História A - Extensivo (1)

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Inclusão para a Vida História A Pré-Vestibular da UFSC 1 UNIDADE 1 ANTIGUIDADE ORIENTAL As primeiras sociedades que surgiram no Oriente Próximo se organizaram através do Modo de Produção Asiático. Todas as terras pertenciam ao Estado e a servidão coletiva era a forma utilizada pela população como pagamento pelo usufruto dessas. O estado se apropriava do excedente agrícola dos servos e distribuía-o entre a nobreza e a classe sacerdotal. Nos períodos em que não estavam ocupados com atividades agrícolas, os servos eram utilizados na realização de grandes obras públicas, as quais iam de pirâmides e zigurates a dique, represas e canais de irrigação. Tais obras não só serviam para exaltar seus reis e faraós, como garantiam a ampliação das áreas cultiváveis, o que deu a tais povos a denominação de Sociedades Hidráulicas. Com exceção dos Hebreus, criadores da primeira religião monoteísta, as sociedades daquela região eram politeístas e seus governos teocráticos. Os governantes (reis, imperadores ou faraós) eram considerados verdadeiros deuses. Assim a população era levada a acreditar que esses eram responsáveis pela fertilidade da terra e pela prosperidade de suas comunidades. Egito Entre 5.000 a.C. e 4.000 a.C., formaram-se os primeiros Nomos, pequenos agrupamentos humanos às margens do rio Nilo. Em 3.500 a.C., devido à insuficiência de mão-de-obra para construções necessárias à ampliação das áreas cultiváveis, esses nomos uniram-se em dois reinos: Alto Egito, ao norte, e Baixo Egito, ao sul. O responsável pela unificação desses reinos foi Menés que, em 3.200 a.C., deu início ao que chamamos Império Egípcio. A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo o faraó a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Abaixo do faraó encontravam-se sacerdotes e burocratas. As camadas superiores eram sustentadas pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Embora a mão-de-obra comumente utilizada fosse a servidão coletiva, havia também escravos. A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura, realizada principalmente nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato. A religião egípcia era politeísta e antropozoomórfica. Seus deuses formavam um complexo sistema mitológico. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam: chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado a ressurreição). A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano. Mesopotâmia A Mesopotâmia localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente situa-se o Iraque. Entre os povos que habitaram essa região podemos destacar: sumérios, acádios, babilônicos (amoritas), assírios e neobabilônicos (caldeus). Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia à população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. No geral, eram povos politeístas com economia baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas. Sumérios Escrita cuneiforme Construções hidráulicas Zigurates Cidades-Estado Acádios Primeiro Império da Mesopotâmia (Rei Sargão) Amoritas Cidade da Babilônia Código de Hamurabi Astronomia Assírios Cultura militar. Extremamente cruéis com os povos inimigos Conquista do Egito Caldeus Jardins Suspensos da Babilônia (Nabucodonosor) Torre de Babel. Hegemonia e esplendor Dominados pelos Persa (539 a.C.) Exercícios de Sala 1. Sobre o Egito antigo, é correto afirmar que: 01. a construção das pirâmides atendia às necessidades da vida após a morte dos faraós. Esse tipo de construção foi característica da arquitetura funerária durante todo o período do Egito antigo e só foi possível graças à enorme mão- de-obra escrava existente desde o Antigo Reino. 02. a despeito da influência islâmica, o Egito atual mantém as mesmas crenças religiosas do Egito antigo. 04. os egípcios antigos acreditavam em vários deuses que se relacionavam entre si e formavam seu sistema mitológico.

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Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 1

UNIDADE 1

ANTIGUIDADE ORIENTAL

As primeiras sociedades que surgiram no Oriente

Próximo se organizaram através do Modo de

Produção Asiático. Todas as terras pertenciam ao

Estado e a servidão coletiva era a forma utilizada pela

população como pagamento pelo usufruto dessas. O

estado se apropriava do excedente agrícola dos servos e

distribuía-o entre a nobreza e a classe sacerdotal.

Nos períodos em que não estavam ocupados

com atividades agrícolas, os servos eram utilizados na

realização de grandes obras públicas, as quais iam de

pirâmides e zigurates a dique, represas e canais de

irrigação. Tais obras não só serviam para exaltar seus

reis e faraós, como garantiam a ampliação das áreas

cultiváveis, o que deu a tais povos a denominação de

Sociedades Hidráulicas.

Com exceção dos Hebreus, criadores da

primeira religião monoteísta, as sociedades daquela

região eram politeístas e seus governos teocráticos. Os

governantes (reis, imperadores ou faraós) eram

considerados verdadeiros deuses. Assim a população

era levada a acreditar que esses eram responsáveis pela

fertilidade da terra e pela prosperidade de suas

comunidades.

Egito Entre 5.000 a.C. e 4.000 a.C., formaram-se os

primeiros Nomos, pequenos agrupamentos humanos

às margens do rio Nilo. Em 3.500 a.C., devido à

insuficiência de mão-de-obra para construções

necessárias à ampliação das áreas cultiváveis, esses

nomos uniram-se em dois reinos: Alto Egito, ao norte,

e Baixo Egito, ao sul. O responsável pela unificação

desses reinos foi Menés que, em 3.200 a.C., deu início

ao que chamamos Império Egípcio.

A sociedade egípcia estava dividida em

várias camadas, sendo o faraó a autoridade máxima,

chegando a ser considerado um deus na Terra. Abaixo

do faraó encontravam-se sacerdotes e burocratas. As

camadas superiores eram sustentadas pelo trabalho e

impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos

comerciantes. Embora a mão-de-obra comumente

utilizada fosse a servidão coletiva, havia também

escravos.

A economia egípcia era baseada

principalmente na agricultura, realizada

principalmente nas margens férteis do rio Nilo. Os

egípcios também praticavam o comércio de

mercadorias e o artesanato.

A religião egípcia era politeísta e

antropozoomórfica. Seus deuses formavam um

complexo sistema mitológico. Muitos animais

também eram considerados sagrados pelos egípcios,

de acordo com as características que apresentavam:

chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro

(reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos),

serpente (poder de ataque), águia (capacidade de

voar), escaravelho (ligado a ressurreição).

A civilização egípcia destacou-se muito nas

áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos

importantes na área da matemática, usados na

construção de pirâmides e templos. Na medicina, os

procedimentos de mumificação, proporcionaram

importantes conhecimentos sobre o funcionamento do

corpo humano.

Mesopotâmia

A Mesopotâmia localiza-se entre os rios Tigre e

Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente situa-se o

Iraque. Entre os povos que habitaram essa região

podemos destacar: sumérios, acádios, babilônicos

(amoritas), assírios e neobabilônicos (caldeus). Vale

dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões

férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas

comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da

mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia à

população: água para consumo, rios para pescar e via

de transporte pelos rios. No geral, eram povos

politeístas com economia baseada na agricultura e no

comércio nômade de caravanas.

Sumérios

Escrita cuneiforme

Construções hidráulicas

Zigurates

Cidades-Estado

Acádios

Primeiro Império da Mesopotâmia (Rei Sargão)

Amoritas

Cidade da Babilônia

Código de Hamurabi

Astronomia

Assírios

Cultura militar.

Extremamente cruéis com os povos inimigos

Conquista do Egito

Caldeus

Jardins Suspensos da Babilônia (Nabucodonosor)

Torre de Babel.

Hegemonia e esplendor

Dominados pelos Persa (539 a.C.)

Exercícios de Sala

1. Sobre o Egito antigo, é correto afirmar que:

01. a construção das pirâmides atendia às

necessidades da vida após a morte dos faraós.

Esse tipo de construção foi característica da

arquitetura funerária durante todo o período do

Egito antigo e só foi possível graças à enorme mão-

de-obra escrava existente desde o Antigo Reino.

02. a despeito da influência islâmica, o Egito atual

mantém as mesmas crenças religiosas do Egito

antigo.

04. os egípcios antigos acreditavam em vários deuses

que se relacionavam entre si e formavam seu

sistema mitológico.

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Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 2

08. o rio Nilo foi de suma importância em vários

aspectos da vida dos antigos egípcios. Não só a

agricultura foi possível devido ao seu ciclo de

cheias, como também a noção de tempo cíclico,

base do pensamento egípcio, levou à crença na vida

após a morte.

2. Na Antiguidade Oriental, o Modo de Produção

Asiático caracterizou-se fundamentalmente pelo(a):

a) fracionamento da propriedade fundiária em partes

entregues a nobres da Casa Real;

b) concentração do controle da produção num partido

político;

c) apropriação formal da terra pelo Estado e efetiva

pela comunidade camponesa, cujos membros

deveriam pagar impostos e prestar serviços ao

Estado;

d) emprego da força de trabalho escravo, com um

comércio operoso, controlado por uma burguesia

ativa e numerosa.

e) industrialização acentuada, calcada sobre uma farta e

barata força de trabalho servil, amplamente

dominada pela aristocracia fundiária.

Tarefa Mínima

3. As sociedades que, na Antiguidade, habitavam os

vales dos rios Nilo, Tigre e Eufrates tinham em comum

o fato de:

01. terem desenvolvido um intenso comércio marítimo,

que favoreceu a construção de grandes civilizações

hidráulicas.

02. serem povos orientais que formaram diversas

cidades-estado, as quais organizavam-se e

controlavam a produção de cereais.

04. haverem possibilitado a formação do Estado a

partir da produção de excedentes, da necessidade de

controle hidráulico e da diferenciação social.

08. possuírem, baseados na prestação de serviços dos

camponeses, imensos exércitos que viabilizaram a

formação de grandes impérios.

4. Sobre as civilizações da Antiguidade Oriental, é

correto afirmar:

01. Entre os egípcios, embora a prática de mumificar

cadáveres tivesse contribuído para o estudo do

corpo humano, o respeito que essa civilização tinha

pelos mortos proibia a dissecação de cadáveres

unicamente para estudos.

02. Entre os hebreus, os escribas constituíam-se num

grupo social que, aprendendo a ler e a escrever,

desempenhou importantes funções religiosas, na

conversão de fiéis ao monoteísmo.

04. Os persas acreditavam que o bem e o mal viviam

em incessante luta até o dia do juízo final, quando

todos os homens seriam julgados por suas ações.

08. A invenção do alfabeto pela civilização fenícia

esteve ligada à necessidade que seus mercadores

tinham de firmar contratos comerciais com povos

distantes.

16. Hamurabi foi um rei babilônico que se tornou

famoso por mandar elaborar o primeiro código

jurídico com leis escritas.

5. Leia com atenção as afirmativas abaixo sobre as

condições sociais, políticas e econômicas da

Mesopotâmia.

I. As condições ecológicas explicam porque a

agricultura de irrigação era praticada através de

uma organização individualista.

II. Na economia da baixa Mesopotâmia, as fomes e

crises de subsistência eram frequentes, causadas

pela irregularidade das cheias e também pelas

guerras.

III. Na Suméria, os templos e ziggurats foram

construídos graças à riqueza que os sacerdotes

administravam à custa do trabalho de grande parte

da população.

IV. A presença dos rios Tigre e Eufrates possibilitou o

desenvolvimento da agricultura e da pecuária e

também a formação do primeiro reino unificado da

História.

Sobre as afirmativas acima, é correto afirmar:

a) I e II são verdadeiras;

b) III e IV são verdadeiras;

c) I e IV são verdadeiras;

d) I e III são verdadeiras;

e) II e III são verdadeiras.

6. Em relação aos povos da Antiguidade, é correto

afirmar que:

a) os assírios foram submetidos por Nabucodonosor,

originando o episódio conhecido como o Cativeiro

da Babilônia.

b) os fenícios foram os criadores do alfabeto,

posteriormente aperfeiçoado pelos gregos e latinos.

c) os hebreus criaram um quadro religioso

caracterizado pelo politeísmo e a mumificação.

d) os egípcios estabeleceram, em 300 a.C., o

importante Código de Hamurabi, um dos primeiros

códigos jurídicos escritos.

e) os persas, após derrotarem as tropas de Alexandre,

conseguiram anexar o território grego ao seu

império.

7. Se tomarmos como referência a antiguidade oriental,

é correto afirmar-se sobre a sociedade egípcia que

01. os faraós, apesar de estarem no topo da hierarquia

social, deviam obediência aos sacerdotes, que

detinham o poder teocrático.

02. a alta nobreza era constituída pelos parentes do

faraó, pelos altos funcionários do palácio, pelos

oficiais superiores do exército, pelos chefes locais

da administração e pelos sacerdotes.

04. os escribas, homens letrados, eram considerados os

"olhos e ouvidos" do faraó.

08. os camponeses e os artesãos constituíam uma

camada social dinâmica que controlava a economia

agroindustrial egípcia.

16. os escravos não recebiam proteção dos seus

senhores e eram maltratados em todas as situações.

Page 3: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 3

8. “Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud,

desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado

em boas condições em um cofre no Banco Central do

Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto,

segundo informaram autoridades do exército norte-

americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do

Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que

seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão

anglo-americana.

Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente

900 a.C. e foram descobertos por arqueólogos

iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na

cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país.

Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram

encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá,

dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede

de esgoto.

Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais

significativos do século 20, não eram expostos ao

público desde a década de 90. Uma equipe de

pesquisadores do Museu Britânico chegará na próxima

semana a Bagdá para estudar como proteger os

objetos.” (O ESTADO DE SÃO PAULO. Versão eletrônica. São Paulo: 07

jun. 2003. Disponível em www.estadao.com.br.)

Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) em relação às

sociedades que se desenvolveram naquela região na

Antiguidade.

01. A região compreendida entre os rios Tigre e

Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do

Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era

conhecida como Mesopotâmia.

02. A religião teve notável influência na vida dos

povos da Mesopotâmia. Entre eles surgiu a crença

em uma única divindade (monoteísmo).

04. Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os

quais podemos destacar os sumérios, acádios,

assírios e babilônios.

08. Os babilônios ergueram magníficas construções

feitas com blocos de pedra, das quais são exemplos

as pirâmides de Gisé.

16. Os povos da Mesopotâmia, além da significativa

contribuição no campo da Matemática, destacaram-

se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais

famosos códigos de leis da Antiguidade, o de

Hamurábi.

32. Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram

governos autocráticos. Entre os caldeus surgiu o

sistema democrático de governo.

UNIDADE 2

ANTIGUIDADE OCIDENTAL

GRÉCIA

Idade Antiga: Os mais importantes aspectos da Grécia

antiga: o antropocentrismo, o escravismo e a

democracia. Considerada como a mais expressiva

civilização da antiguidade e fonte da cultura ocidental,

devido ao seu rico legado artístico, sua Filosofia e

Política. As reformas de Clístenes institucionalizaram

a democracia em Atenas, após diferentes formas de

governo (monarquia, oligarquia e tirania), atingindo

seu apogeu no governo de Péricles (século V a.C.). A

democracia ateniense era direta, enquanto a atual é

representativa. A religião era politeísta e

antropomórfica. Nas artes destaca-se a exaltação do

equilíbrio, harmonia e proporção.

