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Grande Rota da Rede Natura do Oeste ELABORAÇÃO DOS MATERIAIS DE DIVULGAÇÃO LIVRO Julho 2009

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Grande Rota da Rede Natura do Oeste

ELABORAÇÃO DOS MATERIAIS DE DIVULGAÇÃO

LIVRO

Julho 2009

CARACTERIZAÇÃO BIOFÍSICA DA GRANDE ROTA DA REDE NATURA DO OESTE - MATERIAIS DE DIVULGAÇÃO

RELATÓRIO i

ÍNDICE

PREFÁCIO ................................................................................................................... 1

NOTAS INTRODUTÓRIAS ........................................................................................... 2

OS MUNICÍPIOS .......................................................................................................... 7

A GRANDE ROTA DA REDE NATURA DO OESTE ................................................... 15

PARA ALÉM DA GRANDE ROTA .............................................................................. 39

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RELATÓRIO 1

PREFÁCIO

Textos dos Presidentes de Câmara de cada um dos três Municípios.

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RELATÓRIO 2

NOTAS INTRODUTÓRIAS

Neste livro, que pretende ser o cartão de visita da Grande Rota da

Rede Natura do Oeste, os municípios de Torres Vedras, Lourinhã e

Peniche apresentam esta nova infra-estrutura que servirá e

enriquecerá toda a oferta turística da região. Reúnem assim numa só

ferramenta todas as informações relevantes que permitam aos

visitantes cumprir, sem dificuldades e com todas as informações

necessárias, esta grande aventura que ao longo de 66 km os

surpreenderá com paisagens deslumbrantes, espécies únicas e

curiosidades históricas e culturais difíceis de esquecer.

Este é um passeio que convida à partilha com a Natureza. Atreva-se

a percorrer estes caminhos mágicos e deslumbre-se com o que a

Grande Rota da Rede Natura do Oeste tem para lhe oferecer.

A REDE NATURA 2000

A Rede Natura 2000, de acordo com o definido pelo Decreto-Lei n.º

140/99, de 24 de Abril, com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-

Lei n.º 49/2005, de 24 de Fevereiro, corresponde a uma rede

ecológica para o espaço Comunitário que é a base de toda a política

de conservação da natureza da União Europeia. Esta, resulta da

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RELATÓRIO 3

aplicação das Directivas nº 79/409/CEE (Directiva Aves) e nº

92/43/CEE (Directiva Habitats), e tem por ”objectivo contribuir para

assegurar a biodiversidade através da conservação dos habitats

naturais e da fauna e da flora selvagens no território europeu dos

Estados-membros em que o Tratado é aplicável”.

Para garantir o cumprimento deste objectivo, esta rede de

conservação abrangente é composta por áreas de importância

comunitária para a conservação de determinados habitats e espécies,

nas quais as actividades humanas deverão ser compatíveis com a

preservação destes valores, visando uma gestão sustentável do

ponto de vista ecológico, económico e social. Deverá, assim, ser

constituída pelas Zonas Especiais de Conservação (ZEC) e pelas

Zonas de Protecção Especial (ZPE), cuja classificação é directa

quando comparada com as ZEC. Efectivamente, as 39 ZPE já

definidas para Portugal continental foram classificadas directamente

graças à existência, em território nacional, de espécies de aves

constantes no Anexo I da Directiva Aves, enquanto que a

classificação das ZEC implica a passagem por um estádio intermédio,

os Sítios de Importância Comunitária (SIC).

O território continental do nosso país conta já com 60 SIC

delimitados, cuja justificação para a sua classificação é tão diversa

como diversificados são os habitats que se pretende conservar. Em

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RELATÓRIO 4

conjunto com as ZPE, estamos a referir-nos a uma elevada

percentagem de território nacional sob a alçada deste meio efectivo

de conservação, correspondendo juntamente com a Rede Nacional

de Áreas Protegidas a 1/5 do nosso pequeno, mas profícuo país. Se

ao continente juntarmos ainda os arquipélagos da Madeira e dos

Açores teremos que referir ainda 15 ZPE e 23 SIC nos Açores, para

além de três ZPE e 11 SIC na Madeira.

Estando estes espaços destinados à conservação de espécies e seus

habitats poderia haver tendência à proibição do acesso e usufruto, no

entanto, é princípio desta rede ecológica permitir a realização de

actividades compatíveis com a conservação, desde que sejam

cumpridos os princípios da sustentabilidade ecológica bem como das

boas práticas ambientais. E é aqui que entra o conceito, cada vez

mais representativo, do pedestrianismo, que a par com a

interpretação ambiental, fazem da Grande Rota da Rede Natura do

Oeste um exemplo de excelência. Esta, por passar em dois dos 60

SIC da Rede Natura 2000 de Portugal continental, foi criada em

estrito respeito pelo espaço natural e cultural, sob o princípio de não

impactar a zona litoral mais do que o que esta já o é naturalmente.

Este facto levou a que o seu traçado fosse definido salvaguardando

as zonas mais sensíveis e criando condições para que os

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RELATÓRIO 5

pedestrianistas possam conhecer sem reservas algumas das mais

belas paisagens de Portugal.

A PRÁTICA DO PEDESTRIANISMO

A Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP)

define Pedestrianismo como a actividade desportiva de percorrer

distâncias a pé em caminhos tradicionais e de montanha, no meio

rural, nos interiores e nas faixas costeiras e às vezes, também, nos

parques de cidade, tornando-se uma prática desportiva acessível a

todos. Actualmente, os percursos pedestres são tidos como uma das

mais procuradas actividades recreativas na Natureza, podendo

inclusivamente funcionar como instrumentos de ordenamento se

estiverem correctamente definidos e geridos, pois evitam o uso

indiscriminado do território, reduzindo a entrada em áreas de maior

sensibilidade ambiental.

Considera-se, no entanto, que os percursos pedestres deverão

sempre ser valorizados tanto pela informação, como pela

interpretação ambiental.

Em definição, a informação ambiental é toda a informação que

pretende fornecer aos visitantes orientações úteis, tais como: onde ir,

como chegar, códigos de conduta, entre outros. Já a interpretação

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RELATÓRIO 6

ambiental diz respeito à actividade que permite ao visitante o

conhecimento global do património natural e cultural do local visitado,

nomeadamente, flora, fauna (e respectivos habitats), formações

geológicas, património edificado, costumes e tradições das

populações.

