GF 703 Sessão 7: A formação do padrão agrícola produtivista no Brasil.

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GF 703Sessão 7:

A formação do padrão agrícola produtivista no Brasil

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Objetivo

Apresentar processo de modernização da agricultura brasileira e da incorporação do padrão produtivista no agro nacional

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Definições preliminares• Bens de capital: servem para a produção de outros bens,

tais como máquinas, equipamentos, material de transporte e instalações

• Bens intermediários: matéria-prima inicialmente processada, energia etc

• Bens de produção: bens de capital + bens intermediários• Bens de consumo duráveis: bens que prestam serviço

durante período longo de tempo, como máquina de lavar roupa ou automóvel. Têm normalmente maior elasticidade preço e renda

• Bens duráveis: bens de capital + bens de consumo duráveis

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Conceitos

• Modernização da agricultura

É a mudança na base técnica de produção, é secular e no Brasil se acentua no pós-Segunda Guerra pela rápida intridução de insumos

No capitalismo industrial seu auge é a industrialização da agricultura

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Conceitos

• Industrialização da agricultura

Modo industrial de produzir

Ramo da produção industrial

Especialização da produçao

Mecanização intensiva

Transformação das relações de trabalho

Internalização do D1 (depto de bens de produção)

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Conceitos

• Complexo agroindustrialIdentifica conjunto de atividades fortemente

relacionadas entre si (por transações) e fracamente relacionadas com o resto das atividades

Pós 1975Há vários complexosTodos seriam administrados por políticas do

Estado

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Corolário

“A partir do momento em que a agricultura se industrializa, a base técnica não pode regredir mais: se

regredir a base técnica, também regride a produção agrícola”(p.114)

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O “complexo rural”

• Economia natural, autônoma• Economia rural determinada pelo comércio

exterior e pela complexidade produtiva interna às propriedades

• O início do fim do CR teria sido o fim do tráfico negreiro pós-1850

• Substituição gradativa da economia rural por atividades agrícolas integradas à indústria e ao resto da economia

• O final seria em 1955 com a implantação do D1

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Dissolução do complexo rural

• Processo histórico de passagem do complexo rural para o complexo agroindustrial

• 1850 a 1890: nova economia cafeeira em SP – introdução do trabalho livre e começo da especialização na produção

• 1890 a 1930: auge e crise do complexo cafeeiro; período da industrialização leve; início da agroindústria

• 1930 a 1960: integração dos mercados nacionais e industrialização pesada

• É a partir daí que a agricultura teria iniciado a sua própria industrialização

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IndustrializaçãoConsumo intermediário sobre valor bruto da

produção %

1949 11,1%

1959 14,3

1965 21,5

1970 27,6

1975 34,4

1980 38,7

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O que foi preciso?

• Exige modernização mas a ela não se restringe• Ligações para frente e para trás• Necessidade de investimento e portanto de

financiamento• Integração de capitais: industrial, financeiro e

comercial• Estado como fundente• Constituição de instrumentos financeiros

específicos para a industrialização• Terra como ativo – a territorialização do capital

(p.123)

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Complexos como resultado

• Constituição dos CAIs é resultado da industrialização da agricultura

• Indústria passaria a comandar produção agrícola e não faria mais sentido falar em gde setor da economia

• Mas foi um processo heterogêneo e portanto haveria vários CAIs

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As indústrias a montante

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Fertilizantes• Entre 1950 e 85 consumo aparente NPK cresceu

mais 12% a.a• Entre 1967 e 80 quase 18%• Indústria inicia-se no Plano de Metas• Consolidação no partir do II PND• 1974 – Plano Nacional de Fertilizantes e Calcário

Agrícola (substituição de importações e fábricas junto a minas)

• Forte impacto nas economias regionais• Mercado concentrado, forte papel das estatais,

part. Petrobras• MN entram com tecnologia

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Pesticidas• Pós-Guerra a 1967 – abertura para

importaçõesProdução interna restrita a organoclorados

• 1967 a 74 – início da proteção à implantação da indústria no País

• 1974 a 80 – política de internalização da formulação: Plano Nacional de Defensivos Agrícolas (1975) e política industrial

• 1980 em diante – maturação da indústria• Forte presença de MN• Neste ano Brasil 4o maior consumidor