Período Pré-Homérico (XX – XII a.C.)

Civilização Cretense

Formação e povoamento da Península

Balcânica(Dórios, Jônios, Aqueus, Eólios)

Período Homérico (XII – VIII a.C.)

Genos (unidade básica de produção, sem

propriedade privada e sem classe social, membros

ligados por laços consanguíneos)

Desagregação da unidade gentílica

Período Arcaico (VII – VI a.C.)

Formação das Cidades-Estado

Atenas: Comércio, Cultura e Democracia

Esparta: Militarismo, Autoritarismo, Aristocracia

Período Clássico (VI – IV a.C.)

Guerras Médicas ou Grego-Pérsicas

Ofensiva grega – Liga militar de Delos (liderança

ateniense, com o fim das lutas Atenas transforma a

Liga em instrumento de poder)

Guerra do Peloponeso

Oposição grega liderada por Esparta à hegemonia

ateniense

Liga do Peloponeso X Atenas

Vitória de Esparta e início de sua hegemonia

Nova guerra interna, devido à oposição à

hegemonia espartana

Os resultados das guerras internas e externas são o

enfraquecimento das cidades-Estado e a invasão

macedônica.

ROMA

A FUNDAÇÃO A versão lendária da fundação de Roma foi-nos legada

por Virgílio, na célebre Eneida. Segundo o autor,

Roma teria sido obra dos irmãos Rômulo e Remo, que

a criaram em 753 a.C. Mas há a versão histórica,

segundo a qual Roma teria sido fundada pelos latinos e

sabinos por volta de 1000 a.C., nas proximidades do rio

Tibre.

MONARQUIA (753 a.C – 509 a.C.)

Seguindo os passos da tradição, Roma teve sete reis:

Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio,

Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo.

Na sociedade, havia uma divisão social

composta da seguinte maneira: Patrícios; Plebeus;

Clientes e Escravos.

Em 509 a.C., uma revolta patrícia, apoiada

pelos plebeus, depôs o rei etrusco de Roma (Tarquínio,

o Soberbo).

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Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 4

A REPÚBLICA (509 a.C. – 27 a.C.)

O Senado era o órgão com maior poder, composto por

300 senadores vitalícios

A população pobre da cidade (os

plebeus) não possuía quaisquer direitos políticos,

econômicos ou sociais. Durante as guerras de

conquistas, somente os patrícios eram privilegiados.

Os patrícios, interessados em conquistar o Lácio,

precisavam dos plebeus, propondo, assim, a criação de

um pretório que protegesse a plebe: o Tribunato da

Plebe. A Lei das Doze Tábuas, criada em 450 a.C.,

constituiu um dos fundamentos do direito romano.

A Crise da República: Foi o período iniciado com as

lutas dos irmãos Graco contra o Estado romano

(Tibério, que propôs uma lei de Reforma Agrária, e

Caio, responsável por criar a lei frumentária, para

vender trigo a preço mais baixo ao povo), estendendo-

se até o conflito entre os cônsules Mário e Sila.

Primeiro Triunvirato – Dividiu o poder político de

Roma entre Pompeu, Crasso e Júlio César. Pompeu

ficou responsável pelos governos de Roma e do

Ocidente; Crasso, pelo Oriente; Júlio César, pelas

Gálias. Assassinato de Júlio César (em 44 a.C.).

Segundo Triunvirato – Foi formado por Otávio,

Marco Antônio e Lépido que, em seguida, dividiram

o mundo romano para melhor governá-lo: Otávio ficou

com Roma e o Ocidente; Marco Antônio recebeu o

Oriente (Egito / Cleópatra); Lépido ficou com a África,

porém foi deposto em 36 a.C.

Otávio assumiu sozinho o poder, tornando-se senhor

absoluto de Roma. Recebeu do Senado vários títulos,

entre eles o de Imperador, o de César (primeiro

general) e o de Augusto (sagrado). Iniciava-se, assim, o

Império Romano.

IMPÉRIO (27 a.C. – 476 d.C.)

Otávio Augusto desenvolve a “política do pão e

circo” e a “Pax Romana”.

Dinastias:

1. Dinastia Júlio-Claudiana (do ano 14 ao 68).

2. Dinastia dos Flávios (do ano 69 ao 96).

3. Dinastia do Antoninos (do ano 96 so 192).

4. Dinastia dos Severos (do ano 193 ao 235).

Crise e Decadência do Império: O império Romano,

no século III, foi afetado pela crise geral do

escravismo, iniciada nos reinados dos últimos

Antoninos.

Desses fatores, resultou a diminuição da arrecadação

de tributos, levando o Estado a dificuldades de manter

a máquina administrativa, principalmente o exército, o

que culminou com as invasões bárbaras.

Em 313, Constantino assumiu o poder e

restabeleceu a unidade imperial. Estabeleceu, em 330,

a capital do Império Romano na antiga colônia grega

de Bizâncio, rebatizada com o nome de

Constantinopla. Além disso, instituiu o Edito de

Milão, no qual reconheceu a religião cristã,

transformando-a na mais importante de Roma. Ainda

no século IV, os bárbaros iniciaram as invasões em

busca de terras férteis.

Teodósio foi o último imperador uno,

instituindo o Edito de Tessalônica, em 380, pelo qual

a religião cristã tornava- se oficial do Império.

Por ocasião da morte de Teodósio (395), o

Império foi divido em Ocidente, governado por

Honório, e Oriente, governado por Arcádio – ambos

filhos do Imperador.

O Império Romano decaiu em 476, invadido pelos

hunos.

Exercícios de Sala

1. Sobre a religião grega, é correto afirmar que:

01. Baseava-se em dogmas rigorosos e seus fieis

deveriam crer em verdades absolutas.

02. Cada cidade-Estado tinha sua divindade protetora.

04. Heróis como Perseu, Jasão, Édipo e Hércules eram

divinizados.

08. As orações dirigidas aos deuses imploravam

principalmente a salvação da alma dos homens.

16. As aventuras dos deuses e heróis são narradas em

um conjunto de mitos, o qual se denomina

"Mitologia Grega".

2. O Império Romano expandiu-se pelo Mar

Mediterrâneo durante o período republicano; isso

gerou, no decorrer do século II d. C., várias

repercussões, entre as quais não podemos destacar.

01. surgimento da classe média de pequenos

proprietários rurais e desaparecimento dos

latifundiários.

02. aumento da população rural na Itália e consequente

declínio da população urbana.

04. crescimento do número de escravos e grande fluxo

de riquezas.

08. criação de grande número de pequenas

propriedades e fortalecimento do sistema

assalariado.

16. difusão do Cristianismo e proscrição das

manifestações culturais de outras regiões.

Tarefa Mínima

3. A navegação e o comércio marítimo foram

desenvolvidos pelos gregos. Dentre os vários fatores

que os levaram a isso, podemos citar como causa

inicial:

a) a pobreza do solo grego e a necessidade de novas

terras para suprir suas necessidades.

b) o desejo de difundir a cultura grega.

c) o fato de serem constantemente molestados por

povos bárbaros.

d) o seu amplo conhecimento geográfico e marítimo

que despertava em seu povo a busca do

desconhecido.

e) o fato de os mercadores gregos precisarem de novos

mercados consumidores.

4. "A pólis se faz pela autonomia da palavra, não mais

a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses

e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do

Page 5: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 5

conflito, da discussão, da argumentação. O saber deixa

de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão." (M. Lúcia de Arruda Aranha e M. Helena Pires Martins)

A partir do texto anterior, é correto afirmar que:

01. o advento da pólis e, portanto, da vida política,

estabelece uma possibilidade de ruptura com o

universo heróico-mítico de explicações das coisas

mundanas;

02. o nascimento da pólis (séc. VIII e VII a.C.) coloca

na ordem do dia as discussões sobre os destinos dos

homens por eles mesmos e não mais por desígnios

de caráter mítico;

04. a experiência política exigiu que as explicações

míticas fossem afastadas e que a causa/razão das

coisas mundanas tivesse preexistência;

08. a experiência política instaura, entre os gregos, o

uso da argumentação/razão como instrumento de

solução de conflitos;

16. o nascimento da pólis possibilita a recuperação do

saber mítico pela argumentação e reinstaura o

sagrado em detrimento da razão.

5. "Usamos a riqueza mais como uma oportunidade

para agir que como um motivo de vanglória; entre nós

não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é

não fazer o possível para evitá-la... olhamos o homem

alheio às atividades públicas não como alguém que

cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um

inútil... decidimos as questões públicas por nós

mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por

compreendê-las claramente, na crença de que não é o

debate que é o empecilho à ação, e sim o fato de não se

estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da

ação".

Esta passagem de um discurso de Péricles, reproduzido

por Tucídides, expressa:

a) os valores ético-políticos que caracterizam a

democracia ateniense no período clássico.

b) os valores ético-militares que caracterizaram a vida

política espartana em toda a sua história.

c) a admiração pela frugalidade e pela pobreza que

caracterizou Atenas durante a fase democrática.

d) o desprezo que a aristocracia espartana devotou ao

luxo e à riqueza ao longo de toda a sua história.

e) os valores ético-políticos de todas as cidades gregas,

independentemente de sua forma de governo.

6. Sobre a civilização grega, afirma-se:

01. A Grécia se organizava politicamente em cidades-

Estado, sendo as mais influentes Esparta e Atenas.

02. Em 560 a.C., em Atenas, Psístrato tomou o poder

apoiado pelos pequenos proprietários, dando início

ao período das tiranias.

04. Em 509 a.C., em Atenas, Clístenes organizou um

governo baseado nos princípios da igualdade

política dos cidadãos e da participação de todos nas

decisões do governo.

08. Esparta e Atenas entraram em choque, devido às

suas rivalidades políticas, econômicas e sociais,

numa guerra que ficou conhecida como Guerra

Médica, cabendo a vitória a Atenas, que passou a

dominar toda a Grécia.

7. A expansão de Roma durante a República, com o

consequente domínio da bacia do Mediterrâneo,

provocou sensíveis transformações sociais e

econômicas, dentre as quais não podemos incluir:

01. marcado processo de industrialização, êxodo

urbano, endividamento do Estado.

02. fortalecimento da classe plebeia, expansão da

pequena propriedade, propagação do cristianismo.

04. crescimento da economia agro-pastoril,

intensificação das exportações, aumento do

trabalho livre.

08. enriquecimento do Estado romano, aparecimento

de uma poderosa classe de comerciantes, aumento

do número de escravos.

16. diminuição da produção nos latifúndios, acentuado

processo inflacionário, escassez de mão-de-obra

escrava.

8. O Edito de Milão (313), no processo de

desenvolvimento histórico de Roma, reveste-se de

grande significado, tendo em vista que:

a) combateu a heresia ariana, acabando com a força

política dos bispados de Alexandria e Antioquia.

b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo

Império Romano, terminando com a concepção de

rei-deus.

c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então

dominavam a vida religiosa.

d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de

intenso combate à expansão do cristianismo.

e) proclamou a liberdade do culto cristão passando

Constantino a ser o protetor da Igreja.

9. A religião romana era essencialmente politeísta, e o

culto ao imperador era de grande significado pelo fator

da unidade que representava. Durante um período

determinado, teve início o questionamento dessa ideia.

Esse grupo, que não reconhecia a divindade do

Imperador, era de:

a) bárbaros invasores

b) primeiros cristãos

c) bons espíritos familiares

d) escravos e estrangeiros

e) judeus vindos da Palestina

10. Várias razões explicam as perseguições sofridas

pelos cristãos no Império Romano, entre elas

a) a oposição à religião do Estado Romano e a negação

da origem divina do Imperador, pelos cristãos.

b) a publicação do Edito de Milão que impediu a

legalização do Cristianismo e alimentou a

repressão.

c) a formação de heresias como a do Arianismo, de

autoria do bispo Ário, que negava a natureza divina

de Cristo.

d) a organização dos Concílios Ecumênicos, que

visavam promover a definição da doutrina cristã.

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Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 6

e) o fortalecimento do Paganismo sob o Imperador

Teodósio, que mandou martirizar milhares de

cristãos.

UNIDADE 3

ALTA IDADE MÉDIA

É costume dividir o período medieval em duas grandes

fases: a Alta Idade Média, que se estende do século

V ao século XI e a Baixa Idade Média, do século XII

ao século XV.

FEUDALISMO A história da Idade Média Ocidental é basicamente a

história dos Reinos Bárbaros que se formaram a partir

do século V, com a desintegração do Império Romano

do Ocidente.

Os povos bárbaros germânicos, ao invadirem a

Europa, trouxeram consigo sua própria maneira de

viver, na qual a economia tipicamente agrária era um

dos traços fundamentais. Outra característica

germânica muito importante foi o Comitatus, que

expressava o comprometimento recíproco entre líderes

de tribos. Essa realidade em contato com o processo

da ruralização do Império Romano, caracterizado pelo

surgimento de uma nova forma de organização

econômica e social conhecida como Colonato, que

teve início ainda no século III, fez com que o

alinhamento de forças rumo ao Feudalismo se tornasse

bastante claro. Sendo assim, podemos afirmar que as

grande parte das origens do feudalismo encontram-se

na união do comitatus germânico com o colonato

romano.

Ao invadirem o Império Romano, os povos

germânicos apresentavam uma organização tribal, na

qual a guerra era a atividade fundamental de todos os

homens livres; as atividades produtivas da terra

(agricultura e criação de animais) eram de

responsabilidade das mulheres e dos escravos. Dentre

as atividades agrárias, o pastoreio era a principal, e a

existência de boas pastagens era condição de fixação

de uma tribo em determinado espaço. Em outras

palavras, os povos germânicos eram seminômades:

fixavam-se em um local enquanto lá existissem boas

pastagens para o seu rebanho.

Dada a condição de seminomadismo, é fácil

entender que a terra era considerada como propriedade

comunal. Só a partir de sua penetração no Império

Romano é que começaram a surgir as primeiras formas

de propriedade privada do solo; mesmo assim, esta

coexistia com a propriedade comunal. O que

basicamente aconteceu foi que as áreas de pastagem

passaram a ser consideradas como propriedade privada,

enquanto as de cultivo continuaram sendo propriedades

comunitárias.

Em função das constantes guerras na ação de

ocupação das terras do Império Romano, verificamos a

formação, nas tribos germânicas, de verdadeiras

nobrezas guerreiras, às quais todos os demais

elementos da tribo tendiam a se sujeitar.

A estrutura familiar dos germânicos era

tipicamente patriarcal, sendo que uma tribo era um

agregado de famílias. As tribos eram unidades

politicamente independentes e só se uniam em função

da necessidade gerada por uma guerra ou para um fim

específico; logo, não existia entre eles a ideia de Estado

centralizado.

