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1 Gestão da Qualidade

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Gestão da Qualidade

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Sumário Prefácio .......................................................................................................................... 6

1 Introdução - A Gestão da Qualidade ............................................................... 8

1.1 Definições de Qualidade .............................................................................................. 8

1.2 Histórico do Processo da Qualidade ............................................................................. 9

1.2.1 Evolução Histórica da Qualidade .................................................................................................. 9

1.2.2 Fases da Qualidade .................................................................................................................... 10

1.3 A importância da Qualidade ........................................................................................10

2 Gerenciamento pelas Diretrizes .................................................................... 11

2.1 Planejamento Estratégico ............................................................................................11

2.1.1 Definição do Negócio .................................................................................................................. 11

2.1.2 Visão .......................................................................................................................................... 11

2.1.3 Missão ......................................................................................................................................... 12

2.1.4 Análise do ambiente .................................................................................................................... 12

2.1.5 Objetivos ...................................................................................................................................... 12

2.1.6 Estratégias ................................................................................................................................... 13

2.1.7 Planos de ação ............................................................................................................................ 13

3 Os Princípios da Qualidade ........................................................................... 14

3.1 Princípio da satisfação total dos clientes .....................................................................14

3.2 Princípio da gerência participativa ...............................................................................14

3.3 Princípio do desenvolvimento humano ........................................................................15

3.4 Princípio da constância de propósito ...........................................................................15

3.5 Princípio do aperfeiçoamento contínuo........................................................................15

3.6 Princípio da gerência de processos .............................................................................15

3.7 Princípio da delegação ................................................................................................16

3.8 Princípio da disseminação de informações ..................................................................16

3.9 Princípio da garantia da qualidade ..............................................................................16

3.10 Princípio da não-aceitação de erros ............................................................................16

4 Ciclo PDCA ...................................................................................................... 17

4.1 Etapas do Ciclo ...........................................................................................................18

4.1.1 Planejar ........................................................................................................................................ 18

4.1.2 Fazer, Executar ........................................................................................................................... 18

4.1.3 Checar, Verificar .......................................................................................................................... 18

4.1.4 Agir .......................................................................................................................................... 19

4.2 Cuidados na implementação do Ciclo PDCA ...............................................................19

4.3 Melhoramento contínuo através do Ciclo PDCA ..........................................................19

5 Programa 8S .................................................................................................... 20

5.1 Aplicação do Programa 8S ..........................................................................................21

5.1.1 1ª Etapa – Senso de Determinação e União ............................................................................... 21

5.1.2 2ª Etapa - Senso de Educação, Qualificação e Treinamento ..................................................... 22

5.1.3 3ª Etapa – Senso de Utilização ................................................................................................... 23

5.1.4 4ª Etapa – Senso de Ordenação ou Organização ...................................................................... 24

5.1.5 5ª Etapa – Senso de Limpeza ..................................................................................................... 26

5.1.6 6ª Etapa – Senso de Saúde e Bem Estar e Auto Disciplina ....................................................... 28

5.1.7 7ª Etapa – Senso de Economia e Combate aos Desperdícios ................................................... 29

5.1.8 Avaliação e Continuidade do Programa 8S ................................................................................ 30

5.2 Benefícios do Programa 8S .........................................................................................31

5.3 Custos Totais da Implantação do Programa 8S ...........................................................31

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6 Ferramentas da Qualidade ............................................................................. 32

6.1 Brainstorming ..............................................................................................................32

6.1.1 Origem ......................................................................................................................................... 32

6.1.2 Quem utiliza ................................................................................................................................. 32

6.1.3 Objetivo ........................................................................................................................................ 33

6.1.4 Tipos de Brainstorm .................................................................................................................... 33

6.1.5 Regras do Brainstorming ............................................................................................................. 33

6.1.6 Como usar ................................................................................................................................... 34

6.2 Matriz de Preferência ..................................................................................................35

6.3 Matriz de Decisão ........................................................................................................36

6.4 5W3H ..........................................................................................................................37

6.5 Matriz GUT ..................................................................................................................38

6.5.1 Gravidade .................................................................................................................................... 38

6.5.2 Urgência ...................................................................................................................................... 38

6.5.3 Tendência .................................................................................................................................... 38

6.6 Diagrama de Causa e Efeito ........................................................................................39

6.6.1 Máquina ....................................................................................................................................... 39

6.6.2 Método ......................................................................................................................................... 39

6.6.3 Material ........................................................................................................................................ 39

6.6.4 Mão de obra................................................................................................................................. 39

6.6.5 Medida ......................................................................................................................................... 39

6.6.6 Meio ambiente ............................................................................................................................. 39

6.7 Folha de Verificação ....................................................................................................41

6.8 Estratificação ...............................................................................................................42

6.8.1 Definição ...................................................................................................................................... 42

6.8.2 Aplicação ..................................................................................................................................... 42

6.8.3 Como construir ............................................................................................................................ 42

6.9 Diagrama de Pareto ....................................................................................................44

6.10 Diagrama de Dispersão ...............................................................................................45

6.10.1 Definição ...................................................................................................................................... 45

6.10.2 Leitura de Diagramas de Dispersão ............................................................................................ 45

6.10.3 Orientações para construção do diagrama ................................................................................. 47

6.10.4 Exemplo ....................................................................................................................................... 47

6.11 Histograma ..................................................................................................................48

6.11.1 Histograma simétrico, tipo distribuição Normal: .......................................................................... 48

6.11.2 Histograma assimétrico e com apenas um pico: ......................................................................... 48

6.11.3 Histograma Tipo Despenhadeiro ................................................................................................. 49

6.11.4 Histograma com dois picos ......................................................................................................... 49

6.11.5 Histograma tipo platô ................................................................................................................... 49

6.11.6 Histograma com pequena ilha isolada ........................................................................................ 50

6.11.7 Limites de especificação ............................................................................................................. 50

6.11.8 Como Fazer histogramas: ........................................................................................................... 51

6.12 Diagrama de Gantt ......................................................................................................52

7 Gerenciamento de Processos ....................................................................... 53

7.1 Produtividade ..............................................................................................................53

7.2 Competitividade e sobrevivência .................................................................................54

8 Controle estatístico do processo. ................................................................. 55

8.1 Gráfico sequencial .......................................................................................................56

8.2 Variações ....................................................................................................................57

8.3 Limites de Controle......................................................................................................57

8.4 Causas Aleatórias, Normais ou Comuns .....................................................................57

8.5 Causas Especiais ........................................................................................................58

8.6 Variável .......................................................................................................................58

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8.7 Variável contínua .........................................................................................................58

8.8 Variável discreta ..........................................................................................................58

8.9 Elemento .....................................................................................................................58

8.10 Característica ..............................................................................................................58

8.11 População ...................................................................................................................58

8.12 Lote .............................................................................................................................58

8.13 Amostra .......................................................................................................................59

8.14 Tamanho de amostra (n) .............................................................................................59

8.15 Amostragem (N) ..........................................................................................................59

8.16 Tamanho de amostragem (n*N) ..................................................................................59

8.17 Média da Amostra - X ..................................................................................................59

8.18 Mediana da Amostra – X .............................................................................................60

8.19 Amplitude ....................................................................................................................60

9 Certificação e auditorias da qualidade ......................................................... 61

9.1 Certificação .................................................................................................................61

9.1.1 Introdução .................................................................................................................................... 61

9.1.2 A certificação e o Comércio Internacional ................................................................................... 61

9.1.3 Obrigatoriedade da Certificação .................................................................................................. 62

9.1.4 Certificação Voluntária ................................................................................................................ 63

9.2 Auditorias ....................................................................................................................63

9.2.1 Definição ...................................................................................................................................... 63

9.2.2 Auditoria Ambiental ..................................................................................................................... 63

9.2.3 Auditoria Contábil ........................................................................................................................ 64

9.2.4 Auditoria da Qualidade ................................................................................................................ 64

10 Normalização técnica......................................................................................... 65

10.1 Definição .....................................................................................................................65

10.2 Histórico da Normalização Técnica .............................................................................65

10.3 Objetivos da Normalização Técnica ............................................................................66

10.3.1 Simplificação................................................................................................................................ 66

10.3.2 Segurança ................................................................................................................................... 66

10.3.3 Proteção ao Consumidor ............................................................................................................. 66

10.3.4 Eliminação das barreiras comerciais ........................................................................................... 66

10.3.5 Comunicação ............................................................................................................................... 67

10.3.6 Economia ..................................................................................................................................... 67

10.4 Benefícios ...................................................................................................................67

10.4.1 Benefícios Qualitativos: ............................................................................................................... 67

10.4.2 Benefícios Quantitativos: ............................................................................................................. 68

10.5 Normas Nacionais .......................................................................................................68

10.5.1 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas .................................................................. 68

10.5.2 Comitês Técnicos de Normalização ............................................................................................ 68

10.5.3 Normas Elaboradas pela ABNT .................................................................................................. 71

10.6 Normas Regionais .......................................................................................................72

10.6.1 Normas Mercosul ........................................................................................................................ 72

10.6.2 Normas COPANT ........................................................................................................................ 73

10.6.3 Outros Organismos Regionais de Normalização ........................................................................ 73

10.7 Normas Internacionais .................................................................................................74

10.7.1 Importância das Normas Internacionais ...................................................................................... 74

10.7.2 ISO - International Organization for Standardization................................................................... 75

10.7.3 IEC - International Electrotechnical Commission ........................................................................ 75

10.7.4 ITU - International Telecommunications Union ........................................................................... 76

10.8 Normas ISO 9000 ........................................................................................................77

10.8.1 Definição ...................................................................................................................................... 77

10.8.2 Empresas com a norma .............................................................................................................. 77

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10.8.3 Objetivo da ISO 9000 .................................................................................................................. 78

10.8.4 ISO 9001:2008 ............................................................................................................................ 78

10.8.5 ISO 9000 no Brasil ...................................................................................................................... 79

11 O Trabalho em Equipe ....................................................................................... 80

11.1 Ética e Cidadania ........................................................................................................80

11.1.1 Ética .......................................................................................................................................... 80

11.1.2 Cidadania ..................................................................................................................................... 80

11.2 Diferenças Individuais .................................................................................................81

11.3 Diferença entre Profissionais Ocupados e Produtivos .................................................81

11.3.1 Ocupar o tempo e aproveitar o tempo ......................................................................................... 81

11.3.2 Fazer o que acontece e fazer acontecer ..................................................................................... 82

11.3.3 Seguir as regras e criar as regras ............................................................................................... 82

11.4 Estilos de Profissionais ................................................................................................83

11.4.1 Liderança Autocrática .................................................................................................................. 83

11.4.2 Liderança Democrática ................................................................................................................ 83

11.4.3 Liderança Liberal ......................................................................................................................... 83

11.4.4 Liderança Paternalista ................................................................................................................. 83

11.5 Desempenho Profissional ............................................................................................84

1.1.1. Pontualidade e Assiduidade ........................................................................................................ 84

1.1.2. Produtivdade................................................................................................................................ 85

1.1.3. Responsabilidade ........................................................................................................................ 85

1.1.4. Iniciativa ....................................................................................................................................... 86

1.1.5. Criatividade .................................................................................................................................. 87

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Prefácio

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento”.

Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação Profissional

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Apresentação

Esta apostila foi escrita com o intuito de fornecer um suporte bibliográfico

básico aos alunos da disciplina Gestão da Qualidade, do SENAI-MG, Centro de

Formação Profissional José Fagundes Netto. Ela não busca substituir livros

indicados a respeito do assunto, uma vez que seu principal objetivo é disponibilizar

aos alunos os conteúdos apresentados em sala de aula. Dessa forma, espera-se

otimizar o tempo gasto para se copiar o mesmo conteúdo. Vale lembrar que durante

as aulas, poderão ser propostos exemplos e exercícios que não constam neste

material.

No Capítulo 1, será trabalhado o Histórico e as Definições de Qualidade mais

abordadas pelos profissionais da área.

O Capítulo 2, apresentamos o Gerenciamento por Diretrizes e Planejamento

Estratégico, bem como seus componentes.

Já no Capítulo 3, serão abordados os Princípios da Qualidade Total e suas

respectivas características observadas nas estruturas das empresas.

Nos capítulos 4 e 5, trabalharemos o Ciclo PDCA e o Programa 8S.

Posteriormente, no capítulo 6, serão trabalhadas as Ferramentas da

Qualidade, em seus dois aspectos: Ferramentas Gerenciais e Ferramentas

Estatísticas.

Nos capítulos 7 e 8, serão abordados os temas referentes ao Gerenciamento

dos Processos, bem como o CEP - Controle Estatístico do Processo.

Nos capítulos 9 e 10, estudaremos os processos de Certificação e Auditorias

da Qualidade, bem como o processo de Normalização Técnica.

Finalmente, o capítulo 11 apresenta a importância do Trabalho em Equipe na

qualidade apresentada nos processos das empresas.

Como forma de facilitar o entendimento dos vários assuntos trabalhados,

foram ilustrados todos os conceitos com figuras, tabelas e exemplos, além de

exercícios que serão resolvidos em sala de aula juntamente com os alunos.

Bons estudos!

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11 IInnttrroodduuççããoo -- AA GGeessttããoo ddaa QQuuaalliiddaaddee

1.1 Definições de Qualidade

� Taguchi: “A qualidade de um produto corresponde ao (mínimo) de perda que o produto

confere à sociedade”.

� Crosby: “Conformidade com os requisitos acordados e entendidos na sua totalidade”.

� Ford Europa: “A qualidade é definida pelo cliente. O cliente quer produtos e serviços

que, ao longo de sua existência, conseguem ir ao encontro das suas necessidades e

expectativas, mediante um custo que representa valor”.

Ao longo do tempo, vários foram os especialistas que procuraram a definição

adequada para a qualidade. Abaixo, seguem algumas dessas definições:

i. P.B. Crosby: a qualidade é o cumprimento das especificações ou a conformidade com

os requisitos do produto ou serviço.

ii. J.M. Juran: Qualidade é a idoneidade ou aptidão ao uso. É o reconhecimento dos

atributos do produto pelo utilizador.

iii. Deming: Qualidade é o grau de previsibilidade, uniformidade e confiabilidade a baixo

custo, adequado às necessidades do mercado.

iv. Feigenbaum: É a satisfação das expectativas do cliente pelo conjunto de

características do produto.

De fato, é no cliente que tudo começa e ainda que ele não possa estar presente em

todas as atividades que se desenvolvem para o servir, as organizações devem focalizar

seus esforços no sentido de perceber a sua definição, minimizando os desvios que possam

ocorrer, para que o processo culmine sempre com a satisfação do cliente.

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1.2 Histórico do Processo da Qualidade

1.2.1 Evolução Histórica da Qualidade

a) Até o Século XX: Inspeção era feita pelo consumidor (modalidade de inspeção que até

hoje é praticada em mercados e feiras) e o controle da qualidade feita pelo artesão.

b) Revolução Industrial: Artesãos tornam-se supervisores das fábricas. Aqui o antigo

mestre controla a qualidade do trabalho dos operários.

c) Anos 20: Surge a separação do planejamento da tarefa da execução da mesma. Houve

um crescimento de produtividade. Deu-se um golpe irremediável no conceito de

artesanato. A qualidade cai e surgem os inspetores. A ordem é simplificar e padronizar o

trabalho (Taylor e Henry Ford).

d) Anos 30: A qualidade do produto industrial deve ser controlada e os defeitos eliminados

com a ajuda de estatísticas. Destaca-se nesta fase Walter Shewhart, dos Laboratórios

Bell.

e) Anos 50: O controle de qualidade norte-americano é imitado pelos japoneses. Os

especialistas dos EUA que influenciam a indústria do Japão são W. Edwards Deming e

Joseph M. Juran. O Japão arrasado pela 2ª Guerra Mundial, busca no mundo as novas

tecnologias de produtos, de processos e gerenciamentos.

f) Anos 60: Os japoneses impõem um controle de qualidade radical, com o Controle de

Qualidade Total de Genichi Taguchi e os círculos de qualidade de Kaoru Ishikawa.

g) Anos 70: Surge a administração por objetivos nos EUA, segundo a qual todos os níveis

de uma organização devem trabalhar para atingir objetivos específicos. Mas a sensação

geral é de que o país e todo o Ocidente continuam estagnados.

h) Anos 80: Os EUA agora imitam o Japão nos métodos de qualidade de produção, criando

a Gestão da Qualidade Total. Motorola e Xerox são algumas das empresas líderes do

processo. Começam a surgir as ideias de foco no cliente e nos serviços.

i) Anos 90: Presta-se cada vez mais atenção no consumidor e os serviços oferecidos são

crescentemente valorizados. Ao mesmo tempo, há uma fusão com os planos de

qualidade total na área produtiva. Vários consultores estudam o tema.

