Ginastica Danca Atividades CIRCENSES

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    PRTICAS CORPORAISE A ORGANIZAO DOCONHECIMENTO

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    REPBLICA FEDERATIVA DO BRASILDilma Vana Rousseff Presidente

    Michel Miguel Elias Temer LuliaVice-Presidente

    MINISTRIO DO ESPORTE

    Jos Aldo Rebelo FigueiredoMinistroRicardo Garcia CappelliSecretaria Nacional de Esporte, Educao, Lazer e Incluso SocialAndrea Nascimento EwertonDepartamento de Desenvolvimento e Acompanhamento de Pol cas e ProgramasIntersetoriais de Esporte, Educao, Lazer e Incluso SocialClaudia BernardoCoordenao-Geral de Esporte Educacional

    Amauri Aparecido Bassoli de OliveiraCoordenao de Desenvolvimento e Acompanhamento Pedaggico

    CONSELHO EDITORIAL

    Presidente: Prof. Dr. Alessandro Lucca Braccini.Editores Cien cos: Profa. Dra. Ana LciaRodrigues, Profa. Dra. Angela Mara de BarrosLara, Profa. Dra. Analete Regina Schelbauer,Prof. Dr. Antonio Ozai da Silva, Profa. Dra. CecliaEdna Mareze da Costa, Prof. Dr. Eduardo AugustoTomanik, Profa. Dra. Elaine Rodrigues, Profa.

    Dra. Larissa Michelle Lara, Prof. Dr. Luiz RobertoEvangelista, Profa. Dra. Luzia Marta Bellini, Prof.Me. Marcelo Soncini Rodrigues, Prof. Dr. MrcioRoberto do Prado, Profa. Dra. Maria Cris naGomes Machado, Prof. Dr. Oswaldo Curty da Mo aLima, Prof. Dr. Raymundo de Lima, Profa. Dra.Regina Lcia Mes , Prof. Dr. Reginaldo BeneditoDias, Profa. Dra. Rozilda das Neves Alves, Prof.Dr. Sezinando Luis Menezes, Profa. Dra. TerezinhaOliveira, Profa. Dra. Valria Soares de Assis.

    EQUIPE TCNICA

    Projeto Gr co e Design: MarcosKazuyoshi Sassaka. Fluxo Editorial:Cicilia Conceio de Maria, EdneireFranciscon Jacob, Mnica TanamaHundzinski, Vania Crisna Scomparin.Artes Gr cas: Luciano Wilian daSilva, Marcos Roberto Andreussi.

    Marke ng: Marcos Cipriano da Silva.Comercializao: Norberto Pereira daSilva, Paulo Bento da Silva, SolangeMarly Oshima.

    EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARING

    Reitor: Prof. Dr. Jlio San ago Prates Filho. Vice-Reitora: Profa. Dra. Neusa Alto.Diretor da Eduem: Prof. Dr. Alessandro Lucca Braccini.Editora-Chefe da Eduem: Profa. Dra. Terezinha Oliveira

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    PRTICAS CORPORAISE A ORGANIZAO DOCONHECIMENTO

    3 Gins ca, Dana eA vidades Circenses

    Maring2014

    Fernando Jaime GonzlezSuraya Cristina DaridoAmauri Aparecido Bssoli de Oliveira

    Organizadores

    PrefcioRicardo Garcia Cappelli

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    Copyright 2014 para os autores

    Todos os direitos reservados . Proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo mecnico,eletrnico, reprogr co etc., sem a autorizao, por escrito, dos autores.Todos os direitos reservados desta edio 2014 para Eduem.

    Colaboradores: Admilson Santos, Ana Luiza Barbosa Anversa, Ares des Pereira da Silva Jnior, CamilaRinaldi Bisconsini, Caroline Broch, Claudio Kravchychyn, Fabiane Cas lho Teixeira, Ieda Parra BarbosaRinaldi, Joo Danilo Ba sta de Oliveira, Juliana Pizani, Leonardo de Carvalho Duarte, Roseli TerezinhaSelicani Teixeira, Tania Regina Bon m, Vnia de F ma Ma as de Souza, Vanildo Rodrigues Pereira

    Reviso textual e grama cal: Lais BovetoNormalizao textual e de referncia: Carmen TorresanProjeto gr co/diagramao: Marcos Kazuyoshi SassakaImagens - aberturas de captulo: Ronaldo Braga MagalhesCapa imagem: Ronaldo Braga MagalhesCapa arte nal: Luciano Wilian da SilvaFicha catalogr ca: Cicilia Conceio de MariaFonte: Calibri, Cheltenhm BdCn BTTiragem verso impressa: 30.000 exemplares

    Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)(Eduem UEM, Maring PR., Brasil)

    G492 Gins ca, dana e a vidades circenses / Fernando Jaime Gonzlez; Suraya Cris na Darido; Amauri AparecidoBssoli de Oliveira, org.; prefcio de Ricardo Garcia Cappelli. Maring : Eduem, 2014.v. 3 (160 p.) : il. (algumas color); 25,0x17,6 cm.-- (Prcas corporais e a organizao do conhecimento).

    ISBN 978-85-7628-601-1 (Coleo completa)ISBN 978-85-7628-605-9 (v. 3)

    1. Gins ca. 2. Dana. 3.Artes circenses.I. Jaime Gonzlez, Fernando. II. Darido, Suraya Crisna. III.Oliveira, Amauri Aparecido Bssoli de. IV. Cappelli, Ricardo Garcia, pref. V. Ttulo.

    Cdd 22.ed. 796 Editora liada

    Eduem Editora da Universidade Estadual de MaringAv. Colombo, 5790 Bloco 40 Campus Universitrio

    87020-900 Maring-Paran Fone: (0xx44) 3011-4103 Fax: (0xx44) 3011-1392www.eduem.uem.br [email protected]

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    SUMRIO

    PREFCIO .................................................................................................. 7

    APRESENTAO ........................................................................................ INTRODUO ............................................................................................ GINSTICA

    Ieda Parra Barbosa Rinaldi ............................................................................................. 29

    DANA Taiza Daniela Seron Kiouranis ........................................................................................ 85

    ATIVIDADES CIRCENSES

    Rodrigo Mallet Duprat, Teresa Ontan Barragn e Marco Antonio Coelho Bortoleto .... SOBRE OS AUTORES ................................................................................

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    PREFCIO

    A ColeoPr cas Corporais e a Organizao do Conhecimento foi elaborada para subsidiar os pro ssionais envolvidos com o esporteeducacional. Esta Coleo transcende a ideia de atender apenas aos envolvidos com os programas e projetos da Secretaria Nacional de Esporte,Educao, Lazer e Incluso Social SNELIS do Ministrio do Esporte. Trata-se de uma contribuio a todos que se interessam e atuam com o EsporteEducacional.

    A ampliao da escala de atendimento do Programa Segundo Tempo e a ao interministerial entre os Ministrios do Esporte e da Educaocom os seus Programas Mais Educao e Esporte da Escola nos impeliram a disponibilizar a toda comunidade este material. Desde o ano de 2010tem havido um crescimento signi ca vo de atendimento por parte da SNELIS em relao ao Programa Segundo Tempo e Esporte da Escola junto aoPrograma Mais Educao. Para o Esporte da Escola, apenas como exemplo, iniciou-se em 2010 com o atendimento de 1.149 escolas e 329.890 milalunos, chegando em 2014 com 22.161 escolas e 3.5 milhes de alunos. E a expecta va de que se dupliquem esses atendimentos em 2015 e quese busque a universalizao no ano de 2016, ano de realizao das Olimpadas em nosso pas. Isso se colocar como um grande legado social destainicia va do governo brasileiro.

    O desa o maior de nossa equipe de colaboradores da SNELIS tem sido a busca con nuada no desenvolvimento de materiais pedaggicosque se aproximem das muitas realidades que temos em nosso pas. No tem sido fcil essa tarefa, pois a heterogeneidade das regies, costumes eformaes, se colocam como desa os constantes na confeco de materiais pedaggicos que tratem das pr cas corporais. Contudo, entendemosque o material aqui disponibilizado poder subsidiar de forma ampliada as pr cas e discusses sobre o esporte educacional em todas as nossasregies.

    A estruturao desta Coleo atendeu aos princpios bsicos do Esporte Educacional que so o da par cipao, incluso e emancipao.Os autores se preocuparam em apresentar as diversas manifestaes, suas estruturas bsicas de organizao e algumas possibilidades dedesenvolvimento pr co como forma de proporcionar aos pro ssionais envolvidos formas de aplicao das manifestaes. A expecta va de queas experincias e vivncias apresentadas pelos autores, junto s experincias dos leitores possam ampliar signi ca vamente a qualidade das aescom todos os envolvidos nessas pr cas.

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    Termos o Esporte Educacional, que um direito cons tucional do povo brasileiro, disponibilizado de forma quali cado se coloca como um verdadeirodesa o e que esperamos, junto com as pol cas pblicas espor vas organizadas e desenvolvidas pela SNELIS, seja uma realidade para nossas atuaise futuras geraes.

    Ricardo Garcia CappelliSecretrio Nacional de Esporte, Educao, Lazer e Incluso Social SNELISMinistrio do Esporte ME

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    APRESENTA

    O esporte tem se cons tudo como uma das manifestaes culturais mais difundidas em todo o mundo, seja para a pr ca co diana das diversascomunidades e pessoas, ou para o mundo do espetculo.

    Os pra cantes de esporte encontram diferentes signi cados na sua pr ca. Pode representar um trabalho para atletas pro ssionais, diverso e sade paraamigos que se renem aos nais de semana e ainda um momento par cular de aprender elementos essenciais sobre o mundo e a convivncia humana. Por isso, oesporte um fenmeno plural que pode ocorrer em diversos contextos de pr ca, com diferentes nveis de exigncia, bem como diferentes sen dos e signi cadosatribudos por seus pra cantes e apreciadores.

    A grande variabilidade de sen dos e signi cados atrelados ao esporte indicou a necessidade de de nir ou classi car essas intenes de modo maisdetalhado. Uma das de nies centrais se vincula ao que determinado legalmente, ou seja, Esporte de Rendimento, Esporte Educacional e Esporte de Par cipao(Lei Pel - Lei n0 9.615 - de 24/05/1998 - DOU de 25/3/1998).

