Gestão de monstros e veículos em fim de vida...
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Gestão de monstros e
veículos em fim de vida
(VFV)
Desmantelamento de fogões e máquinas de lavar,
resíduos e a sua gestão
Trabalho realizado por Teresa Morim, Carolina Neves, João Gonçalves, Nuno Soares,
Diogo Miranda e Tiago Almeida (MMM528), orientado pelo monitor Tiago Pinto e pela
supervisora Sílvia Pinho.
Outubro de 2010
Resumo
Como refere o título, neste trabalho será explicado a melhor forma de
agir quando temos um fogão ou máquina de lavar em fim de vida. Com a
constante inovação tecnológica, aquilo que há seis meses estava em todas as
estantes das grandes superfícies comerciais, passa a ser substituído por um
novo modelo mais eficaz. A população não sabe o que fazer com os
equipamentos eléctricos e electrónicos em fim de vida que têm, por exemplo,
nas suas casas.
Há porém algumas entidades competentes às quais podem ser
entregues este tipo de equipamentos sabendo que estas organizações lhes
darão o melhor fim possível. Estas fundações não têm, directamente, fins
lucrativos, mas são porém financiadas por poderosas empresas que durante e
no final do processo de tratamento dos resíduos irão beneficiar de certa forma
das matérias reaproveitadas.
Estas entidades comprometem-se sem qualquer tipo de custos, para o
detentor do resíduo, a desmantelá-los e a geri-los, fazendo reciclagem dos
mesmos e aproveitando-os o máximo possível.
Esta pesquisa, tem a intenção de tornar todos os conceitos sobre este
tema mais claros, e compreensíveis para que o leitor tenha a oportunidade de
se formar nesta área, de uma maneira agradável e descontraída.
Este relatório está dividido em cinco partes: o mundo da reciclagem;
locais de recepção de resíduos; ecovalor; entidades de gestão e processo de
reciclagem. A primeira parte identifica os pontos de recolha e algumas
definições; seguidamente, serão abordadas algumas identidades que tornam
este tipo de reciclagem possível e por fim uma explicação mais detalhada de
todo o processo de reciclagem, desde que chega “às mãos” das entidades até
que se torna em matéria-prima.
Conclui-se que cada vez mais se verifica a importância da reciclagem
deste tipo de equipamentos que são prejudiciais para o meio ambiente.
Índice
1.Introdução................................................................................................................................. 1
1.1.Enquadramento ................................................................................................................ 1
1.2.Motivação .......................................................................................................................... 1
1.3.Objectivos ......................................................................................................................... 1
2.O mundo da reciclagem ......................................................................................................... 2
3.Locais de recepção de resíduos ........................................................................................... 3
3.1.Ecoponto e ecocentro ..................................................................................................... 3
3.2.Deixar o “velho” ................................................................................................................ 3
3.3.Centros de recepção. ...................................................................................................... 5
4.Ecovalor .................................................................................................................................... 5
5.Entidades de gestão ............................................................................................................... 7
5.1.Condições de recolha. .................................................................................................... 7
5.3.Para onde são enviados os REEE? .............................................................................. 8
Conclusão .................................................................................................................................. 14
Referência/ Bibliografia ........................................................................................................... 15
1 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
1.Introdução
1.1.Enquadramento
Este trabalho enquadra-se no tema “Gestão de monstros e veículos em
fim de vida” inserido na unidade curricular Projecto Feup. Com o intuito de
aprofundar o sub-tema “Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões,
resíduos e a sua gestão”. Assim, será exposto ao longo deste relatório, todo o
percurso dos REEE (Resíduos de Equipamentos Eléctricos ou Electrónicos),
desde que se tornam inutilizáveis até à sua chegada aos ecocentros, onde vão
depois sofrer triagens específicas, consoante o grupo de REEE a que
pertencem, consolidações e armazenamentos.
Todo o processo de desmantelamento dos aparelhos em foco neste
relatório (REEE, mais especificamente, máquinas de lavar e fogões) está
delineado por etapas e a respectiva gestão dos materiais remanescentes,
como todos os metais ferrosos, não-ferrosos e plásticos.
1.2.Motivação
Foi proposto ao nosso grupo a realização de um trabalho sobre o tema
acima referido.