Em Portugal existe já um grande número de percursos pedestres

homologados pela FCMP, que vão desde pequenas a grandes rotas,

dentro de áreas classificadas ou fora, sendo que a Grande Rota da

Rede Natura do Oeste é a xxxx grande rota do continente nacional,

atravessando totalmente os municípios de Torres Vedras e Lourinhã e

parte do de Peniche, sempre junto à costa.

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RELATÓRIO 7

OS MUNICÍPIOS

Os três municípios que juntaram vontades para conseguirem oferecer

esta Grande Rota aos seus munícipes e a todos quantos queiram

conhecer os encantos destas terras envolvidas pelo profundo azul do

mar, são municípios que procuram estar na vanguarda da oferta

turística sustentável e de qualidade.

Este percurso transversal aos três concelhos pretende servir de ponte

entre as mais-valias de cada um, dando um novo alento à noção de

partilha e de boa vizinhança que na verdade só beneficia os

visitantes, aqueles que amam a partilha com a Natureza e os que

procuram saber mais sobre as realidades passadas e presentes das

comunidades locais.

Mas sendo certo que a Grande Rota da Rede Natura do Oeste

funciona como elemento aglutinador e integrador, não é menos

importante que cada Município se distingue dos restantes por uma

identidade própria, que se traduz nos factores diferenciadores e que,

valendo por si só, são apesar de tudo muito mais valiosos quando em

conjunto criam a base de algo maior. Ganha a região oeste, ganha

quem se dedica a melhorar as condições de vida de quem vive nestas

terras, ganham os visitantes... Ganhamos todos.

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RELATÓRIO 8

Em jeito de enquadramento falamos agora resumidamente de cada

um destes Municípios que ousaram unir esforços em prol do bem

comum – Torres Vedras, Lourinhã e Peniche.

TORRES VEDRAS

Dos três concelhos, Torres Vedras é o que se localiza

geograficamente mais a sul.

Sede de concelho com 20 freguesias e 410 km2 de área total, foi

elevada a cidade em 1979, tendo hoje uma população de 80 000

pessoas.

Torres Vedras é um concelho dinâmico e pró-activo. Empenha-se em

mostrar a quem o visita que é dono de património natural de beleza

entusiasmante, pontuado por elementos histórico-culturais que

enriquecem e coroam de interesse as paisagens magníficas que o

caracterizam. Dele levam-se, gravadas na memória, recordações das

suas praias emblemáticas, de qualidade superior, das vinhas a perder

de vista com reminiscência à época da colonização romana, e dos

saborosos pastéis de feijão, nascidos no séc. XIX das mãos da D.

Joaquina e trazidos até aos dias de hoje para se assumirem

universalmente como o doce típico de Torres Vedras.

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RELATÓRIO 9

Para a Grande Rota da Rede Natura do Oeste, este município

contribui com uma pequena parte (2%) do SIC da Rede Natura 2000

Sintra/ Cascais e com 9% do SIC Peniche/ Santa Cruz, cujo limite sul

se localiza em Santa Cruz. Ao longo dos seus mais de 20 km de

costa oferece-nos praias aconchegadas entre falésias e outras com

extensos areais, chaminés vulcânicas que rompem os estratos

jurássicos e leixões emblemáticos que representam toda a região. À

geologia alia-se a ecologia, pela avifauna marinha e limícola, pela

avifauna que caracteriza as zonas agrícolas, tipicamente de

policultura, e ainda pelas falésias precedidas por arenitos

consolidados onde o interesse botânico é digno de nota pelos

endemismos que estas sustentam.

Esta tela natural é ainda colorida por inúmeros elementos

patrimoniais e culturais que, inseridos na Grande Rota ou fora dela,

merecem sem dúvida uma visita, de entre os quais se salientam a

Ermida de Santa Helena, em Santa Cruz, o Convento de Penafirme,

perto da Praia de Santa Rita, o Castelo Medieval e as Termas do

Vimeiro.

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RELATÓRIO 10

LOURINHÃ

O concelho da Lourinhã encaixa-se perfeitamente nos seus dois

parceiros de Grande Rota, encostando a Torres Vedras a sul e a

Peniche a norte e integrando 8% da área total do SIC Peniche/ Santa

Cruz.

Com uma área concelhia de 146 km2 distribuída por 11 freguesias e

23 000 habitantes é um município orgulhoso das suas valorosas

raízes, pois, em tempos de reconquista, as suas terras terão servido

como prémio oferecido por D. Afonso Henriques a D. Jordan pelos

serviços prestados na conquista de Lisboa aos mouros.

Hoje, como concelho moderno e apostado no conhecimento dos

munícipes e de todos quanto o visitam, é reconhecido o esforço no

sentido do desenvolvimento de infra-estruturas que facilitem o acesso

a esse conhecimento principalmente no que respeita a dois temas ex-

libris da Lourinhã: os dinossauros e a Batalha do Vimeiro.

Não se pense que é por acaso que a Lourinhã foi apelidada de

“Capital dos Dinossauros”. Anos de trabalho de campo têm revelado

um espólio único no que concerne ao mundo da paleontologia,

trazendo à luz da ciência exemplares de animais únicos no mundo

que, da sua cama de pedra nas arribas junto à costa, passaram a

estar expostos no Museu da Lourinhã. Esta unidade museológica

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RELATÓRIO 11

possui a maior colecção ibérica de fósseis de dinossauros do

Jurássico Superior e uma das mais importantes a nível mundial, pelo

que este espólio, aliado ao que tem vindo a ser doado pela

população, se encontra organizado em quatro secções: Arqueologia,

Arte Sacra, Etnografia (maior espólio etnográfico da Região Oeste) e

Paleontologia.

Na Lourinhã, a costa estende-se por 12 km, ao longo dos quais têm

sido encontrados muitos destes espécimes de dinossauros. As suas

escarpas íngremes e características revelam uma estratificação

datada do mítico Jurássico Superior e ninguém se atreverá a

adivinhar o que nelas ainda haverá para descobrir. Sabe-se apenas

que de Porto Dinheiro, da Peralta e de Paimogo saíram já alguns dos

mais fantásticos fósseis do nosso país, sendo certo que muito haverá

ainda por desvendar por entre as camadas tão características desta

zona costeira.

Sobre a Batalha do Vimeiro ter-se-á uma visão mais precisa, mas

nem por isso menos interessante, não tivesse sido nela que as até

então invencíveis tropas napoleónicas saíram cabalmente derrotadas.

Aconteceu no longínquo Agosto de 1808 sob o comando de Arthur

Wellesley, que assim levou de vencida o general Junot.

