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Relatório Final submetido à Universidade Federal do ABC
como requisito ao Programa de Iniciação Científica (PDPD).
Aluno : Guilherme Freitas de Figueredo
Email do aluno : [email protected] - RA:11053311
Orientador: Prof. Dr. Antonio Gil Vicente de Brum
Email do orientador : [email protected]
Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais (CECS) – UFABC
Sensores/Rastreadores Estelares Autônomos para
Determinação e Controle de Atitude de Veículos
Espaciais.
Santo André
Setembro – 2012
Dedico este relatório final a Universidade
Federal do ABC pela oportunidade de ter participado
do projeto Pesquisando Desde o Primeiro Dia
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus. Agradeço também ao meu orientador
Prof. Dr. Antônio Gil Vicente de Brum pelo empenho em transmitir-me seus
conhecimentos e que me incentivou desde o inicio às atividades vinculadas a esse
projeto. Agradeço a Universidade Federal do ABC, pela oportunidade de ter
desenvolvido este estudo em uma instituição superior de ensino inovadora e
comprometida com o avanço técnico científico no país e à minha família e amigos por
todo apoio no desenvolvimento do referido projeto.
Resumo
A atitude de um veículo espacial é seu apontamento no espaço. O controle de
atitude é fundamental em uma missão espacial. Sem ele a missão estaria fadada ao
fracasso. Neste estudo foi analisado o sensor/rastreador de estrelas. O sensor
rastreador estelar é um equipamento de alta tecnologia cuja função é a determinação
da atitude, isto é, a posição angular do veículo espacial, auxiliando, portanto, no
controle do veículo. Este equipamento de alta tecnologia é produzido por poucas
nações. Para o desenvolvimento desta tecnologia no Brasil é necessário realizar vários
estudos sobre o assunto. Neste contexto, o presente trabalho. No decorrer dos últimos
40 anos o sensor passou por várias mudanças se adaptando ao desenvolvimento
tecnológico tornando-se mais leve, consumindo menos energia, e aumentando sua
eficiência e precisão e consequentemente seu uso em missões espaciais.
O método de pesquisa empregado na realização deste estudo alicerçou-se na
literatura existente relacionada aos sensores de estrelas e ao controle de atitude. Fez-
se uso de livros da Biblioteca da Universidade Federal do ABC(UFABC), bem como de
trabalhos disponíveis na internet sob o domínio do INPE(Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais), e sob o domínio do IEEE (Institute of Electrical and Electronics
Engineers). No entanto a principal fonte no qual este relatório está baseado são os
conhecimentos do professor doutor Antonio Gil Vicente de Brum.
Como objetivos desse estudo teve-se o estudo sobre atitude de V/Es,
fundamentos e métodos de determinação, rastreio e controle e um estudo sobre os
sensores rastreadores estelares autônomos modernos.
Como resultados, foram documentados os tipos de sensores/rastreadores de
estrelas e diferenciados os sensores modernos, também conhecidos como sensores
autônomos, dos sensores mais antigos. Também foram feitas simulações do controle e
variação de atitude.
Palavras-chave: veículos espaciais, satélites artificiais, determinação de atitude,
controle de atitude, sensor rastreador estelar.
Abstract
A spacecraft’s attitude represents the way it’s pointing in space. Attitude control
is a fundamental issue of a space mission. Without it the mission would be faded to fail.
In this study, a star tracker/sensor was analyzed. The star tracker/sensor is a high tech
equipment whose function is to determine the spacecraft attitude, thus, helping the
attitude control. This equipment is produced in few nations. For the development of this
technology in Brazil, many studies are necessary. In this context comes the present
article. Over the last 40 years, the sensor passed through many changes, adapting to
the development in technology, becoming light, less energy consuming and more
efficient and accurate, in consequence improving its use on space missions. Many
types of star sensor/trackers were documented and separated from modern sensors,
also known as autonomous sensors. Also, simulations of attitude control and variation
were made.
The research method used in this study is based on the current literature related
to star trackers and attitude controlling, by using the books available at Universidade
Federal do ABC (UFABC), as well as studies available on the internet under the
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) and the Institute of Eletrical and
Eletronics Engineers (IEEE). Although the main source of knowledge which this study is
based is from Dr. Antonio Gil Vicente de Brum own experience.
The objective of this work was the study of the attitude of spacecrafts, the
fundamental methods of determining, tracking and controlling it, and a study about
modern autonomous star sensor/trackers.
Lista de Figuras
Figura1 : Os tres sistemas de coordenadas empregados na determinação de atitude do
V/E.
Figura 2: O sistema inercial e o sistema fixo no veículo
Figura 3: Rotação de rolamento.
Figura 4: Rotação de Arfagem.
Figura 5: Rotação de guinada.
Figura 6: Rotação no cartesiano.
Figura 7: Rotação no cartesiano.
Figura 8 : Diagrama simplificado de um escaneador de estrelas de fenda em V
Figura 9 : Sensor de Estrelas em cardan
Figura 10: Diagrama de um tubo dissecador de imagem de um sensor estelar
Figura11: Sensor Estelar Astros, A esquerda os processadores eletrônicos e a direita a
cabeça da câmera
Figura 12: Astros Tabela de Parâmetros
Figura 13 : Um protótipo de um sensor de estrelas.
Figura 14: O sensor Alemão CHAMP ASC e o sensor AST-201
Figura 15: parâmetros do sensor CHAMP ASC e os parâmetros do sensor AST-201
Figura 16 : Etapas de processamento para determinação de atitude, em um sensor de estrelas autônomo.
Figura 17: Etapas Malha de controle de atitude do veículo espacial
Figura 18 : Fundamentos da operação de um sensor autônomo
Figura 19: Realização do reconhecimento de padrões em uma constelação
1
Sumario
Capitulo 1 ..................................................................... pag 2
Introdução ......................................................................... pag 2
Capitulo 2 Atitude....................................................................... pag 3
2.1 Definindo Sistemas ..................................................... pag 3
2.1.1 Matriz de Atitude.............................................. pag 5
2.1.2 Angulos de Euler............................................... pag 7
2.1.Parâmetros de Euler............................................ pag 13
2.1.4 Ângulo Eixo Equivalente................................... pag 13
Capítulo 3...................................................................... pag 16
3.1 Características de um sensor de estrelas.................... pag 16
3.1.1 Campo de Visada.............................................. pag 16
3.1.2 Cobertura do Céu.............................................. pag 17
3.1.3 Massa................................................................ pag 17
3.1.4 Tamanho do Catálogo....................................... pag 18
3.2 A primeira geração de sensores de estrelas................ pag 19
3.2.1 Sensores escaneadores de estrelas................. pag 20
3.2.1 Sensores de Estrelas em Cardan...................... pag 21
2
3.2.1 Sensores de Estrelas de Cabeça Fixa.............. pag 23
3.3 A segunda geração de sensores de estrelas os sensores
autonomos(Autonomus Star Tracker)...................... pag 26
3.3.1 O funcionamento de um Sensor de
Estrelas Autônomo ............................................... pag 29
3.3.2 Extração de Estrelas......................................... pag 32
3.3.3 Modelagem Óptica............................................ pag 32
3.3.4 Algoritmo de Identificação de Estrelas.............. pag 33
3.3.5 Determinação da Atitude................................... pag 34
3.3.6 Perdido no Espaço(Lost In Space).................... pag 37
3.3.7 Requerimento do Processador........................... pag 38
3.3.8 Analógico-Digital(ACD) de resolução................. pag 38
3.3.9 Taxa de Atualização........................................... pag 39
Capítulo 4 Simulações................................................................. pag 40
Capítulo 5 Resultados................................................................. pag 48
Capítulo 6 Conclusões................................................................ pag 48
Referências ................................................................................. pag50
3
Capitulo 1 - Introdução
Por ser um mercado lucrativo e exclusivo de poucos países o setor
aeroespacial viu-se em uma fase de grandes investimentos estando assim em pleno
desenvolvimento nas ultimas décadas, o Brasil sendo um destes países também
investiu e investe no setor.
