Handout 3 Discurso Historia[2sem2015]

9
1 1. Testemunhos Modernos 1.1. Paula da Cunha Corrêa, As Armas e Varões: A Guerra na Lírica de Arquíloco, p. 26: A classificação de Arquíloco entre os poetas jâmbicos nos cânones alexandrinos pode ter sido um fator determinante para sua fortuna como poeta satírico e para a ênfase dada aos poemas jâmbicos (especificamente aos relacionados às filhas de Licambes) que encontramos nas referências mais tardias. [...] Após o período alexandrino, Arquíloco e sua obra sofreram severa crítica por parte de filósofos e Padres da Igreja que, no quadro da censura às letras pagãs em geral, tinham não apenas a ele como alvo, mas todo esse gênero da poesia arcaica. Eusébio (Prep. Ev. [Preparação Evangélica] 5. 32, 33), por exemplo, caçoa dos oráculos de um deus [Apolo] que admira e defende Arquíloco, poeta obsceno e infame ‘que um homem decente sequer suportaria ouvir”. Como o imperador Juliano proibiu a leitura de Arquíloco e Hipônax, deduzimos que, nessa época, antologias que continham suas obras ainda seriam acessíveis. Após esse período, porém, não temos mas notícia de seus textos que, aos poucos, foram caindo no esquecimento. 1.2. M. West, Studies in Greek Elegy and Iambus, p. 26-27: A história era que Licambes acompanhara Telesicles a Delfos na ocasião em que o oráculo anunciou que o primeiro dos filhos de Telesicles a saudá-lo assim que desembarcasse seria θάνατος καοίδιμος [“imortal e digno de ser cantado”, Inscrição de Mnesiepes, A (E) II 43 ff.). Eis que o filho referido pelo oráculo fora Arquíloco. Um casamento foi então arranjado entre Arquíloco e uma das filhas de Licambes, Neóbule. Posteriormente, porém, Licambes rompeu o noivado e, logo em seguida, Arquíloco injuriou-o e suas duas filhas mediante iambos tão ferozes que eles (somente as filhas, em fontes mais antigas) enforcaram- se por vergonha. O poeta alega que encontrou as garotas no recinto de Hera e que elas o induziram a participar de uma orgia ou orgias juntos, os detalhes a respeito são descritos com a mais indecente clareza. [...] Supõe-se usualmente que os suicídios são acréscimos míticos. Uma história paralela é contada acerca das vítimas de Hipônax, Búpalo e Atênis, bem como acerca da própria Iambe. Búpalo e Atênis parecem que foram pessoas reais, escultores; Iambe foi uma personagem mítica. E quanto a Licambes e suas filhas? Foram pessoas reais ou

description

dim

Transcript of Handout 3 Discurso Historia[2sem2015]

  • 1

    1. Testemunhos Modernos

    1.1. Paula da Cunha Corra, As Armas e Vares: A Guerra na Lrica de Arquloco, p. 26:

    A classificao de Arquloco entre os poetas jmbicos nos cnones alexandrinos pode ter

    sido um fator determinante para sua fortuna como poeta satrico e para a nfase dada aos

    poemas jmbicos (especificamente aos relacionados s filhas de Licambes) que encontramos

    nas referncias mais tardias. [...] Aps o perodo alexandrino, Arquloco e sua obra sofreram

    severa crtica por parte de filsofos e Padres da Igreja que, no quadro da censura s letras

    pags em geral, tinham no apenas a ele como alvo, mas todo esse gnero da poesia arcaica.

    Eusbio (Prep. Ev. [Preparao Evanglica] 5. 32, 33), por exemplo, caoa dos orculos de um

    deus [Apolo] que admira e defende Arquloco, poeta obsceno e infame que um homem

    decente sequer suportaria ouvir. Como o imperador Juliano proibiu a leitura de Arquloco

    e Hipnax, deduzimos que, nessa poca, antologias que continham suas obras ainda seriam

    acessveis. Aps esse perodo, porm, no temos mas notcia de seus textos que, aos poucos,

    foram caindo no esquecimento.

