Historia da Ciencia Farmaceutica

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História da ciência farmacêutica Desde o começo da humanidade a farmácia tem feito parte da vida humana. Através de pesquisas, foi comprovado que desde o período pré-histórico, as pessoas já colhiam plantas com propósitos medicinais. As curas foram adquiridas através dos conhecimentos práticos do dia-a-dia, e as doenças tinham explicações místicas. Mudanças foram ocorrendo nos aspectos de cura, a partir de observações feitas neles mesmos e no meio em que estavam inseridos. Foi aí que surgiu a separação da cura empírica e a cura puramente espiritual. Galeno é considerado o pai da farmácia por seus feitos na área da saúde. Contribuiu para a ciência médica mais do que qualquer outro homem e sua filosofia médica ainda persiste e constitui a base filosófica da medicina atual. No século X, a medicina e a farmácia eram uma só profissão, e o boticário tinha a responsabilidade de conhecer e curar as doenças, mas para exercer a profissão deveriam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados para a preparação e guarda dos medicamentos. Com o desenvolvimento dos conhecimentos da área da saúde e da necessidade de se preparar substâncias mais elaboradas houve a separação da farmácia da medicina, que ocorreu em 1240 d.C. Foi o imperador Frederick II que apresentou um decreto separando completamente as responsabilidades do médico e do farmacêutico, regulamentando a profissão.

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História da ciência farmacêutica

Desde o começo da humanidade a farmácia tem feito parte da vida humana.

Através de pesquisas, foi comprovado que desde o período pré-histórico, as

pessoas já colhiam plantas com propósitos medicinais. As curas foram adquiridas

através dos conhecimentos práticos do dia-a-dia, e as doenças tinham explicações

místicas.

Mudanças foram ocorrendo nos aspectos de cura, a partir de observações

feitas neles mesmos e no meio em que estavam inseridos. Foi aí que surgiu a

separação da cura empírica e a cura puramente espiritual.

Galeno é considerado o pai da farmácia por seus feitos na área da saúde.

Contribuiu para a ciência médica mais do que qualquer outro homem e sua filosofia

médica ainda persiste e constitui a base filosófica da medicina atual.

No século X, a medicina e a farmácia eram uma só profissão, e o boticário

tinha a responsabilidade de conhecer e curar as doenças, mas para exercer a

profissão deveriam cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos

adequados para a preparação e guarda dos medicamentos. Com o desenvolvimento

dos conhecimentos da área da saúde e da necessidade de se preparar substâncias

mais elaboradas houve a separação da farmácia da medicina, que ocorreu em 1240

d.C. Foi o imperador Frederick II que apresentou um decreto separando

completamente as responsabilidades do médico e do farmacêutico, regulamentando

a profissão.

A separação entre as profissões médica e farmacêutica foi também

regulamentada por D. Afonso V, que promulgou outra carta em 1461 determinando a

completa separação entre as profissões médica e farmacêutica. Este diploma vedou

aos médicos e cirurgiões a preparação de medicamentos para a venda e proibiu

qualquer outra pessoa de vender medicamento compostos ao público em

localidades onde houvesse boticário.

Os primeiros boticários surgiram no século XIII. Entretanto antes disso, já

existiam as especiarias que eram utilizadas para fins farmacêuticos, entrando na

composição de vários medicamentos. Os boticários surgiram depois dos especieiros,

vendedores de drogas e especiarias, e coexistiram com estes ainda durante certo

período.

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Com o passar do tempo surgiu um estabelecimento fixo para a venda de

medicamentos. Portanto, o boticário surge assim com a botica, que servia como

depósito dos remédios.

No Brasil, os boticários surgiram no período colonial, e os medicamentos

podiam ser comprados na botica. O boticário manipulava e produzia os

medicamentos na frente do paciente de acordo com a prescrição médica. O primeiro

boticário do Brasil foi Diogo de Castro, trazido de Portugal, único boticário da grande

armada que possuia salário e função oficial. Isso só aconteceu devido à grande

dificuldade de acesso das pessoas aos medicamentos, porque a população só tinha

acesso quando vinham expedições francesas, portuguesas e espanholas que

traziam os remédios.

No final do século, em 1497, foi elaborado pontodo o ''Regimento dos

Boticários'' da cidade de Lisboa, reformado em 1572. Estes regimentos não

estipulavam quaisquer funções ou direitos para as corporações farmacêuticas, mas

determinavam uma série de obrigações, definindo quais os livros que os boticários

eram obrigados a possuir, assim como os pesos e as medidas convenientes ao seu

oficio. Os preços dos medicamentos tinham que corresponder aos de uma tabela

registrada na câmara e deviam ser inscritos na própria receita. Os medicamentos só

podiam ser vendidos pelo próprio boticário na ausência deste, por um praticante com

um mínimo de dois anos de prática e com licença da câmara.

