GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós-...

41
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO CAMPUS RIO VERDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum huaimi Mart.) Autora: Apolyana Lorrayne Souza Orientadora: Profª. Dra.Juliana de Fátima Sales RIO VERDE - GO Julho 2011

Transcript of GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós-...

Page 1: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

GOIANO – CAMPUS RIO VERDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIÊNCIAS

AGRÁRIAS

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum

huaimi Mart.)

Autora: Apolyana Lorrayne Souza

Orientadora: Profª. Dra.Juliana de Fátima Sales

RIO VERDE - GO

Julho – 2011

Page 2: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum

huaimi Mart.)

Autora: Apolyana Lorrayne Souza

Orientadora: Profª. Dra. Juliana de Fátima Sales

MESTRE RIO VERDE - GO

Julho – 2011

Dissertação apresentada como parte das

exigências para obtenção do título de

MESTRE EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS,

no Programa de Pós-Graduação em

Ciências Agrárias do Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia

Goiano – Campus Rio Verde –Área de

concentração Ciências Agrárias

Page 3: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

Ficha Catalográfica Preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da

Biblioteca Maria Carlinda - FESURV

Gilmar José Terra CRB12524

S71g

Souza, Apolyana Lorrayne

Germinação de Sementes de Tucum (Astrocaryum

huaimi Mart.)./ Apolyana Lorrayne Souza. – Rio

Verde-GO. – 2011.

41 f.: il.;

Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias)

apresentada ao Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia – IFG, Campus Rio Verde –

2011.

1. Tucum – germinação. 2. Tucum – sementes. 3.

Tucum – colheita.

CDU 634.6

Page 4: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a
Page 5: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

ii

AGRADECIMENTOS

A minha família, meu pai Joaquim Delfino de Souza Neto e minha mãe Nelcimeire da

Silva Leão, porque, sem eles nada seria possível sempre me apoiando e incentivando

com amor e compreensão.

A minhas avós e meu avô, tios e tias, sempre dispostos a ajudar não só a mim, como

minha família em momentos difíceis.

A minha Orientadora, Profª. Dra. Juliana de Fátima Sales, não apenas por sua

capacidade de orientar e cobrar resultados das atividades desenvolvidas, mas também

por sua amizade e compreensão durante todo o período de convivência.

Ao professor Dr. Osvaldo Resende, por sua colaboração, incentivo e disposição em

orientar toda vez que requisitado.

Ao professor Dr. Fabiano Guimarães Silva, por sua excelente orientação, sempre

competente em todas as suas sugestões.

Ao Doutorando em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Goiás, Aurélio

Rubio Neto, além de excelente pesquisador um amigo sem precedentes. É aquele que

todo mundo recorre em momentos de dificuldade, seja ela qual for.

Ao estagiário do Laboratório de Sementes do IFGoiano/Campus Rio Verde, Rafael

Cândido Campos, por sua contribuição na execução de todos os trabalhos, sendo um

excelente amigo.

Page 6: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

iii

A todos os estagiários e ex-estagiários do Laboratório de Sementes do

IFGoiano/Campus Rio Verde: Adriene, Bethânia, Lailla, Bruno, Felipe, Nelson e

Rodolfo.

A todos os estagiários do Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais em especial a

aluna Paula Sperotto e do Laboratório de Pós-Colheita de Produtos Vegetais do

IFGoiano/Campus Rio Verde- Goiás, sempre dispostos a ajudar.

A todos funcionários do IFGoiano/Campus Rio Verde-Goiás, sempre dispostos na

execução de suas atribuições, proporcionando um ensino de qualidade, dia a dia.

As minhas amigas Ana Paula, Fabiana e seu namorado Thales e Laura, por sua amizade

incondicional.

A minhas colegas e amigas do mestrado Lílian, Juliana Cabral, Kelly e Ana Carolina,

por seu apoio nesse caminho que percorrermos juntas, sendo sempre positivas e grandes

incentivadoras.

Aos amigos Marcus Vinícius e Geraldo, sempre dispostos a nos ajudar e apoiar.

As professoras e amigas: Flávia Dionísio, Marialva Alvarenga e Clarice Megguer.

À banca de avaliação da defesa de Dissertação: Profª. Dra.Juliana de Fátima Sales

(Orientadora e Presidente da banca examinadora), Profª. Dra. Lucilene Tavares

Medeiros (membro interno) e Prof. Dr. Petterson Baptista da Luz, membro externo

(UNEMAT).

Ao CNPq, pelo financiamento do projeto e a CAPES, pelo financiamento da bolsa de

estudos.

Page 7: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

iv

BIOGRAFIA DO AUTOR

APOLYANA LORRAYNE SOUZA, filha de Joaquim Delfino de Souza Neto e Nelcimeire

da Silva Leão, nasceu em Rio Verde Goiás, no dia 09 de agosto de 1985.

No ano de 2002, concluiu o curso Técnico em Agropecuária em nível médio, e ensino

médio pela rede federal de ensino, na Escola Agrotécnica Federal de Rio Verde Goiás.

No ano de 2006, concluiu o curso de Agronomia pela Universidade de Rio Verde-Fesurv.

No ano de 2007, ingressou como aluna especial do programa de Pós-graduação em

Produção e Tecnologia de Sementes na Universidade do Estado de São Paulo/Campus de

Jaboticabal-Unesp/Fcav.

Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências

Agrárias, realizando a pesquisa para a Dissertação de Mestrado na área de sementes,

concluindo em 27 de julho de 2011, com a defesa da Dissertação intitulada: Germinação de

sementes de Tucum (Astrocaryum huaimi Mart.).

Page 8: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

v

ÍNDICE

Página ÍNDICE DE TABELAS........................................................................................... vii

ÍNDICE DE FIGURAS............................................................................................ viii

LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS, ABREVIAÇÕES E UNIDADES.................... ix

RESUMO................................................................................................................. x

ABSTRACT............................................................................................................. xii

INTRODUÇÃO GERAL......................................................................................... 01

1. Introdução............................................................................................................. 01

2. Propagação........................................................................................................... 02

3. Colheita de sementes............................................................................................ 02

4. Temperatura e germinação................................................................................... 03

5. Descrição da espécie............................................................................................ 05

5.1. Tucum(Astrocaryum huaimi Mart.).................................................................. 05

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 07

OBJETIVO GERAL................................................................................................ 11

Capitulo 1. Diferentes tratamentos na superação da dormência de sementes de

Tucum (Astrocaryum huaimi Mart.)........................................................................

12

Page 9: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

vi

Resumo..................................................................................................................... 12

Abstract.................................................................................................................... 12

Introdução................................................................................................................. 13

Material e métodos................................................................................................... 14

Resultados e discussão............................................................................................. 17

Conclusões................................................................................................................ 23

Referências............................................................................................................... 25

Page 10: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

vii

ÍNDICE DE TABELAS

Página Tabela1- Porcentagem de sementes de Astrocaryum huaimi Mart. Contaminadas

(infectadas por microorganismos) e sementes duras (sementes que não iniciaram

o processo germinativo, mas também não contaminaram) submetidas à

embebição rápida (Totalmente submersas em ácido giberélico) e embebição lenta

(Contato com papel umedecido com ácido giberélico)...........................................

20

Tabela1- Porcentagens de germinação, sementes dormentes, sementes

contaminadas, índice de velocidade de germinação (IVG) e tempo médio para

ocorrência de 50% da germinação (T50) para sementes de Tucum (Astrocaryum

huaimi Mart.).

23

Page 11: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Página Figura 1. Características morfológicas de Tucum (Astrocaryum huaimi Mart.):

A) touceira de plantas inteiras; B) cacho com frutos verdes; C) cacho com frutos

maduros; D) sementes (amêndoas) e E) fruto inteiro, diásporo inteiro e diásporo

rompido.(Fonte (LORENZI, 2004).............................................

07

Figura 2. Algumas características do processo germinativo e formação de

plântula de Tucum (Astrocaryum huaimi Mart.): a) semente inteira; b)

emergência do pecíolo cotiledonar e intumescimento do pecíolo cotiledonar; c)

surgimento da raiz primária; d) aparecimento da primeira bainha plumular; e)

emissão de raízes secundárias e surgimento da primeira raiz adventícia e f)

completa expansão do primeiro eófilo (plântula completa).....................................

