Gestão PortuáriaOtimização de Instalações e Tecnologia da Informaçã.pdf
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Trabalho de Concluso de Curso
Gesto Porturia: Otimizao de Instalaes e Tecnologia da Informao no Porto de
Fortaleza em Comparao com os Portos das Regies Norte e Nordeste.
Mrio Jorge Cavalcanti Moreira
Florianpolis - SC
Novembro, 2013
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Trabalho de Concluso de Curso apresentado
Universidade Federal de Santa Catarina como
requisito para obteno do ttulo de Especialista
em Engenharia e Gesto Porturia.
Orientador: Gilberto Barreto
Florianpolis - SC
Novembro, 2013
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MRIO JORGE CAVALCANTI MOREIRA
Gesto Porturia: Otimizao de Instalaes e Tecnologia da Informao no
Porto de Fortaleza em Comparao com os Portos das Regies Norte e
Nordeste.
Este Trabalho foi julgado adequado para obteno do Ttulo de Especialista em Engenharia e
Gesto Porturia, e aprovado em sua forma final pelo Departamento de Engenharia Civil.
Prof. Jucilei Cordini, Dr. / UFSC
Coordenador do Curso
Prof. Gilberto Barreto
Orientador
Banca Examinadora:
Prof. Jucilei Cordini, Dr.
UFSC
Prof. Gilberto Barreto
UFSC / SEP
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DEDICATRIA
Este Trabalho dedicado a minha esposa e filhos, que sempre estiveram ao meu lado, me
apoiando, em todos os momentos da vida.
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RESUMO
MOREIRA, Mrio Jorge Cavalcanti. Gesto Porturia: otimizao de instalaes e
tecnologia da informao no Porto de Fortaleza em comparao com os portos das regies
Norte e Nordeste. 2013. 89 pginas. Monografia (Curso de Especializao em Engenharia e
Gesto Porturia). Florianpolis.
A gesto porturia tornou-se ponto principal para a otimizao de atividades de
desenvolvimento logstico. Numa perspectiva global, os mercados internacionais so cada
vez mais demandantes do modal de transporte aquavirio. A melhoria contnua dos portos
brasileiros deve abordar a necessidade atual da hinterlndia, onde existem os chamados
complexos porturios, possuidores das vias de acesso mltiplas e de instalaes
diversificadas. O avano tecnolgico dos portos brasileiros requer uma nova abordagem de
gesto. Ao investigar o estado da arte dos portos do Norte e Nordeste foi possvel no s
tecer aspectos comparativos, mas tambm apresentar modelos de gesto onde so colocadas
questes incisivas para a modernizao de toda a atividade porturia. A concepo na qual
o porto visto como porta de entrada, gerador de novos negcios, cria um vasto campo de
oportunidades industriais e comerciais. Neste momento, priorizam-se investimentos em
infraestrutura fsica, sendo necessrias vultosas quantias para realizao de projetos
porturios. O trabalho realizado props nova forma de gesto e modelo a partir dos dados
levantados, mostrando uma forma vivel de otimizar as atividades logsticas no Porto de
Fortaleza.
Palavras Chave: Gesto, Portos, Contineres.
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ABSTRACT
The port management has become a focal point for the optimization of logistic development
activities. In a global perspective, international markets are increasingly demanding the
modal water transport. Continuous improvement of the Brazilian ports should address the
current need of the hinterland, where there are so called port complexes, possessing
multiple access routes and facilities diversified. Technological advances in Brazilian ports
requires a new management approach. To investigate the state of the art of the ports of the
north and northeast was possible not only to weave comparative aspects but also provide
management models which are placed incisive questions for the modernization of all port
activity. A design in which the port is seen as a gateway, generate new business, create a
wide range of industrial and commercial opportunities. At this time, priority is given to
investments in physical infrastructure, requiring large sums to perform port projects. The
work proposed new management forms and templates from the data collected, showing
possible ways to optimize the logistics activities of maritime activity in the regions.
Key words: Management, Ports, Containers.
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LISTA DE FIGURAS/TABELAS
Tabela 1: Grfico histrica de movimentao de continer .......................................... pg 48
Tabela 2: Situao Atual com Empilhadeiras Reach Stacker ....................................... pg 78
Tabela 3: Situao com RTG e Portainer retirada e realimentao do ptio a 40% pg 79
Tabela 4: Situao com RTG e Portainer retirada e realimentao do ptio a 25% pg 80
Figura 1 Ttulo: Panorama dos Portos no Brasil........................................................... pg 21
Figura 2 Ttulo: Porto de Belm (PA)............................................................................. pg 32
Figura 3 Ttulo: Porto de Vila do Conde (PA) .............................................................. pg 34
Figura 4 Ttulo: Porto de Recife (PE) ............................................................................. pg 35
Figura 5 Ttulo: Porto de Salvador (BA) ........................................................................ pg 38
Figura 6 Ttulo: Porto de Pecm (CE)............................................................................. pg 40
Figura 7 Ttulo: Porto de Fortaleza (CE) ....................................................................... pg 42
Figura 8 Ttulo: Grfico histrico de movimentao de continer ............................... pg 49
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SUMRIO
RESUMO .............................................................................................................................pg 05
ABSTRACT ........................................................................................................................ pg 06
LISTA DE FIGURAS/TABELAS .................................................................................. ..pg 07
CAPTULO 1 INTRODUO ...................................................................................... pg 10
1.1. Objetivos
1.1.1 Geral
1.1.2 Especficos
CAPTULO 2 GESTO PORTURIA ......................................................................... pg 13
CAPTULO 3 A MOVIMENTAO DE CONTINERES ....................................... pg 18
3.1. A Otimizao da Gesto Porturia
3.2 Terminais de contineres x logstica e intermodalidade
CAPTULO 4 MTODO DE PESQUISA .................................................................... pg 26
4.1. Levantamento dos Dados
CAPTULO 5 CONTEINERIZAO NOS PORTOS ................................................ pg 28
5.1. A Atividade Porturia no Cear
CAPTULO 6 ANLISE DOS QUESTIONRIOS ..................................................... pg 32
6.1. Porto de Belm (www.cdp.com.br)
6.2. Porto de Vila do Conde (www.cdp.com.br)
6.3. Porto de Manaus
6.4. Porto do Recife (www.portodorecife.pe.gov.br)
6.5. Porto de Suape (PE)
6.6. Porto de Salvador (www.codeba.com.br)
6.7. Porto do Pecm (www.cearaportos.ce.gov.br)
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CAPTULO 7 APLICAO DO MODELO PROPOSTO ......................................... pg 42
7.1. O Porto de Fortaleza
7.1.1. reas de influncia
7.1.2. Infraestrutura
7.1.3. Superestrutura
7.1.4. Cargas transportadas por ano
7.1.5. Retrorea
7.1.6. Pontos Fortes
7.1.7. Pontos Fracos
7.1.8. Concorrentes
7.1.9. Situao socioeconmica existente
7.1.10. Responsabilidade Social
7.1.11. Exigncias dos clientes
7.1.12. O que deveria ser desenvolvido par aumentar a competitividade
7.1.13. Importncia econmica para a cidade
7.1.14. Movimentao de continer atual
7.1.15. Curva histrica de movimentao de continer
7.2. Proposta de Modelo de Gesto e Infraestrutura para o Porto de Fortaleza em 2014
7.2.1. Infraestrutura
7.2.2. Superestrutura
7.2.3 Redesenho do ptio
7.2.4. Tecnologia da Informao
7.2.5. Capacidade final de atendimento
8. CONCLUSES ............................................................................................................... pg 56
9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... pg 59
ANEXOS .............................................................................................................................. pg 61
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CAPTULO 1 INTRODUO
A atividade do modal de transporte martimo vem se configurando como de vital
importncia para o desenvolvimento local e global. A eficincia e a dinmica de um porto no se
limitam apenas s instalaes e capacidade dos navios, mas principalmente ao seu entorno,
dadas as atividades produtivas que fazem uso dos seus servios, ou seja, sua hinterlndia.
Reafirma-se que a dinmica porturia e as mudanas nos mtodos das operaes porturias
sempre estiveram associadas reorganizao mundial dos espaos produtivos e ao surgimento de
dinmicas comerciais especficas.
Em relao ao porto, destaca-se que o mesmo no pode ser pensado apenas do ponto de
vista tcnico-operacional. Tudo o que se refere insero de novas tecnologias e reviso de
processos que acontecem nos portos, bem como otimizao de atividades logsticas de uma forma
geral, devem ser abordados numa viso de gesto. A gesto porturia de excelncia, como se
pode observar, no s deve preceder qualquer inteno de avano, mas tambm deve propiciar
procedimentos de melhoria constante no sentido de atualizar demandas da atividade de transporte
martimo.
Quando preciso se reportar s questes globais, o mercado, portanto necessita de
reorganizao mundial dos espaos produtivos e o surgimento de dinmicas comerciais
especficas incluiu tambm um conjunto de mudanas na estrutura mundial dos portos: novos
mtodos de movimentao de cargas, equipamentos com sofisticao tecnolgica, mo de obra
especializada e agilidade. Desse modo, a gesto porturia anteriormente proferida, procura estar
presente nas aes de planejamento, tornando-se assim, item obrigatrio e um instrumento a
servio de um projeto de desenvolvimento.
Como fato indispensvel, toda e qualquer melhoria que for disposta a respeito das
instalaes porturias, deve ter objetivos claros, dentre os quais: otimizao da cadeia produtiva,
maior integrao logstica, ampla distribuio de produtos e consequentemente uma maior
abrangncia de aes.
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Nesse sentido, o Brasil tambm tem procurado acompanhar a contento todas as
imposies mercadolgicas bem como a insero no mercado global exigente, atendendo
demandas vindas dos mais diferentes continentes. A gesto porturia brasileira tem propiciado
agir nas mais diversas questes no que tocam processos de melhoria. No intuito de garantir um
grande fluxo comercial, o transporte martimo atuante no Brasil tem contado com melhores
instalaes porturias. As companhias intensificaram o uso de contineres, as operaes so mais
diversificadas, as frotas vm apresentando maior agilidade e capacidade. Os investimentos
realizados em infraestrutura e equipamentos porturios se inscreveram numa dinmica de
modernizao sistemtica dos instrumentos tcnicos suscetveis de valorizar as vantagens
comparativas da economia brasileira por intermdio da facilitao das operaes de escoamento
do interior para o litoral.