Paralelamente ao conhecimento preciso da posição e velocidade de
translação do centro de massa de um veículo espacial (V/E) ao longo da órbita, a
orientação que o corpo do veículo tem no espaço (denominada "atitude"),
relativamente a um sistema de coordenadas de referencia, constitui matéria de vital
importância para a navegação e guiagem do veículo [8]. Conhecer atitude de um V/E
permite que o veículo execute a sua missão. Sem esse conhecimento a missão fica
comprometida ocorrendo assim a perda do investimento tecnológico e monetário na
missão pretendida.
Um veículo espacial (V/E) possui vários subsistemas para manter seu
funcionamento (define-se subsistema como um conjunto de entidades que através de
trabalho comum produzem um trabalho esperado). Dentre estes subsistemas, está o
sistema de controle de atitude e órbita (AOCS). Uma das funções do AOCS é manter o
veículo estabilizado no espaço, seguindo rigorosamente as especificações de atitude
para o mesmo. Os sensores/rastreadores estelares de atitude, constituem tema deste
estudo, e são uma das principais ferramentas utilizadas pelo AOCS (Brum, 2012).
Os sensores estelares tem por função captar imagens do céu no campo
de visada (CDV) do sensor. Estes sensores identificam as estrelas presentes na
imagem e mensuram a atitude do V/E com base em tais estrelas. Partindo de
informações iniciais obtidas com outros sensores do veículo espacial e das
informações obtidas pelo sensor, um processador é capaz de calcular a atitude do V/E
(Brejão,2010)
4
Dentre os sensores estelares estão os sensores estelares autônomos,
estes por sua vez são a classe atual mais avançada em tecnologia dentre os sensores
estelares, sendo menores, mais leves, com um consumo de energia mais baixo e mais
barato em relação aos outros. Estes sensores só puderam ser desenvolvidos
recentemente por motivo de limitação tecnológica (Brum, 2012).
Os sensores estelares autônomos não apenas medem posições com
base em estrelas, também processam e calculam a atitude do V/E em condições de
conhecimento inicial nulo da atitude (condição conhecida como "Lost in Space").
Possuem um microcomputador que determina a atitude em tempo real. O
rastreador/sensor estelar ainda possui uma precisão elevada, da ordem de segundos
de arco. Sem precisar de comandos dados pelo computador de bordo o sensor atualiza
a atitude do veículo varias vezes por segundo.
Este trabalho tem por objetivos o estudo sobre atitude de V/Es,
fundamentos e métodos de determinação, rastreio e controle da atitude. Incluindo
também um estudo sobre os sensores rastreadores estelares autônomos modernos.
Este estudo conta com 6 capítulos sendo que o capitulo 1 foi reservado a
introdução, o capítulo 2 contém o estudo do sistema de coordenadas, uma abordagem
matemática referente a determinação e controle da atitude e a apresentação do
algoritmo TRIAD, o capitulo 3 contém um estudo sobre sensor/rastreador estelar, o
capitulo 4 reservado às simulações do controle e da variação da atitude assim como a
simulação do controle e variação de atitude o capitulo 5 possui a apresentação dos
resultados obtidos e o capitulo 6 contém a conclusão. Por fim tem-se as referências.
5
Capitulo 2
2.1 Definindo os Sistemas de Coordenadas de Referência
Os sensores estelares autônomos são capazes de identificar a atitude do
veículo espacial (V/E), para que as leis físicas tenham validade devem ser estabelecido
os sistemas de coordenadas de referência.
Sistema Geocêntrico Inercial (SGI) : Adota-se uma base triortonormal
destrógiro de versores 'I', 'J', 'K' com origem no centro da Terra temos o versor 'I'
(abscissa) apontando para o equinócio vernal (primeiro ponto de Áries), o versor 'K'
(cota) apontando para o pólo norte celeste e o versor 'J' (ordenada) como sendo o
complemento da base logo o produto vetorial entre os versores 'I' e 'K' (I x K) .
Sistema orbital : Adota-se uma base triortonormal destrógiro de versores
'X', 'Y', 'Z' com origem no centro de massa do V/E e fixo na órbita temos o versor 'X'
(abscissa) é linearmente dependente ao vetor velocidade do V/E apresentando seu
mesmo sentido, portanto, sempre tangente a órbita, o versor 'Z' (cota) aponta
continuamente para o centro do corpo orbitado, a Terra por exemplo, o verso 'Y'
(ordenada) é produto vetorial entre os versores (X x Y). Tem-se assim um sistema
orbital.
Sistema fixo no corpo do Veículo Espacial : Adota-se uma base
triortonormal de versores 'u', 'v', 'w' com origem no centro de massa do V/E. Seus eixos
são escolhidos de acordo com os principais eixos de movimentos de inércia no V/E e
coincidente com o SGI portanto (u, v, w)=(I, J, K).
6
Figura1 : Os tres sistemas de coordenadas empregados na determinação de atitude do
V/E.
Estabelecidos os três sistemas de coordenadas, pode-se estudar a
atitude. Para representar a atitude existem varias formas, apresentadas aqui:
Matriz de Atitude também chamada de matriz dos cossenos diretores ou Matriz
de rotação;
Ângulos de Euler;
Quartenions ou Parâmetros de Euler;
Ângulo do eixo equivalente;
2.1.1 Matriz de Atitude
A matriz de atitude descreve a orientação mútua entre dois referenciais
onde cada linha da coluna contém o cosseno do ângulo entre um versor de um
referencial a, com cada um dos versores do referencial b. Com o uso da matriz de
atitude pode-se obter a representação de um vetor que está representado a em um
referencial para o outro referencial b.
Tomando o sistema inercial com versores agora (1, 2, 3) e os versores do
V/E (u, v, w) como mostra a figura:
7
Figura 2: O sistema inercial e o sistema fixo no veículo.
Fonte:SIDI(1997)
A matriz de atitude [ A] ficaria da seguinte forma:
[ A ]=¿ [ u1 u2 u3
v1 v2 v3
w1 w2 w3] (1.1 )
Para mudar o vetor de um referencial para o outro basta multiplicar o
vetor pela matriz de atitude como mostra a figura abaixo:
[ A ] A=[ u1 u2 u3
v1 v2 v3
w1 w2 w3] [a1
a2
a3]=[ u ● a
v ● aw ● a]=[ au
av
aw]= Ab (1.2)
O vetor Ab é o vetor A mapeado para outro referencial.
Propriedades Básicas da Matriz de Atitude
Algumas das propriedades básicas da matriz [ A] podem ser descritas
como se segue
(1) Cada um dos seus elementos é o cosseno do ângulo entre um versor
do sistema do corpo e um eixo do sistema de referência inercial.
8
(2) Cada um dos versores u , v , w são vetores com unidade de
comprimento, logo
∑i=1
3
u i2=1∑
i=1
3
v i2=1∑
i=1
3
w i2=1
(3) Os versores u , v , w são ortogonais entre si, então:
∑i=1
3
u i v i=0∑i=1
3
ui wi=0∑i=1
3
v i wi=0
(4) As reações em (2) e (3) levam à identidade útil [ A][ A ]t = 1, ou que
[ A ]t=[ A]i. Naturalmente, a transposição de uma matriz é um processo muito mais
simples do que a inversão da mesma.
(5) Sabe-se que det [ A ]=u● ( v x w ) . Desde que u , v , w formem uma tríade
ortogonal cúbica, segue-se que det [ A ]= 1. Deste modo:
a=[ A]T aB
Conclui-se que [ A ] é uma matriz ortogonal real adequada. É mostrado em
Wertes(1978) que essa transformação da matriz preserva os módulos dos vetores e
também os ângulos entre eles e, portanto, representa uma rotação.
2.1.2 Angulos de Euler
A orientação de um corpo também pode ser descrita por três ângulos
( três parâmetros independentes) denominados ângulos de Euler, os ângulos de Euler
são definidos como rotações angulares sucessivas sobre uma estrutura de três eixos
ortogonais. Previamente definido os versores do corpo(u, v, w) e os versores do
referencial (I, J, K) e as rotações sobre os eixos são:
9
Rolamento: o movimento em torno do versor u é chamado de rolamento(roll) e
na representação do ângulo gerado pelo movimento é a letra grega Φ
Figura 3: Rotação de rolamento.
