GESTÃO DA QUALIDADE APLICADA A OBRAS DE...

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL Helson Marconio Santos de Araújo GESTÃO DA QUALIDADE APLICADA A OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ. 2017

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Helson Marconio Santos de Araújo

GESTÃO DA QUALIDADE APLICADA A OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ.

2017

1

Helson Marconio Santos de Araújo

GESTÃO DA QUALIDADE APLICADA A OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada como requisito parcial

para obtenção do grau de Especialista em

Gerenciamento da Construção Civil pela

Universidade Regional do Cariri.

Orientador: Prof. Me. Jefferson Luiz Alves Marinho

JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ.

2017

2

Helson Marconio Santos de Araújo

GESTÃO DA QUALIDADE APLICADA A OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Pós-Graduação em

Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Regional do Cariri

Monografia defendida e aprovada, em (___ / ___ / 2017), pela banca examinadora:

_____________________________________________________________

Prof. Me. Jefferson Luiz Alves Marinho

Orientador

_____________________________________________________________

Profª. Jefferson Heráclito

Examinador Interno

_____________________________________________________________

Prof.

Examinador Interno

3

RESUMO

Na atualidade, a competitividade no mercado está cada vez mais acirrada, e a eficiência dos

serviços e produtos está relacionada à qualidade de serviços e produtos uma vez que as

empresas estão cada vez mais cientes que sua posição no mundo globalizado. Estes processos

são fundamentalmente importantes para conquista e a satisfação dos clientes, optando assim

por adotar sistemas de qualidade e certificações ISO, garantindo assim, máxima

produtividade, produtos e serviços de qualidade a baixos custos, proporcionando a redução no

preço de venda. O objetivo principal desse estudo se fundamenta em avaliar a importância da

gestão da qualidade aplicada em obras da Construção Civil. A metodologia utilizada é do tipo

foi de caráter bibliográfico através de pesquisas em livros, revistas, artigos e pesquisas

acadêmicas através da Internet, com o propósito de oferecer maiores subsídios à compreensão

do tema proposto. O presente trabalho se justifica pela sua importância que o tema apresenta

na atualidade no contexto organizacional, levando-se em consideração a relevância dos

sistemas de gestão da qualidade aplicados no setor da construção, bem como a sua

contribuição para a qualidade dos processos e serviços, ressaltando a importância da

certificação ISO na área de engenharia civil.

Palavras-chave: Gestão de Qualidade; Construção Civil; Certificação ISO.

4

ABSTRACT

At the present time, the competitiveness in the market is more and more intransigent, and the

efficiency of the services and products are related to the quality of services and products once

the companies are more and more aware that your position in the world globalized. These

processes are fundamentally important for conquest and the customers' satisfaction, opting

like this to adopt quality systems and certifications ISO, guaranteeing like this, maxim

productivity, products and quality services at low costs, providing the reduction in the sale

price. The main objective of that study is based in evaluating the importance of the

administration of the applied quality in works of the building site. The used methodology is of

the type it was of bibliographical character through researches in books, magazines, goods

and academic researches through Internet, with the purpose of offering larger subsidies to the

understanding of the proposed theme. The present work if it justifies for your importance that

the theme presents at the present time in the context organizational, being taken in

consideration the relevance of the systems of administration of the quality applied in the

section of the construction, as well as your contribution for the quality of the processes and

services, pointing out the importance of the certification ISO in the area of civil engineering.

Keywords: Administration of Quality; Building site; Certification ISO

5

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Eras da Qualidade................................................................................. 15

QUADRO 2 – Gaps existentes e suas características................................................... 24

QUADRO 3 – Dimensões e fatores da qualidade de serviços...................................... 25

QUADRO 4 – Dez princípios da gestão da qualidade total.......................................... 27

QUADRO 5 – Folha de verificação.............................................................................. 29

QUAFRO 6 – Comparação entre os enfoques ocidental e japonês............................. 31

QUADRO 7 – Principais diferenças de terminologia entre a ISSO 9001:2008 e a

ISSO 9001:2015.............................................................................................................

36

6

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Cadeia de Reação de Deming................................................................. 18

FIGURA 2 - A satisfação e as percepções do cliente sobre a qualidade do serviço.... 21

FIGURA 3 – Processo para melhoria da qualidade em serviços.................................. 22

FIGURA 4 – Evolução da Gestão de Qualidade.......................................................... 30

FIGURA 5 – Sistema de Gestão de Qualidade................................................... 36

FIGURA 6 – Evolução da Qualidade........................................................................... 40

7

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

BPQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat

CTQ Controle Total da Qualidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO International Organization for Standard

ONU Organizações das Nações Unidas

PDCA Plan Do Check Act

SciELO Scientific Eletronic Library Online

SiAC Sistema de Avaliação de Conformidade de Empresas de Serviços e Obras

SQG Sistema de Qualidade Global

TCQ Total Quality Control

8

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus .....

A meu pai Heldon Marconio pelo apoio...

9

Dedico este trabalho a meus pais.....

A meu orientador Prof. Me. Jefferson Luiz Alves Marinho..

E a todos as pessoas que me ajudaram na realização desse sonho.

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11

1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................................13

1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................................................13

1.2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................13

1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................................13

1.2 METODOLOGIA ............................................................................................................... 14

2 QUALIDADE ........................................................................................................................ 15

2.1 Evolução da Qualidade ....................................................................................................... 15

2.2 Mestres da Qualidade ......................................................................................................... 16

2.3 Definição de Qualidade ...................................................................................................... 19

3 QUALIDADE EM SERVIÇOS ............................................................................................ 20

3.1 A qualidade em serviços na Construção Civil....................................................................20

4 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL .................................................................................. 26

4.1 Busca de eficiência organizacional na contemporaneidade...............................................26

4.2 Gestão e garantia da qualidade...........................................................................................30

5 SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE: NORMA ISSO 9001:2015 ......................... 33

5.1 Funções das Normas de Controle Internacionais de Qualidade.........................................33

6 GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................. 38

6.1 A qualidade como fator de satisfação do cliente................................................................38

6.2 Gestão da Qualidade como diferencial competitivo...........................................................41

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 47

11

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a área de construção civil no Brasil mostrou um visível crescimento

na oferta de bens e serviços, juntamente com o aumento da competitividade, trazendo consigo

a falta de qualidade e produtividade neste setor. Uma pesquisa realizada pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2011) mostrou a real importância da construção

para a economia do país, chegando a crescer 50% no período de 2007 a 2011, sendo esta uma

contribuição decisiva em um período entremeado por uma crise financeira de proporções

mundiais. Todavia, pôde-se verificar que houve uma progressiva deterioração econômica e do

ambiente de negócios, fazendo com que os investimentos desacelerassem na área, resultando

numa queda da participação do setor no PIB brasileiro de 5,7% em 2010 para 5,4% em 2013

(BALDINI, 2015).

É possível perceber através dos últimos anos que cada vez mais mudanças estão

ocorrendo no mercado de trabalho e na construção civil não é diferente. As mais recentes

mudanças ocorrem devido às necessidades dos consumidores, que por sua vez, determinam a

sobrevivência das organizações. A fim de se obter sucesso organizacional, é necessário

atender às necessidades dos clientes da melhor forma possível, a fim de fidelizá-los, vista a

grande competitividade na área de construção civil. Isso acaba gerando indiretamente falta de

mão de obra qualificada, materiais e ferramentas que unidas podem significar perda de

qualidade durante os processos de construção e consequentemente no produto final

(MELICHAR, 2013).

O gerenciamento do canteiro de obras é a materialização de todo o planejamento de

um projeto, visto que cada etapa do projeto de uma construção o canteiro de obras deve ser

modificado a fim de atender as necessidades da produção; os materiais devem ser previamente

adquiridos e armazenados; a mão de obra deve ser treinada; e os resíduos descartados, tudo

para que o projeto, a ser construído, esteja sempre focado na melhoria contínua, no aumento

da produtividade, na adequação aos prazos e redução dos custos, sem que a qualidade seja

perdida (BRAGA, 2016).

A atual alternativa mais utilizada em empresas de construção civil é a certificação em

sistemas de gestão da qualidade, que é representada pela norma Internacional Organization

for Standarzation - ISO 9001, que foi recentemente atualizada de ISO 9001:2008 para ISO

9001:2015. A implantação de um sistema de qualidade propicia inúmeras vantagens para as

empresas, aumentando o nível de organização interna, o controle da administração e a

produtividade, além da possibilidade de ampliar mercados, propiciando também redução de

12

custos de produção, redução do número de erros e melhora consequentemente a credibilidade

junto aos clientes (BALDINI, 2015).

A norma ISO 9001 é aplicável a qualquer produto, serviço ou organização, sendo

compatível com outros sistemas de gestão focados em melhoria contínua, também voltada

para os resultados dos negócios.

Não obstante, após a introdução, objetivos geral e específicos, justificativa e

metodologia, este trabalho foi dividido em 6 (seis) capítulos.

O primeiro capítulo trata mais especificamente dos conceitos e definições pertinentes à

Gestão da Qualidade Total e sua evolução ao longo do tempo, como também sua importância

na atualidade, onde será apresentado um panorama geral do mercado da Construção Civil e a

importância desses requisitos para conquista e permanência no mercado atual

O segundo capítulo trata de questões relacionadas a qualidade dos serviços voltados

para o cliente, o qual pode ser agravado não apenas por este ser um consumidor em potencial,

mas também por ser parte integrante do sistema de produção, e a ale deve estar direcionado

todos os elementos que a qualidade pode oferecer.

Referindo-se à Gestão da Qualidade Total que tem sido objeto de pesquisas e,

portanto, um tema bastante discutido nas últimas décadas por especialistas no assunto, como

forma de promover a qualidade de produtos e serviços e, dessa maneira oferecer, através da

eficiência e da pontualidade a fidelização de clientes, ou seja, tornando-se um marco na oferta

de produtos, valores e serviços frente a acirrada concorrência é tema do terceiro capítulo.

