Globo em pauta primeira edição

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GLOBO EM PAUTA PROJETO LEVA OPORTUNIDADE AO ENSINO PÚBLICO DO DF A LIBERDADE DOS DELEGADOS Estudantes da rede pública poderão participar de simulação das nações unidas por meio do projeto SiNUS Social Temas polêmicos fazem com que as reuniões sejam fechadas TALITA RODRIGUES E LORENA RODRIGUES Brasília, 30 de abril de 2014. Ano I, 1ª edição Uma das vertentes da Simulação das Nações Unidas para Secundar- istas (SiNUS), é a SiNUS Social. Essa é a parte do projeto que se preocupa com a responsabilidade social. O objetivo é pro- porcionar a experiência de viver discussões de fóruns mundiais para estudantes da rede pública do Distrito Fed- eral (DF). Para possibilitar o conhecimento mais aprofundado sobre o âmbito das simulações e das organizações in- ternacionais, os alunos da SiNUS Social re- cebem aulas semanais ministradas por alunos da Universidade de Brasília (UnB), nos meses que antecedem os dias do evento. As responsáveis pelo projeto durante a edição deste ano são as univer- sitárias Thalita Ido e Maria Paula Ribeiro. “O intuito das aulas prepa- ratórias do projeto so- cial é abordar assuntos que normalmente não são discutidos nas es- colas públicas. Durante as aulas os alunos têm a oportunidade de co- nhecer um pouco mais a respeito das regras de simulação e cultura de modelo, que já está presente em muitas es- colas particulares”, ex- plicou Maria Paula ao ser questionada sobre a preparação da proposta. As aulas de prepa- ração ocorrem nos colé- gios dos estudantes par- ticipantes, são gratuitas e possuem diversos assuntos que estão liga- dos aos temas dos comi- tês e outras questões da agenda internacional, incluindo temas como direitos humanos, economia e meio am- biente. As aulas têm como importância fa- vorecer a formação de um pensamento crítico, além de desenvolver as capacidades de comu- nicação, interação com o público e negociação dos alunos. Logo do Projeto SiNUS Social GABRIEL MARTINS Na 13ª edição da Si- NUS, dois comitês têm destaque especial: o Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC), que discute os conflitos no Saara Oci- dental, e a Assembleia Geral da União Afri- cana (AU), cujo tema é “Acesso dos Pobres à Justiça”. Além disso, ambos são fechados à imprensa. Os comitês são fechados para per- mitir maior liberdade às delegações. Sobre o assunto, Hugo Padil- ha, o diretor do UNSC, afirmou: “os delegados optaram pela ausência de imprensa, pois pref- erem ambiente mais livre para expor pontos de vista políticos. Con- tudo, não há censura, e conferências de im- prensa são muitíssimo bem vindas”. Nesta reunião, a AU terá como objetivo dis- cutir a importância da ampliação do acesso à justiça pela população de baixa renda, e quais medidas os governos participantes da União Africana podem tomar nos respectivos países para melhorar a situ- ação. Os delegados do comitê representam, em maioria, países af- ricanos; mas rep- resentes de outras regiões, como a dele- gação do Marrocos. O UNSC aborda con- flitos já pautados em reunião no ano de 1991. A nova conferência foi convocada para ratificar os mandatos firmados anteriormente, além de discutir a situação no novo contexto da Pri- mavera Árabe. A busca por soluções pacíficas e humanitárias é alme- jada. O conselho tem cinco países perma- nentes (Rússia, China, Reino Unido, França e Estados Unidos) e dez rotativos, escolhidos de acordo com partic- ipação política e rele- vância. 1

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GLOBO EM PAUTAPROJETO LEVA OPORTUNIDADE AO ENSINO

PÚBLICO DO DF

A LIBERDADE DOS DELEGADOS

Estudantes da rede pública poderão participar de simulação das nações unidas por meio do projeto SiNUS Social

Temas polêmicos fazem com que as reuniões sejam fechadas

TALITA RODRIGUES E LORENA RODRIGUES

Brasília, 30 de abril de 2014. Ano I, 1ª edição

Uma das vertentes da Simulação das Nações Unidas para Secundar-istas (SiNUS), é a SiNUS Social. Essa é a parte do projeto que se preocupa com a responsabilidade social. O objetivo é pro-porcionar a experiência de viver discussões de fóruns mundiais para estudantes da rede pública do Distrito Fed-eral (DF).

