Historia e Geografia

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA

DE

RONDÔNIA

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA

Professor e Historiador FRANCISCO MATIAS

1. ASPECTOS GERAIS - O Estado deRondônia, em seu aspecto político eadministrativo, é originário do TerritórioFederal do Guaporé, unidade administrativacriada pelo presidente Getúlio Vargas em1943, vinculada ao Ministério do Interior eJustiça. Mais tarde (1956) recebeu adesignação Território Federal de Rondônia.

O primeiro governador de Rondônia,enquanto Território Federal, com adesignação política Guaporé, foi o coronel doExército Aluízio Pinheiro Ferreira(1944/1946), e o último, o coronel doExército Jorge Teixeira de Oliveira(1979/1981), com a designação políticaRondônia. A unidade administrativa TerritórioFederal foi extinta em 22.12.1981, data emque foi criado o Estado de Rondônia, a 23ª.Unidade Federada brasileira.

Localizado na Região Norte, o estado deRondônia Amazônia, localiza-se ao sul daAmazônia Ocidental, e o conceito regionaldesignado Amazônia Legal.

2. A REGIÃO NORTE DO BRASIL - Estavasta região brasileira, também designadaRegião Amazônica, integra o espaçoInternacional Amazônico, cujo contextogeopolítico envolve os seguintes países: Peru,Equador, Bolívia, Colômbia, Venezuela,Brasil, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.

Em sua porção territorial brasileira, aAmazônia compreende a megarregião Norte,ou Região Amazônica, e é formada pelosseguintes Estados: Amazonas, Pará, Amapá,Roraima, Tocantins, Rondônia e Acre,totalizando sete unidades federadasbrasileiras. Mas, estende-se ainda a umaparcela do Nordeste e do Centro-Oeste.

Nesse contexto, o estado de Rondônia estálocalizado geograficamente ao Sul daAmazônia Ocidental e do estado doAmazonas, a Oeste do Brasil, a Noroeste doestado de Mato Grosso e a Sudoeste darepública da Bolívia.

3. AMAZÔNIA LEGAL - O governo brasileiroestabeleceu um espaço geopolítico designadoAmazônia Legal, instituído através da LeiComplementar 1.806, de 06 de janeiro de1953, no último governo do presidente

Getúlio Vargas. A Amazônia Legal, tambémconhecida por Amazônia Global.

A Amazônia Legal é constituída pelosseguintes estados: Acre,Rondônia, Tocantins, Amazonas, Roraima,Pará, Amapá, Maranhão, Goiás e MatoGrosso. Portanto, a Amazônia Legal é umconceito geopolítico que se constitui por dezEstados, sendo sete da Região Norte, dois daRegião Centro-Oeste e um da RegiãoNordeste, nas seguintes proporçõesterritoriais: os estados de Rondônia, do Acre,do Amazonas, de Roraima, do Amapá, doPará e do Tocantins, e o estado de MatoGrosso integram a Amazônia Legal com100% dos seus respectivos territórios. Oestado de Goiás integra com 9% do seuterritório (cinco municípios) correspondendoao norte do paralelo de 13º. O Maranhão,com 79% , correspondendo ao oeste domeridiano de 44º .

4. LIMITES TERRITORIAIS DO ESTADODE RONDÔNIA - O Estado de Rondônia temsuas fronteiras limítrofes com os estados deMato Grosso, Amazonas e Acre e com arepública da Bolívia.- Ao Norte, Nordeste e Noroeste, limita-secom o estado do AMAZONAS;- Ao Sul, Sudoeste, Oeste e Noroeste, limita-se com a REPÚBLICA DA BOLÍVIA.- Ao Sul, a Leste e a Sudeste, limita-se com oestado de MATO GROSSO.- A Oeste e Noroeste limita-se com o estadodo ACRE.A fronteira de Rondônia com a república daBolívia possui 1.342 quilômetros de extensão.Ao longo desta fronteira localizam-se osseguintes municípios rondonienses: PortoVelho, Nova Mamoré, Guajará-Mirim, CostaMarques, São Francisco do Guaporé, AltoAlegre dos Parecis, Alta Floresta do Oeste,Cabixi e Pimenteiras do Oeste.

5. ÁREA GEOGRÁFICA DO ESTADO DERONDÔNIA - O IBGE informa que aextensão geográfica do estado de Rondônia éde 237.576,16 mil km². No entanto, o mapageoambiental de Rondônia, edição 2003,informa serem 238.512,80 mil km².

- Mas, para efeitos de exames, a extensãoterritorial que deve ser considerada é aquelaapresentada pelo IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística).

De todo modo, Rondônia possui uma dasmaiores áreas territoriais do Brasil,representando 6,19% da Região Norte e

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2,80% do país. No que se refere àmegarregião Norte, a área geográfica deRondônia é MAIOR do que a dos estados doAcre, Amapá e Roraima e MENOR do que ados estados do Amazonas, Pará e Tocantins,sendo, portanto o 4º maior estado da RegiãoNorte em extensão territorial.

6. POPULAÇÃO DO ESTADO - O Censorealizado pelo IBGE em 2000 informa que apopulação de Rondônia é de 1.380.576habitantes, aproximadamente. Esselevantamento de dados populacionais érealizado pelo IBGE através de Censo queocorre a cada dez anos. Mas, em abril 2007IBGE divulgou novos dados populacionais deRondônia, agora com 1.453.562 habitantes,aproximadamente. Não se trata de Censo,mas de atualização populacional que o IBGErealiza a cada dois anos.

- No entanto, o dado populacional válido paraexames é aquele constante do Censo IBGE2000.

A população urbana do Estado representa64,11% e a rural 35,89%. A populaçãomasculina corresponde a 51,32% e afeminina 48,68%. Ainda segundo o CensoIBGE 2000 a população feminina é maior quea masculina nos municípios de Porto Velho,Vilhena e Ji-Paraná. Rondônia é o 3º Estadomais populoso da Região Norte, perdendoapenas para o Pará e o Amazonas,respectivamente.

A Densidade Demográfica do Estado é de 6,1habitantes por quilômetro quadrado. É,portanto, um Estado de baixa densidadedemográfica.

Os dez municípios mais populosos do Estadosão os seguintes: Porto Velho, Ji-Paraná,Ariquemes, Cacoal, Vilhena, Jaru, Rolim deMoura, Buritis, Guajará-Mirim e Ouro Pretodo Oeste.

07.BACIAS HIDROGRÁFICAS – A áreageográfica que constitui o Estado deRondônia integra o sistema hidrográfico daBacia Amazônica. Portanto, as BaciasHidrográficas rondonienses são sub-bacias dagrande Bacia Amazônia. São as seguintes:- Bacia do Roosevelt, com 15,5 mil km²;- Bacia do Guaporé, com 59,3 mil km²,;- Bacia do Mamoré, com 22,7 mil km²;- Bacia do Abunã, com 4,7 mil km²;- Bacia do Jamary, com 29,1 mil km²;- Bacia do Gy-Paraná ou Machado, com 80,6

mil km² (a maior do Estado);- Bacia do Madeira, com 31,4 mil km².

Na bacia hidrográfica do rio Jamary estáconstruída a Usina Hidrelétrica de Samuel,que abastece o estado de Rondônia e umaparcela do Acre. Na Bacia do Madeira serãoconstruídas duas usinas hidrelétricas, a doSanto Antonio e a do Girau, que abastecerãoa região sudeste.

08. HIDROGRAFIA – Os principais riosformadores das Bacias Hidrográficas doEstado de Rondônia são:- Rio Guaporé: nasce na Chapada dosParecis, região de Mato Grosso. Percurso1.716 km. Trecho navegável: 1.500 km. Édivisor de água entre Brasil e Bolívia.- Rio Mamoré: nasce na Cordilheira Real, naBolívia. Percurso: 1.100 km, totalmentenavegável. É divisor de água entre Brasil eBolívia. Ao juntar-se ao rio Beni, o Mamorétorna-se formador do Rio Madeira.- Rio Gy-Paraná, ou, Machado: Nasce naregião de Pimenta Bueno,RO. Percurso: 1.243km. Sua foz é no rio Madeira, na altura dodistrito porto-velhense de Calama.- Rio Madeira, ou Caiary: nasce na Bolívia, dajunção dos rios Beni e Mamoré. Percurso:3.240 km, sendo 1.700 km em territóriobrasileiro. Seu curso navegável é de 1.116km, no trecho que compreende a altura dacidade de Porto Velho,RO até o município deItacoatiara,AM, onde fica sua foz. Nessetrecho, o rio Madeira torna-se tributário dorio Amazonas, do qual é o seu maisimportante afluente pela margem direita.Note-se: não é o maior afluente. É o maisimportante tendo em vista sua BaciaHidrográfica. O maior afluente da margemdireita do Amazonas é o rio Juruá.

09. EVOLUÇÃO POLÍTICA EADMIISTRATIVA DO ESTADO DERONDÔNIA - O Estado de Rondônia é umadas 26 Unidades Federadas do Brasil. Suaevolução político-administrativa ocorreu emum processo lento, decorrente de váriosdesdobramentos migracionais vinculados aciclos de produção econômica,assentamentos migratórios rurais e urbanos,e ao crescimento vegetativo.

