria na Petroleira. Teria que encontrar cada uma deles. Fora uma tolice dividir as tarefas com os Velhos Medeiros e Ferreira. O esquema tinha que ser fechado entre os dez, e a informao do esquema no podia correr solta. Ele em breve pensou que deveria fazer uma visita polcia federal.

Havia essa poltica do antigo Hlio Tigre, eminentemente humana, e a poltica de Flvio, morto-vivo inescrupuloso (Callous Conscience 1), que precisava de outros mtodos ainda no desenvolvidos pelo vampiro que no possua nem um sculo, nem meio sculo de existncia na Sociedade da camarilla. Por isso cultivava a discrio, para evitar que sasse de seu status e pisando na cauda do drago trouxesse infortnio para o Tigre. Ele precisava ainda ligar enquanto a noite no se aprofundava para resolver seus interesses. Quando recebeu uma ligao inusitada.

-Al, falo com Hlio Tigre?-Sim. Quem pergunta? Ambas as vozes eram quase guturais.

-Sou Abel Rios. Poderia encontrar-me em breve? Tenho um assunto do seu interesse que preciso tratar com relativa urgncia. A voz possua um ar de soberba intelectual.

-Poderia ser num bar aqui por perto.

-Preferiria que no fosse num bar. Possuo problemas com lugares fechados. Talvez pudesse ser no Mirante dos...-Praa Tiradentes.

-Ok, pode ser.

Desligaram.

Certa vez ouvira falar de um tal Abel Rios pela sua consorte que se referiu a ele como uma nova figura na cidade que era to inteligente quanto sua face hedionda.Em cerca de 30 minutos foi recebido pelo seu encontro secreto. Estava escondido perfeitamente em sombras. Um hbito dos vampiros conhecidos como Nosferatus, amaldioados com uma deformidade corporal que os torna hediondos e mosntruosos. Mas no necessariamente eram to mostruosos por dentro quanto por fora. Na verdade, Flvio julgava que pelo seu carter repulsivo, e suas tendncias a auto-piedade eles eram ferramentas fceis de serem utilizadas na Djihad. E assim quer que seja os Nosferatus, eles querem tornar-se ferramentas to importantes para um canita poderoso, quanto um celular indispensvel para os caprichos de uma adolescente.

A criatura emergiu duma sombra. O Magistrado podia controlar todas as substncias negras da realidade, desde petrleo s sombras, e no se surpreendeu com o movimento previsvel do intelectualizado Nosferatu.- Voc sabe que o lugar onde voc est torna extremamente confortvel a cena para eu te matar? Obrigado pelo voto de confiana.-Eu sei que s o senhor de todas as sombras da Camarilla carioca. Queira saber que sou profundamente fascinado pela tua pessoa. Voc o nico da sua linhagem aqui.

Receber um galanteio de um horrendo Nosferatu no era o que esperava Flvio. Alm disso, o Nosferatu em questo no o confundira com um Ventrue (o que costumava acontecer entre nefitos descuidados) e sabia da abrangncia de seu poder sobre as sombras.-O que deseja? A pergunta de Flvio foi direta, visando acabar com o jogo de cena, apesar de ter clara vantagem neste tipo de duelo interpretativo, o Magistrado queria ir direto ao assunto. Com essa pergunta ele punha seu interlocutor ciente de que estava entrando no terreno espinhoso do mercado de favores