Para possibilitar o conhecimento mais aprofundado sobre o âmbito das simulações e das organizações in-ternacionais, os alunos

da SiNUS Social re-cebem aulas semanais ministradas por alunos da Universidade de Brasília (UnB), nos meses que antecedem os dias do evento.

As responsáveis pelo projeto durante a edição

deste ano são as univer-sitárias Thalita Ido e Maria Paula Ribeiro. “O intuito das aulas prepa-ratórias do projeto so-cial é abordar assuntos que normalmente não são discutidos nas es-colas públicas. Durante

as aulas os alunos têm a oportunidade de co-nhecer um pouco mais a respeito das regras de simulação e cultura de modelo, que já está presente em muitas es-colas particulares”, ex-plicou Maria Paula ao

ser questionada sobre a preparação da proposta.

As aulas de prepa-ração ocorrem nos colé-gios dos estudantes par-ticipantes, são gratuitas e possuem diversos assuntos que estão liga-dos aos temas dos comi-tês e outras questões da agenda internacional, incluindo temas como direitos humanos, economia e meio am-biente. As aulas têm como importância fa-vorecer a formação de um pensamento crítico, além de desenvolver as capacidades de comu-nicação, interação com o público e negociação dos alunos.

Logo do Projeto SiNUS Social

GABRIEL MARTINS

Na 13ª edição da Si-NUS, dois comitês têm destaque especial: o Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC), que discute os confl itos no Saara Oci-dental, e a Assembleia Geral da União Afri-cana (AU), cujo tema é “Acesso dos Pobres à Justiça”. Além disso, ambos são fechados à

imprensa. Os comitês são

fechados para per-mitir maior liberdade às delegações. Sobre o assunto, Hugo Padil-ha, o diretor do UNSC, afi rmou: “os delegados optaram pela ausência de imprensa, pois pref-erem ambiente mais livre para expor pontos de vista políticos. Con-tudo, não há censura, e conferências de im-

prensa são muitíssimo bem vindas”.

Nesta reunião, a AU terá como objetivo dis-cutir a importância da ampliação do acesso à justiça pela população de baixa renda, e quais medidas os governos participantes da União Africana podem tomar nos respectivos países para melhorar a situ-ação. Os delegados do comitê representam,

em maioria, países af-ricanos; mas há rep-resentes de outras regiões, como a dele-gação do Marrocos.

O UNSC aborda con-fl itos já pautados em reunião no ano de 1991. A nova conferência foi convocada para ratifi car os mandatos fi rmados anteriormente, além de discutir a situação no novo contexto da Pri-mavera Árabe. A busca

por soluções pacífi cas e humanitárias é alme-jada. O conselho tem cinco países perma-nentes (Rússia, China, Reino Unido, França e Estados Unidos) e dez rotativos, escolhidos de acordo com partic-ipação política e rele-vância.

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EditorialAs horas de estudos, arrumação das malas, projetos sociais, os ajustes, os bastidores e todos os assuntos em torno da preparação

e o envolvimento dos delegados e diretores nos dias que antecederam a simulação foram o foco dos jornalistas para esta primeira edição. Para essa estreia, a Agência de Comunicação (AC) quis apresentar todo o esforço necessário para construir um grande evento.

A experiência de simular a rotina de produção jornalística fornece aos secundaristas uma das melhores oportunidades de entender a profi ssão. AC dá boas vindas aos futuros jornalistas e espera que tenhamos uma SiNUS inesquecível.

EXPEDIENTEChefe de redação Iasminny � ábata

Editora-chefe Kelsiane Nunes

DiagramadoraBeatriz Queiroz

Editores Ana Carolina Fonseca, Bruna dos Reis, Bruna Furlani, Beatriz Que-iroz, Ivana Santos, Pedro de Souza, Sthefanny Loredo, � aísa Oliveira

Repórteres Ana Luisa Araújo, Ana Luiza Sampaio, Gabriel Martins, Giulia Marcelino, Henrique Bacellar, Jean Cristian Miranda, Jordana Pains, Letícia Cunha, Lorena Silva, Lualã Silva Carvalho, Lucas Lage, Luíza de Santana, Mariana Bitencourt, Mariana de Saad, Talita Rodrigues, � iago Coelho

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HORA DE AGIRDepois de meses de dedicação, os participantes da SINUS contam os

preparos e expectativas para a edição de 2014

A chegada de um evento grandioso como a SINUS é motivo para muita expectativa entre os participantes. São se-manas de estudos sobre o comitê e muito tempo gasto na organização de cada detalhe da simu-lação. E agora, nesta quarta-feira (30/04), toda essa dedicação será convertida em um grandioso evento diplomático. Conheça

THIAGO COELHO E JORDANA PAINS

a seguir como estão as preparações e as expec-tativas tanto dos alunos como dos organiza-dores.

