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O Tractor Agrícola
Guia de Exploração Pedagógica
ii FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Enquadramento
O presente Guia faz parte de um conjunto de recursos técnico - pedagógicos,
desenvolvidos por Ferreira & Seixas, Lda., no âmbito do Projecto “FORMAT –
Formadores em Máquinas e Tractores”, co-financiado pelo Estado Português e pela
União Europeia, através do POEFDS – Medida Recursos Didácticos.
O FORMAT é um sistema integrado de recursos de apoio à formação na área da
Mecanização Agrícola. Tem por finalidade, potenciar o desenvolvimento em
extensão e profundidade na área da Mecanização Agrícola, através da apropriação,
pelos formadores, das competências e tecnologias que lhes permitam uma
intervenção eficiente e competitiva neste mercado.
O FORMAT é apresentado em formato digital (DVD), integrando:
• Manuais Técnicos do Formador – Alfaias, Gestão do Parque de Máquinas e
Tractor.
• Guias de Exploração Pedagógica dos manuais técnicos
• Banco de Imagens e Vídeos – Alfaias, Gestão do Parque de Máquinas e
Tractor.
• Banco de Questões.
i
Índice
FINALIDADE ESTRUTURA DO GUIA
PARTE I – ORIENTAÇÕES GERAIS ............................................................................... 1
I. ORIENTAÇÕES GERAIS........................................................................................... 3
1. Caracterização da formação ............................................................................... 5
2. Orientações Pedagógicas ................................................................................... 5
2.1. Metodologia................................................................................................. 5
2.2. Papel do/a Formando/a ............................................................................... 12
2.3. Papel e perfil do/a Formador/a ..................................................................... 14
2.4. Recursos necessários .................................................................................. 16
2.5. Orientações relativas à construção e adaptação de recursos ............................. 21
2.6. Sugestões complementares:.......................................................................... 22
3. Avaliação das aprendizagens.......................................................................... 223
3.1. Relembrar alguns conceitos .... ...................................................................... 23
3.2. Técnicas e instrumentos de avaliação ............................................................ 26
3.3. Orientações na (re)construção de instrumentos de avaliação ............................ 30
PARTE II – DESENVOLVIMENTO TEMÁTICO ................................................................. 33
II. DESENVOLVIMENTO TEMÁTICO ............................................................................ 35
1. Plano geral de desenvolvimento dos temas......................................................... 37
2. Desenvolvimento Temático .............................................................................. 40
3. Apresentação dos Planos Temáticos .................................................................. 42
Plano Temático nº 1 - Tipos de tractor e sua utilização ........................................... 43
Plano Temático nº 2 - O motor ............................................................................ 49
Plano Temático nº 3 - Sistemas de apoio ao funcionamento motor .......................... 53
Plano Temático nº 4 - Transmissão ...................................................................... 59
Plano Temático nº 5 - Orgãos de locomoção .......................................................... 65
Plano Temático nº 6 - Sistema de direcção ............................................................ 71
Plano Temático nº 7 - Sistema de travagem .......................................................... 75
ii FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Plano Temático nº 8 - Sistema hidráulico .............................................................. 79
Plano Temático nº 9 - Engate e desengate de alfaias e regulações
comuns do sistema hidráulico ............................................................................. 85
Plano Temático nº 10 - Orgãos de comando e controlo ............................................ 91
Plano Temático nº 11 - Electrónica nos tractores agrícolas ....................................... 97
Plano Temático nº 12 - Segurança, higiene e saúde no trabalho
com tractores e alfaias agrícolas......................................................................... 102
PARTE III - REFERÊNCIAS .................................................................................... 109
1. Recursos complementares ............................................................................. 111
2. Referências – Sugestões de leitura complementar ............................................. 113
Referências Técnicas – bibliografia recomendada .................................................. 113
Referências Técnicas – sítios Internet.................................................................. 114
Referências no domínio pedagógico..................................................................... 115
iii
Finalidade
Este guia destina-se a apoiar a actividade do/a formador/a de Mecanização Agrícola,
no domínio do Tractor Agrícola, disponibilizando um conjunto de orientações de
natureza pedagógica, relativas à formação de activos agrícolas, nomeadamente
agricultores e empresários agrícolas, quer em termos gerais, quer especificamente
em relação a cada um dos módulos de formação previstos.
Nesse sentido, o Guia incide sobre os seguintes aspectos:
• Planificação da formação;
• Métodos e técnicas a adoptar;
• Recursos pedagógicos a utilizar e sugestões de exploração e adaptação;
• Tipos e instrumentos de avaliação a utilizar.
Em suma, o Guia visa contribuir para a melhoria da qualidade das intervenções
formativas, designadamente através de sugestões e recomendações que permitam
introduzir alguma uniformidade às práticas pedagógicas nesta área de formação.
Destinatários
Formadores/as de Mecanização Agrícola (reconhecidos nessa qualidade pelo
Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas).
iv FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
v
Estrutura do Guia:
O Guia está organizado em três partes.
A primeira parte orienta o/a formador/a na utilização do Guia, enquadrando a
formação de activos agrícolas, nomeadamente agricultores/as e empresários/as
agrícolas em Mecanização Agrícola – Tractor Agrícola. Nesse sentido, são
apresentados os objectivos gerais e específicos, bem como a estruturação da
formação, em conformidade com o estabelecido para os Cursos de Operador/a de
Máquinas Agrícolas (COMAs), por parte do Ministério da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas.
Ainda nesta primeira parte, são disponibilizadas orientações pedagógicas, de
carácter genérico, sobre a metodologia pedagógica recomendada, papel do/a
formando/a, papel do/a formador/a e respectivo perfil, recursos didácticos
necessários; recomendações para a (re)construção de recursos de apoio à formação
(com base na disponibilização de componentes auxiliares, como o Banco de
Imagens, Vídeos Técnicos e Manual Técnico do tema); orientações relativas à
metodologia de avaliação e construção de instrumentos de avaliação (com base na
disponibilização de um componente auxiliar, o Banco de Questões).
A segunda parte do Guia reúne um conjunto de orientações metodológicas
específicas, relativamente à formação de activos agrícolas, agricultores e
empresários agrícolas, na área temática do Tractor Agrícola. Descreve-se o plano
geral de desenvolvimento dos temas (módulos/unidades).
Relativamente ao desenvolvimento temático, as orientações pedagógicas em termos
de planificação, metodologia e propostas de actividades / exercícios formativos, são
apresentadas sob a forma de planos temáticos. A cada módulo de formação fez-se
corresponder um Plano Temático, com a mesma designação.
Incluíram-se ainda orientações e sugestões em matéria de actividades / exercícios
de avaliação formativa e sumativa.
vi FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
A terceira e última parte do guia, integra a identificação e caracterização dos
recursos complementares desenvolvidos – Banco de Imagens e Vídeos Técnicos,
Manual Técnico e Banco de Questões – que visam apoiar o formador na construção
e adaptação de materiais pedagógicos e instrumentos de avaliação. Inseriu-se ainda
nesta parte a identificação de referências bibliográficas, tanto de natureza técnica
como pedagógica, destinadas a contribuir para a actualização e aperfeiçoamento
permanente do/a formador/a.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 1
Parte I – Orientações Gerais
1. Caracterização da formação
2. Orientações pedagógicas:
2.1. Metodologias pedagógicas
2.2. Papel do/a formando/a
2.3. Papel e perfil do/a formador/a
2.4. Recursos necessários
2.5. Orientações relativas à construção e adaptação de recursos
2.6. Sugestões complementares
3. Avaliação das aprendizagens:
3.1. Relembrar alguns conceitos
3.2. Técnicas e instrumentos de avaliação
3.3. Orientações e sugestões para a (re)construção de
instrumentos de avaliação
2 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 3
I. Orientações gerais
1. Caracterização da formação
Área de formação:
Mecanização Agrícola
Designação do Curso:
Operadores/as de Máquinas Agrícolas
Descrição:
A formação de operadores/as de máquinas agrícolas visa a aquisição de
conhecimentos teóricos e práticos que permitam ao formando operar correctamente
com os equipamentos previstos no programa do Curso.
Objectivos Gerais:
Capacitar os/as formandos/as com os conhecimentos teóricos e práticos, em termos
do uso correcto de tractores agrícolas, na sua condução, utilização, manutenção e
mecânica, no respeito pela legislação em vigor e as regras de higiene e segurança
no trabalho aplicáveis.
Objectivos Específicos:
O/A formador/a deve (re)definir os objectivos específicos para cada módulo em
consonância com o programa previsto, a duração do módulo ou acção, os requisitos
de entrada e as competências visadas no final da formação.
Na segunda parte do presente guia, em cada Plano Temático, são apresentadas
propostas de objectivos específicos para cada unidade de formação.
4 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Sequência dos Conteúdos Programáticos:
Em termos da estruturação dos conteúdos, a sequência recomendada é a seguinte:
Unidade 1 – Tipos de tractor e sua utilização
Unidade 2 – O Motor
Unidade 3 – Transmissão
Unidade 4 – Sistema Hidráulico
Unidade 5 – Órgãos de Locomoção
Unidade 6 – Sistema de Direcção
Unidade 7 – Sistema de Travagem
Unidade 8 – Sistema Hidráulico
Unidade 9 – Engate e Desengate de Alfaias e Regulações Comuns do Sistema
Hidráulico
Unidade 10 – Órgãos de Comando e Controlo
Unidade 11 – Electrónica nos Tractores Agrícolas
Unidade 12 – Segurança, Higiene e Saúde
Carga Horária
A duração do módulo ou curso é definida em função de um conjunto de parâmetros,
no momento da concepção do programa de formação. O mesmo ocorre
relativamente à carga horária específica das unidades de formação que compõem o
curso.
O/A formador/a deverá sempre adequar a sua planificação, em função da carga
horária e dos objectivos específicos previstos, para cada unidade de formação.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 5
2. Orientações Pedagógicas
2.1. Metodologia
O método pedagógico é o meio ou processo de articulação da formação. Isto é, a
estratégia de articulação harmoniosa e construtiva entre os três elementos
intervenientes na relação pedagógica:
O “Saber”
O Formador O Formando
A escolha do método pedagógico a adoptar deve ter em atenção os seguintes
aspectos:
• os objectivos pedagógicos;
• o público-alvo (características, necessidades e expectativas);
• os meios disponíveis;
• as competências do formador.
A utilização de cada método pedagógico pressupõe o domínio das respectivas
“regras” específicas, por parte do formador. A organização da sessão, em termos de
estruturação dos conteúdos, momentos e actividades a realizar por formandos e
formador, tempos de aplicação, são alguns dos aspectos a ter em conta na escolha
e aplicação de cada método1 e da técnica pedagógica que mais se adequa a cada
situação concreta.
1 Na parte III do presente Guia são sugeridas referências bibliográficas específicas sobre Métodos e
Técnicas Pedagógicas.
6 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Método Activo
A utilização do método activo é a metodologia pedagógica que melhor se adequa ao
processo de ensino/aprendizagem da pessoa adulta, porque:
• a formação é centrada no formando (sendo este o protagonista do processo
de ensino/aprendizagem);
• pressupõe uma lógica de integração de saberes (isto é, as experiências
pessoais e profissionais anteriores, vivenciadas por cada formando devem
ser tidas em conta e valorizadas no processo de ensino/ aprendizagem,
contribuindo para a integração de novos “saberes” – conhecimentos,
capacidades e atitudes);
• o “saber” constitui um recurso que o formando tem de ser capaz de
mobilizar quando colocado perante um problema concreto (em contexto);
• a actividade de aprendizagem faz-se através da resolução de situações -
problema (tão próximas quanto possível da realidade);
• o formador não é o detentor do “saber”, mas antes um facilitador de
situações de aprendizagem (isto é, um mediador do “saber”);
• os recursos didácticos constituem uma fonte de informação, mas não
encerram em si o “saber”;
• a avaliação assume a função de orientar, regular e certificar a
aprendizagem.
Neste contexto, as técnicas pedagógicas mais adequadas são as simulações, jogos
pedagógicos, estudos de caso e projectos. Trata-se de propor aos formandos
actividades de aprendizagem que, na prática, apelam à resolução de situações -
problema, tão semelhantes quanto possível às situações reais a que o formando
está sujeito na sua actividade profissional.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 7
A complexidade das situações propostas deve ter em conta e ser devidamente
adaptada às experiências anteriores dos formandos e às necessidades e
expectativas presentes, tendo também em atenção o tempo disponível.
Não é demais relembrar que as técnicas mencionadas requerem muito mais tempo
na aplicação, do que as técnicas associadas ao método expositivo ou mesmo ao
demonstrativo. Esta constitui uma das principais desvantagens da aplicação do
método activo. A outra principal desvantagem apontada a este método, reside na
necessidade do formador possuir competências na utilização do mesmo e
respectivas técnicas. De igual modo, constitui uma desvantagem deste método, o
facto de limitar a dimensão do grupo (não sendo adequado para grupos grandes,
isto é, com mais de 12 a 14 pessoas).
O facto de se considerar que o método activo é aquele que melhor potencia o
processo de aprendizagem da pessoa adulta, não exclui de modo algum a utilização
de outros métodos pedagógicos.
Utilização de outros métodos:
A combinação de diversos métodos e técnicas pedagógicas (desde que adequadas
aos objectivos e temáticas de formação, ao público-alvo, aos meios disponíveis e às
competências do formador) constitui uma forma de enriquecer a formação,
diversificando-a e tornando-a mais motivadora e envolvente para o formando.
Método expositivo
Quando se trata da transmissão de informação, designadamente de natureza
técnica, o método expositivo é sem dúvida adequado. Como o próprio nome indica,
este método consiste na exposição oral de um assunto (tema), por parte do
formador, de modo estruturado, sendo o fluxo de informação unidireccional
(Formador Formandos).
8 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Este método apresenta inúmeras vantagens, das quais salientamos as seguintes:
• Requer poucos recursos, o que conjugado com facto de poder ser utilizado
com um grande número de formandos, o torna um método económico;
• Permite a estruturação rigorosa da aprendizagem, o que facilita a avaliação
dos conhecimentos adquiridos;
• Aplica-se a um leque diversificado de conteúdos e situações formativas,
particularmente no domínio cognitivo;
• É aplicável em diversos contextos formativos e a grupos de destinatários
também diversificados;
• Permite uma grande liberdade de actuação ao formador, já que a iniciativa e
domínio da situação formativa depende quase exclusivamente de si (estes
aspectos podem ser gratificantes para o formador, que canaliza para si a
atenção dos formandos);
No entanto, o método expositivo apresenta também desvantagens, tais como:
• Não respeita os ritmos individuais, nem estimula a aprendizagem autónoma
e a iniciativa do formando;
• Não favorece a transferência do que é aprendido para situações concretas e
reais ou para novas situações;
• Não aproveita as potencialidades e sinergias de grupo;
• Não se adequa a determinadas situações de aprendizagem, designadamente
as relacionadas com o desenvolvimento de atitudes;
• Por si só, não integra no processo de aprendizagem as experiências e
vivências anteriores dos formandos;
• O sucesso da exposição está muito dependente do formador e da sua
capacidade de comunicação (dado que a comunicação é unilateral, do
formador para os formandos);
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 9
• Não existe feedback global e contínuo da aprendizagem por parte dos
formandos (mesmo quando solicitado pelo formador);
• Pode ser desmotivante, uma vez que não suscita a participação do
formando.
No sentido de obviar algumas destas desvantagens, o formador pode utilizar
diversos recursos de apoio, quer suportando e ilustrando a parte expositiva, quer
estimulando a atenção do formando e fomentando a sua participação, concretizando
o mais possível os objectos de aprendizagem (este aspecto é tratado com mais
detalhe no ponto I.2.4).
A utilização do método expositivo deve ser “doseada”, de modo a ser eficaz. A sua
combinação com outros métodos, ao longo de uma mesma sessão, ajuda a
dinamizar a formação. Isso constitui (quase) sempre um factor de reforço da
atenção, participação e motivação do formando para a sua própria aprendizagem.
Método interrogativo
O método interrogativo surge frequentemente combinado com a utilização do
método expositivo, embora a intervenção do formador, numa determinada sessão,
também possa ser integralmente suportada no primeiro.
Consiste na aplicação da técnicas das perguntas, isto é, na formulação de questões
(abertas, fechadas e de escolha orientada). O formador questiona directamente
cada um dos formandos, à medida que vai progredindo no tema, estabelecendo-se
uma relação bidireccional (formador <-> formando).
Aplica-se sobretudo em situações de controlo de conhecimentos previamente
adquiridos, permitindo uma maior sistematização dos mesmos. É igualmente
aplicável a situações de “descoberta” de determinadas situações ou realidades que
possam ter sido apreendidas de forma difusa ou pouco estruturada.