As uniões temporárias entre tribos eram

fundamentadas em obrigações recíprocas entre os seus

chefes, que se uniam, sendo que para uma tribo, a

autoridade do chefe era incontestável; logo, as

obrigações por ele assumidas eram válidas para todos

os membros da tribo.

O Feudalismo, como qualquer modo de

produção, não surgiu de forma rápida. É o resultado de

um longo processo de formação, que se estende do

século IV ao século IX, sendo que só a partir de então

passou a ser o modo de produção dominante nas

formações sociais europeias, perdurando até o século

XII. Entre o século XII e o século XVIII, o modo de

produção feudal conheceu profundas transformações,

que resultaram na formação de outro modo de

produção, o Capitalismo.

Podemos afirmar que o Feudalismo surgiu

através de um processo de integração de uma série de

instituições romanas com uma série de instituições

bárbaras germânicas, sendo que esse processo

estrutural foi catalisado pela ação conjuntural de

diversos fatores, tais como o expansionismo

muçulmano pelo Mediterrâneo e as invasões dos

normandos, húngaros e eslavos.

A sociedade feudal deve ser classificada como

sendo uma Sociedade Estamental, ou seja, uma

sociedade na qual seus membros estão hierarquizados

em função do seu “status” (posição na sociedade),

sendo que o “status” de cada um era fixado pelo fato de

dever ou receber determinadas obrigações. Uma

sociedade estamental tem como uma de suas

características fundamentais a de apresentar reduzidos

veículos de mobilidade social.

Notável exemplo desse fato é o de a Igreja

haver proibido o lucro e a usura e, em consequência

disso, os poucos comerciantes que existiam não eram

cristãos, (na maioria, eram judeus), pois assim não

havia o peso da interdição da Igreja em relação àquelas

atividades.

EXPANSÃO ISLÂMICA

Maomé (570 - 632) nasceu em Meca, membro de uma

família pobre da tribo coraixita, e foi responsável pelo

surgimento de uma nova religião, o islamismo, que

garantiu a unidade política à Arábia.

Sua doutrina condenava o politeísmo idólatra, fonte de

disputas entre os árabes, e defendia o monoteísmo

fundado na submissão a Alá e na leitura rigorosa do

Corão, livro sagrado dos muçulmanos.

Maomé foi perseguido e expulso de Meca em

622 (início do calendário islâmico), dirigindo-se para a

cidade de Yatreb, episódio conhecido como Hégira.

Em pouco tempo, Maomé conquistou uma legião de

adeptos que, em 630, se dirigiu e conquistou Meca. Em

Page 7: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 7

632, o profeta Maomé morreu e foi sucedido pelos

Califas (seguidores do profeta)..

A Expansão Islâmica: Segundo os preceitos

islâmicos, todo seguidor de Maomé deve ser um

soldado encarregado de levar a fé a todos os

“infiéis”(djihad = Guerra Santa). Tal motivação levou

os árabes, comandados pelos califas, à expansão por

vastas áreas do Mediterrâneo.

Durante quase mil anos, os árabes-muçulmanos

controlaram a navegação e o comércio no

Mediterrâneo, bloqueando o acesso dos europeus ao

comércio com o Oriente.

A Cultura Islâmica: Ciências: campo em que os

muçulmanos mais se desenvolveram; na matemática,

aprimoraram a Álgebra e a Geometria; dedicaram-se

também à Astronomia e à Química (alquimia);

Medicina: grande foi a importância de Avicena

que, entre várias descobertas, diagnosticou a

varíola e o sarampo e descobriu a natureza

contagiosa da tuberculose;

Literatura: contamos com vasta produção, com

destaque para a coletânea As mil e uma noites e o

poema Rubaiyat, de Omar Khayam.

Exercícios de Sala

1. O Feudalismo europeu apresentava características

particulares de acordo com a localidade. Apesar das

diferenças regionais, podemos afirmar que sua origem

está relacionada com

01. o renascimento das cidades.

02. o ressurgimento do comércio.

04. a ruralização da sociedade.

08. o fortalecimento do poder imperial.

16. a descentralização política.

2. Sobre a forma de pensar e de agir do homem da

Europa Ocidental durante o período medieval, é

correto afirmar que:

01. Deus ocupava o centro de todas as coisas,

condicionando pensamento e ação dos homens.

02. A história dos homens consistia numa marcha do

povo de Deus em direção a Ele, cabendo à Igreja o

papel de guia.

04. A relação entre o senhor e seus vassalos era de

dependência pessoal, ou seja, de homem a homem.

08. Nas atividades econômicas, a influência da Igreja

impôs princípios que condenavam a especulação e a

usura, bem como gerou a ideia de justo preço.

16. O dinamismo da economia feudal se fundamentava

na concepção de que o comércio era o único

gerador de riquezas.

Tarefa Mínima

3. São características do período conhecido como Alta

Idade Média Europeia:

01. Surgimento dos Feudos.

02. Centralização política.

04. Início da ocupação da Península Ibérica pelos

muçulmanos.

08. Formação do sistema capitalista.

4. (UFSC) São características do período conhecido

como Alta Idade Média Europeia:

01. Surgimento dos Feudos.

02. Centralização política.

04. Início da ocupação da Península Ibérica pelos

muçulmanos.

08. Formação do sistema capitalista.

5. (UFBA) Em relação à organização social da Idade

Média, pode-se afirmar:

01. A utilização em grande escala da mão-de-obra

escrava, no Império Romano, modificou as

condições de trabalho dos camponeses, motivando

a ampliação das obrigações do Estado, em

decorrência do crescimento demográfico das áreas

urbanas.

02. A pregação religiosa de Maomé atraiu

significativamente os árabes pobres, que a

utilizaram como motivação para uma guerra civil

contra os mercadores judeus da Arábia.

04. A estrutura agrícola da sociedade feudal

fundamentou-se na grande concentração de terras e

no trabalho servil.

08. A atividade urbana, na sociedade feudal, resultava

da livre iniciativa dos banqueiros, artesãos e

comerciantes e era regulada por uma rígida divisão

social, nas relações de trabalho, definida pelo

Estado.

16. A Igreja, no período medieval, tentou mostrar a

harmonia da sociedade, formulando o princípio das

"três ordens", segundo o qual todos eram iguais,

porque recebiam uma missão de Deus e a

cumpriam de forma fraterna.

UNIDADE 4

BAIXA IDADE MÉDIA

Chamamos de Baixa Idade Média o período que se estende

do século XII ao século XV. Durante essa fase, as

estruturas socioeconômicas da Europa Ocidental e Central

passaram por profundas mudanças. Tais transformações

foram consequência da união de dois elementos básicos: a

crise do Feudalismo e o reaquecimento das atividades

comerciais que, séculos depois, resultaram na

caracterização plena do Modo de Produção Capitalista.

De uma produção voltada para a auto-

suficiência, passamos a verificar uma produção cada vez

mais voltada para o mercado. As trocas monetárias

começam a substituir as trocas em espécie. Começam a

surgir a organização empresarial, o espírito de lucro e o

racionalismo econômico. Em suma, num linguajar técnico,

o Modo de Produção Feudal vai perdendo sua dominância

nas formações sociais europeias em favor dos modos de

produção pré-capitalistas.

Do século V ao século X, a Europa,

convulsionada por uma série de invasões, (germânicos,

muçulmanos, normandos, magiares e eslavos) viveu em

permanente estado de belicosidade. Esta realidade

provocava uma significativa elevação nos índices de

Page 8: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 8

mortalidade e, nessa medida, funcionava como elemento

importante do não-crescimento demográfico significativo

na Europa. Por volta do ano 1000, as invasões cessaram e

tendeu-se a uma acomodação política e militar da Europa

em torno da vida dos feudos. Com isso, as taxas de

mortalidade diminuíram e, consequentemente, a população

cresceu. O aumento demográfico não era acompanhado

pelo aumento da produção. Em termos práticos: passou a

ser difícil para os feudos manter a auto-suficiência de seus

habitantes. Por outro lado, a volta da paz fez com que

fosse restabelecida a segurança nas vias de comunicação e,

consequentemente, pudessem ser retomadas as trocas

inter-regionais na Europa.

Muitos servos eram expulsos dos Domínios ao

cometerem as menores infrações e um grande número de

vilões começou a deixar os feudos espontaneamente em

busca de melhores oportunidades, já que não dependiam

mais da proteção dos senhores feudais. Esses contingentes

populacionais tenderam a emigrar, provocando o

povoamento de novas áreas, principalmente no leste

Europeu.

Com a escassez se feudos, nobres saíam pela

estrada em busca de alguma oportunidade. A belicosidade

era a marca desse tempo de crise, sendo evidenciada, por

exemplo, através da proliferação dos torneios de cavalaria,

torneios nos quais os senhores se enfrentavam em

verdadeiras batalhas campais que duravam vários dias.

Para conter a belicosidade da nobreza, a Igreja proclamou

a Paz de Deus, isto é, a proteção aos cultivadores da terra,

aos viajantes e às mulheres. Essa medida foi reforçada pela

Trégua de Deus, que limitava a noventa o número de dias

do ano em que se podia combater.

AS CRUZADAS

O nome “Cruzadas” é dado a um conjunto expedições

militares de cristãos do Ocidente que se dirigiram ao

Oriente com o objetivo de libertar o Santo Sepulcro das

mãos dos muçulmanos. Todavia, outros interesses também

estavam em jogo: expansão territorial e reabertura das

rotas comerciais do Mar Mediterrâneo.

O Papa Urbano II, ao receber do Imperador bizantino

Alexandre Clemont-Ferrand um pedido de ajuda militar

contra os muçulmanos, convocou, para 1095, o Concílio

de Clermont, no qual exortou os fiéis par uma guerra santa

contra o Islão.

Principais Cruzadas:

Em 1096, partiram oficialmente os cavaleiros da Primeira

Cruzada (1096-1099). Seus chefes foram Roberto da

Normandia, Godofredo de Bulhão, Balduíno de Flandres,

Roberto II de Flandres, Raimundo de Tolosa, Boemundo

de Tarento e Tancredo, este um chefe normando do sul da

Itália. Como se vê, era uma Cruzada da nobreza, sem a

participação de um rei sequer.

A Terceira Cruzada (1189-192) foi organizada em

consequência da conquista de Jerusalém pelo Sultão

Saladino, fato ocorrido em 1187. Esta expedição é

conhecida como “A Cruzada dos Reis”, pelo fato de ter

sido chefiada por Ricardo Coração de Leão (Rei da

Inglaterra), Felipe Augusto (Rei da França) e Frederico

Barba Ruiva (Imperador do Sacro Império). O Papa

Inocêncio III foi o grande pregador desta Cruzada.

A Quarta Cruzada (1202-1204), organizada pori

Henrique VI, Imperador do Sacro Império, que contou

com o apoio de diversos nobres franceses, tais como

Bonifácio de Mont-Ferrat e Balduíno de Flandres. Após

desavenças com o imperador do Império Bizantino, os

cruzados tomaram Constantinopla, cujo governo foi

entregue a Balduíno de Flandres, tutelado pelos

venezianos. Satisfeitos com o saque de Constantinopla e

com o monopólio comercial para Veneza, os cruzados

abandonaram seus objetivos e voltaram para a Itália.

Em 1212 foi organizada a chamada Cruzada das

Crianças, que consistiu em um exército formado por

jovens, que teria o objetivo de retomar Jerusalém. Os

cristão acreditavam que os jovens, inocentes e sem

pecados, conseguiriam, com a ajuda de Deus, vencer os

muçulmanos. Esse exército aportou em Alexandria e os

jovens foram todos aprisionados e vendidos como

escravos.

Principais Consequências:

De um modo geral, a expansão europeia contribuiu para

dinamizar as relações comerciais entre o Oriente e o

Ocidente. Após séculos do bloqueio muçulmano, os

cruzados reabriram parcialmente o Mediterrâneo para o

comércio europeu.

O desenvolvimento dessas atividades

comerciais mediterrâneas deu vida a vários portos do

Ocidente, dentre os quais destacaremos os seguintes:

Gênova, Pisa, Nápoles, Amalfi, Bari, Veneza e Marselha.

Através desse comércio as mercadorias do

Oriente se espalharam por todo o mundo ocidental. O

contato estreito com as civilizações bizantinas e

muçulmanas despertou nos cristãos do Ocidente um gosto

mais apurado e um maior refinamento no modo de vida.

Esse fato fez com que o mercado consumidor para

produtos orientais se visse ampliado. Os cristãos

aprenderam também novas técnicas de irrigação, de

fabricação de tecidos e de produção de aço. Outros

elementos importantes foram as práticas financeiras como

a letra de câmbio, o cheque e a contabilidade.

O renascimento das atividades comerciais

provocou o crescimentos das cidades, o desenvolvimento

de uma classe de comerciantes, a difusão do espírito de

lucro e o racionalismo econômico.

RENASCIMENTO ARTÍSTICO

CULTURAL E CIENTÍFICO

CARACTERÍSTICAS GERAIS

O Renascimento exprime, sobretudo, os novos valores

e ideais da burguesia, classe ascendente na transição

para o capitalismo.

Principais Características:

Antropocentrismo;

Racionalismo;

Individualismo;

Universalismo;

Humanismo.

Page 9: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 9

FORAM FATORES DO RENASCIMENTO

O Renascimento Comercial e Urbano da Baixa Idade

Média, que alterou os valores da época feudal e

favoreceu um maior intercâmbio intelectual. O

mecenato , isto é, a proteção aos escritores e artistas,

que muito estimulou o movimento renascentista. Os

primeiros mecenas pertenciam à burguesia, mas houve

também papas, reis e príncipes que praticaram o

mecenato. A burguesia fazia-o como forma de

investimento financeiro ou para adquirir status; os

governantes, porém, tornavam-se mecenas com o

objetivo de aumentar seu prestígio e,

consequentemente, legitimar o novo poder que

estavam implantando: o absolutismo.

A invenção da imprensa, que

permitiu uma maior divulgação das novas

ideias.

PRINCIPAIS RENASCENTISTAS

na Pintura: Leonardo da Vinci, Michelangelo,

Rafael e Ticiano, na Itália; El Greco, na Espanha.

na Escultura: Michelangelo e Donatello, na Itália.

na Literatura: Camões, em Portugal; Cervantes, na

Espanha; Rabelais e Montaigne, na França;

Shakespeare, na Inglaterra.

na Astronomia: Copérnico, na Polônia; Kepler, na

Alemanha; Galileu, na Itália.

Exercícios de Sala

1. (UFSC) Os relatos sobre o período histórico

conhecido como Idade Média revelam a ocorrência de

conflitos bélicos, pestes e fome. Sabe-se, porém, que

no mesmo período houve desenvolvimento econômico

e cultural. Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) nas

suas referências à cultura medieval.

01. O caráter religioso predominou nas artes

medievais, pois um dos seus objetivos era a

glorificação de Deus.