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Pesticidas• Consumo crescente na década de 1980:

alteram-se técnicas de produção na agricultura: controle de ervas daninhas impulsiona mecanização; uso preventivo de inseticidas e fungicidas

• Forte diversificação de produtos e elevação de preços

• Mercado diferenciado por cultura agrícola• Não há gdes barreiras de escala

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Máquinas e Implementos• Início meados da década de 1920 na lavoura de cana• Até início dos anos 1960 tratores e máquinas eram

importados• Produção nacional passa de 21% para 80% da oferta

entre 1961 e 62• Entre 62 e 80 consumo interno de tratores passa de 50

mil para 500 mil• Trata-se da implantação da indústria metal-mecânica e

automobilística, portanto, concentrada• Colheitadeiras aotomotrizes igualmente concentrada• Indústria de implementos nasce de outra forma:

regionalizada, pequenas empresas, forte relação com o usuário, falta de apoio do Governo

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Ano Unidades

1971 22217

1973 39454

1975 57931

1977 48568

1979 49523

1981 27979

1983 22113

1985 40996

Vendas de tratores de rodas em unidades

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Política de Crédito

• Carteira de crédito Agrícola e Industrial do BB é de junho de 1937

• Só a partir dos anos 1950 é que se instituem linhas especiais

• 1965 criação do Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR

• 10% dos depósitos à vista dos bancos deveriam ser emprestados à agricultura

• Cria-se um mercado financeiro da agricultura

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A diretriz da política de crédito

• “Tratava-se de (…) intervir a favor de uma nova alocação que privilegiasse a utilização dos chamados insumos modernos e articulasse os interesses de certa camada dos produtores rurais aos interesses da indústria em geral e da agroindústria em particular.”

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Duas fases

• Da criação do SNCR atéo o final dos anos 1970 – implantação e consolidação do padrão integrado de crescimento da agricultura

Entre 1970 e 79 crédito cresceu 329%, sendo que a base de 1970 já era grande (54% do produto agrícola)

• A partir de 1979 até 1986 pela retração do crédito pelo estrangulamento financeiro do estado

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Modernização compulsória

• Corresponde à primeira fase do SNCR• Vinculação direta à aquisição de insumos e

procedimentos técnicos• Investimento, custeio e comercialização (EGF,

capital de giro)• Nesse período o subsídio financeiro embutido era de

até 80% do valor emprestado• Até 1975 juro zero, 3 anos de carência e 5 para

pagar

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Adoção de máquinas

• A partir de 76, juros de 15% contra inflação de 40%

• Entre 1976 e 79 crédito para fertilizante seguiu com juro nominal zero

• Meados da década de 70, como conseqüência, caem preços dos insumos

• Tratores passam a ter preços “racionais” o que induz a mecanização

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Crise do padrão de financiamento

• Corresponde à segunda fase• Entre 1979 e 84 redução em mais de 50%• Em 84 20% do volume registrado em 79• A agricultura passa a ter de competir com

outras formas de valorização• Política muda do “como produzir” para “o

que” e “quanto”• Preços mínimos passam a ser centrais na

política agrícola

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Conclusão

• Quanto ao conceito de modernizaçãoMudança da base técnica. Processo acelerado.

Implica oferta de tecnologia que por sua vez implica investimento em P&D. É um processo relativo ao estado da arte e às preferências. Por trás sempre há um tipo de política e portanto, um tipo de visão de mundo perspectiva de desenvolvimento. Leva, em geral, a mudanças nas relações de trabalho.

• Quanto ao conceito de industrialização

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Conclusão

• Quanto ao conceito de industrializaçãoHá necessariamente, mudança nas relações de

trabalho; há especialização da produção e portanto, divisão do trabalho; diversificação da produção; expansão de mercados; ampliação e a diversificação das transações com o restante da economia; criação de regras e normas; implantação das indústrias a montante e a jusante; mecanização; especialização da força de trabalho, via divisão do trabalho

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Conclusão

• Quanto aos atores fundamentaisEstado cria o arcabouço institucional – regulatório,

produtivo, financeiro, infra-estrutura. Setor privado, as empresas multinacionais

• Quanto à eficiência econômica, houve eficiência, dentro da estrutura de preços vigente

• Quanto à completude do processo. Foi um processo completo para aquela perspectiva. Hoje, seria incompleto, do ponto de vista social e ambiental