08

Figura 1. Curva de embebição em sementes de Astrocaryum huaimi Mart.

submetidas a diferentes formas de embebição.........................................................

19

Page 12: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

ix

LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS, ABREVIAÇÕES E UNIDADES

IFGOIANO............... Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano

ABA.......................... Ácido abscísico

IVG........................... Índice de velocidade de germinação

IVE............................ Índice de velocidade de emergência

T50.............................. Tempo médio para ocorrer 50% de germinação

Page 13: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

x

RESUMO

Recentemente, a utilização das palmeiras com potencial para a produção de óleo

combustível tem despertado muito interesse econômico, por constituir matéria-prima já

existente, pouco exploradas, com destaque para a macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.)

Loddiges ex Mart.], dendê (Elaeis guineensis Jacq.), inajá (Maximiliana regia Mart.),

tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) e babaçu (Orbignya phalerata Mart.). Por isso,

alguns autores sugerem a utilização de tratamentos que favoreçam a embebição das

sementes por água como a principal forma de superação da dormência em diferentes

espécies dessa família. O tucum conhecido popularmente como tucum-do-cerrado,

tucum-do-brejo e uva-da-terra possui troncos em touceiras, e raramente são encontradas

plantas individuais, seus troncos são carregados de espinhos negros Neste trabalho,

objetivou-se estudar os diferentes tratamentos para superação da dormência em

sementes de Astrocaryum huaimi Mart. Foram conduzidos dois experimentos, em que

os frutos coletados foram postos para secar em estufa de circulação forçada de ar a

37°C, para facilitar extração das sementes. No primeiro ensaio, foram testadas duas

concentrações de ácido giberélico 100 mgL-1

e 200 mgL-1

, em dois diferentes períodos

24h e 48h comparadas ao controle 0 mgL-1

. No segundo ensaio, avaliaram-se os

diferentes tratamentos de escarificação sendo eles: físico (remoção do tegumento na

região do hilo com auxilio de bisturi); químico (ácido sulfúrico 98pa por dois e quatro

minutos) e térmico (água quente com aproximadamente 98°C e água fria com

aproximadamente 2°C por quatro minutos). O uso de ácido giberélico indiferente das

concentrações, formas e tempo de embebição foi ineficiente na promoção da

germinação de sementes de Tucum (Astrocaryum huaimi Mart.). Os tratamentos de

escarificação se mostraram eficientes na promoção da germinação e na emergência de

plântulas em viveiro, sendo a escarificação física com remoção do tegumento na região

Page 14: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

xi

do hilo o que promoveu maior porcentagem de germinação 58,69% comparadas com as

demais formas de escarificação.

Palavras-chaves: ácido giberélico, ácido sulfúrico, dormência, tucum.

Page 15: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

xii

ABSTRACT

Recently, the use of palm trees with potential for oil production has sparked much

economic interest, for being a raw material already existing and poorly explored, with

emphasis on macaúba [Acrocomia aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.] Palm (Elaeis

guineensis Jacq.) inajá (Maximiliana regia Mart.) tucumã (Astrocaryum aculeatum

Meyer) and babassu (Orbignya phalerata Mart.). Therefore, some authors suggest

treatments that promote the imbibitions of water as the main way to break dormancy in

different species of this family. The tucum popularly known as tucum-do-cerrado,

tucum-the-swamp and grape land has trunks in their clumps and individual plants are

rarely found, also they are loaded with trunks of black thorns. The objective was to

study the different treatments to overcome dormancy in seeds of Astrocaryum huaimi

Mart. Two experiments were carried out, first the fruits were put to dry in an oven of

forced air at 37 °C to facilitate extraction of the seeds. In the first trial there were tested

two concentrations of gibberellic acid 100 mg L-1 and 200 mgL-1 in two different

periods 24 and 48 h compared to the control 0 mg L-1. In the second trial, it was

evaluated the different scarification treatments which were: physical (removal of the

integument in the region to the heel with the aid of a scalpel), chemical (sulfuric acid

98pa for 2 and 4 minutes) and thermal (hot water at approximately 98 °C and cold water

to about 2 °C for 4 minutes). The use of gibberellic acid regardless of concentrations,

forms and time of soaking is ineffective in promoting germination of Tucum

(Astrocaryum huaimi Mart.). Scarification treatments were effective in promoting

germination and seedling emergence in the nursery, the most efficient physical

scarification was the removal of seed coat in the hilar region with the highest percentage

of 58.69% germination.

Key words: dormancy, gibberellic acid, sulfuric acid, tucum.

Page 16: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

1

INTRODUÇÃO GERAL

1. Introdução

As pesquisas têm se concentrado no desenvolvimento de novos insumos

básicos, de caráter renovável, para a produção de combustíveis que possam substituir os

derivados de petróleo, o que coloca a biomassa em papel de destaque, em razão da sua

natureza renovável, ampla disponibilidade, biodegradabilidade e baixo custo (SUAREZ

e MENEGHTTI, 2007).

O atual panorama energético mundial mostra participação total de 80% de

fontes de carbono fóssil, sendo 36% de petróleo, 23% de carvão e 21% de gás natural. O

Brasil se destaca entre as economias industrializadas pela elevada participação das

fontes renováveis em sua matriz energética. Isso é explicado primeiro pelas condições

naturais, como bacias hidrográficas para produção de eletricidade (14%), e outro fato, é

que por ser um país tropical dispõe de elevado potencial para a produção de energia por

meio de biomassa (23%) (SLUSZZ; MACHADO, 2006).

Recentemente, a utilização das palmeiras com potencial para a produção de

óleo combustível tem despertado muito interesse econômico, por constituir matéria-

prima já existente, pouco exploradas, com destaque para a macaúba [Acrocomia

aculeata (Jacq.) Loddiges ex Mart.], dendê (Elaeis guineensis Jacq.), inajá

(Maximiliana regia Mart.), tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) e babaçu

(Orbignya phalerata Mart.). Tendo em vista as suas características de crescimento, as

palmeiras podem ser utilizadas em consórcio com outras espécies em sistemas

agrosilvopastoril.

Page 17: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

2

2. Propagação

A principal forma de propagação dessas espécies ocorre de forma sexuada,

porém, pouco se conhece desse mecanismo. Sabe-se que, em geral, a germinação da

família Arecaceae ocorre lentamente, irregular e em baixas porcentagens, podendo este

fato ser decorrente de dormência, que também é comum na família como exemplo o

tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer.). Por isso, alguns autores sugerem a utilização

de tratamentos que favoreçam a embebição das sementes com água como a principal

forma de superação da dormência em diferentes espécies dessa família (FERREIRA e

GENTIL, 2006; NAZÁRIO, 2006; MARTINS et al., 1996).

O estudo do potencial germinativo de palmeiras representa um avanço

significativo para a domesticação e a exploração racional de seu potencial econômico,

alimentar e energético (CUNHA e JARDIM, 1995). A germinação de sementes uma

consequência ordenada de atividades metabólicas divididas em fases, que resulta na

formação da plântula. Essa é uma etapa crítica do biociclo vegetal, porque está

associado a vários fatores de natureza extrínseca (fatores do ambiente físico) e

intrínseca, ou seja, a processos fisio-metabólicos (BEWLEY e BLACK, 1994;

POPINIGIS, 1985), os quais justificam uso de metodologias que acelerem ou atrasem

esses processos, a fim de se obter um maior índice de germinação com maior

uniformidade possível.

3. Colheita de sementes

O momento mais adequado para a colheita das sementes é o mais próximo

possível do ponto de maturidade fisiológica. As sementes, quando atingem a maturidade

fisiológica, caracterizam-se pelo máximo peso de matéria seca, sendo referencial

importante da independência da semente em relação à planta mãe. Segundo

DEICHMANN (1967) e CARNEIRO (1983) durante a maturação das sementes, o fruto

sofre várias transformações químicas e físicas, como mudança de coloração, perda de

água, diminuição do peso específico e maior atração pelos pássaros, ocorrendo também

Page 18: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

3

acúmulo de substâncias de reservas, tais como compostos orgânicos solúveis, óleos e

proteínas.