Sua área geográfica recebeu a toponímiaRONDÔNIA no ano de 1915, através da açãodo cientista Roquette-Pinto, legionário daComissão Rondon, que requereu do governofederal, naquele ano, que a região situadaentre os rios Juruena e Madeira, cortada pelaLinha Telegráfica implantada por aquela

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Comissão, recebesse oficialmente a toponímiaRondônia. Na época, o espaço físico que hojeconstitui o Estado de Rondônia estava dividoentre os estados de Mato Grosso (86%) e doAmazonas (14%). Esses dois Estadoscontrolavam suas respectivas fronteirasatravés do funcionamento de dois municípios:Santo Antonio do Alto Madeira, criado em1908, e Porto Velho, criado em 1914.Posteriormente, foi criado o município deGuajará-Mirim, em 1928. Convém esclarecerque os municípios Santo Antonio do AltoMadeira e Guajará-Mirim, pertenciam aoestado de Mato Grosso, e Porto Velhopertencia ao estado do Amazonas.

10. O TERRITÓRIO FEDERAL DOGUAPORÉ - Essa geopolítica confusasomente seria alterada em decorrência deuma ação do governo federal (presidenteGetúlio Vargas) que através do Decreto-Lei5.812, expedido em 13.09.1943, criou cincounidades administrativas nos sertões doBrasil. Nesse contexto foram criados osseguintes territórios federais: Guaporé (hojeestado de Rondônia), Rio Branco (hoje estadode Roraima), Amapá ( hoje estado doAmapá), Iguaçu e Ponta-Porã.Posteriormente o governo federal extinguiuos Territórios Federais do Iguaçu e de Ponta-Porã, ficando somente os três criados pelodecreto-lei aludido, o Território Federal doAcre, o primeiro território federal brasileiro,criado em 1904ce o de Fernando de Noronha,criado em 1942, no Nordeste, em terrasdesmembradas do estado de Pernambuco.

O TERRITÓRIO FEDERAL DO GUAPORÉ, atualestado de Rondônia, foi criado em terrasdesmembradas dos estados de Mato Grosso(86%) e do Amazonas (14%). A criação deuma unidade administrativa na forma deTerritório Federal Autônomo alteroucompletamente a geopolítica regional namedida em que ampliou a extensão territorialda Região Norte e ordenou um novo sistemapolítico-administrativo. O primeirogovernador do Território Federal do Guaporéfoi o coronel do Exército Aluízio PinheiroFerreira, cuja posse ocorreu em 29 de janeirode 1944.

Constituído inicialmente por cinco municípios- Porto Velho, Lábrea e uma parcela do deCanutama - desmembrados do estado doAmazonas - e Guajará-Mirim e Alto Madeira(desmembrados do estado de Mato Grosso),o Território Federal do Guaporé seria reduzidoa dois municípios tendo em vista a

reintegração de Lábrea e da parcela do deCanutama ao estado do Amazonas, em 1944,e a extinção do Alto Madeira, em 1945. OTerritório Federal do Guaporé passou a serconstituído pelos municípios Porto Velho,desmembrado do Amazonas, e Guajará-Mirim, desmembrado de Mato Grosso. Acidade de Porto Velho passou a funcionarcomo capital do Território Federal doGuaporé, a partir de 29 de janeiro de 1944.

Organizado administrativamente, o TerritórioFederal do Guaporé foi integrado ao contextopolítico nacional a partir de 1946, quandorealizou as primeiras eleições para eleger umdeputado federal. Dois partidos políticosapresentaram candidatos: PSD, Partido SocialDemocrático e UDN, União DemocráticaNacional. O governador Aluízio PinheiroFerreira deixou o cargo, lançou-se candidatopelo PSD e tornou-se o primeirorepresentante do Território Federal doGuaporé no Congresso Nacional ao ser eleitoseu primeiro deputado federal.

Em 1950 novas eleições para deputadofederal. O deputado Aluízio Pinheiro Ferreirafoi reeleito, desta vez por uma coligaçãoformada pelos partidos PTB/PSD. Em 1954, avida política no Território Federal do Guaporétomava uma forma mais consistente com osurgimento de líderes oposicionistas aosistema. Uma dessas lideranças era ogovernador Joaquim Vicente Rondon, quevenceu o pleito e sagrou-se deputado federal.

Sua eleição provocou uma divisão políticamuito forte no Território Federal do Guaporécom o surgimento de duas correntesantagônicas: os Cutubas, liderados pelo ex-deputado Aluízio Pinheiro Ferreira, integradapela aliança PTB/PSD, e os Peles-Curtas,liderados nessa fase pelo deputado federalJoaquim Vicente Rondon, integrada pelaaliança UDN/PSP.

11. O TERRITÓRIO FEDERAL DERONDÔNIA - Foi nesse ambiente políticodominado por Cutubas e Peles-Curtas quesurgiu a idéia de alterar a designação políticado Território Federal do Guaporé paraTerritório Federal de Rondônia. Isto ocorreuatravés da Lei Complementar 2.731, de17.02.1956, de autoria do deputado federalÁureo de Melo, do PTB do Amazonas,aprovada pelo Congresso Nacional esancionada pelo presidente da RepúblicaJuscelino Kubistcheck de Oliveira, JK. Amudança na designação política do Território,entretanto, não alterou sua formação política

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e administrativa na medida em que continuoua ser constituído por apenas dois municípios:Porto Velho e Guajará-Mirim.

Em 1958 ocorreram novas eleições paradeputado federal. O coronel e ex-deputadofederal Aluízio Pinheiro Ferreira foi eleito parao terceiro mandato. No entanto, nas eleiçõesde 1962, a oposição Pele-Curta derrotaria os“Cutubas” com a eleição do médico RenatoMedeiros, pela legenda do PSP, Partido SocialProgressista, de Porto Velho.

Todavia, o golpe militar de 31 de março de1964, a partir dos seus desdobramentosautoritários, alterou a vida política nacional eregional. Nessa nova conjuntura política, odeputado federal Renato Medeiros, líder dos“Peles-Curtas”, teve o mandato cassado peloAto Institucional número dois, AI-2, e os“Cutubas” voltaram a controlar o processopolítico-administrativo no Território Federalde Rondônia.

12. DIVISÃO TERRITORIAL - A primeiradivisão territorial (criação de municípios) noespaço físico que hoje constitui o estado deRondônia deu-se no âmbito do TerritórioFederal de Rondônia, no final da década de1970, através da Lei Complementar 6.448,de 11 de outubro de 1977, aprovada peloCongresso Nacional e sancionada pelopresidente da República Ernesto Geisel. Poresse documento legal foram criados osmunicípios Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal,Pimenta Bueno e Vilhena. Estes foram osprimeiros municípios no âmbito do TerritórioFederal de Rondônia que passou a contar comsete circunscrições político-administrativas,tendo em vista a existência de Porto Velho ede Guajará-Mirim, de cujas terras os novosmunicípios foram desmembrados.

Governava o Território Federal deRondônia o coronel do ExércitoHumberto da Silva Guedes.

A segunda divisão territorial ocorreu por forçada Lei Complementar 6.921, de 16 de junhode 1981, aprovada pelo Congresso Nacional esancionada pelo presidente da República JoãoBaptista de Oliveira Figueiredo. Esta Lei criouos municípios Jaru, Ouro Preto do Oeste,Presidente Médici, Espigão do Oeste,Colorado do Oeste e Costa Marques, elevandopara 13 o número de circunscriçõesadministrativas no Território Federal deRondônia.

Governava o Território Federal deRondônia o coronel Jorge Teixeira deOliveira.

13. RONDÔNIA ESTADO - No ano de 1981,a 22 de dezembro, o Território Federal deRondônia foi extinto dando lugar à 23ª.Unidade Federada brasileira: o Estado deRondônia. De Guaporé a Rondônia foram 38anos como Território Federal, sendo 13 anoscom a designação Guaporé e 25 anos comoRondônia.

O Estado de Rondônia, no momento de suacriação estava constituído por 13 municípios.Mas a evolução político-administrativa danova Unidade Federada (UF) vai impulsionaro crescimento populacional tendo em vista anecessidade de serem efetivadas novasdivisões territoriais.

A primeira divisão territorial no âmbito doEstado de Rondônia ocorreu por força doDecreto-Lei 071, de 05 de agosto de 1983,expedido pelo governador Jorge Teixeira deOliveira, que criou os municípios Rolim deMoura e Cerejeiras, respectivamente. OEstado passou a contar com 15 circunscriçõesadministrativas.

No ano de 1986, ocorreu nova divisãoterritorial na área geográfica do estado deRondônia, agora através de leiscomplementares aprovadas pela AssembléiaLegislativa. A Lei Complementar número 100,de 11 de maio desse ano, criou o municípioSanta Luzia do Oeste, a de número 103, de20 de maio, criou o município Alvorada doOeste, e a Lei Complementar 104, criou omunicípio Alta Floresta do Oeste. Ambas asLeis foram sancionadas pelo governadorÂngelo Angelim. Estes foram os primeirosmunicípios rondonienses criados pelaAssembléia Legislativa. Rondônia passou acontar com 18 municípios.

O 19º município rondoniense, NovaBrasilândia do Oeste, foi criado em 19 dejunho de 1987 através da Lei Complementar157, sancionada pelo governador JerônimoSantana.

A estrutura político-administrativa do Estadode Rondônia estava sendo alteradarapidamente tendo em vista a necessidade deserem organizados novos municípios. No ano

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de 1988, a Lei Complementar 198, de 11 demaio, sancionada pelo governador JerônimoSantana, criava o município Machadinho doOeste, elevando para 20 o número demunicípios rondonienses. Nesse mesmo ano,a 6 de julho, foram criados mais trêsmunicípios: São Miguel do Guaporé (LeiComplementar 206), Nova Mamoré (LeiComplementar 207) e Cabixi (LeiComplementar 208), sancionadas pelogovernador Jerônimo Santana. O estado deRondônia ficaria constituído por 23municípios.

