GERENCIAMENTO DE CLIENTES - UM DIFERENCIAL … · Obrigada pela paciência, carinho e dedicação...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Empresarial Daniela Tavares Noronha Tavernaro Mariana Martins Gonçalves Mattos GERENCIAMENTO DE CLIENTES - UM DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA FIDELIZAÇÃO LINS-SP 2009

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão

Empresarial

Daniela Tavares Noronha Tavernaro

Mariana Martins Gonçalves Mattos

GERENCIAMENTO DE CLIENTES - UM

DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA FIDELIZAÇÃO

LINS-SP

2009

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DANIELA TAVARES NORONHA TAVERNARO

MARIANA MARTINS GONÇALVES MATTOS

GERENCIAMENTO DE CLIENTES - UM DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA

FIDELIZAÇÃO

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial sob orientação dos Professores M.Sc. Eduardo Teraoka Tófoli e M.Sc. Heloísa Helena Rovery da Silva.

Lins – SP

2009

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Tavernaro, Daniela Tavares Noronha; Mattos, Mariana Martins Gonçalves

Gerenciamento de clientes – um diferencial competitivo para fidelização / Daniela Tavares Noronha Tavernaro, Mariana Martins Gonçalves Mattos. – – Lins, 2009.

111p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão Empresarial, 2009

Orientadores: Eduardo Teraoka Tófoli; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Gerenciamento de Relacionamento. 2. Fidelização de Clientes. 3. Vantagem Competitiva. 4. Satisfação de Clientes. I Título

CDU 658

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DANIELA TAVARES NORONHA TAVERNARO

MARIANA MARTINS GONÇALVES MATTOS

GERENCIAMENTO DE CLIENTES - UM DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA

FIDELIZAÇÃO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial.

Aprovada em:____/____/____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Eduardo Teraoka Tófoli

Mestre em Administração pela Uni-FACEF de Franca – SP

_______________________________________________________________

Prof. Ms. Heloisa Helena Rovery da Silva

Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG

_______________________________________________________________

LINS – SP

2009

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DEDICATÓRIA

A Deus, por ser presença constante em

nossas vidas.

Aos professores e orientadores Eduardo e

Heloisa, obrigada pela dedicação e pelos

conhecimentos adquiridos.

A empresa Bertin, pela oportunidade.

DANIELA E MARIANA

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, meu irmão, e ao meu marido Welber

Por fazerem parte da minha vida.

Obrigada por tudo!

A minha companheira de monografia Mariana

Que com esforço conseguimos alcançar mais esse objetivo em nossas

vidas.

DANIELA

A minha família e ao meu namorado Marco Aurélio

Por estarem sempre presentes em minha vida.

A minha companheira de monografia Daniela

Obrigada pela paciência, carinho e dedicação na conclusão desse

trabalho.

MARIANA

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RESUMO

O Gerenciamento de Relacionamento com o cliente é uma estratégia de negócios que visa ampliar a visão de empresários quanto à necessidade de aperfeiçoar o atendimento a clientes como forma de construir diferenciais competitivos, significativos e duradouros. Com a economia global, o atendimento ao cliente é uma vantagem competitiva e serve para assegurar a retenção de clientes e sua lealdade por longo prazo. Para fidelizar um cliente, é necessário a personalização do relacionamento, o cliente deve ter suas expectativas não somente atendidas, porém superadas em cada contato com a empresa. Desta forma, é necessária a valorização da equipe, investindo no capital intelectual para que possam se relacionar de forma cordial com os clientes proporcionando à organização economia em busca de novos clientes e para garantir sua competitividade perante o mercado. A empresa em expansão, se vê necessária a implantação de um software de relacionamento com os clientes para tratamento de reclamações e para verificar o nível de satisfação dos mesmos. Assim, com essa preocupação obtém uma melhor comunicação, através de tratamentos eficientes, aumentando à satisfação dos clientes, melhorando sua competitividade perante o mercado globalizado. Através disso foi realizada uma pesquisa na empresa Bertin S.A., situada no Parque Industrial, acesso Lins/Getulina, em Lins/SP, com o objetivo de verificar se o gerenciamento do relacionamento com o cliente influencia na fidelização dos clientes tornando a empresa mais competitiva. Palavras-chave: Gerenciamento de Relacionamento. Fidelização de Clientes. Vantagem Competitiva. Satisfação de Clientes.

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ABSTRACT

The Managing customer relationships is a business strategy that aims to broaden the vision of entrepreneurs on the need to improve the service to customers as a way to build competitive differentials, significant and lasting. With the global economy, customer service is a competitive advantage and serves to ensure the retention of customers and their loyalty for a long time. To retain a customer, you need to customize the relationship, the client must have their expectations not only met but exceeded in every contact with the company. Thus, it is necessary for recovery of the team, investing in intellectual capital so that they can relate in a friendly with customers by providing the organization economy in search of new customers and to ensure their competitiveness to the market. The company in expansion, we see a need to implement a software relationships with customers for processing of complaints and to check the level of satisfaction from them. So with this concern gets better communication by means of efficient treatments, increasing the customer satisfaction by improving their competitiveness at the global market. Through a survey that was conducted in the company Bertin SA, located in the Industrial Park, access Lins/Getulina, in Lins/SP, in order to verify that the management of the relationship with the customer loyalty of customers influence in making the company more competitive. Keywords: Relationship Management. Customer loyalty. Competitive Advantage. Customer satisfaction.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Vista dos animais no pasto ...........................................................

Figura 2: Foto representativa da divisão Pet ................................................

Figura 3: Foto representativa da divisão Alimentos .....................................

Figura 4: Foto representativa da divisão Higiene e Beleza ..........................

Figura 5: Foto representativa da divisão Biodiesel .......................................

Figura 6: Foto representativa da divisão Couros ..........................................

Figura 7: Foto representativa da divisão EPI´s ............................................

Figura 8: Foto representativa da divisão Higiene e Limpeza .......................

Figura 9: Foto representativa da divisão Higienização Industrial .................

Figura 10: Foto representativa da divisão Construção Civil .........................

Figura 11: Foto representativa do setor de Infra Estrutura ...........................

Figura 12: Foto representativa do setor de Infra Estrutura ...........................

Figura 13: Foto representativa do setor de Infra Estrutura ...........................

Figura 14: Foto aérea do Hotel Blue Tree Park ............................................

Figura 15: Vista aérea da unidade de Lins – SP ..........................................

Figura 16: Ciclo PDCA de controle de processos ........................................

Figura 17: Ciclo PDCA de manutenção e melhoria ......................................

Figura 18: Ciclo PDCA para manter .............................................................

Figura 19: Ciclo PDCA de melhoria ..............................................................

Figura 20: Diagrama de Pareto ....................................................................

Figura 21: Diagrama de causa e efeito ........................................................

Figura 22: Estratificação por problema do produto hambúrguer ..................

Figura 23: Diagrama de Pareto mostrando a estratificação por problema ...

Figura 24: Diagrama de causa e efeito ........................................................

Figura 25: Gráfico por problema do produto hambúrguer ............................

Figura 26: Diagrama de Pareto ....................................................................

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Modelo de folha de verificação ....................................................

Quadro 2: 5W1H ...........................................................................................

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Quadro 3: 5W1H ...........................................................................................

Quadro 4: Principais problemas do produto hambúrguer e suas

ocorrências ...................................................................................................

Quadro 5: Plano de ação ..............................................................................

Quadro 6: Problemas do produto hambúrguer e suas ocorrências ..............

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LISTA DE SIGLAS

ADCT: Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

CDC: Código Brasileiro de Defesa do Consumidor

CRM: Customer Relationship Management

CSM: Customer Satisfaction Measure

RACC: Registro de Atendimento a Clientes e Consumidores

SAC: Serviço de Atendimento ao Consumidor

TQC: Total Quality Control

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13

CAPÍTULO I - GRUPO BERTIN ...................................................................... 16

1 O GRUPO BERTIN............................................................................. 16

1.1 Histórico.............................................................................................. 16

1.2 Áreas de negócios .............................................................................. 20

1.2.1 Agropecuária ...................................................................................... 21

1.3 Produtos para animais ........................................................................ 22

1.4 Alimentos ............................................................................................ 24

1.5 Cosmético........................................................................................... 25

1.6 Biodiesel ............................................................................................. 26

1.7 Couros ................................................................................................ 27

1.8 Equipamentos de proteção individual ................................................. 28

1.9 Higiene e limpeza ............................................................................... 29

1.10 Higienização industrial ........................................................................ 31

1.11 Construção civil .................................................................................. 32

1.12 Saneamento básico ............................................................................ 33

1.13 Infra estrutura ..................................................................................... 33

1.14 Energia elétrica................................................................................... 34

1.15 Logística ............................................................................................. 35

1.16 Blue Tree Park.................................................................................... 35

1.17 Responsabilidade com o meio ambiente ............................................ 37

1.18 Valorização e motivação dos colaboradores ...................................... 37

1.19 Ações sociais pela Bertin SA.............................................................. 38

CAPÍTILO II - GERENCIAMENTO DE CLIENTES - UM DIFERENCIAL

COMPETITIVO PARA FIDELIZAÇÃO ............................................................ 40

2 RELACIONAMENTO COM O CLIENTE – UM POUCO DE

HISTÓRIA ........................................................................................................ 40

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2.1 A importância dos clientes para a organização .................................. 40

2.2 CRM - a ferramenta do marketing de relacionamento ........................ 41

2.3 CRM – O que é?................................................................................. 43

2.4 O que tem de novo no conceito de CRM............................................ 44

2.5 Como viabilizar o CRM na empresa ................................................... 44

2.6 Alinhamento da iniciativa CRM à estratégia da empresa.................... 45

2.7 Reestruturação dos processos relacionais ......................................... 45

2.8 CRM é marketing sobre seres humanos............................................. 47

2.9 Call center........................................................................................... 48

2.10 O cliente como um diferencial............................................................. 50

2.11 Desvendando o CRM.......................................................................... 50

2.12 O serviço pós-venda como diferencial ................................................ 52

2.12.1 O que o cliente busca? ....................................................................... 53

2.12.2 Como realizar o pós-venda?............................................................... 53

2.12.3 Dicas para encantar o cliente com ações de pós-venda..................... 54

CAPÍTULO III - ESTUDO DE CASO................................................................ 56

3 UM ESTUDO DE CASO NA DIVISÃO ALIMENTOS ......................... 56

3.1 Serviço de atendimento ao cliente...................................................... 58

3.1.1 Reações contrárias............................................................................. 59

3.2 Registro de atendimento a clientes e consumidores – RACC ............ 60

3.3 A utilização da ferramenta – RACC .................................................... 60

3.4 Metodologia utilizada para tratamento das reclamações – PDCA...... 62

3.5 Método PDCA de controle de processo.............................................. 64

3.6 Ciclo PDCA para manutenção da qualidade....................................... 67

3.7 Ciclo PDCA para melhoria da qualidade............................................. 69

3.7.1 Plan (planejamento)............................................................................ 71

3.7.1.1 Fase de identificação do problema ..................................................... 71

3.7.1.2 Fase de análise do fenômeno............................................................. 72

3.7.1.3 Fase de análise do processo .............................................................. 74

3.7.1.4 Fase de estabelecimento de plano de ação ....................................... 75

3.7.2 Do (execução) .................................................................................... 77

3.7.3 Check (verificação) ............................................................................. 78

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3.7.4 Action (ação)....................................................................................... 79

3.8 Ferramentas da qualidade.................................................................. 80

3.8.1 Folha de verificação............................................................................ 80

3.8.2 Ferramenta 5W1H .............................................................................. 82

3.8.3 Diagrama de Pareto............................................................................ 82

3.8.4 Diagrama de causa e efeito ................................................................ 84

3.8.5 Brainstorming...................................................................................... 85

3.9 Justificativa ......................................................................................... 86

3.10 Objetivo............................................................................................... 87

3.11 Materiais e métodos............................................................................ 87

3.11.1 Materiais ............................................................................................. 87

3.11.2 Metodologia ........................................................................................ 88

3.12 Resultados e discussão...................................................................... 88

3.12.1 Identificação do problema................................................................... 88

3.12.2 Observação ........................................................................................ 90

3.12.3 Análise ................................................................................................ 90

3.12.4 Plano de ação ....................................................................................... 92

3.12.5 Execução ............................................................................................ 93

3.12.6 Verificação .......................................................................................... 94

3.12.7 Ação.................................................................................................... 95

3.12.8 Conclusão........................................................................................... 95

3.13 Técnicas chaves para telemarketing .................................................. 96

3.13.1 Métodos para bem escutar ................................................................. 96

3.14 Qualidade – uma opção para excelência no atendimento .................. 99

3.14.1 Atendimento de qualidade ao cliente................................................ 101

3.15 Feedback – o retorno da satisfação do cliente ................................. 102

CONCLUSÃO ................................................................................................ 104

REFERÊNCIAS ............................................................................................. 106

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INTRODUÇÃO

As empresas que mais se perpetuam hoje são aquelas mais adaptáveis

à mudança. Empresas voltadas para o mercado conseguem entendê-lo,

decifrá-lo e passam a atender as necessidades, tornando-se altamente

competitivo, onde a escassez não é mais de ofertas e sim de clientes.

A maioria das empresas está atenta às essas mudanças, mas poucos

conseguem colocar em prática efetivamente, tendo a capacidade para

compreender, atrair e reter os clientes mais valiosos. A retenção desses

clientes passa a ser um desafio para as empresas, o excesso de competidores

e ofertas tem levado a empresa a buscar diferencial para manter sua carteira

de cliente. Existe um grande risco de perder clientes por ofertas mais barata ou

mais ajustada às suas necessidades, por isso exige esforço para manter a

relação estável e atraente com o cliente, o que se consegue estabelecendo um

diálogo particular, monitorando seus desejos e necessidades.

A utilização de ferramentas para relacionamento com o cliente, coloca o

cliente e não o produto como elemento central na razão de ser da organização,

estabelece o gerenciamento do relacionamento com os clientes, como

estratégia de negócios, criando um vínculo com os clientes com o objetivo de

melhor conhecê-los para melhor atendê-los.

Um exemplo de ferramenta de gerenciamento com os clientes é o CRM

– Customer Relationship Management, porém ele não é uma central de

atendimento, pois existe o software de CRM (CRM eletrônico) que é um banco

de dados (onde se armazena os dados dos clientes), sendo um facilitador de

sucesso do Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente, pois a

informação sobre o cliente passa a ser o principal patrimônio da empresa,

porque é por meio dele que a empresa alcança uma melhor e fácil

comunicação com esses clientes, junta-se os dados e chega-se às informações

e só depois toma-se a decisão para comunicação com os clientes.

O sucesso do gerenciamento de relacionamento com os clientes,

depende de mais dos aspectos estratégicos, do que das tecnologias, pois sem

estratégia são poucas as chances de sucesso. Somente depois de alguns

meses da implantação da ferramenta de gerenciamento de relacionamento

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com os clientes é que a empresa vai ver o resultado.

Através desse resultado, é que a empresa consegue utilizar essas

informações em estratégias, fazendo com que essa relação se torne rentável

para a empresa e para seu cliente, satisfazendo-o. A comunicação entre as

duas partes é de extrema importância para se conhecerem.

Segundo Mckenna (1992), cultivar a comunicação é um trabalho e

nenhuma agência de relações públicas pode fazer para a empresa. As

empresas têm que se concentrar e se estabelecer na infra-estrutura e no

desenvolvimento de referências favoráveis através do Gerenciamento do

Relacionamento com os clientes, pois o sucesso de um produto é resultado de

um diálogo efetivo com o mercado e o fracasso vem quando ocorre uma

ruptura no processo de comunicação, resultando também de uma má

administração e da incapacidade de implementar de forma eficiente o

desenvolvimento do produto.

Agregar valores aos produtos e serviços oferecidos, juntamente com

qualidade e preço acessível é fator decisivo no encantamento dos clientes.

Utilizar a tecnologia existente para agilizar os processos, unindo simpatia com

informação, em busca da alta eficiência no relacionamento com cada cliente é

obrigatório, porém, as bases humanísticas nunca devem ser esquecidas ou

substituídas, pois, tecnologias são apenas ferramentas facilitadoras. Quanto a

mesma satisfação, não significa fidelidade garantida, pois para fidelizar um

cliente será necessário muito mais que isso, deve-se utilizar a personalização

do relacionamento, o cliente deve ter suas expectativas superadas em cada

contato com a empresa, bem como deve ser valorizado naturalmente e não de

maneira fantasiosa, ou seja, a empresa deve buscar vantagem quanto ao seu

concorrente.

“Manter a vantagem exige aperfeiçoamentos e mudanças contínuas, não

uma relação estática na qual a estratégia possa ser definida e depois

esquecida”. (PORTER apud MCKENNA, 1992, p.143)

Diante disso, as empresas tentam criar um relacionamento especial com

os clientes por meio de diálogo, privilégios especiais e prêmios, bem como

estimular os colaboradores através de grupos de melhorias a fim de aperfeiçoar

o relacionamento interno para que a falha de comunicação não atrapalhe o

relacionamento com os clientes externos.

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Verificando a importância do assunto, os objetivos desse trabalho foram

de verificar se o gerenciamento do relacionamento do cliente influencia na

fidelização dos clientes tornando a empresa mais competitiva, pesquisar a

utilização da ferramenta CRM por todas as áreas da empresa para

acompanhamento da vida evolutiva dos clientes, verificar as técnicas utilizadas

pela empresa na utilização da ferramenta CRM e analisar os benefícios da

utilização da ferramenta CRM.

Percebendo essa preocupação, foi realizada uma pesquisa de campo na

empresa Bertin – Divisão Equipamentos de Proteção Individual Bracol,

localizada na Avenida São Paulo Nº 1805 em Lins/SP, onde a mesma se

preocupa com o relacionamento com seus clientes, possuindo ferramentas que

ajuda a melhorar esse relacionamento a fim de deixar seus clientes mais

satisfeitos.

Diante do exposto, surgiu o seguinte questionamento: O Gerenciamento

de Atendimento ao cliente influencia na fidelização dos mesmos tornando a

empresa mais competitiva?

À priori, surgiu o seguinte pressuposto teórico: O gerenciamento do

relacionamento com o cliente estimula a lealdade à marca através da

humanização do contato com os clientes, atingindo desta forma a

competitividade superando todas as expectativas almejadas.

Para a eficácia da pesquisa, foram utilizados os métodos e técnicas que

estão descritos no capítulo III.

O trabalho foi dividido nos seguintes capítulos:

Capítulo I: A Empresa: apresenta a empresa em que foi realizada a

pesquisa, citando: histórico, serviço social, área de atuação, programas de

valorização dos colaboradores, mercado em que atua, entre outros.

Capítulo II: Referencial Teórico: aborda as características do

Gerenciamento de relacionamento, objetivos, estratégias, fidelização dos

clientes, ferramentas de gerenciamento, entre outros.

Capítulo III: A Pesquisa: demonstra o gerenciamento do relacionamento

ao cliente pela empresa e o uso de sua ferramenta.

E por fim, a conclusão.

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CAPÍTULO I

GRUPO BERTIN

1 O GRUPO BERTIN

1.1 Histórico

Com 30 anos de mercado, o Grupo Bertin é uma holding de capital

100% nacional, que atua nos segmentos de agroindústria, infra-estrutura e

energia. Sediado no Estado de São Paulo, possui 30 unidades produtivas

distribuídas pelo Brasil, onde operam 30 mil colaboradores. Com marcas fortes

que propiciam ao consumidor avanço em produtos e serviços, a corporação

atende o mercado interno e mais de 80 países, nos cinco continentes.

Na agroindústria, o Grupo Bertin apostou no aproveitamento total da

cadeia bovina. Seguindo a estratégia de verticalização, a empresa mantém um

conglomerado industrial focado em sete divisões de negócios: Agropecuária,

Alimentos, Couros, Equipamentos de Proteção Individual, Higiene e

Beleza, Produtos Pet e Sistemas de Higienização. Em infra-estrutura, a

companhia está estabelecida nas áreas de Construção Civil e concessões

de Rodovias e Saneamento Básico.

Já no segmento de Energia, atua com Pequenas Centrais Hidrelétricas e

Usinas de Biodiesel e Álcool, contando ainda com um Resort.