O atraso na colheita das sementes maduras contribui consideravelmente para

sua deterioração, uma vez que, permanecendo "armazenadas" no campo, onde estão

sujeitas a condições altamente desfavoráveis, como intempéries naturais, ataque de

insetos e microrganismos. Sendo assim, a colheita deve ser efetuada no momento

adequado, com o intuito de reduzir ao máximo as possíveis perdas qualitativas e

quantitativas (VON PINHO, 1997). A antecipação da colheita se torna relevante para

preservar a boa qualidade fisiológica, evitando a rápida deterioração das sementes no

campo e, posteriormente, no armazenamento (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

A deterioração de sementes é degenerativa e contínua. Inicia-se no estádio após

a maturidade fisiológica e, se estende até a perda da viabilidade até a sua morte.

Dependendo das condições ambientais e manejo, pode ocorrer redução da qualidade

fisiológica das sementes, pela intensificação do fenômeno da deterioração (MARCOS

FILHO, 2005).

4. Temperatura e germinação

A temperatura é um fator extrínseco de grande influência no processo de

germinação de sementes, determinando seus limites e a taxa de sua ocorrência, agindo

também na superação ou indução de dormência (BEWLEY e BLACK, 1994). Neste

sentido, Arnold et al. (1990) relatam que é essencial a quantificação do efeito da

temperatura alternada em populações de sementes com diferentes níveis de dormência

para se conhecer a época de interrupção da dormência no campo.

Algumas das interações de temperaturas com luz podem ser relevantes para o

comportamento das sementes em seu ambiente natural na ocorrência ou não da

dormência (MAYER e POLJAKOFF-MAYBER, 1989). Um grande número de espécies

possui reação germinativa favorável, a alternância de temperatura, devido à semelhança

do que acontece em condições naturais, quando as temperaturas diurnas são mais altas

(CARVALHO e NAKAGAWA, 2000; POPINIGIS, 1985). O aumento da temperatura

no ambiente de armazenamento provoca aumento da taxa respiratória, da presença de

fungos e insetos que deterioram as sementes (McDONALD, 1999).

Page 19: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

4

O estabelecimento das espécies está ligado à capacidade de suas sementes

germinarem rápida e uniformemente, a fim de vencer a concorrência com outras

espécies presentes no local, ou pela capacidade de se manterem viáveis por períodos

mais longos, até que as condições ambientais sejam propícias ao desenvolvimento das

plântulas (BORGES, 2003). A germinação de semente é consequência ordenada de

atividades metabólicas divididas em fases, que resulta na formação da plântula. Essa é

uma etapa crítica do biociclo vegetal, por estar associado a vários fatores de natureza

extrínseca (fatores do ambiente físico) e intrínseca, ou seja, a processos fisio-

metabólicos (BEWLEY e BLACK, 1994; POPINIGIS, 1985).

São muitas as variáveis que podem afetar a germinação de sementes de

palmeira: a espécie, a temperatura, o tipo de substrato, as condições de umidade, a

aeração e o tempo de armazenamento. A ocorrência de dormência inibindo a

germinação de sementes mesmo em condições favoráveis tem sido apontada como uma

das principais causas de variação no período de germinação em palmáceas

(POPININGIS, 1985; CARVALHO e NAKAGAWA, 1988)

Segundo Taiz e Zeiger (2009), as giberelinas, citocininas e o etileno promovem

a germinação, enquanto o ácido abscísico (ABA) induz a dormência das sementes. O

emprego de giberelinas está relacionado com a síntese de enzimas hidrolíticas que

degradam reservas, como o amido e as proteínas, que são usadas no desenvolvimento do

embrião e, também no alongamento da radícula. Para Marcos Filho (2005), além de

estimular a divisão e alongamento celular, as citocininas, possuem, efeito sinergístico

com a luz e, atenuam efeitos de substâncias inibidoras da germinação, como ABA e

cumarina.

Os fatores extrínsecos são determinantes nesse processo de germinação

(SOUSA, 2004). Dentre esses fatores, a água é de extrema importância, por dar início a

embebição (primeira fase) e atua direta ou indiretamente nas etapas subseqüentes. A

água também participação decisiva nas reações enzimáticas, na solubilização e

transporte de metabólitos e, na digestão hidrolítica de proteínas, carboidratos e lipídeos

dos tecidos de reserva, pois não é apenas o primeiro fator que inicia a germinação, mas

também, está envolvida, em outras etapas. Potenciais hídricos negativos no meio

reduzem o fluxo de água via simplasto para a célula, e, o processo de germinação é

diretamente afetado (SOUZA e CARDOSO, 2000). Consequentemente há redução da

atividade enzimática, e menor desenvolvimento meristemático. Já o excesso de água

Page 20: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

5

provoca problemas por causa das restrições à aeração e possíveis danos durante a

embebição (MARCOS FILHO, 2005).

A sensibilidade à variação da temperatura é caracterizada como termoinibição.

IOSSI et al. (2003) observaram altas porcentagens de germinação de sementes de

Phoenix roebelenii na temperatura constante de 25°C (juntamente com 30°C). Para a

carnaúba (Copernicia prunifera), embora nativa de regiões cujas temperaturas são

normalmente mais elevadas, maiores porcentagens foram obtidas na temperatura

constante de 25ºC e alternada de 25-35ºC (D’ANDRÉA, 2006). É considerada a

temperatura ótima aquela que permite a máximo de germinação das sementes, no menor

intervalo de tempo (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).

Contudo a maioria das palmeiras seja de origem tropical, cujas sementes

germinam de forma natural em temperaturas elevadas, as maiores taxas de germinação

são encontradas em diferentes temperaturas para as mais diferentes espécies, como 30-

35ºC para Dypsis lutescens (BROSCHAT e DONSELMAN, 1986), 25ºC para Rhapis

excelsa (AGUIAR et al., 2001), 25ºC e 30ºC para Phoenix roebelenii (IOSSI et al.,

2003) e 25-35ºC para Livistona rotundifolia.

5. Descrição da espécie

5.1. Tucum (Astrocaryum huaimi Mart.)

As palmeiras são plantas monocotiledôneas pertencentes à Família Arecaceae.

Esta família é essencialmente tropical na sua distribuição, mas de ocorrência em todo o

mundo. O número de gêneros e espécies é de aproximadamente 236 e 3400 (AGUIAR,

1988; LORENZI et al., 2004).

O tucum conhecido popularmente como tucum-do-cerrado, tucum-do-brejo e

uva-da-terra, ocorre nos Estados de Mato Grosso, Goiás e Maranhão, há relatos dessa

planta também na Bolívia. Como o nome popular sugere, essa planta pode ser

encontrada em beiras de rios e igarapés e também em solos arenosos (PEREIRA et al.,

2002). Pode ter de 4 a 6 m de altura por 3 a 4 m de diâmetro de copa, uma planta pode

produzir de 3 a 4 cachos, com número de frutos por cacho de 100 a 300. Os frutos são

globosos com 2 a 3 cm de diâmetro por 3 a 5 cm de comprimento, e pesam em torno de

Page 21: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

6

25 g, apresentam coloração esverdeada e laranja quando maduro (SILVA et al., 2001;

PEREIRA et al., 2004).

Geralmente possui troncos em touceiras, e raramente são encontradas plantas

individuais, esses troncos são carregados de espinhos negros. As folhas são pinadas e

também contêm longos espinhos negros no pecíolo com inflorescência interfoliar

(PEREIRA et al., 2004).

Figura 1.