No ano de 1992, a 13 de fevereiro, ocorreu omaior processo de divisão territorial emRondônia, tendo em vista a criação nessadata de 17 municípios, cujas leiscomplementares foram sancionadas pelogovernador Oswaldo Piana Filho: Theobroma,Lei Complementar 371; Cacaulândia, LeiComplementar 374; Campo Novo deRondônia, Lei Complementar 379; AltoParaíso, Lei Complementar 375; NovoHorizonte do Oeste, Lei Complementar 365,Castanheiras, Lei Complementar 366; Urupá,Lei Complementar 368; Mirante da Serra, LeiComplementar 369; Seringueiras, LeiComplementar 370; Corumbiara, LeiComplementar 377; Monte Negro, LeiComplementar 378; Ministro Andreazza, LeiComplementar 372; Governador JorgeTeixeira, Lei Complementar 373, Itapuã doOeste, Lei Complementar 364 (este municípiofoi criado originalmente com a designaçãoJamary, alterada posteriormente para adesignação atual); Candeias do Jamari, LeiComplementar 363; Rio Crespo, LeiComplementar 376 e Vale do Paraíso, LeiComplementar 367.

Nesse ano de 1992 o estado deRondônia passava a ser constituído por40 municípios.

No ano de 1994, a 22 de junho, nova divisãoterritorial ocorreu, tendo em vista a criaçãode oito municípios: Cujubim, LeiComplementar 568; Nova União, LeiComplementar 566; São Felipe do Oeste, LeiComplementar 567; Primavera de Rondônia,Lei Complementar 569; Alto Alegre dosParecis, Lei Complementar 570; Teixeirópolis,Lei Complementar 751; Vale do Anarí, LeiComplementar 572, e Parecis, LeiComplementar 573. Com essa configuraçãoem seu mapa político, o estado de Rondôniapassou a contar com 48 municípios.

Em 27.12.1995 foram criados os municípiosChupinguaia, Lei Complementar 643, SãoFrancisco do Guaporé, Lei Complementar644, Pimenteiras do Oeste, Lei Complementar645, e Buritis, Lei Complementar 649.

Esta foi a última divisão territorial ocorrida noestado de Rondônia no século XX, que passoua contar com 52 municípios no seu mapapolítico. Destes, somente Porto Velho eGuajará-Mirim surgiram em decorrência dofuncionamento do Ciclo Ferroviário,promovido pela Ferrovia Madeira-Mamoré(1912/1972). Os demais são originários doprocesso de colonização agrícola e dareforma agrária implantada pelo Incra noperíodo que vai do início da década de 1970 ameados da de 1990, conhecido como Ciclo daAgricultura.

14.ASPECTOS GEOPOLÍTICOS - Noaspecto geopolítico o estado de Rondôniaconstitui-se em uma Megarregião formadapor 52 municípios. A Megarregião Rondônia édividida geopoliticamente em duasMesorregiões onde estão assentados em doisblocos distintos os 52 municípios. A primeiraMesorregião é designada Madeira-Guaporé,composta por duas microrregiões. A segunda,designada Leste Rondoniense, é formada porseis microrregiões. Cada uma dasmicrorregiões é composta por um bloco demunicípios e tem uma cidade-pólo que lheempresta o nome. Cidade-pólo é aquela maisimportante econômica e politicamente damicrorregião que integra.

Veja o exemplo do que é uma microrregião:Na MESORREGIÃO MADEIRA-GUAPORÉconstam duas microrregiões, sendo aprimeira designada microrregião Porto Velho.Esta microrregião tem como cidade-pólo acidade de Porto Velho e é formada pelosseguintes municípios: Porto Velho, NovaMamoré, Candeias do Jamari, Itapuã doOeste, Buritis, Campo Novo de Rondônia eCujubim.

A microrregião Guajará-Mirim tem comocidade-pólo a cidade de Guajará-Mirim sendoconstituída pelos municípios Guajará-Mirim,Costa Marques e São Francisco do Guaporé.

A MESORREGIÃO LESTE RONDONIENSEpossui seis microrregiões., a saber: microAriquemes, micro Ji-Paraná, micro Cacoal,Micro Alvorada do Oeste, Micro Vilhena emicro Colorado do Oeste.

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Portanto, o estado de Rondônia é divididogeopoliticamente em DUAS MESORREGIÕESE OITO MICRORREGIÕES.

15. EVOLUÇÃO ECONÔMICA E DINÂMICAPOPULACIONAL - A formaçãosocioeconômica do estado de Rondônia difereda do restante da região Norte e aproxima-seda do Centro-Oeste em vários aspectos,notadamente em sua origem populacionalmigracionada com estreita vinculação aosvários ciclos econômicos, como se verá aseguir:

I.CICLO DO CACAU, OU DAS DROGAS DOSERTÃO - A origem da base econômica deRondônia está no período do mercantilismo,ligada à exploração e comercialização dasDrogas do Sertão, no início do século VXII,tendo seu auge no século XIX. Esse comércioera explorado por luso-brasileiros queoperavam na região, conhecidos como“droguistas do sertão”, mas era controlado,política e economicamente, pelos padresjesuítas, cujo lema era “Deus e o Lucro”. Essaatividade econômica abrange a coleta defrutos e essências silvestres da floraamazônica que eram comercializados nasCortes européias e, mais tarde, nos EUA. Asprincipais drogas do sertão eram: cacau,baunilha, pimenta-do-reino, urucu, cravo,canela, algodão silvestre, madeiras-nobres eoleaginosas como a copaíba. A maisimportante dessas drogas é o cacau,notadamente depois da industrialização dochocolate pelos EUA, no final do século XIX.

II.CICLO DO OURO NO VALE DOGUAPORÉ (1730-1790) - Outra atividadeeconômica importante no espaço físico queconstitui o estado de Rondônia foi denatureza metalista, que implantou na regiãopor mais de meio século uma economiaaurífera, a partir do funcionamento do Ciclodo Ouro, ou da Mineração, no Vale doGuaporé, desenvolvido a partir de 1734 eencerrado em 1799.

O início desse processo decorreu dadescoberta de grandes jazimentos auríferosna área onde hoje se assenta a cidade deCuiabá (1718/1723). Na seqüência,garimpeiros e bandeirantes liderados pelosirmãos Fernando e Arthur Paes de Barrosempreenderam viagens de pesquisa e lavracom destino ao lugar que eles denominavamMato Grosso, espaço físico que integra, nosdias atuais, a maior parcela do Vale doGuaporé rondoniense. Nesta vasta região

foram descobertos grandes garimpos de ouronas regiões dos rios Guaporé, Mamoré,Sararé, Galera, São Miguel e Corumbiara.

Este processo ensejou a fundação de váriosnúcleos de povoamento nos Vales do Guaporée Madeira, com o surgimento de vilas,arraiais auríferos e missões jesuíticas. Umdesses arraiais, fundado pelos irmãos Paes deBarros, foi o de Pouso Alegre, lugar ondemais tarde a Coroa portuguesa fundaria omunicípio de Vila Bela da Santíssima Trindadede Mato Grosso, que viria a ser a capital daCapitania de Cuiabá e Mato Grosso, criadaem 1748.

Os desdobramentos socioeconômicos do Ciclodo Ouro no Vale do Guaporé acirraram asquestões territoriais entre os reinos dePortugal e Espanha e levou à celebração poresses dois reinos do Tratado de Madri, em1750, do de El Pardo, em 1761, e do deSanto Idelfonso, em 1777.

Nesse ciclo econômico deu-se a introduçãode escravos negros no Vale do Guaporédestinados ao trabalho nos garimpos, sítios,fazendas, engenhos e no comércio que seinstalava na região. O escravismo negro, quesubstituiu o escravismo indígena, tornou-sefator importante para o fomento da economiaaurífera e do comércio de víveres que seimplantava nas áreas urbanas (vilas, cidades,arraiais e missões jesuíticas).

No plano militar-estratégico, a Coroaportuguesa construiu e pôs emfuncionamento o Real Forte do Príncipe daBeira, construído a partir de 1776 einaugurado em 1783. Essa fortaleza foierguida às margens do rio Guaporé, naconfluência do rio São Domingos, pororientação da política Pombalina, implantadapelo 1º ministro de Portugal Marquês dePombal. Governava a capitania de Cuiabá eMato Grosso, o capitão-general D. Luís deAlbuquerque de Mello Pereira e Cáceres. OForte Príncipe da Beira está localizado nodistrito de Príncipe da Beira, município CostaMarques,RO.

III. A ESCRAVIDÃO E A RESISTÊNCIAESCRAVA - A escravidão negra na Amazôniacomeçou em Belém do Pará, em 1692,portanto, na segunda metade do século XVII,quando foram introduzidos pouco mais deuma centena de negros, chamados pelosportugueses de “peças da Guiné” ou “povoinfiel”. Mas, o escravismo na regiãoamazônica não seguia os padrões de

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organização do restante do Brasil-Colônia, namedida em que o sistema na Amazônia eradesorganizado, e o preço da “peça da Guiné”era muito elevado por conta das distânciasque encareciam o frete. Por isso, os negrosescravos não foram tão numerosos naAmazônia.

