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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO GUILHERME VIEIRA LEITE GESTÃO DE PROCESSOS: PROPOSTA DE MELHORES PRÁTICAS VIA SIAPE. ESTUDO DE CASO NO COLÉGIO PEDRO II / RJ Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total. Orientador: Prof. Júlio Vieira Neto, D.Sc. Universidade Federal Fluminense Niterói 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE

MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

GUILHERME VIEIRA LEITE

GESTÃO DE PROCESSOS: PROPOSTA DE MELHORES PRÁTICAS VIA SIAPE. ESTUDO DE CASO NO COLÉGIO PEDRO II / RJ

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em

Sistemas de Gestão da Universidade Federal

Fluminense como requisito parcial para obtenção do

Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de

Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de

Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade

Total.

Orientador:

Prof. Júlio Vieira Neto, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Niterói 2017

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Ficha Catalográfica

L533g Leite, Guilherme Vieira

Gestão de Processos: Proposta de Melhores Práticas Via SIAPE.

Estudo de Caso do Colégio Pedro II / Guilherme Vieira Leite –

Niterói, 2017.

117 p.: il.

Dissertação. (Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão) –

Universidade Federal Fluminense, Escola de Engenharia, RJ, 2017.

Orientadora: Júlio Vieira Neto

1. Cultura Organizacional 2. Gerenciamento de Processos 3.

SIAPE I. Título.

CDU: 658.3

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Colégio Pedro II, através de seu Reitor e de sua Diretora de

Desenvolvimento Humano e Organizacional por todos os esforços que resultaram na

parceria com a UFF para oferecimento do Mestrado aos seus servidores.

À equipe da PRODI, em especial ao Diretor e amigo Luiz Francisco e aos

colegas de curso Marcio Duval e Cesar Bastos e de Seção Roberto Pontes, que pela

proximidade foram grandes ouvintes, incentivadores e compreensivos com minhas

angustias e desassossego nas questões tratadas neste mestrado.

A todos os colegas da turma do mestrado pelos momentos que puderam

ouvir, concordar e discordar de minhas colocações. Aproveito o momento para me

desculpar pelos momentos divergentes e constrangedores no afã de me expressar,

bem como na partilha de nossos trabalhos.

Ao meu orientador, Professor Júlio Vieira, pela sua paciência, presteza e

sinceridade que demonstrou na análise do tema e sobre tudo sua sabedoria nas

abordagens na elaboração desta pesquisa, rascunhando rumos a seguir.

Aos meus filhos, Ana Carolina e José Guilherme, que mesmo a distância

sempre estão em meus pensamentos e serão eterna alegria de meu viver. A

saudade em alguns momentos é insuportável e as lembranças é o remédio.

Carolina e Clarice, que me proporcionaram oportunidade de vê-las crescer e

aprender com elas coisas boas da vida, sendo verdadeiro bálsamo para coisas ruins

em nosso cotidiano.

A minha esposa Renata Barros, que foi muito além de colega de turma no

decorrer do curso. Incompreensiva e intransigente em alguns momentos, respeitosa

quanto às opiniões divergentes. Compreensiva dos momentos desanimadores e

incentivadora para prosseguir.

Agradeço a Deus, de quem sou temente e crente, que durante toda a minha

vida pude sentir, nos momentos bons e ruins, presente e por ter me dado sabedoria

para compreender os rumos que a vida busca.

Ao meu saudoso e insubstituível pai, José Roberto e minha querida e amada

mãe, Vilma com mais essa conquista em minha vida.

Aos meus irmãos que sempre foram fontes para que eu pudesse perseverar

em busca de minhas metas.

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“Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído

de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão”. (São Francisco de Assis)

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RESUMO

Este estudo aborda a questão do histórico na tramitação de processos e ações rotineiras em duas áreas – Cadastro e Pagamento - dentro de em uma instituição pública federal de ensino, o COLEGIO PEDRO II-RJ. Relevante destacar que, destas ações emanam reflexos na vida do servidor, cadastral e financeiramente. Atualmente, a forma como é realizado o ingresso e o tratamento dado aos processos apresentam problemas, não atendendo inúmeras vezes as expectativas dos funcionários e dos clientes. A área delimitada para pesquisa foi definida onde se destinam os processos administrativos, que necessariamente incluem, excluem ou alimentam dados no SIAPE, Sistema Integrado de Administração de Pessoal, ferramenta desenvolvida pelo SERPRO e usado em todo o funcionalismo público federal. O presente trabalho objetiva apresentar uma proposta de melhoria de tramitação de processos que atenda às necessidades de clientes internos e externos. Pesquisada a Cultura Organizacional como um dos fatores de desalinhamento entre ações. A pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva. Quanto aos meios, utilizou-se a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. O instrumento de pesquisa aplicado foi o questionário, a fim de que os participantes pudessem exprimir suas experiências e necessidades profissionais. Por meio da análise de resultados, se constatou as principais dificuldades enfrentadas pela instituição pública federal de ensino em controlar os processos, viabilizando práticas satisfatórias e atendendo aos anseios dos stakeholders: não realização de treinamento, a falta de mapa de atividades, o sistema de informação que não foi desenvolvido de acordo com as necessidades dos usuários e a inexistência de padronização e manuais de procedimentos. Além disto, se percebeu quais fatores poderiam trazer benefícios para um funcionamento mais eficaz. A relevância deste trabalho está na apresentação de uma proposta de melhoria que possa trazer uma maior satisfação para os clientes internos e externos da instituição pública de ensino e auxiliar a todos que buscam introduzir melhores práticas no tratamento aos processos que demandam, via SIAPE, em uma maior presteza e celeridade ao público alvo.

Palavras-chave: Cultura Organizacional. Gerenciamento de processos. SIAPE.

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ABSTRACT

This study addresses the issue of history in the processing of routine processes and actions in two areas - Registration and Payment - within in a federal public institution of education, COLEGIO PEDRO II-RJ. Important to point out that these actions emanate reflected in the life of the server, cadastral and financially. Currently, the way it is carried out the ticket and the treatment of cases present problems, not meeting many times the expectations of employees and customers. The enclosed area for research was defined which are intended administrative processes, which necessarily include, exclude or feed data in SIAPE, Integrated Personnel Management, a tool developed by SERPRO and used throughout the federal civil service. This paper aims to present a proposal for improvement in handling processes that meets internal and external customer needs. Organizational Culture was researched as one of the factors of misalignment between actions. The research can be classified as exploratory and descriptive. As for the means, we used the literature and the case study. The research instrument used was the questionnaire, so that participants could express their experiences and professional needs. Through the analysis results, it was found the main difficulties faced by the federal public educational institution in control the processes, enabling satisfactory practices and taking into account the concerns of stakeholders: not conducting training, lack of activity map, the information system not developed according to the needs of users and the lack of standardization and procedure manuals. Also, if realized what factors could bring benefits to a more efficient operation. The relevance of this work is the presentation of a proposal for improvement that can bring greater satisfaction to internal and external customers of the public educational institution and assist all who seek to introduce best practices in the treatment of processes that demand, via SIAPE, in a greater agility and speed to the target audience.

Keywords: Organizational Culture. Management processes. SIAPE.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Níveis de Cultura (Schein, 1992, p.17). ....................................................... 40

Figura 2 - Fluxograma ................................................................................................... 50

Figura 3 - Tela inicial operacional do SIAPE ............................................................... 55

Figura 4 - Tela operacional do SIAPE .......................................................................... 56

Figura 5 - Etapas da pesquisa ........................................................................................ 61

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Produção por país - Cultura Organizacional ............................................... 63

Gráfico 2 - Cultura Organizacional - publicações no período pesquisado .................... 64

Gráfico 3 - Cultura Organizacional - Autores mais citados .......................................... 65

Gráfico 4 - Gestão de Processos - País e produções ...................................................... 66

Gráfico 5 - Gestão de Processos - Produções no lapso temporal .................................. 67

Gráfico 6 - Gestão de Processos - Autores e produções ................................................ 68

Gráfico 7 - Produção Científica Por País: "Cultura Organizacional" e “Gestão de

Processos”. ..................................................................................................................... 69

Gráfico 8 - Produção Científica Anual: "Cultura Organizacional" e “Gestão de

Processos”. ..................................................................................................................... 70

Gráfico 9 - Produção Científica Anual: Gráfico por documentos encontrados – período

de 2005 a 2016, conjugação das palavras-chave "organizational culture",

"Management processes" e "public sector". .................................................................. 72

Gráfico 10 - Produção Científica Por Autor: – período compreendido entre 2005 e

2016 ............................................................................................................................... 72

Gráfico 11 - Produção Científica Anual: Centro de Investigações Políticas – França . 73

Gráfico 12 - Produção Científica Por Área ................................................................... 73

Gráfico 13 – Servidores por cargo ................................................................................. 85

Gráfico 14 – Servidores e o tempo na instituição ......................................................... 85

Gráfico 15 – Servidores e o tempo no serviço público ................................................. 86

Gráfico 16 – Servidores e o tempo para aposentadoria ................................................. 86

Gráfico 17 - Tempo para aposentar X intenção de aposentar ....................................... 87

Gráfico 18 - superposição hierárquica X entráves decorrentes ..................................... 88

Gráfico 19 - Treinamento X Eficiencia ......................................................................... 89

Gráfico 20 - Cultura de Treinamento X melhoria da gestão ......................................... 90

Gráfico 21 - Cultura Organizacional X Recuperação de dados .................................. 91

Gráfico 22 - Cultura Organizacional X falta de manuais operacionais ......................... 92

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Gráfico 23 - Cultura Organizacional X necessidade de manuais / perda de

conhecimento ................................................................................................................. 93

Gráfico 24 - Cultura Organizacional X Acesso a informações para tomada de decisão

....................................................................................................................................... 94

Gráfico 25 – Gestão de Processos X Mapa de atividades na tramitacão de processos . 95

Gráfico 26 - Gestão de Processos X Inserção de capital humano ............................... 96

Gráfico 27 - Gestão de Processos X Referencial de ações .......................................... 97

Gráfico 28 - Gestão de Processos X Ações para busca de melhorias na trâmitação de

processos. ....................................................................................................................... 98

Gráfico 29 - Gestão de processos X tratamento de informações ................................ 99

Gráfico 30 - Gestão de Processos X Gestão de documentos ..................................... 100

Gráfico 31- Gestão de processos X Sistema de trâmitação de processos ................. 100

Gráfico 32 - Gestão de Processos X Grau de confiança das informações

disponibilizadas ........................................................................................................... 101

Gráfico 38 – SIAPE X Conhecimento sobre a ferramenta .......................................... 103

Gráfico 39 - SIAPE X Servidores com vínculo de função .......................................... 103

Gráfico 40 - SIAPE X TREINAMENTO NO SIAPE ................................................. 104

Gráfico 41 - SIAPE X Participação em treinamento na ferramenta............................ 105

Gráfico 42 - SIAPE X Autonomia ou participação em questões que envolvam a

ferramenta .................................................................................................................... 105

Gráfico 43 - SIAPE X Atribuições da função X Remuneração para exercício ........... 106

Gráfico 44 - SIAPE X Remuneração devida pelo exercício ....................................... 107

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Traços da Cultura Organizacional Brasileira. ........................................... 34

Quadro 2 - Tipos de sistemas de informação de acordo com a funcionalidade ........ 51

Quadro 3 - Literatura pesquisada .............................................................................. 76

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Disponibilizada pelo Orgão e informações adicionais .............................. 57

Tabela 2 - Quadro da força de trabalho do Colégio Pedro II ..................................... 60

Tabela 3 - Quantitativo de servidores por Seção da PROGESP ............................... 60

Tabela 4 - Cronograma SIAPE - Fonte SIAPE ........................................................ 108

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CP II – COLÉGIO PEDRO II

DTI – DIRETORIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

FGV – FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

GC – GESTÃO DO CONHECIMENTO

MARE – MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL E REFORMA DO ESTADO

MPOG – MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO

PDI – PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

PROAD – PRO REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO

PRODI – PRO REITORIA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

PROGESP – PRO REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS

RH – RECURSOS HUMANOS

SECAD – SETOR DE CADASTRO

SEPAG – SETOR DE PAGAMENTO

SERPRO – SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS

SIAPE – SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL

UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

UORG (S) – UNIDADE ORGANIZACIONAL

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 20

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA: 20

1.2 - SITUAÇÃO PROBLEMA: 25

1.3 - OBJETIVO GERAL DA PESQUISA: 26

1.3.1 Objetivos específicos: 26

1.4 - QUESTÕES DA PESQUISA: 27

1.5 – CONTRIBUIÇÃO CIENTÍFICA ESPERADA: 27

1.6 - DELIMITAÇÃO DO ESTUDO 28

1.7 - ESTRUTURA DO TRABALHO 30

2. REVISÃO DA LITERATURA 31

2.1 CULTURA ORGANIZACIONAL 31

2.2 A CULTURA ORGANIZACIONAL BRASILEIRA 34

2.3 CULTURA ORGANIZACIONAL NO CONTEXTO DESTE TRABALHO 35

2.4 GESTÃO DE PROCESSOS 41

2.5 MAPEAMENTO DE PROCESSOS 45

2.5.2 Determinar o nível de detalhe/informações necessárias para a construção do

mapa 46

2.5.3 Verificação e Validação do mapa do processo 46

2.5.4 Ferramenta para mapeamento de processos 47

2.5.5 Uso da Ferramenta Bizagi para mapeamento de processos 47

2.6 SIAPE (Sistema Integrado de Administração de Pessoal) 50

3 METODOLOGIA 57

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 58

3.3 ETAPAS DA PESQUISA 61

3.4. BIBLIOMETRIA 62

3.4.2 A Construção Bibliométrica 62

3.5 COLETAS DE DADOS 74

3.6 APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA 77

3.7 TRATAMENTO DOS DADOS 79

4. ESTUDO DE CASO 80

4.1 A HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO – COLÉGIO PEDRO II 80

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4.1.1 Período Republicano 80

4.1.2 Expansão do Colégio Pedro II 81

4.1.3 O Colégio Pedro II nos dias de hoje 83

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS 84

SEÇÃO 1 84

CARREIRA FUNCIONAL 84

Seção 2 88

CULTURA ORGANIZACIONAL 88

Seção 3 95

QUANTO AOS PROCESSOS 95

SEÇÃO 4 102

QUANTO AO SIAPE 102

6 CONCLUSÃO 109

6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 110

7 REFERÊNCIAS 111

APÊNDICES 118

APÊNDICE A – APRESENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DO ESTUDO 118

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA 119

APÊNDICE C – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA 121

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1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA:

A retórica de um mundo globalizado em que a sociedade deixou a

passividade de lado, estando mais crítica, exigente, atenta é uma realidade. Os

apelos sociais foram deixados de lado, por conveniência dos governos, na maioria

das vezes conscientemente, e a falta sistemática de interesses políticos em prol da

sociedade, encontra exigência em uma sociedade participativa.

Servidores públicos integram esta sociedade, fazem parte de um mundo

real.

A busca e a exigência desta preocupação transpuseram os limites dos

prestadores de serviço e das empresas privadas e atingem em cheio o setor público.

Numa realidade em que a carga tributária, consubstanciado em impostos de

toda ordem, dilapidam parte da remuneração de todos os trabalhadores, permutando

na exigência de se reverter os valores extremamente altos pagos pelos diversos

tributos, fonte que move a máquina estatal, para uma postura mais exigente por

parte de todas as camadas sociais, refletindo, em uma postura de cobrança contínua

dos serviços definidos em Lei.

Contribuem para uma cobrança mais efetiva dos serviços públicos e uma

maior transparência das ações gerenciais as diversas tecnologias necessariamente

agregadas.

Hoje, a tecnologia, essencial ao mundo contemporâneo, se faz presente

impondo e transformando uma cultura organizacional arcaica, enraizada em

costumes ultrapassados em ferramentas eficazes no atendimento aos cidadãos.

De acordo com Pascarelli (2011) para enfrentar o novo paradigma de

desenvolvimento, os gestores públicos de todos os níveis de governo necessitam

estar atentos e terem pleno domínio de uma série de aspectos que se traduzem em

tarefas, habilidades e ações.

Com toda a tecnologia hoje disponível, não é crível, aceitável, todas as

dificuldades enfrentadas para ter acesso a simples informações que deveriam estar

disponíveis e obrigatoriamente serem fornecidas ao público.

Tomemos como exemplo o pedido protocolado de uma Pensão de

Alimentos, julgada procedente em foro próprio e que chega à Instituição através de

Oficial de Justiça, dando cumprimento a um Mandado Judicial que visa compelir ao

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réu, servidor do órgão ao pagamento de quantia estipulada pelo Douto Juiz que está

a cargo da Ação proposta de alimentos.

Ocorre que, indaga-se, inclusive entre os servidores, quem irá receber tal

mandado? O Dirigente máximo do órgão, o Pro Reitor de Gestão de Pessoas ou

servidor nomeado a seu cargo para tal ou o protocolo geral. Teriam estas pessoas

autoridade para receber determinações judiciais ou esclarecimentos necessários

para receber e conferir o teor destes documentos. De onde emana tal autoridade.

Qual o documento legal que conferiu tal autoridade, evitando ou sendo cobrada a

responsabilidade por tal recebimento. Por que não a área jurídica? Onde está a

rotina para tratamento deste assunto ou tratamento de todos os assuntos?

Por experiência de muitos anos nestas áreas e na constatação do tratamento

dado há muitos assuntos correlatos ao exemplo e as indagações acima é que se

busca neste trabalho, traduzir a vivência diária sobre os diversos temas, os entraves

e a busca da eliminação de retrabalho, entre outros interesses, partilhados por todos

os servidores públicos federais, envolto numa Cultura Organizacional identificada e

em uma Gestão de Processos desalinhada. Uma questão ligada por diversos

aspectos à outra.

Tendo sido recebido o Mandado por alguém, este alguém pede a autuação e

chegando ao setor de destino para tratamento, constata-se que não existem dados

para formalização do pleito, como conta, banco e agência do alimentado ou seu

representante. Paralisa-se todo o processo administrativo para envio ao Juiz de

Ofício requerendo dados complementares. Neste interim, o alimentante pode ser

preso por falta de pagamento ou o responsável de cumprimento de tal determinação

– leia-se Chefia de Pagamento, por falta desta determinação.