Todos os setores do Bertin compartilham uma visão comum no que se

refere a investimentos contínuos em qualidade, tecnologia, pesquisas,

capacitação das equipes de trabalho, logística, processos de gestão e

estratégia mercadológica. Acrescenta-se a esses comprometimentos, ações

sociais e ambientais nas localidades onde o Grupo está inserido. Sua missão é

agregar valor, fomentar o desenvolvimento e fortalecer a relação com os

diversos públicos – clientes, fornecedores, parceiros, investidores, imprensa,

órgãos públicos, colaboradores e comunidade.

No início do século, a família Bertin, de origem italiana, instalou-se em

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fazendas destinadas ao cultivo do café, na região noroeste do Estado de São

Paulo. Alguns anos mais tarde, diversificaram suas atividades, dando início à

criação de gado de corte. No início da década de 70, a segunda geração da

família, liderada por um dos irmãos, Henrique Bertin, deu os primeiros passos

em direção ao mercado coureiro comprando couro e processando-os. Com

extrema dedicação prosperaram e, em 1975, iniciaram a construção da

empresa que impulsionou definitivamente o nome Bertin rumo aos mais

elevados patamares da economia brasileira: o Frigorífico Bertin.

Inicialmente, os Bertin abatiam 20 a 30 cabeças por dia – hoje são mais

de 5.000, que eram vendidas em pedaços com ossos para pequenos

supermercados de São Paulo. Com o tempo, Henrique percebeu que se

fizesse a desossa ofereceria um produto com maior valor agregado e,

conseqüentemente, aumentaria suas margens. Para melhorar ainda mais os

resultados, os Bertin também começaram a cumprir algumas normas

internacionais, como por exemplo: padronização de peso e espessura do filé

mignon, para ganhar o suculento mercado externo. Foi exatamente essa a

estratégia adotada pelos irmãos na época mais difícil da empresa.

Em 1981 Henrique Bertin, o sexto irmão e fundador do grupo, morreu

num acidente aéreo. Foi ele quem, no inicio da década de 70, começou a

pequena empresa comprando couro salgado e revendendo-o para

processadores. Empreendedor nato, Henrique fez parceria com frigoríficos em

dificuldades financeiras, antecipando pagamentos. Até que, em 1977, resolveu

abrir o próprio frigorífico em parceria com os irmãos.

Católicos praticantes e freqüentadores das missas dominicais em Lins,

os Bertin superaram a dor pela perda de Henrique. Coube a Natalino, reunir a

família para juntos traçarem o plano de crescimento para o frigorífico, cuja meta

era sempre expandir.

A filosofia empresarial que norteia toda a estrutura do grupo Bertin foi

desenhada naquela época rumando sempre para um trabalho que conduzia à

verticalização da empresa.

Tradicionalmente, os irmãos Bertin fogem das câmaras e dos microfones

como o boi bravio resiste à perícia de um peão laçador. A aversão em expor os

negócios da família – cujo carro-chefe é o Frigorífico Bertin, que faturou

1,1 bilhão de reais no ano passado – está longe de ser caipirice dos paulistas

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da minúscula Sabino, cidadezinha de 4000 habitantes, a 450km de São Paulo.

Como se costuma dizer, do boi só não se aproveita o mugido. A idéia

era levar a ferro e fogo o ditado e fazer com que eles mesmos colocassem no

mercado o que produziam – do pêlo das orelhas às tripas do boi –, sem

transferir para terceiros.

O primeiro passo foi desenvolver o sistema de embalagem e

congelamento, sempre de olho no aumento das exportações. Em 1981, o

frigorífico construiu um dos mais modernos túneis de congelamento ainda

existentes no mercado, onde o manuseio humano é mínimo.

No avanço da rota de verticalização, ainda nos anos 80, os Bertin

passaram a processar sebo e a fabricar sabão em Lins, com a Marca Bracol.

Em 1985, foi aberto seu primeiro curtume, que industrializa e exporta couro. Já

a fábrica de carne enlatada, tipo exportação, começou a funcionar em 1990 e o

mergulho na auto-suficiência foi tão profundo que até mesmo as latas usadas

nas embalagens começaram a ser fabricadas pelos Bertin.

Atualmente, estão sendo investidos 30 milhões de reais na ampliação da

capacidade dessa unidade, que passará a produzir 1 milhão de latas por dia,

contra as 195.000 atuais.

Para crescer tanto e continuamente, os Bertin partiram para uma série

de aquisições no decorrer dos últimos dez anos. Frigoríficos em Minas Gerais,

São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás que estavam em dificuldades foram

incorporados, criando uma das maiores redes de produção e abate bovino. Em

agosto de 2000, os Bertin passaram a controlar, com o Friboi, duas unidades

do Swift-Armour, do grupo Bordon, já em sua terceira concordata. Em troca, o

grupo de Lins assumiu uma dívida de 70 milhões de reais com o Banco do

Brasil. Segundo Natalino, com os frigoríficos do Bordon, as vendas seriam

ampliadas no Brasil e no exterior em pelo menos 20%.

No segmento de carnes, que engorda a balança comercial brasileira em

800 milhões de dólares anuais, seu concorrente mais próximo em exportações

é o Friboi de Goiás, responsável por 87 milhões de dólares em exportações em

2000, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Os Bertin sempre trabalharam unidos e sem levantar muita poeira para

serem competitivos. Depois do sobressalto com o anúncio do embargo à carne

brasileira, os encontros entre os irmãos se intensificaram. Natalino Bertin, de

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54 anos, homem forte da família, que cuida das relações da empresa com o

mercado, articulou as reuniões. Se estivesse numa empresa tradicional,

Natalino seria seu presidente. Os Bertin, no entanto, preferem dividir o poder

entre os cinco irmãos e todos têm a qualificação de diretores. Nesse modelo

administrativo, cada um responde por uma área. João Filho, de 48 anos, cuida

da Divisão Agropecuária. Já Fernando, de 43, dirige a Divisão de Alimentos. E

Silmar, de 41, chamado pelos outros de “Mazinho”, é o responsável pela

Divisão de Couros. Na hora do aperto, no entanto, a alternativa foi apostar na

estratégia que fez com que o grupo alcançasse o tamanho que tem hoje:

trabalhar em equipe.

Os Bertin também perceberam que os alimentos prontos ganhavam

cada vez mais espaço na mesa dos consumidores brasileiros e, na esteira da

Sadia e da Perdigão, lançaram quibes, hambúrgueres e almôndegas

supercongelados. Outros alvos foram as fábricas de ração animal, de

brinquedos para cães feitos à base de couro raspado e de equipamentos de

proteção como botas. Pode parecer muita coisa, mas o processo de

verticalização, que já dura há 20 anos, está longe de terminar.

Uma das novidades é o avanço do grupo em direção ao varejo. O

frigorífico abriu três lojas Beef Shopping, onde são vendidos cortes especiais e

peças inteiras de carne, acessórios para churrasco, temperos, molhos e

bebidas. Inicialmente as lojas foram abertas nas cidades de Ribeirão Preto,

Lins e no bairro Alphaville, na região metropolitana de São Paulo. Juntas, elas

faturaram 10 milhões de reais no ano passado e há planos de expansão no

médio prazo. O sistema de franquias, no entanto, está descartado, porque os

Bertin gostam de olhar e cuidar de seus negócios de perto.

A máquina de negócios dos Bertin poderia ter emperrado se o veto à

carne brasileira dos países do Nafta fosse mesmo mantido. Segundo Natalino

houve um prejuízo pelo menos de 400 toneladas de corned beef, as quais

ficaram retidas no porto de Santos.

A qualidade dos produtos Bertin é reconhecida por vários consumidores

em diversas partes do mundo. A Europa, os Estados Unidos e os países do

Oriente Médio já consomem produtos com a marca Bertin há muito tempo. A

conquista da exigente clientela internacional só foi possível com o trabalho

sério e competente, o que garante, dia após dia, produtos com qualidade e

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sabor inigualáveis.

O primeiro país estrangeiro a apreciar carnes brasileiras dos Bertin foi

Israel, que comprou de uma só vez 520.000 dólares. Para chegar à região, o

frigorífico teve que se adaptar à algumas regras do judaísmo ortodoxo, por

exemplo: no momento em que os animais são mortos, há sempre um rabino

presente para orar. Os sacerdotes observam todo o processo e fiscalizam o

tratamento dado aos animais. Se os bois mugem durante a agonia, não são

comprados.

A mesma dedicação e seriedade são também empregados no preparo

dos produtos destinados ao Mercado Interno, o que cada vez mais tem sido

reconhecido pelos clientes brasileiros que consomem produtos com as marcas

Bertin e Tutty Bon. Esta linha de produtos vencedora, processadas com o

máximo de rigor em moderníssimas instalações e por pessoal bem treinado e

impecavelmente uniformizado, garante a higiene, segurança e asseguram o

alto padrão de qualidade pela qual a marca Bertin é conhecida junto ao público

consumidor.

Cinco plantas industriais de frigoríficos formam a Divisão Alimentos das

Indústrias Bertin, as quais localizam-se em áreas estratégicas para o melhor

aproveitamento da matéria-prima: Lins e Louveira, no interior do Estado de São

Paulo; Ituiutaba, em Minas Gerais; Mozarlândia, em Goiás e Naviraí e Água

Boa, em Mato Grosso do Sul, Itapetinga na Bahia e Marabá no Pará.

Aperfeiçoando processos, investindo cada vez mais em tecnologia e motivando

suas equipes à prática diária da busca pela qualidade, as Indústrias Bertin

abrem espaço para a concepção de novos produtos e desenvolvimento de

marcas líderes.

O Grupo Bertin é um complexo de empresas, dividido em 8 áreas de

negócios, tais como: Agropecuária, Produtos para Animais, Alimentos, Couros,

Equipamentos de Proteção Individual, Higiene e Limpeza, Higienização

Industrial e Logística.

1.2 Áreas de negócios

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1.2.1 Agropecuária

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 1: Vista dos animais no pasto

A Bertin Agropecuária investe na criação de gado de corte e em

pesquisas para melhoramento genético da raça Nelore, sendo reconhecida

internacionalmente pelos resultados obtidos no aprimoramento da espécie.

Criado a pasto, o rebanho é rastreado, o que permite o acompanhamento da

vida do animal e garante um rígido controle sanitário. Nas fazendas,

profissionais especializados mantêm-se atentos à vacinação, bem-estar,

alimentação e padronização dos animais, conferindo homogeneidade,

segurança e qualidade.

A divisão Agropecuária, em parceria com a Comapi, atua na criação de

gado de corte em fazendas próprias, onde o gado é criado em pasto, em locais

bem selecionados. O rebanho conta com um rigoroso controle sanitário, em

conformidade com as exigências sanitárias internacionais, com um sistema de

rastreabilidade que identifica o gado e facilita o acompanhamento de todas as

movimentações na vida do animal.

Os animais da Comapi são destinados ao abastecimento do Grupo

Bertin. Esse procedimento promove vantagens competitivas a todas as áreas

de negócios do Grupo, já que utilizam como matéria-prima, partes do bovino.

Além disso, a Comapi está presente também no segmento de

melhoramento genético, consolidando-se como sinônimo de excelência na

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seleção da raça Nelore, pela sua significativa atuação no campo científico e

pelos resultados positivos obtidos nas mais importantes exposições do setor.

A marcante atuação da Comapi no cenário agropecuário fez com que a

empresa ganhasse reconhecimento internacional. Prova disso tem sido as

constantes visitas de pecuaristas, empresários, pesquisadores e interessados

de várias partes do mundo à Fazenda Floresta que, acompanhados de

instrutores especializados, têm a oportunidade de comprovar a eficácia das

melhores práticas em nutrição, controle de rebanho e melhoramento genético

adotadas pela Comapi.

A empresa é filiada a ABCZ (Associação dos Criadores de Zebu),

considerada a maior associação classista do setor pecuário mundial. A ABCZ,

que representa milhares de associados no Brasil e no Exterior, é uma entidade

brasileira que coordena e centraliza todas as atividades relacionadas ao zebu

nas áreas técnica, política e econômicas.

A Comapi se dedica de forma permanente às soluções para o

melhoramento genético como colaborador científico em favor da raça Nelore.

Tamanho esforço reflete diretamente na obtenção, com qualidade, de ganhos

de produtividade do seu rebanho, contribuindo desta maneira para a Bertin

Alimentos sustentar sua posição de maior exportador de carne bovina do

Brasil.

O trabalho é feito em uma das propriedades da empresa, na Fazenda

Floresta, onde a Comapi mantém um laboratório com o que há de mais

moderno, operacionalizado por profissionais-pesquisadores altamente

qualificados.

1.3 Produtos para animais

A Bertin Produtos Pet, fabrica mastigadores e snacks para cães, a partir

de matéria-prima selecionada das empresas que pertencem ao Grupo. Feitos

artesanalmente e comercializados com exclusividade pelo parceiro norte-

americano Hartz Mountain Corporation, os produtos levam as marcas Hartz,

Harper’s, Nelore, Premiun Beef Hide e Deli Hartz. A grande aceitação no

exterior e a rápida expansão no segmento resultam dos constantes programas

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de aperfeiçoamento e alto controle de qualidade.

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 2: Foto representativa da divisão Pet

A divisão de Produtos para Animais atua nos mercados interno e

externo, produzindo mastigadores e snacks para animais de estimação, a partir

de matéria-prima previamente tratada e fornecida pelas empresas do Grupo.

Os snacks são produzidos à base de carne e miúdos bovinos que têm

como função propiciar carinho, atenção ou recompensa ao animal.

Já os mastigadores são brinquedos destinados à distração e à higiene

bucal do animal, fabricados a partir da raspa do couro bovino formatada e

secada em estufas. O processo de fabricação dos mastigadores é totalmente

artesanal, por isso, a mão-de-obra assume importância primordial na linha de

produção. Os operários precisam ser verdadeiros artistas, sendo que para isso

passam por intensivo treinamento para o desenvolvimento de habilidades até

que possam fabricar com perfeição cada um dos itens.

Os Produtos para Animais são vendidos por meio das suas marcas, a

FunBone e Benty América, e também por importantes parceiros no Brasil e no

Exterior, os quais a empresa atende com contratos de fornecimento.

A qualidade excepcional dos produtos Bertin reflete a competitividade do

seu parque industrial, abastecido de equipamentos da mais alta tecnologia, o

que ainda é um sonho para muitas empresas do setor.

Motivada pela grande aceitação de seus produtos e, para atender às

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suas aspirações de crescimento, o Bertin Produtos para Animais resolveu

instalar-se nos Estados Unidos, onde atualmente mantém uma unidade.

A busca de novas oportunidades em outros países faz parte da

estratégia de negócios do Bertin Produtos para Animais. Para tanto, a empresa

está em processo de abertura dos mercados europeu e latino-americano. O

objetivo é o de construir uma marca forte, líder no setor.

1.4 Alimentos

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 3: Foto representativa da divisão Alimentos

Presente nos pratos mais seletos, a Bertin Alimentos leva para as mesas

do mundo todo a sua maior especialidade: a carne bovina com sabor e maciez

diferenciados que, entre outros segredos, combina ingredientes como tradição,

credibilidade e segurança alimentar. São mais de 300 itens entre carne in

natura e industrializada, com especificações e cortes especiais, que atendem

os paladares mais exigentes. A empresa, que é auditada pelo Ministério da

Agricultura do Brasil e recebe freqüentemente missões de diversos países,

demonstra um forte compromisso com o consumidor. Desde a escolha da

matéria-prima, até a fabricação e distribuição, tudo é controlado para que haja

o máximo de integridade nos alimentos processados, obedecendo rigorosos

padrões de higiene e políticas de saúde.

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A divisão de Alimentos é responsável por um rigoroso controle sanitário

e rastreabilidade dos animais nas fazendas do Grupo, o que garante total

confiança quanto à origem da matéria-prima. Passa pelo investimento maciço

no desenvolvimento de sistemas, processos e equipamentos que garantem a

integridade dos alimentos processados e termina com o absoluto respeito às

leis e políticas de saúde.

O altíssimo índice de confiabilidade da marca Bertin é resultado de

quase trinta anos de dedicação, visando às melhores soluções com produtos

de maior valor agregado.

O Bertin Alimentos é atualmente o maior exportador de carne do Brasil e

ocupa importante posição no ranking geral de exportações brasileiras.

Produzindo uma ampla variedade de produtos de origem bovina, com

especificações e cortes especiais, a empresa adotou o slogan “A carne que o

mundo reconhece”, perfeita tradução de seus produtos que são encontrados

nos pratos mais exigentes do mundo.

Reporta-se também a essa área de negócio, o Beef Shopping Bertin,

uma rede de lojas com projeto inovador no segmento de comercialização de

carnes.

O Beef Shopping Bertin proporciona aos brasileiros saborear uma das

melhores carnes do mundo, além de uma variedade de complementos

procedentes de fornecedores que adotam princípios semelhantes aos seus.

Além da qualidade dos produtos, o Beef Shopping Bertin apresenta

diferenciais como conforto e praticidade, onde o modelo de serviço é o de auto-

atendimento, onde o cliente escolhe os produtos de sua preferência,

embalados em práticas caixas. Uma equipe de atendentes está preparada para

orientar os clientes sobre informações técnicas dos produtos, facilitar na sua

escolha, e ainda, dar dicas ideais de preparo.

1.5 Cosmético

A Bertin Cosméticos é representada pelas conceituadas marcas OX,

Phytoderm, Neutrox, Capi Vida, Elle Ella, Karina e Kolene, a Divisão

Cosméticos possui linhas inspiradas na biodiversidade brasileira que trazem

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substâncias ativas para o cuidado diário com o corpo e os cabelos. Ao todo são

445 itens, entre shampoos, condicionadores, cremes corporais, protetores

solares, desodorantes e sabonetes, além de uma linha completa de perfumaria.

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 4: Foto representativa da divisão Higiene e Beleza

1.6 Biodiesel

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 5: Foto representativa da divisão Biodiesel

Atento aos inúmeros benefícios que matrizes energéticas alternativas

podem trazer para o cenário econômico, social e ambiental, o Grupo Bertin

iniciou a construção de uma usina de Biodiesel, utilizando como matéria-prima

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principal o sebo bovino. A intenção é atender 14% da demanda nacional, com a

adição de 2% do produto ao diesel. A unidade comportará um processamento

anual de 100 mil toneladas, o equivalente a 100 milhões de litros de biodiesel,

a maior capacidade instalada no País. O empreendimento não só contempla a

geração de emprego e renda, como a redução da emissão de poluentes e

ganhos em crédito de carbono

1.7 Couros

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 6: Foto representativa da divisão Couros

Considerada uma das mais respeitadas empresas do mundo em

curtimento de couro bovino, a Bertin Couros, por meio de sua marca Bracol,

produz e comercializa peças nos estágios Wet-Blue, Semi-Acabado e Acabado

para os segmentos moveleiro, automobilístico e calçadista. Suas unidades

fabris estão instaladas em áreas estratégicas e possuem uma equipe altamente

capacitada, aliada a uma estrutura dotada de tecnologia de ponta, destacando-

se ainda por uma série de iniciativas em prol do meio ambiente.

A divisão Bertin Couros, através da marca Bracol, é reconhecida

internacionalmente como uma das mais respeitadas marcas no ramo de

curtimento de couro bovino do Brasil, produzindo e comercializando couros

para os mais diversos países.

A qualificação das equipes de trabalho, processos industriais eficientes e

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eficazes e modernas máquinas e equipamentos, contribuem para que a Bracol

seja extremamente competitiva, atendendo e adaptando-se as novas

exigências técnicas de seus clientes, conquistando novos mercados e

ocupando a posição de maior exportador de couros do Brasil.

A preocupação constante com a preservação do meio ambiente é

demonstrada através de um eficiente sistema de tratamento de resíduos

industriais, adequado aos padrões exigidos pela legislação ambiental.

Considerando a Qualidade como fator de sucesso, a Bracol tem como

principal objetivo à satisfação total de seus clientes, assumindo o compromisso

com a melhoria contínua de seus processos e produtos através da Política da

Qualidade e do Sistema de Gestão da Qualidade.

1.8 Equipamentos de proteção individual

Uma das marcas mais lembradas pelo mercado quando se trata de

calçados e luvas de segurança, é a Bracol, da Bertin Equipamentos de

Proteção Individual, oferece proteção e conforto aos funcionários e prestadores

de serviços em suas atividades diárias. Além de calçados confeccionados com

couro gerado nas unidades do Grupo, há também uma ampla linha de luvas e

botas de PVC. Testes em laboratório simulam condições de uso e desgaste e

ajudam na avaliação criteriosa dos lotes fabricados, que seguem normas

técnicas nacionais e internacionais.