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1.2.2 Fases da Qualidade

a) Fase do Artesão: Inspeção e Controle de Qualidade no Recebimento

b) Fase do Controle da Qualidade (CQ): Atividades simples e repetitivas para

produtividade; Mecânico.

c) Fase da Garantia da Qualidade (GQ): Padronizadas para a conformidade; Padronizado.

d) Fase do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ): Continuamente revisadas para busca

da melhoria e a satisfação dos clientes; Comprometido.

e) Fase da Excelência da Qualidade (EQ): Inovadoras, refinadas e proativas, para

Excelência e superação das expectativas dos clientes; Realizado.

1.3 A importância da Qualidade

A interligação entre Qualidade, Produtividade e Competitividade é um dos fatores

mais importantes na Economia Atual. Tal como Deming e Juran nos ensinaram, se as

empresas conseguirem aumentar a qualidade, aumenta a produtividade e

consequentemente a competitividade, ou seja a capacidade de um produto ou serviço se

destacar dos da concorrência quer seja pelo preço quer pelas características específicas

desse produto ou serviço.

Importa assim que o empreendedor tenha a capacidade de organizar, manter,

formar e motivar a sua equipe, pois tal significa a chave para a qualidade dos seus serviços

numa época em que ter o símbolo “Q” se torna cada vez mais um fator de diferenciação e

de valor acrescentado.

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22 GGeerreenncciiaammeennttoo ppeellaass DDiirreettrriizzeess

2.1 Planejamento Estratégico

Uma organização, qualquer que seja ela, deve

realizar um processo de planejamento global de suas

atividades, indicando um posicionamento estratégico

perante o mercado, a sociedade, seus clientes,

fornecedores e sua força de trabalho. Uma das

ferramentas mais utilizadas para este fim tem sido o

planejamento estratégico.

Consideramos o planejamento estratégico um

processo de tomada de decisões da empresa em relação ao seu presente e ao seu futuro.

Em outras palavras, do ponto de vista empresarial, consiste no estabelecimento de objetivos

e na definição de linhas de ação e recursos para atingi-los de forma eficaz.

2.1.1 Definição do Negócio

Visa determinar o âmbito de atuação da organização. Vale a pena ressaltar que

podemos olhar para o negócio de uma empresa de forma ampla ou restrita. Vejamos

exemplos clássicos. Qual o negócio da Revlon? E da Kopenhagen? Seguindo uma visão

restrita poderíamos citar, respectivamente, cosméticos e chocolate. Mas se pensarmos em

encantar o cliente e ter um diferencial de qualidade, identificaremos a visão ampla de

negócio dessas empresas e, nesse caso, respectivamente, citaremos beleza/esperança e

presentes.

2.1.2 Visão

É o que se sonha para o negócio. Consiste na projeção de como a organização

imagina se ver no futuro, é mutável - uma vez que a visão é alcançada, uma outra deve ser

definida. Trata-se de um desafio para o futuro, deve ter conteúdo inspirador.

Exemplos:

� Empresa "3M": ser reconhecida como uma empresa inovadora e a melhor

fornecedora de produtos e serviços que atendam ou excedam as expectativas

dos clientes.

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2.1.3 Missão

Define a razão de ser das organizações e a função que devem desempenhar para

contribuir para o desenvolvimento da sociedade (agregar valor) e, consequentemente,

garantir a continuidade da empresa e a concretização da sua visão. Identifica o negócio, tem

caráter de perenidade.

Exemplo:

� FURNAS: Atuar como empresa do ciclo de energia elétrica, ofertando produtos a

preços razoáveis e serviços adequados para melhorar a condição humana.

2.1.4 Análise do ambiente

Inclui a avaliação do ambiente interno e

externo à organização, de modo que seja possível

identificar os cenários no qual a empresa está

inserida e que, portanto, influenciarão na definição

de objetivos e estratégias. Nesta etapa do

planejamento devem ser identificadas as

oportunidades e ameaças do ambiente externo e as

forças e fraquezas do ambiente interno.

2.1.5 Objetivos

São os resultados quantitativos e/ou qualitativos que

a empresa precisa alcançar em um prazo determinado, no

contexto do seu ambiente para cumprir a sua missão. Todo

planejamento parte de uma definição de objetivos. Esses

objetivos, entretanto, precisam ser claros e bem

quantificados. Por exemplo: "aumentar a produção do

produto X" não é um objetivo claro porque não está

quantificado o percentual de aumento pretendido, nem em

que prazo isso deve acontecer. O correto seria definir assim:

"aumentar em 30% a produção do produto X no próximo

semestre".

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2.1.6 Estratégias

Consiste nos caminhos selecionados pela

organização para alcançar os objetivos, considerando

a análise dos ambientes externo e interno, visando

cumprir a sua missão. As estratégias, enquanto

decisões tomadas permitem a definição dos recursos

necessários e sugerem um conjunto de ações

correspondentes.

2.1.7 Planos de ação

Para acompanhar a implementação do planejamento estratégico devem ser

elaborados planos de ação para tornar concretas as decisões tomadas no presente em

relação ao futuro da empresa e expressas em objetivos e metas. Em outras palavras, um

plano de ação auxilia a estabelecer períodos de tempo e atividades para atingir um objetivo

específico. Se o objetivo é o resultado que pretendemos alcançar, é o ponto de chegada,

faz-se necessário traçar todo o caminho até o destino desejado.

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33 OOss PPrriinnccííppiiooss ddaa QQuuaalliiddaaddee

Quando o assunto é Qualidade Total, imaginamos um plano simplificado, com

princípios claros, que tem um objetivo bem-definido: Implantar níveis elevados de qualidade

em tudo o que se faz.

Por isso, é importante que você conheça e entenda os 10 princípios que uma

empresa deve estabelecer para atingir a Qualidade Total, que, em resumo, busca a

satisfação total dos clientes.

3.1 Princípio da satisfação total dos clientes

Os clientes são a razão da empresa existir.

Portanto, tudo deve ser feito para o satisfazer os seus

interesses. E o primeiro passo é conhecer o cliente,

saber identificar as suas necessidades e o que é

preciso para resolver os seus problemas. Por isso,

quanto mais estreita for sua relação com eles, melhor

será o atendimento.

Conquistando sua parceria, você facilita e melhora todo o processo. Mas,

fundamental mesmo é superar as expectativas. Oferecer serviços que o cliente nem

imaginava. Buscar sempre algo mais que vai encantá-lo. Afinal, é sua habilidade para

satisfazer o cliente que faz o seu sucesso.

3.2 Princípio da gerência participativa

O sentido da gestão participativa extrapola as fronteiras da empresa, através de

uma interação constante com os clientes, os fornecedores e a comunidade. É importante

que o funcionário tenha liberdade para desempenhar seu papel.

Dessa forma, é preciso que todos os níveis da administração estejam abertos às

críticas e às sugestões. O gerente deve informar, debater, motivar, orientar os funcionários e

promover o trabalho de equipe. Participar muito mais do que simplesmente dar ordens.

O acesso à informação precisa ser garantido para que as decisões sejam mais

democráticas possíveis. A ideia é atingir uma composição de forças, onde o "todo",

trabalhando junto, tenha mais poder que a soma das partes isoladas.

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3.3 Princípio do desenvolvimento humano

Este princípio orienta todas as ações que buscam a evolução pessoal e profissional

dos funcionários. Ensina, antes de tudo, a ser muito mais. Ser um indivíduo capaz de se

auto dirigir e se autocontrolar, em todas as situações. Na empresa e na vida.

Aprender a aprender é outra prioridade. Buscar o desenvolvimento auto-

sustentável, o aperfeiçoamento contínuo e a constante atualização dos conhecimentos.

É importante, também, ser um educador. Saber transferir os conhecimentos

adquiridos na organização, com uma compreensão ampla da atuação da empresas na

sociedade.

3.4 Princípio da constância de propósito

Para chegar à Qualidade Total, é preciso fazer uma mudança cultural. Implantar

novos valores, eliminando os conceitos ultrapassados. E isso só acontece quando os

princípios passam a ser repetidos e reforçados, dia após dia.

Por isso, as ações que levam à Qualidade Total devem ser planejadas. Os

dirigentes precisam ter sempre atitudes coerentes com os princípios defendidos. E esse

processo vai ter um grande sucesso na medida em que conseguir a participação de todos.

3.5 Princípio do aperfeiçoamento contínuo

Antes de pensar nas mudanças, é importante entender muito bem a empresa e

todos os seus processos. Não dá para aperfeiçoar o que não se pode medir. Portanto, é

fundamental criar indicadores de qualidade e produtividade que retratem a situação inicial.

Em cima desses indicadores é que vamos trabalhar sempre com a intenção de melhorar os

índices, buscando um aperfeiçoamento contínuo.

É aí é que entra o poder da inovação, da ousadia, da flexibilidade de atuação e da

criatividade.

3.6 Princípio da gerência de processos

A empresa pode ser vista como um grande processo envolvendo fornecedores,

empregados, clientes e a sociedade. Esse grande processo se divide em subprocessos

menores até o nível de uma tarefa individual. Os processos só se justificam se tiverem

finalidade de atender o cliente externo, direta ou indiretamente. Quem não estiver atendendo

o cliente, deve atender a quem está.

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3.7 Princípio da delegação

O atendimento ao cliente deve ser ágil. Decisões sobre assuntos do seu interesse

precisam ser rápidas. Por isso, todos os funcionários devem conhecer os princípios da

empresa e saber tomar decisões nos momentos necessários. O sucesso do processo de

delegação depende da capacidade de identificar o que e para quem delegar, além de saber

respaldar as ações para quem está perto de onde ocorre a ação.

Delegar significa também obter serviços em parceria com os fornecedores, através

da terceirização.

3.8 Princípio da disseminação de informações

Todos os funcionários devem saber divulgar os produtos e serviços da empresa.

Portanto, a informação tem que circular em todos os níveis. A alta administração deve

manter contato com o setor de execução. Tudo com agilidade e precisão. A comunicação

social tem que usar todos os meios disponíveis para levar a informação adiante. E tão

importante quanto a rapidez na transmissão é o conteúdo claro e objetivo. A transparência

da organização é uma consequência natural da disseminação de informações.

3.9 Princípio da garantia da qualidade

A qualidade dos produtos e serviços é assegurada pela formalização de processos

e pela administração das rotinas. Essas ações garantem que a qualidade dos produtos ou

serviços não será alterada com a substituição de pessoas.

A garantia da qualidade dos produtos e serviços é fundamental para a fidelização

dos clientes.

3.10 Princípio da não-aceitação de erros

Fazendo certo da primeira vez, não será preciso corrigir. Esse é o princípio de

quem não perde tempo, nem produz documentos incorretos. A prevenção contra erros e a

visão de aperfeiçoamento fazem parte da filosofia da qualidade.

Agora isso não significa intolerância ou punição para quem erra. Ao contrário, a

empresa estimulará ações inovadoras e criativas, mesmo com um certo grau de risco.

Inadmissível é o erro por omissão ou a persistência no erro. Fazer bem-feito é melhor que

fazer duas vezes.

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44 CCiicclloo PPDDCCAA

O Ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade que facilita a tomada de decisões

visando garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência dos estabelecimentos e,

embora simples, representa um avanço sem limites para o planejamento eficaz. A sigla é

formada pelas iniciais de:

� Plan – Planejar – estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer

resultados de acordo com os requisitos e políticas pré-determinados.

� Do – Fazer, executar – implementar as ações necessárias.

� Check – Checar, verificar – monitorar e medir os processos e produtos em relação às

políticas, aos objetivos e aos requisitos estabelecidos e relatar os resultados.

� Action – Agir – executar ações para promover continuamente a melhoria dos

processos.

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4.1 Etapas do Ciclo

4.1.1 Planejar

O planejamento começa pela análise do processo. Várias atividades são realizadas

para fazermos uma análise eficaz:

� Levantamento de fatos

� Levantamento de dados

� Elaboração do fluxo do processo

� Identificação dos itens de controle

� Elaboração de uma análise de causa e efeito

� Colocação dos dados sobre os itens de controle

� Análise dos dados

� Estabelecimento dos objetivos

A partir daí, é possível iniciar a elaboração de procedimentos que garantirão a

execução dos processos de forma eficiente e eficaz.

4.1.2 Fazer, Executar

Nesta fase, colocam-se em prática o que os procedimentos determinam, mas para

atingir sucesso, é preciso que as pessoas envolvidas sejam competentes. O treinamento vai

habilitá-las a executar as atividades com eficácia.

No contexto da melhoria da qualidade do atendimento, esses treinamentos podem

acontecer em sessões grupais (na implantação ou reciclagem de um procedimento, por

exemplo) ou no próprio posto de trabalho, ou seja, no local onde a atividade ou tarefa

acontece.

4.1.3 Checar, Verificar

É nesta fase que se verifica se os procedimentos foram claramente entendidos, se

estão sendo corretamente executados e se a demonstração foi abstraída. Esta verificação

deve ser contínua e pode ser efetuada tanto através de sua observação, quanto através do

monitoramento dos índices de qualidade e produtividade. As auditorias internas de

qualidade também são uma excelente ferramenta de verificação.

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4.1.4 Agir

Se durante a checagem ou verificação for encontrada alguma anormalidade, este

será o momento de agir corretivamente, atacando as causas que impediram que o

procedimento fosse executado conforme planejado. Assim que elas forem localizadas, as

contramedidas deverão ser adotadas, isto é, as ações que vão evitar que o erro ocorra

novamente. Em alguns casos, essas medidas podem virar normas, novos procedimentos,

padrões, etc.

4.2 Cuidados na implementação do Ciclo PDCA

O PDCA é um ciclo e, portanto, deve “rodar” continuamente. Para que “rode” de

maneira eficaz, todas as fases devem acontecer. A supressão de uma fase causa prejuízos

ao processo como um todo. Ao implementar o Ciclo PDCA, portanto, evite:

� Fazer sem planejar

� Definir as metas e não definir os métodos para atingi-las

� Definir metas e não preparar o pessoal para executá-las

� Fazer e não checar

� Planejar, fazer, checar e não agir corretivamente, quando necessário

� Parar após uma volta

4.3 Melhoramento contínuo através do Ciclo PDCA

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55 PPrrooggrraammaa 88SS

O Programa 8S é uma extensão do Programa 5S, criada para aperfeiçoar e dar

continuidade aos 5S’s. Trata-se de uma forma simples de combate ao desperdício, de

conservação de recursos e de aumento de capital, aplicável a qualquer tipo de empresa ou

instituição, independente do porte.

Os 8S’s têm como objetivos a mudança de hábitos e comportamentos, a partir da

educação, qualificação e treinamento dos envolvidos no Programa. Sua principal

característica é a não necessidade de investimentos tecnológicos e financeiros para colocá-

lo em prática, sendo fundamental o comprometimento de todos.

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5.1 Aplicação do Programa 8S

A partir da necessidade de aperfeiçoar o Programa 5S, este ganhou mais três S’s

(Shikari Yaro, Shido e Setsuyaku) e a ordem se sua implantação foi alterada. O Programa

ficou, então, assim estruturado:

5.1.1 1ª Etapa – Senso de Determinação e União

Este é o primeiro e fundamental Senso do Programa 8S e expressa a Determinação

da alta administração e a união de todos os funcionários. Inicialmente a alta administração

tem que se convencer da importância do Programa, inclusive incluindo-o no planejamento

estratégico da empresa. Um dos pontos importante desta Ação é a escolha do coordenador

do Programa. Este coordenador deve ser de nível gerencial, dinâmico, comunicativo,

empreendedor, com forte espírito de liderança e aceito pela maioria dos funcionários.

