Hermeneutica Do Primeiro Testamento

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OS PROFETAS

HERMENUTICA DA TANACHNDICEPENTATEUCO OS PROFETAS

OS LIVROS HISTRICOS

NOMES DOS LIVROS DO PRIMEIRO TESTAMENTO

GENESIS BERESHIT EXODO SHEMOT

LEVITICO VAIQRA NUMEROS NO DESERTO BAMIDBAR DEUTERONOMIO PALAVRAS DEBARIM JOSU YEHOSHUAH JUIZES SHOPHETIM I SAMUEL SHEMUEL II SAMUEL SHEMUEL I REIS MALECHIM II REIS MALECHIM ESDRAS ESRA NEEMIAS NEHEMIAH ESTER ESTER J YIOV SALMOS TEHILIM PROVERBIOS MASHALI ECLESIASTES QOHELET CANTO DOS CANTICOS SHIYR HASHIRIYM ISAIAS YESAIAH JEREMIAS YERMIAH LAMENTAES EICHAH EZEQUIEL YEHEZQIELDANIEL DANIEL OSEIAS HOSEA AMOS AMOS JONAS YONAH MIQUEIAS MICHAH NAUM NAHUM HABACUQUE HABAQUQ SOFONIAS SOPHONIAH AGEU HAGI ZACARIAS ZACHARIAH MALAQUIAS MALACHI

PENTATEUCO() (TORAH)INDICE

INTRODUO

CAPTULO I PENTATEUCO

Introduo

1. Nomes, livros e limites dos livros do Pentateuco

2. Contedo dos livros do Pentateuco

3. Autoria e literatura do Pentateuco

4. Os documentos do Pentateuco

CAPTULO II GENESIS- BERESHITIntroduo

1. Diviso do livro de Gnesis

2. Contedo do livro de Gnesis

3. Teologia do livro de Gnesis

4. Mapas do livro de Gnesis

CAPTULO III EXODO- SHEMOTIntroduo

1. Diviso do livro de xodo

2. Contedo do livro de xodo

3. Teologia do livro de xodo

4. Mapas do livro de xodo

CAPTULO IV- LEVTICO VAIQRAIntroduo1. Diviso do livro de Levtico

2. Contedo do livro de Levtico

3. Teologia do livro de Levtico

CAPTULO V NMEROS BAMIDBARIntroduo

1. Diviso do livro de Nmeros

2. Contedo do livro de Nmeros

3. Teologia do livro de Nmeros

4. Mapas do livro de Nmeros

CAPTULO VI DEUTERONOMIO DEBARIMIntroduo.

1. Diviso do livro de Deuteronmio

2. Contedo do livro de Deuteronmio

3. Teologia do livro de Deuteronmio

4. Mapa do livro de Deuteronmio

CONCLUSO

REFERNCIASCAPTULO I PENTATEUCO

Introduo

O Pentateuco uma denominao dada aos cinco primeiros livros da lei. Esta denominao veio da traduo da Tor ou Lei pelos judeus. Este nome ocorre na traduo da palavra Tor para o Grego na LXX (Septuaginta), o Antigo Testamento grego usado pelos judeus de Alexandria no Egito e retomado pelos Cristos e a Patrstica (Pais Apostlicos).

Na realidade tanto para os judeus como para cristos, Tor ou Pentateuco o centro e lugar mais importante da Bblia para ambos. Toda a vida de Israel e hoje dos cristos est direcionada pela lei, no culto, na liturgia a Tor tem um papel fundamental tanto para o Judasmo, como para o cristianismo. No Novo Testamento ela (lei) muita citada. Jesus e Paulo fazem do Pentateuco as suas teologias. Jesus no revoga nem substitui a lei, Ele cumpre a (Mt 5,17-20). Paulo em Gal diz que a lei a que d a liberdade, a justia e no o que os fariseus queriam, eles atam fardos pesados sobre os demais fieis.

Tanto judeus como cristos sempre estudam mais as leis do que os demais livros do Antigo Testamento. Nos descobrimentos do Mar Morto em 1947 foram encontradas dezenas de copias dos textos do Antigo Testamento, mas os mais lidos dos livros eram Dt, Is e Sal, por causa das similitudes entre os livros do Novo Testamento. O Novo Testamento est dentro do Antigo e o Antigo interpretado no Novo Testamento (Santo Agostinho).

1. NOMES, LIVROS E LIMITES DOS LIVROS DO PENTATEUCOOs judeus chamam o Pentateuco de Tor. Estes so os primeiros cinco livros da Bblia. Gnesis um termo grego para: comeo, incio, principio; e a traduo do hebraico Bereshit que tem os mesmos significados. xodo a sada em grego e em hebraico shemot: nomes. Levtico o termo grego e em hebraico Vaiqra - chamar. No deserto, Bamidbar o livro de Nmeros. Deuteronmio Debarim em hebraico: palavras e em grego ficou a traduo de segunda lei: Deutro - segundo, nomos: leis. Os judeus ainda o chamam de Tor ou Tor de Moises.

Tor tem vrios sentidos: lei, exortao, mandamentos, palavras. Para os Cristos ficou apenas Penta-teuco: cinco livros da lei. Ele no tem o sentido de constituio nem cdigos de leis, so apenas leis para a vida do povo, so normas sociais, polticas, econmicas e religiosas. Estes textos de leis tambm falam da vida de um povo, de sua religio, ritos, celebraes, festas, costumes. As leis eram escritas em couros ou papiros que eram guardados em vasos ou jarros de cermicas, caixa de madeiras ou de metais (Geniza).

O Pentateuco eram cinco livros que eram guardados em cinco caixas e depois foram juntados fazendo apenas num rolo s. Era um livro s, um livro grande e enorme. Um rolo que para ser lido devia ser desenrolado. As divises foram feitas depois, a redao final do Pentateuco ocorreu na poca de Esdras e Neemias. A LXX, a traduo grega do texto Hebraico nos sculos II a I a. C.

At hoje, os livros da traduo grega passaram a ser a Bblia Crist e com os sentidos que encontramos na Igreja.

O livro de Gnesis o comeo: origem do mundo, do homem e de todas as coisas que encontramos em nosso mundo e fora dele. a explicao da origem dos deuses, de Deus, do mal, do povo de Deus. Histria dos homens, dos anjos, de Abrao, Isaque e Jac.

O livro de xodo narra a vida de Moiss, do povo no Egito, a sada do Egito e a caminhada e peregrinao no deserto.

O livro de Levtico discorre sobre as leis da pureza, da impureza; das festas e do culto; dos rituais e sacrifcios; fala dos levitas e dos sacerdotes e as suas funes.

O livro de Nmeros quase uma histria da genealogia, do parentesco; um censo das tribos de Israel na terra prometida. a contagem do povo.

O livro de Deuteronmio mostra outros tipos de leis que j foram encontradas em Ex 2-23; e Lev 16-27. Este livro chamado de segunda lei.2. CONTEUDO DOS LIVROS DO PENTATEUCOA - GNESISO livro de Gnesis narra a criao do mundo, de todas as coisas. o livro dos Patriarcas: Abrao, Isaque e Jac e Jos. Estes so os ancestrais do povo da Bblia. Fala do incio do mundo e a peregrinao para o Egito. A fome levou muita gente para a fartura do Egito. O livro de Gnesis pode ser lido e dividido em duas partes ou mais. Por exemplo, grosso modo em duas partes:

Gen 1-11- A histria dos incios e

Gen 12-50- A histria dos patriarcas.

------------- Gen 1- criao (P).

------------- Gen 2- criao (J).

------------- Gen 3- pecado (P).

------------- Gen 4- Caim e Abel (J, E, P).

------------- Gen 5- Patriarcas (E).

------------- Gen 6-9- Diluvio (P).

------------- Gen 10- Recriao (J, E).

------------- Gen 11 - destruio (P). ------------- Gen 12-25- Abrao (P). ------------ Gen 26- Isaque (J, P). -------------- Gen 27-36- Jac (J, E, P).------------- Gen 37-50 Jos (J, E, P).Podemos dividir ainda Gnesis da seguinte maneira:

Gen 1-111- Criao.

2- Criao do homem e dos animais.

3- Pecado.

4- Caim e Abel.

5- Patriarcas antes do dilvio.

6- 9- Dilvio e No.

10- Repovoamento da Terra.

11- Torre de Babel.

Gen 12-5012-25- Abrao

26- Isaque.

27-36- Jac.

37-50- Jos.B - XODOO livro de xodo recomea a vida no Egito e a dureza da escravido, fala da liberdade e sada do Egito, peregrinao no deserto, Sinai, aliana com Deus. O livro busca fazer uma ligao entre o livro anterior e o posterior: Gen 37-50------------------------------(xodo--------------------------------------(-Nm 1-10.

Ex 1-11- atos que antecedem a sada.

1- Opresso dos judeus pelos egpcios.

2-6- Nascimento e chamado de Moiss.

7-11- as pragas.

Ex 12-18. A sada ou fuga do Egito.

12-13- A pscoa.

14-15- A passagem pelo mar.

16-18- Peregrinao pelo deserto e chegada do Sinai.

Ex 19-Nm 10- O povo no Sinai.

19-20- teofania e o declogo.

21-24- Cdigo da Aliana.

25-31-Leis do templo e levitas.

32-34- O Bezerro de ouro e a aliana refeita.

Ex 1-18.----------Ex 1- Opresso. ---------- Ex 2-6 nascimento e vocao de Moiss.

-----------Ex 7-11- pragas.

-------------Ex 12 pragas.

------------Ex 12-13 Pscoa.

------------Ex 14-15 A passagem pelo mar.

------------Ex 18- peregrinao.Ex 19-40.

-----------Ex 19-20- Teofania e Declogo.

-----------Ex 21-24- Cdigo da Aliana.

-----------Ex 25-31- Leis do templo e do sacerdote.

-----------Ex 32-34- Bezerro de ouro.

-------------Ex 35-40- Santurio e objetos sagrados.

C - LEVTICOO livro abrange todas as leis do templo, culto, rito, festas, etc. O livro interessante pois narra as leis que no so encontradas em Ex 20-23 e Dt 12-26. Por isso entendido que este livro o ltimo a ser escrito no Pentateuco, e conta com leis que os outros demais livros no bordaram.

Lev 1-7- sobre os sacrifcios.

Lev 8-10- sobre os sacerdotes.

Lev 11-15- leis sobre o puro e o impuro.

Lev 16-o dia da expiao.

Lev 17-26- Cdigo da santidade.

Lev 27- leis sobre os votos.

---------Lev 17- sacrifcios.

---------Lev 8-10 sacerdotes.

---------Lev 11-15- puro e impuro.

---------Lev 16- expiao.

---------Lev 17-26- Cdigo da Santidade.

---------Lev 27- votos e pagamentos dos votos.

D - NMEROSO livro de nmeros mostra as passagens pelo deserto por 40 anos, sada do Sinai e a chegada ao Monte Nebo. Esta narrativa mostra o censo sobre o povo, talvez seja a contagem do povo no para a distribuio da terra e sim para a arrecadao de impostos.Nm 1-4- censo de algumas tribos.

Nm 5-8- vrias leis.

Nm 9-10- pscoa e sada do Sinai.

Nm 11-36- ao fim sobre a caminhada pelo deserto e a chagada a Moabe.

----------Nm 1-4- Censo. ----------Nm 5-8- Leis.

----------Nm 9-10- pscoa e sada do Sinai.----------Nm 11-36- Caminhada e chegada a Moabe.

E - DEUTERONMIOO livro de Deuteronmio tem vrias etapas de reconstruo: a despedida de Moiss sobre a sada do Egito, o Cdigo ou leis deuteronomicas, morte, fim de Moiss.

Dt 1-11- primeira parte do livro de Deuteronmio.

Dt 1-4- primeiros discursos de Moises.

Dt 5-11- segundo discurso de Moises primeira parte.

Dt 12-26- segunda parte do livro de Deuteronmio.

Dt 12-26- Leis de Dt.

Dt 27-30- Terceira parte do livro de Deuteronmio.

Dt 27-28- segundo discurso de Moiss segunda parte.

Dt 29-30- terceiro discurso de Moiss.