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RELATÓRIO 12

Para a Grande Rota da Rede Natura do Oeste, tendo em conta que

toda a zona costeira da Lourinhã se insere no SIC Peniche/ Santa

Cruz, as contribuições são muito variadas. Desde praias com águas

cristalinas e apetecíveis, a cordões dunares bem representados e

falésias das quais se vislumbra o mar a perder de vista, poucos serão

os que poderão dizer que este não é um bom passeio para se fazer.

PENICHE

Peniche vive para os seus habitantes. A energia que emana de todas

as actividades para eles organizadas é vibrante e contagiosa,

entranhando-se e promovendo o bem-estar de quem lá mora e de

quem está de passagem. De facto, é sobejamente conhecido o apelo

destas terras que, em larga escala, atraem todos quanto buscam

belas praias, o cheiro a maresia, curas para o reumatismo ou

simplesmente o saborear de um belo peixe acabadinho de pescar.

O concelho de Peniche abrange uma área de 77,7 km2 distribuída por

seis freguesias. Com uma população de cerca de 28 000 habitantes é

largamente conhecido pelas suas artes, das quais as mais

reconhecidas, cá dentro e lá fora, são as extremosas rendas de bilros.

Da sua particular geomorfologia tombolar, cuja costa é entrecortada

por pequenas enseadas misteriosas, vem-nos à memória os usos

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RELATÓRIO 13

ancestrais que esta península terá assumido, desde a época romana,

enquanto charneira de trocas comercias inter-regionais, que

favorecia, para dar um exemplo, o comércio de conservas de peixe

lusas e do vinho andaluz.

As suas águas cor de esmeralda estendem-se desde o Cabo

Carvoeiro ao arquipélago das Berlengas numa extensão de 11

milhas, um mar testemunha de naufrágios, pai de histórias menos

felizes, como terá sido a dos não chegados Amigos de Peniche, e de

proezas épicas perpetradas por todos quanto ousavam e ainda

ousam cruzá-lo em dias de tempestade.

Da História para o que de melhor a Natureza tem, é em Peniche que

a Grande Rota da Rede Natura acompanha um dos seus maiores

cordões dunares junto à Consolação. Ao percorrer o seu trajecto,

neste município que incorpora 13% da área total do SIC Peniche/

Santa Cruz, poderá ainda observar os mais extensos campos de

lapiás existentes a nível nacional, localizados na zona do Carvoeiro e

ainda, na Consolação, de uma das áreas mais utilizadas para o

estudo do Jurássico Superior no nosso país, repleta de fósseis

facilmente visíveis.

No que respeita ao património construído, Peniche possui um rico

espólio, de onde se destacam ao monumentos classificados como

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RELATÓRIO 14

Monumento Nacional, de que são exemplo a incontornável Fortaleza

de Peniche (XVI), com típica traça em estrela, a Fortaleza Militar da

Consolação, a Igreja de S. Leonardo em Atouguia da Baleia e o Forte

de S. João Baptista na Berlenga, com os arcos que o ligam à ilha.

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RELATÓRIO 15

A GRANDE ROTA DA REDE NATURA DO OESTE

A Grande Rota da Rede Natura do Oeste, sendo uma rota linear,

pode ser realizada de Sul para Norte, com início na Praia da Assenta

em Torres Vedras, ou de Norte para Sul, com início no Cabo

Carvoeiro, em Peniche. Percorrendo toda a costa do município de

Torres Vedras, esta Rota estende-se para a Lourinhã, atravessando

igualmente este município até chegar a Peniche, onde, com vista para

o arquipélago das Berlengas, termina junto ao Farol do Cabo

Carvoeiro.

A designação de Grande Rota da Rede Natura do Oeste foi-lhe

atribuída por esta representar um caminho de aventura ao longo de

66 km de costa, atravessando o SIC da Rede Natura 2000 Peniche/

Santa Cruz (na sua vertente terrestre, já que 66% se encontra em

área marinha) e ainda uma pequena parte do SIC Sintra/ Cascais,

que termina na zona sul do concelho de Torres Vedras.

Ao longo do percurso, inserido em dois dos 60 SIC classificados em

Portugal continental, o pedestrianista poderá conhecer sistemas

dunares de dimensão imponente, estruturas geológicas e

paleontológicas únicas com mais de 150 milhões de anos e inúmeras

formas de vida desde a avifauna até as espécies que habitam a zona

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RELATÓRIO 16

entre as marés. Poderá ainda conhecer mais profundamente os

costumes e tradições das populações e passar por locais que

testemunharam episódios históricos com grande importância para

Portugal. Tudo isto sempre acompanhado por magníficos moinhos,

pelo mar, quase sempre à vista, e ao fim da tarde, com a companhia

do pôr-do-sol.

Inserir Mapa e outras informações úteis

DESCRIÇÃO DA ROTA

Como já foi referido, a Grande Rota da Rede Natura do Oeste é uma

rota linear, pelo que pode optar por fazê-la em qualquer um dos

sentidos. No entanto, para efeitos de descrição da rota optou-se, sem

prejuízo do sentido contrário, por se realizar a descrição no sentido

sul – norte.

Desta forma a Grande Rota tem início na Praia da Assenta Sul, local

privilegiado para, durante a maré baixa observar a riqueza da zona

intertidal, seguindo posteriormente para a povoação de Assenta.

Chegados ao limite da povoação, descendo a Rua do Facho,

encontra um desvio para o Farol da Assenta, voltando depois atrás

para esta rua, onde continua a descer para o porto de pesca. Após

visitar estes dois locais, a rota volta ao mesmo cruzamento na

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RELATÓRIO 17

Assenta. A rota segue depois por caminhos agrícolas até Cambelas,

onde voltando a aproximar-se do mar, poderá apreciar a fabulosa

vista para a sua pequena praia. A partir de Cambelas, o mar

acompanhá-lo-á ao longo de todo o caminho até à Praia da Foz, onde

o Rio Sizandro encontra o mar e onde, de manhã cedo, ou ao fim do

dia, pode observar várias espécies de avifauna marinha e limícola.

Dizendo um “até já” à foz do Sizandro, enverede por caminhos

agrícolas, até encontrar e atravessar o Rio Sizandro, tomando depois

o caminho que o levará à Praia Azul, onde pode contemplar, de um

outro ângulo, a foz. Agora até Santa Cruz é um pulinho, sempre junto

ao mar (atenção que o estradão, apesar de não estar asfaltado, é

bastante utilizado por automóveis). Neste local, a Grande Rota

encontra a Rota do Atlântico (PR2) uma pequena rota do município

de Torres Vedras.