O quarto trata das normas de Controle de Qualidade. A importância desse tema se

traduz na sua elaboração, uma vez que não se trata de um tema recente, uma vez que foi

elaborada na década de 1940 do século XX, na cidade de Genebra, Suíça, com o objetivo de

criar normas de controle e de oferta de serviços para tornar as empresas e organizações de

diversas atividades mais eficientes e mais produtivas. Portanto, esse capítulo se fundamenta

na criação de leis internacionais de países membros com o apoio das Organizações das

Nações Unidas – ONU.

O quinto é último capítulo propõe uma análise mais específica sobres as normas de

gestão e de qualidade na Construção Civil, com o objetivo de atender um grande número de

atividades que englobam uma série de serviços necessários a atender critérios importantes, os

quais vão desde da fundação da obra, instalações, revestimentos, vedações, os quais possam

oferecer segurança e confiabilidade aos futuros clientes.

13

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O presente estudo tem como objetivo avaliar a importância da gestão da qualidade

aplicada a obras da Construção Civil.

1.2.2 Objetivos específicos

Analisar os fatores que possibilitaram a evolução da qualidade dos serviços na

Construção Civil, visando a melhoria e a produção de edificações;

Avaliar os impactos na melhoria da qualidade do produto final, com o objetivo de

melhorar os processos técnicos e gerenciais da empresa;

Evidenciar a importância da gestão de empresarial nos dias atuais, estabelecendo

diretrizes no aperfeiçoamento do modelo de qualidade.

1.3 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho se justifica pela importância que a Gestão de Qualidade representa

para as organizações no contexto atual, uma vez que os processos de globalização têm

provocado um aumento na concorrência empresarial com o objetivo de ganhar maior espaço

no mercado bastante competitivo.

Os modelos de gestão de qualidade implantados nas organizações têm oferecido

subsídios necessários para melhorar a estrutura gerencial que lhes permitam investir na

qualidade dos recursos materiais e humanos sem comprometer a qualidade de produtos e

serviços.

Diante do exposto acima, o presente trabalho justifica-se pela sua importância no

contexto organizacional, levando em consideração a relevância dos sistemas de gestão da

qualidade aplicados no setor de construções, e tem como objetivo ressaltar a importância da

gestão da qualidade para a engenharia civil, mostrando de que forma a mesma contribui para a

qualidade dos processos e serviços, bem como ressaltando a importância da certificação ISO

na área de Engenharia Civil.

14

1.4 METODOLOGIA

Esta pesquisa é caracterizada como sendo qualitativa, descritiva e exploratória.

Pesquisa qualitativa pode ser descrita como sendo uma forma de tentar explicar em

profundidade o significado e as características dos resultados das informações obtidas, sem

que seja feita uma mensuração quantitativa dos dados (OLIVEIRA. 2010).

De acordo com Oliveira (1999, p. 117), [...] as abordagens qualitativas facilitam

descrever a complexidade de problemas e hipóteses, bem como analisar a interpretação entre

variáveis, compreender e classificar determinados processos sociais.

Sobre a pesquisa descritiva, infere que o pesquisador interessa-se em conhecer a

realidade estudada, sem que no primeiro momento, qualquer interferência seja feita,

denotando uma contribuição indireta, já esse tipo de pesquisa necessita não mais que os

outros, entretanto de forma consciente e abrangente, de que os dados sejam publicados para

conscientização da população pesquisada quanto à realidade em questão, tendo assim a

pesquisa descritiva, o objetivo de observar, descrever, classificar e interpretar fenômenos

(GAIO, 2008).

Segundo Severino (2007, p. 123), [...] a pesquisa exploratória busca realizar um

levantamento de informações sobre um determinado objeto, delimitando dessa forma, um

campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. Tal abordagem

objetiva dar uma explicação geral sobre determinado fato, por meio de levantamentos

bibliográficos, leitura e análise de documentos.

Quanto ao procedimento sistemático da revisão bibliográfica que foi delineada nesta

pesquisa, este se trata de uma modalidade de estudo e análise de documentos de domínio

científico tais como livros, enciclopédias, periódicos, ensaios críticos, dicionários e artigos

científicos, é possível afirmar que grande parte de estudos exploratórios fazem parte desse

tipo de pesquisa e apresentam como principal vantagem um estudo direto em fontes

científicas, sem que seja necessário recorrer diretamente aos fatos/fenômenos de realidade

empírica. (OLIVEIRA, 2010). Em consonância com a metodologia descrita acima, os

procedimentos utilizados para a realização desta pesquisa, se constituirá da análise de artigos

publicados nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online - SciELO, bem como em

livros, dissertações e teses. Por meio da revisão bibliográfica, procurou-se encontrar uma

ligação entre todos os assuntos pesquisados, criando um ponto comum onde fosse apresentada

a gestão da qualidade, sua evolução, a normatização da ISO 9001:2015, bem como a gestão

da qualidade aplicada à engenharia civil.

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2 QUALIDADE

Este capítulo aborda conceitos e definições pertinentes à qualidade à Qualidade Total e

sua evolução ao longo do tempo, como também sua importância na atualidade, onde será

apresentado um panorama geral do mercado da Construção Civil e a importância desses

requisitos para conquista e permanência no mercado atual.

2.1 Evolução da Qualidade

O processo de controle da qualidade de bens e serviços não é tão recente. Mesmo em

épocas em que a produção artesã era predominante, onde o produtor era ciente de todo o

processo produtivo, havia o cuidado em verificar os objetos das relações de trocas. Entretanto,

como a produção não era em larga escala, o processo de verificação era mais fácil. Após a

revolução industrial ocorrida no século XVIII, houve uma mecanização dos sistemas de

produção, gerando uma produção acelerada, possibilitando dessa forma preços mais baixos e

lucro elevados. Nesse momento o cliente deixou de ser o foco, assim como houve perca na

qualidade dos produtos (GOMES, 2016).

De acordo com Longo (1996), a preocupação com a qualidade, teve seu inicio com a

W.A Shewhart, estatístico norte-americano, que já na década de 20, possuía um vasto

questionamento relacionado com a qualidade e com a variabilidade que encontrava-se

presente na produção de bens e serviços.

Segundo Garvin (1988), professor da Harvard nos estados unidos, a evolução da

qualidade está dividida em 4 etapas, chamada Eras da Qualidade, como exposto no Quadro 1.

QUADRO 1: Eras da Qualidade

Identificação

das

Características

Inspeção

Controle

Estatístico de

Qualidade

Garantia de

Qualidade

Gestão

Estratégia de

Qualidade

Ênfase

Uniformidade

do produto

Uniformidade

do produto com

menos inspeção

Toda a cadeia de

produção, desde o

projeto até o

mercado, e a

contribuição de

todos os grupos de

funcionários

As necessidades

do mercado e do

consumidor

Orientação e

abordagem

“Inspeciona”

a qualidade

“Controla” a

qualidade

“Constrói” a

qualidade

“Gerencia” a

qualidade Fonte: Martins e Costa (1998)

16

Diante de tais fases, é possível observar as mudanças ocorridas desde a primeira à

última, onde na primeira, apenas inspeções eram feitas, visando manter a uniformidade do

produto, já na ultima, os padrões baseiam-se nas necessidades do consumidor, buscando

satisfazê-los, fazendo não apenas uma inspeção, mas um gerenciamento da qualidade.

Dado o surgimento da produção em massa no início do século XIX, a inspeção

evidencia-se formalmente como sendo uma atividade essencial para o controle da qualidade,

podendo então definir a primeira era da gestão da qualidade (LOPES, 2014). Este tipo de

controle foi um dos primeiros criados pelas organizações, tendo o objetivo de evitar que

produtos saiam das fábricas com defeito, passando assim a inspecionar 100% dos produtos,

porém com grandes custos (RIBEIRO, 2014).

Posteriormente, tem-se o controle estatístico da qualidade, que também objetiva

avaliar a qualidade dos produtos, mas de modo a prevenir defeitos, fazendo-se uma

verificação por amostragem (RIBEIRO, 2014), recorrendo a técnicas estatísticas de análise de

amostras, o que favorece uma inspeção mais efetiva, sendo capaz de identificar possíveis

desvios e apontar suas causas (MENDES, 2007).

Na era da garantia da qualidade assegurava-se que os produtos atendessem aos

requisitos técnicos e organizacionais exigidos por normas ou contratos estabelecidos por

clientes e fornecedores, buscando envolver todos os departamentos e grupos funcionais das

organizações (SILVA, 2009).

A gestão estratégica da qualidade englobava todas as técnicas e métodos essenciais

para se ter qualidade, indo além dos controles implementados, incorporando não só as

especificidades dos produtos, mas também as necessidades dos consumidores. Tal gestão

originou-se no Japão, sendo adaptada posteriormente por empresas norte-americanas e

européias. (MENDES, 2007).

Autores como Deming, Juran, Feigenbaun, Taguchi, Ishikawa, entre outros, são

considerados os grandes mestres da qualidade e descreveram em seus trabalhos os princípios

de implantação dos novos modelos.

2.2 Mestres da Qualidade

W. Edwards Deming é um dos mais importantes autores relacionados a área de

qualidade e consultor, internacionalmente reconhecido por seu trabalho na indústria japonesa,

onde apresenta sua teoria da qualidade nas organizações, enunciando catorze princípios

(LOPES, 2014). Tais princípios fornecem um conjunto de critérios que permitem medir o

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desempenho da gestão, podendo ser aplicados a qualquer organização, indústria ou

departamento (DEMING, 2000).

Seus catorze princípios de acordo com Saraiva (2012, p. 4-10) são:

1° - Criar constância de propósito: Criar constância relaciona-se com conseguir

melhorar o produto e o serviço, visando tornar-se mais competitivo, mantendo o

negócio e criando empregos.

2° - Adotar uma nova filosofia: Este princípio consiste em encontrar uma nova era

econômica, onde após a missão da instituição ser definida, tendo em base a filosofia

da melhoria continua da qualidade, o responsável máximo e toda administração

devem elaborar um plano baseado nessa filosofia coo ponto de partida.