No espaço físico que hoje constitui o estadode Rondônia o negro escravo foi introduzido apartir do início da década de 1750, emdecorrência da necessidade de substituiçãoda mão-de-obra indígena escravizada nosgarimpos de ouro situados no vale doGuaporé. Portanto, o negro escravo nasterras rondonienses deu suporte aomercantilismo do ciclo do ouro, tornando-semão-de-obra escrava em vários momentos dacolonização deste lado da antiga Amazôniaportuguesa, inclusive na construção do RealForte do Príncipe da Beira (1776/1783).

A partir de 1750, com a celebração doTratado de Madri entre os reinos de Portugale Espanha e a execução da PolíticaPombalina, a atividade negreira na regiãoaumentou consideravelmente, mesmoporque, o Marquês de Pombal incentivou acriação de companhias de navegação, aexemplo da Companhia Geral do Comércio doMaranhão e Grão-Pará, conhecida como a“empresa de Pombal”.

A RESISTÊNCIA ESCRAVA foi motivada pelopróprio sentimento de rebeldia dos povosescravizados. Mas, no Vale do Guaporé, oescravismo era dos mais cruéis destacando-se os garimpos onde os negros escravospadeciam das piores condições de vida daregião. No entanto, sendo indígenas em suaterra natal, e por estarem localizados nafloresta Amazônica cuja vegetação e climasão semelhantes à floresta africana, osnegros encontraram o ambiente perfeito pararesistir à escravidão. Mais ainda, porcontarem com o apoio dos índios da região osnegros escravos rebelavam-se contra os seussenhores e empreendiam fugas para ointerior da floresta onde fundavamQuilombos.

Na maioria das vezes, os escravos cruzavamos rios em direção às terras do Vice-Reinadodo Alto Peru, hoje república da Bolívia, ondeencontravam o apoio do governo espanholque lhes oferecia terra, gado e implementosagrícolas, além da liberdade.

Ao fundarem os Quilombos, os negrosescravos encontravam um pouco de liberdade

e tornavam-se Quilombolas, mas tinham deenfrentar várias batalhas, em lutas desiguais,contra as tropas luso-brasileiras enviadaspara caçá-los e destruir os Quilombos.Portanto, o símbolo da resistência escrava noVale do Guaporé são os Quilombos e seushabitantes, os Quilombolas.

O principal Quilombo fundado no Vale doGuaporé mato-grossense, hoje estado deRondônia, foi o Quilombo do Piolho ouQuariteré. Seu fundador foi o escravo JoãoPiolho, mas, depois de sua morte emcombate, foi substituído por sua mulher,Tereza de Benguela, conhecida como a“Rainha Viúva”, que resistiu ferozmente àsinvestidas de tropas luso-brasileiras, enviadaspelo governo da capitania de Cuiabá e MatoGrosso, até ser derrotada e cometer suicídio.O Quilombo do Piolho era sediado nas terrasonde hoje se assenta o município Cabixi,RO.

V. A SOCIEDADE GUAPOREANA - Apesarda luta para manter suas característicascoloniais, a sociedade guaporeana, origináriado período escravista, está perdendo espaçotendo em vista o avanço da colonizaçãoagropecuária que, a partir da década de1970, invadiu a maioria das terras da região,formou cidades, vilas e povoados com novospovoadores, desta vez de maioria sulistabrasileira. Essa nova condição social, políticae econômica alterou profundamente o modusvivendi dos negros guaporeanos,modificando-lhes os costumes tradicionais efazendo-os conviver com outros costumesimpostos pela colonização agropecuária.

Os principais municípios localizados no Valedo Guaporé, antigo reduto dos negrosafricanos quilombolas, são os seguintes: dolado rondoniense estão Costa Marques, AltoAlegre dos Parecis, Alta Floresta do Oeste,São Francisco do Guaporé, Seringueiras, SãoMiguel do Guaporé, Cerejeiras, Corumbiara,Cabixi e Pimenteiras do Oeste; no lado mato-grossense, está Vila Bela do Mato Grosso, aprimeira capital da capitania de Cuiabá eMato Grosso e, posteriormente, da Provínciade Mato Grosso.

VI. ECONOMIA GOMÍFERA - OS DOISCICLOS DA BORRACHA - A outra vertenteque dá origem à base econômica de Rondôniaestá ligada à Economia Gomífera, dividida emdois Ciclos da Borracha. O primeiro ocorreuno espaço de tempo que compreende asdécadas de 1850/1920, com o auge entre1870 e 1910. O segundo funcionou no curtoperíodo de 1942/1945.

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O PRIMEIRO CICLO DA BORRACHA estevediretamente vinculado à Revolução Industrialocorrente na Europa e nos EUA, àvulcanização da borracha (1839) pelo norte-americano Charles Goodyear e pelo inglêsThomas Hanckock. Mas, foi a partir dainvenção do automóvel pelo industrial norte-americano Henry Ford, que o primeiro Cicloda Borracha alcançou o auge de suaprodução. A borracha silvestre tem o nomecientífico Hévea Brasiliensis, registrado emParis na década de 1730, pelo cientistafrancês Charles Marie de La Condamine.

O desenvolvimento do primeiro ciclo daborracha foi controlado financeiramente pelaInglaterra, França, Alemanha, Bélgica e,sobretudo, pelos EUA.

O espaço amazônico, durante osdesdobramentos socioeconômicos e políticospromovidos por esse ciclo, foi povoado porbrasileiros, a maioria nordestinos, queatuaram, respectivamente, comoseringalistas (donos dos seringais) e na mão-de-obra semiescravizada, na condição deseringueiros, dentre outras atividades. Mas, amão-de-obra utilizada nos primeirosmomentos desse o ciclo envolveu indígenasescravizados, substituídos por negrosescravos. Posteriormente foram recrutadostrabalhadores rurais sem-terra oriundos doNordeste brasileiro, procedentes dos estadosdo Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte,Piauí, Pernambuco e Maranhão.

Outra mão-de-obra utilizada nos seringaisnesse ciclo, a dos seringueiros bolivianos queoperavam na coleta do látex e na produçãode borracha nos vales do Guaporé, Mamoré,Madeira e Jamary. Também tiveramparticipação importante seringalistas eseringueiros europeus, asiáticos e norte-americanos atraídos para a produção deborracha na Amazônia, e outras atividadesligadas ao comércio e à pesquisa.

O primeiro ciclo da borracha entrou emdeclínio no final da década de 1910 quandoos mercados consumidores, europeu e norte-americano, passaram a comprarexclusivamente borracha produzida na Ásia,principalmente na Tailândia, Malásia, noVietnan, Hong Kong, Ceilão, Filipinas eIndonésia. A partir desse momento aprodução de borracha amazônica, semmercado consumidor, começou a declinar e seextinguiu a partir do início da década de1920, em decorrência do investimento norte-

americano, inglês, francês e holandês nocultivo de seringueiras nas colônias asiáticas,a partir do final da década de 1870. Poucosanos mais tarde, essas colônias passaram aproduzir borracha de melhor qualidade, commenores preços de mercado e em maiorquantidade.

VII - O 2º CICLO DA BORRACHA - Esteverelacionado diretamente com osdesdobramentos da 2ª. Guerra Mundialnotadamente com a invasão por tropasjaponesas das áreas produtoras de borrachana Ásia e o conseqüente estrangulamento domercado fornecedor para os consumidoreseuropeus e norte-americanos.

O principal documento para a efetivaçãodesse novo ciclo foi o Tratado de Washington,celebrado entre os governos brasileiro enorte-americano em 1942, que transformou aAmazônia em uma Zona de Guerra para aprodução emergente de borracha silvestre emlarga escala.

O Tratado de Washington, também chamado“Acordos de Washington”, em razão dosvários aditamentos, injetou no Brasil cerca de500 milhões de dólares, a fundo perdido, emvalores da época, para fomentar a Indústriade Base no país, a exemplo da CompanhiaSiderúrgica Nacional, da CompanhiaSiderúrgica Vale do Rio Doce e da FábricaNacional de Motores,FNM. Além disso, houveaporte de recursos destinados aoaparelhamento das Forças Armadas (Exército,Marinha e Aeronáutica).

Em contrapartida, o governo norte-americanoexigiu do governo brasileiro uma declaraçãode guerra à Alemanha, à Itália e ao Japão,que formavam a aliança chamada Eixo, acessão de áreas estratégicas para aimplantação de bases militares dos EUA, emFortaleza, Recife, João Pessoa, São Luis doMaranhão e Natal. Mais ainda: o governo dosEUA exigiu a inclusão da Amazônia brasileirano esforço de guerra dos Aliados (EUA,Inglaterra e França).

Portanto, a Amazônia foi transformada emuma Zona de Guerra, onde foi travada aBatalha da Borracha.

O presidente da República do Brasil eraGetúlio Vargas e o dos Estados UnidosFranklin Delano Roosevelt.

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Os povoadores desse novo processo foram osnordestinos que integraram o cenário daguerra da borracha. Nesse novo contexto,retornaram ao espaço amazônico osseringalistas, forma como eram identificadosos donos ou patrões de seringais, e osseringueiros, como se denominava a mão-de-obra extrativa de látex e produtora deborracha. Essa mão-de-obra foi classificadaem dois padrões pelo governo Vargas. De umlado, os Soldados da Borracha, jovensnordestinos recrutados pelo Exército, na faixaetária entre 18 e 25 anos, solteiros,incorporados ao Exército mas escalados parao trabalho nos seringais. De outro os Arigós,nordestinos não inseridos no recrutamentomilitar, com idade superior 25 anos, masdestinados aos mesmos seringais. Noentanto, não eram soldados da borracha namedida em que integravam o segmentovoluntário atraído para a Amazônia.

