GERALDES, P. (2008) Contributo para a organização da reserva técnica do Museu Parada Leitão

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO RELATÓRIO DE ESTÁGIO Patrícia Geraldes Curso Integrado de Estudos Pós-graduados em Museologia Setembro de 2008

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Este trabalho pretende ser o reflexo das actividades e tarefas desenvolvidas no âmbito do estágio do Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados em Museologia leccionado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Integrado na área científica de Conservação Preventiva, foi orientado internamente pela Mestre Paula Menino Homem e externamente pela Mestre Patrícia Costa.O objectivo primordial do estágio assentou na planificação da estrutura da reserva técnica de objectos, de modo a criar as condições de conservação, acesso e gestão adequadas.

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Patrícia Geraldes Curso Integrado de Estudos Pós-graduados em Museologia

Setembro de 2008

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FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TÉCNICAS DE PATRIMÓNIO

SECÇÃO DE MUSEOLOGIA

CURSO INTEGRADO DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM MUSEOLOGIA

(VIA ESPECIALIZAÇÃO)

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO

DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO

Patrícia Geraldes

Porto

2007/08

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

I I

À Paula Menino Homem, responsável da área cientifica de Conservação Preventiva,

pela orientação, paciência, disponibilidade e

pela forma pragmática e objectiva com que transmite os seus conhecimentos.

Aos colegas de trabalho e de turma pela partilha de ideias.

Ao Luciano pela falta de tempo que tive para ele.

A todos os meus mais sinceros agradecimentos.

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

II II

SUMÁRIO Pág.

ABREVIATURAS ............................................................................................................................................................. III

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................................................................... IV

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................................................... VI

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................ 1

I. AVALIAÇÃO DE RISCO............................................................................................................................................... 10

A INSTITUIÇÃO .......................................................................................................................................................... 11

CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL ........................................................................................................ 13

O EDIFICIO................................................................................................................................................................. 20

A RESERVA TÉCNICA ................................................................................................................................................. 29

O ESPÓLIO EM RESERVA ........................................................................................................................................... 34

PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DE ACTUAÇÃO .......................................................................................... 36

II. PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA ................................................................................................................. 39

AUDITORIA ................................................................................................................................................................ 41

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E ESPACIAL DA RESERVA ............................................................................................ 43

PLANO DE DISTRIBUIÇÃO DO MOBILIÁRIO ............................................................................................................... 45

PLANO DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS .................................................................................................................. 49

SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO ....................................................................................................................................... 61

III. MANUAL DE PROCEDIMENTOS E NORMAS DE GESTÃO DA RESERVA TÉCNICA ................................................... 64

ACESSO FÍSICO À RESERVA ........................................................................................................................................ 65

IDENTIFICAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS ................................................................................................... 67

MARCAÇÃO DOS OBJECTOS ...................................................................................................................................... 67

ARMAZENAMENTO ................................................................................................................................................... 68

MOVIMENTAÇÃO ...................................................................................................................................................... 68

AUDITORIA ................................................................................................................................................................ 70

MANUTENÇÃO .......................................................................................................................................................... 72

IV. PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA RESERVA TÉCNICA DE OBJECTOS .................................................... 73

PRINCIPIOS GERAIS ................................................................................................................................................... 74

ESTRATÉGIA DE MONITORIZAÇÃO E CONTROLO AMBIENTAL .................................................................................. 74

EXAME/INSPECÇÃO E REGISTO ................................................................................................................................. 77

INTERVENÇÃO E REGISTO ......................................................................................................................................... 79

MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRECTIVA ............................................................................................................ 80

V. RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................................................. 85

GLOSSÁRIO .................................................................................................................................................................. 94

ANEXOS ..................................................................................................................................................................... 101

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................................ 119

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III III

ABREVIATURAS

ICOM – International Council of Museums

ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto

MPL – Museu Parada Leitão

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IV IV

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DO DISTRITO DO PORTO EM PORTUGAL ................................................................................14

FIGURA 2 - LOCALIZAÇÃO DA FREGUESIA DE PARANHOS NA CIDADE DO PORTO ...............................................................14

FIGURA 3 - LOCALIZAÇÃO DO ISEP .........................................................................................................................15

FIGURA 4 - LOCALIZAÇÃO DO MUSEU NO CAMPUS DO ISEP ........................................................................................15

FIGURA 5 - SISMICIDADE HISTÓRICA E ACTUAL (1755 - 1996) ....................................................................................20

FIGURA 6 - ZONAS VERDES NA ÁREA CIRCUNDANTE AO MUSEU ....................................................................................22

FIGURA 7 - PLANTA DO PISO -1 DO EDIFÍCIO C E ÁREA OCUPADA PELO MUSEU (1998) .....................................................23

FIGURA 8 - PLANTA DO PISO -1 DO EDIFÍCIO C (2000)...............................................................................................24

FIGURA 9 - PLANTA DO MUSEU DEPOIS DAS OBRAS DE AMPLIAÇÃO E REORGANIZAÇÃO (PREVISÃO: 2008) ...........................24

FIGURA 10 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................25

FIGURA 11 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................25

FIGURA 12 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................25

FIGURA 13 - EXEMPLOS DE CANALIZAÇÕES ABERTAS E DE SISTEMAS DE ESCOAMENTO DE ÁGUAS ........................................26

FIGURA 14 - SISTEMAS DE ALARME E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS ....................................................................................26

FIGURA 15- CANALIZAÇÕES JUNTO AO TECTO COLOCADAS POR CIMA DOS OBJECTOS EM EXPOSIÇÃO ...................................26

FIGURA 16 – DESUMIDIFICADOR ...........................................................................................................................27

FIGURA 17 - SISTEMA DE AR CONDICIONADO ...........................................................................................................28

FIGURA 18 - SISTEMA DE VENTILAÇÃO ELÉCTRICA ......................................................................................................28

FIGURA 19 - CAIXA-DE-AR....................................................................................................................................29

FIGURA 20 - PLANTA DO MUSEU COM OS FACTORES QUE INFLUENCIAM A CONSERVAÇÃO E SEGURANÇA DO MUSEU ...............29

FIGURA 21 – PLANTA DO MUSEU E LOCALIZAÇÃO DAS DIFERENTES ÁREAS ......................................................................30

FIGURA 22 - ESPAÇO DESTINADO À RESERVA TÉCNICA ................................................................................................31

FIGURA 23 – ASPECTO GERAL DAS CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DOS OBJECTOS EM RESERVA (ATÉ DEZEMBRO DE 2007) 33

FIGURA 24 - OBJECTOS EM RESERVA POR CATEGORIA (DEZEMBRO 2007) .....................................................................34

FIGURA 25 - ESTADO DE CONSERVAÇÃO DOS OBJECTOS (DEZEMBRO 2007) ..................................................................35

FIGURA 26 - OBJECTOS EM RESERVA POR CATEGORIA: RESULTADOS APÓS A AUDITORIA ....................................................41

FIGURA 27 – FICHAS DE INVENTÁRIO CRIADAS DURANTE A AUDITORIA ..........................................................................42

FIGURA 28 - DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DA RESERVA TÉCNICA ...........................................................................................43

FIGURA 29- ÁREA DE RISCO ..................................................................................................................................44

FIGURA 30- ÁREA DE RISCO ..................................................................................................................................44

FIGURA 31 - ÁREA DE TRABALHO ...........................................................................................................................44

FIGURA 32- ÁREA DE RISCO (ANTES E APÓS A TRANSFERÊNCIA) ....................................................................................45

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO

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V V

FIGURA 33- ÁREA DE RISCO (ANTES E APÓS A TRANSFERÊNCIA) ....................................................................................45