Fonte: Sellers (2005).
Arfagem: o movimento em torno do versor v é chamado de arfagem (pitch) e na
representação do ângulo gerado pelo movimento é a letra grega Θ.
Figura 4: Rotação de Arfagem.
Fonte: Sellers (2005).
Guinada: o movimento em torno do versor w é chamado de guinada (yaw) e na
representação do ângulo gerado pelo movimento é usada a letra grega .
10
Figura 4: Rotação de guinada.
Fonte: Sellers (2005)
Existe uma infinidade de combinações possíveis para as rotações. Por
exemplo primeiro executar uma rotação sobre os vetores diretores u, v da base e
depois em torno do eixo w. A ordem da rotação também poderia ser v, u, w, e assim
por diante. Existem dois tipos de rotação:
Rotações sucessivas sobre cada um dos três eixos u, v, w. Existem seis
possíveis ordens de tal rotação: 1-2-3, 1-3-2, 2-1-3, 2-3-1, 3-1-2 e 3-2-1;
Primeira e terceira rotação sobre o mesmo eixo e segunda sobre um dos dois
eixos restantes. Tem-se seis possibilidades: 1-2-1, 1-3-1, 2-1-2, 2-3-2, 3-1-3 e
3-2-3.
Suponha que se deseja executar a transformação →→,
sucessivamente ,sobre, os eixos w , v e u do veículo. R é a distância de um ponto a
partir da origem de ambos os sistemas cartesianos [ I , J] e [i, j] . O sistema [i, j] é
girado por um ângulo com respeito ao sistema [ I , J].
As componentes de R são X, Y e x, y (respectivamente) nos dois
sistemas de
11
coordenadas: I , J são vetores unitários do sistema [X, Y] e i, j são vetores unitários em
[x, y]. Para uma transformação no plano:
R = X I + YJ = xi + y j (1.3)
Figura 6: Rotação no cartesiano.
Fonte: SIDI 1997
Tomando o produto escalar pelo vetor i tem-se:
Xi ● i + Y ● i = xi ● i + YJ ● i. (1.4)
Sabe-se que I ● i = cos(), J ● i = sen(), i ● i = 1 e i ● j = 0, logo x
= X cos() + sen(). Em seguida, tomando o produto da equação escalar por j:
Xi ● j + Y ● j = xi ● j + Y j ● j. (1.5)
Sabe-se também que I ● j = - sen(), J ● j = cos(), i ● j = 0, e j ● j =
1. Portanto:
12
y = X[- sen()] + Y cos(). A rotação é sobre o eixo K e z ao longo do eixo k , tem-se Z
= z.
São rotulados os novos valores dos eixos do corpo como x1,
y1, z1. Em forma matricial, pode-se escrever:
[ x1
y1
z1]=[ cos (Ψ ) sen(Ψ ) 0
−sen (Ψ ) cos (Ψ ) 00 0 1][X
YZ ]=[ AΨ ] [X
YZ ] (1.6)
Do mesmo princípio a próxima rotação será sobre o eixo v, de um ângulo
:
Figura 7: Rotação no cartesiano.
Fonte: SIDI (1997)
Simplificando a notação abreviando o sen(_) para s_ e cos(_) para c_ a
segunda rotação fica:
[X2
Y 2
Z2]=[cθ 0 −sθ
0 1 0sθ 0 cθ ][ x1
y2
z3]=[ Aθ ] [ x1
y1
z1] (1.7)
13
E por ultimo a ultima rotação em torno do eixo w, de um ângulo o
resultado é:
[ x3
y3
z3]=[1 0 0
0 c ϕ s ϕ0 −sϕ cϕ ]=[ x2
y2
z2]=[ Aϕ ] [ x2
y2
z2] (1.8)
No final temos:
[ xyz ]=[ x3
y3
z3]=[ Aϕ ] [ Aθ ] [ AΨ ] [X
YZ ]=[ Aϕθ Ψ ] [X
YZ ] (1.9)
fazendo a substituição das matrizes encontramos :
[ A321 ]=[ AΨ θ ϕ ]=[ c θ cΨ c θ sΨ −sθ−cϕsΨ+sϕs θ cΨ c ϕc Ψ +s ϕ sθ sΨ s ϕ cθs ϕ sΨ +csθ cΨ −sϕcΨ +cϕs θ sΨ cϕ cθ ]
[ AΨ θ ϕ ]=[ AΨ ] [ Aθ ] [ Aϕ ] (1.10)
[ A231 ]=[ Aθ Ψϕ ]=[ cΨcθ sΨ −cΨ sθ−cϕsΨc θ+sϕs θ c ϕ cΨ cϕsΨsθ+sϕ cθs ϕ sΨc θ+c ϕ sθ −sϕcΨ −s ϕΨs θ s+c ϕc θ]
[ A213 ]=[ Aϕθ Ψ ]=[ cΨc θ+sΨsϕs θ sΨcϕ −cΨsϕ+sΨsϕc θ−sΨs θ+cΨsϕsθ c Ψcϕ sΨs θ+sΨsϕcθ
cϕs θ −sϕ cϕ cθ ] [ A132 ]=[ AϕΨ θ ]=[ cΨc θ c θ sΨ cϕ+sθ s ϕ c θ sΨ sϕ−sθ cϕ
−sΨ cΨc θ cΨc θsθ cΨ s θ sΨ c ϕ−cθ s ϕ sθ s Ψ s ϕ−cθ cϕ ]
[ A123 ]=[ Aϕθ Ψ ]=[ cΨc θ cΨsθ sϕ+sΨcϕ −cΨs θ cϕ+sΨsϕ−sΨc θ −sΨs θ sϕ+cΨcϕ sΨsθ cϕ+cΨsϕ
sθ −cθ sϕ cϕ cθ ] [ A312 ]=[ AΨϕ θ ]=[cθ cΨ −sθ sϕsΨ cθ sΨ +s θ sϕcΨ −sθ cϕ
−cϕsΨ c ϕ cΨ s ϕsθ cΨ +cθ sϕsΨ sθ sΨ +c θ sϕcΨ cθ c ϕ ] (1.11)
14
As seis demais transformações (as com duas rotações em um eixo e com
uma rotação no eixo restante) são detalhadas em livros-texto (WERTZ, 1978).
Uma peculiaridade surge quando são feitas as transformações com
pequenos ângulos, todas as seis transformações se reduzem a uma matriz que vale
para esta aproximação. Tomando qualquer uma delas para um , com sen() ~ , e
cos() ~ 1 usando uma aproximação semelhante para , , tem-se:
[ Aαβγ ]≈ [ 1 Ψ −θ−Ψ 1 ϕ
θ −ϕ 1 ] (1.12)
Atitudes derivadas com base em ângulos de Euler necessitam lidar com
nove elementos da matriz de direção cosseno e cada elemento pode incluir várias
funções trigonométricas. A determinação dos ângulos de atitude a parti da matriz de
atitude é a tarefa que pode ser realizada por inspeção da matriz. As ambiguidades
devem ser resolvidas escolhendo intervalos para os ângulos e por comparação de
sinais. Por exemplo para a matriz A(3, 2, 1), os ângulos de atitude são identificados
por:
arfagem: = -arcosen(A3,1)
rolamento: = arcotan[A2,3/A3,3]
guinada: =arctg[A1,2/A1,1]
A ambiguidade no ângulo de arfagem pode ser resolvida escolhendo-se
-90° < < 90°. Os outros ângulos podem ser determinados pelos sinais e magnitudes
de A1,2 , A1,1, A2,3, e A3,3.
Para que as rotações sejam reproduzidas de maneira fiel no V/E no
ambiente espaçial de forma precisa, é necessário ter um controle preciso da atitude
antes, durante e depois da rotação.
2.1.3 Parâmetros de Euler (Quarternions).
15
Os parâmetros de Euler são uma representação atrativa devido a
parametrização sem singularidades e equações diferenciais da cinemática serem
lineares [5] . A representação de um quartenion requer menos tempo computacional
que a representação por ângulos de Euler [9], e portanto é usado em aplicações onde
os recursos computacionais são limitados [10].