Por experiência do pesquisador, o processo administrativo fica parado até a

vinda de dados complementares e se estes chegarem no momento em que a folha

encontra-se “fechada” para atualizações, passam-se meses sem o atendimento e o

alimentado sem suas provisões.

Em se tratando de processos na área administrativa pública, o processo em

si, definido como um documento ou conjunto de documentos, autuados e

encapados, referentes a um determinado assunto, que precisa ser tratado, analisado

formalmente por agente público competente ou a seu cargo nomeado, definido e

respondido e após, dado o devido retorno aos interessados dentro da brevidade

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possível e exigida, respeitando os ditames legais e trâmites definidos, prazos

estipulados e responsáveis envolvidos.

No Colégio Pedro II, existe um setor chamado Protocolo Geral, que vem

mudando significativamente para melhor, basicamente por postura profissional e

ações integradas com servidores, somando a tecnologia e treinamento funcional,

onde são iniciados todos os processos, burocraticamente e necessariamente é

assim.

Existe a necessidade premente de aprimoramento destas ações,

identificando de forma inequívoca o teor dos requerimentos a fim de minimizar

trâmites desnecessários e dar resposta, com a eficiência e a celeridade exigida.

Sob a ótica de mudanças necessárias, Pascarelli (2011) textualiza que:

A tendência rotineira é proteger o que existe, resistir às mudanças, construir impérios, aumentar a área de influência, manter projetos e programas, mesmo que não sejam mais necessários. O administrador público empreendedor deve ter novas percepções, transformando ameaças em oportunidades, minimizando os pontos fracos, maximizando pontos fortes, mas sempre considerando a cultura e os saberes locais.

Todas as Instituições que temos conhecimento funcionam com Protocolo

Geral e não sendo diferente no Colégio Pedro II onde todos os processos que dizem

respeito às Seções de Cadastro e Pagamento, entram na Pro Reitoria de Gestão de

Pessoas – PROGESP via Protocolo Geral, ou assim deveria ser.

Ocorre que a morosidade e o vai e vem desnecessário começa ai.

Existem prazos para atendimento destas demandas e muitos destes prazos

encontram outro delimitador para efetivação operacional das ações decorrentes das

análises dos requerimentos. Trata-se do Sistema Integrado de Administração de

Pessoal - SIAPE, que efetiva, inclui, integra, alimenta o cadastro ou o pagamento de

todos os servidores da União e em janela temporal limitada pelo Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão ou MPOG.

Portanto, tentaremos com a elaboração de uma proposta de melhoria de

gestão de processos na área delimitada, identificando e fragmentando uma cultura

organizacional que se arrasta e que ainda deixa vestígios com a meta de

implantação mais célere dos resultados alcançados que lá transitam e por fim,

desaguam na inclusão no Sistema Integrado de Administração de Pessoal, produto

resultante e mensurado do que se pleiteia, representando a melhoria de resultados

esperado por todos os envolvidos.

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Maquiando esta cultura organizacional hoje indesejada, em janeiro de 2015,

a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas-PROGESP, através de Consultoria externa-

FGV, realizou uma pesquisa entre os servidores com o objetivo de investigar o

processo de implementação de Gestão do Conhecimento-GC, viés dentro de uma

Cultura.

Nesta primeira fase, o Diagnóstico de maturidade, concluiu que:

O conhecimento essencial dos servidores que saem da PROGESP não é retido.

Há falta de processos sistematizados de identificação, criação, armazenamento,

compartilhamento e utilização do conhecimento.

O conhecimento adquirido após a execução de tarefas e conclusão de projetos,

não são efetivamente registrados ou disseminados, tanto de servidores ainda

lotados, como de servidores movimentados por processos sucessórios.

Após o fim da Consultoria, não se deu prosseguimento às fases de

planejamento e desenvolvimento para a implementação da Gestão do

Conhecimento.

Ainda estão sendo desenvolvidas algumas iniciativas muito incipientes, e

que ainda não fazem parte da rotina de todas as Seções.

Dentro do planejamento estratégico de pessoas declarado no Plano de

Desenvolvimento Institucional-PDI,

O Colégio Pedro II conta com a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas como a unidade responsável pela elaboração, implantação, planejamento, execução e avaliação das ações de gestão, qualidade de vida e desenvolvimento de pessoas. Todas essas pessoas são agentes responsáveis pela construção e gestão do Colégio e sua eficiência depende da competência de seus profissionais, independente do papel que possam desempenhar.

Diante do importante papel da PROGESP e da sua força de trabalho no

planejamento estratégico do Colégio Pedro II, como em qualquer outra Instituição no

trato de Gestão de Pessoas, o conhecimento de seus servidores passou a ser

considerado um importante ativo intangível para o alcance dos seus objetivos

estratégicos.

A capacidade de renovar o conhecimento atualmente é considerada uma

das características mais importantes das organizações competitivas.

Segundo Sveiby (1998), o termo Gestão do Conhecimento enfatiza o

processo de geração de novos conhecimentos, bem como sua atual importância

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estratégica como fator de diferenciação e competitividade, é a arte de criar valor a

partir dos intangíveis da organização.

Em amplo sentido, a Gestão do Conhecimento pode ser conceituada com

um conjunto de práticas de gestão organizacional voltadas para produção, retenção,

disseminação, compartilhamento e aplicação do conhecimento dentro das

organizações, bem como na relação dessas com o mundo exterior (BATISTA, 2004).

Já Daveport e Prusak (1998) reforçam a importância da existência de

mecanismos de coordenação entre diferentes competências e instâncias no sentido

de efetivar a apropriação dos conhecimentos pela empresa, diante das dificuldades

apontadas para a retenção do conhecimento.

Grant (2005) apresenta a Gestão do Conhecimento como uma estratégia

competitiva para o desenvolvimento da Aprendizagem organizacional, especialmente

na transferência de melhores práticas, como da gestão da propriedade intelectual.

Percebe-se que um dos principais desafios da PROGESP é implantação da

gestão do conhecimento como facilitadora à criação, uso e compartilhamento de

informações e conhecimentos. E quanto ao conhecimento tácito, de funcionários ao

longo dos anos?

Poucas são as práticas desenvolvidas para compartilhar o conhecimento,

percebidas nesta Pró-reitora: as rotinas, manuais e blogs, ainda que de forma

espontânea e empírica, foram realizados sem nenhum levantamento prévio junto aos

trabalhadores e baseadas apenas no critério subjetivo dos dirigentes.

Estas ações também não foram vinculadas a respostas para problemas

críticos que já ocorreram em alguns ambientes de trabalho. Os gestores esperam

que por si só essas ações estimulem a Gestão do Conhecimento, sem antes criar

uma cultura e ambiente favorável à adoção do compartilhamento e não da

competitividade através do conhecimento.

O presente trabalho justifica-se pela importância do tema e pela falta de

continuidade de pesquisas na Instituição.

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1.2 - SITUAÇÃO PROBLEMA:

Precisamente no ano de 1991 a administração pública federal, incluindo

neste universo o Colégio Pedro II, Instituição Federal de Ensino, citada na

Constituição Federal em seu artigo 242, § 2º, de conformidade com as

determinações do governo federal, através de normativas então exaradas pelo

MARE e posteriormente pelo MPOG - Ministério do Planejamento Orçamento e

Gestão se enquadraram através da tecnologia então acessível e passa a administrar

seus bancos de dados de quadros funcionais, estruturais e de pessoal através de

um sistema integrado entre estas áreas. Este sistema que hoje rege toda a

administração pública federal chama-se SIAPE – SISTEMA INTEGRADO DE

ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL - e passou a fazer parte deste universo

administrativo e norteia a área de gestão de pessoas através das mais diversas

formas até os dias de hoje.

Ocorre que com a chegada desta ferramenta, estruturas arcaicas e

culturalmente ultrapassadas passa a conflitar com a nova tecnologia, que exige a

implantação de todos os dados pessoais, financeiros e estruturais no SIAPE,

registrando a vida pessoal, funcional e administrativa dos servidores públicos, de

forma geral, no SIAPE.

Por todas as necessidades afloradas com a implantação da ferramenta,

exigia-se e não ocorreu, treinamento de pessoas para operacionalizar a inclusão de

dados, alimentar o sistema, estruturar as UORGS – Unidades Organizacionais,

dentro dos órgãos públicos e sem tanta ênfase tratar os meios para as informações

chegarem com a celeridade, eficiência, eficácia e confiabilidade corroboradas pela fé

pública, mas que ao longo do tempo foram lapidadas.

Para haver o alinhamento necessário para o funcionamento satisfatório das

Seções envolvidas é prioridade a adoção de uma política definida pela alta gerencia,

alicerçada em um gerenciamento eficaz na área de gestão de pessoas, com uma

definição clara e regrada de metas, rotinas operacionais com foco na eficiência na

gestão de processos, com a necessidade de buscar ferramentas que criem este

ambiente de dinamismo e facilite tanto o trabalho do funcionário quanto o resultado

deste trabalho para a instituição.

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Na expectativa de que se possa melhorar esta ligação umbilical entre as

duas Seções, dentro da área cuja delimitação já foi definida, identificando entraves

de uma cultura organizacional obsoleta, bem como os anos de trabalho e o convívio

diário com diversos problemas dentro desta falta de rotinas pré-concebidas, foi que

se deu a escolha do tema deste trabalho.

O estudo deste tema seria importante em virtude da necessidade de se

encontrar uma melhor tramitação dos processos, visando um fluxo mais confiável,

eficiente e eficaz das informações, derrubando cultura organizacional incompatível

com as necessidades administrativas atuais, com foco na alimentação do sistema

que operacionaliza a administração pública - SIAPE, transformando em informação a

comunicação entre os setores e a satisfação de todos os envolvidos no processo.

Baseando-se na contextualização acima, faz-se a seguinte pergunta que irá

nortear esta dissertação: Como uma proposta de melhoria de tramitação de

processos, transpassando a cultura organizacional, pode auxiliar no controle mais

efetivo dos mesmos e, consequentemente, trazer maior satisfação para clientes

internos e externos?

1.3 - Objetivo Geral da Pesquisa:

O presente trabalho objetiva apresentar uma proposta de melhoria de

tramitação de processos e procedimentos entre duas Seções ligadas e dependentes

entre si, com maior celeridade e eficiência, identificando entraves decorrentes de

Cultura Organizacional que precisa ser alinhada aos anseios do mundo globalizado,

facilitando assim, o tratamento a uma gestão de processos racional e que atenda às

necessidades dos clientes internos e externos, com foco na celeridade exigida e

desejada, através de um Estudo de Caso no Colégio Pedro II.

1.3.1 Objetivos específicos:

Levantar os principais fatores que possam contribuir para a melhoria do controle

da tramitação de processos.

Diagnosticar a situação atual dos processos a cargo da PROGESP e o tratamento

interno dado a estes diversos requerimentos;

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Elaborar um quadro que apresente a proposta de melhoria de tramitação de

processos, primando pela eficiência e eficácia, dentro da celeridade balizada pelos

diversos prazos legais e administrativos, diretos e indiretos, bem como fatores

importantes da pesquisa bibliográfica e na opinião dos clientes internos.

1.4 - QUESTÕES DA PESQUISA:

Que aspectos enraizados pela cultura organizacional incidem diretamente na

tramitação de processos, na área de Gestão de Pessoas, que ocasionaria

insatisfação para os clientes internos e externos?

Quais os alinhamentos fundamentais na área de Gestão de Pessoas, para

satisfação quanto aos diversos requerimentos nos prazos e respostas eficazes?

Que ações poderiam atender a demanda de atendimento aos usuários e clientes

na área delimitada?

1.5 - Contribuição Científica Esperada:

Desde o início e desafiador ano de 1991 a administração pública federal

rege, controla, delimita suas ações na área de administração de pessoas através de

sistema criado pela rede Serpro para este fim especifico.

O ingresso de cada servidor na administração pública é efetivado através do

seu cadastramento no SIAPE, gerando com a alimentação de dados cadastrais e

funcionais, matricula própria de cadastro no sistema e financeira, junto à folha de

pagamento. Ambas de caráter pessoal e registro único para cada servidor.

Todo o gerenciamento de processos e respostas apresentadas, traduzidos

nos inúmeros processos que tramitam pelas duas Seções, no Colégio Pedro II,

cingirá de alguma forma ao SIAPE.

O entrelaçamento do cadastro de cada um dos funcionários da Instituição,

ativos, inativos, estagiários, comissionados e beneficiários de pensão, docentes

contratados – de caráter temporário ou substituto, docentes convidados, docentes

pesquisadores e seus dados pessoais e funcionais resulta no campo financeiro,

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informado e alimentado pelos servidores das áreas de cadastro e pagamento de

cada Órgão.

Busca-se neste trabalho a apresentação de propostas nos caminhos

gerenciais que refletirão resultados práticos esperados que seja: uma maior

satisfação dos clientes internos e externos da instituição pública de ensino, com

mais clareza e objetividade, resultado de uma maior eficiência na tramitação de

requerimentos, consequentemente uma maior rapidez no atendimento as demandas

e às informações relativas aos processos e a criação de uma proposta de melhoria

de tramitação de processos que possa servir de base para estudos posteriores.

Comprovará, ao final, com a análise dos resultados obtidos através de

questionário a ser aplicado que, a falta de treinamento e consequente despreparo,

anexada a uma cultura enraizada de difícil fragmentação e reconstrução ou a

maquiagem na tentativa de ser amoldada aos dias atuais, não em tecnologia, mais

no conhecimento tácito que se perde, não valorizado, traz consequências de

inoperância e entraves, insatisfações e dúvidas.

Convém salientar que o presente estudo em si trará benefícios ao

pesquisador e a todos que, assim como ele, buscam um aprimoramento destes

trâmites, uma vez que o conhecimento propagado pode incentivar outras pesquisas,

gerando assim novos conhecimentos e desenvolvimento de métodos de

gerenciamento de processos no âmbito da administração pública que contribuam e

promovam de alguma forma o progresso para o país.

1.6 - DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo aborda a questão do controle do trâmite de processos em uma

instituição pública federal de ensino, com viés em cultura organizacional. Neste

sentido, delimitou-se geograficamente a pesquisa aos processos que tramitam no

COLÉGIO PEDRO II, Autarquia Federal de Ensino, Reitoria.

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1.7 - ESTRUTURA DO TRABALHO

Pretende apresentar este trabalho organizado da seguinte forma:

No capítulo 1, intitulado Introdução, com a apresentação do tema.

No capítulo 2, Revisão da Literatura, abordando Cultura Organizacional, Gestão de

Processos e SIAPE, visando uma sequência concatenada e coerente que possa

auxiliar na construção da proposta de melhoria de tramitação de processos.

O capítulo 3, Metodologia da Pesquisa, tratou do método da pesquisa, da seleção da

amostra, do instrumento de pesquisa, bem como do tratamento dos dados.

No capítulo 4, O Estudo de Caso, terá características peculiares da instituição

analisada, como níveis de ensino oferecidos e organograma.

No capítulo 5, Análise dos Resultados, onde descreve os resultados obtidos com a

pesquisa de campo e apresentação de proposta de melhoria de análise, tratamento

e resposta aos processos interligados nos setores de cadastro e pagamento.

O capítulo 6, Conclusão, apresentou as considerações finais acerca da pesquisa

realizada, além de sugestões que poderão servir de norte para trabalhos futuros.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

A revisão de literatura foi definida a partir da análise dos principais assuntos

relacionados ao tema da pesquisa. Para melhor esclarecimento, os aspectos

teóricos foram divididos em 03 (três) seções, onde foram abordados assuntos

relacionados com a Cultura Organizacional, Gestão de Processos, SIAPE, nesta

ordem e incondicionalmente estão alicerçados em estudo bibliométrico, para tanto

foram feitas pesquisas com as palavras-chaves, separadamente e a seguir de forma

conjugada, conforme acesso a seguir.

2.1 CULTURA ORGANIZACIONAL

Preliminarmente aos diversos olhares e de conceituarmos cultura

organizacional, faz-se necessário consolidar o fato de que a cultura das

organizações é formada por pessoas que, por sua vez, carregam consigo traços,

perfis e diversidade culturais de seus países de origem e em nosso País, de

geografia continental, valores culturais regionais. É, portanto, inevitável afirmar que a

cultura nacional migra para dentro das empresas através das pessoas que a

constituem (JUNQUEIRA, 2005).

O tema cultura organizacional entrou em voga, devido ao fenômeno japonês,

apreciado com maior interesse quando o Japão emergiu como potência industrial,

apesar de ter parcos recursos naturais e energéticos e sendo um país superpovoado

com mais de 110 milhões de habitantes. Entretanto, nenhum desses fatores impediu

que houvesse um alto nível de crescimento, um baixo nível de desemprego e a mais

bem-remunerada e saudável população trabalhadora do mundo.

Assim, estudiosos do tema buscaram compreender a cultura desse povo e

tornou-se necessário para entender a sua ascensão na economia mundial. Barbosa

(2002) reforça que, no período de 1980 a 1990 o conceito de cultura é fortalecido

devido à intensa competitividade entre empresas norte americanas, europeias e

japonesas, sendo o sucesso dessas últimas atribuído à sua cultura.

Estudos mostram que organizações com estruturas formais idênticas podem

diferir enormemente em desempenho e resultados. A diferença está no vínculo

psicológico entre as pessoas e a organização e entre as pessoas dentro da

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organização. Este fato chama atenção para a importância dessas relações para o

processo de mudança e entre os autores estão, Hofstede (1991), Fleury e Fischer

(1996), Freitas(1999), Barbosa, (2002), Junqueira (2005), Nelson (2006).

O sucesso dos programas de mudança e transformação das organizações

depende fortemente da aderência desses programas aos valores intrínsecos da

Cultura Organizacional.

Cultura organizacional é concebida como um conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto age como elemento de comunicação e consenso, como resulta e instrumentaliza as relações de dominação (FLEURY; FISCHER, 1996, p. 22).

Ainda, citando FLEURY (1997), há vários caminhos para se desvendar a

cultura de uma organização. Dentre eles destacam-se:

1. O Histórico das Organizações: o momento de criação de uma organização e sua

inserção no contexto político e econômico da época propicia o pano de fundo

necessário para compreensão da natureza da organização, suas metas, seus

objetivos. O fundador neste contexto tem um papel fundamental, pois ele detém a

concepção global sobre o projeto da organização e tem o poder para estruturá-la,

desenvolvê-la e tecer elementos simbólicos consistentes com esta visão.

