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ROBERTO PALMEIRA GESTÃO DE PESSOAS PARA NÃO GESTORES Rio de Janeiro - 2003

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ROBERTO PALMEIRA

GESTÃO DE PESSOAS PARA NÃO GESTORES

Rio de Janeiro - 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DE PESSOAS PARA NÃO GESTORES

OBJETIVOS:

Propiciar a profissionais das diversas áreas de conhecimento a iniciação aos

sinuosos, porém fascinantes, meandros da GESTÃO de PESSOAS.

Oferecer através de um texto simples e objetivo oportunidade de reflexão sobre a

Gestão de Pessoas e seus reflexos no desempenho empresarial.

Criar condições de percepção dos caminhos da Educação Corporativa e o

Mercado de Trabalho do terceiro milênio.

Proporcionar ao profissional, condições de repensar o Papel do Gestor de

Pessoas na estratégica ética da organização.

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AGRADECIMENTOS

Esta monografia representa um estágio significativo na minha caminhada em

busca do saber, caminhada esta que não teria sido possível sem o apoio e

incentivo de pessoas queridas, amigas ou sensíveis à importância do

conhecimento.

Meus agradecimentos de coração ao meu Mestre, Professor Antônio Ney –

Orientador desta monografia, que com sua maneira peculiar de socializar seus

conhecimentos fez com eu mergulhasse fundo nos estudos para conclusão deste

trabalho, e ao meu co-orientador Professor José Augusto Ribeiro Filho, um carioca

baiano, filho do intelectual e poeta baiano José Augusto Ribeiro – nosso bisavô.

Ao corpo docente da Universidade Candido Mendes – Projeto “A Vez do Mestre”,

especialmente aos Mestres Vinícius e Saint-Clair, e aos colegas de turma: Juliana,

Geovanna, Luiz, Regina, Danielle e Acácia, meu muito obrigado pela atenção e

carinho.

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DEDICATÓRIA

Ao meu passado:

meus avós Rosendo, Maria, Noêmia e Lindolfo

meus pais Olívio e Angelina

meus irmãos Laerte e José

Ao meu presente:

Kátia, esposa, companheira, cúmplice e amiga de todas as horas.

Karen e Karoline, minhas filhas, razão maior de meu viver.

Solange, minha sogra e grande amiga.

Dr. Ricardo Bordeaux Rego, meu genro, amigo e incentivador.

Ao meu futuro:

meus futuros netos e netas, filhos e filhas que minhas filhas Karen e Karoline terão

ou não.

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RESUMO

A monografia que apresentamos, sob o título “Gestão de Pessoas para não

Gestores” foi elaborada com o propósito de iniciar profissionais de diversas áreas

do conhecimento na gestão de pessoas, situando a área de recursos humanos

como estratégica no cenário organizacional.

A velocidade das mudanças ocorridas nos últimos tempos no cenário político,

social e tecnológico reflete-se no cotidiano das organizações, fazendo com que os

gestores manifestem uma tendência cada vez maior a passar de um sistema

fechado de administração - caracterizado pela rigidez das suas estruturas

organizacionais – para um sistema dinâmico, aberto, flexível, mais participativo e

cada vez menos paternalista.

A partir de uma conceituação objetiva sobre Recursos Humanos e suas ações,

através de uma abordagem sistêmica, discutimos a qualidade, produtividade,

relação homem trabalho, motivação e comportamento na organização.

Com este embasamento teórico enveredamos pelo sistema de recursos humanos,

com ênfase no treinamento no ambiente de trabalho e a educação corporativa.

Finalizando, enfocamos o papel do gestor de recursos humanos na estratégia

ética da organização, onde, baseado em textos de autores renomado trata da

problemática da ética ou da moral e o gestor frente às suas mutações, buscamos

posicionar os profissionais de diversas áreas do conhecimento sobre Qual o Papel

do Gestor de Recursos Humanos na Estratégia Ética da Organização.

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METODOLOGIA

A matéria Gestão de Recursos Humanos normalmente é tratada como uma

disciplina do curso de Administração de Empresas, ficando seu conteúdo

disseminado apenas entre os Administradores. Como no cotidiano empresarial

nem sempre os gestores de recursos humanos são administradores, verificamos

que profissionais de outras áreas, interessados no assunto, buscam bibliografia ou

cursos específicos, normalmente Pós-Graduação, para adquirirem conhecimentos

mais aprofundados sobre como gerir pessoas.

A metodologia utilizada para a elaboração desta monografia destina-se a apoiar os

não gestores de recursos humanos, através de uma leitura simples, pautada na

vivência adquirida no decorrer de minha carreira profissional, principalmente nas

duas décadas de trabalho ininterrupto no SENAC – Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial.

A proposta deste trabalho não pretende substituir os ensinamentos adquiridos nas

Universidades, mas apenas iniciar os interessados no que consideramos uma

moderna gestão de pessoas, levando os mesmos a buscarem aprofundamentos

acadêmicos em cursos de especialização ou mestrado, aumentando suas

condições de melhoria em sua vida profissional.

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SUMÁRIO

CAPITULO I Recursos Humanos – Conceitos, Princípios e Pressupostos Básicos

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1. INTRODUÇÃO

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2. AÇÕES DE RECURSOS HUMANOS

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3. RECURSOS HUMANOS – Uma abordagem sistêmica

14

4. RECURSOS HUMANOS E A QUALIDADE

18

5. RECURSOS HUMANOS E A PRODUTIVIDADE

19

CAPÍTULO II A RELAÇÃO HOMEM TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES

21

1. MOTIVAÇÃO E COMPORTAMENTO NA ORGANIZAÇÃO

24

CAPÍTULO III O SISTEMA DE RECURSOS HUMANOS

31

CAPÍTULO IV O TREINAMENTO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

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CAPÍTULO V EDUCAÇÃO CORPORATIVA

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CAPÍTULO VI O PAPEL DO GESTOR DE RH NA ESTRATÉGIA ÉTICA DA ORGANIZAÇÃO

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CONCLUSÃO

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BIBLIOGRAFIA

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ÍNDICE 82 FOLHA DE AVALIAÇÃO 84 O AUTOR

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INTRODUÇÃO

Recursos Humanos – Conceitos, princípios e pressupostos básicos.

Ao elaborarmos o presente trabalho buscamos apresentar uma visão sintética do

Sistema de Recursos Humanos numa abordagem interativa, trabalhando os

conceitos básicos, nos quais se apóia essa abordagem, e apresentando

argumentos para defender a idéia de que os Recursos Humanos de uma

organização são um patrimônio estratégico para qualquer empresa ou instituição

que pretenda atingir melhores padrões de QUALIDADE E PRODUTIVIDADE.

Conceituação:

Recursos Humanos é a expressão utilizada para designar, no campo da

administração, a área e as ações relacionadas ao elemento humano em geral, nas

organizações.

A expressão Recursos Humanos é utilizada também para designar o conjunto de

pessoas que trabalham numa empresa ou instituição. No contexto social-global

refere-se ao contingente humano de uma comunidade, região ou nação.

A área de Recursos Humanos de uma organização é o setor responsável, dentre

tantos, pelo recrutamento, seleção, registros, integração, manutenção,

desenvolvimento e desligamento de seus colaboradores.

A esse conjunto de ações chamamos de Administração de Recursos Humanos.

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A Administração de Recursos Humanos pode ser conceituada como sendo:

Área, Departamento ou Setor da Administração, responsável pela condução de

todas as ações direcionadas ao suprimento, à integração, manutenção e

desenvolvimento dos Recursos Humanos de uma organização.

Integrando o conceito de Administração de Recursos Humanos – ARH - ao

conceito usual de Administração Geral, podemos dizer que:

A Administração de Recursos Humanos trata do planejamento, da organização

(estruturação), da coordenação, e do controle de todas as ações relacionadas aos

recursos humanos, tendo em vista o desenvolvimento e o desempenho eficiente

das pessoas na Organização.

Esse conceito evidencia a importância da área de recursos humanos quanto ao

seu papel instrumentalizador do desenvolvimento das pessoas para fazer face aos

crescentes desafios do trabalho.

O sucesso das ações na área de RH depende, e muito, da opção, por parte da

administração, por um modelo ou enfoque administrativo específico, da definição

clara e precisa da missão e do negócio da empresa, enfim, da definição de uma

filosofia e uma política de Recursos Humanos, alinhada aos valores

organizacionais e aos objetivos do planejamento estratégico empresarial.

A implementação das mudanças decorrentes do modelo administrativo adotado

pela empresa passa, necessariamente, pela qualidade dos recursos humanos,

deixando claro a posição estratégica da área de RH em qualquer organização,

pois é certo e reconhecido por administradores e empresários que quem FAZ

acontecer as MUDANÇAS necessárias numa organização são as PESSOAS.

“Qualquer decisão administrativa tem conseqüências comportamentais. O

sucesso de uma administração depende, não exclusivamente, mas em grande

parte, da capacidade de prever e controlar o comportamento humano”.

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Quanto à estrutura da área de RH em qualquer organização, não existe a rigor um

modelo padrão, “a receita de bolo. O que existe são princípios e teorias que, ao

lado das experiências profissionais e pessoais devem ser levadas em conta ao ser

definida ou redefinida a estrutura de RH da empresa.

Um fator de destaque na definição da estrutura de RH é o tipo de Cultura

Empresarial, ou seja, baseados nos princípios e valores adotados pelos líderes da

empresa.

Há empresas que, em decorrência dos valores e da filosofia espelhada na sua

Cultura Empresarial, não mais utilizam a expressão RECURSOS HUMANOS para

designar as funções tradicionalmente atribuídas a esse setor. É o caso, por

exemplo, das empresas holísticas (orientadas por princípios administrativos

globalizantes) que utilizam a expressão PATRIMONIO HUMANO, por entenderem

que o homem não é um simples recurso à disposição da administração, mas sim

um patrimônio a ser zelado, desenvolvido e cuidado pela organização, mesmo

tendo deixado de trabalhar na empresa, por motivos de aposentadoria.

A valorização do Homem como sendo um patrimônio e não um recurso é um

ponto cada vez mais presente na CULTURA EMPRESARIAL de muitas

organizações de sucesso no Brasil e no mundo.

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2 – AÇÕES DE RECURSOS HUMANOS

Para que possamos ter uma idéia do conjunto das principais ações que ocorrem

sob a responsabilidade da área de RH, tomamos como exemplo, a concepção de

organização de Recursos Humanos apresentada por CHIAVENATO na edição

compacta de seu livro Recursos Humanos.

Trata-se de uma proposta bastante abrangente de estruturação da área de RH

apoiada em cinco subsistemas:

SUPRIMENTO / APLICAÇÃO / MANUTENÇÃO / DESENVOLVIMENTO /

CONTROLE.

Para cada um desses subsistemas do Sistema de Recursos Humanos são

definidas atribuições em relação ao desempenho de funções específicas da área

de Recursos Humanos.

Ao subsistema de SUPRIMENTO caberia a responsabilidade das funções de:

Recrutamento de pessoal;

Seleção de pessoal

Ao subsistema de APLICAÇÃO caberia a responsabilidade das funções de:

Descrição e análise de cargos;

Avaliação do desempenho humano.

Ao subsistema de MANUTENÇÃO caberia a responsabilidade das funções de:

Compensação;

Benefícios Sociais;

Higiene do Trabalho

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Ao subsistema DESENVOLVIMENTO caberia a responsabilidade das funções:

Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas

Desenvolvimento Organizacional

Ao subsistema CONTROLE caberia a responsabilidade das funções de:

Banco de dados e sistemas de informação;

Auditoria de Recursos Humanos

Como podemos observar, trata-se de uma estruturação relativamente ampla do

Sistema de Recursos Humanos, compreendendo 11 (onze) funções a serem

desempenhadas por 5 (cinco) subsistemas.

Outra proposta para a organização sistêmica da área de Recursos Humanos é

apresentada por CAMACHO, no seu livro Psicologia Organizacional: Uma

abordagem sistêmicaPartindo da tarefa como a unidade básica do trabalho, o

autor apresenta a organização sistêmica de Recursos Humanos a partir da

definição das atribuições das seguintes funções ou subsistemas do Sistema

Recursos Humanos.

O subsistema de cargos e funções;

O subsistema Recrutamento e Seleção;

O subsistema de Treinamento;

O subsistema Avaliação de Desempenho.

Vamos encontrar em CARVALHO, no seu livro Recursos Humanos: Desafios e

Estratégias – uma outra forma de apresentar a área de Recursos Humanos sob o

enfoque sistêmico. Esse autor apresenta e descreve quatro funções básicas da

área de Recursos Humanos no seu “Modelo de Sistema de Recursos Humanos”.

Administração de Cargos e Salários;

Recrutamento e Seleção;

Treinamento;

Avaliação de Desempenho

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Como vimos nos três exemplos de sugestões de organização sistêmica da área de

Recursos Humanos apresentados, não existe uma fórmula ou modelo único para a

organização desta área. O que existe, como já dissemos anteriormente, são

princípios e sugestões que deverão ser levadas em conta no momento de tomar

decisões em relação à estruturação do setor de Recursos Humanos de qualquer

organização.

Convém ressaltar que a criação ou desenho dos cargos num processo de

concepção organizacional nem sempre é função da área de RH.

Na maioria dos casos, esse trabalho é elaborado por profissionais da área de

Organização e Métodos – O&M ou pelo pessoal da Engenharia Industrial, no caso

de empresas industriais.

Nem por isso deixamos de considerar essa ação como tarefa inerente e

fundamental ao funcionamento da área de Recursos Humanos.

Para efeito de estudo, vamos considerar como cinco as funções principais desta

área:

Cargos e Salários / Recrutamento e Seleção / Administração de Pessoal /

Treinamento e Desenvolvimento / Avaliação de Desempenho.

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3 - RECURSOS HUMANOS uma Abordagem Sistêmica

A teoria de sistemas é a teoria geral e interdisciplinar que estuda os sistemas

enquanto conjunto de elementos, materiais ou não, em relação uns com os outros

e formando um todo compreensível e interdependente.

O conceito de sistemas, portanto, está diretamente vinculado à idéia de conjunto

de partes que funcionam interligadas umas às outras, estabelecendo, assim, uma

relação de interdependência entre elas.