Giovanna Milanez, 16 anos, e Pedro Hen-rique Motta, idem, ambos estudantes do Colégio Mackenzie, contam que se prepa-raram a partir de uma intensa pesquisa e lei-tura sobre atualidades. “Eu procuro entender melhor os objetivos do país que represento, e também pesquiso em

sites de instituições não governamentais.”, con-ta Giovanna. Quanto às expectativas, Pedro acredita que a SiNUS ainda o ajudará na es-colha profissional. Já David Guzzo, 17, alu-no do Colégio de Apli-cação da UFV, acredita que o evento contribui para o formação dos alunos envolvidos. “as simulações do ambi-ente diplomático pro-movem a humanização dos alunos de ensino médio”, afirma.

ESTADOS E DIREITOS HUMANOS, QUAL INTERVENÇÃO?

Comitês debatem legitimidade das interferências estataisANA LUIZA SAMPAIO, LETÍCIA CUNHA E MARIANA BITENCOURT

#CaiuNaRede @itsnatgnTô planejando fazer

umas maquiagens indi-anas na Sinus

@justinwolfsComecei a estudar

pra sinus pela ONU e amanhã já tenho que saber tudo do meu comitê também

@mauriciiocosta#Sinus2014 VAI SER

LOOUCO!

@opgabriel8 dias e contando...

#bsb #sinus

Nessa SiNUS, o Conselho dos Direitos Humanos (CDH) e o Conselho dos Minis-tros da União Europeia (CMUE) irão discutir sobre como o Estado pode interferir na liber-dade dos indivíduos. Acerca da participação dos delegados, César Macêdo, diretor do CDH, declarou que “a

maior dificuldade será encontrar argumentos para convencer os de-mais de que respeitar os Direitos Humanos não implica em mudar a cultura local ou se submeter à cultura do outro”.

Questões como as in-tervenções estatais so-bre a vida dos cidadãos, dando ênfase para as

leis anti-homossexu-alidade e anti-aborto, serão uma das polêmi-cas tratadas pelo CDH. Para César, a importân-cia de se discutir isso é o fato de que essas leis entram em conflito com princípios básicos da Declaração dos Direitos Humanos.

Já o CMUE debaterá sobre até onde o Esta-do poderá intervir na liberdade religiosa e nos direitos culturais

dos indivíduos. O prin-cipal assunto tratado será a intolerância aos costumes islâmicos, um tema altamente polêmica no contexto europeu. Espera-se que os membros do Con-selho exponham suas opiniões, de forma que os costumes de cada re-ligião não sejam afeta-dos negativamente por outros grupos sociais.

Dentro desse de-bate, “os alunos terão a

oportunidade de desen-volver o senso critico, o poder de persuasão e a maturidade”, aponta César. Apesar de mui-tas vezes algo distante para alunos do Ensino Médio, a participação nessas discussões é es-sencial na formação de cidadãos pensantes e atuantes no cenário político-social brasile-iro.

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Por meio do Twitter, delegados demonstram a empolgação para esta edição da SiNUS. A ansiedade é tão grande que há até contagem regressiva para o início da Simulação. Tweets lembrando aos outros estudantes as datas, elaborações de visuais característicos e dedicação aos estudos na preparação para os debates nos comitês. Vamos conferir?

LUALÃ SILVA CARVALHO E JEAN CRISTIAN MIRANDA

Não só os delegados estão ansiosos para o evento. A estudante de Relações Internaciona-is, Christiane Najar, 21, conta que estar no pos-to de Diretora da AIEA é muito gratificante. “É ao mesmo tempo uma experiência muito prazerosa e recompen-sadora”, afirma. Ainda segundo ela, é mui-to bom perceber uma resposta positiva dos delegados ao trabalho realizado. A assistente do comitê, Ana Paula

Borges, 19, acredita que o evento será inesquec-ível. “Espero que no último dia possa olhar para traz e dizer que aqueles foram os mel-hores 5 dias do ano!”, conta.

As expectativas abrem agora espaço para a prática. É hora de começar os trabalhos, a SINUS é realidade e ninguém quer ficar de fora.