A melhor maneira de descobrir os pontos falhos é promovendo a Auditoria

Operacional dos Recursos Humanos, quando através de pesquisas com questionários com

pontuação, cada funcionário é entrevistado indicando os fatores que o deixa insatisfeito com

a empresa.

Para uma boa implantação deste Senso são propostos os seguintes 10 passos:

1) Conscientização da alta administração

2) Reunião com diretores e gerentes

3) Escolha do coordenador do Programa

4) Comunicação da empresa a todos os funcionários

5) Reunião entre gerentes, supervisores e funcionários

6) Divulgação do Programa

7) Plano para motivação dos funcionários

8) Auditoria Operacional dos Recursos Humanos

9) Plano de ações imediatas para problemas críticos

10) Avaliação dos 9 passos anteriores, para descobrir onde e o que deve ser melhorado.

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5.1.2 2ª Etapa - Senso de Educação, Qualificação e Treinamento

Este Senso também engloba o planejamento de todo o Programa 8S, através do

plano diretor e dos planos de execução, que visam orientar todas as etapas da implantação.

Para o treinamento devem ser usados vários recursos audiovisuais, com figuras e

personagens alegres, de preferência na forma de quadrinhos, que devem explicar em

poucas palavras o que é, para que serve e como se implanta o Programa.

Não se deve fazer uso de apostilas teóricas com muitas páginas e linguagem

rebuscada, pois alguns funcionários podem ser analfabetos ou terem dificuldades de

entendimento. Fotografias e filmes com exemplos de implantações do programa 8S em

empresas têm um grande valor de treinamento e motivação, especialmente quando se

consegue ver o “antes” e o “depois” da empresa. Deve ficar claro que, além de qualificar os

profissionais e treinar os funcionários, é neste Senso que se enquadra a melhora da

escolaridade dos funcionários, principalmente os que têm baixa escolaridade.

O próprio governo, além das associações de classes, têm vários programas de

melhoria de escolaridade. Não é apenas a empresa que investirá na educação de seus

funcionários, é possível ter programas sem custos para a empresa.

A seguir são citados os 10 passos para uma boa implantação deste Senso:

1) Treinamento do coordenador

2) Treinamento da diretoria

3) Montagem do escritório de coordenação do Programa

4) Treinamento dos gerentes

5) Seleção e treinamento dos facilitadores

6) Elaboração do Plano Diretor

7) Treinamento de todos os funcionários

8) Registro e análise da situação atual

9) Elaboração dos Planos de Execução

10) Avaliação dos 9 passos anteriores, para descobrir onde e o que deve ser melhorado.

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5.1.3 3ª Etapa – Senso de Utilização

A síntese deste Senso está em definir claramente os objetos, documentos e dados

em necessários e supérfluos, ou desnecessários. Existem diversas maneiras de se analisar

a necessidade de uma coisa e, o que pode ser supérfluo para uma pessoa, setor ou

empresa pode ser essencial para outra. Assim esta definição deve ser precedida de uma

análise criteriosa, com diversas pessoas sendo envolvidas. Um método prático é o

conhecido como 5W 3H, já visto nas ferramentas de planejamento.

As respostas às estas perguntas do 5W3H auxiliam muito a definição da

essencialidade. A avaliação da real necessidade de um objeto pode não ser tão fácil e

eficiente, pois muitas pessoas costumam guardar “coisas” durante anos e se apegam a elas

como se fossem bens valiosos.

Além da melhoria do ambiente e moral dos funcionários, pode-se apontar os

seguintes benefícios com a implantação deste Senso de Utilização:

a) Liberação de áreas, antes ocupadas com materiais desnecessários;

b) Redução do estoque de peças sobressalentes e materiais guardados no almoxarifado;

c) Redução do risco de acidentes provocados por excesso de materiais dispostos sem

nenhum controle;

d) Liberação de máquinas, equipamentos e materiais que estavam parados sem uso;

e) Redução e até eliminação do tempo de procura de ferramentas, materiais e

documentos;

f) Redução da burocracia devido eliminação de formulários e documentos;

g) Reciclagem de materiais, anteriormente desperdiçados.

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5.1.4 4ª Etapa – Senso de Ordenação ou Organização

Este Senso pode ser resumido

como o conjunto de ações que propiciam

que os objetos, documentos e dados

necessários sejam localizados de forma

rápida, correta e segura. Ele também é

responsável por uma perfeita comunicação

visual, com o uso constante das cores e

símbolos, de tal forma que qualquer

pessoa entenda a mensagem.

Esta ação acaba literalmente com

os “feudos”, onde somente poucos

funcionários sabem onde estão guardados

os objetos, documentos e dados. Uma vez

este Senso consolidado, em conjunto com o de Utilização e uma boa padronização, pode-se

dizer que não mais existirão funcionários indispensáveis, ou a memória “viva”, como se

costuma falar.

Pouco adianta frases do tipo: “Após o uso coloque a ferramenta no lugar”. Onde é o

lugar da ferramenta? Este deve estar claramente indicado, inclusive com nome e seu

contorno ou silhueta, pois assim não existe margem para erro e guarda no lugar indevido. A

seguir são descritas ações e ideias constantes nas referências bibliográficas a respeito da

regra dos 5S e do Programa 8S.

a) Nos escritórios e partes administrativas deve-se ordenar as mesas, armários, arquivos,

máquinas copiadoras e de fax, bem como microcomputadores e impressoras de forma

que o uso seja prático, rápido e seguro, evitando-se que os usuários tenham que se

deslocar muito.

b) Tanto os armazéns quanto os almoxarifados e depósitos devem ser organizados, com os

itens estocados obedecendo a estes conceitos. Itens pesados devem ficar o mais

próximo do chão e os mais leves mais acima. Todos os corredores, estantes e armários

devem estar identificados com a indicação de conteúdo, devendo-se evitar a guarda de

itens em caixas fechadas, difíceis de serem identificadas.

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c) Em todos os setores devem ser feitos estudos ergonômicos, com o acompanhamento de

especialistas no assunto, de forma a adaptarem-se as máquinas e tarefas às pessoas,

especialmente às canhotas e portadoras de defeitos físicos, ou ainda às muito magras ou

gordas, altas ou baixas, enfim tudo deve ser analisado de forma a que se tenha conforto

e segurança.

d) Documentos são guardados em arquivos e estes devem ser identificados externamente,

de forma a que se saiba o conteúdo interno de cada gaveta. As pastas suspensas devem

ser identificadas uma a uma. Estantes e mapotecas também devem ser identificadas bem

como qualquer caixa usada como arquivo.

e) Dados estão sendo guardados em memórias fixas e disquetes e, portanto, também

devem ser facilmente identificados por qualquer usuário. As caixas com vários disquetes

também devem indicar externamente o seu conteúdo. Arquivos técnicos e bibliotecas

devem ter toda uma metodologia, sendo fundamental os serviços ou consultoria de

arquivologistas e bibliotecários.

Podem ser apontados os seguintes benefícios com a implantação deste Senso:

i. Melhoria do moral dos funcionários,

ii. Melhoria do ambiente físico da empresa,

iii. Redução dos acidentes de trabalho, em função da comunicação visual,

iv. Economia de tempo e energia pela redução de movimentação desnecessária,

v. Rapidez, segurança e facilidade na procura de materiais, documentos e dados,

vi. Melhoria no processo de comunicação entre as pessoas,

vii. Atendimento e ação mais rápida em caso de acidentes.

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5.1.5 5ª Etapa – Senso de Limpeza

Este Senso vai além do ato de limpar e principalmente deve ser enfocado como

uma oportunidade de não sujar e de inspecionar, descobrindo as fontes das sujeiras e

pontos potenciais de falhas e desperdícios. Embora não seja um hábito do homem

ocidental, o Programa proposto delega a cada pessoa a limpeza do seu ambiente de

trabalho, pois esta é a melhor maneira para que todos mantenham limpos seus ambientes e

tenham um contato maior com seus instrumentos diários de trabalho. Após a completa

conscientização e implantação deste Senso, são necessários menos de dez minutos,

diários, para as atividades de limpeza e inspeção geral.

A pintura é um dos pontos fortes deste

Senso, devendo-se usar cores claras e alegres

de forma que os ambientes estejam limpos e

agradáveis. Mais uma vez deve-se analisar a

influência das cores no comportamento do ser

humano. Sempre que possível, deve-se consultar

os funcionários quanto às cores de suas

preferências. Atenção especial deve ser dada à

limpeza dos banheiros, vestiários e refeitórios,

pois são locais que têm grande influência no

comportamento e satisfação das pessoas. Aliás,

as primeiras mudanças em uma empresa devem

começar exatamente por estes locais .

Benefícios da ação de Limpeza:

a) Prevenção de acidentes com redução de afastamentos e gastos com tratamentos,

b) Redução de afastamentos por acidentes e “doenças” relacionadas aos aspectos

ergonômicos,

c) Melhoria do moral e satisfação dos funcionários, Inspeção de máquinas e instalações,

permitindo uma maior disponibilidade,

d) Combate aos desperdícios,

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e) Embelezamento dos postos de trabalho,

f) Redução de riscos à saúde dos funcionários,

g) Melhoria da qualidade de vida no trabalho,

h) Redução da poluição e agressões ao meio ambiente.

A seguir são citados os 11 passos para uma boa implantação desta:

i. Comunicado oficial da alta administração

ii. Colocação de faixas e cartazes por toda a empresa

iii. Planejamento dos Sensos de Utilização e Ordenação ou Organização

iv. Preparo de ferramentas, materiais e equipamentos de proteção individual (EPI)

v. Escolha da área e máquina modelo

vi. Planejamento do plano de coleta seletiva de lixo

vii. O Dia da Grande Limpeza (Clean up day)

viii. Balanço dos resultados iniciais, especialmente devido à Limpeza

ix. Execução do Senso de Utilização

x. Execução do Senso de Ordenação ou Organização

xi. Avaliação da Grande Limpeza e dos Sensos de Utilização e Ordenação, para descobrir

onde e o que deve ser melhorado.

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5.1.6 6ª Etapa – Senso de Saúde e Bem Estar e Auto Disciplina

Estes dois Sensos não são implantados, mas sim frutos das anteriores,

especialmente através do exemplo de comportamento das pessoas que ocupam cargos de

chefia e gerência. O Senso de Saúde e Bem Estar é consequência direta das melhorias

físicas no ambiente de trabalho, bem como do clima de maior respeito que passa a existir

entre as pessoas. O Senso de Autodisciplina é aquela de maior complexidade de ser

alcançado, pois exige ações e tempo para que todos o desenvolvam. Não pode ser

encarado, apenas, como uma ordem, pois a pessoa não deve simplesmente obedecer

cegamente, somente para cumprir o que foi previamente estabelecido; este não é o objetivo.

Um dos pilares do Programa proposto é o trabalho em equipe ou coletivo, inclusive com

grupos de poucas pessoas, portanto, se um elemento falha, os demais ficam

sobrecarregados. Esta é a essência do Senso de Autodisciplina, onde a falta ou

enfraquecimento de um elo compromete toda a corrente, já que todos são importantes

dentro da cadeia produtiva. O Senso de Saúde e Bem Estar está ligado diretamente à saúde

física e mental, dependendo de cada pessoa, do ambiente interno e também do externo,

pois o homem é produto do meio (embora possa modificá-lo). Deve ser lembrado que,

enquanto o ambiente interno de uma empresa depende, quase que exclusivamente, da alta

administração e dos funcionários, o externo depende também, e muito, da coletividade e

ações governamentais.

As principais ações e fatores para o sucesso desta etapa são:

i. Limpeza e higiene de banheiros, vestiários e refeitórios.

ii. Boas condições ambientais como iluminação, temperatura, ruído e fontes poluidoras.

iii. Pintura dos ambientes, inclusive artística em alguns pontos.

iv. Uso de plantas ornamentais e conservação de jardins.

v. Áreas de recreação e esportiva.

vi. Plano de assistência médica, social e seguros.

vii. Plano de cargos e salários.

viii. Campanhas de saúde e alimentação.

ix. Valorização da prevenção dos acidentes de trabalho e cuidados com o meio ambiente.

x. Liberdade de expressão e associação em entidades e sindicatos.

xi. Delegação de autoridade e atribuição de responsabilidade.

xii. Plano constante de educação, qualificação e treinamento.

xiii. Valorização do trabalho em equipe, respeitando as individualidades.

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5.1.7 7ª Etapa – Senso de Economia e Combate aos Desperdícios

Este Senso encerra o ciclo de implantação do Programa 8S e assim deve ser, pois

só após os sete Sensos anteriores estarem operativos, com as pessoas treinadas e

conscientizadas, é que se têm condições de analisar as propostas objetivas e simples,

visando a economia e o combate aos desperdícios. Este Senso é a expressão viva do

processo de melhoramento contínuo (Kaizen), pois sempre se deve procurar melhorar aquilo

que se acha estar bom.

A implantação deste Senso começa com a alta administração reunindo-se com os

gerentes, chefes e supervisores para criação dos grupos de estudos e combate aos

desperdícios. Devem ser escolhidos líderes de diferentes áreas, pois os desperdícios são

gerais. A função básica destes líderes é motivar os funcionários para que apresentem

sugestões de melhorias, por mais simples que pareçam.

Um plano de combate aos desperdícios, pode ter as seguintes etapas:

i. Campanha promovida pela alta administração

ii. Reunião entre diretores, gerentes, chefes e supervisores

iii. Divisão da empresa em setores e escolha dos líderes, que recolherão as sugestões

iv. Coleta de sugestões e ideias

v. Análise das ideias (pelo comitê de avaliação)

vi. Estudos e ou projetos para implantação das ideias aprovadas pelo comitê de avaliação

vii. Execução das mudanças analisadas e aprovadas

viii. Avaliação dos resultados

ix. Divulgação dos resultados

x. Recompensa, aos autores, pelas sugestões implantadas com sucesso e retorno para a

empresa

xi. Nova reunião entre diretores, gerentes, chefes e supervisores, para nova rodada de

sugestões. O processo de melhorias é contínuo.

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5.1.8 Avaliação e Continuidade do Programa 8S

Todos os 8 Sensos devem ser avaliados, mensal ou trimestralmente, com o uso de

critérios e questionários onde são atribuídas notas para os diversos fatores e assim

consegue-se dar um tratamento matemático e estatístico a itens qualitativos. Ao final, os

resultados dos oito Sensos são plotados em gráficos e comparados com os meses

anteriores, quando pode-se melhorar ainda mais o Programa ou tomar-se ações corretivas.

Sabe-se que, com o passar do tempo as pessoas tendem a diminuir a sua

participação, isto acontece não só com o Programa aqui proposto mas, com qualquer

atividade exercida pelo ser humano. Para evitar isto deve-se ter um plano de longo prazo,

objetivando manter as pessoas participativas e motivadas permanentemente.

Além das ações já citadas, os seguintes procedimentos devem ser adotados para

continuidade e eficácia do Programa:

a) Participação permanente da alta administração.

b) Treinamento e retreinamento dos funcionários.

c) Estabelecimento de metas de longo prazo.

d) Plano de comunicação permanente dos resultados e evolução do Programa.

e) Exercício contínuo do trabalho em equipe e valorização de lideranças.

f) Avaliação mensal dos seis Sensos táticos e operacionais: Utilização, Ordenação ou

Organização, Limpeza, Saúde e Bem Estar, Autodisciplina e Economia e Combate aos

Desperdícios.

g) Avaliação trimestral dos dois Sensos estratégicos: Determinação e União e Educação e

Treinamento.

h) Concursos internos com distribuição de troféus, placas, medalhas e diplomas para as

pessoas e setores que se destacaram.

i) Após o segundo ano da implantação do Programa, deve-se fazer anualmente, a

Auditoria Operacional dos Recursos Humanos, para medir a satisfação dos funcionários

e tomar medidas corretivas.

j) Encontros anuais do Programa dos 8 Sensos.

k) Exposições fotográficas com exemplos de melhorias propostas pelas pessoas.

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5.2 Benefícios do Programa 8S

Com a implantação do Programa 8S’s, são esperados, entre outros, os seguintes

benefícios:

a) Bem estar das pessoas.

b) Prevenção de acidentes.

c) Redução de estoques sobressalentes.

d) Redução de custos.

e) Melhoria da qualidade de produtos e serviços.

f) Aumento da produtividade da empresa.