FIGURA 34 - RESERVA: VISTA GERAL (ANTES DA TRANSFERÊNCIA DOS OBJECTOS).............................................................46

FIGURA 35- RESERVA: VISTA GERAL (APÓS A TRANSFERÊNCIA DOS OBJECTOS) .................................................................46

FIGURA 36 - ASPECTO DO ESPAÇO DESTINADO À RESERVA ANTES DA TRANSFERÊNCIA .......................................................47

FIGURA 37 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A TRANSFERÊNCIA DOS OBJECTOS ....................................................................47

FIGURA 38 - PLANO DE DISTRIBUIÇÃO DO MOBILIÁRIO E ÁREAS DE CIRCULAÇÃO ..............................................................49

FIGURA 39 - ESQUEMA DE COLOCAÇÃO DOS OBJECTOS NAS ESTANTES ..........................................................................50

FIGURA 40 - EXEMPLO DE OBJECTO AO QUAL NÃO FOI EFECTUADO NENHUM PROCEDIMENTO DE LIMPEZA ...........................51

FIGURA 41 - EXEMPLO DE SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO PROVISÓRIO ................................................................................53

FIGURA 42 – SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................54

FIGURA 43- SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO. ......................................................................................................54

FIGURA 44 - SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................55

FIGURA 45 - SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................56

FIGURA 46 - SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................56

FIGURA 47- SOLUÇÃO DE ACONDICIONAMENTO .......................................................................................................57

FIGURA 48- SOLUÇÃO CONTRA CHOQUES E VIBRAÇÕES ..............................................................................................57

FIGURA 49 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS .......58

FIGURA 50 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS .......58

FIGURA 51 - ASPECTO DA RESERVA APÓS A CONCRETIZAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS. ......59

FIGURA 52 - OBJECTOS COLOCADOS NA ZONA DE RISCO SEM QUALQUER CRITÉRIO DE ARRUMAÇÃO. ...................................60

FIGURA 53 - OBJECTOS COLOCADOS NO CHÃO SEM QUALQUER CRITÉRIO DE ARRUMAÇÃO ................................................60

FIGURA 54 - SOLUÇÃO DE ARMAZENAMENTO ..........................................................................................................61

FIGURA 55 - SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS POR PRATELEIRA ........................................................................61

FIGURA 56 - SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS POR ESTANTE ............................................................................62

FIGURA 57 - SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DAS ESTANTES POR CATEGORIA .......................................................................63

FIGURA 58 - EXEMPLO DE SOLUÇÃO DE ARMAZENAMENTO: ARMÁRIOS DE SISTEMA MÓVEL ..............................................90

FIGURA 59- EXEMPLO DE SOLUÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO DE CONTENTORES....................................................................90

FIGURA 60 - TIPOLOGIAS DE CONTENTORES ACONSELHADOS .......................................................................................90

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO

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VI VI

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - DADOS RELATIVOS À TEMPERATURA MÉDIA MENSAL ENTRE MAIO DE 2006 E FEVEREIRO DE 2008 ....................16

TABELA 2 - DADOS RELATIVOS Á HUMIDADE RELATIVA MÉDIA MENSAL ..........................................................................17

TABELA 3 - DADOS RELATIVOS À PRECIPITAÇÃO ........................................................................................................17

TABELA 4 - DADOS RELATIVOS AO VENTO ................................................................................................................18

TABELA 5 - DADOS RELATIVOS Á RADIAÇÃO SOLAR MÉDIA MENSAL ...............................................................................18

TABELA 6 - DADOS RELATIVOS AOS POLUENTES (2005) .............................................................................................19

TABELA 7 - CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR, DE ACORDO COM AS CLASSES DE CONCENTRAÇÃO, PARA 2005 ...19

TABELA 8 - IDENTIFICAÇÃO DE 3 TIPOS DE RISCO CONSOANTE FREQUÊNCIA E SEVERIDADE .................................................36

TABELA 9 - PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA DOS OBJECTOS EM RESERVA ..........................................................................52

TABELA 10 - VALORES DE TEMPERATURA E HUMIDADE RELATIVA ACONSELHADOS ...........................................................75

TABELA 11 - LISTAGEM DE DANOS E/OU PERDAS ......................................................................................................78

TABELA 12 - LISTAGEM DOS MÉTODOS DE INTERVENÇÃO ............................................................................................79

TABELA 13 - DOSES DE ILUMINÂNCIA MÁXIMA RECOMENDADA CONFORME SENSIBILIDADE DOS MATERIAIS ..........................81

TABELA 14 - OLOCAÇÃO DE MATERIAIS NAS ESTANTES DA RESERVA CONSOANTE SENSIBILIDADE DE MATERIAIS ......................81

TABELA 15 - RESPONSABILIDADES DOS PROFISSIONAIS DO MUSEU NA PREPARAÇÃO DO PLANO ..........................................92

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | INTRODUÇÃO

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1 1

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | INTRODUÇÃO

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2 2

Este trabalho pretende ser o reflexo das actividades e tarefas desenvolvidas no âmbito do

estágio do Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados em Museologia leccionado na Faculdade

de Letras da Universidade do Porto.

Integrado na área científica de Conservação Preventiva, foi orientado internamente pela Mestre

Paula Menino Homem e externamente pela Mestre Patrícia Costa, directora do Museu Parada

Leitão (ISEP), local onde decorreu o estágio.

Após a análise de um conjunto de hipóteses de programas de estágio passíveis de ser realizados,

decidiu-se conjuntamente que o de maior importância se prendia com a organização da reserva

técnica do museu. O MPL está a passar por uma fase de reorganização espacial, com o

incremento de novas áreas destinadas aos serviços técnicos e, por consequência, a libertação de

outras para a definição de uma exposição de longa duração. O maior desafio seria a concepção

do discurso expositivo da exposição. No entanto, sem a organização das condições espaciais e

ambientais dos materiais na reserva técnica, esse processo tornar-se-ia incompleto.

Assim, o objectivo primordial do estágio assentou na planificação da estrutura da reserva

técnica de objectos, de modo a criar as condições de conservação, acesso e gestão adequadas.

A reserva técnica de um museu é um espaço destinado a armazenar e acondicionar os objectos,

concebida para dar a máxima protecção e permitir uma utilização optimizada das colecções.

Uma reserva apropriada é um dos mais importantes componentes no programa de conservação

preventiva para preservar a colecção museológica. Quando bem planeada e organizada, para

além de assegurar o acesso à colecção, minimiza os riscos para os objectos, seja por

deterioração, danos ou perdas, através de:

Armazenamento e acondicionamento adequados;

Boas práticas de manuseamento;

Um programa de gestão de riscos efectivo;

Condições ambientais ideais;

Um ambiente livre de infestações;

Acesso ao espaço e colecções condicionado.

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3 3

Preservar o espólio em reserva envolve uma avaliação de todo o sistema de armazenamento e

acondicionamento e inclui três níveis: o espaço, o equipamento e os dispositivos de

armazenamento e acondicionamento.

Perante isto, optou-se por delinear um plano de acção como se apresenta a seguir:

1. Avaliação de risco

A realização de um diagnóstico de situação deveria permitir a identificação dos factores

presentes no museu e nas colecções que poderiam contribuir para a degradação activa do

espólio. Apenas na posse de dados concretos, não só do presente, como de um historial de

ocorrências, se poderia traçar a verdadeira relação objecto – ambiente e estabelecer

prioridades e estratégias de actuação de forma a minimizar, eliminar ou bloquear os riscos de

forma assertiva e diminuir custos.

2. Plano de organização da reserva técnica de objectos

O planeamento da reserva técnica depende directamente:

da natureza das colecções, i.e., quantidade, material, tamanho e estado de conservação;

do espaço físico e mobiliário disponíveis e das áreas que este vai incorporar, i.e., se vai

incorporar uma zona de trabalho, de investigação e/ou de acesso público;

da frequência de movimentações de objectos.