2. Os incidentes críticos por que passou a organização, tais como crises, expansões,

pontos de inflexão, de fracassos ou sucessos também são formadores de sua

história. Nestes momentos, o tecido simbólico se revela mais facilmente ao

pesquisador, pois certos valores importantes de serem preservados ou, pelo

contrário, questionados, emergem com maior nitidez;

3. O Processo de Socialização de Novos Membros: o momento de socialização é

crucial para a reprodução do universo simbólico. É através das estratégias de

integração do indivíduo à organização que os valores e comportamento vão sendo

transmitidos e incorporados pelos novos membros. As estratégias mais usuais são

os programas de treinamento e integração de novos funcionários. Os rituais de

socialização desempenham ao mesmo tempo o papel de inclusão do indivíduo ao

grupo e delimitação do processo de exclusão dos demais;

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4. As Políticas de Recursos Humanos: as políticas de recursos humanos têm papel

relevante no processo de construção de identidade da organização por serem as

mediadoras da relação entre capital e trabalho. Analisando as políticas explícitas e

principalmente as políticas implícitas de recursos humanos de uma organização é

possível decifrar e interpretar os padrões culturais desta organização;

5. O Processo de Comunicação: a comunicação é um dos elementos essenciais no

processo de criação, transmissão e cristalização do universo simbólico de uma

organização. É preciso identificar os meios formais orais (contatos diretos, reuniões,

telefonemas) e escritos (jornais, circulares, "memos") e os meios informais, como,

por exemplo, a "rádio-peão". O mapeamento dos meios permite o desvendar das

relações entre categorias, grupos e áreas da organização;

6. A Organização do Processo de Trabalho: a análise da organização do processo

de trabalho em sua componente tecnológica e em sua componente social, como

forma de gestão da força de trabalho, possibilita a identificação das categorias

presentes na relação de trabalho. Assim, ela é importante para desvendar aspectos

formadores da identidade organizacional, além de fornecer o referencial para se

decifrar a dimensão político-construtiva do elemento simbólico. Ou seja, para se

questionar como elementos simbólicos ocultam ou instrumentalizam relações de

poder é preciso rebater a análise para o plano concreto das relações entre os

agentes no processo de trabalho;

7. As Técnicas de Investigação: derivam das propostas teórico-metodológicas

desenvolvidas pelos autores. Na ênfase quantitativa utiliza-se levantamento de

opinião, através de questionários, escalas, entrevistas, etc. Na ênfase qualitativa

utilizam-se dados secundários da própria organização (documentos, relatórios

manuais de pessoal, organogramas, jornais, etc.). As técnicas mais utilizadas para

coleta de dados primários são entrevistas, observação participante e não

participante e dinâmicas de grupo, com uso de jogos e simulações.

Se existe mesmo relação direta entre a performance de uma organização e sua cultura, se comprovarmos que esta cultura organizacional carrega muito de nossa cultura nacional, a compreensão de nossas raízes se torna um ponto crucial no gerenciamento de nossas organizações. (MOTTA; CALDAS, 1997, p. 39).

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2.2 A CULTURA ORGANIZACIONAL BRASILEIRA

A Cultura brasileira apresenta alguns traços que devem ser levados em

consideração na análise organizacional, e que são resumidos como se pode ver na

tabela constante da figura apresentada a seguir.

TRAÇO CARACTERÍSTICAS-CHAVE

1. Hierarquia - Tendência à centralização do poder dentro dos grupos sociais. - Distanciamento nas relações entre diferentes grupos sociais - Passividade e aceitação dos grupos inferiores.

2. Personalismo - Sociedade baseada em relações pessoais - Busca de proximidade e afeto nas relações. - Paternalismo: domínio moral e econômico

3. Malandragem - Flexibilidade e Adaptabilidade como meio de navegação social - “Jeitinho Brasileiro”

4. Sensualismo - Gosto pelo sensual e pelo exótico nas relações sociais.

5. Aventureiro - Mais sonhador do que disciplinado. - Tendência à aversão ao trabalho manual ou metódico.

Quadro 1- Traços da Cultura Organizacional Brasileira.

Fonte: Adaptado http://www.terravista.pt/enseada/5831/trabalho/t20001310.html

Diante do quadro acima, afirma-se que a singularidade de cada organização

deve ser levada em consideração sob a ótica de fatores internos e externos, fazendo

as devidas adaptações ao universo em que se situam, inclusive geograficamente,

em qualquer forma conceitual.

Schall (1997) afirma que essa descontinuidade administrativa é um dos

pontos que mais diferenciam a organização pública da privada, conferindo às

organizações públicas características específicas, que também podem ser aplicadas

à realidade brasileira, como:

Projetos de curto prazo — cada governo só privilegia projetos que possa

concluir em seu mandato, para ter retorno político;

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Duplicação de projetos — cada novo governo inicia novos projetos, muitas

vezes quase idênticos, reivindicando a autoria para si;

Conflitos de objetivos — conflito entre os objetivos do corpo permanente e

do não-permanente, o que pode gerar pouco empenho em relação aos

procedimentos que vão contra interesses corporativos — ciência de que a chefia

logo será substituída;

Administração amadora — administração feita por indivíduos com pouco

conhecimento da história e da cultura da organização e, muitas vezes, sem o

preparo técnico necessário — predomínio de critérios políticos em detrimento da

capacidade técnica ou administrativa dos nomeados.

2.3 CULTURA ORGANIZACIONAL NO CONTEXTO DESTE TRABALHO

Edgar Schein, considerado o criador do conceito “Cultura Organizacional” e

autor de várias obras relacionadas ao tema. De grande valia na elaboração deste

trabalho, o livro Cultura Organizacional e Liderança, de 2009, aborda visão didática

dos conceitos da dinâmica das organizações e quando e por que ocorrem as

mudanças.

“Cultura é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu

ou desenvolveu ao aprender a lidar com os problemas de adaptação externa e

integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados

válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar

e sentir, em relação a esses problemas.” (SCHEIN, 2004, p.17).

O que permeia o trabalho é a interação entre conceitos teóricos e

experiência práticas. A primeira parte corresponde a uma introdução teórica ao tema

mudança organizacional. Além de conceitos de mudança, serão tratadas algumas

abordagens de cultura organizacional e mudança cultural. O objetivo não é

aprofundar uma discussão teórica, mas apenas fornecer um referencial para a leitura

do caso prático.

Freitas (1999) afirma que, as definições de cultura organizacional surgiram

na década de 1960, com os conceitos de Desenvolvimento Organizacional que

buscavam construir ou mudar organizações baseados na modificação das relações

internas e implantação de valores compartilhados, no sentido moral e ético, o que

estimularia o compromisso dos funcionários com a organização, substituindo a

submissão e os controles burocráticos.

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Rodrigues (1997) destaca que vários estudos foram realizados associando-

se de um lado, à qualidade declinante da indústria americana e, de outro, o culto às

empresas japonesas como exemplo marcante de organização e produtividade

baseadas na sua cultura nacional.

Ratificando e complementando as afirmações de Rodrigues, Barbosa (2002)

reforça que, no período de 1980 a 1990 o conceito de cultura é fortalecido devido à

intensa competitividade entre as empresas norte americanas, europeias e

japonesas, sendo o sucesso dessas últimas atribuído à sua cultura.

De acordo com Carbone (2000), a história da administração pública no Brasil

ainda é recente. Se não é muito comparada a outras culturas, é suficiente para gerar

um modus operandi próprio. No Brasil, os trabalhadores de organizações públicas

sempre necessitaram possuir habilidades diplomáticas nas suas relações de

trabalho, para não provocarem divergências com a administração pouco competente

dos gestores. Nas organizações públicas, são as relações de estima e os jogos de

influência os verdadeiros indicadores de poder no Brasil.

Dos anos 90 até o momento atual, a autora assinala como sendo o momento

histórico do conceito de cultura organizacional, pois a percepção da cultura aparece

como sendo uma variável capaz de intervir na dinâmica dos negócios, dando-lhes

valor e diferencial competitivo, sendo, portanto, vista como ativo estratégico.

Muitos autores (DRUCKER, 1993; STEWART, 1998; SVEIBY, 1998;

DAVENPORT, 1998) afirmam que estamos no limiar de uma nova era, na qual o

conhecimento é reconhecido como o principal ativo das organizações e a chave para

uma vantagem competitiva sustentável. Até então fortemente caracterizada pelos

bens tangíveis, como o capital financeiro e as estruturas físicas, a fonte de riqueza e

competitividade passa a ser, agora, o próprio conhecimento. Sociedade do

conhecimento, era do conhecimento, era do capital intelectual, sociedade pós-

capitalista são algumas denominações para esta nova época.

Na idealização de Hofstede (1991), cultura é sempre fenômeno coletivo, que

distingue os membros de um grupo (ou categorias de pessoas) uns dos outros, e

pode ser aplicada a nações, organizações, profissões, grupos religiosos ou étnicos

porque é, pelo menos, parcialmente, compartilhada com pessoas que vivem ou

viveram no mesmo ambiente social onde ela foi assimilada. O autor divide os níveis

da cultura organizacional em símbolos, heróis, rituais e valores e a visualização

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parte da camada mais superficial – símbolos, para a camada mais profunda –

valores, formando o cerne da cultura.

Nelson (2006) define cultura organizacional como um mecanismo ou

fronteira organizacional que determina o que será valorizado pela empresa, ou seja,

o autor classifica a cultura como um exponente divisor da fronteira organizacional

que ajuda a determinar quais as ideias e valores deverão ser aceitos dentro da

organização e quais serão excluídos. O autor segue dizendo que existe diferença

entre valores organizacionais e cultura organizacional, apesar de toda organização

possuir um conjunto de valores predominantes, a cultura é mais forte quando os

valores da organização são adotados pessoalmente pela maioria dos seus

membros.

Segundo Ghinea (2012), à medida que o tempo passa uma multiplicidade de

fatores, internos e externos, exercem sua influência sobre a empresa, tornando

praticamente impossível a continuidade do funcionamento sem ser sujeito de

mudança.

Segundo Brãtianu (2007) fatores são considerados, criando forças sinérgicas

relevantes. “Esses fatores, designadamente a tecnologia e seus processos

associados, gerenciamento e liderança, visão, missão e cultura organizacional,

foram considerados na literatura”. Todos, nesta visão são fatores "integradores".

Embora a teoria do integrador seja mais popular nas questões relacionadas ao

capital intelectual da organização, seu caráter amplo pode torná-lo aplicável na área

da cultura organizacional também.

Sendo assim, próximos do universo organizacional, Gioia e Chittipeddi

(1991) utilizam a seguinte definição: “Mudança estratégica envolve esforço de

alteração dos modos vigentes de cognição e ação para possibilitar à organização

tirar vantagens de oportunidades ou superar desafios ambientais”.

O contrário ocorre quando alguns tipos de cultura prejudicam o desempenho

da organização, que num ambiente empresarial cada vez mais competitivo, aberto

às mudanças internas e externas, fornece suporte para as organizações terem

determinações estratégicas.

Sem a definição de valores, conscientização de crenças e princípios, as

organizações se tornam frágeis nas resoluções de problemas. É imprescindível que

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exista a participação, interação e comprometimento das pessoas para se obter uma

cultura alicerçada em valores, de forma transparente e aberta a inovações.

A diversidade cultural existente nas organizações traçam caminhos para a

diversidade social e as inevitáveis modificações que possam refletir no clima

organizacional.

Uma mudança ao nível da cultura tem maior complexidade porque são

enraizadas nas expressões próprias da organização e das pessoas das quais fazem

parte este contexto, ocorrendo resistência na aceitação de crenças incomuns.

Para Herzog (1991), mudança no contexto organizacional engloba

alterações fundamentais no comportamento humano, nos padrões de trabalho e nos

valores em resposta a modificações ou antecipando alterações estratégicas, de

recursos ou de tecnologia.

Ainda citando Herzog, este classifica as situações capazes de provocar

mudanças em três categorias, cada uma delas com três possibilidades. Elas podem

ter origem tanto na própria organização quanto no ambiente. São as seguintes:

• crises e problemas: dificuldades com a estrutura organizacional;

incapacidade de atender às necessidades dos clientes; restrição de recursos;

• novas oportunidades: introdução de novas tecnologias; introdução de

novos produtos e serviços; disponibilidade de novos recursos;

• novas diretrizes internas ou externas: adequação a novas leis; adaptação a

novas estratégias corporativas; implementação de novos sistemas de controle.

É somente nos anos 80 que essa abordagem vai ganhar corpo e fama.

Grande parte do interesse pelo tema se deve ao fato de muitos administradores

começarem a perceber que, após operar todo tipo de mudança em suas empresas,

não tinham feito o suficiente, ainda era necessário mudar os valores comuns e as

crenças dos grupos para que os resultados positivos surgissem.

Referenciando Scheín, o conceito de cultura é estruturalmente complexo e

envolve um grande conjunto de pressupostos e crenças, que definem como os

membros de um grupo veem suas relações internas e externas. Tendo esse grupo

uma história compartilhada, esses pressupostos, alinhados entre si, gerarão

paradigmas comportamentais de alta ordem sobre a natureza do espaço, realidade,

tempo, pessoas e relações.

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A cultura, para Schein, afeta todos os aspectos da organização: estrutura,

estratégia, processos e sistemas de controle. A apropriação do conceito de cultura

por consultores e teóricos organizacionais é permeada por ambiguidades, paradoxos

e polêmicas. Uma delas é a discussão sobre a possibilidade ou não de mudar a

cultura de uma organização. Muitos defensores dessa ideia advogam não só que é

possível mudar uma cultura, mas que isso pode ser feito de forma planejada. Mas

mesmo entre eles, existe consenso de que não se trata de uma tarefa fácil.

Cultura Organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo

inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os

problemas de adaptação externa ou integração interna e que funcionam

bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos

membros como forma de perceber, pensar e sentir em relação a esses

problemas (SCHEIN, 2004, P.17).

O autor acima referenciado sustenta que existem diferentes ângulos de

análise da cultura, ou seja, graus em que os fenômenos culturais são visíveis para o

observador: os artefatos, os valores expostos e os pressupostos básicos. (SCHEIN,

2004)

Os artefatos representam a parte mais superficial da cultura, como as

estruturas físicas, processos, estilos e linguagens. Os valores expostos representam

credos, normas e regras de comportamento utilizadas pelos membros do grupo, mas

que são abertos à discussão podendo as pessoas concordar ou não. Já os

pressupostos básicos conferem à cultura o seu mais profundo significado:

manifestações inconscientes, crenças profundamente enraizadas que determinam

como os membros do grupo percebem, pensam e sentem. A figura 1 mostra esses

níveis.

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Figura 1 - Níveis de Cultura (Schein, 1992, p.17).

Para Vijay Sathe, trazido por Freitas (1991, p 116) uma mudança profunda

somente ocorre quando as pessoas percebem que seus pressupostos não são mais

validados pela realidade. O autor sugere que as pessoas sejam induzidas a

perceber o valor daquilo que está sendo solicitado a elas, pela percepção de que

seus conceitos não estão mais validados, não sendo mais confirmados em

decorrência da mudança da realidade vivenciada, provocando dor, culpa, ansiedade,

motivando novo comportamento sendo este processo normalmente doloroso e pode

incluir doses não homeopáticas dos sentimentos mencionados.

No Brasil, a partir de 1990, com a proposta de Reforma do Estado que o

setor público passa por profundas mudanças. Somando a esta proposta as

inovações tecnológicas e não foi diferente na área de Gestão de Pessoas. Apesar

das mudanças, observa-se que os processos de recrutamento – seleção e

treinamento, não acompanham a realidade decorrentes destas mudanças.

Em artigo recente, GHINEA (2015) considera que, “anteriormente o esforço

de especialistas em Recursos Humanos estava focado no processo de

recrutamento-seleção, ultimamente tem sido notado um aumento de interesse

relacionado à retenção de funcionários.” Segundo ela, a mudança de perspectiva é

dada principalmente pela difusão do conceito de mercados abertos e pela própria

globalização, bem como pela conscientização dos empregados sobre seu valor e as

diversas oportunidades de que dispõem.

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No mesmo contexto, afirma que juntamente com as vantagens financeiras,

muitas empresas fazem uso também de fatores motivacionais extrínsecos que

motivam intrinsecamente os funcionários, tais como: design espacial,

comportamento reforçado, tipo de comunicação, modo e procedimento, regras e

regulamentos válidos, amplitude vertical e / ou horizontal da hierarquia, processo de

tomada de decisão, avaliação de desempenho e recompensa, etc.

Todas as considerações, para a autora fazem parte do significado da cultura

organizacional, dos seus elementos constitutivos, bem como dos principais modelos

mais utilizados.

2.4 GESTÃO DE PROCESSOS

Davenport (1993) descreve um processo como sequência lógica de

atividades no tempo, com início e fim bem definidos e um conjunto claro de ações a

serem desempenhadas com entradas e saídas em cada etapa do processo.

Smith & Fingar (2003) definem processos como “um conjunto de atividades

colaborativas e transacionais coordenadas dinâmica e completamente para entregar

valor para consumidor”.

De acordo com Rebouças (2007), processo: é o conjunto estruturado e

intuitivo das funções de planejamento, organização, direção e avaliação das

atividades sequenciais, que apresentam relação lógica entre si, com a finalidade de

atender e, preferencialmente, suplantar, com minimização dos conflitos interpessoais

as necessidades e expectativas dos clientes externos e internos da empresa.

Uma parte muito importante para a gestão dos processos de negócio é a

documentação. A documentação de todos os processos da organização facilita a

comunicação interna a todos os níveis. O maior desafio numa organização é manter

toda a documentação atualizada e acessível.

Segundo Oliveira (2006): ...processo é um conjunto estruturado de

atividades sequenciais que apresentam relação lógica entre si, com a

finalidade de atender e, preferencialmente, suplantar as necessidades e as

expectativas dos clientes externos e internos da empresa.

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A gestão de processos realizada de forma eficaz melhora a capacidade de

uma organização de antecipar, gerir e responder às mudanças no mercado e a

maximizar as oportunidades empresariais. A gestão de processos adequada pode

também reduzir as insuficiências e os erros resultantes de uma redundância de

informações e ações institucionais (Oliveira 2006).