A utilização dessa planta se dá pelo consumo in natura ou em forma de sucos,

sorvetes geleias, vinhos e vinagre (SILVA et al., 2001). As folhas fornecem fibras

utilizadas no artesanato para confecção de cordas, redes e sacolas. Uma descoberta

recente é que as folhas possuem dois tipos de fibras, sendo que uma dessas se assemelha

muito as fibras do bambu, e pelo seu alto índice de enfeltramento, podem proporcionar

papéis de alta resistência ao rasgo e de maior porosidade. Porém, as fibras como não

atendem todos os requisitos das características morfológicas de fibras papeleiras de alta

qualidade, podendo ser utilizada na produção de papel Kraft, com altos índices de

resistências físico-mecânicas (PEREIRA et al., 2004). Na baixada maranhense essa

Características morfológicas de Tucumã de Goiás (Astrocaryum huaimi

Mart.): A) Touceira de plantas inteiras; B) Cacho com frutos verdes; C)

Cacho com frutos maduros; D) Sementes (amêndoas) e E) Fruto inteiro,

diásporo inteiro e diásporo rompido (Fonte: LORENZI, 2004).

Page 22: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

7

planta é utilizada como amarrilho, o caule do tucum e de outras arecaceaes são

utilizados para construção de esteios, moirões para casas e ripas para cercas.

(PINHEIRO et al., 2005).

Como descreve Ferreira & Gentil, 2006, para a germinação de tucumã

(Astrocaryum aculeatum) e do tipo adjacente ligulada, caracterizada pelo

desenvolvimento da plântula próxima à semente e que pode ainda, ser classificada como

criptocotiledonar, em virtude da permanência do limbo cotiledonar dentro da semente, e

hipógea pelo fato da semente se manter sob o nível do substrato durante o processo

germinativo; para o Tucumã se observa o mesmo comportamento (FIGURA 2).

Figura 2 Algumas características do processo germinativo e formação de

plântula de Tucumã de Goiás (Astrocaryum huaimi Mart.): a)

semente inteira; b) emergência do pecíolo cotiledonar e

intumescimento do pecíolo cotiledonar; c) surgimento da raiz

primária; d) aparecimento da primeira bainha plumular; e) emissão

de raízes secundárias e surgimento da primeira raiz adventícia e f)

completa expansão do primeiro eófilo (plântula completa).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, F. F. A. Caracterização morfológica das principais espécies de palmeiras

exóticas na cidade de São Paulo. 1988. 91 f. (Mestrado) - Fitotecnia, Escola Superior

de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 1988.

ARNOLD, R. L. B.; GHERSE, C. M.; SCHANCHEZ, R. A.; INSAUSTI, P.

Temperature effects on dormancy release and germination rate in Sorghum haelpense

Page 23: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

8

(L.) Pers. Seeds: a quantitative analysis. Weed Research, Oxford, v. 30, n. 2, p. 81-89.

1990.

BEWLEY, J. D.; BLACK, M. Seeds : physiology of development and germination. 2

ed. New York. Plenum Press. 1994, p. 445.

BORGES, E. E. L. Comportamento bioquímico e fisiológico de sementes florestais

nativas durante a embebição. 2003. (Tese) - Ecologia e Recursos Naturais,

Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2003.

BROSCHAT, T. K.; DONSELMAN, H. Factors affecting storage and germination of

Chrysalidocarpus lutescens seeds. Journal American Society for Horticultural

Science, v. 111, n. 6, p. 872-877, nov. 1986.

CARNEIRO, J. G. A. Curso de silvicultura I. Curitiba. Escola de Florestas. 1983, p.

132.

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes, ciência, tecnologia e produção.

3.ed.Campinas: Fundação Cargil, 424p. 1988.

CARVALHO, N.M. e NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 4a

ed. Funep, Jaboticabal, 2000.

CUNHA, A. C. C.; JARDIM, M. A. G. Avaliação do potencial germinativo em açaí

(Euterpe oleracea Mart.) variedades preto, branco e espada. Boletim do Museu

Paraense Emílio Goeldi. Série Botânica. Belém, v. 11, n. 1, p. 55-60. 1995.

D’ANDREA, F. Efeito da temperatura e da escarificação mecânica na germinação

de sementes de Copernicia prunifera (Mill) H. E. Moore. (Arecaceae). 2006. 40 f.

(Graduação) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual

Paulista, Jaboticabal, 2006.

DEICHMANN, V. V. Noções sobre sementes e viveiros florestais. Curitiba. Escola de

Florestas, UFP. 1967, p. 196.

FERREIRA, S. A. N.; GENTIL, D. F. O. Extração, embebição e germinação de

sementes de tucumã (Astrocaryum aculeatum). Acta Amazonica, Manaus, v. 36, n. 2,

p. 141-146, abr. 2006.

IOSSI, E.; SADER, R.; PIVETTA, K. F. L.; BARBOSA, J. C. Efeitos de substratos e

temperaturas na germinação de sementes de tamareira-anã (Phenix roebelenii O’Brien).

Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 25, n. 1, p. 63-69, jul. 2003.

LORENZI, H.; SOUZA, H. M.; MADEIROS-COSTA, J. T.; CERQUEIRA, L. S. C.;

FERREIRA, E. Palmeiras Brasileiras e Exóticas Cultivadas. Nova Odessa. Editora

Plantarum. 2004.

MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba.

FEALQ. 2005, p. 495.

Page 24: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

9

MARTINS, C. C.; SILVA, W. R.; BOVI, M. L. A. Tratamentos pré-germinativos de

sementes da palmeira inajá. Bragantia, Campinas, v. 55, n. 1, p. 123-128, jan. 1996.

MAYER, A. M.; POLJAKOFF-MAYBER, A. The germination of seeds. New York.

Pegamon-Press. 1989, p. 210.

MCDONALD, M. B. Seed deterioration: physiology, repair and assessment. Seed

Science and Technology, Zurich, v. 27, n. 1, p. 177-237, jan. 1999.

NAZÁRIO, P. Tratamentos pré-germinativos visando minimizar a dormência em

sementes de tucumã Astrocaryum aculeatum G. Mey.) 2006. 89 f. (Mestrado) -

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Universidade Federal do Amazonas,

Manaus, 2006.

PELEGRINI, M. F. Armazenamento de sementes. Informe Agropecuário. Belo

Horizonte, v. 9, n. 91, p. 56-60. 1982.

PEREIRA, S. J.; MUNIZ, G. I. B.; KAMINSKI, M.; KLOOK, U.; NISGOSKI, S.;

FABROWSKI, F. J. Celulose de tucum (Bactris inundata Martius). Scientia

Florestalis, Piracicaba, v. 2, n. 65, p. 130-140, jun. 2004.

PEREIRA, S. J.; MUNIZ, G. I. B.; NISGOSKI, S.; CECCANTINI, G. Morfologia e

densidade básica das folhas de tucum (Bactris inundata Martius) como fonte de fibras

celulósicas para papel. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 12, n. 1, p. 39-48, abr. 2002.

PINHEIRO, C. U. B.; SANTOS, V. M.; FERREIRA, F. R. R. Usos de subsistência de

espécies vegetais na região da baixada maranhense Amazônia. Ciência &

Desenvolvimento, Belém, v. 1, n. 1, p. 235-250, jul. 2005.

POPINIGIS, F. Fisiologia da semente. 2 ed. Brasília, DF. 1985.

SILVA, D. B.; SILVA, A. S.; JUNQUEIRA, N. T. V.; ANDRADE, R. M. Frutas do

Cerrado. Brasília. Embrapa Informação Tecnológica. 2001, p. 178.

SLUSZZ, T. M.; MACHADO, J. A. D. Características das potencias culturas

matérias-primas do biodiesel e sua adoção pela agricultura familiar, "Questões

Agrárias, Educação no Campo e Desenvolvimento". In: XLIV CONGRESSO DA

SABER. 2006, Fortaleza.

SOUSA, M. P. Germinação de sementes de Plantago ovata: estresse hídrico e

salino, teor de prolina e atividade das enzimas amilase e ascorbato peroxidase.

2004. 80 f. (Doutorado) - Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade Estadual

Paulista, Botucatu, 2004.

SOUZA, G. M.; CARDOSO, V. J. M. Effects of different environmental stresses on

seed germination. Seed, Science and Techology, Zurich, v. 28, n. 3, p. 621-630, jul.

2000.

Page 25: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

10

SUAREZ, P. A. Z.; MENEGHETTI, S. M. P. 70º aniversário do biodiesel em 2007:

evolução histórica e situação atual no brasil. Química Nova, São Paulo, v. 30, n. 8, p.

