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Nos ultimos trinta anos, a possibilidade de cura de um cancer em fase inicial aumentou cerca de 40%. Na decada de 70, ela era de 55%*. Hoje e de H ZON E MAIS C AR 75%' *Em porcentagem de paclentes vivos depois de cinco anos do fim do tratamento

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Nos ultimos trinta anos,a possibilidade de cura de um

cancer em fase inicial aumentoucerca de 40%. Na decada de 70,

ela era de 55%*. Hoje e de

H ZON E MAIS C AR

75%'

*Em porcentagem de paclentes vivosdepois de cinco anos do fim do tratamento

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o cancer e fazenda cele perea a imagem sombria

de predador. Para a suadesmitifiea~ao, contribuem

- e muito - os depoimentosde gente famosa, como Jose

Alencar, Hebe Camargo,Christina Applegate eLance Armstrong, que

resiste it doen~a combravura e otimismo

o cancer e aquele onibusque ninguem' quer mascom que se conta; nio

se corre abis dele, masquando ele passa se toma

s versos acima sac deJoao Cabral de MeloNeto, mono em 1999- nao de cancer, masde causas associadas auma doen~a degenera-

tiva. Poeta vinuoso, urn dos maiores dalingua ponuguesa, Joao Cabral conse-guiu condensar seu tema numa imagemcotidiana, de a1cance universal: paraalern do alto grau de incidencia dadoen~a, a fatalidade com que 0 diag-nostico de cancer cost,uma ser recebi-do. De faro, esta longe de ser uma ba-nalidade ouvir que se e h6spede de urnrumor maligno. Mas tambem e verdadeque isso deixou de significar, necessa-riamenre, a emissao de urn atestado de6biro. Pegue-se, a titulo de exemplo, 0caso do vice-presideme Jose Alencar.Ern setembro do ano passado. ern en-trevista a VEJA, ele disse: "Estou pre-parado para morrer". Naquela ocasUio,Alencar iniciava sua II" batalha contraurn cancer na regiao abdominal, de tec-tado em 2006. Com urn progn6sticosombrio, a declara~ao a revista sooucomo a rendi~ao de urn homem ate en-tao otimista. De la para ca, no emanto,Alencar apareceu mills 28 vezes naspaginas de VEJA - ern meio, princi-palmeme, a notfcias pOlfticas e econo-micas. A quirnioterapia a que ele vemsendo submetido tern dado resultadospositivos. Os medicos nao falam emcura, mas Alencar tern levado uma vidapraticamente normal. Foi padrinho decasamento do irmao e chegou ate a co-gitar candidarar-se ao Senado nas elei-~oes de oumbro. 0 quadro cHnico dovice-presidenre ilustra nao s6 a sua re-sisteocia ffsica e emocionaI, como aevolu~ao impressionante da medicinadiante do cancer nos I1ltimos dez anos.

"0 cancer moldou a sua pr6pria rni-tologia de urn predador obsceno e de-monfaco, um ca~ador sombrio e inven-cive!", definiu 0 bi6logo ingles MelGreaves. A aura de obsceno, demonfaco