Segundo Camacho “a teoria de sistemas teve sua origem no esforço do homem

em tentar organizar a realidade, conhecer os elementos que a compõem e

determinar as relações entre estes elementos”. Esta é, também, a “idéia-força” da

concepção da área de Recursos Humanos segundo uma abordagem interativa e

sistêmica, ou seja, a realização das funções de RH, mediante um processo

caracterizado por uma relação de interdependência entre essas funções. A

mesma relação de interdependência deve existir entre este setor e as outras áreas

ou subsistemas do Sistema Empresa.

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A interação entre os subsistemas de Recursos Humanos

Podemos observar que existem interligações entre as diferentes funções de RH,

indicando a existência de uma interação entre os subsistemas. Os subsistemas de

RH são caracterizados pela existência de um espaço comum, que sugere uma

relação de interdependência entre essas funções na consecução das metas

específicas de gestão de pessoal definidas pela empresa.

Para que se possa ter uma visão global do Sistema de Recursos Humanos, vamos

tratar, sinteticamente, os subsistemas que selecionamos para ilustrar a

organização e o funcionamento da área de Recursos Humanos.

Subsistema - Cargos e Salários

Este subsistema tem por função o planejamento e permanente compatibilização

dos cargos e dos respectivos salários da empresa em relação ao mercado de

trabalho e às necessidades da própria empresa. O trabalho deste subsistema

concretiza-se mediante a observação, a análise e a descrição do trabalho

realizado sob a responsabilidade do profissional que ocupa um determinado cargo

e/ou função na organização. Assim, se lermos as análises de Cargos ou Funções

de uma organização, será possível, mesmo à distância, compreender como

funciona o sistema de produção de bens ou serviços dessa organização.

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Subsistema – Recrutamento e Seleção

Este subsistema tem como responsabilidade principal, como o próprio nome

indica, recrutar e selecionar pessoal para ocupar os diferentes postos de trabalho

de uma organização. Para realizar as suas atribuições, este subsistema necessita

das descrições de cargos ou funções elaboradas pelo Subsistema I.

A partir da descrição de cargo ou função elabora-se o perfil do profissional a ser

selecionado no mercado de trabalho. Isto caracteriza uma relação de

interdependência entre os subsistemas I e II.

O resultado do trabalho deste subsistema deverá fornecer subsídios para o

subsistema de Treinamento e Desenvolvimento.

Subsistema – Administração de Pessoal

O subsistema Administração de Pessoal tem uma relação de interdependência

com todos os outros subsistemas, uma vez que depende das informações

originadas pelo resultado do trabalho dos demais setores de RH para alimentar a

realização das funções sob sua responsabilidade.

Por isso, no Sistema de Recursos Humanos o subsistema Administração de

Pessoal está no centro do processo.

Subsistema – Treinamento e Desenvolvimento

É o subsistema responsável pela definição, planejamento e execução dos

treinamentos e cursos de desenvolvimento profissional programado pela empresa.

Esse subsistema realiza a sua função sistêmica utilizando-se de insumos dos

outros subsistemas e fornecendo elementos para alimentar o subsistema

Avaliação e Desempenho.

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Subsistema – Avaliação de Desempenho

Esse subsistema tem como função o controle e a avaliação de desempenho dos

profissionais de uma empresa, servindo-se dos insumos fornecidos pelos demais

subsistemas, particularmente pelas descrições de cargos ou funções realizadas

pelo subsistema I.

A partir da descrição sintética apresentada, podemos concluir que:

Existe uma natural relação de interdependência entre todas as funções da área de

Recursos Humanos o que, aliás, é inerente a coerência do exercício dessas

funções numa organização. A isso atribuímos a denominação de:

“ABORDAGEM INTERATIVA DE RECURSOS HUMANOS”

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4 - Recursos Humanos e a Qualidade

Qualidade é a propriedade, atributo ou condição das coisas ou pessoas capazes

de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza. De acordo com o

entendimento comumente utilizado nos meios administrativos e empresariais, a

qualidade de um produto ou serviço é o conjunto de propriedades características

que os distinguem de outros da mesma espécie ou natureza.

Uma política de RH voltada para a Qualidade & Produtividade, certamente,

abrigará, entre suas linhas de ação, determinadas estratégias motivacionais, tais

como: realizar trabalhos em equipe, facilitar e estimular a integração entre seus

colaboradores, adotar a gestão participativa, criar condições para a criatividade e

a inovação, promover treinamentos e eventos de desenvolvimento, etc.

A opção pela Qualidade como filosofia orientadora da ação empresarial e como

traço marcante da cultura de uma organização terá, necessariamente, reflexos na

forma de conceber, organizar, planejar e realizar as ações da Área de Recursos

Humanos em uma empresa, refletindo, conseqüentemente, na sua Produtividade.

Nos dias atuais, fica cada vez mais evidente para empresários e administradores

que:

Recursos Humanos e Qualidade são duas expressões que devem ser entendidas

como elementos de um mesmo quadro estratégico de ações, visando melhorar a

Produtividade necessária à sobrevivência, ao crescimento e à consolidação ou

perpetuação de qualquer empresa ou instituição

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5 - Recursos Humanos e a Produtividade

Teoricamente, podemos definir a Produtividade como sendo um resultado natural

da opção pela qualidade e da ação da área de recursos humanos e da

administração da empresa. O que é produtividade?

Produtividade é o aumento da relação entre determinado resultado a ser obtido

em um prazo definido e seu respectivo custo.

FROMM, em sua análise sobre o trabalho como sendo uma atividade própria do

homem, diz que “Goethe foi, à semelhança de Hegel, influenciado por Spinosa, a

ponto de ter transformado a idéia da produtividade do homem no ponto central de

seu pensamento filosófico” Segundo este autor, a expressão mais poética e mais

forte dada por Goethe sobre a idéia da produtividade humana está em sua obra

Fausto, quando ele diz:

“Nem a posse, nem o poder, nem a satisfação sexual, ensina Fausto, podem

preencher o desejo de significado para sua própria vida; em tudo isso ele

permanece separado do todo, e por isso é infeliz. Só ao ser produtivamente ativo,

pode o homem encontrar sentido para sua vida e, embora assim ele a aproveite,

não se agarra a esta vorazmente”

E continuando suas análises sobre a questão da produtividade e da satisfação que

a realização de um trabalho bem feito exerce sobre o homem, vamos encontrar

em FROMM a afirmação de que, para Spinosa, assim como para Goethe, Hegel e

Marx: “O homem só está vivo na medida em que é produtivo”

“Na medida em que o homem não é produtivo, na medida em que é apenas

receptivo, passivo, ele nada é, está morto. No processo produtivo, o homem

realiza a sua própria essência, o que, em linguagem teológica, nada mais é do que

seu retorno a Deus”.

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Fica evidente, portanto, que o processo de trabalho precisa estar colado ao de

conscientização do homem quanto às suas forças e também às suas fraquezas,

assim como às condições do seu meio para gerar as mudanças necessárias ou

desejáveis. Essa é a perspectiva do trabalho visto como instrumento de

emancipação do homem.

“O trabalho, visto como meio de emancipação do homem, é uma perspectiva

oposta à do trabalho alienante. Trata-se do trabalho como significado para o

homem, do trabalho integrado à sua realidade, às suas necessidades, às suas

aspirações de desenvolvimento social e econômico”.

E nesse contexto, “O HOMEM É PRODUTIVO”.

A produtividade está inapelavelmente ligada às condições de trabalho criadas para

o homem pelo próprio homem. Este e um fato crucial para a área de recursos

humanos numa organização, pois o que se observa, ainda hoje, é que são poucos

os empresários e/ou administradores que se dispõem a investir na melhoria das

condições de trabalho como um meio para atingir melhores índices de Qualidade

dos seus produtos ou serviços e, conseqüentemente, melhores índices de

Produtividade.

É imprescindível trabalharmos no sentido de conscientizar todos os colaboradores

da organização de que a satisfação do cliente é a finalidade permanente e a razão

primeira da existência de qualquer empresa ou instituição.

Mais do que isso, a área de Recursos Humanos tem um papel fundamental na

preparação das pessoas para realizarem as mudanças necessárias na

organização face à opção pela Qualidade.

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CAPÍTULO II

A Relação Homem-Trabalho nas Organizações

O Trabalho nas Organizações

A relação homem-trabalho encerra um dos mais intrigantes mistérios da natureza

humana. Filósofos, antropólogos, sociólogos, enfim estudiosos e cientistas que

buscam o conhecimento e o entendimento da alma humana e do comportamento

do homem, identificam o trabalho como essência, motor, cerne, a razão de ser da

existência humana. À primeira vista, isso pode parecer um exagero, mas se

retomarmos o fio da história, vamos encontrar o trabalho no centro do processo de

desenvolvimento da raça humana. Para enfatizar a força e a conseqüência dessa

constatação, há uma frase que expressa uma idéia muito significativa:

“O homem é o resultado do trabalho”

O homem modifica o mundo através do trabalho, da mesma forma que é

modificado por este. O homem é o centro, a razão de ser de qualquer forma de

organização estabelecida com fins produtivos ou não.

Essa idéia deveria estar refletida no tipo de relacionamento estabelecido pelas

Organizações (empresas ou instituições) com os seus colaboradores, ou seja, as

pessoas que, de fato, são os elementos constitutivos de uma Organização.

Mas, por mais que pareça evidente ser o homem o foco central das ações de

Recursos Humanos, em algumas organizações parece existir apenas para fazer

cumprir as exigências da legislação trabalhista.

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Na administração moderna, colocar o homem no centro do processo de RH exige,

antes de mais nada, que os responsáveis por essa área vivenciem

permanentemente um processo de reflexões, análises e decisões em favor do

desenvolvimento, do crescimento e da satisfação das pessoas dentro da

Organização.

Somente as pessoas felizes e satisfeitas na sua relação de trabalho podem

oferecer o melhor de si para o crescimento da empresa.

É através do trabalho que se dá a relação entre as pessoas e as Organizações.

É sabido que passamos um terço de nossa existência trabalhando e a maior parte

desse tempo dentro de uma Organização.

Assim, as Organizações devem ser vistas como instituições essencialmente

humanas, pois, foram criadas pelo homem e para o homem.

Segundo a concepção de vários autores, a organização nada mais é do que a

reunião de pessoas com objetivos comuns, trabalhando integradamente. Se

analisarmos o conceito acima, concluiremos que ela, em sua essência, é

composta de gente Se tirarmos as pessoas de uma organização, esta passa a ser

uma abstração, pois sem as pessoas para trabalhar a fim de realizar seus

objetivos, esta não existiria.

O homem é o ser que produz, que muda a realidade, que transforma matéria –

prima

em produtos, que gera os bens de consumo ou os serviços necessários ao

funcionamento do nosso sistema social.

“O homem trabalha: o homem produz”.

Trabalho é a capacidade que o homem tem de usando seus atributos físicos,

mentais e sociais, e estando diante de um problema, imaginar sua solução e criar

mecanismos para isso.

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O homem, como tal, nunca cria sem uma direção pré-determinada. A capacidade

de predeterminar, de prever, de planejar, é a grande virtude do homem em sua

relação com o trabalho. Mas esta virtude é, na maior parte das situações de

trabalho no mundo capitalista, esquecida por aqueles que organizam e definem os

processos de trabalho nas nossas Organizações.

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Motivação e Comportamento na Organização

O comportamento do indivíduo no ambiente de trabalho e os motivos desse

comportamento passaram a ser objeto da ação de cientistas sociais e psicólogos,

constituindo-se em objetivo de pesquisas e estudos que trouxeram contribuições

valiosas para as mudanças que continuam em curso nos processos

administrativos e gerenciais das Organizações.

O Comportamento Humano

Nosso comportamento geralmente é motivado pelo desejo de alcançar algum

objetivo, porém, nem sempre as pessoas têm consciência dos seus objetivos

Todos nós, quantas vezes nos perguntamos: “Por que fiz isso?” Nossa mente nem

sempre vê conscientemente a razão de nossas ações. Os impulsos que

determinam nossos padrões comportamentais (personalidade) são em grande

parte subconscientes, o que dificulta a sua análise e avaliação.

A unidade básica do comportamento é a atividade. Todo comportamento compõe-

se de uma série de atividades. Como seres humanos estamos sempre fazendo

alguma coisa: andando, conversando, comendo, dormindo, trabalhando etc. Em

muitos casos, realizamos mais de uma atividade simultaneamente, por exemplo,

conversar com alguém enquanto andamos ou dirigimos o carro. A qualquer

momento podemos decidir passar de uma atividade ou conjunto de atividades

para outra. Isso levanta algumas questões importantes. Por que as pessoas

envolvem-se em certas atividades, e não em outras? – Por que mudam de

atividades?

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Essas e outras questões suscitam muitas dúvidas sobre a possibilidade de

controle do comportamento humano. Para os administradores e todos aqueles que

lidam com pessoas e dependem destas para obterem resultados em seus

empreendimentos, é de extrema importância conhecer o mínimo sobre os motivos

do comportamento humano:

Para profissionais de Recursos Humanos, é imprescindível saber que motivos ou

necessidades das pessoas originam determinadas ações em dado momento.

Motivação:

Segundo YOUNG, motivação é o conjunto de todos os fatores que suscitam,

sustentam e dirigem o comportamento humano.

A partir desse conceito, pode-se estimar a amplitude e a complexidade do

assunto.

“As pessoas diferem não só pela sua capacidade, mas também pela sua vontade

de fazer as coisas, isto é, pela motivação. A motivação das pessoas depende da

intensidade de seus motivos”. O motivo mais intenso, ou seja, o de maior força

motivadora, é que determina o comportamento do indivíduo “.

A teoria da motivação é um campo de estudos dos mais vastos na área da

psicologia, particularmente no que diz respeito à psicologia aplicada à

administração. Segundo LODI, a teoria da motivação pode ser resumida nos

seguintes pontos:

O comportamento humano é dirigido por metas.

. Quando, uma necessidade ou desejo de satisfazer essa necessidade, se liga

com a meta específica na qual ele vê uma forma de satisfaze-lo, gera-se no

indivíduo forças que o movem para a meta.