Dt 31-34 quarta parte do livro de Deuteronmio.

Dt 31-34- Fim de Moiss e a sua morte.

Dt 31- escolha de Josu.

Dt 32- cntico de Moiss.

Dt 33- beno as tribos.

Dt 34- morte de Moiss.

------------Dt 1-4 primeiro discurso de Moiss.--------------------Dt 5-11- segundo discurso de Moiss.-----------------------------D12-26- Cdigo Deuteronmico.--------------------Dt 27-30 -------27-28- segundo discurso de Moises 2a parte

-------29-30- terceiro discurso de Moiss.

------------Dt 31-34-------31- escolha de Josu.

-------32- Cntico de Moiss.

-------33- beno.

-------34- Morte de Moiss.

2- AUTORIA, LITERATURA DOS LIVROS DO PENTATEUCOO Pentateuco comea com Gen 1 e vai ---------------------------- Dt 34. Alguns autores retiram o livro de Dt e ficou somente Gen Nm e se de chamou de Tetrateuco. Seria a origem e contagem do povo. Criao do mundo criao do povo de Israel. O Pentateuco ento passa a ser chamado de Tetrateuco: quatro livros. Outros autores incluem Josu e ento passaria a ser chamado de Hexateuco: seis livros. A resposta a esta questo que Josu o complemento de Dt e de Moiss e as estrias estariam interligados.

Uma fala sobre a vida de um grande lder que tirou e trouxe o povo do Egito, o outro comea a nova tarefa de assentamento do povo, diviso e distribuio da terra e o incio do governo na terra. Porm, o pano de fundo de todos os livros seja Pentateuco ou Hexateuco ou Tetrateuco, a promessa e o cumprimento de Deus feito a Abrao. Josu conclui aquilo que comeou em Gnesis.

No Tetrateuco exclui o livro de Dt que faz parte da Obra Historiogrfica do Deuteronomista: Dt, Js, Jz, I e II Rs, I e II Sam. Seja Tetrateuco ou Pentateuco, estas obras narram a histria da salvao de Deus ao povo escolhido. Criao e morte de Moiss, e a nova criao, o povo na terra prometida. Poderamos ler o Pentateuco da seguinte maneira:

Esta a forma de uma leitura atravs da sincronia; esta a sequncia correta da leitura do Pentateuco, a composio temtica, no de contexto histrico. Esta seria a forma com que foram costurados os textos do Pentateuco:

Gen 1-11- criao.

12-25- Abrao.

26- Isaque.

27-36- Jac.

37-50- Jos.

Ex 1-11- Sada do Egito.

12-18- Sada e chegada ao Sinai.

Ex 19- Nm 10- Monte Sinai.

Lev 1-7- sacrifcios.

8-16- vrias leis.

17-26- Cdigo da Santidade.

27- votos.

Nm 1-4- Censo.

5-8- vrias leis.

9-10- Pscoa.

Nm 10-Dt 30- Do Sinai a Moabe.

Dt 1-4- Moises.

5-11- discurso.

12-26- Cdigo Deuteronomista.

27-28- discurso.

29-30- discurso.

31-34- Moises e sua morte.

31- Josu.

32- Cntico de Moises.

33 - beno das tribos.

34- Morte de Moises.

Podemos notar que o redator final do Pentateuco costurou os textos uns aos outros, mesmo sem levar em conta a histria ou qualquer forma de critrios. A costura mais temtica do que redacional e teolgica ao invs dos fatos histricos. O Pentateuco teve como propsito abranger a histria da criao de todas as coisas at a formao do povo de Israel na terra prometida e a eleio do povo como povo de Deus.

As histrias foram ligadas uma outra como se houvesse uma concatenao de idias: criao de tudo-----(as histrias dos patriarcas---(acrescenta-se s estrias de Abrao, Isaque, Jac e Jose-----(a sua ida para o Egito para salvar o povo-----(sada do Egito-----(caminhada pelo deserto-----(chegada a Moabe------ >morte de Moises---( beno e Maldio---( aliana ---(viso da terra.

O Pentateuco no diz que Moiss escreveu ou o autor de seus escritos. Quem disse isto foram os Padres da Igreja e que depois a idia foi inserida no Novo Testamento. Depois a tradio judaica reafirmou tal idia. Moiss s aparece no xodo e vai at o livro de Dt. Sempre as narrativas sobre Moiss esto na 3a pessoa do singular. Ele o autor central, mas se fosse o escritor a narrativa no estaria na 3a pessoa do singular. O livro de Dt fala mais sobre Moises, mas como ele escreveria a sua morte e onde ele foi enterrado? Neste livro temos vrios discursos e cnticos de Moises. Como Moises escreveria isto durante a caminhada pelo deserto?

Vejamos de onde a estria dos Israelitas vencendo os Amalecitas:

Ex 17,14- no monte Sinai.

Ex 24,4 no Monte Sinai.

Ex 34,27- Declogo do Culto.

Nm 33,2- na caminhada pelo deserto.

Dt 31,9- Moises e os sacerdotes.

Dt 31,22- Cntico de Moises.

Dt 31,24- Cntico de Moises.

Todos estes textos parecem ser escritos em datas bem posteriores a Moises. Do uma idia de que o escritor est orientado para fazer com que a idia como se fosse de autoria de Moises.

As evidencias contra a autoria de Moiss sobre o Pentateuco so muitas. Se os profetas que viveram na monarquia no conheceram Moises e nem falam de nome, o que aconteceu com Moiss? Ams, Osias, Miquias, Isaias e Jeremias jamais citam Moiss. Sempre quando estes escritores falam da lei, falam da lei de Deus e no da lei de Moises. Quando falam sobre os atos de Moiss, falam da libertao da escravido do Egito, mas nunca mencionam Moises como o escritor do Pentateuco.

Muitos destes livros ou foram escritos ou reescritos aps o exlio, como: Crnicas, Esdras e Neemias. Eles falam de Moises e vrias vezes da lei de Moises ou livro de Moises. No Novo Testamento atribuem o Pentateuco a Moises, em Mat 19,7ss; Mc 12,26; Jo 5,46s. No Judasmo da poca do Novo testamento e depois do Novo Testamento e muitos escritos apcrifos que daro a autoria de Moises ao Pentateuco.

Filon de Alexandria em sua obra sobre: A Vida de Moises em 45 d. C. vai afirmar isto. Flavio Josefo em Antiguidades Judaicas vai reafirmar isto. Muitos livros do Novo Testamento estavam sendo escrito nesta poca de Filon de Alexandria e de Flavio Josefo.

Quando lemos o Pentateuco veremos vrias contradies e contra a autoria de Moises; repeties de textos, contradies e diferenas de estilo, vocabulrio, gnero literrios e assim por diante.

AS REPETIESAs repeties so vrias, talvez centenas, so duplicatas e triplicatas; mas falaremos apenas de algumas delas:

2 relatos da criao: Gen 1,1-2,4 a Gen 2,4b-25.

2 relatos de Sara: Gen 12,10-20;

Gen 20,1-18.

2 relatos de Agar escrava / mulher de Abrao: Gen 16,4-16;

Gen 21,9-21.

2 relatos das codornizes e do man: Ex 16,2-36;

Nm 20,1-13.

2 relatos da gua da rocha: Ex 17,1-7;

Nm 20,1-13.AS CONTRADIESAs contradies so muitas, mas mencionamos apenas uma, da qual teremos uma idia. Gen 6,19, fala de um casal de ser vivo e em Gen 7,2, fala de sete casais de animais puro e um casal de animal impuro.

No estilo literrio temos textos que falam de Elohiym e YHWH ao mesmo tempo, outros mesclam os nomes e outro as ainda contrapes os nomes de um ou de outro. Em Ex 19,11. 18, chama o monte de Sinai e em Ex 3,1; 17,6 chama-o de Horebe. Em 3,1; 4,18 o sogro de Moises chama-se Jetro e em Ex 2,18 e Nm 10,29 ele chamado de Raquel. Em Dt fala que Moiss morreu e foi enterrado no Monte de Moabe, como escreveu a sua morte e o local onde foi enterrado?A HISTRIA DA PESQUISA DO PENTATEUCOExistem hoje muito mais para achar que Moises no escreveu o Pentateuco, quem o escreveu? Foi na poca de Salomo que surgiu a escrita em Israel? O Pentateuco da poca do sculo XII ou XI a. C. e se estendeu at o sculo III a.C.

No sculo XVIII d. C. comea a grande crtica literria do Pentateuco. H B Witter foi o primeiro a desconfiar que do uso do nome de Deus em Gen 1 Elohiym e Gen 2 YHWH. Estas diferenas denotavam que os autores diferentes escreveram nomes diferentes para o mesmo Deus. Isto ocorreu em 1711 e suas descobertas para a poca nada valeram, ficou no esquecimento por quarenta anos.

Muito tempo depois o francs, Jean Astruc em 1753, que era mdico e grande estudiosos das Escrituras, amigo pessoal do rei Luiz XV fez as mesmas descobertas em Gen 1 e 2. Foi o primeiro a dar o nome destas fontes literrias, como: Javista e Elosta. No s descobriu as diferenas entre os nomes Jav e Elohiym, mas, evidenciou que esta diferena no era s dos nomes, e sim tambm no livro do gnesis. Ele chamou de Javista e de Elosta os documentos. Para Jean Astruc, Moiss, juntou estes documentos e fez o livro de Gnesis.

No ano de 1870, exatamente um sculo e uma dcada depois de Jean Astruc, o alemo, J G Eichhorn, toma as descobertas anteriores e busca mais subsdios para criar a teoria documentaria e que Moises no juntou as duas fontes/documentos de Jean Astruc, mas um autor annimo/desconhecido fora o redator destes documentos.

Antes de terminar o sculo XVIII d. C. outro alemo K D Ilgen descobriu um novo relato literrio ou documento que alm de usar o J e o E, diferia e em muitos destes anteriores, o qual foi dado o nome de P sacerdotal (do alemo Priesterschrift).

Incio do sculo XX, Julius Wellhausen descobriu um outro documento que foi denominado de D (Deuteronomista). Estas fontes foram juntadas aos trs documentos anteriores: J, E, D, P. Ele data estes documentos e tenta localiza-los em sua origem: O J foi escrito entre os sculos X a. C e o IX a. C. no reino de Jud; o E do sculo VIII a. C. ao VII a. C. no reino do Norte em Israel; o documento D comea a ser escrito no Norte no sculo VII a. C e o documento P no exlio no sculo Vi ao V a. C. Todos estes documentos tinham autores diferentes, de lugares diferentes, e que depois foram sendo juntados uma ao outro, em trs etapas de redaes.

Primeiro juntou-se, J com o E em Jud, aps a queda de Samaria, na derrota para os Assrios em 722 a. C. O redator juntou bem os textos do J e do E com grande maestria que se torna difcil em alguns trechos ver qual J e qual E. Os textos tm primazia sobre o texto E, e outros lugares se fundem e confundem parecendo um terceiro documento da fuso do J e E, parecendo-se com o JE (Jeovista). O Jeovista esta mistura do J com o E.

A segunda etapa de redao comeou em 622 a. C na poca da reforma do rei Josias. Aos dois documentos anteriores juntou-se o D (Deuteronomista). Este Deuteronomista que depois foi dividido em dois Dtr e logo aps em trs documentos: o Dtr 1 e o Dtr 2; ou as siglas Dtr G (Dt 12-26); o Dtr N (composio de leis que no esto em 120-26) e Dtr P (traos profticos e influencias profticas sobre o livro de Dt).

A terceira redao se d durante o exlio, entre 586 a 539 a. C. ou ainda entre 539 quando foi escrito o documento P (Sacerdotal - Lev 17-26) denominado ainda de documento ou cdigo sacerdotal. Entendo que h ainda redaes e acrscimos posteriores ao exlio, de um Dtr ps-exlio e um Redator Final (R F) para o fechamento do Pentateuco entre 330 a. C. e a canonizao na poca do concilio de Jamnia em 100 a. C. A estas fuses de documentos J, E, D, P, temos ento a teoria dos documentos ou das fontes. Ento Moises no o autor do Pentateuco, mas aconteceu que vrias escolas de escribas com caractersticas diferentes escreveram a histria e as origens de Israel no Pentateuco.