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e sombrio e'diffcil de cancelar, em quepese 0 comportamemo de pessoas cora-josas coino Alencar. Invencfvel, contu-do, 0 ca.ncer nao e mesmo, enfatize-se.Hoje, 75% dos casos flagrados em esta-gio inicial podem ser curados. QuaremapOl' cento a mais em rela~ao ao queocorria na decada de 70. [SSG, na media.o fndice de remlssao total no tratamen-to de urn tumor como 0 de ffgado, antesaltamente le£al, hoje e de 85% - concra35% na decada passada. Resultados taoexuberantes estao fazendo com que ospacientes comecem a falar abertamenteda doen~a, com uma esperan~a que avi-va em si pr6prios e em seus semelhan-tes a disposiyao para enfrentar 0 cancer- melhorando, assirn, 0 grau de adesaoas terapias, num cfrculo virtuoso queajuda a elevar as estatfsticas de cura.Nesse sentido, as celebridades atingidaspela doen~a rem dado urn born exemploao expor sua Iuta. "A baralha contra 0tumor trouxe urn novo sentido a inlnhavida", disse, em 2008,a atriz america-na Christina Applegate, entao com36 anos, a rede de televisao ABC. Naencrevista que emocionou rnilhoes deamerican os, ela contou que havia sidosubmetida a extirpa~ao total das duasmamas em decorrencia de urn cancer deorigem hereditaria. No ana seguinte, elarecebeu uma homenagem da revisraamericana People: foi capa da publica-<;aona condi<;ao de "a mulher mais bo-nita do mundo". Recentemente, foi avez de a apresentadora brasileira HebeCamargo, de 81 anos, dar seu testemu-nho, relatando, "toda serelepe", comoenfrentou a quimloterapia a que foi sub-metida para elimlnar um cancer no peti-t()nio, a membrana que reveste os 61'-gaos da regiao abdominaL "Descobrique a doen~(~ nao e 0 monstro de quetanto falam. E preciso acabar com essasbesteiras", disse Hebe a VEJA.

As notfcias esrao melhores tambempara os pacientes sem chance de cura.Hoje, no Brasil, ha cerca de 170000homens e mulheres nessa condi<;ao."Pelo menos a metade deles conseguemanter uma rotina razoavelmente nor-mal, pOI' causa das novas medica<;oesdesenvolvidas pela oncologia", diz Ser-gio Simon, oncologista do Hospital Al-bert Einstein, em Sao Paulo. Ou seja,podem tocar 0 dia a dia livres de dol' ecom mais autonomia. Dm dos tumores

VIVE-SE·MAIS - E MELHORHoyos casos de cancer

por ano no Brasil

52000

.50000

30000

30000

·19000

4000

Chance de cura dadoen~ em fase inicial

Media de sobreyidaem fase metastatica

• Lanlsabreem se

• Atepar mtsubstij

Fontes: Alexandre Leon (dermatoiogista), Antonio Frasson (oncologista). Ben·Hur Ferraz Neto (cirurgiiJo hepatico),Bernardo Garicochea (oncologista), Fabiana Makdissi (mastologista), Glauco Baiocchi Neto (oncologista). GustavoGuimariJes (oncologista), Jefferson Gross (cirurgiiJo towcico), Marcello Fanelli (oncologista), Paulo Hoff (oncologista)Roberto Hegg (mastologista). Sergio Simon (oncologista),.Vladmir Claudio Cordeiro de Lima (oncologista)

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AS avant;os recentes na medicina tiveram urn impacto nao s6 no tratamento do cancer em fase inicial, comono aumento da sobrevida (com qualidade) de pacientes em fase avant;ada da doent;a. Por qualidade de vida,nesses casos, entenda-se a ausencia de dor e a manutent;ao relativada autonomia do doente

• Os equipamentos de radioterapia estao mais precisos e 0 tratamentooferece menos risco de lesoes nos orgaos vizinhos a prostata, a bexigae 0 reto. Com isso, foi posslvel aumentar as doses de radiagao em30%, em media - 0 que reduz 0 Indice de fatalidade da doen«a

• Hoje, 70% dos casos sao identificados em fase inicial, facilitandoo tratamento e a recuperagao do paciente. Ha vinte anos, esse Indiceera de apenas 40%

• Os mamografos mais modernos permitem a detecGao de lesoes de ate0,5 centfmetro de diametro. Os aparelhos de dez anos atnls so flagravamnodulos a partir de 1 centlmetro. Com isso, 0 Indice de diagnosticosprecoces saltou de 35% para 60% do total de casos

• 0 usa do medicamento trastuzumab (Herceptin), em meados dos anos2000, aumentou a sobrevida de pacientes em fase inicial da doenGa emquase 60%

• Com a colonoscopia virtual, oito de cada dez casos hoje sac detectadosem fase inicial - 0 dobro em relagao aos anos 90

