Haras em destaque

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Haras em Destaque Haras em destaque HARAS CASA NOVA A tradição da raça Com mais de 120 anos de história, a Fazenda Casa Nova é localizada em uma pequena cidade do sul de Minas Gerais, Madre de Deus de Minas. A criação de cavalos vem desde a década de 40, qu ando José Donato comprou sete éguas parideiras de seu parente e amigo Abílio de Souza Andrade e um terço do reprodutor Bapendi (Canário do Canta Galo X Palestra do Morro Grande). Dentre as éguas adquiridas estava uma linda castanha de pampa, Rainha Velha, animal grande, forte e de marcha batida. Do cruzamento dela com Bapendi nasceu uma potrinha muito semelhante à mãe, mas com um andamento ainda mais marchado. Registrada em livro aberto como Rainha JD, sua boa genética foi passada de geração em geração. Rainha JD teve uma filha excepcional, pampa de castanho, com o garanhão Ouro Preto do Porto. Após o nascimento da égua, nomeada de Margarida da Casa Nova, José Donato resolveu dá-la de presente para sua sobrinha, Lygia de Andrade Ribeiro que estava se casando com Sebastião Fabiano Ribeiro, o “Tãozinho da Casa Nova”, pais do Jordano de Andrade Ribeiro, proprietário do haras que herdou o nome da fazenda, “Casa Nova”. Seguindo um ditado de um lord inglês que disse: “de uma égua se faz uma tropa”, Margarida da Casa Nova, que viveu por 28 anos na Casa Nova, fez mais que história, fez o direcionamento de todo um criatório. O destaque do Haras na Raça Pampa é reconhecido em todo País e são originários do cruzamento JB X Traituba. Não é possível destacar o Haras Casa Nova, sem mencionar e reconhecer o valor e a garra de seu proprietário, Jordano de Andrade Ribeiro. Apresentando problemas de saúde desde bem novo, Jordano foi desacreditado pelos médicos; as expectativas mais otimistas eram de que ele viveria até os nove anos de idade. Numa cidade pequena a vida de seus moradores é conhecida por todos e em Madre de Deus de Minas não foi diferente, tanto que quando chegou à idade prevista, foi questionado pelos inocentes coleguinhas: “Você não morreu?”. Muito mais que não morrer, Jordano foi bem mais além, apaixonado por cavalo, transformou-se em fazendeiro e é admirado por todos os membros da família do Pampa. O reconhecimento nem é tanto por sua história de superação, mas por sua importância para Raça, pelo grande criador que é e por seu carisma e amizade! A relação familiar que possui com os outros criadores, foi uma herança do seu maior incentivador, seu pai, o saudoso “Tãozinho da Casa Nova”. Dentre as inúmeras qualidades que seu “Tãozinho” possuía, a lealdade era uma das mais enaltecidas e seguidas por Jordano.

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Entrevista com o criador Jordano de Andrade

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H A R A S C A S A N O V AA tradição da raça

Com mais de 120 anos de história, a Fazenda Casa Nova é localizada em uma pequena cidade do sul de Minas Gerais, Madre de Deus de Minas. A criação de cavalos vem desde a década de 40, qu ando José Donato comprou sete éguas parideiras de seu parente e amigo Abílio de Souza Andrade e um terço do reprodutor Bapendi (Canário do Canta Galo X Palestra do Morro Grande). Dentre as éguas adquiridas estava uma linda castanha de pampa, Rainha Velha, animal grande, forte e de marcha batida. Do cruzamento dela com Bapendi nasceu uma potrinha muito semelhante à mãe, mas com um andamento ainda mais marchado. Registrada em livro aberto como Rainha JD, sua boa genética foi passada de geração em geração. Rainha JD teve uma filha excepcional, pampa de castanho, com o garanhão Ouro Preto do Porto. Após o nascimento da égua, nomeada de Margarida da Casa Nova, José Donato resolveu dá-la de presente para sua sobrinha, Lygia de Andrade Ribeiro que estava se casando com Sebastião Fabiano Ribeiro, o “Tãozinho da Casa Nova”, pais do Jordano de Andrade Ribeiro, proprietário do haras que herdou o nome da fazenda, “Casa Nova”. Seguindo um ditado de um lord inglês que disse: “de uma égua se faz uma tropa”, Margarida da Casa Nova, que viveu por 28 anos na Casa Nova, fez mais que história, fez o direcionamento de todo um criatório. O destaque do Haras na Raça Pampa é reconhecido em todo País e são originários do cruzamento JB X Traituba.