10 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Vantagens associadas a este método:
• Permite controlar conhecimentos adquiridos anteriormente, podendo ser
utilizado em qualquer momento de uma sessão de formação;
• Facilita a estruturação e sistematização dos conhecimentos já adquiridos;
• Estimula atitudes mais autónomas dos formandos;
• Permite obter feedback contínuo;
• Promove a participação do formando (mais do que o método expositivo), em
especial dos mais tímidos (porque o formador coloca as questões
directamente a cada formando); tal permite também recuperar a atenção
dos mais desatentos ou dispersos, bem como controlar melhor os mais
interventivos e aqueles que tendem a assumir um papel mais “dominador”
sobre o resto do grupo.
Como desvantagens, são normalmente apontadas a este método as seguintes:
• A iniciativa está sempre do lado do formador, o qual deve dominar
completamente a técnica das perguntas;
• Pode gerar, por parte dos formandos, algum desinteresse e cansaço se não
fôr combinado com outros métodos;
• Não permite a dinâmica de grupo, pelo que, tal como no método expositivo,
não aproveita o potencial e sinergias resultantes de actividades grupais;
• Exige mais tempo do que o método expositivo.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 11
Método demonstrativo:
Este método é frequentemente utilizado para a aprendizagem de tarefas manuais e
de utilização de equipamentos, a partir da demonstração efectuada pelo formador.
A aplicação do método é realizada por etapas ou fases sequenciais. Em cada etapa
executam-se as respectivas operações, só se avançando para a etapa seguinte após
a conclusão da anterior. A progressão é efectuada etapa a etapa. Cabe ao formador
garantir que todos os formandos avançam para a etapa seguinte em simultâneo.
As principais vantagens associadas a este método são:
• Possibilita a transmissão de informação teórica e prática;
• Permite desenvolver competências no domínio psicomotor;
• Favorece a participação e responsabilização do formando (executando
actividades);
• Possibilita o trabalho em grupo, mas também a individualização da
aprendizagem;
• Permite (ao formador e ao formando) a verificação das aprendizagens
efectuadas, identificar eventuais dificuldades individuais, esclarecer dúvidas
e corrigir, estimulando e motivando para a aprendizagem;
No entanto, o método demonstrativo também apresenta algumas desvantagens,
entre as quais se salientam as seguintes:
• Requer grande disponibilidade de tempo, tanto na preparação, como na
demonstração e execução;
• Só deve ser aplicado em grupos de reduzida dimensão (10 a 12 elementos);
12 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Exige a disponibilidade de equipamentos e outros recursos (materiais,
ferramentas, consumíveis, etc) que recriem uma situação tão próxima
quanto possível da realidade concreta.
Em síntese, não existem métodos pedagógicos bons e maus. Cabe ao formador, em
função de um conjunto de factores (objectivos da formação, características do
público-alvo, tempo e outros recursos disponíveis, competências que possui)
adoptar o método que considera mais adequado a cada situação.
Em termos gerais e abstractos, a formação em Mecanização Agrícola, é propícia à
utilização métodos activos e demonstrativos baseados na experimentação e na
demonstração, respectivamente. Tal não impede a utilização complementar dos
métodos expositivo e interrogativo.
Em qualquer caso, devem ser adoptadas estratégias que permitam integrar as
experiências anteriores dos formandos, bem como promover a aquisição e
desenvolvimento de novos conhecimentos, aptidões/capacidades e atitudes
(recorrendo a técnicas de trabalho em grupo, estudos de caso, simulação de
situações, demonstrações, etc.).
A combinação dos diversos métodos e técnicas, permite fomentar a motivação e
participação do formando no processo de aprendizagem. Estimular a interacção
entre formandos, potencia a aprendizagem pelas sinergias de grupo que
proporciona.
2.2. Papel do/a Formando/a
O método pedagógico adoptado tem influência no papel do formando durante a
formação e, consequentemente, no processo de aprendizagem.
O método activo permite a aprendizagem individual e autónoma do formando, que
se apropria do “saber”, exprimindo-se, colocando dúvidas, experimentando,
estudando e analisando situações e agindo. É uma pedagogia aberta e evolutiva,
muito voltada para o concreto, articulando experiência e prática, integrando todos
os tipos de “saber”. A pessoa adulta é responsável pela sua própria aprendizagem,
isto é, pela conversão do “saber” em competência, quando o mobiliza, integra e
aplica em contexto.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 13
A utilização do método expositivo coloca o formando num papel passivo, pois não
suscita a sua participação. O fluxo de informação faz-se apenas num sentido, sendo
a actividade do formando pouco significativa. Frequentemente mobiliza apenas as
suas capacidades cognitivas (através de estímulos auditivos e, eventualmente,
visuais, caso o formador suporte a sua intervenção oral em recursos visuais). O
ritmo individual do formando não é tido em conta, nem o seu património
experiencial. Este método requer essencialmente do formando, o papel de se
manter atento e concentrado na exposição.
O método interrogativo apela a uma maior participação do formando (em
comparação com o método expositivo). Estabelece-se uma relação bidireccional
entre o formador e o formando, sendo que o papel do formando é sempre de
natureza reactiva (responder) a uma iniciativa do formador (que lhe coloca
directamente uma questão). De qualquer modo, neste método o formando tem uma
maior liberdade de expressão, sendo estimulado a intervir e a desenvolver atitudes
mais autónomas.
Em presença do método demonstrativo, o formando assume um papel mais
activo, em especial nos momentos em que executa a tarefa visada e objecto da
demonstração. A sua participação é mais estimulada e de forma mais directa,
contribuindo também para uma maior responsabilização do formando. Permite ainda
ao formando verificar os resultados da sua própria aprendizagem. A utilização deste
método também propicia uma maior interacção entre formandos e apoio
individualizado (por parte do formador) se se revelar necessário.
14 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
2.3. Papel e perfil do/a Formador/a
O papel do/a formador/a varia consoante o método pedagógico adoptado.
Utilizando o método activo, o formador deve assumir-se como um facilitador e
mediador do processo de aprendizagem. Nesta lógica, a sua intervenção deve:
• ter em conta as experiências anteriores do formando;
• preparar e propor actividades de aprendizagem, situações - problema, que
o formando resolve, individualmente ou em grupo;
• fomentar, no formando, a pesquisa e a construção do conhecimento;
• facultar o acesso a recursos (legislação, documentação técnica, esquemas
de funcionamento, casos práticos, etc.) e orientar a sua utilização;
• apoiar os diversos formandos nas suas aprendizagens, de acordo com as
respectivas necessidades e solicitações (intervir de modo diferenciado e
individualizado);
• apoiar a estruturação de conhecimentos e capacidades, propiciando
momentos de sistematização e síntese;
• valorizar a avaliação, como elemento regulador da aprendizagem,
estabelecendo momentos de avaliação formativa;
• estimular a auto-reflexão e auto-análise, fazendo participar o formando na
sua própria avaliação;
A aplicação do método expositivo assenta essencialmente no completo domínio do
assunto, por parte do formador, e nas suas capacidades comunicacionais. A
diversidade de recursos utilizados durante a exposição, contribui também para
estimular a atenção, interesse e envolvimento do formando.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 15
No método interrogativo, o formador tem de desempenhar uma função activa.
Nesse aspecto, a utilização deste método é muito semelhante à do método
expositivo, pois a iniciativa é sempre do formador, o qual também controla todo o
processo. A utilização deste método em formação, requer que o formador domine a
técnica das perguntas e que a aplique nos momentos adequados, combinando-a
sempre que possível com outros métodos, no sentido de minimizar as desvantagens
do mesmo.
Utilizando o método demonstrativo, o papel do formador é variável ao longo da
aplicação (desenvolvimento) do mesmo. Assume um papel activo quando explica e
demonstra. Exerce uma função mais passiva, quando apoia na execução da “tarefa”
visada e quando observa o desempenho dos formandos. Retoma uma função activa
quando dá feedback ao formando (evidenciando os aspectos bem conseguidos e
indicando aqueles que devem ser melhorados naquilo que acaba de realizar).
A utilização deste método, requer, da parte do formador, o completo domínio da
execução da tarefa ou da utilização do equipamento, isto é do objecto da
demonstração, bem como das regras e equipamentos de segurança associados à
actividade concreta.
O formador deve igualmente ser capaz de distinguir o essencial do acessório, na
apresentação das explicações e na execução da demonstração. Tem ainda de
assegurar que todos os formandos avançam para a etapa seguinte
simultaneamente, podendo ser necessário algum apoio personalizado. Finalmente,
tem de saber comunicar de forma positiva os resultados alcançados pelos
formandos.
Perfil do/a formador/a
Além de dominar os conteúdos temáticos, quer em termos técnicos, quer em
termos de aplicação prática, o/a formador/a de Operadores de Máquinas Agrícolas
deve possuir formação pedagógica, experiência na formação de adultos (e em
particular, com públicos - alvo com baixas habilitações escolares).
16 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
2.4. Recursos necessários
Os meios ou recursos necessários são aqueles que possibilitam a execução da
formação.
Conforme referido anteriormente, a escassez ou indisponibilidade de meios pode
inviabilizar ou limitar a escolha dos métodos e técnicas pedagógicas a adoptar.
Deste modo, aconselhamos a prévia identificação dos meios ou recursos disponíveis
ou disponibilizáveis em tempo útil.
Os meios ou recursos de apoio à formação podem ser agrupados em:
• Equipamentos (específicos da actividade – Ex: tractor, alfaias agrícolas; e de
apoio à formação – Ex: videoprojector);
• Materiais (ex: consumíveis, ferramentas e utensílios);
• Recursos pedagógicos (ex: manuais, livros, fotografias, apresentações);
Equipamentos e recursos auxiliares:
O equipamento necessário à realização da formação depende dos objectivos
pedagógicos e, consequentemente, dos recursos que vão ser utilizados.
Tendo em conta a área de formação - Mecanização Agrícola, deverão ser
identificadas as máquinas agrícolas que irão ser utilizadas na formação, incluindo os
respectivos acessórios.
Deve ainda prever-se o equipamento de protecção individual específico para cada
equipamento a utilizar (em condições de poder ser utilizado e em quantidade
suficiente para o número de pessoas, incluindo o formador).
Caso pretenda utilizar apresentações digitais, a sala de formação deverá estar ainda
equipada com:
• Projector multimédia (videoprojector);
• Tela de projecção (ecrã; caso não esteja disponível, pode projectar no
quadro cerâmico ou numa parede branca e lisa);
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 17
• Computador (portátil ou fixo, com o software necessário às utilizações
pretendidas; e, se possível, com leitor de DVD e som);
Caso pretenda utilizar transparências, deverá dispor de:
• Retroprojector (e lâmpada suplente);
Caso pretenda utilizar cassetes ou DVD pedagógicos, deverá ainda dispor de:
• Televisão;
• Leitor de vídeo (para cassetes VHS) ou leitor de DVD (caso o computador não
possua esta drive);
Caso pretenda que os formandos imprimam trabalhos, o espaço de formação deverá
dispor também de:
• Impressora (e respectivos tinteiros);
Se estiver a prever efectuar simulações com gravação, deverá prever ainda:
• Câmara de filmar e tripé;
Além dos equipamentos já referidos, o espaço de formação deverá ter os seguintes
recursos auxiliares:
• Quadro branco ou cerâmico;
• Quadro de papel (flipchart);
• Eventualmente, poderá ser útil um quadro de afixação (cortiça);
Outros materiais:
Dependendo dos equipamentos que preveja utilizar na formação, é indispensável
prever antecipadamente os materiais que podem ser necessários, designadamente:
• consumíveis (Ex: combustível, óleo de motor, produtos de limpeza, luvas e
máscaras de protecção descartáveis);
• utensílios e ferramentas de desgaste rápido (Ex: lanterna, chave de
fendas);
• peças e componentes (Ex: lastros, rodas);
18 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Se a formação for realizada em oficina, à partida estes materiais encontram-se
disponíveis, mas é sempre aconselhável verificar antes.
Em princípio, será ainda necessário dispor de:
• Papel para escrita e para quadro rotafolio;
• Canetas e/ou lápis para os formandos;
• Marcadores para quadro cerâmico e para papel;
• Apagador (para quadro cerâmico);
Dependendo das actividades que tenciona realizar com os formandos, poderá
também ser útil dispor de:
• Cartolinas ou papel de cenário (em folhas ou em rolo);
• Canetas de feltro e/ou lápis de diversas cores;
• CDs ou DVDs (para gravação de trabalhos);
• Acetatos para impressão;
• Cassetes para a câmara de filmar;
• Material diverso de escritório (agrafadores, clipes, etc.)
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 19
Recursos Pedagógicos:
Em termos gerais, o conjunto dos recursos pedagógicos organizados e utilizados
pelo formador (suportando a sua intervenção), visam promover a atenção, interesse
e motivação dos formandos, de modo a facilitar a aprendizagem.
Na formação em Mecanização Agrícola, os recursos mais utilizados são:
• Quadros ou painéis didácticos (para expor);
• Transparências (acetatos impressos ou escritos à mão, para projecção);
• Apresentações em suporte digital (para projecção);
Em formação, o ideal é ter o objecto real, mas quando tal não é possível, podemos
utilizar outros recursos que permitam ligar as aprendizagens às realidades
concretas. Assim, a título meramente exemplificativo, podemos indicar os
seguintes:
• Modelos e maquetas, com indicação da escala (ex: motor de explosão);
• Fotografias e desenhos de componentes e peças específicas de diversos
equipamentos utilizados na agricultura;
• Esquemas descritivos de processos específicos (ex: esquema de
funcionamento da embraiagem);
• Gráficos, tabelas e quadros auxiliares (para apresentação de dados e
indicadores úteis, ex: coeficiente de transformação de energia, nº de horas
de trabalho anual por culturas, );
• Recortes de artigos de jornal e de imprensa especializada;
20 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Estes recursos podem ser utilizados como suporte às explicações do formador (caso
em que devem estar expostos ou ser projectáveis), mas também, noutros
momentos da formação, como suporte de actividades de natureza formativa e em
avaliações sumativas (exemplo: legendar uma figura).
O mesmo recurso pode estar disponível em diferentes suportes e formatos (digital,
em painel ou quadro para expor, impresso em papel, plastificado ou não, ...) e
tamanhos (médio ou grande – A1 ou A2, para expor, devendo nesse caso ser
visíveis / legíveis por todos os formandos; pequeno - A4 ou A5 - para trabalho
individual ou em pequenos grupos).
Em princípio, a maioria dos recursos (dependendo do suporte em que estão
disponíveis) podem ser utilizados quer autonomamente, quer integrados noutros
recursos (Exemplo: inserção de fotografias e vídeos em apresentações digitais).
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 21
2.5. Orientações relativas à construção e adaptação de recursos
Como referido anteriormente, o formador pode utilizar diversos tipos de recursos na
formação.
Grande parte destes recursos podem ser efectuados pelo formador (ex: fotografias,
esquemas, quadros), o que exige tempo e envolve custos.
Os livros e manuais técnicos, bem como a Internet, constituem também fontes
desse tipo de informação. No entanto, a mesma encontra-se dispersa e nem sempre
é fiável.
Neste contexto, o Banco de Imagens (desenvolvido no âmbito do conjunto de
recursos FORMAT e contido no presente DVD) destina-se a facilitar a pesquisa e
utilização de imagens (fotografias, desenhos e esquemas) em formato digital.
As imagens disponíveis podem ser visualizadas na aplicação ou editadas, através de
qualquer ferramenta de edição de imagem, existente no computador (Ex: Paint
(incluída no Windows e normalmente disponível por defeito), Corel Draw,
PhotoShop, Photo Editor). O formador pode gravar as imagens originais no seu
computador, para posterior utilização, quer para impressão (em papel ou em
transparências/acetatos), quer para inserção em apresentações digitais.
Os vídeos técnicos constituem outro recurso pedagógico, com os quais o formador
pode apoiar a formação (através da demonstração de situações reais gravadas ou
simuladas).
Progressivamente, o formador pode ir “alimentando” o seu Banco de Imagens e
Vídeos, com recursos criados ou seleccionados pelo próprio.
Os Manuais Técnicos, também disponíveis em suporte digital (ficheiros em txt e
em pdf), podem igualmente ser utilizados na construção de novos recursos, por
parte do formador. A partir dos conteúdos disponíveis, o formador pode utilizá-los
directamente ou, se necessário, adaptá-los a outros objectivos e públicos - alvo
específicos, estruturando-os e apresentando-os de modo adequado aos fins a que se
destinam. Pode igualmente enriquecer esses novos materiais, com imagens
ilustrativas dos conteúdos apresentados.
22 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
2.6. Sugestões complementares:
A realização de visitas de estudo, designadamente a explorações agrícolas, pode
constituir uma boa forma de aproximar a aprendizagem da realidade concreta.
Em determinados contextos formativos, as visitas a feiras e exposições, museus,
instalações fabris e oficinas, podem igualmente constituir actividades de
aproximação às temáticas da formação.