    O Esporte Educacional pela referida lei indicado para ser trabalhado por intermdio dos sistemas de ensino e formas assistem cas de educao,evitando-se a sele vidade, a hipercompe vidade de seus pra cantes, com a nalidade de auxiliar no desenvolvimento integral e a formao para a cidadania eo lazer, obedecendo aos princpios da Totalidade, Coeducao, Emancipao, Par cipao, Cooperao e Regionalismo.

    O esporte, conforme preconiza o ar go 217 da Cons tuio Federal, direito de cada cidado. Cons tui dever do Estado garan r seu acesso sociedade, como intuito de contribuir para a reverso do quadro de vulnerabilidade social, atuando como instrumento de formao integral dos indivduos e, consequentemente,possibilitando o desenvolvimento da convivncia social, a construo de valores, a promoo da sade e o aprimoramento da conscincia cr ca e da cidadania.

    A Secretaria Nacional de Esporte, Educao, Lazer e Incluso Social (SNELIS) tem como atribuio o trabalho e a difuso do Esporte com esta perspecva,ou seja, visa o desenvolvimento do Esporte Educacional em sua plenitude. Nesta linha, executa diversas aes, com destaque ao Programa Segundo Tempo (PST)que hoje se cons tui como um dos maiores programas sociais do mundo vinculado ao esporte.

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    O Programa Segundo Tempo vem, ao longo de seus mais de dez anos de existncia, aprimorando-se pedaggica e administra vamente. Houve, nesseperodo, um acrscimo signi ca vo de aporte nanceiro ao programa, muitas aes administra vas e gerenciais foram adotadas, de modo que o mesmo atendesseaos requisitos estabelecidos nacionalmente, da mesma forma que muito foi feito em relao aos aspectos pedaggicos, com destaque a um processo con nuadode formao dos pro ssionais envolvidos, a produo de materiais pedaggicos diversi cados e apoio local a todos os convnios estabelecidos.

    Essas aes colocaram o programa em destaque junto s pol cas pblicas que envolvem o esporte e possibilitaram proposies intersetoriais no governofederal, em colaborao com o Ministrio da Educao e o Ministrio da Sade. Hoje j possvel veri car as experincias do PST, sendo tambm u lizadas emaes desses ministrios e com apoio mtuo, tais como o Programa Sade na Escola e Programa Mais Educao. Essa troca de experincias e valorizao depr cas s engrandece e potencializa a abrangncia e valor dessas inicia vas junto comunidade brasileira.

    importante ressaltar que nessa coleo abordamos o esporte na perspec va educacional e inclumos outras pr cas corporais, como as danas,as gins cas, as lutas, a capoeira, as pr cas corporais de aventura, as a vidades circenses, que compem o universo da cultura corporal, razo pela qualdenominamos a coleo de Pr cas Corporais e a organizao do conhecimento .

    Esta coleo, que subsidiar o Esporte da Escola junto ao Programa Mais Educao, apresenta-se como mais uma opo que as escolas tm para aampliao do tempo escolar e visa disponibilizar, para a comunidade estudan l brasileira, novas e diversi cadas vivncias formadoras e enriquecedoras para a vidaem sociedade. Com isso, pretendemos contribuir no reconhecimento e valorizao das experincias escolares e no encaminhamento para a futura implantao do

    processo de educao integral em nosso pas.De forma geral, para que consigamos atender ao preceito cons tucional, ainda temos muito a fazer, pois estamos longe de atender a toda a comunidade

    brasileira nesta faixa etria e no processo educacional. Hoje, apesar de termos ampliado o aporte geral aos programas em andamento, estes ainda atendem umaparcela reduzida da comunidade existente. Precisamos ampliar consideravelmente nossos esforos e inves mentos nesta rea, de forma a contemplar o quetemos em nossa Carta Magna!

    As Pr cas Corporais se apresentam como manifestaes culturais que podem possibilitar condies para a ampliao do nmero de pra cantes, porconta de sua condio atra va, assim como sua riqueza cultural, agregando sen do e signi cado construo da formao integral, facilitando o vnculo dospar cipantes com os processos educa vos formais.

    O Esporte da Escola, em sintonia com as pol cas educacionais gerais, visa o acesso e aprendizagem das mais diferentes pr cas corporais como um direitode todos. O desenvolvimento destas manifestaes culturais deve centrar-se nas orientaes da formao integral e emancipadora de modo que todos possampar cipar das a vidades organizadas, aprender com a experincia e se sen rem aptos a uma pr ca autnoma.

    Na presente coleo, assumimos o desa o de re e r e discu r sobre o ensino das Pr cas Corporais e seus desdobramentos para a organizao doconhecimento. Ao longo dos captulos das diferentes pr cas, apresentamos nossas convices sobre a importncia da integrao dessas experincias ao projetopedaggico mais amplo da escola, bem como re e mos sobre o para que, o que, como e quando ensinar as diferentes pr cas corporais no contexto escolar. Almdisso, h a proposio de planos de aula, sugeridos para cada um dos temas que compem essa coleo: Esportes, Gins cas, Danas, Lutas, Capoeira, Pr casCorporais de Aventura e A vidades Circenses.

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    A P R E S E N T A O

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    importante frisar que o Esporte da Escola, ao se vincular com a escola, precisa que as aes propostas estejam sempre em consonncia com o ProjetoPol co Pedaggico da Escola, pois nele se encontram os propsitos forma vos idealizados para a comunidade vinculada. As Pr cas Corporais da Escola podemcontribuir e fortalecer esses propsitos, de modo a potencializar a estrutura pedaggica defendida. Com isso, a comunidade poder se enxergar em suas propostase aes e caminhar no sen do da to propalada melhoria da qualidade do ensino pblico brasileiro.

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    INTRODUO

    A seguir, sero apresentados os principais pressupostos que regem o trabalho metodolgico dos diversos captulos dessa coleo. Mais especi camente,ser retratado para que, o que, quando e como ensinar as Pr cas Corporais da Escola. Haver tambm um tpico des nado a discu r como o livro foi organizado,mas, antes so necessrios alguns esclarecimentos importantes sobre a proposta da coleo.

    1 A PROPOSTA DA COLEO

    Os Ministrios do Esporte e da Educao, ao unirem os Programas Segundo Tempo e Mais Educao, fortaleceram as aes para o tempo escolar ampliado.Com essa a tude, h uma clara demonstrao do reconhecimento das pr cas corporais como manifestaes culturais ricas que potencialmente permitem umespao forma vo para crianas e adolescentes.

    Com o intuito de enriquecer pedagogicamente as aes relacionadas ao Esporte da Escola, a SNELIS/ME est disponibilizando a coleo Pr cas Corporaise a organizao do conhecimento, com a qual visa subsidiar a estruturao e o desenvolvimento das aulas no macrocampo de Esporte e Lazer.

    Esta coleo est estruturada, inicialmente, em quatro livros, sendo o primeiro do Ensino de Esportes de Invaso, o segundo de Esportes de Rede e deMarca, o terceiro de Gins ca, Dana e A vidades Circenses e o quarto com os temas Lutas, Capoeira e Pr cas Corporais de Aventura.

    Os livros contam inicialmente com um texto de apresentao e depois disponibilizam planos de aula relacionados s tem cas espec cas das diferentespr cas corporais.

    Os planos de aula propostos ao longo da coleo requerem dos professores ateno e preparo para seu uso. No se trata de um receiturio que deve serseguido sem a devida re exo sobre as aes propostas. Pelo contrrio, todo o indica vo aponta para o cuidado na preparao e na ao-re exo, proposta estaque coincidente e reforadora dos Fundamentos Pedaggicos do Programa Segundo Tempo.

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    Dessa forma, sugerimos que os responsveis pelo desenvolvimento das aulas, procurem entender a riqueza que cada uma das tarefas proporciona, assimcomo os outros momentos que compem as aulas. Nessa linha, fundamental que possam explorar as a vidades propostas em diferentes espaos, bem como sepron quem a modi c-las ou adapt-las, provocando mo vao e a consequente par cipao efe va dos alunos.

    Acreditamos que o encaminhamento de planos de aula, como os propostos nessa coleo, podem proporcionar ao professor critrios e referncias paratomar suas prprias decises, no planejamento das intervenes para o ensino-aprendizagem e avaliao. Em outras palavras, so insumos que auxiliam osdocentes a resolver os problemas que apresentam as diferentes fases do planejamento, execuo e avaliao do ensino.

    Consideramos que a apresentao de planos de aula, com contedos diversi cados e aprofundados, promove diversos bene cios aos professores, comopossibilidades de re e r sobre a prpria pr ca, auxlio para um melhor planejamento das a vidades, a tema zao de novas pr cas corporais e a melhoria dascondies de aprendizagem dos alunos.

    2 PARA QUE ENSINAR AS PRTICAS CORPORAIS

    No parece, mas responder a essa pergunta fundamental para pensar o trabalho com as pr cas corporais em qualquer contexto. Dessa resposta

    depende, em grande parte, como sero enfrentadas as demais questes estruturantes do ensino. Portanto, antes de discu r aspectos como contedos, etapas,mtodos, avaliao preciso perguntar-se sobre os propsitos que jus cam o ensino das pr cas corporais no Programa Segundo Tempo , par cularmente, emsua verso Esporte da Escola no Programa Mais Educao.

    Nesse sen do, aps o perodo formal de aulas de Educao Fsica escolar e do programa Esporte da Escola, os alunos devem ter condies de envolver-seem pr cas corporais sem o auxlio de especialistas. Outro aspecto bastante importante dessa formao integral que os alunos sejam capazes de reconhecer erepudiar os aspectos nega vos que envolvem as pr cas corporais na sociedade, como, por exemplo, o uso de anabolizantes no esporte de rendimento, a buscado corpo idealizado pela mdia, a violncia entre as torcidas, ou seja, pretende-se garan r a autonomia dos alunos para re e r, cri car e usufruir do conhecimentoaprendido na escola.

    Pensar as Pr cas Corporais para alm de suas estruturas bsicas leva a indicar que o professor que atento aos demais temas que podem ser es muladosem aes interdisciplinares, tais como: Meio Ambiente, Sade e Alimentao, Direitos Humanos, Arte e Cultura, Incluso Digital e outros.

    As vivncias com as diferentes manifestaes da cultura corporal podem enriquecer e es mular momentos de discusses sobre: a organizao social,suas regras e normas; a relao entre o envolvimento com essas pr cas e a qualidade de vida; o es lo de vida; a cultura humana relacionada ao tempo livre; asformas que a humanidade pode se relacionar harmoniosamente com o meio ambiente natural e tantos outros aspectos que podem ser induzidos por momentosre exivos nas a vidades desenvolvidas.

