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IRMÃO, HERÓI, DEDICAÇÃO, E JOVIALIDADE Por muitos e muitos anos sempre falamos de velhos heróis que muito fizeram pela humanidade, pela sociedade européia, pelo Brasil; heróis que não conhecemos, de outros séculos, presentes em nossas vidas apenas nos livros de história. Esquecemos de nossos contemporâneos, daqueles que na história recente de nosso País muito fizeram, doando parte de suas vidas em prol do ideal, glorificando sempre a justiça e o direito. Dentre estes personagens falemos de um em especial, de nosso Irmão, Mestre Instalado e Grande Inspetor Geral da Ordem, Gino Struffaldi - CIM 076.602 - Membro ativo da ARLS LÁquila Romana nº 3365, iniciado na Centenária ARLS Roma 0425, ambas do GOSP/GOB; ex-combatente do Exército Brasileiro, esteve presente na Revolução Constitucionalista de 1932 e também na II Guerra Mundial. Gino Struffaldi Gino Struffaldi, que nasceu em 14 de Junho de 1914, na cidade de Santos. Seus pais mudam-se para Toscana, Itália, quando ele tinha apenas 18 meses, no pequeno vilarejo chamado Gavinana fundado no ano de 1100 da era cristã. Com 16 anos, já de volta as terras de “Pindorama 1 , entrou para o Exército Brasileiro, assentando 1 Pindorana nome Tupi-Guarani para o Brasil. praça no Forte de Itaipu, em São Vicente, onde teve oportunidade, já com 18 anos, de se posicionar na frente Paulista em favor da causa constitucionalista. Soldado da Arma de Comunicações atuou no serviço rádio do Exército em São Paulo como chefe da Estação PTP de Radiotelegrafia. Gino e Romagnoli (de faixa vermelha) durante palestra na Loja Maçonica Cavaleiros do Hermon 335 Maçom atuante, patriota dedicado, Presidente de Honra da Sociedade de Veteranos de 1932 MMDC, falece em 2012 aos seus 98 anos, deixando-nos um legado, sua história de lutas pela liberdade. Como dito, foi um militar brasileiro da arma de comunicações, fato que o levou a conhecer um outro maçom, Adriano Félix da Silva, da ARLS Cavaleiros do Hermon nº 335 GLESP, Adriano soldado do Centro de Suprimento e Manutenção/Telecomunicações (CSM/MTel) da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Bacharel em História e entusiasta da Guerra Paulista, ao promover suas pesquisas e difundi- las no CSM/MTel, levou consigo Gino Struffaldi que brilhantemente palestrou e plantou nos corações dos soldados o interesse em saber sobre o passado.

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IRMÃO, HERÓI, DEDICAÇÃO, E

JOVIALIDADE

Por muitos e

muitos anos sempre falamos de velhos

heróis que muito fizeram pela

humanidade, pela sociedade européia,

pelo Brasil; heróis que não conhecemos,

de outros séculos, presentes em nossas

vidas apenas nos livros de história.

Esquecemos de

nossos contemporâneos, daqueles que

na história recente de nosso País muito

fizeram, doando parte de suas vidas em

prol do ideal, glorificando sempre a

justiça e o direito.

Dentre estes

personagens falemos de um em

especial, de nosso Irmão, Mestre

Instalado e Grande Inspetor Geral da

Ordem, Gino Struffaldi - CIM 076.602 -

Membro ativo da ARLS L’Áquila

Romana nº 3365, iniciado na Centenária

ARLS Roma nº 0425, ambas do

GOSP/GOB; ex-combatente do

Exército Brasileiro, esteve presente na

Revolução Constitucionalista de 1932 e

também na II Guerra Mundial.

Gino Struffaldi

Gino Struffaldi,

que nasceu em 14 de Junho de 1914, na

cidade de Santos. Seus pais mudam-se

para Toscana, Itália, quando ele tinha

apenas 18 meses, no pequeno vilarejo

chamado Gavinana fundado no ano de

1100 da era cristã. Com 16 anos, já de

volta as terras de “Pindorama1”, entrou

para o Exército Brasileiro, assentando

1 Pindorana – nome Tupi-Guarani para o Brasil.

praça no Forte de Itaipu, em São

Vicente, onde teve oportunidade, já com

18 anos, de se posicionar na frente

Paulista em favor da causa

constitucionalista. Soldado da Arma de

Comunicações atuou no serviço rádio

do Exército em São Paulo como chefe

da Estação PTP de Radiotelegrafia.