5.3 Custos Totais da Implantação do Programa 8S

Desde 2001, centenas de empresas e instituições brasileiras têm implantado o

Programa 8S, gerando grandes economias. De forma geral o custo total para implantação

do Programa fica entre 0,1% a 0,5% do faturamento bruto anual da empresa. Em indústrias

de grande porte este investimento é consumido 80% no primeiro ano e 20% no segundo. A

partir do terceiro ano os custos são mínimos e basicamente com treinamento e reforço das

medidas.

Como estas grandes indústrias trabalham com lucro líquido entre 5% e 10% do

faturamento bruto, pode-se fazer uma pequena simulação sobre os custos. Vamos supor

uma indústria que, em 2007 tenha tido um faturamento bruto de 100 milhões de dólares e

um lucro líquido de 5 milhões de dólares. Os custos para implantação seriam entre 100 mil e

500 mil dólares (0,1% a 0,5% do faturamento bruto anual da empresa), o que significaria

investir em dois anos o equivalente entre 2% e 10% do lucro líquido de um ano.

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66 FFeerrrraammeennttaass ddaa QQuuaalliiddaaddee

Ishikawa observou que embora nem todos os problemas pudessem ser resolvidos

por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que qualquer trabalhador fabril

poderia efetivamente utilizá-las. Embora algumas dessas ferramentas já fossem conhecidas

havia algum tempo, Ishikawa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de

Qualidade Industrial na década de 1960.

Talvez o alcance maior dessas ferramentas tenha sido a instrução dos Círculos de

Controle de Qualidade (CCQ). Seu sucesso surpreendeu a todos, especialmente quando

foram exportados do Japão para o ocidente. Esse aspecto essencial do Gerenciamento da

Qualidade foi responsável por muitos dos acréscimos na qualidade dos produtos japoneses,

e posteriormente muitos dos produtos e serviços de classe mundial, durante as últimas três

décadas.

6.1 Brainstorming

6.1.1 Origem

Brainstorming é a mais conhecida das técnicas de geração de ideias. Foi

originalmente desenvolvida por Osborn, em 1938. Em Inglês, quer dizer “tempestade

cerebral”. O Brainstorming é uma técnica de ideias em grupo que envolve a contribuição

espontânea de todos os participantes. Soluções criativas e inovadoras para os problemas,

rompendo com paradigmas estabelecidos, são alcançadas com a utilização de

Brainstorming. O clima de envolvimento e motivação gerado pelo Brainstorming assegura

melhor qualidade nas decisões tomadas pelo grupo, maior comprometimento com a ação e

um sentimento de responsabilidade compartilhado por todos.

6.1.2 Quem utiliza

Todas as pessoas da empresa podem utilizar essa ferramenta, devido à sua

facilidade. Porém o sucesso da aplicação do Brainstorming é seguir as regras, em especial

a condução do processo, que deve ser feita por uma única pessoa.

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6.1.3 Objetivo

O Brainstorming é usado para gerar um grande número de ideias em curto período

de tempo. Pode ser aplicado em qualquer etapa do processo de solução de problemas,

sendo fundamental na identificação e na seleção das questões a serem tratadas e na

geração de possíveis soluções. Mostra-se muito útil quando se deseja a participação de

todo grupo.

Focaliza a atenção do usuário no aspecto mais importante do problema. Exercita o

raciocínio para englobar vários ângulos de uma situação ou de sua melhoria. Serve com

“lubrificante” num processo de solução de problemas, especialmente se:

� as causas do problema são difíceis de identificar;

� a direção a seguir ou opções para a solução do problema não são aparentes.

6.1.4 Tipos de Brainstorm

� Estruturado: Nessa forma, todas as pessoas do grupo devem dar uma ideia a cada

rodada ou “passar” até que chegue sua próxima vez. Isso geralmente obriga até mesmo

o tímido a participar, mas pode também criar certa pressão sobre a pessoa.

� Não-estruturado: Nessa forma, os membros do grupo simplesmente dão as ideias

conforme elas surgem em suas mentes. Isso tende a criar uma atmosfera mais relaxada,

mas também há o risco de dominação pelos participantes mais extrovertidos.

6.1.5 Regras do Brainstorming

i. Enfatizar a quantidade e não a qualidade das ideias;

ii. Evitar críticas, avaliações ou julgamentos sobre as ideias;

iii. Apresentar as ideias tais como elas surgem na cabeça, sem rodeios, elaborações ou

maiores considerações. Não deve haver medo de “dizer bobagem”. As ideias

consideradas “loucas” podem oferecer conexões para outras mais criativas;

iv. Estimular todas as ideias, por mais “malucas” que possam parecer;

v. “Pegar carona” nas ideias dos outros, criando a partir delas;

vi. Escrever as palavras do participante. Não interpretá-las.

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6.1.6 Como usar

Etapa Método

Introdução • Inicie a sessão esclarecendo os seus objetivos, a questão ou o problema a ser discutido.

Geração de Ideias

• Dê um tempo para que pensem no problema.

• Solicite, em sequência, uma ideia a cada participante, registrando-a no flip chart.

• Caso um participante não tenha nada a contribuir, deverá dizer simplesmente "passo".

• Na próxima rodada, essa pessoa poderá dar uma idéia. São feitas rodadas consecutivas até que ninguém tenha mais nada a acrescentar.

Revisão da Lista • Pergunte se alguém tem alguma dúvida e, se for o caso, peça à pessoa que a gerou para esclarecê-la.

Análise e Seleção

• Leve o grupo a discutir as ideias e a escolher aquelas que vale a pena considerar.

• Utilize o consenso nessa seleção preliminar do problema ou da solução.

Ordenação de Ideias

• Solicite que sejam analisadas as ideias que permaneceram na lista.

• Promova a priorização das ideias, solicitando, a cada participante, que escolha as três mais importantes.

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6.2 Matriz de Preferência

É uma tabela que permite a organização de ideias ou alternativas segundo certa

ordem ou grau de preferência. É usada para escolher e priorizar alternativas de forma rápida

e precisa, selecionando uma lista de alternativas a serem priorizadas, relacionadas a uma

determinada situação.

Exemplo: O diretor-executivo de uma empresa tradicional que acabou de passar

por um processo de reestruturação, aposentou-se, deixando vago seu cargo. O Conselho de

Administração optou por uma seleção interna e foram cogitados os nomes de quatro

candidatos que poderão desempenhar muito bem o papel.

1. Gerente Industrial: engenheiro, trabalha há bastante tempo na empresa, conhece

muito bem todas as áreas, mas é autoritário e antipatizado pelo pessoal.

2. Gerente Comercial: economista, promoveu uma revolução na área comercial,

trazendo ótimos resultados para a empresa. É jovem, ambicioso, mas trabalha há muito

pouco tempo na empresa.

3. Gerente de Recursos Humanos: psicóloga, é candidata também por ser

veterana, tem muita experiência na empresa, é muito querida pelos empregados, mas não

conhece bem a área financeira.

4. Membro do Conselho de Administração: administrador, aposentado, já foi diretor

da empresa, tendo uma gestão de muito sucesso, mas está afastado há muitos anos da

área operacional.

Como podemos ver no exemplo acima, o candidato que obteve a maior frequência de votos

foi o Gerente Comercial.

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6.3 Matriz de Decisão

Quando uma alternativa deve ser selecionada entre pequeno número de outras, um

ótimo processo é o de ponderar diferentes critérios de avaliação.

Formamos desta forma, uma matriz de decisão que vai revelar os pontos fortes e

fracos de cada alternativa.

Siga as instruções para formar uma matriz de decisão:

� Escolha os critérios para avaliação das alternativas, colocando-os em ordem de

importância. Dê pesos a cada um deles. Por exemplo: de 1 a 5 (os mais relevantes

recebem peso 5 e os de menor importância peso 1).

� Construa a matriz, colocando as alternativas e os critérios em eixos diferentes.

� Compare cada alternativa com cada um dos critérios, dando-lhe uma nota à proporção

que atenda bem ou mal a cada critério

� Multiplique a nota de cada alternativa pelo peso de cada critério e obtenha a nota

ponderada.

� Some, para cada alternativa, todas as notas ponderadas obtidas.

� Verifique que alternativa obteve o maior número de pontos: esta é a alternativa

vencedora.

Exemplo:

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6.4 5W3H

O 5W3H, basicamente, é um checklist de determinadas atividades que precisam ser

desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores da empresa

num momento de planejamento dos processos. Ele funciona como um mapeamento destas

atividades, onde ficará estabelecido o que será feito, quem fará o quê, em qual período de

tempo, em qual área da empresa e todos os motivos pelos quais esta atividade deve ser

feita. Em um segundo momento, deverá figurar nesta tabela como será feita esta atividade e

quanto custará aos cofres da empresa tal processo.

Esta ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina por

completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Em um

meio ágil e competitivo como é o ambiente corporativo, a ausência de dúvidas agiliza e

muito as atividades a serem desenvolvidas por colaboradores de setores ou áreas

diferentes. Afinal, um erro na transmissão de informações pode acarretar diversos prejuízos

à sua empresa, por isso é preciso ficar atento à essas questões decisivas, e o 5W3H é

excelente neste quesito.

O nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos

nomes (em inglês) das diretrizes utilizadas neste processo. Abaixo você pode ver cada uma

delas e o que elas representam:

� What – O que será feito (etapas)

� Why – Por que será feito (justificativa)

� Where – Onde será feito (local)

� When – Quando será feito (tempo)

� Who – Por quem será feito (responsabilidade)

� How – Como será feito (método)

� How much – Quanto custará fazer (custo)

� How many – Quantos estão envolvidos (nº de pessoas envolvidas)

Antes de utilizar o 5W3H é preciso que você estabeleça uma estratégia de ação para

identificação e proposição de soluções de determinados problemas que queira sanar. Para

isso pode-se utilizar de Brainstorm para se chegar a um ponto comum.

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6.5 Matriz GUT

Esta matriz é uma forma de se tratar problemas com o objetivo de priorizá-los. Leva

em conta a gravidade, a urgência e a tendência de cada problema.

6.5.1 Gravidade

Impacto do problema sobre coisas, pessoas, resultados, processos ou

organizações e efeitos que surgirão a longo prazo, caso o problema não seja resolvido.

6.5.2 Urgência

Relação com o tempo disponível ou necessário para resolver o problema.

6.5.3 Tendência

Potencial de crescimento do problema, avaliação da tendência de crescimento,

redução ou desaparecimento do problema.

A pontuação de 1 a 5, para cada dimensão da matriz, permite classificar em ordem

decrescente de pontos os problemas a serem atacados na melhoria do processo.

Este tipo de análise deve ser feita pelo grupo de melhoria com colaboradores do

processo, de forma a estabelecer a melhor priorização dos problemas. Lembrando que deve

haver consenso entre os membros do grupo.

Após atribuída a pontuação, deve-se multiplicar GxUxT e achar o resultado,

priorizando de acordo com os pontos obtidos.

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6.6 Diagrama de Causa e Efeito

O Diagrama de Ishikawa leve este nome em homenagem ao seu criador, Kaoru

Ishikawa, que desenvolveu esta ferramenta na década de 40. Ela se apresenta como uma

ferramenta de qualidade muito eficiente na identificação das causas e efeitos relacionados

com a maioria dos problemas detectados em uma organização.

Alguns fatores são apresentados por sentar que concorrem para o efeito que será

estudado. As causas ou fatores complexos podem ser decompostos em seus mínimos

detalhes, sem com isso perder a visão de conjunto. Normalmente, os processos são

analisados a partir de seis grandes grupos de fatores:

6.6.1 Máquina

Inclui todos os aspectos relativos às máquinas, equipamentos e instalações, que podem

afetar o efeito do processo;

6.6.2 Método

Inclui todos os procedimentos, rotinas e técnicas utilizadas que podem inteferir no

processo e, consequentemente, no seu resultado.

6.6.3 Material

Inclui todos os aspectos relativos à materiais como insumos, matérias-primas,

sobressalentes, peças, etc, que podem interferir no processo e, consequentemente, no

seu resultado.

6.6.4 Mão de obra

Inclui todos os aspectos relativos ao pessoal que, no processo, podem influenciar o

efeito desejado.

6.6.5 Medida

Inclui a adequação e confiança nas medidas que afetam o processo como aferição e

calibração dos instrumentos de medição.

6.6.6 Meio ambiente

Inclui as condições ou aspectos ambientais que podem afetar o processo, além disso,

sob um aspecto mais amplo, inclui a preservação do meio ambiente.

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Em geral, as causas são levantadas em reuniões brainstorming. As causas mais

prováveis podem estão ser discutidas e pesquisadas com maior profundidade.

Identificar todos os problemas existentes, para posterior análise e avaliação,

estabelecendo as prioridades de acordo com o tamanho do estrago que cada um deles vêm

causando à empresa.

À frente (na “cabeça do peixe”) do diagrama, coloca-se o efeito e nos elementos da

espinha colocam-se as causas, de modo a facilitar a visualização de todas as causas do

efeito e permitir um ataque preciso ao âmago da questão com ferramentas e mecanismos

adequados para eliminar de vez os gargalos e suas fragilidades.

A última etapa consiste em analisar minuciosamente as inúmeras causas de cada

efeito encontrado, agrupando-as por categorias, as comumente conhecidas “6M’s”.

Para implantação do Diagrama de Ishikawa, não há limites. As organizações

preferem ir além dos padrões convencionais, podem identificar e demonstrar em diagramas

específicos a origem de cada uma das causas do efeito, isto é, as causas das causas do

efeito. A riqueza de detalhes poderá ser determinante para uma melhor qualidade dos

resultados do projeto. Quanto mais informações sobre os problemas forem disponibilizadas,

maiores serão as chances de livrar-se deles.

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6.7 Folha de Verificação

As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a coleta e

análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo, eliminando o trabalho

de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos. Além disso elas evitam

comprometer a análise dos dados.

A folha de verificação é uma ferramenta usada para quantificar a frequência com

que certos eventos ocorrem, num certo período de tempo. É utilizada a partir de uma

pesquisa feita junto ao cliente do processo, por meio de questionários ou entrevistas, para

padronizar e verificar resultados de trabalhos ou para facilitar e organizar o processo de

coleta e registro dedados. Sua utilização é básica para a montagem do Gráfico de Pareto.

A construção da folha de

verificação é simples: em uma

coluna relacionam-se as principais

anomalias apontadas e, em outra

coluna, o total de citações que

aquela anomalia obteve. Os dados

pesquisados na folha de

verificação e listados em ordem de

prioridade permitem a

representação gráfica dos dados

obtidos, técnica denominada Gráfico de Pareto.

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6.8 Estratificação

6.8.1 Definição

A ferramenta de estratificação tem como função analisar os dados para buscar

oportunidades de melhoria, sempre utilizada nos casos cujos dados mascaram os fatos

reais. Isto geralmente ocorre quando os dados registrados provêm de diferentes fontes, mas

são tratadas igualmente sem distinção.

6.8.2 Aplicação

� Analisar dados com o objetivo de encontrar oportunidades de melhorias;

� Dividir os dados em categorias ou características importantes com o objetivo de

direcionar ações corretivas;

� Separar os dados de modo a expor padrões latentes;

� Buscar identificar origens diferentes e, assim, direcionar a sua solução;

� Focalizar os dados em subgrupos para analise dos seus efeitos;

� Pesquisar os caminhos que contribuem com maior intensidade na identificação de um

problema;

6.8.3 Como construir

1° Pesquisar as causas de falhas de um processo, rever todas as variáveis que

possam controlar a qualidade dos seus resultados. Depois, para cada uma delas, preveja

que fatores podem controlar mudanças nos seus respectivos comportamento estatístico.

Uma forma fácil de fazer isto é pôr em discussão as relações entre cada variável e os 6 Ms

do diagrama de Ishikawa;

2° Selecionadas as variáveis que serão medidas e os agrupamentos que serão

organizados, prepare listas de verificação para coleta dos dados. Os resultados serão

tratados estatisticamente, calculando-se, por exemplo, a média e amplitude e montando os

histogramas para cada grupo.