2068-2071, out. 2007.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4 ed. 819p. Porto Alegre. Artmed. 2009.

VON PINHO, E. V. R. Tecnologia e produção de sementes. 1997. 75 f. (Latu Sensu) -

Biologia Vegetal, Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1997.

Page 26: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

11

OBJETIVO GERAL

Estudar os diferentes tratamentos para superação da dormência em sementes de

Astrocaryum huaimi Mart.

Page 27: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

12

Diferentes tratamentos na superação da dormência de sementes de Tucum

(Astrocaryum huaimi Mart.)

Different treatments to overcome dormancy of seeds of Tucum (Astrocaryum

huaimi Mart.)

Resumo: Objetivou-se com esse trabalho, avaliar o efeito da embebição por diferentes

períodos em diferentes concentrações do ácido giberélico e diferentes métodos de

escarificação no processo germinativo das sementes de tucum. Os frutos coletados

foram postos para secar em estufa de circulação forçada de ar a 37°C, para facilitar

extração das sementes. No primeiro ensaio, foram testadas duas concentrações de ácido

giberélico 100 mgL-1

e 200 mgL-1

, em dois diferentes períodos 24h e 48h comparadas

ao controle 0mgL-1

. No segundo ensaio, avaliaram-se os diferentes tratamentos de

escarificação sendo eles: físico (remoção do tegumento na região do hilo com auxilio de

bisturi); químico (ácido sulfúrico 98pa por dois e quatro minutos) e térmico (água

quente com aproximadamente 98°C e água fria com aproximadamente 2°C por quatro

minutos). Os tratamentos de escarificação se mostraram eficientes na promoção da

germinação e na emergência de plântulas em viveiro, sendo o mais eficiente a

escarificação física com remoção do tegumento na região do hilo com maior

porcentagem de germinação 58,69%.

Palavras-chave: escarificação, emergência, tucum.

Abstract: The objective of this study was to evaluate the effect of soaking at different

periods and different concentrations of gibberellic acid and different methods of

scarification on seed germination process of tucum. The fruits were put to dry in an

oven offorced air at 37° C to facilitate extraction of the seeds. In the first trial was tested

two concentrations of gibberellic acid 100 mg L-1 and 200 mgL-1 in two different

periods 24 and 48 h compared to the control 0mgL-1. In the second trial, it was

evaluated the different scarification treatments which were: physical (removal of the

integument in the region to the heel with the aid of a scalpel), chemical (sulfuric acid

98pa for 2 and 4 minutes) and thermal (hot water at approximately 98° C and cold water

to about 2° C for 4 minutes).Scarification treatments were effective in promoting

Page 28: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

13

germination and seedling emergence in the nursery, the most efficient physical

scarification was the removal of the seed coat in the hilar region with the highest

percentage of 58.69% germination.

Key words: scarification, tucum, emergency

Introdução

O tucum conhecido popularmente como tucum-do-cerrado, tucum-do-brejo e

uva-da-terra, ocorre nos Estados de Mato Grosso, Goiás e Maranhão, havendo relatos

dessa planta na Bolívia. Como o nome popular sugere, essa planta pode ser encontrada

em beiras de rios e igarapés e também em solos arenosos (PEREIRA et al., 2002)

A planta do tucum pode ter de 4 a 6 m de altura por 3 a 4 m de diâmetro de

copa, uma planta pode apresentar de 3 a 4 cachos, sendo que esses podem conter de 100

a 300 frutos cada um. Os frutos são globosos com 2 a 3 cm de diâmetro por 3 a 5 cm de

comprimento, e pesam em torno de 25 g, apresentam coloração esverdeada e laranja

quando maduro, a polpa é de cor violácea (SILVA et al., 2001; PEREIRA et al., 2004).

Essa palmeira geralmente possui troncos em touceiras e, raramente são

encontradas plantas individuais, seus troncos são cobertos com espinhos negros. As

folhas são pinadas e também contém longos espinhos no pecíolo. Possui inflorescência

interfoliar possuindo troncos, geralmente, em touceiras ou algumas vezes solitários,

eretos, com 3 a 8 m de altura e 8 a 12 cm de diâmetro, armados com espinhos negros.

Folhas pinadas densamente armadas de espinhos negros, em número de 5 a 9.

(PEREIRA et al., 2004a).

A utilização dessa planta se dá por meio de consumo in natura ou em forma de

sucos, sorvetes geleias, vinhos e vinagre (SILVA et al., 2001). As folhas dessa planta

fornecem fibras, que podem ser utilizadas no artesanato para confecção de cordas, redes

e sacolas. A descoberta mais recente é que as folhas possuem dois tipos de fibras, sendo

que uma dessas se assemelha muito as fibras do bambu, e pelo seu alto índice de

enfeltramento, essas fibras podem fornecer papéis de alta resistência ao rasgo e de

maior porosidade. Porém, as fibras como um todo não atendem todos os quesitos das

características morfológicas de fibras papeleiras de alta qualidade, podendo ser utilizada

na produção de papel Kraft, com altos índices de resistências físico-mecânicas

(PEREIRA et al., 2004). Na baixada maranhense essa planta é utilizada como

Page 29: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

14

amarrilho, o caule do tucum e de outras arecaceaes são utilizados para construção de

esteios e moirões para casas e ripas para cercas. (PINHEIRO et al., 2005).

Como acontece com o tucumã (Astrocaryum aculeatum) espécie semelhante a

essa, em termos de morfologia, essa espécie ainda é pouco pesquisada e são muito

poucos e pequenos os plantios comerciais existentes no Brasil (NAZÁRIO, 2006).

Geralmente a propagação das palmeiras ocorre por sementes e a germinação destas é

lenta e desigual, pois a cobertura protetora das sementes (endocarpo) restringe a

embebição de água, difusão do oxigênio, e impõe resistência mecânica resultando em

problemas na emergência da plântula, caracterizando a dormência comum nessa família.

Vários autores descrevem a utilização de tratamentos que facilitem a

germinação, tais como absorção de água, pré-tratamentos como escarificação química e

mecânica, vernalização, a utilização de reguladores de crescimento e choque térmico, e

estes tipos de tratamentos vêm sendo empregados com êxito na superação de dormência

de sementes algumas arecaceaes (FERREIRA e GENTIL, 2006; BOVI, 1990;

PINHEIRO et al., 2005; NAZÁRIO, 2006; MARTINS et al., 1996).

Para o Tucum (Astrocaryum huaimi Mart.), não existe ainda na literatura

informações a respeito de qual metodologia ser utilizada para acelerar e uniformizar a

germinação das sementes dessa espécie. Por isso, objetivou-se com esse trabalho,

avaliar o efeito da embebição por diferentes períodos e diferentes concentrações do

ácido giberélico e diferentes métodos de escarificação no processo germinativo das

sementes de tucum.

Material e Métodos

Foram conduzidos dois experimentos no Laboratório de Sementes do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano/Campus Rio Verde. Frutos maduros

de Tucum (Astrocayum huaimi Mart.), coletados no mês de dezembro de 2009 e

fevereiro de 2010, no município de Montes Claros– GO nas seguintes coordenadas

geográficas: Latitude: (S) – 16º 06’20”, Longitude (W) – 51º17’11”e Altitude de 459

metros.

Page 30: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

15

Ensaio 1: Efeito do tempo, da forma de embebição e de diferentes concentrações do

ácido giberélico na dormência de sementes de Tucum Astrocaryum huaimi Mart.

(Arecaceae).

Após coleta manual, foi observada alta heterogeneidade dos frutos no estádio

de maturação. Assim, os mesmos foram separados pela coloração em três classes de

acordo com o estádio de maturação (classe 1: coloração esverdeada estádio de

maturação pouco avançada, frutos coletados do cacho; classe 2: coloração laranja frutos

maduros, frutos coletados no chão e classe 3: coloração marrom escuro frutos em

estádio de maturação muito avançado, coletado no chão).