3° - Acabar com a dependência em relação à inspeção: Refere-se a se ter

qualidade, fazendo com que a necessidade seja eliminada, incorporando a qualidade

em primeiro lugar.

4° - Minimizar o custo total: Consiste em acabar com a prática de fazer negócios,

tendo como base o preço, procurando ter um único fornecedor para qualquer

produto, estabelecendo uma relação de lealdade.

5° - Melhorar o sistema: Consiste em melhorar de forma constante e continua o

sistema de produção e serviço, melhorando assim a qualidade da produtividade e

reduzindo custos.

6° - Instituir a formação: Neste princípio, todos os elementos da instituição

deveriam reconhecer quais são suas funções e o papel que desempenharão, de modo

a sentirem-se parte da equipe.

7° - Adotar e instituir a liderança: Aqui adotar e instituir refere-se ao modo em

que a supervisão deve ajudar as pessoas, máquinas e os aparelhos a realizar um

trabalho.

8° - Acabar com o medo: Acabar com o medo para que cada pessoa tenha a

possibilidade de trabalhar com máxima eficácia para a empresa, tendo a organização

que criar um ambiente que encoraje o colaborador para tal prática.

9° - Eliminar as barreiras entre os departamentos: Este princípio, alega que,

todos os departamentos da instituição devem trabalhar em equipe, de modo a atingir

um objetivo em comum.

10° - Eliminar slogans, exortações e metas: Nas organizações, eliminar slogans,

exortações e metas dirigidos à mão de obra, a fim de solicitar novos níveis de

produtividade e defeito zero.

11° - Eliminar quotas de trabalho: Deve-se eliminar standards de trabalho na

linha de produção substituindo-os por liderança organizacional.

12° - Promover o orgulho pelo trabalho: Deve-se tentar remover barreiras que

privam o trabalhador do direito de ter orgulho no trabalho, bem como a

responsabilidade dos supervisores de converter números em qualidade.

13° - Auto melhoria: Refere-se a instituir um programa de educação e auto

melhoria, visto a necessidade de se adquirir continuamente capacitação, a fim de

lidar com novos materiais e métodos.

14° - A transformação é tarefa de todos: Este princípio afirma que todas as

pessoas, onde todas as pessoas da organização devem trabalhar para se ter uma

transformação que seja benéfica a toda a organização.

Deming procurou demonstrar que a melhoria da qualidade iria influenciar diretamente

na produtividade reduzindo falhas, aproveitando melhor o tempo e os materiais, conduzindo

assim a redução de custos, o que permitia a redução dos preços, fazendo com que a quota de

mercado aumentasse (PIRES, 2007), sendo tudo isso possível por meio da cadeia de reação

desenvolvida por ele é mostra na figura 2.

18

FIGURA 1: Cadeia de Reação de Deming

Fonte: Pires (2007)

Como exposto na Figura acima, todos os processos correlacionam-se, onde a melhoria

da qualidade influenciará nos demais, gerando um ciclo de melhorias em diferentes áreas.

Deming acreditava que os padrões de qualidade de uma organização devem

representar uma preocupação maior na capacidade produtiva, apostando assim na qualidade

iniciada, que seria uma qualidade preventiva, tendo início antes da produção, trazendo

múltiplos agregados anteriormente citados (PIRES, 2007).

Um autor que teve uma contribuição significativa para a gestão da qualidade foi Joseph

Juran, apresentando em 1951 um modelo de custos de qualidade. Este modelo divide os

custos em quatro categorias, sendo elas custos de falhas internas, custos de falhas externas,

custo de avaliação e custos de prevenção (LOPES, 2014).

Juran também definiu um processo de gestão que caracterizou-se como Trilogia de Juran,

onde os processos de gestão dividem-se em três fases, sendo elas, segundo Freitas (2009, p.

39):

Planejamento da qualidade: Nesta fase faz-se necessário identificar os clientes,

determinando suas necessidades, criando assim características de produto que satisfaçam

essas necessidades.

Melhoria da qualidade: Reconhecer as necessidades de melhoria, transformando as

oportunidades de melhoria em uma tarefa de todos os trabalhadores. Nesta fase também

é criado um conselho de qualidade que selecione projetos de melhoria de qualidade,

promovendo assim a formação de qualidade em todo o processo produtivo da empresa.

Controle da qualidade: Nesta fase avalia-se o nível de desempenho atual, comparando-os

com os objetivos fixados, e a partir disso tomar medidas para reduzir a diferença entre o

desempenho atual e o previsto.

Melhoria da

Qualidade

Aumento da

produtividade

Redução de

custos

Continuação do

negócio Aumento dos

mercados

Redução dos

preços

Mais empregos e melhor

recuperação do

investimento

19

Outro autor de extrema relevância relacionado a gestão da qualidade é Kaoru

Ishikawa, que enfatiza o conceito de controle total, onde objetiva a satisfação das

necessidades dos consumidores e assenta nos círculos de qualidade, ou seja, esta teoria da

importância ao trabalho em grupo, pondo a qualidade em primeiro lugar a partir dos requisitos

fundamentais dos clientes (LOPES, 2014).

2.3 Definição de qualidade

De acordo com Silva (2009), a palavra qualidade origina-se da expressão latina

qualitate, sendo sinônimo de procura contínua de melhoria em todas as vertentes, seguindo

desde a política e estratégia da organização ate os relevantes indicadores financeiros,

passando pelos níveis de satisfação de todos os stakeholders.

Entretanto, a palavra qualidade possui diversos significados, podendo especificar

alguns desses significados quando se refere à qualidade de desempenho. A qualidade mostra

características indicadoras da satisfação do cliente diante de produtos ou serviços. Diante dos

pressupostos de Deming (1990), a definição de qualidade depende em termos de quem avalia.

Para um Administrador de fábrica, significa produzir a quantidade planejada a fim de atender

especificações.

Juran (1991), diz que a qualidade consiste nas características do produto que vão ao

encontro das necessidades dos clientes, proporcionando a satisfação em relação do produto,

sendo também a ausência de falhas.

Inicialmente a qualidade estava conectada ao conceito de entender especificações pré-

determinadas de maneira conforme. No decorrer dos anos, tal conceito evoluiu e o conceito de

qualidade deixou de estar ligada somente a conformidade, alcançando de tal forma uma visão

de satisfação, podendo-se acrescentar que a excelência em qualidade é responsável por

distinguir uma empresa de suas concorrentes, considerando a qualidade como condição básica

para competição (ALVES, 2004).

Tendo em vista um dos gurus da qualidade, Kaoru Ishikawa, desenvolveu na década

de 80 um conjunto de ferramentas de qualidade, que são métodos capazes de apoiar a

resolução de problemas da qualidade (GOMES, 2004), sendo estas ferramentas: Diagrama de

Pareto; Diagrama de Causa-Efeito (também conhecida como espinha de peixe ou diagrama de

Ishikawa); Histogramas; Folhas de verificação; Cartas Controle; Diagrama de Dispersão e os

Fluxogramas.

20

3 QUALIDADE EM SERVIÇOS

Este capítulo trata de questões relacionadas a qualidade dos serviços voltados para o

cliente, o qual pode ser agravado não apenas por este ser um consumidor em potencial, mas

também por ser parte integrante do sistema de produção, e a ale deve estar direcionado todos

os elementos que a qualidade pode oferecer.

3.1 A qualidade dos serviços na Construção Civil

O setor de serviços possui suas particularidades, diante disso Lovelock, Wirtz e

Hemzo (2011) exibem algumas diferenças existentes entre produto e serviço. Um exemplo

prático é que os serviços não incapazes de serem estocados. Isso significa que significa que

será necessário recusar clientes ou fazê-los esperar. Pode-se afirmar que é difícil de visualizar

e compreender um serviço, criando assim um ambiente de cheio de dúvidas e riscos ao

cliente, tendo o fator tempo uma grande importância para os clientes, já que eles o vêem como

um recurso escasso, tornando a gestão da qualidade complexa (NAKAZONO e PAULA

JUNIOR, 2015).

Os serviços são atividades que encontra-se intrinsecamente relacionadas, direta ou

indiretamente com as necessidades humanas, satisfazendo-as, sem que objetos materiais

sejam criados (MACHADO, QUEIROZ e MARTINS, 2006), tendo como elemento básico a

seleção das especificações.

Faz-se necessário esclarecer que, sendo a necessidade do cliente tangível ou

intangível, é crucial considerar que todas as declarações não técnicas que se relacionam com a

necessidade ou expectativa do consumidor em relação ao serviço prestado, devem ser

traduzidas em padrões de projetos (MARTINS et al., 2012), complementando Almeida (2013)

que a qualidade no serviço, explica-se através das experiências vivenciadas pelos clientes,

satisfazendo suas necessidades, solucionando problemas, oferecendo-os benefícios através da

prestação de serviços.

A avaliação subjetiva da qualidade de um serviço é agravada pelo fato do cliente não

ser apenas um consumidor, mas também parte integrante do processo produtivo (CORTE,

2009), logo um serviço prestado a clientes distintos pode resultar em uma heterogeneidade de

opiniões, visto que cada cliente tem suas próprias expectativas, preferências e necessidades

(LOPES, 2014). Entretanto as expectativas dos clientes tendem a mudar frequentemente,

21

sendo as organizações, responsáveis por acompanhar tais alterações e ir ao encontro a

necessidades dos clientes, e provavelmente superá-los (CRATO, 2010).

Uma pesquisa realizada por Zeithaml, Parasuraman e Berry (2014), buscou entender

de que forma os clientes percebem a qualidade de um produto, levando em consideração suas

prioridades e como as expectativas em relação aos serviços são criadas. Pôde-se constatar

através desta pesquisa que é mais simples definir o que vem a ser qualidade, quando este

relaciona-se com bens físicos e não com serviços, visto que, os clientes não levam em

consideração somente o resultado do serviço, mas todo o processo até que se chegue ao

resultado, sendo este resultado satisfatório, quando as expectativas dos clientes são alcançadas

ou excedidas.