2.1.4 Ângulo Eixo Equivalente
O ângulo eixo equivalente é definido a partir do teorema de Euler que diz:
um corpo rígido pode atingir qualquer orientação/atitude a partir de uma orientação
arbitrária (de referência), através de uma rotação sobre um eixo unitário fixo em relação
ao corpo e a referência. Esse eixo é chamado de eixo equivalente ou eixo de Euler.
2.2 TRIAD e a Matriz de Atitude.
Tríade é uma das soluções mais antigas e mais simples para o problema
determinação da atitude da espaçonave, elaborado por Horold D. Black por volta de
1960. O algoritmo da TRIAD permite se extrair a matriz de atitude minimizando os
erros devido aos ruídos do mundo real sendo assim a TRIAD representa o estado da
prática na determinação de atitude nave espacial.
Este algoritmo, conhecido como TRIAD na literatura, possibilita
determinar a relação(de orientação espacial (atitude)) entre dois referenciais se forem
conhecidas as coordenadas de dois versores em relação a ambos os referenciais.
Estes versores representam direções conhecidas, como por exemplo, a direção de
16
duas estrelas, obtendo assim a matriz de atitude entre Sistema Geocêntrico
Inercial(SGI) e Sistema fixo no corpo do Veículo Espacial.
Supondo que sejam dadas suas medidas de direção a1e a2, versores com
coordenadas expressas no referencial do veículo Espacial, V 1 e V 2 os mesmos versores
com coordenadas expressas no referencial SGI e [A] a matriz de atitude do sensor de
estrelas, ou seja, a matriz que transforma as coordenadas de um versor do referencial
fixo no corpo do Veículo para o referencial SGI.
A estimação da TRIAD [ A ] é construída de uma forma familiar onde se
define:
r1=V 1 , r2=V 1
V 1 X V 2
‖V 1 X V 2‖r3= r1 X r2 (2.0)
s1' = a1 , s2
' =V 1
a1 X a2
‖a1 X a2‖s3
' =s1' X s2
' (2.1)
Então a estimativa de atitude pela TRIAD é:
[ A ]=[ s1' s2
' s3' ] [ r1 r2 r3 ]T (2.3)
A estimativa de atitude satisfaz exatamente a1=[ A ] V 1 e fornece uma
grande aproximação para a2=[ A] V 2 . Por isso, geralmente optam a1, por ser a medida
de direção com maior precisão.
18
Capítulo 3 O sensor de estrelas
O Sensor de estrelas são sensores que medem as coordenadas de
estrelas no espaço, no quadro do veículo espacial e comparam com as direções já
conhecidas das estrelas, obtidas do catálogo de estrelas, fornecendo assim a atitude
do veículo.[10]
O sensor de estrelas está entre os mais precisos dos sensores de atitude
fornecendo a atitude com precisão da ordem de segundos de arco. Pode-se separar os
sensores de estrelas em duas gerações.
3.1 Características de um Sensor de Estrelas
3.1.1 Campo de visada (CDV)
O tamanho da CDV é o mais importante dos parâmetros para um sensor
de estrelas. De um propósito geral sensores de estrelas possuem uma gama CDVS,
mais ou menos em torno de 30°. Quando o campo de visão é reduzido, acontece o
seguinte:
* A resolução angular de um único pixel será melhor, resultando em
aumento linear da taxa interna de retorno, aumentando assim a precisão de uma
rotação de guinada e precisão guinada e arfagem.
* O desempenho tende a melhorar, mas a precisão, de rolagem ou torção
tende a permanecer constante.
19
* A abertura da lente vai aumentar, porque é desejável ter um
determinado número médio de estrelas na CDV, a fim de permitir o rastreador de
estrela para ver estrelas mais fracas, estrelas de menor magnitude
* O número de estrelas no catálogo deve aumentar com a abertura
coletora de lente. Isto significa que a complexidade do reconhecimento de padrões de
constelações estrela aumenta rapidamente com o número de estrelas.
3.1.2 Cobertura do Céu
Cobertura do céu é a porcentagem do céu sobre o qual o rastreador
estrela vai adquirir e seguir. Um rastreador de estrela de segunda geração tem alta
sensibilidade, o que resulta em um grande número de estrelas sendo detectados na
CDV. Ele raramente vai experimentar "apagões" durante rastreamento. A aquisição
atitude inicial é mais difícil do que de rastreamento. Quando o número de estrelas no
CDV é pequeno, os algoritmos tendem a rejeitar a imagem. Este problema é agravado
pela aquisição de um catálogo, que é menor do que o controle de catálogo completo.
Consequentemente, o número mínimo de estrelas em um quadro pode cair abaixo do
mínimo necessário para a aquisição de uma porcentagem pequena do céu.
3.1.3 Massa
A massa de um rastreador de estrelas é especialmente importante para
um mercado crescente de microssatélites. A massa de um rastreador estrela varia
entre algumas centenas de gramas a mais de 20 kg. Massa é dominado por dois
componentes: os eletrônicos de processamento e os componentes ópticos. Com o
estado atual da tecnologia, a massa do sistema eletrônico geralmente domina a óptica.
20
3.1.4 Tamanho do catálogo de estrelas
O tamanho desejado do catálogo de estrelas depende da sensibilidade do
sistema. Se o sistema é sensível (abertura grande, o tempo de exposição longo, etc),
um catálogo de estrela grande é necessário. A Figura 8 ilustra o tamanho requerido do
catálogo de estrelas como uma função da CDV para uma média de 3, 15, e 75 estrelas
na CDV.
É indesejável ter um catálogo de estrelas de grande porte, dado que
ocupa uma grande quantidade de memória não volátil, e complica a aquisição atitude
inicial. O poder de processamento necessário irá aumentar rapidamente com o número
de estrelas.
Figura 8: Tamanho requerido do catálogo de estrelas como uma função da CDV para
uma média de 3, 15, e 75 estrelas na CDV.
Fonte: Liebe(1997)
21
3.2 A Primeira Geração dos Sensores de Estrelas
São características típicas de unidades da primeira geração A
determinação da atitude com base utilizar o dispositivo de imagem Charge Couple
Device(CCD). O aparelho é composto de um sensor CCD, óptica associados, e
eletrônicos dedicados. Tipicamente, duas a seis imagens estrela são detectadas em
cada quadro de dados. O instrumento então emite o CCD coordenadas destes pontos
brilhantes, as quais são em seguida utilizados no computador satélite principal ou no
processamento posterior dos dados de pós no solo. A determinação de atitude pode
exigir informações adicionais, tais como o vetor solar(Wertz 1978).
Os sensores de estrelas da primeira geração eram mais pesados e caros
e requeriam mais energia que os outros sensores de atitude. Além disso necessitavam
um grande software de computador, porque algumas medições deveriam ser
identificadas e processadas antes da atitude poder ser calculada. E sofriam mais com a
ocultação e interferência providas pela Terra, Sol e outras fontes luminosas. A luz
difusa era o maior problema com os sensores da primeira geração mesmo com um
protetor solar(sun shade) bem construído os sensores eram tipicamente inoperantes
entre 30 e 60 graus do sol.
Os sensores eram ainda separados em três classes, os sensores
escaneadores de estrelas, os sensores de estrelas em montagens de cardam e os
sensores de cabeça fixa.
O hardwere dos sensores estelares geralmente consiste nos seguintes
componentes: uma proteção do sol(sun shade), um sistema óptico, um dispositivo de
definição de imagem o qual define a região do campo de visão, que é visível para o
detector; o detector e uma montagem de eletrônicos. Além disso, os sensores de
estrelas em montagens de cardam, possuem montagens de cardam para o
posicionamento angular.
22
O sistema ótico do sensor estelar consiste de uma lente consiste de uma
lente, em que se projeta uma imagem do campo de estrela no plano focal. O dispositivo
de definição de imagem seleciona uma porção do campo de imagem no campo de
visada do sensor(CDV) que será visível para o detector. Esta porção é conhecida como
campo de de visão instantâneo(CDVI). O dispositivo de definição de imagem pode ser
ou um retículo consiste de uma ou mais fendas transparentes gravados numa placa
opaca, ou um tubo dissecador imagem na qual o IFOV eletronicamente digitaliza o
FOV. O detector transforma o sinal óptico(qualquer que seja a luz que não foi
bloqueada pelo dispositivo definidor de imagem ) em um sinal elétrico.