Ao abordar toda a questo de investimentos necessrios percebe-se que, para uma
equalizao mais adequada da ampla atividade da gesto porturia realizada no Brasil, mister
uma investigao do estado da arte das instalaes porturias, no caso deste trabalho, as
instalaes porturias das regies Norte e Nordeste, de forma a no s estabelecer momentos de
melhoria contnua, mas tambm se equiparar s aes realizadas em todo o pas, no grande
objetivo da real insero da globalizao.
O presente trabalho realizou um levantamento investigativo atualizado nos Portos do
Cear, Par, Pernambuco e Bahia, tecendo pontos comparativos a respeito das instalaes e
movimentaes realizadas, e das melhorias de infraestrutura. Infelizmente, os Portos de Manaus
(AM) e Suape (PE) no responderam aos questionrios, contudo, a realizao do presente
trabalho acabou por evidenciar propostas de modelos de gesto porturia que podem ser
aplicados s outras regies brasileiras. Alm disso, resultou na apresentao de um modelo de
otimizao de instalaes e infraestrutura no Porto de Fortaleza em comparao aos portos
pesquisados. Neste modelo, incluem-se investimentos em infraestrutura (construo de novo cais
e ampliao do ptio de armazenagem), redesenho de ptio, aquisio de equipamentos (Mbile
Harbor Crane/MHC, Rubber Tyre Gantry Crane/RTG e portainer) e implementao de novas
tecnologias da informao (escner, Circuito Fechado de Televiso/CFTV, Optical Character
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Recognition/OCR e Radio-Frequency Identification/RFDI). Tudo com o objetivo de alcanar
excelncia na gesto porturia.
1.1. Objetivos
1.1.1 Geral
Apresentar as condies operacionais dos portos da regio Norte e Nordeste, desde a
recepo do continer no ptio at seu embarque, ou vice-versa.
1.1.2 Especficos
- Propor um modelo ideal para o Porto de Fortaleza de forma a atender s necessidades
exigidas pelos usurios destes servios.
- Avaliar a infraestrutura dos portos em estudo.
- Avaliar a superestrutura dos portos em estudo.
- Avaliar os procedimentos operacionais utilizados para as operaes de contineres.
- Expor os procedimentos operacionais envolvidos na operao porturia, descrevendo os
pontos de destaque nas condies do fluxo das cargas, em questo do desempenho operacional, e
a forma de como so feitos os controles da operao.
Para atender aos objetivos acima citados, o procedimento metodolgico deste trabalho foi
baseado em pesquisa bibliogrfica e aplicao de questionrio, com posterior avaliao dos dados
e apresentao de modelo vivel para o Porto de Fortaleza.
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CAPTULO 2 - GESTO PORTURIA
As evidncias histricas quanto importncia das navegaes martimas e ocenicas so
indiscutveis, sobretudo quando se reportam necessidade de trocas de mercadorias entre os
povos. De fato isso foi um dos principais motivadores do desenvolvimento da navegao em
guas ocenicas e tal questo foi preponderante para a interligao efetiva entre naes. No seria
surpresa afirmar tambm que a troca de mercadorias se mantm na atualidade uma necessidade
de investimento das mais variadas empresas mundo afora.
No Brasil isso culminou com o desenvolvimento das atividades porturias de modo
estratgico j que, mediante as potencialidades de cada regio brasileira, foram sendo construdas
e estabelecidas as unidades porturias. Vale ressaltar que tal viso remonta ao perodo da
colonizao pelos portugueses. Naquele perodo e ao longo dos primeiros anos de Brasil as
instalaes porturias foram criadas para funcionarem, alm do atendimento aos produtos da
Coroa (instalada no Rio de Janeiro), a servio da mercantilizao, desenvolvendo-se de acordo
com os ciclos econmicos da histria brasileira. Assim, o acar, a borracha e o caf
representaram a hegemonia porturia at meados do sculo XIX do Nordeste, Norte e depois do
Sudeste.
A partir do exposto se torna sistemtica a concluso de que, historicamente, as estratgias
desenvolvimentistas no s sugerem maior investimento em infraestrutura de transportes, nesse
caso, o transporte aquavirio, mas tambm o investimento em intercomunicao em nvel global.
Desse modo v-se que h uma relao intrnseca entre desenvolvimento logstico, atividades de
navegao e globalizao. No que diz respeito ao desenvolvimento da logstica, a atividade
porturia importante na determinao da comunicao vivel em termos econmicos,
necessria para o estabelecimento de negcios rentveis. E j que as atividades que caracterizam
a globalizao apresentam demandas urgentes para as agilidades de conexes na realizao do
transporte de bens e servios, a valorizao para a perfeita interao com comrcios locais sugere
da a otimizao de uma Gesto Porturia em nveis de excelncia.
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O porto uma rea costeira onde existe disponvel uma infraestrutura martima e terrestre
garantindo s embarcaes, instalaes e equipamentos para sua atracao, movimentao e o
armazenamento de sua carga. Alm disso, o porto deve ser capaz de prover uma agilidade nos
terminais de uso pblico e aqueles operadores porturios que prestam servios dentro do porto
organizado devem prover tambm o intercmbio entre os diversos modais existentes
desenvolvendo assim seu hinterland ou zona de influncia do porto.
De acordo com todas as alternativas de transportes e a intermodalidade que deve ser
aplicada para o bom desempenho de processos dentro da cadeia de produo global, o transporte
martimo se notabiliza no s como uma atividade com grande viabilidade, mas tambm como
algo que pode e deve ser praticado com muita expanso, dada a possibilidade de capacidade
fsica e operacional dos navios.
Com as alternativas de transportes, a intermodalidade que rene os processos na cadeia de
produo global impulsiona o transporte martimo e solicita expanso das escalas e rotas
martimas mundiais e o aumento da capacidade fsica e operacional dos navios. Nessa
perspectiva, a articulao e conexo modal so fundamentais ao trnsito mercantil, no sentido de
assegurar o processo sistmico de integrao e circulao de mercadorias, e tal processo nem
sempre resultou em uma melhor integrao porto-cidade.
J no sculo XX, (MONI, 2011) explica que alguns pases da periferia, como o Brasil,
operaram a transio do modelo primrio-exportador para um modelo urbano-industrial, fazendo
permanecer a hegemonia da regio Sudeste na atividade porturia, estando em Santos (SP) o
principal e maior porto brasileiro fato que acontece at os dias atuais em virtude da
concentrao industrial em sua hinterlndia. Contudo, alguns pontos regionais mantiveram-se
fortes na atividade porturia, em virtude dos avanos na exportao de commodities agrcolas
(soja) e minerais (ferro), a exemplo de Paranagu, Rio Grande, Vitria e Maranho; e da
explorao de granis lquidos (derivados de petrleo), no caso do Rio de Janeiro.
Enfim, Santos continua no topo da hierarquia quando
consideramos o valor das cargas, revelando uma
tendncia relevante: o desenvolvimento paralelo dos
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terminais especializados no transporte de produtos
volumosos e de baixo valor unitrio e dos portos
generalistas urbanos onde cresce o segmento dos
produtos manufaturados, cujo valor agregado superior.
(MONI, 2011).
Ao longo de todo o sculo XX, a atividade porturia brasileira passou por altos e baixos,
modelos de descentralizao e centralizao, investimentos e sucateamentos, influncia poltica,
estatizao e privatizao, lanamento de planos, criao e extino de rgos, at que em 1993
foi editada a Lei 8.630, cujos portos tornaram-se pblicos com operao privada, e mais tarde, em
2008, o Decreto 6.620, disciplinando a concesso de novos portos iniciativa privada, sem que o
Estado perdesse o poder estratgico e balizador dos investimentos. O objetivo era a valorizao
da funo comercial das instalaes porturias em um ambiente de livre-mercado e de
concorrncia interportos (MONI, 2011). De um lado, o governo ficou responsvel pela
infraestrutura, gesto ambiental e fiscalizao das instalaes porturias, por outro, o setor
privado, na figura do operador porturio, cuidava dos investimentos em superestrutura, fazendo a
mquina funcionar.
No cenrio global, segundo MONI, a mundializao cada vez mais intensa da economia,
os novos atores econmicos e o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicao e
informao contriburam para a evoluo das redes de transporte martimo e do sistema
porturio mundial. O Brasil precisou acompanhar todas as inovaes tcnicas que aconteciam no
transporte martimo mundial fator que explica as legislaes da dcada de 1990. Um dos
principais efeitos da reforma porturia reside no aumento da produtividade dos portos
possibilitado pelos investimentos setoriais, pela diminuio da massa salarial e pela adoo de
novos mtodos de gesto (MONI, 2011).
Dentre as inovaes do cenrio mundial destacam-se a construo de navios maiores e a
insero do continer no transporte de cargas. O uso do continer foi decisivo para diminuir os
custos e para suavizar a gesto das interfaces intermodais (MONI, 2011). Justamente o
segmento de continer colheu bons frutos, aps a nova legislao porturia da dcada de 1990.
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Entre 1997 e 2006 o custo mdio de movimentao de um continer padro diminuiu em
cerca de 70% (...) Os resultados obtidos so essenciais para posicionarem o Brasil de forma mais
competitiva em um sistema martimo-porturio mundial em que o ritmo de circulao de cargas,
a qualidade do servio, a estabilidade institucional e o nvel das tarifas so variveis centrais na
escolha das escalas pelos operadores logsticos. Neste contexto, a modernizao dos
equipamentos e das infraestruturas foi globalmente suficiente para dar suporte ao crescimento do
comrcio exterior. (MONI, 2011).
Contudo, mais uma vez, a mundializao dos mercados exigiu do sistema porturio
brasileiro novos avanos. Em 2001 foi criada a Agncia Nacional de Transportes Aquavirios
(ANTAQ), com a misso de regular e fiscalizar o transporte aquavirio e a explorao da
infraestrutura setorial, alm de estimular a competio entre os operadores. Em 2007 foi criada a
Secretaria Especial de Portos (SEP), que pouco depois, passou a ter status de Ministrio dos
Portos, tendo como atribuies a formulao de polticas e diretrizes para o fomento da atividade
porturia brasileira, execuo de projetos e aes de infraestrutura, planejamento estratgico do
setor e consolidao do marco regulatrio. Mais recentemente, o Governo Federal sancionou a
Lei 12.815/2013, Nova Lei dos Portos, cujo objetivo aumentar a eficincia e a capacidade de
movimentao de carga, alm de possibilitar a reduo do custo logstico porturio.