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 7: Foto representativa da divisão EPI´s

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A divisão Bertin Equipamentos de Proteção Individual, através da marca

Bracol, produz calçados e luvas a partir de parte da matéria-prima originada no

próprio Grupo. Este diferencial resulta na redução de custos para a empresa,

agilidade no processo industrial e fabricação de produtos com melhor

qualidade.

A Bracol é a primeira marca mais lembrada do mercado brasileiro para

calçados de segurança e a segunda de maior lembrança em equipamentos de

proteção individual, conforme o último Top of Mind do setor em 2007.

Diariamente, milhares de bois são abatidos no Bertin Alimentos. Durante

o processo de abate, o couro é retirado e imediatamente encaminhado à

Bracol, onde passa por uma série de processos físicos e químicos até estar

pronto para ser utilizado na fabricação dos Epi’s (Equipamentos de Proteção

Individual).

Dados os desafios inerentes a uma atividade que lida com a proteção de

seres humanos, a Bracol tem sério compromisso com a segurança de seus

produtos.

Para atender a esse compromisso, a empresa segue rigorosamente

normas técnicas nacionais e internacionais e trabalha em regime de excelência

e em constante atualização de todos os setores da indústria.

Atualmente, a alta performance operacional da empresa, permite

alcançar uma escala adequada de competitividade, notando-se a qualidade e a

confiabilidade dos produtos Bracol.

1.9 Higiene e limpeza

Líder na produção de sebo bovino e massa base, a Bertin Higiene e

Limpeza fornece matéria-prima para pequenas, médias e grandes empresas,

além de fabricar e comercializar, sob as marcas Brisa e Lavarte, um mix de

produtos que inclui sabão em barra, desinfetante, lava louça, amaciante, lava

roupa, multiuso, limpa vidro, limpeza perfumada e limpeza pesada. Em

modernos laboratórios, são realizadas pesquisas para o desenvolvimento de

novas fórmulas, fragrâncias, versões e embalagens, abrindo espaço para

inovações que tragam mais praticidade e valor agregado aos consumidores

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Fonte: BERTIN, 2008

Figura 8: Foto representativa da divisão Higiene e Limpeza

A divisão Bertin Higiene e Limpeza fabricam sabão em barra, amaciante,

desinfetante, detergente e massa-base para sabonete.

Atualmente é líder brasileira na produção de massa-base de origem

animal para sabonete e na produção de sebo bovino e, ainda, é fornecedora

exclusiva de importantes empresas brasileiras de âmbito nacional e

internacional.

Em se tratando de qualidade, a preocupação da empresa começa desde

o recebimento da matéria-prima (sebo de origem animal) que é procedente do

Bertin Alimentos, o que coloca o Bertin Higiene e Limpeza à frente dos seus

concorrentes no mercado.

Caracterizada pelo uso intensivo da tecnologia, a empresa possui um

sofisticado laboratório e com o que há de mais moderno no mercado,

operacionalizado por profissionais altamente qualificados e muito bem treinado.

Mostrando capacidade de adaptação às exigências do mercado, o Bertin

Higiene e Limpeza também produz massa de origem vegetal, atendendo às

necessidades específicas de cada cliente.

Determinada ao crescimento, o Bertin Higiene e Limpeza fortalece cada

vez mais a participação das suas marcas Brisa e Lavarte nos segmentos em

que estas atuam e projeta o lançamento de novos produtos, além de estar em

acelerado processo para assumir sua participação no mercado externo.

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1.10 Higienização industrial

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 9: Foto representativa da divisão Higienização Industrial

Responsável pela fabricação de mais de 70 itens para limpeza profunda

e desinfecção de ambientes, a Bertin Sistemas de Higienização, com a marca

Bracol, fornece soluções sob medida para empresas, indústrias, metalúrgicas,

hospitais, hotéis, órgãos públicos e estabelecimentos em geral. Todos os

produtos, entre detergentes, sanitizantes, desinfetantes e bactericidas, além de

linhas agrícolas e veterinárias, são certificados pelo Ministério da Agricultura e

Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Para a Bertin, a higienização é fator indispensável ao empreendimento

que visa proporcionar confiança, seriedade e respeito ao seu público-alvo.

A Bracol, indústria da Bertin Higienização Industrial, fabrica uma

variedade de produtos divididos nas seguintes linhas: detergentes para

indústrias de alimentos, assepsia das mãos, sanitizantes, tratamento de

carretilhas, lavanderia, institucional, metalúrgica, pisos, couros e linha

veterinária. Sua matéria-prima provém de empresas fornecedoras

comprometidas com a qualidade total e com segurança de fornecimento.

A Bracol entende que os produtos de limpeza e higienização devem ser

eficientes não só na remoção de sujidades, mas também nos seus efeitos

sobre as pessoas, equipamentos, superfícies e tratabilidade dos efluentes

industriais gerados, preservando o meio ambiente.

Diante desse preceito, a Bracol promove a integração das áreas de

suprimentos, produção, garantia da qualidade, segurança do trabalho, pesquisa

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& desenvolvimento, meio ambiente, tecnologia, dentre outras, garantindo desta

forma o intercâmbio constante de soluções cada vez mais seguras, confiáveis e

eficientes para seus produtos.

A fabricação de seus produtos passa por rigoroso controle de qualidade.

Para tanto, possui laboratório com equipamentos de ultima geração e conta

com colaboração, para testes e pesquisas de laboratórios credenciados pela

ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ministério da Agricultura,

como também de laboratórios do Exterior.

A empresa e seus produtos são aprovados e certificados pelos órgãos

governamentais brasileiros: Ministério da Agricultura e Agência Nacional de

Vigilância Sanitária.

Além de atender a diversos mercados, a Bracol fornece toda a linha

necessária para a higienização e sanitização das empresas do Grupo Bertin.

A Bracol é uma empresa bem posicionada para atender aos contínuos

desafios do segmento de higienização industrial, tanto que está desenvolvendo

outras aplicações para a conquista de novas oportunidades.

1.11 Construção civil

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 10: Foto representativa da divisão Construção Civil

Ao longo dos anos, o Grupo Bertin, com sua empresa Contern,

acumulou know-how no setor de construção civil para empreendimentos

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próprios e de terceiros. Com foco em edificações, engenharia urbana,

acabamentos, instalações prediais e superestrutura, a Contern participa de

licitações em todo o território nacional

1.12 Saneamento básico

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 11: Foto representativa do setor de Infra Estrutura

Após anuência da Prefeitura de Campo Grande, o Grupo Bertin, assumiu

50% do controle da Águas Guariroba S.A., para incrementar o abastecimento

de água e o tratamento de esgoto na capital do estado de Mato Grosso do Sul,

aumentando o índice de satisfação na cidade, cuja população é de 700 mil

habitantes.

1.13 Infra estrutura

O Grupo Bertin, detém 50% a Concessionária Rodovias das Colinas,

dedicada a operar, conservar e ampliar um conjunto de 300 quilômetros de

estradas, que atravessam 17 municípios do interior de São Paulo e atendem

anualmente mais de 30 milhões de veículos. Juntas, as empresas duplicaram a

rodovia SP 300, que liga as cidades de Itupeva e Cabreúva. Apenas o Bertin

movimentou 1,5 milhão de metros cúbicos de solo e rocha e empregou um

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contingente de 150 colaboradores. Em Goiás, o Bertin assinou 50%, sob

regime de concessão, contrato para construção de uma ponte sobre o Rio

Araguaia, na rodovia GO 454. Com prazo de 18 meses para execução, a obra

terá 800 metros, com vão central de 120 metros destinado a permitir

navegação

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 12: Foto representativa do setor de Infra Estrutura

1.14 Energia elétrica

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 13: Foto representativa do setor de Infra Estrutura

Em Brasnorte, Mato Grosso, o Grupo Bertin construiu sua primeira

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pequena central hidrelétrica (PCH), a Sacre 2. A Brasil Central Energia S.A.,

uma das empresas da holding, será a responsável por comercializar a energia

gerada. Serão 30 MW de potência, capacidade para abastecer uma cidade de

até 80 mil habitantes.

1.15 Logística

A divisão Bertin Logística presta serviço a todas as empresas do Grupo

Bertin, oferecendo melhor assistência e maior comodidade, sempre em perfeita

sintonia com os seus clientes.

A empresa controla todas as operações envolvidas ou relacionadas ao

transporte, armazenamento, administração, gerenciamento e distribuições

diversas.

Para o transporte rodoviário, o Bertin Logística possui frota própria de

veículos, com tecnologia de ponta, em número suficiente e adequado, sob

condições ideais para o transporte de containeres, câmeras frias, carga seca e

couro verde. A empresa vem atuando com pleno êxito quanto à otimização do

tempo e a redução de custos.

O Bertin Logística está estruturado para oferecer a melhor produtividade

operacional possível e também segurança por meio de profissionais

qualificados, informatização e equipamentos de rastreamento por satélite.

Para atender às suas exportações, o Bertin Logística opera em terminais

estratégicos no Brasil, nos portos de Itajaí, Paranaguá, Rio Grande e Santos,

este último, o Grupo é atualmente o 5º maior movimento em exportações.

Flexibilidade, alto nível de serviço, inovação e soluções integradas são marcas

do Bertin Logística.

Atualmente, a empresa mantém distribuidoras nos Estados Unidos,

Chile, Itália, Canadá, Angola, China e Holanda.

1.16 Blue Tree Park

Um ativo que não muge – sem ligação com os bovinos que fizeram a

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fortuna da família – é o Blue Tree Park. O grupo iniciou o projeto do hotel há 14

longos anos, com investimentos de 20 milhões de reais, e finalmente foi

inaugurado em 2001. O hotel Quality Resort de Lins que depois passou a

administração para o Blue Tree Park, possui 114 apartamentos e capacidade

para 250 pessoas, 4000 metros quadrados de piscinas, quadras de tênis e

poliesportiva, e estrutura para receber empresas que queiram fazer eventos no

hotel. Esse é o único projeto que não é ligado a bois e frigoríficos.

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 14: Foto aérea do Hotel Blue Tree Park

Localizado no interior paulista, no km 443,3 da Rodovia Marechal

Rondon, o Resort Lins, de propriedade do Grupo Bertin e administrado pela

rede de hotéis Blue Tree, oferece 114 apartamentos e um complexo aquático

de 2.800 m2. Suas dependências contam com três restaurantes de categoria

internacional, bares, fitness center, salão de beleza, sauna seca e úmida,

ducha escocesa, quadras de tênis e poliesportiva, campos de gateball e futebol

society, aluguel de caiaques, bicicleta e equipamentos de pesca, além de pista

para drive-on e off-road. Playground, salão de jogos e recreação infantil ainda

divertem as crianças. Aliado às opções de lazer, há uma completa infra-

estrutura para a realização de eventos de negócios, incluindo quatro salas, com

capacidade total para 450 pessoas, e uma arena coberta para 1.200 pessoas.

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1.17 Responsabilidade com o meio ambiente

As áreas de negócios compartilham uma visão comum no que se refere

a investimentos contínuos em: programas de qualidade, tecnologia da

informação, pesquisa & desenvolvimento, expansão da infra-estrutura,

modernização tecnológica, valorização dos funcionários, processos de gestão e

comunicação mercadológica.

Essa orientação estratégica faz com que todas as unidades atuem

compromissadas com o mesmo regime de excelência, garantindo assim, o

reconhecido padrão de qualidade Bertin em tudo o que faz.

Acrescenta-se a esse comprometimento das áreas de negócios, a

preocupação com as questões ambientais, aplicando procedimentos para

promover o autocontrole ambiental e o bem-estar das comunidades onde o

Grupo Bertin atua.

Grande parte do suprimento de matéria-prima utilizada pelo Grupo é

proveniente de seu rebanho bovino, tornando suas empresas altamente

competitivas quanto à garantia de disponibilidade, à redução dos custos de

produção e ganhos de qualidade, resultando em benefícios significativos

visando à prática do melhor valor possível dos produtos.

O Grupo Bertin possui um sistema capaz de executar com eficiência

todas as operações logísticas, da armazenagem à movimentação dos

produtos, para o atendimento a pontos estratégicos de consumo.

A marcante atuação do Grupo Bertin, em todos os segmentos em que

está presente e a liderança em grande parte destes, permite sustentar sua

posição entre os maiores exportadores brasileiros.

1.18 Valorização e motivação dos colaboradores

O Grupo Bertin acredita que, somente a partir da valorização das

pessoas, é possível construir as condições econômica e social ideais que todos

desejam.

Para atender a esse princípio, o Grupo dedica-se permanentemente,

dentro e fora das suas empresas, gerando oportunidades e benefícios aos

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funcionários e participando ativamente de projetos comunitários.

O alcance das ações de desenvolvimento profissional pode ser

comprovado com a mobilização de consideráveis investimentos na seleção de

talentos, na retenção de profissionais qualificados e em programas de

capacitação de potenciais, envolvendo todos os níveis do quadro funcional.

As áreas de negócios do Grupo trocam conhecimentos e experiências

entre si, buscando disseminar as melhores práticas. Elas estão comprometidas

com a máxima preservação da segurança e em proporcionar assistência de

primeira linha aos funcionários.

O foco principal da gestão de recursos humanos do Grupo é manter um

ambiente organizacional competitivo e compromissado com sua estratégia de

crescimento.

O Grupo Bertin entende que cuidar de seus funcionários é tão relevante

quanto colaborar com a comunidade onde suas empresas atuam.

1.19 Ações sociais pela Bertin SA

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 15: Vista aérea da unidade de Lins – SP

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As ações sociais do Grupo se manifestam através do apoio das suas

empresas a projetos nas áreas de saúde, educação, cultura, esportes e meio

ambiente, por meio de doações, patrocínios, parcerias, apoio institucional, além

de estimular os funcionários ao trabalho voluntário, promovendo o crescimento

do indivíduo e do seu papel como cidadão.

Constatar as transformações significativas da sociedade em vários

pontos do país, resultado do envolvimento comunitário do Grupo, além de

gratificante, é estímulo fundamental para o empenho das áreas de negócios em

proporcionar níveis mais elevados de contribuição para os próximos anos.

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CAPÍTILO II

GERENCIAMENTO DE CLIENTES - UM DIFERENCIAL COMPETITIVO

PARA FIDELIZAÇÃO

2 RELACIONAMENTO COM O CLIENTE – UM POUCO DE HISTÓRIA

Vendrame et al (2003), afirma que o marketing de relacionamento

constrói laços entre a organização e seus clientes para melhorar o feedback e

finalmente enriquecer os prospectos da lealdade do cliente. Pensando um

pouco além da lealdade, pode-se afirmar que o objetivo básico é a construção

e a manutenção de uma base de clientes que sejam rentáveis para a

organização. A construção desta base de clientes somente será possível à

medida que eles perceberem que estão ganhando algo com esta relação, por

isso, há necessidade de criação de valor.

Tudo isso faz com que a empresa concentre-se em algumas atividades,

como: tecnologia, clientes individuais, seleção de clientes, rejeição de clientes

e cadeia de relacionamentos. O marketing de relacionamento exige que as

empresas tenham cada vez mais pessoas qualificadas para atender e superar

as expectativas de seus clientes.

Quando alguém compra um produto ou serviço, ele cria uma expectativa

quanto ao que será apresentado. Quando recebe, é a hora da percepção, que

vai confirmar, anular ou superar suas expectativas. Fazendo esta comparação,

obtém-se sua satisfação e os consumidores tornam-se verdadeiros fãs.

2.1 A importância dos clientes para a organização

Os clientes devem ser vistos como um fator de sobrevivência da

empresa no mercado. Desta forma, tudo deve girar em função dos clientes,

visando conquistá-los e torná-los fiéis.

A cada dia, os consumidores detêm uma maior quantidade de

informações e dirigem-se a uma posição mais privilegiada em relação as

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empresas. Sendo assim, é o consumidor que dita as regras em diversos

segmentos de mercado, por isso, não importa a estratégia traçada para

conquistá-lo, é preciso que todos na organização estejam envolvidos e focados

na satisfação dos clientes, pois assim os resultados que foram almejados serão

atingidos.

Hoje é muito fácil encontrar técnicas para conquistar o cliente, mas a

mais difícil e mais importante é a técnica do relacionamento. Tal técnica está

presente no processo da venda em suas três fases, as quais são: pré-venda,

venda e pós-venda. Com o conhecimento sobre os hábitos e costumes de seu

cliente é que a empresa pode antever-se a qualquer ação, surpreendendo e

fazendo-se presente em seu cotidiano. Com os dados em mãos, poderá

oferecer ou até mesmo realizar a manutenção de compra de seu cliente, pois a

partir do histórico a empresa pode oferecer um atendimento mais

personalizado e informal.

Enfim, é o cliente que, de forma inconsciente e motivadora, torna a

marca evidenciada e extremamente valiosa no mercado e na mente do

consumidor.

2.2 CRM - a ferramenta do marketing de relacionamento

Conforme Rogers (2000), diversas fontes de informação relacionadas a

novas formas de gestão empresarial têm abordado uma ferramenta que vem

ganhando espaço em grandes empresas no mundo inteiro, o CRM (Customer

Relationship Management, ou Gerenciamento de Relacionamento com o

Cliente). Em recentes discussões, têm sido apresentados valores elevados

quando se fala sobre o custo da implantação do CRM-valores que podem

variar entre R$ 20 mil a R$ 5 milhões. A primeira coisa a se esclarecer quando

o assunto é CRM diz respeito justamente a esses valores apresentados.

O CRM não se resume a um software que a empresa compra, instala e

começa a usar. Se isto fosse verdade, bastaria à empresa instalar o software

de CRM (e há vários no mercado) para dizer que faz o marketing de

relacionamento.

O marketing de relacionamento, antes de resumir-se a um software, é na

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verdade uma filosofia da empresa. Premissa: é necessário haver um

relacionamento com o cliente para que só então ele possa ser gerenciado.

Muitas empresas têm adotado softwares sofisticados de gerenciamento com o

cliente, mas esquecem-se de que elas deveriam, antes, construir um

relacionamento com seus consumidores e isso não é tarefa para nenhum

software.

O CRM é um termo conhecido internacionalmente e visa implementar as

melhores práticas de gestão de clientes e também sistemas. Segundo Stone;

Woodcock (1998), o CRM pode ser utilizado para:

a) aumentar a participação de mercado;

b) reduzir custos da gestão de clientes;

c) recrutar clientes novos e de qualidade de maneira direcionada;

d) proteger e reter clientes existentes;

e) extrair mais valor dos clientes existente;

f) proteger as empresas dos clientes mais perigosos.

O CRM é mais do que marketing. Trata-se de uma filosofia para toda a

empresa voltada ao cliente, que visa o aumento dos lucros e a garantia de

lealdade, uma vez que, com um maior conhecimento do cliente, crescem as

vendas, já que a empresa sabe exatamente do que ela precisa e deseja.

Segundo Kotler (1998), adquirir clientes errados e mantê-los é mais

prejudicial ainda, pois o custo de lhes prestar serviços é maior do que o retorno

obtido, o melhor a ser feito é utilizar as técnicas de gestão de clientes para

reduzir o custo dos serviços prestados. Vale salientar que o próprio CRM

possibilita uma redução de custos, já que a partir do fato de que a empresa

conhece melhor seus clientes efetivos e potenciais, tem-se condições de

direcionar de forma mais específica e eficiente, as estratégias para a retenção

dos mesmos.

Vale ressaltar que o CRM deve ser entendido, também, como uma

ferramenta estratégica e tecnológica voltada para o atendimento e antecipação

das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa. Ele deve

ter seu foco nas necessidades dos clientes como primeiro plano e na

necessidade tecnológica como segundo plano. (CERTO; PETER, 1993)

A utilização do CRM enfatiza o relacionamento de longa duração com o

cliente, filosofia facilmente aceita pelo marketing que se preocupa em estimular

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as vendas. Entretanto, o departamento de vendas é cobrado pelo cumprimento

de cotas, o que enfatiza uma visão de curto prazo. Seu objetivo básico é

realizar as vendas e gerar fluxo de caixa. (ROGERS, 2000)

Segundo Swit (2001), o CRM vem auxiliar e propiciar os meios para se

conseguir lealdade do cliente, extrair mais valor da relação empresa/ cliente,

com o intuito de maximizar lucros, ou seja, o CRM ajudará a gerenciar a

rentabilidade que o cliente trará ao longo do tempo que estiver com a empresa,

pois sabe-se que o cliente não tem dono e isso também deve ficar claro na

hora de implantar esta ferramenta para se evitar conflitos. A responsabilidade

pelos cuidados, bem-estar e satisfação do cliente deve ser de todos, desde da

direção passando por vendas, atendimento até o pessoal da limpeza, onde

todos devem falar a mesma língua. Desse modo, vale salientar a importância

do treinamento dos colaboradores para o atendimento.