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A combinação da meta com a necessidade constitui um motivo.

O comportamento só ocorre quando o indivíduo percebe um caminho que o leva à

meta.

Freqüentemente, há mais de um caminho aparente para ele.

Os diversos caminhos podem diferir quanto à capacidade de satisfazer as metas

individuais.

O caminho a ser escolhido dependerá do grau de satisfação que proporciona e as

barreiras que o indivíduo percebe existir para serem superadas.

Outra característica da dinâmica dos motivos é o fato de que a intensidade de um

motivo deve diminuir com a sua satisfação ou caso este seja bloqueado.

Teoria das Necessidades Básicas

Desenvolvida por Abraham Maslow, psicólogo e consultor americano, a teoria das

necessidades básicas, também conhecida como a Pirâmide de Maslow, é uma

das mais significativas teorias sobre a motivação humana aplicável aos ambientes

organizacionais.

Para facilitar a compreensão do conceito de necessidade proposto por Maslow,

vamos citar dois conceitos fundamentais para o entendimento da motivação do

comportamento humano. São os conceitos de carência e de gratificação.

Carência significa a falta ou ausência de algum elemento necessário ao equilíbrio

interno do organismo.

Gratificação significa o atendimento da carência, isto é, a obtenção do que faltava,

ou seja, a satisfação de uma necessidade.

O comportamento humano é, de certa forma, orientado para a busca permanente

desse estado de equilíbrio. Cada vez que o ser humano age, ele o faz motivado

por necessidades ou carências, procurando satisfazê-las, ou seja, procurando o

equilíbrio do organismo consigo mesmo ou com o ambiente social.

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Segundo MASLOW, as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em

níveis, caracterizando uma hierarquia de importância e de influência sobre o

comportamento. A gratificação ou o atendimento de uma, libera o organismo do

predomínio dessa necessidade, permitindo o aparecimento de outras de grau mais

elevado. A hierarquia pode ser visualizada em forma de uma pirâmide.

A HIERARQUIA DAS NECESSIDADES, segundo MASLOW.

Na base da pirâmide estão localizadas as necessidades relacionadas com a

sobrevivência, ou seja, as biológicas e no topo da pirâmide estão localizadas as

de caráter social e pessoal, ou seja, as de auto-realização. Para que possam

surgir as necessidades mais elevadas, de cunho social e pessoal, é preciso que

as de nível mais baixo (fisiológicas) tenham sido atendidas.

Isso leva-nos ao entendimento sobre a dinâmica dos motivos, ou seja, todo

impulso para a ação relaciona-se com o estado de satisfação ou insatisfação de

outros impulsos ou necessidades mais fundamentais. Uma vez atendida, deixa

de ser um determinante ativo de comportamento e o organismo permanece em

estado de equilíbrio, até que surjam outras necessidades.

Segundo MASLOW, são cinco os níveis ou categorias de necessidades básicas.

Elas devem ser compreendidas como mutuamente dependentes e organizadas

numa hierarquia de predominância ou de influência do comportamento.

1. NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

2. NECESSIDADES DE SEGURANÇA

3. NECESSIDADES SOCIAIS

4. NECESSIDADE DE ESTIMA

5. NECESSIDADE DE AUTO-REALIZAÇÃO

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Na indicação acima, as necessidades básicas estão apresentadas na sua ordem

hierárquica, na ilustração piramidal, a distribuição é inversa, indicando o grau de

preponderância a partir da base da pirâmide.

AS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

Constituem a base da pirâmide, indicando que, mesmo sendo o nível mais baixo

das necessidades humanas é também de importância vital. Este é o mais

importante para a subsistência do homem:

• Necessidade de alimentação (comida e água),

• Necessidade de repouso (sono e descanso),

• Necessidade de abrigo (proteção contra frio, calor, etc)

• Necessidade de satisfação sexual, etc.

Se tomarmos a hierarquia das necessidades e desenharmos uma ilustração em

forma de degrau, as fisiológicas aparecem no degrau mais alto dessa hierarquia,

isto porque elas tendem a ser mais intensas enquanto não forem, de alguma

forma, satisfeitas. Ou seja, as necessidades fisiológicas não satisfeitas dominam o

comportamento.

AS NECESSIDADES DE SEGURANÇA

Refere-se aos fatores de estabilidade buscados pelo homem para garantir, uma

vez satisfeitas as necessidades fisiológicas, a sobrevivência e o bem estar para si

próprio e para aqueles que dele dependem. É a necessidade de autopreservação,

de estar livre do medo, fora de perigo físico e fora de perigo de privação das

necessidades fisiológicas e de outros bens de consumo aos quais o indivíduo está

habituado.

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AS NECESSIDADES SOCIAIS

Também identificadas em alguns autores como necessidades afetivas, emergem

no organismo humano quando as predominâncias básicas (fisiológicas e de

segurança) já estão razoavelmente satisfeitas.

Sob a ação das necessidades sociais, a pessoa sente de forma intensa o desejo

de estabelecer relações de participação ou de afetividade com outras pessoas ou

grupos de pessoas. Como o ser humano é, por excelência, um ser social, as

pessoas sentem a necessidade de pertencerem a vários grupos, de serem

aceitas, de darem sua contribuição para a realização dos objetivos do grupo.

AS NECESSIDADES DE ESTIMA

As necessidades de estima emergem depois de satisfeitos os demais níveis. Uma

vez liberto das necessidades de nível fisiológico, sentindo-se seguro e bem quisto,

o ser humano trata de buscar prestígio e reconhecimento nos grupos sociais em

que vive. Deseja ver reconhecida sua contribuição, merecer o respeito dos que

com ele convivem, saber que é bem quisto e não apenas tolerado.

Ser reconhecido e estimado pelo grupo social é de fundamental importância para

que o indivíduo tenha confiança em si mesmo, para sentir-se motivado a dispor

sua capacidade a serviço do bem estar de outras pessoas e para realizar–se

socialmente e como pessoa humana. O registro importante para a área de

recursos humanos e para os administradores em geral é que as necessidades de

estima envolvem o desejo de respeito, de prestígio e de aprovação no seu

ambiente de trabalho, envolvendo, ainda, o desejo de confiança perante o mundo,

de determinação, de independência e autonomia – fatores estes altamente

desejáveis para o bom desempenho profissional.

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AS NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO

As necessidades de auto-realização são as necessidades humanas mais

elevadas, as que estão no topo da pirâmide. A auto-realização é o que as pessoas

sentem de maximizar seu próprio potencial. Mesmo tendo obtido a satisfação

plena de todas as necessidades já mencionadas, o indivíduo poderá sentir-se

ainda inquieto e insatisfeito, a menos que esteja fazendo aquilo que lhe parece

mais importante para ser realizado em sua vida.

A auto-realização é, portanto, o desejo latente em cada ser humano de fazer

aquilo que pode e quer fazer, de tornar-se aquilo que é capaz, de realizar-se como

pessoa. O destaque que deve ser feito para a área de recursos humanos e para

os administradores em geral sobre as necessidades de auto-realização é que

exatamente no trabalho que o homem torna concreta a sua auto-realização.

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CAPÍTULO III

O Sistema de Recursos Humanos

Para efeito de estudo apresentamos abaixo um modelo de funcionamento do

sistema de recursos humanos, numa abordagem interativa, detalhando a interação

entre os seus subsistemas e o funcionamento de cada um deles:

• Cargos e Salários

• Administração de Pessoal

• Recrutamento e Seleção

• Treinamento e Desenvolvimento

• Avaliação de Desempenho

Convém salientar que a área de Recursos Humanos comporta outras funções

além destas apresentadas acima, tais como: benefícios sociais, relações

trabalhistas, higiene e segurança etc, porém, em se tratando de uma abordagem

didática estamos optando por atribuições que são inerentes à natureza do trabalho

do setor de RH e que são as mais comumente encontradas nas organizações.

Cargos e Salários

O Subsistema Cargos e Salários do Sistema de Recursos Humanos tem por

função o planejamento e a permanente compatibilização dos cargos e dos

respectivos salários em relação ao mercado de trabalho e à política salarial da

própria empresa. Para realizar a sua função, este subsistema mantém um

processo de trocas permanentes com os demais subsistemas do sistema de

recursos humanos, alimentando-os e recebendo, dos mesmos, insumos para

alimentar seu funcionamento.

No mercado de trabalho observa-se uma estreita relação entre os diferentes níveis

salariais e os níveis da estrutura de Cargos, assim como uma forte equiparação

destes aos níveis salariais vigentes.

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Essa relação é estabelecida pelo fato de que os salários são definidos, em

princípio, em função da maior ou menor complexidade dos trabalhos realizados no

exercício do cargo e do nível de formação ou qualificação profissional exigido para

cada posto da estrutura de Cargos de uma empresa ou de uma instituição.

Embora o conceito de salário encerre uma certa complexidade, podemos definir

Salário como o pagamento de um trabalho. Já o conceito de cargo é um conceito

complexo por envolver outros conceitos. Para que não haja dúvida sobre o sentido

de algumas expressões utilizadas neste texto, vamos definir os termos referentes

aos conceitos básicos sobre o assunto.

Conceito de Tarefa

Tarefa é uma ação indivisível ou o conjunto de ações encadeadas, e, portanto

indivisível, que leva a um resultado imediato, observável e avaliável do trabalho

realizado. Podemos dizer que são dois os elementos básicos de uma tarefa:

A ação (ou conjunto de ações) e o resultado (observável e avaliável)

A tarefa é, assim, uma resultante de uma metodologia analítica aplicada ao

processo de trabalho. Se tomarmos um trabalho como um todo e registrarmos por

escrito cada uma das ações exercidas pela pessoa que está fazendo o trabalho,

teremos, ao final, a identificação de todas as tarefas realizadas num dado

processo de trabalho.

Ao definirmos as ações que isoladamente ou em conjunto podem ser entendidas

como uma tarefa, devemos utilizar verbos que indiquem a ação no modo infinitivo:

“receber, ler, corrigir” etc. A partir dessa observação, podemos tirar uma regra

consagrada pela prática na elaboração de descrição de cargos: “Os verbos que

indicam as tarefas numa descrição de cargos devem ser sempre escritos no

infinitivo”

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Sempre que estivermos indicando uma ação a ser executada pelo ocupante de um

cargo, o verbo deve ser escrito no infinitivo ( obter, preparar, etc) . Se a intenção é

a de indicar uma responsabilidade do cargo e não uma ação, usa-se então um

substantivo (obtenção, preparação, etc).

Conceito de Cargo

Cargo é usualmente conceituado como sendo “um conjunto de responsabilidades

e deveres agrupados em funções, ocupando uma posição definida e identificada

no organograma da empresa”.

Cargo é a terminologia utilizada para indicar as responsabilidades a serem

cumpridas e a autoridade a ser exercida pelo ocupante de um posto de trabalho

dentro da estrutura de uma empresa. Está diretamente ligado à estrutura de

poder da empresa, ou seja, ao ORGANOGRAMA.

O Organograma de uma empresa é a ilustração formada por quadros geométricos

para representar as relações entre as unidades de uma estrutura organizacional e

os diferentes níveis dessa Organização.

Um cargo é identificado pelo nível hierárquico, pela área ou departamento onde

está localizado e define quem é o seu superior hierárquico e quem são seus

subordinados.

O ocupante de um determinado cargo é a pessoa designada pela autoridade

superior (à qual o cargo está subordinado) para ocupar uma posição formal na

estrutura da empresa e exercer a autoridade sobre o grupo de pessoas a ele

subordinadas e a responsabilidade sobre a qualidade dos produtos ou serviços

inerentes à posição do referido cargo no organograma da empresa.

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Para que haja uma coerência da relação cargo – salário dentro da estrutura

organizacional de uma empresa, é necessário que haja, também, uma escala

salarial elaborada a partir do nível de complexidade do trabalho, devendo ser

levado em consideração:

Variáveis funcionais – que procuram avaliar as características funcionais do

trabalho;

Variáveis educacionais – que determinam a formação educacional exigida pelo

cargo;

Variáveis de responsabilidade – que determinam o grau de liberdade do

funcionário, restringindo-o em maior ou menor intensidade em relação ao que está

definido na Descrição de Cargos.

Conceito de Função

Função é usualmente conceituada como sendo um conjunto de ações ou tarefas

de natureza e níveis semelhantes, executadas sistematicamente por uma ou mais

pessoas qualificadas ou com formação específica para tal.

A função está diretamente ligada à natureza do trabalho e ao processo de trabalho

exigido para a produção de um bem ou de um serviço.

Numa organização, a função identifica-se com o fluxograma do trabalho realizado

enquanto que o cargo, como vimos acima, identifica-se com o organograma de

uma empresa.

Uma função é, basicamente o rol de tarefas a serem executadas por um

profissional num determinado processo de trabalho ou as atribuições que a função

lhe confere.

Exemplo de função: A função de médico em um hospital somente poderá ser

exercida por uma pessoa formada em medicina, mas o cargo de Diretor do

Hospital, por exemplo, pode ser exercido por um profissional formado em outra

área que não seja medicina.

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O Salário

Como vimos anteriormente, o salário é a remuneração que uma empresa atribui

aos seus funcionários como forma de pagamento pelos serviços prestados ou

pelos trabalhos realizados. Além de ser o pagamento de um trabalho, o salário é

uma forma de medir o valor do indivíduo na empresa e de definir seu status na

hierarquia da organização.

Para aperfeiçoar os procedimentos relacionados às definições salariais, de forma

a contribuir para a satisfação de ambas as partes – empregados e empregadores

– desenvolveu-se no contexto da Administração de Recursos Humanos a área de

Administração de Salários.

Administração de Salários

A administração de Salários é usualmente definida como sendo um conjunto de

normas e procedimentos utilizados com a finalidade de definir salários justos em

relação ao mercado de trabalho e à estrutura de cargos da própria empresa.

Pelo conceito acima, fica evidente o caráter dinâmico do processo de

administração salarial, uma vez que o mercado de trabalho é dinâmico e está

sujeito a variações constantes. Busca-se, através das práticas de Administração

de Salários, o equilíbrio dos níveis salariais em duas dimensões:

• o equilíbrio interno – em relação aos diferentes cargos da própria

organização;

• o equilíbrio externo – em relação aos salários médios para os mesmos

cargos em outras empresas.