Portanto, a mão-de-obra seringueira neste 2ºciclo da borracha foi dividida em duascategorias: os Soldados da Borracha, jovensnordestinos incorporados ao Batalhão daBorracha, na condição de recrutas, e osArigós, também nordestinos, masdesvinculados da condição militar. O segundociclo da borracha terminou junto com a 2ª.Guerra Mundial (1945).

Nesse período, visando controlar e agilizar osistema produtivo na Amazônia, o governonorte-americano criou o Banco de Crédito daBorracha, BCB, mais tarde nacionalizado coma denominação Banco da Amazônia S/A,BASA. Este órgão de fomento econômico foi oresponsável pelo financiamento do sistemaprodutivo, na escala de 60%, e da compra de100% da produção dos seringais.

Outros órgãos norte-americanos foramimplantados na Amazônia, a exemplo doServiço de Abastecimento do ValeAmazônico,SAVA, encarregado dofornecimento de víveres para os seringais.Havia ainda o Serviço de Mobilização deTrabalhadores para o Vale Amazônico,SEMTA,que fazia o recrutamento dos Soldados daBorracha, e a Comissão administrativa deEncaminhamento de Trabalhadores para aAmazônia,CAETA, que procedia a inscrição eencaminhava outros segmentos nordestinospara os seringais, os Arigós. Para o combateàs endemias regionais, o governo norte-americano criou a Fundação Sesp, quetambém foi encarregada de construir pistasde pouso na região para o escoamento daprodução de borracha.

Lembre-se: o primeiro ciclo da borrachafoi um processo vinculado diretamenteàs necessidades da RevoluçãoIndustrial. O segundo ciclo foi umprocesso ligado à segunda guerramundial.

VII. O CICLO DO DIAMANTE - Outro cicloeconômico regional foi desenvolvido na parteleste do território rondoniense. Esse novoprocesso ligado à extração e comercializaçãode diamantes ficou conhecido como o Ciclo doDiamante no vale do rio Gy-Paraná ouMachado, entre 1951 e 1955. Esse novoprocesso de desenvolvimento atraiupovoadores para aquela região estendendo-se da localidade denominada Rondônia atéPimenta Bueno. Os desdobramentossocioeconômicos desse ciclo contribuírampara atrair povoadores urbanos para a regiãocentral do Território Federal do Guaporé,cujos contingentes migratórios eramformados por garimpeiros, comercializadoresde diamante e de víveres para as áreasgarimpeiras.

VIII. CICLO DA CASSITERITA - Nadécada de 1950 um novo ciclo econômicoocorreu no território rondoniense. Desta vezna área que compreende as microrregiõesAriquemes, Porto Velho e Guajará-Mirim: oCiclo da Cassiterita, que se desenvolveu emduas fases. A primeira, com início na segundametade da década de 1950, estendendo-se àde 1960, e a segunda de 1970 a 1990.

Na primeira fase a exploração de cassiteritaocorreu pela via da garimpagem manual coma atração de milhares de garimpeiros para aregião, procedentes, principalmente, doNordeste, com destaque para o estadoMaranhão. Mas, no início da década de 1970o governo federal interveio no processo ecriou a Província Estanífera de Rondônia, queteria como órgão executor o DepartamentoNacional de Pesquisa Mineral, DNPM. Naseqüência, os garimpeiros foram expulsospara dar lugar às empresas mineradoras,multinacionais e nacionais. Estes gruposempresariais foram atraídos para o TerritórioFederal de Rondônia para exploração emescala industrial do minério do estanho. Teminício a segunda fase do ciclo da Cassiterita,ligada à exploração mecanizada, que vai de1970 a 1990.

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O Ciclo da Cassiterita foi o responsável pelaconstrução da rodovia BR 029, hoje BR 364,no início da década de 1960 para atender aoescoamento da cassiterita em direção ao sule sudeste do país. Nos dias atuais, as áreasprodutoras de cassiterita estão nosmunicípios Ariquemes, Machadinho do Oeste,Campo Novo de Rondônia, Itapuã do Oeste,Nova Mamoré e Porto Velho.

No estado de Rondônia está localizada amaior mina de cassiterita a céu aberto domundo. Trata-se da Mina Bom Futuro, naárea do município Ariquemes.

XIX. O CICLO DA AGRICULTURA - Nadécada de 1970 o panorama sócio-político eeconômico do Território Federal de Rondôniapassaria por profundas transformações namedida em que seu espaço físico começou areceber povoadores destinados à colonizaçãoagropecuária. Desse modo, o tradicionalmodelo econômico rondoniense foiprofundamente alterado, passando deextrativo vegetal e mineral para a produçãoagrícola e pecuária.

A principal estrutura regional para aconsolidação desse novo modelo econômicofoi a construção efetiva e a consolidação darodovia BR 029, hoje BR 364, para atender,inicialmente, as demandas do Ciclo daCassiterita. No entanto, tornar-se-ia naprincipal estrutura viária para o acesso eescoamento do Ciclo da Agricultura.

Outra estrutura de suporte desse ciclo estavanos núcleos urbanos surgidos a partir dofuncionamento das Estações Telegráficas daComissão Rondon, a exemplo das estaçõesVilhena, Pimenta Bueno, Presidente Hermes(hoje Presidente Médici), PresidentePena,(hoje Ji-Paraná), Jaru, Arikêmes eJamary. Para consolidar esse processo depovoamento, foram utilizadas as estruturassócio-políticas das cidades de Porto Velho eGuajará-Mirim, as duas únicas existentes noTerritório Federal de Rondônia, à época.

O Ciclo da Agricultura recebeu vultososincentivos do governo federal. Em 1970 foiimplantado o Programa de IntegraçãoNacional,PIN, que resultou na criação doInstituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária, INCRA, com a finalidade dedisciplinar e operacionalizar a organizaçãofundiária e solucionar pacificamente astensões sociais decorrentes do novo processode povoamento rural na área geográfica deRondônia. Para esse fim, o Incra implantou

Projetos Integrados de Colonização, PIC, eProjetos de Assentamento Dirigido, PAD.

Os PIC eram destinados aos trabalhadoresrurais sem-terra, aqui denominados colonos,que recebiam gratuitamente lotes rurais cominfraestrutura viária, financiamento daprodução e aparelhamento público. Os PADeram destinados a empresários rurais, queadquiriam lotes através de licitação.Constituídos por extensas áreas, os lotesincluídos nos PAD destinavam-se fazendas eoutros empreendimentos de maior porte nosetor rural.

Os PIC implantados em Rondônia foram:- PIC Ouro Preto, que deu origem à cidade deOuro Preto do Oeste e expandiu opovoamento para as áreas dos atuaismunicípios Mirante da Serra, Nova União,Teixeirópolis, Vale do Paraíso e Urupá, alémde promover a expansão das cidades de Ji-Paraná e Presidente Médici;- PIC Padre Adolpho Roll, que deu origem àcidade de Jaru e expandiu o povoamentopara os atuais municípios Governador JorgeTeixeira, Theobroma e Vale do Anari;- PIC Sindney Girão, que originou a cidade deNova Mamoré e expandiu o povoamento domunicípio Guajará-Mirim;- PIC Gy-Paraná, que deu origem à cidade de

Cacoal, expandiu o povoamento do municípioPimenta Bueno e originou o Projeto Rolim deMoura;- PIC Paulo de Assis Ribeiro, que originou osmunicípios Colorado do Oeste, Cerejeiras,Cabixi, Corumbiara, Chupinguaia ePimenteiras do Oeste e expandiu opovoamento do município Vilhena.

Os PAD implantados pelo INCRA foram:Burareiro e Marechal Dutra, que deramorigem à microrregião Ariquemes.

Com o avanço de outras frentes migratóriassobre as áreas produtivas rondonienses, apartir da segunda metade da década de1970, o Incra implantou os Projetos deAssentamento, PA, e os Projetos deAssentamento Rápido, PAR.

O Ciclo da Agricultura, por suascaracterísticas colonizadoras, modificou eacelerou o sistema de desenvolvimentosocioeconômico de Rondônia tradicional, aopromover o aumento populacional no espaçorondoniense, o surgimento de vilas e cidades,e, por fim, a criação dos atuais municípios doEstado, com exceção de Porto Velho eGuajará-Mirim.

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O resultado político mais importante desseciclo econômico foi a criação do Estado deRondônia em 22.12.1981.

16 – RONDÔNIA ATUAL - BASEECONÔMICA - A economia rondoniense éestruturada nos três setores formais daeconomia: o setor primário, o setorsecundário e o setor terciário. No setorprimário destacam-se os ramos daAgropecuária e do Extrativismo Vegetal eMineral. No setor secundário estão os ramosda Agroindústria, da Indústria deTransformação e da Indústria da ConstruçãoCivil.

Nesse contexto econômico, a atividadeagropecuária, faz do Estado um dosimportantes produtores de gado bovino, decorte e de leite. O rebanho bovino do estadode Rondônia é de 11,3 mil cabeças, sendo80% de corte e 20% de leite.

As principais microrregiões produtoras dabovinocultura são: Vilhena, Colorado doOeste, Cacoal, Ji-Paraná e Porto Velho. Namicrorregião Vilhena, destacam-se osmunicípios Pimenta Bueno e Chupinguaia. Namicrorregião Colorado do Oeste as maioresáreas produtoras são Colorado do Oeste,Corumbiara e Cerejeiras. Na microrregiãoCacoal destacam-se os municípios Rolim deMoura e Alta Floresta do Oeste. Namicrorregião Ji-Paraná, os municípios Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Jaru são osmaiores produtores. Na microrregião PortoVelho, destacam-se os municípios Porto Velhoe Nova Mamoré.