Não é possível destacar o Haras Casa Nova, sem mencionar

e reconhecer o valor e a garra de seu proprietário, Jordano de Andrade Ribeiro. Apresentando problemas de saúde desde bem novo, Jordano foi desacreditado pelos médicos;

as expectativas mais otimistas eram de que ele viveria até os nove anos de idade. Numa cidade pequena a vida de seus moradores é conhecida por todos e em Madre de Deus de Minas não foi diferente, tanto que quando chegou à idade prevista, foi questionado pelos inocentes coleguinhas: “Você não morreu?”. Muito mais que não morrer, Jordano foi bem mais além, apaixonado por cavalo, transformou-se em fazendeiro e é admirado por todos os membros da família do Pampa. O reconhecimento nem é tanto por sua história de superação, mas por sua importância para Raça, pelo grande criador que é e por seu carisma e amizade! A relação familiar que possui com os outros criadores, foi uma herança do seu maior incentivador, seu pai, o saudoso “Tãozinho da Casa Nova”. Dentre as inúmeras qualidades que seu “Tãozinho” possuía, a lealdade era uma das mais enaltecidas e seguidas por Jordano.

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Podemos afirmar que a história de criador e do criatório se assemelham e até mesmo se misturam, transformando-se em uma só. Apesar de ter cavalos há mais de 70 anos, a Fazenda Casa Nova sempre teve seu foco voltado para produção de leite e a criação de cavalo sempre ocorreu de forma paralela, não comprando animais e sempre usando coberturas de criadores amigos, principalmente da Traituba. Com o passar dos anos e o interesse e a participação de Jordano, a criação cresceu, surgiu o haras e hoje constitui a principal atividade econômica da fazenda.

Ao realizar uma parceira com seu amigo, Dante Lapertosa,

Jordano resolveu participar da Exposição Nacional de Pampa, mas sem muita perspectiva, afinal não tinha conhecimento do nível de seus animais. Mas a surpresa estava por vir, os três animais levados por Jordano e conduzidos pelo seu peão e amigo Roberto de Carandaí receberam o título de Campões Nacionais.

Chegar ao título máximo da Raça Pampa com os três animais apresentados na primeira exposição foi um marco no Haras, era mais que um indício que o caminho traçado estava correto. Xingu JB um garanhão pampa de pelagem homozigota, de origem JB que é um sangue nobre filho de Atrevido JB em Denúncia JB, tão forte que imprime todas as qualidades de um bom cavalo, veio para confirmar esta percepção. Para quem acredita em coincidências, Xingu JB também tem uma história que lembra a do seu dono e a do criatório, quando ainda potro foi escolhido por Seu Urbano Junqueira para ser o futuro garanhão da Fazenda Campo Lindo (JB) , mas por acidente quebrou o pé esquerdo. Decepcionado, Urbano descartou o animal sem que fosse castrado. Xingu JB então rodou várias fazendas da região como cavalo de sela e mesmo com o pé quebrado foi um ótimo cavalo de caçada. Certa vez ele passou na Fazenda Casa Nova, estava vindo de uma caçada de veados, e por “sorte” tinha uma égua no cio. “Seu Tãozinho”, por ser apaixonado por pampa, cobriu a égua com Xingu JB. Quando nasceu a cria, foi confirmada a prepotência genética, “a potra era um fenômeno”, afirma Jordano. Neste momento, Xingu JB, que seria o futuro garanhão do Haras Casa Nova, foi adquirido de uma prima de “Seu Tãozinho” na cidade de Carrancas, que fechou o negocio em troca de uma vaca mestiça.

Criando de forma rústica, com animais à pasto, gastando

o mínimo necessário, o criatório vem alcançando mais que expressivos resultados. Os campeonatos Nacionais são muitos e diversos cavalos premiados como Grandes Campeões da Raça: Axé da Casa Nova, Buick, Desenho, Astro, Caju, Amora, e no ano passado, Futuro da Casa Nova. Tanto sucesso tem um segredo, o sangue! Sempre trabalhando a genética e direcionando os cruzamentos, Jordano juntamente com sua mãe, Dona Lygia, seu irmão Conrado e seus primos: Magela e Renan, veterinário, continuam com louvor escrevendo a história de superação e sucesso do Haras Casa Nova! Claro que com a benção e a força do amado e saudoso “Tãozinho da Casa Nova”.