O detector mais frequente era o fotomultiplicador. Detectores de estado
sólido são comunmente empregados, mas normalmente eles são mais ruidosos que os
fotomultiplicadores. Finalmente a montagem eletrônica filtra o sinal amplificado
recebido do fotomultiplicador e executa as varias funções específicas do sensor de
estrelas[10].
3.2.1 Sensores escaneadores de estrelas
Escaneadores de estrelas são o grupo de sensores mais simples por não
possuir partes móveis. A rotação do veículo espacial, faz o sensor escanear a esfera
celeste. O dispositivo de definição de imagem que era empregado por este tipo de
sensor consiste em uma configuração de fenda tal como a disposição de ranhura V
representada na figura 8. Quando a imagem da estrela passa do plano focal por uma
fenda, a estrela é detectado pelo detector. Se o sinal óptico amplificado que passou do
detector para o conjunto de sistemas eletrônicos está acima de um limiar então um
pulso é gerado pela eletrônica significando a presença de uma estrela. A precisão
deste sensor está relacionada com a largura das fendas, e é tipicamente da ordem de
0,5 a 30 minutos de arco, apesar de existir modelos mais precisos. Escaneadores de
estrelas foram utilizados com sucesso em várias missões como as missões
OSO( Orbiting Solar Observatory) e SAS( Special Air Service).
23
Figura 8: Diagrama simplificado de um escaneador de estrelas de fenda em V
fonte: Wertz(1978)
A interpretação das medições do star scanner tornam-se cada vez mais
difíceis conforme movimento nave espacial se desvia de um não nutação, corpo rígido
girando uniformemente. Por exemplo dados do SAS-3 star scanner são úteis apenas
durante os períodos da missão em que a rotação possui velocidade constante. A
velocidade de rotação nominal a 1 rpo (aproximadamente 0,07 graus / c) está no
intervalo inferior a interpretação bem sucedida dos dados do star scanner. Problemas
de ruído e geração de sinais de cruzamento de estrelas falsos maiores neste sensor se
a taxa de rotação é maior que 2 ou 3 rpo. A interpretação dos dados do star scanner
SAS-3 é praticamente impossível, durante a parte da missão, em que as alterações na
taxa de rotação são rápidas.
3.2.2 Sensores de Estrelas em Eixos Cardan (gimbal).
São comumente utilizados quando o veículo espacial deve operar em
várias atitudes. Este tipo de rastreador tem uma pequena CDV óptica(geralmente
menor que 1 grau). As montagens de cardan dão ao sensor uma maior e mais efetiva
CDV. Este tipo de rastreador tem uma pequena CDV óptica(geralmente menor que 1
grau). As montagens de cardan dão ao sensor uma maior e mais efetiva CDV.
24
Sensores de estrelas em cardan normalmente operaram com um número relativamente
pequeno de estrelas-alvo (por exemplo, 38 para os trackers OAO, Orbiting
Astronomical Observatory)
Muitos tipos diferentes de dispositivos de imagem de definição são
usados em rastreadores de estrelas em cardan para determinar a posição da estrela
em relação ao centro, ou nula, posição na pequena CDV. A montagem eletrônica faz
com que as argolas se movam de modo a manter a imagem da estrela no centro da
pequena CDV. A posição da estrela é dada pela leitura dos ângulos de cardam. Alguns
dispositivos de definição de cardan empregam uma varredura óptica ou eletrônica da
pequena CDV para fornecer a informação da posição da estrela. Por exemplo, tubos de
dissecador de imagem poderiam desempenhar esta função em uma pequena CDV.
Um tipo de sensor de estrelas na estrutura de cardan não usa o
equipamento de definição de imagem, ele reflete uma imagem deformada de estrela
em 4 fotomultiplicadores num plano quadrado. A posição da estrela é determinada por
comparação dos sinais de saída dos quatro fotomultiplicadores. Este sistema tem a
vantagem da simplicidade, porém, sofre com algumas desvantagens: variações na
temperatura e alterações nas características dos fotomultiplicadores causadas pelo
envelhecimento destes podem causar erros sistemáticos, luzes de fundo não uniformes
ou a presença de outra estrela num campo de visão próximo, causam erros graves.
. A acurácia típica gira em torno de um a sessenta segundos de arco,
excluindo o desalinhamento do sensor. Uma grande desvantagem dos sensores de
cardam é que a ação mecânica dos cardans diminui a sua confiabilidade em longo
prazo. Além disso, o equipamento é grande e pesado.
As lentes do sensor focam a luz das estrelas do seu campo numa retícula
de quartzo opaca com uma fenda em forma de V na sua superfície. Quando as lentes
passam por uma estrela, o fotomultiplicador produz um pulso no cruzamento de cada
perna da fenda V. O tempo de cruzamento da primeira perna (que é vertical) é
proporcional à distância angular medida sobre o horizonte. O tempo entre o
cruzamento da primeira perna e da segunda perna (que é inclinada) é função da
25
elevação da estrela no sistema de coordenadas da aeronave. Esse procedimento é
basicamente o mesmo usado nos sensores de fenda V entre a Terra e o Sol.
O sensor detector do nível da estrela recebe os pulsos da estrela e excluí
aqueles com magnitudes menores do que o limiar selecionado. Isso previne a
sobrecarga do sistema devido a agrupamentos de pequenas estrelas ou ruídos de
fundo. O detector de nível pode ser comandado por qualquer dos oito limiares entre
+3,5m e +1,75m com incrementos de 0,25m.
Figura 9 : Sensor de Estrelas em uma montagem de cardan
3.2.3 Sensores de estrelas de cabeça fixa
Sensores de cabeça fixa utilizam um scanner eletrônico para procura no
campo de visada(CDV) e adquirir estrelas. Geralmente são menores e mais leves que
os gimbaled sensores de estrelas e não possuem partes móveis. O dispositivo de
definição de imagem utilizado pelo sensor de estrelas de cabeça fixa é um dissecador
26
de imagem. Nos meados dos anos 80 alguns usavam um dispositivo novo na época o a
câmera Charge Couple Device(CCD) e devido ao seu sucesso nas missões terminou
substituindo o dissecador. Os sensores que utilizavam a Charge Couple Device
possuíam essencialmente um sistema ótico combinado com um vetor digitalizado de
elementos fotossensíveis com saídas alimentando um microprocessador. Tal
rastreador opera integrando um padrão de cargas correspondendo à imagem do campo
de estrelas no plano focado no sistema ótico. O padrão de cargas é então lido
serialmente linha por linha num conversor analogico-digital e então enviado a um
microprocessador. Um típico rastreador de estrelas de cabeça fixa usando um tubo
dissecador de imagem é mostrado na figura 11. O fotocatodo contém uma imagem do
campo de estrelas fixo no sistema ótico. Uma réplica eletrônica dessa imagem é
defletida através de uma abertura fixa pelas bobinas magnéticas defletoras.
Essa abertura define um pequeno campo de visão instantâneo
(usualmente no alcance do minuto de arco) no foto catodo e então na imagem do
campo de estrelas. O campo de visão instantâneo escaneia através da imagem fixa
enquanto a corrente através das bobinas varia. Um dissecador de imagens procura
estrelas no seu campo de visão mexendo seu campo de visão instantâneo num padrão
de busca.
Quando o detector encontra um sinal visual acima de um limiar, o
equipamento entra num padrão de rastreamento. Então, o campo de visão instantâneo
se mexe numa pequena figura de oito ou quadrado, para que o equipamento possa
localizar o centro da imagem da estrela. O campo de visão instantâneo então ou se
mantém no padrão de rastreamento até que a estrela é perdida ou continua a sua
busca depois de passado um intervalo de tempo predeterminado (que depende da
missão específica e do equipamento do sensor).
Se um fotomultiplicador é colocado após a abertura de recepção do
dissecador de imagem em um rastreador de estrela de cabeça fixa, o instrumento é
referido como um dissecador de imagem analógica. Alternativamente, se é utilizado um
contador de fotoelétrons, o instrumento é chamado um dissecador de imagem fóton
contador.