    Essas aulas precisam ser bem planejadas e estarem adequadamente encadeadas aos demais temas, de forma que todos se envolvam e tenham nessesmomentos os esclarecimentos que transcendam o olhar individualizado e simpli cado dos campos de conhecimento.

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    I N T R O D U O

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    Em suma, podemos entender que o ensino das Pr cas Corporais da Escola se jus ca quando oportuniza aos alunos o acesso a saberes, conhecimentos,vivncias, experincias e a tudes que os potencializam para alcanar os seguintes obje vos:

    a) Usar algumas pr cas corporais de forma pro ciente e autnoma em contextos recrea vos e de lazer;

    b) Apreciar e desfrutar a pluralidade das pr cas corporais, compreendendo suas caracters cas e a diversidade de signi cados que as mesmas assumemem diferentes contextos socioculturais;

    c) Interferir na dinmica local que regula/condiciona a pr ca corporal na comunidade, em favor da fruio cole va, bem como reivindicar condiesadequadas para a promoo dessas pr cas de lazer, reconhecendo-a como uma necessidade bsica do ser humano e direito do cidado;

    d) Compreender o universo de produo de padres de desempenho, sade, beleza e est ca corporal que atravessam as pr cas corporais e o modocomo afetam os gostos e as preferncias pessoais neste campo.

    e) Reconhecer e repudiar os aspectos nega vos que envolvem as pr cas corporais na sociedade;

    f) Estabelecer relaes equilibradas e constru vas com os outros durante as pr cas corporais, reconhecendo e respeitando o nvel de conhecimento, ashabilidades sicas e os limites de desempenho pessoais e dos demais par cipantes;

    g) Evitar todo e qualquer po de discriminao quanto condio socioeconmica, de cincia, gnero, idade, nacionalidade/regionalidade, raa/cor/etnia, ao po de corpo, preferncia clubs ca, etc.;

    h) Repudiar a violncia sob todas as formas, adotando a tudes de respeito mtuo, dignidade e solidariedade nas pr cas corporais;

    i) Reconhecer e valorizar a u lizao de procedimentos voltados pr ca segura das pr cas corporais.

    3 O QUE ENSINAR DAS PRTICAS CORPORAIS

    A Educao Fsica tem uma longa histria relacionada com a produo cultural da sociedade, possui tradio e conhecimentos ligados ao jogo, ao esporte,

    luta, dana, gins ca, s pr cas circenses, s pr cas corporais alterna vas, s a vidades sicas de aventura e outras.Forquin (1993) a rma que o contedo que se transmite na educao sempre alguma coisa que nos precede, nos ultrapassa e nos ins tui enquanto

    sujeitos humanos, e essa produo pode ser denominada perfeitamente de cultura. Em consonncia com o autor podemos dizer que todo esse patrimnio de jogos, esportes, danas, gins ca, lutas, pr cas corporais de aventura, alm de outras, construdo ao longo do tempo, pode-se denominar de cultura corporal,cultura corporal de movimento ou cultura de movimento, como vem sendo feito por diferentes autores e linhas pedaggicas da Educao Fsica. Por questo dea nidade e facilidade lingus ca u lizaremos nesse texto o termo cultura corporal.

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    Tais contedos no devem ser ensinados e aprendidos pelos alunos apenas na dimenso do saber fazer, mas devem incluir um saber sobre esses contedose um saber ser e se relacionar, de tal modo que possa efe vamente garan r a formao cidad.

    Na pr ca concreta de aula, isso signi ca que o aluno deve aprender a danar carimb, jogar queimada, futebol de casais ou basquetebol e, juntamentecom esses conhecimentos e vivncias, deve aprender quais os bene cios de tais pr cas, porque se pra ca tais manifestaes da cultura corporal hoje, quais asrelaes dessas a vidades com a produo da mdia televisiva, imprensa, dentre outras. Dessa forma, mais do que exclusivamente ensinar a fazer, o obje vo que os alunos e alunas obtenham informaes contextualizadas, da mesma forma que aprendam a ser e se relacionar com os colegas, centradas na perspec vabuscada pela escola cidad. E assim foram materializados os captulos das Pr cas Corporais que compem essa coleo.

    4 QUANDO ENSINAR

    No tpico anterior cou clara a necessidade de algum po de organizao que ajude a tomar decises sobre o que ensinar e como ensinar para garan ra aprendizagem efe va dos alunos.

    Ao tomar como referncia os obje vos do programa (conferir tpico 2. Para que ensinar as pr cas corporais), necessrio que cada professor, possibilitea seus alunos tanto aprender uma ou mais modalidades, para poder usar algumas dessas pr cas de forma pro ciente e autnoma em contextos recrea vos e delazer, como tambm apreciar e desfrutar a pluralidade de modalidades espor vas que integram o rico universo da cultura corporal.

    Isso signi ca que, num mesmo ano, por exemplo, o aluno deve aprender tanto a jogar/pra car alguma(s) modalidade(s), como conhecer/experimentaroutras tantas.

    Dessa forma, o desa o equacionar a relao entre o tempo necessrio para ensinar todos os conhecimentos das mais diferentes pr cas corporais e otempo efe vamente disponvel para o projeto. Famosa relao entre o tempo necessrio e tempo disponvel (GONZLEZ; FRAGA, 2009, 2012).

    Assim, o quando ensinar, a distribuio dos contedos ao longo de um determinado perodo, diretamente condicionado pelo tempo atribudo por cadagrupo cons tudo aprendizagem de cada pr ca corporal no ciclo de trabalho considerado.

    Para balizar a discusso, parte-se da ideia de que o esporte uma das pr cas corporais que integra o plano pedaggico, mas que no a nica. H outras

    manifestaes da cultura corporal que integram o programa e os alunos devem ter a oportunidade de conhec-las. Isso signi ca que no coerente ocupar o anotodo apenas com esporte, e mais, apenas com uma modalidade! Portanto ser necessrio, decidir que percentual do tempo previsto para o projeto no ano (ouciclo, mais de um ano) ser dedicado a uma ou outra pr ca corporal.

    Nessa linha, necessrio es mar o tempo disponvel para o projeto nos diferentes ncleos. Ao relacionar a durao da aula, o nmero destas na semanae a quan dade de semanas de trabalho previstas no ano, d para se ter uma ideia do tempo disponvel (nmero de perodos de aula por semana x nmero desemanas no ano escolar x durao de cada perodo = es ma va do tempo disponvel).

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    Ainda devemos considerar o local de desenvolvimento das aes do grupo como parte importante do tempo de aula, pois este pode determinar o tempodedicado a outras a vidades (eventos, passeios). Essa dimenso muda de ins tuio para ins tuio, mas com frequncia compromete algo perto de 10% dosdias de aula. Tambm, devemos levar em conta que, se a aula acontece no mesmo turno que outras a vidades, parte desse tempo inves do na preparao dosalunos antes e depois da a vidade (troca de roupa, higienizao, etc.). Dessa forma, ao tempo inicialmente es mado pode ser comprome do.

    Com esse clculo como base e considerando os obje vos do Planejamento, o desa o decidir quanto tempo ser dedicado a tema zar cada pr cacorporal ao longo do ano. Ao fazer a conta se percebe que o tempo bem menor do que se imagina, assim fundamental realizar boas escolhas para aproveitarao mximo o que sobrou.

    No menos importante pensar na escolha das modalidades que sero ensinadas. Nesse sen do, fundamental diferenciar os esportes de acordo comas expecta vas que se tem em relao ao nvel de aprendizagem que os alunos buscam e conseguem a ngir em cada modalidade: saber pra car e conhecer.Trabalha-se, desse modo, com duas categorias de pr cas corporais (GONZLEZ; FRAGA, 2009, 2012).

    Na primeira categoria, denominada de saber pra car, se incluem os conhecimentos sobre a(s) modalidade(s) espor va(s) e, demais pr cas corporais,escolhidas pelo Ncleo com o propsito de que os alunos consigam, ao longo da par cipao no programa, usar de forma pro ciente e autnoma. Trata-se deensinar os saberes necessrios que os habilitem a se virar 1 fora do programa nessas modalidades.

    A segunda categoria, denominada de pra car para conhecer, rene as modalidades espor vas e demais pr cas corporais que se pretende que o alunovivencie, conhea corporalmente, mas sem, necessariamente, se desdobrar em novos e signi ca vos nveis de pro cincia e autonomia para sua pr ca. Trata-sede uma categoria que sistema za contedos da mesma natureza do saber pra car, mas deles se diferenciam em funo do nvel de pro cincia almejado.

    importante destacar que, em funo das caracters cas de uma e de outra categoria, o tempo de aula des nado no ano s modalidades reunidas nosaber pra car necessita ser bem maior do que o des nado ao pra car para conhecer. Dessa forma, trata-se de conseguir um equilbrio entre o saber pra car eo pra car para conhecer, que permita melhorar os nveis de desempenho em algumas pr cas sem comprometer com isso o conhecimento da pluralidade dacultura corporal. U lizando essas categorias, cada grupo cons tudo dever fazer escolhas de tal forma que o trabalho possa ser planejado e desenvolvido emtempo proporcional.

    Por exemplo, o ano de a vidades de um grupo poderia ser organizado em, pelo menos, dois perodos. Um dos perodos, o maior, seria orientado aodesenvolvimento da unidade did ca (temporada) da modalidade escolhida para saber pra car. Diferentemente, o outro perodo do ano, estaria centrado emexperincias do pra car para conhecer.

    Esse segundo perodo poderia ser subdividido em duas unidades did cas ou temporadas, centrada cada uma no desenvolvimento de um po diferentede pra ca corporal: (a) Esportes (sendo uma modalidade e, preferencialmente, um po de esporte, diferente ao do primeiro perodo) ou (b) Dana, gins ca ou

    1 Um aluno capaz de se virar no jogo, basicamente, aquele que realiza de forma pro ciente algumas intenes t cas importantes da modalidade. Por exemplo, no futsal, o aluno se sai bemquando consegue posicionar-se entre uma linha imaginria entre o atacante e o gol; responsabiliza-se pelo adversrio direto e no sai correndo atrs da bola; passa a bola para o companheirodesmarcado; progride com a equipe para o ataque; procura se desmarcar para receber a bola e naliza quando est em condies favorveis.