A estratificação de ordenamento é o primeiro tratamento que os dados recebem,

dentro das estatística descritiva.

A organização dos dados em uma determinada ordem simplifica, por exemplo, o

cálculo da amplitude e permite uma representação gráfica que seja mais expressiva do que

a tabulação.

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Exemplo: Número de ocorrências registradas na portaria de um hospital.

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6.9 Diagrama de Pareto

O diagrama criado pelo economista italiano Vilfredo Pareto, no século XIX, é uma

das sete ferramentas básicas da qualidade e constitui-se num gráfico que é utilizado

identificar quais os itens, ou causas de perdas que devem ser sanadas, são responsáveis

pela maioria das perdas.

O diagrama de Pareto, que teve importantes contribuições de Juran, baseia-se no

princípio de que a maioria das perdas tem poucas causas, ou, como foi dito por Juran

“poucas são vitais, a maioria é trivial”.

Através do Diagrama, que pode ser aplicado seguindo-se seis passos básicos, é

possível ter uma ideia clara da relação entre causas e problemas a fim de priorizar a ação

que trará melhor resultado. As etapas são as seguintes:

i. Determine o objetivo do diagrama, ou seja, que tipo de perda você quer investigar;

ii. Defina o aspecto do tipo de perda, ou seja, como os dados serão classificados;

iii. Em uma tabela, ou folha de verificação, organize os dados com as categorias do

aspecto que você definiu;

iv. Faça os cálculos de frequência e agrupe as categorias que ocorrem com baixa

frequência sob a denominação “outros”, calculando também o total e a

porcentagem de cada item sobre o total e o acumulado;

v. Trace o diagrama.

O Diagrama de Pareto tem como objetivo identificar quais causas devem ser

“atacadas” primeiro ou que surtirão melhores resultados, no entanto, devem ser verificadas

diversas classificações até a construção do diagrama final e problemas ou causas muito

complexas devem ser estratificadas a fim de garantir a eficácia do método.

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6.10 Diagrama de Dispersão

6.10.1 Definição

Visa identificar se existe uma tendência de variação conjunta (correlação) entre

duas ou mais variáveis.

Na prática do dia-a-dia é, muitas vezes, essencial estudar-se a relação entre duas

variáveis correspondentes. Por exemplo, em que grau as dimensões de uma peça usinada

variam com a mudança de velocidade de um torno? Ou, suponhamos que queremos

controlar a concentração de uma solução e é preferível substituir a medição da

concentração pela da densidade relativa porque ela é facilmente medida na prática. Para

estudar a relação de duas variáveis tais como a velocidade do torno e dimensões de uma

peça, ou concentração e densidade relativa, pode-se usar o chamado “diagrama de

dispersão”.

6.10.2 Leitura de Diagramas de Dispersão

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Pode-se conhecer diretamente o perfil da distribuição dos pares de dados a partir

de sua leitura do seu gráfico. Para isso, a primeira coisa que se deve fazer é examinar se há

ou não pontos anômalos no diagrama.

Pode-se presumir que, em geral, quaisquer destes pontos distantes do grupo

principal são o resultado de erro de medição, ou de registro de dados ou foram causados

por alguma mudança nas condições de operação. É necessário excluir estes pontos para a

análise de correlação. Contudo, ao invés de desprezar estes pontos por completo, deve-se

prestar a devida atenção às causas de tais irregularidades, pois muitas vezes obtêm-se

informações inesperadas porém úteis, descobrindo-se por que eles ocorrem.

Existem muitos tipos de padrões de dispersão que são chamados de correlações.

Alguns tipos representativos são dados abaixo.

Elevada Correlação Positiva Moderada Correlação Positiva

Elevada Correlação Negativa Moderada Correlação Negativa

Nenhuma Correlação Nenhuma Correlação

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6.10.3 Orientações para construção do diagrama

Colete os pares de dados (x, y) entre os quais deseja estudaras relações, dispondo-

os em uma tabela. É desejável ter, pelo menos, 30 pares de dados.

Encontre os valores máximos e mínimos para x e y, e defina as escalas dos eixos

horizontal e vertical, de forma que ambos os comprimentos venham a ser aproximadamente

iguais para facilitar a leitura. Se uma das duas variáveis for um fator e a outra uma

característica da qualidade, usar o eixo horizontal x para o fator e o eixo vertical y para a

característica da qualidade.

Trace o plano cartesiano e lance os dados no papel. Quando forem obtidos os

mesmos valores de dados de diferentes observações, mostre estes pontos, ou traçando

círculos concêntricos, ou lançando o segundo ponto imediatamente próximo do primeiro.

Inserir todos os itens e informações necessárias como intervalo de tempo,

quantidade de pares de dados, nome e unidade de medidas de cada eixo, etc., e após isso,

analisar o diagrama, verificando a existência de correlação

6.10.4 Exemplo

Um fabricante de tanques plásticos pelo

processo de injeção encontrou problemas com

tanques defeituosos que tinham paredes finas.

Suspeitou-se que a variação da pressão do ar, que

mudava de dia para dia, foi a causa das paredes

finas, fora da especificação. Veja ao lado..

Ao construir o diagrama temos:

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6.11 Histograma

Um histograma é uma ferramenta de análise e representação de dados

quantitativos, agrupados em classes de frequência que permite distinguir a forma, o ponto

central e a variação da distribuição, além de outros dados como amplitude e simetria na

distribuição dos dados.

6.11.1 Histograma simétrico, tipo distribuição Normal:

Característica: a frequência é mais alta no

centro e decresce gradualmente para as caudas de

maneira simétrica (forma de sino). A média e a

mediana são aproximadamente iguais e localizam-se

no centro do histograma (ponto de pico).

Quando ocorre: forma usualmente observada

em processos padronizados, estáveis, em que a

característica de qualidade é contínua e não apresenta

nenhuma restrição teórica nos valores que podem

ocorrer.

6.11.2 Histograma assimétrico e com apenas um pico:

Características: a frequência decresce bruscamente em um dos lados de forma

gradual no outro, produzindo uma calda mais longa em um

dos lados. A média localiza-se fora do meio da faixa de

variação. Quando a assimetria é à direita a mediana é

inferior a média. Quando a assimetria é à esquerda a

mediana é superior à média.

Quando ocorre: possivelmente a característica de

qualidade possui apenas um limite de especificação e é

controlada durante o processo, de modo que satisfaça a

essa especificação.

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6.11.3 Histograma Tipo Despenhadeiro

Característica: o histograma termina abruptamente de um ou dos dois lados, dando

a impressão de faltar um pedaço na figura.

Quando ocorre: possivelmente foram eliminados dados por uma inspeção 100%;

nesse caso o “corte” coincide com os limites de especificação.

6.11.4 Histograma com dois picos

Característica: ocorrem dois picos e a

frequência é baixa entre eles.

Quando ocorre: em situações em que há

mistura de dados com médias diferentes obtidos em

duas condições distintas. Por exemplo, dois tipos de

matérias primas, duas máquinas ou dois operadores. A

estratificação dos dados segundo esses fatores poderá

confirmar ou não tais conjecturas.

6.11.5 Histograma tipo platô

Característica: classes centrais possuem

aproximadamente a mesma frequência.

Quando ocorre: aspecto possível quando há mistura

de várias distribuições com médias diferentes

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6.11.6 Histograma com pequena ilha isolada

Característica: algumas faixas de valores da característica de qualidade observada

ficam isoladas da grande maioria dos dados, gerando

barras ou pequenos agrupamentos separados.

Quando ocorre: possivelmente ocorreram

anormalidades temporárias no processo, erros de

medição, erros de registro ou transcrição dos dados,

produzindo alguns resultados muito diferentes dos

demais.

6.11.7 Limites de especificação

Se houver especificação, trace as linhas dos limites da especificação no

histograma, para comparar a distribuição com a especificação. Depois veja se o histograma

está localizado bem dentro dos limites. Cinco casos típicos são descritos a seguir.

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6.11.8 Como Fazer histogramas:

� Obter uma amostra de 50 a 100 dados (50 < n < 100)

� Determinar o maior e o menor valor (xmax e xmin)

� Calcular a amplitude total dos dados R = xmax - xmin

� Determinar o número de classes k = √n

� Calcular a amplitude das classes h = R/k

� Determinar os limites das classes

� Construir uma tabela de frequências

� Traçar o diagrama

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6.12 Diagrama de Gantt

O diagrama de Gantt é um gráfico usado para ilustrar o avanço das diferentes

etapas de um projeto. Os intervalos de tempo representando o início e fim de cada fase

aparecem como barras coloridas sobre o eixo horizontal do gráfico. Desenvolvido em 1917

pelo engenheiro social Henry Gantt, esse gráfico é utilizado como uma ferramenta de

controle de produção. Nele podem ser visualizadas as tarefas de cada membro de uma

equipe, bem como o tempo utilizado para cumpri-la. Assim, pode-se analisar o empenho de

cada membro no grupo, desde que os mesmos sejam associados, à tarefa, como um

recurso necessário ao desempenho da mesma.

Associado a esta ideia, está o fato de esta forma de representação gráfica, das

atividades de um projeto, permitir, ainda, avaliar os seus custos, resultante do consumo de

recursos necessários à conclusão de cada uma das tarefas do mesmo. A forma de balizar o

desempenho do projeto, por medição relativa entre o tempo decorrido, e o grau atual de

conclusão da tarefa, perante o previsto, e a partir do diagrama de Gantt, permite tirar

conclusões sobre o seu desempenho em termos de custo e prazo.

� 1º Passo – Relacionar todas as atividades que formam o processo

� 2º Passo – Verificar a duração de cada atividade relacionada

� 3º Passo – Verificar as relações de dependência entre as atividades

� 4º Passo – Montar o gráfico respeitando cada relação de tempo e dependência

Atividade Duração Dependencia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A 2 -

B 3 A

C 1 A

D 3 B e C

E 2 D

O Diagrama de Gantt é um auxiliar importante do planejador e do programador, pois

apresenta facilidade em controlar o tempo e em programa-lo. Apesar desta facilidade, o

gráfico de Gantt não resolve todas as questões, tais como:

� Quais tarefas se atrasariam com um eventual atraso de uma tarefa qualquer?

� Quais tarefas não permitem atrasos, de forma que não comprometa a

duração do processo?

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77 GGeerreenncciiaammeennttoo ddee PPrroocceessssooss 7.1 Produtividade

“Produtividade é minimizar cientificamente o

uso de recursos materiais, mão-de-obra, máquinas,

equipamentos etc., para reduzir custos de produção,

expandir mercados, aumentar o número de

empregados, lutar por aumentos reais de salários e

pela melhoria do padrão de vida, no interesse comum

do capital, do trabalho e dos consumidores”.

Quando estudamos produtividade, buscamos identificar, analisar e minimizar a

influência de fatores que, de uma forma direta ou indireta, interferem para que algo

indesejado distorça os resultados esperados.

Por exemplo:

� É impossível medir a produtividade numa área de vendas sem considerar as condições

de entrega, os prazos de pagamento e a margem de lucro da operação.

� No setor de compras, é importante avaliar o número de pedidos emitidos pela quantidade

de produtos acabados obtidos, mas há que se levar em conta o número de pessoas

envolvidas neste processo, o percentual de pedidos recebidos no prazo combinado e a

frequência de faltas de estoque, bem como os custos pagos pelos produtos adquiridos

(preço, fretes, transportes etc.).

� É imprescindível determinar a quantidade de peças produzidas por homem x hora, mas

devemos analisar o índice de desperdício, de refugo, o retrabalho e a qualidade obtida

em cada posto de trabalho, bem como o custo social (afastamentos e acidentes de

trabalho) aferido.

Quando se vai tomar decisões com base em produtividade é importante que se

considere o índice ao longo de um determinado tempo. Quase todas as empresas têm sua

fase de sazonalidade, razão pela qual o período de tempo é uma questão fundamental.

Sendo assim, torna-se aconselhável para análise o estudo por meio de gráficos ou tabelas

em que uma das bases seja o tempo, a fim de se identificar tendências.

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Fundamental também é comparar a produtividade alcançada pela empresa com

outras do mesmo segmento e que apresentem meios e processos equivalentes. Nunca

poderíamos comparar, por exemplo, caso estabelecêssemos como medida de produtividade

um indicador de rentabilidade por cliente, um restaurante a quilo com uma franquia de fast-

food.

Lembramos que uma empresa não consegue ser melhor que as pessoas que nela

atuam. Portanto o clima organizacional atua ora como causa , ora como efeito nos

resultados de produtividade.

7.2 Competitividade e sobrevivência

A competitividade é a característica ou capacidade de qualquer organização em

cumprir a sua missão, com mais êxito que outras organizações competidoras. Baseia-se na

capacidade de satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes ou cidadãos aos

quais serve, no seu mercado objetivo, de acordo com a sua missão específica, para a qual

foi criada.

A competitividade é frequentemente vista no contexto da economia de mercado.

Neste sentido, a competitividade

empresarial significa a obtenção de uma

rentabilidade igual ou superior aos rivais

no mercado. Se a rentabilidade de uma

empresa, numa economia aberta, é

inferior à dos seus rivais, embora tenha

com que pagar aos seus trabalhadores,

fornecedores e acionistas, a médio ou

longo prazo estará debilitada até chegar a

zero e tornar-se negativa.

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88 CCoonnttrroollee eessttaattííssttiiccoo ddoo pprroocceessssoo..

O controle de processo deve fazer parte do esforço cooperativo de todos os setores

da empresa, no sentido de assegurar a sua conformidade e a qualidade da produção, para

que seja possível atender às necessidades dos clientes internos e externos.

Atuando em todas as fases do processo produtivo e principalmente nos pontos

críticos, seus objetivos são:

� Gerar as informações necessárias ao desenvolvimento dos novos produtos;

� Fornecer os subsídios necessários às tomadas de decisões nos processos de compra e

recepção de matérias-primas;

� Assegurar, ao setor de produção, as informações requeridas para o efetivo controle dos

processos de fabricação;

� Inspecionar os produtos acabados;

� Acompanhar o perfil da qualidade dos produtos concorrentes.

A estatística é, sem dúvidas, uma ferramenta de trabalho poderosíssima para quem

trabalha em controle da qualidade e controle de processo.

Para os nossos propósitos, a aplicação de técnicas estatísticas ao controle da

qualidade pode ser resumida em dois tipos de ações:

� Aplicação de técnicas matemáticas na análise dos dados de controle e

� Sistematização desses dados de modo a facilitar a análise dos mesmos, auxiliando os

responsáveis a tomar decisões.

A aplicação de técnicas estatísticas tem por principal objetivo oferecer aos

responsáveis pela tomada de decisões, referências relativas ao grau de confiabilidade dos

resultados gerados pelos controles e aos riscos envolvidos nas decisões tomadas. A

sistematização dos dados de controle que normalmente é feita sob a forma de “gráficos de

controle” tem por objetivo facilitar a “visualização” dos resultados.

Portanto, Controle Estatístico de Processo (CEP) é um método preventivo de se

comparar, continuamente, os resultados de um processo com os padrões, identificando a

partir de dados estatísticos as tendências para variações significativas, a fim de

eliminar/controlar essas variações. O objetivo principal no CEP é reduzir cada vez mais a

variabilidade de um processo.

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8.1 Gráfico sequencial

É recomendado para quando é preciso apresentar a tendência dos pontos

observados sobre um especificado período de tempo.

Gráficos sequenciais são empregados para representar visualmente um conjunto

de dados. São utilizados para monitorar um processo verificando se ao longo do tempo se a

média está mudando.

Os gráficos sequenciais são ferramentas simples para serem construídas e

utilizadas. Pontos são marcados no gráfico para serem avaliados.

O gráfico a seguir mostra a quilometragem rodada, por litro de combustível, atingida

entre um enchimento e outro do tanque de certo veículo. A quilometragem por litro é dada

abaixo para 21 intervalos sucessivos entre os enchimentos do tanque de combustível.

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8.2 Variações

Conceito de variação é o primeiro que precisamos entender. Trata-se de uma lei

fundamental da natureza pela qual nunca dois seres ou objetos são exatamente iguais.