Percebe-se, uma gestão orientada a processos, permite compreender como

de fato produtos e serviços são criados na organização, à medida que mostra

claramente os problemas, “gargalos” e ineficiências que em uma organização

tradicional seriam mais difíceis de identificar. A Gestão de Processos ajuda as

organizações em:

•Reduzir tempos de ciclos dos processos

•Diminuir custos

•Melhorar a eficiência e eficácia interna

•Melhorar a qualidade do trabalho desenvolvido

• Aumentar a satisfação dos Clientes, Colaboradores e Investidores.

Conforme o abordado pela Secretaria de Gestão do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão, tratando de GESPUBLICA, temos:

Processos operacionais – que decorrem de uma sequência de atividades

que transformam insumos em produtos. Basicamente os processos operacionais são

o de maior incidência de gestão, pois contemplam grande parte das ações de

gestão.

Existem, ainda os processos jurídicos que consistem no conjunto de

documentos referentes a litígios e os processos criativos, que traduzem em seu

resultado as inovações que, via de regra, são sempre bem vindas e se traduz em

agregar valor (Portal da Gestão Pública, acesso: 18/06/2016).

Tendo como foco a Gestão Pública, considera-se processos “como um

conjunto de decisões que transformam insumos em valores gerados ao cliente”.

Neste particular, a Instituição Pública de Ensino “Colégio Pedro II”, tem como

área finalística os alunos.

Ocorre que não pode ser descartado a área técnica-administrativa que torna

o cliente o servidor. A área delimitada deste trabalho se situa na Reitoria /

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PROGESP / Cadastro e Pagamento, e foi definida em virtude do servidor/mestrando

ter sua experiência profissional na área.

Diante disto e da área mencionada, os processos neste conceito abordado

tem o viés de análise, dentro do universo dos servidores da Instituição.

A relação entre o cliente-servidor e as ações demandadas e atendidas pelos

servidores, ou seja, servidores que também são demandantes, se baseiam em

referências, necessitam de recursos e envolvem critérios que exigem planos de

ações e atividades que traduzem resultados.

A qualidade operacional está intimamente ligada à cultura organizacional e

os alicerces que constroem esta cultura, traduzida em seu ciclo infinito, em melhor

desenvolvimento dos valores que compõem, formam, dão corpo a esta cultura.

Por tais considerações, se ampliam os conceitos primários de processo,

tendo as contribuições individuais com os objetivos institucionais geram os

diferentes processos organizacionais.

Estas diferentes contribuições individuais geram o que se denomina, em

geral, de cadeia de valores, sendo o valor considerado como o resultado a ser

gerado pelos processos e que são percebidos pelos seres humanos.

Dependência fundamental para geração de resultados qualitativos em uma

organização, a comunicação e a articulação entre os valores individuais, sendo esta

sincronia o maior desafio para que os objetivos sejam alcançados. Tais objetivos são

considerados como resultado esperado, objetivos alcançados.

Existem fatores críticos de sucesso para auxiliar iniciativas de Gestão de

Conhecimento, gerando ações e em outro momento, gerindo processos. Esses

fatores são necessários para que se possa preparar a empresa para programas de

Gestão de Conhecimento.

Segundo Chong (2010), fator como liderança refere-se à capacidade que a

organização possui em alinhar a Gestão do Conhecimento com as suas estratégias,

identificar oportunidades, promover os valores da Gestão do Conhecimento,

comunicar as melhores estratégias, facilitar a evolução da aprendizagem

organizacional e fornecer métricas para se avaliar o impacto do conhecimento

(CHONG; CHONG; LIN, 2010).

As organizações se deram conta que possuem mais do que ativos físicos

ou financeiros são detentoras de capital intelectual, o mais valioso de todos os

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ativos organizacionais, que é a soma do conhecimento de todos na organização, o

que lhe trará vantagem competitiva. (STEWART, 1998).

A inovação e aprendizagem tornam-se características fundamentais para o

que Senge (2004) chama de organização que aprende, ou seja, que estão em

constante regeneração e autoconhecimento. Para que isso ocorra, o capital

humano deve ser agente fundamental no processo de aprendizagem, pois ele será

o responsável pela estratégia e condução da disseminação do conhecimento

organizacional e pela transformação destes fatores em vantagem competitiva.

Angeloni (2005) denomina o compartilhamento informal como uma prática

de transferência de conhecimento a partir de momentos em que as pessoas:

trocam ideias; solicitam ajuda para resolver algum problema; encontram-se

casualmente; abortam assuntos locais e pedem ou dão retorno para outras

pessoas sobre o desenvolvimento de uma atividade realizada.

Já o compartilhamento formal é estruturado pela organização, que tem uma

intenção estratégica de transferência de conhecimento e os envolvidos nesse

compartilhamento não têm domínio sobre o processo. A forma mais comum de

compartilhamento formal é o treinamento desenvolvido e aplicado pela

organização.

Há diversas definições para o conhecimento organizacional, mas para

Nonaka & Takeuchi (2008), existem dois tipos de conhecimentos intrinsecamente

relacionados, quais sejam:

– O conhecimento Tácito, que é o conhecimento subjetivo; habilidades inerentes a

uma pessoa; sistema de ideias, percepção e experiência; difícil de ser formalizada,

transferida ou explicada a outra pessoa;

– O conhecimento Explícito, que é o conhecimento mais fácil de codificar, transferir e

reutilizar; formalizado em textos, gráficos, tabelas, figuras, desenhos, esquemas,

diagramas, organizados em bases manuais, rotinas, fluxogramas, tanto em papel

quanto em formato eletrônico.

Citando Chong (2010) a tecnologia está diz respeito à infraestrutura de

ferramentas, sistemas, plataformas e soluções automatizadas que permitam

melhorar o desenvolvimento, aplicação e distribuição do conhecimento

organizacional (CHONG; CHONG; LIN, 2010).

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2.5 MAPEAMENTO DE PROCESSOS

A melhoria de processos pode ser vista como um dos elementos do BPM. O

propósito fundamental do BPM é fazer com que a organização possa visualizar seu

trabalho como um conjunto de processos, de forma a orientar a administração de

seu negócio pelo gerenciamento de processos (ABPMP, 2013).

O Mapeamento de processos é uma técnica geral utilizada por empresas

para entender de forma clara e simples como uma unidade de negócio está

operando, representando cada passo de operação dessa unidade em termos de

entradas, saídas e ações.

Esse exercício de compreensão e documentação é fundamental para

diversas metodologias de melhoria de processos. É a partir de uma mapa bem

estruturado do processo que sugestões de melhoria e pontos de atuação dessas

metodologias podem ser elencados e observados em mais detalhe.

Esse mapeamento envolve 3 etapas:

1 Determinar o processo e a ferramenta de mapeamento utilizada;

2 Determinar o nível de detalhe e as informações necessárias;

3 Verificação e Validação do mapa do processo;

2.5.1 Determinar o processo e a ferramenta de mapeamento utilizada

O primeiro passo para mapear algo é saber o que se está mapeando, e o

porquê desse mapeamento. Parece óbvio, mas muitas empresas tem dificuldade em

encontrar os limites de um processo (onde o mesmo começa/termina, também

conhecido como os limites ou fronteiras do processo), bem como quais são suas

entradas (insumos) e saídas (produto final, resultados).

O Ciclo PDCA se trata de uma ferramenta de gestão muito conhecida na

administração geral. De forma ampla, ele visa controlar e melhorar os processos e

produtos de uma forma contínua, visto que atua como um processo que não possui

intervalos, nem interrupções.

Uma curiosidade sobre o Ciclo PDCA é que ele também pode ser conhecido

como ciclo de Deming ou ciclo de Shewhart. Isso ocorre porque em 1930, Walter

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Shewhart apresentou um ciclo aplicável sobre a administração da qualidade, e este

era o PDCA.

Entretanto, foi somente ao longo dos anos 50, através de William Edwards

Deming e suas palestras no Japão, que o Ciclo PDCA se tornou amplamente

conhecido ao redor do mundo.

Mapear processos motiva-se para uniformização as necessidades de

melhorias de comunicação entre a PROGESP e toda a Instituição e ainda a

uniformização das etapas de todos os processos, afim de que sejam passadas para

todos sem nenhum tipo de dúvidas.

Questões que dizem respeito quando e como solicitar qualquer demanda, e

principalmente o conhecimento armazenado para os servidores que virão

posteriormente, tornando os processos tão uniformes quanto possível.

No histórico abordado na Cultura Organizacional, corroborado pelo

questionário aplicado ao neste estudo, percebe-se a frequente falta de

padronização, erros de encaminhamento de processos, que entre outros problemas,

trazem cenário de desconhecimento de processos existentes, desatualização dos

processos e falta de visão sistema, ou seja, os servidores não conseguem enxergar

sua contribuição dentro do processo, enxergando sua atividade de forma isolada.

Ainda, diante desta quadro constata-se: retrabalho causado pelo

desconhecido, falta de treinamento, descontinuidade de ações.

2.5.2 Determinar o nível de detalhe/informações necessárias para a construção do mapa

Uma vez entendido os limites do processo e suas entradas e saídas, bem

como o objetivo do mapeamento, o próximo passo é determinar qual o nível de

detalhe do mapa do processo. Muitas vezes um nível de detalhamento excessivo

pode prejudicar o entendimento do processo.

2.5.3 Verificação e Validação do mapa do processo

Uma vez determinado o nível de detalhamento, a construção do mapa passa

por um processo contínuo de verificação e validação. Verificar o mapa é garantir que

nenhum erro de representação foi cometido (legendas, ícones, etc.). Geralmente

verifica-se o mapa com base em uma das ferramentas selecionadas na etapa um.

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Quanto à validação, trata-se de garantir que o mapa construído representa

fielmente a realidade do sistema estudado. Esta é a etapa mais difícil do

mapeamento, pois em geral existem três versões do processo foco do estudo: o que

se pensa que ocorre, o que realmente ocorre, e o processo que deveria ocorrer.

Quem realiza o mapeamento deve se concentrar no que realmente ocorre no

processo, para só depois sugerir melhorias, o que exige acompanhamento de todo o

fluxo constantemente.

Com o mapa do processo real construído e atualizado, pode-se

compreender melhor o sistema estudado e sugerir mudanças que levem o mesmo a

um desempenho superior.

2.5.4 Ferramenta para mapeamento de processos

Dentre as ferramentas conhecidas para mapeamento de processos o

software público Bizagi, de fácil acesso e manuseio foi o utilizado para aplicação,

mapeando entradas e saídas.

2.5.5 Uso da Ferramenta Bizagi para mapeamento de processos

ALTERAÇÃO DE REGIME DE TRABALHO (TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

O QUE É?

É a solicitação feita pelo servidor efetivo técnico administrativo para requerer a

alteração no regime de trabalho, de acordo com a legislação.

COMO SOLICITAR 1. Imprimir o Formulário no requerimento online e coletar as assinaturas das

chefias;

2. Anexar justificativa;

3. Abrir processo no protocolo do seu Campus.

É facultado ao servidor da administração pública direta, autárquica e

fundacional, ocupante exclusivamente de cargo de provimento efetivo, requerer a

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redução da jornada de trabalho de oito horas diárias e quarenta semanais para seis

ou quatro horas diárias e trinta ou vinte horas semanais, respectivamente, com

remuneração proporcional, calculada sobre a totalidade da remuneração.

Observado o interesse da administração, a jornada reduzida com

remuneração proporcional poderá ser concedida a critério da autoridade

máxima do órgão ou da entidade a que se vincula o servidor, vedada a

delegação de competência.

FLUXO

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2.6 SIAPE (Sistema Integrado de Administração de Pessoal)

Importante trazer algumas definições singulares sob o tema “Sistemas de

Informação", antes de nos aprofundarmos sobre o sistema de informação em uso

dentro de todo o funcionalismo público federal, chamado SIAPE.

Os sistemas de informação objetivam um fluxo mais confiável e menos

burocrático das informações, de forma a garantir algumas vantagens, como:

diminuição das despesas operacionais e administrativas e ganho de produtividade,

maior agilidade e organização do fluxo de informação, maior segurança de acesso à

informação e maior veracidade da informação.

Laudon e Laudon (1999, p. 26) relatam que “a razão mais forte pelas quais

as empresas constroem os sistemas, então, é para resolver problemas

organizacionais e para reagir a uma mudança no ambiente”.

Conforme alinhamento trazido por Pereira e Fonseca (1997, p. 242), os

sistemas de informação, para serem efetivos, precisam atender às seguintes

expectativas:

Atender as reais necessidades dos usuários;

Estar centrados no usuário (cliente) e não no profissional que o criou;

Atender ao usuário com presteza;

Apresentar custos compatíveis;

Adaptar-se constantemente às novas tecnologias de informação;

Estar alinhados com as estratégias de negócios da empresa.

A implementação de um sistema de gestão documental surge da

necessidade de substituir cada vez mais documentos em papel e também de

Figura 2 - Fluxograma

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oferecer ferramentas confiáveis para uma administração eficaz. Para que o sistema

possa funcionar realmente, ele deve ser projetado de acordo com as necessidades

dos funcionários (COSTOIU, 2012).

Para Laudon e Laudon (2004), de acordo com a sua funcionalidade, os

sistemas de informação podem ser classificados em quatro tipos principais,

conforme descrito no quadro abaixo:

Nível do sistema Funcionalidade

Sistemas do nível operacional Dão suporte aos gerentes operacionais,

no sentido de responder questões

rotineiras através do acompanhamento de

atividades e transações. Destaca-se o

sistema de processamento de transações.

Sistemas do nível do

conhecimento

Dão suporte aos trabalhadores do

conhecimento e de dados, auxiliando a empresa a integrar novas tecnologias,

assim como organizar e controlar o fluxo de documentos.

Destacam-se os sistemas de trabalhadores do conhecimento.

Sistemas do nível gerencial Atendem às necessidades de gerentes

médios e assessores, desenvolvendo atividades de monitoração, controle e

tomada de decisão. Destaca-se sistema de apoio à decisão e o sistema de

informações gerenciais.

Sistemas do nível estratégico Estão relacionados à gerência sênior, é capaz de analisar questões estratégicas e

tendências da empresa e do ambiente externo. Destaca-se o sistema de apoio

executivo.

Quadro 2 - Tipos de sistemas de informação de acordo com a funcionalidade

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Os Sistemas de Informação têm papel fundamental nas organizações, uma

vez que um grupo de informações é essencial para fundamentação de decisões e

suas modificações.

Alter (1996) cita que algumas mudanças são:

Aumento da capacidade das pessoas, através do fornecimento de

informações, ferramentas e treinamento;

Apoio ao trabalho de gerenciamento;

Eliminação de desperdícios, eliminando papéis desnecessários, reutilizando o

trabalho (por exemplo, modelos de cartas), eliminando etapas de trabalho

desnecessárias e atrasos, eliminando variações desnecessárias em

procedimentos e sistemas e/ou eliminando atividades contra produtivas;

Estruturação do trabalho de forma a promover as melhores práticas,

melhorando a manipulação de dados e o trabalho geral de escritório,

apoiando o fluxo de trabalho e permitindo que o trabalho ocorra

ininterruptamente;

Automatização das interfaces com os clientes, automatizando o trabalho de

projetos e/ou automatizando a manufatura;

Integração através de funções e de organizações, ligando fornecedores e

clientes através de troca eletrônica de dados, apoiando o processo de

planejamento organizacional, colaborando no projeto de produtos e através

de manufatura integrada por computador.

De acordo com Sordi (2008), a interação humana é um aspecto importante

para o desenvolvimento de um sistema completo e adequado para organização,

pois, através do conhecimento dos envolvidos, a empresa responsável pela

elaboração do sistema estará buscando atingir ao máximo o desejado para

administração dos processos e satisfação dos usuários.

Os Sistemas de Informação dependem de informática ou tecnologia, porém

dependem mais ainda de conhecimentos administrativos e operacionais para serem

elaborados. Por esta razão, as rotinas, os processos, devem estar muito bem

organizados.

Cruz (2002, p. 97) diz que “só haverá sentido em investir-se em qualquer

tecnologia se soubermos por que e para que iremos utilizá-la”.

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Citando (CHONG; CHOI, 2005), treinamento e educação são fatores que

abrangem o desenvolvimento de habilidades e informações para que os envolvidos

possam cumprir as suas responsabilidades.

Deve-se citar como marco inicial tecnológico a criação do Serviço Federal de

Processamento de Dados, pela lei 4.516, regulamentada pelo decreto no. 55.827, de

11 de março de 1965 com o propósito de serem firmados os primeiros ajustes para

prestação de serviços ao imposto de renda.

No ano de 1994, o SERPRO, coloca em funcionamento, de sua criação, o

Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape), antigo

Departamento de Pessoal.

Hoje, o Siapenet realiza mensalmente o pagamento de 1,5 milhão de

servidores ativos, aposentados e pensionistas em 214 órgãos da administração

pública federal direta, instituições federais de ensino, ex-territórios federais,

autarquias, fundações e empresas públicas.

Dentre as inúmeras rotinas nas ações cabíveis aos servidores que trabalham

nas áreas de cadastro e pagamento estão as inerentes a toda vida funcional dos

servidores públicos desta Autarquia que direta ou indiretamente convergem na

alimentação de dados junto ao SIAPE.

A Integração destas ações, ou seja, a gestão de processos, traz, ao ver do

pesquisador, impactos na vida funcional, financeira e principalmente emocional dos

servidores.

Os diferentes pedidos, direitos e requerimentos, alguns bem simples,

arrastam-se sem solução, algumas bem simples e corriqueiras, banais.

Não transparece a eficiência necessária e por consequência a eficácia no

atendimento. Este entrave atinge servidores ativos, inativos, beneficiários de toda

ordem, público alvo em geral e os próprios servidores dos setores envolvidos que

deveriam atender a demanda apresentada.

A implementação de um sistema de gestão documental surge da

necessidade de substituir cada vez mais documentos em papel e também de

oferecer ferramentas confiáveis para uma administração eficaz. Para que o sistema

possa funcionar realmente, ele deve ser projetado de acordo com as necessidades

dos funcionários (COSTOIU, 2012).

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A disfunção mencionada começa no gerenciamento dos processos como um

todo, não havendo, em análise constatada, rotina própria para recebimento e

conferencia de documentos necessários que instruam o processo administrativo com

o pedido que se persegue.