• Ha uma decada, existia apenas um quimioterapico disponfvel. Hoje, sacoito substiincias, com destaque para a oxaliplatina. Com ela, a chance decura de pacientes em estagios avan«ados aumentou 30%

• Aparelho de imagem que mede a atividade metabolica da celula, 0 PETaperfei«oou 0 diagnostico da doen«a. Antes dele, cerca de 10% dos tumoresem metastase eram tidos como confinados ao orgao

• Com equipamentos de radioterapia mais precisos, foi posslvel aumentaras doses de radiagao em 10%, 0 que resultou em tratamentos mais eficazes

• Gragas a redugao dos efeitos colaterais da quimioterapia convencional,a adesao ao tratamento cresceu 40%

• Ate a ultima decada, a quimioterapia nao era utilizada, dada a resistenciado cancer uterino a esse tipo de tratamento. Recentemente, descobriu-seque, em pequenas doses, ela aumenta em 12% a chance de cura

• Com a adesao de 55% das brasileiras, 0 exame papanicolau flagra adoen«a em estagios iniciais

• No campo da prevengao, estao disponlveis no mercado, desde 2006,duas vacinas contra 0 virus HPV,associ ado a 90% dos casos da doenGa

• Langado em 2008,0 Nexavar e 0 primeiro quimioterapico com efeitosobre 0 cancer de ffgado. Ele aumenta a sobrevida de pacientes gravesem seis meses, em media

• A tecnica de abla«ao, que destroi 0 tumor queimando-opor meio de uma agulha, pode, em alguns casos,substituir operagoes de grande porte

~Tumordeprostata

~

~Tumor Ademama ~.

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Medicina

BRAVURA E UMA DEZENADE TRATAMENTOS

Desde 2006, quando recebeu 0 diagllosricopara 0 dincer na regUlo abdominal, 0

Fi<:e-presideme JoseAlencar, de 78 anos, Femresislindo bravarneme iT doenfa. ESld IW sell

1r rraramemo. Ele jd foi submelido acinJrgias agressivas, sessiJesde radiOlerapia

e are a um medi£amemo ainda emfaseexperimemal. Os medicos nao falam emcura,nUis Alencar rem conseguido leFar uma l'it/apralicameme IWmUlI. Dez anos (/lrds, mesnwurn paciellle com laflla coragem como ele nlio

reria como enfrenrar a doenfa

GENEnCA CONTRA OS TUMORESAos 36 ([Jws, em 2008, a aTri::.

americana Christina Applegateallunciou leI' passado POl' uma

nUlSleeromia bilareral- a relirat/ada mama onde 0 lumor joi

encomrado e a eXlrafao prevemivada OUlra, sadia. Chrislina lOmou

essa decisiJo radical pOl' serponadora de uma allerafiJo

gellelica que junciOTUI como unUicondenafilo ao cancer de mama.

Hoje, grafas a profilaxia generica,a probab(lidade de ela leI' uma

recidiva da doenfa gimemlOmo de 1% (sempre

sobram celulasmamarias depois da

ma.5leclOmia).

mais agressivos e resisremes a rrata-memos e 0 de pulmao em fase de me-tastase, quando ja se alastrou para pelomenos outro argao. Mesmo assim, amedia de sobrevida de urn paciemenessas condi<;5es pulou para dois anos.Na decada de 90, era de apenas setemeses. "Qualquer tempo a mais e es-sencial para que 0 doente renha a opor-tunidade de apaziguar-se, pondo emordem a vida prarica, familiar e erno-cional", diz 0 oncologista BernardoGaricochea. da Pomiffcia UniversidadeCarolica (PUC) do Rio Grande do SuI.Pode parecer pouco, mas a possibilida-de de anrever 0 fim da propria exisren-cia com rranquilidade e algo belo -desde que se adore a perspecriva dopensador romano Cfcero, ecoada pelofrances Momaigne, segundo a qual"filosofar nao e omra coisa que pre-parar-se para a morte".