27
Dissecadores de imagem estão sujeitos a erros de campos elétricos e
magnéticos. Os efeitos dos campos elétricos e do campo magnético transversal podem
ser reduzidos pela blindagem. No entanto, é mais difícil proteger contra os campos
magnéticos axiais. Erros devido a esses efeitos se tornam significativos nas regiões
externas de um dissecador de imagem de grande. Dissecadores de imagem têm as
vantagens de alta sensibilidade, baixo ruído, e robustez mecânica relativa.
A escolha do tamanho do campo de visão e a sensibilidade a magnitude-
estrela para qualquer sensor depende dos requisitos de precisão de atitude. Um
rastreador com uma pequena CDV pode fornecer posições das estrelas mais precisos
do que um rastreador de maior CDV com componentes semelhantes. No entanto, uma
pequena CDV rastreador deve ser sensível a dimmer estrelas para garantir que as
estrelas são visíveis o suficiente para ele.
Figura 10: Diagrama de um tubo dissecador de imagem de um sensor estelar
Um exemplo de sensor da primeira geração é o JPL Astros um sensor
rastreador de 1985.
28
Figura 11: Sensor Estelar Astros, A esquerda os processadores eletrônicos e a direita a
cabeça da câmera
Fonte: Liebe(1997)
Figura 12: Astros Tabela de Parâmetros
Fonte: Liebe(1997)
3.3 A segunda geração do Sensor de estrelas, os sensores
autônomos(Autonomous Star Tracker)
A segunda geração de sensores estelares se difere da primeira no
reconhecimento padrão de estrelas de uma constelação que agora é realizado de
forma autônoma, utilizando catálogos internos. A solução do problema lost-in-
29
space(Perdido no espaço) é inerente e não e de processamento externo, nem
conhecimento atitude adicional é necessário para a determinação da referência celeste
de apontamento. A utilização de um grande número de estrelas, numa gama de 25 a
85 estrelas no campo de visada(CDV), é feita por quadro de dados. Determinação da
atitude dos catálogos internos com mais de 20.000 estrelas, baseia-se num sinal que é
efetivamente muito maior do que na primeira geração de unidades. Isso melhora
significativamente as probabilidades de aquisição e precisão em todo o céu. Todas as
compensações, incluindo os efeitos do tempo de luz, como se aplicam, arco, realizados
internamente. Quaternions de atitude referentes ao espaço inercial são emitidos
diretamente, sem a intervenção de processamento externo[12].
Quanto aos componentes básicos não se diferenciam dos sensores da
primeira geração tendo assim uma proteção do sol(sun shade), um sistema óptico, um
dispositivo de definição de imagem, o detector e uma montagem de eletrônicos, mas
agora os cálculos que eram feitos no computador central do V/E agora são feitos no
microcomputador presente no sensor.
Figura 13 : Um protótipo de um sensor de estrelas.
Fonte : Fei Xing (2002)
Exemplos de sensores da segunda geração temos:
30
Figura 14: A direita o sensor Alemão CHAMP ASC e a esquerda o sensor AST-201 da
missão novo milênio
Figura 15: A direita os parâmetros do sensor CHAMP ASC e a esquerda os parâmetros
do sensor AST-201.
31
3.3.1 O Funcionamento de um Sensor de Estrelas Autônomo
A luz proveniente das estrelas é focalizada pelo sistema óptico no
detector, que pode ser nos sensores de estrelas modernos tanto um detector CCD
quanto um detector CMOS-APS. O detector por sua vez converte o sinal luminoso num
sinal elétrico, que após ser digitalizado é enviado ao processador.
A luz das estrelas é ligeiramente desfocada, de forma a permitir o
emprego de algoritmos que permitam calcular a posição do centro fotométrico da
imagem da estrela com precisão de frações de pixel(tipicamente 1/10 de pixel). A
eletrônica de proximidade é responsável pela geração de tensões de polarização do
elemento imageador(detector CCD ou CMOS-APS), geração de sinais de controle, e no
caso de detectores CCDs, também pela digitalização do sinal de vídeo.
FIGURA 16: Arquitetura básica de um sensor de estrelas autônomo de cabeça fixa
Fonte: FIALHO(2007)
32
Obtida uma imagem do campo estelar, o processamento posterior é
praticamente o mesmo, não importando se a imagem original foi gerada por um
detector CCD ou por um detector APS. A figura ilustra as principais etapas de
processamento necessárias para se determinar a atitude de um sensor de estrelas, a
partir de uma imagem “bruta” do campo estelar, no caso em que nenhuma estimativa
da atitude atual do sensor exista (correspondente ao caso “perdido no espaço”).
Existem variações entre as implementações, logo nem todos os sensores de estrelas
seguem exatamente o fluxograma descrito a seguir:
33
Figura 15 : Etapas de processamento para determinação de atitude, em um sensor de
estrelas autônomo.
Fonte: FIALHO(2007)
3.3.2 Extração de Estrelas.
A primeira etapa do processamento, a extração de estrelas da imagem
obtida consiste em realizar um pré-processamento na imagem bruta para determinar o
nível de fundo e detectar pixels pertencentes a possíveis estrelas. O nível de fundo
corresponde ao nível médio (níveis numa escala de cinza, onde 0 corresponde ao
preto, e o nível mais alto ao branco) lido de pixels que não foram iluminados
diretamente por estrelas.
É decorrente da corrente de escuro existente no detector, de ajustes na
faixa de tensões de entrada do conversor analógico/digital utilizado para digitalizar
imagem, e da luz difusa oriunda de nebulosas ou de espalhamentos no sistema óptico.
Uma vez calculado o nível de fundo, e identificados os pixels pertencentes a prováveis
estrelas, extrai-se as estrelas da imagem.
Por fim, todas as estrelas detectadas e extraídas da imagem nesta etapa
compõem uma lista de estrelas detectadas, com posição dada no referencial da matriz
foto-eletrônica do detector (dada, por exemplo, em pixels). Nem sempre o brilho das
estrelas é armazenado, já que existem algoritmos de identificação de estrelas que não
fazem uso da magnitude das estrelas.
Esta lista de estrelas poderia compor a saída final de um sensor de
primeira geração. Porém, num sensor de estrelas de segunda geração(sensores
autônomos), o processamento continua.
34
3.3.3 Modelagem Óptica
Uma vez concluída a extração de estrelas da imagem bruta e o cálculo do
centróide destas, calcula-se a magnitude das estrelas (se necessário) e a posição
destas estrelas num referencial tridimensional que gira junto com o sensor.
Com base nas coordenadas dos centróides na matriz eletrônica e
parâmetros do sistema óptico, tais como: número de pixels da matriz eletrônica,
distância focal da objetiva, e coeficientes de calibração, é possível calcular os versores
que representam a direção das estrelas observadas no referencial do sensor.
Correções são efetuadas para compensar efeitos da distorção do
sistema óptico. Estas correções podem, dependendo do caso, ser efetuadas antes,
durante ou depois destas conversões.
Como saída desta etapa se tem uma lista de estrelas observadas, com
coordenadas dadas no referencial do sensor na forma de versores. Esta lista pode
incluir a magnitude das estrelas e também informações adicionais, dependendo do
caso. Esta lista, denominada de lista de estrelas observadas, é enviada para o
algoritmo de identificação de estrelas.
3.3.4 Algoritmo de Identificação de Estrelas
Basicamente, o algoritmo de identificação de estrelas compara as estrelas
observadas (presentes na lista das estrelas observadas) com estrelas catalogadas
(cujas coordenadas são dadas em um referencial que não gira), tentando estabelecer
uma correspondência unívoca entre as estrelas observadas e as estrelas catalogadas.
O objetivo deste processo é descobrir as coordenadas das estrelas observadas neste
referencial que não gira. Pois uma vez que se tem para pelo menos duas estrelas as
suas coordenadas simultaneamente no referencial do sensor e no referencial que não
gira é possível estabelecer a relação entre estes dois referenciais, que nada mais é do
que a atitude do sensor de estrelas propriamente dita.
