104

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL (HIS): PATOLOGIAS EM ALVENARIA

ESTRUTURAL COM ÊNFASE EM TRINCAS E FISSURAS.

Hebert Rodrigo Balbino - Acadêmica do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário

ESTÁCIO - Ribeirão Preto SP. hebertrbalbino@gmail.com

Leonardo Costa Cordeiro - Acadêmica do Curso de Engenharia Civil do Centro

Universitário ESTÁCIO - Ribeirão Preto SP. leonardocordeiro.lc@gmail.com

Lucas Rodrigo Miranda - Docente do Centro Universitário ESTÁCIO - Ribeirão Preto SP.

eng_lucasmiranda@hotmail.com

Resumo A expansão de habitações de interesse social (HIS) pelo programava Minha Casa Minha Vida

(MCMV), foi uma tentativa de solucionar o problema de déficit habitacional do Brasil. As

residências são construídas com o sistema construtivo de alvenaria estrutural, promovendo,

dessa forma, economia financeira e menor desperdício de materiais. Entretanto, é comum a

presença de vícios construtivos nessas residências, como trincas e fissuras, que podem

provocar, tanto desconfortos estéticos para os moradores, quanto prejudicar a resistência de

estrutura. Neste sentido, o objetivo desse trabalho é analisar como deve ser executada a

alvenaria estrutura e avaliar possíveis causas que provocam as patologias de trincas e fissuras.

Foram realizados dois estudos de casos envolvendo habitações de caráter social que

apresentavam os vícios de trincas e fissuras na alvenaria. Os resultados poderão direcionar a

avaliação da origem das fissuras e das trincas a partir das configurações das mesmas e como

elas estão distribuídas nas paredes. Dessa forma, conhecendo-se os problemas que ocasionam

trinca e fissuras na alvenaria estrutural, pode-se tomar medidas preventivas, evitando-se os

vícios na estrutura, e garantindo melhor qualidade no produto final.

Palavras-chave: Casas populares, vícios construtivos, alvenaria estrutural, trincas e fissuras.

Abstract The expansion of housing of social interest (HIS) by the program Minha Casa Minha Vida

(MCMV) was an attempt to solve the housing deficit problem in Brazil. As residences are

built with the construction system of structural masonry, thus promoting financial savings and

less waste of materials. However, it is common the presence of constructive defects in these

residences, like cracks and fissures, that can cause, as much aesthetic discomforts for the

residents as to undermine a resistance of structure. In this sense, the objective of the work is to

analyze how to develop the execution of a masonry structure and evaluator of causes that

cause as pathologies of cracks and fissures. Two case studies were carried out involving

housing of a social character that presented the defects of cracks and fissures in masonry. The

results are directed to an evaluation of the origin of cracks and fissures in their origins. In this

way, knowing the problems that cause crack and fissures in the structural masonry, one can

take preventive measures, avoiding the vices in the structure, and guaranteeing better quality

without final product.

Keywords: Popular houses, constructive vices, structural masonry, cracks and fissures.

105

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

Introdução

Diante do crescimento populacional e dos avanços tecnológicos, a indústria da

construção civil no mundo tem buscado sistemas mais eficientes de construção com o

objetivo de aumentar a produtividade, diminuir o desperdício e atender a uma demanda

crescente. No Brasil, a construção civil ainda é predominantemente artesanal, caracterizada

pela baixa produtividade e, principalmente, pelo grande desperdício. Porém, o mercado tem

sinalizado que essa situação deve ser alterada e que o uso de novas tecnologias é a melhor

forma de permitir a industrialização e a racionalização dos processos.

Entre os processos construtivos racionalizados, a alvenaria estrutural vem ganhando

um grande impulso no Brasil ao longo das últimas décadas (RAMALHO; CORREA, 2003).

Inicialmente o sistema destacou-se devido a notável redução dos custos da construção e a

grande agilidade e racionalidade do sistema, sendo solução para o grande déficit habitacional

do pais. Com o passar do tempo, vem se desenvolvendo e atingindo o mercado de obras de

médio e alto padrão, dominando empreendimentos horizontais e verticais em todo o pais.

Com o desenvolvimento do sistema, atualmente temos normas que balizam a

construção de empreendimentos verticais que no passado não se acreditava serem executados

nesse sistema.