02. Na literatura, além de Dante Alighieri, destacaram-

se os trovadores, responsáveis pela divulgação da

poesia popular e das canções de gesta.

04. O crescimento urbano e o comércio foram

responsáveis pela decadência intelectual verificada

na Idade Média, por dificultarem a criação de novas

universidades.

08. Entre os pensadores medievais, destacou-se Santo

Tomás de Aquino que, com a "Suma Teológica",

tentou resolver a controvérsia entre fé e razão.

16. Na arquitetura medieval predominaram dois estilos:

o românico e o gótico.

32. Durante a Idade Média, as línguas nacionais foram

denominadas "vulgares". O latim foi a língua falada

pelos eruditos.

2. (UFSC) Numa sexta-feira, 8 de agosto de 1998, dois

atentados aterrorizaram o mundo. Bombas explodiram

nas embaixadas dos Estados Unidos em Nairobi e Dar

es-Salaan, deixando 248 mortos. Os atentados foram

reivindicados pelo grupo "Exército de Libertação dos

Santuários Islâmicos".

Sobre o Islão e os grupos islâmicos fundamentalistas

que aterrorizam o ocidente, assinale a(s)

proposição(ões) verdadeira(s).

01. O Islão surgiu a partir das pregações de Maomé.

02. No "Alcorão", que segundo a tradição foi

transmitido a Maomé, estão as leis e ensinamentos

da religião islâmica.

04. Os fundamentalistas islâmicos pretendem um

Estado dirigido pelas leis do Alcorão.

08. Um número expressivo de fundamentalistas

islâmicos prega a guerra santa contra a sociedade

ocidental, principalmente contra os Estados Unidos.

Tarefa Mínima

3. (UEPG) Sobre a sociedade feudal, assinale o que for

correto.

01 Os direitos de suserania e soberania eram

igualmente partilhados por toda a classe senhorial.

02. As monarquias feudais caracterizaram-se pela

ruptura dos laços feudo-vassálicos e a emergência

de um poder pessoal e supremo do soberano.

04. Em algumas regiões da Europa Medieval ocorreu

uma síntese equilibrada e espontânea entre

elementos romanos e germânicos.

08. Foi marcada pela predominância da vida urbana

sobre a rural.

16. Havia uma estreita relação entre laços de

dependência pessoal e uma hierarquia de direitos

sobre a terra.

4. Apesar de não terem alcançado seu objetivo -

reconquistar a Terra Santa -, as Cruzadas provocaram

amplas repercussões, porque:

a) favoreceram a formação de vários reinos cristãos no

Oriente, o que permitiu maior estabilidade política

à região.

b) consolidaram o feudalismo, em virtude da

unificação dos vários reinos em torno de um

objetivo comum.

c) facilitaram a superação das rivalidades nacionais

graças à influência que a Igreja então exercia.

d) uniram os esforços do mundo cristão europeu para

eliminar o domínio árabe na Península Ibérica.

e) estimularam as relações comerciais do Oriente com

o Ocidente, graças à abertura do Mediterrâneo a

navios europeus.

5. (UNIOESTE) Com relação ao Período Medieval,

pode-se afirmar que:

01. o começo da Idade Média se caracteriza por uma

rápida urbanização da Europa Ocidental.

02. o romanismo, o germanismo e o cristianismo

contribuíram para a formação da Civilização

Ocidental e da Europa Medieval.

04. o Feudalismo foi um sistema social, político e

econômico voltado para a produção e para o

consumo locais.

08. os servos eram homens livres que vendiam sua

força de trabalho e habitavam, normalmente, os

Page 10: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 10

subúrbios das cidades e os mestres de ofício

cultivavam a terra.

16. a cultura do período clássico foi preservada nos

mosteiros medievais, donde emanavam princípios

da mentalidade cristã.

32. as Cruzadas ocorreram no início do Feudalismo e

propiciaram a invasão dos povos bárbaros de terras

dos germanos.

UNIDADE 5

IDADE MODERNA

REFORMA RELIGIOSA

FATORES

A doutrina da Igreja, através da teoria do preço justo,

da condenação da usura, do menosprezo às atividades

comerciais e manufatureiras, impedia o

desenvolvimento do capital.

Havia ainda uma profunda contradição entre

as necessidades econômicas dos diversos grupos

sociais e o fiscalismo, a simonia (venda de cargos

eclesiásticos) e a venda de indulgências (perdão para

os pecados), que a Igreja realizava como um Estado

opressor.

REFORMA LUTERANA

Martinho Lutero (1483 - 1546) era monge agostiniano,

professor de Teologia na Universidade de Wittemberg,

quando o Papa Leão X renovou a indulgência para a

obtenção de fundos necessários à construção da

Basílica de São Pedro. O descontentamento geral com

o Papado aumentou na Alemanha quando o frade

Tetzel lá chegou para pregar a indulgência.

Em 1517, Lutero publicou suas “95 Teses”

onde, entre outras coisas, pregava que a salvação se

dava exclusivamente pela fé, condenando a venda de

indulgências. Por ter negado o pedido papal de

retratação, Lutero foi excomungado pelo Papa e

declarado fora da lei por Carlos V e pelo Édito de

Worms, sendo, no entanto protegido pelo duque

Frederico da Saxônia. Em 1522, retornou a

Wittemberg, onde permaneceu até a morte.

REFORMA CALVINISTA

O movimento reformista ocorrido na Suíça, de maior

profundidade e maior influência, foi aquele liderado

por Calvino. João Calvino (1509 - 1564) era francês e

fez estudos humanísticos. Após sua conversão ao

luteranismo, foi obrigado a fugir de seu país para a

Suíça em consequência das perseguições religiosas a

que foi submetido. Um dos principais pontos do

Calvinismo é a Teoria da Predestinação.

REFORMA ANGLICANA

A insatisfação com a Igreja era muito grande na

Inglaterra desde o fim do século XIV, quando Wyclif

(tradutor da Bíblia para o Inglês) apresentou uma das

doutrinas precursoras do protestantismo.

O fator que desencadeou a Reforma na Inglaterra foi a

negativa do Papado em atender ao pedido de divórcio

do rei Henrique VIII (1509 - 1547), que era casado

com Catarina de Aragão, tia de Carlos V.

CONTRA-REFORMA CATÓLICA

As reformas protestantes provocaram um movimento

de reforma interna na Igreja Católica que inicialmente

decorreu de iniciativas isoladas como a mudança das

Regras das ordens religiosas, bem como a formação de

novas ordens como a dos Capuchinhos, das Ursulinas,

dos Barnabistas e dos Jesuítas.

Os Jesuítas (a Companhia de Jesus) foram

organizados por Inácio de Loyola, autor de uma obra

intitulada “Exercícios Espirituais”, antigo oficial do

exército espanhol, sendo que sua organização foi

aprovada pela Papa Paulo III em 1540.

A Inquisição, criada no período feudal para o

combate às heresias, foi muito utilizada na Espanha,

desde o século XV, contra os mouriscos e os judeus.

Para o combate aos protestantes, ela foi restabelecida,

em 1542, como órgão oficial da Igreja, dirigida de

Roma pelo Santo Ofício, que era um órgão presidido

pelo Grande Inquisidor.

Em 1543, a Igreja criou outro órgão, a

Congregação do Index, que recebeu a função de

examinar todas as obras que viessem a ser publicadas,

editando uma relação periódica dos livros considerados

perigosos à doutrina e à moral dos fiéis.

O Concílio de Trento (1545 - 1563) foi convocado pelo

Papa Paulo III para garantir a unidade da fé católica e

da Igreja.

Exercícios de Sala

1. Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de

junho de 1494, pode-se afirmar que não objetivava:

01. demarcar os direitos de exploração dos países

ibéricos, tendo como elemento propulsor o

desenvolvimento da expansão comercial marítima.

02. estimular a consolidação do reino português, por

meio da exploração das especiarias africanas e da

formação do exército nacional.

04. impor a reserva de mercado metropolitano, por

meio da criação de um sistema de monopólios que

atingia todas as riquezas coloniais.

08. reconhecer a transferência do eixo do comércio

mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois

das expedições de Vasco da Gama às Índias.

16. reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a

exploração colonial, após a destruição da

Invencível Armada de Felipe II, da Espanha.

2. Assinale as datas corretas.

01. 1212 - Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa

Esperança

02. 1492 - Colombo chegou ao continente americano

04. 1494 - Assinatura do Tratado de Tordesilhas entre

Portugal e Espanha

08. 1500 – Pedro A. Cabral chegou na América

16. 1532 - São Vicente foi fundada por Martin Afonso

de Sousa

Page 11: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 11

Tarefa Mínima

3. A respeito da cultura grega, leia as sínteses

filosóficas abaixo.

I - A ciência, a moral e os credos religiosos eram

criações humanas válidas para determinados grupos

sociais em um determinado período.

II - Sua principal contribuição filosófica foi a Teoria

das Ideias, segundo a qual as ideias são a essência

dos conceitos e das coisas e, portanto,

transcendentes ao homem, que delas tem apenas um

pálido reflexo.

III - Defendia a existência de um conhecimento estável

e válido para todos. Sua grande preocupação era o

autoconhecimento que poderia ser obtido através da

ironia e da maiêutica.

As sínteses que você acabou de ler podem ser

associadas, respectivamente, a:

a) Platão, Aristóteles e Sócrates

b) Platão, Sofistas e Aristóteles

c) Sócrates, Sofistas e Platão

d) Sofistas, Platão e Sócrates

e) Platão, Sofistas e Sócrates

4. Assinale o que for correto a respeito da mulher na

sociedade democrática ateniense, na Antiguidade.

a) Além de cuidar da administração interna das

residências, cabia à mulher fazer pessoalmente as

compras no mercado.

b) Naquela organização social, a mulher estava

excluída da cidadania que era reservada aos

homens.

c) A mulher podia ser repudiada pelo marido desde que

este apresentasse motivo justo e devolvesse o dote

ao pai da esposa.

d) As mulheres passavam boa parte do tempo fora de

casa, nos locais públicos com amigas e mesmo

estabelecendo relações íntimas com outros homens.

e) No espaço do lar a mulher exercia o poder, cabendo

a ela decidir pela rejeição ou não dos filhos recém-

nascidos.

5. A Civilização Grega atingiu extraordinário

desenvolvimento. Os ideais gregos de liberdade e a

crença na capacidade criadora do homem têm

permanente significado. Acerca do imenso e

diversificado legado cultural grego, é correto afirmar

que:

a) a importância dos jogos olímpicos limitava-se aos

esportes.

b) a democracia espartana era representativa.

c) a escultura helênica, embora desligada da religião,

valorizava o corpo humano.

d) os atenienses valorizavam o ócio e desprezavam os

negócios.

e) poemas, com narrações sobre aventuras épicas, são

importantes para a compreensão do período

homérico.

UNIDADE 6

EXPANSÃO MARÍTIMO-COMERCIAL

EUROPEIA

A necessidade de metais preciosos para a cunhagem de

moedas, indispensáveis ao desenvolvimento comercial,

bem como de novas áreas fornecedoras de mercadorias

que abastecessem o mercado europeu, determinaram a

expansão marítima a partir do século XV.

Sua viabilização foi favorecida por diversos

fatores, entre os quais se destacam: o avanço

tecnológico, responsável pela melhoria das condições

de navegação (elaboração de mapas, aprimoramento de

instrumentos de orientação, construção de embarcações

mais rápidas e seguras).

Nesse processo de expansão, Portugal

desempenhou papel pioneiro por ter, durante a Baixa

Idade Média, criado as condições necessárias à sua

efetivação:

privilegiada posição geográfica;

desenvolvimento das técnicas de navegação,

sobretudo após a fundação da Escola de Sagres;

presença de uma burguesia forte e com

disponibilidade de capitais para a empresa

marítima;

paz interna e externa;

centralização política em mãos do rei.

A conquista de Ceuta pelos portugueses, em 1415, é

considerada o marco inicial da expansão ultramarina

europeia. O Tratado de Tordesilhas assegurou a

presença portuguesa no recém-descoberto continente

americano.

Com o objetivo de consolidar o domínio

lusitano sobre a rota das especiarias orientais, o rei D.

Manuel organizou uma poderosa esquadra que se

dirigiu às Índias, percorrendo a rota inaugurada por

Vasco da Gama. A esquadra contava com duas

caravelas, dez naus e 1500 homens e era comandada

pelo navegador Pedro Álvares Cabral. A embarcação

em que se achava o comandante, porém, afastou-se da

costa africana em direção a oeste e, a 22 de abril de

1500, avistou terra. Após rápido desembarque,

suficiente para oficializar a posse sobre o novo

território, Cabral seguiu viagem em direção ao Oriente.

Uma nau, no entanto, retornou a Portugal para dar a

notícia da descoberta ao rei.

Os navegadores das outras nações europeias,

que não Portugal e Espanha, tiveram que se contentar

em explorar o Atlântico Norte, sendo responsáveis pela

exploração e ocupação da América do Norte. A

pirataria foi também uma atividade desempenhada

pelos ingleses e franceses.

ABSOLUTISMO

As características do Estado absolutista foram:

a grande centralização representada pelo grande

poder do soberano, que não era controlado por outras

instituições políticas ou por leis limitativas de sua

autoridade.

Page 12: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 12

a política econômica mercantilista, que intervinha

na estrutura econômica sob diversas formas, ampliou o

estabelecimento de relações capitalistas de produção e

foi um dos aspectos da acumulação primitiva de

capital.

Os principais pensadores do poder absoluto foram:

Nicolau Maquiavel (1469-1527) - em suas obras O

Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito

Lívio, fundamentava a necessidade de um Estado

Nacional forte e independente da Igreja e encarnado na

pessoa do chefe do governo (o “príncipe”) para a

aplicação da razão do Estado, fortalecimento da nação

e o benefício coletivo, considerando válidos todos os

meios utilizados para o alcance desses objetivos.

Jean Bodin (1530-1595) - em Da República,

argumentava que a soberania do Estado personificada

no rei tinha origem divina, não havendo impedimento à

autoridade real.

Bossuet (1627-1704) - Política Tirada da Sagrada

Escritura reforçou a doutrina do direito divino, que

legitima qualquer governo, justo e injusto;

Thomas Hobbes (1588-1679) - no Leviatã (1651),

abandonou a ideologia religiosa para justificar o

absolutismo.

Exercícios de Sala

1. Sobre as características do Absolutismo na Idade

Moderna é correto afirmar que

01. foi um tipo de regime republicano e democrático.

02. procurou legitimar-se no "Direito Divino dos Reis".

04. foi a expressão do poder político descentralizado.

08. implementou o Estado burocrático e nacional.

16. baseou-se no poder autocrático do soberano.