Por fim, salientamos a Internet, pelo enorme manancial de informação a que se
pode ter acesso, a partir de qualquer local. As questões centrais são saber localizar
o material (utilizando referências pré-identificadas ou através de motores de
pesquisa) e avaliar a respectiva qualidade (em termos de fiabilidade, validade
técnico-científica e actualidade).
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 23
3. Avaliação das Aprendizagens
3.1. Relembrar alguns conceitos ....
Avaliar significa julgar, medir, comparar, testar .... É algo que fazemos
continuamente em relação a pessoas e situações, estabelecendo relações com base
nos nossos sentidos, nos nossos conhecimentos e nas nossas experiências.
Na formação profissional, os objectos de avaliação devem ser:
• os formandos
• os formadores
• o programa (objectivos, conteúdos, percursos, etc.)
• a entidade formadora
• e o próprio sistema de avaliação
Enquanto formador, o seu principal objecto de avaliação são os formandos.
A avaliação das aprendizagens é o processo de recolha e tratamento de informação
sobre a aprendizagem dos formandos, que permita evidenciar as competências
adquiridas.
No entanto, convém salientar que avaliar não é sinónimo de classificar. A
classificação é uma extrapolação dos resultados da avaliação para uma escala de
valores, para permitir comparar resultados, colocando-o numa determinada posição
da escala. A avaliação das aprendizagens pode e deve ser mais abrangente.
Na formação profissional, a avaliação cumpre três funções essenciais:
• Orientar – diagnosticar o ponto de partida dos formandos, em relação aos
objectivos planeados. Com base nessa avaliação, se necessário, poderão ser
efectuados ajustamentos nos objectivos, programas, metodologias
(adequando-os);
24 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Regular – verificar a progressão da aprendizagem, ao longo do processo
formativo;
• Certificar – verificar, no final da formação, se o formando atingiu ou não os
objectivos previstos.
Quanto ao momento em que é efectuada, a avaliação pode ser:
Avaliação Diagnóstica:
A avaliação diagnóstica, também designada por avaliação inicial, destina-se a
posicionar o formando, face a novas aprendizagens, ou seja, determinar se o
formando possui certas aprendizagens anteriores que servirão de base à
formação (curso, módulo ou unidade) que vai iniciar.
Estas aprendizagens anteriores são denominados por pré-requisitos:
conhecimentos, atitudes e/ou aptidões indispensáveis à aquisição de outros que
deles dependem e que, sem eles, não é possível atingir os objectivos de
aprendizagem previstos.
Assim, a avaliação diagnóstica constitui um importante elemento de orientação
da formação e da própria aprendizagem pois permite, antes de iniciar uma nova
unidade, módulo ou curso, identificar os conhecimentos que os formandos já
possuem, detectar eventuais dificuldades (podendo prever situações de revisão
de determinadas matérias ou recuperação de alguns formandos), organizar os
formandos em grupos mais homogéneos, etc.
Avaliação Formativa:
A avaliação formativa ou contínua é realizada ao longo do processo de formação.
Permite, tanto ao formador, como ao formando, verificar os progressos da
aprendizagem, funcionando como uma bússola do processo de
ensino/aprendizagem.
A avaliação formativa incide sobre partes restritas da aprendizagem e é efectuada
em continuidade.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 25
Caso sejam identificadas dificuldades de aprendizagem, permite identificar as
causas e introduzir medidas correctivas (ao nível dos métodos e meios utilizados,
dos conteúdos, etc.) com vista a melhorar a aprendizagem.
Do ponto de vista do formando, a indicação regular sobre os seus progressos de
aprendizagem constitui ainda um factor de motivação.
Avaliação Sumativa:
A avaliação sumativa ou final, constitui o culminar do processo de formação. Nesse
momento, torna-se necessário verificar, de forma global, os resultados da
aprendizagem. É normalmente realizada, no final de uma etapa (módulo ou
conjunto de módulos) ou no final do curso.
Trata-se de verificar as competências adquiridas na formação, de modo a concluir
se os objectivos gerais da formação foram atingidos.
Objectividade da Avaliação
O mais importante em qualquer avaliação da aprendizagem é que ela seja
objectiva. No entanto, existem diversos factores que podem conduzir à
subjectividade da avaliação, distorcendo-a, tornando-a injusta e, por vezes, pouco
credível.
No sentido de tornar a avaliação (mais) objectiva, é indispensável a determinação
prévia de:
• objectivos de formação claros (estabelecidos com base na análise das
necessidades dos formandos);
• critérios de avaliação comuns, claros e rigorosos (estabelecidos e aceites por
todos os avaliadores).
26 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
3.2. Técnicas e instrumentos de avaliação
As técnicas de avaliação são os processos através dos quais se obtêm os elementos
(informações) que permitem medir ou constatar, de forma eficaz, que a
aprendizagem se realizou.
Técnicas de Avaliação:
• Observação
• Formulação de Perguntas
• Medição
De seguida, apresenta-se uma breve caracterização de cada uma destas
técnicas, bem como dos tipos de instrumentos normalmente utilizados. Contudo,
relembramos que, para uma utilização eficaz, as técnicas de avaliação obedecem
a regras. Além disso, cada técnica apresenta vantagens e desvantagens. Caso
tenha dúvidas ou pretenda aprofundar as suas competências neste domínio,
aconselhamos a consulta de algumas das referências sobre avaliação, constantes
da última parte deste Guia.
Técnica da Observação:
É uma das técnicas mais utilizada pelos formadores: observar os formandos
durante o processo de formação.
Embora esta técnica permita obter dados em todos os domínios do saber
(cognitivo, afectivo e psicomotor), é particularmente eficaz (senão mesmo
indispensável) no domínio psicomotor. Assume-se também como relevante na
avaliação das aprendizagens no domínio afectivo.
Instrumentos:
• Grelha ou Ficha de Observação - registo dos factos que vão ocorrendo
com interesse e relevantes para a avaliação.
• Lista de Ocorrências - elabora-se previamente uma lista dos
comportamentos que esperamos venham a ocorrer com uma sequência
prevista. Sempre que o comportamento se verifica assinala-se na lista,
torna a observação mais fácil de registar e mais objectiva.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 27
• Escalas de Classificação – a criação de escalas permite registar e atribuir
um determinado grau de desempenho, numa escala progressiva (ex:
insuficiente – suficiente – bom – muito bom).
Formulação de Perguntas:
Esta técnica pode assumir duas formas, oral e escrita, sendo particularmente
adequada à obtenção de dados do domínio cognitivo.
Na avaliação oral as perguntas são formuladas e respondidas oralmente. Em
avaliação formativa, tal permite suscitar o interesse e a participação do formando,
bem como obter feedback imediato. Permite ainda o treino da expressão oral.
Em termos de avaliação sumativa, formando a formando, a aplicação desta técnica,
além de morosa, revela-se mais favorável para formandos com maior facilidade de
expressão. Por outro lado, de modo a garantir condições de igualdade e
uniformidade da avaliação, pressupõe a realização das mesmas perguntas a todos
os formandos.
A avaliação escrita consiste em apresentar perguntas ou documentos escritos, a
que, o formando, deverá responder também por escrito. Permite obter dados dos
domínios afectivo (sob a forma de inquéritos) e cognitivo (sob a forma de testes).
Instrumentos de avaliação escrita:
• Inquéritos: permitem apresentar questões escritas de, forma sistemática,
destinando-se sobretudo à recolha de dados no domínio afectivo. São
particularmente interessantes ao nível da avaliação diagnóstica e dos pré-
requisitos (selecção).
• Testes: destinam-se sobretudo à obtenção de dados do domínio cognitivo.
28 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Produção (ou resposta aberta)
Produção Curta Produção Longa
Tipos de Testes
Selecção (ou resposta fechada)
Verdadeiro/Falso Completamento Emparelhamento Escolha Múltipla
Os testes de produção ou resposta aberta, são caracterizados pelo extensão da
resposta solicitada ao formando. Assim, neste tipo de testes, pode ser solicitada ao
formando uma resposta curta (Exemplo: identificar a ferramenta apresentada) ou
de resposta longa (Exemplo: descrever as características do motor do tipo A).
Nos testes de selecção, o formando, perante as perguntas, não tem de produzir a
resposta, mas sim seleccioná-la de entre as apresentadas. Os testes de selecção
mais utilizados são os seguintes:
• Verdadeiro / Falso – consiste em apresentar afirmações que o formando
deverá identificar como verdadeiras ou falsas.
• Completamento – consiste em apresentar frases incompletas, devendo o
formando completar as mesmas, com palavras ou expressões, de modo a
que as mesmas façam sentido (no contexto da formação específica).
• Emparelhamento (também designados por testes de associação ou
correspondência) – perante dois conjuntos de elementos afins, o formando
deve fazer corresponder, cada um dos elementos do primeiro grupo a um
dos elementos do segundo, em função da afinidade entre os mesmos.
• Escolha múltipla – consiste em apresentar diversas opções de resposta,
devendo o formando seleccionar a(s) correcta(s).
O Banco de Questões FORMAT foi construído, de modo a permitir exemplificar todos
os tipos de questões acima referidos.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 29
Técnica da Medição:
Como a própria designação indica, esta técnica consiste em medir o “desempenho”
do formando na execução de uma tarefa prática.
Em formação profissional, a aplicação desta técnica é indispensável para avaliar a
parte prática (sobretudo no domínio psicomotor), destinando-se a recolher dados de
natureza quantitativa (Ex: tempo de execução da tarefa; quantidade de peças
substituídas) e de natureza qualitativa (ou seja, qualidade do trabalho realizado;
ex: correcta colocação das peças, respeito pelas tolerâncias máximas, cumprimento
das regras de segurança).
Os instrumentos utilizados apresentam os diversos ítens que são objecto de
avaliação, sendo designados de acordo com a natureza dos dados recolhidos para
registo:
• Fichas de avaliação quantitativa
• Fichas de avaliação qualitativa
A avaliação de tarefas práticas requer quase sempre a combinação da técnica da
medição, com a observação. Frequentemente, recorre-se ainda à técnica das
perguntas, no sentido de complementar a obtenção de dados para a avaliação.
30 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
3.3. Orientações e sugestões para a (re)construção de instrumentos de avaliação
A elaboração de instrumentos de avaliação deve ser cuidada e ter em atenção os
seguintes aspectos - chave:
• Adequar-se às características dos formandos e ao tipo de avaliação visada
(seleccionando a(s) técnica(s) e instrumentos mais ajustados a cada
situação concreta);
• A avaliação é efectuada em relação aos objectivos da formação, pelo que a
construção dos instrumentos deve começar pela identificação dos objectivos
a avaliar;
• Os instrumentos devem ser testados e validados;
• Tal como a avaliação em geral, os instrumentos devem ser objecto de
melhoria contínua;
Fases de elaboração de instrumentos de avaliação:
1ª Fase: Definir o tipo de avaliação pretendida (diagnóstica, formativa, sumativa) e
adequar os instrumentos à finalidade da avaliação, seleccionando os objectivos (gerais e
específicos) que vão ser avaliados.
2ª Fase: Conceber as questões de avaliação, prevendo as mesmas componentes que
foram definidas para os objectivos pedagógicos (comportamento observável, condições
de realização e critérios de êxito), de modo a garantir a correspondência entre o
“desempenho” avaliado e o “desempenho” previsto.
3ª Fase: Resolver as questões, isto é, criar a corrigenda, com as respostas - tipo
correctas.
Parte I – Orientações Gerais
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 31
4ª Fase: Construir as tabelas de notação (cotação das questões), prevendo a cotação a
atribuir a cada resposta correcta. Caso tal esteja previsto (ou seja aceite), deverá
igualmente prever-se a penalização (ou desconto) a aplicar por cada resposta errada
(total ou parcialmente).
5ª Fase: Definir os níveis mínimos de aprendizagem aceites (reportando aos critérios
de êxito estabelecidos para os objectivos e contemplados nos instrumentos).
Teste e validação dos instrumentos:
Concluída a elaboração dos instrumentos estes devem ser testados, o que
permitirá identificar eventuais incorrecções e imprecisões, testar o grau de
dificuldade, o tempo necessário, etc. Com base nos resultados deste ensaio,
deverá proceder-se à respectiva correcção.
Um instrumento só deve ser validado quando possui qualidade, isto é, quando
reúne, pelo menos, as seguintes características:
Validade – o instrumento deve requerer do formando os mesmos
comportamentos que foram definidos nos objectivos e nas mesmas
condições;
Fidelidade – o instrumento deve medir com exactidão o que se pretende
e sempre o mesmo (em termos dos objectivos), independentemente do
momento ou circunstância em que é aplicado.
Objectividade – não devem existir dúvidas quanto aos critérios de êxito
na aplicação de um instrumento de avaliação. A subjectividade, deverá
ser minimizada, através de consenso entre avaliadores.
Diferencialidade – pressupõe que o instrumento não discrimina os
formandos (favorecendo uns e desfavorecendo outros, para os níveis
mínimos pré-definidos) e que o grau de dificuldade das diversas questões
é adequado aos objectivos de aprendizagem.
32 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Utilização do Banco de Questões:
O Banco de Questões FORMAT foi concebido tendo em conta os objectivos de
formação sugeridos nos Planos Temáticos. As questões estão organizadas por tema.
A título exemplificativo, e embora com especial incidência no domínio cognitivo,
foram construídas questões de todos os tipos descritos no presente Guia, não só
com o objectivo de disponibilizar diversas questões já formuladas, mas, sobretudo,
visando facilitar a criação de novas perguntas.
Tendo em conta as orientações apresentadas neste ponto do Guia, relembramos a
necessidade de construir os instrumentos em função dos objectivos de formação.
Nesse sentido, numa situação concreta, deverá verificar a compatibilidade entre as
questões apresentadas no Banco de Questões e os objectivos de aprendizagem
visados para essa formação específica.
Por fim, não é de mais salientar a necessidade de proceder ao ensaio prévio dos
instrumentos, em especial quando os mesmos se destinam à avaliação sumativa.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 33
Parte II – Desenvolvimento Temático
1. Plano geral de desenvolvimento dos temas
2. Desenvolvimento temático
3. Apresentação dos Planos Temáticos
Plano Temático n.º 1 – Tipos de Tractor e sua utilização
Plano Temático n.º 2 – O motor
Plano Temático n.º 3 – Sistema de apoio ao funcionamento do motor
Plano Temático n.º 4 – Transmissão
Plano Temático n.º 5 – Órgãos de locomoção
Plano Temático n.º 6 – Sistema de direcção
Plano Temático n.º 7 – Sistema de travagem
Plano Temático n.º 8 - Sistema hidráulico
Plano Temático n.º 9 – Engate e desengate de alfaias e regulações
comuns do sistema hidráulico
Plano Temático n.º 10 – Órgãos de comando e controlo
Plano Temático n.º 11 – Electrónica nos tractores agrícolas
Plano Temático n.º 12 – Segurança, higiene e saúde no trabalho com
tractores e alfaias agrícolas
34 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 35
II. Desenvolvimento Temático
Esta parte do Guia reúne um conjunto de orientações metodológicas específicas
relativamente à formação de activos agrícolas, agricultores e empresários agrícolas,
na área temática do Tractor Agrícola.
Descreve-se o plano geral de desenvolvimento dos temas (módulos/unidades),
apresentando-se, as orientações pedagógicas em termos de planificação,
metodologia e propostas de actividades / exercícios formativos, sob a forma de
planos temáticos. A cada módulo de formação fez-se corresponder um Plano
Temático, com a mesma designação.
Incluíram-se ainda orientações e sugestões em matéria de actividades / exercícios
de avaliação formativa e sumativa.
36 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 37
1. Plano geral de desenvolvimento dos temas
O desenvolvimento dos temas foi organizado em consonância com a formação de
operadores de máquinas agrícolas.
Relativamente ao Tractor Agrícola, os temas foram agrupados de acordo com a
estruturação da formação nesta área, organizando-se em módulos ou unidades de
formação. Para cada módulo ou unidade de formação é apresentado um Plano
Temático, com a mesma designação.
O Plano Temático é um instrumento que serve de orientação para a preparação da
intervenção formativa e que permite integrar de forma coerente os diversos
intervenientes no processo formativo. Este instrumento de trabalho do formador,
além de funcionar como “bússola” para o próprio, possibilita ainda uma análise
rápida e objectiva, sobre o conteúdo e a metodologia subjacente a cada uma das
intervenções pedagógicas, por parte dos outros elementos da equipa pedagógica.
Em suma, o plano temático é um instrumento que permite:
• Orientar a preparação das sessões (pelo formador);
• Conferir uma maior objectividade e transparência à formação a realizar;
• Coordenar as diversas intervenções pedagógicas;
• Facilitar o acompanhamento por parte da coordenação;
• Facilitar a avaliação das aprendizagens e da formação;
• Contribuir para uma maior uniformização das práticas pedagógicas, nesta
área de formação.