Em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos temos executados empreendimentos de 14

pavimentos, sendo que em projeto sabe-se que poderíamos chegar a 18 pavimentos.

Esse processo, atualmente, é aplicado no programa governamental Minha Casa Minha Vida

(MCMV) para casas de padrão popular.

Devido a exigências dos órgãos financiadores, as empresas que assumem a

responsabilidade de construção de casas populares devem possuir um selo de certificação,

garantido que todos os procedimentos passem por rigorosa inspeção de acordo com o

PBQPH. Porém, mesmo com o resguardo das construtoras, é possível a observação de

manifestações de patologias, com foco para as fissuras, que são as principais causas segundo

Grimm (1988).

1. Objetivos

1.1 Objetivo Geral

Abordar patologias do sistema de alvenaria estrutural, com o foco em trincas e

fissuras, para casas de padrão popular (HIS), fazendo um estudo das causas e prevenções.

106

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

1.2 Objetivos Específicos

Análise do método construtivo em alvenaria estrutural;

Pesquisar as possíveis causas para as patologias de trincas e fissuras no sistema de

alvenaria estrutural;

Avaliar possíveis métodos preventivos para aumentar a qualidade do produto final;

2. Justificativa

O modelo arcaico da construção civil no Brasil permite que novas ideias para sistemas

construtivos diferentes possam ser estudados e aplicados, porém, ao mesmo tempo, torna a

aceitação desses sistemas um obstáculo, visto que não são muito conhecidos pela população e

a mão de obra deve ser específica e especializada, o que, atualmente, é um desafio para o país.

Para quebrar esse ciclo, artigos sobre novos modelos de construção, especialização de mão de

obra e argumentos em prol devem ser incentivados para que ocorra essa mudança.

De acordo com o último levantamento do IBGE feito em 2014 o Déficit Habitacional

total em 2014 era de 6.198.294 de moradias desse total 1.432.158 de moradias a serem

construídas ficam no estado de São Paulo. O governo federal criou o programa Minha Casa

Minha Vida para atender essas famílias, esse programa é controlado pelo ministério das

cidades que tem uma meta de construção de moradias. Para o ano de 2016 a meta seria de 35

mil unidades pertencentes a faixa 1 do programa Minha Casa Minha Vida que atende as

famílias mais carentes do país, porem devido crise política e economica vivida no país a meta

não será cumprida e serão construidas apena 18 mil unidades.

A construção residencial no Brasil é um dos principais motores da economia nacional

e muitas familias que inclusive trabalham na industria da construção não consegue conquistar

a sua casa propria devido aos altos custos de terrenos e construções praticados no país. De

acosdo com o CUB (indicador dos custos do setor da construção civil levantado pela CBIC –

Câmara Basileira da Industria da Construçã) o valor do m² de construção no mês de

agosto/2016 é de R$ 1.292,27, o que faria com que uma unidade habitacional de 45 m²

custasse 58.152,15.

Devido a essa expansão da construção do padrão HIS (Habitações de Interesse Social),

adotou-se o método construtivo em alvenaria estrutural. Segundo a Caixa Econômica Federal,

financiadora do programa MCMV, maioria das construtoras utilizam esse método. Porém

apesar dos processos de certificação de qualidade que as empresas devem apresentar para o

banco, visando conseguir o financiamento para as obras, ainda há vários requisios de

107

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

patologias nas estruturas que causam problemas de resistência ou desconforto estetico para os

usuarios. Para tanto, o estudo tem como objetivo abordar uma das patologias mais comuns

nesse tipo de sistema que são as trincas e fissuras, discutindo suas causas e possíveis

prevenções, melhorando dessa forma a qualidade do produto final que sera entregue para os

clientes.

3. Materiais e Métodos

A metodologia do presente trabalho tem como fundamento a coleta de dados, com

base em referência bibliográficas, para definição e explicação de patologias envolvendo

fissuras e trincas no sistema construtivo de alvenaria estrutural, focado para obras de padrão

popular. No trabalho, encontra-se as definições de como é executada a construção em

alvenaria estrutural e os cuidados com o controle de qualidade dos materiais e da execução da

mesma.