Estes redatores escreveram historias e um outro grupo de escribas juntaram estes documentos, fizeram acrscimos, mudanas, alteraes, omisses, retiraram, reagruparam blocos literrios e formaram assim o Pentateuco. Como pode ser visto o Pentateuco no obra de um s escritor, mas duraram sculos, onde textos foram reescritos formando duplicatas e triplicatas de estrias iguais com perspectivas teolgicas diferentes. Notamos isto nas repeties, contradies, formas e estilos diferentes de um mesmo episdio. Sendo assim, o Pentateuco no obra de um autor, mas de vrios autores, de vrios sculos. E a redao final que ocorreu entre os sculos V a. C. ao sculo III a. C.

Podemos notar ainda que estes documentos vieram pela tradio oral que foi contada e recontada. Os escritos fazem parte da tradio oral que fazem parte das famlias, tribos, templos, santurios. Os redatores das fontes J, E, D, P, coletaram os seus materiais orais e outros escritos de suas tradies e das tradies de seus povos e dos povos vizinhos.

As tradies das origens vm dos Babilnios; sobre os patriarcas tambm; da libertao da tradio Egpcia e Babilnica; a caminhada pelo deserto a caminhada das famlias at se fixarem num local: terra prometida/ Cana; a conquista da Terra a luta pelo osis e o local de pastoreio. Cada escritor vai narrar de seu jeito as peripcias do povo escolhido que a transformam em histria da salvao. Tudo foi contado oralmente e s depois de muito tempo quando surgiu a escrita em Israel, as tradies foram escritas desta forma.OS DOCUMENTOSOs documentos J, E, D, P podem ser explicados atravs de um esboo de cada um e o que eles representavam em suas composies e suas teologias. Na realidade hoje esta relao de narrativa com teologia e escrita de um s autor est desmascarada. O estado de questo sobre o Pentateuco continua a ser muito discutido e sem se chegar a um denominador comum. Tal situao est mudando, mas, estamos agora apresentando as discusses at o presente momento no levando em considerao as discusses recentssimas sobre o documento D e P. Sendo que, a maioria dos escritores acabou por ignorar os documentos J e E.

J - Conforme os autores, a narrativa deste escritor vai de Gen a Nm, comeando em Gen 2,4b a Nm 32. A forma fundamental deste escritor/redator a utilizao do nome YHWH para denominar Deus, partindo da criao do mundo, do homem, primeiro homem, patriarcas (a forma com que Deus se relaciona com o homem) - a vocao de Abrao para ser o meio de salvao a todos os povos.

A histria dos patriarcas a ao de Deus que dirige e caminha com ele em direo terra prometida. Deus age para a salvao do povo que ele escolheu e com o patriarca o comeo dessa ao de beno e de salvao, promessa.

E Este documento comea em Gen passa por xodo e Nmeros. Em Gen 15 narra a histria da promessa de Abrao de um filho na velhice e o E termina na narrativa de Balao em Nm 22. Neste documento E chama Deus de Elohiym, Deus no tem forma de homem; no h a idia de antropomorfismo (forma de homem). Nesta b narrativa Deus e est distante, aparece em sonhos, vises e com anjos, etc.

As tribos mais importantes para este escritor E so: Efraim e Manasss, filhos de Jos. Ele escreve o declogo de Ex 20,1-17 e o Cdigo da Aliana em Ex 20,22-23,33. A sua teologia composta pela aliana de Deus com o povo, aliana de Deus com Abrao (Gen 15) e com Moises no deserto (Ex 19-24). A aliana leva o povo a ser posse de Deus e um povo santo. O grande pecado para este autor a idolatria, a adorao a outros deuses.

D - O Deuteronmio como vimos pode ser dividido pelos especialistas americanos da escola de Harvard em: Dtr 1 e o Dtr 2. Um Dtr pr exlico e o outro durante o exlio. A escala alem denominou o Dtr em trs etapas: Dtr N, Dtr G, e o Dtr P. O Dtr G pr-exlico, outro ligado lei e o outro influente pela profecia. Este documento est no Pentateuco em DT, tem a sua diviso da seguinte maneira:

Dt 1-4;

Dt 5-11;

Dt 12-26;

Dt 27-30;

Dt 31-34.

O texto fala da centralizao do culto em Jerusalm, contra os santurios locais. O tema central da teologia do Dtr: a eleio, escolha divina. Jav escolhe seu povo. A escolha divina em Dt : No fostes vs que escolhestes a mim, mas eu vos escolhia vs. o amor de Deus ao povo escolhido - Israel. No que o povo fosse merecedor; Israel no fez nada para que Deus o escolhesse. O amor de Deus sem condies; a manifestao de sua graa, amor e poder.

P - Este documento inicia em Gen 1,1 e vai at Dt 34, este escrito encontra-se em todos os livros do Pentateuco. A maior parte desta narrativa est no primeiro livro: Gnesis. Ele aparece em Ex e Nm, um pouco s no Dt e em todo o livro de Lev. Deus para este escritor distante, no tem sentimento do homem. Deus s se manifesta neste escrito atravs das teofanias, sacrifcios, rituais. Ele escreve genealogias, datas e listas so algumas de suas caractersticas. O sbado e a circunciso so fundamentais; a pscoa e os sacrifcios, rituais sos teologias deste escritor.

O escritor faz snteses em suas histrias. O redator P junta outros documentos e faz os textos uma coisa s. A sua teologia parte da aliana do Sinai, leis de purezas e impurezas; leis que tornam Israel um povo eleito e santo. A promessa faz parte de sua teologia, a posse da terra. Ele escrito durante e depois do exlio, o povo no mais possui a terra prometida para Abrao, o patriarca. A sua teologia uma teologia da esperana aos exilados que retornaram. Eles devem possuir a terra para sempre.

O Pentateuco deveria ser aberto pelo livro do xodo. O xodo a porta de entrada do Pentateuco. Podemos acrescentar que so seis temas fundamentais de todo o Pentateuco:

A A criao e a histria do homem e do mundo - Gen 1-11- uma unidade literria relativa.

B Os patriarcas Gen 12-50- este bloco temtico-literrio encerra o primeiro livro do Pentateuco-Bereshit.

C - A sada- Ex 1-11- mostra a vocao de Moises e a sada do Egito.

D - Deserto peregrinao Ex 12-18 e Nm 10 Dt. Aqui h uma ruptura em Ex 2-23 quando menciona o Cdigo, as leis da Aliana.

E Sinai/Horebe- e as leis Ex 19- Nm9.

F Tomada da terra- Nm 13; 32 e Dt 1-4; 5-11; 27-30.CAPTULO II GENESIS BERESHITIntroduoO livro de Gnesis pode ser dividido em duas partes temticas: 1-11 as origens de tudo; e 12-50 os patriarcas. Temos outros modos de ver estes livros. o primeiro livro da Bblia Hebraica e da Bblia Crist.

Um conto dos rabinos diz que: Um rabino chega para ou mestre rabino e pergunta: Mestre porque o primeiro livro da Bblia comea com a segunda letra do alfabeto hebraico, com a letra Beith e no com a primeira letra do alfabeto que Aleph? O mestre responde: porque o primeiro livro da Bblia comea como prprio Elohiym - Deus, e este livro est sendo escrito eternamente, por isso o primeiro livro da Bblia comea com a segunda letra do Alfabeto Hebraico.

Este livro comea a narrao da criao como os povos vizinhos fizeram. A origem do mundo e do homem, a origem do pecado e da morte, a origem da vida, dos povos e do povo de Deus: Israel. Neste livro temos trs documentos entrelaados, costurados e redigidos de uma forma tal para dar a idia de um s escritor; mas, o que vemos so trs camadas literrias e de redaes: J, E, P. Todas estas estrias foram primeiro transmitidos oralmente e depois redigidas, coletadas, reescritas e no final de sculos formaram o Livro da Gnese de todas as coisas. Estes textos foram coletados desde o sculo X ao seculo IV. O livro s estava completo no sculo IV a. C.

1. DIVISO DO LIVRO DE GNESISA - Primeira diviso de Gnesis1a parte - Gen 1-11- origem de todas as coisas:

1,1-2,4a - origem do mundo e do homem.

2,4b-3,24- origem do homem/mulher e pecado.

4,1-24- Caim e Abel/ e a morte.

4,25-5,32 Sete e a descendncia.

6,1-9,17 dilvio.

9,18-10,32 recriao.

11,1-9 Babel.

11,10-32 - de Sem a Abrao.

2a parte - Gen 12-50- Os patriarcas.

12,1-25,18 Abrao e sua famlia.

25,19-37,1 Isaque e Jac.

37,2-50,26 Jos e as tribos de Israel.

B - segunda diviso de Gnesis.Esquema: Vida/morte.

--------Gen 1-2- criao/vida.

--------Gen 3 pecado/morte.

--------Gen 4 - Caim/Abel/Morte.

--------Gen 6 Dilvio/ Morte.

--------Gen 9-10- Recriao/Vida.

--------Gen 11- Babel/Morte.

--------Gen 12-50- Abrao e promessa de Vida.--------Gen 25-37- Isaque/Jac/Vida.

--------Gen 37-50- Jos/ morte para a vida.

C - Terceira diviso do livro de Gnesis.Gen 2- criao de todas as coisas.

Gen 5- Ado e No- genealogias.

Gen 6-9 No e diluvio.

Gen 10- No e os filhos aps o dilvio.

Gen 11- Sem a Tare- genealogias dos patriarcas antes de Abrao.

Gen 25- Ismael e Isaque.

Gen 36- Esa.

Gen 37- Jac.

Gen 38-50- Jos e seus irmos.

2 - CONTEDO DO LIVRO DE GENESISO livro de Gnesis um mosaico de idias. uma mistura de camadas literrias, so vrias composies. Temos poesia, narrativa - prosa, novela, etiologia, mitos. A obra comea com duas narrativas da criao de todas as coisas: mundo, homem/seres vivos. Tudo isto acontece na metfora dos seis dias e no dia stimo descansou de seu trabalho.

Todos os povos tm seus relatos da criao. Mas o relato da criao em Israel s de um Deus, enquanto os outros povos so vrios deuses trabalhando para criar todas as coisas. YHWH cria atravs do nada. Ele cria atravs da palavra (dabar). Deus no usa a mgica, nem a varinha para fazer aparecer ou desaparecer as coisas. Ele fala e as coisas acontecem e vem existncia. No que Deus precisa descansar, o relato de seis dias e o stimo dia uma forma do autor mostrar na antiguidade que o homem deve trabalhar e descansar. Deus faz todas as coisas pelo seu amor, poder e misericrdia. Deus ama e cria.

Depois de Deus criar o mundo: a luz/trevas, estrelas, sol/lua, etc. Ele cria em sua magnitude o homem/mulher; o final da criao, no dia sexto; criados todos a sua imagem e semelhana. Neste caso no que Deus seja homem e o homem seja Deus, como muitos pensam; mas que Deus lhes d uma de suas pores; no se parecem fisicamente. Imagem e semelhana (demuth e tselem) so partes dos atributos divinos que Deus confere ao homem. Deus d a liberdade e a vontade de ser e existir. O homem colocado no den e vive em perfeita relao com o seu criador. Criador e criatura vivem em harmonia. So livres para tudo e at para escolher o pecado.

O pecado querer ser igual a Deus. Ter a sua prpria existncia e ser tambm criador das coisas. O homem o transformador das coisas e Deus o criador de tudo. A expresso conhecer o bem e o mal significa que o homem no precisava mais de Deus; ele estava sozinho. O homem sozinho no nada. O homem no autnomo, mas precisa de Deus, de seu criador. O que pecado? o pecado a quebra da harmonia do homem com Deus; quebrou-se a intimidade do homem com Deus. A consequncia do pecado foi o seu afastamento, a solido.

O homem s, depois com a mulher se multiplica e enche a terra. Com o pecado, surgem outros pecados. Vem a morte contraposta vida. Um irmo mata outro irmo seu. A famlia rompida. A morte de Abel a morte da terra. Antes tudo era vida, no havia a morte. Agora a vida superada pela morte. A morte maior que a vida. Onde h vida, existe a morte. O dilvio o contraposto da vida, o dilvio a representao da morte, como Caim e Abel. No a vida de todo ser. No o novo Ado.