38 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Tendo por base as orientações e sugestões apresentadas no presente Guia, cabe ao
formador adaptá-las de acordo com os destinatários específicos, tendo em conta
diversos aspectos (importantes mas por vezes não considerados na planificação da
formação), tais como: grau de instrução, domínio da linguagem escrita e oral, idade
e género, experiência profissional dos participantes.
Estas informações deverão ser previamente recolhidas e fornecidas pela entidade
formadora. Contudo, se essas informações não estiverem disponíveis, pode solicitar
a outro colega (que o tenha antecedido) ou, ao limite, proceder a essa recolha na
sua primeira sessão com o grupo.
Na sua planificação da formação, é importante prever para o início de cada novo
módulo / unidade, a realização de uma actividade que permita diagnosticar o ponto
de partida dos formandos relativamente à temática concreta. Sugerimos igualmente
que solicite aos formandos a identificação das suas expectativas, face à formação
no tema em causa. Esses elementos devem ser devidamente contemplados e
integrados na sua planificação, adequando-a o mais possível às reais necessidades
dos formandos.
No início de cada novo módulo / unidade, apresente sempre os objectivos do
mesmo, aproveitando ainda para esclarecer a forma como o módulo/unidade está
organizado, que tipo de avaliação está previsto, em que momentos irá ocorrer, bem
como providenciar outras informações de interesse para o bom funcionamento da
formação (horários, intervalos, etc.).
Em cada sessão, deverá igualmente começar por explicitar os objectivos previstos
para a mesma.
Desenvolva a formação, de acordo com a planificação, mas tendo sempre em
atenção as reacções dos formandos e o ambiente em que decorre a formação. Não
hesite em alterar a planificação, se concluir que a mesma não está a resultar, do
ponto de vista da aprendizagem. Os sinais indiciadores de que algo não está bem,
podem ser diversos (formandos sonolentos, barulho de fundo, movimentos nas
cadeiras e com os materiais, discussões entre formandos, etc.). É importante que
esteja atento/a e saiba interpretar estes sinais. Por vezes, a pausa ou intervalo
podem ser suficientes para repor a atenção e participação dos formandos.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 39
No entanto, por vezes, estas manifestações revelam outros problemas relacionados
(ou não) com a formação. Questione-se sobre as razões subjacentes, fale com
colegas e reúna informação sobre acontecimentos ou situações que tenham ocorrido
ou que estejam a acontecer na altura. Não hesite em questionar (directamente) o
grupo, se não conseguir perceber o que se passa. A frontalidade e objectividade no
tratamento destas situações permite clarificar o que está a acontecer, no sentido de
implementar as medidas necessárias à gestão e resolução de eventuais conflitos.
Independentemente do tipo de situação, seja assertivo/a e nunca tome partido em
disputas entre formandos. Caso se revele necessário, trate da situação
individualmente, no final da sessão. Enquanto formador/a, a sua função é facilitar a
aprendizagem, o que pressupõe, também, mediar conflitos (contribuindo para que
exista um bom clima de formação). Em qualquer circunstância, deverá sempre ter
presente que a autoridade e poder para controlar a situação de formação, são
responsabilidade sua e, nesse sentido, deverá utilizar os meios ao seu dispor para
assegurar um clima favorável à aprendizagem.
No final, deverá fazer um balanço da sessão. Efectue uma síntese dos conteúdos
trabalhados, relacionando-os com os objectivos da sessão. Para concluir, faça a
ligação entre a sessão finda e a(s) próxima(s), relembrando eventuais
compromissos previamente estabelecidos com o grupo (material necessário, prazo
para entrega de trabalhos, realização de actividades específicas, etc.), identificando
as temáticas a trabalhar e a sua relação com a formação já realizada.
Recorde-se ainda que a sua planificação deve incluir os momentos de avaliação
(formativa e sumativa) programados. Informe os formandos sobre a forma e
momentos de avaliação. Organize o seu plano, de modo a permitir eventuais
“revisões” e esclarecimento de dúvidas na sessão anterior ou na própria sessão,
caso a actividade de avaliação ocupe apenas a segunda parte da sessão de
formação. Preveja uma breve pausa entre a conclusão da sessão de formação e a
realização da actividade de avaliação.
Por fim, relembramos a importância de dar feedback, aos formandos, quer
relativamente à progressão na aprendizagem (ao longo da formação), quer sobre os
resultados obtidos nas avaliações sumativas.
40 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
2. Desenvolvimento Temático
Conforme se referiu anteriormente, na óptica da prática pedagógica, o Guia do
Formador reúne, para cada tema a trabalhar em formação, proposta e sugestões
relativas à planificação, orientações metodológicas e actividades / exercícios
formativos.
Nesse sentido, estruturaram-se os temas previstos, em planos temáticos,
apresentando em cada um, propostas e sugestões respeitantes ao conjunto de
aspectos mais relevantes em termos de intervenção pedagógica:
• Designação do tema
• Objectivos gerais
• Objectivos específicos
• Conteúdos temáticos
• Metodologia pedagógica
• Recursos necessários
• Avaliação aconselhada
Recordamos que os planos temáticos constituem orientações de carácter
meramente indicativo, a partir dos quais, o formador, pode construir o seu próprio
trabalho de planificação.
Outro aspecto importante a reter é que a utilização das sugestões apresentadas
deverá ser sempre adaptada às condições específicas de realização da formação,
aos objectivos previstos e às características do grupo concreto.
Por fim, aconselhamos vivamente o formador, a registar todos os elementos
relevantes sobre a utilização dos diversos recursos e técnicas sugeridos neste guia
(adaptações efectuadas, resultados obtidos, tempos de execução, reacções
observadas nos participantes, etc.). Estes registos revelam-se de grande utilidade
em aplicações futuras, constituindo ainda um importante elemento de partilha com
outros formadores.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 41
42 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
3. Apresentação dos Planos Temáticos
Plano Temático n.º 1 – Tipos de Tractor e sua utilização
Plano Temático n.º 2 – O motor
Plano Temático n.º 3 – Sistema de apoio ao funcionamento do motor
Plano Temático n.º 4 – Transmissão
Plano Temático n.º 5 – Órgãos de locomoção
Plano Temático n.º 6 – Sistema de direcção
Plano Temático n.º 7 – Sistema de travagem
Plano Temático n.º 8 - Sistema hidráulico
Plano Temático n.º 9 – Engate e desengate de alfaias e regulações
comuns do sistema hidráulico
Plano Temático n.º 10 – Órgãos de comando e controlo
Plano Temático n.º 11 – Electrónica nos tractores agrícolas
Plano Temático n.º 12 – Segurança, higiene e saúde no trabalho com
tractores e alfaias agrícolas
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 43
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de distinguir diferentes tipos de tractores
agrícolas e compreender a sua função como instrumento de trabalho agrícola.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar os diferentes tipos de tractor agrícola e suas funções;
• identificar as partes constituintes do tractor agrícola;
• definir o tractor agrícola enquanto unidade de potência.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• A evolução dos tractores agrícolas ao longo do tempo;
• Tractor como instrumento de trabalho, como unidade transformadora de
potência;
• Classificação e tipos de tractores agrícolas;
• Equipamento de protecção individual;
• Funções do tractor agrícola;
• Constituição do tractor;
• Manual de Instruções.
TIPOS DE TRACTOR E SUA UTILIZAÇÃO
PLANO TEMÁTICO N.º 1
44 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Recomenda-se que, no início da formação, o formador efectue uma actividade de
diagnóstico, de modo a determinar quais as competências de partida dos
formandos, bem como as suas expectativas em relação à formação. Esta avaliação
inicial permitirá adequar melhor a formação às reais necessidades e expectativas
dos formandos, tendo em conta as respectivas competências prévias (resultantes de
formação anterior neste domínio e/ou de experiência prática na utilização de
tractores agrícolas).
Seguidamente, deve apresentar os objectivos específicos da formação neste tema.
Em cada sessão, apresente também os objectivos previstos para a mesma.
Os temas podem ser abordados com recurso ao método expositivo, sendo depois
integrados e trabalhados em sessões práticas, que permitam o contacto com os
objectos reais de aprendizagem e a aplicação e exploração dos conhecimentos
teóricos adquiridos. O recurso a exercícios (individuais e de grupo) permite, ao
formando e ao formador, verificar os progressos em termos de aprendizagem.
Utilizando o método expositivo, assegure-se de que tem recursos de apoio bem
estruturados e suficientemente motivadores, (de modo a cativar a atenção do
formando, facilitando a aprendizagem), designadamente apresentações digitais
(incluindo esquemas, animações, etc.) e vídeos técnicos.
Utilize esses mesmos recursos, caso estejam adaptados a esse fim, para colocar os
formandos num papel activo, explicando o que observam, analisando as situações
apresentadas e, eventualmente, relacionando-as com a própria experiência anterior.
A técnica das perguntas, embora não deva ser utilizada de forma intensiva (pois,
apelando pouco à participação activa de todos os membros do grupo, pode tornar-
se desmotivadora), pode ser pontualmente aplicada.
A discussão conduzida, o debate e os trabalhos individuais e de grupo, deverão ser
intercalados com as apresentações teóricas, por forma a dinamizar a participação e
a interacção no seio do grupo.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 45
Alguns conteúdos prestam-se mais a actividades práticas do que outros.
Relativamente aos tipos de tractor e sua utilização, existem conteúdos que podem
ser explorados pelos formandos (individualmente ou em grupo), tornando a
aprendizagem mais autónoma (Exemplo: Evolução do tractor agrícola ao longo do
tempo).
Verifique previamente as fontes de informação disponibilizáveis aos formandos para
a realização deste tipo de pesquisas: livros e publicações técnicas, legislação,
acesso Internet (com eventual identificação prévia dos sítios mais indicados,
sobretudo se os formandos não tiverem experiência de utilização deste recurso). Na
eventualidade da formação coincidir com alguma exposição ou feira sobre as
temáticas formativas, pode antecipadamente verificar se existem condições que
permitam uma visita com o grupo. Nesse caso, deverá prever actividades a realizar
pelos formandos na sequência da referida visita.
Caso não possa dispor dos objectos reais, o recurso a fotografias, vídeos, esquemas
de funcionamento, manual de instruções, pode auxiliar a realização de actividades
práticas específicas. Em princípio, pelo menos o equipamento de protecção
individual (EPI) deverá estar disponível para observação, manuseamento e
utilização, durante a formação (em quantidade suficiente para todos os elementos
do grupo e em boas condições de utilização).
Estruture as actividades a realizar pelos formandos. No início de cada actividade
prática, explicite claramente aos formandos o(s) objectivo(s) da mesma, os meios
que podem utilizar, o tempo disponível, organização dos grupos, etc. Acompanhe a
execução, apoiando os grupos na resolução de eventuais dificuldades e observando
o desenvolvimento das actividades e os desempenhos dos diversos formandos.
No final de cada sessão, efectue um balanço, sistematizando os conteúdos
trabalhados, relacionando as actividades realizadas com os objectivos de
aprendizagem previstos para a sessão, identificando ainda os resultados globais
alcançados. Conclua, fazendo a “ponte” com a sessão seguinte.
46 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Diversos tipos de tractores agrícolas;
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Equipamento de protecção individual (fato de trabalho, luvas de trabalho e
botas de trabalho);
• Materiais e consumíveis específicos (a identificar em função das actividades
previstas pelo formador).
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Livros, publicações e/ou fotografias sobre o tema da utilização comum das
máquinas agrícolas;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 47
Recorrendo ao Banco de Imagens e do Banco de Vídeos, contidos no DVD FORMAT,
pode construir os recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
A avaliação pode ser concretizada através de um teste escrito (composto por
diferentes tipos de perguntas). Nesse caso, o formador pode recorrer ao Banco de
Questões para construir instrumentos de avaliação deste tipo.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, incluindo (também) actividades práticas
(Ex: trabalho individual, com ou sem apresentação oral), deverá construir fichas ou
grelhas de avaliação para o efeito.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes
objectivos de aprendizagem:
• definir correctamente um tractor agrícola;
• identificar correctamente os diversos tipos de tractores agrícolas;
• enunciar correctamente os diversos órgãos constituintes de um tractor
agrícola.
48 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 49
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de compreender o funcionamento de um motor
a diesel e a função de cada um dos diversos componentes do mesmo.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar os componentes de um motor;
• descrever a função dos diversos componentes de um motor;
• enunciar as características técnicas de um motor diesel;
• descrever o funcionamento de um motor diesel;
• utilizar correctamente o equipamento de protecção individual.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• Tipos e funções do motor;
• Constituição do motor;
• Ciclo de trabalho de um motor térmico;
• Dados nominais do motor;
• Noções de potência;
• Sistema de distribuição.
FUNCIONAMENTO DO MOTOR
PLANO TEMÁTICO N.º 2
50 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
No início de cada nova temática é conveniente ter informação concreta sobre os
conhecimentos e experiência prévia específica dos formandos. Preveja uma
actividade que permita a obtenção desses dados.
Tanto quanto possível, deve igualmente prever um período, no início do novo tema,
para saber quais as expectativas dos formandos relativamente à aprendizagem no
novo módulo / unidade de formação.
Inicie a formação, propriamente dita, apresentando os respectivos objectivos. Em
cada sessão, deverá identificar também os objectivos previstos para a mesma.
A formação pode estar organizada em sessões teóricas e sessões práticas, bem
como prever sessões teórico-práticas.
A componente mais teórica associada a este tema pode ser desenvolvida com
recurso ao método expositivo, suportado por apresentações digitais ou
transparências.
Contudo, neste tema é aconselhável prever também actividades práticas, que
fomentem a participação e actividade do formando.
Se puder realizar parte da formação em oficina, tal permitirá a observação directa e
eventual manuseamento de componentes e do próprio motor (desmontado). Com
recurso a modelos e maquetas de formação pode simular o funcionamento do
motor, como um todo ou partes específicas.
Na impossibilidade de dispor destes recursos ou em complemento destes, pode
utilizar os vídeos técnicos (animações) demonstrativos do funcionamento do motor,
bem como apresentar as diversas componentes e demonstrar as respectivas
funções.
Na sua planificação, preveja sempre alguns minutos finais para esclarecer eventuais
dúvidas. Conclua cada sessão com uma síntese dos conteúdos trabalhados,
relacionando-os com os objectivos pedagógicos. Efectue ainda a ligação com a
sessão seguinte.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 51
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Tractores agrícolas e outras alfaias moto - manuais;
• Diversos tipos de motores;
• Motor em corte;
• Peças de um motor;
• Equipamento de protecção individual (fato de trabalho, luvas de trabalho e
botas de trabalho);
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Ferramentas mecânicas;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Materiais e consumíveis específicos para o tema em causa (a identificar em
função das actividades previstas pelo formador).
52 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes ou vídeos técnicos de apoio;
• Tabela de dados nominais do motor;
• Maquetas de motores;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Recorrendo ao Banco de Imagens e ao Banco de Vídeos, contidos no DVD FORMAT,
pode construir os recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa que permita
verificar a aprendizagem, relativamente aos objectivos previstos.
Os instrumentos sugeridos para esta avaliação, podem ser teste escrito (compostos
por diferentes tipos de perguntas) ou um trabalho prático que integre as diversas
temáticas trabalhadas na formação. Para construir instrumentos de avaliação pode
recorrer ao Banco de Questões, disponível no DVD FORMAT.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, com base em actividades práticas,
deverá construir fichas ou grelhas de avaliação para o efeito.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste tema, a avaliação sumativa deve incidir, essencialmente, sobre os
seguintes objectivos de aprendizagem:
• Distinguir e caracterizar os diferentes tipos de motores;
• Identificar os componentes de um motor diesel e descrever as suas funções;
• Descrever o funcionamento de um motor diesel;
• Adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde aconselháveis para
trabalhos oficinais e de manutenção.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 53
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão adquirir conhecimentos técnicos e práticos sobre todos os
sistemas de apoio ao funcionamento do motor, nomeadamente, sistemas de
alimentação, de admissão de ar ao motor, de escape, de lubrificação, de
refrigeração e sistema eléctrico. Devem ainda ficar habilitados a efectuar a
manutenção dos referidos sistemas de apoio.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar cada um dos sistemas de apoio ao funcionamento do motor;
• descrever a constituição de cada um dos sistemas de apoio e as funções de
cada órgão constituinte, bem como o seu funcionamento;
• proceder à detecção e reparação das avarias mais frequentes;
• proceder à correcta manutenção de cada um dos sistemas de apoio.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• Identificação dos sistemas de apoio ao funcionamento do motor;
• Sistema de Alimentação: Constituição e funcionamento do sistema; Tipos de
bomba injectora; Sistemas de Injecção Common Rail; Injectores; Injectores
bomba; Arranque a frio; Purga do sistema; Manutenção e cuidados;
Manuseamento e armazenamento de combustível e bombas de transfega.