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O DESAFIO DOS GRANDESComitês fechados criam suspense entre delegados

ANA LUISA ARAÚJO

A 13ª edição da Sinus conta com dois comi-tês fechados, o Consel-ho de Segurança das Nações Unidas (UNSC) e a Assembleia Ger-al da União Africana (AU), ambos em inglês. Delegados questionam a situação, pois a aus-ência dos jornalistas da

POLUIÇÃO MARINHA É FOCO DE COMITÊ INTERNACIONAL

São esperados projetos e diretrizes que ajudem a minimizar as consequências

da poluição marinha

GIULIA MARCELINO E HENRIQUE BACELLAR

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNU-MA) terá como foco das discussões a polu-ição marinha. Após a divulgação do despejo ilegal de lixo tóxico na costa da Somália, as ex-pectativas são de que o assunto seja tratado de forma mais criteriosa. Por meio de acordos in-ternacionais, o PNUMA busca alertar contra as ameaças à natureza que afetarão não apenas gerações futuras, mas a qualidade de vida atual.

A produção de energia, tema do Banco Mundial, está direta-mente ligado à questão ambiental. Os diretores de ambos comitês de-ram foco à importân-

cia do setor energéti-co no mundo atual. É necessário conseguir conciliá-lo ao meio ambiente, evitando a deposição de resíduos de materiais tóxicos e resíduos de materiais nucleares em locais que possam afetar a vida animal, o derramamen-to de petróleo em mar aberto e a formação das “ilhas de lixo”.

“Tenho ex-pectativa de que con-seguiremos alcançar excelentes objetivos no âmbito de melhorar a matriz energética in-ternacional”, declarou Rafael Martins, repre-sentante do Reino Uni-do no BM. O delegado do Reino Unido no PNUMA, Davi Mendes, acredita que “medi-das efetivas e rápidas precisam ser tomadas

para minimizar os prob-lemas. Ações a longo prazo, para evitar danos futuros, são essenciais.”

Com expecta-tivas dos diretores e del-egados que participarão dos comitês, o PNUMA e o BM reservam para o ano de 2014 grandes mudanças nos setores ambiental e energético. A discussão de diretriz-es para serem coloca-das em prática trarão respostas futuras e vão influenciar economico, politico e socialmente a todos os países.

CPCJC E AS AÇÕES POLICIAIS

Violência em manifestações civis inspira discussão

LUCAS LAGE, MARIANA DE SAAD, LUÍZA DE SANTANA

Comissão para Pre-venção ao Crime e Justiça Criminal (CP-CJC) na SiNUS, deste ano, terá como tema o papel da polícia no Es-tado e os reflexos das ações na sociedade. Com a temática intit-ulada:“O papel de en-tidades privadas em missão de paz”, o comi-tê abordará a vivência de situações em que o abuso de poder torna-se extremo, o que provoca a obstrução de leis e o desrespeito aos direitos humanos. A proposta ainda buscará debater sobre as instituições e mostrar a relevância que possuem para a se-gurança internacional e o uso de forças militares privadas.

Os delegados de-verão discutir e chegar a um consenso para atingir os objetivos es-

perados pelo comitê. A comissão planeja tratar de tópicos como, por exemplo, a utilização da violência, desres-peito aos direitos dos cidadãos, promoção de leis, justiça e cidadania através ação policial. Além disso, abordará a possibilidade de hu-manização sem a per-da da efetividade e respeito aos direitos humanos.

A CPCJC foi criada em 1991 e está den-tro de umas das áreas de atuação do UN-ODC (escritório das Nações Unidas contra as drogas e o crime). O comitê tem como principais finalidades a resolução de questões relacionadas à justiça criminal, desenvolvi-mento de estratégias, formulação de políticas e recomendações para melhoria da segurança pública e prevenção ao terrorismo.

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Agência de Comuni-cação (AC) nas sessões gera suspense.

As sessões de ambos comitês são fechados devido ao caráter dos problemas debatidos. Matheus Bastos, dire-tor do UNSC, afirma: “O que é discutido no Conselho de Segurança

é muito decisivo para as dinamicas internacio-nais, pois o comitê tem caráter mandatório”.

O UNSC aborda questões da região do Saara Ocidental, como o reconhecimento in-ternacional e a segu-rança dos habitantes. O Conselho de Segu-

rança visa trazer para a discussão pontos de relevância para a comu-nidade internacional. A auto-determinação dos povos e a ação não-in-tervencionista para es-tabelecer a paz serão foco dos debates.

Já a União Africana tem como tema dos de-

bates a falta de acesso à justiça das pessoas de baixa renda da região. A AU foi criada em 2002 com o intuito de pro-mover a democracia, os direitos humanos e o desenvolvimento econômico do conti-nente.