Na nossa opinião, este tema é bastante interessante na medida em que se
integra nos problemas da nossa sociedade. È também do nosso interesse uma
vez que está constantemente presente no nosso quotidiano.
1.3.Objectivos
O objectivo do nosso trabalho é dar a entender ao leitor a importância de
todos estes processos, legais e práticos, que vão levar a cabo à reciclagem dos
equipamentos eléctricos e electrónicos e à gestão dos resíduos. Estes vão
servir para construir novos REEE já com uma taxa de Ecovalor acrescentado.
Desta forma, poupa-se imensa energia na construção destes
equipamentos e assim, o ambiente sofre muito menos. A reciclagem destes
equipamentos de grande porte é superior do que á reciclagem dos resíduos de
pequeno porte, que são armazenados nos ecopontos, e não nos ecocentros,
como é o caso dos REEE.
2 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
2.O mundo da reciclagem
Hoje em dia deparasse com a grande e rápida evolução de
componentes eléctricos e electrónicos. O que ontem era “topo de gama” hoje
pode já não o ser. Isto deve-se á necessidade que o ser humano tem em
aperfeiçoar e tornar mais eficientes os instrumentos que se vê compelido a
utilizar no seu dia-a-dia.
Com este desenvolvimento surgem os “monos” ou “monstros
domésticos”. Estes são electrodomésticos, equipamentos electrónicos, móveis
velhos ou outros resíduos que, dadas as suas características, frequentemente
associadas ao seu volume ou peso, não podem ser depositados nos
ecopontos, nem nos contentores para o lixo indiferenciado.
Algumas câmaras municipais ou
juntas de freguesia efectuam a recolha
dos "monstros" porta-a-porta ou junto
dos contentores do lixo. Deve-se
contactar previamente a entidade
responsável pela recolha do “monstro”
de modo a evitar a exposição do
mesmo na via pública por um
prolongado intervalo de tempo,
marcando simplesmente uma data e um local de encontro. Há sempre a
possibilidade do próprio se deslocar ao ecocentro para deixar o respectivo
REEE.
Muitas vezes é feita a seguinte questão: “Porque se devem separar os
resíduos recicláveis?”. Reciclar materiais permite reutilizá-los como matéria-
prima que posteriormente entraram no fabrico de produtos novos, reduzindo
assim o uso (e abuso) dos recursos naturais, muitos dos quais não renováveis.
Além disso, os processos que utilizam como matérias-primas matérias
recicladas consomem menos energia do que as que utilizam matérias-primas
virgens. Isto deve-se ao facto de ser mais fácil transformar materiais já
previamente processados.
Fig 1- Máquinas de lavar. In: http://www.renascimento.pt/showNewsletter.do?id=9
3 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
3.Locais de recepção de resíduos
3.1.Ecoponto e ecocentro
E qual será a diferença entre ecoponto e
ecocentro? O ecoponto é um conjunto de três
contentores para recolha selectiva de embalagens
usadas: o amarelo, para os de plástico e metal, o
azul, para o papel, cartão, jornais, revistas e papel de
escrita, e o verde, para o vidro. Neste conjunto pode,
ainda, estar incluído um pequeno contentor vermelho
para as pilhas, denominado de pilhão.
O ecocentro consiste num lote de dimensões muito alargadas, que recebe
embalagens usadas e outros resíduos, como por exemplo, madeira, entulhos
provenientes de construção ou demolição,
electrodomésticos (os tais “monstros” ou “monos”
domésticos), móveis, óleos minerais e vegetais,
baterias de automóveis, etc.
Ao longo da vida, os cidadãos vêm-se obrigados
a trocar os electrodomésticos que possuem, velhos e
que já não conseguem satisfazer as necessidades, por
modelos novos e mais eficientes. Porém surge a
questão sobre o que fazer aos antigos.
3.2.Deixar o “velho”
Quando se pretende desfazer de um aparelho, um de três destinos o
esperam: efectuar a retoma, entregá-lo para recolha selectiva ou doá-lo.