De No vem a nova humanidade. De Ado e No vem Abrao, a promessa, a terra cheia e povoada. O pecado no acaba com o dilvio; ele continua progredindo. Com a histria de Babel, de novo o homem quer usurpar o lugar de Deus, de subir aos cus, os homens so espalhados e confundidos. Surge Abrao o pastor e comerciante que escolhido por Jav para ser o pai dos povos. Ele sai de Ur dos Caldeus e se dirige terra da promessa.

Na estria de Abrao recomea toda histria de vida, de salvao, de promessa de uma nova criao. Esta temtica em Gnesis est presente em toda a Bblia: vida/morte/criao/recriao. Com Abrao comea a histria da eleio. Da eleio de um homem vem a eleio do povo, Sair e chagar, peregrinar so temas recorrentes ligados a este homem e a este povo. Aliana de que nada mais aconteceria: Deus promete a um fiel que Ele ser fiel a Abrao e sua descendncia. Cana o local escolhido para este povo viver. Caminham, andam chegam, tomam, possuem a terra e estes so temas recorrentes no livro do Gnesis de todas as coisas.

Deus promete a terra, depois promete um filho e depois promete uma descendncia inumervel. A mulher estril, o homem velho, no h mais esperana. Mas ocorre que o filho da velhice vem: Isaque/sorriso o filho da aliana, o filho da beno, o filho da promessa. De Isaque saem Esa e Jac. Jac Israel, Israel ser o povo de Deus. A multiplicao comeou. De um surgem dois e de dois surgem as tribos de Israel e das doze tribos surge o povo de Deus.

No final Jos filho de Jac vendido pelos irmos ao Egito e salva um povo da fome e da misria. No Egito torna-se primeiro ministro de Fara. O povo desce ao Egito com fome e l est o irmo poderoso para ajuda-los. Jos pede que toda a famlia v para o Egito e a comea a nova histria de Israel. Uma grande novela a de Jos. Com vrios captulos at chegar a salvao da fome e a misria. Assim termina o livro de Gnesis, um homem para ajudar o povo. Tudo obra de Deus: venda e a recompensado mal com o bem.

3- TEOLOGIA DO LIVRO DE GENESIS1-----------------------------------------------------------------------3 4-6----------------------12-25-------------------------35-37.

1-3--------------7-11------------------------26-34------------------------38-50.

1-3- criao e pecado.

4-6- Caim e dilvio.

7-11- Dilvio, recriao, Babel.

12-25- Abrao e sua famlia.

26-34- Isaque e Jac.

35-37- Jac e Jos.

38-50- Jos e o Egito.

Pelo esquema literrio podemos pelo menos avanar um pouco na teologia do o livro de Gnesis. Poderamos escrever milhares de pginas acerca da teologia do livro de Gnesis. Mas apenas esboaremos alguns dados. A narrativa da criao nada mais que a tentativa da explicao da origem do mundo e de todas as coisas (cosmogonia). A cosmogonia de Gnesis nada mais do que a cpia das cosmogonias dos povos vizinhos. Cananeus, Egpcios, Babilnicos, Persas, Gregos tinham suas cosmogonias.

Israel conhecendo todas estas estrias recria a sua dando um carter diferente dos demais povos. Gnesis tenta explicar estes fatos como fossem verdadeiros, mas, o objetivo dos escritores do livro de Gnesis era no descrever os fatos, mas mostrar como Deus estava presente nestes acontecimentos. A narrativa um esboo da histria da salvao. A narrativa mostra mais a presena de Deus e a sua ao na histria dos homens. A histria mais teologia, ensino moral e a misericrdia e amor de Deus para com os homens.

Apesar do homem continuar negando Deus, Ele continua amando, salvando. Esta a base da narrativa de Gnesis, os fatos no so reais, mas ilustram a vontade, ao e plano de Deus para com o homem. Gnesis 1-11 parece-se mais com uma confisso de f do povo de Deus. Parece com um credo primitivo de Israel.

Gen 1-11 mostra a histria primitiva: a criao do mundo, do homem, dos animais, vegetais, astros, estrelas. Deus estava no comeo de tudo. Ele intervm na criao de tudo e no pice da criao surge o homem sua imagem e semelhana. Sempre esta linguagem teologia: criao-------(pecado-----(salvao. Estes termos so ocorrentes em toda histria de Israel. absorvida no Novo Testamento e na Igreja. A narrativa de Gen mostra a ao de Deus na vida do povoe do homem. Gen 1-11 tudo isto: criao-----(pecado-----(salvao. A inteno do escritor no explicar cientificamente a criao, como muitos querem. O autor pretende mostrar a ao de Deus, o sinal de Deus na histria do homem:3-----------------4----------------------7---------------------------------9.

1------2-------------------5------6---------------------10------11.

Na outra parte do livro de Gnesis 12-50, mostra a histria dos patriarcas. Comea com a vocao de Abrao (12), sua caminhada, morte de seu pai Ter em Aram, chegada a Cana, ida ao Egito, retorno a Cana, disputa da terra com seu sobrinho Lo. A promessa de um filho, nascimento de Isaque e o sacrifcio de Isaque. Morte de Abrao. Comea a nova fase: as narrativas sobre Isaque. Nascimento de Esa e Jac. Incio da histria de Jac.

Estas narrativas patriarcais mostram histrias de camponeses, tribos, comerciantes, pastores. Estes grupos eram formados de: cls, tribos. Nestas narrativas mostram: casamentos, nascimentos, mortes, genealogias. Estas situaes ainda mostram que os povos j tinham os seus comportamentos regulados por: leis, condies geogrficas e histricas, religiosas e polticas. Os pastores eram seminmades que se deslocavam de um lugar para outro a procura de pastagens. As narrativas mostram ainda: origens, histrias, geraes, descendncia, e histrias familiares. Podemos ver as narrativas e suas divises atravs de sesses genealgicas:2,4a - criao do mundo e do homem.

5,1- Ado a No.

6 e 9- No no dilvio.

10- No aps o dilvio.

11- Sem a Tara pai de Abrao.

12- Abrao.

25- Isaque e Ismael.

36- Esa.

37- Jac.

38-50- Jos.As origens podem ser divididas em cinco partes:

Criao;

Ado;

Pecado;

Babel;

Dilvio.

Estas partes foram unidas sesso dos patriarcas. Nas narrativas dos patriarcas comea com a genealogia. O pai mais importante: pai e filho, depois os descendentes; a cronologia: quanto viveu e gerou; Ado, Sem; No; Abrao; e Jac. Ado tem trs filhos: Abel que morreu; Caim que matou; e Sete que permanece na estria subsequente. De Sete vai a No que tambm tem trs filhos: Sem fica na estria; Cam e Jaf que desaparecem. De Sem surge Tara que tem ter filhos: Aram, Nacor e Abrao. Abrao que permanece na estria. Abrao agora tem dois filhos: Ismael que some da estria e Isaque que permanece na estria.

Isaque tem tambm dois filhos: os gmeos Esa e Jac. Esa some e permanece Jac. Jac tem doze filhos, mas s Jos continua na estria de Gnesis. E Jud quem vai prevalecer e dar continuidade na histria de Israel quando Jos morre no Egito. Tudo isto para mostrar que Deus est na histria do povo salvando-o, criando, e recriando. Agora a histria de cada indivduo a histria da ao atravs de homens. Deus age e elege homens para que a sua ao seja somente entre o povo escolhido. Destas coisas escritas poderemos tirar algumas lies:

A criao de Deus muito importante neste livro. Deus cria tudo por sua palavra, esta palavra traz a existncia todas s coisas.

Deus no criado, ele . Eu sou o que sou.

Deus cria tudo do nada pela palavra poderosa, por sua misericrdia e por seu amor.

O ser humano foi criado sua imagem e semelhana.

O mal causado pelo prprio homem, por seu egosmo e pretenso de ser igual a Deus.

Mesmo com a desobedincia, Deus continua com seu amor pelos homens.

Deus age na histria do homem.

4. MAPAS DE GENESISCAPTULO II - XODO- SHEMOTIntroduoEste livro foi escrito e costurado ao anterior: Gnesis. Mas este livro contm tambm fragmentos e costuras. Pare dar a idia de continuidade: a s origens---(os patriarcas--( Jos----( e a sada dos parentes de Jos do Egito. O livro de xodo em Hebraico : nomes e em grego : sada, fuga. O incio do livro mostra a sada dos filhos de Jac que foram para o Egito por causa de fome e da misria mostrada em Gen 15-50; a sada a forma de mostrar que houve escravido e libertao do Egito.

Com o decorrer da narrativa fica bem claro e evidente que no s sada, mas caminhada, presena de Deus e a sua manifestao poderosa. A presena de Deus e do povo no Sinai/Horebe, a elaborao da aliana. A libertao narrada em Ex 1-15 e os nomes dos filhos de Jac em Ex 1,1-4. Estes dois textos esto mostrando a temtica do xodo.

1- DIVISO DO LIVRO DE EXODOO livro do xodo pode ser dividido de vrias maneiras, mas essencialmente pode ser dividido em trs camadas temticas: a libertao, Ex 1-15; peregrinao, Ex 16-18; aliana no Sinai, Ex 19-40.

Muitos discutem acerca da historicidade dos fatos do xodo. Outros aceitam os fatos como reais e histricos. A discusso sobre a histria real ou no continua. Sabemos que se relaciona a uma narrativa religiosa, o povo reconta as suas estrias que passaram pela tradio oral, foram aumentadas e reditas, reconstrudas. As estrias passaram a historias, de contos populares foram transformadas em atos salvfica de Deus. De narrativas de fatos com grupos de tribos passaram a ser a histria do povo de Deus, a criao e a eleio do povo de Israel.

Todas as coisas naturais foram transformadas em atos sobrenaturais, a ao milagrosa de deus nas pestes e nas pragas tomaram lugar das catstrofes naturais. Ningum nega a ao salvadora de Deus, da libertao da opresso egpcia. Mas que tudo isto no literalmente, que isto durou quarenta anos. As datas histricas no coincidem com a histria mundial. O livro de xodo no menciona quando ocorreu tudo isto. No d para datar nem para dizer quando foram, nem quando eles saram. Mas apenas aproximadamente pode ser mencionado. 15,22-18,27.

1,1-15,21----------------------------------------------------------------------------19-40.A- Libertao dos Escravos do Egito.

Ex 1,1-15,21.

Ex 1,1-22 Opresso no Egito.

Ex 2,1-6,30- nascimento de Moises- vocao de Moiss preparao para a libertao.

Ex 7,1-13,16 As pragas.

Ex 13,17-15,21 Fuga e a passagem pelo mar. B - Peregrinao no Deserto.

Ex 15,22-18,27.

Ex 15,22-26 Passagem pelo mar, monte Sinai e as guas amargas.

Ex 15,27- Acampamento.

Ex 16,1-36- Man e codornizes no deserto de Sin.

Ex 17,1-7 gua na rocha.

Ex 17,8-16 Vitria sobre Amalek.

Ex 18,1-27 - visita a Jetro sogro de Moises.

C -Aliana no Sinai.Ex 19-40.

Ex 19,1-24,18- A aliana.

Ex 25,1-31,18(P) Ordenanas.

Ex 32,1-25 O bezerro de ouro.

Ex 33,1-23 - Presena de Deus.

Ex 34,1-35 Renovao da Aliana.

Ex 35,1-40,38 Execuo do culto (P).

2- CONTEDO DO LIVRO DE XODOO livro no faz nenhuma referncia a poca dos acontecimentos. O autor do livro est mais preocupado coma ao salvadora de YHWH do que os fatos em seu redor. Nem o Egito em sua histria menciona qualquer povo que teve como escravos em seus domnios. A discusso se o povo desceu nos sculos XVI ou XIV a. C. Estes fatos aconteceram nas grandes migraes noticiadas pelos Mesopotmicos? Abrao e Jac so do mesmo grupo que saiu da Mesopotmia e foram parar no Egito?