Assim como na natureza, nossos processos de fabricação também são afetados por esse

fenômeno. Nunca duas peças serão inteiramente iguais, por mais simples que pareçam,

haverá sempre alguma diferença, e é esta diferença que chamamos de Variação.

8.3 Limites de Controle

8.4 Causas Aleatórias, Normais ou Comuns

Estão sempre presentes, consistem de diversas origens porém de efeito individual

muito pequeno. São de difícil identificação e tem comportamento previsível. A sua

eliminação geralmente implica na mudança do processo, portanto demanda tempo e

trabalho contínuo de investigação. São responsáveis por 85% dos problemas.

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8.5 Causas Especiais

Aparecem de forma imprevisível, porém são de fácil identificação e devido a isto

sua eliminação é facilitada. Provocam grandes variações e por isso requerem ações

imediatas. São responsáveis por 15% dos problemas.

8.6 Variável

É um símbolo (x, y, h, etc...) que pode assumir qualquer valor numérico de um

conjunto de valores que lhe é atribuído. Ex.: o comprimento x de um eixo, a altura h de

indivíduo adultos, etc.

8.7 Variável contínua

É uma variável que pode assumir qualquer valor entre dois pontos dados, são

gerados a partir de medições. Ex.: diâmetro d = 3,23 ou 4,763mm.

8.8 Variável discreta

É uma variável que pode assumir apenas valores inteiros, são gerados a partir

contagens. Ex.: defeitos, população de habitantes, peças produzidas, etc.

8.9 Elemento

É a unidade considerada para estudo estatístico. Ex.: peça, indivíduo, objeto, etc.

8.10 Característica

É a particularidade do elemento que queremos considerar para o estudo estatístico.

Ex.: diâmetro da peça, altura da peça, altura do indivíduo, cor do objeto, etc.

8.11 População

É um conjunto finito ou infinito de elementos com pelo menos uma característica em

comum. Ex.: população das peças produzidas em um turno, população de indivíduos

masculinos, população de canetas azuis, etc.

8.12 Lote

É uma parte da população com número finito de elementos, limitados por uma

unidade de tempo, máquinas, área de produção, pedido, etc.

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8.13 Amostra

É o conjunto de todos os elementos extraídos de uma população ou lote, ao acaso,

para estudo estatístico.

8.14 Tamanho de amostra (n)

É o número de elementos existente em cada amostra, geralmente representada

pela letra "n" (minúscula). Ex.: número de elementos retirados em uma hora de produto

n=15.

8.15 Amostragem (N)

É o número de amostras consideradas para o estudo. Ex.: 8 amostras de 15

elementos cada durante o turno, N=8 e n=15, total de elementos durante o turno = 120.

8.16 Tamanho de amostragem (n*N)

É o número de elementos existente em cada amostra, geralmente representada

pela letra "n" (minúscula). Ex.: número de elementos retirados em uma hora de produto n

=15.

8.17 Média da Amostra - X

Por exemplo, vamos calcular a média de amostra de 9 elementos cujos valores

estão relacionados abaixo:

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8.18 Mediana da Amostra – X

Valor central - No exemplo, temos a sequência crescente dos 9 elementos:

Nesse caso, n=9 (ímpar), então basta tomar o valor central. Se a sequência for par,

toma-se a média dos dois elementos centrais, ou seja, supondo n = 8.

8.19 Amplitude

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99 CCeerrttiiffiiccaaççããoo ee aauuddiittoorriiaass ddaa qquuaalliiddaaddee

9.1 Certificação

9.1.1 Introdução

É um conjunto de atividades realizadas por uma organização de terceira parte

(organização independente) para atestar e declarar que um produto, serviço, pessoa ou

sistema está em conformidade com os requisitos técnicos especificados.

Estas ações são materializadas através da emissão de um certificado (documento

emitido, de acordo com as regras de um sistema de certificação, para declarar a

conformidade às normas técnicas ou a outros documentos normativos) ou da marca de

conformidade (marca registrada aposta ou emitida, de acordo com as regras de um sistema

de certificação, para declarar a conformidade às normas técnicas ou outros documentos

normativos).

As organizações de terceira parte são normalmente denominadas Organismos de

Certificação (OC), ou Organismos de Certificação Credenciados (OCC), quando são

credenciadas por um organismo de credenciamento.

No Brasil a atividade de certificação é desenvolvida, nos mais variados setores

industriais, dentro das regras do Sistema Brasileiro de Certificação - SBC ou de outros

sistemas oficiais de avaliação da conformidade.

A Certificação pode ser de caráter voluntário, cuja decisão é exclusiva da empresa

que fabrica o produto ou fornece o serviço; ou compulsório, estabelecida pelo governo para

comercialização de produtos e serviços.

9.1.2 A certificação e o Comércio Internacional

Ao longo das últimas décadas, especialmente na década de19 90, tornou-se

crescente a necessidade de apresentar certificação de sistemas de gestão (com base nas

normas ISO 9000 e ISO 14000, entre outras) e de produtos para viabilizar relações

comerciais entre empresas de diferentes países.

Em razão destas exigências, as exportações de produtos e serviços passaram a

impulsionar o crescimento e fortalecimento dos sistemas nacionais de certificação e

credenciamento nos mais variados países.

Contudo, a necessidade de manutenção da credibilidade, conjuntamente com o

aumento do volume de exportações, estimulou a adoção de acordos de reconhecimento

mútuo entre os sistemas de certificação ou de credenciamento.

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Os acordos de reconhecimento mútuo podem envolver o trabalho de laboratórios de

ensaios, organismos de inspeção, organismos de certificação ou organismos de

credenciamento. Um dos pré-requisitos destes acordos é a confiança mútua entre os

signatários. Contudo, antes de serem celebrados, deve ser demonstrada a competência

técnica adequada das entidades envolvidas.

Alguns dos requisitos básicos para acelerar o processo de confiança são:

� harmonização das especificações de ensaio ou método de inspeção;

� harmonização do formato dos relatórios de ensaio, inspeção ou auditoria, bem como do

procedimento de avaliação destes relatórios;

� harmonização dos procedimentos de credenciamento;

� métodos harmonizados de avaliação de pessoal, das disponibilidades de meios de

medição e calibração de equipamentos de ensaios;

� métodos harmonizados de controle das condições ambientais laboratoriais.

Por outro lado, num determinado mercado onde a avaliação da conformidade é

uma exigência compulsória, principalmente quando estão em jogo questões como a saúde,

a segurança ou o meio ambiente, um exportador deve atender a essas exigências obtendo a

certificação por um organismo de certificação aceito no mercado de destino.

Assim, um exportador deve se informar sobre as exigências de avaliação da

conformidade num mercado específico para o qual deseje exportar.

9.1.3 Obrigatoriedade da Certificação

A certificação compulsória atende às questões de segurança e saúde, de interesse

do país e do cidadão, abrangendo as questões relativas aos animais, vegetais, proteção da

saúde, segurança (acidentes, desastres), meio ambiente e temas correlatos.

O governo estabelece mecanismos de fiscalização no mercado nacional e para os

produtos importados, de modo a garantir o seu efetivo cumprimento. A certificação

compulsória deve ser executada com base no regulamento técnico indicado no documento

que a criou e complementada por regra específica de certificação.

Por conter regras obrigatórias, o regulamento técnico é restrito ao que é

essencialmente papel do Estado ou do poder público impor à sociedade, visando às

atividades de saúde, segurança e meio ambiente.

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9.1.4 Certificação Voluntária

A certificação voluntária, que tem como objetivo garantir a conformidade de

processos, produtos e serviços às normas elaboradas, é decisão exclusiva da empresa que

fabrica produtos ou fornece serviços.

Assim sendo, quando a certificação é voluntária, podem coexistir no mercado

produtos e serviços certificados e não certificados. Nestes casos, a certificação torna-se um

diferencial de mercado em favor das empresas que adotam a certificação.

A certificação voluntária de terceira parte deve ser executada com base nas normas

brasileiras, regionais ou internacionais, mas podem também se basear em outras normas,

desde que seu campo de ação não esteja coberto por aquelas.

9.2 Auditorias

9.2.1 Definição

Auditoria é em um exame cuidadoso e sistemático das atividades desenvolvidas em

determinada empresa ou setor, cujo objetivo é averiguar se elas estão de acordo com as

disposições planejadas e/ou estabelecidas previamente, se foram implementadas com

eficácia e se estão adequadas (em conformidade) à consecução dos objetivos.

As auditorias podem ser classificadas em: auditoria externa e auditoria interna.

Atualmente, a auditoria externa se distribui em diversas áreas de gestão, havendo várias

ramificações: auditoria de sistemas, auditoria de recursos humanos, auditoria da qualidade,

auditoria de demonstrações financeiras, auditoria jurídica, auditoria contábil, etc. Os

profissionais de auditoria de demonstrações financeiras são certificados e devem seguir

rigorosas normas profissionais nos Estados Unidos e em diversos outros países, inclusive

no Brasil.

9.2.2 Auditoria Ambiental

A Auditoria Ambiental é vista como um componente ou compartimento da auditoria

social, e deve ser independente, sistemático, periódico, documentado e objetivo; realizado

por uma equipe interdisciplinar de auditores ambientalistas, estes, especializados nos

campos contábil-financeiro-econômico-ambiental. Ele vai mais além, quando sugere que os

profissionais desta auditoria devem possuir conhecimento de biologia, de engenharia, de

direito, de ciências sociais e da indústria e principalmente do Governo Nacional, capacitados

na aplicação dos respectivos procedimentos de auditoria financeira e de gestão.

No Brasil, as normas para Auditoria Ambiental foram publicadas pela ABNT (1997)

e define Auditoria do Sistema de Gestão Ambiental – SGA como um processo sistemático e

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documentado de verificação, executado para obter e avaliar, de forma objetiva, evidências

que determinem se o sistema de gestão ambiental de uma organização está em

conformidade com os critérios de auditoria do sistema de gestão ambiental estabelecido

pela organização, e para comunicar os resultados desse processo à administração.

Segundo a NBR ISO 14001:1996 (ABNT, 1997), uma organização deve estabelecer

e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais (produtos ou serviços) de

suas atividades, a fim de determinar aqueles que possam ter impacto da elaboração para as

normas série ISO 14000.

9.2.3 Auditoria Contábil

A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis,

registros, além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e

externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada.

A auditoria tem por objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das

demonstrações contábeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a

representação desse patrimônio. Além de ser uma técnica contábil, a auditoria também pode

ser entendida como um ramo da Contabilidade.

O objeto da auditoria se resume no conjunto dos elementos de controle do

patrimônio, quais sejam os registros contábeis, documentos que comprovem esses registros

e os atos administrativos. Fatos não registrados documentalmente também são objeto da

auditoria uma vez que tais fatos podem ser relatados por indivíduos que executam

atividades relacionadas ao patrimônio auditado.

9.2.4 Auditoria da Qualidade

A auditoria da qualidade é um instrumento gerencial utilizado para avaliar as ações

da qualidade. É um processo construtivo e de auxílio à prevenção de problemas. Esta

auditoria visa a certificação e implementação da qualidade, e dependendo do ramo de

atividade, visa a implementação e certificação das Boas Práticas de Fabricação (BPF's).

Esta auditoria pode ser interna (Realizada por funcionários qualificados da própria empresa)

ou externa (Realizada por empresas de consultorias ou órgãos como Vigilância Sanitária, os

quais cumprem os requisitos da portaria vigente). São avaliados durante uma auditoria as

normas e procedimentos, que devem estar certificados legalmente. A partir daí, é realizada

uma inspeção que deverá se certificar do real cumprimento dos procedimentos e normas.

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1100 NNoorrmmaalliizzaaççããoo ttééccnniiccaa 10.1 Definição

Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais,

prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo

de ordem em um dado contexto.

Processo de estabelecer e aplicar regras para abordar ordenadamente uma

atividade específica, com a participação de todos os interessados e, em particular, para

promover a otimização da economia levando em consideração as condições funcionais e as

exigências de segurança.

10.2 Histórico da Normalização Técnica

� 1800 – Sistema métrico decimal como sistema legal da França.

� 1841 – Primeira norma do mundo: Joseph Withworth estabelece o primeiro sistema de

roscas para parafusos.

� 1860 – VDI – Associação de engenheiros alemães se ocupa de determinadas tarefas de

normalização.

� 1869 – Primeiro catálogo de perfis de ferro laminado normalizados pela VDI.

� 1895 – Convenção internacional do metro em Paris.

� 1898 – Conferência internacional de Zurique aprova o sistema internacional (SI).

� 1898 - Fundação ASTM (American Society for Testing and Materials).

� 1901 – Primeiras normas no Japão.

� 1907 – Primeiras normas suecas no setor de eletrotécnica.

� 1910 – Comitê eletrotécnico húngaro publica suas primeiras normas.

� 1940 – Fundação em 28 de setembro da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas).

� 1973 - Criação do SINMETRO (Sistema Nacional de metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial) pela Lei nº 5966/73, composto por:

� CONMETRO

� INMETRO

� Entidades credenciadas pelo INMETRO.

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10.3 Objetivos da Normalização Técnica

Dependendo do Produto, Processo ou Serviço, a Normalização pode ter um ou

mais objetivos específicos:

10.3.1 Simplificação

Um importante aspecto da simplificação é a limitação da variedade dos produtos

manufaturados e seus componentes. A diminuição da variedade subentende a

intercambialidade, isto é, a capacidade do fabricante produzir um grande lote de produtos,

similares em todas as características, permitindo que elas possam substituir umas às outras

sem alteração no seu desempenho.

10.3.2 Segurança

Mais do que nunca pode ser dito que segurança e proteção da vida humana são

dois dos principais objetivos da Normalização. Se o maior objetivo de uma Norma é garantir

a segurança, então esse aspecto precede em importância a qualquer outro. Os produtos

têm de ser fabricados com maior cuidado, para que alcancem um alto grau de

confiabilidade, programados para serem testados, periodicamente, durante sua vida útil.

10.3.3 Proteção ao Consumidor

Quando o consumidor compra produto Normalizado, significa que está adquirindo

um produto de qualidade. Sabe que o produto foi fabricado de acordo com os requisitos de

forma pertinente, garantindo-se desta maneira, que o fabricante utilizou na sua fabricação,

matéria prima e processo controlados e, principalmente, que o produto está de acordo com

seu desejo e necessidades.

10.3.4 Eliminação das barreiras comerciais

Um dos objetivos da Normalização é alcançar a concordância entre os especialistas

internacionais, tais como acontece nos Comitês Técnicos da ISO, sobre o conteúdo técnico

das Normas. Depois, é aplicado o princípio da referência às normas, nas regras de desenho

e regulamentos individuais dos países onde elas são utilizadas. Somente dessa maneira, o

direito das nações de fazerem suas próprias normas e regulamentos pode ser compatível

com o empenho universal em eliminar as barreiras técnicas ao comércio internacional.

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10.3.5 Comunicação

A função básica das Normas é prover meios de comunicação entre o Fabricante e o

Cliente. Onde a qualidade é especificada, a comunicação é um objetivo da maior

importância, pois os requisitos especificados devem ser expressos, de forma facilmente

compreendida pelas partes envolvidas.

10.3.6 Economia

Com a sistematização e ordenação das atividades Produtivas é evidenciada a

redução de Custos de Produtos e Serviços, com a consequente economia para Clientes e

Fornecedores.

10.4 Benefícios

Numa economia onde a competitividade é acirrada e onde as exigências são cada

vez mais crescentes, as empresas dependem de sua capacidade de incorporação de novas

tecnologias de produtos, processos e serviços. A competição internacional entre as

empresas eliminou as tradicionais vantagens baseadas no uso de fatores abundantes e de

baixo custo. A normalização é utilizada cada vez mais como um meio para se alcançar a

redução de custo da produção e do produto final, mantendo ou melhorando sua qualidade.

Podemos escalar alguns desses benefícios da Normalização da seguinte forma:

10.4.1 Benefícios Qualitativos:

� A utilização adequada dos recursos (equipamentos, materiais e mão-de-obra)

� A uniformização da produção

� A facilitação do treinamento da mão-de-obra, melhorando seu nível técnico

� A possibilidade de registro do conhecimento tecnológico

� Melhorar o processo de contratação e venda de tecnologia

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10.4.2 Benefícios Quantitativos:

� Redução do consumo de materiais e do desperdício

� Padronização de equipamentos e componentes

� Redução da variedade de produtos (melhorar)

� Fornecimento de procedimentos para cálculos e projetos

� Aumento de produtividade

� Melhoria da qualidade

� Controle de processos

É ainda um excelente argumento para vendas ao mercado internacional como,

também, para regular a importação de produtos que não estejam em conformidade com as

normas do país importador.