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Para obter o equilíbrio interno, ou seja, a consistência da estrutura salarial em si

mesma, utilizam-se os procedimentos de avaliação e classificação de cargos. Para

tal fim, são utilizadas as análises e as descrições de cargos. Para se obter o

equilíbrio externo, ou seja, a consistência da estrutura salarial em relação ao

mercado de trabalho, utiliza-se de dados das pesquisas salariais realizadas, e

constantemente atualizadas por inúmeras fontes de consulta.

Além da maior ou menor complexidade dos trabalhos realizados pelos ocupantes

dos diferentes Cargos e Funções de uma empresa, outras variáveis vão interferir

na definição dos níveis salariais, destacando-se:

• a política salarial praticada pela empresa;

• a legislação trabalhista vigente;

• a maior ou menor força do sindicato da classe;

• a conjuntura econômica (o poder aquisitivo da moeda, nível de inflação)

• o potencial financeiro da empresa, etc.

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Descrição de Cargos

A Descrição de Cargos refere-se ao conteúdo dos cargos que compõem a

estrutura organizacional de uma empresa. É o resultado de um processo de

detalhamento e descrição das atribuições desdobradas em funções e tarefas, e

sistematicamente executadas pelo ocupante de um cargo e que diferenciam esse

cargo de outros cargos existentes numa organização.

A Descrição de Cargos é um documento contendo, entre outros, os seguintes

elementos:

- O Título do cargo (nome atribuído ao cargo);

- As atribuições ou tarefas do cargo (o que faz);

- A periodicidade da execução das tarefas inerentes ao cargo (quando faz);

- Os métodos utilizados no desempenho das atribuições do cargo (como faz);

- A vinculação hierárquica do cargo (quem o avalia).

A Descrição de Cargos é, portanto, o produto de um trabalho cujo processo ocorre

mediante a observação, a análise e o registro das ações e/ou tarefas realizadas

pelos ocupantes dos cargos e funções de uma empresa.

Assim, se lermos as descrições de cargos ou funções de uma organização, será

possível, mesmo a distância, compreendermos os fluxos de trabalho do sistema

de produção de bens ou de serviços dessa organização.

Mais do que isso, as análises de cargos do pessoal de nível de gerência, além de

apresentarem a descrição do processo de trabalho do gerente, podem e devem

apresentar as responsabilidades e os produtos do mesmo, ou seja, aquilo que se

espera como resultado do desempenho eficaz do seu trabalho.

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Recrutamento e Seleção

O Subsistema Recrutamento e Seleção tem como responsabilidade principal

recrutar e selecionar pessoal para ocupar os diferentes postos de trabalho ou

cargos de uma organização.

Para realizar as suas funções, o subsistema de Recrutamento e Seleção necessita

das definições documentadas nas análises de cargos elaboradas pelo subsistema

I – Cargos e Salários. É a partir dos dados coletados na análise de cargo que se

elabora o perfil do profissional a ser recrutado e selecionado para ocupar um

determinado cargo na estrutura organizacional de uma empresa.

Isso caracteriza uma relação de interdependência entre os subsistemas I e II do

sistema de recursos humanos.

As tarefas destinadas a recrutar e selecionar pessoas constitui-se, na prática,

partes de um único processo. É por essa razão que a função recrutamento e

seleção é definida como um subsistema do sistema de Recursos Humanos.

O Recrutamento de Pessoas

Conceituado como sendo “um conjunto de procedimentos que visa atrair

candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da

organização”, é também, a primeira etapa de triagem de candidatos a um cargo ou

função.

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• O Recrutamento Interno

Trata-se do recrutamento realizado na própria Organização, visando o

preenchimento de cargos vagos, através do remanejamento dos próprios

funcionários, mediante um processo de realização que pode se dar por:

. Promoção: (movimentação vertical na estrutura de cargos);

. Transferência (movimentação horizontal);

. Promoção com transferência.

O recrutamento interno é um tipo de recrutamento praticamente inevitável em

organizações de grande porte, tendo em vista atender à evolução dos

profissionais quanto aos seus planos de carreira.

• O Recrutamento Externo

Trata-se da utilização dos procedimentos e das técnicas de recrutamento de

pessoal no ambiente externo à organização, ou seja, vamos buscar os novos

talentos fora da empresa.

O processo de recrutamento externo depende, em princípio, da utilização dos

meios de comunicação que atinjam o ambiente externo à empresa. Além dos

veículos de comunicação de massa (jornal, revista, rádio, televisão,), existem

diversos meios e técnicas de recrutamento para fazer chegar à comunicação da

existência da vaga aos candidatos em potencial.

• O Recrutamento Misto

Nada mais é do que a decisão pela utilização das duas modalidades de

recrutamento, o interno e o externo, simultaneamente ou em seqüência.

Seja qual for a estratégia de recrutamento adotada, este ocorre dentro de um

processo mais amplo – o processo de recrutamento e seleção.

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A Seleção de Pessoas

A seleção de pessoas é um processo de trabalho que visa à avaliação do

potencial dos candidatos, após triagem pelo recrutamento, tendo em vista

escolher, mediante a aplicação de um conjunto de procedimentos e técnicas

específicas e de caráter classificatório, aqueles que apresentam as melhores

condições para o exercício de determinado cargo ou função numa organização.

Como já foi dito anteriormente, o recrutamento e a seleção de pessoas devem ser

vistos como fases ou etapas de um único processo, ou seja, o processo de

identificação e de avaliação de pré-requisitos para a admissão de um profissional

numa empresa.

Quanto mais elevado for o cargo ou a função dentro da estrutura organizacional

da empresa, maior será o grau de complexidade na definição do perfil, assim

como no planejamento e na execução do respectivo processo de seleção.

- A Avaliação dos candidatos e a Decisão no Recrutamento e na Seleção

O processo de recrutamento e seleção de pessoas é, por excelência, um processo

decisório, sendo a avaliação um processo cumulativo, que deve permitir aos

selecionadores, em cada etapa, a decisão certa para obter o resultado estimado

no planejamento da seleção. Depois de concluído o processo de avaliação dos

candidatos, os selecionados serão encaminhados pelo setor de recrutamento e

seleção, com o aval do setor requisitante, ao setor de Administração de Pessoal

para os procedimentos burocráticos necessários à admissão. Nessa ação de

encaminhamento, cumpre-se uma parte das funções interativas entre o

subsistema de recrutamento e seleção e o subsistema de administração de

pessoal.

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A avaliação e a decisão podem ser abordadas tanto do ponto de vista do

candidato quanto do ponto de vista da Organização. Para o candidato a cada fase

ou etapa de um processo de recrutamento e seleção existem duas opções: ou é

rejeitado pelo processo, e nesse caso deverá ser avisado sobre essa decisão, ou

é classificado para a fase seguinte e, portanto, continua automaticamente no

processo.

Na organização, um processo de seleção significa sempre uma possibilidade de

localizar, no mercado de trabalho, os melhores dentre os profissionais disponíveis,

tendo em vista atingir seus objetivos empresariais e cumprir sua missão social.

Quanto à primeira situação, ou seja, a do candidato rejeitado pelo processo – o

que, aliás, é a situação que mais ocorre num processo de seleção de pessoal para

cargos de um certo nível na estrutura de uma organização -, há que estar atento

quanto ao comportamento ético dos profissionais da área de recrutamento e

seleção.

O processo de recolocação profissional é, na maioria dos casos, um processo

gerador de ansiedade, angústia e depressão para as pessoas que procuram

emprego; logo, é de supor-se um comportamento ético esmerado por parte dos

profissionais de recursos humanos, com muito respeito e com uma boa dose de

humanidade para com as pessoas envolvidas no processo de recrutamento e

seleção.

Finalmente, é voz corrente no ambiente empresarial que o recrutamento e seleção

de pessoal há muito deixou de ser uma questão de rotina, para tornar-se uma

função de vital importância, tanto para a empresa quanto para a sociedade como

um todo.

Quanto mais estruturado e executado for um processo de recrutamento e seleção,

tanto melhor serão as chances de sucesso na escolha dos profissionais para os

cargos a serem ocupados e melhor será a contribuição desse subsistema para o

sucesso da organização.

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O resultado do trabalho desse subsistema deverá fornecer subsídios para os

demais subsistemas do sistema de recursos humanos, particularmente para os

subsistemas de Administração de Pessoal e de Treinamento e Desenvolvimento.

Administração de Pessoal

Inicialmente, cabe esclarecer que estamos denominando de Administração de

Pessoal o setor do sistema de recursos humanos, responsável pelas Relações

Trabalhistas e as ações burocráticas e administrativas relacionadas à vida do

colaborador dentro da empresa, desde o dia da sua admissão até o seu último dia

de trabalho.

O subsistema administração de pessoal tem uma relação de interdependência

com todos os outros subsistemas de RH, uma vez que depende das informações

originadas pelo resultado do trabalho desses, para alimentar a realização de

certas funções sob sua responsabilidade.

Retomando o que dissemos inicialmente, identificamos, por exemplo, que para

processar a admissão de novos funcionários, a administração ou setor de pessoal

necessita das informações sobre os novos profissionais contratados no período,

seus cargos, etc; para a promoção de um funcionário será necessário, por um lado

programar os novos valores que este receberá, e por outro, obter e computar os

resultados da avaliação de desempenho e assim por diante. Estas são algumas,

das “interfaces”, da função Administração de Pessoal com as demais funções de

um Sistema de Recursos Humanos.

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Entre outras, são de responsabilidade desse subsistema a realização das

seguintes ações:

• Executar todos os procedimentos legais para a admissão de pessoal;

• Organizar e manter o sistema de controle da freqüência (o ponto);

• Organizar e manter atualizado o sistema de informações de todos os

funcionários;

• Elaborar a folha de pagamento e a emissão de recibos ou outra forma de

pagamento dos salários dos colaboradores;

• Proceder ao recolhimento dos encargos decorrentes da folha de

pagamento;

• Fazer a difusão e a manutenção dos princípios de higiene e de segurança

do trabalho;

• Proceder à execução da rotina legal quanto a remuneração e a outros

benefícios relacionados a: períodos de férias, licenças, 13º salário etc.

• Proceder a rotina legal nos casos de demissão;

• Cumprir as decisões do dissídio coletivo da classe.

Cabe destacar que a função de Administração de Pessoal é identificada como

uma função de manutenção dentro do sistema de RH, uma vez que esta é, como

vimos anteriormente, a responsável pelas ações que visam à administração,

propriamente dita, do pessoal da empresa. É a função mais antiga da área de

recursos humanos; a rigor, é a semente que germinou, através dos tempos e dos

avanços da administração moderna, os demais setores de RH, aqui identificados

como subsistemas do sistema de recursos humanos.

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Treinamento e Desenvolvimento

Conceituação

Este subsistema é responsável pela definição, planejamento e execução dos

projetos e/ou programas de treinamento, cursos e outras atividades de

desenvolvimento profissional na empresa.

O fluxograma do Sistema de Recursos Humanos tem, no centro do processo, o

subsistema de treinamento e desenvolvimento, indicando as interações entre as

diversas funções dentro do sistema, sugerindo que, para realizar seus objetivos, a

função de T&D necessita subsidiar-se de informações dos demais subsistemas do

sistema de RH.

Uma das questões básicas sobre o tema Treinamento e Desenvolvimento refere-

se à definição dos termos “treinamento” e “desenvolvimento” separadamente

e dos seus limites, ou melhor, das linhas demarcatórias entre eles.

O TREINAMENTO consiste na aplicação de um conjunto de técnicas de ensino-

aprendizagem, objetivando levar o indivíduo a “aprender, a saber fazer”, ou seja, à

aquisição de conhecimentos e de habilidades específicas que visam prepará-lo

para o desempenho imediato e satisfatório das tarefas referentes ao seu cargo ou

função numa empresa

O DESENVOLVIMENTO consiste na aplicação de um conjunto de princípios e

estratégias educacionais, objetivando aperfeiçoar o indivíduo no que se refere ao

“saber ser”, ou seja, ao seu campo atitudinal e comportamental, tendo em vista a

manutenção e a melhoria do seu desempenho profissional, mediante a aquisição

dos conhecimentos e das habilidades necessárias para o seu constante

aperfeiçoamento, para o desenvolvimento de novas atitudes e para as mudanças

comportamentais desejáveis no âmbito da organização.

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Ambos os conceitos, como vimos, referem-se a processos de aprendizagem, o

que equivale dizer: visam obter mudanças comportamentais.

No caso da ação de treinamento, espera-se que o indivíduo, ao final do mesmo,

seja capaz de exibir um novo tipo de comportamento face à execução das tarefas

do seu novo cargo ou função.

No caso da ação de desenvolvimento, espera-se que o profissional, como

decorrência dessa ação, desenvolva atitudes compatíveis com as

responsabilidades do seu trabalho e que apresente, assim, ao longo do

desempenho do mesmo, comportamentos cada vez mais adequado ao cargo ou

função que exerce numa organização.

Para apresentar os conceitos de treinamento e de desenvolvimento utilizamos

outros termos que merecem, também, serem conceituados para efeito de maior

clareza na comunicação das idéias apresentadas no texto; é o caso das

expressões atitude, comportamento, aprendizagem. Vejamos a seguir a alguns

desses conceitos.

Atitude: é uma disposição interna do indivíduo, demonstrada em seus

comportamentos quanto às pessoas, acontecimentos, opiniões ou teorias. É uma

disposição relativamente constante de sentimentos quanto a alguém ou a alguma

coisa.

Comportamento: é uma ação ou uma reação do indivíduo a um estímulo,

possível de ser externamente observada, sendo, portanto, possível de ser

avaliada.

Aprendizagem: é o resultado de um processo de aquisição de experiências que

leva o indivíduo a uma mudança de comportamento. Uma vez ocorrida a

aprendizagem, o indivíduo passa a comportar-se de forma diferente,

exteriorizando uma mudança interior: antes não conhecia, agora conhece; antes

não sabia fazer, agora sabe fazer; antes não sabia ser, agora sabe ser.

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Aprendizagem de Solução de Problemas

Esta é uma aprendizagem que envolve um grande número de elementos, exigindo

assim, do participante, um nível mais profundo de reflexão.