O pedido por sua vez, em grande parte dos processos, não é

suficientemente claro, não traduzindo sem dúvidas, o que o requerente almeja.

Dentro da rotina mensal da área que tem atuação direta e dependente do

SIAPE na Instituição, a Seção de Pagamento, dentro da PROGESP, é

primordialmente vinculada ao cronograma estipulado pelo Serpro. Dentro do período

definido são feitas operações de inclusão, exclusão e alterações e informações

cadastrais e financeiras no sistema de controle.

Inaceitável, dentro de um período pequeno, a falta de ações coordenadas ou

com dependências de ordem documental ou de tramitação de processos

concatenadas e com rotinas definidas para o melhor aproveitamento da demanda de

informações a processar.

Por que a tramitação de processos por diversos setores com a finalidade de

uma simples alteração cadastral? Isso não seria cadastro? Óbvio e para a surpresa

de todos nós, até hoje não existe absolutamente ninguém no setor de “cadastro”

com atuação dentro do SIAPE, para tal demanda.

Sabemos que o atual modelo vem desde o ano de 1994. Por quê?

A cultura organizacional, está diretamente vinculada aos mesmos gestores.

Já em Gioia e Chittipeddi (1991), citados, utilizam a seguinte definição:

“Mudança envolve o esforço de alteração das formas vigentes de pensar e agir dos

membros da organização”.

Mudou o nome de Seção de Pessoal para Divisão de Pessoal e depois para

RH, posteriormente para Diretoria de Pessoal, ainda Gestão de Pessoas e agora

PROGESP.

Nas duas Seções delimitadas neste trabalho, Cadastro e Pagamento,

mudaram os Chefes imediatos, mas as ações inovadoras não encontram respaldo

dos Gestores do poder central ou, o simples receio de mudanças e ai, vai que dá

certo.

Visa a presente pesquisa, através de um Estudo de Caso, demonstrar as

faces que emperram, obstruem, dificultam as melhores práticas em prol da

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satisfação de clientes internos e externos, principalmente servidores operadores

nestas áreas.

Figura 3 - Tela inicial operacional do SIAPE

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Figura 4 - Tela operacional do SIAPE

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Tabela 1 - Disponibilizada pelo Órgão e informações adicionais

Fonte: PROGEP – UNIFAP (2016)

3 METODOLOGIA

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Este capítulo descreve a metodologia utilizada no presente estudo,

apresentando as estratégias para coleta de dados, a seleção da amostra, o

instrumento de pesquisa e o tratamento dos dados.

A pesquisa pode ser entendida como a investigação através de métodos

científicos a fim de descobrir respostas para as questões propostas, proporcionando

o advento de novos conhecimentos. Gil (2002, p.17) define pesquisa como:

O procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Gil (1999) classifica as pesquisas, quanto aos objetivos, em: exploratórias,

descritivas e explicativas.

A presente pesquisa pode ser classificada como exploratória, em que a

finalidade é desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, baseados na

formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos

posteriores e, descritiva, pois tem como finalidade a descrição das características de

determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre

variáveis (Gil 2010).

Quanto aos meios esta pesquisa pode ser classificada como:

De campo - a investigação empírica será realizada através de questionários em

seções específicas na Reitoria e Pró Reitoria de Administração, Pró Reitoria de

Desenvolvimento Institucional e Pró Reitoria de Gestão de Pessoas do Colégio

Pedro II;

Documental - a pesquisa utilizará documentos internos e relatórios de sistemas da

Instituição estudada;

Bibliográfica - onde se realizou levantamento de referências em artigos, livros,

dissertações, intranet da Instituição e sites na internet.

Para Gray (2012), os Estudos de Caso exploram temas e questões nos

quais as relações podem ser ambíguas e incertas, tentando atribuir relações causais

e não apenas descrever uma situação.

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O Estudo de Caso será realizado na REITORIA / PROGESP, onde ocorrem

casos críticos envolvendo o tema da pesquisa.

3.2 DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E AMOSTRA

Para Vergara (1997), definir a população e a população amostral pode ser

explicado da seguinte forma: a população “é um conjunto de elementos que

possuem características que serão objeto de estudo”, já a população amostral ou

amostra é como “uma parte do universo a ser escolhida segundo algum critério de

representatividade”.

A mesma autora classifica as amostras em dois tipos: a probabilística, que

usa procedimentos estatísticos para defini-la e a não probabilística.

O método não probabilístico será adotado em função da sua

acessibilidade.

A amostra desta pesquisa foi selecionada através do método não

probabilístico em função da sua acessibilidade, que longe de qualquer procedimento

estatístico seleciona elementos pela facilidade de acesso e tipicidade, por ser

constituída pela seleção de elementos representativos da população-alvo.

Segundo o Sistema de Gestão de Pessoas-SISGP, o Colégio Pedro II

apresenta atualmente uma força de trabalho que conta com 2.436 servidores ativos,

sendo 960 técnicos-administrativos e 1.476 docentes (ver tabela 1), distribuídos em

seus 14 Campi, cinco Pró-Reitorias e uma Reitoria.

O questionário foi aplicado aos servidores do COLÉGIO PEDRO II –

delimitados na REITORIA. Deste total, obteve-se 52 respostas. A título de

esclarecimento, a delimitação da aplicação do estudo na Reitoria está relacionada

ao efetivo de servidores que estão lotados neste setor e a certeza do pesquisador

quanto à experiência e vivencia destes servidores nos temas da pesquisa e os

conhecimentos tácitos represados ao longo dos anos. Todos os respondentes

exercem cargos administrativos e 18 ocupam cargos de direção ou chefia.

Na Pró-reitora de Gestão de Pessoas – inserida na Reitoria, será estudada a

aplicabilidade das palavras-chaves dentro dos aspectos internos e externos que

envolvem o SIAPE, verificando seu valor e os caminhos decorrentes da falta de

alinhamento e desestrutura, derivados de ausência de elos funcionais alicerçados

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em um macro contexto que envolve clima organizacional, liderança e regras, rotinas,

para o entendimento do fluxo numa Gestão de Processos dentro da organização.

Tabela 2 - Quadro da força de trabalho do Colégio Pedro II

Fonte: SIGEPE (2015). Elaborado pelo autor.

Tabela 3 - Quantitativo de servidores por Seção da PROGESP

Fonte: SIGEPE (2016). Elaborado pelo autor.

Tipo Total

Docentes 1.476

Técnicos-administrativos 960

2.436

Seção Total

Gabinete da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas 1

Assessoria da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas 2

Diretoria de Desenvolvimento Humano e Organizacional 1

Diretoria de Administração Funcional 1

Coordenadoria de Planejamento e Gestão 4

Assessoria de Normas e Pareceres 2

Seção de Qualidade de Vida 5

Seção de Atenção à Saúde do Servidor 8

Seção de Benefícios 3

Seção de Desenvolvimento e Educação Corporativa 6

Seção de Pagamento 11

Seção de Acompanhamento Funcional 11

55

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3.3 ETAPAS DA PESQUISA

Esta pesquisa será desenvolvida em quatro etapas a seguir:

-

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 5 - Etapas da pesquisa

Formulação do problema, objetivos, questões, delimitação, justificativa e relevância.

Levantamento e análise dos resultados da Bibliometria: palavras-chave (Cultura Organizacional, Gestão de processos e SIAPE)

Elaboração do Questionário

Aplicação do pré-teste

Validação do Questionário

Aplicação do Questionário

Tabulação dos dados no Excel

Analise dos dados

PROBLEMA

REVISÃO DA LITERATURA

COLETA DE

DADOS

TRATAMENTO

E ANÁLISE DOS DADOS

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3.4. BIBLIOMETRIA

Em análise de revisão bibliográfica, considerando o tema proposto e suas

palavras chaves, o presente estudo analisou cada uma delas, a partir da filtragem

dos assuntos inerentes e em momento posterior um entrelaçamento destes mesmos

assuntos, conforme sequencial de rumo necessário e maior clareza de dados.

Diante disto, a bibliometria foi sendo construída centrada na condução final

do link entre palavras, traduzindo o resultado comprobatório da importância do tema,

ainda pouco explorado, afirmativa baseada nos resultados apresentados qual seja,

na administração pública.

Como o idioma padrão da citada base de dados é o inglês, traduziu-se as

expressões-chave para aquela língua. Após a referida tradução, limitou-se a

pesquisa à área de “Ciências Sociais” e “Setor Público”, excluindo produções

acadêmicas que escapavam ao tema do presente trabalho.

A grande maioria das publicações revisadas eram artigos acadêmicos

publicados em revistas científicas.

3.4.2 A Construção Bibliométrica

Para o levantamento da bibliografia básica, utilizou-se a Base Scopus, o

maior banco de dados de pesquisas científicas do mundo no que se refere ao

número de citações e resumos de publicações científicas, contando com mais de 53

milhões de registros.

Como o idioma padrão da citada base de dados é o inglês, traduziu-se as

expressões-chave para aquela língua. Após a referida tradução, limitou-se a

pesquisa à área de ciências sociais, excluindo produções acadêmicas que

escapavam ao tema do presente trabalho.

A grande maioria das publicações revisadas eram artigos acadêmicos

publicados em revistas científicas.

A construção bibliométrica deste estudo teve como palavras-chave os

seguintes termos: cultura organizacional, gestão de processos e SIAPE.

O termo SIAPE não traz resultados dentro da Base de Dados Scopus.

A área de relevância “Ciências Sociais” tem como objeto de estudo tudo o

que diz respeito às culturas humanas, sua história, suas realizações, seus modos de

vida e seus comportamentos individuais e sociais. Elas ajudam a identificar e

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compreender os diferentes grupos sociais, contextualizando seus hábitos e

costumes na estrutura de valores que rege cada um deles.

Por se tratar de palavras-chave cujo tema em que o pesquisador esteve

vivenciando diretamente com o ambiente estudado, esta pesquisa pode ser

classificada como qualitativa.

Em relação às respostas dos questionários aplicados em campo, foi feito um

tratamento estatístico simples, a fim de tornar mais claros os dados obtidos,

determinando assim o uso da abordagem quantitativa.

Assim, a pesquisa se utilizou do termo “cultura organizacional”

(organizational culture), com o filtro na área de (Social Sciences) retornou 336

registros (dados de junho de 2016). Dentre as produções apontadas, os Estados

Unidos da América é o país com maior número de registros, totalizando 88 obras,

seguido do Reino Unido - 37, e da Malásia 19. O Brasil contava com 12 produções,

conforme gráfico 1, a seguir:

Gráfico 1 - Produção por país - Cultura Organizacional

Elaborado pelo Autor – fonte Scopus junho 2016

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64

Em termo de evolução das publicações dentro do lapso temporal

pesquisado, temos um ápice de publicações em 2012 com 53 publicações, 2011

com 46 e 2014 com 41 publicações.

Gráfico 2 - Cultura Organizacional - publicações entre os anos 2006 e 2016.

Fonte Scopus - 2016

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65

Em se tratando de “Autores”, o gráfico 3, abaixo, traz a relação dos mais

citados dentro do período pesquisado. Releva-se a participação de Autores com

linguagem portuguesa.

Gráfico 3 - Cultura Organizacional - Autores mais citados

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Em seguida, a consulta que se utilizou do termo “gestão de processos”

(processes management) com o filtro de área (Social Sciences), resultou em 223

registros, dados referente ao mês de julho de 2016. Os Estados Unidos da América

é o país com maior número de registros - 47, seguido da Alemanha com 20 e do

Reino Unido, com 17. Dentre os países listados, o Brasil contava com 12 obras,

conforme apresentado no gráfico 4, a seguir:

Gráfico 4 - Gestão de Processos - País e produções

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Em se tratando de evolução das publicações dentro do lapso temporal

pesquisado, temos um ápice de publicações em 2015 com 32 publicações, 2013 e

2010 com 26 e 2011 com 24 publicações.

Gráfico 5 - Gestão de Processos - Produções no lapso temporal

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Mais uma vez, se tratando de Autores, o gráfico 6, abaixo, traz a relação dos

mais citados dentro do período pesquisado. Releva-se também a participação de

Autores com linguagem portuguesa.

Gráfico 6 - Gestão de Processos - Autores e produções

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Tendo a pesquisa quando da utilização do termo “organizational culture” and

"Management processes" na base de dados Scopus, dentro da área delimitada de

Ciências Sociais, retornou 11 registros (conforme dados de maio de 2016).

Dentre as produções apontadas, A Polônia com maior número de registros,

totalizando 2 obras, seguido de Austrália e os demais países com 1 obra, conforme

gráfico 7, a seguir:

Gráfico 7 - Produção Científica Por País: "Cultura Organizacional" e “Gestão de Processos”.

Fonte: Elaborado pelo autor e partir do SCOPUS em Maio de 2016.

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70

Vê-se que não figuram no rol acima os países cuja cultura organizacional

encontra-se enraizada, pelos hábitos, costumes e tradições, pelos valores

intrínsecos, bem como nos países com valores voláteis e desalinhados na sua

grande maioria por fatores sociais.

A evolução anual do número de publicações com as citadas expressões

demonstrou um crescimento tímido ao longo dos anos. O maior volume ocorreu em

2015, 04 publicações, como se pode ver no gráfico 8, a seguir:

Gráfico 8 - Produção Científica Anual: "Cultura Organizacional" e “Gestão de Processos”.

Fonte: Elaborado pelo autor e partir do SCOPUS em Maio de 2016

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O número rareado de produções, oscilando nos primeiros anos da pesquisa

em apenas 01 obra (2010 e 2012) ou duas (2011 e 2013) supõe-se ter haver com o

momento crítico global vivido nos anos mencionados, A Cultura Organizacional de

forma geral estava sob análise, onde não quer fazer crer que os Autores ignoravam

tal momento, sendo tal hipótese ratificada no ano de 2014, onde as grandes

turbulências políticas vividas pelo mundo começaram a ser contornadas e que uma

grande interrogação e duvidas de toda ordem, marcaram os primeiros anos do

estudo.

A crença no que se afirma ou a crença nos temas pesquisados – Cultura

Organizacional e Gestão de Processos foram 50% (cinquenta por cento) a mais no

ano de 2014, do que se havia pesquisado em todos os anos anteriores do limítrofe

da pesquisa, de 2010 a 2013.

A escolha da pesquisa nesta seara serve para reforçar o quão necessário

devem ser destrinchados os nós e embaraços dentro da cultura organizacional

dentro de Instituições públicas.

Importante ressaltar que, embora exista pouca produção científica neste

assunto, com os links pesquisados em conjunto, há de ser pesquisado e

aprofundado em decorrência do tema que, impõe-se deixar evidente sua

importância, não tendo, em respeito aos anos vividos em área correlata a pesquisa,

possíveis suspeitas do contrário.

Pelas pesquisas realizadas no periódico Scopus, inexistem publicações

nacionais, isto não pode nem deve se constituir em problema ou fato desestimulante

de pesquisas na área, mas, ao contrário, em fator de motivação para que o tema

seja aperfeiçoado no Brasil de modo a ganhar maior espaço entre as fileiras

públicas, dada a sua importância estratégica.

Em busca de retorno de outros resultados, promoveu-se pesquisa mais

ampla no tocante aos anos pesquisados, bem como um refinamento, promovendo a

inclusão da expressão “public sector”. Sendo assim, foram pesquisadas as palavras-

chave, acrescidas da expressão acima.

Com satisfação, entre os anos de 2005 e 2016, foram encontrados 02

resultados. As publicações são francesas, estão em Inglês e absolutamente não tem

o condão de fugir das palavras-chave que é definido neste trabalho e sim

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acrescentar informações pertinentes, justificando e reafirmando a inexistência de

publicações em anos posteriores.

Gráfico 9 - Produção Científica Anual: Gráfico por documentos encontrados – período de

2005 a 2016, conjugação das palavras-chave "organizational culture", "Management processes" e "public

sector".

Fonte: Elaborado pelo autor e partir do SCOPUS em junho de 2016

Gráfico 10 - Produção Científica Por Autor: – período compreendido entre 2005 e 2016

Fonte: Elaborado pelo Autor a partir do Scopus 2016

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Gráfico 11 - Produção Científica Anual: Centro de Investigações Políticas – França

Fonte: Elaborado pelo autor e partir do SCOPUS em junho de 2016

Palavras chaves “cultura organizacional” e “gestão de processos” por áreas de

interesse.

Gráfico 12 - Produção Científica Por Área

Fonte: Elaborado pelo autor e partir do SCOPUS em junho de 2016

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74

3.5 COLETAS DE DADOS

O instrumento utilizado na coleta de dados será o Questionário, com

perguntas fechadas, para mapeamento dos desalinhamentos e descontinuidade no

fluxo de processos que necessariamente desaguam no SIAPE como resposta aos

diversos requerimentos. (Apêndice “B”).

O instrumento de pesquisa foi elaborado de forma clara, objetiva e

diretamente vinculada aos objetivos definidos para este estudo.

O propósito do questionário é confirmar e complementar os aspectos

explicitados na revisão da literatura, realizando um diagnóstico da atual situação do

controle da tramitação de processos na área previamente delimitada, buscando a

opinião dos funcionários, que também são clientes, acerca de melhorias.

O questionário foi aplicado para que os participantes pudessem exprimir

suas experiências e necessidades profissionais, sugerindo melhorias. Para atingir

seu objetivo, segundo Gil (2002, p. 116), alguns cuidados devem ser tomados na

elaboração do questionário:

As questões devem ser preferencialmente fechadas, mas com alternativas

suficientemente exaustivas para abrigar a ampla gama de respostas possíveis;

Devem ser incluídas apenas as perguntas relacionadas ao problema proposto;

Devem-se levar em conta as implicações da pergunta com os procedimentos de

tabulação e análise dos dados;

Devem ser evitadas perguntas que penetrem na intimidade das pessoas;

As perguntas devem ser formuladas de maneira clara, concreta e precisa;

A pergunta deve possibilitar uma única interpretação;

A pergunta não deve sugerir respostas;

As perguntas devem referir-se a uma única ideia de cada vez;

O número de perguntas deve ser limitado;

O questionário deve ser iniciado com as perguntas mais simples e finalizado

com as mais complexas;

Convém evitar as perguntas que provoquem respostas defensivas,

estereotipadas ou socialmente indesejáveis, que acabam por encobrir sua real

percepção acerca do fato;

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75

Deve ser evitada a inclusão, nas perguntas, de palavras estereotipadas, bem

como a menção a personalidades de destaque, que podem influenciar as respostas,

tanto em sentido positivo quanto negativo;

O questionário deve conter uma introdução que informe acerca da entidade

patrocinadora, das razões que determinaram a realização da pesquisa e da

importância das respostas para atingir seus objetivos.