A concepo de gesto porturia apresenta uma modernizao efetiva entre o fim da
dcada de 60 e comeo da dcada de 70, onde se prope que o porto deva ser visto como porta de
entrada, gerador de novos negcios, criando vasto campo de oportunidades industriais e
comerciais. Neste momento, priorizam-se investimentos em infraestrutura fsica, sendo
necessrias vultosas quantias para a realizao de projetos porturios. V-se claramente a
necessidade de reorganizao e melhoria dos espaos produtivos e o surgimento de dinmicas
comerciais especficas. Essa uma demanda mundial e, inclui-se tambm um conjunto de
mudanas na estrutura dos portos em termos globais, ou seja, aplicao de novos mtodos de
movimentao de cargas, equipamentos com sofisticao tecnolgica, mo de obra especializada
e agilidade nas operaes.
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Considera-se tambm que tm acontecido grandes transformaes no setor devido aos
navios conteineros, sobretudo porque devem ser projetados para a maximizao do transporte de
contineres, cones das transformaes mundiais no transporte e manuseio de cargas.
Contudo, preciso ressaltar que a eficincia e a dinmica de um porto no se limitam
apenas s instalaes e capacidade dos navios, mas tambm se referem a todo seu entorno - as
atividades produtivas que fazem uso dos seus servios. A dinmica dos portos e as mudanas nos
mtodos das operaes porturias sempre estiveram associadas reorganizao mundial dos
espaos produtivos e ao surgimento de dinmicas comerciais especficas. Com a globalizao,
novas demandas foram colocadas sobre os portos, o que resultou em mudanas no sistema
porturio mundial e nas cidades com portos. O porto no apenas um corredor, ele mais um
instrumento a servio de um projeto de desenvolvimento.
O desenvolvimento porturio tem sido utilizado como importante elemento estratgico
para o crescimento econmico em vrias partes do mundo. Com o crescimento da economia do
Brasil nos ltimos anos, os portos das regies Norte e Nordeste vm apresentando fundamental
importncia no processo de desenvolvimento do pas. Essa assertiva se refere, principalmente,
pela movimentao de contineres, tendo em vista que estes portos recebero um aumento
significativo no fluxo de carga, devido elevada concentrao de cargas movimentadas
atualmente nos portos das regies Sul e Sudeste. Observa-se ento uma reorganizao mundial
dos espaos produtivos e o surgimento de dinmicas comerciais especficas que incluram
tambm um conjunto de mudanas na estrutura mundial dos portos.
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CAPTULO 3 A MOVIMENTAO DE CONTINERES
Postas as questes de otimizao de gesto porturia, inclui-se como uma das principais
atividades a conteinerizao. Esse procedimento consiste em um mtodo de expedio em que
os produtos so colocados em contineres, e ento, os produtos por si no tornam a ser
movimentados isoladamente, at serem descarregados no destino. Conforme (GULLO, L.M.G.,
2007), a conteinerizao um importante elemento de inovao em logstica que revolucionou o
comrcio internacional. At ento, a manipulao das mercadorias exigia um trabalho brutal de
fora humana, havia risco de danos carga, ao manipulador, ao meio ambiente, alm da
facilidade de roubo. A utilizao de contineres padronizados reduziu o tempo de carregamento e
descarregamento em portos, otimizou espaos de armazenamento e possibilitou a utilizao
intermodal no transporte de cargas, tornando todo esse processo mais rpido, seguro e eficaz.
Para que os terminais de contineres possam fazer uma avaliao de sua produtividade
operacional e possveis comparaes com outros terminais de contineres existem parmetros de
produtividade e desempenho que so monitorados anualmente. Dentre eles:
- anlise da taxa de ocupao dos beros do terminal, definida como a razo entre o
somatrio (em frao do dia) do tempo de atracao + tempo de operao + tempo de
desatracao e o valor (em frao do dia) do bero disponvel;
- anlise do nmero de escalas anuais por tipo de navio (longo curso e cabotagem);
- anlise da produtividade dos equipamentos de movimentao no cais por navio;
- anlise da produtividade diria dos equipamentos de movimentao no cais e no ptio
sendo calculado por TEU/hora ou TEU/dia;
- TEU dia guindaste = TEU guindaste x hora trabalhada dia
- anlise do nmero de continer movimentado por bero no ano;
- anlise do tempo de permanncia de contineres de importao, exportao ou continer
vazio dentro do porto e a
- anlise dos dias e horas operacionais do terminal, entre outros.
O surgimento de contineres no cenrio de transporte mundial possibilitou mais agilidade
em todo processo, reduzindo tempo de entrega e utilizando o transporte multimodal. Os portos
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tiveram que se modernizar e adequar sua forma de atuao nova realidade da distribuio
internacional (Containerization International, 1999).
Um moderno terminal de continer um empreendimento industrial onde uma grande
variedade de atividades acontece ao mesmo tempo. Grandes mquinas movimentando-se em
todas as direes, equipamentos levantando e movimentando cargas, navios e veculos chegando
e partindo. O principal propsito de toda esta atividade transferir mercadorias em contineres, o
mais rpido e eficiente possvel, entre o interior e o transporte martimo. O terminal de continer
tem uma participao central no transporte internacional de mercadorias, configura-se como
essencial na cadeia do transporte.
Na viso de BRITO, terminais de continer so lucrativos. Os terminais de continer tm
um ganho significativo de reduo de seus custos unitrios (pela diluio dos custos fixos por
uma quantidade maior de contineres movimentados). Informao confirmada em MONI, j
citada, de que entre 1997 e 2006 o custo mdio de movimentao de um continer padro
diminuiu em cerca de 70%, no Brasil. Esse custo reduzido pode explicar o crescimento da
movimentao de continer, motivado tambm pelo crescimento da economia brasileira desde o
incio dos anos 2000. No que diz respeito evoluo por natureza de cargas, os dados indicam
uma progresso heterognea dos diferentes segmentos (...) a movimentao de carga geral
tambm progrediu sob o impulso dos produtos siderrgicos (internacionalizao das empresas
brasileiras) e dos contineres. (MONI, 2011).
A eficincia com a qual o terminal executa sua funo tem um impacto muito
significativo na velocidade, uniformidade e custo do transporte de carga do exportador para o
importador (TECON, 2002), (Bertolani, A.D. & Leme, F.L., 2007). Essa viso, portanto,
caracteriza-se por um sistema integrado de portos concentradores e alimentadores. O porto
assume parte de uma cadeia logstica global, que envolve desde a coleta da mercadoria no
exportador at sua entrega no destino final. Os principais benefcios so notados na diminuio
dos custos logsticos e melhoria do nvel de servio durante as transaes de comrcio
internacional.
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3.1. A Otimizao da Gesto Porturia
Ao retomar o que foi disposto em termos de Gesto Porturia, h um marco efetivo em
fins da dcada de 60, quando, a partir de ento, o processo de conteinerizao das cargas provoca
grandes mudanas no mercado de transporte martimo internacional, desestruturando as redes
estabelecidas anteriormente, aumentando a competitividade entre os portos e tornando
necessrios investimentos em modernizao (HANDABAKA, 1994). A partir deste processo, a
nova logstica praticada pelos armadores mostra a tendncia do uso de portos estratgicos que
operem navios de maior porte, tendo como objetivo principal a obteno de ganhos atravs da
economia de escala (VELASCO, 1999). Os armadores passam a selecionar a localizao dos
portos de acordo com suas operaes globais. Alm disso, o uso de contineres alavanca o
multimodalismo, gerando uma necessidade de sistemas porta-a-porta. Desta forma, o porto passa
a ser mais um elo dentre os muitos existentes na cadeia de distribuio internacional.
Na figura 1, podemos observar um panorama geral dos portos brasileiros, inclusive
aqueles que foram objeto do presente levantamento cientfico. O Brasil, pas com mais de 8,5 mil
quilmetros quadrados de extenso, bem provido de unidades porturias. Contudo, como se
observar neste trabalho, muitos desses portos apresentam determinadas demandas quanto s suas
instalaes. Alguns deles ainda apresentam defasagem em sistemas de informao com
tecnologia de ponta, outros ainda esto em fase de ampliao de sua rea para contineres.
Alguns desses portos presentes necessitam de uma melhor integrao e operaes logsticas mais
eficientes, sobretudo devido s novas configuraes de hinterlndia.
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Figura 1. Panorama dos Portos no Brasil. Fonte: ANTAQ.
As atividades porturias no Nordeste brasileiro vm merecendo destaque no s pela
expanso industrial e investimentos mais significativos no setor, mas tambm pela necessidade
atual de uma melhor intercomunicao entre todas as estruturas porturias da regio. preciso
mais investigaes sobre as atividades operacionais e as condies das infraestruturas de acesso
ao porto. A importncia do transporte martimo nas cadeias multimodais faz com que a
competitividade porturia seja mensurada pela capacidade de atrao de servios de transporte.
Aliado a isso, a expanso do canal do Panam reduzir as distncias entre as regies Norte
e Nordeste e o oceano Pacfico, com melhor acesso costa Oeste americana e sia,
contribuindo tambm para que haja um incremento na movimentao de contineres nos portos
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da regio em estudo. Com a tendncia de crescimento desta atividade nos portos em questo, ser
grande a cobrana para que eles estejam preparados para receber este crescimento.
Na concepo de gesto de portos, tem-se que um porto eficiente aquele que minimiza a
permanncia do navio. O tempo de permanncia do navio a soma da espera para atracao,
tempo de operao e tempo para liberao do navio. A eficincia porturia tambm avaliada
segundo o desempenho operacional, a qualidade da infraestrutura existente e o grau de segurana
associado operao. Em geral, utilizam-se indicadores de desempenho para tentar mensur-la,
dentre os quais se destaca o nmero de movimentos por navio por hora e o nmero de
movimentos por rea total do terminal.
O sistema porturio brasileiro, principalmente nas regies Norte e Nordeste, necessita de
constantes melhorias para que possa atender com excelncia ao crescimento previsto e
proporcionar um ambiente operacional adequado para consolidar a recepo dos navios e das
cargas. Ou seja, so de extrema importncia os investimentos em infraestrutura logstica para o
real atendimento s demandas da cadeia de suprimentos. E, ao aceitar o fato de que inteligncia
logstica e intermodalidade so a fora motriz para o desenvolvimento da economia brasileira, e
ambas passam necessariamente pela atividade porturia, percebeu-se uma certa evoluo em
termos de desenvolvimento nos portos brasileiros.