No sculo XV a. C os Egpcios expulsaram os invasores. Isto noticiado nas crnicas Egpcias. Ser que os Hebreus estavam com estes povos expulsos? Se foram expulsos os invasores, a histria da sada do Egito foi invertida. Os que permaneceram no Egito e no quiseram sair foram obrigados a trabalhar numa semiescravido. Construram as cidades de Pitom e de Ramss. O xodo menciona a expulso. Mas alguns textos bem traduzidos do a entender que foram expulsos, perseguidos para no voltarem. Aps esta expulso e a outra escravido, ento fugiram do Egito.

Considerando fatores internos e fatores bblicos ns poderemos especular alguma coisa sobre estes acontecimentos. Se Salomo construiu o templo de Jerusalm em 960 a. C. (I Rs 6,1), e que este fato do livro de Reis e a construo do templo por Salomo foi de 480 anos depois da sada do Egito, isto parece ser bem vivel que esta sada acontece realmente em 1440 a. C. (960 anos de Salomo e os 480 no deserto). Isto coincide exatamente com o governo de Amenofis II (1450- 1425 a. C.). O nmero 480 ento simblico, no exatamente e matematicamente falando, por que a formao de uma gerao, ou seja, 40 anos X 12 tribos de Israel isto d 480 anos.

Hoje na pesquisa moderna fica mais claro com as evidencias arqueolgicas. E muitos propem a data provvel da sada do Egito em 1250 a. C. Neste perodo do sculo XII ao XII a.C. quem reinava no Egito era o Fara Ramss II (1290- 1232 a. C.). Este seria o fara que oprimiu o povo de Israel. Foi ele quem os obrigou a construir cidades como armazns em Pitom, e Ramss (Ex 1,11). Menerptah foi o fara do xodo. Isto pode ser comprovado pelas descobertas arqueolgicas da Estela de Menerptah. Assim sendo, no foi um s xodo e sim dois xodos. E o escritor bblico ao narrar as estrias do xodo juntou as duas que ficou conhecida somente como sendo uma estria.

A tradio oral conseguiu guardar as duas e deu prioridade no a expulso e sim a fuga. A fuga narrada com detalhes at exagerados. Moiss o lder da rebelio e da retirada do povo. O livro deixou estes relatos e hoje podemos ver nas subcamadas das narrativas a expulso e a fuga do povo de Israel do Egito. Nem todos fugiram, mas foram expulsos do Egito: a casa de Jos Manasss e Efraim e Benjamim fugiram, os outros foram expulsos. Os milagres portentosos que aconteceram no Egito naturalmente foram interpretados pelo povo de Israel como castigo aos inimigos. Talvez podem ser analisadas a intensidade, quantidade e frequncia que foram diferentes da naturalidade destes milagres.

Na tradio J o mar se abriu sozinho como recuo das guas por um vento forte (Ex 14,21). Na outra tradio P, fala de muralhas feitas de guas, nos lados esquerdo e direito, isto foi uma epopeia (Ex 14,16-17). O milagre aconteceu quando o povo passou a seco e vindo os Egpcios as guas retornaram ao seu curso normal e natural e todos morreram. No se sabe onde os israelitas passaram. Mas sabemos pela geografia antiga, antes da construo do golfo de Suez, que havia lagoas e lugares secos. Ora, se havia lagos e lugares secos por que passar pela lagoa? A questo permanece: se o povo tinha tanto espao para passara a seco, porque escolheram a lagoa para passar ou atravessar?

Embaixo podemos ver como era a geografia antiga. As rotas comerciais passavam por estes locais: Transjordnia e Cisjordnia que poderiam passar ao lado dos lagos de Junco e o Mar Vermelho sem precisarem passar pelos lagos e sim em terra firme. um exagero falar em Mar. O nico mar o Mar Vermelho, o resto so lagoas e eles no iriam se desviar de uma rota j conhecida para atravessarem o Mar Vermelho.

MAPAS DAS ROTAS COMERCIAIS:

Interessante notar que a importncia dada pelo escritor no a veracidade dos fatos ou os milagres, mas a forma como se d a interveno de Deus na vida do povo escolhido. Este relato mais uma confisso de f do que uma histria. Nunca o povo iria fazer as rotas das caravanas comerciais onde existiam os pedgios dos pagamentos dos tributos. Havia ento guarnies do exrcito egpcio em todas as rotas comerciais, postos avanados e fortalezas construdas para protegerem os locais de viagens e de comrcio. Talvez isto explique o complicado traado do caminho feito pelo povo de Deus para chegar at Cana. Foram para o deserto, para o Sinai, e depois para o deserto de novo. Moises devia conhecer bem este traado das caravanas comerciais e usa a estratgia para fugir do pagamento dos impostos e para fugir do exrcito egpcio.

Assim ele leva o povo tranquilamente da fuga. Moises viveu neste local com seu sogro Jetro, os locais escolhidos que o xodo narra e por onde o povo passou no conhecido pela geografia antiga. No deserto tem uma planta chamada Tamarix manifera que produz uma goma de mascar. Man em Hebraico significa uma pergunta: o que isso? Os rabes ainda chamam esta planta de manhuh. As codornas so nativas deste local deserto por onde eles passaram. So aves que migravam e estavam com os bedunos indo de um local para o outro. Eram aves de arribao. O milagre est quando todos reclamam das panelas de carnes as aves chegam no mesmo local de acampamento.2. TEOLOGIA DO LIVRO DE XODOO livro de Gnesis narra a ida de Jac para o Egito, e isto acompanhado com a narrativa da Morte de Jos no Egito. O xodo parece dar a idia de continuidade. A idia que temos ao passar quatro sculos que os parentes de Jac e de Jos cresceram e se multiplicaram e se tornaram umas multides de pessoas. O livro fala que isto os tornou poderosos e ameaava o Egito em sua soberania nacional. O povo cresceu e agora uma ameaa, precisavam ser expulsos deste local.

O Egito mudou tambm a sua poltica, sua economia. O fara que assume o novo poder no conhece Jos e seus parentes. Estranho para quem foi primeiro ministro do Egito (Ex 1,8). Assim, os egpcios comeam a escravizar os israelitas (Ex 1,11). Quanto mais eram oprimidos mais aumentavam e cresciam, se multiplicavam (Ex 1,12). O rei do Egito resolve matar os primognitos recm nascidos dos homens (Ex 1,15ss).

O livro procura mostrar a situao deprimente da escravido. Comea a histria de Moises: nascimento, crescimentos e libertao. Era Moises da tribo de Levi, escondido e depois colocado numa cesta na poca em que o fara manda matar os primognitos. Coloca Moises numa cesta de juncos no rio Nilo, ele encontrado pela filha do Fara, que o adota como filho. Mas foi amamentado pela sua prpria me (Ex 2,1-10). Moiss cresceu na corte, sabendo que era Israelita, ele mata um egpcio que oprimia um patrcio seu, ele foge e no deserto conhece o seu sogro Jetro e se casa com sua filha Zpora, teve um filho chamado Gerson.

Foi auxiliar de Jetro por um tempo (Raquel), pastoreou suas ovelhas, talvez ajudou a Jetro que era sacerdote (Ex 2,11-22) e um dia no Monte Horebe Deus se revela a Moises, d o nome a si, uma vocao e um uma misso lhe conferida: tirar o povo do Egito, da opresso egpcia. Moiss ser o libertador do povo de Israel (Ex 3,1-22). Ele tem como ajudante o seu irmo, outro sacerdote Aaro. Vai de volta para o Egito cumprir a sua misso: tirar o povo da escravido. O Fara no deixa o povo sair, oprime cada vez mais os Israelitas. E o rei obcecado dificulta mais e mais. Deus manda as pragas para castigar os opressores (7,1-10,29).

A ltima praga o castigo que fara fez aos Israelitas, a morte de todos os primognitos egpcios. Todas estas coisas aconteceram exatamente no momento da preparao e da comemorao da pscoa (Ex 12-13). Vendo todas as pragas e as desgraas, Fara cede e deixa o povo sair. Esta sada se transforma na confisso de f do povo de Israel. O xodo est marcado desde o gnesis ao Apocalipse. o tema central da vida do povo de Israel. Deus liberta o povo da escravido. Deus est com o povo de Israel.

O povo caminha pelo deserto. Tem saudades do Egito, murmuram, blasfemam e praticam a idolatria. Toma um caminho difcil e complicado. No caminham pelas rotas das caravanas comerciais, fogem do tributo e das guarnies, que so postos egpcios avanados. No caminham pelas estradas dos filisteus. No passam pelo Mar Vermelho, mas pela lagoa Amarga. Comemoram a pscoa e a institui para sempre como marco de liberdade. Pesah passa a ser a fuga da escravido. Passam pelo Sinai.

Fome, sede, e o caminho difcil levam o povo murmurar contra Moiss e Deus. Deus faz das guas amargas, doce, o man passa a ser o alimento do povo e as codornizes para esquecerem as panelas de carne abundantes que o povo precisava (15,22-27; 16). Faz jorrar gua no deserto (17,1-7); vence a batalha contra os inimigos Amalecitas com a orao e o brao forte e estendido de Moises (17,8-16). Noventa dias depois de fugir esto diante do Monte Sinai, monte de Deus (Sinai-Sion).

A presena de Deus se faz mais forte e notvel, a montanha estremece e sai fogo e fumaa. Deus faz uma aliana com o povo, promete guiar e levar a salvo na terra prometida, d o declogo (19-20), o cdigo da Aliana (20,22-23,19), fala sobre o culto e santurio (25-31 e 35-40). Moiss furioso quebra as leis (32,15-35) e refaz a aliana de Deus com o povo (34). A vontade de Deus est no texto de Ex 35-40.

As narrativas do xodo mostram uma confisso de f do povo. Esta confisso de f ou credo do povo serviu e serve de orientao para toda a vida. a marca de f do povo. o tema central da Bblia: a libertao. a mensagem da boa nova ao povo escolhido. O povo experimenta a libertao e esta libertao passa a ser o prottipo de f e de toda forma de liberdade. Como o fara representa todo tipo de escravido. O xodo representa toda a liberdade.

O xodo no Antigo Testamento o evangelho dos judeus at hoje. O Novo Testamento incorporou esta temtica da libertao. Encontramos espalhados no Novo Testamento o tema da liberdade, da graa de Deus para com o povo. A teologia do xodo est centralizada na libertao, na sada do Egito e na aliana com Deus. Deus no xodo aquele que anda e caminha com o povo em sua peregrinao pelo deserto, junto com o povo de Israel est Jav.

MAPAS DO LIVRO DE EXODOCAPTULO IV LEVTICO VAIQRINTRODUO Ex-------------------------------------Nm.Gen---------------------------------------Lev -------------------------------Dt.

Vaiqr o nome Hebraico de Levtico e em Portugus o livro recebeu o nome de Levtico que vem da LXX e da Vulgata por identificar o livro com a tribo de Levi, dos sacerdotes levitas. Foi escrito depois do exlio, bem perto da poca de Esdras e Neemias, o escritor chamou de P (sacerdotal em alemo - Priesterschrift). O livro de Levtico composto por vrias partes importantes. O centro do livro (Lev 17-26) denominado de Cdigo Sacerdotal, mas composto por vaias leis e de rituais, de culto, de sacrifcios, de impureza e pureza, do sbado. Este livro o centro do Pentateuco.

Nm Gen. Lev. Ex.

Dt.

1- DIVISO DO LIVRO DE LEVTICOO livro de Levtico pode ser dividido em duas partes:

1-16 --------------------------------------------------------------------------17-26.

Estas duas partes: 1-16 so as leis sobre o culto e 17-26 sobre vida do povo na terra prometida. Mas podemos subdividir as duas partes em quatro novas divises:

8-10------------------------------------------------------------------------17-26.1-7---------------------------------------------------------------------------11-16.

2- CONTEDO DO LIVORO DE LEVTICOAnalisando as divises propostas:

A- Lev 1-7- sobre os sacrifcios:

Os sacrifcios so variados no Antigo Israel. Mas estes sacrifcios de levtico j pressupem o Segundo Templo de Esdras e Neemias ou da reforma destes que retornaram da Babilnia. O sacrifcio sempre fez parte da vida do povo, mesmo sem templo, no deserto os nmades e seminmades sacrificavam aos seus deuses. Esta uma pratica comum. O texto mostra como deveriam ser feitos os sacrifcios.