No caso do aparelho ainda funcionar, pode muito bem ser entregue a
uma qualquer instituição de caridade. Aquando da compra de um aparelho
eléctrico novo (torradeira, microondas, TV, máquina de lavar, etc.) é permitida a
entrega, gratuita do antigo na loja, desde que seja equivalente e tenha a
Fig.1- Ecoponto. In: http://institutoram.blog.terra.com.br/2008/09/30/ecoponto-ideia-made-in-portugal/
Fig.3- Ecocentro. In: http://www.valorsul.com/default.asp?SqlPage=content&CpContentId=15090
4 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
mesma função do comprado. Isto é ainda válido para os equipamentos
entregues ao domicílio (aqueles que são precisamente de grande porte).
Também é possível contactar a câmara municipal e pedir a recolha dos
chamados “monstros” domésticos, ou depositar o aparelho directamente no
ecocentro do município mais próximo ou em qualquer centro de recepção
autorizado. Os aparelhos recolhidos nestes locais devem ser depois
reencaminhados para reutilização (total ou parcial) ou desmantelamento e
posterior reciclagem.
Quando é encontrado o substituto para assumir as funções do antigo
aparelho, uma das alternativas é deixar o preterido na loja. Esta é obrigada a
aceitá-lo e a assegurar a continuação no ciclo de reciclagem, ou seja,
encaminhá-lo para a entidade gestora ou um operador que trate da sua
triagem, desmantelamento e reciclagem, ou uma eventual reutilização total ou
de certos componentes para reparação manual ou recolocação no mercado.
De acordo com a legislação em vigor e desde 13 de Agosto de 2005, os
Distribuidores são responsáveis por assegurar gratuitamente a recolha de
REEE. No entanto, deixar um equipamento electrónico de grande porte ao lado
do contentor do lixo ou dos ecopontos não é solução, aliás, é sancionado por
lei: motivos ambientais à parte, as coimas aplicadas podem exceder os 3000
euros.
Na classe de produtos geradores de resíduos de equipamentos
eléctricos e electrónicos (REEE) estão velhos conhecidos lá em casa:
frigoríficos, máquinas de lavar, aparelhos de ar condicionado, ferros de
engomar, computadores, telemóveis e lâmpadas fluorescentes, entre outros.
Quando estes já não são capazes de assumir bem as suas funções, resta
substituí-los por um modelo mais actual, e nunca esquecer a reciclagem do
velho.
5 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
3.3.Centros de recepção.
Para saber qual é o centro de recolha mais próximo do local de
residência, pode-se aceder ao site da entidade da qual se é utente ou
associado e na respectiva hiperligação digitar o distrito e o concelho da
residência e em segundos terá o centro mais próximo da área. Estes centros
de recolha encontram-se amplamente distribuídos pelo país pelo que é
possível encontrar um com relativa facilidade.
4.Ecovalor
Ao comprar um novo aparelho electrónico, o
produtor já está a pagar o "EcoREEE". Trata-se de
uma taxa incluída no preço de venda como
"Ecovalor", desde Maio de 2006. Isto mesmo que
não se dê por ele na factura, já que a sua
discriminação não é obrigatória.
Todos os processos de tratamento dos
REEE tem um custo para o produtor, pois ao preço
do aparelho é adicionada uma taxa, denominada
Ecovalor, cuja aplicação explica, por si só, a obrigatoriedade de o vendedor
aceitar os aparelhos usados, pois é ela que financia o processo de recolha,
triagem e reciclagem dos REEE.
O Ecovalor não é, no entanto, aplicado uniformemente a todos os
aparelhos. Um frigorífico, por exemplo, tem um Ecovalor mais elevado do que
um televisor, uma vez que contém substâncias perigosas cujo tratamento é
mais dispendioso e demorado.
Esta contribuição financeira, que passa dos fabricantes até aos
vendedores e/ou consumidores, visa cobrir os custos e operações dos centros
de recolha de todo o País, bem como o transporte, tratamento e posterior
valorização ou reciclagem dos resíduos.
Fig.4- Dinheiro, simbolismo de Ecovalor. In: http://colunas.epoca.globo.com/planeta/2009/01/15/dinheiro-de-papel-reciclado/
6 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
De novo, o "Ecovalor" é calculado em função das características e do
número de equipamentos à venda. Esta contribuição monetária vai também
financiar as entidades gestoras como a Amb3e ou a ERP Portugal, as quais
possuem uma vasta rede de centros de recepção, onde os REEE podem ser
armazenados.