3. Metodologias e materiais de acondicionamento e armazenamento

Os métodos e materiais de acondicionamento e armazenamento deveriam garantir o acesso e

movimentação em segurança de objectos, pessoas e equipamentos.

4. Manual de normas e procedimentos de acesso e gestão da reserva técnica de objectos

A normalização facilita, acima de tudo, uma circulação eficaz da informação e da comunicação

entre a equipa técnica e os procedimentos devem assegurar que a cada objecto ou conjunto

corresponda um número de inventário único e diferenciado, seja possível saber de forma

rápida e exacta quantos e que tipo de objectos existem na reserva e quantos objectos existem

fora dela, se estabeleçam quais as responsabilidades dos técnicos do museu e se obtenha a

informação o mais detalhada possível acerca de um objecto ou conjunto, contribuindo ao

mesmo tempo para a conservação e fruição das colecções.

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4 4

5. Plano de Manutenção Preventiva da reserva técnica de objectos

De índole preventivo e protector, neste plano deveriam ser expostas não só as rotinas,

estratégias e actuações a assegurar, mas também os critérios e métodos de manuseamento e

os parâmetros de controlo e avaliação do estado de conservação dos objectos.

6. Recomendações

No final, deveriam ser apresentadas recomendações de actuação futuras, principalmente no

que diz respeito à segurança e situações de emergência.

O estágio foi programado, distribuindo as 300 horas disponíveis para a realização do mesmo,

pelos pontos de acção principais e as actividades inerentes ao mesmo conhecidas de antemão,

conforme o cronograma apresentado de seguida. Juntamente com esta calendarização,

apresentam-se também os desvios que aconteceram durante o processo.

Previsto

Realizado

Mês

Actividades

Nov.

07

Dez.

07

Jan.

08

Fev.

08

Mar.

08

Abril

08

Mai.

08

Jun.

08

Contacto entre instituições e

coordenadores/supervisores e

definição do plano de estágio

Formação complementar e integrada

Pesquisa bibliográfica e contacto com

instituições com trabalho de

relevância e interesse na área

Elaboração de relatórios mensais

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5 5

Mês

Actividades

Nov.

07

Dez.

07

Jan.

08

Fev.

08

Mar.

08

Abril

08

Mai.

08

Jun.

08

Diagnóstico das condições actuais

Organização da disposição estrutural

e espacial da reserva técnica

Definição das condições de

acondicionamento e armazenamento

adequadas e dos métodos de

monitorização e controlo ambiental

Delineação dos procedimentos e

normas de gestão da reserva

Concepção do plano de manutenção

preventiva

Transferência dos objectos

Limpeza dos objectos

Criação e/ou revisão das fichas de

inventário

Redacção do relatório final

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | INTRODUÇÃO

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

6 6

RESUMO DAS ACTIVIDADES, TAREFAS E RESPECTIVA DURAÇÃO

Horas previstas: 300 horas

Horas realizadas: 309,5 horas (a este número excluiu-se o nº de horas aplicadas na

realização do relatório final)

DEZEMBRO

TOTAL de horas do mês de Dezembro destinadas ao estágio: 60 horas

ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO

Formação integrada

Visita ao Museu do Vinho do Porto 3 horas

Visita à Casa - Museu Marta Ortigão Sampaio 3 horas

Conferência “Software de inventário, Gestão e

Divulgação nos Museus UP Índex Rerum” 7,5 horas

Conferência “Museus e Sociedade” 7,5 horas

Visita ao Museu Parada Leitão

Preparação prévia do guião da visita

3 horas Recepção dos alunos

Acompanhamento da visita

Diagnóstico da situação

Caracterização do acervo em reserva

22 horas

Caracterização do espaço: potencialidades e pontos

fracos

Avaliação dos dispositivos de

armazenamento/acondicionamento disponíveis

Caracterização das condições de monitorização e

controlo ambiental do espaço

Previsão de crescimento do acervo em reserva

Plano de distribuição espacial Definição da distribuição do mobiliário

3,5 horas Definição da área de circulação e acesso

Transferência dos objectos Colocação dos objectos no novo espaço 8 horas

Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 2,5 horas

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | INTRODUÇÃO

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

7 7

JANEIRO

TOTAL de horas do mês de Janeiro destinadas ao estágio: 16 horas

ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO

Diagnóstico da situação

Aferição e registo das dimensões.

14 horas

Avaliação do risco de perda ou dano mediante condições

ambientais existentes.

Organização do espólio Concepção do plano de organização e distribuição do

espólio de acordo com condições disponíveis 1 horas

Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 1 horas

FEVEREIRO

TOTAL de horas do mês de Fevereiro destinadas ao estágio: 72 horas

ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO

Formação integrada

Critérios e metodologias de marcação de artefactos 4 horas

Visita de estudo ao Centro de Materiais da Universidade do

Porto (CEMUP), Laboratório de Microscopia Electrónica de

Varrimento e Laboratório de Análises de Superfícies

4 horas

Sessão prática Índex Rerum 4 horas

Diagnóstico da situação

Avaliação do estado de conservação dos objectos e dos

sistemas de acondicionamento

10 horas Avaliação dos factores de risco actuais

Estabelecimento de prioridades de actuação

Plano de organização da reserva

Criação e / ou revisão das fichas de inventário

40 horas Colocação dos objectos na reserva técnica

Criação do sistema de localização

Acondicionamento e armazenamento Concepção dos métodos e materiais de acondicionamento

possíveis 2 horas

Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 8 horas

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8 8

MARÇO

TOTAL de horas do mês de Março destinadas ao estagio: 36 horas

ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO

Plano estratégico de

monitorização e controlo ambiental

Definição de estratégias

8 horas

Pesquisa de mercado: equipamentos e material

apropriado

Concepção do Manual de procedimentos e Gestão da documentação 1 hora

Concepção do Plano de Manutenção Preventiva 16 horas

Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 3 horas

Formação integrada

Formação teórica e prática em contexto laboratorial:

seminário / Identificação, caracterização e diagnóstico de

materiais: Madeiras

7 horas

Visita à reserva do Museu de Física da Universidade de

Coimbra 1 hora

ABRIL

TOTAL de horas do mês de Abril destinadas ao estágio: 105 horas

ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO

Plano estratégico de

Monitorização e controlo ambiental

Definição das condições de acondicionamento e

armazenamento adequadas e dos métodos de

monitorização e controlo ambiental

16 horas

Concepção do Plano de Manutenção Preventiva 16 horas

Plano de organização da reserva Colocação dos objectos em reserva 7 horas

Criação de fichas de inventário 2 horas

Limpeza mecânica dos objectos e dos equipamentos 54 horas

Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 3 horas

Formação integrada

Seminário A avaliação de Bens Culturais Móveis: Critérios

e Metodologias para mais eficiente gestão de riscos 4 horas

Formação teórica e prática em contexto laboratorial:

seminário / Identificação, caracterização e diagnóstico de

materiais: Vidros e Cerâmicas

3 horas

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | INTRODUÇÃO

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

9 9

MAIO

TOTAL de horas do mês de Maio destinadas ao estágio: 8 horas

ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO

Formação integrada Seminário Colecções de Fotografia 6 horas

Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 2 horas

JUNHO

TOTAL de horas do mês de Abril destinadas ao estágio: 12 horas

ACTIVIDADES TAREFAS DURAÇÃO

Formação integrada

Seminário Materiais Metálicos 3,5 horas

Seminário Gestão de Risco 3,5 horas

Consulta de bibliografia Pesquisa e consulta de bibliografia na Internet 5 horas

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | AVALIAÇÃO DE RISCO

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10 10 10

I.