Os Jogos Empresariais, tão comuns ultimamente, propiciam a aprendizagem

mediante a solução de problemas. Os “casos empresariais” são apresentados de

forma lúdica, sendo que, as soluções podem ser facilitadas pelas experiências

acumuladas na memória em relação a situações anteriormente vividas.

Algumas condições são exigidas do participante para que a aprendizagem de

solução de problemas ocorra: ele precisa estar habilitado a lembrar conceitos e

princípios que o auxiliem a solucionar o problema, tendo, portanto, experiências

prévias relacionadas com as condições da situação-problema presente. Não é

necessário que haja repetição ou treino, visto que esta aprendizagem se realiza

uma vez solucionado o problema, no momento da experiência.

O envolvimento dos participantes em situações problemas pode ser considerado

como uma boa estratégia de ensino, visto que favorece o desenvolvimento da

habilidade de raciocínios mais complexos, permite o desenvolvimento da auto-

instrução e incentiva, através das suas diversas fases, o pensamento produtivo, a

descoberta e o trabalho em grupo.

A aprendizagem através da solução de problemas envolve a criatividade, envolve

um grande número de conhecimentos, de conceitos e princípios e é considerado

um dos níveis mais altos de aprendizagem.

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Para que esse tipo de aprendizagem ocorra, a ação de planejamento do

treinamento deve centrar-se na organização de conteúdos, o mais próximo

possível da realidade, tornando o treinando um indivíduo ativo e participante do

seu autodesenvolvimento.

Para obter bons projetos e bons programas de treinamento e desenvolvimento de

pessoal é necessário buscar metodologias participativas e um modo interativo de

planejamento de Treinamento e Desenvolvimento.

Modelo de Planejamento para T&D

Todos os subsistemas do Sistema Recursos Humanos devem, de alguma forma,

planejar suas ações dentro de uma visão interativa, ou seja, dentro da perspectiva

de criar e manter um permanente processo de interação no interior de suas ações

e entre os diferentes subsistemas de Recursos Humanos.

A função de um processo interativo de planejamento é facilitar o envolvimento das

pessoas que compõem a organização, assim como obter a participação dos

demais subsistemas do sistema empresarial, visando, assim, garantir o

compromisso das pessoas na aplicação dos conhecimentos ou das habilidades

aprendidas ou aperfeiçoadas nos treinamentos ou nas ações de desenvolvimento

de pessoal executadas pelo subsistema de treinamento e desenvolvimento do

sistema de recursos humanos.

Trabalhando sob o paradigma acima descrito, o planejamento e a execução das

ações de treinamento normalmente obedecem a uma seqüência de

procedimentos, que serão descritos abaixo.

As primeiras QUESTÕES a serem analisadas são: como, por que e por onde

começa o planejamento específico de cada ação de treinamento.

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1. Identificação da Necessidade de Treinamento

A identificação da necessidade de treinamento é o estímulo para o início do

processo de planejamento do treinamento. Na área de recursos humanos utiliza-

se, com freqüência, a expressão levantamento de necessidades de treinamento

para indicar uma função estratégica de planejamento da área, que consiste na

utilização de alguns meios para obter elementos que possibilitem programar suas

ações de treinamento por um período de, no mínimo, um ano. Essa estratégia

operacionaliza três tipos de análise, a saber:

Análise organizacional

Análise dos indivíduos

Análise do trabalho

A análise organizacional faz-se através de um processo de reflexão sobre o

funcionamento da Organização, sua cultura, sua filosofia, sua história; quais são

os planos estratégicos, táticos e operacionais da empresa, como são os processos

decisórios na Organização, qual o papel dos gerentes nesse processo etc.

A análise dos indivíduos faz-se através da avaliação de desempenho, de

entrevistas com chefes e gerentes e, também, analisando o perfil profissiográfico

que orientou a seleção e os resultados obtidos no processo de seleção.

A análise do trabalho é a ação que se segue a identificação da necessidade de

treinamento, ao mesmo tempo em que a complementa e a enriquece com novos

dados. Somente será possível treinar alguém para adquirir conhecimentos e

habilidades exigidas no desempenho de uma determinada função a partir do

detalhamento das tarefas implícitas no seu desempenho, ou seja, no trabalho.

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Para tanto, recorre-se à análise ocupacional ou, então à análise de cargo.

Finalmente, no caso de existirem estas análises, procede-se à revisão destas,

mediante um novo processo de observação, de entrevistas com profissionais e de

registros sobre as tarefas e as exigências do cargo ou função em estudo.

2. Selecionar e Dirigir os Objetivos do Treinamento

É a análise do trabalho que nos permite identificar e definir os objetivos do

treinamento. Um treinamento, quando possui objetivos definidos, a partir de um

amplo processo consultivo, corre menos risco de insucesso. Se houve sucesso

nas ações de treinamento, podemos afirmar que seus objetivos foram plenamente

atingidos. E como saber se os objetivos foram ou não atingidos?

Para atender a essa questão há que se estar atento não apenas aos objetivos

selecionados, mas, sobretudo à forma de escrevê-los. Os objetivos são

expectativas de mudança de comportamento, devendo ser escritos de forma tal

que se possa observá-los.

Objetivos são a descrição de aprendizagem a serem consolidadas pelos

treinandos; logo, a única forma para se saber se essas aprendizagens ocorreram

ou não, é escrevendo os objetivos de forma tal que possam ser observados e

assim, avaliados.

Observe-se que a avaliação do treinamento está diretamente relacionada aos

objetivos. Quando mal definidos implicam a impossibilidade de avaliação do

treinamento. Como definir e redigir corretamente os objetivos de um treinamento?

Na elaboração de um projeto de treinamento podemos considerar a hipótese de

dois tipos ou níveis de objetivos: os objetivos comportamentais – também

conhecidos como instrucionais ou específicos – e os objetivos educacionais –

também denominados gerais.

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Objetivos comportamentais são redigidos e forma a descrever um comportamento

que o treinando deverá exibir ao final da aprendizagem. O comportamento descrito

deve ser observável, evidenciando a ocorrência da aprendizagem.

Os objetivos educacionais podem ser identificados como posições amplas sobre

mudanças comportamentais; estão relacionados mais ao processo de aprender a

ser do que ao processo de aprender a fazer. São objetivos de médio e longo

prazo, enquanto que os objetivos comportamentais ou instrucionais referem-se a

mudanças específicas e gradativas do comportamento, observáveis ao longo do

desenvolvimento de um programa de treinamento.

Para aprofundar os seus conhecimentos sobre a classificação de objetivos,

recomenda-se a leitura de BLOOM et alii.

3. Definir os Conteúdos do Treinamento

O conceito de conteúdo compreende a quantidade e a qualidade da matéria que

compõem o treinamento. São definidos em função dos objetivos a serem

atingidos, e não em função da extensão da matéria tratada. Os conteúdos de um

treinamento são os conhecimentos tratados, agrupados por assunto, tópicos ou

temas a serem apresentados e desenvolvidos ao longo do treinamento.

4. Estratégias de Ensino-Aprendizagem

O conceito de estratégia de ensino-aprendizagem abrange todos os elementos

utilizados pelo docente como estímulo à aprendizagem. Estão incluídos nesse

conceito os métodos, as técnicas de ensino, os meios audiovisuais, enfim, tudo o

que possa representar um estímulo, inclusive o docente.

As estratégias são selecionadas em função dos objetivos e dos conteúdos

definidos. Se o professor pretende que seus alunos vivam uma situação de

aprendizagem, algumas providências precisam ser tomadas para que esta seja

bem sucedida.

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A aula deve ser apresentada em uma seqüência adequada, preparados recursos

visuais ou auditivos, que facilitem a absorção do conteúdo tratado. Enfim, existe

uma série de cuidados a serem tomados quanto à seleção das estratégias de

ensino-aprendizagem, porém, não podemos esquecer que:

O aluno é o ser que aprende. Dentro desse conceito, a aprendizagem é um

processo do aluno, ou no caso, do treinando.

Quanto ao professor ou instrutor, o máximo que ele pode fazer é organizar as

condições facilitadoras da aprendizagem. E é exatamente nisso que reside a

importância do papel do professor.

5. Prever e Avaliar os Custos do Treinamento

Todo treinamento significa um investimento que a empresa faz no

desenvolvimento do seu pessoal, tendo em vista as necessidades de melhoria da

qualidade do seu produto ou serviço e a satisfação do objetivo empresarial, ou

seja, a melhoria da produtividade e o retorno dos investimentos feitos no negócio.

Todo treinamento significa custos, esses custos estão sujeitos a certos critérios

orçamentários e às próprias variações ou instabilidades do sistema econômico-

financeiro do país. Em um dado momento do processo de planejamento do

treinamento, há que se avaliar os custos do mesmo em relação ao retorno

esperado e em coerência com a situação da empresa em relação aos parâmetros

econômicos do momento.

A avaliação de custos é um trabalho relativamente simples, desde que se tenham

as definições básicas do que acarreta despesas: a duração do treinamento, os

gastos com instrutores ou professores contratados, com aluguel do local de

realização do treinamento (caso ocorra fora da empresa), com material impresso,

com transporte, com recursos instrucionais, etc.

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Caso a avaliação de custos indique um valor elevado para o treinamento, há que

se rever o programa quanto à sua carga horária, número de participantes, local de

realização, sem prejuízo dos seus objetivos, desde que isso seja possível.

Para prosseguir no processo planejamento, é necessário que os custos estejam

compatíveis com os recursos disponíveis na empresa para realização do mesmo.

Avaliação do Programa de Treinamento

A avaliação de um treinamento está, como vimos, diretamente ligada aos objetivos

propostos, portanto, no momento em que se avaliam os resultados, através de

questionários preenchidos pelos treinandos, não só o treinando, mas também o

treinamento está sendo avaliado. Tanto isso é verdade que, caso os objetivos não

sejam atingidos, o fluxograma indica uma revisão do programa e a realização de

uma ação complementar.

A avaliação do treinamento é complementada por questionários preenchidos pelos

participantes, através dos quais buscamos levantar os diferentes elementos, por

exemplo:

• Os objetivos do treinamento;

• Os conteúdos ministrados em sala de aula;

• As estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas;

• O ambiente onde se desenvolveu o treinamento;

• O desempenho dos docentes;

• As atividades da coordenação do treinamento;

• A carga horária e a distribuição do tempo para execução das

atividades

Os docentes e o coordenador do treinamento preenchem os relatórios ou

questionários sobre o desenvolvimento da atividade, completando, assim, os

elementos para a avaliação.

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Ações ou Eventos de Desenvolvimento de Recursos Humanos

As ações de Desenvolvimento de Recursos Humanos referem-se ao “saber ser”,

ou seja, ao campo atitudinal e comportamental do indivíduo, tendo em vista a

manutenção e a melhoria do seu desempenho profissional. Como resultado das

ações de desenvolvimento, espera-se que o profissional desenvolva atitudes

compatíveis com as responsabilidades do seu trabalho e que apresente, assim, ao

longo do desempenho do mesmo, comportamentos cada vez mais adequados ao

cargo ou função que exerce na organização.

As ações ou programas de desenvolvimento destinam-se, principalmente, aos

gerentes e raramente são planejadas e executadas no ambiente da empresa, em

sua maioria são: cursos, seminários, palestras, congressos ou outro tipo de evento

externo. Existem também os programas desenvolvidos no âmbito interno da

empresa, normalmente no formato de “pacotes” instrucionais ou educacionais.

Antes de contratarmos uma determinada atividade, devemos analisá-la a fundo,

pois existe o perigo do modismo, tão comum na área de recursos humanos. Para

efeito de estudo vamos tentar estabelecer definições sobre Modelos e Modismos e

critérios de escolha de um modelo gerencial.

Modelos são constructos teóricos necessários para explicar a realidade, são úteis

e precisam ser elaborados, aperfeiçoados, desenvolvidos.

Modismos são pseudomodelos com apelos mercadológicos atraentes, mas ocos,

na verdade, um engodo em busca da ingenuidade do usuário.

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O problema da escolha de um modelo gerencial passa a ser o de decidir que

modelos é mais confiável. As duas perguntas chaves esse sentido são:

a) O que é de fato um modelo e o que é um modismo gerencial?

b) Que critérios devem ser usados para diferenciar um do outro?

Um modelo de gerência só é válido na medida em que sirva de fato como sistema

de referência. Para isso temos que nos basear em alguns critérios de validade,

através da análise dos mesmos, teremos condições de decidir corretamente. Os

modelos gerenciais propostos possuem:

a) Aplicabilidade;

b) Especificidade;

c) Previsibilidade;

d) Independência.

Todo e qualquer modelo, antes de ser adotado, deve ser examinado com critério,

desenvolvido com afinco e adaptado com rigor ás condições e necessidades da

empresa.

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Avaliação de Desempenho

Conceituação

Este subsistema do sistema de recursos humanos trabalha em função da

avaliação de desempenho dos profissionais de uma empresa. Para cumprir essa

função, utiliza os insumos fornecidos pelos demais subsistemas, particularmente

as descrições de cargos ou funções e os dados oferecidos pelo subsistema

treinamento e desenvolvimento.

Por mais complexa, controvertida e discutível que seja a função Avaliação de

Desempenho no âmbito das questões administrativas, esta provoca a

unanimidade das pessoas em pelo menos um ponto: há o que se avaliar.

Quando nos referimos à Avaliação de Desempenho, estamos falando de uma das

questões mais complexas dentre aquelas que competem ao administrador e aos

gerentes. Avaliar é competência de quem lida com pessoas numa organização e

esse é um dado crucial para os gerentes ou supervisores, pois ao avaliar, estão

avaliando o desempenho humano.

Se por um lado à constatação da eficácia e da eficiência no trabalho são

fundamentais para o desenvolvimento e a consecução dos objetivos de uma

organização, por outro, avaliar o desempenho humano envolve uma questão ética

profunda, que somente poderá ser bem resolvida se, estiver embasada em valores

e ideologias político-econômicas bem definidas e claras para ambas as partes, ou

seja, quem avalia e quem é avaliado.