    1.2. M. West, Studies in Greek Elegy and Iambus, p. 26-27:

    A histria era que Licambes acompanhara Telesicles a Delfos na ocasio em que o orculo

    anunciou que o primeiro dos filhos de Telesicles a saud-lo assim que desembarcasse seria

    [imortal e digno de ser cantado, Inscrio de Mnesiepes, A (E) II

    43 ff.). Eis que o filho referido pelo orculo fora Arquloco. Um casamento foi ento

    arranjado entre Arquloco e uma das filhas de Licambes, Nebule. Posteriormente, porm,

    Licambes rompeu o noivado e, logo em seguida, Arquloco injuriou-o e suas duas filhas

    mediante iambos to ferozes que eles (somente as filhas, em fontes mais antigas) enforcaram-

    se por vergonha. O poeta alega que encontrou as garotas no recinto de Hera e que elas o

    induziram a participar de uma orgia ou orgias juntos, os detalhes a respeito so descritos com

    a mais indecente clareza. [...] Supe-se usualmente que os suicdios so acrscimos mticos.

    Uma histria paralela contada acerca das vtimas de Hipnax, Bpalo e Atnis, bem como

    acerca da prpria Iambe. Bpalo e Atnis parecem que foram pessoas reais, escultores; Iambe

    foi uma personagem mtica. E quanto a Licambes e suas filhas? Foram pessoas reais ou

  • 2

    personagens mticas? J notamos aqui que as palavras iambos, juntamente com dithyrimbos,

    thriambos, ithymbos, pertencem a um seleto e unificado grupo, presumivelmente de origem pr-

    grega. No notvel que o mesmo elemento amb aparea no nome da figura que desempenha

    um papel recorrente nos iambos do expoente mais celebrado do gnero? Mais do que isso:

    ele sustenta o patronmico Dotades (fr. 57, 7), filho de Dotes. O que tambm significativo

    se iambo possui alguma ligao com os ritos de Demter, para o qual pensamos que o nome

    (ou o que quer que fosse) que a deusa assume no Hino Homrico (v. 122) no perodo

    anterior revelao de sua verdadeira identidade, um perodo durante o qual as zombarias

    de Iambe acontecem. H tambm uma forma elica de seu nome -. A possibilidade

    que estou a sugerir que Licambes e suas libidinosas filhas no eram contemporneos vivos

    de Arquloco, mas, sim, um estoque de personagens de um entretenimento tradicional com

    alguma (e talvez esquecida) base ritual.

    1.3. Ralph M. Rosen, Hipponax, Boupalos and the Conventions of the Psogos, p. 32.

    O nome Bpalo possui especial significado nos iambos de Hipnax, ainda que possa pertencer

    a uma pessoa real. O escultor Bpalo a nica figura a sustentar esse nome em todas as

    fontes suprstites, pesquisadores j notaram essa peculiaridade. No entanto, ningum,

    segundo me parece, props que talvez esse nome tenha um significado especial na poesia de

    Hipnax, presumivelmente porque se assume que seja o nome de uma personagem histrica.

    Eu sugeriria que a chave para o status de Bpalo na poesia hiponaquiteana reside justamente

    no seu nome, que pode ser compreendido como um jogo lingustico com os elementos

    - (similar a um boi) e (=). Assim dividido, o nome pode ser

    etimologizado tanto para significar falo de boi, como talvez mais simplesmente falo

    grande. Muitos fragmentos, como podemos perceber, situam Bpalo em situaes

    inegavelmente sexuais, a sugerir que Hipnax estava muito consciente quer da possibilidade

    semntica a que me referi, quer de sua adequao para o gnero imbico.

    2. Testemunhos Antigos

    2.1. Pseudo-Acro (Pseudacronis Schol. Ad loc. Schol. cod. Par. Lat. 8223 et 17897, ed.

    Botschuyver):

    Lycambes habuit filiam Neobulen. Hanc cum Archilochus in matrimonium postulassset,

    promissa nec data est a patre. Hinc iratus Archilochus in eum maledicum Carmen scripsit;

    quo tanto est dolore compulsus ut cum filia uitam laqueo finiret. + Lycambes filiam suam

    promisit Archilocho daturum uxorem, quod postea denegauit. Qua de causa iratus

    Archilochus camina scripsit in Lycamben et eius filias, itaque ex dolore carminum eius filiae

    laqueo uitam finirent.+ (eo usque prosecutus est iambis ut se ipsum Lycambes interficeret).