H um fato importante a respeito das questes relacionadas sobre produtividade e
agilidade nas atividades porturias: o uso de contineres e sua movimentao. Sendo assim, em
termos histricos, a conteinerizao para o transporte de carga geral intensificou-se no incio da
dcada de 80. Conforme MONI e VIDAL (2006), desde ento profundas transformaes
ocorreram nos portos mundiais e nas prprias caractersticas dos servios de transporte martimo,
destacando-se: maior agilidade operacional e menores fretes.
A unitizao das cargas e a padronizao dos navios e dos equipamentos para manuseio
possibilitaram maior agilidade nas operaes porturias, reduzindo o tempo nos portos e
aumentando o tempo disponvel para navegao e o nmero de viagens anuais (esse aumento de
receitas por unidade de capital investido tem sido positivo para os clientes). MONI e VIDAL
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23
(2006) ainda afirmam que isso permitiu uma reduo mdia de mais de 50% nos fretes nos
ltimos anos. Outro efeito positivo dessas alteraes foi a mudana na base de cobrana dos
fretes, que eram cobrados na modalidade ad valorem e hoje so box rates, isto , frete nico para
contineres, resultando em maior transparncia nas relaes comerciais do setor. So citados
tambm:
- aumento das operaes intermodais e criao de redes de logstica globais, surgimento de portos
concentradores;
- aumento do porte dos navios para carga geral;
- a utilizao de um grande nmero de estivadores, de guindasteiros e de pessoal de terra caiu em
desuso;
- reduo do alto ndice de danos s mercadorias, decorrentes do manuseio inadequado durante as
operaes de carga e descarga;
- os novos navios porta-contineres no gastam mais do que algumas horas nos principais portos
do mundo para as operaes de embarque e desembarque;
- o aumento da capacidade de atendimento das empresas operadoras, que antes estava
diretamente relacionado ao aumento da frota de navios, passou a ser possvel at mesmo com
a reduo do nmero de navios e a racionalizao em sua operao.
Em resumo, as restries ao crescimento das empresas armadoras para gerenciamento de
grandes frotas, para operao em inmeras rotas e para gesto de elevado nmero de tripulaes
tm sido progressiva e aceleradamente superadas. Os atuais obstculos ao crescimento, antes de
natureza tcnica, esto localizados muito mais na esfera administrativa e na capacidade de as
empresas se organizarem para uma atuao global, o que significa capacitao financeira e
eficiente coordenao administrativa e comercial.
O aumento da utilizao de contineres tem sido um dos principais fatores de estmulo ao
transporte intermodal de cargas em todo o mundo. Atravs de sua utilizao, a carga sai de sua
origem e segue at seu destino final, podendo utilizar diferentes modais de transporte sem
precisar ser manuseada ou fracionada. O uso do continer aumenta a eficincia no transbordo de
carga, reduzindo o tempo gasto para a troca de modais de transporte. Mas apenas o seu uso no
suficiente para que haja eficincia nos terminais intermodais. Uma questo que vem sendo
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bastante questionada, tanto no Brasil quanto em portos internacionais, diz respeito qualidade
dos acessos aos terminais de carga, especialmente portos e terminais ferrovirios.
3.2 Terminais de contineres x logstica e intermodalidade
Percebe-se atualmente um crescimento acelerado na conteinerizao da carga geral nos
portos brasileiros, seguindo uma tendncia mundial. Hoje, cerca de 70% da carga geral do mundo
inteiro j transportada por contineres, enquanto que na dcada de 1980 essa participao no
passava de 20% (...) Uma das primeiras mercadorias a ser transportada em continer foi o caf,
pelo seu alto valor e pela proteo conferida carga. Hoje em dia, at o acar, um dos granis
de baixo valor, tambm costumeiramente j transportado em contineres, e no mais
exclusivamente a granel, como se fazia alguns anos atrs. A utilizao de contineres cresce sem
parar, e o Brasil acompanha esse perfil, assim como a quase totalidade dos pases, com raras
excees (BRITO, 2010).
Neste raciocnio, BARAT demonstra que tem aumentado a demanda pela utilizao dos
servios dos operadores logsticos, em funo da intensa globalizao. O conceito de logstica j
no diz mais respeito exclusivamente s cadeias de distribuio, mas sim a um processo
estratgico de planejamento e de controle de estoques e de fluxos de materiais, desde o ponto de
origem da produo at o seu destino final, para fins de transformao, embarque ou consumo
(BARAT, 2011). E o trabalho do operador logstico passa necessariamente pela intermodalidade,
tendo o transporte martimo um elo importante no s para o comrcio exterior, mas tambm para
a circulao das mercadorias via cabotagem. Segundo BARAT, as novas cadeias produtivas
impulsionadas pela globalizao impuseram, assim o surgimento de novas logsticas de
abastecimento e de escoamento por meio da utilizao mais intensiva dos contineres e do
transporte multimodal.
Dentro desse contexto, logstica e intermodalidade (ou multimodalidade) tornam-se
essenciais para qualquer economia que deseje se inserir no mercado internacional, incluindo-se a
o Brasil. Infelizmente, as cadeias logsticas do pas so dependentes de uma matriz de transporte
de carga bem distorcida (BARAT, 2011) fator tambm apontado por BRITO. Para BARAT,
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todos os modais apresentam deficincias, como degradao das infraestruturas e instalaes de
apoio. Alm disso, ele relata problemas como: elevados custos operacionais de transporte
(insumos, combustveis, pedgios), lenta absoro de inovaes tecnolgicas e de gesto (idade
elevada das frotas e dos equipamentos, assim como um baixo nvel de automao), carga
tributria elevada, insegurana e roubo sistemtico de cargas e exigncias crescentes (e nem
sempre coerentes) da legislao ambiental. (BARAT, 2011). Ainda afirma BARAT que, tais
deficincias elevam o chamado Custo Brasil.
Diante desse cenrio, BRITO insiste sobre a necessidade de o Brasil investir no s em
logstica, mas tambm na intermodalidade, uma vez que mais de 95% da corrente de comrcio
passam pelos portos brasileiros, em termos de volume, e cerca de 80% em termos de valor (...)
um modal precisa conversar com o outro; no podem ficar incomunicveis (BRITO, 2010).
Pensamento reforado em MONI, quando descreve que no corao dos dispositivos logsticos,
o transporte martimo hoje responsvel pelo escoamento de cerca de oito bilhes de toneladas
de bens, o que representa 80% das trocas internacionais (UNCTAD, 2008).
Portanto, logstica e intermodalidade esto diretamente relacionadas competitividade.
Cabe ressaltar que a logstica e os transportes devem ser vistos como fatores de: suporte
competitividade e insero mais plena no processo de globalizao; articulao da estrutura
produtiva e induo do desenvolvimento tecnolgico; gerao de oportunidades de emprego nas
infraestruturas e nas operaes; articulao de novas cadeias produtivas, clusters de
especializaes e integrao regional, suporte sustentabilidade ambiental; e reestruturao da
matriz energtica. (BARAT, 2011).
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CAPTULO 4 MTODO DE PESQUISA
De acordo com as caractersticas apresentadas no estudo, este trabalho props a realizao
de uma pesquisa de campo e, por intermdio de coleta de informaes junto s autoridades
porturias das regies Norte e Nordeste, aplicou-se um questionrio, que constou de perguntas
diretas e objetivas que permitiram o fcil preenchimento. Os questionrios foram enviados por e-
mail, com contatos telefnicos reforando a importncia do preenchimento.
Tambm foram realizadas pesquisas bibliogrficas da literatura atual, com o objetivo de
buscar uma melhor abordagem das caractersticas peculiares da logstica porturia, procurando
envolver todos os tipos de equipamentos e mquinas utilizadas na movimentao de contineres.
Foi realizada, por conseguinte, uma anlise comparativa das caractersticas operacionais
de cada porto, mediante os questionrios preenchidos, o que permitiu uma comparao junto s
atividades realizadas atualmente no Porto de Fortaleza. No caso do Porto de Fortaleza, a anlise
foi alm dos dados obtidos a partir do questionrio, avaliando-se no somente a situao atual
como tambm sugerindo aes para o incremento na movimentao de contineres, sendo isto a
finalidade do presente trabalho.
importante ressaltar que nas condies em que foram aplicados os questionrios, por
intermdio de envio de mensagem eletrnica, as administraes dos Portos de Suape (PE) e
Manaus (AM) no responderam. Isso acabou por no permitir uma anlise mais aprofundada das
questes de desenvolvimento vindouro quando se diz respeito regio Nordeste.
4.1. Levantamento dos Dados
O presente trabalho e sua natureza investigativa propuseram-se a estabelecer um
levantamento de dados a partir de questionrios direcionados s administraes porturias
presentes nos portos das regies Norte e Nordeste. A importncia desse procedimento
investigativo permitiu o conhecimento situacional atual das condies de infraestrutura e
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operao dos portos das mencionadas regies, o que propiciou uma percepo significativa das
condies de funcionamento adequado das atividades realizadas.
Nesse sentido, o trabalho possibilitou avaliar a operao de movimentao de contineres
no Porto de Fortaleza, em comparao com os demais portos das regies Norte e Nordeste,
verificando se esto preparados para a absoro adequada a este crescimento de atividades
especializadas de conteinerizao.
O trabalho importante para que possamos avaliar de forma pontual as condies
operacionais de cada porto da regio Norte e Nordeste, fazendo crticas s condies operacionais
encontradas, e propondo melhorias especificamente para o Porto de Fortaleza, de forma a torn-lo
mais eficiente e competitivo no cenrio regional e nacional.
Soma-se a isso que, partindo do entendimento da estratgia de atuao das empresas
porturias e de seus objetivos, possvel estabelecer critrios para avaliar o grau de
competitividade. Sabe-se que a competitividade porturia recai basicamente sobre quatro
aspectos: eficincia do porto, fatores institucionais de sucesso, competitividade em preo e nvel
de prestao de servios (BOGOSSIAN, 1981).