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    a vidades circenses (sendo uma modalidade diferente ao do primeiro perodo, caso o contedo tenha sido esse) ou (c) lutas, capoeira ou pr cas corporais deaventura (sendo uma modalidade diferente ao do primeiro perodo, caso o contedo tenha sido esse).

    Ao considerar uma organizao padro, e con nuando a ideia apresentada, a distribuio das pr cas corporais tema zadas no ano (considerando 80aulas no total, sem os descontos mencionados!) poderiam ter programaes como as apresentadas no quadro a seguir.

    Quadro 1: Exemplo de distribuio das pr cas corporais durante o ano 2

    Exemplo 1 Exemplo 2

    Basquetebol (para saber pra car): 52 aulasA vidades circenses (para conhecer): 14 aulasLutas (para conhecer): 14 aulas

    Gins ca (para saber pra car): 52 aulasBadminton (para conhecer): 14 aulasCapoeira (para conhecer): 14 aulas

    Fonte: Os autores.

    A seleo das pr cas corporais (e respec vas modalidades) que integraram o programa para saber pra car e para conhecer tambm necessita deateno especial por parte do professor, dos gestores e comunidade escolar. Na escolha deveriam ser levados em conta, tanto a tradio da regio como as

    possveis desigualdades no acesso a essas pr cas corporais por diferentes grupos sociais. Avaliando a sua possibilidade de pra c-los fora do PST/Esporte daEscola.

    Os casos do futebol e do futsal so exemplos de pr cas que tm forte apelo popular, mas no necessariamente potencializam a par cipao a va detoda a comunidade no lazer.

    Quando se observa a proporo de homens e mulheres, bem como a faixa etria dos pra cantes, d para notar uma acentuada desigualdade narepresentao social. As duas modalidades so populares, mas no necessariamente potencializadoras do acesso democr co dos diferentes segmentos dapopulao pr ca do esporte. Isso um indica vo de que a escolha das pr cas corporais que integraro a categoria saber pra car no deve se pautar apenaspela ideia de reproduo da dinmica da cultura corporal local, mas tambm pelo propsito de diversi car as pr cas de lazer, procurando potencializar oenvolvimento com os esportes, exerccios sicos, expresso corporal, etc. dos diferentes segmentos da sociedade.

    Tendo esse segundo critrio como parmetro, o plano de trabalho do grupo poder prever pr cas corporais sistema zadas que, mesmo no sendo to

    populares na regio, tenham potencial para serem usadas por diferentes grupos sociais no lazer e como forma de promoo da sade (GONZLEZ; FRAGA, 2012).Uma vez estabelecido como ser distribudo o tempo para a aprendizagem e experimentao das diferentes pr cas corporais, assim como o tempo

    dedicado a cada uma delas durante o ano, necessrio estabelecer uma lgica de gradao de conhecimento para cada pr ca. Trata-se de propor uma sequnciade contedos que favorea a aprendizagem.

    2 U lizaremos, para ns de destaque, padres de cores diferentes para quadros e planos de aula.

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    Nesse sen do, cada captulo apresenta propostas de organizao dos contedos das respec vas pr cas corporais. Ainda assim, fundamental considerarque as propostas devem passar por uma adequao ao contexto social no qual o trabalho desenvolvido. Trata-se de iden car e considerar os saberes einteresses dos alunos que integram o projeto.

    Para aprofundamento sobre a organizao das a vidades ao longo do ano, o livro Fundamentos Pedaggicos do Programa Segundo Tempo apresenta umcaptulo espec co dedicado ao assunto: Planejamento do Programa Segundo Tempo (p.237-295). O programa tambm oferece um vdeo que aborda o tema, oqual est disponvel em You Tube 3 (Palavras-chave: Tema 08; Planejamento do PST; vdeo).

    5 COMO ENSINAR AS PRTICAS CORPORAIS

    A organizao desta coleo de Pr cas Corporais da Escola obje va apresentar possibilidades e estratgias que colocam as diferentes pr cas corporaiscomo elementos integradores do processo forma vo geral desenvolvido pela educao. Nesse sen do, como indicador metodolgico deve-se entender queas crianas, adolescentes e jovens so os par cipes a vos do processo, devendo ser considerado seus interesses e intencionalidades no momento de tomardecises sobre os encaminhamentos das aulas. Assim, sempre que possvel, pode-se solicitar aos alunos que indiquem caminhos para modi car os jogos, ascompe es/fes vais, as equipes par cipantes, as a vidades propostas pelos professores, bem como as regras dos jogos e dos esportes, alm de outras inmeraspossibilidades. Essa uma forma de trazer o aluno para a aula, respeitar as suas contribuies e torn-lo mais a vo e par cipante. Consonante a isso, destaca-se que essa condio s ser possvel com uma mediao bem ar culada e sistema zada por parte do professor, que se coloca como o responsvel pelo bomandamento do trabalho no programa.

    A seguir apresentamos algumas recomendaes mais espec cas sobre como encaminhar as aulas na perspec va assumida por essa coleo.

    5.1 Procure conhecer e participar do projeto da escolaO conhecimento do professor sobre quem so os alunos, qual o nvel de escolaridade, renda e pro sso dos pais, quais so os obje vos da escola, a sua

    programao anual, espaos e a vidades curriculares e extracurriculares, alm de outras, auxiliam muito a adequao das pr cas corporais no projeto da escola.

    De modo bem espec co, seria importante que o professor conhecesse o trabalho realizado dentro das aulas de Educao Fsica, pois, por mais que se

    assemelhem, os propsitos so dis ntos na origem das aes. A funo do Esporte da Escola disponibilizar um espao adicional ao processo forma vo, porm,sem a funo de subs tuir as aulas regulares de Educao Fsica.

    Assim, antes de iniciar o trabalho com as pr cas corporais, recomendamos, num primeiro momento, que o professor busque tomar conhecimento doprojeto pol co pedaggico da escola e, mais relevante ainda, seria garan r a sua par cipao efe va na elaborao desse projeto.

    3 Tema 08: Planejamento do PST. Disponvel em: . Acesso em: 26 maio 2014.

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    5.2 Organize o espaoA organizao do espao para os alunos importante. Se as crianas verem certeza dos limites da rea de jogo, isso facilitar a organizao do trabalho

    e melhorar a segurana.

    Lembre que uma boa parte das aulas foi pensada com vrios grupos realizando as tarefas simultaneamente, o que exige a demarcao de reas detrabalho dentro de uma nica quadra, por exemplo. Em se tratando de demarcao da rea de trabalho, alguns jovens que tm di culdades de aprendizagem,percepo ou senso espacial podem no reconhecer as zonas ou conexo entre cones ou marcadores como uma con gurao lgica. Quatro cones que formamum quadrado podem parecer para algumas crianas apenas como um monte de cones. Tente demarcar o espao u lizando as fronteiras apresentadas peloambiente no qual a a vidade acontece.

    Tambm importante re rar todos os elementos que possam propiciar uma queda, gerar ou agravar um machucado. No deixar perto da quadraentulhos, assim como pedras, areia ou gua no piso. A arrumao e limpeza do espao pode ser uma das ro nas incorporadas pelas crianas no incio da aula.

    5.3 Recepcione os alunos, sempre que possvel, num mesmo lugar importante que os alunos saibam onde vo encontrar o professor no incio da aula. Independente de como con nuem os trabalhos bom tem um lugar

    de referncia, isso ajuda para que os alunos se sintam seguros.

    5.4 Converse com seus alunosQuando encaminhar as tarefas, muito importante que todos possam escutar o professor e que se sintam includos. Uma das melhores maneiras de se

    organizar um grupo em semicrculo, para car mesma distncia de todos. Se voc es ver em rea coberta, o piso for seco e no es ver muito frio, possvelconversar com as crianas sentadas. A formao de semicrculo tambm facilita a diviso de grupos. Cer que-se de que o grupo no esteja com a viso voltadapara o sol e que os alunos prestem ateno s suas orientaes.

    muito interessante e posi vo, conversar com os alunos antes de iniciar e aps terminar as aulas. Diferente de quando est todo o grupo, esses momentosso oportunos para conversar de forma mais individualizada e conhecer um pouco mais sobre como esto indo as aulas na perspec va dos alunos. Quando serealiza isso, muito vantajoso levar um registro dessas conversas par culares, de tal forma que no transcurso de algumas aulas todos os alunos tenham aoportunidade de receber essa ateno especial.

    5.5 Estabelea normas clarasPara poder esperar e cobrar determinadas a tudes dos alunos, assim como que eles observem determinadas normas, importante que as regras da aula

    sejam claras. No se trata da imposio de um cdigo de conduta ditatorial, mas sim, de estabelecer com os alunos um conjunto de normas que permita a todos

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    aprender e desfrutar das aulas. Com isso, espera-se que eles tomem inicia vas corretas sem a necessidade de estar permanentemente cobrando a observaode regras elementares de convivncia e segurana.

    Nessa perspec va, devem ser estabelecidas, por inicia va do professor e/ou em acordo com alunos, normas, entre outras coisas, sobre o que e quandofazer:

    a) O professor chama o grupo quando eles se encontram envolvidos em alguma a vidade;

    b) Desejam falar durante as conversas em grupo;

    c) Necessitam ir ao banheiro fora do intervalo;

    d) Aparece algum con ito com um colega;

    e) Uma bola sai do espao da aula;

    f) Um colega se machuca durante as a vidades;

    g) Chegam atrasados aula;

    h) Ocorre algum ato de discriminao ou preconceito a algum colega;

    i) Faltam sistema camente s aulas, sem jus ca vas;

    j) Esquecem-se de fazer alguma tarefa solicitada, entre outros aspectos.

    importante lembrar que os alunos devem entender por que as regras so importantes, assim como dar exemplos de comportamentos adequados einadequados. Salienta-se tambm, que ao se trabalhar as normas, estas devem ser ensinadas durante o ano todo e em inmeras situaes. As regras no seaprendem de imediato, elas precisam de tempo, vivncia, cobrana e re exo.

    5.6 Realize orientaes eficientesProcure se comunicar de forma direta e planeje o que ir dizer. Quando procurar descrever um movimento, tente combinar uma explicao com uma

    demonstrao. Por outro lado, notar que um ponto fundamental destas aulas passa pela pergunta, nesse caso, o importante ser claro na indagao e serpaciente com as respostas que, muitas vezes, demoram em aparecer ou no so as que se espera.