A satisfação dos clientes é inúmeras vezes confundidas com a qualidade de um

serviço. Todavia, pesquisadores consideram os dois conceitos distintos.

FIGURA 2: A satisfação e as percepções do cliente sobre a qualidade do serviço

Fonte: BITNER; GREMLER; ZEITHAML (2014).

Conforme é mostrado na Figura 2, confiabilidade, agilidade, garantia, empatia e os

bens tangíveis, refletem a qualidade do serviço prestado, enquanto que a satisfação do

consumidor depende de suas percepções a respeito da qualidade do serviço prestado,

qualidade do produto e preço, podendo também ser levado em consideração os fatores

situacionais e pessoais.

Confiabilidade

Agilidade

Garantia

Empatia

Tangíveis

Qualidade

em serviços

Qualidade

do produto

Preço

Fatores

situcionais

Fatores

pessoais

Satisfação

do cliente

Percepção do desempenho dos

funcionários de serviço

22

Tendo em vista as características intrínsecas dos serviços, é necessário considerar três

elementos que relacionam-se diretamente com a satisfação do cliente seja alcançada, sendo

elas segundo Albrecht (1998 apud FREITAS, 2005, 9. 19):

1 – Foco no serviço: caracteriza-se nas ações que necessitam de planejamento para

que sejam implementadas, retratando os reais desejos dos clientes;

2 – Funcionários: são as pessoas responsáveis pela empresa que, devem estar

preparados para realizar os procedimentos levando em consideração o foco do

serviço, sendo preciso assim ter consciência dos objetivos organizacionais;

3 – Suporte técnico: aqui os aspectos estão englobados sistemas, técnicas e

procedimentos que auxiliarão na prestação de serviços.

Todavia, o gerenciamento de serviços proporcionará melhorias contínuas nos padrões

de qualidade, caso exista um processo bem estruturado para a solução de problemas, sendo

necessário que este processo seja entendido por todas as pessoas envolvidas (FREITAS,

2005). Tal processo pode ser exemplificado na figura 3.

FIGURA 3: Processo para melhoria da qualidade em serviços.

Fonte: Freitas (2001)

A primeira etapa é a identificação, onde serão definidos os problemas e/ou

oportunidades de melhorias, tendo como objetivo aumentar a satisfação dos clientes. Aqui

devem ser priorizadas as causas que causam maior impacto ao cliente, não as que são mais

rápidas e fáceis de serem resolvidas. A fase seguinte é a análise, que baseada em dados,

buscará resolver os problemas, determinando suas causas e avaliando seus efeitos sobre as

melhorias almejadas. Posteriormente tem-se a fase de planejamento, onde as ações potenciais

são relacionadas a fim de solucionar as causas dos problemas, bem como uma lista de ações

6. Padronização 1. Identificação

2.Análise

3. Planejamento 4. Execução

5. Avaliação

23

para aumentar a satisfação dos clientes, tendo estas ações que ser avaliadas quanto ao risco,

custo e aos recursos para que a melhoria da qualidade seja alcançada (FREITAS, 2005).

Subsequentemente tem-se a fase de execução, onde as ações planejadas devem ser

implementadas, sendo possível verificar se estas estão ou não sendo eficazes na solução dos

problemas. Seguidamente é a fase de padronização, onde as ações devem ser implementadas,

no caso de estarem sendo realmente eficazes, de forma que os problemas ocorridos não

venham mais a acontecer, senão, o problema ainda persiste e deverá ser solucionado

(FREITAS, 2005).

No intuito de avaliar a qualidade de um serviço, Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1988), criaram uma ferramenta chamada SERVQUAL que baseia-se nas dimensões de

qualidade, considerando os aspectos que afetam diretamente a satisfação dos clientes

(ALMEIDA, 2013), logo, para que a qualidade seja melhorada, é necessário entender o que

precisa ser melhorado, fazendo-se a utilização de métricas que direcionem as ações de

melhorias aos pontos exatos a serem corrigidos (LOVELOCK, WIRTZ e HEMZO, 2011).

Esta escala é composta por duas sessões, sendo a primeira composta por 22

afirmações, onde o cliente informa suas expectativas, expressando o que eles esperam que

seja essencial e determinado serviço, distribuindo 100 pontos entre as dimensões ressaltando a

importância de cada um para eles. A segunda sessão é composta também por 22 afirmações,

onde irão ser mensurados como o cliente percebeu o serviço prestado (ZEITHAML,

PARASURAMAN e BERRY, 2014).

Existe uma divergência entre as expectativas e as percepções na qualidade do serviço

prestado (ARANTES e NEVES, 2014), dessa forma os autores Slack, Chambers e Johnston

(2009) fazem uma comparação entre ambas, afirmando que a qualidade percebida é

gerenciada pelo seu tamanho e direção da lacuna existente entre as expectativas e percepções.

Devido esta lacuna, Zeithaml, Parasuraman e Berry (1988) desenvolveram o modelo dos 5

gaps, que busca avaliar a discrepância entre as expectativas geradas pelos clientes e a

percepção do desempenho do serviço, como pode ser observado no Quadro 2.

24

QUADRO 2: Gaps existentes e suas características

Gaps (Lacunas) Características

Gap 1 Diferença entre as verdadeiras expectativas e a percepção dessas

expectativas pelos gerentes.

Gap 2 Diferença entre a percepção gerencial acerca das expectativas dos

clientes e a tradução dessa percepção em normas e especificações

(padrões) em especificações de serviços.

Gap 3 Diferença entre as normas e especificações (padrões) descritas e o

serviço efetivamente fornecido ao cliente.

Gap 4 Diferença entre o serviço prestado e a comunicação externa realizada

pela empresa.

Gap 5 Diferença entre o serviço prestado e o serviço percebido, sendo a

resultante final em função dos outros quatro gaps. Fonte: Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010).

Ao analisar o modelo dos 5 gaps, pode-se perceber as discrepâncias existentes,

podendo ser mensuradas e analisadas separadamente. Todavia, o gap 5 vem a se destacar e

relação aos demais, pelo fato de sintetizar a ocorrência de um ou mais gaps, logo, foi por

meio da mensuração do gap 5 que a escala SERVQUAL foi elaborada (ARANTES e NEVES,

2014).

Alicerçado no modelo de gaps, a SERVQUAL utiliza o gap 5 a fim de avaliar a

qualidade percebida pelos clientes através de 22 itens alocados em 5 dimensões,

representando o eixo inicial para análise da qualidade do serviço e não uma resposta final para

todas as questões devido sua complexidade (ARANTES e NEVES, 2014).

25

QUADRO 3: Dimensões e fatores da qualidade dos serviços

Dimensões Fatores

Tangíveis

1 Equipamento Moderno;

2 Instalações visualmente agradáveis

3 Funcionários com apresentação agradável e profissional;

4 Materiais associados aos serviços visualmente agradáveis.

Confiabilidade

5 Serviços oferecidos conforme o prometido;

6 Confiabilidade na resolução de problemas e reclamações;

7 Serviços realizados de forma correta pela primeira vez;

8 Serviços oferecidos nos prazos prometidos

9 Registros mantidos sem erros.

Responsividade

(prontidão nas

providências

respostas)

10 Clientes mantidos informados sobre quando os serviços serão

realizados;

11 Prontidão na realização dos serviços;

12 Disposição para ajudar os clientes;

13 Prontidão para responder às solicitações dos clientes.

Segurança

14 Funcionários que transmitem confiança aos clientes;

15 Segurança transmitida ao cliente durante a compra;

16 Funcionários frequentemente cordiais;

17 Funcionários com conhecimento para responder as perguntas dos

clientes.

Empatia

18 Clientes recebidos com atenção;

19 Funcionários que tratam os clientes de forma atenciosa;

20 Interesse genuíno demonstrado em servir o cliente;

21 Funcionários que compreendem as necessidades de seus clientes;

22 Horário de funcionamento conveniente aos clientes. Fonte: Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988)

De acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010), as dimensões mostradas acima

expressam confiabilidade, que é a capacidade de realizar o serviço de forma confiável;

responsabilidade, que relaciona-se com a capacidade de prover o serviço conforme padrões,

oferecendo atendimento rápido ao cliente; segurança, que é a capacidade de transmitir

segurança, confiança, cortesia e conhecimentos aos cliente; empatia, que caracteriza-se pela

atenção individualizada dada ao cliente, dando-o a sensação de que ele é importante e por fim

a tangibilidade, que é a capacidade de organização em dispor uma estrutura apropriada de

materiais, instalações e pessoal envolvido.

26

4 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL

A Gestão da Qualidade Total tem sido objeto de pesquisas e, portanto, um tema

bastante discutido nas últimas décadas por especialistas no assunto, como forma de promover

a qualidade de produtos e serviços e, dessa maneira oferecer, através da eficiência e da

pontualidade a fidelização de clientes, ou seja, tornando-se um marco na oferta de produtos,

valores e serviços frente a acirrada concorrência.

4.1. Busca de eficiência organizacional na contemporaneidade

O atual contexto organizacional, busca a máxima eficiência na prestação de serviços e

na oferta de produtos, devido à grande competitividade no coetâneo cenário econômico e a

constante mudança no contexto social. Assim, a qualidade ofertada tornou-se um diferencial

para as empresas, passando a agregar valor a serviços e produtos (ALCÂNTARA, 2015).

Tendo em vista essa preocupação em agregar valor, pode-se dizer que a preocupação

com a qualidade não é tão recente. Carpinetti, Miguel, Gerolamo (2007), certificam que a

evolução do conceito da qualidade no século XX divide-se em quatro estágios, sendo eles: 1 –

a inspeção do produto; 2 – o controle do produto; 3 – o controle de processo e os sistemas de

garantia da qualidade, 4 – a gestão da qualidade total.