2. Jacques Bossuet utilizou argumentos extraídos da

Bíblia para justificar o poder absoluto e de direito

divino da realeza, com o lema: "Um rei, uma lei, uma

fé". São características do absolutismo na França:

01. A concentração dos mecanismos de governo nas

mãos do rei.

02. A identificação entre Nação e Coroa.

04. A influência do racionalismo iluminista como

justificativa do poder absoluto e do "direito divino".

08. A criação de exército nacional permanente.

16. A ampla liberdade de expressão e de fé.

Tarefa Mínima

3. No conjunto de importantes viagens e expedições

marítimas dos século XVI, as quais chamamos de

"Grandes Navegações", nota-se clara preponderância

dos países Ibéricos. A esse respeito, é correto afirmar:

01. As navegações do período se faziam com recurso

exclusivo à bússola, uma vez que ainda não se

havia iniciado o estudo da navegação astronômica,

isto é, orientada através da observação dos astros.

02. As embarcações adotadas pelos portugueses e

espanhóis - as galeras - eram semelhantes àquelas

utilizadas pelos navegantes genoveses e

venezianos.

04. Por sua localização geográfica, Portugal tornava-se

particularmente indicado para promover

explorações marítimas: seu litoral se encontra a

meio caminho entre o Mediterrâneo e o Mar do

Norte, e bastante próximo da costa africana e das

ilhas atlânticas.

08. Tanto Portugal quanto Espanha podiam contar com

o apoio financeiro de vários comerciantes às

expedições, interessados em reatar relações diretas

com o Oriente desde a queda de Constantinopla

(1453).

16. A Espanha entrou com relativo atraso na disputa

com os portugueses pela descoberta de novas terras,

em função de sua luta contra os muçulmanos pela

reconquista de territórios ibéricos.

32. A precoce centralização monárquica, a

consolidação do poder central e a aliança com uma

nova classe mercantil possibilitam a Portugal desde

o início do século XV estimular a expansão

comercial e as expedições marítimas.

4. O descobrimento do Brasil foi parte do plano

imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora

não houvesse interesse específico de expansão para o

Ocidente:

a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava

a hegemonia portuguesa neste Oceano.

b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio

português no Oriente.

c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma

inspiração de Colombo para chegar às Índias.

d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de

Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava

da América.

e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas

intempéries que desviaram a esquadra da rota da

Índia.

5. Principalmente a partir do século XVI vários autores

passam a desenvolver teorias, justificando o poder real.

São os legistas que, através de doutrinas leigas ou

religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é

Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do

governante é manter o poder e a segurança do país que

governa. Para isso deve usar de todos os meios

disponíveis pois que "os fins justificam os meios."

Professou suas ideias na famosa obra:

a) "Leviatã"

b) "Do Direito da Paz e da Guerra"

c) "República"

d) "O Príncipe"

e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras"

Page 13: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 13

UNIDADE 7

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

FATORES

A Revolução Industrial é um processo histórico de

radical transformação econômica e social, através do

qual o modo de produção capitalista assumiu a

dominância de certas formações sociais.

Para o desencadeamento da Revolução Industrial,

certas pré-condições tiveram de ser preenchidas:

a substituição do processo artesanal de

produção pelo processo mecânico exige a realização de

um significativo investimento e uma considerável

imobilização inicial de capital. Logo, é necessária a

preexistência desse capital acumulado.

a Revolução Industrial demanda um crescente

consumo de mão de obra urbana. Neste sentido, a

existência de abundante disponibilidade de mão de

obra é condição fundamental para a ocorrência do

próprio processo.

Uma Balança Comercial altamente favorável e

a abundância dos metais preciosos eram os indícios da

prosperidade. Essa hegemonia marítimo-comercial da

Inglaterra conferia-lhe uma condição singular em

termos de acumulação de capital. Por exemplo, a essa

hegemonia a Inglaterra deve o fato de haver podido

assinar com Portugal, em 1703, o Tratado de Methuen,

em função do qual uma grande parte do ouro explorado

no Brasil, no século XVIII, foi acabar nos cofres

ingleses.

ASPECTOS TECNOLÓGICOS

O aparecimento das máquinas não significa apenas um

progresso técnico, através do qual se verificou um

aumento da produtividade. A introdução das máquinas

na produção industrial significou uma substituição do

tipo de equipamento que era utilizado até então, ou

seja, as ferramentas, e uma liberação da mão de obra.

ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

a Burguesia Capitalista, que é a classe dos

proprietários dos meios de produção.

o Proletariado, que é a classe que reúne os

trabalhadores diretos, cuja única propriedade é a sua

força de trabalho, vendida à Burguesia Capitalista em

troca de um salário.

Exercícios de Sala

1. Entre os efeitos da Revolução Industrial ocorrida em

meados do século XVIII, pode-se incluir:

01. a afirmação do Estado liberal-burguês, triunfante

sobre o Antigo Regime.

02. a divisão técnica do trabalho, permitindo celeridade

no processo produtivo.

04. a configuração da dicotomia básica das sociedades

capitalistas: burguesia e proletariado.

08. o acirramento da luta de classes, com eclosão de

movimentos contestatórios à ordem burguês-

capitalista.

16. a consolidação da concepção metalista,

estimulando a procura e a posse de metais preciosos

como fator de riqueza.

32. o incentivo ao protecionismo estatal, visando a

alcançar um superávit comercial necessário à

proteção da indústria nascente.

64. a acumulação de capitais na esfera da produção de

mercadorias e consequente hegemonia política e

social da burguesia.

2. A era da industrialização na Europa foi

acompanhada por transformações no processo de

trabalho, entre as quais podemos citar:

01. Passagem do sistema doméstico ao sistema fabril

de produção.

02. Concentração de trabalhadores em unidades fabris,

desenvolvendo a divisão social do trabalho e a

especialização em determinados ramos de

produção.

04. Manutenção da estrutura corporativa de trabalho,

organizando os trabalhadores em corporações de

ofícios.

08. Promoção de um novo modelo de trabalho, pronto

a aceitar a disciplina do trabalho fabril e

constituindo mão de obra assalariada.

16. Utilização frequente de mão de obra feminina e

infantil, submetida ao mesmo regime de trabalho,

durante longas jornadas.

Tarefa Mínima

3. Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na

Inglaterra do século XVIII, é correto afirmar que ela

a) foi adotada não somente para promover maior

eficácia da produção, como também para realizar a

dominação capitalista, na medida que as máquinas

submeteram os trabalhadores a formas autoritárias

de disciplina e a uma determinada hierarquia.

b) ocorreu graças ao investimento em pesquisa

tecnológica de ponta, feito pelos industriais que

participaram da Revolução Industrial.

c) nasceu do apoio dado pelo Estado à pesquisa nas

universidades.

d) deu-se dentro das fábricas, cujos proprietários

estimulavam os operários a desenvolver novas

tecnologias.

e) foi única e exclusivamente o produto da genialidade

de algumas gerações de inventores, tendo sido

adotada pelos industriais que estavam interessados

em aumentar a produção e, por conseguinte, os

lucros.

4. A Revolução Industrial Inglesa só foi possível pelo

processo histórico de acumulação primitiva criador

tanto do CAPITAL quanto do TRABALHO. A

liberação da mão de obra e formação do proletariado

ocorreu com:

a) os cercamentos dos campos e a expulsão dos

camponeses das terras comuns.

b) o intenso cultivo de algodão nos campos ingleses.

c) o processo de reforma agrária na Inglaterra.

Page 14: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 14

d) o intenso processo de imigração de trabalhadores de

outras nações europeias para as indústrias inglesas.

e) a produção agrícola organizada em técnicas feudais.

5. Dentre as consequências sociais forjadas pela

Revolução Industrial, pode-se mencionar

a) o desenvolvimento de uma camada social de

trabalhadores, que destituídos dos meios de

produção, passaram a sobreviver apenas da venda

de sua força de trabalho.

b) a melhoria das condições de habitação e

sobrevivência para o operariado, proporcionada

pelo surto de desenvolvimento econômico.

c) a ascensão social dos artesãos que reuniram seus

capitais e suas ferramentas em oficinas ou

domicílios rurais dispersos, aumentando os núcleos

domésticos de produção.

d) a criação do Banco da Inglaterra, com o objetivo de

financiar a monarquia e ser também, uma

instituição geradora de empregos.

e) o desenvolvimento de indústrias petroquímicas

favorecendo a organização do mercado de trabalho,

de maneira a assegurar emprego a todos os

assalariados.

UNIDADE 8

REVOLUÇÃO FRANCESA – 1789-1799

A Revolução Francesa transformou a política do

mundo moderno. Os motivos que desencadearam seu

início se originam na própria estrutura social da França

durante a Idade Moderna. Nesse período a sociedade

dividia-se em três estados:

1º Estado - Clero

2º Estado – Nobreza

3º Estado – Uma mistura heterogênia onde eram

encontrados burgueses, sans-culottes, camponeses

entre outros.

Tanto o primeiro quanto o segundo estado eram

isentos do pagamento de impostos, cabendo ao terceiro

estado “patrocinar” a riqueza do clero e da nobreza.

O absolutismo monárquico mantinha o

terceiro estado completamente afastado das decisões

políticas da França.

O aumento demográfico não fora

acompanhado do aumento na produção de alimentos, o

que resultou em alta dos preços. Com isso os setores

mais empobrecidos da população passaram enfrentar

um temido inimigo: a fome.

Diante das reclamações constantes do terceiro

estado, o rei Luís XVI convocou a Assembleia dos

Estados Gerias.

ETAPAS DA REVOLUÇÃO

ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE

(1789/1791)

Por determinação do Rei, ao longo do processo

eleitoral para os Estados Gerais, foram elaborados os

chamados “Cadernos de Queixas”, nos quais os

representantes dos três estados sociais registravam suas

pretensões e reivindicações.

Diante desses fatos, o Terceiro Estado, sob a

liderança da burguesia, tomou a iniciativa: em 13 de

julho foi organizada uma milícia popular que recebeu o

nome de Guarda Nacional e foi organizado um Comitê

Permanente de direção da insurreição (este comitê

daria origem à Comuna de Paris); em 14 de julho de

1789, após intensas manifestações de rua com forte

apoio popular, o Terceiro Estado, através de seus

deputados e na liderança de um movimento popular,

marchou sobre a prisão da Bastilha que era um

verdadeiro símbolo do Absolutismo e de suas

arbitrariedades, sendo que após várias horas de sítio, a

fortaleza capitulou.

Foi aprovada uma Declaração dos Direitos do

Homem e do Cidadão, que proclamava a liberdade e

igualdade de todos diante da lei.

MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1791/1792)

Os Jacobinos, que representavam a esquerda política e

eram partidários de uma democracia burguesa; Diante

dessa estrutura política da Assembleia Legislativa, o rei

Luís XVI apoiava os Jacobinos de Brissot na esperança

de que a política extremista deles levasse a França à

guerra e à catástofre e, com isso, ficasse viabilizada a

contrarrevolução.

Os “sans-culottes”, articulados em torno da

Comuna Insurreicional, pressionaram a Assembleia,

que se viu obrigada a votar a suspensão do Rei e a

convocar eleições, por sufrágio universal, para uma

nova Constituinte, que receberia a designação de

Convenção Nacional. Enquanto a Convenção não foi

instalada, o poder executivo foi exercido por um

Conselho Executivo Provisório, onde se destacou a

figura de Danton.

A REPÚBLICA JACOBINA (1792/1795)

O primeiro ato importante da Convenção Nacional foi

tomado em 21 de setembro de 1792: a abolição da

Monarquia.

Os deputados da Convenção agregavam-se

nos seguintes partidos:

- os Girondinos (160 deputados), que eram partidários

da legalidade e da liberdade econômica, pretendiam

limitar a influência do povo de Paris, cuja ação

julgavam excessivamente radical.

- os Montanheses (140 deputados) que se apoiavam,

basicamente, nos “sans-culottes” (a maior parte desses

deputados havia sido eleita pelos votos de Paris),

defendiam uma forte radicalização do processo

revolucionário e seus principais líderes eram Carnot,

Saint-Just, Marat, Danton e Robespierre.

Page 15: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 15

- Centro (também conhecido como Planície ou Pântano

e que agregava o restante dos deputados) inicialmente

apoiava os Girondinos, mas aos poucos, tendeu para os

Montanheses.

Por pressão dos Montanheses, foi

desencadeado um processo contra o Rei que, apesar da

oposição dos Girondinos, acabou por condenar o

soberano à morte. Luís XVI foi executado em 21 de

janeiro de 1793.

O ápice das medidas de exceção foi atingido

em junho de 1794 com o chamado Grande Terror. Em

menos de três meses, cerca de duas mil pessoas foram

executadas, dentre elas o poeta André Chenier e o

químico Lavoisier.

Quando, em 8 do Termidor (06 de julho de

1794), Robespierre anunciou que faria uma nova

depuração da Convenção e nos Comitês, Tallien e

Fouché, dois líderes moderados, conseguiram reunir

em torno de si a maioria dos deputados da Planície e,

em 9 do Termidor (27 de julho), conseguiram fazer

com que a Convenção aprovasse a prisão de

Robespierre, sendo executado no dia seguinte.

GOVERNO DO DIRETÓRIO (1795/1799)

Napoleão, a frente de trinta e oito mil soldados, seguiu

para o Egito em maio de 1798, tomou Alexandria e o

Cairo, mas, em agosto, o Almirante Nelson, da

Inglaterra, destruiu a frota francesa na Batalha de

Aboukir. Em agosto de 1799, Napoleão deixou o

comando das tropas de ocupação para Kleber e

embarcou secretamente para a França.

Os golpistas precisavam de um militar de

prestígio para que o golpe contasse com o apoio do

exército, encontraram-no na pessoa de Napoleão

Bonaparte.

Em 18 Brumário (09 de novembro de 1799),

foi desfechado o golpe de Estado que é conhecido pelo

nome de Golpe do 18 Brumário: Bonaparte foi

nomeado comandante das tropas de Paris e os três

diretores, que se mantinham fiéis ao regime,

neutralizados. No dia seguinte, a resistência do

Conselho dos Quinhentos foi quebrada graças à ação

conjugada de seu presidente (Luciano Bonaparte,

irmão de Napoleão) e das tropas de Paris.

O Diretório foi suprimido e substituído por

três cônsules provisórios: Bonaparte, Sieyés e Roger

Ducos.

Exercícios de Sala

1. A Revolução Francesa representou um marco da

história ocidental pelo caráter de ruptura em relação ao

Antigo Regime. Dentre as características da crise do

Antigo Regime, na França, não podemos incluir:

01. a crescente mobilização do Terceiro Estado,

liderado pela burguesia contra os privilégios do

clero e da nobreza.

02. o desequilíbrio econômico da França, decorrente da

Revolução Industrial.

04. a retomada da expansão comercial francesa,

liderada por Colbert.

08. o apoio da monarquia às sucessivas rebeliões

camponesas contrárias à nobreza.