2.3 CRM – O que é?

CRM - Customer Relationship Management ou Gestão do

Relacionamento com os Clientes, é um Modelo de Gestão que busca prover a

empresa de meios mais eficazes e integrados para atender, reconhecer e

administrar o relacionamento com o cliente, partindo-se do pressuposto de que

é mais rentável manter um bom cliente que conquistar um novo. (ROGERS,

2000)

Enquanto os esforços do marketing tradicional concentram-se na

aquisição de novos clientes, através de investimentos em mídia, promoções e

publicidade, o CRM nos convida a olhar com mais atenção a base atual de

clientes, entendê-los melhor, estreitar o relacionamento buscando prolongá-lo,

e, em última instância, a fidelização.

A proposta do CRM é desenvolver em toda a empresa um processo

contínuo de comunicação interativa com os clientes, caracterizando-se por um

ciclo de 3 fases, segundo Rogers (2000):

a) conhecimento: é nesta fase que a empresa, através da reunião das

informações provenientes dos contatos com o cliente, passa a

entender suas necessidades e conhecer suas peculiaridades,

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possibilitando a segmentação em níveis bastante detalhados;

b) estratégia: a partir dos insumos obtidos na fase anterior, é possível

determinar estratégias refinadas e mais assertivas de atuação junto

aos diferentes segmentos de mercado; e

c) ação: implementação das estratégias definidas, monitoração dos

resultados e ampliação do conhecimento sobre os clientes através da

análise dos resultados das ações.

2.4 O que tem de novo no conceito de CRM

Para que se entenda o que há de novo no conceito de CRM é preciso

voltar às origens do conceito, ou seja, no encontro de duas grandes vertentes:

o Marketing de Relacionamento, que considera a venda como conseqüência de

um relacionamento e a Automação da Força de Vendas, que considera a

venda como um processo complexo e trata cada etapa aplicando melhores

práticas de forma a otimizar o tempo dos profissionais de vendas.

Durante muito tempo o Marketing de Relacionamento e a Automação da

Força de Vendas caminharam em paralelo e desenvolveram-se

separadamente. A grande novidade do CRM é proporcionar a integração entre

ambos possibilitando uma visão única do cliente dentro da empresa. É a

possibilidade de se obter resultados eficazes através de uma alocação mais

eficiente do orçamento interno, aplicando-se seletivamente a prática do

marketing individualizado. (CERTO; PETER, 1993)

2.5 Como viabilizar o CRM na empresa

Antes de mais nada, uma implementação de sucesso pressupõe um

planejamento prévio. Ela deve ser direcionada pelas metas e estratégias da

empresa, bem como os processos internos precisam estar estruturados para a

nova realidade.

Além de um bom planejamento e uma adequada estruturação de

processos, o CRM não acontecerá sem o envolvimento das pessoas. Contudo,

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o CRM é uma mudança de atitude e atitudes são tomadas por pessoas.

2.6 Alinhamento da iniciativa CRM à estratégia da empresa

A experiência revela que, muitas das falhas para realizar o potencial de

benefícios em projetos de CRM, advêm principalmente da desvinculação do

projeto das questões estratégicas do negócio.

O projeto CRM deve ser percebido como uma questão crítica para a

organização, bem como estar vinculado a objetivos mensuráveis. Devem ser

contemplados os processos-chave, os Fatores Críticos de Sucesso e todas as

questões relativas à organização para a garantia do alcance da visão

estratégica. (CERTO; PETER, 1993)

Os produtos gerados nesta etapa alinham-se a iniciativa CRM com as

estratégias através do mapa de inter-relacionamento dos objetivos estratégicos

gerado. As dimensões complementares à financeira auxiliam este alinhamento

através da identificação dos:

a) objetivos mercadológicos que possuem maior impacto no alcance das

metas financeiras;

b) processos que possuem maior impacto no alcance das metas

mercadológicas; e

c) objetivos estratégicos na dimensão crescimento e aprendizagem que

suportam o alcance dos demais.

Com base nestas informações, a empresa é capaz de identificar quais

processos reestruturar para que o CRM funcione como habilitador de suas

estratégias.

2.7 Reestruturação dos processos relacionais

Como citado anteriormente, o CRM pressupõe uma empresa orientada

ao mercado, com foco no cliente. Isto significa processos específicos, de

vendas, de desenvolvimento de produtos, financeiros e outros. O cliente

externo é o ponto focal de toda a organização. (CERTO; PETER, 1993)

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É certo que cada empresa analisará as diferentes partes desse conjunto

de acordo com suas estratégias específicas para tornar sua equipe de vendas

mais eficiente ou, por exemplo, melhorar os relacionamentos com seus

clientes. Porém, de uma maneira genérica, é possível identificar os principais

processos a serem analisados para uma iniciativa CRM. Segundo Monteiro

(1997), são eles:

a) processos de marketing: compreende a análise das informações de

mercado, planejamento de campanhas de comunicação e promoção,

monitoração de resultados. Engloba ainda a estruturação do

workflow de compartilhamento dos materiais gerados pelo Marketing

e estruturação de uma base de dados;

b) processos de vendas: grande parte dos processos de order flow deve

ser analisada. Os sub-processos de apoio aos profissionais de

vendas, como gerenciamento de contatos, canalização das

informações, suporte, gerenciamento da alocação e de tarefas

devem ser analisados. Sub-processos de Telemarketing e de Vendas

eletrônicas (lojas virtuais), bem como o processo de precificação,

considerando variáveis como quantidade, prazo de entrega e

categorias de clientes devem ser também considerados.

c) processos de atendimento ao cliente: engloba a análise dos sub-

processos das Centrais Telefônicas existentes, Suporte Técnico,

Atendimento ao Campo, Garantias, Contratos. Critérios de decisão

devem ser previstos para o sistema, bem como uma base de dados

estruturada com informações sobre os clientes, produtos, contratos,

garantias, devoluções;

d) processo de administração do ciclo do pedido: contempla a

administração do ciclo do pedido, ou seja, atividades como: recepção

dos pedidos, aprovação, planejamento da produção, entrega e

faturamento. Engloba inclusive processos de Supply Chain. A revisão

deste processo e sua integração ao CRM é a forma mais eficaz de se

obter resposta em tempo real por toda cadeia de valor. O valor para

o cliente encontra-se na redução no custo do tempo, do esforço para

se obter informações e a garantia da entrega no prazo com a

qualidade exigida.

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Produtos gerados nesta etapa:

a) análise e reestruturação dos processos críticos para a

implementação do CRM;

b) levantamento de atributos e especificidades dos processos que

devem ser contemplados pela solução escolhida;

c) identificação de potenciais benefícios econômicos e estratégicos da

iniciativa;

d) insumos para o planejamento da estratégia de aquisição de módulos

e implementação.

2.8 CRM é marketing sobre seres humanos

Se marketing é sobre mercados e mercados são pessoas então, para se

fazer marketing eficiente, precisa-se entender de pessoas. Não de

consumidores puramente, mas de pessoas, em todas as suas dimensões.

Clemente Nóbrega fala disso e chama isso de Antropomarketing. Concordo!

Inversamente, quanto mais evoluímos em tecnologia, quanto mais as temos à

disposição, mais temos de nos voltar às nossas origens, mais temos de nos

entender, de estudar Biologia, Antropologia, Sociologia e Psicologia para

podermos fazer marketing bem feito, ou seja, posicionar, cativar, vender,

perpetuar. Marketing eficiente é marketing que entende de passado! De volta

ao passado, às origens do DNA. CRM é Marketing. Marketing de

Relacionamento, um a um. (MCKENNA, 1992)

CRM é sobre mercados de 1 só, de alguns, de pares. É sobre perfis,

tribos e comunidades. O CRM não é um produto ou serviço. É uma filosofia de

marketing que transforma uma empresa em cliente orientado (ou seja, a

evolução da empresa marketing-oriented para one-to-one marketing-oriented).

Como ferramenta, capacita a empresa a desenvolver seu conhecimento sobre

clientes (atuais, potenciais, entre outros).

CRM é sobre fazer os clientes (seres humanos) interagirem com marcas.

Portanto, CRM são momentos da verdade, são todos os pontos de

identificação do cliente com a empresa. E também sobre como gerenciar cada

um desses momentos para surpreender positivamente cada cliente, entregando

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valor. Acima de tudo, entendo que fazer CRM é proporcionar experiências aos

clientes. Se diferenciar. Tem que ser, porque diferenciação – ato de assumir

uma posição singular na mente/coração/vida do outro - é tudo que se pode

querer para continuar evoluindo, sobrevivendo. Evolução corporativa, como na

evolução das espécies. Uma empresa, para sobreviver, precisa de clientes. É

assim que manifesta sua perpetuação. Quando o mercado a compra, compra

seus valores, seu propósito, alimenta sua missão, dá-lhe o direito de existir, de

poder perpetuar seu DNA (sua cultura organizacional), de continuar. CRM é,

em suma, sobrevivência corporativa.

Quanto às marcas, sustentáculos do marketing, objetos de transação do

CRM, essas devem representar o espírito de singularidade das empresas, a

aglutinação de tudo que elas significam (cultura, valores, foco, e outros). Com a

revolução da informação, tudo será cada vez mais explícito, ou seja,

REPUTAÇÃO será o nome do jogo na sobrevivência empresarial. Fazer CRM

será, portanto, ser capaz de gerar reputação, a partir da interação das marcas

com os clientes, com as comunidades. CRM será um instrumento da reputação

corporativa. Significa trocar emoções, impressões, transferir valor, trazer

sentido ao dia-a-dia (encaixando-se adequadamente, permitindo que o cliente a

associe-a a boas lembranças, a experiências positivas). Para fazer CRM de

verdade, precisa-se portanto entender de gente. Mais precisa-se gostar de

gente. (MCKENNA, 1992)

2.9 Call center

O atendimento através dos centros especializados é uma atividade que

vem se expandindo com imensa velocidade, apresentando alguns aspectos

que precisam ser ressaltados e observados. Qualquer organização que

pretenda obter retorno satisfatório com este tipo de serviço deve estar

atenta, para evitar transtornos para si e para os clientes.

Precisa-se de informações sobre uma mudança em um contrato que

havia sido proposta pela prestadora de serviços. A expectativa era de que

não houvesse qualquer stress, pois forneceram dois números de telefones

0800 para contato. Os mistérios da tecnologia e da aposentadoria precoce

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de certos equipamentos, no entanto, trouxe uma grande surpresa.

Quando liga-se para o primeiro 0800. Atendimento automático e

eletrônico. São ditas as opções que devem ser digitadas, dependendo do

assunto que o cliente quer tratar. Digita-se o número apropriado. Surge uma

bela música de Frank Sinatra, porém é possível ouvir e esperar. Até que

surge o atendimento e assim Fivem a informação de que o telefone a ser

contactado é o outro.

Quando os procedimentos são repetidos, até que se consegue o

contato, surge novamente a necessidade de confirmação das informações

através de fax ou e-mail, para um terceiro número. Tudo isso engessa cada

vez mais o contato do cliente com a empresa, envolvendo o cliente em um

processo burocrático sem resolução.

Segundo Stone; Woodcock (1998), de uma simples situação pode-se

tirar vários itens que precisam ser observados por qualquer empresa que

estabelece um serviço de atendimento por telefone:

a) deixar claro o objetivo de cada linha de serviço que for anunciada

aos clientes;

b) avaliar a demanda para evitar o stress da linha seguidamente

ocupada; e

c) estabelecer seqüências lógicas para o atendimento, evitando perda

de tempo.

Definindo call center pode se dizer que é o local ou empresa onde se

concentram as ligações telefônicas de clientes. (MONTEIRO, 1997)

Um call center típico dispõe de tecnologia de informação para

automatizar processos e tem capacidade de suportar grande volume de

ligações simultâneas. Um call center é utilizado como apoio para catálogos,

empresas de telemarketing, serviços de atendimento ao consumidor (SAC) e

qualquer empresa que use o telefone como suporte a vendas (televendas).

(MONTEIRO, 1997)

É claro que nenhuma tecnologia, por mais sofisticada e avançada que

seja; nenhum processo ou estratégia podem garantir sucesso no

relacionamento com os clientes, se toda a empresa – em seus mais diversos

departamentos e setores, além de todas as pessoas que neles atuam não

estiverem imersos nesses mesmo objetivo – conquistar é manter

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os bons clientes – de preferência, para sempre.

2.10 O cliente como um diferencial

O serviço prestado, o mau atendimento, a indiferença também são

relevantes, principalmente em mercados altamente competitivos.

Atualmente, os serviços, tornaram-se fatores diferenciais de uma

organização, o que, ao longo do tempo, tem mudado o foco interno das

empresas, deixando as áreas industriais e administrativas para priorizar as

áreas de relacionamento com o cliente (CRM – Customer Relationship

Management).

Uma ferramenta como o SAC, é fator determinante na manutenção da

satisfação do cliente, proporcionando a garantia de um contato preciso,

personalizado, fundamentado por históricos, com retorno garantido e

programado, características básicas de organizações bem sucedidas nesta

área. (ZANETTI, 2001)

Esta preocupação pelo bom atendimento está diretamente ligada à

maneira como as organizações administram seu relacionamento com o cliente,

e partindo-se do princípio que não pode-se administrar o que não se consegue

medir, este tipo de serviço, torna-se um diferencial máximo em qualidade e um

alavancador para a manutenção ampliação de negócios

2.11 Desvendando o CRM

Customer Relationship Management é uma das expressões da moda no

marketing recente e, no entanto, é uma das práticas mais antigas nas

transações comerciais desde os primórdios da civilização.

Como será que os fenícios adivinhavam que os egípcios apreciavam a

cerâmica dos gregos e que estes apreciavam a vidraria dos egípcios?

Tecnologia sofisticada? Certamente não. Apenas observação acurada e

inteligência para filtrar as informações mais relevantes sobre os gostos e

preferências de cada cliente.

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Foi uma forma completamente low-tech de CRM que levou dois

pequenos empresários de uma cidade litorânea do estado do Rio de Janeiro a

transformar uma loja de materiais de construção em um pequeno super-

mercado. Malucos? Indecisos? Não, mais uma vez - observadores e

inteligentes. (ZANETTI, 2001)

Cada vez que um cliente entrava para comprar pregos, ele também

perguntava se havia carvão para churrasco ou cloro para a piscina. Passou-se

a vender carvão e cloro, e os mesmos clientes que compravam esses produtos

perguntavam se não haveria cerveja para o churrasco e bronzeador para usar

na piscina. De pergunta em pergunta, definiu-se o perfil de necessidades do

mercado e ficou evidente que um super-mercado seria muito mais rentável que

uma loja de materiais de construção na região em questão. Esta forma

elementar de Database Marketing é o princípio de um programa mais complexo

de CRM.

Todos os dias lê-se que empresas gastaram fortunas em softwares e

sistemas de CRM para pouco depois declarar que nada funcionou. A culpa, é

claro, recai sobre as empresas fabricantes que querem empurrar seus produtos

de qualquer maneira. Só que esta visão é totalmente falsa. Ainda existe entre

as pessoas uma certa visão romântica da tecnologia, provavelmente baseada

nos desenhos animados dos Jetsons, a que todos assistiram na infância, de

que apenas ela basta para resolver todos o problemas e que quanto mais cara

e sofisticada melhor e mais rapidamente ela é capaz de resolver tudo.

CRM então é mais que um processo de coleta de dados com uma

interpretação inteligente que auxilie a empresa a vender os produtos certos, no

momento certo para sua clientela.

O ponto principal do CRM, ignorado por quase todos os seus usuários, é

a possibilidade de gerir todas as informações colhidas nos diversos pontos de

contato com o cliente e tê-las facilmente acessíveis para usá-las a fim de tornar

o relacionamento com o cliente cada vez mais proveitoso para todas as partes.

O software de CRM ajuda a mapear todos os contatos já efetuados entre

o cliente e o estabelecimento, tornando esses dados disponíveis a todos na

hierarquia da empresa para que possam saber exatamente com quem e sobre

o quê estão falando.

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Para evitar frustrações, é preciso ter em mente que nenhuma solução

tecnológica é capaz de resolver todos os problemas - soluções específicas

para cada tipo de situação, integradas por um gerenciamento realmente capaz,

são mais prováveis de trazer os resultados desejados.

A perfeita integração entre todas as informações coletadas é a única

forma capaz de gerar um contato mais rico que cria um vínculo profundo com o

cliente, fazendo-o retornar sempre. (MATTAR, 1996)

Por outro lado, somente essas informações poderão dizer à empresa

quem são seus melhores clientes, aqueles em quem vale realmente investir,

separando-os dos clientes ocasionais e até daqueles que nada significam em

termos de rentabilidade. (MATTAR, 1996)

Para o cliente é um conforto saber que ao ser atendido em qualquer das

filiais da rede suas preferências serão lembradas e quaisquer tipos de

problemas havidos serão lembrados e evitados.

Com tudo isso e a despeito das soluções tecnológicas adotadas, as

decisões ainda dependem de um processador ainda não obsoleto, que se

utiliza de uma série de filtros aleatórios chamado cérebro humano - e nada

como um cérebro treinado, no caso o profissional de marketing direto, para

resolver a questão satisfatoriamente.

2.12 O serviço pós-venda como diferencial

Manter um bom cliente hoje exige muito jogo de cintura. A qualidade, o

bom atendimento e o cumprimento de prazos deixaram de ser os diferenciais

de concorrência. A redução da diferenciação entre os produtos fez com que

hoje as empresas procurassem uma nova forma de comunicar sua marca e seu

produto. É aceitar ou estar fora do mercado e pior, fora da preferência do

consumidor. Uma das armas de diferenciação mais fortes hoje do mercado é o

pós-venda, que deve ser encarado com seriedade porque, cada vez mais, o

serviço é um elemento de fidelização dos clientes e certamente os impede de

comparar seu serviço ao de outra empresa. (MCKENNA, 1992)

Manter um bom relacionamento com os clientes (atuais e prospects) é,

hoje em dia, um fundamento básico no mundo dos negócios. É através da

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manutenção de uma carteira de clientes fiéis que uma empresa pode minimizar

a dependência de tentar conquistar continuamente novos clientes, numa

frenética luta com um número gigantesco de concorrentes, e cada vez mais

capacitados.

Esta acirrada perseguição a novos clientes tem aumentado

dramaticamente os custos de marketing e, por esta razão, seguidamente ouve-

se falar que manter os clientes conquistados sai mais barato do que atrair

clientes novos. Fazer ações estratégicas de marketing direto ou retenção para

quem realmente tem interesse e faz parte de seu mercado já atendido é muito

mais rentável para as empresas do que buscar clientes aleatórios através de

propaganda em massa. (MONTEIRO, 1997)

2.12.1 O que o cliente busca?

O cliente hoje não busca mais aquela empresa que faz o melhor trabalho

da região, ela busca a empresa que entrega junto ao serviço solicitado um

brinde chamado satisfação. Dessa forma, os clientes esperam que o serviço

pós-venda seja um atributo do produto tanto quanto a qualidade, o design, seu

rendimento e o preço. A satisfação que um produto proporciona não é

relacionada apenas ao produto em si, mas também ao pacote de serviços que

o acompanha. (ZANETTI, 2001)

A função da pós-venda é garantir esta satisfação, ajudando a fidelizar o

cliente e divulgar a boa reputação da empresa também para outros possíveis

compradores. Essa é a alma da boa venda, do bom atendimento.

2.12.2 Como realizar o pós-venda?

Diversas formas de pós-venda podem ser adotadas dependendo da

necessidade de seu cliente e do produto/serviço oferecido pela sua empresa.