Para total homogeneização dos frutos, estes foram separados por telas de

alumínio, em repetições de 15 sementes contendo todas as classes dos frutos (classes 1,

2 e 3). Posteriormente, os frutos foram divididos em dois lotes. No primeiro lote, os

frutos inteiros foram quebrados visando a retirada da semente para determinação do teor

de água inicial das sementes. Para determinação do teor de água foi utilizado método de

estufa 105 ± 2 °C, tomando como base o peso úmido até atingirem massa constante,

utilizando quatro repetições de 15 sementes (BRASIL, 2009).

No segundo lote, os frutos foram submetidos à secagem em estufa de

circulação forçada a 37°C, durante sete dias, a fim de facilitar a extração das sementes.

Decorrido esse período de secagem, foi realizada a extração das sementes de acordo

com a metodologia proposta por Ferreira & Gentil, (2006). Utilizou-se uma marreta de

1,5 kg com golpes até que se rompesse o endocarpo e, em seguida as sementes foram

removidas com auxílio de uma faca de mesa. Posteriormente, parte das sementes foi

destinada a estufa para determinação do teor de água nas mesmas condições citadas

acima, utilizando quatro repetições de 20 sementes.

Apenas as sementes fisicamente íntegras foram utilizadas para realização dos

seguintes testes: efeito do tempo de embebição em ácido giberélico por dois períodos

diferentes (24 e 48 horas) e efeito de diferentes formas de embebição (embebição

rápida: sementes submersas na solução de giberelina em becker’s, ou embebição lenta:

sementes colocadas em papel “germistest”, em contato com a solução). Após a

realização de ambos os testes de embebição, as sementes foram tratadas com produto

com ingrediente ativo (carboxina + tiram): 200 + 200 g/L], na dosagem “500 mL de

produto - 100 kg de semente e 500 mL de água destilada - 100 kg de semente”.

Page 31: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

16

Após o tratamento fúngico as sementes foram levadas para germinadores do

tipo “Mangelsdorf” ajustado a 30 ± 2°C, e três concentrações de ácido giberélico 0, 100

e 200 mg.L-¹. Para a determinação da curva de embebição, foram utilizadas quatro

amostras de 15 sementes, mantidas sob as mesmas condições das demais sementes. Nas

primeiras 24 horas, foi realizada a pesagem das amostras a cada 2 horas; em seguida a

cada 6 horas até completar 48 horas. As pesagens foram feitas após a retirada do

excesso de água, utilizando-se balança eletrônica com precisão de 0,001g. Decorridos

esses períodos (24 e 48 horas), quatro amostras de 20 sementes foram colocadas para

germinar em rolos de papel tipo “germitest” previamente umedecidos com água

destilada na quantidade de 2,5 vezes o peso do substrato seco e levado ao germinador

do tipo “Mangelsdorf” ajustado a 30 ± 2°C. Foram avaliadas % de sementes

contaminadas (sementes infectadas por microrganismos) e de sementes duras( sementes

que não iniciaram o processo germinativo, mas também não contaminaram)

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso em esquema

fatorial 2 x 2 x3 com quatro repetições de 20 sementes, sendo dois diferentes períodos

de embebição (24 e 48 horas), duas diferentes formas de embebição (rápida e lenta) e

três concentrações do ácido giberélico (0, 100 e 200 mg.L-¹). Após obtenção dos

resultados, estes foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste Tukey a 5% de probabilidade.

Ensaio 2 Diferentes métodos de escarificação em sementes de Tucum Astrocaryum

huaimi Mart. (Arecaceae)

Após a coleta manual, 40 frutos inteiros foram usados para determinação do

teor inicial de água dos mesmos e 40 frutos quebrados visando a retirada da semente

para determinação do teor de água das sementes, que se deu pelo método de estufa 105

± 2 °C, tomando como base o peso úmido até atingirem massa constante, utilizando

quatro repetições de 10 frutos e 10 sementes.

Os frutos remanescentes foram postos para secar em estufa de circulação

forçada a 37°C, durante sete dias, a fim de facilitar a extração das sementes. Decorrido

esse período novamente foi determinado o teor de água das sementes e dos frutos,

utilizando quatro repetições de 10 sementes e 10 frutos , que serviu para determinar o

teor de água das sementes e dos frutos após o período de secagem dos frutos. Efetuou-

Page 32: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

17

se a quebra do endocarpo, com auxílio de marreta de 1,5 Kg e placa de concreto, onde

foram aplicados vários golpes até que se rompesse o endocarpo.

Foram utilizadas apenas sementes com menor dano visível ocasionado pela

extração, para avaliar o efeito de três diferentes métodos de escarificação: físico,

térmico e químico comparados ao controle (sementes sem tratamento). A escarificação

física foi realizada com auxílio de bisturi removendo o tegumento na região do hilo. A

escarificação térmica foi realizada submergindo as sementes em recipientes contendo

água destilada aquecida a 98,1°C e em água fria a 2°C, com duração de 4 minutos cada

tratamento. Já a escarificação química foi realizada em ácido sulfúrico 98% p.a em dois

diferentes tempos de 2 e 4 minutos.

O monitoramento da variação da temperatura nos tratamentos de escarificação

térmica foi feito com termômetro eletrônico. Após serem submetidas aos tratamentos as

sementes foram tratadas com fungicida com ingrediente ativo (carboxina + tiram): 200

+ 200 g/L], na dosagem “500 mL de produto - 100 kg de semente e 500 mL de água

destilada - 100 kg de semente”. Posteriormente quatro amostras de 15 sementes foram

colocadas para germinar em rolos de papel tipo “germitest” previamente umedecidos

com água destilada na quantidade de 2,5 vezes o peso do substrato seco e levadas ao

germinador do tipo “Mangelsdorf” ajustado a 30 ± 2°C para se avaliar porcentagem de

germinação(%) a cada dois dias por três meses; Índice de Velocidade de Germinação

(IVG) e Tempo para ocorrência de 50% de germinação (T50). Sementes germinadas

foram levadas para viveiro e semeadas em tubetes (300cm3) contendo substrato

composto por vermiculita e casca de arroz carbonizada, na proporção de 1:1 para se

avaliar o Índice de Velocidade de Emergência.(IVE) a cada três dias por três meses.

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso, com 6

tratamentos, com quatro repetições de 15 sementes, perfazendo 60 sementes por

tratamento. Foi efetuada a análise de variância, aplicando o teste F e comparando

médias dos tratamentos pelo teste Tukey (5%).

Resultados e discussão

Ensaio 1: Efeito do tempo, da forma de embebição e de diferentes concentrações do

ácido giberélico na dormência de sementes de Tucum (Astrocaryum. huaimi Mart.).

Page 33: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

18

Como se observa na Figura 1, o ganho em massa das sementes foi pequeno

quando submetidas aos métodos de embebição . No entanto, de acordo com a análise de

regressão, foi possível calcular o ganho de massa para ambos os métodos. Substituindo

o valor de X da fórmula, foi verificado que na embebição rápida, ou seja, quando as

sementes permaneceram totalmente submersas em água destilada, houve ganho em

massa de 1,79 e 3,59g, após 24 e 48 horas de embebição. Já na embebição lenta, ou seja,

quando as sementes permaneceram em contato com papel germitest®

umedecido com

ácido giberélico, houve ganho em massa de 1,39 e 2,53g, após 24 e 48 horas. O fato de

as sementes terem absorvido pequenas quantidades da solução, pode estar relacionado à

existência de substâncias hidrofóbicas no tegumento ou mesmo a alta rigidez do mesmo

que impediu uma maior absorção.

EMBEBIÇÃO (HORAS)

0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48

MA

SS

A (

g)

0

47

48

49

50

51

Embebição Rápida (Submersas em água)Y = 48,3875 + 0,0581 X; R² = 0,9581*

Y = 47,6460 + 0,0748 X; R² = 0,9520*

Embebição Lenta (Papel umidecido)

Figura 1. Curva de embebição em sementes de Astrocaryum huaimi Mart. submetidas a

diferentes formas de embebição.