    5.7 Elogie seus alunosDurante a realizao das tarefas importante, alm de dar retornos com informaes teis sobre o que est sendo ensinado, elogiar as aes posi vas

    dos alunos tanto no que se refere aprendizagem do contedo, como as a tudes frente aos acontecimentos da aula.

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    Felicite-os, destacando os aspectos particulares do comportamento realizado corretamente, assim como indicando o porqu essa atitude positiva,por exemplo: Muito bem Antnio, por ajudar o Sergio a realizar corretamente o movimento, importante vocs colaborarem com as aprendizagens doscolegas.

    Seja sincero, entusiasta e varie a forma e circunstncias do elogio. Por outro lado, evite a comparao com colegas ou o elogio por meio do detrimentoda atuao de outro, por exemplo: Muito bem Antnio, assim que se faz, e no como teus colegas que no fazem nada!

    5.8 Anote e cumpra o combinadoCumprir o que foi acordado com a turma fundamental. Por exemplo, se foi combinado que em cada aula voc designar dois ajudantes para colaborar

    no encaminhamento das a vidades, muito importante que no se perca na designao dos mesmos. Voc possivelmente no lembre, mas os alunos sim, e oesquecimento que era a vez de um e no de outro pode causar um problema. Assim como nesse exemplo, os cuidados devem ser tomados com todas as outrascombinaes que se pode fazer com as crianas durante as aulas.

    A organizao da aula ajuda a criar e manter um clima posi vo, assim como manter os alunos centrados nas aprendizagens.

    5.9 Torne as aulas inclusivasUm obje vo importante do PST o da incluso de alunos com de cincias, assim importante ter disposio para envolver todos nas aulas,

    independentemente, de suas condies. Por outro lado, isso no fcil e coloca grandes desa os para todos.

    Para auxiliar nesse sentido, o PST tem desenvolvido uma srie de documentos e propostas que devem ser consultados quando seja necessrio.Por exemplo, o Caderno de Apoio Pedaggico do Programa Segundo Tempo apresenta um tpico bastante detalhado de como trabalhar com crianascom deficincia (fsica ou sensorial), assim como com dificuldades de aprendizagem, titulado Tornando as aulas inclusivas (BRASIL, 2010, p.15-21). Entreoutros detalhes se encontram algumas caractersticas dos jovens com diferentes deficincias, recomendaes sobre encaminhamentos pedaggicos,cuidados com a segurana, assim como modificaes pelas quais os jogos precisam ser adaptados para possibilitar o envolvimento das crianas.

    Na mesma linha, o livroFundamentos Pedaggicos do Programa Segundo Tempo tem um captulo espec co dedicado ao assunto: Questes da de cinciae as aes no PST (MARQUES; CIDADE; LOPES, 2009, p.115-162). O programa tambm oferece um vdeo que aborda o tema, o qual est disponvel emonline 4 (Palavras-chave: Tema 05; PST; vdeo; de cincia).

    4 Tema 05: Questes da decincia e as aes no Programa. Disponvel em: . Acesso em: 26 maio 2014.

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    5.10 Incentive atitudes inclusivas e respeitosas e desencoraje comportamentos preconceituosos

    As aulas so cenrios nos quais os alunos expressam as diversas formas de entender o mundo que convivem na sociedade. O Esporte da Escola sendoum espao educa vo deve favorecer a pluralidade e a diversidade de valores, crenas e a tudes, contudo, estas expresses devem ser compa veis com princpiosdemocr cos, em que a ideia de igualdade de direitos (isonomia) fundamental.

    Isso signi ca que os professores devem problema zar e inibir qualquer po de discriminao quanto condio socioeconmica, de cincia, ao gnero, idade, nacionalidade/regionalidade, raa/cor/etnia, ao po de corpo, etc. Dessa forma, alguns cuidados so fundamentais, como, por exemplo, os apontadospor Silvana Goellner (2009) no livroFundamentos Pedaggicos do Programa Segundo Tempo .

    a) Criar um bom ambiente entre os par cipantes da a vidade proposta permi r que cada pessoa possa se expressar livremente e que seja respeitadapelas suas opinies, habilidades, vivncias etc.

    b) Incen var a pr ca de a vidades espor vas para todos, independentemente do gnero, idade, nacionalidade/regionalidade, raa/cor/etnia, po decorpo etc., promovendo a vidades nas quais as crianas, com diferentes caracters cas, pra quem conjuntamente.

    c) Ficar atento para situaes em que aconteam discriminaes e buscar interferir de forma a minimiz-las e evit-las.d) Desenvolver estratgias, incen vos, elogios para que cada sujeito se sinta integrante do projeto.

    e) No deixar de exercer o papel de educador e intervir sempre que houver situaes de excluso.

    f) Desenvolver experincias de sensibilizao que possibilitem a discusso e a problema zao de situaes caracterizadas pela discriminao, exclusoe o preconceito.

    g) es mular a copar cipao nas a vidades propostas.

    Para aprofundar a discusso, recomendamos par cularmente os textos: Corpo, gnero e sexualidade: educando para a diversidade de Silvana VilodreGoellner e Procedimentos metodolgicos para o Programa Segundo Tempo de Suraya Cris na Darido e Amauri Aparecido Bssoli de Oliveira, no livroFundamentosPedaggicos do Programa Segundo Tempo (GOELLNER, 2009).

    Na mesma linha, sugerimos assis r os vdeos: Tema 07 - Procedimentos metodolgicos para o PST (Palavras-chave: Tema 07; PST) e Tema 03 - Corpo,Gnero e Sexualidade (Palavras-chave: Tema 03; PST), ambos disponveisonline 5.

    5 Tema 07 e Tema 03 disponveis em: . Acesso em: 26 maio 2014.

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    5.11 Procure conhecer outros materiais de apoio j produzidosO PST tem produzido diferentes materiais que ajudam a pensar e discu r o encaminhamento das aulas em diferentes perspec vas. Da mesma forma, tem

    produzido materiais audiovisuais que tambm esto disponveis na Internet.

    6 COMO OS LIVROS FORAM ORGANIZADOS

    6.1 Planos de aula visando incluso de todosO conceito de Incluso no mbito dessa coleo implica, antes de tudo, rejeitar, por princpio, a excluso de qualquer aluno.

    Na coleo optamos por incluir pelo menos um plano de aula, com a vidades que deem conta de re e r sobre as pessoas com de cincia. Assim,buscamos abordar de forma mais explcita a questo da incluso.

    Assumir uma proposio inclusiva pode ajudar a superar o histrico do ensino das pr cas corporais que, em muitos momentos, pautou-se por classi car

    os indivduos em aptos e inaptos, excluindo os l mos do esporte, das danas, dos jogos. Deve-se levar em conta tambm que, mesmo alertados para a exclusode grande parte dos alunos, muitos professores apresentam di culdades em re e r e modi car procedimentos e a vidades excludentes, devido ao enraizamentode tais pr cas. Por exemplo, alguns docentes propem jogos em que os alunos que ganham permaneam mais tempo em quadra jogando, em detrimento dosdemais. Aes como essa podem indicar que se privilegiam os mais aptos, o que deve ser evitado veementemente.

    O professor deve par r sempre do pressuposto de que os programas educacionais, caso desta coleo, no visam o rendimento e devem deixar isso claropara seus alunos, valorizando as diferentes formas de expresso. No porque um aluno no possui uma habilidade re nada no futebol ou consiga desenvolvercom graa a coreogra a de uma dana, que deve ser tratado de forma inferiorizada nas aulas.

    6.2 Rodas inicial e finalOs temas de cada contedo deste livro foram estruturados basicamente com sugestes de rodas, pesquisas, vivncias e dicas colocadas em ordens

    diversas, de acordo com as necessidades de abordagem.Todas as aulas so iniciadas com uma roda, momento no qual o professor expe o tema do dia e/ou realiza uma avaliao diagns ca para levantar o

    conhecimento prvio dos alunos e alunas sobre o assunto a ser tratado.

    Os planos tambm sugerem nalizar as aulas em roda, pois dessa forma possvel lembrar o que foi realizado no dia e trazer informaes sobre algumfato ou observao do co diano espor vo, ou simplesmente para apresentar o que foi aprendido naquela aula.

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    Na roda nal, podem-se discu r os erros, os acertos, o que foi aprendido, o que faltou para ser complementado, o que ser trabalhado no prximoencontro, alm de outros aspectos que o professor e os alunos julgarem importantes.

    Na roda no h incio nem m; h um sen do de igualdade e unio, no qual todos falam e so ouvidos, en m, um espao cole vo. A roda propicia aaprendizagem de ouvir o colega, aguardar a sua vez de falar, respeitar opinies, argumentar, discordar, concordar, alm de outros.

    6.3 Planos de aula, pesquisas e vivnciasAs pesquisas sugeridas, tanto para os momentos de aula como para tarefa de casa, podem ser orientadas pelo professor para as mais diversas fontes,

    como revistas, livros, jornais, Internet etc. Algumas seguem com sugestes de site para procura.

    As vivncias sugeridas representam uma signi ca va forma de aprendizagem, alm de proporcionar aos alunos o contato real com as diferentesmanifestaes da cultura corporal.

    As sugestes oferecidas neste livro pretendem promover a apropriao, por parte dos alunos, de conceitos, procedimentos e a tudes, rela vos aosdiversos temas, devendo ocorrer de forma integrada. Lembramos que pesquisar, ler, vivenciar e discu r so maneiras de adquirir conhecimento e tornar asaprendizagens mais signi ca vas.

    Importante ressaltar que os temas no devem ser encarados como receitas a serem reproduzidas ao p da letra. Os docentes tm a possibilidade dealterar, adaptar e criar novas estratgias para a implantao das a vidades sugeridas, de acordo com as necessidades e sua realidade.

    6.4 Pontos de culminncia: festivais e competies verdade que os alunos, por tradio, solicitam aos professores pr cas e a vidades que j conhecem e dominam, na maioria dos esportes, ligadas

    pr ca exclusiva do jogo, no formato do prprio esporte (ou babas, como se diz no nordeste). Em alguns casos, nem por jogos reduzidos e por jogos pr-despor vos os alunos se interessam.

    Esse fato interessante, pois, se por um lado, os alunos gostam e at exigem o prprio jogo, por outro se todas as aulas apresentarem as mesmasa vidades eles acabam se deses mulando pela repe o do mesmo po de jogo, sem encontrar desa os diferentes.