  • 3

    Licambes teve uma filha, Nebule. Tendo Arquloco a pedido em casamento, embora

    prometida, no foi dada pelo pai. Desde ento, Arquloco, irado, comps contra ele um

    poema maledicente; foi compelido por tamanha dor que se suicidou junto com a filha,

    enforcando-se. + Licambes prometeu dar sua filha como esposa a Arquloco, o que,

    irredutivelmente, negou em seguida. Por este motivo, Arquloco, indignado, comps poemas

    contra Licambes e suas filhas, de modo que, em virtude da clera desses versos, suas filhas

    se suicidaram, enforcando-se. + (Os iambos o perseguiram a tal ponto que Licambes deu

    cabo de si prprio)1.

    2.2. Esclios de Ovdio (Contra bis, v. 54):

    Lycambeo sanguine Lycambes Neobulen filiam suam Archilocho desponsauit et dotem

    promisit; quam quia postea negauit, Archilochus in iambico metro inuectiuam in ipsum fecit

    et tam turpia de eo dixit quod ipsum et uxorem et filiam ad laqueos coegit; maluerunt enim

    mori quam sub turpibus opprobiis uiuere.

    No sangue de Licambes: Licambes empenhou em casamento sua filha, Nebule, a Arquloco e

    prometeu um dote; porque a negou em seguida, Arquloco comps contra Licambes

    invectivas em metro imbico e acerca dele disse palavras to torpes que o impeliu, sua esposa

    e a filha a enforcarem-se. Preferiram, pois, morrer a viver sob torpes oprbrios2.

    2.3. Ateneu de Nucratis, Deipnosophistae [O Banquete dos Sofistas], 11, 112-113:

    ,

    , , , ,

    [] .

    Diz-se que, residindo em Atenas, Grgias teria mandado fazer uma esttua sua em ouro com

    o fim de dedic-la em Delfos. Quando Plato, vendo-o, disse que retornara finalmente o belo

    e dourado Grgias, este logo lhe respondeu: belo mesmo este novo Arquloco de Atenas!.3

    2.4. Plnio, o velho, Histria Natural, 36, 11:

    Iam fuerat in Chio insula Melas scalptor, dein filius eius Micciades ac deinde nepos

    Archermos, cuius filii Bupalus et Athenis uel clarissimi in ea scientia fuere Hipponactis poetae

    aetate, quem certum est LX Olympiade fuisse (540/ 537). Quodsi quis horum familiam ad

    proauum usque retro agat, inueniat artis eius originem cum olympiadum initio coepisse.

    Hipponacti notabilis foeditas uultus erat; quamobrem imaginem eius lasciuia iocosam hi

    1 Traduo de Alexandre Agnolon. 2 Traduo de Alexandre Agnolon. 3 Traduo de Alexandre Agnolon.

  • 4

    proposuere ridentium circulis. Quod Hipponax indignatus destrinxit amaritudinem

    carminum in tantum ut credatur aliquis ad laqueum eos compulisse: quod falsum est,

    complura enim in finitimis insulis simulacra postea fecere, sicut in Delo, quibus subiecerunt

    carmen, non uitibus tantum censeri Chium sed et operibus Archermi filiorum.

    Vivera na ilha de Quos um escultor de nome Melas, sucedido por seu filho, Micades, e

    depois por seu neto, Arquermo, cujos filhos, Bpalo e Atnis, foram sem dvida os mais

    preclaros nessa cincia poca do poeta Hipnax, que seguramente viveu durante a 60a

    Olimpada [540/537 a.C.]. Porm se algum considerar a famlia destes, retrocedendo at os

    antepassados, descobriria talvez que a origem de sua arte comeou com o incio das

    Olimpadas. Era notria a face horrenda de Hipnax; por esta razo eles expuseram por

    gracejo um retrato jocoso dele, causando o riso da Assemblia. Hipnax, indignado,

    censurou-os com o sabor amargo de seus poemas a tal ponto, que alguns crem que ele os

    compeliu a se enforcar: o que falso; pois, tempos depois, fabricaram ainda, em ilhas

    vizinhas, por exemplo, em Delos, muitas esttuas em cujos ps puseram um poema, para que

    Quos no fosse julgada por suas videiras, mas tambm pelas obras dos filhos de Arquermo4.

    2.5. Suidas (Suda) s. u. :

    , , ,

    .

    , .

    Hipnax, filho de Ptias e de Protes, a me. Natural de feso e poeta imbico. Habitou a

    cidade de Clazmenas, sendo exilado pelos tiranos Atengoras e Comas. Comps [iambos]

    contra Bpalo e Atnis, escultores, porque fabricaram retratos dele com o objetivo de ultraj-

    lo5.