Todavia, a partir da abertura do cenário econômico e com a crescente globalização

após o ano de 1980, a qualidade passou a ser vista não somente como o diferencial nas

organizações, caso não houvesse capital humano para direcioná-la, logo, surgiu a Gestão da

qualidade total, ou seja, uma nova forma de gerenciamento onde a qualidade ligada a uma boa

gestão contribuiria para a satisfação plena dos clientes (ALCÂNTARA, 2015).

Logo, pode-se dizer que a Gestão da Qualidade total, aplica-se em diversas atividades,

diante disso Chiavenato (2004, p.4) diz que:

Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as organizações

estão mudando os seus conceitos e alterando suas práticas gerenciais. Em vez de

investirem diretamente nos produtos e serviços, elas estão investindo em pessoas

que entendem deles e sabem criá-los, desenvolvê-los, produzi-los e melhorá-los. Em

vez de investirem diretamente nos clientes, elas estão investindo em pessoas que os

atendem e os servem e que sabem como satisfazê-los e encantá-los. As pessoas

passam a constituir o elemento básico do sucesso empresarial.

Para que toda a gestão organização seja abrangida, propondo um modelo de gestão

baseado em um novo conceito, a qualidade passou a ser vista como um sistema de

27

gerenciamento (PALADINI, 2007). Diante disso Coltro (1996) define gestão da qualidade

total como sendo a gestão em que todos os recursos organizacionais, bem como a relação

existente entre as pessoas da empresa, visto que esta gestão caracteriza-se por um

agrupamento de ideias e técnicas voltadas para o aumento da competitividade, principalmente

quando relacionado a melhoria dos processos.

A gestão da qualidade total é composta por oito pontos, sendo eles segundo Mello (et

al., 2009, p. 36) são:

1 – Foco no cliente;

2 – Liderança;

3 – Envolvimento de pessoas;

4 – Abordagem de processo, onde é deixado claro que os resultados são melhor

alcançados quando os recursos são gerenciados como processo;

5 – Abordagem sistêmica para gestão. Aqui são compreendidos, identificados e

gerenciados os processos que interrelacionam-se como um sistema, contribuindo

para a eficácia no atendimento dos objetivos;

6 – Melhoria Continua;

8 – Abordagem factual, onde as decisões eficazes são baseadas em fatos de dados;

9 – Por fim, benefícios mútuos nas relações com os fornecedores, visto que a

organização e seus fornecedores são independentes, logo, caso haja benefícios

mútuos, a capacidade de agregar valor será aumentada para ambas às partes.

Sendo então a gestão da qualidade total o ideal inicial para o sucesso organizacional,

resultante dos produtos ou serviços oferecidos aos seus clientes, pode-se dizer que as

principais colunas da gestão da qualidade total são o foco no cliente, melhoria nos processos

produtivos e envolvimento das pessoas (ALCÂNTARA, 2015). Tendo isso em vista, a gestão

da qualidade baseia-se em dez princípios como pode ser observado no Quadro 4.

QUADRO 4: Dez princípios da gestão da qualidade total

Total Satisfação

dos Clientes

• Atendimento aos clientes;

• Conhecimento dos clientes;

• Avaliação sistemática dos clientes;

• Parceria com os clientes;

• Superação de expectativa;

• Comparação de desempenho com outras organizações.

Gerência

Participativa

• Incentivo à manifestação de ideias e opiniões;

• Compartilhamento de informações;

• Participação nas decisões;

• Estímulo à formação de Times da Qualidade;

• Atitudes do chefe: liderança para orientar e facilitar.

Desenvolvimento

• Valorização do ser humano;

• Capacitação para o trabalho;

28

dos Recursos

Humanos

• Educação;

• Motivação no trabalho;

• Satisfação com o trabalho.

Constância de

Propósitos

• Persistência;

• Continuidade;

• Coerência nas atitudes e práticas;

• Planejamento estratégico;

• Alinhamento e convergência das ações.

Busca da Melhoria

Contínua

• Predisposição para melhorias;

• Inovações;

• Fixação de novas metas (desafios);

• Uso de novas tecnologias.

Gerência de

Processos

• Cadeia cliente - fornecedor;

• Mensuração através de indicadores;

• Integração de processos;

• Ciclo PDCA (Planejamento, Desenvolvimento, Controle e Agir

corretivamente).

Delegação

• Descentralização;

• Autonomia para tomada de decisão;

• Decisão onde está a ação;

• Respaldo para ações delegadas.

Comunicação e

Disseminação de

Informações

• Conhecimento do negócio, missão, propósito, estratégia e planos;

• Troca de informações com o meio exterior;

• Sistema interno de difusão de informações;

• Credibilidade das informações;

• Fluxo de informações rápido e constante;

• Transparência da organização.

Garantia da

Qualidade

• Ações sistemáticas e planejadas;

• Estabilidade dos processos e rotinas;

• Confiabilidade - certificação;

• Formalização do processo;

• Garantia da qualidade nos serviços.

Não Aceitação de

Erros

• Não se conformar com o erro;

• Definição do erro;

• Atitude preventiva;

• Custo de qualidade. Fonte: Mendonça (2006 apud ALCÂNTARA, 2015).

O Diagrama de causa e efeito, também conhecido como Diagrama de Ishikawa, é

utilizado a fim de verificar as causas dos problemas ocorridos nos processos. Após a

verificação do meio ambiente, materiais, mão de obra, método, máquina e medida, tidas como

possíveis causas, são extraídas as soluções (COELHO et al., 2016).

O 5W2H são formulários utilizados para fazer a coleta de dados a fim de elaborar um

plano de ação para as atividades através do preenchimento de uma tabela, mapeando

mapiando as atividades a fim de torná-las mais objetivas (PERIARD, 2009), definindo o que,

29

por quê, quem, onde, quando, como e quanto custará cada atividade como pode ser observado

no Quadro 5.

QUADRO 5: Folha de verificação

5W 2H

O Que? Por que? Quem? Onde? Quando? Como? Quanto?

Descrição

da

atividade

Os

motivos

da

descrição

da

atividade

Definição

de quem

será o

responsável

pela

atividade

Onde a

atividade

será

executada

Cronograma

sobre quando

ocorrerão os

procedimentos

que envolvem

a atividade

Explicação

de como

serão

executados

os

procediment

os da

atividade

Descrição

dos custos

que

envolvem

a atividade

Fonte: Nakagawa (2014).

Neste Quadro será esclarecido o que será feito, quem fará, os motivos pelo qual essa

atividade será realizada, e qual período de tempo, em que lugar da empresa, de que forma será

feita e quanto irá custar, esclarecendo dessa forma todos os passos a serem tomados, visando

qualidade máxima em todos os processos.

De acordo com Campos (2004) a Análise de Pareto divide um grande problema em

problemas menores, fazendo com que sejam resolvidos mais facilmente, permitindo que

certos projetos sejam priorizados, estabelecendo metas concretas e atingíveis. A parte de

análise parte da premissa que existe um número reduzido de causas, sendo que 20% das

causas provocam 80% dos problemas que afetam os processos que serão corrigidos

posteriormente. De tal forma, esta ferramenta é utilizada para identificar os problemas vitais e

esclarecer de que formas estes problemas serão resolvidos, de modo que a partir disso, os

problemas menores sejam também resolvidos (COLENGHI, 2003).

Por fim, pode-se falar do ciclo PDCA, que é uma ferramenta que consiste na melhoria

dos processos. Este ciclo é dividido em quatro partes. Plan que é a parte de planejamento, Do

onde as metas traçadas na fase anterior devem ser colocadas em prática, Check é quando os

gestores analisarão os resultados obtidos, a fim de analisar se as ações tomadas foram

eficientes e por fim o Act, onde a partir da posse de análises realizadas na etapa anterior,

agindo a fim de por em prática as metas a serem alcançadas (NASCIMENTO, 2011).

30

4.2 Gestão e garantia da qualidade

A forma de abordagem à gestão de qualidade passou por evolução ao longo do tempo,

procurando adaptar-se à realidade de cada momento, podendo identificar diversos períodos de

sua evolução. Autores como Juran e Gryna (1988), Juran (1990), Juran e Gryna (1991),

Toledo (1987), Picchi (1993), apresentaram inúmeras etapas de sua evolução conforme

apresentado na Figura 4.

FIGURA 4 – Evolução da Gestão de Qualidade

Fonte: Picchi (1993)

O sistema de produção artesanal é considerado como o primeiro estágio da gestão da

qualidade, onde o artesão era responsável por todas as fases do processo de produção, desde à

concepção, produção e comercialização, havendo, portanto, uma relação mais dinâmica da

produção, controle de qualidade e cliente final.

O segundo estágio a qualidade passa a ser de responsabilidade do supervisor. Nessa

fase, o trabalhador perde a autonomia e dedica-se somente ao processo de produção sob o

31

comando de um chefe, que além de controlar os operários, tem sob sua responsabilidade a

produção e assume o controle de qualidade e de comercialização.

O terceiro estágio traz consigo a figura do “supervisor de qualidade”, devido as

mudanças ocorridas na divisão do trabalho. Nesse estágio ocorre também a separação entre o

planejamento e a execução, onde se passa a creditar que a qualidade é de responsabilidade do

departamento de controle e de qualidade. Nesse estágio, os produtos com defeitos não chegam

ao cliente, no entanto, não deixavam de ser produzidos.

O controle estatístico com métodos voltados para as técnicas de amostragem aparece

no quarto estágio, possibilitando, portanto, uma inspeção mais eficiente, e matem o enfoque

corretivo que não vai influenciar em grande número de peças com defeitos. Por último, o

quinto estágio, a qualidade passa a ser direcionada exclusivamente de acordo com as

especificações, no âmbito das indústrias, procura abranger do produto á utilização do produto

final. Por outro lado, o enfoque quase que exclusivamente corretivo, onde ocorre a separação

de produtos defeituosos, passa a ter maior controle preventivo, denominado de Controle Total

da Qualidade - CTQ (Total Quality Control – TQC). A partir desse estágio, o TQC toma dois

rumos distintos: o enfoque ocidental e o enfoque japonês.