Grandes empresas que comercializam seus produtos em nível nacional

utilizam-se de diversas formas de atendimento ao cliente, mas a principal

ferramenta é a terceirização de centrais de telemarketing. Neste serviço, o

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cliente entra em contato através de um número de discagem gratuita (0800) e o

atendimento presta as informações solicitadas. Portais de auto-atendimento no

próprio site da empresa na internet também são boas ferramentas de

relacionamento com o cliente e não está restrita às empresas de grande ou

pequeno porte.

A vantagem é o baixo custo e a eficácia. Quando a venda é realizada

através de representantes o contato pessoal é fundamental, nesse caso a pós-

venda pode ser realizada a cada nova visita, ou mesmo com o envio de

material promocional e mala-direta, o que sempre enaltece o cliente.

2.12.3 Dicas para encantar o cliente com ações de pós-venda

Segundo Stone; Woodcock (1998), para se diferenciar de seus

concorrentes, a empresa pode fazer uma série de ações para melhorar o

relacionamento com seu cliente. Em alguns casos, para empresas de grande

porte, sugere-se a criação de um departamento exclusivo para

acompanhamento de clientes no período pós-venda. Segue abaixo algumas

dicas de como fazer com que seu cliente sinta cada vez mais segurança de ter

comprado de sua empresa e que sempre solicite seus serviços:

a) ofereça a maior vantagem possível em relação a custo x benefício.

Os clientes, cada vez mais, querem fazer valer o dinheiro que

empregaram. Criar valor para o cliente significa garantir sua

satisfação, e garantir a satisfação do cliente é o mesmo que evitar

problemas e conquistar um cliente fiel;

b) a disponibilização de profissionais para o pós-venda é essencial.

Realize treinamentos constantes tanto com a equipe de vendas

quanto com o atendimento aos clientes;

c) ofereça sempre o melhor apoio pós-venda para seus clientes. Isso

impede que eles comparem o serviço prestado pela sua empresa

com o da concorrência. Em muitos casos, uma má assistência pós-

venda frente a uma boa propaganda da concorrência acaba fazendo

o cliente optar por trocar de fornecedor;

d) mantenha o cadastro de clientes sempre atualizado. Quando a

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empresa toma a iniciativa de entrar em contato com o cliente, ele se

sente especial e aumenta o nível de satisfação com a empresa e o

serviço. Costuma-se enviar catálogos de ofertas e malas-diretas

neste caso.

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CAPÍTULO III

ESTUDO DE CASO

3 UM ESTUDO DE CASO NA DIVISÃO ALIMENTOS

Analisando a importância do relacionamento do cliente com a empresa,

a pesquisa foi realizada no departamento de atendimento a clientes internos e

nacionais da empresa Bertin SA, localizado na cidade de Lins-SP, sob a

orientação da Sra. Elis Helena Silva, gerente de Atendimento entre outros

Analistas e Atendimento e Gerentes ligados ao processo.

As atividades desenvolvidas no departamento de Atendimento a Clientes

focam o método utilizado para tratamento de reclamações e relacionamento

com seus respectivos clientes, com o objetivo de mostrar a importância da

utilização de um método de tratamento das reclamações para atender uma

solicitação dos clientes/ consumidores visando à melhoria dos processos e

produtos, garantindo um bom relacionamento e satisfação dos mesmos.

Desenvolveram-se trabalhos ligados a forma de tratamento das

reclamações, onde se mostra a cada etapa a tratativa dos problemas e a

importância destes tratamentos, de forma a fornecer o retorno esperado pelo

cliente para sanar a respectiva reclamação efetuada pelo mesmo e

demonstrando que este relacionamento é fundamental para a fidelização.

Com a intenção de verificar e analisar os métodos aplicados pela

empresa, identificando os tratamentos das reclamações e o impacto das

mesmas para o relacionamento com os clientes/consumidores, constatou-se

que a empresa Bertin SA. é inovadora, investe nos colaboradores, em

tecnologia, preocupa-se com o capital intelectual, está sempre acompanhando

o mercado, preocupa-se com seus clientes, podendo gerar cada vez mais

qualidade.

Portanto, o tratamento das reclamações são extremamente importantes,

visando atender a insatisfação dos clientes perante o que foi reclamado, de

forma que os resultados e respostas sejam positivas e produtivas, buscando a

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satisfação deste cliente e a mudança de sua percepção diante ao problema

identificado.

Sendo assim, todo atendimento prestado de forma produtiva, trará o

cliente de volta as compras e o mesmo passará a ser um disseminador de

percepção produtiva dos produtos e processos da empresa, contribuindo desta

maneira com a busca de novos clientes pela empresa.

Diante disso, o tema foi abordado a fim de verificar a importância do bom

atendimento ao cliente como uma ferramenta para estimular a confiança à

marca, por meio da humanização do contato com os clientes, pois todos na

empresa devem ter a consciência da responsabilidade de cada um para a

fantástica prestação de serviços aos clientes/ consumidores visando satisfação

dos mesmos.

Para realizar a pesquisa e responder a pergunta-problema, foram

utilizados os seguintes métodos:

Método de Estudo de Caso; verificou-se a importância do tratamento das

reclamações para a competitividade da empresa. Foram entrevistados os

seguintes profissionais: Supervisora de Atendimento a Cliente, Gerente da

Garantia da Qualidade, Supervisores de Vendas e Analistas de Atendimento.

Método de Observação Sistemática; foi observado, analisado e

acompanhado todo o processo de tratamento de reclamações, a fim de verificar

a importância dos tratamentos para satisfação dos clientes. As informações

obtidas sustentaram o estudo de caso.

Método Histórico: foram observados os dados e a evolução da história

da empresa desde sua constituição até os dias atuais, buscando demonstrar as

responsabilidades da empresa, tanto para o setor empresarial como para os

colaboradores e clientes.

As técnicas utilizadas nesses métodos foram:

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);

Roteiro do Histórico da empresa Bertin SA (Apêndice C);

Roteiro de Entrevista com a Supervisora do Setor de Atendimento a

Cliente (Apêndice D);

Roteiro de Entrevista com o gerente da Garantia da Qualidade

(Apêndice E);

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Roteiro de Entrevista com os Analistas de Atendimentos. (Apêndice F);

3.1 Serviço de atendimento ao cliente

O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor (CDC) é, no ordenamento

jurídico brasileiro, um conjunto de normas que visam a proteção aos direitos do

consumidor, bem como disciplinar as relações e as responsabilidades entre o

fornecedor (fabricante de produtos ou o prestador de serviços) com o

consumidor final, estabelecendo padrões de conduta, prazos e penalidades

Instituído pela Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, o Código, entretanto,

teve a sua vigência protelada para a adaptação das partes envolvidas.

O CDC foi fruto de uma expressa determinação constitucional que

buscou preencher uma lacuna legislativa existente no Direito Brasileiro, onde

as relações comerciais, tratadas de forma obsoleta por um Código Comercial

do século XIX, não traziam nenhuma proteção ao consumidor. Assim, tornava-

se necessária a elaboração de normas que acompanhassem o dinamismo de

uma sociedade de massas que se formou no decorrer do século XX, conforme

dispunha a Constituição de 1988 no seu artigo 5°, inciso XXXII:

O Estado promoverá na forma da lei a defesa do consumidor.

Por sua vez, o artigo 48 do ADCT (Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias) da nova Constituição já determinava que, dentro de 120 dias da

sua promulgação, deveria ser elaborado o código de defesa do consumidor.

Por outro lado, com a redemocratização do país, a partir da promulgação da

Constituição de 1988, houve um fortalecimento das entidades não-

governamentais, fortalecendo o clamor popular por uma regulamentação dos

direitos sociais, o que se fez sentir também na criação deste corpo normativo.

Buscando alcançar esse objetivo, o Ministério da Justiça designou uma

comissão de juristas para que elaborassem um anteprojeto de lei federal que

mais tarde seria aprovado como o Código de Defesa do Consumidor. Tal

comissão era presidida pela professora Ada Pellegrini Grinover e integrada por

Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamim, Daniel Roberto Fink, José

Geraldo Brito Filomeno, Kazuo Watanabe, Nelson Nery Júnior e Zelmo Denari.

Finalmente, o CDC foi promulgado em 1990, gerando importantes

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mudanças que, no decorrer dos anos 90 e na primeira década do século XXI,

mudaram consideravelmente as relações de consumo, impondo uma maior

qualidade na fabricação dos produtos e no próprio atendimento das empresas

de um modo geral

3.1.1 Reações contrárias

Não foi pacífica a vigência desta Lei: várias entidades vêm tentando, ao

longo dos anos, escapar de sua área de atuação. O exemplo mais claro deu-se

com as instituições bancárias do Brasil que, através de recursos e chicanas

jurídicas, mantiveram-se até 2006 sem subordinar-se aos dispositivos do CDC,

até que uma decisão do Supremo Tribunal Federal esclareceu de forma

definitiva, dizendo que os bancos têm, efetivamente, relação de consumo com

seus clientes e, portanto, devem estar sujeitos ao Código.

Uma das premissas essenciais para se estabelecer a chamada relação

de consumo, são os conceitos legais para palavras como consumidor, serviço

ou produto. Elas estão estabelecidas nos artigos iniciais do CDC:

a) consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final. Equipara-se a consumidor

a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja

intervindo nas relações de consumo. (art. 2º);

b) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,

nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados que

desenvolvem atividades de produção, montagem, criação,

construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou

comercialização de produtos ou prestação de serviços. (art. 3º);

c) produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. (art.

3º, § 1º);

d) serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo

mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,

de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter

trabalhista. (art. 3º, § 2º).

Após a vigência da Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990, que

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promulgou o Código de Defesa do Consumidor, as relações entre

consumidores/clientes e fornecedores passaram a ter um novo enfoque no

Brasil, e a partir deste momento o consumidor/cliente começam a adquirir

certos direitos que fazem com que a indústria criem formas que busquem

atendê-lo sempre da melhor forma.

Desta forma, as empresas passaram a criar os chamados SAC – Serviço

de Atendimento ao Consumidor. Em alguns casos este serviço objetivava

fornecer informações aos clientes que na euforia do Código acabassem por

entrar em contato com a empresa; outros por sua vez, acabaram utilizando o

serviço para criar um vínculo maior com os clientes, desenvolvendo novos

produtos e conhecendo melhor seu público-alvo.

3.2 Registro de atendimento a clientes e consumidores – RACC

Sabendo da importância do atendimento ao cliente, a Empresa Bertin

SA, possui um software de relacionamento com o cliente, onde tal programa foi

definido como RACC (Registro de Atendimento a Clientes e Consumidores). O

RACC tem como objetivo, desenvolver um canal de comunicação fluente, que

dê suporte, com informações factuais, à tomada de decisões (ou

contramedidas) tanto aos clientes externos (Clientes e Consumidores), quanto

aos clientes internos, valorizando as parcerias comerciais. O Objetivo do

tratamento das informações é evidenciar e notificar os problemas às áreas

produtivas para que essas possam atuar efetivamente na solução dos

problemas, removendo as causas e impedindo a reincidência das reclamações

e informações relativas à percepção do cliente sobre se a organização atendeu

os seus requisitos.

O intuito da Bertin SA é planejar e estabelecer processos para ouvir de

maneira eficaz e eficiente seus clientes.

3.3 A utilização da ferramenta – RACC

O processo de Atendimento ao cliente inicia-se no pós venda, onde após

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a entrega do produto o mesmo efetua toda a conferência para garantir que a

negociação feita durante a compra esta sendo cumprida.

Durante o recebimento, caso exista alguma reclamação e/ou

desinteresse do cliente pelo produto, o motorista irá entrar em contato com a

área responsável comercial, onde a mesma efetuará uma conferência da

reclamação juntamente com o representante da empresa.

Avaliando a reclamação e sendo esta procedente o vendedor interno

responsável, irá criar uma senha de devolução no sistema autorizando

automaticamente o retorno da mercadoria para a empresa.

Após o cadastramento da senha, a mercadoria retorna à empresa e é de

responsabilidade do setor de Controle de Qualidade avaliar os produtos e

caracterizar se houve procedência ou não da reclamação. Durante a

conferência e através das informações, o Controle de Qualidade irá efetuar o

cadastramento do RACC (Registro de Atendimento a Clientes e Consumidores)

onde a Garantia da Qualidade, através do setor de atendimento aos clientes,

irá gerenciar as reclamações e entrará em contato com os clientes investigando

assim o real motivo da reclamação e oferecendo o atendimento pós venda.

Vale salientar que existem reclamações que são efetuadas não somente

no ato do recebimento, mas também após a algum tempo que o cliente

recebeu a mercadoria e por algum motivo ela apresentou problemas, sendo

assim, é de responsabilidade do representante externo em efetuar o

cadastramento do RACC junto ao cliente, pois ele irá passar todos os dados do

problema para o setor de atendimento aos clientes.

Quando o setor de atendimento a clientes recebe a reclamação,

dependendo da quantidade envolvida, um técnico é enviado para a visita

imediata ao cliente/consumidor.

O setor de atendimento a clientes recebe a reclamação via RACC e

automaticamente entra em contato com o cliente, informando-o que o processo

de investigação foi inicializado e no momento que a mesma for concluída, a

empresa voltará a entrar em contato via telefone ou através de carta resposta

sobre as ações corretivas efetuadas para evitar que o problema volte a ocorrer.

Não são feitas somente ligações, pois é de responsabilidade do setor de

atendimento a clientes em tratar reclamação por reclamação juntamente com

os gerentes de produção, pois o RACC é enviado para o conhecimento de

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todos e, a partir disto torna-se necessário toda uma análise baseada na

metodologia PDCA para o desenvolvimento de plano de ação e correção das

não-conformidades.

Todos os RACCs, independente dos motivos reclamados, sejam eles de

qualidade, comercial, transporte ou embarque, são enviados e respondidos

pelo setor de comercial, pois é de responsabilidade dos mesmos em efetuarem

a negociação com os clientes, de forma a ressarci-los pelo ocorrido.

Todas as vezes que o problema leva a empresa a um prejuízo, após o

respectivo ressarcimento, o custo passa a ser repassado para o setor

responsável pela reclamação.

Desta forma, fica claro que o relacionamento entre os responsáveis

envolvidos nesse processo de devoluções é extremamente importante para

que não haja descontentamento do cliente, pois este saberá que quando

houver um problema no produto, ele pode contar com o apoio da empresa para

que a mercadoria seja devolvida ou a troca seja efetuada.

É extremamente importante para a empresa o histórico de todas as

decisões, solicitações, reclamações e sugestões de cada cliente, pois são

estas informações que ajudam no desenvolvimento e fortalecimento de sua

marca no mercado.

Segundo Dias (2003), clientes satisfeitos têm atitude favorável em

relação à marca, repetem a compra e tornam-se fiéis à empresa, pois lealdade

é repetição de compra.

3.4 Metodologia utilizada para tratamento das reclamações – PDCA

O controle da qualidade total nasceu no Japão a partir de idéias

americanas difundidas após a II Guerra Mundial. Esse sistema ficou conhecido

no Japão pela sigla TQC (Total Quality Control). O TQC enfatiza no estudo do

controle da qualidade como um todo, unindo os diversos empregados e seus

setores na organização. (REIS, 2006)

Qualidade é um conjunto de atividades que permitem obter um produto

ou serviço dentro de requisitos que atendam às necessidades e expectativas

dos clientes, com custo ótimo, dentro do prazo desejado, obtendo-se a melhor

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resposta, isto é, lucro e satisfação da empresa e do cliente. (HEDEGUS apud

SCHMIDT, 2004)

Segundo Werkema (apud SCHMIDT, 2004), os seguintes significados

para os componentes da qualidade total são:

a) qualidade: é a qualidade intrínseca, referente às características

específicas dos produtos, as quais definem a capacidade destes de

promoverem a satisfação do cliente;

b) custo: diz respeito ao custo operacional para a fabricação do bem e

envolve, por exemplo, os custos de compras, de insumos utilizados,

de produção, de recrutamento e de treinamento;

c) entrega: está relacionado à entrega dos produtos finais e

intermediários da empresa. A entrega deve acontecer na quantidade,

na data e no local certos;

d) moral: é o componente que mede o nível médio de satisfação das

pessoas que trabalham na empresa, e pode ser medido por índices

de absenteísmo, de demissões, de reclamações trabalhistas, de

sugestões, entre outros;

e) segurança: esta dimensão da qualidade total se refere à segurança

das pessoas que trabalham na empresa e dos usuários do produto.

O controle da qualidade total é um novo modelo gerencial centrado no

controle do processo, tendo como meta a satisfação das necessidades das

pessoas. O objetivo mais importante desse controle é garantir a qualidade do

seu produto para seu cliente externo ou interno. (CAMPOS, 1992)

A análise de um processo para ser eficiente deve partir de todas essas

subdivisões da empresa, ou seja, desde o funcionário mais baixo até a alta

gerência. No momento em que se deseja controlar um processo, o primeiro

passo a ser tomado é de se verificar os itens de controle do processo. Esses

itens nada mais são que dados numéricos que permitem a avaliação dos

efeitos de uma determinada dimensão da qualidade. (REIS, 2006)

Segundo Campos (1992), o controle de qualidade consta de três

objetivos:

a) planejar: planejar a qualidade desejada do cliente, isto implica num

esforço de localizar o cliente, saber se suas necessidades, traduzir

essas necessidades em características mensuráveis, de tal forma

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que seja possível gerenciar o processo de atingi-las;

b) manter: manter a qualidade desejada pelo cliente, cumprindo

padrões e atuando na causa dos desvios. Neste caso o controle é

exercido para manter resultados;

c) melhorar: melhorar a qualidade desejada pelo cliente é necessário,

neste caso, localizar os resultados indesejáveis (problemas) e utilizar

o método de solução de problemas para melhorá-los.

Para a mensuração da satisfação dos clientes, as empresas podem

utilizar-se de um, ou mais de um, dos seguintes métodos para mensurar o nível

de satisfação dos seus consumidores: sistema de reclamações e sugestões,

pesquisa dos níveis de satisfação dos clientes, comprador misterioso, análise

dos clientes perdidos, caixa de sugestões e reclamações, linha telefônica

direta, reunião com grupos de clientes e auditoria de serviços aos clientes,

entre outras possíveis. (DEVEZE; SANTOS, 2005)

3.5 Método PDCA de controle de processo

PDCA significa: PLAN, DO, CHECK, ACTION, o que quer dizer,

PLANEJAR, EXECUTAR, VERIFICAR, ATUAR.

O método PDCA foi desenvolvido na década de 30 pelo americano

Walter A. Shewhart. Ele definia o método como sendo um ciclo de controle

estatístico do processo que pode ser repetido continuamente sobre qualquer

processo ou problema. O método tornou-se conhecido na década de 50 por

Deming através de suas experiências no Japão. Ele desenvolveu o que

denominou de Shewhart PDCA Cycle. (REIS, 2006)

O início do ciclo PDCA se dá pelo estudo da situação atual, assim,

nesse período, os dados são reunidos para o uso na formulação de um plano

de melhoramento. Uma vez que este plano tenha sido finalizado, é implantado.

Logo após é feita à verificação do melhoramento previsto. Caso a melhora

tenha sido atingida determina-se uma padronização metodológica visando

assegurar a manutenção do melhoramento e continuidade dos métodos

introduzidos (IMAI apud REIS, 2006).

O ciclo do PDCA é utilizado para controlar o processo, com as funções

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básicas de planejar, executar, verificar e atuar corretamente. Para cada uma

dessas funções, existe uma série de atividades que devem ser realizadas.

(SCHMIDT, 2004)

O ciclo PDCA é ilustrado na figura a seguir:

Fonte: SCHMIDT, 2004, p.151

Figura 16: Ciclo PDCA de controle de processos

Segundo Aguiar (2006), o método PDCA é constituído de 4 etapas:

a) plan (planejamento): definir a meta de interesse e estabelecer

metodologias (plano de ação) para se atingir a meta proposta

(resultado);

b) do (execução): executar as atividades do plano de ação. Para a

execução do plano de ação, as pessoas são treinadas nesse plano e,

a seguir, os planos são implementados e são coletados dados que

possam fornecer informações sobre a obtenção da meta;

c) check (verificação): monitorar e avaliar os dados coletados na etapa

de execução e avaliar os resultados obtidos em relação ao alcance

da meta;

d) action (ação): a ação a ser tomada vai depender dos resultados

obtidos na etapa de verificação. Se a meta foi alcançada, são

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estabelecidos meios de manutenção dos bons resultados. Se a meta

não foi alcançada, inicia-se um novo giro do PDCA, com o objetivo

de se encontrar novos meios que levem o processo a obter

resultados mais eficientes, aprimorando a execução e corrigindo

eventuais falhas, de forma a melhorar a qualidade do processo.