O questionário, disponível em Apêndice, foi desenvolvido com base no tema

da pesquisa e conterá questões fechadas, com respostas de múltipla escolha, sendo

que todas as questões contêm um campo para observações a fim de que o

participante possa sentir-se à vontade para expressar sua opinião.

A construção de um Questionário passa por uma análise na qual o objetivo é

traduzir a pesquisa em questões específicas e juntamente com as respostas, nortear

os dados relativos ao problema da pesquisa (GIL, 2010).

Na segunda etapa da Bibliometria foi realizada uma análise do conteúdo dos

resultados da busca. Para melhor compreensão dos temas Cultura Organizacional,

Gestão de Processo e SIAPE, observou-se referências bibliográficas dos trabalhos

identificados em outras pesquisas relevantes e livros referenciados sobre o tema.

O Quadro 3, apresenta de forma sistematizada as palavras chaves –

conceituações, utilizadas para aprofundamento da pesquisa e os autores

consultados.

Quadro 3 – Literatura pesquisada

Cultura

Organizacional

Conceituações sobre Cultura

Barbosa (1991), Sveiby (1998),

Davenport e Prusak (1998), Stewart

(1998), Santos (2004), Barbosa (2002),

Junqueira (2005), Fleury e Fischer

(1996), Freitas(1999), Hofstede (1991),

Nelson (2006)

Análise sobre a Cultura de uma

Organização

Fleury (1997), Motta e Caldas (1997),

Shein (2004)

Fatores Cultura Nacional Rodrigues (1997), Barbosa (2002),

Cultura Organizacional e Inovação Vadi, M. (2010), PASCARELLI

FILHO, Mario. ( 2011)

Ativo estratégico Barbosa (2002)

Mudança na Cultura Organizacional Gioia e Chittipeddi (1991; 2002),

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76

Herzog (1991), Schein (2004), VM

GHINEA, (2015);

Conhecimento tácito e explícito /

Transferência do conhecimento

Nonaka & Takeuchi (1997;2008),

Al-Hawari (2007);

Fatores exercem influência na Cultura

Organizacional

VM GHINEA, (2012);

Condições capacitadoras para a

Gestão do Conhecimento

Nonaka & Takeuchi (2008)

O conhecimento como ativo

corporativo – Cultura Organizaconal

Stewart (1998), Fleury e Fischer (1996),

Aspectos facilitadores para o

compartilhamento do conhecimento

Davenport; Sveiby; Stewart (1998),

Batista (2012

Barreiras para o compartilhamento do

conhecimento

Davenport e Prusak (1998), Goman

(2002),

Rodriguez y Rodriguez (2004),

Frank e Echevest (2011),

Gestão de

Processos

Definições para processos Davenport (1993), Smith e Figar (2003),

Rebouças (2007),

Ativos intangíveis Stewart (1998), Senge (2004), Angeloni

(2005)

Conhecimento formal Nonaka & Takeuchi (2008)

Condições capacitadoras para a

Gestão de Processos

Nonaka & Takeuchi (2008)

Chong; Chong; Lin (2010),

SIAPE

Conceituação de Sistemas de

Informação

Laudon e Laudon (1999), Pereira e

Fonseca (1997), Costoiu (2012), Alter

(1996)

Interação Intelectual / Sistema de

informação

Sordi (2008), Cruz (2002)

(Chong; Choi, 2005).

SIAPE

Conceitos

SIAPENET

Quadro 3 – Literatura pesquisada

Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

Na construção do questionário, foi utilizada a escala Likert, seguindo um

grau de concordância, com o propósito de auxiliar na fase de tratamento dos dados.

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77

O grau de concordância representa o quanto os respondentes concordam

com as afirmativas relativas a cultura organizacional, gerenciamento de processos,

gestão de documentos, sistema de informação e controle do trâmite de processos e

aspectos diretamente relacionados ao SIAPE. Esse grau foi distribuído conforme as

definições abaixo:

1-Discordo totalmente

2-Discordo parcialmente

3-Indiferente

4-Concordo parcialmente

5-Concordo totalmente

Por meio da aplicação do questionário, serão levantadas as características

atuais do controle da tramitação de processos e possíveis pontos de melhoria,

possibilitando a análise na instituição de quais são os problemas ocorridos e quais

os procedimentos que podem auxiliar no funcionamento mais eficaz.

O questionário terá a seguinte estrutura:

Capa: o texto apresentará o objetivo da pesquisa e orientações para o

preenchimento do questionário;

Identificação: Não haverá identificação nominal do servidor, mas campos para

preenchimento de informações inerentes a situação funcional de cada servidor.

Tempo: campos para preenchimento dos anos que o servidor trabalha na

Instituição, e quantos anos faltam para sua aposentadoria;

Perguntas

3.6 APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA

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78

Foi utilizada para formalizar as questões a ferramenta de “Formulários do

Google”.

O questionário criado foi dividido em quatro Seções.

A primeira Seção tratou da apresentação do questionário ao respondente,

seus objetivos e indagações relativas a carreira do servidor e pretensões futuras.

A segunda Seção tratou de indagações quanto a CULTURA

ORGANIZACIONAL dentro da Instituição, mecanismos que alicerçam e fortalecem

seus objetivos, ações e a ausência destas com prejuízos aos seus profissionais e a

organização como um todo decorrente do reflexo destas praticas.

A terceira Seção abordou questões relacionadas à GESTÃO DE

PROCESSOS dentro da Instituição, seus trâmites e entraves que ocasionam

desacertos e atrasos, por vezes fatais, com foco na Gestão de Pessoas e os

desalinhamentos no inadequado tratamento por vezes dado no manuseio dos

documentos que embasam as diversas demandas.

Por fim, a quarta Seção apresentou indagações quanto ao Sistema SIAPE, o

conhecimento de cada respondente ao tema e opiniões diretas quanto ao Sistema.

Os questionários foram aplicados a servidores efetivos através de e-mails

sendo 52 servidores os que deram retorno.

Destes, técnico-administrativos e docentes, alguns no exercício de cargos de

direção e chefia e todos diretamente ligados aos temas em estudo. Delimitou-se a

pesquisa a Reitoria, e especificamente nos setores:

PROAD – Pró Reitoria de Administração

PROGESP – Pró Reitoria de Gestão de Pessoas

SEPAG – Seção de Pagamento

SECAD – Seção de Cadastro

PROTOCOLO GERAL

PRODI – Pró Reitoria de Desenvolvimento

DTI – Diretoria de Tecnologia da Informação

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A aplicação do instrumento de pesquisa foi realizada no período de

novembro e dezembro de 2016 e janeiro de 2017. O questionário pôde ser

preenchido através de e-mail.

3.7 TRATAMENTO DOS DADOS

O objetivo principal das questões aplicadas é de obter informações que,

diante do estudo da literatura apresentada, acrescida das práticas vivenciais dos

servidores respondentes, expressadas através de respostas diretas, levem a um

embasamento que possa trazer afirmativas comprobatórias quanto às questões

envolvendo os alicerces do trabalho – Cultura Organizacional – Gestão de

Processos e SIAPE, o elo existente entre estes eixos e que possam auxiliar na

realização da proposta de melhoria de tramitação de processos, trazendo satisfação

para os clientes e os usuários/servidores.

As respostas ao questionário aplicado foram tratadas de forma que

trouxessem avaliações que foram mensuradas, quantificadas e submetidas, ainda a

análise qualitativa, sempre no norte de alinhamento com a literatura estudada e da

qual ensejou as perguntas apresentadas.

Qualitativamente, quando da análise de resultados, foi satisfatório constatar

que os estudos realizados espelham uma realidade constatada e não desejada.

Na análise quantitativa, o programa Microsoft Office Excel foi utilizado para

tratar os dados coletados, que foram apresentados de forma resumida em tabelas e

gráficos.

As respostas do questionário foram tratadas estatisticamente, efetuando-se o

registro e a quantificação das ocorrências simples, servindo para observação da

percentagem das ocorrências assim como a análise das variáveis. A compilação dos

dados visa obter uma análise mais eficaz dos mesmos, ao nível descritivo.

Os resultados da pesquisa de campo foram descritos no capítulo 5. Os dados

coletados do questionário devidamente analisados juntamente com aqueles

apresentados sob a ótica da literatura estudada possibilitaram elaborar uma

proposta de melhoria de tramitação de processos, além de fornecer embasamento

para o desenvolvimento de argumentações e conclusões a respeito da pesquisa

realizada.

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80

4. ESTUDO DE CASO

Para o entendimento sobre a instituição objeto deste estudo, o presente

capítulo apresenta uma síntese histórica, além das características peculiares de

secular Instituição COLÉGIO PEDRO II - RJ, baseado em seu Estatuto e outros

temas pertinentes.

4.1 A HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO – COLÉGIO PEDRO II

Segundo o site da Instituição, o Colégio Pedro II foi fundado em 2 de

dezembro de 1837. O Colégio Pedro II é uma das mais tradicionais Instituições

Públicas de Ensino Básico do Brasil. Ao longo de sua história, foi responsável pela

formação de alunos que se destacaram por suas carreiras profissionais e influência

na sociedade. Seu quadro de egressos possui presidentes da República, músicos,

compositores, poetas, médicos, juristas, professores, historiadores, jornalistas,

dentre outros.

Em seus quase 180 anos, o Colégio passou por períodos de expansão e

modernização sem deixar de lado as características que o tornaram referência no

cenário educacional brasileiro. Equiparado aos Institutos Federais de Educação,

Ciência e Tecnologia, com a sanção da lei 12.677/12, o Colégio Pedro II conta com

14 campus, sendo 12 no município do Rio de Janeiro, um em Niterói e um em

Duque de Caxias, e uma unidade de educação infantil.

Com quase 13 mil alunos por ano, o Colégio Pedro II oferece turmas desde

a Educação Infantil até o Ensino Médio Regular e Integrado, além da Educação de

Jovens e Adultos (Proeja).

4.1.1 Período Republicano

Com a Proclamação da República, em 1889, o Colégio passa a se chamar

Instituto Nacional de Instrução Secundária, mudando para Ginásio Nacional, já em

1890. Dois anos depois, o Internato é extinto e cria-se o 2º Externato, fundido ao

Externato localizado no Centro por um único regulamento.

Em 1909, outra mudança. O presidente Nilo Peçanha, ex-aluno do Colégio,

decreta que o Externato passe a se chamar Externato Nacional Pedro II e o 2º

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81

Externato, Internato Nacional Bernardo de Vasconcelos. Apenas em 1911, sob

Decreto do presidente Marechal Hermes da Fonseca, também ex-aluno, a Instituição

retorna à denominação de Colégio Pedro II, dividido em Externato e Internato.

Em 2 de dezembro de 1937, o primeiro centenário do Colégio foi

comemorado com diversas celebrações na Quinta da Boa Vista — antiga residência

imperial — e nos bairros de São Cristóvão e da Praia Vermelha. Uma sessão solene

promovida pelo Ministério da Educação reuniu o então presidente Getúlio Vargas,

diplomatas, ministros de Estado e membros do corpo docente e discente no Teatro

Municipal.

4.1.2 Expansão do Colégio Pedro II

O Colégio Pedro II teve três ciclos de expansão, começando pela década de

50, com a criação de três seções escolares, as duas primeiras ainda no ano de

1952, durante o governo de Getúlio Vargas. A Seção Norte foi instalada no Engenho

Novo, no prédio do antigo Colégio Independência, na Rua Barão do Bom Retiro,

depois ampliado para atender à crescente demanda de estudantes.

A Seção Sul começou a funcionar onde antes também era uma instituição de

ensino, o Colégio Brasil América, na Rua Humaitá, no bairro de mesmo nome. Em

1957, já no governo Juscelino Kubitscheck, foi instalada a terceira seção na Rua

Francisco Xavier, na Tijuca, em um prédio que abrigava anteriormente o Colégio

Felisberto de Meneses. Em 1979, as seções passaram a serem denominadas

unidades escolares, tendo como complemento o nome do bairro onde se

localizavam.

Finalizado o primeiro ciclo de expansão, o Colégio Pedro II contava, no início

da década de 60, com cerca de nove mil alunos, em torno de 900 professores e 500

servidores. Em 1967, o Colégio foi transformado em autarquia do MEC por meio do

Decreto-Lei n° 245. Como tal, passou a ter autonomia orçamentária, financeira e

patrimonial, além de personalidade jurídica própria.

O segundo ciclo de expansão ocorreu na década de 80, com a criação das

unidades voltadas para os anos iniciais do Ensino Fundamental. A criação dos

“Pedrinhos”, como ficaram conhecidas essas unidades, foi o início da expansão

interna do Colégio Pedro II.

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82

O primeiro Pedrinho foi inaugurado em 29 de março de 1984, em um prédio

anexo à Unidade São Cristóvão. No decorrer da década, outras unidades foram

implantadas em prédios anexos em Engenho Novo (1986), Humaitá (1987) e Tijuca

(1987).

Em 1999, ocorreu o desmembramento da Unidade São Cristóvão II, que

passou a atender apenas os alunos da segunda etapa do Ensino Fundamental. O

Ensino Médio foi transferido para o prédio vizinho que abrigou o Internato e,

posteriormente, uma faculdade de formação de professores (1975 a 1993). A nova

unidade escolar passou a chamar-se São Cristóvão III.

O mais recente ciclo de expansão do Colégio Pedro II se deu nos primeiros

anos deste século, entre os anos de 2004 e 2010, com a criação de unidades

escolares em Realengo e nos municípios de Niterói e Duque de Caxias, este último

na Baixada Fluminense.

A Unidade Realengo foi a oportunidade do Colégio se fazer presente na

Zona Oeste, região carente do Rio de Janeiro em equipamentos públicos. Começou

a funcionar de forma provisória em 6 de abril de 2004, inicialmente em uma escola

municipal e, no ano seguinte, em um centro comunitário cedido pela paróquia local.

No início de 2006, foi transferida para uma área de cerca de 40 mil m² onde

no passado funcionou uma fábrica de cartuchos do Exército. Tombada pelo

município e depois cedida pelo Governo Federal ao Colégio Pedro II, a construção

passou por reformas para abrigar a nova unidade, inaugurada oficialmente em 2007,

pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. Em 2010, começou a funcionar no mesmo

complexo a Unidade de Realengo I.

Em 5 de abril de 2006 foi inaugurada a Unidade Descentralizada de Niterói,

a primeira do Colégio Pedro II fora do município do Rio de Janeiro. Depois de

funcionar em uma escola cedida pelo município, a unidade foi transferida para um

Ciep, onde se encontra até hoje, enquanto aguarda a construção de um novo

espaço físico. O novo campus está sendo construído em uma área vizinha, em parte

do antigo 19º Batalhão de Logística do Exército, no bairro Barreto.

A Unidade Duque de Caxias começou a funcionar em 12 de setembro de

2007, no Complexo Escolar de Sarapuí. A princípio, oferecia à comunidade apenas

o curso de Educação Profissional Técnica de Nível Médio Subsequente ao Ensino

Médio - área de formação Informática.

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No ano seguinte, a unidade foi transferida para a Avenida Presidente

Kennedy, no centro de Duque de Caxias, e começou a ofertar também o Ensino

Médio Regular. Em 2012, foi inaugurado o novo campus, no bairro Centenário,

oferecendo, até o momento, apenas o Ensino Médio.

Primeira experiência do Colégio Pedro II na etapa inicial da Educação

Básica, a Unidade de Educação Infantil Realengo começou a funcionar no início de

2012 no campus Realengo I, onde estudam as crianças do Ensino Fundamental

(anos iniciais). No final de 2013, foi inaugurado um espaço próprio, dentro do

Complexo de Realengo. Atualmente, estudam na unidade em torno de 170 crianças,

inclusive do Grupo I (três anos).

4.1.3 O Colégio Pedro II nos dias de hoje

Em 2006, o Colégio Pedro II acatou mais uma proposta lançada pelo MEC

e implantou o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio.

Atualmente, o Colégio oferece em alguns campi duas modalidades: Ensino Médio

Integrado e Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

Com a publicação da Lei 12.677 de 25 de junho de 2012, o Colégio Pedro

II foi equiparado aos Institutos Federais, que são regidos pela Lei 11.892 de 28 de

dezembro de 2008. Essa mudança possibilitou a alteração da sua estrutura

organizacional e, com isso, as unidades escolares passaram de forma automática,

independentemente de qualquer formalidade, à condição de campi da instituição.

O Colégio Pedro II conta hoje com 14 campi, além da Unidade de

Educação Infantil de Realengo I, que é vinculada à Pró-Reitoria de Ensino.

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5. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Referendando e justificando tais afirmativas e experiências profissionais

mencionadas, foram aplicadas indagações no questionário quanto ao tempo de

serviço e pretensões futuras. Estas pretensões são indagadas a fim de desvendar

de forma sutil, o grau de satisfação presente.

As respostas de cada uma das indagações nas diversas seções, são

apresentadas e comentadas para cada uma das questões do questionário aplicado.

Os dados foram analisados sob a ótica da literatura estudada e apresentada.

Na primeira parte do questionário, as questões buscam o posicionamento do

servidor dentro da esfera organizacional. Portanto as indagações giram na órbita das

funções exercidas pelos respondentes. Não se aprofundou em identificar os

respondentes por questões óbivias e preservação das opiniões, evitando, acima de

tudo o desconforto em responder.

Portanto a parte qualitativa, ao ver do pesquisador, ficou dentro da realidade

apresentada e alinhada a literatura revisada.

SEÇÃO 1

CARREIRA FUNCIONAL

Questão 1.1: Exerce Cargo de Direção (CD), Função de Chefia (FG) ou

Assessoramento? (52 respostas)

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Gráfico 13 – Servidores por cargo

Analisando quantitativamente aos percentuais alcançados, 34.6 %

equivalente a 18 servidores exercem algum cargo. A indagação visa identificar o

grau de subordinação, bem como a posição hierárquica em relação à esfera de

poder dentro da Instituição.