AVALIAÇÃO DE RISCO

AVALIAÇÃO DE RISCO

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | AVALIAÇÃO DE RISCO

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11 11

A INSTITUIÇÃO

NOME DA INSTITUIÇÃO

Museu Parada Leitão

ENDEREÇO

Rua Dr. António Bernardino de Almeida, n.º 431. 4200-072 Porto

TELEFONE

(+351) 228340508

E-MAIL

[email protected]

RESPONSÁVEL

Mestre Patrícia Costa

TIPO DE INSTITUIÇÃO

Museu

DATA DE CRIAÇÃO

1998

PROPRIETÁRIO

Fundação Instituto Politécnico do Porto

MISSÃO

Reunir, em beneficio da comunidade, bens culturais, materiais e imateriais,

representativos da evolução do ensino industrial, destacando o seu contributo para o

desenvolvimento nacional.

OBJECTIVOS:

Promover o conhecimento do património científico e técnico da cidade do Porto no

seu contexto sociocultural, económico, geográfico e científico;

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12 12

Promover relações de reciprocidade entre o Museu e o tecido sociocultural

envolvente, funcionando como instituição âncora do desenvolvimento de projectos

inovadores com a comunidade local;

Ter um papel activo na vida cultural portuense;

Atrair um público alargado e implantar medidas que atendam às suas necessidades e

que o façam sentir implicado e protagonista nas actividades do museu;

Perspectivar novas e facilitadas relações de qualidade entre público, profissionais e

museu;

Estimular o papel do museu na sociedade e a sua relação com o território;

Promover a investigação sobre públicos, colecções, comunicação, exposição e

conservação, mantendo uma noção de progresso e inovação constantes;

Abrir o museu às tecnologias da informação e comunicação como um instrumento que

complementa, aperfeiçoa e transforma os dispositivos de conhecimento, informação,

investigação, exposição, criando novas formas de relação com o público, os

especialistas e os agentes culturais, principalmente através do Museu Virtual;

Desenvolver os procedimentos e políticas que assegurem a conservação e segurança

das colecções e que garantam o seu papel activo na evocação da riqueza cultural do

território;

Promover a participação activa e a formação contínua dos profissionais na vida do

museu.

Divulgar o estudo das ciências da engenharia, mostrando como se fez ontem, o que se

faz hoje e projectando, sempre que possível, o futuro;

Promover exposições temporárias e conferências a fim de divulgar a ciência, enquanto

meio de desenvolvimento cultural e científico da sociedade;

Incentivar e promover pesquisas e estudos em algumas áreas científicas

CONSERVAÇÃO

Função inerente à definição do museu e um dos objectivos da instituição

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13 13

EQUIPA

Conservadora: Mestre Patrícia Costa

Técnica Superior: Dra. Patrícia Geraldes

METAS PRETENDIDAS COM O DIAGNÓSTICO

Melhorar os cuidados com as colecções em reserva;

Desenvolver um sistema de armazenamento e acondicionamento das colecções em

reserva;

Conceber um plano de manutenção e gestão da reserva;

Aumentar a consciencialização da direcção e equipa técnica em relação às

preocupações e técnicas para a conservação das colecções.

CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTAL

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

O Museu Parada Leitão situa-se na Rua Dr. António Bernardino de Almeida, freguesia de

Paranhos, concelho e distrito do Porto e encontra-se provisoriamente instalado no ISEP.

Esta instituição fica localizada no limite noroeste da cidade numa densa malha urbana,

caracterizada por bairros residenciais como o bairro de Agra do Amial e o bairro da Azenha, pelo

Pólo Universitário da Asprela (o maior da cidade do Porto) que integra vários estabelecimentos

do ensino superior como a Universidade Portucalense Infante D. Henrique e a Universidade

Católica do Porto, a Escola Superior de Enfermagem, a Escola Superior de Educação do Porto, a

Faculdade de Medicina, Economia, Ciências e Desporto, Medicina Dentária e de Engenharia da

Universidade do Porto, o próprio Instituto Superior de Engenharia do Porto e algumas escolas

primárias. A par destes estabelecimentos de ensino, a zona envolvente integra ainda duas das

mais importantes estruturas de saúde do país: o Hospital de S. João e o Instituto Português de

Oncologia onde diariamente chegam milhares de pessoas para serem assistidas.

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14 14

Além destes aspectos é importante referir que esta zona está próxima de duas das vias mais

movimentadas da cidade do Porto: a VCI com ligação à auto-estrada n.º 3 e a Circunvalação.

Figura 2 - Localização da freguesia de Paranhos na cidade do Porto

Figura 1 - Localização do distrito do Porto em Portugal

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15 15

Figura 3 - Localização do ISEP

Figura 4 - Localização do museu no Campus do ISEP

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16 16

Temperatura média

(ºC) Mai-06 15,6

Jun-06 20,2

Jul-06 20,2

Ago-06 (*)

Set-06 (*)

Out-06 16,5

Nov-06 12,3

Dez-06 10,3

Jan-07 10,4

Fev-07 11,8

Mar-07 12,6

Abr-07 15

Mai-07 16,3

Jun-07 17,5

Jul-07 19

Ago-07 20,5

Set-07 20,3

Out-07 17

Nov-07 13

Dez-07 11

Jan-08 11,5

Fev-08 9

(*) sem dados

Tabela 1 - Dados relativos à Temperatura média mensal entre Maio de 2006 e Fevereiro de 2008

CONDIÇÕES AMBIENTAIS EXTERNAS

A cidade do Porto caracteriza-se por ter um clima temperado Atlântico, embora bastante

húmido e com algum arrefecimento nocturno.

A zona onde se localiza o Museu Parada Leitão não diverge desta apreciação. Através da Estação

Meteorológica situada na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1), instituição

também situada na área de análise, foram adquiridos os dados apresentados de seguida

relativos às condições climatéricas entre Maio de 2006 e Maio de 2007. Esta estação encontra-

se actualmente desactivada, mas media e registava com uma frequência de 10 minutos a

Temperatura, a humidade relativa, a direcção e velocidade do vento, a radiação solar e a

pressão média e está localizada a uma Latitude de 41°10' N, Longitude de 08° 35' O e a uma

Altitude de 73m.

Conseguiram apurar-se alguns valores respeitantes ao período de tempo entre Junho de 2007 e

Fevereiro de 2008, através dos Relatórios Mensais do

Instituto de Meteorologia Português (2), mas apenas

referentes à Temperatura média e ao nível de

precipitação registados na Estação Meteorológica de

Pedras Rubras.

TEMPERATURA (Tabela n.º 1)

Temperaturas médias elevadas diminuem as

oportunidades de arrefecimento. Variações anuais e

alterações diurnas reduzidas limitam os ciclos diários ou

sazonais de arrefecimento.

A Temperatura média é de 14°C, apesar da

tendência, como sabemos, ser para aumentar, e

verifica-se que existe uma amplitude térmica de

1 Fonte: Estação Metereológica da FEUP (http://paginas.fe.up.pt/~em01024/Estacao.htm)

2 Fonte: Relatórios Climáticos do Instituto de Meteorologia de Portugal (http://www.meteo.pt/pt/clima/info_clima/clim_informac.jsp)

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17 17

cerca de 10°C entre o Inverno e o Verão.

Face ao aquecimento global do planeta e às alterações climáticas visíveis que se têm registado

um pouco por todo o nosso país é de esperar que os dados venham a registar algumas

alterações todos os anos, sendo necessário estar com atenção a este factor nos próximos anos.

HUMIDADE RELATIVA (Tabela n.º 2)

Humidade relativa elevada aumenta as probabilidades de

desenvolvimento de fungos e insectos e oxidação.