A Tabela 6 apresenta um esquema desses dois enfoques

Comentando a respeito desse enfoque, Picchi (1993, p. 30) afirma:

Enquanto o enfoque ocidental está voltado principalmente aos sistemas, especialistas

da qualidade, demonstração da qualidade e aspectos técnicos dos sistemas da

qualidade, o enfoque japonês dá maior atenção aos aspectos gerenciais e

motivacionais, com a participação de todos os funcionários na busca pela melhoria

contínua da qualidade.

QUADRO 6 - Comparação entre os enfoques ocidental e japonês

Ênfase Enfoque Ocidental Enfoque Japonês

Objetivo - Cumprimento de regulamentações

governamentais, códigos e leis

- Atendimento das expectativas dos

clientes na forma mais econômica

possível

Implementação

- Manuais, procedimentos e registros

de resultados

- Cada departamento cumpre as suas

obrigações para com a qualidade

- Motivação, conscientização e

capacitação do homem

- Forte interação entre os

departamentos na busca de

objetivos comuns.

Aperfeiçoamento

tecnológico

- Técnicas de inspeção e controle da

qualidade

- Engenharia do produto e processo

de fabricação

Mecanismos de

controle

- Auditorias técnicas - Acompanhamento do desempenho

em serviço Fonte: Picchi (1993).

32

Na década de 70, e posteriormente na década de 80, diversas empresas ocidentais,

procuraram se aproximar do modelo japonês, procurando adaptar conceitos, métodos e

técnicas no gerenciamento de qualidade (FABRÍCIO, 2004).

O enfoque na gestão da qualidade apresenta duas dimensões importantes: garantir a

qualidade do produto e racionalizar a produção. Quando se está no primeiro nível de

abordagem da gestão da qualidade tem-se uma preocupação exclusiva com a primeira

dimensão. À medida que se caminha em direção a abordagem mais complexa, a preocupação

com a racionalização da produção passa a ser mais significativa, mantendo-se, contudo, a

garantia do produto. (ANDERY, 2008).

33

5 SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE: NORMA ISO 9001:2015

As normas de Controle de Qualidade não é um tema recente, e foi elaborada na década

de 1940 do século XX, na cidade de Genebra, Suíça, com o objetivo de elaborar normas de

controle e de oferta de serviços para tornar as empresas e organizações de diversas atividades

mais eficientes e mais produtivas. Portanto, esse capítulo se fundamenta na criação de leis

internacionais de países membros da Organização das Nações Unidas – ONU, cujas diretrizes

se apóiam no consenso que possam oferecer ao cliente produtos e serviços que possam ser

cumpridos de maneira correta, em observância o que determina as normas adotadas pela

referida Conferência.

5.1 Funções das Normas de Controle Internacional de Qualidade

A Internacional Organization for Standarzation - ISO é uma organização

governamental fundada em Genebra, Suíça, no ano de 1947, que normaliza 164 países, sendo

responsável pela elaboração e publicação de normas internacionais em vários campos

técnicos. Tais normas são aprovadas pelo consenso global, ajudando assim a quebrar as

barreiras do comércio internacional, fazendo indicações de especificações de produtos e

serviços, assim como práticas que tornarão a indústria mais eficiente (LOPES, 2014).

O nascimento da ISO 9000 ocorreu durante a segunda guerra mundial, quando foi

percebido que as bombas produzidas tinham cada vez menos qualidade que as anteriormente

produzidas afetando assim o desempenho de quem as utiliza. Visto isso, foram postos

inspetores de qualidade para analisar as armas que eram produzidas. As diretrizes que foram

utilizadas tinham como princípio a inspeção do controle do armazenamento que levou ao

conceito utilizado hoje (SAMPAIO e SARAIVA, 2011).

Em 1987 as normas da ISO 9000 foram aprovadas junto à comunidade internacional.

Em 1995 foi feita uma revisão da norma ISO 9000, ocorrendo também nos anos 2001, 2008 e

por fim a norma que está atualmente em vigor que é a ISO 9001:2015 (FERREIRA, 2015).

A implementação de um Sistema de gestão da qualidade fará com que os requisitos

exigidos pela ISO 9001:2008 sejam cumpridos de forma correta. A norma NP EN ISO

9000:2005 define sistema como sendo um conjunto de elementos inter-relacionados e

internuantes, também definindo o Sistema de Gestão da Qualidade como um sistema de

gestão que dirige e controla uma organização no que diz respeito a qualidade. Diante de tais

34

definições, pode-se dizer que a gestão deve ser um ser participante quando relacionando-se a

implementação do Sistema de Gestão da Qualidade (SANTOS, 2013).

De acordo com Branco (2008), a partir do início dos anos 90 a qualidade tornou-se

uma característica que diferenciava uma empresa de outra. Após isso surgem os serviços de

outsourcing, que é resultado do aparecimento de empresas e fornecem serviços, o que

facilitava e reduzia os custos das organizações. Neste momento o conceito de Sistema da

Qualidade através da norma ISO 9001 obrigava as organizações a por em documento tudo de

relevante que acontecia na organização (FERREIRA, 2015).

De acordo com Silva (2009), os Sistemas de gestão da qualidade são responsáveis pela

definição de um conjunto que explicitam a forma que as empresas devem lidar diante de

aspectos relacionados com os resultados das avaliações dos resultados e produtos ou serviços;

feedback de clientes; os resultados de auditorias e o desencadeamento, acompanhamento e

verificação da eficácia de ações corretivas, preventivas e de melhoria.

O Sistema de Gestão da Qualidade é também definido como um subsistema que

interliga todas as atividades de uma empresa que possam a vir a comprometer a qualidade do

produto ou serviço, bem como a forma em que a qualidade é entendida pelo cliente. Logo, o

Sistema de Gestão da Qualidade objetiva fornecer uma abordagem sistemática de todas as

atividades que possam afetar a qualidade desde a produção ao pós-venda; privilegiar as

atividades de prevenção em vez de confiar somente na inspeção e com isso fornecer uma

evidência objetiva de que qualidade desejada foi alcançada (PIRES, 2012).

È através da certificação que as organizações podem tornar-se mais eficientes e mais

competitivas no mercado, e tal como ocorre com as demais normas 9000, os requisitos da ISO

9001:2008 baseia-se em oito princípios da gestão da qualidade de acordo com a (NP EN ISO

9000:2005, 2005, p.7-8), sendo eles:

1. Focalização no cliente: As organizações dependem dos seus clientes e,

consequentemente, deverão compreender as suas necessidades, atuais e futuras,

satisfazer os seus requisitos e esforçar-se por exceder as suas expectativas;

2. Liderança: Os líderes estabelecem unidade no propósito e na orientação da

organização. Deverão criar e manter o ambiente interno que permita o pleno

envolvimento das pessoas para se atingirem os objetivos da organização;

3. Envolvimento das pessoas: As pessoas, a todos os níveis, são a essência da

organização e o seu pleno envolvimento permite que as suas aptidões sejam

utilizadas em benefício da organização;

4. Abordagem por processos: Um resultado desejado é atingido de forma mais

eficiente quando as atividades e recursos associados são geridos como um processo;

5. Abordagem sistêmica para a gestão: Identificar, compreender e gerir processos

interrelacionados como um sistema, contribui para que a organização atinja os seus

objetivos com eficiência e eficácia;

35

6. Melhoria Contínua: A melhoria contínua do desempenho global da organização

deverá ser um objetivo permanente dessa organização;

7. Abordagem fatual para a tomada de decisão: As decisões eficazes são

baseadas na análise de dados e de informações;

8. Relações benéficas com os fornecedores: Uma organização e os seus

fornecedores são interdependentes e uma relação de benefício mútuo potencia a

aptidão de ambas as partes para criar valor.

È através da certificação que as organizações podem tornar-se mais eficientes e mais

competitivas no mercado. Por meio da visualização da ISO survey do ano 2013, indica neste

ano, o número de certificações a nível mundial foi superior a 1.100.000 sendo este valor 24

vezes maior que no ano de 1993 (ISO, 2014).

As normas são avaliadas a cada cinco anos a fim de serem atualizadas, mantendo-se

relevantes para o mercado. A nova versão disponível é a norma da Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT, Normas Brasileira de Regulamentação - NBR ISO 9001:2015 que

teve seus requisitos aprovados em setembro de 2015 (FERREIRA, 2015).

Com a versão da ISO 9001 é possível introduzir uma abordagem integrada com outras

normas de sistema de gestão, trazendo qualidade e melhoria contínua para o centro das

organizações, fazendo com que o envolvimento da equipe aumente, bem como introduzindo a

gestão de riscos e oportunidades. Esta versão é muito mais descritiva que a de 2008, podendo

ser usada como uma ferramenta mais ágil de melhoria dos negócios, podendo-se dizer que é

possível torná-la relevante para as exigências da sua própria organização a fim de se obter

melhorias sustentáveis de negócios (ISO, 2015).

Dentre as principais mudanças para a ISO 9001, pode-se destacar a melhoria contínua

que ela proporciona a gestão da qualidade para o centro de uma organização, logo, esta nova

norma é uma oportunidade para que as organizações alinhem sua orientação estratégica com o

seu sistema de gestão da qualidade, tendo seu ponto de partida identificar as partes internas e

externas que apóiam a SQG (ISO, 2015).

A nova versão da norma ISO (2015, p. 3) irá continuar a fornecer um valor adicional,

logo, a nova norma propõe:

Ajudá-lo a se tornar um concorrente mais consistente no mercado;

Fornecer uma gestão de qualidade melhor que o ajudará a encontrar e identificar

necessidades presentes e futuras dos clientes;

Aumentar a eficiência que irá lhe poupar tempo, dinheiro e recursos;

Melhorar o desempenho operacional que irá cortar os erros e melhorar os lucros;

Motivar, encaixar e envolver funcionários com processos internos mais eficientes;

Ganhar mais clientes de alto valor e alcançar uma melhor retenção de clientes com

um melhor serviço ao cliente;

Ampliar as oportunidades de negócios, demonstrando conformidade.