O PDCA é utilizado para resolver qualquer problema/realizar qualquer

gerenciamento e, dependendo do foco em que ele é utilizado, o giro do PDCA

toma formatos diferentes. O PDCA é voltado para as seguintes formas:

manutenção da qualidade e melhoria da qualidade (AGUIAR, 2006). A Figura

17 esquematiza essa duas formas do ciclo PDCA.

Fonte: AGUIAR, 2006, p. 87

Figura 17: Ciclo PDCA de manutenção e melhoria

O ciclo PDCA é utilizado para manutenção do nível de controle quando o

processo é repetitivo e o plano (etapa P de planejamento) consta de uma meta

que é uma faixa aceitável de valores (valores-padrão) e de um método que

compreende os Procedimentos Operacionais Padrão. Esse ciclo consta

essencialmente do cumprimento de procedimentos operacionais padrão (POP).

(CAMPOS, 1992)

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O ciclo PDCA é utilizado para melhoria do nível de controle quando o

processo não é repetitivo o plano consta de uma meta que é um valor definido

(por exemplo: reduzir o índice de peças defeituosas em 50 %) e de um método,

que compreende aqueles procedimentos próprios necessários para se atingir à

meta. (CAMPOS, 1992)

A identificação do problema pode ocorrer em qualquer departamento da

empresa e, não necessariamente por uma pessoa especializada no assunto

qualidade. Mas, a auditoria da qualidade tem a função de evidenciar essas

oportunidades. Para cada problema identificado e priorizado, em função de

riscos, custos e benefícios para o negócio, podem ser estabelecidos um projeto

de análise e solução. (SCHMIDT, 2004)

O controle da qualidade via PDCA é o modelo gerencial para todas as

pessoas da empresa. Este método de solução de problemas deve ser

dominado por todos. Todos precisam ser exímios solucionadores de

problemas. O domínio deste método é o que há de mais importante no TQC.

(CAMPOS, 1992)

3.6 Ciclo PDCA para manutenção da qualidade

Gerenciar pelo PDCA de manutenção da qualidade é fazer produzir de

acordo com os Procedimentos Operacionais Padrão (Standard Operation

Procedures) da empresa. Por essa razão, este gerenciamento é também

denominado de SDCA. O S de Standard substitui o P, Planejamento, porque a

meta e os métodos utilizados para atingi-la são, justamente, a meta padrão e

os procedimentos operacionais padrão da empresa. (AGUIAR, 2006)

No início das atividades de uma empresa, ou após terem sido realizadas

melhorias nos processos e produtos existentes, metas e procedimentos

operacionais são implementados na unidade operacional através de

padronizações. Dessa forma, no gerenciamento para manter, na etapa S, a

meta e os meios para atingi-la já estão definidos, possivelmente, após ter-se

rodado o PDCA de melhoria. (AGUIAR, 2006)

O ciclo PDCA de manutenção é esquematizado a seguir:

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Fonte: AGUIAR, 2006, p.98

Figura 18: Ciclo PDCA para manter

Segundo Campos (1992), o ciclo PDCA de manutenção é constituído de

4 etapas:

a) standard (pradão): definir os itens de controle a serem

acompanhados e sua faixa-padrão aceitável (nível de controle), e

definir os procedimentos padrão necessários para a manutenção dos

resultados do processo;

b) do (execução): execução dos procedimentos operacionais padrão e

coleta de dados que ajuda na avaliação dos processos, dos

produtos, do cumprimento dos procedimentos padrão, enfim, que

possibilitam avaliar a efetividade dos procedimentos padrão durante

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a produção. Nessa etapa, são privilegiados os treinamentos no

trabalho (On The Job Training) para os executantes dos

procedimentos padrão e as atividades de supervisão e auditorias

para garantir a correta execução desses procedimentos;

c) check (verificação): monitorar e avaliar os dados coletados na etapa

de execução para verificar a efetividade dos procedimentos

operacionais padrão. Caso não seja detectada nenhuma anomalia, a

empresa continua com o procedimento normal de produção. Caso

contrário passa-se para a próxima etapa para tomadas das ações

corretivas;

d) action (ação): nesta etapa são realizadas as ações corretivas,

seguindo os seguintes processos:

- o operador relata a anomalia;

- operador/supervisor remove o sintoma;

- supervisor toma as medidas sobre as causas imediatas;

- é preenchido o relatório de anomalias;

- o relatório é encaminhado ao gerente para que este tome as

contramedidas adicionais, se necessário.

3.7 Ciclo PDCA para melhoria da qualidade

O PDCA da melhoria pode ser também abordado como Método de

Solução de Problemas ou ainda QC Story, como conhecido no Japão.

Segundo Aguiar (2006), as melhorias a serem alcançadas nos

processos e produtos existentes são estabelecidas tomando como referência:

a) as metas anuais da empresa (metas de sobrevivência), definidas

com base nos planos de médio e longo prazo estabelecidos por meio

do gerenciamento pelas diretrizes e pelos resultados obtidos no ano

anterior com esse gerenciamento;

b) as metas anuais fixadas para o tratamento dos problemas crônicos

prioritários, obtidos por meio de uma revisão e de uma priorização

dos problemas crônicos da produção.

Melhorar continuamente um processo significa melhorar continuamente

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os seus padrões (padrões de equipamento, padrões de materiais, padrões

técnicos, padrões de procedimento, padrões de produtos, entre outros). Cada

melhoria corresponde ao estabelecimento de um novo nível de controle (novo

valor-meta para um item de controle). (CAMPOS, 1992)

O ciclo PDCA de melhoria é esquematizado na figura abaixo:

Fonte: CAMPOS, 1992, p.18

Figura 19: Ciclo PDCA de melhoria

As etapas do ciclo PDCA de melhoria serão descritas a seguir.

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3.7.1 Plan (planejamento)

A etapa de planejamento é considerada a etapa mais importante do ciclo

sendo que a eficácia do ciclo PDCA dependerá de um planejamento bem

elaborado e minucioso, ao qual fornecerão dados e informações a todas as

etapas restantes do ciclo.

Para promover as melhorias incrementais de uma forma eficiente, é

necessário que se faça um bom planejamento. Por essa razão, a etapa de

planejamento do PDCA de melhoria, em que se estabelecem as metas e se

determina os meios para alcançá-las, é decomposta em fases, com o objetivo

de facilitar o detalhamento das ações que devem ser realizadas nesta etapa

(AGUIAR, 2006).

A etapa de planejamento é constituída das seguintes fases:

3.7.1.1 Fase de identificação do problema

Essa fase é realizada todas as vezes que a empresa se deparar com um

resultado (efeito) indesejado, provindo de um processo (conjunto de causas).

(CAMPOS, 1992)

Segundo Aguiar (2006) as principais ações a serem realizadas nessa

fase são:

a) definir claramente o problema relacionado à meta, reconhecer a

importância desse problema e a conveniência da sua solução. Desta

forma, o primeiro passo a ser dado nesta fase é verificar se a meta

proposta para solução é realmente o que a empresa necessita, isto

é, verificar se o problema/meta está bem posicionado;

b) verificar se vale a pena investir na solução do problema;

c) levantar o histórico do problema, identificando a freqüência e como o

mesmo ocorre;

d) mostrar as perdas atuais e ganhos viáveis;

e) verificar se o problema está focado. Problema focado é aquele que já

foi decomposto em problemas mais simples para tornar a sua

solução mais fácil. Por exemplo, se o problema a ser resolvido é

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Diminuir o índice de defeitos de pintura de um gabinete de geladeira,

o problema fica mais simples se for desdobrado por tipo de defeito

(sujeira, arranhão, espessura de tinta inadequada, entre outros), por

posição do defeito no gabinete (em cima, em baixo, lateral, esquerda,

e outros), entre outras estratificações de interesse. Se o problema já

estiver focado, não será necessário realizar partes da fase de análise

do fenômeno, fase subseqüente a essa.

3.7.1.2 Fase de análise do fenômeno

Nesta fase procura-se conhecer profundamente o problema e, ao

mesmo tempo, empenha-se em desdobrá-lo em problemas prioritários mais

simples. (AGUIAR, 2006)

Segundo Aguiar (2006), uma das formas de se aumentar o

conhecimento do problema e de se obter a simplificação da sua solução é:

a) observá-lo sobre vários ângulos e estratificá-lo de acordo com o

conhecimento técnico sobre situações relacionadas a ele;

b) definir os focos do problema a serem tratados nas estratificações

feitas. Após as várias estratificações do problema e desdobramento

dessas, este é dividido em problemas específicos mais simples que

precisam ser priorizados em relação aos seus tratamentos. Os

problemas específicos priorizados são os focos do problema a serem

tratados;

c) avaliar a os focos o problema em relação as suas variações.

Segundo Melo (apud ANDRADE, 2003), a descoberta das

características do problema por meio da coleta de dados inicia-se com a

observação do problema sob vários pontos de vista (estratificação). Esses

pontos de vistas podem ser listados da seguinte maneira:

a) tempo: os resultados são diferentes de manhã, à tarde, à noite, as

segundas-feiras, feriados, entre outros;

b) local: os resultados são diferentes em partes diferentes de uma peça

(no caso do problema ser focado em um produto), apresentando

defeito no topo, na base, na periferia? Os resultados diferem de

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acordo com locais diferentes (no caso do problema estar focado em

serviços)?;

c) tipo: os resultados são diferentes dependendo do produto, da

matéria-prima ou do material utilizado?;

d) sintoma: os resultados são diferentes se os defeitos são cavidade ou

porosidade (no caso do problema ter foco no produto), se o

absenteísmo é por falta ou licença médica (problema focado nos

recursos), se a parada do serviço é devido a fatores climáticos, ou

falhas mecânicas (no caso do problema ser focado no serviço), entre

outros;

e) indivíduo: Que turma? Que operador?

A observação do problema também dever ser in loco. Após um pré-

estudo do problema, o mesmo deve ser observado no próprio local da

ocorrência, para a coleta de informações suplementares que não poder ser

obtidas na forma de dados em números. Realizando essa análise no local da

ocorrência, as características apresentadas para o problema poderão ser

confirmadas, ou sofrer alterações, de acordo como que realmente foi relatado

no local da ocorrência do problema. (MELO apud ANDRADE, 2003)

Realizando-se todo esse processo de estratificação e hierarquização do

problema, a organização prioriza o seu problema para enfim poder identificar

as causas do problema. Antes, porém, a empresa poderá optar por meios

específicos para achar as causas do problema. Esses meios específicos dizem

respeito ao desdobramento da meta inicial em outras metas sendo essas mais

objetivas em relação ao problema hierarquizado. O alcance dessas metas

desdobradas irá, conseqüentemente, levar a organização a atingir a sua meta

inicial. (ANDRADE, 2003)

Algumas das ferramentas utilizadas nessa fase para melhorar a análise

são:

a) estratificação: é uma importante ferramenta que possibilita uma

melhor avaliação da situação, identificando o principal problema;

b) folha de verificação: facilita a coleta de dados em relação a um

determinado problema e se apresenta sob a forma de uma planilha

e/ou tabela para coleta de dados;

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c) diagrama de Pareto: geralmente se apresenta sob a forma de

histograma ou diagrama de freqüências acumuladas, que ordena as

ocorrências da maior para a menor, possibilitando assim determinar

prioridades.

3.7.1.3 Fase de análise do processo

Nesta fase são procuradas as causas geradoras do problema

relacionado com a meta especifica que está sendo trabalhada e é também

obtido um maior conhecimento sobre elas. Um caminho inicial, que é

geralmente seguido para se conhecerem as causas geradoras do problema, é

fazer o Estabelecimento do processo relacionado ao problema específico –

meta específica, isto é, procurar obter um conhecimento do funcionamento do

processo que possibilite identificar as possíveis causas do problema. (AGUIAR,

2006)

Para que essa fase obtenha êxito, o processo de identificação das

causas deve ser executado da maneira mais democrática e participativa

possível. Explanando essa premissa, todas as pessoas que trabalham na

empresa e que, independente do cargo que ocupam, estão envolvidas com o

problema identificado e podem contribuir para a solução do mesmo, devem

participar da reunião de análise das causas, enriquecendo com diversos pontos

de vista a percepção das causas mais prováveis que provocam tal problema.

(MELO apud ANDRADE, 2003)

As reuniões de análise de causa devem, então, seguir algumas

premissas para que a mesma possa atingir seu objetivo, que é identificar as

causas fundamentais do problema que se quer resolver. Uma reunião de causa

bem sucedida possibilita transformar informação em conhecimento, que será

utilizado posteriormente para a tomada de decisões. Essas premissas se

apresentam, nesse caso, sob a forma de uma metodologia de análise de

causas, denominada Análise de Causa e Efeito. (ANDRADE, 2003)

Segundo Godoy (apud ANDRADE, 2003), essa metodologia consiste em

se analisar as causas – por meio de métodos participativos como o

Brainstorming – e expô-las de forma clara para toda a equipe envolvida,

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utilizando um Diagrama de Causa e Efeito, conhecido pelo nome de seu

criador, Diagrama de Ishikawa.

A seguir as causas das metas específicas serão priorizadas, pois o

tratamento de um número menor de causas é mais simples e pode levar ao

alcance de todas as metas específicas. É importante observar que as causas

que geram o problema de uma meta específica podem ser a(s) causa(s) de

outra(s) meta(s) específica(s). (AGUIAR, 2006)

Segundo Aguiar (2006), a priorização é feita analisando conjuntamente

todas as causas dos problemas relacionados com todas as metas específicas e

é usualmente realizada com base no:

a) conhecimento técnico do problema;

b) por meio de uma quantificação do processo, sendo possível priorizar

as causas que mais influenciam a ocorrência do problema, alem de

fornecer conhecimento das condições de processo que levam a sua

solução.

Enfim, finalizando a análise do processo, são apresentadas as causas

prioritárias, realizando uma análise de consistência das mesmas (a fim de

verificar se há evidência técnica de que é possível bloqueá-las), e as

encaminha para serem utilizadas na elaboração do plano de ação, que conterá

as medidas para as causas apontadas. (ANDRADE, 2003)

3.7.1.4 Fase de estabelecimento de plano de ação

O plano de ação se apresenta como o produto de todo o processo

referente à etapa PLAN do ciclo PDCA. Nele estão contidas, em detalhes,

todas as ações que deverão ser tomadas para se atingir à meta proposta

inicialmente. (ANDRADE, 2003)

Para que o plano de ação possa ser bem compreendido, deve-se

elaborar um plano de ação para cada causa prioritária eleita na etapa anterior.

Ou seja, existirão várias medidas para cada causa apontada, beneficiando o

controle de cada ação a ser tomada. Porém, a meta para todos os planos de

ação será a mesma, estipulada inicialmente. (ANDRADE, 2003)

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Tendo as causas prioritárias, deve-se selecionar uma delas para que

possam ser estabelecidas as medidas para eliminá-la, assim sucessivamente.

Esse processo deve ser realizado por meio de discussão em grupo, sendo as

pessoas as mesmas envolvidas nas etapas anteriores. As medidas tomadas

por esse grupo devem ser as custo mais baixo, mais eficazes, rápidas e

simples. (ANDRADE, 2003)

Da mesma forma que as medidas propostas para o alcance de uma

meta específica podem ajudar no atendimento de outras, o contrário pode

também ocorrer, ou seja, medidas propostas para o alcance de uma meta

específica podem prejudicar ou dificultar o alcance de outras. Então essas

medidas devem ser testadas, e as medidas que provocam efeitos indesejáveis

são eliminadas ou são tomadas ações com o objetivo de se prevenir a

ocorrência destes efeitos. (AGUIAR, 2006)

Segundo Campos (1992), é importante certificar-se de que as ações

serão tomadas sobre as causas fundamentais e não sobre seus efeitos. Outro

ponto importante é certificar-se de que as ações propostas não produzam

efeitos colaterais, e se ocorrerem, deve-se adotar ações contra eles.

O próximo passo é avaliar se as medidas que poderão ser

implementadas levarão ao alcance da meta específica. Se houver previsão de

que a meta não será atingida, novas medidas deverão ser propostas.

(AGUIAR, 2006)

E, por fim, devem ser consideradas diferentes propostas de solução,

com diversas ações, sendo que o grupo deverá ponderar a melhor solução e

inserí-la no contexto do plano de ação. (MELO apud ANDRADE, 2003)

Para a elaboração do plano de ação deve-se seguir uma metodologia,

sendo que, segundo Campos (1992), a mais indicada é a metodologia 5W1H.

Essa metodologia é baseada em 6 perguntas que irão definir a estrutura do

plano de ação. Essas perguntas são:

a) what (o quê): define o que será executado, contendo a explicação da

ação a ser tomada (utilizando geralmente verbos no infinitivo, de

maneira sucinta, a fim de demandar uma ação);

b) when (quando): define quando será executada a ação (prazo de

início e término da ação);

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c) who (quem): define o responsável pela ação (nesse caso, aconselha-

se que haja apenas um responsável pela ação, a fim de manter a

credibilidade da execução da ação);

d) where (onde): define onde será executada a ação (pode ser desde

um local físico especificado, como um setor da organização);

e) why (por que): define a justificativa para a ação em questão (esse

campo apresenta a finalidade imediata da ação a ser tomada);

f) how (como): define o detalhamento de como será executada a ação

(este campo é um complemento para o primeiro campo, detalhando a

ação estipulada pelo mesmo).

Segundo CTE (apud ANDRADE, 2003), o plano de ação envolve

avaliações periódicas e, eventualmente pode sofrer revisões a fim de se

adequar a novos cenários, não previstos anteriormente pela organização.

3.7.2 Do (execução)

Na etapa de execução são implementadas os planos de ação (medidas)

determinadas na fase de Estabelecimento do plano de ação e também são

coletados informações (dados) dos resultados do processo que ajudam a

avaliar o alcance da meta – avaliação da eficácia das medidas propostas.

(AGUIAR, 2006)

Para que essa etapa apresente a eficácia desejada, Campos (apud

ANDRADE, 2003) subdivide o mesmo em duas etapas principais: a etapa de

treinamento e a etapa de execução da ação.

Na etapa relativa ao treinamento, a organização deverá efetuar a

divulgação do plano a todos os funcionários envolvidos. Para tanto, torna-se

necessário verificar quais ações necessitam da cooperação ativa de todos os

membros, enfatizando essas ações a fim de que possam ser executadas da

melhor maneira possível. A divulgação do plano deve ser realizada por meio de

reuniões participativas (utilizando-se técnicas de treinamento), apresentando

claramente as tarefas e a razão delas, assim como as pessoas responsáveis

pelas mesmas. Ao final dessas reuniões, deve-se certificar que todos os

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envolvidos compreenderam as ações que serão executadas e se a maioria

concorda com as medidas propostas. (CAMPOS apud ANDRADE, 2003)

Na segunda etapa da fase do consiste em executar o plano de ação

proposto. Uma vez amplamente divulgado e ciente da compreensão de todos

os envolvidos, o plano de ação poderá ser colocado em prática. Para tanto,

durante a execução do plano de ação, deve-se efetuar verificações periódicas

no local em que as ações estão sendo efetuadas, a fim de manter o controle e

esclarecer possíveis dúvidas que possam ocorrer ao longo da execução. Todas

as ações e os resultados bons ou ruins devem ser registrados com a data em

que foram tomados, para alimentar a etapa seguinte do ciclo PDCA. (CAMPOS

apud ANDRADE, 2003)

3.7.3 Check (verificação)

A terceira etapa do ciclo PDCA é definida como a fase de verificação

das ações executadas na etapa do. Essa etapa irá se basear nos resultados

das ações procedentes da fase de planejamento, e devido a esse fato, todas as

ações deverão ser monitoradas e formalizadas adequadamente na etapa

check, para que a verificação dos resultados na etapa em questão possa ser

realizada da maneira mais eficaz possível. (ANDRADE, 2003)

Segundo Campos (1992), essa etapa pode ser dividida em:

a) comparação dos resultados: devem-se utilizar os dados coletados

antes e após a ação de bloqueio para verificar a efetividade da ação

e o grau de redução dos resultados indesejáveis. Os formatos

usados na comparação devem ser os mesmos antes e depois da

ação;

b) listagem dos efeitos secundários: toda alteração no sistema pode

provocar efeitos secundários positivos ou negativos. Cabe a

organização tomar as devidas providências com relação a esses

efeitos;

c) verificação da continuidade ou não do problema: quando o resultado

da ação não é tão satisfatório quanto o esperado, certifique-se de

que todas as ações planejadas foram implementadas conforme o

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plano inicial. Quando os efeitos indesejáveis continuam a ocorrer,

mesmo depois de executada a ação de bloqueio, significa que a

solução apresentada foi falha. Se a solução foi falha deve-se retornar

a fase de Análise do fenômeno da etapa PLAN para que novas

ações possam ser discutidas e as causas desse problema possam

ser de fato, bloqueadas e solucionadas.