Observa-se, portanto, que necessrio conhecer os procedimentos operacionais
atualmente realizados nos portos das regies Norte e Nordeste bem como identificar a existncia
de estruturas fundamentais para o seu bom funcionamento. Desse modo possvel estabelecer
propostas voltadas melhoria da gesto porturia, onde estas provero um elo importante nas
atividades de multimodalidade e desenvolvimento econmico nacional, melhorando a eficincia
logstica do pas e diminuindo o custo Brasil. A proposta levantar a quantidade disponvel de
informaes sobre a estrutura operacional existente, as condies dos beros de atracao, os
aspectos construtivos dos armazns e dos ptios, alm dos investimentos e disponibilidade de
ferramentas de gesto e tecnologia da informao.
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CAPTULO 5 CONTEINERIZAO NOS PORTOS
No Brasil, o incio da conteinerizao se deu no final da dcada de 60 pelo Porto de
Santos. A imposio pelo uso do continer foi determinada pelos importadores americanos de
calados, fbrica da Kodak e Ford Corporation. Hoje o continer j pode ser comparado s
grandes invenes do mundo, como o telefone, a luz eltrica, etc.
Segundo o texto publicado na Tribuna (Santos/SP) de 11/02/2011, a movimentao de
contineres nos portos brasileiros cresceu 20% no ano de 2010, chegando a 4.794.074 unidades.
J no site da Portalnaval, em texto publicado no dia 23/11/2012, comentou-se que a Associao
Brasileira dos Terminais de Contineres de Uso Pblico (Abratec) encomendou um estudo ao
Instituto de Logstica e Supply Chain-ILOS, "Portos 2021 - Avaliao de Demanda e Capacidade
do Segmento Porturio de Contineres no Brasil", no qual indica que a carga transportada por
contineres nos portos brasileiros vai dobrar em dez anos.
Nesse sentido, a percepo da capacidade operacional disponvel nos portos da regio
Norte e Nordeste pode sofrer influncia direta nesta evoluo. Ao propor um modelo, se
estabelecero condies adequadas para a realizao das operaes, para a melhoria dos
procedimentos operacionais, da infraestrutura e da superestrutura.
Como os investimentos em infraestrutura so de longo prazo, muito importante que se
tenha um ambiente institucional favorvel para seu desenvolvimento. Ele nos diz quo factvel
o cronograma de investimentos previsto. Para isso, importante que haja uma sintonia entre
empresas privadas e as esferas governamentais. O ambiente institucional pode ser dividido em
dois diferentes segmentos: estrutura organizacional e incentivos governamentais. A estrutura
organizacional caracterizada pelo relacionamento entre as entidades que exercem algum tipo de
influncia na gesto do porto, por exemplo, administrao e operador porturio. A estrutura
organizacional porturia, que em geral formada por empresas privadas ou associaes entre
rgos pblicos e privados, possui papel fundamental na preservao dos direitos do operador
porturio e na boa gesto do negcio. Outra caracterstica muito importante o relacionamento
entre o operador e a mo de obra porturia. Bem como do operador e do Governo, uma vez que
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os incentivos governamentais podem se manifestar de vrias formas, sendo o financiamento e as
isenes fiscais as mais usuais.
Insere-se aqui, um elemento importante a respeito de instalao de melhorias de gesto.
Este requisito j apontado como um dos mais significativos pelos administradores atuais,
contudo, alguns gestores porturios ainda requerem uma maior sensibilizao sobre o nvel de
servio prestado. Os servios oferecidos pelos portos vm cada vez mais sendo requeridos por
diversos clientes e o nvel de exigncia por parte dos usurios do porto tambm vem aumentando.
A medio do nvel de servio est diretamente ligada ao grau de satisfao do cliente. Isto
significa que para se elevar o nvel de servio, devem-se conhecer a priori as necessidades do
cliente. No comrcio internacional, as principais preocupaes giram em torno do tempo e
confiabilidade de entrega e do grau de integridade do produto na entrega final.
Dessa forma, por meio deste trabalho, pretende-se compreender melhor como podero ser
implementadas medidas alternativas ao Porto de Fortaleza, de modo a enfrentar o risco da
concorrncia que poder surgir dentro da viso futura apresentada no estudo acima referenciado,
comparadas s capacidades operacionais dos portos da regio Norte e Nordeste.
5.1. A Atividade Porturia no Cear
Nos dias atuais, a agricultura voltada para a exportao se destaca em virtude da
modernizao e inovao tcnica e dos elevados nveis de produtividade, onde se destacam as
reas de cultivo de soja na regio do Cerrado, chegando ao Maranho e Piau, e os permetros de
irrigao para cultivo de frutas tropicais em todo o Nordeste. Estas dinmicas espaciais
colocaram a agricultura moderna diante de novos desafios em termos de escoamento da
produo, em particular soja do Centro-Oeste, produzida a distncias crescentes dos portos
exportadores tradicionais e em regies onde a malha de transporte precria e pouco capilar.
(CASTILHO, 2007; MONI, 2007) (Extrado de MONI, 2011).
A situao acima descrita representa uma oportunidade para os Portos do Norte e
Nordeste, especialmente, para o Porto de Fortaleza, por ser zona central na regio Nordeste para
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o receptivo de frutas para a exportao com destino Europa e muito prximo ao mercado
produtor de soja dos Estados do Piau e Maranho. Aumentar a movimentao de continer,
aperfeioar a capacidade de recepo e promover um atendimento rpido, eficiente e seguro no
Porto de Fortaleza o objetivo central deste trabalho, a partir da anlise comparativa com portos
do Norte e Nordeste e a partir da apresentao de um plano de expanso para o Porto de
Fortaleza, que contm investimentos em infraestrutura, redesenho de ptio, superestrutura,
tecnologia da informao e segurana.
BARAT afirma: Independente da crise financeira mundial e, talvez, at em decorrncia
desta o novo ciclo de desenvolvimento econmico que se configura para o pas se relacionar
simultaneamente com a ampliao do mercado interno e com a insero mais profunda da
moderna agricultura e da indstria brasileira no mercado internacional. Esta nova dinmica
englobar, inclusive, as atividades agrcolas industrializadas (em grande escala e com elevada
produtividade), alm dos servios decorrentes das tecnologias de ponta. O suporte do transporte,
em particular, e da logstica no seu sentido mais amplo, ao novo ciclo de desenvolvimento estar
vinculado essencialmente competitividade e ao barateamento da produo nacional, tanto
internamente quanto nos mercados consumidores externos. (BARAT, 2011).
O crescimento da movimentao de continer no Porto de Fortaleza uma realidade. No
primeiro semestre de 2013, esse movimento cresceu 37% em relao ao mesmo perodo de 2012,
totalizando em 2013 o valor de 41.021 TEUs. Alm de ser uma tendncia mundial, observa-se
que as atividades porturias so cada vez mais demandantes de agilidade e presteza logstica no
que diz respeito conteinerizao.
Para que uma linha de cabotagem (movimentao entre portos de um mesmo pas) e de
longo curso (movimentao entre portos de pases diferentes) atraquem no porto preciso
observar sua infraestrutura, superestrutura, capacidade de armazenamento, intermodalidade e
acessos. Em termos de infraestrutura, atualmente, o Porto de Fortaleza disponibiliza seis beros
de atracao, sendo dois para derivados de petrleo, um para pequenas embarcaes, um
especializado em trigo e outros dois para carga geral. Desses de carga geral, um destinado para
a movimentao de continer, cuja produtividade 25 contineres/hora. J na sua superestrutura,
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para operar nesse bero onde atraca o navio de continer, o Porto de Fortaleza disponibiliza dois
MHCs sobre rodas e rea de armazenagem atualmente com 118.704,85 metros quadrados.
Apresenta ainda integrao com outros modais (ferrovirio e rodovirio).
Outrossim, h projetos governamentais que apresentam um futuro positivo para o Porto de
Fortaleza:
- Atualmente, existe uma obra da Prefeitura Municipal de Fortaleza que est construindo
um pavimento rgido na Avenida Dioguinho, destinada aos caminhes.
- O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) vai construir o acesso
da Ponte Sabiaguaba at o Anel Virio da Regio Metropolitana de Fortaleza. Assim, os
caminhes deixaro de circular dentro da cidade, melhorando a mobilidade urbana.
- Alm disso, a Secretaria de Portos da Presidncia da Repblica est desenvolvendo um
projeto chamado Cadeia Logstica Porturia Inteligente, a partir do qual haver um chip
nos caminhes, um sistema de controle da entrada desses caminhes no Porto e um
estacionamento fora de Fortaleza, no qual estes caminhes somente sero acionados para
circular na cidade quando o navio estiver em processo de atrao no Porto. O objetivo
desafogar o fluxo de caminhes dentro de Fortaleza, melhorando a mobilidade urbana e
relao Porto x Cidade.
Contudo, considera-se que a questo do acesso ainda apresenta certa fragilidade ao Porto
de Fortaleza, que est localizado em uma rea de grande adensamento populacional. Sabe-se que
no h projeto governamental e privado para a melhoria do acesso ferrovirio. A Nova Ferrovia
Transnordestina vai para o Porto do Pecm e sabe-se que a empresa no tem planos de instalar
bitola larga na ferrovia que segue at o Porto de Fortaleza. A Transnordestina uma empresa
privada. Para fazer a substituio da atual bitola mtrica pela bitola larga (o que permitiria vages
que transportam maior volume de cargas), seriam necessrias muitas interferncias na cidade,
tornando o projeto muito caro. Mesmo com a deficincia do acesso ferrovirio, o futuro ainda
assim mostra uma previso otimista para o Porto de Fortaleza.
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CAPTULO 6 ANLISE DOS QUESTIONRIOS
6.1. Porto de Belm (www.cdp.com.br)
Figura 2: Porto de Belm. Fonte: Companhia Docas do Par.
Administrado pela Companhia Docas do Par (CDP), o Porto de Belm fica localizado em
Belm, capital do Par. Possui 3 beros de atracao para operao de carga geral, 1 bero de
atracao para operao de continer, 1 bero de atracao para operao de granel slido e um
bero de atracao para a realizao de transporte misto fluvial. Contm 14 armazns, com 2.000
m cada. Possui 1 balana rodoviria para 80 t, 1 balana rodoviria para 60 t, 1 torre sugadora
para trigo de 100 t/h. O operador BF Fortship possui 2 empilhadeiras para continer-Terex para
45 t, 1 top loader-PPM para 45 t, 1 empilhadeira para 2,5 t e 1 empilhadeira para 4 t. O operador
Amazon Logistic possui 6 empilhadeiras para 4 t, 3 empilhadeiras para 7 t, 1 empilhadeira para
10 t e 4 carretas. O operador Navport possui 1 empilhadeira para 4 t.