A humidade relativa média é de 90%, um valor muito elevado,

traduzido muitas vezes em formação de nuvens e ocorrência

de nevoeiro, sendo que nos meses de Verão ou sempre que a

Temperatura

aumenta durante o

dia, se revela menor.

PRECIPITAÇÃO (Tabela n.º 3)

Os padrões de precipitação são importantes para entender

os níveis de humidade relativa e para desenvolver

estratégias de controlo ambiental.

A precipitação anual (valor de referência) da cidade

do Porto é de 1265mm. No entanto, analisando os

últimos 22 meses, como podemos ver no quadro (3), a

tendência é para diminuir, visto que em quase dois

anos apenas se registou cerca de 1517mm de

precipitação.

3 Fonte: Relatórios Climáticos do Instituto de Meteorologia de Portugal (http://www.meteo.pt/pt/clima/info_clima/clim_informac.jsp e

http://www.meteo.pt/resources/im/pdfs/clim_ac_61_90_Porto.pdf )

Precipitação

(mm)

Valores de referência

(mm) Mai-06 9 89

Jun-06 37 53

Jul-06 7 16

Ago-06 13.1 22

Set-06 94.5 64

Out-06 243 131

Nov-06 223 152

Dez-06 135 176

Jan-07 35 171

Fev-07 159.8 169

Mar-07 53 112

Abr-07 44 112

Mai-07 63 89

Jun-07 94 53

Jul-07 38 16

Ago-07 20 22

Set-07 16 64

Out-07 10 131

Nov-07 57 152

Dez-07 40 176

Jan-08 100 171

Fev-08 25 169

Tabela 3 - Dados relativos à precipitação

H.R. média (%)

Mai-06 92

Jun-06 74

Jul-06 74

Ago-06 (*)

Set-06 (*)

Out-06 98

Nov-06 96

Dez-06 92

Jan-07 93

Fev-07 96

Mar-07 83

Abr-07 86

Mai-07 89

(*) sem dados

Tabela 2 - Dados relativos á humidade

relativa média mensal

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18 18

Segundo dados do Instituto de Meteorologia, todos os valores mensais dos últimos 22 meses se

encontram abaixo do nível normal, à excepção dos meses de Setembro, Outubro e Novembro

de 2006 e de Junho e Julho de 2007 que ultrapassaram em muito os valores de referência. A

precipitação é mais frequente nos meses de Inverno, mas no ano passado registaram-se valores

anormais de precipitação no Verão.

VENTO E MOVIMENTAÇÃO DO AR (Tabela n.º 4)

Os padrões do vento e da movimentação são importantes para

determinar as estratégias de ventilação natural e arrefecimento.

Estando a menos de 30Km de distância do mar, nesta

zona, o ar é marítimo. O vento não tem uma direcção

predominante, variando entre os 42° e os 153°.

Em média a velocidade do vento rondou o 1,3 km/h, e

ainda que menor no Verão que no Inverno, esta

velocidade não representa qualquer risco para as

colecções ou edifício.

RADIAÇÃO SOLAR (Tabela n.º 5)

Os padrões de radiação solar e a existência de nuvens afecta a

intensidade da luz natural no interior assim como as perdas e ganhos de

calor e a Temperatura.

Sobressaem os meses de Inverno e de Verão, embora estes

últimos apresentem cerca de metade dos valores registados em

Dezembro e Janeiro. As horas de maior incidência são as do meio

do dia. A média anual atingiu os 378,3 W/m2.

Direcção do vento

media

(°)

Velocidade do vento

média (Km/h)

Mai-06 95 1,2

Jun-06 77 0,9

Jul-06 77 0,9

Ago-06 (*) (*)

Set-06 (*) (*)

Out-06 135 2,5

Nov-06 153 1,3

Dez-06 104 1,6

Jan-07 89 1,3

Fev-07 101 1,8

Mar-07 76 1,4

Abr-07 50 1,1

Mai-07 42 1,2

(*) sem dados

Tabela 4 - Dados relativos ao vento

Radiação

solar (W/m2) Mai-06 193,3

Jun-06 233,9

Jul-06 233,9

Ago-06 (*)

Set-06 (*)

Out-06 104,8

Nov-06 79,6

Dez-06 528,5

Jan-07 552,5

Fev-07 173,3

Mar-07 395,4

Abr-07 507,4

Mai-07 402,9

(*) sem dados

Tabela 5 - Dados relativos á radiação solar média mensal

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QUALIDADE DO AR (Tabelas n.º 6 e n.º7)

A qualidade do ar é uma área crítica a considerar na implementação de estratégias de ventilação,

especialmente quando a filtração mecânica não é eficiente ou viável.

A presença no ar de partículas em suspensão, liquidas ou sólidas, ou de gases que, a partir de

uma certa concentração, representam um transtorno ambiental, é outro factor que é necessário

avaliar, pois provocam a degradação das características físicas ou químicas do ecossistema e o

ambiente externo é a maior fonte desses poluentes.

Tipo de poluente

Estação Medições horárias

(nº)

Média anual

(µg.m-3)

Máximo horário (µg. m-3)

Máximo diário (µg. m-3)

SO2 Senhora da Hora 8727 9,5 324 87

NO2 Antas 8216 48,5 244 115

O3 Antas 8713 36 219 s/dados

Tabela 6 - Dados relativos aos poluentes (2005)

Tabela 7 - Classificação do índice de qualidade do ar, de acordo com as classes de concentração, para 2005 (4)

De acordo com o definido na legislação nacional e comunitária em vigência no que diz respeito à

qualidade do ar, nomeadamente a Directiva nº 1999/30/CE, a Directiva nº 2002/3/CE, o

Decreto-Lei nº 320/2003 e o Decreto-Lei nº 111/2002, os dados relativos à cidade do Porto

obtidos em 2005 (4) são representativos dos elevados índices de poluentes:

o dióxido de enxofre está abaixo dos valores limite diário para protecção da saúde humana

(125µg.m3);

o dióxido de azoto ultrapassa o limite recomendado (200µg.m3);

o ozono atinge limites prejudiciais a longo prazo, atingindo uma classificação de Fraco (limiar

de alerta: 240 µg.m3).

4 Fonte: Relatório Estado da Qualidade do Ar na Região Norte – 2005 CCDRN – Universidade de Aveiro

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20 20

NÍVEIS FREÁTICOS

Não existem dados exactos acerca dos níveis freáticos daquela zona, no entanto sabe-se que são

superficiais porque esta é uma zona de confluência de águas com pequenos cursos de água

subterrâneos que vão desaguar à ribeira da Asprela, actualmente entubada e principal curso de

água da referida zona. Por este facto a capacidade de absorção dos solos satura rapidamente,

podendo provocar inundações nos pisos inferiores e abaixo da cota do solo.

INTENSIDADE SISMICA

A carta de sismicidade histórica (1755-1996)

mostra que a região do Porto se encontra numa

zona com isossistas de intensidade máxima de

5, o que significa que no máximo poderá ser

sentido pela maioria das pessoas, cair estuque

dos edifícios e partirem-se vidros de janelas.

Figura 5 - Sismicidade histórica e actual (1755 - 1996), Instituto do Ambiente (1996)

O EDIFICIO

O Museu Parada Leitão situa-se, desde 1998, no piso -1 do Edifício C do campus do ISEP à cota

de -2,70m. O acesso ao Museu é efectuado, internamente, pelas escadas a Sul e pelo elevador, e

exteriormente através de uma rampa na fachada oeste.

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS

O edifício é construído num sistema misto de estrutura de betão armado e paramentos em

alvenaria de tijolo. O revestimento das fachadas é em tijolo aparente formando caixa-de-ar. No

revestimento das coberturas foi aplicado fibrocimento e lagetas de betão e, nas clarabóias, que

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são rebocadas e pintadas, foram colocadas telas auto protegidas. Os isolamentos térmicos e

hidrófugos foram garantidos.