Chegado a Santa Cruz, não se apresse e dedique um pouco de

tempo a apreciar tudo o que esta localidade tem para oferecer: várias

praias que convidam a um mergulho, a recuperada Azenha de Santa

Cruz, a Ermida de Santa Helena e as varandinhas, a Riba Amarela, o

Penedo do Guincho, e, ao passar perto deste na maré alta, a Pedra

que Bole que “balança” ao sabor da ondulação.

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RELATÓRIO 18

Deixando Santa Cruz para trás, continue em direcção à Praia da

Mexilhoeira, novamente por caminhos junto ao mar, passando por

arribas de arenitos consolidados onde pode apreciar os mais variados

exemplares da flora característica das áreas litorais. Continuando o

caminho e passando pela Praia do Seixo, tomará a estrada para

Santa Rita, praia de extenso areal, onde poderá observar uma porção

de duna secundária do lado esquerdo e do lado direito a única porção

de duna terciária visível ao longo desta rota. É nesta duna que se

encontram as ruínas do Convento de Penafirme, cuja visita merece

que a rota sofra um pequeno desvio, a partir da estrada principal

(cruzamento à direita).

Retomando o percurso vai chegar a Porto Novo e assim passar a

pequena ponte sobre o Rio Alcabrichel, que aqui encontra o oceano.

Pare durante uns instantes para apreciar a beleza da praia encaixada

entre as arribas e, do lado Este, a beleza natural das escarpas da

Maceira e do pequeno vale que envolve o rio.

Seguindo sempre pela estrada, deixe o mar para trás e lance-se à

subida, com a companhia das escarpas do seu lado direito, até

encontrar um cruzamento com uma estrada de terra batida à

esquerda, por onde deve seguir, retomando os caminhos de

paisagens agrícolas.

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RELATÓRIO 19

Será esta a paisagem que o acompanhará até encontrar a estrada

nacional 247, já a chegar a Ribamar, e que marca o início do

concelho da Lourinhã e o fim dos aproximadamente 27 km do

concelho de Torres Vedras.

Após poucos metros, a rota segue para Oeste, voltando assim a

aproximar-se do mar em direcção à Praia do Valmitão. Depois de tirar

uns momentos para apreciar a praia e assim ganhar um novo fôlego

para a subida, parta em direcção a Porto Dinheiro. Mais uma vez

percorrendo caminhos rurais vai chegar à praia em cujas arribas

foram encontrados vários vestígios de dinossauros, entre eles uma

nova espécie à qual foi dado o nome de Dinheirosaurus

lourinhannensis.

Daí o caminho segue por entre culturas agrícolas e estufas, passando

paralelo a Porto de Barcas, e dirigindo-se à povoação de Atalaia de

Cima, a partir da qual se volta a aproximar do mar, em direcção à

Praia da Peralta. Esta encontra-se fortemente associada ao naufrágio

do Galeão S. Nicolau (séc. XVII), bem como à descoberta de fósseis

de um outro dinossauro, o Lourinhanosaurus antunesi. Da Peralta

prepare-se para mais uma subida, desta vez por um vale de

vegetação alta, que o irá conduzir à pequena aldeia de Montoito,

passando depois junto à povoação da Areia Branca em direcção ao

Seixal. Nesta zona, tome por breves momentos a EN 247 até ao

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RELATÓRIO 20

cruzamento para a Praia da Areia Branca, o qual deve tomar,

seguindo sempre até à Praia do Areal, local onde desagua o Rio

Grande.

Esta praia possui um sistema dunar relevante, onde pode ser

observada sobretudo vegetação da duna primária, sendo igualmente

aqui que poderá aceder ao painel que descreve a “Rota dos

Dinossauros” (PR1 da Lourinhã), com a qual esta Grande Rota

coincide nalguns locais.

Da Praia do Areal, siga sempre junto ao mar, desta feita ao longo da

Praia da Areia Branca, deixando-a para trás e enveredando por um

pequeno trilho que o levará até ao Forte de Nossa Senhora dos Anjos

de Paimogo, após o qual faltam menos de 700 metros para dizer

adeus aos cerca de 19 km que esta Grande Rota percorre no

concelho da Lourinhã.

Já no concelho de Peniche, a rota percorre novamente caminhos

agrícolas, testemunhos da importância desta actividade nas

economias dos municípios da Grande Rota, encaminhando-se para S.

Bernardino, onde sofre um desvio a fim de visitar mais esta praia de

grande beleza. Voltando a S. Bernardino vire à esquerda, tomando o

caminho para a Praia da Consolação, que segue paralelamente ao

mar.

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RELATÓRIO 21

Chegado à Consolação faça uma paragem para observar tudo o que

esta zona tem para lhe oferecer: estruturas geológicas singulares com

inúmeros fósseis, uma praia com um extenso areal do lado oposto, a

Igreja de Nossa Senhora da Consolação, e ainda o Forte de Nossa

Senhora da Consolação, parte constituinte da linha defensiva de

Peniche.

Saindo da Consolação, o caminho segue junto à duna de dimensões

imponentes, onde é possível observar diversas espécies

características da duna secundária. Este é o caminho que nos

acompanha até à Praia Supertubos, já na entrada de Peniche,

seguindo depois para a Praia do Molho Leste, onde atravessa o Rio

de S. Domingos.

Após a passagem do rio, o percurso entra na cidade de Peniche,

passando pelo seu parque urbano e respectivo circuito de

manutenção, e seguindo pela zona urbana, onde passa pelo Forte de

Peniche, antigo estabelecimento prisional do Estado Novo, até voltar

a sair da zona urbana a caminho do Cabo Carvoeiro.

No trajecto até ao cabo, começam a vislumbrar-se os campos de

lapiás que tão bem caracterizam este local, bem como pequenos

recantos nas falésias, onde se pode observar o mar cristalino. O

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RELATÓRIO 22

Cabo Carvoeiro, com o seu farol e a célebre Nau dos Corvos, marca

o fim desta aventura de 66 km.