A avaliação de desempenho é, portanto, um processo ou uma ação bipolar, pois

envolve dois lados: normalmente, empregado e empregador, ou então, chefe e

subordinado. Sempre que existem interesses financeiros de duas ou mais partes

em qualquer situação da dimensão social na nossa vida, seja ela familiar,

comunitária ou de trabalho, as regras do jogo precisam estar bem definidas.

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É fundamental eliminar qualquer subjetividade do processo avaliativo, pois, caso

contrário estará estabelecida à confusão, descontentamento e desmotivação.

O conceito de Avaliação é um conceito universal e, portanto, aplicável a qualquer

área da atividade humana.

Segundo esse conceito, Avaliação é a identificação da discrepância existente

entre um objetivo proposto para uma determinada ação e o resultado obtido após,

realizada a ação.

Desempenho – refere-se à atuação do colaborador, em face de um cargo que

ocupa na organização, tendo em vista as responsabilidades, atividades e tarefas

que lhe foram atribuídas.

Podemos, então, conceituar a avaliação de desempenho como sendo a

comparação entre os objetivos definidos para um determinado cargo ou função e o

resultado obtido como efeito do trabalho realizado no exercício desse cargo ou

função (desde que os objetivos, os critérios e as condições de trabalho sejam

observáveis e compreensíveis).

Nesse sentido, podermos dizer que a Avaliação de Desempenho é a ação de

julgar a partir de critérios e condições previamente definidas.

É de fundamental importância, para que se possa realizar uma avaliação de

desempenho ética, realística e objetiva, que em algum instrumento que seja de

conhecimento do avaliado e do avaliador conste de forma clara, sem nenhum

espaço para que haja dúvidas, o desempenho esperado do profissional ocupante

de um cargo ou função.

Normalmente, utiliza-se para tais fins a Descrição de Cargo ou Função.

Esse documento deve descrever o desempenho a ser demonstrado em termos

comportamentais, em forma de atitudes, de conhecimentos ou de habilidades que

possam ser observadas e, assim, avaliadas qualitativa e quantitativamente.

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As análises de cargos, segundo o padrão usual, são instrumentos que informam

genericamente sobre as responsabilidades do cargo e as tarefas a serem

realizadas pelo ocupante, sem descer a detalhes em relação a condições e

critérios de aceitabilidade. Isso dificulta a estruturação da avaliação de

desempenho. Já para as profissões de nível operacional, existem as análises

ocupacionais – que, de modo geral, são bem detalhadas, como mais uma opção

para efeito de estruturação do instrumento de avaliação de desempenho.

Caso esses instrumentos sejam deficientes do ponto de vista da informação

precisa sobre o comportamento a ser observado, sobre os critérios e as condições

em que o comportamento deverá ocorrer, a alternativa será criar um instrumento

próprio para a avaliação, elaborado através da análise do trabalho. Esse

instrumento pode se transformar no manual de avaliação ou manual do avaliador.

A avaliação, em qualquer área, é um assunto complexo e relativamente delicado,

mas apesar da complexidade da ação de avaliar, podemos afirmar que o problema

de avaliar bem ou mal, em qualquer situação ou área da atividade humana, reside

na seleção, definição e forma de redigir os objetivos.

Os objetivos selecionados e redigidos numa análise de cargos ou funções, devem

conter os comportamentos, as condições e os critérios sob os quais se poderá

considerar o desempenho totalmente ou parcialmente válido para efeito de

avaliação.

A avaliação de desempenho não pode restringir-se ao simples julgamento

superficial e unilateral do chefe a respeito do comportamento funcional do

subordinado; é preciso descer a um nível maior de profundidade, localizar causas

e estabelecer perspectivas de comum acordo com o avaliado.

Caso haja necessidade de mudanças no desempenho, o maior interessado – o

avaliado – deve, não apenas tomar conhecimento da mudança planejada, mas

também saber por que e como deverá ser feita – se é que deve ser feita.

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Aperfeiçoar os recursos humanos, e a relação homem-trabalho na organização,

são os dois grandes objetivos de um processo de avaliação de desempenho.

A avaliação de desempenho é um processo e deve estar sempre inserido no

processo contínuo de planejamento da organização.

Aperfeiçoamento Pessoal Contínuo

O desenvolvimento de um quadro de colaboradores pode ser definido como “o

processo sistemático e contínuo de aprimoramento, com o objetivo de possibilitar-

lhes o uso completo de todas as suas habilidades”, tanto em benefício próprio

quanto em benefício da empresa. O processo de aperfeiçoamento pessoal

contínuo deve ser conduzido de maneira clara e lógica, incentivando,

especialmente, o auto-aprimoramento.

A maioria dos colaboradores tem conhecimento acerca das áreas de seu

desempenho que precisam ser melhoradas, em alguns aspectos, de maneira

substancial. Para efeito de estudo vamos considerar três áreas principais – a

corretiva, a de desenvolvimento e a criativa.

Corretiva – caso uma pessoa tenha necessidade de aprimorar certos aspectos de

seu desempenho que não estejam de acordo com os padrões.

Desenvolvimento – serão introduzidas se houver necessidade de crescimento no

que se refere a habilidades, conhecimentos e especialidades para enfrentar

trabalhos futuros, resultantes de transferência ou promoção.

Criativas – quando o colaborador necessite aprimorar-se quanto aos modos de

lidar com um trabalho existente e/ou quanto às maneiras de lidar com novas

tarefas ou deveres.

A escolha de um ou mais métodos para consecução de tais atividades deverá ser

discutida e inserida no Planejamento das Ações de Desenvolvimento de Recursos

Humanos.

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CAPÍTULO IV

O Treinamento no Ambiente Organizacional: - Conceituação

Uma hipótese razoável para o surgimento do treinamento no ambiente

organizacional é que, num dado momento, em decorrência do desenvolvimento

tecnológico e administrativo, houve a necessidade de aperfeiçoar-se os

profissionais para um melhor desempenho no seu posto de trabalho.

Podemos dizer que a esse processo, ou seja, ao processo educacional utilizado

dentro da empresa para desenvolver nos indivíduos certos conhecimentos e

determinadas habilidades, chamou-se Treinamento.

Quanto ao termo Desenvolvimento, também relacionado com ações

educacionais voltadas ao aperfeiçoamento profissional, a hipótese é que essa

expressão passou a ser usada para denotar uma diferenciação quanto aos

objetivos, aos conteúdos e à forma destas ações (de desenvolvimento) em relação

àquelas de simples adestramento, ou seja, os treinamentos.

O Treinamento consiste na aplicação de um conjunto de técnicas de ensino-

aprendizagem, objetivando levar o indivíduo a “aprender a saber fazer”, ou seja, à

aquisição de conhecimentos e de habilidades específicas que visam prepara-lo

para o desempenho imediato e satisfatório das tarefas referentes ao seu cargo ou

função numa organização.

O Desenvolvimento consiste na aplicação de um conjunto de princípios e

estratégias educacionais, objetivando aperfeiçoar o indivíduo no que se refere ao

“saber ser”, ou seja, ao seu campo atitudinal e comportamental, tendo em vista a

manutenção e a melhoria do seu desempenho profissional, mediante a aquisição

dos conhecimentos e das habilidades necessárias para o seu constante

aperfeiçoamento, para o desenvolvimento de novas atitudes e para as mudanças

comportamentais desejáveis no âmbito da organização.

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Segundo BERGAMINI: “Fica bem claro, então, a distinção entre treinamento,

entendido no seu sentido mais restrito, e desenvolvimento, em sua abrangênia

mais ampla. No primeiro caso, teríamos o aprender, a saber, fazer e

desenvolveríamos um programa de instrução que paira o nível de adestramento

psicossensorial ou psicomotor. Já quando se refere ao saber ser, deixa-se

explícita a idéia de papéis comportamentais, que, por sua vez, estão presos a um

sistema de atitudes ou predisposições internas, dirigidas ao desenvolvimento do

ser humano como tal, na sua maneiro natural de ser”.

Como vimos, ambos os conceitos, refere-se a processos de aprendizagem, o que

equivale a dizer: visam obter mudanças comportamentais.

No caso da ação de treinamento, espera-se que o indivíduo, ao final do mesmo,

seja capaz de exibir um novo tipo de comportamento face à execução das tarefas

do seu cargo ou função.

No caso da ação de desenvolvimento, espera-se que o profissional, como

decorrência dessa ação, desenvolva atitudes compatíveis com as

responsabilidades de seu trabalho e que apresente, assim, ao longo do

desempenho do mesmo, comportamento cada vez mais adequado ao cargo ou

função que exerce numa determinada organização.

No presente texto, utilizaremos outros termos que merecem, também, serem

conceituados para efeito de maior clareza na comunicação das idéias sobre o

assunto; é o caso das expressões atitude, comportamento, aprendizagem,

técnicas de ensino-aprendizagem.

Atitude: é uma disposição interna do indivíduo, demonstrada em seus

comportamentos quanto a pessoas, acontecimentos, opiniões ou teorias. É uma

disposição relativamente constante de sentimentos quanto a alguém ou a alguma

coisa.

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Comportamento: é uma ação ou uma reação do indivíduo a um estímulo,

possível de ser externamente observada, sendo, portanto, possível de ser

avaliada.

Aprendizagem: é o resultado de um processo de aquisição de experiências que

leva o indivíduo a uma mudança de comportamento. Uma vez ocorrida a

aprendizagem, o indivíduo passa a comporta-se de forma diferente, exteriorizando

uma mudança interior: antes não conhecia, agora conhece; antes não sabia fazer,

agora sabe fazer; antes não sabia ser, agora sabe ser.

Podemos dizer que a aprendizagem é o conjunto de mecanismos que o organismo

movimenta para se adaptar ao maio ambiente. Piaget afirma que a aprendizagem

se processa através de dois movimentos simultâneos e integrados, mas de

sentidos contrários: a assimilação e a acomodação.

Pela assimilação o organismo explora o ambiente, toma parte dele,

transformando-o e incorporando-o a si. A mente assimila o mundo exterior,

através de um processo de percepção, de interpretação, de assimilação à sua

própria estrutura. Para isto a mente tem esquemas de assimilação: ações

previamente realizadas, conceitos previamente aprendidos, configuram esquemas

mentais que permitem assimilar novos conceitos. Estes esquemas se

desenvolvem pela estimulação que o ambiente exerce sobre o organismo.

Pela acomodação o organismo transforma sua própria estrutura para adequar-se

à natureza dos objetos que serão aprendidos. Os homens antigos, por exemplo,

que acreditavam que a terra era plana e o centro do universo, sofreram um

processo de acomodação intelectual para aceitar que fosse redonda e apenas um

planeta do sistema solar. Pela acomodação a mente aceita as imposições da

realidade.

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O conceito de Piaget sobre a aprendizagem aplica-se à aprendizagem como um

processo permanente de trocas na relação do organismo com o meio ambiente.

Transferindo esse conceito para o ambiente de trabalho, numa empresa, teríamos

os conceitos de educação pelo trabalho ou de educação no trabalho.

Isso significa dizer que o indivíduo, no seu ambiente de trabalho, não é um ser

estático e indiferente ao seu aperfeiçoamento e ao aperfeiçoamento de seu

trabalho.

Caberia, então, ao supervisor, coordenador, enfim, às pessoas que decidem na

empresa, perceberem e informarem ao RH as inúmeras oportunidades de

educação pelo trabalho existentes no seu ambiente de trabalho, criando dessa

forma condições para um autêntico processo de educação permanente.

O conceito de educação permanente não contém a idéia de que o indivíduo

precisa, o tempo todo, freqüentar cursos e treinamentos. A educação

permanente é uma concepção atitudinal, significa estar preocupado e atento com

a necessidade de desenvolvimento pessoal.

A educação pelo trabalho não pode ser confundida com o treinamento em

serviço, pois, sempre que falamos em educação estamos nos referindo a

processos que envolvem mudanças de atitudes e novos comportamentos diante

do trabalho e da vida; já nos processos de treinamento, como é o caso do

treinamento em serviço, isso nem sempre ocorre; na maioria das vezes estes

limitam-se à modelagem ou ao adestramento do indivíduo para um desempenho

específico na Organização.

Os diferentes tipos ou níveis de aprendizagem

É importante não confundir níveis de aprendizagem com níveis de conhecimento.

A aprendizagem do conhecimento é apenas um dos tipos de aprendizagem. Os

níveis de aprendizagem referem-se à complexidade e ao grau de dificuldade

envolvidos na realização das aprendizagens.

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Os tipos de aprendizagem relacionam-se com o grau de dificuldade e com o

tempo necessário para que a aprendizagem se concretize, ou seja, para que a

mudança de comportamento ocorra.

A Aprendizagem de conhecimentos é o nível mais fácil de ser atingido pelo

adulto e é, também, o que leva menos tempo. Em seguida, vem a aprendizagem

ou o desenvolvimento de habilidades e no terceiro nível está a aprendizagem

de atitudes. Através dessa seqüência podemos ver a diferença entre conhecer,

saber fazer e saber ser, ou seja, fazer o que é certo.

O fazer o que é certo, ou seja, o saber fazer, é caracterizado por um

comportamento individual que foi antecedido por uma mudança no campo

atitudinal; essa mudança relaciona-se diretamente com as experiências anteriores

do indivíduo, experiências essas relacionadas a aprendizagens ocorridas na área

de conhecimentos ou de habilidades.

A atitude é uma predisposição interna que orienta o comportamento individual, ou

seja, o comportamento modificado nada mais é do que a demonstração de que

houve uma mudança de atitudes no indivíduo.

Finalmente, o nível mais complexo e elaborado de aprendizagem para adultos é o

comportamento grupal, daí atribuir-se uma importância tão grande às técnicas

de desenvolvimento e aperfeiçoamento do comportamento grupal das pessoas

numa organização.

Vejamos, a seguir, os três tipos ou níveis mais usualmente indicados nos estudos

de cunho psicológico sobre a aprendizagem:

Aprendizagem simples

Esta é a aprendizagem com a qual estamos familiarizados desde os nossos

primeiros dias de “banco escolar”, são relacionadas com processos repetitivos e

de memorização: Aprender tabuada, aprender a recitar versos, aprender a

seqüência de números.