SISTEMAS DE APOIO AO FUNCIONAMENTO DO MOTOR
PLANO TEMÁTICO N.º 3
54 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Sistema de admissão de ar ao motor: Constituição e funcionamento do
sistema; Pré-filtros e filtros de ar; Turbo - compressores; Arrefecedores do ar;
Indicadores de obstrução; Sistemas de arranque a frio; Manutenção.
• Sistema de escape: Constituição do sistema de escape; Funções do sistema de
escape; Identificação das peças do sistema; Manutenção do sistema.
• Sistema de lubrificação: A importância da Lubrificação; Funções do sistema
de lubrificação; Composição do sistema; Identificação dos diversos sensores do
sistema; Óleos, suas propriedades e características.
• Sistema de Refrigeração: A necessidade de uma temperatura regular; Tipos
de sistema; Constituição e funcionamento; Líquido de arrefecimento, suas
características; Manutenção do sistema.
• Sistema Eléctrico: A bateria, sua constituição, regras para ligar e desligar
bem como a sua manutenção; Tipos de geradores, sua identificação, sua
constituição e a sua manutenção; O motor de arranque, sua identificação e uso
assim como a sua manutenção; A composição da instalação eléctrica, o sistema
de iluminação, a substituição das lâmpadas e fusíveis, bem como a regulação
das luzes.
• Sistematização e integração dos diversos sistemas de apoio.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Caso tal não tenha sido efectuado antes (para o conjunto dos módulos / unidades),
na primeira sessão, identifique os conhecimentos e experiência prévia dos
formandos relativamente ao tema da unidade. É igualmente importante solicitar aos
formandos que indiquem quais as suas expectativas de aprendizagem nesta
temática.
Inicie a formação no tema, apresentando os respectivos objectivos. O mesmo
deverá ser efectuado, em cada sessão, relativamente aos objectivos previstos para
a mesma.
Aconselha-se que a formação seja estruturada com uma componente teórica e uma
componente prática.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 55
O formador deve fazer uma abordagem geral dos diversos sistemas de apoio ao
funcionamento do motor, tratando depois cada um separadamente. No final deve
sistematizar e integrar os diversos sistemas no funcionamento geral.
A planificação das sessões, deverá prever a apresentação da componente teórica,
com recurso ao método expositivo, suportada por apresentações, vídeos, maquetas,
etc., bem como da componente prática (Ex: realização exercícios, individualmente
ou em grupo), utilizando o método demonstrativo e interrogativo, durante a qual o
formando aplica, de imediato, os conhecimentos adquiridos.
Neste tema, a consolidação das aprendizagens é particularmente bem sucedida
através da realização de actividades de demonstração do funcionamento dos
diversos sistemas de apoio e de exercícios práticos relativos à manutenção de cada
um dos sistemas. Assim, sugere-se a realização destas actividades práticas na
sequência da apresentação de cada um dos sistemas.
Nestas sessões práticas, se puder contar com a colaboração de outro formador,
pode organizar os formandos em dois grupos, sendo cada grupo acompanhado por
um formador.
Estruture as actividades a realizar pelos formandos. No início de cada actividade
prática, explicite claramente aos formandos o(s) objectivo(s) da mesma, os meios
que podem utilizar, o tempo disponível, organização dos grupos, etc. Acompanhe a
execução, apoiando os grupos na resolução de eventuais dificuldades e observando
o desenvolvimento das actividades e os desempenhos dos diversos formandos.
No final de cada sessão, reserve alguns minutos para esclarecimento de dúvidas e
sistematização dos conteúdos trabalhados, relacionando-os com os objectivos
previstos para a sessão. Efectue sempre a ligação da sessão finda à sessão
seguinte.
56 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material e equipamento de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Tractores agrícolas;
• Diversos tipos de motores;
• Motor em corte;
• Peças de um motor;
• Ferramentas mecânicas;
• Bomba de lubrificação;
• Compressor;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Extintores de incêndio;
• Equipamento de protecção individual (fato, botas e luvas de trabalho, óculos
de protecção, avental de plástico, impermeável com capuz);
• Estojo de primeiros socorros;
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 57
• Materiais e consumíveis específicos, tais como: aparadeira; funil; balde;
mangueira; pincel; fita métrica; régua; desperdícios; filtros de ar,
combustível e óleo; anilha para o bujão; óleo indicado; recipiente para
recolha do óleo usado; petróleo ou gasóleo; termóstato; termómetro;líquido
anti-congelante; bateria; densímetro; água destilada; escova de aço;
vaselina industrial; produtos para limpeza; detergentes para lubrificantes e
combustível; correia da ventoinha; jogo de lâmpadas e de fusíveis.
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes ou vídeos técnicos de apoio;
• Maquetes de motores;
• Maquetes de cada sistema de apoio ao funcionamento;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Recorrendo ao Banco de Imagens e do Banco de Vídeos, contidos no DVD FORMAT,
pode construir os recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
nas diversas actividades práticas acima mencionadas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa que permita verificar
a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos. Esta avaliação pode ser
efectuada através de teste escrito (composto por diversos tipos de perguntas) ou na
realização de actividade(s) prática(s) específicas, ou ambas.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes
58 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
objectivos de aprendizagem:
• Descrever a interacção dos diferentes sistemas de apoio ao funcionamento
do motor;
• Distinguir a função de cada tipo de sistema de funcionamento de apoio;
• Descrever o funcionamento de cada sistema de apoio;
• Identificar e descrever as funções dos componentes de cada sistema de
apoio.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, também contemplando actividades
práticas (o que recomendamos), deverá construir fichas ou grelhas de avaliação
para o efeito.
Nessa avaliação prática, o formando deverá ser colocado perante um tractor e
efectuar um conjunto de actividades, que permitam concluir sobre a globalidade da
aprendizagem efectuada, isto é, que permitam demonstrar a integração dos
diversos “saberes” adquiridos, designadamente:
• efectuar correctamente a manutenção de cada um dos sistemas de apoio;
• adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde relativos às
actividades efectuadas (trabalhos oficinais e manutenção).
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 59
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de compreender o funcionamento e importância
do sistema de transmissão, identificar os órgãos constituintes da transmissão e
proceder à sua manutenção.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar cada um dos órgãos constituintes do sistema de transmissão;
• descrever a composição de cada órgão constituinte e a respectiva função;
• descrever o funcionamento de cada órgão constituinte;
• efectuar correctamente a manutenção de cada um dos órgãos da
transmissão.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
Órgãos constituintes do sistema de transmissão;
Embraiagem: Tipos; Função e localização da embraiagem; Constituição e
funcionamento; Afinação e uso correcto da embraiagem; Manutenção.
Caixa de Velocidades: Tipos; Função; Constituição e funcionamento; Inversor;
Caixa de velocidade do tipo “ POWERSHIFT”; Manutenção.
Diferencial: Tipos; Funções; Composição e funcionamento; Diferencial auto e
SISTEMA DE TRANSMISSÃO
PLANO TEMÁTICO N.º 4
60 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
hidro-blocante; Bloqueio; Utilização correcta do diferencial; Manutenção.
Redutores Finais: Tipos; Funções; Composição e funcionamento; Manutenção.
Tomada de Força: Utilidade da Tomada de força; Tipos de tomada de força;
Composição da tomada de força; Velocidades; Manutenção; Segurança no seu uso.
Transmissão Dianteira: Tipos; Funções; Composição e funcionamento;
Manutenção.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
No início do tema, efectue uma actividade que permita identificar os conhecimentos
dos formandos sobre o sistema de transmissão e que experiências prévias possuem
neste domínio, designadamente em termos de manutenção. Pode utilizar o método
interrogativo para avaliar quais os conhecimentos prévios dos formandos
relativamente ao Sistema de Transmissão. O recurso a este método pode também
revelar-se interessante para relembrar conteúdos trabalhados em sessões
anteriores.
Seguidamente, faça com que os formandos explicitem as suas expectativas de
aprendizagem sobre o tema. Na sequência dessa partilha, apresente os objectivos
de aprendizagem previstos para a unidade e a estruturação global da mesma.
Inicie cada sessão com a apresentação dos objectivos da mesma, avançando,
sempre que possível, também a informação que considerar relevante sobre a forma
como se irá desenvolver a formação.
Aconselha-se que cada sessão seja estruturada com uma componente teórica e uma
componente prática.
Recomendamos que inicie a apresentação do tema, através de uma abordagem
geral da interacção dos diversos órgãos da transmissão, tratando depois cada um
dos temas de forma independente.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 61
A utilização do método expositivo na componente teórica, suportado por
apresentações digitais, filmes e maquetas sobre a composição e funcionamento de
cada órgão da transmissão, permite transmitir a informação de base relativamente
à componente técnica.
Para a concretização da componente prática pode utilizar os métodos interrogativo,
demonstrativo e activo. Relativamente ao sistema de transmissão pode prever
exercícios ou casos práticos, a realizar individualmente ou em grupo, tais como:
apresentar figuras ou esquemas para os formandos legendarem, completarem ou
identificarem erros; solicitar o desenho ou esquematização de uma determinado
processo de funcionamento; apresentar fotografias ou desenhos de órgãos do
sistema de transmissão, para que os formandos identifiquem e descrevam as
funções respectivas. São meros exemplos de actividades práticas que podem ser
desenvolvidas de modo a estimular a participação activa dos formandos.
Sempre que possa contar com a colaboração de outro formador, é aconselhável
dividir o grupo, sendo cada subgrupo acompanhado por um formador. Tal permite
introduzir um maior dinamismo nas actividades práticas, uma observação mais
directa das actividades realizadas (por cada formando e por cada grupo), bem como
personalizar mais o acompanhamento se se justificar.
No final de cada sessão, deixe espaço para eventuais dúvidas. Por fim, sistematize
os conteúdos desenvolvidos e evidencie os resultados alcançados, em termos dos
objectivos de aprendizagem.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
62 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Diferentes tractores agrícolas;
• Constituintes de uma embraiagem ou uma embraiagem em corte;
• Componentes de uma caixa de velocidades;
• Peças componentes do diferencial;
• Diferentes tipos de veios da T.D.F.;
• Compressor;
• Ferramentas mecânicas;
• Equipamento de protecção individual (fato, botas e luvas de trabalho, óculos
e máscara de protecção, avental de plástico, impermeável com capuz);
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Materiais e consumíveis específicos, tais como: aparadeira; funil; balde;
mangueira; pincel; fita métrica; desperdícios; filtros de óleo da transmissão;
óleo indicado para transmissões; recipiente para recolha do óleo usado;
petróleo ou gasóleo; escova de aço; produtos para limpeza; detergentes
para lubrificantes e combustível.
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes ou vídeos técnicos de apoio;
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 63
• Maquetes da transmissão;
• Maquetes dos diversos órgãos da transmissão;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Relativamente aos recursos pedagógicos, o formador através do Banco de Imagens
e do Banco de Vídeos contidos neste suporte, e com a ferramenta específica de
trabalho de imagens, pode construir os recursos que entenda úteis.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
Aconselhamos a realização de avaliação formativa durante o desenvolvimento do
tema e de avaliação sumativa no final do mesmo.
Como instrumentos de avaliação podem ser utilizados testes (com e sem figuras,
com questões do tipo de completamento, emparelhamento ou de resposta múltipla,
etc.). O formador pode recorrer ao banco de questões para a construções dessas
ferramentas de avaliação.
Para além do teste escrito devem ser realizadas provas práticas que permitam aferir
os conhecimentos adquiridos e da capacidade de aplicação dos mesmos.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes
objectivos de aprendizagem:
• Descrever a interacção dos diferentes órgãos da transmissão do tractor;
• Distinguir a função de cada órgão da transmissão;
• Descrever o funcionamento de cada órgãos da transmissão;
• Identificar e descrever as funções dos componentes de cada órgão da
transmissão;
• Neste contexto, a realização de actividades práticas como avaliação
sumativa, deverá permitir verificar se o formando é capaz de:
64 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Efectuar a manutenção de cada um dos órgãos da transmissão;
• Adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde aconselháveis para
trabalhos oficinais e de manutenção.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 65
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de compreender o funcionamento dos diversos
órgãos de locomoção existentes nos tractores agrícolas e proceder à respectiva
manutenção.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar os diferentes órgãos de locomoção, seus tipos e caracterização,
nomeadamente sobre pneumáticos, rastos ou esteiras, lastragens e variação
da via ou bitola;
• efectuar a correcta manutenção dos diferentes órgãos de locomoção.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
Tipos de órgãos de locomoção;
Os pneumáticos;
Os rastos ou esteiras;
Constituição de um pneu;
Tipos de pneu e medidas;
Pressão dos pneus;
ORGÃOS DE LOCOMOÇÃO
PLANO TEMÁTICO N.º 5
66 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Referências dos pneus;
Tipos de lastragem e sua realização;
Necessidade e importância da variação da bitola;
Variar a bitola em todas as posições;
Imobilização e elevação do tractor para a sua realização;
Ponte traseira do tractor e eixo dianteiro;
Posição do perfil dos pneus.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
No início do tema, devem ser identificadas os conhecimentos prévios dos
formandos, bem como as respectivas expectativas em relação ao mesmo.
De seguida, devem ser apresentados os objectivos propostos para a formação, tal
como a estruturação prevista (organização da formação, número de sessões
previstas) e os objectivos da própria sessão.
O formador deve fazer uma abordagem geral dos diversos órgãos e da interacção
entre os diversos órgãos de locomoção, tratando depois cada um de forma
independente.
Recomenda-se que a formação seja organizada com uma componente teórica e uma
componente prática, que permita aplicar de imediato os conhecimentos adquiridos.
Na componente teórica, sugere-se a utilização do método expositivo, apoiado em
apresentações digitais, slides ou transparências, bem como filmes e maquetes que
permitam identificar e caracterizar cada órgão de locomoção. O ideal será ter
exemplares reais dos diversos objectos de aprendizagem, tanto para utilizar na
componente teórica como na prática.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 67
Na componente prática, pode utilizar os métodos demonstrativo e interrogativo.
Pode igualmente realizar actividades práticas, individuais e em grupo, tais como
discussões orientadas e simulação de situações específicas. A título meramente
exemplificativo, podem ser indicadas algumas sugestões de actividades para os
formandos realizarem: a partir de fotos ou desenhos, identificar, distinguir ou
caracterizar diferentes órgãos de locomoção; legendar figuras, descrever o
funcionamento de um órgão; identificar problemas numa situação narrada; resolver
problemas práticos relacionados com a variação da bitola; descrever os
procedimentos a aplicar numa determinada situação específica apresentada.
Ainda relativamente à componente prática, se puder contar com a disponibilidade
de outro formador em sala, divida o grupo. Tal possibilitará um acompanhamento
mais individualizado a cada um dos formandos, designadamente em situações de
aprendizagem com recurso ao método demonstrativo.
Conclua cada sessão de formação, com uma breve sistematização do trabalho
desenvolvido na mesma e da sua relação com os objectivos pedagógicos. Faça a
“ponte” com a sessão seguinte.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
68 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Equipamento de protecção individual (fato, botas e luvas de trabalho,
impermeável com capuz, óculos de protecção, avental de plástico);
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Diferentes tractores agrícolas;
• Constituintes de uma roda, de um rasto continuo;
• Componentes de uma roda;
• Diferentes tipos de pneumáticos;
• Ferramentas mecânicas;
• Macaco hidráulico;
• Bomba de lubrificação;
• Cepos ou preguiças;
• Cunhas;
• Calços;
• Compressor;
• Manómetro;
• Interior da válvula;
• Hidroinsuflador;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Outros materiais e consumíveis específicos, tais como: aparadeira; funil;
balde; mangueira; pincel; fita métrica; desperdícios; produtos para limpeza,
incluindo detergentes;
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 69
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações, slides e/ou transparências sobre o tema;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Maquetes da transmissão;
• Maquetes dos diversos órgãos de locomoção;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Relativamente aos recursos pedagógicos, o formador através do Banco de Imagens
e Vídeos contidos neste suporte, e com a ferramenta específica de trabalho de
imagem, pode construir os recursos que entenda úteis.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
Nesse sentido, pode optar por realizar um teste escrito (composto por diferentes
tipos de perguntas), o que permitirá verificar os conhecimentos adquiridos. No
entanto, a avaliação sumativa deverá ainda contemplar a realização de (uma ou
mais) actividades práticas, que possibilitem a verificação da aplicação desses
conhecimentos, em situações tão próximas quanto possível de situações reais.
Para registar as avaliações relativas às actividades práticas deverá construir fichas
ou grelhas de (registo de) observação adequadas ao efeito.