16. o fortalecimento da monarquia dos Bourbons, após

a participação vitoriosa na guerra de independência

dos E.U.A.

2. A "Declaração dos Direitos do Homem e do

Cidadão", da Revolução Francesa, traz o seguinte

princípio: "Os homens nascem e se conservam livres e

iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter

por fundamento o proveito comum". Tal princípio não

é decorrente:

01. da incorporação das reivindicações da classe média

por maior participação na vida política.

02. do reconhecimento da necessidade de assegurar os

direitos dos vencidos, sem distinção de classes.

04. da incorporação dos camponeses à comunidade dos

cidadãos com direitos sociais e políticos

reconhecidos na lei.

08. da crença popular na perspectiva liberal burguesa

de que a Revolução fora feita por todos e em

benefício de todos.

16. da determinação burguesa de levar avante um

processo revolucionário de distribuição da

propriedade privada.

Tarefa Mínima

3. A Constituição da França de 1791, a partir dos

princípios preconizados por Montesquieu, consagrou,

como fundamento do novo regime,

a) a subordinação do Judiciário ao Legislativo, que

passou a exercer um poder fiscalizador sobre os

tribunais.

b) a identificação da figura do monarca, com a do

Estado, que a partir desse momento se tornou

inviolável.

c) a supremacia do Poder Legislativo, deixando de ser

o rei investido de poder moderador.

d) o poder de veto monárquico, que se restringiu a

assuntos fiscais, limitando, assim, a soberania

popular.

e) a separação dos poderes até então concentrados,

teoricamente, na pessoa do soberano.

4. Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a

Revolução Francesa, que:

a) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e

apropriada por uma só classe social, a burguesia,

única beneficiária da nova ordem.

b) fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não

conseguiu impedir o retorno das forças sócio-

políticas do Antigo Regime.

c) nela coexistiram três revoluções sociais distintas:

uma revolução burguesa, uma camponesa e uma

popular urbana, a dos chamados “sans-culottes”.

d) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao

garantir as pequenas propriedades aos camponeses,

atrasou, em mais de um século, o progresso

econômico da França.

Page 16: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 16

e) abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa,

tanto do ponto de vista da riqueza, quanto do ponto

de vista político, impediu que a burguesia a

concluísse.

5. Na Revolução Francesa, foi uma das principais

reivindicações do Terceiro Estado:

a) a manutenção da divisão da sociedade em classes

rigidamente definidas.

b) a concessão de poderes políticos para a nobreza,

preservando a riqueza dessa classe social.

c) a abolição dos privilégios da nobreza e instauração

da igualdade civil.

d) a união de poderes entre Igreja e Estado, com

fortalecimento do clero.

e) o impedimento do acesso dos burgueses às funções

políticas do Estado.

UNIDADE 9

IDADE CONTEMPORÂNEA

Imperialismo; o novo colonialismo partilha

África e Ásia

A colonização portuguesa e espanhola do século XVI

havia se limitado à América. Com raras exceções, as

terras africanas e asiáticas não foram ocupadas. Ali, os

europeus limitaram-se ao comércio, principalmente o

de especiarias. Por isso, no século XIX, havia grandes

extensões de terras desconhecidas nos dois continentes.

Começou então nova corrida colonial de outras

potências europeias, sobretudo as que haviam passado

por uma transformação industrial, como Inglaterra,

Bélgica, França, Alemanha e Itália.

Os motivos do neocolonialismo

No século XVI, o objetivo colonialista era encontrar

metais preciosos e mercados abastecedores de produtos

tropicais e consumidores de manufaturas europeias.

Todavia, os motivos que geraram o renascimento

colonialista do século XIX são mais. Havia, sobretudo,

interesses econômicos; mas a eles se juntaram outros,

sociais, políticos e até religiosos e culturais.

Nessa época, vários países europeus passavam

pela Revolução Industrial. Precisavam encontrar fontes

de matéria-prima (carvão, ferro, petróleo) e de produtos

alimentícios que faltavam em suas terras. Também

precisavam de mercados consumidores para seus

excedentes industriais, além de novas regiões para

investir os capitais disponíveis construindo ferrovias ou

explorando minas, por exemplo.

Tal mecanismo era indispensável para aliviar

a Europa dos capitais excedentes. Se eles fossem

investidos na Europa, agravariam a Grande Depressão

e intensificariam a tendência dos países europeus

industrializados de adotar medidas protecionistas,

fechando seus mercados e tornando a situação ainda

mais difícil. Some-se a tudo isso o crescimento

acelerado da população europeia, necessitada de novas

terras para estabelecer-se.

No plano político, cada Estado europeu estava

preocupado em aumentar seus contingentes militares,

para fortalecer sua posição entre as demais potências.

Possuindo colônias, disporiam de mais recursos e mais

homens para seus exércitos. Tal era a política de

prestígio, característica da França, que buscava

compensar as perdas na Europa, especialmente a

Alsácia-Lorena, para os alemães. Ter colônias

significava ter portos de escala e abastecimento de

carvão para os navios mercantes e militares

distribuídos pelo planeta.

Os missionários religiosos desejavam

converter africanos e asiáticos. Havia gente que

considerava um dever dos europeus difundir sua

civilização entre povos que julgavam primitivos e

atrasados. Tratava-se mais de um pretexto para

justificar a colonização. É importante notar o

desenvolvimento de ideologias racistas que, partindo

das teorias de Darwin, afirmavam a superioridade da

raça branca.

A Europa ocupa tudo

Em 1914, 60% das terras e 65 % da população do

mundo dependiam da Europa. Suas potências tinham

anexado 90% da África, 99% da Oceania e 56% da

Ásia.

A partilha

Os continentes asiático e africano não foram

partilhados de forma igual entre as principais nações

europeias. Enquanto países como França e Inglaterra

conquistaram muitas áreas de influências, Itália e

Alemanha, que na segunda metade do século XIX

enfrentavam seus processos de unificação, foram

menos privilegiadas. Essa “distribuição irregular”

gerou diversos conflitos entre as nações. Assim foram

construídos os alicerces da Primeira Guerra Mundial.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL –

1914 - 1918

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito militar

(1914-1918), iniciado por um confronto regional entre

o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, em 28 de julho

de 1914.

A causa imediata do início das hostilidades

entre a Áustria-Hungria e a Sérvia foi o assassinato do

arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo,

herdeiro do trono austro-húngaro, cometido, em

Sarajevo no dia 28 de junho de 1914, por um

nacionalista sérvio. Entretanto, os verdadeiros fatores

determinantes do conflito foram: o espírito nacionalista

que crescia por toda a Europa durante o século XIX e

princípios do XX e a rivalidade econômica e política

entre as diferentes nações, o processo de militarização

e a corrida armamentista que caracterizaram a

sociedade internacional dos últimos anos do século

XIX, raiz da criação de dois sistemas de alianças que

se diziam defensivas: a Tríplice Aliança e a Tríplice

Entente. A primeira nasceu do pacto firmado entre a

Alemanha, Áustria-Hungria e Itália contra a ameaça de

ataque da França. A Tríplice Entente era a aliança entre

Page 17: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 17

a Grã-Bretanha, França e Rússia para contrabalançar a

Tríplice Aliança.

1914-1915: A GUERRA DE MOVIMENTO As operações militares na Europa se desenvolveram

em três frentes: a ocidental ou franco-belga, a oriental

ou russa e a meridional ou sérvia.

1915-1917 – GUERRA DE TRINCHEIRAS

1917: ENTRADA DOS ESTADOS UNIDOS E O

ARMISTÍCIO COM A RÚSSIA

A política de neutralidade americana mudou quando a

Alemanha anunciou, em janeiro de 1917, que a partir

de fevereiro recorreria à guerra submarina.

Várias nações latino-americanas, entre elas o

Peru, o Brasil e a Bolívia apoiariam esta ação. O

afundamento de alguns navios levou o Brasil, em 26 de

outubro de 1917, a participar da guerra, enviando uma

divisão naval em apoio aos aliados. Aviadores

brasileiros participaram do patrulhamento do Atlântico,

navios do Lóide Brasileiro transportaram tropas

americanas para a Europa e, para a França, foi enviada

uma missão médica.

Representantes da Rússia, Áustria e Alemanha

assinaram o armistício em 15 de dezembro, cessando

assim a luta na frente oriental.

1918: ANO FINAL

República de Weimar, cujo governo enviou uma

comissão para negociar com os aliados. Em 11 de

novembro foi assinado o armistício entre a Alemanha e

os aliados, baseado em condições impostas pelos

vencedores.

O Tratado de Versalhes (1919), que pôs fim à

guerra, estipulava que todos os navios aprisionados

passassem a ser de propriedade dos aliados. Em

represália a tais condições, em 21 de junho de 1919, os

alemães afundaram seus próprios navios em Scapa

Flow. As potências vencedoras permitiram que

deixassem de ser cumpridos certos itens estabelecidos

nos tratados de paz de Versalhes, Saint-Germain-en-

Laye, Trianon, Neuilly-sur-le-Seine e Sèvres, o que

provocaria o ressurgimento do militarismo e de um

agressivo nacionalismo na Alemanha, além de

agitações sociais que se sucederiam em grande parte da

Europa.

Exercícios de Sala

1. Tema recorrente da política contemporânea, o

nacionalismo tem-se constituído em foco permanente

de conflito. Sobre ele, é correto afirmar que:

01. A Primeira Guerra foi precedida pelo confronto de

diferentes projetos expansionista. É o caso da

Rússia, que pretendia avançar sobre territórios do

Império Austro-Húngaro e do Império Turco,

dizendo-se protetora dos povos eslavos. Ou da

Sérvia, que, ao pretender unificar os eslavos do

Sudeste da Europa, formando a Grande Sérvia,

também se chocava com os interesses desses

Impérios.

02. A Segunda Guerra, igualmente, foi precedida de

discursos nacionalistas, embora com novas feições.

É o caso do fascismo italiano, embalado nos sonhos

de reconstrução das glórias do Império Romano, ou

do nazismo alemão, defensor da unificação dos

povos germânicos e da reconstrução do seu

Império, então denominado III Reich.

04. A vitória do nacionalismo indiano (1947) e o

fracasso franco-britânico na guerra contra o Egito

(1956) desencadearam uma onda de nacionalismo

nas antigas colônias europeias na África e na Ásia.

Aliando-se a outros países de passado colonial,

como os latino-americanos, formaram uma terceira

força internacional - Terceiro Mundo, situado entre

o Capitalismo e o Socialismo.

08. Nos anos 80-90, novamente os movimentos

nacionalistas abalam a política internacional. O já

frágil "império" soviético vê sua unidade desfazer-

se diante do separatismo das Repúblicas Bálticas -

Letônia, Estônia e Lituânia. A partir de então,

outras repúblicas assumem o mesmo propósito,

pondo fim à URSS. Entre os "eslavos do sul", as

disputas de croatas e sérvios lançam a Iugoslávia

numa violenta guerra civil.

2. O clima de tensão oriundo da expansão imperialista

na Ásia e determinador do 1º Conflito Mundial não

pode ser avaliado pelas:

01. rivalidades entre franceses e ingleses na Indochina,

entre ingleses e russos na Ásia Central e entre

russos e japoneses na Mandchúria e Coreia.

02. políticas de alianças entre russos e japoneses para

bloquear as pretensões inglesas e francesas no

sudeste asiático.

04. tensões entre o Império Inglês e o Império Chinês

em torno da Coreia e da Mandchúria com o apoio

da França à Inglaterra.

08. rivalidades entre ingleses e franceses no sudeste

asiático, entre belgas e alemães em Port-Arthur e

entre russos e poloneses na Ásia Europeia.

16. tensões entre o Império Austro-Húngaro e a Grécia

na região do sudeste asiático com o apoio da

Inglaterra aos gregos.

3. Os Estados Unidos emergiram como grande

potência econômica mundial após a Primeira Guerra

Mundial porque:

a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a

Inglaterra.

b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações

Unidas).

c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e

suprimentos à Entente, enquanto as potências

europeias tiveram suas economias arrasadas após o

conflito.

d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes,

para enfraquecer a Alemanha, a grande potência

industrial do início do século.

e) se manteve afastado do conflito direto com as

potências europeias, concentrando seus esforços no

desenvolvimento interno.

Page 18: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 18

4. A respeito do envolvimento dos E.U.A. na Primeira

Grande Guerra é incorreto afirmar que:

a) foi influenciado pela intenção germânica de atrair o

México, prometendo-lhe ajuda na reconquista de

territórios perdidos para os E.U.A.

b) os E.U.A. financiaram diretamente a indústria bélica

franco-inglesa e enviaram um grande contingente

de soldados ao fronte.

c) uma possível derrota da França e Inglaterra colocaria

em risco os investimentos norte-americanos na

Europa.

d) contrariando o Congresso, o presidente dos E.U.A.

rompeu a neutralidade, declarando guerra às forças

do Eixo.

e) a adesão dos E.U.A. desequilibrou as forças em luta,

dando um novo alento à Entente.

5. Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências

vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela guerra

e foi-lhe imposto um tratado punitivo, o Tratado de

Versailles, que teve como consequências:

a) degradação dos ideais liberais e democráticos,

agitações políticas de esquerda - como o

movimento espartaquista, crise econômica e

desemprego.

b) enfraquecimento dos sentimentos nacionais,

militarização do Estado Alemão, recuperação

econômica e incorporação de Gdansk.

c) anexação das colônias de Togo e Camarões, a

afirmação dos ideais liberais e democráticos e a

valorização do marco alemão.

d) prosperidade econômica, rearmamento alemão,

desmembramento da Alemanha e fortalecimento

dos partidos liberais.

e) surgimento da República Democrática Alemã e da

República Federal Alemã, fortalecimento do

nazismo, militarismo e diminuição do desemprego.

UNIDADE 10

ENTRE GUERRAS

Revolução Russa

A industrialização da Rússia ocorreu com atraso de

mais de um século em relação à Inglaterra, mas foi

favorecida pelo fim da servidão, que liberou mão de

obra, e pelos investimentos estrangeiros.

A Primeira Guerra Mundial enfraqueceu ainda

mais o governo Nicolau II. Em dois anos de luta, seu

exército sofreu 7 milhões de baixas, entre mortos,

feridos e desertores. A população civil padeceu com a

fome e o desemprego.

Em fevereiro de 1917, o czar abdicou e foi

instalada uma república liderada por Kerensky. Em

novembro, os bolcheviques comandados por Lênin e

Trotsky tomam o poder. Logo após, assinam a paz com

a Alemanha, efetuam uma radical reforma agrária e

nacionalizam bancos, indústrias e meios de transportes.

Depois de duas guerras, a economia russa

estava arrasada. Para recuperá-la, Lênin adotou a NEP,

afrouxando alguns controles sobre os investimentos

estrangeiros, o excedente agrícola e as pequenas

empresas (menos de vinte funcionários).