Gino e Romagnoli (de faixa vermelha) durante

palestra na Loja Maçonica Cavaleiros do Hermon 335

Maçom atuante,

patriota dedicado, Presidente de Honra

da Sociedade de Veteranos de 1932 –

MMDC, falece em 2012 aos seus 98

anos, deixando-nos um legado, sua

história de lutas pela liberdade.

Como dito, foi um

militar brasileiro da arma de

comunicações, fato que o levou a

conhecer um outro maçom, Adriano

Félix da Silva, da ARLS Cavaleiros do

Hermon nº 335 – GLESP, Adriano

soldado do Centro de Suprimento e

Manutenção/Telecomunicações

(CSM/MTel) da Polícia Militar do

Estado de São Paulo, Bacharel em

História e entusiasta da Guerra Paulista,

ao promover suas pesquisas e difundi-

las no CSM/MTel, levou consigo Gino

Struffaldi que brilhantemente palestrou

e plantou nos corações dos soldados o

interesse em saber sobre o passado.

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O CENTRO DE SUPRIMENTO E

MANUTENÇÃO, MATERIAL E

TELECOMUNICAÇÕES –

CSM/MTel

Peço a máxima

vênia, para falar um pouco sobre o

CSM/MTel e a sua importância para a

história do povo paulista que se

confunde com a biografia de Gino

Struffaldi.

Comunicações Militares (foto de Internet)

Centro de

Suprimento e Manutenção de

Telecomunicações (CSM/Mtel), com

seus mais de 75 anos de atividades,

situado nas dependências da Academia

Barro Branco, na Zona Norte da

Capital, foi criado em 1932, pelo

decreto nº 5.781, foi originalmente

chamado de Serviço de Transmissões. A

unidade é responsável por toda

comunicação de missão crítica entre os

policiais a comunidade e a corporação.

Em 1.926, Manoel de Jesus Trindade,

então civil, foi contratado para

organizar o serviço técnico de

comunicação da então Força Pública

Paulista, atual Polícia Militar, visando

manter a ligação das tropas na Capital.

Tendo sucesso em sua tarefa, Trindade

foi convidado a instalar estações em

cidades do interior que contavam com

unidades da corporação. Está criado o

CSM/MTel. No ano seguinte, fundou a

primeira escola de radiotelegrafistas, e

passou a formar os primeiros

contingentes de soldados operadores

para a corporação. Em 1.934, já capitão,

passou a chefiar o CSM/Mtel, até 1.949.

Trindade consolidou o serviço de

comunicações no Estado, e foi

posteriormente reconhecido como

“pioneiro das comunicações no Brasil”,

pela PM. Em sua homenagem foi criada

a medalha Mérito de Telecomunicações,

que leva seu nome, e concede prêmio

aos destaques e parceiros do segmento.

Assim como Gino

Struffaldi, Manoel de Jesus Trindade

destacou-se por seus serviços em

telecomunicações e também na luta pela

causa Constitucionalista no ano de

1932. Defenderam juntos e mantiveram

informados os bravos combatentes

paulistas que no fronte derramavam o

sangue em prol da liberdade.

A REVOLUÇÃO

CONSTITUCIONALISTA DE 32 E A

MAÇONARIA

Em 1932, já

voltara a ser tensa a situação político-

social do país, pela demora do Governo

Provisório, do caudilho Getúlio Vargas,

em providenciar uma nova Constituição

ao Brasil. À euforia dos primeiros

momentos após o golpe, sucedia o

desencanto, seguido da inquietação,

que acabaria envolvendo os meios

maçônicos. E essa inquietação, com a

conseqüente agitação dos meios sociais,

era mais forte em São Paulo, levando à

extrema irritação os que,

anteriormente, eram os mais fervorosos

adeptos do levante, ou seja, os membros

do Partido Democrático, os quais se

sentiam esbulhados do poder, por

interventores militares e estranhos ao

Estado de São Paulo. Já a partir do

início de 1931, da pena do advogado,

jornalista e tribuno Ibrahim Nobre,

maçom originário da Loja Fraternidade

de Santos, saiam críticas mordazes

contra o golpe e a situação social,

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publicadas no jornal paulista "A

Gazeta".

No início de 1932,

então, o pensamento da população de

São Paulo seria cristalizado na

expressão "Civil e Paulista", repetida

pelos meios de comunicação,

externando o desejo de ter um

interventor federal que não fosse militar

e que fosse de São Paulo. A 3 de março,

ouvindo o clamor dos paulistas, o

ditador nomeava, para o cargo, o

embaixador Pedro de Toledo, ex Grão

Mestre do Grande Oriente Estadual

(1908-1914), o qual assumiria no dia 7.