Sacrifcio de Holocausto: este sacrifcio era queimado, feito com animais totalmente queimado, podia ser feito por uma pessoa ou pelo povo todo (Lev 1 e 6). Era feito para Deus.

Sacrifcio de Oferendas: de cereais, frutas, leo, vinha (Lev 2).

Sacrifico de paz: ou de aes de graas, comunho. Parte do sacrifcio era queimada e a outra parte era comida pelos sacerdotes e os que estavam oferecendo sacrifcio. Era um banquete santo. Deste sacrifcio surgiu a ceia, eucaristia (Lev 3).

Sacrifcio de expiao: era o sacrifcio para o perdo dos pecados cometidos (Lev 4; 5; 7).

Sacrifcio de reparao: era o sacrifcio seguido de indenizao ou restituio por algum dano cometido, mais um ato moral e social, um ritual sagrado e diferente da expiao.

B - Lev 8-10 - Sobre os sacerdotes.O trecho mencionado em Lev 8-10 descreve o ritual de ordenao, funo e como deveria ser o sacerdote. Na ordenao (Lev 8). As funes dos sacerdotes (Lev 9) e as leis sobre a vocao e ministrio do sacerdote (Lev 10).

Na obra de Levtico diferente da Ob H Dtr, que diferencia o Levita do Kohen - sacerdote. Aqui o Levita sacerdote; todos so da tribo de Levi; so os que abenoam, oferecem sacrifcios, imposio de mos; eles ainda so juzes e mdicos que no curam, mas procuram achar as doenas e suas causas; eles declaram o que puro e impuro. Elaboram o culto, o ritual, o sacrifcio; controlam o funcionamento do templo; eram os cantores, porteiros e escribas.C - Lev 11-16- O puro e o impuro.As purezas e impurezas so de vrios tipos: a impureza que contamina, que no permite a participao no culto, excluso da comunidade; a pureza a que determina que o povo seja santo. Mostra qual so os animais puros e impuros, os que so para o culto e que podem servir de comida (Lev 11); a pureza na mulher aps o parto (Lev 12); as doenas (Lev 13-14); o sexo puro, o smen e a menstruao (Lev 15). A expiao, celebrao penitencial (Lev 16).D Lev 17-26 - Leis sociais, polticas e econmicas.

Este o chamado Cdigo da santidade ou Lei Sacerdotal. Mostra como Deus santo e como o povo deve ser santo: Sede santos como eu sou Santo. A santidade completa: a nvel social (18-20); a nvel cultual (21-22) e como santificar os dias, o sbado (23-26); os votos e seus pagamentos (27).3 - TEOLOGIA DO LIVRO DE LEVTICO.

Esta nova diviso d uma idia da teologia sacerdotal. A teologia sacerdotal segue o esquema da formao literria do livro, so temas que foram costurados os blocos literrios.

Lev 1,1-6,7 manual do povo;

Lev 6,8-7,38 manual dos sacerdotes;

Lev 8-10 sacerdcio (tradio P);

Lev 11-16 ritual do puro e do impuro;

Lev 17-26 Cdigo da Santidade ou Cdigo sacerdotal;

Lev 27-34 Votos e cumprimentos dos votos.

O livro de Levtico difcil de ser entendido no sculo XX: os sacrifcios, os rituais, as funes sacerdotais, o culto e assim por diante. Para os israelitas desta poca o culto era fundamental na vida do povo escolhido. O culto, os sacrifcios eram prticos comuns a muitos povos. O sacrifcio mostrado como pea fundamental no culto antigo: Abel e Caim oferecem o Minhah que era o sacrifcio de cereais e o olah - que era o sacrifcio queimado de animal (Gen 4); No oferece o sacrifcio logo aps o dilvio (Gen 8,20).

Este era um meio do homem buscar a Deus. A lei, o culto, os sacrifcios eram para preservar a comunho com deus e que o povo continuasse sendo o povo de Deus. Em Israel nem sempre foi o sacrifcio o privilgio do sacerdote, mas do povo. O povo era aquele que cultuava e ofertava o sacrifcio.

A santidade mostrada no livro como outro requerimento em Levtico. Junto com o culto, a santidade era a forma com que o povo pudesse ver como eram melhores o interior e o exterior das pessoas e das coisas; os contatos com coisas; alimentos bons e os que no fazem mal; o comportamento e a vida social; o sexo sadio. A santidade era um processo interior e exterior. No a religio que torna santo, puro ou impuro; mas a vida em harmonia e amor. O texto de Levtico sempre liga os deveres religiosos com a pratica da justia, do amor, da misericrdia. Cuidar dos rfos, vivas, dos ancios, velhos e idosos.

A teologia que fala muito da santidade. A oposio santidade o pecado, a transgresso da lei, desobedincia da lei o afastar-se de Deus. O livro de Levtico fala bastante sobre a expiao, pureza para se achegar a Deus e santidade. As leis de pureza levam a detectar as doenas, curar e no adoecer.CAPTULO V O LIVRO DE NMEROS BAMIDBARIntroduoNo deserto Bamidbar o nome em Hebraico. Este termo a contagem dos homens de Israel no deserto de Moabe. O livro narra mais do que a contagem, a genealogia do povo, a travessia do deserto e as geraes que foram e saram do Egito. Na traduo da LXX e V recebeu o nome de Nmeros que era a contagem das pessoas das tribos que entrariam na terra prometida. Nm 1-4 e 26 narra esta contagem.

O livro de Nmeros um livro preocupado com s a estatstica, com o recenseamento. No s o nmero de pessoas, mas o nmero das oferendas que devem ser oferecidas pelos chefes tribais (Nm 7), as oferendas e libaes (Nm 15); quantos animais devem ser sacrificados nas festas (Nm 28-29), as medidas dos terrenos que sero das tribos ( Nm 28-28).

O livro de Nmeros pode ser dividido em trs partes: 1,1-10,10- o que aconteceu no Sinai; 10,11-20,13 o que aconteceu no deserto; e por fim, 20,14-36,13 o que aconteceu em Kadesh at a plancie de Moabe.1 A DIVISO DO LIVRO DE NMEROSAs trs partes do livro de nmeros so partes temticas. O livro narra a sada do Sinai, local de acampamento quando saram do Egito. Do Sinai foram para Cades Barneia e se moveram para as plancies de Moabe, em frente ao rio Jordo para se prepararem para a conquista.

10,11-21,1.

Cades Barneia.

1,1-10,10-----------------------------------------------------------------------------22-36.

Sinai. Moabe.

Nm 1-10,10 Sinai.

1-4- censo.

5-6 leis.

7-8 levitas.

9-10 pscoa e sada.

Nm 10,11-21,1- Cades Barneia.

11-12 Cades Barneia.

13-14 Cana.

15-19- Leis do culto, e a revolta de Abiram, Dat e Core.

20-21 sada de Cades Barneia e chegada a Moabe.

Nm 22-36- Moabe.

22-25 Balao.

26-30- Novo censo e leis dos sacrifcios.

31 guerra com Midi.

32-36 conquista da terra.

3- CONTEDO DE NMEROSEste livro foi redigido como se fosse uma sequncia: continua o livro do xodo e antecede o livro de Dt. O livro foi bem construdo na situao geogrfica. Isto d uma idia de que foi construdo e tem uma unidade literria interna: do Sinai foram para Moabe. A idia de genealogia e cronologia traz uma idia de uma construo de uma cronologia, de uma histria em sequncia.

Esta cronologia foi usada para mostrar a realidade histrica: no primeiro dia do ms segundo do ano segundo aps a sada do Egito (Nm 1,1). Eles chegaram no Sinai no terceiro ms aps a sada do Egito (Ex 19,1) e saram de novo (Nm 10,11). No livro de Dt 1,3 o lder e heri do povo, Moises, fala ao povo no primeiro dia do dcimo primeiro ms, do quadragsimo ano da sada do Egito. Tudo isto simblico, os nmeros so simblicos.

Mas pensando de outra forma, eles ficaram no deserto conforme o livro de Nm trinta e nove anos. Destes trinta e nove anos, 38 eles passaram em Cades Barneia, no sul de Berseba. A distncia muito pequena para 38 anos; mas se for assim, do Sinai a Cades Barneia demorou 11 dias (Dt 1,2). Poderia ser um absurdo: Nm fala dos ltimos 20 dias no Monte Sinai, 38 anos no deserto perto de Berseba e seis meses em Moabe.

No Sinai os fatos da ltima estadia: fazem o censo e saem do local; contam com quem podem fazer a guerra; o que as tribos possuam; e as leis e os levitas; comemoram a pscoa (9,1-5); a nuvem aparece para guia-los, cobre o Tabernculo (9,15-23); comeam a viajar pelo deserto, o sogro de Moises conhece muito a regio e inicia o comando da peregrinao (10,11ss).

O livro narra a situao do povo na caminhada: muitos reclamam da gua amarga, outros das panelas cheias de carne do Egito e agora a fome. Eles se cansaram de comer o man, querem carne de novo. Murmuram, lamentam e blasfemam. Deus manda as codornas (11,31). Moises escolhe 70 ancios para ajudar a governar o povo no deserto. O seu irmo e sua irm fazem uma rebelio (12). Ao chegar a Moabe, em Param, perto da Terra Prometida, manda os espias investigar a terra a ser conquistada. Os espias voltam e alertam o povo que so gigantes (13). O povo se revolta contra Moiss e ele pede a Deus que no envie castigo nenhum ao povo.

Muitos so afetados de morte, menor Josu e Calebe, uma parte do povo poupada, mas ainda no podero entrar na terra prometida (14). Os Israelitas atacam os Amalecitas e os Cananeus, so derrotados (14,39-45). O livro de Nmeros mostra algumas leis de sacrifcio de alimentos, a quebra do descanso Shabat (15). O livro mostra ainda a revolta de Datam, Core e Abiram (16).

Esta revolta no do povo particular, de chefes tribais: Core da tribo de Levi e Dat e Abiram so da tribo de Rubem. Porque eles esto em revolta? Contestam o poder e a autoridade de Moises, j velho e cansado, pensam que ele tem de ser substitudo por jovens. Moises como chefe do povo e Aaro sumo sacerdote, conforme os trs, devem ser substitudos.

Saram do Egito. O livro narrou do segundo ao quadragsimo ano desta fuga e peregrinao. Chegam a Cades Barneia (13,26), caminham em direo a Moabe. Enfrentam muitos perigos. A irm de Moises, Miriam morre (20,1), o povo reclama da falta de gua, Moises irado fere a rocha (20,2-21); Aaro morre (20,22-29); derrotam agora o rei dos cananeus, Arad em Horm (21,1-3). Passam pela regio de Edom no sul; surge a polemica serpente de Bronze (21,4ss). A serpente era o smbolo de uma deusa Egpcia ou Canania. Derrotam o rei Sion, rei dos amorreus e Og rei de Bas (21,21).

Finalmente, chegam a Moabe e nas plancies (22). Comea a narrativa do adivinho Balao. Balac rei de Moabe manda buscar na Mesopotmia, no rio Eufrates um mgico. O papel de Balao era amaldioar o povo que estava chegando, os Israelitas. H uma mudana. Balao antes de amaldioar o povo que estava chegando, abenoa o povo (24). Surge de novo a idolatria do povo escolhido, os Israelitas. As mulheres de Moabe em contato com os homens de Israel e as mulheres de Israel com os homens de Midi. Provocam a idolatria. Deus manda castigar o povo idolatra.

O neto de Aaro, o sumo sacerdote Fineias executa os idolatras (25). Comea um novo censo do povo nas plancies de Moabe. Agora para saber quantos so para dividir a terra (26). Na contagem chegam ao nmero astronmico de 601.730 pessoas. Comea a nova liderana sob o chefe Josu. Josu ir substituir o lder Moises (27,12). Aparecem novas leis sobre as festas e os sacrifcios (28-29).