36

FIGURA 5: Sistema de Gestão da Qualidade

Fonte: ISO (2015, p.4).

Como se pode observar na Figura 4, o ciclo PDCA pode aplicado ser a todos os

processos e para o sistema de gestão da qualidade como um todo. Esta figura representa a

forma que as cláusulas 4 a 10 podem se agrupar em relação ao PDCA (ISO, 2015).

Os novos requisitos a fim de se ter a melhoria contínua foram estendidos para

adequarem-se ao SQG logo, algumas terminologias foram também mudadas como se pode

observar no Quadro 6.

QUADRO 7: Principais diferenças de terminologia entre a ISO 9001:2008 e a ISO

9001:2015.

ISO 9001:2008 ISO 9001:2015

Produtos Produto e Serviços

Exclusões Não utilizado: veja a cláusula A.5 para esclarecimento de

aplicabilidade

Representante da direção Não utilizado

Documentação, manual da

qualidade, procedimentos

documentados, registros

Informação documentada

Ambiente de trabalho Ambiente para a operação de processos

Equipamentos de

monitoramento

Monitoramento e medição dos recursos

Produto adquirido Produtos e serviços externamente fornecidos

Fornecedor Provedor externo Fonte: ISO (2015)

37

A ISO 9001 foi desenvolvida a fim de ser utilizada por qualquer organização em

qualquer lugar do mundo, oferecendo um conhecimento global de todos os níveis da

sociedade, sendo dessa forma, um fator de reputação e prestígio para a organização

certificada, reforçando as vantagens competitivas e permitindo fidelizar ou captar novos

clientes na conquista de novos mercados e, dessa maneira, potencializar a criação de novos

valores (APCER, 2015).

38

6 GESTÃO DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Este capítulo propõe uma análise mais específica sobres as normas de gestão e de

qualidade na Construção Civil, com o objetivo de atender um grande número de atividades

que englobam uma série de serviços necessários a atender critérios importantes, os quais vão

desde da fundação da obra, instalações, revestimentos, vedações, os quais possam oferecer

segurança e confiabilidade aos futuros clientes.

6.1 A qualidade como fator de satisfação do cliente

A produção de edifícios envolve uma série de serviços, tais como execução da

estrutura, vedações, instalações prediais, revestimentos, dentre outros serviços que implicam

na necessidade de uma boa gestão, atendendo aos requisitos críticos de controle estabelecidos,

visando atender a satisfação do cliente (ANTUNES, ANTONIOLI FILHO e CALARGE,

2015).

Pode-se definir canteiro de obras na construção civil como sendo um local em que se

terá um auxilio temporário, para que a construção de determinada estrutura possa ser

executada. O canteiro pode ser comparado a uma fábrica que objetiva produzir um

determinado número de produtos, diferenciando-se das demais empresas, visto que o produto

fabricado é fixo e a fabrica terá que moldar-se a fim de atender a cada etapa dos processos e

suas necessidades (BRAGA, 2016).

Entre as décadas de 30 e 70 o Brasil vivia um momento complicado em termos de

produtividade onde as condições de trabalho não estavam de acordo com as exigências da

construção civil, sendo assim, em 1998 foi criado o Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade do Habitat - PBQP, proporcionando uma maior abertura do mercado nacional

para o mundo, sendo as principais preocupações relacionadas à qualidade do produto, com a

engenharia da produção, os sistemas de produção, introdução dos conceitos de ISO 9000 ou

de qualidade total. (NAKAZONO e PAULA JUNIOR, 2015).

A qualidade é uma variável estratégica de grande relevância para o desenvolvimento

do setor da construção civil. Diante da globalização e desenvolvimento da economia e

consequentemente o aumento da concorrência, a certificação dos sistemas de gestão da

qualidade passaram a ser consideradas essenciais para a competitividade, bem como o bom

funcionamento das empresas que atuam neste setor (BALDINI, 2015).

39

Visto que s normas ISO não foram desenvolvidas para serem aplicadas a construção

civil, é necessário discutir seus requisitos a fim de viabilizar sua implantação neste setor. Na

área da construção civil existe um grande desafio em estabelecer mecanismos que viabilizam

o aumento da competitividade, diante disso, foi elaborado em 1991 e aplicado na construção

civil e 1998 o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat - PBQP-H

(BALDINI, 2015).

O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat é composto por

diferentes projetos, sendo um deles o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de

Serviços e Obras - SiAC, que é voltado basicamente para as construtoras acordando requisitos

que baseiam-se na ISO 9000, o que permite uma certificação do sistema de qualidade de uma

construtora (ANTUNES, ANTONIOLI FILHO e CALARGE, 2015).

Este programa relaciona-se com a Secretaria Nacional de Habitação do ministério das

cidades, tendo como base a parceria entre setores públicos e privados, onde aliado a ISO

9001, tal programa está sendo cada vez mais adotado pelas empresas, atendendo assim aos

requisitos da norma, entretanto, possuindo um dos projetos diretamente relacionado com as

especificidades da construção civil. Tendo em vista que este projeto assemelha-se muito com

a norma, as construtoras acabam solicitando uma pós-auditoria a fim de obter os dois

certificados, atendendo assim aos requisitos da ISO 9001 (BALDINI, 2015).

Um dos aspectos mais relevantes no SiAC do PBQP-H é a obrigatoriedade de realizar

um planejamento, programação e controle da execução, inspeção, controle dos materiais,

serviços conformes e não conforme, bem como a avaliação de satisfação do cliente. Tais

aspectos são de extrema relevância, visto que se o planejamento da obra for de alguma forma

prejudicado, o planejamento da qualidade pode ser igualmente comprometido, interferindo na

satisfação do cliente (BRANDSTETTER e RODRIGUES, 2012).

A ISO não possui níveis de certificação, entretanto exige todos os requisitos para a

solicitação de auditoria. O SiAC por sua vez, possui níveis de avaliação. No PBQP-H a

empresa estabelece a lista de serviços que deverão ser controlados, tendo um mínimo de 25

serviços, sendo tais níveis relacionados com a porcentagem de controle dos serviços

alcançados. Este controle é feito por meio de registros com fichas de inspeção que são

elaborados pela auditoria (BALDINI, 2015).

Este sistema propõe a evolução dos patamares da qualidade do setor, sendo este

dividido em 4 níveis, sendo eles: D (Declaração de Adesão), C, B e A. Dessa maneira, o Nível

A = 100% de atendimento dos requisitos; o Nível B = 77% de atendimento dos requisitos; o

40

Nível C = 66% de atendimento dos requisitos, e o Nível D = 26% de atendimento dos

requisitos, como pode ser observado na Figura abaixo:

FIGURA 6: Evolução da Qualidade

Fonte: PBQP-H (apud BALDINI, 2015)

A certificação ISO de uma empresa tem validade de 3 anos, já o SiAC tem até um ano

para que outra auditoria seja realizada. Tratando-se de uma certificação evolutiva, onde à

medida que são implantados os requisitos, solicita-se uma nova auditoria a fim de concluir a

implantação, através da certificação nível A (BALDINI, 2015).

A implantação de um sistema de qualidade proporciona não só a possibilidade de

ampliação do mercado, mas também uma série de vantagens para que as empresas possam

aumentar seu nível de organização interna, bem como controle da administração e

produtividade, redução de custos e erros na produção e com isso melhora da credibilidade na

visão dos clientes (CASSIMIRO, 2016).

As normas fazem com que as exigências dos produtos e serviços sejam atendidas,

como qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, bem como o respeito ambiental. Diante

disso, outras normas são aplicáveis ao canteiro de obras.

De acordo com Braga (2016, p. 49-50):

a. ABNT NBR 12284:1991 – Áreas de vivência em canteiros de obras: Esta Norma

fixa os critérios mínimos para a permanência de trabalhadores nos canteiros de obras

(alojados ou não).

NÍVEL SiAC

NÍVEL A ISO9001

Mesma

Auditoria

D Declaração

C B A Certificação

TEMPO

41

b. ABNT NBR 7195:1995 – Cores para segurança: Esta Norma fixa as cores que

devem ser usadas para prevenção de acidentes, empregadas para identificar e

advertir contra riscos.

c. ABNT NBR 12286:1992 – Roteiro para a elaboração e apresentação do Código de

Obras – Procedimento: Esta Norma recomenda diretrizes a se observar no preparo,

redação e apresentação do Código de Obras Municipal.

d. ABNT NBR 6494:1990 – Segurança em andaimes: Esta Norma fixa as condições

exigíveis de segurança dos andaimes quanto à sua condição estrutural, bem como de

segurança das pessoas que neles trabalham e transitam.

e. ABNT NBR 10152:1987 – Níveis de ruído para conforto acústico: Esta Norma

fixa os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientes diversos.

f. ABNT NBR 7678:1983 – Segurança na execução de obras e serviços de

construção: Esta Norma fixa as condições exigíveis de segurança e higiene em obras

e serviços de construção e os procedimentos e medidas, de caráter individual e

coletivo, para manutenção dessas condições na execução de tarefas específicas.

Os construtores estão dando cada vez mais ênfase a programas de qualidade em

consequência às exigências dos clientes com relação ao produto final, bem como por causa da

pressão pela redução dos custos e dos prazos dos empreendimentos. A falta de recursos acaba

por dificultar o alcance da vantagem competitiva de certas empresas, fazendo assim com que

empresas de maior porte tornem-se mais presentes no mercado (BALDINI, 2015).

6.2 Gestão da Qualidade como diferencial competitivo

Após a implantação dos processos de globalização, as organizações encontraram um

mercado altamente competitivo cuja clientela está cada vez mais exigente. Essas mudanças de

comportamento indicam que as organizações, de modo geral, devem inovar e apostar na

melhoria contínua de produtos e serviços, como também no capital humano. Não obstante, a

competitividade deve passar por melhorias como forma de atender as necessidades dos

clientes, e procurando satisfazê-los como forma de fidelização.