    Nesse sen do, propusemos na coleo que, em cada um dos captulos, haja a introduo de fes vais e/ou compe es que facilitem a ocorrncia depicos de emoo, ou desa os. Por isso, nos planos de aula esto includas perspec vas para o es mulo dessas a vidades.

    Parece que, ao longo da histria recente da Educao Fsica, ocorreram tantas cr cas ao esporte que acabou por se negar a compe o, como se osmale cios zessem parte de sua natureza. No entanto, entendemos que se conseguirmos organizar eventos que evitem a sele vidade, o clima de vitria aqualquer preo, a monocultura da pr ca corporal, entre outros problemas, dando oportunidades para todos compe rem de forma cuidadosa e equilibrada,

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    valorizando o jogar com os outros e no contra os outros, ampliando os conhecimentos das diversas manifestaes da cultura corporal, poder-se-ia gerar bene ciosna implantao de jogos/fes vais/compe es.

    Alm disso, a apresentao do conhecimento aprendido nas aulas de Gins ca, Dana e A vidades Circenses, tambm podem auxiliar a aprendizagem emo vao dos alunos.

    Os programas de Pr cas Corporais propostos nesta coleo podem e devem promover: viagens, visitas, alm dos fes vais e compe es. Podem, almdisso, promover idas a jogos e compe es espor vas, passeios cicls cos ou caminhadas envolvendo a comunidade, alm de outros eventos que es mulem aquebra da ro na e aproximao entre os par cipantes do ncleo.

    6.5 Ligao aos temas transversaisTemas transversais, de forma bastante simpli cada, podem ser de nidos como os grandes problemas da sociedade brasileira que o governo e a

    sociedade tm di culdade em encontrar solues e que, por isso, encaminham para a escola e outras ins tuies educacionais a tarefa de tema z-los(DARIDO, 2012).

    Os temas transversais citados pelos Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997, 1998) so: ca, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural, Sade,

    Orientao Sexual e, tambm, Trabalho e Consumo. Embora, seja possvel iden car outros temas de interesse, de acordo com o contexto espec co de cadagrupo social.

    Esses temas foram propostos para toda a escola, ou seja, devem ser tratados por todas as disciplinas escolares, inclusive os programas e aes or ientadasa ampliao do tempo escolar. Entende-se que os contedos propostos ao longo da coleo podem auxiliar na tarefa de discu r e re e r sobre os temastransversais na escola. Assim, cada um dos contedos apresenta possibilidades para o tratamento de um dos temas transversais, mais especi camente:

    a) O esporte e o tema transversal orientao sexual;

    b) A dana e o tema transversal pluralidade cultural;

    c) A gins ca e o tema transversal sade;

    d) As lutas e o tema transversal trabalho e consumo;

    e) As pr cas corporais de aventura e o tema transversal meio ambiente;

    f) A capoeira e o tema transversal pluralidade cultural.

    importante salientar que, quando se optou por incluir a discusso dos temas transversais no Esporte da Escola, fez-se uma opo clara em apoio necessidade de auxiliar a sociedade no tratamento de seus grandes problemas sociais. Assim, ensinar pr cas corporais no signi ca tratar apenas tcnicas et cas, mais do que isso, signi ca oferecer uma formao ampla voltada formao do cidado cr co.

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    REFERNCIASBRASIL. Ministrio do Esporte; Ministrio da Educao.Caderno de Apoio Pedaggico do Programa Segundo Tempo : repertrio de a vidades para a iniciao espor va:movimentaes e habilidades; aplicao em jogos; jogos de invaso; jogos de rede e de parede e jogos de bater e de lanar. Brasilia, DF, 2010.

    BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental.Parmetros curriculares nacionais : Educao sica. Braslia, DF, 1997.

    BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental.Parmetros Curriculares Nacionais : Pluralidade Cultural. Braslia, DF, 1998.

    DARIDO, Suraya Crisna; OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bssoli de. Procedimentos metodolgicos para o programa segundo tempo. In: OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bssoli de;PERIN, Gianna Lepre (Org.).Fundamentos pedaggicos do Programa Segundo Tempo : da re exo a pra ca. Maring: Eduem, 2009. p. 207-236.

    DARIDO, Suraya Crisna (Org.).Educao Fsica e Temas Transversais na Escola. Campinas: Papirus, 2012. 240 p.

    FORQUIN, Jean-Claude. Currculo e cultura. In: FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemolgicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: ArtesMdicas, 1993.

    GOELLNER, Silvana Vilodre. Corpo, gnero e sexualidade: educando para a diversidade. In: OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bssoli de; PERIN, Gianna Lepre (Org.).Fundamentospedaggicos do Programa Segundo Tempo : da re exo a pra ca. Maring: Eduem, 2009. p. 69-84.

    GONZLEZ, Fernando Jaime; FRAGA, Alex Branco. Referencial curricular - Educao Fsica - Ensino Fundamental: Caderno do Professor. In: RIO GRANDE DO SUL. Secretaria deEstado da Educao. Departamento Pedaggico. Lies do Rio Grande: Livro do Professor. 13. ed. Porto Alegre, 2009. v. 2, p. 97.

    GONZLEZ, Fernando Jaime; FRAGA, Alex Branco.Afazeres da educao sica na escola: planejar, ensinar, par lhar. Erechim, RS: Edelbra, 2012. 208 p.

    MARQUES, Alexandre Carriconde; CIDADE, Ruth Eugnia; LOPES, Kathya Augusta Thom. Questes da de cincia e as aes no programa segundo tempo. In: OLIVEIRA, AmauriAparecido Bssoli de; PERIN, Gianna Lepre (Org.).Fundamentos pedaggicos do Programa Segundo Tempo : da re exo a pra ca. Maring: EDUEM, 2009. p. 115-162.

    OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bssoli de; PERIN, Gianna Lepre (Org.).Fundamentos pedaggicos do Programa Segundo Tempo : da re exo a pra ca. Maring: Eduem, 2009.

    OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bssoli de et al. Planejamento do Programa Segundo Tempo: a inteno comparlhar conhecimentos, saberes e mudar o jogo. In: OLIVEIRA,Amauri Aparecido Bssoli de; PERIN, Gianna Lepre (Org.).Fundamentos pedaggicos do Programa Segundo Tempo : da re exo a pra ca. Maring: Eduem, 2009. p. 237-295.

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    GINSTICAIeda Parra Barbosa Rinaldi

    A GINSTICA NA ESCOLA

    A gins ca, historicamente, como forma de conhecimento, foi construda e est presente na histria da humanidade desde a Pr-histria, a rmando-se naAn guidade, mantendo-se na Idade Mdia, fundamentando-se na Idade Moderna e sistema zando-se na Idade Contempornea (RAMOS, 1982). Durante sculos,principalmente a par r do sculo XIX, em pases europeus, muitos mtodos gins cos foram desenvolvidos, in uenciando a gins ca mundial, em especial, agins ca brasileira.

    Na atualidade, encontramos diferentes gins cas e, sobre isso, Tibeau (1999) nos alerta que na educao sica, a rea da gins ca, talvez, seja a que maissofre in uncias de modismos, posto que a todo momento surgem diferentes nomes associados, direta ou indiretamente, gins ca, com novos contornos ouno, de acordo com as suas principais caracters cas e obje vos.

    H muitos nomes diferentes, principalmente nas academias, influenciadas por modismos ou, at mesmo, usadas como estratgia de marketingpara que os praticantes pensem estar fazendo algo novo, na moda. O fato que necessrio um grande empenho para acompanhar o surgimento detantos novos tipos de ginsticas.

    Novos mtodos, tendncias e tcnicas so criados e desenvolvidos e, para isso, o desenvolvimento da cincia e da tecnologia contribui signi ca vamentepara essas conquistas, entre elas, manter o corpo saudvel. Portanto, entendemos que estabelecer um nico conceito de gins ca provavelmente restringiria oalcance do universo deste elemento da educao sica.

    Pensando no espao escolar, defendemos como importante que os saberes da gins ca, ao serem trabalhados em aulas de educao sica, promovamaos alunos a sua compreenso como rea de conhecimento, em sua totalidade, e no apenas fragmentada em rtulos como gins ca rtmica, gins ca ar s ca,step, body pump, body a ack, body combat, jump , entre outros. Que compreendam as caracters cas, princpios, obje vos, tcnicas de movimentos, prprios dagins ca.

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    Entretanto, de acordo com autores como Nista-Piccolo (1988), Barbosa-Rinaldi e Souza (2003), Barbosa-Rinaldi e Cesrio (2010), a ginsca raramente desenvolvida como um dos contedos da educao sica escolar, ainda que haja o reconhecimento da importncia deste tema para o aluno. Esse fato noest relacionado somente ao ensino da gins ca, mas com a maioria dos conhecimentos da educao sica. A situao re ete a realidade da rea, pois o que seencontra o esvaziamento dos contedos e a vidades desconectadas do projeto da escola. Mas vale lembrar, como a rmam Soares et al. (1992), que a presenada gins ca na escola importante porque pode contribuir para que o aluno constate, interprete, compreenda, explique e possa transformar a realidade socialem que vive.

    Nos demais espaos fora da escola, a situao parece no ser diferente, pois como asseguram Barbosa-Rinaldi e Pizani (2013), as organizaes degins cas espor vas ainda no efe varam um programa de desenvolvimento de massi cao e/ou iniciao espor va, posto que o inves mento que se tem feito centralizado nas equipes com ascenso no cenrio mundial, que representam o pas em compe es o ciais. A jus ca va que o governo no viabiliza verbasu ciente para a democra zao da gins ca pelo fato do Brasil ser um pas de grande territrio nacional, di cultando a tarefa.

    Ainda importante ressaltar que o domnio do conhecimento espec co por parte do professor muito importante e um aspecto bsico no ensino(SHULMAN, 1986; MIZUKAMI et al., 2002; GARCIA, 1999). E, no caso espec co da gins ca, o domnio do contedo contribui para que o professor adapte oconhecimento para a realidade de suas aulas, possibilitando novas construes e apropriaes do mesmo.

    FORMAS DE CLASSIFICAO DA GINSTICA E A INTENCIONALIDADE DOS SUJEITOS (SADE, ESRENDIMENTO)

    Ao longo da histria, a gins ca tem sido direcionada para a ngir diversos obje vos ampliando as possibilidades de sua u lizao. Souza (1997) apresentacinco campos de atuao: gins cas sioterpicas; gins cas de condicionamento sico; gins cas de conscien zao corporal; gins cas de compe o;gins cas demonstra vas. Tais campos esto representados na Figura 1:

    GINSTICA

    decondicionamento

    sico

    decompeo

    dedemonstrao

    deconscienzao

    corporalsioterpicas

    Figura 1: O Universo da Gins caFonte: Souza (2008, p. 11).