ENQUADRAMENTO ECOLÓGICO

A Grande Rota da Rede Natura apesar de ter o seu extremo sul

integrado no SIC Sintra/ Cascais, tem a grande maioria do seu

trajecto integrado no SIC Peniche/ Santa Cruz, abrangendo uma

ampla faixa costeira, que se caracteriza pela alternância entre

sistemas dunares e falésias. As comunidades vegetais de ambos os

sistemas encontram-se em bom estado de conservação e

apresentam na sua maioria elencos florísticos relevantes, que incluem

numerosos endemismos lusitanos como Limonium dodartii spp.

lusitanicum e Limonium multiflorum, para além dos raros tojais e

urzais-tojais dominados por Ulex jussiaei spp. congestus. O sistema

dunar é essencialmente formado por dunas brancas e cinzentas,

dominadas pelo endemismo lusitano Armeria welwitschii, tojais sobre

areias, com ericáceas ou cistáceas, areias com matagais de zimbro e

matos dominados por arbustos espinhosos.

Estão descritos os seguintes habitats prioritários para a zona que

integra a Grande Rota da Rede Natura do Oeste: dunas fixas com

vegetação herbácea (dunas cinzentas), dunas fixas descalcificadas

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RELATÓRIO 23

atlânticas (Calluno-Ulicetea), dunas litorais com Juniperus spp.,

charnecas húmidas atlânticas temperadas de Erica ciliaris e Erica

tetralix, prados rupícolas calcários ou basófilos da Alysso-Sedion albi

e subestepes de gramíneas e anuais da Thero-Brachypodietea.

Esta representa ainda uma óptima oportunidade para observação não

só da avifauna marinha, como é o caso do corvo-marinho-de-faces-

brancas (Phalacrocorax carbo) ou do guincho-comum (Larus

ridibundus), mas também limícola (rola-do-mar - Arenaria interpres –

ou borrelho-de-coleira-interrompida - Charadrius alexandrinus) e

terrestre (peneireiro-comum – Falco tinnunculus - ou a perdiz -

Alectoris rufa).

Intertidal

O SIC Peniche/ Santa Cruz estende-se mar adentro, onde está

representada metade da sua área total. Ora, é assim mais que justo,

falar-se do ambiente marinho que mais facilmente poderá ser

observado no percorrer a Grande Rota – a zona intertidal. Esta tem

características muito especiais e algumas das espécies que suporta

apenas se encontram neste ambiente e estão especialmente

adaptadas a nele viver.

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RELATÓRIO 24

A considerável biodiversidade da zona entre marés é afectada pelos

regimes de imersão e emersão periódicos que condicionam a

presença e organização destas comunidades, ao imporem um stress

aos organismos pela exposição prolongada ao ar durante os períodos

de emersão. Quando imersos, os seus problemas não se tornam mais

simples. Nessas condições, é preciso aguentar o impacto de ondas

que rebentam nas rochas e provocam correntes que movimentam

areias e outros sedimentos, com um efeito altamente abrasivo.

Da fauna e flora que compõem este ecossistema salientam-se a

anémona (Anemonia sulcata), o ouriço-do-mar (Paracentrotus lividus),

as algas vermelhas (Asparagopsis armata, Corallina elongata), as

algas verdes (Codium tomentosum) e as estrelas-do-mar (Asterias

rubens), para além das lapas (Patella sp.), dos mexilhões (Mytilus

galloprovincialis) e dos caranguejos (Carcinus maenas). Todas elas

poderão ser facilmente observáveis na Praia da Assenta Sul, na Praia

da Areia Branca ou na zona rochosa da Praia da Consolação.

Sistemas Dunares

A maioria dos sistemas dunares, que nesta Grande Rota existem nas

Praias Azul, de Santa Rita, da Areia Branca e da Consolação, é

constituída por zonas distintas: a ante-duna, a duna primária, o

espaço interdunar, a duna secundária e caso o sistema esteja bem

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RELATÓRIO 25

preservado, a duna terciária. Estas zonas distinguem-se, entre outros

aspectos, pelas diferentes espécies de flora que os ocupam, bem

como pela quantidade de matéria orgânica presente nos solos.

A ante-duna é a zona mais próxima da praia e quase não apresenta

vegetação, podendo no entanto servir de habitat a espécies como o

estorno (Ammophila arenaria) ou os cordeirinhos-da-praia (Otanthus

maritimus).

Na duna primária (duna branca) ocorrem, para além das espécies

mencionadas na ante-duna, o cardo-marítimo (Eryngium maritimum),

a couve-das-praias (Calystegia soldanella), a morganheira-das-praias

(Euphorbia paralias), podendo ainda começar a surgir algumas

espécies do espaço interdunar como seja o narciso-das-areias

(Pancratium Maritimum).

Já a duna secundária (duna cinzenta) é mais rica em matéria

orgânica, o que permite o aparecimento de algumas espécies

arbustivas, mais exigentes a nível nutritivo. Algumas das espécies

características desta duna são a perpétua-das-areias (Helichrysum

italicum), o goivinho-da-praia (Malcolmia littorea), a luzerna-das-

praias (Medicago marina), a granza-marítima (Crucianella maritima) e

a camarinha (Corema album).

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RELATÓRIO 26

Nos locais onde o sistema dunar é mais complexo pode ainda surgir

uma duna terciária (duna castanha), onde começam a surgir espécies

com porte arbóreo juntamente com as espécies arbustivas. Alguns

dos exemplos de espécies que podem surgir nesta duna são o zimbro

(Juniperus turbinata) e os pinheiros manso (Pinus pinea) e bravo

(Pinus pinaster).

A preservação dos sistemas dunares tem sido alvo de preocupação

por parte dos três municípios, por ser conhecida de todos a

importância que estes possuem, não só pelo seu considerável valor

paisagístico e ecológico, mas também porque dificultam a erosão

costeira em épocas de tempestade e porque dificultam a invasão de

areia provocada pelo vento. No entanto, estas mais-valias só o são

realmente se se conseguir manter o equilíbrio dinâmico das dunas,

equilíbrio que se consegue essencialmente pela estabilização do seu

coberto vegetal. Na sua maioria os sistemas dunares que se podem

observar na Grande Rota estão bem conservados e neles poder-se-

ão observar grande parte das espécies florísticas descritas para os

vários “níveis” da duna.

Fauna

As espécies faunísticas que ocupam os habitats característicos da

Grande Rota da Rede Natura do Oeste, para além das já descritas

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RELATÓRIO 27

para a zona intertidal, são na sua maioria relativamente fáceis de

observar em zonas específicas. O Rio Sizandro, por exemplo, é uma

zona interessante para a observação da avifauna, podendo observar-

se espécies como as esquivas petinhas-ribeirinhas (Anthus

spinoletta), no Outono e no Inverno, e outras mais comuns, como o

guincho-comum (Larus ridibundus), o corvo-marinho-de-faces-

brancas (Phalacrocorax carbo), com as suas asas abertas, a secar ao

vento, as espécies limícolas borrelho-de-coleira-interrompida

(Charadrius alexandrinus), maçarico-galego (Numenius phaeopus) e

rola-do-mar (Arenaria interpres). Também na foz do Rio Grande

poderão ser observadas algumas destas espécies.