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Embora exigida com grande freqüência em programas de treinamento, não é e

nem deve ser o único nível de aprendizagem a ser tratado por treinamento, pois,

apóia-se fortemente na memorização; os treinamentos, na maior parte das vezes,

destinam-se ao desenvolvimento de determinadas habilidades ou à aprendizagem

de conceitos. Nesses casos, a memorização tem um papel menos significativo

nos processos de aprendizagem. O fato de o indivíduo memorizar uma certa

seqüência de trabalho não que dizer que ele aprendeu a fazer o trabalho.

Aprendizagem de conceitos

A aprendizagem ou formação de conceitos é aprendizagem complexa, pois exige

do indivíduo uma série de experiências ou conhecimentos anteriores. A formação

de um conceito se dá pela identificação de um conjunto de características e de

propriedades específicas de um dado objeto ou idéia. Se neste exato momento eu

pronuncio a palavra triângulo, você recorre imediatamente à sua memória para

retirar dali o conceito de triângulo que um dia aprendeu e saberá a qual figura

geométrica estamos nos referindo.

A importância da aprendizagem de conceitos está no fato de que os conceitos e a

relação entre eles são a matéria-prima para que o aprendiz possa realizar

atividades que levam à aprendizagem de solução de problemas.

Aprendizagem de solução de problemas

Esta é uma aprendizagem bem complexa e que envolve um grande número de

elementos, exigindo, assim, do aprendiz, um nível mais profundo de reflexão.

Pouco ou nada é exigido em termos de retenção ou repetição. Os jogos de

raciocínio propiciam a aprendizagem mediante solução de problemas.

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Essa é, portanto uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida, tendo as

soluções facilitadas pelas experiências anteriores, acumuladas na memória em

relação a situações anteriormente enfrentadas.

Algumas condições são exigidas do aprendiz para que a aprendizagem de solução

de problemas ocorra: ele precisa estar em condições de lembrar conceitos e

princípios que o auxiliem a solucionar o problema, tendo experiências prévias

relacionadas com as condições da situação-problema presente. Não é necessário

que haja repetição e treino, visto que esta aprendizagem se realiza uma vez

solucionado o problema, no momento da experiência.

O envolvimento dos treinandos em situações problemáticas pode ser considerado

como uma boa estratégia instrucional, visto que favorece o desenvolvimento da

habilidade de raciocínios mais complexos, permite o desenvolvimento da auto-

instrução e incentiva o pensamento produtivo e a descoberta.

Para que esse tipo de aprendizagem ocorra, a ação de planejamento do

treinamento deve centrar-se na organização de conteúdos e de situações que

envolvam a solução de problemas, que estimulem o pensamento produtivo,

tornando o treinando um indivíduo ativo e participante do seu

autodesenvolvimento. Treinamento & Desenvolvimento – Intra ou Extra Muros?

Dentro de uma concepção interativa de recursos humanos, as ações de

treinamento e desenvolvimento de uma empresa ou instituição devem ser

decididas a partir de um amplo processo consultivo ou participativo, já que é,

primordial que essas ações atendam aos interesses diretos da organização e dos

seus participantes e contribuam para o aperfeiçoamento dos demais setores da

empresa.

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CAPÍTULO V

EDUCAÇÃO CORPORATIVA

1. Mercado de Trabalho – Ofertas e Demandas

Segundo CHIAVENATO, “Dá-se o nome de mercado de trabalho às transações

que envolvem ofertas de trabalhos ou de empregos, oferecidas pelas empresas de

determinado lugar e em determinada época. É basicamente determinado pelas

empresas e pelas oportunidades de trabalho que elas oferecem”.

De modo geral, o mercado comporta-se em termos de oferta e procura, ou seja,

disponibilidade e demanda de empregos em uma determinada região.

Mercado de Trabalho

Situação de Oferta Situação de Procura

Muitas oportunidades de emprego Poucas oportunidades de emprego

Concorrência entre empresas Concorrência entre candidatos

Busca de candidatos Busca de emprego

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O Mercado de Trabalho em situação de oferta

Conseqüências para a empresa

1. Como as ofertas de emprego são muitas e os candidatos insuficientes, as

empresas fazem pesados investimentos em recrutamento, aceitando candidatos

abaixo do padrão de qualidade desejado.

2. Os critérios de seleção de pessoal tornam-se menos rigorosos e mais

flexíveis para poder compensar a escassez de candidatos.

3. Elevados investimentos em treinamento de pessoal para compensar a

inadequada qualificação dos candidatos que se apresentam.

4. As empresas concedem ofertas salariais estimulantes para atrais mais

candidatos, provocando distorções na sua política salarial interna.

5. Elevados investimentos em benefícios sociais para atrais candidatos e para

reter o pessoal existente, pois qualquer substituição torna-se demorada e

arriscada.

6. Ênfase no recrutamento interno – como meio de promover e fixar o pessoal

existente – e dinamização dos planos de carreiras para evitar saída de pessoal.

7. Forte concorrência entre as empresas que disputam o mesmo mercado de

pessoas.

8. As pessoas tornam-se um recurso difícil e escasso, merecendo cuidados

especiais por parte das empresas.

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Conseqüências para os candidatos

1. Excesso de vagas e de oportunidades de emprego. Facilidade na

localização de posições no mercado de trabalho.

2. Os candidatos podem escolher e selecionar as empresas que lhes

ofereçam melhores oportunidades, cargos, salários, benefícios sociais e

perspectivas de futuro. O mercado é eminentemente comprador.

3. As pessoas se predispõem a sair de seu emprego atual para tentar

oportunidades melhores, aumentando a rotatividade do pessoal.

4. As pessoas sentem-se donas da situação e passam a reivindicar aumentos

salariais e melhores benefícios sociais, tornam-se mais exigentes e

indisciplinadas, faltam e se atrasam mais, aumentando o absenteísmo.

5. Nessa situação o candidato é um verdadeiro REI.

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O mercado de trabalho em situação de procura

Conseqüências para as empresas

1. Como os candidatos que procuram espontaneamente as empresas são

numerosos, elas não precisam fazer investimentos em recrutamento de pessoal.

2. Os critérios de seleção tornam-se mais rígidos e rigorosos para melhor

aproveitar a abundância de candidatos.

3. Baixíssimos investimentos em treinamento são feitos, pois a empresa pode

aproveitar os candidatos já treinados e com muitos conhecimentos e habilidades.

4. As empresas concedem ofertas salariais mais baixas, em relação à sua

própria política salarial, pois os candidatos se mostram dispostos a aceita-las.

5. São feitos baixíssimos investimentos em benefícios sociais, pois não há

necessidade de mecanismos para fixar as pessoas na empresa.

6. Dão ênfase ao recrutamento externo, como meio de melhorar o potencial

humano existente, substituindo funcionários internos por candidatos de melhor

qualificação no mercado.

7. Não há competição entre as empresas quanto ao mercado de candidatos.

8. As pessoas tornam-se um recurso fácil e abundante, não merecendo

cuidados especiais por parte das empresas.

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Conseqüências para os candidatos

1. Escassez de vagas e de oportunidades de emprego no mercado de

trabalho.

2. Os candidatos concorrem entre si para disputar as poucas vagas que

surgem, seja apresentando propostas de salários mais baixos, seja candidatando-

se a cargos inferiores às suas qualificações profissionais.

3. As pessoas procuram fixar-se nas empresas, com medo de engrossar as

fileiras de candidatos desempregados.

4. As pessoas passam a não criar atritos com a empresa em que trabalham,

nem provocar possíveis desligamentos, tornam-se mais disciplinadas e menos

exigentes, procuram não se atrasar nem faltar ao serviço.

5. Nessa situação vence quem sabe usar a cabeça e não apenas os

músculos.

O MERCADO DE TRABALHO DO TERCEIRO MILÊNIO

Como o mundo está mudando muito mais rapidamente, é conveniente preparar-se

para um mercado de trabalho que também muda intensamente a cada instante.

Um importante aspecto a abordar é que o mercado de trabalho do século XXI está

sendo delineado há alguns anos. Olhando ao redor do que acontece no mundo

dos negócios, pode-se perceber as evidências do que serão as características e

as profissões daqui a alguns anos.

O mundo do terceiro milênio está sendo desenhado. Os contornos daquilo que o

mundo será nos próximos anos começam a se definir por meio de cinco fatores

fundamentais, que provavelmente dominarão o mundo das empresas:

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Tecnologia – Informação – Globalização – Serviços - Conhecimento

O formidável avanço tecnológico, a enorme ênfase na informação, a gradativa e

incessante globalização da economia, o desenvolvimento dos serviços e a

importância cada vez maior do conhecimento como o principal recurso do futuro,

são os aspectos mais notáveis que provavelmente caracterizarão as empresas e o

mundo do próximo milênio.

A Tecnologia pode ser definida como um conjunto de técnicas e processos

usados para gerar bens e serviços. Existem dois de tecnologia:

A tecnologia não incorporada e a tecnologia incorporada. A primeira é

constituída pelos conhecimentos científicos ou empíricos ( o chamado know-how )

e está na cabeça das pessoas ou nos manuais das empresas. A segunda está

agregada às invenções e aos produtos decorrentes da aplicação prática da

primeira (como máquinas, equipamentos, métodos e processos criados em função

dos conhecimentos científicos). São os conhecimentos que criam os artefatos.

Qualquer que seja o tipo de tecnologia é visível neste início de século o seu

intenso desenvolvimento.

A tecnologia moldará as futuras empresas e as profissões do futuro.

Informação: A tecnologia irá permitir espetaculares avanços na comunicação, o

que certamente terá um impacto direto no ambiente de trabalho. A velocidade da

transmissão da informação permitirá que uma boa parte, ou talvez a maior parte

do trabalho, seja feita em qualquer lugar ou até em casa, e não mais

necessariamente no escritório da empresa em horário previamente definido.

A mobilidade será a característica principal do trabalho humano. Isso valorizará o

profissional capaz de produzir resultados por meio de sua própria atuação e sem

depender da infra-estrutura do escritório para trabalhar ou funcionar.

A terceirização é um caminho sem volta e aumentará a tendência de encomendar

serviços em detrimento da contratação de pessoas.

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O futuro pertence à tecnologia da informação e a empresa ou pais que não

puderem ou não souberem usa-la, estarão definitivamente fora do páreo no

supercompetitivo cenário do século XXI.

A Globalização será o fator-chave do novo milênio, o caminho para a

internacionalização dos negócios e para a derrubada das fronteiras. Bandeiras e

línguas à parte, o mercado será cada vez mais o mundo inteiro e os clientes serão

todos os povos. As empresas serão mundiais e sem nacionalidade definida.

O conhecimento de idiomas e das diversas culturas certamente será indispensável

nesse cenário, pois o colaborador do futuro será antes de tudo um cidadão do

mundo a serviço de sua empresa e da sua pátria. A escolha da localização de

fábricas dependerá cada vez mais da estratégia global de negócios e cada vez

menos dos tradicionais recursos locais ou regionais.

O trabalho poderá ser realizado em qualquer lugar do mundo para qualquer lugar

do mundo.

Serviços: Uma das tendências do mercado indica que a maior parte dos

negócios, seja nos países industrializados, seja naqueles em desenvolvimento,

está sendo conduzida pelas médias e pequenas empresas, que continuarão sendo

beneficiadas com o enxugamento das grandes companhias. Está havendo

também uma forte migração da oferta de empregos da área industrial para a área

de serviços e para o terceiro setor. Isso significa que os empregos estão

murchando nas empresas industriais e engordando as posições nas empresas de

serviços e nas organizações de serviços voluntários, as chamadas ONGs. O que

está por trás disso tudo é uma mistura de forte racionalização e automação dos

processos industriais com uma acentuada expansão de mercados de serviços e

de atividades de associações voluntárias.

O setor de serviços deverá ser o maior polarizador de empregos, enquanto a

indústria marchará para a produtividade, fazendo cada vez mais com cada vez

menos pessoas.

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Conhecimento: Neste milênio, o principal recurso econômico será o

conhecimento. O grupo social mais importante será aquele formado pelos

trabalhadores do conhecimento. O trabalhador do conhecimento não será

necessariamente aquele que opera um computador ou algum equipamento

sofisticado, mas aquele que transforma os dados processados em benefício para

o cliente ou para a sociedade. Sobretudo o trabalhador que conhece e sabe

operar alguma forma de tecnologia. E a tecnologia será apenas uma ferramenta à

disposição do homem e não mais o elemento condicionador da atividade humana.

A tecnologia como apêndice do homem e não mais o homem como apêndice da

máquina, fenômeno que caracterizou boa parte do século XX. Cada pessoa valerá

pelo seu conhecimento, adquirir constantemente novos conhecimentos e atualizar

os já adquiridos será fundamental para preservar o sucesso profissional.

Contudo, o conhecimento – embora não seja um medicamento ou um produto

fotográfico - tem um prazo de validade cada vez menor. Novos conhecimentos

estão transformando o conhecimento atual em algo rapidamente ultrapassado e

obsoleto. Isso significa que a reciclagem e atualização do conhecimento estão se

tornando imprescindíveis para que cada pessoa esteja em dia com as

necessidades de seu trabalho. Estudar, estudar e estudar, de um lado. E

aprender, aprender e aprender, de outro lado. Um parafuso sem fim para o alto.

Trata-se de investir profundamente no conhecimento e na atualização constante

do conhecimento.

O aprendizado será uma tarefa sem a qual o ser humano não conseguirá

evoluir. A valorização da sabedoria exigirá enormes investimentos na área da

educação e uma das saídas apontadas para baratear os custos nessa área é a

transmissão, via mídia eletrônica, de programas de educação básica.

TELECURSOS.

Em outros termos, a escola virtual por meio da multimídia será o negócio do

futuro.

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E as empresas estão mergulhando na universidade virtual corporativa para se

transformarem em verdadeiras organizações de aprendizagem por meio da gestão

do conhecimento. O capital intelectual está em alta. Ele já está valendo muito mais

do que o capital financeiro das empresas. A velha contabilidade está agora às

voltas com os ativos intangíveis, aqueles que são invisíveis e difíceis de mensurar.

Administrar o conhecimento e, principalmente, transformar o conhecimento em

resultado, em novos produtos e serviços, novos processos, novos negócios, em

inovação, enfim, constituí hoje o principal desafio das empresas modernas.