O teor de água inicial das sementes foi de 26% sendo observado que, após o

processo de embebição não houve acréscimo substancial desse valor, sendo que para as

sementes embebidas de forma lenta os valores não tiveram nenhuma alteração após 48

Page 34: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

19

horas de embebição, mantendo em 26%. Já para as sementes embebidas de forma rápida

houve acréscimo de 2,2%, atingindo 28,2% no teor de água após 48 horas de

embebição.

De acordo com a Tabela 1, verifica-se que durante todo o período de avaliação

(120 dias) não foi observado germinação, mas sim, grande porcentagem de sementes

contaminadas e sementes duras (sementes que não iniciaram o processo germinativo,

mas também não contaminaram). Grande porcentagem de contaminação foi observada

principalmente nas sementes que sofreram embebição em ácido giberélico,

independente da concentração e velocidade de embebição, diferindo do controle. Já em

relação à porcentagem de sementes duras, esse número foi maior nas sementes

pertencentes ao controle, ou seja, quando não utilizado o ácido giberélico.

Tabela1- Porcentagem de sementes de Astrocaryum huaimi Mart. contaminadas

(infectadas por microrganismos) e sementes duras (sementes que não

iniciaram o processo germinativo, mas também não contaminaram)

submetidas a embebição rápida (Totalmente submersas em ácido giberélico) e

embebição lenta (Contato com papel umedecido com ácido giberélico).

Concentração do Ácido

Giberélico (mg.L-1

) Contaminadas (%) Sementes Duras (%)

Embebição lenta

0 32,51± 4,66

1B

2 67,49± 5,87A

100 68,40± 6,51B 31,60± 3,21B

200 77,31±5,65 A 22,69± 2,27B

Embebição Rápida

0 57,68±3,82 B 42,32± 2,41A

100 79,65± 5,98B 20,35± 3,66B

200 88,92± 6,88A 11,08± 3,10B

1Erro padrão da média.

2Médias vertical com a mesma letra, não diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5% de probabilidade

Com o excesso de sementes contaminadas e duras, além da constatação da

pequena absorção de água pelas sementes, verifica-se a necessidade de avaliar a

embebição em maior intervalo de tempo ou, remoção do tegumento, antecedendo a

embebição, pois a presença deste torna a absorção de água bastante lenta. No entanto, a

Page 35: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

20

exposição das sementes em ácido giberélico por períodos mais longos, pode favorecer a

incidência de microrganismos, prejudicando o processo germinativo.

Outro fator que pode estar relacionado à ausência de germinação dessas

sementes, são os danos causados a estas, durante a extração. Pois, como coloca Ferreira

e Gentil (2006), a retirada do endocarpo rígido de sementes de palmeiras, sempre

representa riscos ao endosperma e ao embrião. Por isso, esse processo deve ser

analisado para cada espécie em particular. Estes autores sugerem que seja realizado em

trabalhos futuros de tucumã (A. aculeatum Meyer), ajuste no método de secagem,

visando a extração das sementes.

Quando são postos para secar frutos inteiros, isto é, frutos com pericarpo, a

força demandada para extração das sementes é muito maior. Com isso, aumenta-se a

probabilidade de danos. Diante disso, sugere-se que processo de secagem seja realizado

em diásporos, mas não em frutos inteiros. Porém, inicialmente, devem ser

confeccionadas curvas de secagem e, assim, estabelecer os melhores momentos para

remoção da semente, sem que haja perda na viabilidade destas.

A embebição das sementes e utilização de ácido giberélico tem sido utilizada

com êxito em algumas espécies dessa família. Nazário e Ferreira (2010) avaliando a

interação da temperatura da água e o tempo de embebição, verificaram efeito benéfico

desses fatores na emergência de plântulas, que obtiveram os menores tempos médio de

emergência, quando as sementes foram embebidas em água com temperatura acima

35°C por período de 2 a 6 dias. Corroborando com Ferreira e Gentil (2006), que

obtiveram aumento na porcentagem final e velocidade de germinação das sementes

embebidas em água destilada por até 15 dias.

Recomenda-se promover a secagem em diásporos e não em frutos inteiros,visto

que a mesma diminuirá a força demandada para extração das sementes reduzindo assim,

os danos causados por extração. Ainda com relação à secagem recomenda-se ajustar o

método estabelecendo curvas de secagem para obter o melhor momento de extração

que proporcione maior índice de germinação.

Ensaio 2 Diferentes métodos de escarificação em sementes de Tucum Astrocaryum

huaimi Mart. (Arecaceae)

O teor inicial de água dos frutos foi de 32,18%, ao fim do processo de secagem

este atingiu 20,69% uma perda de 11,49% do teor de água para os frutos quando os

Page 36: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

21

mesmos foram quebrados para a retirada das sementes para execução dos testes. Para as

sementes o teor de água inicial foi de 26,69% e ao fim do processo de secagem

atingiram 18,68% representando uma perda de 8,01% no teor de água das mesmas. As

melhores médias de germinação foram observadas para sementes submetidas a remoção

do tegumento na região do hilo com 58,69% de germinação e a escarificação química

por dois e quatro minutos de escarificação, não diferindo entre si. A escarificação

térmica não foi eficiente para superação de dormência atingindo apenas 1,77% e 3,2%

para dois e quatro minutos respectivamente, que não diferiram do controle, com menor

porcentagem de germinação (0,00%) ao final do período de avaliação (120 dias).

Em todos os tipos de escarificação foi verificada a presença de sementes

dormentes, com destaque para o controle, que atingiu 88,2% dessas sementes, seguido

da escarificação térmica, com 62,4 e 69,2%, para dois e quatro minutos

respectivamente. As menores porcentagens foram verificadas em sementes sem

tegumento (escarificação física) e, quando submetidas a escarificação química por dois

e quatro minutos. Evidenciando o tipo de dormência física dessa espécie, uma vez que a

remoção do tegumento e escarificação química certamente facilitaram a entrada de água

e, consequentemente a germinação.

Na ausência de escarificação e com remoção deste do tegumento, apenas na

região do hilo, não houve contaminação considerável das sementes, o que indica, que o

tegumento, responsável pela dormência das sementes, é também, responsável pela

proteção das sementes ao ataque de microrganismos. Assim, a realização da

escarificação em maior intensidade, como a térmica e química, reduzem

significativamente a capacidade das sementes em tolerar o ataque de microrganismos,

tornando-as susceptíveis ao ataque desses, e consequentemente, inviabilizar a

porcentagem e velocidade de germinação.

Para o índice de velocidade de germinação, destacou-se apenas a escarificação

física, removendo o tegumento na região hilo, que atingiu 1,33%, superando aos demais

tipos de escarificação, que obtiveram baixos índices de velocidade de germinação.

Logo, não é recomendado a escarificação térmica em água fria, ou ausência de

escarificação para superação de dormência das sementes, tendo em vista a ineficiência

desses tipos de escarificação. Assim como ocorreu para o tempo médio de germinação,

corroborando a ideia que a remoção do tegumento na região do hilo favorece entrada de

Page 37: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

22

água, tornando o processo germinativo mais acelerado e em maiores quantidades

(Tabela 1).

Tabela 1 Porcentagens de germinação, sementes dormentes, sementes contaminadas,

índice de velocidade de germinação (IVG) e tempo médio para ocorrência de

50% da germinação (T50) para sementes de Tucumã de Goiás (Astrocaryum

huaimi Mart.).

1Erro padrão da média.

2Médias na vertical não diferem entre si pelo teste de Tukey a

5% de probabilidade.

Assim como verificado nesse trabalho, a remoção do tegumento tem sido

empregada com êxito na superação da dormência em algumas espécies da família

Arecaceae, como verificado em palmeira-ráfia [Rapis excelsa (Thunberg) Henry ex.

Rehder], areca [Areca triandra (Roxb) ex Buch-Ham] e dendê (Elaeis guineensis Jacq).

Por outro lado, a utilização da escarificação química, também foi contra indicada em

sementes de Syagrus stenopetala (Burret.) e, em palmeira inajá (Maximiliana regia

Mart.), sendo para que esta última espécie, as menores porcentagens de germinação

foram obtidas com a escarificação química e física, evidenciando que a dormência é

comum nessa família, mas, no entanto, para que seja superada, existem diferentes

métodos, necessitando de ajustes para cada espécie em particular (MARTINS et al.,

1996; YANG et al., 2007; LUZ et al., 2008; MACIEL & BRICEÑO, 2009; MYINT et

al., 2010).