Para o Rio Sizandro estão ainda descritas outras espécies: a lontra

(Lutra lutra) e o peixe ciprinídeo Rutilus macrolepidotus. Para garantir

a sua conservação foram definidas medidas de gestão específicas

para o rio, medidas de que são exemplo: a garantia da manutenção

do caudal ecológico, o condicionamento da construção de açudes em

zonas sensíveis e de intervenções nas margens e leito da linha de

água e, no caso específico do Rutilus macrolepidotus, o

condicionamento da pesca por artes ou métodos que revolvam o

fundo do rio.

As paisagens marcadamente agrícolas que o acompanharão ao longo

do percurso, irão presenteá-lo com um passeio bucólico onde não

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RELATÓRIO 28

será difícil observar espécies de fauna típica destes ambientes como

sejam, o coelho selvagem (Oryctolagus cuniculus), a raposa-vermelha

(Vulpes vulpes), a perdiz (Alectoris rufa), o peneireiro-comum (Falco

tinnunculus), facilmente identificável pela sua capacidade de planar

em busca de alimento, a poupa (Upupa epops), o picanço-real

(Lanius meridionalis), que tem por hábito espetar as suas presas nos

espinhos e no arame farpado como forma de armazenamento de

alimento e a gralha preta (Corvus corone), cujos gritos denunciam

facilmente a sua presença.

No Cabo Carvoeiro, em Peniche, junta-se às espécies de avifauna

observáveis, o pouco comum corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax

aristotelis) que, relativamente à espécie congénere, Phalacrocorax

carbo, não apresenta faces brancas, mas sim uma crista

imediatamente acima do bico. Ligeiramente a sul, junto ao Molho

Leste, poderão ainda observar-se pilritos-das-praias (Calidris alba) e

ocasionalmente pilritos-escuros (Calidris maritima), raros em Portugal.

ENQUADRAMENTO PALEOGEOGRÁFICO E

GEOLÓGICO

No que respeita à geologia, a Grande Rota insere-se na sua

totalidade na Bacia Sedimentar Meso-Cenozóica Lusitânica que, a

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RELATÓRIO 29

par com as bacias do Porto e do Algarve, formam o grupo das Bacias

Interiores do território nacional. Estas, assim como as Exteriores

(localizadas em águas profundas a Oeste e a Sul das primeiras),

surgiram por acção dos processos tectónicos que levaram à abertura

do Oceano Atlântico Norte há mais de 250 Ma, sendo que a

Lusitânica é a maior das bacias interiores portuguesas, estendendo-

se por uma área de cerca de 22 000 km2. A Bacia Lusitânica foi, a

partir da sua criação, sendo preenchida por materiais sedimentares,

principalmente rochas carbonatadas (calcários e margas) e detríticas

(exemplo das areias, grés, argilas e conglomerados) que favoreceram

o processo de fossilização de inúmeros organismos, desde

lamelibrânquios até aos famosos dinossauros.

Geologia e Paleontologia

Ao longo da Grande Rota da Rede Natura do Oeste, desde a Praia da

Assenta Sul até aos campos de lapiás do Cabo Carvoeiro, podem ser

observados diversos fenómenos geoestruturais como plataformas de

abrasão, filões, chaminés vulcânicas e ainda plataformas

compactadas de fósseis, em particular do lamelibrânquio Isognomon

lusitanicum.

Os materiais sedimentares que se foram depositando sobre camadas

mais antigas da chamada Bacia Lusitânica onde, como já foi referido,

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RELATÓRIO 30

se insere a Grande Rota, eram essencialmente rochas carbonatadas

ou detríticas como acontece no Penedo do Guincho e na Riba

Amarela, que são formados por areias, grés, argilas e

conglomerados.

O acervo de fósseis já encontrados na área envolvente à Grande

Rota vai desde invertebrados, plantas, peixes, crocodilos, dentes de

tubarão, crânio e vértebras de cetáceos até aos emblemáticos

dinossauros, que nos levam numa fantástica viagem de 450 Ma,

desde o Paleozóico até ao Cenozóico.

Efectivamente a zona entre a Consolação e S. Bernardino é uma das

principais áreas de estudo do período geológico Jurássico Superior

em Portugal, podendo encontrar-se registos de biostromas

(construções do tipo recifal da acumulação de esqueletos de corais e

outros organismos em disposição horizontal) de coral, bivalves,

gastrópodes e outros invertebrados.

Na Lourinhã, capital dos dinossauros por direito próprio, foram

descobertos diversos exemplares destes magníficos animais nas

arribas que se elevam entre a zona de Porto Dinheiro e de Paimogo.

Dois dos mais importantes exemplares identificados foram o

saurópode Dinheirosaurus lourinhannensis, descoberto em Porto

Dinheiro e o Lourinhanosaurus antunesi, considerado o dinossauro

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RELATÓRIO 31

mais emblemático da Lourinhã e que foi descoberto na Peralta. A

Grande Rota conduzi-lo-á pelos locais onde se realizaram estas e

outras descobertas únicas, nomeadamente do Lusotitan atalaiensis,

cujo esqueleto foi encontrado na Atalaia, e da zona de nidificação de

um terópode do Jurássico, descoberta em Paimogo e a cujos ovos

ainda se encontram associados alguns ossos de embriões. No

entanto, para poder ficar a conhecer as ossadas fossilizadas destes e

outros dinossauros deverá fazer uma visita ao Museu da Lourinhã,

onde lhe serão fornecidas todas as informações sobre os diferentes

exemplares de dinossauro.

Já no extremo norte da Grande Rota, no Cabo Carvoeiro, a relevância

a dar aos elementos geológicos tem que ser considerável.

Características desta zona são as falésias carbonatadas erodidas e

os campos de lapiás, formações típicas das geologias cársicas e que

no Cabo Carvoeiro assumem dimensões praticamente únicas em

Portugal. O seu elemento mais representativo será talvez a Nau dos

Corvos.

Ainda neste local, se o mar não estiver muito agitado, pode descer as

escadinhas até à Lage dos Pargos e apreciar uma sucessão de

estratos do Jurássico (205-135 milhões de anos).