As paredes são pintadas sobre betão aparente, o reboco estanhado com acabamento a tinta

plástica em todas as superfícies. Os tectos são pintados sobre betão aparente, reboco estucado

com acabamento a tinta de água e a tinta plástica nos espaços de circulação.

No que diz respeito à impermeabilização e vedações, as juntas de dilatação são preenchidas

com placas de aglomerado negro de cortiça e a impermeabilização das fundações e faces

exteriores de paredes enterradas com flintkote aplicado em duas demãos.

Todas as paredes enterradas foram drenadas com a aplicação de telas de Encadrayn, e na sua

base colocado um tubo de 150mm de Ø que liga à rede exterior de águas pluviais. As juntas de

dilatação das paredes enterradas foram vedadas com perfil de borracha do tipo watter stop de

25cm de largura.

Os terrenos sobre os quais foram assentes os pavimentos em betonilha foram nivelados e

compactados e a camada final foi executada com massame de betão onde foi incorporado um

aditivo hidrófugo de 1ª qualidade.

O pavimento interior é em betonilha atalochada e revestido de tijoleira nas salas de exposição e

da reserva e de linóleo nos serviços técnicos e educativos, materiais que se evidenciam pelas

suas características de durabilidade, resistência ao desgaste e abrasão e facilmente limpáveis.

Todo o espaço expositivo e de reserva do museu prima pela ausência de janelas ou qualquer

passagem para o exterior. No entanto, nos espaços destinados aos gabinetes técnicos e serviços

educativos existem duas janelas.

VEGETAÇÃO E PAISAGEM CIRCUNDANTE

A vegetação e a paisagem têm implicações benéficas e adversas: se por um lado são filtros naturais de

poluentes, providenciam sombra, afectam a ventilação e a velocidade do vento, por outro elevam os níveis

de humidade e facilitam o aparecimento de insectos e microorganismos. Além disso, o tratamento de

jardins introduz poluentes do equipamento, humidade da irrigação e restos de vegetação cortada.

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Na área envolvente ao edifício onde está localizado o museu existe bastante vegetação,

predominando o relvado e as árvores, algumas delas de fruto, mas não se encontram flores com

frequência. Todos os meses procede-se ao tratamento dos jardins.

O terreno que circunda o edifício resulta da substituição dos aterros existentes anteriormente

por aterro de saibro devidamente compactado.

Outro factor que pode interferir directamente no ambiente do museu é a constante utilização

das zonas circundantes para estacionamento de carros, privilegiando o aumento da poluição na

área.

Figura 6 - Zonas verdes na área circundante ao museu

EVOLUÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO

Quando, em 1998, o Museu foi instalado na garagem do edifício C ocupava apenas duas salas:

Na primeira sala foram colocados os objectos da categoria de Física e Geometria Descritiva

dentro de armários e vitrinas. Instalaram-se dois sistemas de ar condicionado (Airwell) a

19°C, dois desumidificadores (Dantherm CDP20 e Dantherm CDP30) a 55% e duas caixas-

de-ar ligadas ao exterior.

Na sala seguinte, de dimensões mais reduzidas, foi instalado um sistema de ar

condicionado (Airwell) igual ao da sala anterior e um desumidificador (Dantherm CDP30)

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regulados para os mesmos valores. Nesta sala acondicionaram-se os objectos da categoria

de Mecânica em vitrinas e armários. Outros de maior dimensão e com um peso elevado

foram colocados directamente sobre o pavimento.

Figura 7 - Planta do piso -1 do edifício C e área ocupada pelo museu (1998)

A crescente “descoberta” de espólio em diversos pontos do ISEP e o interesse dos visitantes em

poder aceder ao que não passava ainda de uma reserva, tornou necessário aumentar o espaço

útil e realizar obras de ampliação para tornar a reserva visitável e incorporar o novo espólio. No

entanto, as novas salas não foram apetrechadas de sistemas de monitorização ou controle

ambiental.

Após esta alteração o museu passou a ser constituído por 4 salas visitáveis e por uma área

reservada:

A primeira e a segunda sala não sofreram qualquer alteração;

Na 3ª sala foram colocados os objectos de Química em armários e vitrinas e, em alguns

casos, no pavimento, o que põe em causa a integridade física dos objectos. Ao contrário das

duas salas anteriores não possui nenhum sistema para monitorizar e controlar o ambiente,

tornando esta sala dependente dos sistemas instalados nas salas anteriores;

Na 4ª sala foram colocados os objectos de Civil, Minas e Metalurgia e Desenho Técnico. O

único sistema de controlo ambiental que possui é um desumidificador portátil com

capacidade para 10 litros e duas caixas-de-ar com ligação ao exterior;

Na área de acesso condicionado passaram a coexistir o fundo documental do museu (sala 5), um

pequeno espaço destinado às tarefas de manutenção e limpeza (sala 6) e um outro subdividido

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através de paredes movíveis para o desenvolvimento das actividades dos serviços educativos e

armazenamento de objectos (sala 7).

Figura 8 - Planta do piso -1 do edifício C (2000)

Neste momento, está a decorrer uma nova fase de ampliação e reorganização da exposição. A

intenção é criar salas que permitam uma exposição de longa duração, espaços apropriados de

reserva e arquivo, zonas de consulta e de apoio e transferir os serviços técnicos para o mesmo

piso.

Figura 9 - Planta do museu depois das obras de ampliação e reorganização (previsão: 2008)

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ROTINAS DE MANUTENÇÃO

Não existe um plano de manutenção para o Museu. A limpeza depende directamente dos

serviços contratados pelo ISEP: a limpeza do pavimento é realizada diariamente, antes do início

do horário de funcionamento, pela empresa que limpa todas as instalações do Instituto. A

equipa de limpeza não teve formação específica, apenas foi informada que não poderia utilizar

quaisquer produtos de limpeza sem consultar previamente a conservadora do museu, optando

preferencialmente por limpar apenas com água.

As inspecções mensais ao equipamento de controlo ambiental são feitas também por empresas

que estão contratadas pelo Instituto para realizar a manutenção do equipamento similar de

todo o Campus. A equipa de manutenção dos equipamentos tem um técnico formado para o

efeito. Não foi possível apurar o tipo de filtros existentes e a regularidade com que são

substituídos.

PLANO DE SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

O Museu Parada Leitão está localizado no espaço do ISEP e como esta instituição não tem

nenhum Plano de segurança e emergência, não fez sentido existir um para o museu, pois não

pode ser integrado no de escala institucional.

No entanto, existem alguns sistemas de detecção e extinção de incêndios que já se encontravam

em algumas das salas antes da instalação do museu e que se mantiveram nos mesmos locais.

Mas são os únicos sistemas de gestão de riscos existentes. Mais nenhum foi pensado aquando

da instalação do museu neste espaço, mesmo as portas colocadas posteriormente são em

madeira e não existem extintores. Apenas o pavimento em tijoleira e as paredes em betão

armado previnem de algum modo o alastramento de fogo e a existência de saída de emergência

facilita o acesso ao museu para qualquer sala. No entanto não está devidamente assinalada.

Figuras 10, 11 e 12 – Sistemas de alarme e extinção de incêndios

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No que diz respeito a riscos de dano/perda por inundação ou infiltrações existem algumas

condições negativas que não foram tomadas em consideração: o Museu foi instalado numa cave

à cota de -2,70m, as canalizações situam-se em todas as salas junto ao tecto e, em alguns dos

espaços existem canalizações abertas. No entanto, foram instaladas sistemas de escoamento de

água e as paredes em betão armado têm aditivos hidrófugos.