70 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Independentemente dos instrumentos que pretenda utilizar, é importante reter que,
neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes objectivos
de aprendizagem:
• distinguir os diferentes tipos de órgãos de locomoção;
• descrever a função e constituição de cada órgão de locomoção;
• identificar e descrever os diferentes processos de lastragem;
• identificar e descrever os diferentes processos de variação da via ou bitola;
A avaliação sumativa deverá ainda permitir ao formando evidenciar as suas
competências, em termos das seguintes actividades práticas:
• efectuar a manutenção de cada um dos órgãos de locomoção;
• adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde adequados para
trabalhos oficinais e de manutenção.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 71
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de compreender os diferentes sistemas de
direcção dos tractores agrícolas e proceder à sua correcta manutenção.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema os formandos deverão ser capazes de:
• identificar e caracterizar os diferentes tipos de direcção;
• caracterizar os órgãos constituintes dos diferentes tipos de direcção;
• descrever o seu funcionamento;
• efectuar a correcta manutenção dos diversos sistemas de direcção.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
Principais tipos de direcção;
Constituição e funcionamento;
Convergência das rodas;
Manutenção.
SISTEMAS DE DIRECÇÃO
PLANO TEMÁTICO N.º 6
72 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Na primeira sessão de um novo módulo/unidade deve começar pela inventariação
dos conhecimentos e experiências anteriores dos formandos, no tema em causa.
Devem seguir-se o levantamento das expectativas dos formandos, em termos de
aprendizagem no módulo/unidade, e a identificação dos objectivos a alcançar.
Recomenda-se a divisão da temática em componente teórica, utilizando o método
expositivo com recurso a apresentações, slides, transparências e vídeos, e em
componente prática, para consolidação de conhecimentos na presença de tractores
com diferentes sistemas de direcção.
Nas sessões práticas, pode optar pela realização de exercícios individuais e/ou de
grupo, o que possibilitará uma maior diversidade nas actividades de aprendizagem.
A título meramente exemplificativo, podem ser indicadas algumas sugestões de
actividades para os formandos realizarem: a partir de fotos ou desenhos, identificar,
distinguir ou caracterizar diferentes tipos de direcção; legendar figuras; descrever o
funcionamento de um órgão da direcção; identificar problemas numa situação
narrada; resolver problemas práticos relacionados com a convergência das rodas;
descrever os procedimentos de manutenção a aplicar numa determinada situação
específica apresentada.
O contacto directo com os objectos de aprendizagem e o treino de operações (ex:
relativas à manutenção), facilita a integração das noções teóricas e a consolidação
dos conhecimentos. Permite ainda, ao formando e ao formador, a verificação da
progressão da aprendizagem, bem como a detecção de eventuais dificuldades e o
respectivo acompanhamento específico.
No final da sessão, preveja um tempo para esclarecimento de eventuais dúvidas.
Efectue, ou solicite a um ou mais formandos que o façam, uma breve síntese das
matérias desenvolvidas ao longo da sessão, estabelecendo a relação entre as
actividades realizadas e os objectivos pedagógicos previstos. Concluído este
aspecto, efectue a relação com a sessão seguinte.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 73
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Diferentes tractores agrícolas;
• Constituintes de um sistema de direcção;
• Ferramentas mecânicas;
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Equipamento de protecção individual (fato, botas e luvas de trabalho, óculos
de protecção, impermeável com capuz, avental de plástico);
• Macaco hidráulico;
• Bomba de lubrificação;
• Esperas ou preguiças;
• Compressor;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Materiais e consumíveis específicos, tais como: aparadeira; funil;
mangueira; pincel; fita métrica; desperdícios; massa lubrificante; óleo para
a direcção; produtos para limpeza; detergentes para limpeza.
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Maquetes do sistema de direcção;
• Maquetes dos diversos órgãos da direcção;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
74 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Recorrendo ao Banco de Imagens e do Banco de Vídeos, contidos no DVD FORMAT,
pode construir recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
A avaliação sumativa pode incluir a realização de um teste escrito (composto por
diferentes tipos de perguntas). O formador pode recorrer ao Banco de Questões
para a construção de instrumentos de avaliação deste tipo.
No entanto, a avaliação sumativa, deverá ainda contemplar a realização de uma
actividade prática, neste caso sobre os sistemas de direcção. Recomendamos a
construção prévia de fichas ou grelhas de observação e registo da avaliação
qualitativa e quantitativa.
Independentemente do tipo de avaliação que decida aplicar, é importante reter que,
neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes objectivos
de aprendizagem:
• distinguir os diferentes tipos de direcção;
• descrever o funcionamento dos diferentes tipos de direcção;
• descrever a função e constituição de cada órgão do sistema de direcção;
Em termos de avaliação sumativa, o formando deverá ainda demonstrar que é
capaz de:
• proceder à manutenção de cada um dos órgãos do sistema de direcção;
• adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde adequados a
trabalhos de manutenção e oficinais.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 75
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de compreender o processo de travagem e seus
sistemas, bem como a sua importância para uma condução em segurança. Deverá
ainda estar habilitado a proceder à manutenção do sistema de travagem.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar os diferentes sistemas de travagem;
• descrever o funcionamento de cada sistema de travagem;
• identificar cada componente do sistema de travagem;
• descrever as funções de cada componente;
• efectuar a correcta manutenção do sistema de travagem.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• A finalidade dos travões no tractor agrícola;
• Tipos de sistemas de travagem;
• A classificação dos travões quanto ao comando e ao accionamento;
• Constituição e funcionamento;
• Servo – Freio;
• Afinação e manutenção dos travões;
• Segurança;
SISTEMA DE TRAVAGEM
PLANO TEMÁTICO N.º 7
76 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Manutenção.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
No início da formação, efectue o diagnóstico do ponto de partida dos formandos
sobre este tema. Pode fazê-lo de modo mais formal (através de um teste teórico e
prático), mas também pode efectuar algumas perguntas que lhe permitam
identificar os conhecimentos e experiência prévia que possuem sobre os sistemas
de travagem de tractores.
Sugere-se ainda, o levantamento das expectativas dos formandos sobre a
aprendizagem na unidade. De seguida, apresente os objectivos previstos, bem
como a forma como está organizada a formação. Em cada sessão, identifique
também os objectivos previstos para a mesma.
As sessões devem ser organizadas contemplando a componente teórica e a
componente prática.
Na formação teórica, o método expositivo permite a transmissão da informação
técnica necessária à compreensão global dos sistemas de travagem. Sempre que
possível, ilustre a exposição através de apresentações digitais, slides e
transparências. Os vídeos permitem demonstrar ou exemplificar o funcionamento de
diversos órgãos, o que dinamiza a exposição e facilita a apreensão por parte dos
formandos.
O recurso a trabalho individual e em grupo, a simulação de situações para resolução
e discussão conduzida, na presença de tractores agrícolas com diferentes sistemas
de travagem, podem ser formas de operacionalizar a formação prática, com uma
maior participação e envolvimento dos formandos.
No final de cada sessão, recorde aos presentes os objectivos da mesma, bem como
em que medida as actividades realizadas contribuíram para os alcançar. Faça a
“ponte” com a sessão seguinte.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 77
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Diferentes tractores agrícolas;
• Reboques Agrícolas com diferentes sistemas de travagem;
• Constituintes de um sistema de travagem;
• Equipamento de protecção individual;
• Ferramentas mecânicas;
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Macaco hidráulico;
• Bomba de lubrificação;
• Esperas ou preguiças;
• Compressor;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Materiais e consumíveis específicos, tais como: aparadeira; funil;
mangueira; pincel; fita métrica; desperdícios; massa lubrificante; óleo para
a travões; produtos para limpeza, incluindo detergentes.
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Maquetes do sistema de travagem;
• Maquetes dos diversos órgãos de travagem;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Recorrendo ao Banco de Imagens e aos Vídeos, contidos no DVD FORMAT, pode
construir recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
78 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
O instrumento de avaliação pode ser um teste escrito (composto por diferentes
tipos de perguntas) ou um trabalho prático. O formador pode recorrer ao Banco de
Questões para a construção de instrumentos de avaliação deste tipo.
Se optar por efectuar a avaliação sumativa, com base em actividades práticas (Ex:
trabalho individual, com ou sem apresentação oral), deverá construir fichas ou
grelhas de avaliação para o efeito.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes
objectivos de aprendizagem:
• distinguir e descrever o funcionamento dos diferentes sistemas de
travagem, quanto aos órgãos de actuação e quanto aos órgãos de
accionamento;
• descrever a função e constituição de cada órgão do sistema de travagem;
Em termos de avaliação sumativa, o formando, deverá ainda realizar actividades
práticas, que evidenciem que é capaz de:
• proceder à manutenção de cada um dos órgãos do sistema de travagem;
• adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde aconselháveis para
trabalhos oficinais e de manutenção.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 79
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de compreender o funcionamento do sistema
hidráulico e proceder à respectiva manutenção.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar todos os constituintes do sistema hidráulico;
• descrever os tipos de circuitos, constituição e funcionamento;
• utilizar os comandos de acordo com as operações a realizar;
• efectuar a correcta manutenção;
• aplicar as medidas e procedimentos adequados de higiene e segurança no
trabalho.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• O sistema hidráulico;
• A importância para a realização do trabalhos agrícolas;
• As tecnologias mais recentes e o seu impacto nos trabalhos agrícolas;
• Constituição interna e externa;
• Princípios de funcionamento;
• Circuito aberto e circuito fechado;
• Accionamento dos órgãos exteriores;
SISTEMA HIDRÁULICO
PLANO TEMÁTICO N.º 8
80 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Relação entre órgãos internos e externos;
• Comandos;
• Manutenção;
• Segurança, Higiene e Saúde.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Recomenda-se que, no início da formação, o formador efectue uma actividade de
diagnóstico, de modo a determinar quais as competências de partida dos
formandos, bem como as suas expectativas em relação à formação. Esta avaliação
inicial permitirá adequar melhor a formação às reais necessidades e expectativas
dos formandos, tendo em conta as respectivas competências prévias.
Seguidamente, deve apresentar os objectivos específicos da formação neste tema.
Em cada sessão, apresente também os objectivos previstos para a mesma.
As sessões devem ser organizadas de modo a contemplar a componente teórica e a
componente prática.
Do ponto de vista da formação teórica, importa essencialmente transmitir as
informações (frequentemente de natureza técnica) necessárias à compreensão
global do sistema hidráulico, constituintes internos e externos do sistema,
comandos, etc. Para tal, pode utilizar o método expositivo. Suporte a sua exposição,
em apresentações digitais que permitam traçar o fio condutor da sessão. Apoie as
explicações em maquetes do sistema hidráulico, bem como esquemas ou desenhos,
com o funcionamento do sistema em diversos momentos. Tal facilitará a
aprendizagem, uma vez que o formando não estará apenas a ouvir a explicação,
mas, sempre que possível, a visualizá-la.
Para a componente prática, recorra a técnicas que permitam ao formando, não só
aplicar os conhecimentos (teóricos) adquiridos, mas também consolidá-los e
aprofundá-los. Crie situações - problema, isto é, casos práticos relacionadas com o
sistema hidráulico na utilização do tractor nos trabalhos agrícolas. Essas situações -
problema devem ser tão próximas quanto possível das situações reais vividas numa
exploração agrícola, pelo que, idealmente, deveriam ser realizadas com tractores
agrícolas com diferentes sistemas hidráulicos.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 81
Estas actividades práticas podem ser realizadas individualmente ou em grupo. Se
criar situações - problema com alguma complexidade, o trabalho em grupo potencia
a aprendizagem (permite uma reflexão conjunta sobre o problema, a pesquisa de
soluções mais elaboradas, favorecendo também o desenvolvimento de
competências no domínio do relacionamento interpessoal).
Deverá sempre acompanhar de perto o desenvolvimento das actividades práticas,
quer individuais, quer em grupo. Se puder contar com a colaboração de outro
formador, tal permite um acompanhamento e apoio mais individualizado. Durante
todo o período de actividades práticas utilize grelhas ou fichas de registo, com
critérios previamente definidos, que lhe possibilitem e facilitem a anotação do que
vai observando no desenvolvimento das tarefas. No final da actividade deve dar
feedback aos formandos, não só sobre os resultados alcançados mas também sobre
a forma como decorreu a actividade e sobre o que observou.
Finda cada sessão de formação, efectue uma síntese ou solicite a um dos formandos
que o faça. Relembre-se que, essa síntese, deve permitir relacionar o trabalho
realizado (componente teórica e componente prática) com os objectivos da sessão.
No final, faça a “ponte” com as actividades a desenvolver na sessão seguinte.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
82 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Diferentes tractores agrícolas;
• Reboques Agrícolas com diferentes sistemas de travagem;
• Constituintes de um sistema de travagem;
• Ferramentas mecânicas;
• Macaco hidráulico;
• Bomba de lubrificação;
• Esperas ou preguiças;
• Compressor;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Equipamento de protecção individual (fato, botas e luvas de trabalho; óculos
de protecção, avental de plástico, impermeável com capuz);
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Materiais e consumíveis específicos, tais como: aparadeira; funil;
mangueira; pincel; fita métrica; desperdícios; óleo para sistemas
hidráulicos; filtros de óleo para sistemas hidráulicos; massa lubrificante;
copos de lubrificação; óleo para a travões; produtos para limpeza, incluindo
detergentes.
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Quadros com a evolução dos sistemas hidráulicos;
• Quadros com a evolução dos tractores;
• Esquemas do sistema hidráulico, em momentos diferentes do seu
funcionamento;
• Maquetes do sistema hidráulico;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Através do Banco de Imagens e do Banco de Vídeos contidos neste DVD, e com a
ferramenta especifica de trabalho de imagens, o formador pode ainda construir
recursos pedagógicos complementares, que considere úteis para apoiar a formação,
bem como para utilizar como instrumentos de suporte a avaliações formativas.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 83
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas. Varie nas actividades
propostas, utilizando alguns recursos pedagógicos para suporte das actividades
práticas de natureza formativa. Sempre que possível, solicite aos formandos uma
auto-avaliação das actividades realizadas e dê sempre feedback aos formandos da
respectiva progressão na aprendizagem.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
A avaliação sumativa pode incluir a realização de um teste escrito (composto por
diferentes tipos de perguntas), podendo, o formador, recorrer ao Banco de
Questões para construir este tipo de instrumentos de avaliação.
No entanto, numa formação que visa habilitar as pessoas para realizar tarefas de
natureza eminentemente prática, a avaliação sumativa, deve ter sempre uma
componente de actividades práticas. Nesse sentido, a avaliação sumativa deve
incidir sobre as diversas temáticas (teóricas e práticas) desenvolvidas na formação
(em função dos objectivos) de modo que o formando possa demonstrar ou
evidenciar as competências adquiridas.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes
objectivos de aprendizagem:
• distinguir e descrever o funcionamento dos diferentes sistemas hidráulicos;
• identificar os constituintes internos e externos do sistema hidráulico;
• descrever a função de cada órgão do sistema hidráulico;
• identificar e descrever os diferentes comandos de posicionamento do
sistema hidráulico;
• relacionar cada comando com o tipo de alfaia que exige a sua utilização.
84 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Caso a aprendizagem relativa aos objectivos acima mencionados, seja efectuada
através de uma avaliação escrita (instrumento tipo teste), deverá prever-se uma
avaliação sumativa de natureza prática que permita ao formando demonstrar que é
capaz de:
• proceder à manutenção correcta do sistema hidráulico;
• adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde adequados para
trabalhos oficinais e de manutenção.
Naturalmente, pode prever apenas uma “prova” prática que permita aferir todos os
objectivos de aprendizagem. Em qualquer dos casos, deverá previamente construir
as grelhas ou fichas de registo da observação do desempenho do formando durante
a realização da mesma.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 85
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de proceder ao engate e desengate de alfaias
montadas e efectuar as regulações comuns do sistema hidráulico, respeitando as
normas de higiene e segurança aplicáveis.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• efectuar correctamente o engate e desengate de uma alfaia ao sistema
hidráulico do tractor agrícola;
• descrever as regulações comuns do sistema hidráulico;
• realizar as regulações comuns do sistema hidráulico;
• adoptar os princípios de segurança, higiene e saúde necessários para esta
operação.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• Introdução;
• Diversos tipos de ligação dos equipamentos ao tractor,
• Importância da correcta operação de engate e desengate das alfaias;
• Ordem de um engate e desengate de alfaias ao tractor;
• Finalidade das regulações comuns do sistema hidráulico;
ENGATE E DESENGATE DE ALFAIAS E REGULAÇÕESCOMUNS DO SISTEMA HIDRÁULICO
PLANO TEMÁTICO N.º 9
86 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Importância das regulações comuns no trabalho final da alfaia;
• Regulações comuns do sistema hidráulico;
• Segurança, higiene e saúde nas operações de engate e desengate de alfaias e
nas operações de regulação do sistema hidráulico.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Recomenda-se que, no início da formação, o formador efectue uma actividade de
diagnóstico, de modo a determinar quais as competências de partida dos
formandos, bem como as suas expectativas em relação à formação. Esta avaliação
inicial permitirá adequar a formação às reais necessidades e expectativas dos
formandos, tendo em conta as respectivas competências prévias.
Seguidamente, deve apresentar os objectivos específicos da formação neste tema.