Se o resultado da ação for satisfatório, passa-se para a etapa A (ação)

com o objetivo de se estabelecer meios de manutenção dos bons resultados

atingidos.

3.7.4 Action (ação)

Na etapa de Ação, são estabelecidos os meios de manutenção dos bons

resultados atingidos. Nesta etapa, para a manutenção dos bons resultados

obtidos, são priorizadas as atividades de padronização e treinamento.

(AGUIAR, 2006)

Segundo Badiru (apud ANDRADE, 2003), as ações nessa fase devem

ser baseadas nos resultados positivos na etapa anterior, check, na expectativa

de padronizar essas ações para serem utilizadas em outras ocasiões

semelhantes.

O processo de padronização, segundo Campos (1992), consiste em

elaborar ou alterar um padrão. Devem-se esclarecer no procedimento

operacional os itens fundamentais para sua estrutura, tais como o quê fazer,

quem deverá executar tal tarefa, quando a mesma deve ser executada, onde

deve ser executada, como deve ser executada, e principalmente, por que essa

tarefa deve ser executada, sendo que esse itens deverão permear todas as

atividades incluídas ou alteradas nos padrões já existentes.

O processo de divulgação na empresa deve vir acompanhado pela

sistemática de educação e treinamento, realizados em palestras e reuniões,

contando com o suporte de manuais de treinamento distribuídos a todos os

funcionários da empresa envolvidos na mudança do padrão. (ANDRADE, 2003)

Segundo Campos (1992), deve-se procurar evitar possíveis confusões,

estabelecendo a data de inicio da nova sistemática e quais as áreas que serão

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afetadas para que a aplicação do padrão ocorra em todos os locais

necessários, ao mesmo tempo e por todos os envolvidos.

Quanto aos funcionários da empresa, cabe certificar-se de que todos

estão aptos a executar o novo procedimento operacional padrão. O

treinamento para os mesmos deve ser preferencialmente no local de trabalho,

provendo recursos necessários para a eficácia do treinamento. (ANDRADE,

2003)

E finalmente, segundo Campos (1992) esse padrões devem ser

acompanhados regularmente para verificar o cumprimento dos procedimentos

operacionais padrão, sendo que a empresa deve evitar que um problema

resolvido reapareça devido à degeneração no cumprimento dos padrões.

O ciclo PDCA chega a sua fase final na etapa action. É nessa fase que

se deflagra a necessidade de se iniciar um dos processos mais importantes, e,

anualmente, mais discutidos para uma organização: o processo de melhoria

Contínua. A partir desse momento que uma organização obtém seus padrões

de excelência, estes deverão sofrer contínuas mudanças, a fim de melhorá-las

cada vez mais, evidenciando o processo de melhoria contínua, e mantendo a

competitividade associada àqueles padrões. (ANDRADE, 2003)

É importante mencionar que toda melhoria muda o SDCA de patamar,

pois novas metas e novos procedimentos operacionais serão padronizados

para serem seguidos no dia-a-dia durante a produção. Essa forma de

gerenciamento, que conjuga o PDCA de Melhoria e o de Manutenção, é

continuada indefinidamente. (AGUIAR, 2006)

3.8 Ferramentas da qualidade

3.8.1 Folha de verificação

Uma das etapas mais críticas do processo de solução de um problema

ou de pesquisa, de uma forma geral, consiste na coleta de dados - conjunto de

técnicas que, com o emprego de uma folha de verificação apropriada, permite a

obtenção dos dados necessários a um tratamento estatístico específico.

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(OLIVEIRA apud SCHMIDT, 2004)

Para facilitar o trabalho do coletor e do analista, é utilizada a folha de

verificação, que se constitui em uma ferramenta para reunir dados e também

um ponto lógico para iniciar a maioria dos controles de processo ou dos

esforços para a solução de problemas. (OAKLAND apud SCHMIDT, 2004)

Após a coleta de dados são aplicadas várias técnicas para a obtenção

de informações úteis. Utilizando-se técnicas estatísticas adequadas é possível

comparar os dados, identificar valores suspeitos e fazer inferências úteis ao

processo de tomada de decisão. (SCHMIDT, 2004)

A folha de verificação (Quadro 1) é utilizada quando se deseja coletar

dados baseados em observações amostrais a fim de se definir um modelo. É

importante ressaltar sua importância no processo inicial de coleta de dados na

análise do problema. O primeiro passo é a determinação do evento que será

estudado (REIS, 2006). Além disso, deve-se:

a) definir um período de coleta de dados;

b) elaborar um formulário claro e fácil de manusear;

c) interpretar os dados de maneira consistente e fiel à realidade.

Ocorrências Problema

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Falta de Papel

Falta de Toner

Cópias muito claras

Separador não funciona

Alimentador de documentos

Alimentação de

transparências

Outros: A copiadora parou

Painel confuso

Copiadora sem energia

Fonte: REIS, 2006

Quadro 1: Modelo de folha de verificação

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3.8.2 Ferramenta 5W1H

De acordo com Rossato (apud BORGES, [s.d.]), a ferramenta 5W1H é

um documento de forma organizada que identifica as ações e as

responsabilidades de quem irá executar, através de um questionamento, capaz

de orientar as diversas ações que deverão ser implementadas.

Esta ferramenta de qualidade é bastante prática e muito utilizada para

execução de tarefas. Consiste de uma tabela que descreve as atividades

necessárias para execução de uma tarefa específica e é composta por 6

colunas (perguntas), derivadas do inglês (What, Who, Why, When, Where,

How) (Figura 7). Deve ser utilizada sempre que for preciso montar um plano de

ação.

WHAT WHEN WHERE HOW WHY WHO

O que será

feito?

Quando

será feito?

Onde será

feito?

Como será

feito?

Por que

será feito?

Quem o

fará?

Fonte: REIS, 2006

Quadro 2: Ferramenta 5W1H

3.8.3 Diagrama de Pareto

O Diagrama de Pareto é uma figura simples que visa dar uma

representação gráfica à estratificação. A estratificação é uma análise de

processo, pois é um método para ir à busca da origem do problema.

(CAMPOS, 1992)

A estratificação seguida da coleta de dados e a visualização gráfica

apresentada no Diagrama de Pareto permitem priorizar quantitativamente os

itens mais importantes. (CAMPOS, 1992)

O que o diagrama de Pareto sugere é que existem elementos críticos e a

eles deve-se prestar total atenção. Usa-se, assim, um modelo gráfico que os

classifica em ordem decrescente de importância, a partir da esquerda. Os

elementos sob estudo (apresentados na linha horizontal) são associados a uma

escala de valor (que aparece na vertical), constituída de 24 medidas em

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unidades financeiras, freqüências de ocorrência, percentuais, número de itens

e outros. (PALADINI apud SCHMIDT, 2004)

Segundo Campos (1992), o diagrama de Pareto é elaborado a partir de

uma coleta de dados realizada previamente e o Método de Análise de Pareto

permite:

a) dividir o problema em vários outros problemas menores, sendo estes

mais simples de serem resolvidos com o envolvimento das pessoas

da empresa;

b) priorizar projetos a partir do momento em que se baseia sempre em

fatos e dados;

c) estabelecimento de metas concretas e atingíveis.

Segundo Reis (2006) uma das ferramentas de análise utilizadas para

reunião de dados, dentre várias outras é a ferramenta 5W1H (Quadro 3),

exemplificada a seguir:

WHAT WHEN WHERE HOW WHY WHO

O que está

sendo

medido.

Qual a

unidade de

medida.

Freqüência

de

medição.

Quando

atuar.

Onde

serão

Conduzi-

das as

medições.

Como

deve

ser

executada

a medição.

Porque

deverá ser

executada

a medição.

Quem

realizará a

tarefa

(responsa-

bilidade).

Fonte: REIS, 2006

Quadro 3: Ferramenta 5W1H

Dessa forma, é possível atacar os problemas, de forma eficiente,

priorizando as causas que se mostram responsáveis pela maior parte das

perdas. Portanto, o processo de melhoria deve desenvolver-se passo-a-passo,

partindo-se daqueles considerados mais críticos, e cujos resultados positivos

trarão um retorno maior para o sistema. Isto não impede que sejam

desenvolvidas ações para eliminar causas consideradas simples, dentre as

muitas e triviais, desde que com baixo dispêndio de recursos e tempo.

(SCHMIDT, 2004)

Resumindo, a análise de Pareto permite a divisão de um problema

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grande em problemas menores priorizando os projetos mais importantes e

viabilizando o estabelecimento de metas. (CAMPOS, 1992)

A figura, a seguir, mostra um exemplo do diagrama de Pareto.

Fonte: CAMPOS, 1992

Figura 20: Diagrama de Pareto

3.8.4 Diagrama de causa e efeito

O diagrama foi originalmente proposto por Kaoru Ishikawa na década de

60. Inicialmente era utilizado em ambientes industriais para localização de

causas de dispersão de qualidade no produto e no processo de produção.

Atualmente é uma ferramenta muito empregada também na análise de

problemas organizacionais genéricos. (REIS, 2006)

Este diagrama, também chamado de diagrama espinha de peixe ou

diagrama de Ishikawa, foi criado para que todas as pessoas da empresas

pudessem exercitar a separação dos fins de seus meios. (CAMPOS, 1992)

O diagrama representa basicamente o efeito e suas causas. O efeito é

colocado no lado direito do gráfico enquanto as causas são listadas no lado

esquerdo. A representação esquemática é no formato de uma espinha de

peixe, razão pela qual o diagrama causa efeito também recebe a denominação

de Diagrama Espinha de Peixe. As causas principais geralmente se enquadram

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em seis categorias: método, mão-de-obra, material, máquina, medição, meio-

ambiente (REIS, 2006). A Figura 21 mostra um modelo do diagrama de causa

e efeito.

Uma das maneiras para se chegar às possíveis causas do problema é

promovendo um brainstorming. Reúne-se um grupo de pessoas que durante

um certo tempo vão apresentar as diversas possibilidades para as causas do

problema. (REIS, 2006)

Fonte: REIS, 2006

Figura 21: Diagrama de causa e efeito

3.8.5 Brainstorming

O brainstorming é uma rodada de idéias, destinada à busca de

sugestões através do trabalho de grupo, para inferências sobre causas e

efeitos de problemas e sobre tomada de decisão. (COSTA apud SCHMIDT,

2004)

Segundo Godoy (apud ANDRADE, 2003), o brainstorming é uma

dinâmica de grupo em que as pessoas, de forma organizada e com

oportunidades iguais, fazem um grande esforço mental para opinar sobre

determinado assunto.

Para efetivar o brainstorming, deve-se escolher um coordenador, o qual

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assume um papel fundamental para o sucesso da reunião. O mesmo deve

explicar, de forma detalhada, as etapas relativas ao brainstorming, certificando-

se que todos compreenderam a seqüência de trabalho. (ANDRADE, 2003)

Espera-se liberar os membros da equipe de formalismos limitantes, que

inibem a criatividade, e, portanto, reduzem as opções de soluções e meios.

Busca-se encontrar a diversidade de opiniões e idéias. Por estes motivos,

talvez esta seja a técnica mais difícil de ser utilizada, pois está mais centrada

na habilidade e vontade das pessoas, do que em recursos gráficos ou

matemáticos. (SCHMIDT, 2004)

Segundo Reys (2008), o brainstorming pode ser conduzido de duas

maneiras:

a) brainstorming estruturado: são feitas rodadas seqüenciais, nas quais

cada pesso deve contribuir com uma idéia ou “passar” até a próxima

rodada. Sua vantagem é dar chance de participação para todos;

b) brainstorming não estruturado: os membros do grupo podem dar

idéias livremente. Sua vantagem é criar uma atmosfera descontraída

e facilitar o desencadeamento de idéias, mas há o risco da

participação ser monopolizada pelas pessoas mais desinibidas.

3.9 Justificativa

A qualidade dos produtos tem se tornado uma exigência pelos clientes

consumidores, estando relacionada tanto a saúde alimentar como pelo prazer

de consumir um produto de boa qualidade.

Visando essas exigências as empresas estão buscando garantir a

qualidade de seus produtos e serviços através de um controle mais eficiente do

seu processo. Assim, melhorando e mantendo dentro dos padrões de

qualidade o produto final, que tanto tem sido almejada e exigida pelos seus

clientes.

Com o aumento do consumo de carne e industrializados, como o

produto hambúrguer, as empresas tentam manter um equilíbrio entre a

produtividade e a qualidade, buscando atentar a demanda dos produtos e ao

mesmo tempo oferecendo a máxima qualidade e satisfação dos seus clientes.

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87

Através do controle do processo e sua variáveis, utilizando a

metodologia PDCA de controle de processo que, hoje em dia, está amplamente

difundida no mercado como uma ferramenta de gerenciamento de processos,

tem-se buscado essa qualidade dos produtos e diminuição dos problemas

decorrente dos processos.

3.10 Objetivo

Geral: fazer um estudo estatístico sobre os principais problemas

relacionados ao produto hambúrguer e como proceder, utilizando o método

PDCA de melhoria, no tratamento dessas não conformidades para eliminar

esses problemas.

Específicos:

a) identificar o problema;

b) fazer uma análise do problema e do processo identificando as

principais causas que geram esse problema;

c) elaborar um plano de ação para correção desses problemas;

d) verificar os resultados obtidos;

e) caso os resultados sejam positivos, padronizar as atividades.

3.11 Materiais e métodos

3.11.1 Materiais

Para realização desse trabalho foram coletados dados através de um

sistema de registros de atendimento a clientes e consumidores, onde são

armazenadas as informações recebidas referentes aos problemas identificados

nos diversos produtos, possibilitando assim a investigação e o tratamento

dessas ocorrências.

Esse registro é um sistema informatizado que armazena dados sobre o

número do registro, o cliente (nome, endereço, telefone), o vendedor (nome,

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endereço, telefone) o produto comprado (quantidade, data de produção e

validade, data do recebimento), o problema identificado (motivo, quantidade do

produto com problema, data da identificação do problema, análise do produto,

ações a serem tomadas referentes ao problema).

3.11.2 Metodologia

A metodologia empregada para tratamento das não conformidades

identificadas no produto hambúrguer foi à aplicação do ciclo PDCA de melhoria

de processo, visando à diminuição dos problemas apresentados.

As etapas do ciclo utilizadas no tratamento das não conformidades

foram as seguintes:

a) identificação do problema;

b) observação do problema;

c) análise do processo;

d) plano de ação;

e) execução;

f) verificação;

g) ação.

3.12 Resultados e discussão

3.12.1 Identificação do problema

A identificação do problema foi realizada através de uma pesquisa de

dados feita no sistema de registros de atendimento a clientes e consumidores,

onde foram coletados dados dos problemas referentes ao produto hambúrguer

sendo que para este trabalho específico foram utilizados para identificação dos

problemas os registros dos primeiros seis meses de 2007, de janeiro a junho

de 2007.

Após a coleta de dados foi realizada a estratificação desses dados para

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identificar as principais não conformidades no produto hambúrguer e priorizar

quantitativamente em ordem de importância os problemas identificados.

O Quadro 4 mostra os principais problemas referentes ao produto

hambúrguer e número de ocorrências de cada problema.

Fonte: BERTIN, 2008

Quadro 4: Principais problemas do produto hambúrguer e suas ocorrências

Foi utilizado gráfico para melhor visualização dos principais problemas

identificados e Diagrama de Pareto que é visualização gráfica que permitem

priorizar quantitativamente os itens mais importantes em ordem decrescente de

importância.

O gráfico de barras e o Diagrama de Pareto estão ilustrados nas Figuras

22 e 23, respectivamente.

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 22: Estratificação por problema do produto hambúrguer

Problemas Nº de ocorrências

Embalagem secundária danificada 2

Contaminante físico 5

Produto com Cor alterada 3

Produto Odor Alterado 3

Formato danificado 1

0

1

2

3

4

5

Janeiro a Junho de 2007

Embalagem secundáriadanificada

Contaminante físico

Produto com Cor alterada

Produto Odor Alterado

Hambúrguer com formatodanificado

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90

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 23: Diagrama de Pareto mostrando a estratificação por problema

Pode-se então observar que o principal problema identificado foi o

problema de contaminante físico com 36% do total de problemas identificados

no produto hambúrguer dentro do período de seis meses.

3.12.2 Observação

Após identificado o principal problema que nesse caso é a presença de

contaminante físico no produto hambúrguer, a próxima etapa é a observação

do problema.

Nessa etapa foram observados pela equipe responsável e qualificada os

contaminantes físicos para possível identificação de sua origem, bem como

acompanhamento através do fluxograma do processo de produção para

identificação de alguma falha nas etapas do processo produtivo.

3.12.3 Análise

Nessa etapa foi realizada a análise das principais causas que poderiam

Janeiro a Junho de 2007

36% 21% 21%

14% 7%

100%

57%

79%

93%

0%10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

100%

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ocasionar o problema de contaminante físico, utilizando a ferramenta

denominada Brainstorming, feito pelas pessoas da equipe devidamente

qualificadas. O Brainstorming é uma ferramenta excelente para definição de

causas e efeitos de problemas e para gerar idéias rapidamente.

Após estabelecidas as causas mais prováveis geradoras do problema foi

utilizado o Diagrama de Causa e Efeito para organizar as causas identificadas

no Brainstorming.

As causas identificadas foram:

a) instalar esteira intermediária antes do detector de metal, para evitar

tal vibração que o aparelho sofre ao cair produto na mesma; ação

b) alta vibração do equipamento (detector de metais), impossibilitando o

funcionamento adequado do aparelho. Causa

c) instalar cortina de ar na saída do túnel 02, para evitar a queima do

solenóide, não tendo assim a falsa rejeição; ação

d) excesso de circulação de ar na saída do túnel de congelamento

possibilitando a danificação do aparelho e subseqüente não

funcionamento do mesmo. Causa

e) treinar colaboradores que trabalham na linha do detector de metal;

ação

f) falha operacional durante o processo produtivo causa

g) bloquear acesso aos parâmetros do detector de metal, para que o

operador não realize calibração do equipamento ficando restrito a

equipe técnica responsável pela manutenção; ação

h) erro de calibração do aparelho de detecção devido a não possuir

travas de segurança causa

i) substituir came da formadora devido ao desgaste natural e para

assegurar a qualidade do produto final ; ação

j) equipamento em más condições de uso devido ao desgaste natural.

Causa

O diagrama de causa e efeito é apresentado na Figura 24, a seguir:

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92

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 24: Diagrama de causa e efeito

3.12.4 Plano de ação

O plano de ação foi desenvolvido utilizando a ferramenta 5W1H com as

principais causas do problema, elaborando as ações a serem tomadas para

eliminação dessas causas e consequentemente do problema identificado.

A Quadro 5, a seguir, mostra o plano de ação:

continua

O que? Como? Porque? Onde? Quem? Quando?