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RELATÓRIO 32

PATRIMÓNIO CONSTRUÍDO E CULTURAL

Mas a Grande Rota da Rede Natura do Oeste não é rica apenas em

património natural. Efectivamente, este é em inúmeras situações

acompanhado por um vasto património construído e cultural que

contribui por si só para enriquecer esta Grande Rota.

De facto, desde as Termas dos Cucos, na margem direita do Rio

Sizandro, outrora reconhecidas a nível europeu como tendo das

melhores águas e lamas para o tratamento de reumatismo, gota,

artrite e afecções cutâneas, passando pela fortificação integrante das

Linhas de Torres, que se localiza perto da Praia Azul, até ao Farol do

Cabo Carvoeiro existem inúmeros elementos relevantes sobre os

quais importa dar informações.

Das Linhas de Torres (1810-1812), importante conjunto de linhas

fortificadas que, à época da Guerra Peninsular, visava a defesa de

Lisboa e seu porto, diante das tropas invasoras napoleónicas, há

ainda a dizer que correspondem a um sistema fortificado e complexo,

composto por 152 fortes e 628 bocas de fogo, que tinham o seu

coração no Forte de São Vicente, em Torres Vedras e que nasceram

da vontade do general inglês Arthur Wellesley, primeiro Duque de

Wellington e primeiro Marquês de Torres Vedras.

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RELATÓRIO 33

Já Santa Cruz, por exemplo, é amplamente conhecida pelo Penedo

do Guincho, mas para além dos atractivos naturais não são de

desprezar outros elementos patrimoniais de que são exemplo, as

varandinhas, a Azenha de Santa Cruz (classificada pelo IGESPAR) e

a Ermida de Santa Helena.

Mais a norte, Porto Novo foi o local onde ocorreu o desembarque das

tropas britânicas, que viriam a combater ao lado dos portugueses na

famosa Batalha do Vimeiro, em 1808, contra as tropas napoleónicas,

aquando da primeira invasão francesa. De facto, nesta praia

desembarcaram duas brigadas de tropas inglesas (as brigadas

Anstruther e Anckland), na véspera e na madrugada do dia da batalha

(20 e 21 de Agosto).

A brigada Anckland, juntamente com outras forças comandadas por

Wellesley, tomaram posição no planalto das Portelas, a sudoeste do

Vimeiro, situado já dentro dos limites da freguesia de A-dos-

Cunhados, na Lourinhã, abrindo assim caminho à derrota francesa.

Este é sem dúvida um local historicamente relevante, mas cuja

importância não se fica por aqui. Esta é ainda uma zona rica em

património cultural classificado, como é o caso das ruínas do

Convento de Penafirme, cujas primeiras referências documentais à

presença de eremitas datam de 1226, tendo no entanto, sido apenas

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RELATÓRIO 34

em 1638 que a construção do templo foi dada como terminada e

dedicada a Nossa Senhora da Assunção. A estrutura que ainda

permanece corresponde ao que resistiu à invasão das águas, por

altura do terramoto de 1755.

Também as grutas pré-históricas da Maceira, revelaram importante

espólio faunístico do Plistocénico e evidências de utilização antrópica,

tendo em algumas delas sido extraído um significativo espólio da

Idade do Bronze Final.

Na Lourinhã, mais propriamente em Porto Dinheiro, e se percorrer

esta Grande Rota por alturas de Agosto não deixe de ir à Festa do

Mar, manifestação etnográfica na qual o ponto alto é a tradicional

“vacada” na praia.

À Praia da Peralta, para além da descoberta do dinossauro

Lourinhanosaurus antunesi¸ está ainda associado um outro facto

histórico importante. Foi aqui que naufragou o Galeão São Nicolau,

navio guia de uma frota de treze navios comandado pelo General

Tristão de Mendonça em 1642. Este acontecimento foi de tal forma

importante que se encontra representado no brasão da freguesia da

Atalaia, mais especificamente representando um “galeão de negro

realçado de ouro, com mastreação de negro, destroçado e vestido de

vermelho, com os panos rasgados”.

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RELATÓRIO 35

Seguindo para norte, já a caminho do município de Peniche, chegará

a Paimogo, facilmente identificável pela presença do Forte de Nossa

Senhora dos Anjos de Paimogo, sobranceiro ao mar. Este forte,

classificado como Imóvel de Interesse Público, foi erguido a partir de

1674 com o objectivo de integrar a segunda linha de defesa da barra

do Rio Tejo, que se estendia da Praça-forte de Peniche até Cascais.

Chegado à Praia da Consolação poderá observar a zona rochosa que

atrai muitos visitantes graças à sua fama de poderes medicinais

devido à acumulação de iodo, favorável à cura do reumatismo.

No pequeno largo da península da Consolação poderá conhecer a

Igreja de Nossa Senhora da Consolação, construída nos finais do

século XVIII no lugar de uma antiga ermida e cuja nave é forrada com

painéis de azulejos com temas da vida de Nossa Senhora e ainda o

Forte de Nossa Senhora da Consolação (Monumento Nacional),

mandado construir em 1641 por D. João IV, que faz parte de uma

série de estruturas semelhantes de fortificação da linha costeira da

região de Peniche, fortemente implementada após a Restauração da

Independência.

Foi ainda neste local que, em 1589 desembarcaram as tropas

inglesas lideradas por D. António, Prior do Crato, na primeira tentativa

de restaurar a independência portuguesa, e ao qual ficou associada a

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RELATÓRIO 36

história dos “Amigos de Peniche”. Esta expressão, embora tenha uma

conotação menos positiva, de amigos desleais e desonestos, nada

tem a ver com as pessoas naturais de Peniche, povo de natureza

hospitaleira. Na verdade, durante o reinado do espanhol D. Filipe II

(rei de Espanha e I de Portugal), D. António, Prior do Crato,

pretendente à Coroa Portuguesa, após conseguir formar uma aliança

com Isabel Tudor, rainha de Inglaterra, desembarcou a 26 de Maio de

1589 na Praia da Consolação com uma armada de cerca de 20 000

ingleses comandados pelo general John Norris para, com ela, tentar

reivindicar os seus direitos. Segredava-se assim, em esperançosos

sussurros "Vêm aí os nossos amigos... Vêm aí os nossos amigos que

desembarcaram em Peniche!...".