Manutenção dos Talentos na Empresa

Sintetizando o que já foi dito sobre motivação, lembramos que existem, nas

pessoas, os motivos que impelem, que impulsionam o comportamento das

mesmas por determinados caminhos.

Para que esse processo psicológico ocorra nas pessoas, é necessário que, além

da satisfação de suas necessidades básicas, existam no ambiente de trabalho,

condições favoráveis para satisfação, dessas e, eventualmente, de outras

necessidades do ser humano. A política e a administração das empresas, a

supervisão, as condições de trabalho, as relações interpessoais, a remuneração, o

status e a segurança podem ser considerados como fatores de manutenção. Não

fazem parte intrínseca do trabalho em si, mas estão relacionadas com as

condições em que é realizado.

Ao propiciar a satisfação de tais necessidades, a empresa terá um diferencial

importante para a manutenção de seus talentos.

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Remuneração e Benefícios Adicionais

O pagamento e todos os benefícios financeiros a ele ligados têm parte na

motivação pela permanência dos talentos na empresa, embora em muitos casos,

se apresente com um fator potencial de desmotivação. É oportuno aprofundar a

compreensão a respeito do assunto e conhecer seus possíveis efeitos na

manutenção de seus talentos, considerando níveis salariais, sistemas de

remuneração e observando tudo o que se relacione ao salário direto e indireto,

incluindo todos os benefícios adicionais oferecidos pela empresa.

Ao analisarmos a remuneração na empresa, devemos levar sempre em

consideração o nível justo de salário que poderá ser planejado observando-se,

dentre outros, os fatores abaixo:

A remuneração do colaborador – Qualquer colaborador sonha em poder sentir

que está recebendo um salário justo e condizente, ou seja, sentir que ganha o que

merece, pois tem uma certa idéia sobre qual é o seu valor no mercado. Se tiver

um salário justo, será sempre um colaborador motivado, caso contrário, teremos

sempre um colaborador desmotivado e pronto a buscar novas oportunidades de

trabalho.

A remuneração dos colegas – As pessoas precisam sentir que estão recebendo

uma importância proporcional àquela paga aos seus colegas. Com freqüência, os

colaboradores comparam sua própria capacidade, experiência e volume de

trabalho com os mesmos atributos de seus colegas, e com os daqueles com

quem têm um contato regular ou casual. Mais uma vez, eles formulam um

determinado conceito entre o valor de cada um e a respectiva remuneração.

O resultado positivo dessa comparação poderá ser um fator diferencial para a

manutenção dos talentos na empresa.

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O Mercado de Trabalho – A maioria dos colaboradores de uma empresa tem

consciência do que ocorre fora dela, isso irá influenciar sua visão sobre seu futuro

profissional.

Benefícios Adicionais – Os benefícios adicionais, como descontos em bens e

serviços, autorizações de viagens, uso de carros da empresa, planos de saúde,

previdência privada, bônus por produtividade, empréstimos financeiros e coisas do

gênero, formam com o salário, a remuneração do colaborador. Assim como

ocorre com o salário, também nesse caso, as pessoas tendem a emitir

julgamentos sobre outras realidades, podendo ser considerado como um

diferencial para a permanência dos talentos na empresa.

É bom lembrar que o tamanho e o sucesso da empresa, mesmo não sendo

considerado um benefício, exerce influência sobre a decisão de permanência dos

talentos. Uma empresa sólida e bem estruturada terá melhores condições de

oferecer oportunidades de trabalho e remuneração, e com isso, atraindo novos

talentos e/ou mantendo os atuais em seu quadro de profissionais.

Ambiente de Trabalho Seguro e Saudável

O local de trabalho tem um papel de grande importância na motivação dos

colaboradores, até onde for possível, deve oferecer condições seguras, sem

riscos e dentro do previsto pela legislação própria.

A empresa tem por obrigação legal, fornecer um local onde seus colaboradores

possam trabalhar com segurança, sem riscos de acidentes ou doenças causadas

em decorrência deste trabalho. Obviamente, é importante não apenas que as

instalações apresentem as condições mínimas de segurança, mas apresentem

também condições positivas de saúde. Os colaboradores que trabalham em um

ambiente agradável têm muito mais probabilidade de permanecerem na empresa

do que outros, que executam suas tarefas em locais inadequados, com mobiliários

impróprios, com pouca iluminação, espaço precário, temperatura oscilante ou

barulhento demais.

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Para que se possa obter e manter um local saudável e seguro, é importante

conhecer, nas Leis Trabalhistas, as informações a respeito e os padrões mínimos

a serem seguidos por todas as empresas. Deve ser definida uma comissão para

discutir assuntos pertinentes à saúde e a segurança.

Para a manutenção dos talentos na empresa cabe aos líderes da área de recursos

humanos, aos empresários e administradores em geral, criarem condições para

que seus talentos estejam em permanente estado de motivação, desenvolvendo

eficazmente as tarefas que lhes forem atribuídas e bem adaptados ao ambiente de

trabalho como um todo. Em tais condições e com uma remuneração justa, temos

certeza da admissão de novos profissionais e a manutenção de todos os talentos

da empresa.

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CAPÍTULO VI QUAL O PAPEL DO GESTOR DE RH NA ESTRATÉGIA ÉTICA DA ORGANIZAÇÃO?

Não existe uma “receita de bolo” para definir o papel do gestor de recursos

humanos, principalmente quanto a definição ética da organização, pois o cotidiano

nos mostra o emaranhado de situações , problemas, decisões e soluções nas

quais se vê envolvido o profissional.

Não podemos esquecer que nossas escolas utilizam basicamente a literatura

estrangeira para preparar nossos profissionais, apesar das características

peculiares do gerente de recursos humanos brasileiro. Este “estrangeirismo” na

formação do gerente brasileiro ganha relevância se considerarmos as publicações

das editoras multinacionais, e o fato de muitos livros de autores brasileiros serem

apenas coletâneas de artigos traduzidos ou interpretações, sem um

enquadramento contextual, de pesquisas ou teorias originadas em outros países,

principalmente nos Estados Unidos.

Da MATTA (1981) analisa o gerente brasileiro dando um enfoque fora dos padrões

tradicionais, mas coerente com o brasileiro do futebol e carnaval. O autor

considera a “malandragem” e o “jeitinho” como característica fundamental do estilo

brasileiro. O que faz com que exista sempre um meio termo, entre o “é permitido”

e o “é proibido”, existe o “é possível”, posição esta institucionalizada no dia-a-dia

do brasileiro. “O jeito é um modo e um estilo de realizar... é um modo pacífico e

até mesmo legítimo de resolver problemas, provocando essa junção inteiramente

causuística da lei com a pessoa que a está utilizando”.

Para MORAZE, “o jeitinho brasileiro é uma engenhosa manobra para tornar o

impossível, possível, o injusto, justo e o ilegal, legal”.

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O Gestor de Recursos Humanos, bem como, os demais gestores de uma

organização brasileira devem ter um bom jogo de cintura, a astúcia e a ginga do

capoeira para vencer a luta do cotidiano, principalmente em se tratando do país

Brasil, envolvido em constantes crises. Crises políticas, crises

econômico/financeiras, crises psicológicas, crises de moral... Crises de identidade.

O Gestor brasileiro, principalmente o de Recursos Humanos, para conviver com

estas crises, que têm suas ramificações dentro das organizações, talvez precise

ser um “malandro” com seu jeitinho e muitas vezes usando “misticismo” e o

irracional para poder sobreviver, mas não esquecendo da ÉTICA linha mestra de

seu sucesso, profissional, pessoal e familiar.

“Deus governa todas as coisas, e que o acaso e a oportunidade cooperam com

ele no governo dos negócios humanos. Há, contudo, um terceiro e menos extremo

ponto de vista: a arte também deve contar; eu diria, pois que, no meio de uma

tempestade, seria certamente de enorme vantagem que contássemos com a ajuda

da arte do piloto”. Você não estaria de acordo.

- PLATÃO -

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CONCLUSÃO

O trabalho, hoje em dia, ocupa um espaço muito importante na vida de todos nós. Ou seja, quase todo mundo trabalha, e uma grande parte de nossa vida é passada dentro de organizações. Na verdade, o trabalho possui importante valor em nossa sociedade, e as pessoas começam a trabalhar cada vez mais jovens. Entretanto, não parece meio estranho, que um dos nossos maiores sonhos seja justamente ganhar na loteria e parar de trabalhar? Por outro lado, quantas vezes ouvimos contar a respeito de pessoas que logo após terem obtido a sonhada aposentadoria entraram em depressão, adoeceram e muitas vezes, passaram para o andar de cima. A nossa relação com o trabalho parece estar em constante conflito, sendo muitas vezes indesejada, um fardo pesado que nos impede de viver como gostaríamos, mas freqüentemente essa relação é percebida como algo que dá sentido à nossa vida, eleva status, define identidade pessoal e impulsiona o crescimento do ser humano. Essa relação é conturbada, justamente porque na atual sociedade, freqüentemente, o trabalho se configura de uma forma totalmente fragmentada e sem sentido, burocratizado, cheio de normas e rotinas, ou então, cheio de exigências e conflitivo com a vida social ou familiar. Mesmo assim, ele é importante ou vital para o ser humano por dois motivos diferentes: - Ao contrário dos animais, o ser humano age de acordo com finalidades e planeja suas atividades. Ao modificar a natureza, ele cria a cultura, a linguagem, a história e a si mesmo. Nesse sentido o trabalho para o homem é fundamental. - Paradoxalmente, entretanto, devido a própria especialização e fragmentação do trabalho, na sociedade moderna, o fato de trabalhar se tornou imprescindível para as pessoas, mais por uma questão de sobrevivência e de condicionamento social. Muitas pessoas vivem o dilema “funcionam” no seu trabalho e começam a “viver” após o expediente, fazendo com que, hoje em dia muitas pessoas adoeçam por causa do trabalho. Ao concluir a presente monografia de encerramento do curso de GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, quero salientar a importância do Gestor de RH na criação de ações que possibilitem uma melhoria na Qualidade de Vida no Trabalho da sua organização, pois colocando em prática o que aprendi e estou aprendendo em trabalhos de consultoria, desenvolvido em diversas empresas da área de saúde, posso afirmar que os pacientes das mesmas, em sua maioria, possuem algum tipo de doença proveniente do seu trabalho. E o Gestor de RH tem sua parcela de responsabilidade nessa estatística.

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BIBLIOGRAFIA

BERGAMINI,

BLOOM,

CAMACHO,

CARVALHO,

CHIAVENATO

FROMM,

LODI,

MASLOW,

McGREGOR,

TOLEDO,

YOUNG,

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ÍNDICE

Objetivos 02 Agradecimentos 03 Dedicatória 04 Resumo 05 Metodologia 06 Sumário 07 CAPÍTULO I Introdução RH – Conceitos, Princípios e Pressupostos básicos. Conceituação

08 08 08

Ações de Recursos Humanos 11 Recursos Humanos – Uma abordagem sistêmica Cargos e Salários Recrutamento e Seleção Administração de Pessoal Treinamento e Desenvolvimento Avaliação de Desempenho

14 15 16 16 16 17

Recursos Humanos e a Qualidade 18 Recursos Humanos e a Produtividade 19 CAPÍTULO II A relação homem trabalho nas Organizações

21

Motivação e Comportamento na Organização O comportamento humano Motivação Teorias das Necessidades Básicas – Maslow

24 24 25 26

CAPÍTULO III O Sistema de Recursos Humanos Cargos e Salários Conceito de Tarefas Conceito de Cargos Conceito de Função Salário Administração de Salário Descrição de Cargos Recrutamento e Seleção O Recrutamento de Pessoas A Seleção de Pessoas Administração de Pessoal

31 31 32 33 34 35 35 37 38 38 40 42

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Treinamento e Desenvolvimento Aprendizagem de Solução de Problemas Modelo de Planejamento para T&D 1. Identificação de Necessidades de Treinamento 2. Selecionar e Dirigir os objetivos do treinamento 3. Definir os conteúdos do treinamento 4. Estratégias de ensino aprendizagem 5. Prever e avaliar os custos do treinamento Avaliação do programa de treinamento Ações ou eventos de desenvolvimento de recursos humanos Avaliação de Desempenho Aperfeiçoamento pessoal contínuo CAPÍTULO IV O Treinamento no Ambiente Organizacional

44 46 47

48 49 50 50 51 52 53 55 58 59

CAPÍTULO V Educação Corporativa

66

Manutenção dos talentos na empresa Remuneração e benefícios adicionais A remuneração do colaborador A remuneração dos colegas O mercado de trabalho Benefícios adicionais Ambiente de trabalho seguro e saudável

74 75 75 75 76 76 76

CAPÍTULO VI O Papel do Gestor de RH na estratégia ética da Organização

78

Conclusão 80 Bibliografia 81 Índice 82 Folha de Avaliação 84 Dados sobre o Autor 85

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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O AUTOR

ANTÔNIO ROBERTO PALMEIRA e-mail: [email protected] Fone: (21) 2208.7335 Telefax: (21) 2278.1541 Currículum resumido: Antônio Roberto Palmeira é especialista em Informática Educacional, Graduado em Pedagogia – Habilitação em Supervisão e Orientação Educacional. Possui Atualização no Exterior em Gestão de Instituições de Ensino, Formação Profissional, Ensino a Distância, Turismo e Hotelaria. OIT - Organização Internacional do Trabalho (Itália, França, Portugal, Espanha). Atualmente está cursando Pós-Graduação Lato-Sensu em Gestão de Recursos Humanos - UCAM – Projeto A Vez do Mestre. Sua experiência profissional inclui cargo de Supervisor de Treinamento e Estágio nas Faculdades São José, Supervisor de Extensão da Empresa Júnior das Faculdades São José, Supervisor de Desenvolvimento e Estágios na Universidade Candido Mendes, Diretor Administrativo Financeiro do SENAC Alagoas e Delegado Executivo do SENAC Acre. Além disso, docência em cursos e treinamentos (En-Hap, Senac, Faculdades São José), assim como consultoria em diversas empresas hoteleiras. Autor de diversos manuais de treinamento e metodologias de ensino em Turismo.