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    Os pro ssionais de Educao Fsica no trabalham com as gins cas sioterpicas que, para Souza (1997), tm sua caracters ca relacionada com apreveno ou tratamento de doenas. Dentre as gins cas sioterpicas, podemos citar: reeducao postural global (RPG); cinesioterapia; isostreching .

    As gins cas de condicionamento sico e de conscien zao corporal caracterizam-se pela preocupao com a manuteno da condio sica emanuteno da sade.

    As gins cas de condicionamento sico visam est ca corporal, relacionada ao padro de corpo belo estabelecido pela sociedade de consumo e,geralmente, est presente em academias, mas tambm acontece em clubes, associaes de bairros, universidades e outros. Dentre as muitas denominaespodemos citar: aerbica, localizada, alongamento, step , body pump, body a ack, body combat, jump, bike, jump t, bio bike, runner sculpt, fast group, asshburn, over t Ball, glteo ash , mat pilates , entre outras (TOLEDO; PIRES, 2008). De acordo com Barbosa-Rinaldi (2004), tambm esto presentes no treinamentode equipes espor vas e, talvez por isso, seja comum seu trato somente como aquecimento nas aulas com enfoque nos esportes cole vos e no como forma deconhecimento.

    J as ginsticas de conscientizao corporal voltam-se para problemas fsicos, embora com novas propostas de abordagem do corpo. Souza (1992)expressa que a chegada desse tipo de ginstica no Brasil recente, por volta da dcada de 1970, e assegura que estas fazem uso de movimentaescorporais, de origem europeia e americana, com vistas soluo de problemas de sade, posturais etc. e, tambm, inspiradas em prticas orientaismilenares, como Yoga e Tai-Chi-Chuan . Fiorin (2002) acrescenta que uma das ginsticas de conscientizao corporal a antiginstica, que se ope ao

    conceito de corpo belo das ginsticas de academia (ginsticas de condicionamento fsico), haja vista que objetiva a liberao dos padres estabelecidospela sociedade, priorizando a sade relacionada ao bem-estar geral. Alm da antiginstica, eutonia, feldenkrais , bioenergtica e outras so representantesdesse campo de atuao da ginstica.

    As gins cas de compe o, como o prprio nome informa, so as modalidades gmnicas que envolvem eventos de compe o e possuem regras queas regulamentam internacionalmente. So construdas pela Federao Internacional de Gins ca (FIG), que um rgo que administra compe es no mundo.No Brasil, temos a Confederao Brasileira de Gins ca6 e Federaes Estaduais vinculadas FIG.

    No que concerne s gins cas compe vas, novas modalidades vm se a rmando no cenrio mundial de tal forma que algumas delas compuseramnovos comits na FIG como, por exemplo: a Gins ca Aerbica Espor va, o Trampolim e os Esportes Acrob cos e outras como as Rodas Gins cas, Aesthe csGymnas cs , Rope Skipping, Acroba c Rock and Roll , que, mesmo no fazendo parte da FIG, possuem campeonatos que renem par cipantes de vrios pases(BARBOSA-RINALDI, 2010). Contudo, podemos tambm citar as modalidades com maior tradio no pas, como a Ginsca Acrob ca (GACRO), Ginsca Rtmica

    (GR) e a Gins ca Ar s ca (GA), que vm se destacando no cenrio mundial.Como representante das gins cas de demonstrao, podemos citar a Gins ca Geral (GG) ou Gins ca para Todos (GPT), cuja principal caracters ca

    o carter demonstra vo e a no-compe vidade. O nmero de pra cantes grande por toda a Europa, pois existem vrias associaes com bom nmero de

    6 No ano de 1978 foi criada a Confederao Brasileira de Gins ca (CBG) como en dade administra va vinculada FIG no Brasil, que comeou a organizar as compe es de Gins ca Ar s ca(feminina e masculina) e Gins ca Rtmica.

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    adeptos, e no Brasil uma manifestao que vem aumentando cada vez mais seu nmero de par cipantes. Um dado importante sobre a Gins ca para Todos ouGG que ela compe um dos comits da FIG, sendo a nica modalidade no compe va.

    A FIG a define como a parte da ginstica que est orientada para o lazer; que oferece um programa de exerccios com caractersticas especiais,adequadas para todas as idades. Desses exerccios, as pessoas participam principalmente pelo prazer que sua prtica proporciona, a qual promove a

    sade, a condio fsica e a interao social, contribuindo tambm para o bem-estar fsico e psicolgico (FIG, 1993). Ainda vale salientar, como asseguramBarbosa-Rinaldi e Teixeira (2011, p. 20), que a GG, como modalidade gmnica demonstrativa, alm de todas as manifestaes ginsticas, agrega um grandecampo de manifestaes, tais como danas, artes circenses, esportes e outras, [...] o que lhe confere um significado inusitado na contemporaneidade,haja vista que em tempos de especialismos a ginstica geral caminha na direo de ampliao de possibilidades corporais (BARBOSA-RINALDI; TEIXEIRA,2011, p. 20).

    O QUE ESSENCIAL O ALUNO SABER SOBRE GINSTICA

    Ao re e rmos sobre o que essencial ao aluno saber sobre gins ca, iniciamos este tpico com base em Ayoub (2004, p. 87), pois concordamoscom a autora quando a rma que os alunos devem conhecer as inmeras interpretaes da gins ca, para assim, [...] buscar novos signi cados e criar novas

    possibilidades de expresso gmnica.Desse modo, apresentamos, no Quadro 1, os conhecimentos sobre gins ca, entendidos como essenciais ao aluno saber, resultante de nossas incurses

    tericas, experincias pro ssionais e, tambm, de projetos de ensino, extenso e pesquisa em escolas.

    Entendemos que um dos caminhos para legi mar a gins ca como conhecimento no trat-la tomando como base regras rgidas, pelo contrrio, seudesenvolvimento deve permi r a par cipao de todos, buscando a ngir liberdade gestual, alm de valorizar as experincias individuais e cole vas dos alunos,advindas da histria de vida destes.

    Ainda entendemos como importante ressaltar que, com base em Barbosa-Rinaldi, Lara e Oliveira (2009), defendemos que o trabalho com a gins ca devaacontecer a par r de uma pr ca educacional percebida em seus aspectos histricos, sociolgicos, antropolgicos, los cos, biolgicos etc., e no apenas porseus aspectos tcnicos. Por m, tambm defendemos o desenvolvimento de uma gins ca democr ca e para todos.

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    Quadro 1: Saberes gins cos essenciais ao aluno

    GINSTICAS CONHECIMENTOS

    Gins ca de condicionamento sico

    Geral:- aspectos histricos, culturais e sociais das gins cas de condicionamento sico: relaes com a sade, qualidade de vida, est ca etc.;- movimentos que desenvolvam habilidades e capacidades sicas: fora, resistncia, exibilidade, velocidade, agilidade, equilbrio, coordenao motora, ritmo, dentre outros.

    Corpo:- subir e descer de um step , degrau ou outra super cie elevada;- polichinelo;- chute: consiste na elevao do joelho exionado, com um pequeno giro do quadril fazendo uma rotao do joelho para dentro, terminando com perna estendida, em que h o

    deslocamento do p at o alvo imaginrio;- pular corda de forma individual com dois ps simultaneamente;- elevao do joelho: em p, com pernas paralelas e braos exionados ao lado do corpo, o aluno dever saltar e elevar o joelho direito em direo ao cotovelo esquerdo, bem

    como o joelho esquerdo em direo ao cotovelo direito;- corrida estacionria: simular o movimento de corrida sem deslocamento com elevao dos calcanhares nos glteos.

    Gins cas compe vas

    Gins ca Rtmica (GR)Fundamentos histricos da modalidade.Associao dos movimentos corporais com msica e aparelho.Corpo:- d iferente s formas de andar, correr, sal tar, girar;- saltos (grupado, ver cal, tesoura, passo pulo, cossaco, carpado e afastado);- equilbrios (pass, prancha facial, perna frente, de joelhos com a perna lateral, frontal ou dorsal, com 90);- pivots (no pass , com sustentaes das pernas frente);

    - exibilidade e ondas: associao dos elementos de exibilidade e onda com msica e aparelho.Manejo de aparelhos (corda, arco, bola, maas e ta):- balanceio, circundues, rotaes, movimento em oito, rolamentos, lanamentos e recuperaes e outros espec cos de cada aparelho.Msica:- a vidades rtmicas: iden cao do ritmo musical, explorao dos diferentes ritmos com o prprio corpo e com o corpo do outro e com os materiais, elaborao de composies

    gmnicas a mos livres.

    Gins ca Ar s ca (GA)Fundamentos histricos da modalidade. Solo: rolamentos grupados, afastados e carpados (frente e trs), parada de mos, parada de mos com rolamento para frente, oitava, parada de cabea, roda, rodante, reverso,roda com uma mo e sem mos, esquadro;- Composies coreogr cas com os elementos de solo.Aparelhos: trave de equilbrio, mesa de salto, barra xa, argolas e paralelas simtricas.- Entradas, sadas, impulsos, balanos, giros, suspenso, apoios, equilbrio est co, saltos, elementos com voos, inverses de eixo.

    Gins ca Acrob ca (GACRO)- fundamentos tcnicos, histricos e culturais da gins ca acrob ca;- exerccios de equilbrio corporal: dinmico e est co;

    - exerccios individuais de solo;- pegas;- guras acrob cas est cas, em duplas e trios: contrapeso, posies bsicas e de complexidade mdia da base, do volante e do intermedirio, com e sem inverso do eixo

    longitudinal;- guras acrob cas est cas e dinmicas: quartetos, quintetos e sextetos;- quedas;- posies fundamentais da base;- posies fundamentais do volante.