Em 1924, Lênin morreu e foi substituído por

Stálin, que passou a perseguir todos os seus adversários

(principalmente os adeptos de Trotsky), condenando

centenas de milhares à morte e milhões ao exílio na

Sibéria. Suprimiu A NEP e adotou os planos

quinquenais. A URSS tornou-se, assim, uma grande

potência.

Crise de 1929

Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era

responsável por quase 50% da produção mundial.

O país criou um novo estilo de vida: o american way

of life. Esse estilo de vida caracterizava-se pelo grande

aumento na aquisição de automóveis, eletrodomésticos

e toda sorte de produtos industrializados.

Entretanto, os EUA sofreram grande abalo em

1929, quando mergulharam numa terrível crise, de

repercussão mundial.

Por sua vez, Inglaterra, França e Alemanha

foram atualizando rapidamente seus métodos

industriais. Isso colaborou para aumentar o

desequilíbrio entre o excesso de mercadorias

produzidas e o escasso poder aquisitivo dos

consumidores. Configurava-se assim uma conjuntura

econômica de superprodução capitalista.

O crack da Bolsa de Valores de Nova York A crise de superprodução teve como um de seus

grandes marcos o dia 29 de outubro de 1929, dia do

crack da Bolsa de Valores de Nova York, que

representava o grande termômetro econômico do

mundo capitalista.

O crack da Bolsa de Valores de Nova York

abalou o mundo inteiro. Os Estados Unidos não

podendo vender também deixaram de comprar e isso

afetou também o Brasil, que dependia das exportações

de café para os Estados Unidos.

New Deal: a reação à crise Nos primeiros anos do governo do presidente Franklin

Roosevelt, os Estados Unidos adotaram o New Deal,

um conjunto de medidas destinadas à superação da

crise. O New Deal foi inspirado nas ideias do inglês

John Keynes. O Keynesianismo defende um Estado

mais interventor, que deveria evitar os riscos de

superprodução, além de aumentar o poder de consumo,

mas preservando a economia de mercado. Dentre as

principais medidas adotadas pela política econômica do

New Deal, destacam-se:

Controle governamental dos preços de diversos

produtos industriais e agrícolas.

Concessão de empréstimos aos proprietários

agrícolas.

Realização de um grande programa de obras

públicas.

Criação de um seguro-desemprego.

Recuperação industrial.

Page 19: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 19

Com a Crise de 29 e a adoção do New Deal, o

liberalismo clássico de Adam Smith foi superado pelo

neocapitalismo.

Regimes Totalitários

A Crise de 29 arruinou a economia americana, mas

teve reflexos em todo o mundo. Nações como a

Alemanha, que após o final da Primeira Guerra

reconstruía-se com recursos oriundos principalmente

dos estados Unidos da América, passaram a enfrentar

aguda crise econômica. Grandes banqueiros, temendo a

ameaça representada pelos partidos de orientação

marxista, passaram a apoiar a ascensão de regimes

totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a

disciplina social. Exemplos marcantes desse processo

foram o desenvolvimento do fascismo na Itália e do

nazismo na Alemanha.

Principais Características

Totalitarismo: absoluta supremacia estatal

Governo ditatorial

Partido único

Nacionalismo

Racismo

Militarismo

Expansionismo

Culto ao líder

Sociedade hierarquizada

Corporativismo: estado mediando as relações entre

patrões e empregados.

Exercícios de Sala

1. O período de 1919 a 1939, pelos componentes que o

constituíram, marcados por esperanças e frustrações, é

tido como um dos mais críticos da época

contemporânea. Dos esforços para superar a devastação

da Primeira Guerra Mundial, se encaminha para a

recuperação e logo em seguida para o novo conflito

mundial.

A respeito desse período é correto afirmar que:

01. A frustração e o inconformismo do alemães,

submetidos às cláusulas do Tratado de Versalhes,

levaram - nos a chamar esse acordo de "Diktat".

02. A Liga das Nações (ou Sociedade das Nações),

criada após a Primeira Guerra Mundial, recebeu

apoio de todas as potências e teve atuação decisiva

para evitar todas as crises internacionais da década

de 1930.

04. A URSS participou ativamente da política

internacional europeia na década na década de

1920.

08. Nesse período houve a vitória das ditaduras do tipo

nazi - fascista na Itália e na Alemanha, além de

regimes autoritários em diversos países, como

Portugal e Espanha.

16. A crise de 1929 e a grande depressão econômica

que ela gerou, desencadearam também crises

políticas, reacenderam nacionalismos econômicos e

políticos, facilitaram a ascensão de ditaduras e

contribuíram para o advento da Segunda Guerra

Mundial.

2. O período de entre guerras (1919-1939) foi

caracterizado pelo aparecimento de regimes

autoritários na Europa. A esse respeito, é correto

afirmar que:

01. Esses regimes podem ser entendidos como uma

alternativa tanto à ordem liberal tradicional quanto

ao regime comunista.

02. No período em questão, acentuaram-se as

dificuldades dos regimes democráticos e acentuou-

se o fracionamento político, o que dificultava o

estabelecimento de maiorias parlamentares que

pudessem garantir a continuidade administrativa.

04. A incapacidade dos regimes de democracia liberal

de contornarem a crise econômica dos anos

1920/30, também contribuiu para abrir espaços para

a expansão dos regimes autoritários.

08. Parte importante no projeto do nazismo de

unificação das vontades coletivas foi a ênfase na

liberdade de expressão e na igualdade entre as

raças.

16. A expansão dos regimes autoritários se fez com

base num acentuado internacionalismo e

cosmopolitismo, rejeitando-se qualquer ênfase em

temas nacionalistas.

32. A tomada do poder pelos nazistas e fascistas teve

uma significativa participação popular, inclusive

com grandes manifestações de massa.

Tarefa Mínima

3. "... derrota na guerra, deserções, motins militares

contra os superiores, greves nas fábricas, falta de

gêneros alimentícios e combustíveis nas principais

cidades, queda na produção, aviltamento dos salários,

incapacidade governamental e crescente miséria das

massas."

O quadro descrito no texto conduziu à

a) derrota dos franceses no Vietnã em 1954.

b) descolonização Afro-Asiática em 1945.

c) rebelião Boxer na China em 1900.

d) Segunda Guerra Mundial em 1939.

e) Revolução Russa em 1917.

4. "A guerra atual é, por parte de ambos os grupos

potências beligerantes, uma guerra (...) conduzida pelos

capitalistas pela partilha das vantagens que provêm

domínio sobre o mundo, pelos mercadores do capital

financeiro (bancário), pela submissão dos povos fracos

etc." ("Resolução sobre a Guerra", publicada no jornal PRAVDA em abril

de 1917.)

O texto oferece uma interpretação característica dos

bolcheviques sobre a

a) Guerra Russo-Japonesa.

b) Guerra da Coreia.

c) Guerra da Crimeia.

d) Primeira Guerra Mundial.

e) Primeira Guerra Balcânica.

Page 20: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 20

5. Sobre fatos antecedentes à Segunda Guerra

Mundial, assinale a alternativa incorreta.

a) Os E.U.A. cortaram o envio de ferro, aço, petróleo e

borracha e bloquearam capitais japoneses na

América do Norte por causa da invasão da

Manchúria pelo Japão.

b) Passando por cima das disposições dos tratados do

pós-guerra, em 1938, Hitler, com o apoio de

fascistas austríacos, ordenou a ocupação da Áustria.

e) Em 1936, um grupo de generais, chefiados por

Franco, iniciou uma revolta contra o governo de

esquerda, legalmente constituído, na Espanha.

d) A euforia econômica decorrente da valorização da

Bolsa de Nova Iorque em 1929 favoreceu a

recuperação econômica e a consolidação das

democracias na Europa.

e) Em 1939, Stálin conseguiu-se aproximar da

Alemanha através do Pacto Germano-Soviético,

negociado por Ribbentrop e Molotov.

UNIDADE 11

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL –

1939-1945

A humilhação sofrida pela Alemanha com o Tratado de

Versalhes cria as condições ideais para a germinação

do nacional-socialismo - nazismo - alemão e a

ascensão de Hitler ao poder, em 1933. O nacional-

socialismo toma o poder pela violência, elimina as

dissensões internas com métodos violentos e combate a

divisão do mundo produzida pela 1a Guerra.

Reação mundial ao nazismo - As potências ocidentais

têm uma posição dúbia em relação ao nazismo.

Pressentem o perigo representado por Hitler, mas

permitem o crescimento da Alemanha nazista como

forma de bloquear a União Soviética. A invasão da

Polônia, em 1o de setembro de 1939, por tropas e

aviões alemães, não surpreende a Europa. Todos estão

à espera da guerra.

Origens do Eixo - Itália e Alemanha têm regimes

políticos semelhantes, mas o que mais as aproxima é o

limitado espaço territorial de que dispõem e a acirrada

competição pelos mercados internacionais. Stalin

percebe que as anexações alemãs caminham em

direção à União Soviética e firma com Hitler o Pacto

Germano-Soviético, em 1939, pelo qual anexa a

Lituânia, Letônia, Estônia e parte da Polônia e

Finlândia.

COMEÇA A GUERRA NA EUROPA

Em abril de 1939 Hitler exige a anexação de Dantzig, o

"corredor polonês", e a concessão de uma rede

rodoviária e ferroviária que cruze a província polonesa

da Pomerânia. A Polônia, sem condições de resistir, é

invadida por tropas nazistas no dia 1o de setembro. O

Reino Unido, comprometido com a defesa da Polônia

em caso de agressão, declara guerra à Alemanha. Horas

depois, é seguida pela França. Até junho de 1940,

quando a Itália declara guerra à França e ao Reino

Unido, o conflito está restrito aos três países. A

Alemanha invade e ocupa a Noruega, a Bélgica, a

Holanda e a França.

Domínio alemão - O domínio alemão na Europa fica

patente com a expulsão dos ingleses de Dunquerque e

os armistícios assinados pela França com a Itália e

Alemanha, em junho de 1940, que dividem o território

francês em duas partes.

Na Batalha da Inglaterra, no verão de 1940, a aviação

inglesa, RAF (Royal Air Force), consegue rechaçar os

ataques da Luftwaffe (aviação alemã).

Defesa de Moscou - Em fins de 1941 a defesa de

Moscou marca uma das mais decisivas vitórias aliadas.

Ataque a Pearl Harbor - O ataque japonês à base

norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de

dezembro de 1941, leva os Estados Unidos a

declararem guerra ao Eixo e alastra o conflito a quase

todo o mundo. As duas facções beligerantes estão

definidas: os países do Pacto Anticomintern (o Eixo) -

Alemanha, Itália e Japão - contra os Aliados -

Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China. A

China já se encontra em guerra contra o Japão desde

1931.

Kamikazes - É como são chamados os aviões

japoneses carregados de explosivos e dirigidos por um

piloto suicida que com ele se atira sobre o alvo

inimigo.

SEGUNDA FASE DA GUERRA

É quando o conflito se torna uma guerra de desgaste. O

Eixo tenta subjugar a Inglaterra, cortando suas linhas

de abastecimento no Atlântico e no Mediterrâneo.

Contra-ofensiva na África e Itália - Em julho de

1943 os Aliados desembarcam na Sicília e, em

setembro, avançam até Nápoles. Mussolini é destituído

em julho e a Itália muda de lado.

Dia D - Em 6 de junho de 1944, chamado de "Dia D"

pelos Aliados, sob o comando do general Einsenhower,

é feito o ataque estratégico que daria o golpe mortal

nas forças nazistas que ainda resistem na Europa.

Cinquenta e cinco mil soldados norte-americanos,

britânicos e canadenses desembarcam nas praias da

Normandia, noroeste da França, na maior operação

aeronaval da História, envolvendo mais de 5 mil navios

e mil aviões.

Guerra no Pacífico - No Pacífico, a situação também

se inverte com a vitória das tropas norte-americanas na

batalha naval de Midway e em Guadalcanal, em 1942.

Ataque a Hiroshima e Nagasaki - Em 6 de agosto os

Estados Unidos lançam a primeira bomba atômica

sobre Hiroshima, deixando mais de 100 mil mortos e

100 mil feridos. A partir de 8 de agosto tropas

soviéticas expulsam os japoneses da Mandchúria e da

Coreia e ocupam as ilhas Kurilas e Sakalina. Em 9 de

agosto é lançada a segunda bomba atômica, dessa vez

Page 21: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 21

sobre Nagasaki, com saldo de vítimas semelhante ao de

Hiroshima.

Final da guerra - Hitler suicida-se em 30 de abril,

com a chegada das tropas soviéticas a Berlim, e o

almirante Doenitz forma novo governo e pede o fim

das hostilidades. A capital alemã é ocupada em 2 de

maio. A Alemanha se rende incondicionalmente em 7

de maio, em Reims. A capitulação do Japão acontece

em 2 de setembro, em Tóquio. A 2a Guerra Mundial

deixa um saldo de 50 milhões de mortos e custa cerca

de US$ 1,40 trilhão.

JULGAMENTO DE NUREMBERG

Terminado o conflito, os vitoriosos decidem julgar os

líderes nazistas num inédito tribunal internacional de

crimes de guerra. A iniciativa contribui para a

descoberta dos campos de concentração e extermínio.

A sede escolhida é a cidade alemã de Nuremberg, que

nos anos 30 havia sido palco dos maiores comícios

nazistas.

Exercícios de Sala

1. A Segunda Guerra Mundial alterou a correlação de

forças no mundo. Entre as modificações ocorridas,

destacam-se:

01. O declínio da influência europeia cuja hegemonia

já havia sido comprometida desde a Primeira

Guerra Mundial.

02. A ascensão dos Estados Unidos e da União

Soviética, liderando blocos de interesses

divergentes e originando a chamada "bipolarização"

do mundo.

04. Após a Segunda Guerra Mundial e até

recentemente, nenhuma potência europeia ou os

Estados Unidos participaram de qualquer conflito

bélico.

08. Após a Guerra - e por causa dela -, houve

intensificação das manifestações anticolonialistas,

acelerando-se o processo de descolonização das

colônias europeias na África e na Ásia.

16. O final da Segunda Guerra Mundial decretou o

desaparecimento dos Estados autoritários,

reorganizando-se o mundo em bases inteiramente

democráticas.

32. Como tentativa de resolver os problemas

internacionais, criou-se em 1945 a Organização das

Nações Unidas (ONU).

2. Sobre a História Contemporânea, é correto afirmar

que:

01. a Primeira Guerra Mundial (1914-18) resultou,

dentre outros motivos, da concorrência comercial,

da disputa por colônias e da luta pela hegemonia

dos mares.

02. a grande vencedora da Primeira Guerra Mundial foi

a Alemanha, o que motivou a reação da Itália e do

Japão no final dos anos 30, dando inicio à Segunda

Guerra Mundial.

04. o Tratado de Versalhes foi imposto pela Alemanha

aos países europeus, com o apoio dos Estados

Unidos.