Com o desenvolvimento da medicina, no século XIX começaram a serem

produzidos os medicamentos químicos. A farmácia química surgiu em oposição à

farmácia tradicional, a Galenica, baseada na utilização de substâncias de origem

vegetal e animal. Os medicamentos químicos foram introduzidos como resultado das

teorias de Paracelso e dos Iatroquimicos e do desenvolvimento da técnica que

visava obter princípios ativos puros, em oposição às misturas complexas obtidas dos

preparados galenicos. Os remédios químicos incluíam sais metálicos, principalmente

de antimônio e mercúrio e também substancias medicamentosas obtidas por

destilação de drogas vegetais. A farmácia química utilizava técnicas e instrumentos

próprios, herdados do laboratório alquímico da metalurgia e da contrastaria.

No período da primeira guerra mundial (1914-1915), desenvolveu-se a terapia

antimicrobiana com desenvolvimento nas áreas de quimioterapia, antibioticoterapia e

imunoterapia. Já na segunda guerra mundial (1939-1945), começaram as pesquisas

sobre guerra química onde foram descobertos os primeiros anti-neoplasicos.

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A industrialização tem grande avanço e torna o fármaco um produto industrial,

devido às mudanças de necessidade das pessoas que passaram a consumir cada

vez mais, e ainda com objetivos de interesses econômicos e políticos. Como

conseqüências são feitos muitos investimentos sendo atribuído o medicamento

como solução para todos os problemas. A partir da década de 50, a sociedade

começa a dispor dos serviços das farmácias e da qualificação do farmacêutico.

Os Conselhos Federais e Regionais surgiram devido ao desejo dos

farmacêuticos de possuírem um conselho como a OAB, porém quando veio a ser

aprovado, foi criada não uma ordem, mas sim um conselho de farmácia, que se

inspiraram nos conselhos de engenharia e contabilidade. E principalmente para

evitar a extinção da profissão, pois os proprietários dos estabelecimentos

farmacêuticos aspiravam se tornar técnicos sendo que não eram capacitados para o

mesmo.

Em 1931 foi decretado que para ser responsável técnico de uma farmácia, o

farmacêutico teria que ser sócio da firma, com no mínimo 30% de capital social,

porém isso não deu certo por que o farmacêutico não tinha esse dinheiro e o

proprietário não queria ter um farmacêutico como sócio, acarretando a falência da

firma e do próprio farmacêutico por ser sócio. Isso gerou certo descaso com a

profissão farmacêutica. Entretanto, a partir da década de 60 foi instaurado o

Conselho Federal de Farmácia e sem receber qualquer tipo de apoio financeiro dos

órgãos públicos. Só a partir daí o profissional passou a ser valorizado, sendo

reconhecidos os seus direitos.

No Brasil a primeira faculdade de farmácia teve inicio no Rio de Janeiro em

1832. No período de 1832 a 1969 o currículo do farmacêutico sofreu inúmeras

modificações, ate que em 2002 a formação deixa de ser específica e passa a ser

generalista e humanista, com capacidade de avaliar crítica e humanisticamente a

sociedade em seus aspectos biopsicossociais, trabalhar com a comunidade a sua

função social, atuar em todos os níveis de atenção a saúde, com rigor cientifico e

intelectual, participar e lutar por uma política Nacional de Assistência Farmacêutica.

Desta forma o farmacêutico generalista funções da habilitação em farmacêutico-

bioquímico, tendo também o ensino direcionado a saúde publica, tais como realizar,

interpretar e emitir laudos e pareceres, responsabilizando-se por analises clinico -

laboratoriais em bromatologia, industrias de medicamentos biológicos e

biotecnológicos e nas áreas que abrangem toxicologia, infertilidade e reprodução

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humana, controle de poluição ambiental, tratamento de dejetos industriais e de

águas para consumo e preparação de medicamentos. Sendo assim o farmacêutico

pode atuar nas áreas de:

Acupuntura - O farmacêutico, depois de realizar o curso de acupuntura, pode abrir uma clínica e realizar esta prática devidamente regulada pela legislação.

Administração de laboratório clínico - Nas análises clínicas, o farmacêutico pode gerenciar um laboratório. No Brasil existem mais de 5500 laboratórios onde os proprietários são farmacêuticos.

Administração farmacêutica - Desenvolve o uso correto do medicamento. Administração hospitalar - No decorrer de sua carreira, este possui

conhecimentos sobre saúde pública, economia, administração, entre outros, o que o tornam apto para administrar um hospital.

Análises clínicas - Além de gerenciar laboratórios, o farmacêutico possui conhecimentos em hematologia, citopatologia, bioquímica, morfologia celular e outros para o exercício desta função.

Assistência domiciliar em equipes multidisciplinares - Parte da assistência farmacêutica, onde temos o profissional realizando serviços de Saúde da Família.

Atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência - Em serviços de emergência a atuação do farmacêutico pode evitar mortes, onde este, orientado pelo médico prestará o auxílio medicamentoso necessário.

Auditoria farmacêutica - Verifica se a indústria, farmácia, laboratório, etc, estão dentro das normas exigidas pela legislação.

Bacteriologia clínica - Detecta bactérias através de meios de cultura, identifica e faz laudos sobre os achados.

Banco de cordão umbilical - Utilização das células tronco do cordão umbilical, importante para pacientes que necessitam de medula óssea.

Banco de leite humano - O farmacêutico atua nas técnicas de conservação e testes laboratorias em bancos de leite.

Banco de sangue - Coleta, transportes e testes realizados no sangue, para sua posterior utilização.

Banco de sêmen - Conservação, testes da bioquímica do sêmen. Banco de órgãos Biofarmácia Biologia molecular Bioquímica clínica - Pode realizar a bioquímica do sangue, hemograma,

bioquímica da urina, e outros. Bromatologia - Estuda os alimentos e desenvolve produtos mais nutritivos e

saudáveis. Citologia clínica - Estudo das células na clínica Citopatologia - Observa se as células apresentam alguma anormalidade que

as torne patológica. Citoquímica - Estuda processos químicos nas células. Controle de qualidade e tratamento de água, potabilidade e controle

ambiental - Nas indústrias a qualidade da água é um fator essencial para a qualidade dos produtos, como exemplo podemos citar os injetáveis.

Controle de vetores e pragas urbanas - Nesta área o farmacêutico estabelece uma rotina para exterminar uma praga urbana.

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Cosmetologia - Estudo dos cosméticos, formas de preparo, avaliação química, desenvolvimento, controle de qualidade, etc.

Exames de DNA Farmacêutico na análise físico-química do solo Farmácia antroposófica Farmácia clínica Farmácia comunitária - nos postos de saúde, clínicas médicas, entre outros. Farmácia de dispensação - Fracionamento de medicamentos - Vital para a economia e utilização

racional do medicamento. Farmácia dermatológica Farmácia homeopática - Dispensa e orienta sobre produtos homeopáticos. Farmácia hospitalar - É a farmácia com função de atender pacientes

internados ou de emergência, onde os cuidados e restrições são especiais. Farmácia industrial - Produção de medicamentos, alimentos humanos e

animais. Farmácia magistral - manipulação de fórmulas. Farmácia nuclear (radiofarmácia) Farmácia oncológica - Produtos específicos para pessoas afetadas pelo

câncer. Farmácia pública - Farmácias dos governos federais, estaduais e

municipais. Farmácia veterinária - Produtos específicos para animais. Farmácia-escola Farmacocinética clínica Farmacoepidemiologia - Controle de pragas e vetores de doenças. Fitoterapia - Utilização de medicamentos fitoterápicos na cura de doenças. Gases e misturas de uso terapêutico - Alguns destes gases são usados na

anestesia. Genética humana - Clínicas de reprodução e fertilidade humana Gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde - O farmacêutico cuida

dos materias descartados, com atenção para a contaminação do meio ambiente.

Hematologia clínica - Bioquímica do sangue solicitada pelos médicos para desvendar doenças.

Hemoterapia Histopatologia - Define se o a composição histológica está normal ou

patológica. Histoquímica - Química dos tecidos. Imunocitoquímica Imunogenética e histocompatibilidade Imunohistoquímica Imunologia clínica - Testes imunológicos reclamados pela clínica médica. Imunopatologia Meio ambiente, segurança no trabalho, saúde ocupacional e

responsabilidade social Micologia clínica Microbiologia clínica Nutrição parenteral Parasitologia clínica - Identifica parasitas.

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Saúde pública - Em farmácias de postos de saúde, hospitais, ambulatórios. Assim como na prevenção de doenças.

Toxicologia clínica Toxicologia ambiental Toxicologia de alimentos - Toxicologia desportiva - Busca devendar casos de dopping, ou uso abusivo

de substâncias por atletas. Toxicologia farmacêutica Toxicologia forense Toxicologia ocupacional Toxicologia veterinária - Estuda as substâncias tóxicas que afetam os

animais, assim como sua alimentação. Vigilância sanitária - Fiscalização de estabelecimentos que devem seguir

normas da vigilância sanitária do país. Virologia clínica - Detecção e identificação de vírus causadores de doença.

A história da farmácia está, em seu inicio, intimamente ligada a historia da

medicina. Afinal, as descobertas especificamente químicas só foram adquiridas com

o passar do tempo. Com isso, a farmácia pode ser considerada como resultado da

medicina, por que é depois de detectadas as doenças que pode-se tentar produzir

fármacos para inibi-las. Hoje, a farmácia é um grande pólo industrial, e com a ajuda

da tecnologia , tem progredido muito, beneficiando a população que necessita dos

medicamentos.