Essa indicação, todavia, não serviu

para aliviar o mal estar e a tensão

reinantes em diversos pontos do país,

começando, dessa maneira, a fermentar

a revolta.

As reuniões

preparatórias do movimento foram

levadas a efeito na sede do jornal "O

Estado de S. Paulo", fundado, em 1875,

com idéias republicanas, pelos maçons

Américo de Campos (Loja América),

Francisco Rangel Pestana (Loja

América), Manoel Ferraz de Campos

Salles (Loja Sete de Setembro) e José

Maria Lisboa (Loja Amizade). Nessa

época, o jornal já era dirigido por Júlio

de Mesquita Filho (Loja União Paulista

II), que era um dos principais líderes do

movimento.

O estopim da

revolta já havia sido aceso a 23 de maio

de 1932, quando, durante uma

manifestação , na praça da República,

alguns jovens --- Mário MARTINS de

Almeida, Amadeu MARTINS, Euclides

MIRAGAIA, DRÁUSIO Marcondes de

Sousa e Antônio Américo de

CAMARGO, cujos nomes deram origem

ao M.M.D.C. --- foram mortos pela

polícia política da ditadura,

entrincheirada nos altos de um prédio

da rua Barão de Itapetininga. No

mesmo dia, era reorganizado o

secretariado do governo paulista2.

Logo da Sociedade de Veteranos de 1932 – MMDC

A sociedade de

Veteranos MMDC foi organizada

como sociedade secreta, na Capital

Paulista, a 24 de maio de 1932,

tendo sido projetado durante um

jantar no Restaurante Posilipo,

porém muitos defendem que toda

articulação de resistência Paulista

tenha se dado na Rua Benjamin

Constant, 158, sede do Instituto

Histórico e Geográfico de São

Paulo. Durante o desenrolar da

luta, a 10 de agosto, pelo Decreto

no. 5627-A, o governo do Estado

oficializou a Sociedade MMDC, a

qual mais tarde se tornaria a

“Sociedade de Veteranos de 1932 –

MMDC”, presidida por Gino

Struffaldi.

Cel PM Jairo Paes de Lira durante palestre na

Loja Maçônica Cavaleiros do Hermon 335.

Durante o tempo

em que presidiu a Sociedade de

Veteranos, nosso querido Gino

2 Texto extraído da página da internet da

Augusta Respeitável Benemérita e Centenária

Loja América nº 189 -

http://www.america.org.br/documentos/rev_con

st_1932.html - Acesso em: 24/07/12 às

15h35min.

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dedicou-se a palestras e demais

eventos, dentre estas destacamos a

realizada em 03 de outubro de

2008, no Templo Nobre da Grande

Loja Maçônica do Estado de São

Paulo – GLESP, a pedido da

Augusta e Respeitável Loja

Simbólica Cavaleiros do Hermon

nº 335.

Um evento

memorável que

contou também

com a Palestra

do então

Deputado

Federal por São

Paulo o Coronel

PM Jairo Paes

de Lira; na

ocasião

estiveram

presentes: o Grão Mestre Adjunto

Silvio Clovis Corbari e o querido

Nelson Wolff (falecido em 2011),

Mestre Maçom Instalado, Grande

Inspetor Geral da Ordem (grau

33), membro do Rotary Club e

também ex-Combatente da

Revolução de 1932, mas este não

tendo combatido nas trincheiras,

Wolff era escoteiro e se destacou

ainda pequeno como mensageiro

da revolução.

E por ter sido um valoroso “Irmão

Maçom”, dedicado mantenedor da

memória Paulista, que com seus quase

98 anos ainda esboçava uma jovialidade

que a muitos invejava, é que dedicamos

este singelo escrito. Irmão Gino

Strufaldi que o Grande Arquiteto do

Universo lhe tenha acolhido com as

honras dedicadas a um grande e

bondoso Espírito.

Por: Euclides Cachioli de Lima – Militar do Estado;

Bacharel em Direito; Comendador da Ordem do

Mérito Cívico e Cultural – SBH; Sócio nº 10.408 da

Soc de Veteranos de 32 – MMDC; Mestre Maçom -

18º da ARLS Cavaleiros do Hermon 335; e

Por: Adriano Félix da Silva – Militar do Estado;

Bacharel em História; Pesquisador Associado da Soc

de Veteranos de 1932 – MMDC Núcleo Itapetininga;

Especialista em Comunicações; Mestre Maçom – 28º

da ARLS Cavaleiros do Hermon 335

Nelson Wolff