Mas o exército invasor, e sem que o Prior do Crato tivesse força

suficiente para o evitar, avançava na maior das indisciplinas,

devastando e roubando as terras por onde passavam, até que,

chegados às portas de Lisboa, foram bombardeados pelos canhões

do Castelo de S. Jorge, levando os «salvadores» ingleses a retirar e

deixando os patriotas adeptos do Prior do Crato a perguntar-se que

era feito daqueles «Amigos de Peniche».

Apesar disso, e como um ilustre médico penichense bem fez notar a

um colega que lhe perguntou o que eram os "Amigos de Peniche",

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RELATÓRIO 37

estes não são mais do que “cáfila de patifes que eu tenho encontrado

por toda a parte, menos lá!...". Nada mais verdadeiro!

Ainda em Peniche e no que respeita a património construído, importa

referir o Forte ou Fortaleza de Peniche, mandado edificar por D. João

III em 1557 e concluída em 1645 por D. João IV. Neste Forte destaca-

se, para além da típica traça em estrela, o Baluarte Redondo -

primeira fortificação construída na península de Peniche - a Torre de

Vigia, e a capela de Santa Bárbara.

Este imóvel viu o seu espaço utilizado de forma diversa de acordo

com as necessidades e as vicissitudes históricas de cada época.

Assim, para além de ter sido utilizado como praça militar até 1897, foi

ainda abrigo de refugiados Boers provenientes da África do Sul no

início do séc. XX, residência de prisioneiros alemães e austríacos

durante a Primeira Guerra Mundial, prisão política do Estado Novo

entre 1934 e 1974, alojamento provisório de famílias portuguesas

chegadas das antigas colónias ultramarinas em 1974, e a partir de

1984 albergue do Museu Municipal.

Por fim o Cabo Carvoeiro, extremo desta Grande Rota, é um dos

pontos mais emblemáticos do município de Peniche e uma das

paisagens mais reconhecidas a nível nacional. Neste local,

testemunha de numerosos naufrágios ao longo da história, podem

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RELATÓRIO 38

observar-se estruturas geológicas únicas, ver os pescadores que

costumam ocupar as falésias e contemplar o mar até às Berlengas

O farol deste cabo é um dos seis faróis mandados construir por um

Alvará pombalino de 1 de Fevereiro de 1758, que criou o serviço de

faróis em Portugal, sendo assim um dos mais antigos ainda em

funcionamento.

Este farol é constituído por uma torre quadrangular, em alvenaria,

estando localizado 57 metros acima do nível do mar e tendo 27

metros de altura. A luz deste farol tem um alcance de 15 milhas

náuticas (aproximadamente 28 km).

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RELATÓRIO 39

PARA ALÉM DA GRANDE ROTA

OUTROS ELEMENTOS RELEVANTES

Torres Vedras

O Castelo Medieval embora tenha sido edificado primitivamente pelos

Alanos ou Godos terá sido reedificado pelos Muçulmanos e

posteriormente tomado em 1148 por D. Afonso Henriques, vindo

posteriormente a integrar as Linhas de Torres em 1810 a par com o

Forte de S. Vicente. Este era um dos pontos mais fortificados desta

linha defensiva contendo 39 bocas de fogo e capacidade para 2 000

homens. Há ainda a referir diversas monumentos religiosos de

referência como a Igreja de Stª Maria do Castelo, a Igreja de S. Pedro

e ainda o Convento do Varatojo, todos Monumentos Nacionais e

outros elementos relevantes como o Chafariz dos Canos considerado

a mais característica construção de Torres Vedras.

Torres Vedras é ainda terra de águas miraculosas. A elas recorreram

rainhas e infantas em busca de cura para os seus males sendo que

hoje, ainda se pode usufruir dos seus poderes curativos nas Termas

do Vimeiro. Existem ainda as Termas dos Cucos que, embora

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RELATÓRIO 40

presentemente encerradas merecem uma visita que nos transporta no

tempo para o séc. XIX, anos de charme e de glamour, dos Challets,

do Buvette e do Casino.

Lourinhã

Apesar de marcadamente presentes ao longo de toda a Grande Rota

é na Lourinhã que os moinhos de vento estão mais marcadamente

presentes. De facto, o moleiro é uma das profissões mais

emblemáticas deste município e de toda a zona Oeste. No concelho

ainda existem vários moinhos visitáveis que se encontram em

funcionamento, nomeadamente um conjunto recém restaurado

localizado na vila da Moita dos Ferreiros designados por “Moinhos da

Pinhoa”.

No que respeita à arquitectura religiosa existem dois monumentos

classificados como Monumento Nacional: a Igreja do Castelo, cuja

actual configuração gótica data, à partida, de uma reconstrução

trecentista, e a Igreja e Convento de Stº António, que pertenceu à

Ordem Franciscana, e que terá sido fundado em 1598.

Na Lourinhã e no seguimento do referido anteriormente sobre a

Batalha do Vimeiro, existe ainda no local onde foi travada a

importante batalha um monumento comemorativo inaugurado no dia

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RELATÓRIO 41

em que se comemorava o primeiro centenário do evento, na presença

de D. Manuel II. Com cerca de 4,5m de altura, simboliza o

agradecimento dos valorosos serviços prestados pelas tropas

Inglesas na referida batalha. Executado por artistas nacionais, o

monumento evocativo da Batalha do Vimeiro está classificado como

Imóvel de Interesse Público.

Peniche

Em Peniche, fora do traçado da Grande Rota não deixe de visitar a

Papôa, a norte do Cabo Carvoeiro, pequena península ligada a terra

por um estreito istmo, que representa um limite estratigráfico entre

diferentes formações rochosas e onde, para além de paisagens

deslumbrantes poderá visitar uma brecha vulcânica; e ainda as

Berlengas, Reserva Natural, que serve de habitat a espécies

florísticas e faunísticas únicas no mundo.

No que respeita ao património construído é de referir a Fonte do

Rosário (XVI ou XVII) que dava de beber a esta zona altamente

deficitária em água, bem como as Igrejas de S. Pedro (XVI) e da

Misericórdia (XVII), em Peniche, e as de S. Leonardo (XII) e da Nossa

Srª da Conceição em Atouguia da Baleia, sendo que de todas a da S.

Leonardo é a mais relevante do concelho por ser classificada como

Monumento Nacional. É ainda de salientar o Santuário da Nossa Srª

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RELATÓRIO 42

dos Remédios, sobranceiro ao mar e o Forte de S. João Baptista na

Berlenga (igualmente Monumento Nacional conjuntamente com os

arcos que o ligam à ilha).

RESTAURAÇÃO E ALOJAMENTO

CONTACTOS ÚTEIS