Questão 1.2: Há quantos anos está na Instituição? (51 respostas)

Gráfico 14 – Servidores e o tempo na instituição

Nota-se que os respondentes em sua grande maioria está na Instituição há

mais de 10 anos, tempo suficiente, de acordo com a literatura, para sentir integrado,

fazer efetivamente parte e principalmente condições de compreender e ser ouvido

em relação às políticas e ações adotadas pela organização. Veremos mais a frente

que, mesmo com tantos anos de serviço, não existe política de aproveitamento do

capital intelectual.

Questão 1.3: Há quantos anos está no serviço público? (52 respostas)

Sim 18 34.6%

Não 34 65.4%

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Gráfico 15 – Servidores e o tempo no serviço público

Em escala de tempo, 13 servidores ou 65% do grupo respondente têm

mais de 30 anos de serviço público. De 20 a 30 anos equivalem a 2, de 10 a

20 anos (1) e 04 tem até menos de 10 anos de serviço público. No geral, o

quadro de servidores da Instituição é antigo atualmente está sendo renovado

através de diversos concursos realizados nos últimos anos. Diferente do

necessário, não há preservação do capital intelectual o que já é notado

pontualmente sem preservação do conhecimento tácito.

Questão 1.4: Quanto falta para aposentar? (52 respostas)

Gráfico 16 – Servidores e o tempo para aposentadoria

A resposta ao questionamento acima visava trazer dados quantitativos do

quadro pesquisado ao simples fato de ter, se assim quiser, quando sair do serviço

público. Ocorre que os projetos apresentados no âmbito do legislativo, de mudanças

previdenciárias notícia que atingirá os servidores públicos o que acarretará uma

aceleração destas saídas. Mais uma vez, dentro do contexto da pesquisa, está

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cabalmente demonstrada a necessidade de preservação do conhecimento. A saída

deixa exposto e fragiliza a Cultura Organizacional.

Questão 1.5: Após o tempo necessário para aposentar, pretende continuar

trabalhando? (51 respostas)

Gráfico 17 - Tempo para aposentar X intenção de aposentar

“Sim” tem o maior valor para a questão. Verifica-se que, após anos de

exercício, uma relativa insatisfação em continuar trabalhando, se levarmos em

consideração as outras respostas e as propostas legislativas que têm previsão de

aumentar “unilateralmente” o tempo de efetivo exercício, não há incentivo para a

manutenção destes servidores.

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Seção 2

CULTURA ORGANIZACIONAL

Sem a definição de valores, conscientização de crenças e princípios, as

organizações se tornam frágeis nas resoluções de problemas.

É necessário, portanto, a participação e comprometimento das pessoas para

obter uma cultura transparente e aberta. As diferentes culturas existentes nas

organizações contribuem para as diversas alterações que possam sofrer o clima

organizacional.

Questão 2.1: O descontrole ocasionado pelas posições ou superposições

hierarquicas incidindo diretamente no tramite dos processos entre os diversos

setores resulta entraves indesejáveis e atrasos? (52 respostas)

Gráfico 18 - superposição hierárquica X entraves decorrentes

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Não concordo totalmente 1 1.9%

Não concordo parcialmente 2 3.8%

Indiferente 2 3.8%

Concordo parcialmente 11 21.2%

Concordo totalmente 36 69.2%

Dentro de uma Cultura Organizacional, posições, a função e as atividades

de cada indivíduo devem estar bem definidas. Apesar de 69.2% ou 36 respostas

concordarem totalmente com a afirmativa que entraves prejudicam a tramitação de

processos, acrescidos de outros 21.2% ou seja,11 servidores que concordam

parcialmente, a prática deve ser afastada através de ferramentas delimitadoras e

inibidoras de intromissões indesejáveis que trazem conflitos e animosidades entre os

servidores. Segundo Schall (1997), uma característica das administrações públicas

brasileiras é administração amadora — administração feita por indivíduos com pouco

conhecimento da história e da cultura da organização e, muitas vezes, sem o

preparo técnico necessário — predomínio de critérios políticos em detrimento da

capacidade técnica ou administrativa dos nomeados.

Questão 2.2: Participar de treinamento contribui para que você possa exercer de

forma mais eficiente suas funções? (52 respostas)

Gráfico 19 - Treinamento X Eficiência

Não concordo totalmente 0 0%

Não concordo parcialmente 0 0%

Indiferente 1 1.9%

Concordo parcialmente 8 15.4%

Concordo totalmente 43 82.7%

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No gráfico acima, instiga em comentar o valor absoluto “zero” de

discordância de respostas no universo dos 52 respondentes. Diante da necessidade

de treinamento contínuo para reforço das metas institucionais, seus objetivos em

diversas escalas reforçam que a partilha de conhecimento, inclusive através de

treinamentos, reforça e consolida as premissas de que a cultura organizacional

aflora em decorrência das pessoas na organização.

Outro aspecto observado, diz respeito à administração das organizações

públicas, a qual tem sido feita de forma inadequada, principalmente, no que tange a

seus recursos humanos. Observa-se que o nível de satisfação e motivação dos

funcionários não é levado em consideração, o que contribui para uma constante

ineficiência organizacional no setor.

É através de estratégias de integração de indivíduos à organização que os

valores e comportamento vão sendo transmitidos e incorporados pelos novos

membros. Dentre as estratégias mais usuais está o programa de treinamento

(FLEURY,1997).

Questão 2.3: A instituição promove treinamento dos seus funcionários com relação à

gestão de processos? (51 respostas)

Gráfico 20 - Cultura de Treinamento X melhoria da gestão

Não concordo totalmente 19 37.3%

Não concordo parcialmente 9 17.6%

Indiferente 3 5.9%

Concordo parcialmente 19 37.3%

Concordo totalmente 1 2%

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Verifica-se no gráfico acima um percentual de 37.3% ou 19 servidores que

concordam “parcialmente” quando indagados sobre a política da Instituição na

promoção de treinamento. Preocupa os 37.3% ou o mesmo número de 19

servidores que “não concordam totalmente” quanto a promoção institucional de

treinamento. Acrescido aos 17.6%, ou 9 servidores, “que não concordam

parcialmente” quanto à promoção de treinamento. Duas são as observações

traduzidas. Não existe ação regular em treinamento ou somente alguns estão no

bojo dos treinados. Sabendo que a Cultura Organizacional é decorrente do

entrelaçamento de indivíduos, mostrar-se “indiferente” ao conhecimento ou ao

compartilhamento de saber, no caso 3 servidores, mostra o desalinhamento entre

estes indivíduos. Há apenas um servidor que concorda plenamente (JUNQUEIRA,

2005).

Questão 2.4: Quando necessário existe caminhos para recuperação de

informações contidas em um processo? (50 respostas)

Gráfico 21 - Cultura Organizacional X Recuperação de dados

Não concordo totalmente 7 14%

Não concordo parcialmente 17 34%

Indiferente 2 4%

Concordo parcialmente 20 40%

Concordo totalmente 4 8%

Analisando o percentual maior, 40% ou 20 servidores, observa-se que a

necessidade de refinamento no tratamento adequado para as informações de

caráter geral contidas em processos. Sabemos que a informação é ferramenta

fundamental em qualquer organização. A comunicação existente ou acessível evita

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a busca de conhecimento diverso, trazendo diversos entendimentos sob mesmos

assuntos os assuntos correlatos. Neste particular, somente 8% os que equivalem a

quatro servidores, estão cientes de caminhos para recuperação de informações. A

uniformização de ações também faz parte de mecanismos de funcionamento

homogêneo de uma organização.

A cultura afeta todos os aspectos da organização: estrutura, estratégia,

processos e sistemas de controle. Dentre os fenômenos culturais, os artefatos

representam a parte mais superficial da cultura (SCHEIN, 2004). Inserido neste

contexto práticas de disponibilização e absorção de informações contidas em

processos não são gerenciadas para serem aproveitadas.

Questão 2.5: Na instituição, como prática organizacional, existe a fomentação de

rotina formal expressada através de manual com procedimentos para tramitação

de processos? (49 respostas)

Gráfico 22 - Cultura Organizacional X falta de manuais operacionais

Não concordo totalmente 21 42.9%

Não concordo parcialmente 5 10.2%

Indiferente 1 2%

Concordo parcialmente 18 36.7%

Concordo totalmente 4 8.2%

De conformidade com o constatado na pesquisa em comento, motivador

deste estudo, o desalinhamento existente na Cultura Organizacional é evidente. O

percentual de servidores que “concordam totalmente” – 4 e os que “não concordam

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totalmente” 21 servidores evidencia o antagonismo de opiniões. Houve quem se

mostrasse indiferente ao indagado. Servidores que concordam parcialmente –

36.7%, equivalente a 18 servidores, demostra que não existe rotina formal.

Questão 2.6: A existência de manuais reduz/reduziria a perda de conhecimento

quando há a saída de funcionários. (50 respostas)

Gráfico 23 - Cultura Organizacional X necessidade de manuais / perda de conhecimento

Não concordo totalmente 1 2%

Não concordo parcialmente 1 2%

Indiferente 1 2%

Concordo parcialmente 10 20%

Concordo totalmente 37 74%

Em termos percentuais, os servidores que responderam “concordar

totalmente” equivalem a 74% ou 37 servidores, somando aos 20% ou 10 servidores

que “concordam parcialmente”, totalizando 94%, tendo grande parte destes

servidores, muitos anos de serviço público, é o reconhecimento/ referendo de que o

conhecimento dos servidores é fundamental nas organizações, bem como

complementa a afirmativa de que manuais são importantes. Pode-se notar que a

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maior parte dos funcionários acha que o manual reduziria a perda de conhecimento

com a saída de funcionários. Kojima e Iwata (2012) relatam que as empresas

apresentam preocupações sobre a saída de conhecimento e know-how, devido à

transferência ou aposentadoria de pessoal experiente, ou falhas de transferência de

conhecimento e que, para evitar a descontinuidade do trabalho, as organizações

devem manter as informações importantes através da utilização de mecanismos

formais de documentação.

Questão 2.7: O sistema disponibiliza as informações de maneira que elas

possam ser utilizadas para tomada de decisão. (51 respostas)

Gráfico 24 - Cultura Organizacional X Acesso a informações para tomada de decisão

Não concordo totalmente 12 23.5%

Não concordo parcialmente 12 23.5%

Indiferente 4 7.8%

Concordo parcialmente 20 39.2%

Concordo totalmente 3 5.9%

Seguindo o abordado pela Secretaria de Gestão do Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão, tratando de GESPUBLICA, que preceitua:

Processos operacionais – que decorrem de uma sequência de atividades

que transformam insumos em produtos. Basicamente os processos operacionais são

o de maior incidência de gestão, pois contemplam grande parte das ações de

gestão.

Como observado dos resultados quantitativos no gráfico acima, um número

muito baixo de servidores concordam quanto à disponibilidade de dados /

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informações que seriam imprescindíveis à tomada de decisões ou simplesmente

consulta. Não é da Cultura Organizacional da instituição um banco de dados para tal

finalidade.

Grant (2005) apresenta a Gestão do Conhecimento como uma estratégia

competitiva para o desenvolvimento da Aprendizagem organizacional,

especialmente na transferência de melhores práticas, como da gestão da

propriedade intelectual.

Seção 3

QUANTO AOS PROCESSOS

A gestão de processos realizada de forma eficaz melhora a capacidade de

uma organização de antecipar, gerir e responder às mudanças no mercado e a

maximizar as oportunidades empresariais. A gestão de processos adequada pode

também reduzir as insuficiências e os erros resultantes de uma redundância de

informações e ações institucionais.

Questão 3.1: Na instituição, existe mapa ou outro documento que normatiza as

atividades concatenadas na tramitação de processos? (52 respostas)

Gráfico 25 – Gestão de Processos – Mapa de atividades na tramitação de processos

Não concordo totalmente 24 46.2%

Não concordo parcialmente 7 13.5%

Indiferente 4 7.7%

Concordo parcialmente 15 28.8%

Concordo totalmente 2 3.8%

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Na quesitação acima, somente dois servidores, ou 1,04% concordam

totalmente quanto a indagação quanto a existência de normatizador / delineador na

tramitação de processos. Por outro lado, 31 servidores respondentes “não

concordam totalmente” ou “não concordam parcialmente” quanto a existência de

ferramenta normatizadora de trâmite de processos.

Em amplo sentido, a Gestão do Conhecimento pode ser conceituada com

um conjunto de práticas de gestão organizacional voltadas para produção, retenção,

disseminação, compartilhamento e aplicação do conhecimento dentro das

organizações, bem como na relação dessas com o mundo exterior (BATISTA, 2004).

Questão 3.2: Visualizar o seu papel dentro do desenvolvimento das atividades

proporciona um trabalho mais produtivo? (51 respostas)

Gráfico 26 - Gestão de Processos X Inserção de capital humano

Não concordo totalmente 1 2%

Não concordo parcialmente 0 0%

Indiferente 1 2%

Concordo parcialmente 7 13.7%

Concordo totalmente 42 82.4%

Outro aspecto observado, diz respeito à administração das organizações

públicas, a qual tem sido feita de forma inadequada, principalmente, no que tange a

seus recursos humanos. Observa-se que o nível de satisfação e motivação dos

funcionários não é privilegiado, o que contribui para uma constante ineficiência

organizacional no setor. Segundo Cerqueira (2010), o mapa de atividades detalha o

trabalho feito pela unidade de negócio, fornecendo uma visão sistêmica que

possibilita identificar, documentar, analisar e desenvolver melhorias.

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Questão 3.3: Ter um referencial, índice ou catálogo para consultar quando

ocorrem dúvidas sobre a atividade ajuda no desenvolvimento de suas funções?

(52 respostas)

Gráfico 27 - Gestão de Processos X Referencial de ações

Não concordo totalmente 0 0%

Não concordo parcialmente 0 0%

Indiferente 2 3.8%

Concordo parcialmente 8 15.4%

Concordo totalmente 42 80.8%

No resultado apurado, quarenta e dois servidores, equivalente a 80.8% em

um universo de cinquenta e dois respondentes, fica patente a necessidade de

referencial relacionado ao desenvolvimento de funções. Os números expressivos

apurados demonstram a falta deste mecanismo e indo além, a necessidade de criar

caminhos referenciais. A Cultura Organizacional falha, a Gestão de Processos

agoniza e a Instituição padece de alinhamento.

Daveport e Prusak (1998) reforçam a importância da existência de

mecanismos de coordenação entre diferentes competências e instâncias no sentido

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de efetivar a apropriação dos conhecimentos pela empresa, diante das dificuldades

apontadas para a retenção do conhecimento.

Para Mendonça (2010), os manuais constituem uma importante e constante

fonte de informações sobre as práticas da organização.

Questão 3.4: A sua opinião já foi solicitada, na busca para melhoria da atividade

de trâmite de processos? (51 respostas)

Gráfico 28 - Gestão de Processos X Ações para busca de melhorias na trâmitação de processos.

Não concordo totalmente 24 47.1%

Não concordo parcialmente 2 3.9%

Indiferente 3 5.9%

Concordo parcialmente 12 23.5%

Concordo totalmente 10 19.6%

Na apuração da quesitação, o percentual 47.1% de servidores que

responderam não concordar totalmente com a indagação é superior ao quantitativo

de respondentes que concordam parcialmente ou totalmente somados no total de

43.1%.

Freitas (1999) afirma que, as definições de cultura organizacional surgiram

na década de 1960, com os conceitos de Desenvolvimento Organizacional que

buscavam construir ou mudar organizações baseados na modificação das relações

internas e implantação de valores compartilhados, no sentido moral e ético, o que

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estimularia o compromisso dos funcionários com a organização, substituindo a

submissão e os controles burocráticos.

Questão 3.5: As informações contidas nos processos recebem tratamento de

forma a produzir dados acessíveis, que possam ser utilizados pela instituição?

(51 respostas)

Gráfico 29 - Gestão de processos X tratamento de informações

Não concordo totalmente 17 33.3%

Não concordo parcialmente 8 15.7%

Indiferente 6 11.8%

Concordo parcialmente 14 27.5%

Concordo totalmente 6 11.8%

De acordo com as respostas em análise, quase a metade dos entrevistados

não estão de acordo com a indagação quanto o aproveitamento dos dados

acessíveis, de forma a produzirem conhecimento agregado. Segundo o Arquivo

Nacional (1995), a gestão de documentos deve principalmente assegurar ao

governo e ao cidadão o acesso pleno às informações contidas nos documentos.

Questão 6: Você teria maior satisfação em realizar a atividade de trâmite de

processos se tivesse um maior conhecimento sobre a gestão de documentos. (52

respostas)

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Gráfico 30 - Gestão de Processos X Gestão de documentos

Não concordo totalmente 12 23.1%

Não concordo parcialmente 13 25%

Indiferente 5 9.6%

Concordo parcialmente 17 32.7%

Concordo totalmente 5 9.6%

No quesito acima, os percentuais apurados trazem certo equilíbrio se

levarmos em consideração os que “concordam totalmente” e “concordam

parcialmente”, somados equivalem a 22 respondentes ou 42.3%, comparados aos

48.1% ou 25 servidores respondentes que manifestaram “não concordar totalmente”

ou “não concordar parcialmente” quanto à necessidade de conhecimento no

manuseio de documentos. Maior importância está nos 5 servidores que se

mostraram “indiferentes” ao conhecimento que equivalem ao mesmo número dos

respondentes que “concordam totalmente”.

Questão 3.7: Na instituição, existe um sistema informatizado para trâmite de processos.

(52 respostas)

Gráfico 31- Gestão de processos X Sistema de tramitação de processos

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Não concordo totalmente 0 0%

Não concordo parcialmente 0 0%

Indiferente 2 3.8%

Concordo parcialmente 13 25%

Concordo totalmente 37 71.2%

No quesito, 37 servidores “concordam totalmente” e outros 13 servidores

“concordam parcialmente” que somados atingem ao percentual de 96.2% dos

respondentes. Satisfatório é saber que o cociente “zero” para o desconhecimento do

sistema informatizado para trâmite de processos. Instiga a resposta “indiferente” já

que os dois respondentes fazem parte de universo organizacional de área

eminentemente técnica, sendo o sistema ferramenta de suma importância para o

desenvolvimento de atividades, inclusive o trâmite de processos.