Em sementes de Sabal palmetto, Dewir et al. (2011), obtiveram as maiores

porcentagens de germinação de sementes intactas (com tegumento), utilizando a

Escarificação Germinação Dormentes Contaminadas IVG T50

Controle 0,00 B

2

± 0,001

88,23 A

± 6,81 11,77 C

± 2,41 0,00 C

± 0,00 0,00 C

± 0,00

Remoção do

tegumento

58,69 A

± 4,21 13,77 C

± 3,41 27,54 B

± 3,25 1,33 A

± 0,10 0,34B

± 0,01

Ác. Sulfúrico

2’

51,47 A

± 3,87 12,13 C

± 2,84 36,4 A

± 2,17 0,28 B

± 0,06 0,62A

± 0,03

Ác. Sulfurico

4’

53,85 A

± 3,99 11,54 C

± 2,37 34,61 AB

± 2,05 0,32 B

± 0,08 0,58 A

± 0,08

Água Fria

(2-4,3ºC) 2’ 1,77 B

± 1,2 69,15 B

± 1,48 29,08 B

± 3,69 0,01 BC

± 0,01 0,01 B

± 0,01

Água Quente

(98º-66º) 4’ 3,2 B

± 1,01 62,37 B

± 2,15 34,43 AB

± 2,11 0,03 BC

± 0,01 0,01B

± 0,01

Page 38: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

23

escarificação química em ácido sulfúrico por 30 minutos e, utilização de ácido

giberélico a 500 ppm em sementes sem tegumento. Da mesma forma ocorreu em

sementes de Thrinax morrisii, que foram submetidas ao ácido sulfúrico pelo mesmo

tempo (30 minutos), que foi superior a escarificação mecânica do tegumento. Diante

disso, fica evidente que, o tratamento químico na superação da dormência, não só a

concentração, mas também o tempo de embebição são fatores cruciais, para que seja

obtido o sucesso, por isso, como nesse trabalho, as sementes permaneceram em ácido

sulfúrico por dois e quatro minutos, sugere-se que sejam realizados novos trabalhos,

avaliando maiores tempos de embebição das sementes, nesse ácido, para que sejam

obtidas maiores valores, uma vez que aqui permaneceu em torno de 50% (YANG et al.,

2007; DEWIR et al., 2011).

Os tratamentos de escarificação se mostram eficientes na promoção da

germinação e na emergência de plântulas em viveiro, sendo o mais eficiente a

escarificação física com remoção do tegumento na região do hilo com maior

porcentagem de germinação. A escarificação química com ácido sulfúrico requer ainda

mais estudos com relação ao tempo de exposição ao ácido, sugerindo que sejam

realizados novos trabalhos, avaliando maiores tempos de embebição das sementes,

nesse ácido, para que sejam obtidas maiores valores, uma vez que aqui permaneceu em

torno de 50%.

Conclusões

Ensaio 1: Efeito do tempo, da forma de embebição e de diferentes concentrações do

ácido giberélico na dormência de sementes de Tucumã de Goiás (Astrocaryum. huaimi

Mart.).

O uso de ácido giberélico independente das concentrações, formas e tempo de

embebição é ineficiente na promoção da germinação de sementes de Tucumã de Goiás

(Astrocaryum huaimi Mart.), não sendo recomendado para uso de tratamento de

superação de dormência para a espécie em questão

Ensaio 2 Diferentes métodos de escarificação em sementes de Tucum Astrocaryum

huaimi Mart. (Arecaceae)

Page 39: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

24

O uso de tratamentos térmicos tanto água quente quanto água fria na superação

de dormência de sementes de Tucumã de Goiás (Astrocaryum huaimi Mart.), promoveu

um alto índice de contaminação por microrganismos com grande porcentagem de

sementes dormentes.

O tratamento de escarificação o mais eficiente é a escarificação física com

remoção do tegumento na região do hilo com maior porcentagem de germinação.

Page 40: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

25

Referências Bibliográficas

BOVI, M. L. A. Pré-embebição em água e porcentagem e velocidade de emergência de

sementes de palmiteiro. Bragantia, Campinas, v. 49, n. 1, p. 11-22, jan. 1990.

BRASIL. Regras para análise de sementes. D. N. D. D. V. Ministério Da Agricultura

E Reforma Agrária. Brasília: Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária: 365 p. 2009.

DEWIR, Y. H.; EL-MAHROUK, M. E. S.; NAIDOO, Y. Effects of some mechanical

and chemical treatments on seed germination of Sabal palmetto and Thrinax morrisii

palms. Australian Journal of Crop Science, Nova Zelândia, v. 5, n. 3, p. 248-253,

mar. 2011.

FERREIRA, S. A. N.; GENTIL, D. F. O. Extração, embebição e germinação de

sementes de tucumã (Astrocaryum aculeatum). Acta Amazonica, Manaus, v. 36, n. 2,

p. 141-146, abr. 2006.

LUZ, P. B.; TAVARES, A. R.; PAIVA, P. D. O.; AGUIAR, F. F. A.; KANASHIRO, S.

Germinação de sementes de palmeira-ráfia: efeito de tratamentos pré-germinativos.

Revista Árvore, v.32, n.5, p.793-798. 2008.

MACIEL, N.; BRICEÑO, A. Efecto de la madurez de frutos, escarificación de la

semilla y temperatura en la emergencia de Syagrus stenopetala Burret. Revista de la

Facultad de Agronomía, Caracas, v. 26, n. 2, p. 196-211, jun. 2009.

MARTINS, C. C.; SILVA, W. R.; BOVI, M. L. A. Tratamentos pré-germinativos de

sementes da palmeira inajá. Bragantia, Campinas, v. 55, n. 1, p. 123-128, jan. 1996.

MYINT, T.; CHANPRASERT, W.; SRIKUL, S. Germination of seed of oil palm

(Elaeis guineensis Jacq.) as affected by different mechanical scarification methods.

Seed Science and Technology, Zurich, v. 38, n. 3, p. 635-645, jul. 2010.

NAZÁRIO, P. Tratamentos pré-germinativos visando minimizar a dormência em

sementes de tucumã Astrocaryum aculeatum G. Mey.) 2006. 89 f. (Mestrado) -

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Universidade Federal do Amazonas,

Manaus, 2006.

NAZÁRIO, P.; FERREIRA, S. A. N. Emergence of Astrocaryum aculeatum seedlings

according temperature and soaking period of seeds. Acta Amazonica, Manaus, v. 40, n.

1, p. 165-170, jan. 2010.

PEREIRA, S. J.; MUNIZ, G. I. B.; KAMINSKI, M.; KLOOK, U.; NISGOSKI, S.;

FABROWSKI, F. J. Celulose de tucum (Bactris inundata Martius). Scientia

Florestalis, Piracicaba, v. 2, n. 65, p. 130-140, jun. 2004.

Page 41: GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TUCUM (Astrocaryum …...Em agosto de 2009, iniciou no Programa de Pós- Graduação STRICTO SENSU em Ciências Agrárias, realizando a pesquisa para a

26

PEREIRA, S. J.; MUNIZ, G. I. B.; NISGOSKI, S.; CECCANTINI, G. Morfologia e

densidade básica das folhas de tucum (Bactris inundata Martius) como fonte de fibras

celulósicas para papel. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 12, n. 1, p. 39-48, abr. 2002.

PINHEIRO, C. U. B.; SANTOS, V. M.; FERREIRA, F. R. R. Usos de subsistência de

espécies vegetais na região da baixada maranhense Amazônia. Ciência &

Desenvolvimento, Belém, v. 1, n. 1, p. 235-250, jul. 2005.

SILVA, D. B.; SILVA, A. S.; JUNQUEIRA, N. T. V.; ANDRADE, R. M. Frutas do

Cerrado. Brasília. Embrapa Informação Tecnológica. 2001, p. 178.

YANG, Q. H.; YE, W. H.; YIN, X. J. Dormancy and germination of Areca triandra

seeds.