    2.6. Calmaco fr. 380Pf [a respeito de Arquloco]:

    , ' '

    Do co a bile acerba possua, e da vespa o ferro agudo: e a boca o veneno de ambos destilava6.

    4 Traduo de Alexandre Agnolon. 5 Traduo de Alexandre Agnolon. 6 Traduo de Alexandre Agnolon.

  • 5

    2.7. Alceu de Messene, Antologia Palatina, 7, 536:

    ' ,

    .

    ,

    .

    Nem mesmo morto o velho deixou crescer sobre a tumba ramos cultivados de videira, mas a sara e a pereira sufocante irritam os lbios dos viajantes e garganta seca de sede, mas quem passa pelo tmulo de Hipnax rogue para que seu corpo repouse para ser benevolente7.

    2.8. Lenidas de Tarento, Antologia Palatina, 7, 408:

    ,

    ' .

    .

    .

    Passai sem tremer pela tumba para que no desperteis aguda vespa que repousa em sono. Pois h pouco a raiva de Hipnax, que latiu mesmo contra os pais, foi descansar em paz. Porm, acautelai-vos, pois suas palavras em chamas sabem ferir mesmo no Hades8.

    2.9. Tecrito, Antologia Palatina, 13, 3;

    ' .

    ,

    ' ,

    , , .

    Aqui jaz o feitor-de-poema Hipnax. Se s maligno, no venhas tumba dele; Se, contudo, s correto e de honesta origem, Com coragem te senta; querendo, dorme9.

    2.10. Dioscrides, Antologia Palatina, 7, 351:

    , ,

    , ,

    ,

    '

    .

    , , '

    ' .

    ' ,

    .

    Para os mortos a tumba sacra jura: ns, as Licmbides donas de m sina! no arruinamos nossa virgindade, nem nossos pais, nem Paros, ilha sagrada: mas, sobre nossa estirpe, terrvel oprbrio e fama odiosa lanou Arquloco. Nem na rua ou no grande templo de Hera vimos Arquloco: juramos pelos deuses! Se fssemos lascivas e cruis, de ns no desejaria filhos legtimos10.

    7 Traduo de Alexandre Pinheiro Hasegawa. 8 Traduo de Alexandre Pinheiro Hasegawa. 9 Traduo de Alexandre Pinheiro Hasegawa. 10 Traduo de Alexandre Agnolon.

  • 6

    3. Arquloco:

    Fragmento 172:11

    ,

    .

    Pai Licambes, como pensaste isto? Quem te perturbou o senso Em que antes te harmonizavas? Agora Os cidados de ti riem...

    Fragmento 177W:

    , , ,

    ' ' '

    ,

    .

    Zeus, pai Zeus, o cu teu domnio, Tu obras dos homens vs As vis e as de valor, a ti das feras Excesso e justia importa.

    Fragmento 188W:12

    '

    ,

    Tua pele delicada no mais floresce, pois j se torna murcha e o sulco da velhice atroz te destri.

    Fragmento 196aW, vv. 24-28:

    [

    ]

    .[

    ] '

    ]

    Entenda isso agora: a Nebule que outro homem possua Ai! Ai! Mulher passada, to dbil, tua flor virginal j murchou e o encanto, que outrora existia.

    Fragmento 205W:

    ' Sendo tu uma velha, no te untes com perfume.

    4. Hipnax13:

    Frag. 1W

    , .

    clazomnios, Bpalo matava.

    11 Traduo dos fragmentos 172 e 177 de Jos Cavalcante de Souza. 12 Traduo dos fragmentos 188W, 196aW e 205W de Alexandre Agnolon. 13 Fragmentos de Hipnax traduzidos por Fernando Rodrigues Junior.

  • 7

    Frag. 120-121W

    , .

    .

    Segure meu casaco, quero socar o olho de Bpalo. Pois sou ambidestro e socando no erro.

    Frag. 15W

    Por que com o infortunado Bpalo moras?

    Frag. 12W

    ] [].

    Com tais coisas enganado os filhos dos Eritreus, Bpalo, que dorme com a me, com Arete, ] puxando o prepcio de nome odioso.

    Frag. 13W

    , ,

    Bebendo do balde. Ela no tinha Nenhum copo, pois o garoto, tropeando, derrubou.

    Frag. 14W

    ' , '

    .

    Do balde Bebiam. Ora ele ora Arete Brindavam.