35
De acordo com Carvalho(2001), existem quatro possibilidades no
processo de identificação de uma estrela:
– identificação correta => A estrela observada é associada a somente uma estrela
catalogada, que lhe corresponde.
– identificação errônea => A estrela observada é associada a somente uma estrela
catalogada, que não lhe corresponde.
– não identificação => Nenhuma correspondência é encontrada.
– identificação ambígua => Existe mais de uma estrela catalogada que pode ser
associada à estrela observada, das quais apenas uma, ou nenhuma, lhe corresponde.
O algoritmo de identificação de estrelas pode tentar resolver a
ambiguidade no caso de uma identificação ambígua, ou desistir e considerar a estrela
como não identificada, caso a resolução de ambiguidade seja impossível ou insegura
(isto é, que pode levar a identificações errôneas).
Dos cenários acima, o pior é a identificação errônea, pois numa aplicação
real não há como se distinguir entre uma identificação correta e uma identificação
errônea. Uma identificação errônea pode levar ao cálculo de uma atitude incorreta, que
por sua vez pode levar a espaçonave a se descontrolar. Um descontrole em uma
espaçonave pode acarretar danos permanentes em instrumentos ou até mesmo a
perda de uma missão.
Existem algoritmos de identificação de estrelas que necessitam apenas
de um catálogo de estrelas. Porém há outros que se utilizam também de tabelas de
busca acelerada, ou de bancos de dados especialmente preparados.
36
3.3.5 Determinação da atitude
Uma vez concluída a identificação de estrelas, a lista das estrelas
identificadas é enviada ao algoritmo de determinação de atitude. Comparando-se as
coordenadas das estrelas identificadas no referencial do sensor com as coordenadas
das mesmas estrelas no referencial do sensor, é possível estabelecer a relação entre
estes dois referenciais. Em outras palavras, a partir desta comparação o algoritmo de
determinação de atitude determina a atitude do sensor de estrelas. A atitude do sensor
de estrelas pode ser parametrizada de várias formas(Descritas no capitulo 2 nas
seções 2.1.2 á 2.1.4).
Uma vez obtida a atitude do sensor de estrelas, a atitude do veículo
espacial pode ser determinada diretamente, pois a relação entre o referencial do
sensor e o referencial da espaçonave é bem conhecida, já que o sensor é fixado na
espaçonave. Por exemplo, se a atitude do sensor de estrelas for parametrizada por
uma matriz de atitude M ng−s que transforma um vetor do referencial do sensor para o
referencial do sensor, a matriz de atitude da espaçonave pode ser determinada por:
M ng−e=M s−e ● M ng− s (2.8)
M ng−e É a matriz de atitude da espaçonave.
M s−e É a matriz que relaciona o referencial do sensor ao referencial da espaçonave, obtida em laboratório, durante a integração e testes do sensor no satélite / sonda espacial.
M ng−s É a matriz de atitude do sensor de estrelas.
A equação (2.8) relativamente simples, pois sendo as matrizes de atitude
matrizes 3×3, envolve apenas vinte e sete multiplicações e dezoito somas. Se a atitude
for representada por quatérnions, a transformação de atitude representada pela
equação (2.8) é ainda mais simples, envolvendo apenas 16 multiplicações e 12 somas
ou subtrações (MARKLEY, 1978). Desta forma, este cálculo pode ser realizado pelo
37
computador do subsistema de controle de atitude e órbita, mesmo que o processador
deste computador apresente um poder de processamento bem inferior ao poder de
processamento do processador do sensor de estrelas.
As vantagens de se fazer a transformação da atitude do sensor para a
atitude da espaçonave (através da equação (2.8) ou similar) no computador do
subsistema de controle de atitude e órbita, é simplificar a interface lógica entre o sensor
de estrelas e este computador, já que desta forma, não seria necessário informar ao
sensor de estrelas como este está fixado com relação ao referencial da espaçonave.
Porém, como este cálculo é bastante simples, o projetista de um sensor de estrelas
pode também deixar para o usuário (normalmente o projetista da malha de controle de
atitude da espaçonave) a opção de realizar esta transformação dentro do sensor de
estrelas, se isto for desejável.
A atitude do sensor de estrelas (ou da espaçonave) é então formatada e
enviada para o computador do subsistema de controle de atitude e órbita, onde será
utilizada para realimentar a malha de controle de atitude, como mostrado na figura 16.
Figura 17: Etapas Malha de controle de atitude do veículo espacial
Fonte: FIALHO(2007)
38
Numa implementação real, muitas vezes os algoritmos de determinação
de atitude são chamados como sub-rotinas do algoritmo de identificação de estrelas, já
que o algoritmo de identificação de estrelas pode necessitar de uma estimativa de
atitude durante o processo de identificação para confirmar uma possível identificação
ou a estrutura do software pode obrigar a isto.
Figura 18 : Fundamentos da operação de um sensor autônomo.
Fonte: FIALHO, 2007
3.3. Perdido no Espaço (Lost-in-Space)
A aquisição atitude inicial, ou de reconhecimento de padrões de
constelações de estrelas, não é uma questão trivial. O problema é ilustrado na Figura
9. A segunda geração de estrela rastreador é ressentido com uma imagem de uma
pequena porção do céu noturno. A imagem inclui incertezas na magnitude e nas
posições das estrelas. Além disso, os falsos objetos podem estar presentes na imagem
(planetas, outros satélites, radiações, etc). O rastreador de estrelas necessita de
poucos segundos para completar essa tarefa.
39
Existe problema pode ser resolvido de vários modos cada qual com seu
algoritmos, por exemplo Kolomenkin(2008), propôs um algoritmo em que consistia
encontrar na imagem estrelas com magnitude 6 ou mais e medir a distância entre ela e
as estrelas próximas e por meio de um algoritmo de busca encontrar no catalogo qual
era a estrela e sua posição, por consequência encontrando a atitude inicial(Liebe,
1997).
Figura 19: Realização do reconhecimento de padrões em uma constelação.
Fonte: Liebe(1997)
3.3.7 Requerimento do Processador
Rastreadores de segunda geração estrela requerem grandes recursos
computacionais para fazer a aquisição atitude inicial e calcular o quartenion dos dados
de imagem em altas taxas de quadros, os dois exemplos principais [10,11], pista,
realizar o reconhecimento de padrões das constelações estrela em menos de 2
segundos. A velocidade de atualização depende de se rastrear eletrónica especiais
operar o CCD em um "modo de janelas" ou o microcomputador tem para digitalizar a
imagem inteira e controlar todo o processamento de imagem, por si só. Taxas
Atualização para sensores/rastreadores de estrela são da ordem de 1-30 Hz. . Um
40
processador de 10 a 15 MIPS é necessário (MIPS - Microprocessor without Pipeline
Stages Interlocked, Microprocessador sem etapas interbloqueadas no Pipeline ).
3.3.8 Analógico-digital (ADC) de resolução
Há um grande espaço entre o brilho o mais obtuso e a estrela mais
brilhante detectado. A fim de preservar a informação, é desejável utilizar uma alta
resolução, 12-bits ADC. No entanto, quando um número grande de estrelas são
utilizadas na imagem (> 50), apenas uma pequena fração das estrelas são tão
brilhantes ao ponto de ser necessário mais de 8 bits de arte. Se apenas 8 bits são
utilizados, existe uma grande vantagem computacional e as poucas estrelas muito
brilhantes na imagem podem ser descartadas, já que a sua contribuição para a
precisão geral é pequena.
3.3.9 Taxa de Atualização
A taxa de atualização depende de dois fatores: o tempo de exposição e o
tempo de processamento para a imagem. Estes dois processos podem ser
Pipeline(processo pelo qual uma instrução de processamento é subdivida em etapas,
uma vez que cada uma destas etapas é executada por uma porção especializada da
CPU, podendo colocar mais de uma instrução em execução simultânea).
Quanto maior o tempo de exposição, mais fótons são utilizados e melhor
será a relação sinal-ruído. No entanto, todo subsistema de controle de atitude depende
de como exatamente a atitude pode ser extrapolada para um momento específico.
Portanto, o tempo de exposição e precisão são compensações para uma plataforma
estável, de acordo com a dinâmica de naves espaciais.