A Bacia Leiteira de Rondônia constitui-se na10ª maior do país A microrregião Ji-Paraná,notadamente os municípios Ji-Paraná, OuroPreto do Oeste e Jaru, concentra a maiorBacia Leiteira do Estado.No ramo agrícola, a sojicultura é o carro-chefe, com destaque para a produção dasmicrorregiões Vilhena, Colorado do Oeste eJi-Paraná. A produção de soja do Estado deRondônia, e uma parcela da do Mato Grosso,utiliza o corredor intermodal rodo/fluvialformado pela rodovia BR 364 e a hidrovia doMadeira. Na cidade de Porto Velho estálocalizado o Terminal Graneleiro que realiza otransbordo da produção de soja com destinoao Terminal Graneleiro de Itacoatiara,AM,destinada aos portos exportadores deSantarém, Manaus ou Belém do Pará.

A cafeicultura tem como principais zonas de

produção as microrregiões Cacoal e Ji-Paraná. A cacauicultura ocorre,principalmente, nas microrregiões Ariquemese Ji-Paraná, com destaque para Cacaulândia,Theobroma, Jaru e Ouro Preto do Oeste.

17. O PLANAFLORO E O ZONEAMENTOSOCIOECONÔMICO E ECOLÓGICO - OPLANAFLORO é um programa específico dogoverno do Estado, executado a partir de1988, no governo Jerônimo Santana, comomedida para ordenar as atividadessocioeconômicas e o desenvolvimentosustentável de Rondônia. No entanto, esseprograma somente ganhou força de lei em1991, quando a Assembléia Legislativaaprovou a Lei Complementar 052 queratificou o decreto de 1988 e instituiu o PlanoAgropecuário e Florestal deRondônia,PLANAFLORO.

Todavia, esse programa precisava dereajustes ambientais e de adequação àsexigências do meio ambiente, adotadasnacional e internacionalmente. Desse modo,o governo do Estado elaborou um novoprojeto que foi aprovado pela AssembléiaLegislativa na forma da Lei Complementar233, de 06.06.2000. Por esse procedimentolegal, Rondônia estabeleceu a ação ambientalem três componentes: o meio físico, obiológico e o socioeconômico, definindo oespaço rondoniense em três zonas e novesubzonas.

O PLANAFLORO disciplina a ocupação doespaço físico de Rondônia, cujo estadotornou-se o primeiro do país a ser regido poruma Lei de Zoneamento Socioeconômico eEcológico.

O PLANAFLORO criou no Estado 54 Unidadesde Conservação e Uso Sustentável,priorizando os recursos hidrominerais, afauna, a flora e o desenvolvimentosustentável. As Unidades de Conservaçãodividem-se em Florestas Nacionais,FLONAS,Florestas Estaduais,FLOTAS, ReservasExtrativistas,Resex e Reservas deDesenvolvimento Sustentável, que formam oprimeiro grupo dessa divisão. No segundogrupo estão Parques Nacionais, ReservasBiológicas,REBIO, Estações Ecológicas,Reservas Particulares do Patrimônio Nacionale Áreas de Proteção Ambiental,APA.

18. MERCANTILISMO E AS POLÍTICAS DECOLONIZAÇÃO DOS VALES DO MADEIRAE DO GUAPORÉ - O sistema econômico da

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Amazônia portuguesa era estruturado nomercantilismo envolvendo a coleta de drogasdo sertão e extração mineral. Nesse sentido,ocorria a penetração de comerciantes defrutos e essências raras amazônicas,conhecidos por “droguistas do sertão”, e degrandes expedições exploradoras, de limitese científicas, que percorriam a região embusca de reconhecimento territorial com afinalidade de expandir e consolidar as possesda Coroa portuguesa, da realização deestudos da fauna, da flora e da fisiografia, edo apresamento indígena.

Nesse sentido, as expedições maisimportantes a percorrerem os rios Madeira,Jamary, Mamoré e Guaporé foram:- Expedição comandada por Pedro Teixeira(1637/1639) – bandeira de limites que partiude Cametá, PA, com destino a cidade deQuito, no vice-reinado do Peru (hoje capitalda república do Equador). No retorno, ocapelão da frota, o padre jesuíta espanholCristóbal de Acuña, registrou pela primeiravez o rio Caiary como rio das Madeiras ou rioMadeira (1639);- Expedição comandada por Antonio RaposoTavares (1647/1651) – bandeira exploradorae de limites, que partiu de São Paulo comdestino a Belém do Pará. Considerada a“Grande Bandeira de Limites” ou “A GrandeMarcha dos 12 mil quilômetros”.- Expedição comandada por Francisco deMello Palheta (1723/1726) – bandeiraexploradora e de limites, partiu de Belém doPará com destino ao Vale do Guaporé. Essabandeira alcançou o povoado de Moxos, novice-reinado do Alto Peru (hoje república daBolívia), desafiando o estado de guerra entreos reinos de Portugal e Espanha, e depoispercorreu o rio Guaporé, retornando a Belémdo Pará;- Expedição comandada por Luis FagundesMachado (1748/1749) – bandeira exploradorae de limite, partiu de Belém do Pará comdestino a Vila Bela da Santíssima Trindade doMato Grosso, no Vale do Guaporé. Foi aprimeira bandeira a penetrar no rio Jamary.Em sua viagem, foram realizados estudoscartográficos da região do baixo, médio e altoMadeira.

A Coroa portuguesa buscava consolidar suasposses territoriais e a explorar o máximo quepudesse as riquezas naturais amazônicas.Com essa finalidade, Portugal implementounovas políticas de ocupação regional, criandocapitanias hereditárias, a exemplo dacapitania do Maranhão - hoje estado doMaranhão - capitania do Grão-Pará - hoje

estado do Pará -, capitania de São José e RioNegro – hoje estado do Amazonas – e acapitania de Cuiabá e Mato Grosso – hojeestado de Mato Grosso, cuja abrangênciaestendia-se à maior porção territorial quehoje constitui o estado de Rondônia -. Alémdisso, Portugal estimulou o surgimento denúcleos de povoamento na região. Nos valesdo Madeira e do Guaporé os principaispovoamentos foram:- Santo Antonio das Cachoeiras (1728);- N. Sra. do Salto Grande (1759) - hojeTeotônio -;- Balsemão (1768), na altura da cachoeira doGirau;- São José de Montenegro, hoje PIC SidneyCirão, em Nova Mamoré,RO;- e Vila Bela da Santíssima Trindade de MatoGrosso (1748), que funcionou como capitalda capitania de Cuiabá e Mato Grosso.

Para dar suporte ao mercantilismo, a Coroaportuguesa autorizou o funcionamento deempresas de navegação e colonização, comoa Companhia de Navegação e Comércio doAmazonas, pertencente ao megaempresáriobrasileiro Irineu Evangelhista de Souza, barãode Mauá, e duas outras: a Companhia Fluvialdo Pará e a Companhia Fluvial do AltoAmazonas. Mais tarde, essas três empresasforam adquiridas pela Amazon StealNavigation Company, da Inglaterra, quepassou a monopolizar o sistema detransportes, colonização e os mercadosprodutores regionais.

19. NAVEGAÇÃO NO RIO MADEIRA E AABERTURA DO RIO AMAZONAS ÀNAVEGAÇÃO INTERNACIONAL - No finaldo século XVIII a Coroa portuguesa já haviaestabelecido suas bases no espaço físico daatual Amazônia brasileira, desde o Maranhãoaté o Mato Grosso, e possuía plenoconhecimento da região através de mapaselaborados pelas várias expediçõesexploradoras e de limites, principalmente narota Belém do Pará/Vila Bela da SantíssimaTrindade, que compreendia os rios Amazonas,Madeira, Mamoré e Guaporé.

Os mapas ou cartas topográficas maisimportantes foram elaborados pela expediçãode Francisco de Mello Palheta, de 1723, e ade Luis Fagundes Machado, de 1749, cujoprincipal serviço à Coroa portuguesa foi aelaboração da carta topográfica do rioMadeira, que serviu de orientação aoMarquês de Pombal nas negociações doTratado de Madri, de 1750.

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A navegação no trecho Belém do Pará/VilaBela, um longo trajeto de 770 léguas, eratambém o mais tortuoso por conta dosacidentes hidrográficos (cachoeiras, saltos ecorredeiras) encontrados nos rios Madeira,Mamoré e Guaporé. Para superar essesobstáculos naturais, muitas vezes, asexpedições faziam o contorno por terra,através das picadas e dos varadouros abertosna floresta, situação que tornava a viagemmais longa.

A distância mais curta nesse itinerário – e amais difícil de ser vencida – ficava no trechoSanto Antonio do Rio Madeira/Guajará-Mirim,onde estão localizados 20 acidenteshidrográficos encontrados nos rios Madeira eMamoré, respectivamente. O primeiroacidente hidrográfico é a Cachoeira de SantoAntonio, no rio Madeira, em Porto Velho, e oúltimo, a Cachoeira Guajará-Mirim, no rioMamoré, em Guajará-Mirim.

A ABERTURA DOS RIOS DA AMAZÔNIA ànavegação internacional foi uma das decisõespolíticas mais demoradas do governobrasileiro para estimular o mercantilismo e acolonização da Amazônia. Visando a impediras penetrações das potências dominadoras domundo ocidental (Inglaterra, França,Holanda, Espanha e, posteriormente, osEstados Unidos da América), a Coroaportuguesa proibiu, no final do século XVII,que navios de bandeira estrangeirapercorressem os rios amazônicos.