Instalar esteira

intermediária

antes do

detector de

metal

Confeccionando

uma esteira

padrão para

detector de

metais

Para evitar

vibração da

esteira pelo

produto após

a bica

Produção Manutenção Julho

Contaminante

Físico

Mão de obra Material Método

Medição Meio Máquina

Alta vibração

do detector Excesso de circulação

de ar na

saída do túnel

Falha

operacional

Erro de

calibração

Equipamento

em más

condições

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conclusão

Instalar cortina

de plástico na

saída do túnel

de

congelamento

Instalando

borracha na

saída do túnel

Para eliminar

umidade no

detector de

metal

Produção Manutenção Julho

Treinar

colaboradores

Instruindo

colaboradores

para não alterar

os parâmetros do

detector de metal

Para evitar

falsa rejeição

Produção Supervisor

de Produção

Julho

Bloquear

acesso aos

parâmetros do

detector de

metal

Alterando senhas

de acesso

Para garantir

os

parâmetros

adequados

Produção Engenheiro

de

Manutenção

Julho

Substituir came

da formadora

Instalando nova

peça

Para eliminar

gerador de

contaminante

físico

Produção Manutenção Julho

Fonte: BERTIN, 2008

Quadro 5: Plano de ação

3.12.5 Execução

Nesta etapa, as ações estabelecidas no plano de ação foram colocadas

em prática para correção do problema, e assim poder avaliar a eficácia do

plano de ação através de registros das atividades realizadas. Para execução

das novas tarefas foi necessário um treinamento com as pessoas responsáveis

pela atividade para melhor execução das novas ações e entendimento da

importância das mesmas.

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3.12.6 Verificação

Para verificação da eficiência do plano de ação foram coletados dados

após a aplicação das ações do plano de ação, sendo este período de Agosto

de 2007 a Janeiro de 2008. Os dados coletados foram dos mesmos problemas

analisados nos seis meses anteriores a execução do plano de ação, assim

possibilitando uma comparação como os dados iniciais.

A Quadro 6 apresenta os dados coletados nos seis meses posteriores à

execução do plano de ação.

Fonte: BERTIN, 2008

Quadro 6: Problemas do produto hambúrguer e suas ocorrências

O gráfico de barras (Figura 25) e o Diagrama de Pareto (Figura 26),

abaixo, mostram uma melhor visualização dos dados.

Fonte: BERTIN, 2008

Figura 25: Gráfico por problema do produto hambúrguer

Problemas Nº de ocorrências

Embalagem secundária danificada 2

Contaminante físico 0

Produto com Cor alterada 2

Produto Odor Alterado 2

Formato danificado 0

0

1

2

3

4

5

Agosto de 2007 a Janeiro de 2008 Embalagemsecundária danificada

Contaminante físico

Produto com Coralterada

Produto OdorAlterado

Formato danificado

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Fonte: BERTIN, 2008

Figura 26: Diagrama de Pareto

Pode-se observar que houve a eliminação do problema de contaminante

físico após a aplicação do plano de ação, concluindo-se que o plano de ação

foi eficaz.

3.12.7 Ação

Após conclusão da eficiência do plano de ação, as atividades do mesmo

foram padronizadas para a manutenção dos bons resultados obtidos, na

expectativa serem utilizadas em outras ocasiões semelhantes. Nessa etapa é

priorizado o bom treinamento das pessoas responsáveis pelas atividades para

que as ações sejam executadas adequadamente.

Essas atividades devem ser acompanhadas regularmente para

verificação do seu cumprimento, a fim de evitar que o problema resolvido

reapareça devido ao não cumprimento dos padrões.

3.12.8 Conclusão

Agosto de 2007 a Janeiro de 2008

33%

0% 0%

33% 33%

67%

100% 100% 100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Em

bal

agem

secu

nd

ária

dan

ific

ada

Pro

du

to c

om

Co

r al

tera

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du

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lter

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Co

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Fo

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od

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icad

o

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Conclui-se que o ciclo PDCA de controle de processo foi muito eficaz

para redução do problema encontrado, conforme os resultados obtidos houve a

eliminação do problema após a aplicação do plano de ação.

Os resultados obtidos nos seis primeiros meses de 2007, entre Janeiro e

Junho, foram de 36% do total de problemas identificados sendo obtidos 5

ocorrências nesse período. E nos seis meses após a aplicação do plano de

ação, entre Agosto de 2007 e Janeiro de 2008, o resultado obtido foi de 0% do

total de problemas, isso quer dizer que não houve nenhuma ocorrência

relacionada ao problema de contaminante físico. Assim, obtendo a meta

desejada.

Todas as etapas do ciclo são de grande importância para a obtenção de

bons resultados e devem ser realizadas com toda atenção e dedicação por

todos os envolvidos.

Como proposta para análises futuras, o ciclo PDCA poderia ser utilizado

para os demais problemas identificados como produto com cor alterada,

produto com odor alterado e embalagem secundária danificada que tiveram

uma maior porcentagem de ocorrências nesses últimos seis meses analisados.

3.13 Técnicas chaves para telemarketing

A primeira regra que a empresa Bertin utiliza no telemarketing é sempre

escutar cuidadosamente os clientes e os tratar com dignidade. O analista de

atendimento deve reconhecer que se os clientes não comprarem, a empresa

estará fora de negócio e ele perderá seu emprego. O software deve ter uma

tela de ajuda ou emitir um manual orientativo na arte de escutar tudo no

telemarketing, buscando desta forma atender o cliente da melhor forma

possível.

3.13.1 Métodos para bem escutar

A empresa Bertin utiliza alguns métodos para ajudar no telemarketing, a

fim de descobrir a necessidade dos clientes e analisar sua satisfação, como

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visto abaixo:

a) limite seu próprio tempo falando: você não pode falar e escutar ao

mesmo tempo;

b) pense como o cliente: o problemas de seu cliente e necessidades

são importantes e você entenderá e os reterá melhor se você escutar

os pontos de vista dele;

c) faça perguntas: se você não entende algo ou sente que pode ter

perdido um ponto, clareia isto logo antes de se envergonhar depois

por ter se omitido ao pedir esclarecimentos;

d) não interrompa: uma pausa, não significa uma declaração do cliente

ter acabado de falar tudo o que ele quer expressar;

e) se concentre: enfoque sua mente no que o cliente está dizendo.

Pratique em bloquear sua mente de distrações;

f) tome notas: isto lhe ajudará a se lembrar de pontos importantes. Mas

seja seletivo. Tentando anotar tudo que for dito pode resultar ficar

para atrás ou pior, retendo detalhes irrelevantes;

g) escute as idéias. Não só as palavras: Você quer analisar o todo da

situação, não só detalhes isolados e pedaços que não fazem sentido,

por isso capte com segurança as idéias;

h) interjeição: um ocasional sim, eu entendo, e assim por diante indica

ao cliente que você ainda está com ele, mas não faça isto como um

comentário sem sentido ou fora de contesto;

i) esqueça suas próprias preocupações: Isto não é sempre fácil, mas

não se desligar de pensamentos, compromissos ou problemas

pessoais que o preocupam, vai impedir de se conectar a mensagem

do cliente, criando como que um tipo de estática que pode prejudicar

a mensagem do cliente;

j) com antecedência: observações e perguntas devem estar

preparadas com antecedência, quando possível, livre sua mente para

escutar;

k) escute as idéias. Não a voz da pessoa: não permita a irritação do

cliente atrapalhar o que ele quer dizer - de uma maneira - a forma

dele falar o venha a distrair;

l) não salte para as conclusões: evite concluir o que o cliente vai

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dizer, e também não fique tentando completar as frases para ele;

m) escute o tom de voz: você pode aprender muito com o modo que o

cliente diz as coisas e o modo como ele reage às coisas que você

diz.

Os operadores devem ser extremamente bem treinados para perceber

as particularidades dos produtos que o cliente quer, mas também perceber o

cliente como um todo. Por exemplo, quando um cliente chamar a empresa para

obter informações sobre preços e detalhes de um produto que ele estava

planejando comprar no futuro. Ele pode não ter a intenção de comprar naquele

momento.

O vendedor na conversação com o cliente abre brechas para eles

acharem afinidades. Os dois homens interagem com mais facilidade e levanta-

se uma relação de confiança: vendedor - comprador, a partir daí torna-se fácil

efetuar o fechamento do negócio.

Considerando-se o conceito de Marketing, segundo Costa; Talarico

(1996) onde dizem que marketing é um conjunto de atividades empresariais que

visam satisfazer as necessidades e os desejos de um ou vários mercados,

através da oferta de produtos, adquiridos por um processo de troca, entende-se

o grau de importância que um Serviço de Atendimento ao Consumidor pode

representar para criação de um bom relacionamento entre clientes e

fornecedores.

Uma das ferramentas para que isto ocorra é, sem dúvida, o uso do

telemarketing, que compreende a aplicação integrada e sistemática de

tecnologias de telecomunicações e processamentos de dados, bem como de

sistemas administrativos, com o propósito de otimizar os meios de comunicações

de marketing usados em uma campanha para atingir seus clientes.

Segundo Monteiro (1997), o serviço de telemarketing nas empresas

pode ser feito internamente ou por terceiros através de empresas

especializadas. E este telemarketing pode ser ativo ou receptivo:

a) telemarketing ativo: uma equipe organizada telefona para os clientes

atuais ou potenciais com a finalidade de efetuar vendas; qualificar

clientes; agendar visitas; levantar necessidades; apresentar,

promover e informar lançamentos de produtos, entre outros;

b) telemarketing receptivo: uma equipe treinada e organizada atende as

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solicitações dos clientes que ligam para a empresa e são atendidos

com cortesia, rapidez e eficiência. O telemarketing receptivo procura

manter o cliente a par de tudo aquilo que possa lhe interessar em

relação aos serviços ou produtos que estão sendo fornecidos e ainda

esclarece dúvidas quanto a esses produtos e serviços.

A aplicação do telemarketing aparece como ferramenta fundamental

para o relacionamento com o cliente.

3.14 Qualidade – uma opção para excelência no atendimento

Toda organização tem um propósito, com fins lucrativos ou não, que

procura atender a uma necessidade.

Quando todas as organizações existentes cumprirem com seu dever de

suprir suas necessidades, elas se igualam. No entanto, para que a meta

individual de cada empresa seja alcançada, é preciso investir no

relacionamento cliente/empresa, já que pesquisas recentes revelaram que

custa cinco vezes mais caro conquistar um novo cliente do que manter os

antigos, ou seja, é mais rentável e eficiente apostar nas relações já

assentadas, procurando, é claro, não perdê-las.

Para satisfazer o cliente de hoje não basta mais ter o melhor preço e

qualidade, é necessário agradá-lo, contentá-lo. A equipe deve estar

devidamente treinada para não extrapolar no relacionamento nem tampouco

minimizar sua importância, sabendo as diferentes expectativas que ele poderá

criar para seu produto e/ou serviço.

Qualidade pode ser descrita como a capacidade que um produto ou

serviço tem para satisfazer plenamente as expectativas do cliente. O perfeito

conhecimento dos clientes, suas necessidades, desejos (de reconhecimento,

conforto, prestígio, exclusividade, personalização) e expectativas é ponto

indispensável para a qualidade do atendimento. Direcionar o atendimento para

estes aspectos implica atender com:

a) presteza (ajuda o imediatismo);

b) competência (conhecimento, experiência e segurança);

c) credibilidade (confiança e honestidade);

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d) confiabilidade (capacidade de cumprir o prometido);

e) disponibilidade dos Profissionais (predisposição para ajudar e servir);

f) segurança (sigilo, confidencialidade nos negócios, segurança

pessoal e patrimonial);

g) organização (senso de ordem e arrumação);

h) comunicação (informação adequada e completa para o cliente);

i) iniciativa (adaptação a situação novas);

j) cortesia (educação respeito e cordialidade);

k) flexibilidade (nas atitudes);

l) imagem (conceito ou filosofia da empresa).

Em sentido técnico, qualidade pode referir-se a aspectos físicos, como

durabilidade e segurança, incluindo também o componente tangível da

satisfação do cliente, a capacidade de uma mercadoria ou serviço de atender

ou exceder as necessidades e expectativas do comprador.

A verdadeira mensuração da qualidade se dá quando um

empreendimento satisfaz seus clientes. A qualidade é o que o cliente diz que é

e não o que você imagina que seja. Para se informar sobre a qualidade a

empresa deve ouvir seu cliente.

Procurar satisfazer o cliente implica antes descobrir seus desejos,

necessidades, exigências, satisfações de forma a manter o cliente

permanentemente. Não basta apenas oferecer produtos de qualidade, mas sim

um atendimento também com qualidade. Conforme Cobra (1993): o cliente se

conquista e se mantém com base na qualidade de atendimento.

Se a qualidade de atendimento ao consumidor depende das pessoas

dentro das empresas, é preciso motivar os colaboradores da empresa a

prestarem sempre um atendimento diferenciado e personalizado a cada cliente,

ou seja, é necessário que a empresa invista em capital intelectual dos seus

colaboradores.

Para o funcionário atender bem é preciso que saiba, que possa e que

queira fazê-lo. Saber fazer é uma questão de conhecimento, habilidade ou

atitude. Poder fazer é uma questão de ter e poder usar os recursos

necessários. Querer fazer é uma questão volitiva que depende do estado de

espírito, do ânimo, da satisfação das pessoas quando realizam o seu trabalho.

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Logo, o querer fazer está associado ao clima organizacional, que muitas vezes

é onde encontramos as causas da má qualidade dos atendimentos.

As empresas investem pesado na melhoria dos seus produtos, mas não

são tão cuidadosas com os seus serviços; tanto os prestados internamente,

quanto os prestados diretamente aos seus consumidores finais.

Se a empresa desejar vencer e sobreviver precisa desenvolver uma

filosofia de trabalho, orientada para os consumidores e clientes. Somente a

empresa que encantarem os clientes é que obterá sucesso no mercado.

3.14.1 Atendimento de qualidade ao cliente

Atender o cliente com qualidade ou satisfazê-lo, é uma filosofia

empresarial baseada na parceria. É fundamental compreender que atender o

cliente com qualidade não se resume a tratá-lo bem, com cortesia. Mais do que

isso, hoje significa acrescentar benefícios a produtos e serviços objetivando

superar as expectativas dele. É necessário se estabelecer um canal de

comunicação direto entre cliente e empresa, através do qual o primeiro é

regularmente ouvido, com muita atenção, e suas críticas e sugestões

transformadas em especificações de melhores produtos e serviços.

Esta filosofia, que prioriza as necessidades e interesses do cliente, não

os da própria empresa, leva ironicamente a um aumento do volume de

negócios em função da fidelidade do cliente. Além disso, estudos demonstram

que, para a maioria das pessoas, a qualidade do serviço é mais importante do

que seu preço, concluindo-se que os consumidores estão dispostos a pagar

mais por serviços de qualidade.

A implantação de um serviço orientado ao cliente necessita de um

absoluto comprometimento da empresa inteira, a começar por aqueles que

determinam os rumos e as estratégias maiores, ou seja, seus diretores e

proprietários. Outro ponto a ser considerado, é a concessão de maior

autonomia e apoio ao pessoal de linha de frente, assegurando a perfeita

coordenação e interação entre todos os departamentos, desde recursos

humanos até o pessoal da linha de frente, passando pelas áreas de finanças,

marketing e todas as demais.

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Outro, fundamental, é o estímulo ao treinamento de todos aqueles que

têm um contato com os clientes para que seja entregue aos mesmos o

produto/serviço que lhe foi prometido. Em outras palavras, tem que se

estabelecer uma parceria não só com o cliente, mas também com seu

funcionário, já que sem sua cooperação qualquer plano está fadado ao

insucesso.

Foi-se o tempo da prepotência empresarial, porque o poder agora está

nas mãos do cliente através do seu direito de escolha. Se uma empresa não

procurar conhecer seu cliente para atender suas necessidades e expectativas,

certamente haverá um concorrente que irá fazê-lo. As estatísticas indicam que

mais de 90% dos clientes insatisfeitos com uma empresa nunca mais a

procurarão e ainda comentarão sobre sua experiência negativa com 10 a 17

pessoas de seu relacionamento.

O cliente tem sido historicamente desrespeitado, pelo mau atendimento

dado por um grande número de empresas. Porém, a empresa Bertin entendeu

que havia aí uma oportunidade para diferenciar-se no mercado, e ampliar seus

negócios e lucros.

Devido se ter vivido muitos anos de regime autoritário, protecionismo de

mercado, monopólios e entre outros, muitas empresas foram levadas a uma

atitude de prepotência perante o consumidor. Porém, com a globalização da

economia e a integração da nossa economia ao mercado, da competitividade

crescente e da comunicação na era da Internet, o cliente começa a despertar

para seu verdadeiro papel que é exercer o seu poder de escolha.

3.15 Feedback – o retorno da satisfação do cliente

Para a intensificação da satisfação do cliente, a empresa deve efetuar

um levantamento de todas as informações do seu desempenho atual, sendo

assim ela passa compreender as diferenças entre os clientes satisfeitos e os

insatisfeitos.

Através do feedback do cliente, a empresa pode iniciar um Programa de

Mensuração da Satisfação do Cliente (CSM - Customer Satisfaction Measure),

sendo este um procedimento para medir o feedback com relação às metas de

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103

satisfação do cliente e conseqüentemente desenvolver uma estratégia de ação

de melhoria para não só atender as expectativas dos seus clientes, mas buscar

o ápice, a superação destas expectativas.

Essas atividades evidenciam que se o gerenciamento de relacionamento

com os clientes for aplicado na empresa de forma que todos os envolvidos

foquem o cliente como o responsável principal pelo sucesso, pode-se dizer que

a empresa passa a ter a vantagem competitiva e a ocupar espaço na mente do

consumidor e nos canais de distribuição, agregando, assim, mais valor e

estando mais próxima do sucesso.

A empresa Bertin acredita que a satisfação do cliente é essencial para o

lucro e a sobrevivência da empresa no longo prazo, pois os clientes são as

pessoas mais importantes. É por isso que um Programa de Satisfação do

Cliente é importante, pois a Satisfação de Clientes não é necessariamente o

melhor produto, o preço mais baixo, o melhor discurso; não é aquilo que se

acha que é importante para o cliente, mas sim, aquilo que o cliente enxerga e

espera da empresa.

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CONCLUSÃO

Para que a empresa pudesse atender a lei 8.078 de 11 de setembro de

1990, que divulgou o Código de Defesa do Consumidor, a empresa Bertin SA

disponibiliza um canal direto com o consumidor, onde registra as reclamações

através de uma ferramenta chamada RACC (Registro de Atendimento a

Clientes Consumidores), onde coleta as informações dos clientes/

consumidores, investiga as ocorrências e através do envolvimento dos

responsáveis pelos processos, busca a solução para as reclamações dos

clientes.

O atendimento com contato direto a um profissional da empresa

proporciona uma confiabilidade maior do cliente em relação ao motivo do

contato e maior agilidade na resolução das reclamações. Este contato direto

possibilita também ao profissional do Bertin entender o cliente e o

comportamento deste.

Este contato com o cliente/consumidor contribui para a investigação do

verdadeiro motivo do contato, ajudando a caracterizar a reclamação como

procedente ou não.

No caso de consumidor a troca de produtos são efetuadas de acordo

com a manifestação e o resultado da investigação através de um representante

diretamente com o consumidor, sem que este tenha que se deslocar ao local

onde adquiriu a mercadoria.

No caso do cliente pessoa jurídica, a troca do produto não é efetuada

apenas o cliente devolve o mesmo e recebe um desconto em seu titulo, como

forma de ressarcimento.

Para as reclamações relacionadas à saúde pública, é disponibilizado um

técnico da área de Atendimento a Clientes da Garantia da Qualidade onde

realiza uma visita ao cliente e dependendo do caso a empresa disponibiliza

toda a assistência médica ao consumidor através dos médicos e enfermeiros

da empresa.

Com isso observa-se a preocupação da empresa em atender, e resolver

as reclamações dos consumidores e clientes, para que eles se sintam pessoas

importantes e passam a visualizar a empresa como séria e responsável,

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tornando-se fiel a marca.

A empresa Bertin se preocupa a todo o momento com a satisfação dos

clientes, procurando ter um bom relacionamento com os mesmos, e buscando

um feedback para resolver os problemas.

O bom relacionamento da empresa com o cliente é essencial para o

sucesso empresarial, pois satisfação de clientes é muito mais abrangente do

que simplesmente retenção de clientes.

A empresa Bertin também utiliza algumas ferramentas de qualidade para

resolver problemas, pois construir e manter um relacionamento de longo prazo

com um cliente vai muito além de uma transação, um único projeto ou serviço.

Envolve contato contínuo com o objetivo de compreender as expectativas

gerais do cliente em relação ao atendimento e relacionamento com a empresa.

Portanto, o objetivo do trabalho foi atingido, pois foi demonstrado que a

satisfação do cliente continua sendo essencial para o lucro e a sobrevivência

das empresas no longo prazo.

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