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Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Belm aconteceu da
seguinte maneira: 2010 (37.774 TEUs), 2011 (28.697 TEUs) e 2012 (23.383 TEUs). Atualmente,
o ndice de Produtividade de 18 contineres/hora. O controle operacional informatizado. Em
pesquisa, o Gerente de Gesto Porturia da CDP, Patrick Barros, classificou o desempenho
operacional do Porto de Belm como em Boa Condio.
Na viso do Gerente de Gesto Porturia da CDP, os beros de atracao, os armazns e a
capacidade de recepo de continer no Porto de Belm esto em Boa Condio. A pesquisa
indicou ainda que a empresa considera como Dificuldade Interna: a falta de mo de obra
qualificada, os equipamentos e a infraestrutura porturia.
O campo Investimento em Infraestrutura e Tecnologia da Informao no foi preenchido,
impedindo anlise comparativa sobre este quesito.
Dentre as exigncias dos clientes do Porto de Belm classificadas como Muito
Importante, esto qualidade, preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de
prazos e quantidades), inovao, armazenagem, distribuio e transporte, recursos humanos e
sistemas de informao. Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Importante esto
flexibilidade de negociao e eficincia no processo de compras/servio.
Para aumentar sua competitividade, o Porto de Belm indicou, segundo a pesquisa, que
deveriam ser desenvolvidas, no grau de Muito Importante, o setor de Marketing/Vendas. No grau
de Importante, o Gerente indicou os setores de Gesto da Inovao, Finanas e Custos, Gesto da
Produo, Gesto da Qualidade, Meio Ambiente, Sade e Segurana, e Responsabilidade Social.
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6.2. Porto de Vila do Conde (www.cdp.com.br)
Figura 3: Porto de Vila do Conde. Fonte: Companhia Docas do Par.
O Porto de Vila do Conde tambm administrado pela Companhia Docas do Par (CDP).
Possui 8 beros para carga geral, granel slido e continer, 1 bero para granel lquido e 1 rampa
roll on e rol off. Contm 2 armazns, com 2.240 m e 4 ptios com 23.500 m de capacidade de
armazenagem. A superestrutura formada por 5 empilhadeiras e 2 MHCs.
Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Vila do Conde
aconteceu da seguinte maneira: 2010 (35.804 TEUs), 2011 (33.910 TEUs) e 2012 (40.420
TEUs). Atualmente, o ndice de Produtividade de 15 contineres/hora. O controle operacional
informatizado. Em pesquisa, o Gerente de Gesto Porturia da CDP, Patrick Barros, classificou o
desempenho operacional do Porto de Vila do Conde em Boa Condio.
Na viso do Gerente de Gesto Porturia, os beros de atracao e a capacidade de
recepo de continer do Porto de Vila do Conde esto em tima Condio, enquanto que os
armazns esto em Boa Condio. A pesquisa indicou ainda que a empresa considera como
Dificuldade Interna a falta de mo de obra qualificada, a cooperao com outras empresas e a
legislao (tributria, ambiental, trabalhista).
Assim como no Porto de Belm, o campo Investimento em Infraestrutura e Tecnologia da
Informao no foi preenchido, dificultando a anlise comparativa neste quesito.
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Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Muito Importante esto a qualidade,
preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades), inovao,
armazenagem, distribuio e transporte, recursos humanos e sistemas de informao. Dentre as
exigncias dos clientes classificadas como Importante esto a flexibilidade de negociao e a
eficincia no processo de compras/servios.
Para aumentar sua competitividade, o Porto de Vila do Conde indicou que deveriam ser
desenvolvidas, no grau de Muito Importante, os setores de Marketing/Vendas. No grau de
Importante, o Gerente indicou os setores de Gesto da Inovao, Finanas e Custos, Gesto da
produo, Gesto da Qualidade, Meio Ambiente, Sade e Segurana, e Responsabilidade Social.
6.3. Porto de Manaus
No houve envio de dados.
6.4. Porto do Recife (www.portodorecife.pe.gov.br)
Figura 4: Porto do Recife. Fonte: Companhia Docas do Pernambuco.
Vinculado ao Governo do Estado de Pernambuco, o Porto de Recife est localizado na
capital. Possui 7 beros de atracao, 7 armazns com rea total de 29.572,28 m e rea de ptio
totalizando 57.858,09 m. Sua superestrutura formada por 10 empilhadeiras e 3 MHCs.
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Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Recife se comportou
da seguinte maneira: 2010 (zero), 2011 (7.083 TEUs) e 2012 (3.768 TEUs). O Porto no indicou
o seu ndice de Produtividade na movimentao de continer, dificultando uma anlise
comparativa. Contudo, informou que seu sistema operacional informatizado. Em pesquisa, o
Diretor Comercial e de Operaes, Carlos do Rego Vilar, classificou o desempenho operacional
como em Boa Condio. Principalmente pelos investimentos realizados atravs da aquisio de
equipamentos de informtica para uso na rea operacional, destacou.
Na viso do Diretor Comercial e de Operaes, os beros de atracao, os armazns e a
capacidade de recepo de continer do Porto do Recife esto em Boa Condio. A pesquisa
indicou ainda que a empresa considera como dificuldade a falta de mo de obra, a gesto
qualificada e a concorrncia de mercado.
Nos ltimos trs anos, o Porto do Recife implantou os seguintes sistemas:
6.4.1. Para atendimento s exigncias da Receita Federal
SIPOR: Gerenciamento de operaes porturias na importao e exportao de longo
curso e cabotagem, ptio de continer e mo de obra.
CFTV: Monitoramento atravs de imagens.
ACESSO: Gerenciamento do acesso de pessoas.
OCR: Gerenciamento da movimentao de contineres.
6.4.2. Para atendimento s exigncias governamentais
Ponto Biomtrico: Gerenciamento do acesso de usurios atravs de informaes de
impresso.
6.4.3. Geradores de Facilidades Administrativas
Porto Sem Papel: Informatizao de procedimentos administrativos necessrios
atracao e desatracao de embarcaes.
SIGEPE: Controle de processos administrativos no mbito do Estado de Pernambuco
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6.4.4. Impresso Departamental
6.4.5. Virtualizao de servidores
Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Muito Importante esto a qualidade,
preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades),
flexibilidade de negociao, armazm, distribuio e transporte, e sistemas de informao. Dentre
as exigncias dos clientes classificadas como Importante esto a inovao, a eficincia no
processo de compras/servios e os recursos humanos.
Para aumentar sua competitividade, o Porto do Recife considera como Muito Importante
as reas de gesto da inovao, finanas e custos, gesto da produo, gesto da qualidade, meio
ambiente, sade e segurana, e responsabilidade social. No grau de Importante, o Diretor
considerou apenas o item Marketing e Vendas.
6.5. Porto de Suape (PE)
No houve envio de dados.
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6.6. Porto de Salvador (www.codeba.com.br)
Figura 5: Porto de Salvador. Fonte: Companhia Docas da Bahia.
Administrado pela Companhia Docas do Estado da Bahia (CODEBA), o Porto de
Salvador est localizado na capital. Possui 7 beros de atracao, 9 armazns com 16 mil m de
rea e 1 ptio com 119 mil m de rea para armazenagem. A superestrutura formada por 14
RTGs, 8 Reach Staker, 10 empilhadeiras comuns, 1 transtainer, 32 tratores, 684 tomadas reffer.
Possui ainda 4 portaineres.
Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto de Salvador se comportou
da seguinte maneira: 2010 (262.475 TEUs), 2011 (262.194 TEUs) e 2012 (272.314 TEUs).
Atualmente, o ndice de Produtividade do Porto de 45 movimentos/hora. O controle operacional
informatizado. Em pesquisa, o Assessor da CODEBA, Augusto Csar Costa, classificou o
desempenho operacional de Boa para tima Condio. O terminal de continer passou por
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ampla reforma, tanto na parte de ampliao de rea como instalao de novos equipamentos.
Tambm com aumento da profundidade do cais, que passou a permitir a atracao de navios de
grande porte, antes, impossvel. O terminal tambm passar a contar ainda neste ano de 2013 com
um novo acesso rodovirio, exclusivo para caminhes que se dirigem ao porto, que facilitar o
fluxo de carga da origem ao porto e vice-versa, destacou.
Na viso do Assessor da CODEBA, a capacidade de recepo de continer foi avaliada
como de tima Condio, assim como os beros de atracao e os armazns foram classificados
como em Boa Condio. A pesquisa indicou ainda que a empresa considera como Dificuldade a
falta de mo-de-obra qualificada, cooperao com outras empresas, a concorrncia do mercado e
a legislao (tributria, ambiental, trabalhista).
A CODEBA no respondeu o item sobre os Investimentos em Infraestrutura e Sistemas de
Tecnologia da informao. Contudo, observa-se que houve algum investimento em virtude da
fala do Assessor (exposta acima) quando da resposta sobre a classificao do desempenho
operacional do Porto de Salvador.
Dentre as exigncias dos clientes do Porto de Salvador classificadas como Muito
Importante esto a pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades), armazenagem,
distribuio e transporte e sistemas de informao (TI e SIG). Como Importante, o Assessor da
CODEBA indicou itens como qualidade, preo e condies de pagamento, inovao,
flexibilidade de negociao, eficincia no processo de compras/servios e recursos humanos.
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6.7. Porto do Pecm (www.cearaportos.ce.gov.br)
Figura 6: Porto do Pecm. Fonte: CEARPORTOS.
Administrado pela Companhia de Integrao Porturia do Cear (CEARPORTOS), o
Porto do Pecm est localizado no municpio de So Gonalo do Amarante, no Cear. Possui 6
beros de atracao, 2 armazns com total de 16.250 m e 2 ptios para armazenagem com total
de 467.400 m. A superestrutura formada por 30 empilhadeiras e 5 MHCs.
Nos ltimos trs anos, a movimentao de contineres no Porto do Pecm aconteceu da
seguinte maneira: 2010 (167.227 TEUs), 2011 (199.528 TEUs) e 2012 (154.904 TEUs).
Atualmente, o ndice de Produtividade do Porto de 25 contineres/hora. O controle operacional
informatizado. Em pesquisa, o Diretor de Implantao e Gesto da CEARPORTOS, Luiz
Hernani de Carvalho Jnior, classificou o desempenho operacional como em Boa Condio,
com boa infraestrutura disponvel, boa relao com os mercado que est aquecido no setor,
realizao de investimentos para crescer ainda mais, etc, complementou.