Segundo os dados da Comissão Europeia, dos REEE produzidos, mais
de 90% são depositados em aterros ou são incinerados, o que prejudica
altamente o ambiente, visto que estes equipamentos contêm substâncias
perigosas que, além de contaminarem o solo, o ar e as águas subterrâneas,
apresentam riscos para a saúde humana. Além disso, devido ao seu grande
porte e rigidez, estes resíduos exigem um maior gasto de energia para serem
compactados ou neutralizados.
Em alternativa, os REEE devem ser encaminhados para os centros de
recepção, que os armazenam até serem recolhidos pela entidade gestora que
os reencaminha para o ciclo da reciclagem. Alguns desses centros coincidem
com os ecocentros municipais ou intermunicipais. Outros funcionam em
empresas e distribuidores, como é o caso de alguns hipermercados, que
também se disponibilizam para receber e armazenar estes “monstros”
domésticos.
7 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
5.Entidades de gestão
Na grande maioria das vezes não se sabe o que fazer com os
equipamentos eléctricos e electrónicos já em fim de vida. Existem, porém,
algumas entidades competentes às quais se podem entregar este tipo de
equipamentos sabendo que estas organizações lhes darão o fim mais
adequado.
Estas fundações não têm fins lucrativos, no entanto são financiadas por
grandes empresas que quer durante, quer no final do processo de tratamento
dos resíduos irão beneficiar de certa forma dos materiais reaproveitados. Estas
entidades comprometem-se em recolher e gerir os REEE, incentivando a
sociedade à reutilização e à reciclagem.
Entre estas entidades destacam-se em Portugal essencialmente a Amb3e e a
ERP Portugal. No geral, estas duas fundações funcionam de forma idêntica
pelo que os tópicos a seguir apresentados servem para ambas as identidades.
5.1.Condições de recolha.
Para que os centros de recolha recebam os equipamentos electrónicos
ou eléctricos em fim de vida (neste caso, vamos analisar o caso de “monstros
domésticos” como máquinas de lavar e fogões eléctricos) é necessário que
estes se enquadrem nas características da entidade.
É necessário classificar os equipamentos em 10 categorias diferentes:
1. Grandes electrodomésticos (máquinas de lavar roupa, máquinas de lavar
loiça, fogões…);
2. Pequenos electrodomésticos;
3. Equipamentos informáticos e de telecomunicações;
4. Equipamentos de Consumo;
5. Equipamentos de Iluminação;
6. Ferramentas eléctricas e electrónicas (com excepção de ferramentas
industriais fixas e de grandes dimensões);
7. Brinquedos e equipamento de desporto e lazer;
8 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
8. Aparelhos médicos (com excepção de todos os produtos implantados ou
infectados);
9. Aparelhos de controlo e monitorização;
10. Distribuidores automáticos;
Para saber que mais equipamentos se encaixam nas diversas categorias
pode consultar o site da respectiva fundação.
Mas para além da categoria à qual o equipamento pertence, é também
necessário que na entrega se respeitem determinadas quantidades
(respectivas a grandes físicas), como não ultrapassar 200 kg de lâmpadas
fluorescentes e de descarga, assim como os restantes equipamentos não
devem ultrapassar um volume de 15 m³. Caso as quantidades não sejam
respeitadas deve-se informar previamente o centro de recolha.
5.3.Para onde são enviados os REEE?
Em torno das entidades que são responsáveis por recolher e gerir os REEE,
encontram-se diversas empresas que dão continuidade ao processo, entre
elas, empresas de transporte, de tratamento de resíduos, de triagem e da
valorização dos resíduos.
6.Processo de reciclagem
Depois dos nossos REEE serem entregues nos respectivos centros de
recolha, estes passam por diversas fazes que constituem a reciclagem dos
materiais e que permitem a sua reutilização.
O processo de desmantelamento dos resíduos eléctricos e electrónicos
faz-se através da utilização de tecnologias avançadas, pelo facto desses
equipamentos serem constituídos por uma vasta gama de matérias que
precisam ser separados e substâncias tóxicas que precisam ser tratadas.