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    Sade: Gins ca de conscien zaocorporal e Gins cas dedemonstrao/Gins ca geral

    - Aspectos histricos e culturais das gins cas de conscien zao corporal e das gins cas de condicionamento sico: pos e caracterizao.Elementos corporais: equilibrar, balancear, trepar, girar, sal tar, saltar, andar, correr, circundar, ondular, rastejar, estender, rolar e outros.Elementos acrob cos (com, em e sem aparelhos) : rotaes; apoios; aparelhos; reverses; suspenses; pr-acrob cos.A vidades rtmicas e expressivas: brincadeiras cantadas, expresso corporal, iden cao dos ritmos corporais e externos.Explorao de aparelhos tradicionais: De grande porte : plinto, barra xa, mesa de salto, trave de equilbrio, cavalo com alas, trampolim, esteira, colches, barra simtrica eassimtrica, dentre outros. De pequeno porte: bola, corda, arco, ta, maas, dentre outros.Explorao de aparelhos no tradicionais: tecido, pneu, cmara de ar de pneu, caixas, gales de gua, engradados, bambus, garrafas, bancos, cadeiras, bolas de parque, dentre

    outros.Coreogra a: formao, direo, trajetria, planos, harmonia, sincronia, ritmo, apresentao individual e em grupo, dentre outros. Processos de construo coreogr ca, variaesrtmicas e teoria musical.- Aspectos tcnicos, histricos e culturais das gins cas: rodas gins cas, rope skipping, gins ca est ca, tumbling, gins ca acrob ca, gins ca ar s ca, gins ca rtmica,

    gins ca aerbica, trampolim acrob co etc.

    Fonte: A autora.

    A GINSTICA E SUA REL AO COM O TEMA TRANSVERSAL DA SADE

    Pensar sobre sade e sua relao com a gins ca faz com que lembremos de que a educao sica uma disciplina que se relaciona com a rea da sadee, portanto, a gins ca representa um de seus contedos tambm. Mas o que ensinar sobre sade? A histria nos mostra que apenas transmi r informaessobre funcionamento do corpo, caracters cas das doenas e hbitos de higiene no su ciente.

    Estudos tm sido realizados com o obje vo de repensar a relao da sade com a educao sica escolar e comunitria, buscando produzir conhecimentosque contribuam para avanos nesta rea (CARVALHO, 2001; DEVIDE, 2002; PALMA, 2000).

    A sade no deve ser entendida apenas como bom estado sico e mental, preciso dar importncia ao bem-estar social, comparando corpo e sociedade,discu ndo suas anomalias e patologias. Nesse contexto, os professores precisam promover discusses com seus alunos sobre o aspecto social da sade. Crianase adolescentes precisam re e r alm do conceito de sade apresentado pela Organizao Mundial da Sade (1986, p. 129), que [...] completo bem-estar sico,mental e social. Devide (2003, p. 144) ainda acrescenta que na educao sica escolar importante re e r e discu r todos os determinantes da sade, ou seja,[...] aspectos biolgicos, econmicos, histricos e sociais desses seus ramos de conhecimento.

    Dessa forma, o professor pode realizar debates que faam apontamentos sobre qualidade de vida, promoo da sade e preveno a doenas. necessriofocar todos os aspectos envolvidos na formao de hbitos e a tudes e, por esta razo, a sade como tema transversal deve ser trabalhada tambm por meioda gins ca. Assim, discu r com os alunos os aspectos que envolvem a relao dos saberes gmnicos com a sade uma tarefa importante, sobretudo para queestes no cresam com uma mentalidade unicamente mdica e/ou biolgica do assunto, haja vista que a sade tambm precisa ser entendida em seus aspectoshistricos e sociais. por meio dos contedos escolhidos que o professor poder proporcionar que o aluno entenda as relaes da pr ca pedaggica com a vidasocial.

    Dentre eles possvel propor alguns elementos para discusso, tais como: padres de beleza; sade e performance; um tema que envolve a discussoacerca da est ca; substncias qumicas e doenas psicossom cas; potencialidades e limites da relao entre a vidade sica, exerccio sico, ap do sica e

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    sade; adaptaes e ajustes anatomo siolgicos do exerccio e da a vidade sica; alm de hbitos saudveis e qualidade de vida e sua relao com a a vidade sica e a nutrio.

    Dessa maneira, ao trabalhar com a gins ca, o professor pode levantar questes importantes, como o fato de que, na atualidade, em nome da sade,a gins ca e os exerccios sicos so usados para exibir corpos cada vez mais trabalhados e delineados, especialmente para a ngir um padro de corpo ideal

    estabelecido socialmente. Ainda possvel re

    e r que atualmente a indstria da beleza conta com cosm cos, cirurgias est cas, cada vez mais modernas,e dietas que incluem restrio alimentar, suplementos, bebidas isotnicas, dentre outros. E que todos esses recursos so apresentados por meio da mdia eprocuram convencer a usar toda a tecnologia disponvel para a ngir a to esperada sade. Sendo, portanto, necessrio discu r as in uncias da indstria cultural,sobre a ideia de corpo perfeito, a relao e os ques onamentos entre meninos e meninas pra cantes, das modi caes que ocorrem no organismo durante apr ca e das possibilidades de movimentao do corpo.

    Tambm possvel discu r por meio das gins cas compe vas que o excesso de exerccios aumenta o risco de leses graves e a possvel degradao docorpo; e que o uso de meios ar ciais, como anabolizantes, que aceleram a performance corporal, provocam danos ao organismo.

    Assim, a par r do trabalho com a gins ca, o professor pode ser capaz de realizar debates sobre a qualidade de vida, promoo da sade e preveno doena. Debate sobre o problema social da ina vidade sica, posto que nem todos trabalhadores brasileiros tm tempo livre para frequentar academias e nemtodas crianas possuem acesso pr ca da gins ca. Comparao de comentrios de fontes como a TV cien ca sobre a questo do sedentarismo e sua relaocom a sade pblica. Dilogo sobre sade e doena e sua relao histrica com a educao sica. Discusso com os alunos sobre quais so as limitaes dosconceitos de sade criados pela Organizao Mundial de Sade. Debater sobre as diferentes possibilidades a par r das quais a gins ca pra cada, por exemplo,alguns pra cam para compe r; outros para melhorar sua sade ou prevenir doenas; outros para se conscien zarem corporalmente; outros, ainda, como formade lazer. Dilogo sobre o fato de que a gins ca desenvolvida em grande escala nas academias tem como obje vos a promoo e manuteno da sade, bemcomo o desenvolvimento de um corpo este camente belo, dentro dos padres estabelecidos pela sociedade.

    DICAS SOBRE COMO ENSINAR GINSTICA

    No incio da aprendizagem, as gins cas no se caracterizam pela execuo de movimentos perfeitos determinados pelo professor, mas sim pela exploraocorporal e compreenso das intenes e possibilidades de movimento. Para desenvolver os elementos corporais e acrob cos possvel u lizar a explorao

    do espao como galhos de rvores, bancos, muros, escadas, gramado, quadra, e explorao de aparelhos tradicionais e no tradicionais de grande porte, comoplintos, trave de equilbrio, pneus, espaldar etc. Essa explorao ocorre por meio de histrias que podem advir da realidade das crianas, da literatura infan l, dacultura popular e devem proporcionar momentos de experincias diversi cadas de movimentos de gins ca a par r da fantasia, imaginao e cria vidade, naqual os alunos par cipam das a vidades orientadas pelo professor. Vale ressaltar que todos os elementos gmnicos listados a serem trabalhados esto presentesem todos os campos de atuao das manifestaes gins cas a serem desenvolvidas pelos professores, quais sejam: gins cas de condicionamento sico egins cas de conscien zao corporal (sade); gins cas de compe o; e gins cas demonstra vas.

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    As gins cas compe vas podem ser trabalhadas a par r dos princpios da gins ca geral. Entretanto, importante recuperar o processo histrico dasmanifestaes trabalhadas a par r de pesquisas realizadas pelos alunos, anlise de textos, lmes, imagens, alm da concre zao do trabalho em forma de texto,colagens, desenhos etc. Esse trabalho a ser socializado com a comunidade por meio de composies coreogr cas e outros que expressem os conhecimentostratados.

    Outra possibilidade propor re

    exes circulares baseadas na experincia pessoal e nas pesquisas realizadas sobre a relao estabelecida das gins cascom os acontecimentos sociais e pol cos. necessrio, portanto, discu r as in uncias da indstria cultural, o padro est co da modalidade, questes degnero dos pra cantes, aspectos siolgicos e biomecnicos, in uncias das manifestaes na sociedade contempornea. De acordo com Pizani e Barbosa-Rinaldi(2010), no trabalho com a gins ca rtmica, preciso atentar-se para a explorao dos aparelhos de forma ldica, que o brincar pode ser u lizado como apoiopedaggico, haja vista que no imaginrio infan l tudo possvel, e que assim, a pr ca da GR pode ser vivenciada a par r de outras possibilidades, diferentes daexigncia tcnica de alta complexidade.

    Tambm preciso desenvolver a vidades rtmicas, a m de promover a iden cao do ritmo musical, explorao dos diferentes ritmos com o prpriocorpo, corpo do outro e com os materiais, alm de elaborao de composies gmnicas. Para tanto, necessrio estabelecer a associao entre corpo, aparelhoe msica.

    Sobre o assunto, Barbosa-Rinaldi e Cesrio (2010) acrescentam que possvel iniciar o trabalho com os diferentes sons, msicas rpidas e lentas, temposfortes e fracos. Propem-se oportunizar a explorao de diferentes ritmos com os aparelhos da GR por meio de jogos rtmicos, para contribuir com a elaborao decoreogra as que respeitem as possibilidades dos alunos. Ainda, de acordo com as autoras, importante estudar o ritmo musical relacionado melodia, harmoniae ritmo, som-intensidade, durao, mbre e altura, notas e valores musicais, compassos e regularidade rtmica.

    Indica-se a incluso dos movimentos tcnicos dos aparelhos (corda, arco, bola, maas e ta) e, mediante a falta de material, uma alterna va a construode aparelhos com os alunos, culminando na explorao e elaborao conjunta de movimentos picos da GR.

    H diferentes possibilidades de explorao de movimento, com ou sem aparelhos, no entanto, existem alguns temas que podem provocar re exo cr cae que devem estar presentes durante o processo educacional, como a padronizao est ca dos movimentos, caracters cas da GR como esporte femininoe masculino, padres de corpo exigidos no esporte de rendimento, possibilidades de trato da GR que possibilite a par cipao de todos e outros (BARBOSA-RINALDI; LARA; OLIVEIRA, 2009).

    No ensino dos elementos da gins ca ar s ca, possvel fazer uso de diferentes materiais como colches, bancos suecos, plintos etc. Tambm se poderecorrer aos auxlios manuais, em duplas, trios, quartetos etc. em nveis variados,