    Fragmento 32W:

    , ' , , ,

    ,

    ...

    .

    Hermes, caro Hermes, filho de Maia, Cilnio, Rogo a ti, pois muito miseravelmente estou com frio E bato os destes (...) D um manto a Hipnax, uma tunicazinha, Umas sandaliazinhas, umas pantuflinhas E sessenta moedas de outro muro.

    Frag. 36W

    ' ' ,

    ' ' .

    Pluto, porque completamente cego, Jamais indo minha casa disse: Hipnax, Dou-te trinta minas de prata E ainda muitas outras coisas, pois um /velhaco em suas entranhas.

  • 8

    Frag. 10W:

    .

    Pela fome torne-se seco. Que em seu rgo viril O pharmaks, sofrendo, seja golpeado sete vezes.

    Frag. 128W

    ,

    , ,

    ', < >

    ' .

    Musa, a Caribde-marinha, a faca na pana Do Eurimedontada, que come desregradamente, Conta-me, para perecer de um funesto destino por voto, Deliberao popular, ao longo da areia do mar estril.

    Frag. 28W

    ,

    '

    ,

    , ,

    .

    Mimne, rasgato at os ombros, no desenhes mais Uma serpente na parede de muitos bancos da trirreme, Fugindo do rostro ao timoneiro. Pois esta uma infelicidade e um pressgio, Escravo nascido de escravos, ao timoneiro, Se a serpente lhe morde a canela.

    Frag. 92W:

    ....

    [ .

    [

    ] [

    .]. [

    [

    [

    , [

    [

    '

    [

    , [

    ' [

    [.....]..[

    E falava em ldio: venh[a at aqui E como convm a um pederasta na bunda um fer[rolho enfia. E] o meu saco [ C]om um ramo de figueira golpeou, com[o a um pharmaks E]m dois bastes [ Em sofrimentos redobrado[s O ramo de figueira que do outro la[do me raspava Derrubando de cima. E[ Molhando-me com bosta[ A rua exalava um odor. E os escaravelhos zumbindo Vieram por causa do cheiro, mais de cinqenta. E dentre eles, uns derrubando [ Se lanavam, outros os den[tes afiavam E outros, tendo derrubado as porta[s, se precipitavam ]em Pigela[

  • 9

    THE GREEK ANTHOLOGY, with an english translation by W. R. Paton, in five volumes; Cambridge: Harvard University Press/ London: William Heinemann, vol. I-II and V, 1960; vol. III, 1958; vol. IV, 1956. AGNOLON, Alexandre. O catlogo das Mulheres: os Epigramas Misginos de Marcial. Coleo Letras Clssicas. So Paulo, Humanitas, 2010. ATHENAEUS. The Learned Banqueters. Edited and Translated by S. Douglas Olson. Cambridge, Mass., Harvard University Press, 2012. CALLIMACHUS. Aetia, Iambi, Hecale and other fragments. Edited and Translated C. A. Trypanis. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1975. CORRA, Paula da Cunha. Armas e Vares: a Guerra na Lrica de Arquloco. So Paulo: Editora da Unesp, 1998. HASEGAWA, Alexandre Pinheiros. Dispositio e Distino de Gneros nos Epodos de Horcio: Estudo Acompanhado de Traduo em Verso. Tese de Doutoramento apresentada do PPG Letras Clssicas da FFLCH-USP, orientador: Prof. Dr. Joo Angelo Oliva Neto. So Paulo, SP, 2010. PLINY, the Elder. Natural History. With an English translation by D. E. Eichholz. Cambridge/ London, Harvard University Press. Vol. X: books 35-36, 1962. ROSEN, R. M. Hipponax, Boupalos and the Conventions of the Psogos In: Transactions of the American Philological Association, Vol. 118. (1988), pp. 29-41. SUIDAE Lexicon. Lexicographi Graeci. Vol. 1. Pars III, K-O, W. Edidit Ada Adler. Editio stereotypa editionis primae (MCMXXXIII), Stuttgart, Teubner, 1967. Pars IV, P-Y. Edidit Ada Adler. Editio Stereotypa editionis primae (MCMXXXV). Stuttgart, Teubner, 1989. WEST, Martin. Studies in Greek Elegy and Iambus. Berlin/ New York, Walter de Gruyter, 1974. ______ . Iambi et Elegi Graeci ante Alexandrum Cantati. Oxford, 1989, v. 1