O método escolhido para a aplicação da metodologia foi a análise de dois estudos de

casos envolvendo casas de padrão popular que apresentavam os vícios construtivos de fissuras

e trincas. A partir dessa coleta de dados, foi analisado a origem de cada patologia

individualmente com base nas referências bibliográficas pesquisadas anteriormente e soluções

plausíveis para o problema

No resultado será feita a comparação dos dois estudos de caso para concluir qual o

problema mais comum que origina esse tipo de patologia em alvenaria.

4. Resultados

O desenvolvimento do trabalho foi realizado através de dois estudos de casos

envolvendo residências de padrão popular, segundo o índice do CUB (Custo unitário da

construção civil), localizadas no município de Ribeirão Preto – SP.

4.1. Estudo de caso I

A residência localizada na cidade de Ribeirão Preto – SP, situa-se na região Norte da cidade.

Trata-se de uma edificação térrea de padrão popular.

A residência é construída no sistema de paredes autoportantes (sistema similar a alvenaria

estrutural, por isso serão considerados os mesmos princípios de patologias que foram

abordados.)

Na residência, foram encontrados vários vícios construtivos relacionados a trincas e fissuras.

108

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

Figura 1: Vista frontal da residência localizada na Rua Rio Paramirim 709 Bairro

Ipiranga. Fonte: Autor.

Figura 2: Trinca na parede próximo ao teto. Fonte: Autor.

Figura 3: Fissuras ao centro da parede, disposta verticalmente. Fonte: Autor.

109

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

Figura 4: Trinca com origem próxima ao chão. Fonte: Autor.

Figura 5: Fissura localizada no encontro de paredes. Fonte: Autor.

Figura 6: Trinca acima da esquadria de ferro. Fonte: Autor.

110

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

4.2. Estudo de caso II

A residência, também localizada na cidade de Ribeirão Preto – SP, situa-se na região

Norte da cidade.

Nessa residência, foram encontrados vícios construtivos de fissuras e trincas. A casa

foi escolhida, pois suas características são similares ao primeiro estudo de caso – sistema de

paredes autoportantes, padrão popular e tempo de construção equivalente.

Figura 7: Vista frontal da residência localizada na Rua Bahia 871 Bairro Ipiranga. Fonte:

Autor.

Figura 8: Fissura distribuída ao longa da parede no sentindo horizontal. Fonte: Autor.

111

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

Figura 9: Fissura localizada no encontro de paredes.

Fonte: Autor.

Figura 10: Fissura localizada no encontro de paredes.

Fonte: Autor.

4.3. Comparação entre estudos de casos

Os resultados obtidos a partir da comparação dos dois estudos de casos estão

apresentados na Tabela 1.

112

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

Tabela 1: Tabela comparativa entre os dois estudos de casos.

1. ITENS COMPARATIVOS ESTUDO DE CASO I ESTUDO DE CASO II

1.2 CARACTERISTICAS DA

CONSTRUÇÃO

Padrão da construção R1-A¹ R1-A¹

Área 60 m² 70 m²

Tipo de fundação BROCA COM VIGA

BALDRAME ALICERCE DE PEDRA

Tipo de estrutura ALVENARIA AUTO

PORTANTE

ALVENARIA AUTO

PORTANTE

Pé direito 3 m 3,2 m

Possui laje SIM SIM

Tempo de construção 30 anos 25 anos

Solo TERRA ROXA² TERRA ROXA²

1.3 CAUSAS DAS PATOLOGIAS

Recalque da fundação

Sobrecarga por carga de compressão

Variação de Temperatura

X

Expansão por variação de umidade X X

1) R1-B Residência unifamiliar padrão baixo: 1 pavimento, com 2 dormitórios, sala, banheiro,

cozinha e área para tanque. 2 58,64 51,94

R1-N Residência unifamiliar padrão normal: 1 pavimento, 3 dormitórios, sendo um suíte com

banheiro, banheiro social, sala, circulação, cozinha, área de serviço com banheiro e varanda

(abrigo para automóvel) 3 106,44 99,47

R1-A Residência unifamiliar padrão alto: 1 pavimento, 4 dormitórios, sendo um suíte com

banheiro e closet, outro com banheiro, banheiro social, sala de estar, sala de jantar e sala

íntima, circulação, cozinha, área de serviço completa e varanda (abrigo para automóvel) 4

224,82 210,44

2) Segundo os dados encontrados no site da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto o solo

característico do município é a chamada terra roxa, originário da alteração de rochas

vulcânicas (Formação Serra Geral) e arenito (Formação Botucatu).