De acordo com os autores Schwab, Klaus e Sala-i-Martin, Xavier, a Global

Competitiveness Report (2011) afirma que a competitividade depende de vários fatores,

dentre eles, a qualidade das instituições que tem uma forte interferência na competitividade e

crescimento.

Comentando a respeito de sua importância para o mundo dos negócios Porter (1990)

in Leitão, Ferreira e Azevedo (2008) são enfáticos em afirmar que a competitividade tem

origem em fatores como a diferenciação, ou seja, as organizações tornam-se mais

competitivas e têm mais sucesso se conseguirem diferenciar-se da concorrência.

42

Hill e Jones (2011) afirmam que a instituição constrói vantagem competitiva quando

conjuga quatro fatores essenciais, que são: eficiência, qualidade, inovação e capacidade de

resposta ao cliente.

A união desses fatores geram satisfação para o cliente, sendo este processo um dos

mais importantes para as organizações na atualidade. Isto ocorre orque se os clientes não se

sentirem satisfeitos e não compram produtos e serviços oferecidos pela empresa, esta deixa de

existir (KLOTER, 1998).

Nesse contexto, a satisfação está relacionada com as expectativas que o cliente tem de

um determinado serviço, e com um mercado bastante competitivo, as organizações precisam

satisfazer suas expectativas e atendê-los em suas necessidades.

Hoffman e Bateson (2006, p. 330) concluem que:

A satisfação é uma comparação das expectativas do cliente com as suas percepções a

respeito do encontro de um serviço real. Essa comparação baseia-se naquilo que se

designa por modelo de desconfirmação da expectativa. De modo simples: se as

percepções de um cliente satisfizerem as suas expectativas, diz-se que as

expectativas foram confirmadas e que o cliente está satisfeito. Se as percepções e as

expectativas não forem iguais, diz-se que a expectativa foi quebrada.

Até os meados do século XX, a Qualidade se restringia apenas a rastrear e a

inspecionar defeitos. Atualmente, essa prática mudou consideravelmente, uma vez que ela

está intrinsecamente relacionada à satisfação das necessidades dos clientes, garantia, melhoria

contínua e controle de qualidade, com o objetivo de obter a Qualidade Total.

Qualidade Total de acordo com Sashkin e Kiser (1993, p. 39) apresenta o seguinte

significado: [...] que a cultura da organização é definida e apoiada na realização constante, da

satisfação do cliente através de um sistema integrado de ferramentas, técnicas e formação.

Isso envolve a melhoria contínua dos processos organizacionais, resultando em produtos e

serviços de alta qualidade.

A Qualidade Total é fator preponderante para a competitividade das organizações

transformando-se em diferencial competitivo. Além disso, a qualidade é importante também

para acrescer valores tornando-se fundamental para as organizações que desejam manter a

competitividade através do sucesso de seus negócios.

Segundo Zeithmal (1988) valor é o modo da utilidade do produto baseado nas

percepções de qualidade dos serviços e na compreensão do que foi recebido e do que foi dado

em troca. Kotler (2002) afirma que o sucesso dos produtos está dependente do valor e

43

satisfação prestada ao consumidor; o valor é a taxa entre o que o cliente ganha em relação ao

que ele oferece.

Kotler e Armstrong (1999, p. 6) afirmam que:

[...] a satisfação depende do desempenho do produto percebido com relação ao valor

relativo às expectativas do comprador. Se o desempenho faz jus às expectativas, o

comprador fica satisfeito. Se excede as expectativas, ele fica encantado. A satisfação

é uma forma de tornar uma organização mais competitiva e torná-la numa

organização de topo.

Na gestão de Qualidade segundo Kotler (2000, p. 79): há uma estreita ligação entre a

qualidade dos produtos e dos serviços, satisfação de clientes e lucros da empresa. Os níveis

mais elevados de qualidade resultam em níveis mais elevados de satisfação de clientes.

Portanto, a satisfação do cliente está intimamente ligada à qualidade. As empresas

necessitam de apostar numa gestão de qualidade, delineando constantemente melhorias na

qualidade dos seus produtos, serviços e processos. Consequentemente, a qualidade é uma das

ferramentas mais decisivas no sucesso organizacional e crescimento das organizações

(KOTLER, 2000).

Além de todos esses processos atrelados a produtos e serviços, existem

questionamentos sobre a fidelização de clientes. Será que um cliente satisfeito poderá vir a ser

um cliente fiel na organização?

Entende-se fidelidade do cliente como uma predisposição para comprar novamente um

produto ou serviço oferecido por uma organização, mostrando que não basta apenas tornar um

cliente satisfeito. É necessário também, que além de satisfeito, o cliente sinta o desejo e a

necessidade de voltar a comprar um produto ou serviço naquela organização. Para se

conseguir a fidelidade é necessário conhecer o cliente, reconhecer suas características e

identificar suas necessidades e desejos. É com esta informação que se gerar proximidade com

o cliente, conquistando, a sua confiança e consequente, a fidelização (PINHEIRO, 2003).

Bogmann (2001) define cliente fiel, como o que volta sempre à organização por

ocasião de novas transações ou aquisições, por estar satisfeito com o produto ou serviço. Para

Griffin (2001) o cliente fiel se caracteriza pela forma como compra; por repetir as suas

compras regularmente; por recomendar a organização, os seus produtos e serviços a outras

pessoas; por ser imune à pressão da concorrência; por tolerar eventuais falhas no atendimento

que recebe, em função do relacionamento estabelecido por um serviço habitualmente bom.

Conclui-se, portanto, que atualmente o consumidor está cada vez mais exigente e,

diante desse contexto, as organizações têm que trabalhar para estimular, renovar e

44

proporcionar à sua clientela um serviço de excelência, para que ele se sinta satisfeito e retorne

outras vezes. A Construção Civil tem sido uma das áreas de maior crescimento no Brasil nas

últimas décadas proporcionada pela valorização da moeda, do crescimento econômico e pelos

investimentos feitos pelo governo federal na construção de moradias para a população de

baixa renda, motivos que têm promovido o aquecimento das vendas no setor, especialmente

nos grandes centros urbanos com cujo setor imobiliário tem apresentado resultados bastante

promissores.

Ainda com referência à Construção Civil, este tem apresentado uma filosofia de

Gestão de Qualidade que vem contribuindo para o aumento da competitividade, da satisfação

e fidelização de clientes, isto porque, é processo que tem se constituído em uma análise global

para permitir obter maior sucesso na comercialização de seus produtos e, consequentemente, a

satisfação e fidelização de clientes.

.

45

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através de um levantamento teórico foi possível salientar a importância relacionada a

gestão da qualidade nos últimos anos, visto que a conformidade de produtos em relação a

requisitos pré-estabelecidos sempre foi uma grande preocupação para as empresas desde o

início da prestação de serviços. A partir da implementação de novos métodos e técnicas de

garantia da qualidade, que foram evoluindo no decorrer dos anos, a qualidade deixou de ser

um aspecto a ser controlada somente durante o processo produtivo, passando a integrar todas

as operações e departamentos das organizações, levando a um novo modelo de gestão para as

empresas, a gestão pela qualidade total.

A atual realidade do setor de construção tem a qualidade como um fator importante

relacionado a competitividade. Tal afirmação é comprovada por meio dos aspectos que

levaram diversas empresas a implantar o sistema de gestão da qualidade, bem como pelos

resultados que as mesmas obtiveram após a implementação do sistema.

Dentre os principais aspectos competitivos relacionados à qualidade, pode-se ressaltar

a necessidade de redução de custos, tendo como objetivo se adequar às dificuldades impostas

pelo mercado; identificar as necessidades dos clientes, de forma a oferecer um serviço ou

produto que satisfaça suas necessidades e por fim a necessidade de diferenciar a empresa das

demais, bem como seus produtos no mercado, enfrentando a concorrência, dando maior

visibilidade a empresa.

Os conceitos de gestão da qualidade e suas metodologias originaram-se nos setores

industriais e precisam ser adequadas à realidade das empresas construtoras que apresentam

especificidade em seu processo de gestão e produção. Foi possível também constatar que a

ferramenta SERVQUAL não possui restrições referentes ao local de aplicações, permitindo

que novas pesquisas sejam realizadas. Pôde-se observar que o uso da ferramenta em pequenas

empresas pode ser considerado uma lacuna. Tais empresas são consideradas propulsoras no

mercado econômico representando assim uma parcela importante da economia.

Um grande número de empresas tem implementado os sistemas de gestão da

qualidade, sendo estes integrados ou não a outras temáticas, tentando aperfeiçoar processos,

reduzir custos e melhorar a qualidade dos produtos, logo, a adesão de tais referências

normativas reconhecidas internacionalmente em diversas áreas, tais como Qualidade, Meio

Ambiente, Inovação, Higiene e Segurança, tem colocado em debate as necessidades de

compatibilização e integração das normas.

46

De acordo com os levantamentos feitos até o presente momento, pode-se verificar que

a demanda pela qualidade dos produtos final e pelos certificados da ISO 9001:2015 pelos

clientes. Junto a isso, a busca pela redução dos custos nas obras também se fará muito

presente, o que possibilitará uma redução nos valores cobrados nos produtos finais.

A gestão da qualidade dependerá em suma da cultura organizacional da empresa, do

emprenho da gestão, da seriedade das auditorias e na avaliação dos resultados, bem como da

participação de todos os colaboradores. Logo, diante de todas as informações aqui expostas,

pode-se constatar a importância da gestão da qualidade na área de engenharia civil e como

estes sistemas impactam de forma benéfica o sistema produtivo. Diante disso, pode-se afirmar

que os objetivos do trabalho foram atingidos, ressaltando a importância da qualidade e das

normatizações para o setor de construção civil.

O presente trabalho poderá ser utilizado posteriormente como fonte de pesquisa

relacionada à gestão da qualidade bem como em construção civil, sugerindo-se que

futuramente esta pesquisa seja aprofundada, realizando pesquisas de campo na área

relacionada, a fim de constatar se a normas aqui apresentadas, são de fato postas em prática

no setor da construção civil.

47

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