41
Para as unidades da segunda geração são necessários grandes cálculos
entre as atualizações, o que pode muito bem ser o fator limitante na taxa de quadros.
No caso de um V/E estabilizado por spin, o tempo de exposição é limitado, porque as
estrelas são espalhadas ao longo de uma longa faixa resultando em uma perda efetiva
da sensibilidade e precisão.
Capitulo 4 - Simulações
O texto a seguir já está formatado para implementação direta no
MATLAB. Trata-se de um .m (um script do MATLAB). Para este estudo foi utilizada a
referência BREJÃO (2010).
>>%inicio da simulação%
%Parte I:%
%Inicialmente são definidos os sistemas de coordenadas referência tais descritos no
capitulo 2 seção 2.1 deste trabalho%
%Definindo o sistema geocêntrico inercial(I,J,K)%
I = [1;0;0];
J = [0;1;0];
K = [0;0;1];
%Definindo o sistema fixo no hardware do veículo espacial(u,v,w)%
u = [1;0;0];
v = [0;1;0];
42
w = [0;0;1];
%A orientação de u, v, w com relação a I, J, K fornece a atitude do V/E. Essa atitude é
uma matriz, A.(Capitulo 2 seção 2.1.1)%
%Ambos relacionados como se segue:%
u(1)= dot(u,I);
u(2)= dot(u,J);
u(3)= dot(u,K);
v(1)= dot(v,I);
v(2)= dot(v,J);
v(3)= dot(v,K);
w(1)= dot(w,I);
w(2)= dot(w,J);
w(3)= dot(w,K);
%Assim, tem-se%
u=[u(1), u(2), u(3)];
v=[v(1), v(2), v(3)];
43
w=[w(1), w(2), w(3)];
%Como consequência, obtém-se a matriz de atitude inicial "A0" do V/E:%
A0= [u;v;w]
A0 =
1 0 0
0 1 0
0 0 1
%Note que A0 é a identidade de ordem 3. Tal matriz informa que o V/E não apresenta
desvios de atitude%
%Serão realizadas 3 rotações de atitude um rolamento, uma arfagem e uma guinada.
(seção 2.1.2)%
%Primeira rotação:%
%A primeira rotação que será realizada é o rolamento. Considere alfa= 180°(ou π rad)
o ângulo de rolamento e R(alfa) a matriz de rotação%
%Considere R(alfa)= R1%
alfa = pi;
R1= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
%Assim a nova matriz de atitude será:%
A1= R1*A0
A1 =
44
1 0 0
0 0 1
0 -1. 0
%Segunda Rotação%
% A segunda rotação que será realizada é a arfagem. Considere beta= 90°(ou π/2 rad)
o ângulo de arfagem e A(beta) a matriz de rotação %
%Considere A(beta)= R2%
beta=pi/2;
R2=[cos(beta) 0 -sin(beta); 0 1 0; sin(beta) 0 cos(beta)];
%Assim, a nova matriz de atitude de V/E será:%
A2= R2*A1
A2 =
0 1 0
0 0 1
1 0 0
% A terceira rotação que será realizada é a guinada. Considere gama = 270°(ou 3π/2
rad) o ângulo de arfagem e G(gama) a matriz de rotação %
%Considere A(gama)= R3%
gama=3*pi/2;
45
R3=[cos(gama) sin(gama) 0; -sin(gama) cos(gama) 0; 0 0 1];
%Assim a nova matriz de atitude do V/E será:%
A3= R3*A2
A3=
0 0 -1
0 1 0
1 0 0
%Este resultado obtido através do procedimento no qual foram empregadas três
matrizes de rotação consecutivas uma em cada eixo u,v e w%
%Suponhamos agora que o veículo com desvio de atitude nula vá executar um
rolamento de 270° em 10 segundos a velocidade constante e o sensor/rastreador de
estrelas possui uma taxa de atualização de 1Hz. Quais seriam as matrizes de atitude
neste intervalo?%
%Tomando que os referenciais já foram computados e que a matriz sem desvios de
atitude está armazenada em uma matriz A0, como está descrito no início destas
simulações%
%Note que a cada segundo que se passa 27° são rotacionados logo são 10 rotações
de 27° cada %
alfa1=3*pi/20;
R1= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A1= R1*A0;
A1=
46
1 0 0
0 0.891 0.454
0 -0.454 0.891
alfa2=3*pi/20;
R2= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A2=R2*A1;
A2=
1 0 0
0 0.5878 0.8090
0 -0.8090 0.5878
alfa3=3*pi/20;
R3= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A3=R3*A2;
A3=
1 0 0
0 0.1564 0.9877
0 -0.9877 0.1564
alfa4=3*pi/20;
R4= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A4=R4*A3;
47
A4=
1 0 0
0 -0.3090 0.9511
0 -0.9511 -0.3090
alfa5=3*pi/20;
R5= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A5=R5*A4;
A5=
1 0 0
0 -0.7071 0.7071
0 -0.7071 -0.7071
alfa6=3*pi/20;
R6= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A6=R6*A5;
A6=
1 0 0
0 -0.9511 0.3090
0 -0.3090 -0.9511
alfa7=3*pi/20;
R7= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
48
A7=R7*A6;
A7=
1 0 0
0 -0.9877 -0.1564
0 0.1564 -0.9877
alfa8=3*pi/20;
R8= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A8=R8*A7;
A8=
1 0 0
0 -0.8090 -0.5878
0 0.5878 -0.8090
alfa9=3*pi/20;
R9= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A9=R9*A8;
A9=
1 0 0
0 -0.4540 -0.8910
0 0.8910 -0.4540
49
alfa10=3*pi/20;
R10= [1 0 0;0 cos(alfa) sin(alfa); 0 -sin(alfa) cos(alfa)];
A10=R10*A9;
A10=
1 0 0
0 0 -1
0 1 0
%Como se observou as rotações de euler não sofreram variação com o calculo por
partes uma vez que os resultados da primeira rotação(no início desse capítulo) de
rolagem e esta ultima%
%Fim da simulação%
Capitulo 5 - Resultados
O principal resultado deste trabalho é a descrição dos sensores estelares e sua
evolução. Para tanto, foi preciso entender como o sensor estelar funciona, assim como
os algoritmos envolvidos e sua importância na determinação de atitude.
Adicionalmente, com o uso do software MATLAB, foi estudado/criado um programa que
simula as transformações algébricas do controle e variação de atitude descritos no
capitulo anterior.
50
Capitulo 6 - Conclusão
Pode se perceber que o investimento da nação no avanço tecnológico ao
de correr do tempo vem provocando grandes mudanças na tecnologia como por
exemplo a evolução dos sensores estelares. De uma geração de sensores para outra
pode se observar uma redução drástica de parâmetros indesejáveis e uma ampliação
de capacidade do sensor um exemplo fácil de se observar isto é comparar o sensor
ASTROS da primeira geração com o sensor AST-201 da segunda geração.
Este estudo possibilitou o conhecimento do funcionamento de diversos
sensores de estrelas assim como a métodos de representação e controle de atitude. O
que proporcionou uma melhor compreensão desta atividade de um modo geral. Ao
longo do estudo, pode se constatar como é fundamental o sucesso para qualquer
missão espacial e que o controle de atitude preciso é indispensável para este sucesso.
O contato com o software MATLAB, ferramenta de grande importância e
praticidade não apenas para a engenharia aeroespacial mas para qualquer engenharia,
também foi extremamente proveitoso, pois proporcionou um grande contato com a
programação sendo assim uma experiência importante para a vida acadêmica.
O contato com o projeto PDPD (Pesquisa Desde o Primeiro Dia), projeto
exclusivo da Universidade Federal do ABC, proporcionou o amadurecimento deste
autor (aluno) e aguçou ainda mais a vontade de seguir o curso de engenharia
aeroespacial provando mais uma vez o grande aproveitamento do contato entre o
aluno recém-chegado e o meio acadêmico. Graças ao trabalho, a perspectiva de
prosseguimento nesta universidade, dos estudos abordados ao longo de toda essa
pesquisa, tendo em vista alcançar um conhecimento mais abrangente sobre o assunto
nela contido.
51
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