Em cada sessão, apresente também os objectivos previstos para a mesma.
Num tema que envolve uma componente prática tão vasta, assegure-se de que
mesmo as suas explicações são efectuadas em presença e com recurso aos objectos
reais de aprendizagem, neste caso os tractores e alfaias agrícolas.
Os temas podem ser apresentados com recurso aos meios que tiver disponíveis,
devendo sempre ser trabalhados em sessões de natureza eminentemente prática,
que permitam a aplicação e exploração dos conhecimentos teóricos adquiridos.
Assegure-se de que os recursos pedagógicos que pretende utilizar estão bem
estruturados e suficientemente motivadores, (de modo a cativar a atenção do
formando, facilitando a aprendizagem), designadamente apresentações digitais e
vídeos técnicos. Alternativa ou complementarmente, pode optar por utilizar esses
mesmos recursos, caso estejam adaptados a esse fim, para colocar os formandos
num papel activo, explicando o que observam, analisando as situações
apresentadas e, eventualmente, relacionando-as com a própria experiência anterior.
Tal permite tornar a formação mais envolvente e participativa, o que facilita a
aprendizagem.
Também pode recorrer, em parte da sessão, à técnica das perguntas, sobretudo no
início do tema. No entanto, relembre-se que esta técnica (das perguntas) não deve
ser utilizada de forma intensiva, pois apela pouco à participação activa de todos os
membros do grupo e, por isso mesmo, pode tornar-se desmotivadora.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 87
Estimule a participação individual e de grupo, através da reflexão prévia à execução
de qualquer actividade prática. Nesse sentido, solicite aos formandos
(individualmente ou em grupo) que expliquem o problema ou situação prática, bem
como o processo que devem efectuar (por fases ou etapas) antes de agirem; que
descrevam o conteúdo ou procedimento inerente a determinada etapa; que façam
quadros - resumo ou fluxogramas dos passos a efectuar.
Todas estas actividades contribuem para dinamizar a participação e a interacção no
seio do grupo, favorecendo a aprendizagem.
Conclua sempre as sessões de formação, com a síntese das actividades realizadas,
estabelecendo a respectiva relação com os objectivos pedagógicos. Esta
sumarização pode ser efectuada rotativamente pelos formandos. No final, faça uma
breve síntese e estabeleça a ligação às actividades previstas para a sessão seguinte.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Tractores agrícolas com diferentes sistemas de engate de alfaias;
• Alfaias agrícolas com diferentes sistemas de engate;
• Ferramentas mecânicas;
88 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Equipamento de protecção individual (fato, botas e luvas de trabalho; óculos
de protecção, avental de plástico, impermeável com capuz);
• Materiais e consumíveis específicos, tais como: chavetas; cavilhas tipo I, II
e III; rótulas ou castanhas tipo I, II e III; ponteiras ou munhões tipo I, II e
III; fita métrica; desperdícios; nível de bolha de ar; produtos para limpeza,
incluindo detergentes.
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Recorrendo ao Banco de Imagens e aos Vídeos, contidos no DVD FORMAT, pode
construir ainda outros recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
Essa avaliação pode incluir a realização de um teste escrito (composto por
diferentes tipos de perguntas). Pode recorrer ao Banco de Questões para construir
instrumentos de avaliação deste tipo.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 89
Se optar por complementar a avaliação sumativa, através da realização de
actividades práticas, deverá construir fichas ou grelhas de registo da avaliação para
o efeito.
Independentemente do tipo de instrumentos que pretenda utilizar, é importante
reter que, neste tema, a avaliação deve incidir, essencialmente, sobre os seguintes
objectivos de aprendizagem:
• distinguir e descrever o principio de engate e desengate de alfaias no
sistema hidráulico do tractor agrícola;
• distinguir e descrever cada uma das regulações comuns do sistema
hidráulico;
A avaliação sumativa deve ainda permitir ao formando demonstrar ou evidenciar
que possui as competências práticas previstas para esta formação, através da
realização de actividades específicas com os tractores e as alfaias agrícolas,
designadamente as seguintes:
• efectuar o engate e desengate de, pelo menos uma alfaia, no sistema
hidráulico do tractor agrícola;
• efectuar as regulações comuns do sistema hidráulico do tractor agrícola;
• adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde aplicáveis às
operações de engate e desengate de alfaias e às operações de regulações
comuns do sistema hidráulico.
90 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 91
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de identificar os diversos órgãos de comando e
controlo e compreender a sua importância para o bom funcionamento do tractor
agrícola.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema, os formandos deverão ser capazes de:
• identificar os órgãos de comando e controlo existentes no tractor agrícola;
• interpretar correctamente a função de cada órgão;
• identificar anomalias;
• relacionar a actuação com a anomalia informada;
• interpretar as informações disponibilizadas pelo tractometro.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• Introdução;
• Unidades de comando e controlo;
• Funcionamento das unidades de comando e controlo;
• A utilidade do conta horas para a manutenção periódica do tractor;
ORGÃOS DE COMANDO E CONTROLO
PLANO TEMÁTICO N.º 10
92 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Importância dos avisadores e indicadores;
• Sua identificação e função;
• Detecção de avarias.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Se não possuir informação prévia sobre as competências e a experiência dos
formandos no âmbito dos órgãos de comando e controlo, deverá iniciar a primeira
sessão dedicada a este tema, com a realização desse diagnóstico. Tal pode ser
concretizado através de um teste escrito ou através da técnica das perguntas.
Aconselhamos também, que obtenha dos formandos uma inventariação (mesmo
não formalizada, oral) das expectativas que possuem em relação a esta unidade de
formação.
Concluída esta parte, deverá apresentar os objectivos previstos para a unidade de
formação e a forma como a mesma se encontra planificada (em traços gerais).
No início de cada sessão, apresente sempre os objectivos específicos da mesma.
Os conteúdos temáticos previstos devem ser trabalhados do ponto de vista teórico,
de modo a que os formandos adquiram os conhecimentos necessários, mas também
do ponto de vista prático. Tal possibilitará a aplicação imediata dos conhecimentos,
o contacto com os objectos reais de aprendizagem e a experimentação directa por
parte dos formandos. Todos estes componentes contribuem para efectivar a
aprendizagem.
A apresentação mais teórica, que consiste essencialmente na transmissão de
informação técnica, pode ser desenvolvida com recurso ao método expositivo.
Sempre que possível, o ideal é realizar a exposição tendo presentes os objectos
reais de aprendizagem (tractores com diferentes tipos de comando e controlo).
Desse modo os formandos podem visualizar o que está a ser descrito. Em
alternativa ou complementarmente, pode recorrer à utilização de apresentações
digitais, incluindo imagens (desenhos e esquemas), bem como o visionamento de
vídeos.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 93
A componente prática deve permitir, sempre que possível, o manuseamento e
utilização dos objectos (reais) de aprendizagem, na resolução de situações ou
problemas idênticos aos vivenciados no quotidiano de uma exploração agrícola. A
utilização de casos práticos aproxima a formação dessa realidade.
Em suma, as actividades práticas desenvolvidas devem permitir aplicar e consolidar
os conhecimentos teóricos, fomentar a reflexão sobre os problemas apresentados,
treinar os formandos na resolução das situações - problema com que são
confrontados. Simultaneamente deve promover o relacionamento interpessoal e o
trabalho em equipa, pelo que é importante que, pelo menos algumas actividades
práticas, possam ser desenvolvidas em grupo. Todos estes aspectos, incluindo as
sinergias de grupo, contribuem para melhorar as condições de aprendizagem.
No final de cada sessão de formação, é indispensável realizar uma sistematização
dos conteúdos desenvolvidos durante a mesma, estabelecendo o relacionamento
entre estes e os objectivos pedagógicos previstos. Esta actividade pode constituir o
culminar da actividade teórico-prática da sessão, sendo efectuada pelos formandos
em pequenos grupos e apresentada oralmente. Caso pretenda aplicar esta
sugestão, inclua a mesma na sua planificação, para assegurar que dispõe de tempo
para a concretizar devidamente. De qualquer modo, cabe ao formador, no final
reformular e sintetizar o trabalho realizado, numa lógica de explicitação da
interligação com os objectivos de formação.
Conclua a sessão estabelecendo a ligação à sessão seguinte de formação.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
94 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Tractores agrícolas com diferentes órgãos de comando e controlo;
• Ferramentas mecânicas;
• Tractometros diversos;
• Indicadores de vários tipos;
• Conta - rotações digital;
• Cronómetro;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Equipamento de protecção individual (fato, botas e luvas de trabalho; óculos
de protecção, avental de plástico, impermeável com capuz);
• Extintores de incêndio;
• Estojo de primeiros socorros;
• Materiais e consumíveis específicos, tais como: lâmpadas para o painel;
desperdícios; produtos para limpeza;
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Painéis de instrumentos diferentes;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Recorrendo ao Banco de Imagens e aos Vídeos, contidos no DVD FORMAT, pode
construir diversos recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 95
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas. Estimule a capacidade de
análise e de reflexão dos formandos sobre a sua própria progressão na
aprendizagem, solicitando-lhes a auto-avaliação (mesmo que não formalizada), na
sequência das diversas actividades que forem desenvolvendo.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
O instrumento de avaliação pode ser um teste escrito, composto por diferentes tipos
de perguntas, abrangendo parte ou a totalidade dos objectivos de formação
previstos. O formador pode recorrer ao Banco de Questões para construir
instrumentos de avaliação deste tipo.
No entanto, dada a natureza da própria formação, aconselhamos a inclusão de
actividades práticas na avaliação sumativa. Nesse caso, deverá construir fichas ou
grelhas de registo específico da avaliação.
De qualquer modo, é importante reter que, neste tema, a avaliação sumativa deve
permitir verificar se o formando está, de facto, habilitado a:
• Distinguir os diferentes órgãos de comando e controlo do tractor agrícola;
• Descrever a função de cada órgão de comando e controlo;
• Relacionar cada órgão de comando e controlo com os órgãos do tractor a
que corresponde;
• Efectuar a interpretação de um tractometro;
• Relacionar a anomalia indicada pelo órgão de controlo com a intervenção a
efectuar;
• Adoptar os procedimentos de segurança, higiene e saúde aconselháveis
durante as operações agrícolas de acordo com as indicações dadas pelos
órgãos de comando e controlo.
96 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 97
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão ser capazes de compreender os princípios básicos da
electrónica associada aos tractores e alfaias agrícolas.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema os formandos deverão ser capazes de:
• identificar os componentes electrónicos existentes no tractor agrícola;
• identificar os tipos de sensores existentes;
• interpretar a informação disponibilizada por cada sensor;
• descrever o princípio de actuação e aplicar as configurações no sistema
electrónico associada a cada operação cultural.
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• Sistemas de regulação electrónica;
• Componentes electrónicos;
• Sensores – Tipos e funções;
• Monitor de rendimento do tractor agrícola;
• Controlo electrónico;
• A agricultura de precisão;
• O sistema de posicionamento global (GPS);
• O corrector do sistema de posicionamento global (DGPS)
• Mapas de produtividade;
• Mapas de aplicação.
ELECTRÓNICA NOS TRACTORES AGRÍCOLAS COMPONENTES ELECTRÓNICOS
PLANO TEMÁTICO N.º 11
98 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Antes de iniciar a formação, é importante saber quais os conhecimentos e
experiência prévia que os formandos possuem na temática específica. Pode efectuar
esta avaliação diagnóstica de modo formal (através de um teste diagnóstico) ou
informal (através de perguntas efectuadas e respondidas oralmente). Efectue
também um levantamento das expectativas dos formandos em relação ao tema.
Com base nessas informações, poderá adequar melhor a formação às necessidades
reais do grupo.
Em termos do desenvolvimento temático, recomendamos que faça primeiro uma
abordagem geral dos diversos componentes electrónicos existentes no tractor,
estabelecendo a interacção entre os mesmos. Depois, trate cada um dos
componentes separadamente.
Tendo presentes os objectivos pedagógicos, trabalhe com os formandos cada um
dos conteúdos propostos, completando a componente teórica com a componente
prática.
A formação teórica, destinando-se essencialmente à apresentação de informação de
natureza técnica, pode ser efectuada com recurso ao método expositivo. No sentido
de facilitar a apreensão por parte dos formandos, acompanhe a exposição oral com
apresentações digitais, bem como outros recursos, tais como esquemas e vídeos,
que permitam exemplificar ou demonstrar o que está a expor.
A componente prática deverá concretizar-se através da resolução de problemas
relativos à electrónica nos tractores agrícolas, podendo consistir em actividades
diversas, tais como: leitura e interpretação da indicação registada num sensor,
identificação de problemas, resolução de casos práticos em tractores com diferentes
sistemas electrónicos. Estas actividades podem ser realizadas individualmente ou
em grupos.
A componente prática deve ser realizada em situações tão próximas quanto possível
das situações reais de trabalho. Se puder contar com a colaboração de outro
formador, no apoio à componente prática, pode dividir o grupo. Nesse caso, cada
subgrupo é acompanhado por um formador, o que potencia o acompanhamento no
treino de operações.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 99
Reserve sempre algum tempo para, no final de cada sessão, ser efectuada uma
síntese dos conteúdos trabalhados, estabelecendo a relação com os objectivos de
formação previstos. Na sua planificação inclua sempre o tempo necessário para esta
sistematização final. Esta actividade pode ser realizada por si ou pelos formandos
(individualmente ou em grupo). Caso opte por esta ultima hipótese, relembre-se
que é uma oportunidade para esclarecer dúvidas, devendo dar sempre lugar a uma
sistematização conclusiva. Encerre a sessão, efectuando a “ponte” com as
actividades e objectivos previstos para a sessão seguinte.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Diversos tractores com componentes electrónicos;
• Ferramentas mecânicas;
• Diferentes tipos de sensores;
• Equipamento GPS;
• Monitores de rendimento;
• Computadores portáteis e software de agricultura de precisão;
• Impressoras portáteis;
• Monitores de rendimento;
100 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
• Caixa de ferramenta diversa;
• Equipamento de protecção individual;
• Estojo de primeiros socorros;
• Extintores de incêndio;
• Materiais e consumíveis específicos (a identificar pelo formador, em função
das actividades previstas);
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Exemplos de mapas de produtividade e de aplicação;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
Recorrendo ao Banco de Imagens e aos Vídeos, contidos no DVD FORMAT, pode
construir recursos pedagógicos que entenda úteis para esta formação.
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas. Relembre-se da importância de
dar feedback ao formando sobre a respectiva progressão na aprendizagem.
Estimule a auto-análise e promova a auto-avaliação.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
Essa avaliação pode ser parcialmente efectuada com base na realização de um teste
escrito, composto por diversos tipos de questões, abrangendo os conteúdos
temáticos relativos aos objectivos do domínio cognitivo. O formador pode recorrer
ao banco de questões para construir este instrumento de avaliação.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 101
Para além do teste escrito, devem ser realizadas provas práticas relativas à
electrónica nos tractores agrícolas, que permitam verificar se os formandos são
capazes de aplicar os conhecimentos adquiridos a situações concretas (embora
idênticas às já desenvolvidas durante a formação).
Assim, a avaliação sumativa a realizar, deverá permitir ao formando demonstrar
que, concluída esta unidade temática, é capaz de:
• identificar os diversos componentes electrónicos existentes no tractor;
• relacionar cada componente electrónico com o respectivo órgão de
actuação;
• descrever o princípio de funcionamento de cada tipo de sensor;
• interpretar as informações disponibilizadas, pelos sensores e pelos
actuadores, no monitor de rendimento.
• aplicar as configurações adequadas a uma determinada operação cultural;
• interpretar um mapa de fertilização ou de produtividade;
• aplicar os procedimentos de segurança, higiene e saúde adequados durante
a realização das operações agrícolas, de acordo com as indicações dadas
pelo sistema electrónico.
102 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 103
OBJECTIVO GERAL:
Os formandos deverão conhecer as regras básicas de segurança, higiene e saúde no
trabalho, identificar riscos de acidente originados pela utilização do tractor agrícola
e adoptar as medidas de prevenção adequadas.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
No final do tema os formandos deverão ser capazes de:
• identificar os dispositivos de segurança existentes nos tractores e máquinas
agrícolas, bem como a respectiva localização;
• enunciar os princípios básicos de ergonomia;
• enunciar as regras relativas à movimentação manual de cargas;
• identificar os principais riscos inerentes ao trabalho com tractores e
máquinas agrícolas;
• enunciar as regras de segurança, higiene e saúde aplicáveis ao trabalho
(manuseamento e utilização) com tractores e alfaias agrícolas;
• indicar o equipamento de protecção individual, geral e específico, relativo ao
trabalho com tractores e alfaias agrícolas;
• aplicar as medidas de segurança activa e passiva com tractores agrícolas,
nomeadamente ao nível do operador, da máquina e do meio envolvente;
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO COM TRACTORES E ALFAIAS AGRÍCOLAS
PLANO TEMÁTICO N.º 12
104 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
CONTEÚDOS TEMÁTICOS:
• Princípios básicos de Segurança, Higiene e saúde no trabalho;
• Legislação aplicável;
• Conceitos, doenças profissionais e estatísticas dos acidentes de trabalho;
• Acidentes de trabalho na agricultura;
• Sistema de segurança activa;
• Segurança passiva;
• Identificação de dispositivos de segurança nos tractores e máquinas
agrícolas;
• Evolução dos dispositivos de segurança;
• O operador;
• Princípios básicos de ergonomia;
• Movimentação manual de cargas;
• Prevenção de acidentes de coluna;
• Equipamento de protecção individual.