Os equipamentos eléctricos e electrónicos que nos propomos a analisar,
máquinas de lavar e fogões, são essencialmente constituídos por metais e ligas
metálicas, plásticos e os mais diversos componentes de materiais eléctricos.
9 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
Depois de saírem dos centros de recolha, os equipamentos são enviados para
empresas de desmantelamento, fazendo-se logo ali uma separação dos
materiais.
Os metais são enviados para empresas de triagem, aí são separados
nas diferentes ligas metálicas, de seguida, já devidamente separados, são
reencaminhados para empresas de trituração, posteriormente vão para
empresas onde são tratados quimicamente sendo reabilitados para novos
usos.
As ligas metálicas podem ser enviadas para empresas de tratamento
químico onde são reabilitadas. No caso de se pretender separar os diferentes
elementos que constituem as ligas metálicas, essas são enviadas para
diferentes empresas de separação, como por exemplo, separação por
densidade, onde por efeito da gravidade e da densidade as diferentes
substâncias depositam-se por camadas; separações por electrólise, onde os
metais são separados graças à passagem de corrente eléctrica, funcionam
neste caso as reacções de oxidação - redução, sendo que a redução ou
oxidação de cada elemento é caracterizada por um potencial eléctrico;
decantação; refinagem. Há contudo alguns metais, metais pesados, que do
ponto de vista ambiental merecem preocupações extra, entre eles podemos
destacar o mercúrio, chumbo e o cádmio.
Os plásticos, ou polímeros, que são enviados para a reciclagem, vão
passar por um processo de triagem, depois de divididos os diferentes tipos de
plásticos. São reduzidos aos seus monómeros por processos químicos,
estando assim disponíveis para voltar a ser sintetizados em moléculas de
maiores dimensões.
Os materiais mais valiosos como por exemplo o cobre e até mesmo o
ouro, usados nos componentes eléctricos são especialmente tratados devido
ao seu valor monetária e as suas propriedades eléctricas.
A reciclagem consiste na separação dos diferentes materiais que
compõem um dado objecto e reintroduzi-los novamente em processos de
10 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
fabrico como matéria-prima, não sendo necessário inseri-los no mesmo tipo de
indústria.
Aparelhos já em fim de vida como máquinas de lavar ou fogões
eléctricos estragados são alvos de processos de reciclagem bem mais
complexos e dispendiosos.
Estes são introduzidos em linhas de “desmontagem”, nas quais são
efectuados passos muito importantes como desmontagens manuais de certos
componentes, desmantelamento regido por maquinismos, separação por
diferentes critérios de vários materiais com características físicas e químicas
diferentes, etc.
A reciclagem deste tipo de REEE é essencial para o ambiente, visto que
o dispêndio energético em construir um EEE do zero é excessivamente maior
relativamente a processos através dos quais se reaproveitam peças ou mesmo
estruturas inteiras.
O abandono destes resíduos em aterros a céu aberto polui imenso os
solos onde se vão lentamente depositando, assim como os cursos de água
subterrâneos.
A figura 5 representa as etapas no processo de reciclagem das
máquinas de lavar.
Fig. 5- Processo de reciclagem de máquinas de lavar. In: http://www.aeha.or.jp/assessment/en/english_flame_rp.html
11 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
Fig. 7- Linha de desmontagem de uma máquina de lavar. In: http://www.aeha.or.jp/assessment/en/english_flame_rp.html
A etapa inicial consiste na desmontagem manual, no qual
o motor, o tambor e outros componentes mecânicos
fundamentais ao funcionamento da máquina, são retirados.
É também retirada toda a água salgada e outros
componentes químicos que possam estar dentro do tambor ou
das tubagens da máquina, de modo a evitar o enferrujamento dos diferentes
componentes metálicos do “monstro”.
Todos os componentes retirados manualmente da máquina, podem ser
reaproveitados para serem montados em equipamentos novos, no caso dos
tambores ou da estrutura metálica principal, ou para serem reintroduzidos
directamente no mercado, como é o caso do motor.