Urn dos caminhos de rraramemocontra 0 cftncer mais invesrigadospela medicina refere-se a cria9aode vacinas rerapeuticas - medica-memos que estimuIam 0 sistemaimunologico no combare as celu-Ias cancerosas. Ha dois meses, aFDA, a agencia americana de con-!Tole de remedios, aprovou a pri-

meira dessas vacinas. Desenvolvidapelo Iaborarorio Dendreon, a Provengee desrinada a paciemes com cftncer deprostata. Nos resres, doemes com tumorem esragios avan9adbs ganharam, emmedia, cinco meses a mais de uma vidarelativameme boa. 0 emusiasmo dos

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a traca-de me-ara peloassim, apacienteis anos.nas seteis e es-a opor-

ndo eme emo-emardoersidadedo SuI.sibilida-existen-belo -tiva doda peloa qUalue pre-

tamentostigadoscria'.(aomedica-sistemaas celu-eses, ade con-

a pri-volvidaavengencer demrumoram, emma vidamo dos

medicos com a Provenge nao se explicaapenas pelo aumenro da sobrevida dospacientes. "S6 de se revelar eficaz, essavacina simboliza urn marco nas terapiasanticancer", diz 0 oncologista GustavoGuimaraes, do HospitalAC. Camargo,em Sao Paulo. 0 maior feiro dos inven-tores da. Provenge 1'01 ter vencido urngrande obstaculo no desenvolvimentodas vacinas terapeuticas: 0 de levar 0organismo a identificar apenas as celu-las cancerosas como agenres nocivos e,assim, passar a temar desrrui-las. "0corpo tern extrema dificuldade em reco-nbecer 0 cancer como urn ser estranho,ja que ele surge de celulas sadias", ex-plica 0 medico Marcello Fanelli, ram-hem do Hospital A.C. Camargo.

A treme imunol6gica de combare aocancer foi inaugurada nos anos 70, coma chegada ao mercado do interferon.Lan'.(ado originalmente para 0 cornbatede viroses respirat6rias, 0 remedio logoteve seu uso ampliado para paciemescom mmores malign os, por rer se mos-trado urn potente estimulador do siste-ma de defesa do organismo. Mas, ape-sar de rodas as esperan'.(as deposiradasno interferon, ele nao se revelou eficaz.Ao contrario das novas vacinas, dese-nhadas para facilitar 0 reconhecimentodas celu]as cancerosas, ele nac conse-guiadeter a prolifera9ao dos rumores,porque sua a~ao era muito difusa. 0 in-terferon s6 e usado hoje como ultirnissi-ma carrada contra tipos raros de cancer.Entre esses mmores estao alguns linfo-mas e 0 melanoma. 0 seu efeito, no en-ramo, e muito limitado.

Para desenvolverem a vacina Pro-venge, seus idealizadores escolberamtrabalhar com a celula CD54, uma pro-rerna do linf6cito responsavel por dis-parar 0 alarme do sistema imunol6gicocontra a presen<;a de urn corpo esrranhono organismo. Eles a marcaram comuma prorefna criada em laborar6riomuito semelbante IiPAP, encontrada em95% dos tumores de pr6stata. Ao ser in-jetada no paciente, a CD 54 modificadaensina as ourras celulas de defesa aidentificar como ageme agressor aque-las que comem a protefna PAP. A Pro-venge representa uma conquista e tanto,mas ela demorara a se tomar urn trata-mento de rorina. Suas tres doses cusram98000 d6lares. Isso porque seu proces-so de fabrica~ao e complicado, visto

SOBREVIDA (MUlTO) MAlOREm janeiro, a apresemadora Hebe Camargo, de 81 anos, foi diagnoslicada

com l/Ill cancer no perilonio, a membrana que revesle os 6rgaos da regiiio pelvicae abdominal. A doenr;a esld comrolada grar;as ao lralamemO quimiOlerdpico

ao qual elajoi submelida. Dos anos 90 para cd, com 0 surgimemo de medicar;oesmais precisas comra esse lipo de llImor, as chances de sobrevida mimemaram 50%

que as CD54 a ser modificadas preci-sam ser reriradas de cada paciente.