Em seguida, por conta do funcionamento doCiclo do Ouro no Vale do Guaporé (séculoXVIII), Portugal decretou a proibição danavegação nos rios Guaporé e Madeira(1733), visando a impedir o crescentecontrabando de ouro e as relações ‘nãopermitidas’, mas atuantes, entre garimpeirosluso-brasileiros e comerciantes de víveresespanhóis, localizados na margem esquerdado rio Guaporé.

Os problemas gerados por essa políticaprotecionista de Portugal, mantida depoispelo governo imperial brasileiro, forammuitos, na medida em que tal decisãocontrariava os interesses dos demais paísessul-americanos amazônicos - Bolívia, Peru,Equador, Venezuela e Colômbia - e asprincipais potências mundiais, Inglaterra,Espanha, França e os EUA.

Somente na segunda metade do século XIX ogoverno imperial brasileiro (D. Pedro II)decretou a abertura dos rios amazônicos à

navegação de navios de bandeira estrangeira.Essa decisão modificou por completo omercantilismo, o processo de povoamento, eintroduziu na região a influência direta daspotências mundiais, a partir da criação daAmazon Steal Navigation, uma poderosacompanhia de navegação fluvial e decolonização, de capital inglês, que adquiriu astrês companhias nacionais que operavam naAmazônia.

O mercantilismo ganhou força, mesmoporque estava em pleno funcionamento o 1ºCiclo da Borracha, cujo auge ocorreu a partirda década de 1870, e o declínio na de 1920.

20. A EXPLORAÇÃO E COLONIZAÇÃO DOOESTE DA AMAZÔNIA - O final do séculoXVIII foi marcado pela exploração,reconhecimento e colonização do Oeste daAmazônia, a partir da aprovação, em 1798,do plano de navegação e comércio,implantado pela Coroa portuguesa na região,envolvendo as capitanias do Grão-Pará, doRio Negro (hoje estado do Amazonas) e a deCuiabá e Mato Grosso. Nesse contexto, abase econômica estava sendo alterada com oaumento do comércio das drogas do sertão,destacando-se o cacau, e, mais adiante, coma exploração do látex, a matéria-prima daborracha.

A instalação de povoados e a criação de vilase cidades nos vales do Madeira e do Guaporé,integravam a política oficial colonizadoraregional executada pela Coroa portuguesa e,posteriormente, pelos governos imperial erepublicano brasileiros.

Portanto, o processo de exploração ecolonização do Oeste da Amazônia estádiretamente relacionado à economia cujosdesdobramentos vão gerar povoamento não-indígena na região. Nesse contexto incluem-se os megaprojetos de ocupação ecolonização dos quais destacam-se o primeiroe o segundo ciclos da borracha, a construçãoe funcionamento da ferrovia Madeira-Mamoré e das linhas e estações telegráficasestratégicas construídas pela ComissãoRondon. Posteriormente, ocorreu aconstrução efetiva da rodovia BR 029, hojeBR 364.

Porém, os graves problemas fronteiriços doBrasil com a Bolívia obrigaram a celebraçãode acordos diplomáticos, sendo os maisimportantes o Tratado de Ayacucho, de 1867,através do qual o Brasil e a Bolívia firmaramacordos de livre navegação, comércio,

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amizade e extradição, e o Tratado dePetrópolis, de 1903, no qual Brasil e Bolíviaencerraram suas pendências territoriais, oAcre boliviano passou a fazer parte doterritório nacional brasileiro, mediantecompra, e o Brasil ficou incumbido de realizaro antigo projeto boliviano de encontrar umcaminho para o Oceano Atlântico, construindoa ferrovia Madeira-Mamoré (1907/1912).

Em todos esses episódios, destaca-se omercantilismo, com ênfase às drogas dosertão e a borracha silvestre, produtoamazônico que passaria a ser largamenteaproveitado nos mercados europeu e norte-americano.

O desenrolar das atividades mercantis e achegada sistemática de povoadores na áreado vale do Madeira provocaram aexpropriação das terras indígenas, cujospovos foram empurrados cada vez mais parao interior da floresta e submetidos a umintenso processo de extermínio edesaparecimento de algumas das maisimportantes nações, a exemplo dos Caiapós ePaiaguás, do vale do Guaporé, dos Pamas,Mundurukus, Torá e Mura, do vale doMadeira.

A Coroa portuguesa, em um primeiromomento, estimulava o apresamento doindígena por colonos e pelas expediçõesexploradoras, apesar de expedir váriosdecretos proibindo sua escravização. Noentanto, em 1775 a Coroa portuguesaexpediu provisão real abolindo o escravismoindígena, ao tempo em que estimulava aintrodução de negros africanos como mão-de-obra escrava substituta e definitiva noprocesso de exploração e colonização daAmazônia.

No século XIX, com o funcionamento doprimeiro ciclo da borracha, os povoadoresamazônicos passaram a ser, em sua maioria,nordestinos introduzidos no sistemacomercial e produtivo dos seringais. Nosespaços físicos que constituem hoje o estadode Rondônia e do Acre a evolução econômicada produção de borracha e suacomercialização geraram povoamentos econflitos.

Nesse contexto, o oeste amazônico receberiamilhares de trabalhadores nordestinos. Mashavia também o ingresso de estrangeiros nocenário econômico do ciclo da borracha, aexemplo de europeus, asiáticos e norte-americanos, além de bolivianos e peruanos.

De outras regiões do Brasil aportaram naAmazônia patrões de seringais, técnicos ecomerciantes que operavam a exploração delátex, a produção, comercialização eexportação de borracha silvestre.

Mas, deve-se ressaltar, nesse processo depovoamento e colonização regional, aimportância dos missionários jesuítas nafundação das Missões que depois vão setornar vilas e cidades. No vale do médioMadeira, por exemplo, destaca-se a ação dojesuíta João de Sampayo que fundou, em1728, a missão de Santo Antonio dasCachoeiras, na região conhecida como Bocado Jamary, localizada entre a cachoeira deSanto Antonio e a foz do rio Jamary, noMadeira.

21. O PROCESSO DE OCUPAÇÃO EEXPROPRIAÇÃO INDÍGENA NA ÁREA DOBENI - O avanço dos colonizadores sobre aregião Amazônica vai gerar conflitos mortaisentre os povos indígenas e os novospovoadores, principalmente na imensa áreado Beni e do Madeira. O índio torna-semercadoria plenamente comercializável namedida em que é a mão-de-obra mais fácilde ser encontrada e, portanto, de serescravizada.No século XIX, o noroeste boliviano foi alvode intensa exploração econômica com autilização de mão-de-obra indígena e aexpropriação de suas terras. No vale do rioBeni, a Coroa espanhola praticava umsistema de colonização diferenciado daquelepraticado pela Coroa portuguesa nos vales doGuaporé e Madeira. A Espanha cobravatributo a todo indígena entre 18 e 50 anos deidade. Esses impostos eram altíssimos eincidiam sobre a produção dos indígenas daregião, o que causava um sentimento derevolta aos povos andinos e, sobretudo,aqueles localizados no noroeste boliviano,fronteira com a Amazônia portuguesa.

Somente após a divisão do Vice-Reinado doAlto Peru (1824/1825), através da ação deSimon Bolívar, esses tributos foram abolidos,mesmo porque a Espanha perdeu o controlesobre a região que terminou dividida emvários países que vão da Venezuela à Bolívia,nos dias atuais.

Em 1831, o governo boliviano restabeleceuos direitos dos povos indígenas às suasterras. Mas essa nova condição política nãose estendeu ao noroeste boliviano, região deMojos, Yucararés e Chiquitos, cujas terrasforam disponibilizadas pelo governo para a

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colonização agropastoril ou exploração dolátex. O indígena vai ser novamentesubmetido a um sistema de patronato rural,quadro que somente seria abolido 20 anosmais tarde.

Os povos indígenas da região do Benipromoveram várias revoltas levantando-secontra a política colonial do governoboliviano. Um dos mais importantes líderesdesses movimentos foi Pedro Ignácio Muíbaque comandou uma grande rebelião contra osistema. Mas os índios sob seu comandoforam duramente reprimidos pelos militares,fazendeiros e mineradores brancos, apoiadospor grupos indígenas rivais, liderados porJuan Maraza, que lutavam ao lado doscolonizadores contra seu próprio povo.

Mas a resistência dos povos indígenas doBeni seria intensificada com o passar dosanos estendendo-se até meados do séculoXX, quando, por fim, conquistaram o direito aterra.

22. MÃO-DE-OBRA PARA OS SERINGAISDO ALTO MADEIRA, A QUESTÃOACREANA E A CONSTRUÇÃO DAFERROVIA MADEIRA-MAMORÉ - Oprimeiro Ciclo da Borracha foi responsávelpor conceder à região Amazônica umaidentidade econômica e por seu primeiroprocesso de povoamento efetivo nãoindígena. A exploração do látex nos seringais,cuja demanda era para atender aos países daRevolução Industrial (Inglaterra, França,Holanda, Alemanha e os EUA), exigia cadavez mais braços fortes para atuar na floresta,retirar o látex e produzir a borracha.

A mão-de-obra que iria atender a esseprocesso, inicialmente, foi a do indígenaescravizado. Eram os braços fortes maispróximos do sistema produtivo. Mas oindígena encontrava o ambiente propício parafugas que desestabilizavam o sistema.