Fonte: Autor.

113

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

Para a elaboração da Tabela 1, foram levantadas informações dos estudos de casos

quanto as características das construções. Apenas considerando os dados relevantes para a

determinação das causas das trincas e fissuras e as ações origina-os.

Pelo levantamento das características das construções, foi constatado que ambos os

estudos de casos possuem o mesmo padrão construtivo (de acordo com o sistema avaliativo

do CUB), áreas construídas similares e mesmo tipo de sistema construtivo (alvenaria

autoportante), porém possuem algumas diferenças em relação ao tipo de fundação.

No primeiro estudo de caso, foi levantado o tipo de fundação como sendo brocas nos

encontros das paredes e vigas baldrames para sustentar as paredes, contudo não foi possível

analisar qualitativamente a fundação no local, logo não foi possível afirmar quanto a

resistência do solo e a profundida das brocas. No segundo estudo de caso, a casa foi executada

acima de uma fundação do tipo alicerce de rocha. Esse tipo de fundação é muito comum

utilizado em casas do tipo térreo quando temos solo resistente a pequenas profundidades.

Como não foi realizado nenhum estudo do solo previamente, não foi possível determinar se as

fundações das casas são as mais apropriadas para o tipo de construção e de solo do local. Em

construções de pequeno porte, o autor Thomaz (1990), sugere a utilização de estacas com

profundidade de 3 metros, mas vale ressaltar que isso é para casos genéricos e uma prática

popular, não devendo ser adotada por profissionais da área da construção civil.

Foi levantado que ambas as residências não possuem projeto para executar a estrutura.

É uma prática comum, a construção de casas populares, apenas utilizando-se o projeto de

aprovação de prefeitura ou, em alguns casos, sem qualquer tipo de projeto. Também foi

registrado que ambas as residências não passaram por nenhum profissional capacitado, seja

ele arquiteto, técnico de edificações ou engenheiro civil. Esse fato pode ser uma justificativa

para o grande número de patologias relacionadas a sobrecarga da estrutura, pois o tipo de

sistema de alvenaria autoportante comporta-se similar ao sistema construtivo de alvenaria

estrutural, e segundo a pesquisa bibliográfica realizada, as paredes comportam-se como

estrutura, sendo responsáveis por receber a carga proveniente das lajes e coberturas, e repassá-

las a fundação, logo os blocos utilizados na construção devem ter boa procedência e

possuírem certificado de qualidade quanto a sua resistência, e não devem ser assentados com

qualquer orientação e nem com qualquer traço de argamassa de assentamento, deve haver um

projeto previamente realizado. Com isso, o controle de execução e da qualidade da obra deve

ser visto com extrema importância, sendo indicado um responsável técnico para a construção

de modo a evitar problemas futuros quanto as patologias de trincas e fissuras.

114

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

Conclusão

Com a criação do programa Minha Casa Minha Vidas, foram construídos milhares de

habitações de interesse social (HIS) sob o sistema de alvenaria estrutural, pois, apresenta

como vantagens o menor valor final da obra e menor tempo de execução frente ao sistema

construtivo em concreto armado (chamada de sistema convencional). Porém, apesar das

vantagens citadas, as residências construídas com o sistema de alvenaria estrutural,

apresentam patologias, principalmente trincas e fissuras.

Para chegar a origem das patologias de trincas e fissuras, foi realizado diversos

estudos bibliográficos, utilizando autores que detalham a obra em alvenaria estrutural,

abordando cuidados durante a execução da obra e como devem ser executadas as paredes, que

nesse tipo de sistema, são as principais peças para a sustentação da mesma. Foi possível

analisar que, os blocos utilizados devem apresentar a devida resistência quanto a compressão

e que o elemento de união entres eles, a argamassa, deve possuir o traço especificado no

projeto. Também devem ser feitos corpos de prova compostos por blocos e argamassa (a esse

sistema dá-se o nome de prisma) para realizar testes de compressão e verificar a real

resistência do sistema.

Quanto a origem das patologias, foram abordadas quanto a sobrecarga da estrutura,

recalque da fundação e variação de temperatura. Existem outros tipos de eventos que podem

ocasionar trincas e fissuras, porém para esse estudo, foram considerados apenas os que são

mais frequentes segundo os autores pesquisados. Com base nesse estudo, foi possível analisar

a origem da trinca segundo a sua configuração, ou seja, como ela se apresenta na alvenaria.