No final do livro narra a vitria dos Israelitas sobre os Midianitas (31) e comea ento, a diviso da terra na Transjordnia. Rubem, Gad e metade da tribo de Manasss ficaro alm Jordo na Transjordnia (32). H um retrospecto da vida e da caminhada do povo, da sada at a chegada (33). Comea a diviso da terra para as outras tribos. A diviso agora na Cisjordnia, em Cana propriamente dita (33,50). Surgem as cidades refgios para as pessoas que cometem assassinato involuntrio (35,9) e a herana para as mulheres casadas (36). Assim termina o livro de Nmeros.3 TEOLOGIA DO LIVRO DE NMEROSEste livro tem como pano de fundo teolgico a criao de uma nao. O povo saiu do Egito desorganizado, agora uma nao. No uma nao qualquer, mas o povo eleito, escolhido de Deus. O povo que caminha para a terra prometida a Abrao e os outros Patriarcas, que agora est realizando a promessa feita por Deus. O povo peregrino, que foi tirado da escravido, foi libertado com milagres e poderes de Deus; que fez a aliana do Sinai; um povo santo; guiado por dois homens de Deus: Moiss e Josu.

O povo que tem o Tabernculo, os sacerdotes levitas, homens separados para o servio de deus. Deus se mostra nas teofanias e nas epifanias: na sara, nas codornas, no man, na gua, na nuvem, na caminhada, no fogo, trovo e no terremoto. A presena de Deus sentida em todos os setores da vida: na lei, no culto, no sacrifcio, na pureza. Este o povo de Deus que vai possuir a terra Prometida aos antepassados. Apesar de tudo isto, o livro mostra que nem tudo bom e belo. Apesar de deus se mostrar e ajudar este povo, eles se: revolta, murmuram e reclamam, praticam a idolatria, so infiis e descrentes.

O tema do deserto se faz presente aqui tambm. O deserto o lugar de pagar os pecados cometidos, de ingratido, revolta contra Deus. Mas tambm o lugar de purificao, de santidade, de organizao do povo e de sacrifcio, de culto ao Deus nico e verdadeiro. O Deus libertador de Israel da escravido do Egito est em Nmeros.

O livro quer mostrar: Israel um povo santo ou pecador? Por que caminhar tanto tempo pelo deserto? O livro quer mostrar ainda as crises e conflitos. As difceis relaes do povo com deus e a fidelidade de deus apesar de tudo o que aconteceu com a ingratido do povo. Este um povo separado por Deus.

MAPA DE NMEROSCAPTULO VI O LIVRO DE DEUTERNOMIO DEBARIM

IntroduoAlguns tiram este livro do Pentateuco como sendo diferente dos demais. Seria ento um Tetrateuco e no Pentateuco. O livro recebe este nome de Deutro - segundo em grego e nomos - lei. Este nome no a traduo do Hebraico que : Debarim - palavras, mas o uso da LXX - Septuaginta de Dt 17,17 que mostra como se deve fazer uma cpia da lei. As leis aqui encontradas em Dt so repetidas em Ex 20-23 e Lev 17-26. Palavras em Hebraico para dar sentido s palavras de Moiss.

O livro de Dt o quinto e ltimo livro porque fala da morte de Moiss, das leis, da geografia e cronologia aps o livro de Nmeros. O livro parte da narrativa da situao do povo nas plancies de Moabe; fim da peregrinao. Eles esto diante e vendo a terra prometida (Dt 1,1-3) e comeam a se preparar para entrar na terra da promessa a Abrao e possui-la.

O livro de Dt escrito pela escola Dtr. Esta escola surge no pr exlio e termina no ps exlio. Reescreve muitas outras obras, mas tem como base os livros histricos. A obra Dtr composta por: Dt, Js, Jz, I e II Re e I e II Sam. Tem o nome de Ob H Dtr (obra historiogrfica do Deuteronomista). Reescreve ainda obras profticas como: Jer, Mq, Os, Am, Is, Zac e assim por diante.1. DIVISO DO LIVRO DE DtO livro pode ser dividido de vrias formas. A primeira delas pode ser com os trs discursos de Moiss em cima do monte na plancie de Moabe. Depois Moiss morre. O escritor queria fazer com que a narrativa fosse trs sermes e que estes sermes confirmassem a aliana feita por Deus a seu povo. Ocorre que temos discursos com dois pronomes pessoais: tu e vs, e uma mistura de narrativa com poesia e cnticos.

Primeiro sermo: Dt 1,1-4,40.

Neste primeiro sermo, Moiss recapitula a sada do Egito at a chegada visualizando a Terra Prometida. A caminhada pelo deserto at chegar a Regio das plancies de Moabe (1,6-3,29); ele exorta o povo a permanecer firme na lei, obedecer a lei e guardar os mandamentos e no praticar a idolatria (4,1-40). Este primeiro sermo tem duas subdivises:

1,4-------------------------------------------------------------------------------------------4,1-40.-------------------------------------------------1,6-3,29---------------------------------------------

O Segundo Sermo em sua Primeira Parte. Dt 4,41-11.32.

H uma introduo (4,41-49), o declogo (5,1-31) e o guardar os mandamentos (5,32-11,32).-----------------------------------------5,1-31----------------------------------------

---------------------4,41-49-------------------------------------------------5,32-11,32.

Depois temos o Cdigo Deuteronmico (12,1-26,15). As leis sobre o culto (12,1-16,17), as leis civis (16,18-21,9), as leis sobre a famlia (21,10-23,1), as leis sociais (23,2-25,16) e uma concluso (25,17-26,15), sobre o guardar as leis.

O Segundo Sermo em sua Segunda Parte. Dt 26,16-28,29.Neste sermo que a continuao do anterior que foi interrompido pelas leis Deuteronmica, a aliana volta tona, a renovao da aliana feita nos Montes Ebal e Garizim (27) e as bnos e as maldies (28).------------------------------------------------------------------------------28.-------------------------------27----------------------O Terceiro Sermo. Dt 29,1-30,20.Este sermo exortaes de Moises ao povo, ele lembra de novo a aliana do Sinai (29,1-16), o sermo que exige uma escolha: beno e vida longa na terra ou morte e perdio (29,17-30,20).

--------------------------------------------------------------------29,17-30,20.--------------------------29,1-16----------------------.Sobram os textos poticos de 3 1-34. Podemos dar o nome a estes textos isolados que foram acrescentados como se fosse um tipo de acrscimo aos fatos histricos. A escolha de Josu para substituir Moiss (31), o cntico de Moiss (32), a beno de Moiss para todo o povo (33) e a morte de Moiss (34).-------------------------------------------32----------------------------34------------------.

---------------------------31-----------------------------------33--------------------.2 CONTEDO DO LIVRO DE DtO contedo do livro de Dt pode ser esboado da seguinte forma:

Preceitos sobre a centralizao do culto: Dt 12; 14,22-29; 15,19-23; 16,1-17; 17,8-13; 26,1-15.

As determinaes sobre as leis casusticas em Dt 21-25.

Normas sobre a abominao para YHWH: 16,21-17,1; 18,9-14; 22,5; 23,19; 25,13-16.

As leis humanitrias: 22,1-4; 23,16ss.20ss; 24,5-25,4.

As leis da guerra: 20; 21,10-14; 23,10-15.

O livro da lei: 15,1-11.12-18; 16,18-20; 19,1-13.16-21.

A lei sobre o rei: 17,14-20.

A lei sobre o sacerdote: 18,1-8.Comparando Dt e Ex.

Dt 15,1-11--------------------------Ex 23,10ss.

Dt 15,12-18-------------------------Ex 21,2-11.

Dt 15,19-23-------------------------Ex 22,28ss.

Dt 16,1-17---------------------------Ex 23,14-17.

Dt 16,18-20-------------------------Ex 23,2ss.6-8.

Dt 19,1-13---------------------------Ex 21,12-14.

Dt 19,16-21--------------------------Ex 23,1.

Dt 22,28-29-------------------------Ex 22,15ss.

Dt 23,20-21-------------------------Ex 22,24.

Dt 24,7-------------------------------Ex 21,16.

Dt 24,10-13-------------------------Ex 22,25ss.

Dt24,17ss----------------------------Ex 23,9.

Dt 24,17-22--------------------------Ex 22,20-23.

Dt 26,2-10---------------------------Ex 23,19.O livro de Dt bem complexo em sua estrutura e formao atual. Todos atribuam a autoria de Moiss ao livro de Dt. Os livros em sua maior parte foram redigidos nos sculos VIII e VII a. C. Na poca da reforma de Josias teve seu fundamento principal. O livro d a entender que realmente os ouvintes so do sculo XIII a. C., mas ele foi redigido entre 750 a 400 a. C.

A parte central do livro (4,1-28; 5,1-9,10; 12,1-28,46; 30,11-20; 31,1-13) foram escritos pelos mesmos grupos do reino do Norte antes ou durante a ocupao pelos Assrios. Estes escritores so levitas escribas e foram chamadas de escola Deuteronomista. Eles reuniram sermes dos levitas que andavam pelo Norte Efraim Samaria, pregando, ensinando a lei e a aliana.

Na invaso Assria e a destruio dos santurios do Norte em 722 a. C. o livro de Dt em seu miolo estava pronto, a no ser certas incluses posteriores ao exlio e no ps exlio. Ele estava junto e pronto com o estrato da composio nortista do E (Elohista). Eles foram trazidos para o sul na fuga dos levitas. Eles fogem da destruio de Samaria e chegam em Jud, capital do sul e no templo de Jerusalm trazendo todo este material que tem a sua acolhida e modificado posteriormente pela tradio do Sul.

O rei Ezequias fez uma reforma antes do rei Josias. Ezequias (em 715 687 a. C.) faz uma tmida reforma religiosas, nesta poca acrescentaram algumas partes iniciais e atualizaram algumas leis. Na reforma do rei Josias (640-609 a. C.) e na reforma do Templo de Jerusalm (622 a. C.) encontraram o rolo do livro da lei (II Rs 22,8). A maioria dos especialistas pensa neste miolo do livro que era a parte central do livro de Dt. Naturalmente no foi o livro de Dt que provocou a reforma do rei Josias, mas Josias aproveitou o enfraquecimento da Assria e de pois da morte deste grande rei e ltima da Assria, Assurbanipal em 626 a. C. se liberta deste jugo e restabelece a independncia poltica do reino de Jud. Estas medidas tomadas mais a purificao do templo e do culto de Jerusalm tem como pano de fundo o livro de Dt.

As medidas do rei Josias e as relaes com as leis do livro de Dt so visveis:

II Rs 23,8s.19------------Dt 12,13ss-------- centralizao do culto.

II Rs 23,11ss-------------Dt 17,3-------------proibio do culto aos astros.

II Rs 23,7 -----------------Dt 23,18-----------afastamento do qadosh.

II Rs 23,24----------------Dt 18,11ss----------abolio das necromantes.

II Rs 23,10 ---------------Dt 18,10------------proibies dos sacrifcios de crianas.

II Rs 23,21ss------------- Dt 16,1ss-----------celebrao da pscoa no templo.

A redescoberta do livro da lei d incio na reforma de Josias, que uma reforma religiosa e de latifundirios do que uma reforma dos pobres de Jud. A estas leis acrescentaram algumas exortaes. Esta reforma tambm foi mais ideolgica do que real. Na poca do exlio teve uma nova redao e no ps - exlio uma redao final e os acrscimos posteriores ao livro de Dt, onde se reescreveram muita coisa e atualizaram algumas leis neste perodo.

3 TEOLOGIA DO LIVRO DE Dt

O miolo do Livro de Dt 12-26 influencia toda a teologia do Antigo Testamento e do Novo Testamento. Os profetas ao denunciarem os falsos reinos e as ideologias esto fazendo sob a influncia de Dt.

A compreenso de Deus que o Autor de Dt nos d est inserida em Dt 6,4. Esta uma afirmao sobre a unicidade de Deus. Jav um Deus singular e incomparvel. Ele seria o deus todo poderoso superior a todos os deuses da antiguidade. O livro de Dt fala da idolatria e isto diferencia dos demais livros do Antigo Testamento e do prprio Pentateuco.Ele critica como se fosse um profeta s estatuas e a fabricao de imagens e dolos.