Os patrões dos seringais (seringalistas), nãopodiam, portanto, segurar os vários gruposindígenas e não contavam com o apoio daIgreja ou dos financiadores internacionaispara continuar investindo nesse tipo deescravismo. Por isso, voltaram suas atençõespara uma segunda mão-de-obra: os negrosescravos. No entanto, o escravismo negro naAmazônia era desorganizado e de custoelevado, tendo em vista o preço do negroescravo, as longas distâncias percorridas e oalto valor do frete.

No entanto, os seringais precisavam produzirmais borracha para atender às necessidadesinternacionais, principalmente após adescoberta da vulcanização da borracha porCharles Goodyear (EUA) e Thomas Hankock(Inglaterra), e da invenção do automóvel porHenry Ford (EUA), no século XIX.

O sistema vai buscar a mão-de-obranordestina para a exploração do látex eprodução de borracha. Uma política depovoamento da Amazônia foi executada pelogoverno imperial brasileiro (D. Pedro II) queincentivou a emigração de trabalhadores semterra do Nordeste, notadamente dos estadosdo Ceará, Paraíba, Piauí Pernambuco e doMaranhão com destino à Amazônia.

Os nordestinos, transformados emseringueiros, passaram a integrar o cenáriosocioeconômico da Amazônia na condição demão-de-obra semiescravizada. No espaçofísico que constitui hoje o estado deRondônia, os nordestinos vão trabalharjuntamente com seringueiros bolivianos queoperavam nos vales do Guaporé, do Mamoré,do Madeira e do Jamary, em seringaispertencentes a empresários brasileiros,europeus e bolivianos, como os poderososSuarez y Hermanos, que controlavam ocomércio da borracha na região.

Portanto, os seringais absorveram mão-de-obra indígena escravizada, substituída pelamão-de-obra negra africana escrava.Seringueiros bolivianos e nordestinos, e aindauma parcela de imigrantes estrangeirosprocedentes da Europa integraram o setorprodutivo da economia gomífera durante oprimeiro ciclo da borracha.

23. A QUESTÃO ACREANA - O territórioque hoje forma o estado do Acre eraconsiderado pelo governo brasileiro uma zonanão-descoberta, mas que pertencia à Bolívia,na forma do Tratado de Madri, de 1750,tendo em vista ter pertencido à Espanha,como ficou estabelecido entre os reinos dePortugal e Espanha, signatários desse acordodiplomático.

No entanto, durante o primeiro Ciclo daBorracha, os nordestinos penetravamindevidamente na região acreana através dahidrovia Amazonas, Purus, Acre e Juruá, ondefundavam seringais e estabeleciamentrepostos comerciais. O governo bolivianoreagiu e ocupou militarmente o Acre,provocando com isso várias revoltas dosseringalistas brasileiros que operavam a

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exploração do látex e a produção de borrachasilvestre na região. Estes produtores eramapoiados pelos governos do Amazonas e doPará. A mais importante revolta acreanaocorreu depois de o governo bolivianoarrendar as terras do Acre a um poderosoconsórcio multinacional denominado BolivianSyndicate, com o apoio ostensivo dosgovernos dos Estados Unidos, da Inglaterra,da França e da Bélgica.

Os seringalistas acreanos, apoiados pelosgovernos do Amazonas e do Pará, e pelasCasas Aviadoras, organizaram um levante eentregaram o comando ao ex-militar eagrimensor gaúcho Plácido de Castro. Depoisde muitos combates entre seringueiros ejagunços nordestinos contra militaresbolivianos e mercenários a soldo do BolivianSyndicate, em 1903, Plácido de Castro e seuexército de seringueiros sagraram-sevencedores. Em conseqüência, os governosbrasileiro e boliviano firmaram o Tratado dePetrópolis, em 17.11.1903, sob a orientaçãodo ministro das Relações Exteriores do Brasil,José Maria da Silva Paranhos Junior, o barãodo Rio Branco.

Por esse Tratado, celebrado na cidade dePetrópolis, no Rio de Janeiro, o Brasil ficoucom a posse do Acre, mediante compra, pelovalor de duas mil libras esterlinas pagas àBolívia, e 114 mil libras pagos a titulo deindenização ao Bolivian Syndicate.. O Brasilficou obrigado a construir a Ferrovia Madeira-Mamoré.

24. A CONSTRUÇÃO DA FERROVIAMADEIRA-MAMORÉ – A república da Bolíviaé a responsável pela abertura de um caminhode ferro ligando os vales do Madeira e doMamoré, interligando a região ao rioAmazonas e, em seguida, aos portosexportadores de Manaus e Belém do Pará. Aferrovia Madeira-Mamoré começou a serconstruída no ano de 1872, quando aempreiteira inglesa Public WorksConstructions instalou-se na localidade deSanto Antonio, às margens do rio Madeira.Essa empresa foi contratada pelo coronelnorte-americano George Earl Church,preposto do governo boliviano e diretor-geralda empresa The Madeira-Mamoré RailwayCompany, de Nova Iorque, EUA.

Estava em vigor o Tratado de Ayacucho,assinado em 1867 pelos governos do Brasil(império) e da Bolívia (república) queestabelecia a livre utilização do territóriobrasileiro pela Bolívia para fins comerciais, e

previa a construção de uma estrada de ferroligando a região do Madeira à do Mamoré.Mas a empreiteira inglesa Public Works nãoreunia as condições necessárias paraconstruir a ferrovia, mesmo porque nãopossuía o conhecimento topográfico daregião. Além disso, enfrentou váriosproblemas financeiros e de mortalidade detécnicos e operários. Por isso, desistiu daobra no início de 1874 sem haver construídoum quilômetro sequer de ferrovia.

Essa situação levou o coronel George EarlChurch a contratar uma empreiteira norte-americana, a Dorsay and Caldwell Company,que não se instalou na região e transferiu ocontrato para a empreiteira Reed & Brothers,norte-americana, que tentou obter lucrossem sequer sair dos Estados Unidos.

Depois de muitas demandas judiciais, ocoronel George Earl Church contratou aempreiteira P & T Collins, norte-americana.Em 1877, essa empreiteira instalava seucanteiro de obras em Santo Antonio. Apesarde contar com o reconhecimento topográficoda região, a P & T Collins não resistiu aosgraves problemas que teve de enfrentar, umarco de dificuldades que envolvia doençasregionais (malária), conflitos com os índiosCaripunas, morte em massa de técnicos eoperários, restrição de crédito internacionale pesadas dívidas.

No entanto, os serviços foram retomados apartir da celebração do Tratado de Petrópolis,em 1903, desta vez sob o controle domegainvestidor norte-americano PercivalFarqhuar, e como obrigação diplomática dogoverno brasileiro.

Em 1907, o grupo de empreiteiras norte-americanas May, Jekkyl & Randolph instaloucanteiros de obras no lugar conhecido comoPorto Velho, por ser um antigo porto do rioMadeira, situado em terras do município deHumaitá, AM, fronteira com o estado deMato Grosso.

A construção definitiva da ferrovia Madeira-Mamoré ocorreu entre 1907 e 1912, ano emque foi inaugurada, interligando o rio Madeiraao rio Mamoré, e a região aos portos deManaus e Belém, facilitando as exportações eimportações do noroeste boliviano e de umaparcela do oeste Amazônico, fomentando omercantilismo regional.

Essa empresa foi nacionalizada em 1931,

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depois da grande queda da Bolsa da Valoresde Nova Iorque, ocorrida em 1929, queabalou a economia mundial. Emconseqüência, os novos proprietários daempresa, agora anglo-canadense, decidiramfechar o empreendimento brasileiro.

Entrou em ação o militar Aluízio PinheiroFerreira que solicitou do presidente GetúlioVargas a intervenção do governo federal, fatoocorrido em 10 de julho de 1931 quando aMadeira-Mamoré passou a denominar-seEstrada de Ferro Madeira-Mamoré S/A. Umaempresa nacional brasileira.

Em 1972, a Madeira-Mamoré foi fechadadefinitivamente através de um processolevado a efeito pelo 5º Batalhão deEngenharia de Construção,BEC, denominado“Erradicação da Madeira-Mamoré”.

HINO DE RONDÔNIALETRA: JOAQUIM DE ARAÚJO LIMAMÚSICA: JOSÉ VICENTE DE MELLO E SILVA

QUANDO NOSSO CÉU SE FAZ MOLDURAPARA ENGALANAR A NATUREZANÓS, OS BANDEIRANTES DE RONDÔNIANOS ORGULANHOS, DE TANTA BELEZA

COMO SENTINELAS AVANÇADOSSOMOS DESTEMIDOS PIONEIROSQUE NESTAS PARAGENS DO POENTEGRITAM COM FORÇASOMOS BRASILEIROS.

NESTA FRONTEIRA DE NOSSA PÁTRIARONDÔNIA TRABALHA FEBRILMENTENAS OFICINAIS E NAS ESCOLASA ORQUESTRAÇÃO EMPOLGA TODA GENTEBRAÇOS E MENTES, FORJAM CANTANDOA APOTEOSE DESSE RINCÃOQUE COM ORGULHO, EXALTAREMOS,ENQUANTO NOS PALPITA O CORAÇÃO

AZUL, NOSSO CÉU É SEMPRE AZULQUE DEUS O CONSERVE SEM RIVALMUITO LIMPO E MUITO PURO E O CONSERVESEMPRE ASSIM

AQUI TODA VIDA SE ENGALANADE BELEZA TROPICAL, NOSSOS LAGOS,NOSSOS RIOS, NOSSAS MATAS, TUDOENFIM. TUDO ENFIM.