Figura 15 - Canalizações junto ao tecto colocadas por cima dos objectos em exposição

Figuras 13 e 14 – Exemplos de canalizações abertas e de sistema de escoamento de águas

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27 27

CONTROLO E MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL DO MUSEU

Até há pouco tempo os gabinetes dos serviços técnicos estavam afastados da área museológica,

o que por vezes influenciou na decisão de se realizarem inspecções regulares. Além disso,

apesar de existirem alguns sistemas de controlo ambiental, não existem sistemas de

monitorização para aferição do bom funcionamento do equipamento.

Para o controlo da humidade relativa, não existem métodos instalados em toda a área do

museu, apenas 2 desumidificadores nas duas primeiras salas (regulados a 55%) e outro no

arquivo (regulado entre 45% e 55%). Uma estratégia de monitorização ambiental nunca foi

implementada.

Provavelmente fruto desta falta de aferição de resultados e consequente regulação dos

equipamentos, medições pontuais efectuadas em Junho/Julho de 2007 apontaram para valores

de humidade relativa entre 65% e 77%. É extremamente necessário implementar uma estratégia

de monitorização para averiguar se estes resultados são constantes e quais os factores que os

influenciam. Até porque, por outro lado, existem condições positivas que facilitam o controlo da

humidade relativa: isolamento hidrófugo do edifício, não existem janelas nas salas de exposição

nem nas reservas e o fluxo de visitantes é reduzido.

Figura 10 – Desumidificador

No que diz respeito ao controlo da Temperatura, este é feito apenas através de dois sistemas de

ar condicionado localizado nas duas primeiras salas e regulados para uma Temperatura de 18°C.

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No entanto, tal como acontece com a humidade relativa, não existe nenhuma estratégia de

monitorização.

Figura 11 - Sistema de ar condicionado

Medições pontuais efectuadas durante 15 dias em Junho/Julho de 2007 indicaram valores

máximos de 21°C, mas, tal como acontece com a humidade relativa, apenas depois de

implementada uma estratégia de monitorização ambiental se poderia compreender estes

valores em todas as suas dimensões.

Não se pode deixar de apontar alguns factores positivos no

controlo da Temperatura: isolamento térmico do edifício, não

existem janelas nas salas de exposição nem nas reservas e o fluxo

de visitantes é reduzido.

Relativamente ao controlo da qualidade do ar e da poluição,

como já foi referido, não existe um plano de manutenção, mas é

feita limpeza diária de pavimentos e mensalmente os

equipamentos de controlo ambiental são verificados. Não existem

janelas nas salas de exposição nem nas reservas e o fluxo de

visitantes é reduzido, decrescendo também as possibilidades da

entrada de poluentes no espaço museológico.

A ventilação é assegurada por caixas-de-ar em praticamente todas

as salas e por ventiladores eléctricos no arquivo, mas não existem

Figura 12 - Sistema de ventilação

eléctrica

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29 29

quaisquer filtros purificadores do ar.

A actuação proactiva contra ataques de agentes orgânicos é

feita através de aplicações trimestrais por meio de biocidas

contra insectos bibliófagos, apenas na área do arquivo e

reserva documental. Não foi possível identificar qual o

principio activo do produto. As inspecções após a aplicação

neste espaço são regulares, mas nas restantes áreas do

museu não são feitas com frequência.

Figura 20 - Planta do museu com os factores que influenciam a conservação e segurança do museu

A RESERVA TÉCNICA

Com a reorganização do espaço do museu e das diferentes áreas de actividades museológicas, o

objectivo é transferir a reserva técnica para uma nova zona específica. Como qualquer outra

apresenta características e riscos que se relacionam com as mesmas e com as actividades que aí

se vão realizar.

A opção tomada prendeu-se, por um lado, com o facto da área agora destinada à reserva técnica

se localizar num espaço contíguo aos serviços técnicos e, por outro, por permitir a libertação do

espaço anterior para aí se instalar mais uma zona de exposição.

Figura 13 - Caixa-de-ar

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

30 30

Figura 2114 – Planta do museu e localização das diferentes áreas

Assim sendo, no planeamento e organização do espaço devem ser tidos em conta os factores

que podem contribuir para a degradação dos objectos e que influenciam normas de gestão e

segurança.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

O espaço destinado à nova reserva técnica de objectos prima pela ausência de janelas e

passagens para o exterior.

O acesso a esta área é feito através de duas portas sem qualquer tipo de protecção contra

mudanças ambientais ou entrada de organismos. Ambas são utilizadas com regularidade e

trancadas, mas não dispõe de qualquer alarme contra a entrada de pessoas não autorizadas.

Conta com uma área de cerca de 92m2 e um pequeno espaço com cerca 8,5 m2 que poderá ser

aproveitado.

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31 31

Figura 22 - Espaço destinado à reserva técnica

ROTINAS DE MANUTENÇÃO

Para este espaço não existe qualquer rotina de manutenção.

PLANO DE SEGURANÇA E EMERGÊNCIA

Como já foi referido, o Museu Parada Leitão não tem nenhum Plano de segurança e emergência.

Os riscos de inundação e incêndio são os mesmos referidos anteriormente para toda a área

expositiva. Nesta zona apenas existe um sistema de detecção e extinção de incêndios que já se

encontrava no espaço antes da instalação do museu e que se manteve. O pavimento em tijoleira

e as paredes em betão armado previnem de algum modo o alastramento de fogo.

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32 32

CONTROLO E MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL

Neste espaço não está instalado nenhum sistema de controlo ambiental. A monitorização da

humidade relativa foi realizada pontualmente durante os meses de Junho/Julho de 2007,

apontando para valores médios de 77,7%.

No que diz respeito à Temperatura também não existem meios de controlo ou monitorização.

Medições pontuais efectuadas durante a mesma altura indicaram valores médios de 22°C.

Existem condições positivas que facilitam o controlo da humidade relativa e da Temperatura:

isolamento hidrófugo e térmico do edifício, não existem janelas nos espaços e a circulação no

espaço é reduzida.

No entanto, apenas depois de implementada uma estratégia de monitorização ambiental se

poderia compreender estes valores em todas as suas dimensões. Esta estratégia de

monitorização permitirá averiguar se estes resultados são constantes e quais os factores que os

influenciam. Existem valores teóricos de referência, mas a sua aplicação deve ser realizada com

precaução, pois caso se verifique que o acervo se encontra estável, as condições de humidade

relativa e Temperatura devem ser mantidas. O objectivo é providenciar condições que impeçam

oscilações bruscas.

Relativamente ao controlo da qualidade do ar e da poluição não existe um plano de

manutenção, a limpeza de pavimentos, estantes e acervo não é feita com regularidade e não

existem meios de monitorização. A ventilação é assegurada por caixas-de-ar, mas não existem

quaisquer filtros purificadores do ar. No entanto, não existem janelas nas salas e o fluxo de

circulação de pessoas, até ao momento, é reduzido, decrescendo as possibilidades da entrada

de poluentes no espaço.

Não estão implementadas quaisquer rotinas proactivas contra ataques de agentes orgânicos.

A iluminação é artificial o que permite um controlo mais facilitado. Através de medições com o

monitor ambiental Elsec 764 registaram-se valores máximos de iluminância de 3401lx.h (a cerca

de 60cm das fontes luminosas). Os valores da radiação não são apropriados: 100 μ/lúmen.

POLÍTICAS E SISTEMA DE ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO

Até ao momento de inicio do estágio, a organização da Reserva era feita do seguinte modo:

a) Objectos inventariados

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33 33

b) Objectos não inventariados

- Identificados

- Não identificados

Não existiam áreas de quarentena nem espaço suficiente para permitir a movimentação sem

problemas de funcionários, objectos ou equipamentos. Muitos dos objectos estavam em

corredores ou zonas de passagem e depositados no chão.