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Na viso do Diretor da CEARPORTOS, os beros de atracao do Porto do Pecm
foram avaliados como em tima Condio; e os armazns e a capacidade de recepo de
contineres avaliados como em Boa Condio. A pesquisa indicou ainda que a empresa considera
como Dificuldade Interna a comercializao, a divulgao do seu negcio e a legislao
(tributria, ambiental, trabalhista).
Nos ltimos trs anos, a CEARPORTOS investiu na construo de dois novos beros de
atracao, ampliao do quebra-mar, prolongamento da ponte de acesso aos peres, correia
transportadora de granis, descarregador de granis, construo do Bloco de Utilidades e
Servios, scanner, 4 novas balanas de pesagem, ampliao do prdio administrativo, construo
de ETE, construo de cargas perigosas, desenvolvimento de novo sistema de controle
operacional e financeiro.
Dentre as exigncias dos clientes classificadas como Muito Importante esto a qualidade,
preo e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades) e
armazenagem, distribuio e transporte. Dentre as exigncias dos clientes classificadas como
Importante esto a inovao, flexibilidade de negociao, eficincia no processo de
compras/servios, recursos humanos e sistemas de informao.
Para aumentar sua competitividade, o Porto do Pecm indicou que deveriam ser
desenvolvidas, no grau de Muito Importante, os setores de Marketing/Vendas e Gesto da
Qualidade. No grau de Importante, o Diretor indicou que deveriam ser desenvolvidas as reas de
Gesto da Inovao, Finanas e Custos, Gesto da Produo, Meio Ambiente, Segurana e
Sade, e Responsabilidade Social.
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CAPTULO 7 APLICAO DO MODELO PROPOSTO
7.1. O Porto de Fortaleza
Figura 7: Porto de Fortaleza. Fonte: Companhia Docas do Cear.
Com mais de 70 anos de atividades, o Porto de Fortaleza administrado pela Companhia
Docas do Cear (CDC). Inaugurada em 1965, a CDC uma empresa de economia mista,
atualmente vinculada Secretaria de Portos da Presidncia da Repblica (SEP/PR). Dirigida por
um rgo colegiado, com quatro diretorias, a CDC trabalha para fazer com que o Porto de
Fortaleza, tambm conhecido como Porto do Mucuripe, seja cada vez mais um importante fator
de desenvolvimento do Estado do Cear, valorizando a economia local, a sustentabilidade, a
indstria, o comrcio, e, sobretudo, contribuindo para a gerao de trabalho e renda no Cear.
(SITE CDC, 2013).
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7.1.1. reas de influncia
O Porto de Fortaleza um dos principais portos da regio Nordeste, tendo como reas de
influncia os Estados do Rio Grande do Norte, Piau, Maranho, Pernambuco e Bahia. Devido a
sua localizao estratgica, atende s rotas destinadas ou provenientes da Europa, sia e
Amricas, alm dos demais portos brasileiros atravs da navegao de cabotagem. Mantm uma
linha semanal para Algeciras, na Espanha (CMA CGM - Marfret), alm de duas linhas de
navegao por cabotagem (Log-In e Maestra).
7.1.2. Infraestrutura
O Porto de Fortaleza tem capacidade e infraestrutura para receber todos os tipos de
navios, configurando-se como um porto de mltiplo uso. So quatro beros de atracao no cais
comercial e dois beros de atracao no per petroleiro. So 118.704,85 mil m de rea de ptio e
seis armazns cobertos, alm de 240 tomadas para contineres refrigerados. So 2 cmaras
frigorficas, 1 rea para manuseio de cargas perigosas e 1 armazm de segregao e esterilizao.
7.1.3. Superestrutura
Os equipamentos existentes so todos da iniciativa privada, dentre eles: 1 Guindaste
Canguru (Galvani), 2 Guindastes MHCs sob rodas, sendo um da V. Castro e Unilink e um da
Termaco e Brando & Filhos, 6 empilhadeiras e 2 descarregadores mecnicos de gros
(TERGRAN). O Porto de Fortaleza atua de forma cada vez mais automatizada, conferindo
agilidade em suas operaes.
7.1.4. Cargas transportadas por ano
Trata-se de um porto eminentemente importador, tendo como principais cargas
importadas os derivados de petrleo, na categoria granel lquido, e o trigo e enxofre, na categoria
granel slido. Tambm entre as vocaes da pauta de importao esto o asfalto, cimento e
produtos cermicos todos estes na categoria carga geral. Destaque tambm para a importao
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de aerogeradores para parques de energia elica localizados nos Estados do Cear e Rio Grande
do Norte.
Na exportao, os destaques da pauta so as frutas (melo, manga, banana, uva, melancia,
mamo, lima cida, abacaxi e acerola) que se enquadram na categoria carga geral. Junto com o
Porto do Pecm, o Estado do Cear configura-se como o segundo maior exportador de frutas do
pas, perdendo apenas para So Paulo (Porto de Santos). Tambm na pauta de exportao do
Porto de Fortaleza esto a cera de carnaba, a aguardente, o sal, o couro e os produtos
siderrgicos.
Em 2012, o Porto de Fortaleza atingiu recorde de movimentao, totalizando 4,5 milhes
de toneladas de cargas. Este ano de 2013, de janeiro a julho, o Porto j movimentou 2,8
toneladas, registrando crescimento de 15% em relao ao mesmo perodo de 2012, que foi um
ano recorde. Tambm neste perodo em questo (janeiro a julho de 2013) foi registrado
crescimento 39% na movimentao de contineres, atingindo 47.726 TEUS.
No caso dos derivados de petrleo e do trigo, o movimento contnuo, pois se tratam,
respectivamente, do combustvel que abastece os veculos da cidade (carros, motos, nibus,
caminhes e avies) e da matria-prima que alimenta as indstrias de massas e biscoitos
instaladas no Cear (M. Dias Branco, J. Macedo e Moinho Fortaleza).
7.1.5. Retrorea
O Porto de Fortaleza conta ainda com um amplo complexo porturio industrial, onde
esto localizados uma refinaria de petrleo, um parque de tancagem, uma fbrica de margarina,
empresas de envasamento de gs de cozinha e o segundo maior plo moageiro do pas, alm de
uma unidade do Corpo de Bombeiros. Neste complexo tambm esto instalados escritrios dos
rgos intervenientes e de alguns dos operadores porturios.
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7.1.6. Pontos Fortes
O Porto de Fortaleza integra-se a outros trs modais: rodovirio (BR-116, BR-222, BR-
020, CE-085, CE-040 e CE-060), dutovirio (tubovias da Transpetro) e ferrovirio
(Transnordestina), facilitando a logstica de cargas para os clientes. Apresenta atendimento rpido
e eficaz, bem como qualidade nos servios prestados, traduzida em baixo tempo de espera para a
atracao de navios de continer e de trigo e alta produtividade na operao dos navios de
continer (25 contineres/hora). Na questo administrativa, a CDC a 2 melhor Companhia
Docas em execuo oramentria. Alm disso, o Porto de Fortaleza fica a sete dias de distncia
da Europa e Costa Leste Americana.
7.1.7. Pontos Fracos
Dentre as principais Dificuldades encontradas pelo Porto de Fortaleza, conforme os
questionrios aplicados nos demais portos esto a comercializao, a concorrncia do mercado e
a falta de rea de armazenagem.
7.1.8. Concorrentes
Os principais concorrentes do Porto de Fortaleza so aqueles que esto na sua mesma rea
de influncia e que transportam cargas semelhantes.
7.1.9. Situao socioeconmica existente
Na parte econmica, o Porto de Fortaleza vem atingindo recordes sucessivos de
movimentao de cargas. Em 2012, alcanou 4,5 milhes de toneladas de cargas, batendo marca
histria de 2010, que foi de 4,2 milhes de toneladas. Alm do aquecimento da economia local
(fator exgeno do crescimento do porto, junto com a capacidade de atendimento de portos
vizinhos), esse resultado se deve gesto administrativa.
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7.1.10. Responsabilidade Social
Apesar de toda a riqueza que circula dentro do Porto, a rea onde est instalado uma das
regies de menor ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), que a comunidade do Serviluz.
Com o objetivo de minimizar essa desigualdade, a CDC criou o Centro Vocacional Tecnolgico
Porturio Manuel Dias Branco, tornando-se o nico porto brasileiro a possuir um centro de
capacitao vocacional que atende ao pblico interno e externo. Neste espao, a CDC realiza um
importante trabalho de qualificao profissional e formao cidad.
O CVT Porturio Manuel Dias Branco oferece cursos gratuitos para alunos a partir de 16
anos de idade, com salas de aula confortveis, biblioteca, auditrio, espao multiuso, sala de
videoconferncia e laboratrios (informtica e eletromecnica). Fundado em outubro de 2010, j
capacitou mais 3.000 pessoas, entre moradores do entorno do Porto de Fortaleza, Trabalhadores
Porturios Avulsos (TPAs), empregados da CDC e seus familiares em cursos de Informtica
Bsica, Ingls, Soldagem, Bsico em Secretariado, Bombeiro Hidrulico, Qualidade no
Atendimento, Espanhol, Gesto Empreendedora, entre outros.
Alm de proporcionar qualificao, o CVT Porturio Manuel Dias Branco disponibiliza o
espao para a valorizao de manifestaes artsticas da msica, dana e teatro. Contribui para
renovar a relao Porto-Cidade, promovendo um forte avano na incluso social de trabalhadores
do porto e moradores das comunidades prximas. Transformou-se no brao da responsabilidade
social da Companhia Docas do Cear.
7.1.11. Exigncias dos clientes
Dentre as exigncias dos clientes consideradas Muito Importantes esto a qualidade, preo
e condies de pagamento, pontualidade (cumprimento de prazos e quantidades), inovao,
flexibilidade de negociao, armazenagem, distribuio e transporte, recursos humanos e
sistemas de informao (TI e SIG). A exigncia dos clientes considerada Importante a
eficincia no processo de compra/servios.
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7.1.12. O que deveria ser desenvolvido par aumentar a competitividade
No grau de Muito Importante, seria investir na gesto da inovao, gesto da qualidade,
meio ambiente, sade e segurana, e responsabilidade social. No grau de Importante, esto
Marketing e Vendas e Finanas e Custos.