Após estes passos, todos os
componentes metálicos e estruturas
secundárias que não interessarem, vão passar
por uma segunda linha de desmontagem,
completamente automática, onde o
desmantelamento total vai ter início.
Uma máquina destruidora trata de desfazer em pequenos pedaços o que
resta do REEE, facilitando a separação dos diferentes materiais.
Aplica-se uma separação magnética a todo o sistema, de modo a que os
materiais ferrosos sejam atraídos e consequentemente separados dos
restantes materiais.
Há também um processo através do qual, plástico é recuperado,
designando-se por separação dos metais não-ferrosos. Através de uma bobina
de grandes dimensões, um campo magnético é gerado, e estes metais são
repelidos enquanto também sofrem um efeito de repulsão centrífuga devido à
acção do tapete rolante.
Fig. 6- Motor e tambor de uma máquina de lavar.
12 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
Finalmente, um método de separação de materiais por acção gravítica,
trata de amontoar resíduos com maior densidade, separados de resíduos com
uma menor densidade, através do uso de uma plataforma que vibra e incentiva
à separação dos plásticos que ainda restam.
O corpo do fogão geralmente é constituído por
uma liga de aço, o tampo é feito de inox, as grelhas são
feitas de aço esmaltado assim como os espalhadores e
finalmente os queimadores são de alumínio.
De notar que quer máquinas de lavar, quer
fogões eléctricos estão na mesma categoria de REEE
(grandes electrodomésticos), logo, os processos de
desmantelamento a aplicar a estes dois REEE são os
mesmos.
Após todo o processo de reciclagem da máquina de lavar, as fracções
restantes dos materiais são:
1. Sucata Ferrosa – 31%
2. Contrapeso Betão – 29 %
3. Inox – 12%
4. Motores – 9%
5. Vidro e Plástico – 5%
6. A restante percentagem está dividida entre madeira, cabos eléctricos,
borracha, alumínio fundido e outros materiais.
Fig. 7- Estrutura de um fogão
http://www.twenga.com.br/dir-
Eletrodomesticos,Fogoes-e-
acessorios,Fogao-de-embutir-
018457
13 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
31%
29%
12%
9%
5%
14%
Sucata Ferrosa
Contrapeso Betão
Inox
Motores
Vidro e Plástico
Madeira, Caboseléctricos, borracha,etc.
Gráfico 1- Materiais restantes de uma máquina de lavar
No final, e após a total separação de todo o tipo de metais e plásticos e
já com as estruturas prontas a utilizar removidas, é possível fundir certos
materiais de modo a recomeçar o ciclo da produção industrial, poupando
matérias-primas.
14 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
Conclusão
Foi possível tirar várias ilações acerca do processo de desmantelamento e
gestão dos REEE:
O papel das entidades gestoras em Portugal, Amb3e e ERP Portugal, mas
também noutros países, é de fulcral importância para a nossa sociedade,
visto que sem estas entidades, não seríamos capazes de entregar com total
fiabilidade os nossos REEE nos ecocentros;
Portugal tem feito um razoável investimento em centros deste tipo, de modo
a aumentar a rede de ecocentros disponíveis à reciclagem dos REEE;
Referente ao processo de desmantelamento das máquinas de lavar e
fogões, concluímos que é relativamente simples separar todos os
componentes destes equipamentos de grande porte, sendo apenas
necessário possuir uma linha de desmontagem, avançada o suficiente de
modo a cumprir todas as tarefas exigidas, tais como a separação
magnética, separação de plásticos mais densos dos mais leves, isolamento
de componentes ainda reutilizáveis, etc.
Os contributos que estamos a gerar para o ambiente, ao reciclar em
quantidades massivas estes REEE são de uma enorme importância, visto
que estamos a poupar quantidades abismais de energia ao reaproveitar
matéria reciclada, em vez de estarmos a abusar dos nossos recursos
naturais não-renováveis de modo a podermos obter matérias-primas.
Incita-se acima de tudo, uma proactividade do leitor, de modo a contribuir
também para este negócio, que em muito ajuda ao desenvolvimento das
sociedades. O desmantelamento e respectiva gestão dos REEE são
fundamentais para conservar o ambiente.
15 Desmantelamento de máquinas de lavar e fogões, resíduos e a sua gestão.
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