Trincas e fissuras verticais cuja origem está no centro da parede junto ao piso ou ao teto,

possivelmente são ocasionadas pelo recalque da fundação. Quando possível sentido inclinado

e estão junto a quinas de portas e janelas, são ocasionadas por sobrecarga na estrutura.

Por fim, foram realizados dois estudos de casos, envolvendo construções de

residências feitas com alvenaria autoportante (similar a alvenaria estrutural) em que foram

observadas as patologias de trincas e fissuras. Com base na coleta de dados, foi possível

avaliar que ambos os casos, as principais fontes das patologias foram a sobrecarga da

estrutura e o recalque da fundação. Conforme abordado na discussão dos resultados, os efeitos

da sobrecarga, estão profundamente relacionados a utilização de materiais sem precedência ou

sem selo de qualidade, que indica a sua resistência, e também a utilização de mão de obra não

qualificada e da não utilização de projeto de estrutura. Quanto ao recalque da fundação, a falta

115

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

de estudos no solo, como o ensaio SPT (Soil Penetration Test), poderiam indicar a melhor

fundação para a construção, com base no tipo de solo e de obra a ser executada.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15812 – 1.

Alvenaria estrutural – Blocos Cerâmicos Parte 1: Projetos. Disponível em

<https://pt.slideshare.net/Rafamalhadoc/nbr-15812-1-2010>. Acesso em 12 abril 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15812 – 1.

Alvenaria estrutural – Blocos Cerâmicos Parte 2: Execução e controle de obras.

Disponível em <https://pt.slideshare.net/Rafamalhadoc/nbr-15812-2-2010>. Acesso em 12

abril 2017.

ALVENARIA ESTRUTURAL – BLOCOS E TIJOLOS DE CONCRETO. Disponível em

<http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/alvenaria-estrutural/blocos_concreto.php>.

Acesso em 12 abril 2017.

ANTUNES, Bianca. Alvenaria estrutural. Disponível em:

<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/41/alvenaria-

estrutural-281680-1.aspx>. Acesso em 18 setembro 2016

BASSO, Admir RAMALHO, Marcio Antonio. Corrêa, Marcio Roberto Silva. Fissuras em

paredes de alvenaria estrutural sob laje de cobertura de edifícios. CONPAT/1197

CRISTIANO RICHTER, M. Sc. Curso de extensão: Área de Ciências Exatas e

Tecnológicas.

DUARTE, R.B. Fissuras em alvenaria: causas principais, medidas preventivas e técnicas

de recuperação. Porto Alegre, 1998. CIENTEC – Boletim técnico n.25.

GRIMM, C.T. Masonry Cracks: Cause, Prevention and Repair. Masonry International,

BMB, v. 10, n.3, p.66-76, 1988

RAMALHO, M.A: CORRÊA, M.R.S. Projetos de edifícios de alvenaria estrutural. São

Paulo, Pini. 2003.

RICHTER, C.; FORMOSO, C.T; MASUERO, A.B. Análise de manifestações patológicas

de alvenaria estrutural em empreendimentos habitacionais de baixa renda. Florianópolis.

ENTAC 2006.

SABBATINI, F.H. Alvenaria Estrutural – Materiais, execução da estrutura e controle

tecnológico: requisitos e critérios mínimos a serem adotados para solicitação de

financiamento de edifícios em alvenaria estrutural junto a Caixa Econômica Federal.

Caixa Econômica Federal, Diretoria de Parceiros e Apoio ao Desenvolvimento Urbano.

Março, 2003.

116

Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 104-116, jul/dez. 2017

TAUIL, Carlos Alberto. Alvenaria estrutural / Carlos Alberto Flávio José Martins Nesse. –

São Paulo: Pini, 2010.

THOMAZ, E. Trincas em Edificações: causa, prevenção e recuperação. São Paulo: Pini,

Escola politécnica da USP: IPT 1989.

THOMAZ, E.; HELENE, P. Qualidade no projeto e na execução de alvenaria estrutural e

de alvenarias de vedação em edifícios. Boletim técnico da Escola Politecnica da USP,

Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/252. São Paulo, 2000.