7.1.13. Importncia econmica para o Estado
- Porta de entrada e sada de mercadorias, sobretudo, importao de bens de consumo para
a cidade de Fortaleza.
- Arrecadao de impostos para o Estado do Cear (ICMS) e para a Prefeitura de Fortaleza
(ISS). Ver detalhes em Anexo VI.
- Mais dividendos para o pas.
- Em complementao ao Porto do Pecm, fazer com que o Estado do Cear e a prpria
regio Nordeste possam dispor de um equipamento que atenda aos anseios das
exportaes do Estado e da regio.
7.1.14. Movimentao de continer atual
41.021 * TEUs
(*) 1 semestre de 2013
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7.1.15. Quadro histrico de movimentao de continer
Ano Quantidade (TEUs)
2003 76.852
2004 82.077
2005 64.861
2006 53.499
2007 62.314
2008 58.784
2009 55.180
2010 69.799
2011 67.301
2012 72.656
2013 41.021 *
(*) at junho 1 semestre
Tabela 1: Quadro histrico de movimentao de continer
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49
7.2. Proposta de Modelo de Gesto e Infraestrutura para o Porto de Fortaleza em 2014
Avaliando-se os questionrios dos Portos do Norte e Nordeste, e partindo-se da anlise da
situao atual do Porto de Fortaleza, a proposta deste trabalho inclui a melhoria de sua
infraestrutura, redesenho de ptio, incremento da superestrutura e modernizao do sistema de
tecnologia da informao. Destaca-se que os investimentos em infraestrutura, redesenho de ptio
e tecnologia da informao propostos a seguir sero financiados com recursos pblicos (prprios
ou do Tesouro) e os investimentos em superestrutura devero ser financiados pela iniciativa
privada.
A proposta contida neste trabalho constitui-se como econmica e tecnicamente vivel.
Contribuir para aumentar a capacidade final de atendimento do Porto de Fortaleza (recepo e
movimentao de contineres), incluindo a capacidade esttica e dinmica. Alm disso, est
condizente com a realidade atual vivenciada pelo Porto, que de crescimento contnuo da
movimentao de cargas, mesmo sem alteraes na estrutura e superestrutura. O prprio Plano de
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Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Fortaleza (PDZ), elaborado em 2010, apontava um
crescimento pequeno, no entanto em 2013 a movimentao de conteineres est 30 % superior ao
previsto no PDZ. O plano apresentava tambm uma necessidade de investimentos, como a
melhoria das condies operacionais e ampliao de instalaes. A proposta apresentada tambm
esta alinhada com as orientaes do Plano Nacional de Logstica Porturia (PNLP), que identifica
uma operao dispendiosa e sugere investimentos em superestrutura e vislumbra o aumento de
rea de armazenagem. Isto posto, esses investimentos so necessrios para que o Porto de
Fortaleza atinja a eficincia logstica exigida pela Lei 12.815 Nova Lei dos Portos, e possa
recuperar cargas perdidas para outros portos do Nordeste.
7.2.1. Infraestrutura
O modelo proposto neste trabalho para o Porto de Fortaleza inclui a construo de um
novo bero de atracao para navios de continer (totalizando na situao final dois beros para
recepo de navios de continer), o incremento de 40 mil m de ptio (totalizando na situao
final 169.391,18 m para armazenagem de cargas), a instalao de nova pavimentao com piso
intertravado (permitindo o maior nmero de armazenagem de continer, chegando at cinco
andares na situao proposta), a disposio de novo layout do ptio de continer (arruamento
menor, em virtude do tamanho do RGT, visando aumentar a capacidade de armazenamento), bem
como o aprofundamento do canal de acesso e bacia de evoluo para 14 m de profundidade e dos
beros de atracao para 13 m de profundidade (permitindo a vinda de navios com maior calado,
ou seja, com maior capacidade de tonelagem transportada de carga).
7.2.2. Superestrutura
A proposta sugere a aquisio, por parte dos Operadores Porturios pr-qualificados no
Porto de Fortaleza, dos seguintes equipamentos: 4 RTGs no novo ptio, 1 portainer para o novo
bero, 2 MHCs e 2 empilhadeiras tambm para o novo bero somados aos 2 MHCs localizados
no bero A5 e s 6 empilhadeiras Reach Stacker j em operao. Pretende-se, com este modelo,
aliado aos investimentos em tecnologia da informao (melhor explicado no item 7.2.3.),
aumentar a capacidade dinmica de armazenamento de 72.00 TEUs para 486.000 TEUs (ver mais
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em Anexo III), j que o RTG tem altura para empilhar at 5 contineres um sobre outro,
ocupando menor espao de arruamento. No caso, o portainer, os dois novos MHCs e as duas
novas empilhadeiras sero necessrias tendo em vista o aumento expressivo que se espera para a
movimentao de TEUs no Porto de Fortaleza.
Custo unitrio para Investimento:
Equipamento Valor
Portainer 8.000.000,00 euros
Transteiner 2.500.000,00 euros
RTG 1.000.000,00 euros
MHC 4.000.000,00 euros
Fonte: V. Castro (Operador Porturio no Porto de Fortaleza)
7.2.3 Redesenho do ptio
Diminuio do arruamento do ptio. Atualmente, est em 30 metros e passar a ter 7
metros.
7.2.4. Tecnologia da Informao
A tecnologia da informao tem sido um aliado decisivo para a melhoria da gesto
porturia e ganho de competitividade nos principais portos do mundo. Diante desse princpio, o
modelo apresentado neste projeto indica a necessidade de renovao e implantao de uma srie
de sistemas tecnolgicos no Porto de Fortaleza, que sero descritos a seguir, a comear pela
implantao de um novo Sistema de Gesto Porturia. A proposta que este sistema atue no
controle operacional e gerenciamento porturio do Porto de Fortaleza, com o objetivo de atingir
excelncia operacional.
Este novo Sistema de Gesto Porturia estar integrado ao Projeto Porto Sem Papel, j
implantado no Porto de Fortaleza, fruto de investimentos da SEP/PR. O Porto Sem Papel est
diminuindo a burocracia para o desembarao das operaes de importao e exportao no Porto
de Fortaleza, pois ele rene em um s sistema todos os documentos referentes carga e permite
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que todas as anuncias sejam feitas por via remota, a partir de login e senha de acesso ao sistema.
Alm disso, atua como um monitoramento do fluxo de navios na costa brasileira, uma vez que
unifica toda a previso de atracao e desatracao de embarcaes nos portos.
No modelo proposto por este trabalho, o novo Sistema de Gesto Porturia e o Projeto
Porto Sem Papel tambm estaro integrados ao Sistema de Gerenciamento de Informaes de
Trfego de Embarcaes e Controle de Acesso Martimo (VTMIS), sistema que facilitar a
atracao de navios a partir de monitoramento das embarcaes com radares, cmeras e sensores
de mar (altura das ondas e velocidade do vento) concentrados em uma espcie de torre de
controle (semelhante ao que tem hoje em aeroportos). Sua funo ser gerenciar o trfego de
navios no Porto de Fortaleza.
Assim como o Porto Sem Papel faz um controle dos navios, outro sistema que ser
integrado ao modelo proposto neste trabalho o projeto Cadeia Logstica Porturia Inteligente,
que envolve um sistema de controle do fluxo caminhes, os quais ficaro em um bolso de
estacionamento na entrada de Fortaleza. Os caminhes e locomotivas s entraro na cidade
mediante previso de operao dentro do porto. Os mesmos sero monitorados via prticos
eletrnicos instalados nas vias de acesso ao Porto de Fortaleza, que ter sua entrada toda
reformada, com a instalao de uma balana tudo para se adaptar as exigncias do sistema.
Alm de sistemas de monitoramento dos navios, caminhes e locomotivas, o modelo
proposto para o Porto de Fortaleza inclui investimento em sistemas que vo atuar na agilidade e
segurana das operaes dentro da rea alfandegada. Trata-se do Optical Character Recognition
(OCR), tecnologia que identificar/reconhecer as placas dos caminhes e os cdigos dos
contineres que entrarem no porto. Integrado base do novo Sistema de Gesto Porturia, a
leitura por OCR agilizar a entrada e sada de cargas, caminhes e motoristas no Porto de
Fortaleza. O modelo integrado tambm exige a aquisio de um scanner industrial para inspeo
de contineres. O equipamento far um raio-x que possibilitar a visualizao de todas as cargas
existentes dentro dos contineres As imagens sero visualizadas pelos tcnicos da Receita
Federal para fins de fiscalizao aduaneira. Estima-se que os equipamentos tecnolgicos reduzam
a burocracia e que haja decrscimo de 40% para 25% de perda de tempo para a retirada e
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alimentao de contineres no ptio de armazenagem do Porto de Fortaleza (ver mais em Anexo
III).
Para auxiliar na gesto porturia em si, a CDC dever adquirir e instalar a tecnologia
Radio-Frequency IDentification (RFID), espcie de sistema de segregao virtual, que atravs de
tags/chips alocados nos contineres facilitam a sua localizao precisa no ptio de armazenagem.
A ao facilitar no s a gesto porturia, como tambm o trabalho de fiscalizao feito pelos
rgos anuentes, a exemplo da Receita Federal e Ministrio da Agricultura.
Para resguardar as cargas e cumprir com total segurana o papel de fiel depositrio do
Porto de Fortaleza, a CDC dever instalar tambm o Circuito Fechado de Televiso (CFTV).
Trata-se de um sistema de monitoramento, vigilncia e gravao de imagens em todos os
armazns e rea operacional do porto, a partir de cmaras instaladas em pontos estratgicos e
cumprindo todas as exigncias do alfandegamento. As imagens sero acessadas pela Guarda
Porturia e compartilhadas com a Receita Federal mediante login e senha. (Ver mais no Anexo
V).
7.2.5. Capacidade final de atendimento
O Porto de Fortaleza conta hoje com uma rea de armazenagem de 118.704,85 m. Em
virtude de sua pavimentao obsoleta, com vida til totalmente vencida, tm capacidade para
empilhar contineres somente a trs unidades. Alm da capacidade de armazenagem reduzida,
destacam-se os visveis desnveis existentes devidos aos recalques acumulados ao longo dos anos.
Ressalte-se que a pavimentao atual hoje submetida a um trfego de equipamentos com carga
por roda muito superior a que foi considerada para o projeto, h cerca de 30 ano