O livro de Dt faz uma grande distino entre Israel e a nao, Israel goym: povo escolhido, nao e os outros povos so Am: povo medocre, Z povinho. Ele mostra que a presena de Deus se d atravs da manifestao do poder: fogo, vento, e no por imagens. O livro de Dt enfatiza as leis sobre a democracia do poder (Dt 16,18-18,22). O poder, a liderana est nas mos de uma nica pessoa ou de um grupo em Israel: Rei, sacerdote.

Como que se deve escolher o rei, e como o rei deve governar o seu povo: Dt 17,14-20 fala de como isto deve acontecer. O rei deve governar o seu povo atravs da lei de Deus. O povo deve lutar para que a distncia entre o rei e o povo, que as diferenas sociais entre o prprio povo devem ser diminudas. A monarquia foi um desastre para o povo, o enriquecimento de uns poucos e a maioria tornando-se pobres, miserveis. A sociedade igualitria e solidria entre as tribos acabou com a monarquia. O forasteiro, estrangeiro deveria ser bem cuidado, pois o povo foi estrangeiro em terras estranhas e foi ajudado por Jav.

A boa hospitalidade, a no explorao nos negcios, a f do povo devia ser preservada. Quem levasse o povo a crendices, outras religies e outros cultos, desvirtuariam a comunidade e pagariam por isto, foi o que aconteceu com a dinastia de Omri. O Dt rene vrias nfases teolgicas: a exclusividade e a unicidade de deus, a integridade de Israel, a beno, o cuidado pelos fracos e oprimidos, a centralizao do culto, a pureza e as prticas rituais. O Dt a porta de entrada para a compreenso de Lucas no Novo Testamento, e da histria de Israel no cativeiro Babilnico.

O contedo da lei Deuteronmica d o realce a trs afirmaes de Deus: Jav o nico Deus; h um s lugar de culto a esse mesmo Deus; os pobres e fracos so todos irmos. Jerusalm o local deste culto. O amor de Deus para com o seu povo: este deve ser o amor do povo para com os pobres, oprimidos, as vivas e os rfos. Exclusividade e unicidade de Deus so os eixos teolgicos e os centros do livro de Dt.

No livro de Dt deparamos com a teologia fundamental da terra. Deus e Israel so os termos centrais do livro. Deus o deus dos Patriarcas. O Deus que se revela aos patriarcas e a Moises no deserto do Sinai. Deus escolhe para si um povo entre todas as naes da terra. Israel torna-se o povo eleito. Foi Deus quem escolheu Israel e no Israel quem escolheu Deus.

Deus elege com amor, no que o povo tivesse algum mrito. Deus ama e seu amor livre, amoroso para com seu povo. Israel deve se santificar, eles passaram a ser exclusividade de Deus. Deus liberta o povo da escravido, caminha com o povo pelo deserto, e ele faz uma aliana com seu povo. Deus lhes d uma terra, terra que mana leite e mel. A fidelidade a Deus o mais importante.

O amor de deus exige o amor do povo. Como amar a deus? amar e ser fiel s suas leis, mandamentos e ordenanas. O contrrio de tudo, a idolatria a fonte do mal, a infidelidade a Deus. Se Deus ama o seu povo, Israel deve amar a todos. Amar os povos, estrangeiros, rfos e vivas, pobres e necessitados. O amor a Deus e a seu prximo faz parte de um s mandamento. As leis Deuteronmica so reunidas em uma s lei: a lei do amor.

MAPA DO LIVRO DE DEUTERONOMIOCONCLUSOOS TEMAS DA LEI, DA ALIANA E DE DEUS COMO CENTRO DO PENTATEUCODeus escolhe o seu povo. No o povo que escolhe Deus. Deus faz uma aliana com o povo. Atravs da aliana existem as regras, as leis, os mandamentos que so de ambas as partes. Deus jamais rompe o seu pacto. O povo quebra as alianas com outros povos e com os deuses. Israel rompeu as alianas, mas Deus permaneceu fiel a seu propsito. A aliana fundamental, importante. Deus ama seu povo e nunca falha em cumprir, corrigir, mantem-se fiel com seu povo.

Deus promete. Deus d no por que o homem merece ou exige. A nica coisa que vemos em tudo a fidelidade de Deus. O povo torna-se infiel e peca, o castigo no vem de Deus, mas da prpria infidelidade do povo. Notamos ento que lei, aliana, escolha so as mesmas coisas em Dt. Deus fiel.

Houve vrias alianas no Antigo Testamento. Mas a mesma aliana de sempre. Deus permanece fiel e oferece nova chance ao homem que sempre rompe e quebra esta aliana. Deus sempre ama o seu povo. Deus faz uma aliana: da criao a No; depois de No a Abrao; de Abrao a Moiss; e de Moises a Josu. As outras alianas esto fora do Pentateuco: Davi e Salomo. Na primeira aliana aps o dilvio, o arco-ris no cu o sinal (Gen 9,1-17).

Na aliana com o patriarca Abrao (Gen 15; 17) e depois foi refeita com Isaque e Jac (Gen 26. 28; 35). Deus deu a Abrao e a sua descendncia que seria numerosa e que possuiria a terra prometida. No Sinai a aliana com Moiss. Comea a origem do povo, da nao de Israel (Ex 19-24). Aqui est a declarao: serei o seu deus e vs sereis o meu povo. Nas alianas anteriores a promessa da graa, aqui agora a promessa encontra-se uma exigncia: leis divinas, o declogo, o amor aos outros. Os dez mandamentos so leis que devem ser cumpridas pelo povo na aliana.

Os dez mandamentos (Ex 20,2-17 e Dt 5,6-21) mostram as leis do que no se pode fazer, praticar. Os dez mandamentos so um resumo de Ex 20-23; Dt 12-26 e Ex 17-26. Ele traa a idia da dimenso: em primeiro lugar vem Deus; depois vem o homem, o pai; depois vem o prximo e por fim, vem os bens materiais.

A ltima aliana de Moises a Josu est demarcada em Js 24, a aliana de Siqum. Josu fala para o povo escolher entre Deus e os deuses. Ele escolheria YHWH e o povo resolve segui-lo. Veremos nos outros livros, principalmente que estas alianas falharam e foram criticados os povos pelos profetas. A idolatria e a injustia social foram praticadas com intensidade. O profeta Jeremias prope uma nova aliana, no de pedra, mas de carne no corao do homem (Jer 31,33). Deus iria dar um novo corao, uma nova aliana e esta seriam eternas, para sempre.

Deus no Pentateuco concebido ora distante ora muito perto de cada homem. Deus todo poderoso e que se revela e libertador. Deus no tem nome: ele (Ex 2,14). Deus quem se revela, que se d, quem escolhe e elege. Aquele que , que age, est presente na vida do povo e de cada um de ns.

BIBLIOGRAFIABRIEND, Jacques. Uma leitura do Pentateuco. So Paulo, Paulinas, 1980.

BUIS, Pierre. O livro de Nmeros. So Paulo, Paulinas, 1994.

LOPEZ, F. G. Pentateuco. So Paulo, Paulinas, 1998.

LOPEZ, F. G. Declogo. So Paulo, Paulinas, 1995.

LOPEZ, F.G. Deuteronmio, So Paulo, Paulinas, 1992.

PIXLEY, Jorge. xodo, So Paulo, Paulinas, 1987.

OS LIVROS DOS PROFETAS() (NEBIIM)INDICEINTRODUOI - HISTORIA E LIVROS PROFTICOSII - OS PROFETAS NOS SCULOS VIII E VII a. C.

1. Israel neste perodo2. Jud nesta poca3. Os Profetas3.1. Ams e a justia social3.1.1. Diviso do livro de Ams3.1.2. Comentrios a Ams3.1.3. Teologia de Ams3.2. Osias e o amor a Deus3.2.1. Diviso do livro de Os3.2.2. Comentrio a Os3.2.3. Teologia de Os3.3. O livro do profeta I Is 1-393.3.1. Diviso do livro do I Is3.3.2. Comentrios a I Is3.3.3. Teologia do I Is3.4. Profeta Miq

3.4.1. Diviso do livro de Miq3.4.2. Comentrios a Miq3.4.3. Teologia de MiqIII OS PROFETAS DA POCA DO PR EXLIO NOS SCULOS VII E VI a. C.

1. Naum1.1. Diviso do livro de Na1.2. Comentrios a Na1.3. Teologia de Na2. Sofonias2.1. Diviso do livro de Sof2.2. Comentrios a Sof

2.3. Teologia de Sof3. O livro de Habacuque3.1. Diviso do livro de Hab3.2. Comentrios a Hab3.3. Teologia de Hab4. O livro de Jeremias4.1. Diviso do livro de Jer4.2. Comentrios a Jer4.3. Teologia de Jer5. O livro de Baruque5.1. Diviso do livro de Baruque5.2. Comentrios a Baruque5.3. Teologia de BaruqueIV OS PROFETAS DO PERODO DO EXLIO (586-538 a. C.)l. O Livro do profeta Ezequiel1.1. Diviso do livro de Ez1.2. Comentrios a Ez1.3. Teologia de Ez2. O livro do II Is (Is 40-55)2.1. Diviso do livro de II Is2.2. Comentrios ao II Is2.3. Teologia do II IsV PROFETAS DO PS EXLIO (538 a 165 a. C.)1. O Livro de Obadias (Abdias)1.1. Diviso do livro de Ob1.2. Comentrios a Ob1.3. Teologia de Ob2. O livro de Ageu2.1. Diviso de Ag2.2. Comentrios a Ag2.3. Teologia de Ag3. Os livros de Zacarias3.1. Divises dos livros de Zac3.2. Comentrios a Zac3.3. Teologias de Zac4. O livro do Trito Isaias4.1. Diviso do Livro do III Is4.2. Comentrios ao III Is4.3. Teologia do III Is5. O livro de Joel5.1. Diviso do livro de Jl5.2. Comentrios a Jl5.3. Teologia de Jl6. O livro de Malaquias6.1. Diviso do livro de Mal6.2. Comentrios a Mal6.3. Teologia de Mal7. O livro de Jonas7.1. Diviso do livro de Jonas7.2. Comentrios a Jonas7.3. Teologia de Jonas8. O livro de Daniel8.1. Diviso do livro de Dan

8.2. Comentrios a Dan8.3. Teologia de DanINTRODUOA profecia no Antigo Israel tem relaes com a profecia em seu entorno social e cultural tanto na Palestina como no Crescente frtil. Esta profecia de Israel pode ser dividida em profecia: clssica ou pr-exlica, exlica e ps-exlica. Podemos anda dividi-la em: profecia, escatologia e apocalptica. Esta profecia tem vrias funes dentro da literatura: anncio, denncia, viso, etc.

A profecia clssica teve como fundamento: o xtase e os acontecimentos fenomnicos para fazerem seus anncios e denncias, casos especficos de: Elias, Eliseu, Miquias bem Imla, Nat, etc. Estes profetas primitivos pregaram contra a corrupo, o roubo, as injustias sociais, o prprio rei e do povo. Os profetas eram os recipientes da revelao divina.

A palavra de Deus era o seu fundamento para todo tipo de denncia e de anncio de salvao. Estes profetas usavam a audio, sonhos, vises e transe para anunciarem suas mensagens. Outros tinham como forma de anncio s aes simblicas as parbolas, as vises onde viam coisas estranhas nossa realidade, esta forma era para mostrar a capacidade de criao do profeta e do modo que Deus se manifestava.

Deus chamava seu profeta atravs de uma convocao, os profetas tinham uma percepo simblica deste chamado. Eles se autodesignaram mensageiros e profetas de YHWH. Eles transmitiam seus orculos e seus sermes ao povo, ao rei e ao sacerdote e falsos profetas ou simplesmente a quem se dirigiam, a quem era anunciada a sua palavra.

As aes simblicas so interessantes: um profeta boiadeiro do sul e prega sua mensagem no norte. Outro profeta anda nu para anunciar a sua mensagem. Um outro ainda compra um terreno para fazer dele o seu tmulo. Outra fala da medida do templo que ser construdo. Outra fala da parbola do fazendeiro rico e com muito gado e de um pobre sitiante que possui apenas uma ovelha, o primeiro d uma festa e antes de tomar de seu rebanho que era grande e toma a ovelha do pequeno proprietrio que tem ovelhas para a sua festa. Assim por diante, temos muitas aes