Esrudam-se vacinas terapeuticas pa-ra glioma. 0 tipo mais comum e letal detumor de cerebro (que virimou 0 sena-dor americano Ted Kennedy), melano-ma e cilnceres de pulmao e mama. Elasforam urn dos assumos de maior desta-que duranre 0 46° Congresso da Socie-dade Americana de Oncologia CHnica(Asco). realizado M tres semanas emChicago, nos Estados Unidos. Urn dostrabalhos que alvoro<;aram os partici-

panres foi 0 da vacina ipilimumabe,contra 0 melanoma, do laborat6rioBristol-Myers Squibb. Os l1Irimos re-sultados mostraram que a ipilimumabepode dobrar a expectariva de vida de pa-cientes vftimas da doen~a em esragiosavan<;ados. Isso significa dois anos amais, em media, em compara<;ao comos doenres submetidos a tratamentos

. convencionais. A vacina contra 0 glio-ma, batizada pelo laborat6rio Pfizer deCDX-llO, impediu a ·progressao dadoen<;a por, em media, cinco meses. Va-

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Ie repetir: por enquanto, 0 grande meri-to de tais vacinas, muito mais do que 0aumento da sobrevida em si, e a com-prova<rao de que a imunoterapia e urncaminho viavel na luta contra 0 cancer.

Alem das vacinas, existem 295 no-vos medicamentos em esmdo contra osmais diversos tipos de cancer - 0 triploem rela<rao b::1dez anos. Eles saD qui-miotenlpicos e, em grande parte, per-tencem ao grupo das terapias-alvo -que impedem a prolifera<rao das celulastumorais, sem afetar as celulas sauda-veis. Com esse mecanismo, reduzem-seenormemente os efeitos colaterais. Osprimeiros remedios dessa classe surgi-ram no inicio dos arros 2000. Entre osmais utilizados estao 0 Avastin (contraos mmores de intestino, mama e rim), 0Erbitux (intestino), 0 MabTbera (linfo-ma). 0 Herceptin (mama), 0 Nexavar(ffgado e rim) e 0 Sutent (rim).

Com 0 aprimoramento da analisegenetica dos tumores, tais medicamen-ros da terapia-alvo saD0 primeiro passorumo ao tratamento individualiz<ido -urn sonho dos oncologistas, visto que,nao bastasse haver 802 tipos de neopla-sia, mmores identicos podem responderde formas diferentes a urn mesmo pro-cedimento. Veja-se 0 caso do Erbitux.Em 2007, urn an.o depois de ter sidolan<rado, descobriu-se que os pacientescom cancer de intestino em fase avan-<radaportadores de uma muta<rao no ge-ne KRAS, especffica de alguns turnoresno 6rgao, nao respondem ao medica-mento. Quatro em cada dez doentesapresentam essa altera<rao genetica. Ouseja, ao abandonarem urn tratamentoineficaz, eles nao perdem tempo paratentar buscar armas mais efetivas contrao seu problema. Na conferencia ·emChicago, foram apresentados resultadosde urn estudo com 0 remedio crizotinib,contra cancer de pulmao. Fabricado pe-10 laborat6rio Pfizer, ele esta na fasedois de pesquisa, aquela que atesta aeficacia e a seguran<;ado produto. 0 no-vo medicamento destina-se a pacientescujo tumor possui lima mutac;ao no ge-ne ALK. Diz 0 oncologista Paulo Hoff,do Hospital Sfrio-Libanes, em Sao Pau-lo: "A personaLiza<raodos tratamentospode ser a Pe<raque faltava para enten-der esse quebra-cabe<;a complexo cha-mado cancer". •

COM REPORTAGEM DE CAROUNA ROMANINI