METODOLOGIA PEDAGÓGICA:
Recomenda-se que, no início da formação, o formador efectue uma actividade de
diagnóstico, de modo a determinar quais as competências de partida dos
formandos, em matéria de higiene e segurança no trabalho com tractores e alfaias
agrícolas. Além disso, é importante que os formandos se pronunciem sobre as
expectativas que possuem, relativamente à própria aprendizagem neste tema.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 105
Apresente os objectivos da unidade temática e providencie a informação que
considerar relevante sobre o modo a formação se vai concretizar (estrutura,
actividades previstas, tipo e momentos de avaliação).
Inicie a formação, solicitando aos formandos que identifiquem situações de perigo
e/ou acidentes de trabalho (que tenham presenciado ou nos quais tenham estado
envolvidos) relacionados com a utilização de tractores e alfaias agrícolas.
Este pode ser o ponto de partida para uma actividade prática, destinada
simultaneamente a posicionar a análise e discussão do tema, sendo igualmente útil
para exploração posterior. Pode solicitar aos formandos que, individualmente,
descrevam a situação que se recordam. De seguida, organize grupos (de 3 ou 4
pessoas) e solicite aos formandos que, com base nas situações descritas
individualmente, escolham uma para analisar em conjunto e com maior detalhe.
Indique previamente os aspectos mais relevantes a desenvolver nessa análise da
situação concreta, bem como o tempo de que dispõem para a actividade.
Acompanhe o trabalho dos grupos, intervindo apenas quando verificar que é
necessário (re)orientar a discussão para o que efectivamente se está a realizar. No
final, cada grupo (através de um relator ou porta-voz) apresenta a situação que
esteve a analisar em conjunto. Segue-se uma discussão alargada sobre cada um
dos casos.
Aproveite as situações apresentadas pelo grupos, para explorar os temas que irá
trabalhar ao longo da formação. Sempre que possível, recorra a situações práticas
(casos reais ou simulados) para introduzir e aprofundar os conteúdos temáticos, de
preferência, através de actividades práticas realizadas pelos formandos. Nesta
temática (Higiene e Segurança no Trabalho), a formação pode ser quase
integralmente realizada com recurso ao método activo, aplicando diversas técnicas,
tais como a discussão de casos práticos, realização de simulações, jogos
pedagógicos, etc.
Seja criativo na sua planificação, tendo o cuidado de adaptar a mesma aos
conhecimentos e experiência prévia dos formandos, na utilização de tractores e
alfaias agrícolas e nas questões específicas relativas à higiene e segurança.
Relembre-se que a utilização do método activo e respectivas técnicas, requerem
mais tempo do que outros métodos. No entanto, apresentam também inúmeras
106 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
vantagens em matéria da aprendizagem.
Sempre que possível utilize os objectos reais de aprendizagem (tractores e alfaias
agrícolas). Recorra aos formadores de outras unidades de formação, para se
certificar se as regras e procedimentos de segurança e higiene foram devidamente
desenvolvidos. Aprofunde-os nesta unidade, utilizando eventuais situações relatadas
por esses formadores (respeitantes a actividades realizadas nas unidades
anteriores).
As temáticas de natureza mais teórica (nomeadamente legislação, conceitos,
princípios e definições) podem ser abordadas com recurso ao método expositivo.
No entanto, devem ser igualmente incluídas e trabalhadas nas restantes
actividades práticas previstas para o desenvolvimento da unidade,
designadamente em termos da utilização do EPI, medidas de prevenção de
acidentes, aplicação de princípios de segurança na utilização tractores agrícolas,
movimentação manual de cargas.
Conclua cada sessão, sistematizando os objectivos alcançados através das diversas
actividades realizadas na formação. No final, estabeleça a ligação com a sessão
seguinte, identificando os conteúdos que irão ser trabalhados e os respectivos
objectivos.
RECURSOS NECESSÁRIOS:
Para aplicar a metodologia pedagógica proposta, deverá dispor de:
• Projector multimédia;
• Computador;
• Tela de projecção;
• Quadro de papel (flipchart) e marcadores;
• TV e leitor de vídeo (VHS ou DVD, consoante os vídeos a utilizar);
• Material de apoio à formação teórico-prática.
Parte II – Desenvolvimento Temático
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 107
Como material e equipamento de apoio à formação teórico-prática, irá
necessitar de:
• Tractor e alfaias agrícolas;
• Caixa de ferramenta diversa;
• Desperdícios;
• Botija de gás;
• Grade de bebidas em garrafa ou caixa de madeira;
• Tronco de madeira;
• Lata de óleo;
• Balde com areia;
• Embalagens de produtos químicos;
• Estojo de primeiros socorros;
• Extintores de incêndio;
• Equipamento de protecção individual;
• Outros materiais e consumíveis, a identificar consoante as actividades a
realizar.
Deverá ainda dispor dos seguintes recursos pedagógicos:
• Apresentações digitais, slides e/ou transparências;
• Quadros ou painéis didácticos;
• Filmes (vídeos) técnicos de apoio;
• Manuais de instruções de diferentes marcas de tractores agrícolas.
108 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
AVALIAÇÃO ACONSELHADA:
No decurso da formação, sugere-se a realização de avaliação formativa, com base
numa ou mais actividades práticas acima propostas.
No final do tema, deverá ser realizada uma avaliação sumativa, que permita
verificar a aprendizagem relativamente aos objectivos previstos.
A avaliação sumativa pode incluir a realização de um teste escrito (composto por
diferentes tipos de perguntas), sobretudo no sentido de aferir os conhecimentos
(domínio cognitivo). O formador pode recorrer ao Banco de Questões para construir
instrumentos de avaliação deste tipo.
Aconselha-se que a avaliação sumativa integre também a realização de actividades
práticas, que permitam verificar se os formandos são capazes de:
• utilizar correctamente o equipamento de protecção individual adequado a cada
situação;
• aplicar os princípios básicos da ergonomia;
• adoptar os procedimentos adequados numa operação de movimentação manual
de cargas;
• indicar a localização dos dispositivos de segurança, em presença de um tractor
ou uma alfaia agrícola;
• identificar situações de risco de acidente durante a condução de tractores
agrícolas, com ou sem alfaias montadas ou rebocadas;
• em suma, aplicar as medidas de segurança activa e passiva com tractores e
alfaias agrícolas, nomeadamente ao nível do operador, da máquina e do meio
envolvente;
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 109
Parte III - Referências
Esta terceira e última parte do guia, integra a identificação e caracterização dos
recursos complementares desenvolvidos – Manual Técnico, Banco de Imagens,
Vídeos Técnicos de apoio e Banco de Questões – que visam apoiar o formador na
construção e adaptação de materiais pedagógicos e instrumentos de avaliação.
Inseriu-se, ainda nesta parte, a identificação de referências bibliográficas, tanto de
natureza técnica como pedagógica, destinadas a contribuir para a actualização e
aperfeiçoamento permanente do/a formador/a.
110 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 111
1. Recursos complementares
Conforme referido na introdução deste Manual, no âmbito do Projecto FORMAT, foi
concebido um conjunto integrado de recursos técnico - pedagógicos de apoio à
formação em Mecanização Agrícola, disponibilizados em DVD.
Especificamente sobre Tractores Agrícolas, o conjunto de recursos desenvolvidos e
disponibilizados, é o seguinte:
Manual Técnico do Formador – Tractor Agrícola
Este manual contem a apresentação dos diversos conteúdos técnicos relativos ao
Tractor Agrícola e cuja estrutura modular é idêntica à dos Planos Temáticos
constantes do presente guia, contemplando as seguintes unidades formativas:
Unidade 1 – Tipos de Tractor e sua utilização
Unidade 2 – O motor
Unidade 3 – Sistema de apoio ao funcionamento do motor
Unidade 4 – Transmissão
Unidade 5 – Órgãos de locomoção
Unidade 6 – Sistema de direcção
Unidade 7 – Sistema de travagem
Unidade 8 - Sistema hidráulico
Unidade 9 – Engate e desengate de alfaias e regulações comuns do
sistema hidráulico
Unidade 10 – Órgãos de comando e controlo
Unidade 11 – Electrónica nos tractores agrícolas
Unidade 12 – Segurança, higiene e saúde no trabalho com tractores e
alfaias agrícolas
112 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
Banco de Imagens:
Contem imagens relativas ao Tractor Agrícola, que o formador pode utilizar na
preparação de recursos para as sessões de formação.
Pode recorrer a este Banco de imagens, para a produção de novos textos ou
apresentações de sua autoria, bem como para ilustrar conteúdos retirados do
manual técnico. As imagens disponibilizadas podem também ser utilizadas na
construção de exercícios / actividades formativas e instrumentos de avaliação
sumativa (para comentar, completar, legendar, etc.).
Vídeos técnicos de apoio:
Os vídeos técnicos destinam-se a exemplificar, demonstrar e ilustrar, através de
filmes de situações reais ou simulações gravadas, o funcionamento de peças e
componentes, apresentar esquemas, etc., com vista a facilitar a aprendizagem.
O formador pode utilizar estes vídeos, autonomamente, durante a formação ou
inseri-los em apresentações destinadas a suportar a sua intervenção.
Banco de Questões:
Esta ferramenta inclui questões elaboradas tendo por base os objectivos
pedagógicos propostos nos planos temáticos, abrangendo os diversos conteúdos
técnicos relativos ao Tractor Agrícola.
O formador pode utilizar estas questões tanto para a construção de exercícios /
actividades formativas ou sumativas específicas (para cada tema) ou globais (para a
generalidade dos temas).
Os instrumentos de avaliação podem ainda ser construídos directamente pelo
formador, seleccionando, uma a uma, as questões que pretende incluir ou serem
gerados automaticamente pela aplicação.
Em suma, o formador pode utilizar as diversas componentes de cada um destes
recursos, autonomamente ou integrá-las na construção de recursos e instrumentos
da sua própria autoria.
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 113
2. Referências – Sugestões de leitura complementar
A actividade de formação requer a permanente actualização e aperfeiçoamento
por parte dos profissionais de formação.
Nesse sentido, incluímos nesta parte do Manual, um conjunto de referências
bibliográficas (disponíveis em suporte papel ou na Internet) relativamente aos
temas abordados neste tipo de formação.
Referências Técnicas – bibliografia recomendada
BRIOSA, Fausto, Glossário ilustrado de mecanização agrícola, Lisboa, 1984.
BRIOSA, Fausto, Trabalho agrícola. tractores e máquinas agrícolas, IDICT, Lisboa
1998
ORTIZ-CANÃVATE, J.e HERNANZ, J.L., Las Maquinas Agricolas y su Aplicacion,
Ediciones Mundi-Prensa - 6ª Edición, Barcelona, 2003.
ORTIZ-CANÃVATE, J.e HERNANZ, J.L., Tecnica de la Mecanización Agraria, Ediciones
Mundi-Prensa, Barcelona, 1989.
ATARES, Arnal e VICENTE, Pedro, Tractores y Motores Agrícolas, Mundi-Prensa,
2000.
BLANCA, Antonio Laguna, Maquinaria Agrícola – Constitución, funcionamiento,
regulaciones y cuidados, Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación y Ediciones
Mundi-Prensa, Madrid, 1999.
PIEDRA, Andrés Porras, Maquinaria para Cultivo, Editora Agrícola Española, S.A.,
Madrid, 2000.
CEDRA, C. Les Tracteurs Agricoles, Volume 2, Dicova, Cemagref, 1991.
114 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
BOULANGER, Pierre, e ADAM, Bernard, Motores Diesel, Hemus – Livraria Editora
Lda., São Paulo.
CARVALHO, R.F., e SARUGA, J.B., Mecanização Agrícola, Volume 1, I.E.A.D.R.,
Centro Nacional de Formação Técnica do Gil Vaz, 1994.
CARVALHO, R.F., e SARUGA, J.B., Mecanização Agrícola, Volume 2, I.E.A.D.R.,
Centro Nacional de Formação Técnica do Gil Vaz, 1994.
BUCKINGHAM, Frank, Fundamentos de Funcionamento de Maquinaria – Cultivo,
Deere & Company Service Traiding, - Illinois, 1984.
BORGMAN, D.E., Fundamentos de Funcionamento de Maquinaria – Tractores,
Deere & Company Service Traiding, - Illinois, 1981.MOURÃO, Hernâni,
Mecanização agrícola associativa, DGDRural, Divisão de Documentação e
Tratamento da Informação, Lisboa, 2001.
Referências Técnicas – sítios Internet
A titulo exemplificativo, mencionamos alguns sítios Internet, nomeadamente
portais de informação sobre mecanização agrária, nos quais o formador pode
recolher informação sobre diversos temas específicos. As sugestões são as
seguintes:
www.abolsamia.pt;
www.agroportal.pt;
www.agrionline.com;
www.oqma.cuma.fr;
www.agroinformacion.com;
www.isa.pt;
www.afe.com.br/;
www.siama.info.ve;
http://home.utad.pt/~dfr/index2.htm;
lwww.min-agricultura.pt;
www.apma.pt;
www.infoagro.com;
Parte III – Referências
FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola 115
Sugerimos ainda a utilização de motores de pesquisa (Google, Altavista, etc.)
para consultas complementares, quer de sítios de outras universidades que
versam esta temática no nosso país, quer ainda de sítios de origem brasileira
dedicados a esta temática.
Referências no domínio pedagógico
Como referências no domínio pedagógico, mencionamos apenas alguns títulos, que,
no seu conjunto, abordam as diversas temáticas específicas relacionadas com o
desenvolvimento da formação.
Além de constituírem um elemento de consulta pontual, as obras indicadas
constituem referências de apoio ao aperfeiçoamento permanente do formador, no
plano pedagógico.
Referências (por ordem alfabética de autor):
ALVES, E., PÁSCOA, T., O Jogo em Formação. Colecção Abordagens Pedagógicas, nº
8. CNS – Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1999.
BAPTISTA, Carina, et alt., Recursos Técnico-Pedagógicos: Fichas de Bolso – Apoio ao
Profissional da Formação. INOFOR. Lisboa, 1999.
DE KETELE, Jean-Marie, et alt. Guia do Formador. Colecção Horizontes Pedagógicos.
Instituto Piaget. Lisboa, 1994.
EQUAL, Recursos Técnico-pedagógicos & Praticas Bem Sucedidas. Colecção Saber
Fazer. Lisboa, 2003.
FERREIRA, P.Trindade, Guia do Animador – Animar uma Actividade de Formação.
Multinova União Livreira e Cultural. Lisboa, 1999.
IQF-Instituto para a Qualidade na Formação, Guia para a Avaliação da Formação.
Colecção Metodologias de formação – O ciclo Formativo. Lisboa, 1ª Edição,
Maio/2006.
116 FORMAT – Guia de Exploração Pedagógica – Tractor Agrícola
IQF - Instituto para a Qualidade na Formação, Guia para a Concepção de Cursos e
Materiais Pedagógicos. Colecção Metodologias de Formação – O Ciclo Formativo. 1ª
Edição. Lisboa, Outubro/2004.
LOPES, Teresa S., Concepção e Produção de Materiais para Auto-Estudo. Colecção
Referenciais de Formação Pedagógica Contínua de Formadores. IEFP – Instituto de
Emprego e Formação Profissional. Lisboa, Junho/2003.
SAMPAIO, José L.S., Avaliação na Formação Profissional – Técnicas e Instrumentos.
Colecção Formar Pedagogicamente. IEFP. Lisboa, 1997.
SILVA, M.Gabriela, Métodos e Técnicas Pedagógicas. Colecção Abordagens
Pedagógicas, nº 1. CNS – Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1992
SILVA, M.Gabriela, Avaliação. Colecção Abordagens Pedagógicas, nº 2. CNS –
Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1993.
TARRINHO, Abílio, O Formador: estatutos e Papeis. Colecção Abordagens
Pedagógicas, nº 7. CNS – Companhia Nacional de Serviços. Lisboa, 1997.
TIRA-PICOS, A., SAMPAIO, J., A Avaliação Pedagógica na Formação Profissional –
Técnicas e Instrumentos. Colecção Aprender. IEFP. Lisboa, 1990.
VIEIRA, Mª Lourdes, Definição de Objectivos de Formação. Colecção Aprender. IEFP.
Lisboa, Outubro 1992.