10.5 Normas Nacionais

As normas elaboradas pelas associações nacionais contam com a colaboração de

técnicos e engenheiros que representam fabricantes, distribuidores, institutos de pesquisa,

entidades profissionais e órgãos do governo.

Em cada país existe um organismo nacional de normalização. As normas

brasileiras são elaboradas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

A ABNT é reconhecida como o Fórum Nacional de Normalização, o que significa

que as normas elaboradas pela ABNT – as NBRs – são reconhecidas formalmente como as

normas brasileiras.

10.5.1 ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Fundada em 1940, a ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no

país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.

10.5.2 Comitês Técnicos de Normalização

� ABNT / CB – O Comitê Brasileiro é um órgão da estrutura da ABNT com superintendente

eleito pelos sócios da ABNT, nele inscritos, com mandato de dois anos, permitidas duas

reeleições.

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� ABNT / ONS – O Organismo de Normalização Setorial é um organismo público, privado o

misto, sem fins lucrativos, que, entre outras, tem atividades reconhecidas no campo da

Normalização em um dado domínio setorial, credenciado pela ABNT segundo critérios

aprovados pelo CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial.

A ABNT possui atualmente comitês e organismos de Normalização Industrial,

atuando nas seguintes áreas:

� ABNT/CB-01 - Comitê Brasileiro de Mineração e Metalurgia

� ABNT/CB-02 - Comitê Brasileiro da Construção Civil

� ABNT/CB-03 - Comitê Brasileiro de Eletricidade

� ABNT/CB-04 - Comitê Brasileiro de Máquinas e Equipamentos Mecânicos

� ABNT/CB-05 - Comitê Brasileiro Automotivo

� ABNT/CB-06 - Comitê Brasileiro Metroferroviário

� ABNT/CB-07 - Comitê Brasileiro de Navios, Embarcações e Tecnologia Marítima

� ABNT/CB-08 - Comitê Brasileiro de Aeronáutica e Espaço

� ABNT/CB-09 - Comitê Brasileiro de Gases Combustíveis

� ABNT/CB-10 - Comitê Brasileiro de Química

� ABNT/CB-11 - Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro

� ABNT/CB-12 - Comitê Brasileiro de Agricultura e Pecuária

� ABNT/CB-13 - Comitê Brasileiro de Bebidas

� ABNT/CB-14 - Comitê Brasileiro de Informação e Documentação

� ABNT/CB-15 - Comitê Brasileiro do Mobiliário

� ABNT/CB-16 - Comitê Brasileiro de Transportes e Tráfego

� ABNT/CB-17 - Comitê Brasileiro de Têxteis e do Vestuário

� ABNT/CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados

� ABNT/CB-19 - Comitê Brasileiro de Refratários

� ABNT/CB-20 - Comitê Brasileiro de Energia Nuclear

� ABNT/CB-21 - Comitê Brasileiro de Computadores e Processamento de Dados

� ABNT/CB-22 - Comitê Brasileiro de Impermeabilização

� ABNT/CB-23 - Comitê Brasileiro de Embalagem e Acondicionamento

� ABNT/CB-24 - Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio

� ABNT/CB-25 - Comitê Brasileiro da Qualidade

� ABNT/CB-26 - Comitê Brasileiro Odonto-Médico-Hospitalar

� ABNT/CB-28 - Comitê Brasileiro de Siderurgia

� ABNT/CB-29 - Comitê Brasileiro de Celulose e Papel

� ABNT/CB-30 - Comitê Brasileiro de Tecnologia Alimentar

� ABNT/CB-31 - Comitê Brasileiro de Madeira

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� ABNT/CB-32 - Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual

� ABNT/CB-33 - Comitê Brasileiro de Joalheria, Gemas, Metais Preciosos e Bijuteria

� ABNT/CB-35 - Comitê Brasileiro do Alumínio

� ABNT/CB-36 - Comitê Brasileiro de Análises Clínicas e Diagnóstico in Vitro

� ABNT/CB-37 - Comitê Brasileiro de Vidros Planos

� ABNT/CB-38 - Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental

� ABNT/CB-39 - Comitê Brasileiro de Implementos Rodoviários

� ABNT/CB-40 - Comitê Brasileiro de Acessibilidade

� ABNT/CB-41 - Comitê Brasileiro de Minérios de Ferro

� ABNT/CB-42 - Comitê Brasileiro de Soldagem

� ABNT/CB-43 - Comitê Brasileiro de Corrosão

� ABNT/CB-44 - Comitê Brasileiro de Cobre

� ABNT/CB-45 - Comitê Brasileiro de Pneus e Aros

� ABNT/CB-46 - Comitê Brasileiro de Áreas Limpas e Controladas

� ABNT/CB-47 - Comitê Brasileiro de Amianto Crisotila

� ABNT/CB-48 - Comitê Brasileiro de Máquinas Rodoviárias

� ABNT/CB-49 - Comitê Brasileiro de Óptica e Instrumentos Ópticos

� ABNT/CB-50 - Comitê Brasileiro de Materiais, Equipamentos e Estruturas Offshore para Indústria

do Petróleo e Gás Natural

� ABNT/CB-52 - Comitê Brasileiro do Café

� ABNT/CB-53 - Comitê Brasileiro de Normalização em Metrologia

� ABNT/CB-54 - Comitê Brasileiro do Turismo

� ABNT/CB-55 - Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento

� ABNT/CB-56 - Comitê Brasileiro da Carne e do Leite

� ABNT/CB-57 - Comitê Brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

� ABNT/CB-59 - Comitê Brasileiro da Fundição

� ABNT/CB-60 - Comitê Brasileiro de Ferramentas Manuais e de Usinagem

� ABNT/ONS-27 - Organismo de Normalização Setorial de Tecnologia Gráfica

� ABNT/ONS-34 - Organismo de Normalização Setorial de Petróleo

� ABNT/ONS-51 - Organismo de Normalização Setorial de Embalagem e Acondicionamento

Plásticos

� ABNT/ONS-58 - Organismo de Normalização Setorial de Ensaios Não Destrutivos

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10.5.3 Normas Elaboradas pela ABNT

� Normas de Procedimento: As normas de procedimento orientam a maneira correta de

empregar materiais e produtos, executar cálculos e projetos, instalar máquinas e

equipamentos, realizar o controle dos produtos.

� Normas de Especificação: As normas relativas à especificação fixam padrões mínimos de

qualidade para os produtos.

� Normas de Padronização: As normas de padronização fixam formas, dimensões e tipos

de produtos, como porcas, parafusos, rebites, pinos e engrenagens, que são utilizados

com muita frequência na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos

mecânicos. Com a padronização, evita-se a fabricação de produtos com variedades

desnecessárias tanto de formas quanto de dimensões.

� Normas de Terminologia: As normas sobre terminologia definem, com precisão, os

termos técnicos aplicados a materiais, máquinas, peças e outros artigos.

� Normas de Simbologia: As normas de simbologia estabelecem convenções gráficas para

conceitos, grandezas, sistemas, ou parte de sistemas etc., com a finalidade de

representar esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fluxogramas

etc.

� Normas de Classificação: As normas de classificação têm por finalidade ordenar,

distribuir ou subdividir conceitos ou objetos, bem como critérios a serem adotados.

� Normas de Métodos de Ensaio: As normas relacionadas a métodos de ensaios

determinam a maneira de se verificar a qualidade das matérias-primas e dos produtos

manufaturados. A verificação é feita por meio de ensaios. A norma descreve como eles

devem ser realizados para a obtenção de resultados confiáveis.

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10.6 Normas Regionais

Normas regionais são normas técnicas estabelecidas por um organismo regional de

normalização para aplicação num conjunto de países (região ou bloco econômico).

Os organismos regionais de normalização aos quais o Brasil é associado são a

AMN – Mercosul e a COPANT – continente americano. Nos outros continentes existem

outros organismos regionais de normalização.

A participação brasileira na elaboração das Normas Mercosul (NM) é feita através

da ABNT.

10.6.1 Normas Mercosul

As normas Mercosul (NM) são elaboradas pela AMN através dos seus Comitês

Setoriais Mercosul - CSM. A página da AMN contém a relação dos CSM e seus programas

de trabalho (nos quais se obtém a informação acerca de quais normas Mercosul estão em

elaboração ou quais estão previstas para o próximo ano). A participação na elaboração das

NM é feita através da ABNT.

É importante destacar que as normas Mercosul, uma vez aprovadas, são

automaticamente adotadas como normas nacionais pelos seus membros. Isto significa que

as normas Mercosul se tornam normas brasileiras (NBR), substituindo e cancelando

eventuais outras NBR conflitantes na época da sua adoção. As normas Mercosul adotadas

como normas brasileiras são identificadas pela sigla NBR NM.

Os projetos de norma Mercosul são submetidos à consulta pública de modo

idêntico às normas brasileiras. Esta consulta pública no Brasil é conduzida pela ABNT.

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10.6.2 Normas COPANT

A COPANT - Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas é o organismo

regional de normalização das Américas, abrangendo os organismos nacionais de

normalização de 34 países da América do Sul, Central, Norte e Caribe, desde o Canadá e

os EUA até a Argentina e o Chile.

As normas COPANT são elaboradas nos seus comitês técnicos, dos quais

participam representantes dos seus membros. A participação nos trabalhos de normalização

da COPANT é efetuada através dos ABNT/CB e ONS. São normas voluntárias, cabendo

aos seus membros decidirem se as adotam nacionalmente ou não.

Os projetos de normas COPANT são aprovados mediante votação entre os seus

membros (os organismos nacionais de normalização - no Brasil, a ABNT). Os votos

brasileiros são elaborados nos ABNT/CB e ONS. A participação no processo de elaboração

das normas COPANT, do mesmo modo, é efetuada através da ABNT.

10.6.3 Outros Organismos Regionais de Normalização

Europa: O CEN - Comitê Europeu de Normalização é o organismo regional de normalização

para a maioria dos setores. As normas européias (EN) são obrigatoriamente adotadas como

normas nacionais pelos seus membros, e reconhecidas pela união européia como as

normas européias a serem consideradas como referência para o mercado único europeu,

inclusive no que se refere ao cumprimento dos regulamentos técnicos europeus (as

chamadas Diretivas da Comissão Européia). As EN são voluntárias.

Do mesmo modo, na Europa existe ainda o CENELEC, que é o organismo regional

de normalização europeu para a área eletroeletrônica, e o ETSI, para a área de

telecomunicações, ambos com estatuto semelhante ao do CEN.

Ásia: Os mais importantes órgãos são: ACCSQ - Asean Consultative Committee for

Standards and Quality; e o PASC - Pacific Area Standards Congress

Países Árabes: AIDMO - Arab Industrial Development and Mining Organization

África: ARSO - African Region Standards Organization

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10.7 Normas Internacionais

As normas internacionais são normas técnicas estabelecidas por um organismo

internacional de normalização para aplicação em âmbito mundial. Existem diversos

organismos internacionais de normalização, em campos específicos, como a ISO (a maioria

dos setores), a IEC (área elétrica e eletrônica) e a ITU (telecomunicações).

As normas internacionais são reconhecidas pela Organização Mundial do Comércio

- OMC como a base para o comércio internacional, e o seu atendimento significa contar com

as melhores condições para ultrapassar eventuais barreiras técnicas.

10.7.1 Importância das Normas Internacionais

O Acordo de Barreiras Técnicas ao Comércio da OMC (TBT) estabelece uma série

de princípios com o objetivo de eliminar entraves desnecessários ao comércio, em particular

as barreiras técnicas, que são aquelas relacionadas com normas técnicas, regulamentos

técnicos e procedimentos de avaliação da conformidade que podem dificultar o acesso de

produtos aos mercados.

Um dos pontos essenciais do acordo é o entendimento de que as normas

internacionais - aquelas elaboradas pelos organismos internacionais de normalização -

constituem referência para o comércio internacional.

O acordo considera que as normas técnicas internacionais não constituem barreiras

técnicas, e recomenda que estas normas sejam usadas como referência para os

regulamentos técnicos e que também sejam adotadas como normas nacionais.

Por esta razão assiste-se a uma forte tendência de os organismos nacionais de

normalização adotarem as normas internacionais integralmente como normas nacionais.

Assim, é hoje extremamente importante para os agentes econômicos que querem

ser competitivos seguirem de perto os trabalhos de normalização internacional e procurarem

que seus produtos, serviços e sistemas de gestão atendam aos requisitos das normas

internacionais. Um exemplo desta tendência são as normas da série ISO 9000.

Não basta apenas conhecer as normas internacionais uma vez publicadas, mas

também acompanhar os programas de trabalho dos diversos órgãos técnicos, de modo a se

poder interferir no processo.

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10.7.2 ISO - International Organization for Standardization

As normas ISO são desenvolvidas nos seus

comitês técnicos (ISO/TC), que são organizados numa

base temática com representantes dos seus membros.

As representações são nacionais. A aprovação das

normas ISO é feita mediante votação entre os seus

membros.

A participação brasileira nos trabalhos de

normalização da ISO é efetuada através da ABNT. A

página da ISO contém informações sobre o programa de

trabalho dos ISO/TC (são mais de 200), as normas ISO em vigor, a estrutura da

organização, informações sobre o processo de normalização internacional e links para

diversas organizações correlatas.

As normas ISO são voluntárias, cabendo aos seus membros decidirem se as

adotam como normas nacionais ou não. A adoção de uma norma ISO como Norma

Brasileira recebe a designação NBR ISO.

10.7.3 IEC - International Electrotechnical Commission

As normas IEC são desenvolvidas nas suas

comissões técnicas (IEC/TC), que são organizadas numa

base temática com representantes dos seus membros.

As representações são nacionais. A aprovação das

normas IEC é feita mediante votação entre os seus

membros. A participação brasileira nos trabalhos de

normalização da IEC é efetuada através da ABNT.

A página da IEC contém informações sobre o programa de trabalho das IEC/TC, as

normas IEC em vigor, a estrutura da organização, informações sobre o processo de

normalização internacional e links para diversas organizações correlatas. As normas IEC

são voluntárias, cabendo aos seus membros decidirem se as adotam como normas

nacionais ou não. A adoção de uma norma IEC como norma brasileira recebe a designação

NBR IEC.

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10.7.4 ITU - International Telecommunications Union

As normas ITU são desenvolvidas

pela ITU-T, que é o braço normalizador da

ITU. As normas ITU (chamadas de

recomendações) são desenvolvidas em

grupos de estudos (SG), por assunto,

constituídos por representantes dos países. A

aprovação das normas ITU é feita mediante

votação entre os membros e consenso dos

participantes do SG.

A participação brasileira nos trabalhos da ITU é efetuada sob coordenação do

governo brasileiro, através do Ministério das Comunicações e da ANATEL.

A página da ITU contém informações sobre o programa de trabalho dos SG, as

normas ITU em vigor, a estrutura da organização, informações sobre o processo de

normalização internacional e links para diversas organizações correlatas.

As recomendações ITU são voluntárias, cabendo aos seus membros decidirem se

as adotam como normas nacionais ou não.

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10.8 Normas ISO 9000

ISO é a sigla da Organização Internacional de Normalização (International

Organization for Standardization), com sede em Genebra, Suiça e que cuida da

normalização (ou normatização) em nivel mundial. A ISO cria normas nos mais diferentes

segmentos, variando de normas e especificações de produtos, matérias-primas, em todas

as áreas (existem normas, por exemplo , para classificação de hotéis, café, usinas

nucleares, etc). A ISO ficou popularizada pela série 9000, ou seja, as normas que tratam de

Sistemas para Gestão e Garantia da Qualidade nas empresas.