Grant (2005) apresenta a Gestão do Conhecimento como uma estratégia

competitiva para o desenvolvimento da Aprendizagem organizacional,

especialmente na transferência de melhores práticas, como da gestão da

propriedade intelectual.

Questão 3.8: As informações contidas no sistema são confiáveis. (48 respostas)

Gráfico 32 - Gestão de Processos X Grau de confiança das informações disponibilizadas

Não concordo totalmente 5 10.4%

Não concordo parcialmente 6 12.5%

Indiferente 2 4.2%

Concordo parcialmente 17 35.4%

Concordo totalmente 18 37.5%

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A maioria dos respondentes mostrou que tinha conhecimento sobre a

questão, mas concordam parcialmente na mesma proporção dos que concordam

totalmente. Vale ressaltar que apenas 2 respondentes se mostraram indiferentes a

questão. Porém, no geral, os comentários apontam que as informações do sistema

são confiáveis. De acordo com Van Bruggen (2013), a transparência e consistência

das informações podem resultar em maior eficiência e flexibilidade dos processos.

SEÇÃO 4

QUANTO AO SIAPE

Os Sistemas de Informação dependem de informática ou tecnologia, porém

dependem mais ainda de conhecimentos administrativos e operacionais para serem

elaborados. Por esta razão, as rotinas, os processos, devem estar muito bem

organizados. No ano de 1994, o SERPRO, coloca em funcionamento, de sua

criação, o Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape),

antigo Departamento de Pessoal.

Hoje, o Siapenet realiza mensalmente o pagamento de 1,5 milhão de

servidores ativos, aposentados e pensionistas em 214 órgãos da administração

pública federal direta, instituições federais de ensino, ex-territórios federais,

autarquias, fundações e empresas públicas.

Questão 4.1: Conhece o sistema SIAPE (52 RESPOSTAS)

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Gráfico 33 – SIAPE X Conhecimento sobre a ferramenta

Sim 50 94.3%

Não 2 5.7%

O percentual de 94,3% dos servidores responderem afirmativamente quanto

ao conhecimento do Sistema, sublinha sua importância, mas não configura o

conhecimento técnico da ferramenta. O percentual que afirmam desconhecer o

sistema pode estar relacionado a vinculação deste conhecimento ao conhecimento

do sistema como um todo e não como gerador do banco financeiro e cadastral de

cada servidor.

Questão 4.2: Trabalha ou foi convidado para trabalhar com o SIAPE. (52 respostas)

Gráfico 34 - SIAPE X Servidores com vínculo de função

Trabalha 6 11.3% Foi Convidado a trabalhar 6 11,3% Não trabalha 40 75.5%

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Nesta indagação, a intenção do questionamento foi ter visão pontual de

servidores que têm contato direto com a ferramenta SIAPE, já que tais servidores

devem ter habilitação formal para alimentar e manter o banco de informações

sistêmicas geradora de pagamento e a vida funcional do servidor.

Questão 4.3: Recebeu treinamento para trabalhar com o Sistema SIAPE.

(52 respostas)

Gráfico 35 - SIAPE X TREINAMENTO NO SIAPE

Sim 12 24.5%

Não 40 75.5%

O processo de treinamento é visto como a formação sistemática de atitudes,

conceitos, conhecimento, regras e habilidades que resultam em uma melhoria do

desempenho no trabalho. Convidar servidor ou simplesmente lotar - ato de designar

formalmente o servidor em uma área de trabalho – para exercício do cargo em

ambiente totalmente desconhecido e de relevância fundamental, não pode fazer

parte de estratégia organizacional ou sendo forma inadequada de aproveitamento de

capital humano. Muitas das vezes, ao tomar conhecimento de fato de como será o

desempenho de sua função, o servidor tem a tendência de repelir / reprimir a

realidade que se apresenta, passando a ser parte discordante da metodologia

adotada pela empresa.

Questão 4.4: Participa ou foi convidado a participar de curso de atualização do SIAPE.

(50 respostas)

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105

Gráfico 36 - SIAPE X Participação em treinamento na ferramenta

Sim 11 26.4%

Não 39 73.6%

Inúmeros são os autores que abordam a relevância e constância de

treinamento em organizações, sejam públicas ou privadas na busca de uma

homogeneidade e alinhamentos aceitáveis em suas políticas. Chamado de Cultura

Organizacional, estes contexto de fatos compõem a realidade que alicerçará o

sucesso da Organização. De forma contrária, as inadequações de exigências às

demandas apontam para o insucesso o a descrença do propósito das metas e

objetivos diretos.

Questão 4.5: Se trabalha, tem autonomia ou é ouvido quanto as questões que

envolvem o sistema. (51 respostas)

Gráfico 37 - SIAPE X Autonomia ou participação em questões que envolvam a ferramenta

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Sim 3 5.9%

Não 48 94,1%

A indagação visa trazer dados concretos e afirmativos que os servidores não

se sentem parte integrante da organização e que se torna pior quando a

organização os enxerga da mesma forma, ou seja, os servidores, por esta cultura

organizacional, diversamente de toda a literatura estudada, não fazer parte da

organização e mesmo sendo operadores do Sistema Integrado de Pessoal da União,

com todo porte e relevância, não são ouvidos nas questões que envolvem o sistema.

Questão 4.6: Se trabalha, é remunerado para exercer esta função. (50 respostas)

Gráfico 38 - SIAPE X Atribuições da função X Remuneração para exercício

Sim 3 6%

Não 47 94%

De grande relevância o reconhecimento formal e financeiro para a realização

de tarefas técnico-administrativas que necessitam de conhecimentos específicos

para sua operacionalização.

Ocorre que, dentro da área técnica administrativa de pessoas da instituição

o pequeno grupo destacado para manutenção de cadastro e pagamento individual

de todos os servidores da instituição – operadores do SIAPE, alimenta um banco de

dados que incluem ativos – técnicos e docentes, aposentados e pensionistas,

instituidores de pensão, detentores de pensão de alimentos e devedores de pensão,

lançamento de processos administrativos ou judiciais que incluem ou excluem

direitos funcionais e financeiros, todos sob a responsabilidade destes servidores.

Nada recebem por mais está árdua tarefa específica e que não é acrescida

por todos os outros servidores.

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Questão 4.7: Trabalhando ou não no sistema, concorda em que os servidores que

trabalham com o sistema SIAPE deveriam receber para tal finalidade. (52 respostas)

Gráfico 44 - SIAPE X Remuneração devida pelo exercício

Sim 36 66%

Não 16 34%

Segundo estudos das ciências do comportamento, "as pessoas se

comportam como uma função daquilo que recebem de recompensa ou reforço".

Portanto, é indispensável, no desenvolvimento do trabalho, que os gerentes

identifiquem e retribuam financeiramente os empregados com tarefas complexas

como as exercidas na ferramenta SIAPE, servindo de estímulo aos que pretendam

se qualificar em tão árdua missão.

ANEXOS

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Tabela 4 - Cronograma SIAPE - Fonte SIAPE

Etapa/Atividade Data Inicial

Hora

Inicial Data Final

Hora

Final

Abertura do sistema para atualização da folha 22/12/2014 07:00 16/01/2015 18:00

Solicitação de Reforma/Transposição de Órgão(s) 22/12/2014 07:00 09/01/2015 18:00

Submissão de Demandas (Abertura de demanda) 22/12/2014 07:00 15/01/2015 20:00

TRATAMENTO PELAS UPAGS DAS INCONSISTÊNCIAS

APURADAS PELA CGAUD/DEGEP/MP 22/12/2014 07:00 16/01/2015 18:00

Envio de Arquivos atualização Folha 22/12/2014 07:00 14/01/2015 20:00

Arquivos AtuaCad 22/12/2014 07:00 14/01/2015 20:00

Arquivos Consignação Compulsória e Mov. Financeira 22/12/2014 07:00 14/01/2015 20:00

Arquivos Consignação Facultativa 22/12/2014 07:00 13/01/2015 20:00

Solicitação P/ Geração ou Cancelamento Arquivo Fita Espelho 22/12/2014 07:00 14/01/2015 20:00

Envio de Arquivos Sisob para Batimento Cadastro SIAPE 22/12/2014 07:00 14/01/2015 20:00

FECHAMENTO DO SISTEMA PARA PROCESSAMENTO DO

PRÉ CÁLCULO DA FOLHA 16/01/2015 18:00 16/01/2015 18:00

Inicio do Processamento do Pré-cálculo da Folha 16/01/2015 18:00 19/01/2015 07:00

Abertura Sistema p/ Homologação Calculo/Ajustes Folha 19/01/2015 07:00 20/01/2015 18:00

Disponibilizar Cálculo da Folha no Siapenet 19/01/2015 07:00 20/01/2015 18:00

CORREÇÕES DAS INCONSISTÊNCIAS PELA

CGAUD/DEGEP/MP 21/01/2015 07:00 21/01/2015 18:00

CONFORMIDADE DA FOLHA -CGAUD/DEGEP/MP 21/01/2015 07:00 21/01/2015 18:00

Abertura Sistema para Atualização da Próxima Folha 26/01/2015 07:00 00:00

Entrega Contracheques e Notificação Férias para Upags 23/01/2015 12:00 06/02/2015 12:00

Pagamento Folha para o órgão 25207 – SERPRO 30/01/2015 09:00 00:00

Pagamento Folha para o órgão 99072 – GDF 06/02/2015 09:00 00:00

Pagamento Folha Demais órgãos 02/02/2015 09:00 00:00

Disponibilização dos Relatórios da Folha no Siapenet 23/01/2015 08:00 24/01/2015 08:00

Relatórios da Folha (AM, BY, M8, etc) 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Relatório de Upags com crédito bancário (BG) 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Arquivo Crédito Bancário para Bancos não conveniados 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Arquivos Gerenciais PSS, DDP, etc 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

REPASSE DAS CONTRIBUIÇÕES Á FUNPRESP 02/02/2015 07:00 04/02/2015 18:00

Disponibilização Arquivos e Relatórios no Siapenet 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Arquivo Espelho para órgãos optantes 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Arquivo SICAJ 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Relatório D8 Consignatárias 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Relatório Rubricas Excluídas de Consignação 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Disponibilizar contracheques no SIAPENet 23/01/2015 16:00 24/01/2015 08:00

Encerramento do Processo da Folha 26/01/2015 09:00 00:00

Disponibilização Arquivo SISOB no Siapenet 00:00 10/02/2015 09:00

SIAPE DataWarehouse 00:00 00:00

Disponibilidade de dados para Consulta 23/01/2015 12:00 30/01/2015 12:00

PREPARAÇÃO DO SISTEMA PARA O NOVO MÓDULO DE

AFASTAMENTOS

00:00

00:00

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109

6 CONCLUSÃO Pôde-se evidenciar a partir da análise dos conceitos e modelos teóricos

presentes na bibliografia revisada, que a Cultura Organizacional é considerada como

algo de estrema relevância nas organizações e um dos pilares fundamentais para a

melhoria de seu desempenho e de sua vantagem competitiva. Nesse sentido, as

pesquisas, de algum modo, corroboram tal associação. Sendo de não menos

relevância, a Gestão de Processos está inserida no contexto do estudo apontou a

complexidade de fatores que envolvem os temas Cultura Organizacional e a Gestão

de Processos e desacertos baseados na literatura que se refletem na desarmonia

que contribuem para prejuízo da eficiência e da eficácia da ferramenta SIAPE –

Sistema Integrado de Administração de Pessoal - fundamental na vida do servidor

público. Caminhos para inovação ou aspectos de uma cultura organizacional

relacionada à inovação, pontos comuns, divergências, desafios e lacunas para

pesquisas futuras, mostrando o quão desafiante é a busca de consenso sobre o

tema. Ao longo do desenvolvimento do trabalho e as pesquisas realizadas, foram

identificadas outras vertentes que poderão ser exploradas em outros trabalhos

futuros. Sabemos que, de regra geral a pesquisa nunca se encerra em si mesma,

afirmativa decorrente dos inúmeros trabalhos realizados e certamente outros que

virão.

O tema Cultura Organizacional ou Organização Institucional não são

sinônimos ou estão dentro da mesma linha de pensamento. Diante da Cultura

Organizacional explorada, se buscou link entre o modo institucional vivenciado sob o

olhar deste pesquisador e a Gestão de Processos, prejudicado por Cultura

desalinhada ou desajustada com os dias de hoje, as exigências globais e suas

ferramentas facilitadoras de interação entre as instituições. As pessoas que dão

corpo a estas organizações e o universo profissional que alinhados darão os

resultados esperados desde que, conforme a literatura trazida e estudada:

Sejam identificados os pontos desalinhados e deflagrada ações para os

devidos ajustes, trazendo resultados esperados e a satisfação dos servidores

envolvidos, clientes potenciais, bem como os clientes internos e externos, que em

muitas das vezes também são clientes potenciais.

Seja preservado o conhecimento adquirido pelo capital humano, através de

manuais e outras ferramentas para esta finalidade.

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Seja este mesmo conhecimento partilhado através de treinamentos

específicos, abordando os potenciais desalinhamentos, criando Banco de

Conhecimento e partilha deste saber através de servidores da Instituição que detêm

conhecimento tácito. Este é conhecido como o verdadeiro conhecimento.

6.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Considerando que um trabalho de pesquisa não se esgota em si mesmo, esta

dissertação aponta que ainda existem outras possibilidades de estudo que não

foram abordadas. A fim de dar continuidade a esta pesquisa, sugere-se que sejam

desenvolvidos estudos que aprofundem as questões tratadas nesta dissertação,

como:

A verificação do grau de satisfação do cliente / servidor através do uso de

indicadores;

A investigação se a proposta de melhoria se aplica a outras instituições

públicas de ensino, bem como se cabível aos diversos Campis desta

Instituição, abarcando universo fora do pesquisado; e

A implantação de cada um dos aspectos sugeridos na proposta.

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111

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APÊNDICES

APÊNDICE A – APRESENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DO ESTUDO

Prezado (a),

Este questionário faz parte de minha dissertação de Mestrado em Sistemas

de Gestão da Universidade Federal Fluminense, cujo título é: GESTÃO DE

PROCESSOS: PROPOSTA DE MELHORES PRÁTICAS VIA SIAPE. ESTUDO DE

CASO NO COLÉGIO PEDRO II / RJ.

Gostaria de contar com sua colaboração respondendo a todas as questões,

com sinceridade, para que a pesquisa alcance sua finalidade em que retrate a

realidade de uma Cultura Organizacional que precisa ser mudada, sem desprezo da

história centenária da Instituição, com reflexo na Gestão de Processos, que por fim

entrelaça a ferramenta SIAPE e consiga atingir o objetivo proposto, que é apresentar

uma visão geral para mudança, cujo conteúdo engloba uma proposta de melhoria

deste tripé, que atenda às necessidades da organização.

Este questionário tem como objetivo coletar dados a fim de realizar um

diagnóstico da atual situação organizacional e o controle da tramitação de processos

e buscar a opinião dos funcionários acerca de melhorias.

O questionário é confidencial, as respostas serão analisadas de forma global

sem menção ao nome do respondente.

Agradeço antecipadamente a valiosa cooperação para que minha pesquisa

tenha êxito.

Guilherme Vieira Leite

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APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA

QUESTIONÁRIO

Responda as questões assinalando seu grau de concordância com cada uma das

afirmações, conforme os parâmetros a seguir:

Grau de concordância:

1-Discordo totalmente (DT)

2-Discordo (D)

3-Indiferente (I)

4-Concordo (C)

5-Concordo totalmente (CT)

Caso não tenha conhecimento sobre a afirmação, marque a opção Indiferente (I).

ASPECTOS FUNCIONAIS:

1.1 Exerce Cargo de Direção (CD), Função de Chefia (FG) ou Assessoramento?

1.2 Há quantos anos está na Instituição?

1.3 Há quantos anos está no serviço público?

1.4 Quanto falta para aposentar?

1.5 Após o tempo necessário para aposentar, pretende continuar trabalhando?

Obs.: Nesta seção as respostas são aberta para embasamento e análise QUANTO A CULTURA: 2.1 A falta de definição, delimitação, superposição ou duplicação de funções ou

autoridade ocasiona problemas na tramitação de processos entre os setores,

resultando em atrasos no serviço?

2.2 Participar de treinamento contribui para que você possa exercer de forma mais

eficiente suas funções?

2.3 A instituição promove treinamento dos seus funcionários com relação à gestão

de processos?

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2.4 Quando necessário, é fácil recuperar a informação contida em um processo?

2.5 Na instituição existem manuais com procedimentos para tramitação de

processos?

2.6 A existência de manuais reduz/reduziria a perda de conhecimento quando há a

saída de funcionários?

2.7 O sistema disponibiliza as informações de maneira que elas possam ser

utilizadas para tomada de decisão?

QUANTO AOS PROCESSOS: 3.1 Na instituição existem mapas ou outro documento descrevendo as atividades de

tramitação de processos.

3.2 Visualizar o seu papel dentro do desenvolvimento das atividades proporciona um

trabalho mais produtivo?

3.3 Ter o mapa para consultar quando ocorrem dúvidas sobre a atividade ajuda no

desenvolvimento de suas funções?

3.4 A sua opinião já foi solicitada, na busca para melhoria da atividade de trâmite de

processos?

3.5 As informações contidas nos processos recebem tratamento de forma a produzir

dados acessíveis, que possam ser utilizados pela instituição?

3.6 Você teria maior satisfação em realizar a atividade de trâmite de processos se

tivesse um maior conhecimento sobre a gestão de documentos?

3.7 Na instituição existe um sistema informatizado para trâmite de processos?

3.8 As informações contidas no sistema são confiáveis.

QUANTO AO SIAPE: 4.1 Conhece o sistema SIAPE?

4.2 Trabalha ou foi convidado para trabalhar com o SIAPE ou foi voluntário para

trabalhar com o sistema.

4.3 Recebeu treinamento para trabalhar com o Sistema SIAPE.

4.4 Participa ou foi convidado a participar de curso de atualização do SIAPE.

4.5 Se trabalha, tem autonomia ou é ouvido quanto às questões que envolvem o

sistema.

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4.6 Se trabalha, é remunerado para exercer esta função.

4.7 Trabalhando ou não no sistema, concorda em que os servidores que trabalham

com o sistema SIAPE deveriam receber para tal finalidade.

APÊNDICE C – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA

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