08. a ideologia nazista enaltecia o nacionalismo e o

militarismo, visando conquistar as massas e o

exército, e pregava o anti-comunismo, visando

conquistar a alta burguesia.

16. apesar das guerras do século XX, a Europa

manteve sempre sua hegemonia econômica e

política sobre o mundo.

Tarefa Mínima

3. Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas oh! não se esqueçam

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor, sem perfume

Sem rosa, sem nada

"Rosa de Hiroshima" (Gerson Conrad e Vinícius de Moraes)

Podemos considerar que o texto acima debate:

a) a herança terrível das bombas atômicas atiradas em

Hiroshima e Nagasaky, no final da 2ª Guerra

Mundial, levantando a necessidade de sua

lembrança para defendermos a paz.

b) a poesia não trata dos problemas relativos à bomba

atômica, a guerra e a paz.

c) as armas atômicas nunca seriam usadas como forma

de poder entre as potências mundiais.

d) a paz só será garantida com a utilização de armas

atômicas.

e) as armas atômicas deixaram poucas heranças

culturais e políticas durante o período da Guerra

Fria.

4. Na II Guerra Mundial, as bombas atômicas de

Hiroshima e Nagazaki foram consideradas crimes de

guerras, porque:

a) o conflito já tinha terminado em agosto de 1945 e a

resistência japonesa era mínima em Pearl Harbor.

b) as bombas faziam parte de um esquema de testes

militares.

c) os E.U.A. queriam impor o seu domínio à

Alemanha.

d) os E.U.A. pretendiam deter o avanço dos soviéticos

na Ásia.

e) as bombas tinham um único alvo: os japoneses no

Pacífico.

Page 22: História A - Extensivo (1)

Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 22

5. Foi o encontro do primeiro ministro inglês Winston

Churchill e dos presidentes Roosevelt, dos Estados

Unidos e Stálin, da União Soviética onde confirmou-se

o desmembramento da Alemanha e da Coreia:

a) Conferência do Cairo.

b) Conferência de Teerã.

c) Conferência de Ialta.

d) Conferência de Potsdam.

e) Conferência de Bandung.

UNIDADE 12

IDADE CONTEMPORÂNEA: GUERRA

FRIA

Bipolarização entre EUA (capitalismo) e URSS

(socialismo), estado de constante hostilidade entre as

duas superpotências e seus aliados e corrida

armamentista e tecnológica, mas sem conflito armado

direto, caracterizaram a Guerra Fria, que vigorou entre

o fim da Segunda Guerra Mundial e a crise do

socialismo real no final dos anos 1980.

Tradicionalmente as fases da Guerra Fria são a

Guerra Fria “Clássica” (1945 – 1953), o período do

Degelo ou da Coexistência Pacífica (1953 – 1968) e a

política da Détente ou da Distensão (1968 – 1989).

Marcos iniciais da Guerra Fria

Bloco Capitalista Em 1946, Churchill discursa nos EUA e pede para que

estes se tornem os protetores do “mundo livre”, pois a

Grã-Bretanha, não poderia mais manter tal papel.

Doutrina Truman (1947) – o presidente Truman

responde Churchill através de sua Doutrina e pede ao

Congresso Americano ajuda econômica e militar para

os governos europeus. Os EUA passaram a assumir a

tarefa de “protetores” da democracia, reagindo,

imediatamente, ao menor sinal de avanço socialista. A

Doutrina Truman pode ser considerada marco inicial

da Guerra Fria.

Plano Marshall (1947) – ajuda econômica para a

Europa e considerado “braço econômico” do Bloco

Capitalista no início da Guerra Fria.

Organização do Tratado do Atlântico Norte

(OTAN) 1949 – força político-militar com objetivos

“defensivos”, inicialmente composta por países da

Europa Ocidental, EUA e Canadá.

Bloco Socialista

Tratado de Assistência Mútua da Europa Oriental

(Pacto de Varsóvia) 1955 – aliança militar do Bloco

Socialista e formada por países da Europa Oriental e a

URSS.

Principais acontecimentos

Crise ou Bloqueio de Berlim (1948-49) – com o fim

da Segunda Guerra, o Acordo de Potsdam (1945)

dividiu a derrotada Alemanha nazista e sua capital em

quatro zonas de ocupação entre URSS, EUA, Grã-

Bretanha e França.

República Federal da Alemanha (capital Bonn), sob o

governo capitalista.

República Democrática Alemã, inspirada no modelo

soviético, com capital em Berlim Oriental.

Guerra da Coreia (1950-53) – a derrota japonesa na

Segunda Guerra Mundial (1945) permitiu a libertação

da Coreia pelas tropas aliadas, mas o país foi dividido

em dois setores de ocupação (norte-americano e

soviético), pelo paralelo 38º. A divisão do país, as

tensões relacionadas com a Guerra Fria e a vitória

comunista de Mao Tsé-tung na Revolução Chinesa, em

1949, desencadearam a Guerra da Coreia, iniciada após

a invasão do sul pelos norte-coreanos, em 1950. A

Coreia do Sul recebeu apoio militar dos Estados

Unidos, enquanto a do Norte da China e da URSS. O

conflito terminou com a assinatura do Armistício de

Panmunjom (1953), que ratificou a divisão da Coreia

efetuada anteriormente.

Guerra do Vietnã (1960-75) – a luta pela

descolonização da Indochina começou no Vietnã e foi

liderada por Ho Chi Minh - Guerra da Indochina

(1946-54). Na Conferência de Genebra (1954), a

França reconheceu a independência do Laos, Camboja

e Vietnã – este dividido em Norte (socialista) e Sul

(capitalista). As eleições que reunificariam o Vietnã em

1956, não aconteceram, devido ao golpe de Estado de

Ngo Dinh Diem (Sul) que estabeleceu uma ditadura

militar em 1955, apoiado pelos Estados Unidos. A

resistência ao governo golpista gerou a formação da

Frente de Libertação Nacional, cujo braço armado

eram os vietcongues, e a Guerra do Vietnã. Nos anos

1960, auge da Guerra Fria, a guerra no Sudeste asiático

ampliou-se com a intervenção militar norte-americana.

A saída dos Estados Unidos e o avanço das tropas

comunistas levaram à rendição do Sul, em 1975,

permitindo a reunificação do país, em 1976, e o

nascimento da República Socialista do Vietnã.

Muro de Berlim (1961) – o interesse soviético em

bloquear fugas para o lado capitalista de Berlim e

enfraquecer as expectativas reunificadoras, levou a

Alemanha Oriental a erguer o muro em 1961. O “muro

da vergonha” dividiu famílias e ideologias,

transformando-se em um dos principais símbolos da

Guerra Fria.

Crise dos mísseis (1962) – em 1959, Fidel Castro e

alguns companheiros, contando com o apoio

camponês, derrubaram o ditador cubano Fulgêncio

Batista. O governo revolucionário demonstrou, desde o

início, uma grande preocupação com a justiça social. A

reação americana foi imediata, merecendo destaque, o

embargo comercial e a pressão para que Cuba fosse

expulsa da OEA. Isolada política e economicamente,

Cuba aproxima-se da URSS, ampliando o Bloco

Socialista. Mas, o momento de maior tensão aconteceu

em 1962, quando os EUA descobriram que mísseis

soviéticos estavam sendo instalados em Cuba – Crise

dos Mísseis. A conscientização das graves

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Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 23

consequências de um confronto armado direto levou os

líderes das superpotências ao entendimento. A URSS

concordou em retirar seus mísseis e os EUA aceitaram

a perda do monopólio político-ideológico no

continente.

Primavera de Praga (1968) – as intenções de

modernizar a economia e o Estado, buscando uma via

independente e mais humanizada de socialismo, pelo

presidente, da então Tchecoslováquia, Dubcek,

provocou a imediata reação soviética, que a fim de

manter seu controle sobre a Europa Oriental, enviou

tropas do Pacto de Varsóvia, reprimindo a “Primavera

de Praga”.

Maio de 1968 – “é proibido proibir’’ e “paz e amor’’

foram palavras de ordem de uma geração, nascida em

plena Guerra Fria, e que viveu os “anos rebeldes’’ – a

década de 1960. Na França, em 1968, os estudantes

protestaram contra as reformas educacionais, além de

pedirem maior liberdade, criticando abertamente o

conservadorismo.

Corrida espacial – as pesquisas espaciais tiveram

destacado papel na tensão entre Estados Unidos e

URSS, transformando a eficiência tecnológica em uma

importante arma político-ideológica. A corrida espacial

começou em 4 de outubro de 1957, quando foi lançado

o primeiro satélite em órbita da Terra pela União

Soviética, o Sputnik-1. A competição aumentou

quando os soviéticos, um mês depois do Sputnik-1,

enviaram o Sputnik-2. Em 1961 a URSS comemorou o

primeiro vôo tripulado, transformando Iúri Gagárin no

primeiro astronauta da história. Apenas em 20 de julho

de 1969, os norte-americanos conseguiram impor-se,

enviando a Apolo-11, com os primeiros astronautas, à

Lua.

Fim da União Soviética

Em 1991, em meio a uma grave crise do que se passou

a chamar “socialismo real”, a União Soviética deixava

oficialmente de existir. Era mais um fato de uma época

de mudanças radicais – queda do Muro de Berlim,

reunificação da Alemanha, queda dos regimes de

esquerda do Leste Europeu etc.

No final dos anos 80, o presidente soviético Mikhail

Gorbachev estava ciente dos problemas que o país

atravessava e decidiu adotar dois conjuntos de

reformas. A Perestroika, ou Reestruturação, visava a

mudar as condições econômicas do Estado – na

realidade, permitia a volta da propriedade privada e do

capitalismo. Já a Glasnost, ou Transparência, tinha

como objetivo mudar a estrutura política e abrir

caminho para o surgimento de mecanismos de

expressão democrática. Gorbachev queria diminuir a

burocracia e a corrupção, que eram alarmantes nos

órgãos estatais naquela época.

As guerras do Golfo Pérsico

Guerra Irã-Iraque (1980-88): vitória militar não

conclusiva do Iraque. Amos os países se debilitaram

Guerra do Kuwait (1990-91): o Iraque foi obrigado a

retirar-se do Kuwait pela Operação Tempestade no

Deserto liderada pelos EUA.

Guerra anglo-americana contra o Iraque (2003):

ocupação anglo-americana do Iraque, dissolução do

regime de Saddam Hussein.

Exercícios de Sala

1. Em 6 de junho de 1944, a Europa começou a se

render aos Estados Unidos da América, iniciando o

período da "Pax Americana" (sem os americanos, não

haveria Dia D). Apesar do nome "pax", os últimos 50

anos foram uma época recheada de "pequenas guerras"

–[ ... ] o mesmo havia acontecido com a mais famosa

"Pax Romana". Roma, gestora da chamada Civilização

Ocidental, soube resistir a invasões bárbaras, mantendo

as características básicas da civilização que chegou aos

brasileiros pós-1500. (BONALUME NETO, p. 2)

Indique as proposições que confirmam o conteúdo do

texto anterior:

01. As alianças político-militares representadas pela

OTAN e pelo Pacto de Varsóvia configuraram o

esforço americano no sentido da preservação da paz

mundial.

02. Assim como os romanos, durante a vigência da sua

Pax, tiveram que enfrentar os ataques bárbaros, os

americanos rechaçaram os ataques de Hitler, o

"bárbaro" moderno.

04. Após a Segunda Grande Guerra, ocorreu a

redefinição da ordem mundial, com a hegemonia

dos Estados Unidos no bloco capitalista e o declínio

da influência política, econômica e cultural da

Europa.

08. As "pequenas guerras" empreendidas pelos Estados

Unidos, na Coreia, no Vietnã, no Afeganistão e no

Golfo Pérsico, evidenciam o caráter contraditório

da Pax Americana.

16. A Pax Americana dependia da aquiescência da

Alemanha, que passou a reivindicar áreas coloniais

e a contestar a hegemonia internacional anglo-

americana.

32. Os acordos entre Estados Unidos e União Soviética

dão origem à política de Coexistência Pacífica, de

resultados mais aparentes que reais e permanente

competição militar.

2. No período imediatamente após a Segunda Guerra

Mundial (1939-1945), ocorre o(a):

01. estabelecimento da bipolaridade nas relações

internacionais, com os Estados Unidos e a União

Soviética liderando os blocos capitalistas e

socialistas, respectivamente.

02. declínio da Europa como centro do poder mundial,

de que a descolonização afro-asiática foi exemplo

marcante.

04. criação da Organização das Nações Unidas, em

cujo Conselho de Segurança manifesta-se o

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Inclusão para a Vida História A

Pré-Vestibular da UFSC 24

princípio de absoluta igualdade entre os Estados

participantes.

08. refluxo no processo de expansão socialista, em

parte determinado pelo fracasso militar soviético

durante a guerra.

Tarefa Mínima

3. No início da década de 60, o arsenal nuclear à

disposição das grandes potências era suficiente para

destruir a humanidade, caso fosse utilizado em uma

situação de confronto. Ao assumir o governo, o

Presidente Kennedy (1961-63) defendeu a substituição

da política externa norte-americana de confronto por

uma de entendimento com a URSS, cujo objetivo era o

desarmamento gradual das duas superpotências. Esse

programa do governo Kennedy foi conhecido como:

a) Doutrina Drago.

b) Doutrina Monroe.

c) Corolário Roosevelt

d) Nova Fronteira.

e) Política de Boa Vizinhança.

4. Não é característica da Guerra Fria:

a) confronto ideológico que pressupõe equilíbrio

nuclear entre as potências.

b) polarização do mundo em dois blocos político-

militares.

c) distensão política e alinhamento internacional entre

E.U.A. e U.R.S.S.

d) desconfiança entre americanos e soviéticos e disputa

de áreas de influência.

e) criação das alianças militares O.T.A.N. e Pacto de

Varsóvia.

5. As duas Guerras Mundiais, marcadas pelo

expansionismo europeu, deixaram consequências

profundas. A implosão do Império Soviético está

contribuindo para frear o perigoso confronto Leste-

Oeste. O cotidiano europeu, no entanto, ainda

apresenta cenas sombrias. A Guerra Civil na ex-

Iugoslávia, entremeada da brutalidade que gera

indignação, tem raízes remotas e profundas porque:

a) expressa ressentimentos étnico-nacionalistas e

diferenças culturais nos Bálcãs.

b) o Pacto Nazista-Soviético colocou os Estados do

Báltico sob domínio russo.

c) o colapso do comunismo abriu caminho para a

transição capitalista bem sucedida.

d) na federação multinacional iugoslava, o comunismo

foi edificado sobre base camponesa, e não operária.

e) o Tratado de Paz, que consagrou o desmembramento

do Império Austro-Húngaro, pôs fim ao velho

antagonismo que dera origem à Primeira Guerra

Mundial.