10.8.1 Definição

Em 1987 a ISO editou a série 9000 com o objetivo de estabelecer critérios para

implantação de Sistemas de Garantia da Qualidade. A primeira versão criou uma estrutura

de 3 normas sujeitas à certificação, a ISO 9001, 9002 e 9003, além da ISO 9000 que era

uma espécie de guia para seleção da norma mais adequada ao tipo de organização. Com 3

anos de atraso, a ABNT emitiu a primeira versão ( tradução) da série no Brasil. A mesma foi

"batizada" com o nome de série NBR 19000. Em 1994, a série foi revisada, porém sem

grandes modificações, apenas com uma pequena ampliação e alguns esclarecimentos em

seus requisitos, mantendo a mesma estrutura , ou seja três normas sujeitas à certificação;

em paralelo, agora não mais com os três anos de atraso, a ABNT revisou as normas

brasileiras, adotando o nome "série NBR ISO 9000", alinhando-se com o resto do mundo

que já adotava nomenclatura similar para suas versões nacionais ( exemplo: na Alemanha:

DIN ISO 9000). Em dezembro de 2000 a série foi totalmente revisada; além das alterações

em sua estrutura, agora temos apenas uma norma sujeita à certificação, a ISO 9001, a

norma trouxe o enfoque de gerenciamento de processos.

10.8.2 Empresas com a norma

Ter um certificado ISO 9000 significa que uma empresa tem um Sistema gerencial

voltado para a qualidade e que atende aos requisitos de uma norma internacional. Não há

obrigatoriedade para se ter a ISO 9000. As normas foram criadas para que as empresas as

adotem de forma voluntária. O que acontece é que muitas empresas, passaram a exigir de

seus fornecedores a implantação da ISO, como forma de reduzir seus custos de inspeção

(teoricamente se o seu fornecedor tem um bom sistema que controla a qualidade, você não

precisa ficar inspecionando os produtos que você adquire dele).

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Este fato, no inicio aconteceu, principalmente com as estatais (Petrobras,

Eletrobras, Telebras, etc), e acabou se estendendo às grande empresas. Hoje, qualquer

empresa que fornece a uma outra grande empresa, é solicitada a ter a ISO 9000. Outros

segmentos de mercado, que não fornecem diretamente às empresas também adotam a ISO

como forma de marketing, ou seja, ter um sistema com reconhecimento por uma entidade

independente é um grande elemento de marketing. Outras implantam a ISO porque

enxergam uma grande possibilidade de reduzir seus custos internos.

10.8.3 Objetivo da ISO 9000

Em sua essência, a ISO 9000 é uma norma que visa estabelecer critérios para um

adequado gerenciamento do negócio tendo como foco principal a satisfação do cliente e

consumidor, através de uma série de ações, dentre as quais podemos destacar:

i. a empresa precisa estar totalmente comprometida com a qualidade (considerando

qualidade = satisfação do cliente), desde os níveis mais elevados, até os operadores;

ii. adequado gerenciamento dos recursos humanos e materiais necessários para as

operações do negócio

iii. existência de procedimentos, instruções e registros de trabalho formalizando todas as

atividades que afetam a qualidade;

iv. monitoramento dos processos através de indicadores e tomada de ações quando os

objetivos pré-estabelecidos não são alcançados

v. Como comentamos acima, além dos aspectos exigência do cliente, diferencial de

marketing, a ISO 9000 é uma excelente ferramenta gerencial.

10.8.4 ISO 9001:2008

A versão atual da norma foi aprovada no fim do ano de 2008.

Esta nova versão foi elaborada para apresentar maior compatibilidade com a família

da ISO 14000, e as alterações realizadas trouxeram maior compatibilidade para as suas

traduções e consequentemente um melhor entendimento e interpretação de seu texto.

Outra importante alteração nesta versão foi a sub-cláusula 1.2 que introduz o

conceito de exclusões. Esta cláusula permite que requisitos da norma que não sejam

aplicáveis devido a características da organização ou de seus produtos sejam excluídos,

desde que devidamente justificados. Desta forma, garante-se o caráter genérico da norma e

sua aplicabilidade para qualquer organização, independente do seu tipo, tamanho e

categoria de produto.

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10.8.5 ISO 9000 no Brasil

A família de normas NBR ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) foi cancelada e

substituída pela série de normas ABNT NBR ISO 9000:2000, que é composta de três

normas:

� ABNT NBR ISO 9000:2005: Descreve os fundamentos de sistemas de gestão da

qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas.

� ABNT NBR ISO 9001:2008: Especifica requisitos para um Sistema de Gestão da

Qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer

produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares

aplicáveis, e objetiva aumentar a satisfação do cliente.

� ABNT NBR ISO 9004:2010: Fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia como a

eficiência do sistema de gestão da qualidade. O objetivo desta norma é melhorar o

desempenho da organização e a satisfação dos clientes e das outras partes

interessadas.

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1111 OO TTrraabbaallhhoo eemm EEqquuiippee

11.1 Ética e Cidadania

11.1.1 Ética

A ética é indispensável ao profissional, pois, na ação humana, o "fazer" e o "agir"

estão integrados. O "fazer" diz respeito à competência, à eficiência e eficácia que todo

profissional deve possuir para desempenhar bem a sua profissão. O "agir" refere-se à

conduta deste profissional, ao conjunto de atitudes que deve este, assumir na execução de

sua profissão.

Atualmente, a maioria das profissões tem o seu próprio código de ética profissional,

que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, comumente

incorporados à lei pública. Neste contexto, os princípios éticos passam a ter força de lei;

intuam que, mesmo nos episódios em que esses códigos não estão incorporados à lei, seu

estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por exemplo, em julgamentos nos quais

se discutam fatos relativos à conduta profissional. Para corroborar a ética no trabalho, me

valho de alguns conceitos e suas origens, essenciais para o entendimento deste artigo.

11.1.2 Cidadania

O conceito de cidadania sempre esteve

fortemente ligado à noção de direitos, especialmente

os direitos políticos, que permitem ao indivíduo

intervir na direção dos negócios públicos do Estado,

participando de modo direto ou indireto na formação

do governo e na sua administração. No entanto,

dentro de uma democracia, a própria definição de

Direito, pressupõe a contrapartida de deveres, uma

vez que em uma coletividade os direitos de um

indivíduo são garantidos a partir do cumprimento dos

deveres dos demais componentes da sociedade.

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11.2 Diferenças Individuais

O termo “diversidade” vem sendo adotado nas empresas brasileiras com diferentes

significados. Para muitas delas, significa simplesmente contratar pessoas com deficiência,

em atendimento à legislação. Em outras, diversidade está voltada às ações direcionadas

aos diferentes grupos de identidade social, tais como mulheres, negros, homossexuais.

A gestão da diversidade com base na dissolução das diferenças tem por

pressuposto básico a crença de que todos devem ser tratados e avaliados igualmente nas

organizações. Sob esse estilo de gestão organizacional, há o princípio de que não é

relevante quem o indivíduo é ou que características tem, o que importa é que ele seja

competente e efetivo na geração de resultados para a organização.

11.3 Diferença entre Profissionais Ocupados e Produtivos

11.3.1 Ocupar o tempo e aproveitar o tempo

Existe uma coisa chamada Lei de

Parkinson, que diz que “O trabalho se expande

para preencher o tempo disponível para ser

concluído”. Ou seja, se você fala pra uma pessoa

ocupada “Você tem até tal hora para entregar

algo”, essa pessoa dará um jeito de ocupar essas

horas, mesmo que o prazo esteja extremamente

folgado.

Por outro lado, as pessoas produtivas pensam “Preciso entregar essa tarefa. Vou

dar um jeito de aproveitar as horas que tenho e entregar o máximo possível”.

Com esses pensamentos diferentes, dificilmente uma pessoa ocupada entregará

algo antes do prazo. Em compensação, a pessoa produtiva está sempre pensando em

formas de entregar além do esperado.

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11.3.2 Fazer o que acontece e fazer acontecer

Uma pessoa “ocupada” se distrai muito fácil. Isso acontece porque sem um objetivo

claro, qualquer interrupção parece relevante e o que é importante mas não é urgente fica

sempre deixado pra depois.

A pessoa produtiva sabe que precisa alcançar um objetivo importante. Tudo que

não estiver relacionado com esse objetivo deve ser ignorado até o objetivo seja alcançado.

11.3.3 Seguir as regras e criar as regras

Pessoas sem postura produtiva normalmente recebem uma sequência de tarefas e

saem executando sem entender muito bem o porquê. Isso tira a motivação e aumenta muito

a dificuldade da tarefa.

Em compensação, pessoas produtivas fazem questão de entender exatamente

onde precisam chegar. A partir disso, elas conseguem criar seus próprios planos e executá-

los de maneira eficiente.

Conclusão: Produza ou descanse, enrolação é desperdício

Que fique bem claro, trabalhar 24 horas por dia dificilmente é a coisa mais produtiva a se

fazer. Assim como qualquer máquina, o corpo humano precisa de manutenção e se você

não tiver momentos para descansar, uma hora a máquina quebra.

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11.4 Estilos de Profissionais

11.4.1 Liderança Autocrática

Na liderança autocrática o líder é focado apenas nas tarefas. Este tipo de liderança

também é chamado de liderança autoritária ou diretiva. O líder toma decisões individuais,

desconsiderando a opinião dos liderados. O líder determina as providências e as técnicas

para a execução das tarefas, de modo imprevisível para o grupo. Além da tarefa que cada

um deve executar, o líder determina ainda qual o seu companheiro de trabalho. O líder é

dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.

11.4.2 Liderança Democrática

Chamada ainda de liderança participativa ou consultiva, este tipo de liderança é

voltado para as pessoas e há participação dos liderados no processo decisório. Aqui as

diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder. O próprio

grupo esboça as providências para atingir o alvo solicitando aconselhamento técnico ao líder

quando necessário, passando este a sugerir duas ou mais alternativas para o grupo

escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com o debate. A divisão das tarefas fica ao

critério do próprio grupo e cada membro pode escolher os seus próprios companheiros de

trabalho. O líder procura ser um membro normal do grupo. Ele é objetivo e limita-se aos

fatos nas suas críticas e elogios.

11.4.3 Liderança Liberal

Neste tipo de liderança as pessoas tem mais liberdade na execução dos seus

projetos, indicando possivelmente uma equipe madura, auto dirigida e que não necessita de

supervisão constante. Por outro lado, a Liderança liberal também pode ser indício de uma

liderança negligente e fraca, onde o líder deixa passar falhas e erros sem corrigí-los.

11.4.4 Liderança Paternalista

O paternalismo é uma atrofia da Liderança, onde o Líder e sua equipe tem relações

interpessoais similares às de pai e filho. A Liderança paternalista pode ser confortável para

os liderados e evitar conflitos, mas não é o modelo adequado num relacionamento

profissional, pois numa relação paternal, o mais importante para o pai é o filho,

incondicionalmente. Já em uma relação profissional, o equilíbrio deve preponderar e os

resultados a serem alcançados pela equipe são mais importantes do que um indivíduo.

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11.5 Desempenho Profissional

1.1.1. Pontualidade e Assiduidade

Pontualidade e assiduidade são obrigações funcionais do funcionário decorrente do

contrato de trabalho mantido com o empregador. São condições preliminares para o

desempenho de quaisquer relações de emprego. Assim, não deveriam ser tratadas pela

avaliação de desempenho, mas ser objeto da disciplina da gestão de pessoas.

As organizações em geral, no entanto, dão grande ênfase à pontualidade e à

assiduidade como dimensões fundamentais do comportamento do ser humano no trabalho.

Não há sistemas de avaliação de desempenho que não as considere como fator de

avaliação.

Não ser pontual é uma falha comum do ser humano. Mas uma coisa é chegar

atrasado a um compromisso social, como um chopinho com os amigos. Outra é estar

atrasado para dar início à jornada de trabalho.

Maus hábitos são contagiosos. Se o gerente permite que um ou dois subordinados

não sejam assíduos ou pontuais, logo o mau hábito vai disseminar-se, fazendo escola entre

os demais. O gerente não pode ser conivente com o problema, pois de sua prontidão para

enfrentar educacionalmente os faltosos depende o estabelecimento e a manutenção de um

clima de trabalho de respeito aos compromissos e às obrigações.

Como gerente, o avaliador tem a

responsabilidade de assegurar-se de que os

subordinados cheguem ao trabalho no horário

combinado. Isso pode ser feito de maneira mais

eficaz com a ajuda das seguintes providências.

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1.1.2. Produtivdade

A produtividade é basicamente definida como a relação entre a produção e os

fatores de produção utilizados. A produção é definida como os bens produzidos (quantidade

de produtos produzidos). Os fatores de produção são definidos como sejam pessoas,

máquinas, materiais e outros. Quanto maior for a relação entre a quantidade produzida por

factores utilizados maior é a produtividade.

A produtividade é muitas vezes medida por trabalhador, mas em muitas situações

onde os custos com pessoas são uma percentagem

reduzida dos custos totais têm que se ter em conta

os outros factores necessários para produzir os

resultados pretendidos. O grau de produtividade de

um agente econômico (pessoa, empresa, país, etc.)

é, regra geral, um dos melhores indicadores para a

medição do nível de eficiência e eficácia do mesmo.

1.1.3. Responsabilidade

Orientam a maneira como o homem se comporta diante das situações que lhe

surgem no seu dia-a-dia.

O termo responsabilidade designa a obrigação de um subordinado cumprir um

dever que lhe foi designado e de responder, perante o seu superior, pelas suas próprias

ações; resulta da relação de hierarquia existente entre superior e subordinado,

nomeadamente do facto do primeiro ter a autoridade formal de exigir serviços específicos ao

outro. Desta forma, ao contrário da autoridade, a responsabilidade estabelece-se no sentido

subordinado-superior.

Duas características importantes da responsabilidade são a de que não pode ser

delegada para os níveis inferiores da hierarquia e a de que nenhum subordinado reduz a

sua responsabilidade ao delegar a outro a autoridade de realizar uma tarefa.

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1.1.4. Iniciativa

Iniciativa é a capacidade que todos

nós temos de criar, iniciar projetos e

conceber novas ideias. Algumas pessoas

têm muita iniciativa e outras têm pouca.

Acabativa, é um neologismo que

significa a capacidade que algumas

pessoas possuem de terminar aquilo que

iniciaram ou concluir o que outros

começaram. É a capacidade de colocar em

prática uma ideia e levá-la até o fim.

Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de

iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem

contar os burocratas.

Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que

não se contenta em ficar na ideia e vai a campo implantá-la.

Iniciativos são criativos, têm mil ideias, mas abominam a rotina necessária para

colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos

economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma

promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.

Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais

para o detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do

dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está

a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.

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1.1.5. Criatividade

A criatividade é a ferramenta mais

adequada para encontrarmos maneiras de

fazer mais com menos, de reduzir custos, de

simplificar processos e sistemas, de aumentar

lucratividade, de encontrar novos usos para

produtos, de encontrar novos segmentos de

mercado, de diferenciar o seu curriculum, de

desenvolver novos produtos e muito mais.

Muitas empresas já se

conscientizaram de que o seu capital humano,

o seu potencial criativo é muito superior ao seu desempenho criativo e inovador. O problema

é que elas não sabem como organizar, como aproveitar todo este potencial criativo que está

disponível. Isto é comprovado pela qualidade das ideias inesperadas que surgem de vez em

quando.

Um dos principais ‘combustíveis’ para a criatividade é a imaginação. Trata-se de um

aspecto intrínseco ao ser humano que lhe possibilita trabalhar e combinar ideias e fatos

conhecidos a fim de gerar novas ideias. A imaginação permite o indivíduo formar ideias

abstratas e está intimamente associado a capacidade de criação.

Pessoas criativas têm níveis de consciência e atenção maior do que as demais. Isto

dá a elas uma sensibilidade elevada, além de estarem sempre dispostas a enxergar novas

possibilidades e buscar novas relações entre as coisas.

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Referências

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CROSBY, P. B. Qualidade é investimento. Rio de Janeiro, José Olympio, 1994.

FEIGENBAUM, A. V. Controle da Qualidade Total: gestão e sistemas. Vol.1. São Paulo:

Makron Books, 1994.

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ISO 9000. Dissertação de Mestrado.- DEP/UFSCar. São Carlos, 1997.

MATTOS, JC., TOLEDO. J. C. Custos da qualidade: diagnóstico nas empresas com

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