O responsável pela colecção de objectos é a conservadora do museu, mas toda a equipa técnica

tem permissão para manusear o acervo em reserva e qualquer pessoa na instituição pode

aceder ao espaço com autorização dos órgãos de gestão do ISEP.

Até este momento, a instituição tem colocado em segundo plano a conservação dos objectos,

sendo que as tarefas que se desenvolveram neste âmbito foram a colocação de etiquetas nos

materiais inventariados e a limpeza mecânica superficial dos mesmos. Não existe qualquer

orientação formal, plano ou documentação de qualquer tarefa de manutenção, conservação,

Figura 23 – Aspecto geral das condições de armazenamento dos objectos em reserva (até Dezembro de 2007)

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34 34

manuseamento ou movimentação dos objectos em reserva. Não existe qualquer sistema de

localização dos objectos.

O ESPÓLIO EM RESERVA

INVENTÁRIO E MARCAÇÃO

Em Dezembro de 2007, aquando do inicio do estágio, o inventário da instituição indicava que

em reserva existiam 543 objectos inventariados (cerca de 25% do total da colecção de Objectos),

distribuídos por categoria como se mostra no gráfico.

Figura 24 - Objectos em reserva por categoria (Dezembro 2007)

Os objectos inventariados são identificados de forma clara, com o número de inventário visível,

mas, por vezes, é necessário manuseá-los para os verificar.

É, no entanto, necessário realizar uma auditoria para verificar se estes registos estão

actualizados, assim como a marcação dos objectos.

MATERIAIS

Os materiais predominantes existentes na colecção em reserva são:

Inorgânicos: Vidro, metal, gesso

1,50%10,50%

7,50%

30%

1%

16%

2%

30%Civil

Desenho Técnico

Electrotecnia

Física

Indeterminado

Mecânica

Minas e Metalurgia

Quimica

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35 35

Orgânicos: Madeira (em alguns casos policromada)

Materiais compostos: instrumentos científicos e técnicos

ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Consultando a base de dados, o estado de conservação dos objectos em reserva era o

apresentado no gráfico seguinte:

Figura 15 - Estado de conservação dos objectos (Dezembro 2007)

Para além de, como podemos verificar, não existir um registo do estado de conservação de

cerca de 14% dos objectos em reserva, não estão registadas quaisquer especificações relativas

às causas ou ao tipo de danos provocados.

Não existem normas de definição dos diversos estados de conservação, sendo registado de

forma puramente empírica e subjectiva. É, por isso, necessário definir normas de identificação

de estado de conservação, realizar uma auditoria para verificar se estes registos estão correctos

e registar agentes ou danos, dependendo da estratégia que se vier a adoptar.

1%

11%

58%

15%

1%14%

Muito Bom

Bom

Regular

Deficiente

Mau

Indeterminado

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36 36

PRIORIDADES ESTRATÉGICAS DE CONSERVAÇÃO

Para se realizar esta avaliação pensou-se, inicialmente, em recorrer ao método de Robert

Waller, que para além de identificar os riscos (agentes de degradação e tipos de risco), permite

estimar as magnitudes de risco. Os agentes de degradação reconhecidos são 10, incluindo os 9

identificados por Michalsky (5): forças físicas, crime, fogo, água, pestes, contaminantes,

radiações visíveis e invisíveis, temperatura incorrecta, humidade relativa incorrecta e,

finalmente, a negligência.

Muitos autores apenas têm em conta na gestão de risco os desastres. No entanto, a avaliação de

riscos deve considerar também os menos catastróficos. Para o facilitar são organizados em três

tipos de risco:

Tabela 8 - Identificação de 3 tipos de risco consoante frequência e severidade

Para se estimar a magnitude dos riscos são consideradas quatro premissas:

Probabilidade (P) de um determinado dano ocorrer, num período de 100 anos.

fracção da colecção vulnerável a esse dano (FS)

extensão do dano (E)

perda de valor antecipada (PV)

Cada uma destas variáveis é avaliada numa escala de 0 a 1, inclusive, e tem de ser determinada

ou estimada para cada um dos agentes de deterioração.

O seu cálculo é realizado do seguinte modo:

para os tipos de risco 1 e alguns do tipo 2: P x FS X PV

para os restantes tipos: P × FS × E × PV

No entanto, após a recolha de dados para avaliação de risco, optou-se por não seguir esta

metodologia, visto que, de facto, perante os dados já apresentados anteriormente, de forma

quase empírica se pode reconhecera frequência e severidade elevadas perante todos os tipos de

risco.

5 Michalski, S., An overall framework for preventive conservation and remedial conservation in ICOM Committee for Conservation 9th Triennal Meeting.

Dresden (1990)

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37 37

Assim, optou-se por resumir os factores de risco a que os objectos estão sujeitos na nova

reserva técnica do Museu Parada Leitão e a sua vulnerabilidade face a cada um:

RISCOS

MATERIAIS

Metais Madeira Madeira

Policromada Gesso Vidro

FAC

TOR

ES D

E R

ISC

O

ÁGUA

Inundação 3 3 3 3 1

Humidade relativa

elevada 3 3 3 3 1

RADIAÇÃO Visível 1 2 3 3 1

UV 3 3 3 3 1

ATAQUE

BIOLÓGICO

Fungos e Bactérias 2 3 3 3 1

Insectos 1 3 3 3 1

Roedores 1 1 1 1 1

NEGLIGÊNCIA DO

HOMEM

Acondicionamento

incorrecto 3 3 3 3 3

Manuseamento

incorrecto 2 2 2 2 2

Registo incorrecto 2 2 2 2 2

SEGURANÇA Roubo 3 3 3 3 3

Vandalismo 3 3 3 3 3

SISMO Baixa densidade 1 1 1 2 2

POLUIÇÃO 3 3 3 3 3

TEMPERATURA 2 2 2 2 1

INCÊNDIO 2 3 3 3 2

1 – menor vulnerabilidade | 2 – vulnerabilidade moderada | 3 – maior vulnerabilidade

Perante este cenário, propôs-se que a estratégia a assumir fosse a seguinte:

1. Plano de organização da reserva: auditoria às fichas de inventário e marcações; distribuição

do mobiliário existente; concepção do plano de colocação dos objectos; criação de sistema

de localização

2. Sistema de acondicionamento adequado: pesquisa, definição e aquisição de materiais;

acondicionamento; identificação dos objectos nos materiais de acondicionamento de modo

a evitar manuseamento desnecessário

3. Definição e implementação da estratégia de monitorização e controlo ambiental

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | AVALIAÇÃO DE RISCO

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38 38

4. Concepção do plano de manutenção preventiva e das normas e procedimentos de acesso,

utilização e gestão da reserva

5. Indicações para o Plano de Segurança e Emergência

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA

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39 39

II.

PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA

PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA

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40 40

Este plano tem como objectivo primordial contribuir para uma melhoria das condições de

armazenamento e acondicionamento dos materiais em reserva. Numa situação ideal este

espaço nunca seria considerado como hipótese para armazenar qualquer tipo de acervo

museológico. Como foi verificado, apresenta algumas condicionantes inapropriadas para se

instalar aí a reserva:

Não tem uma zona independente e suficientemente ventilada para aí se instalar a área de

trabalhos;

Está localizada abaixo da cota do edifício;

Registam-se com frequência inundações devido à instalação deficiente das canalizações;

Não é suficientemente vedado à entrada de poeiras e organismos.

Além destas condicionantes apresenta ainda outros aspectos menos favoráveis ao

armazenamento e acondicionamento dos materiais:

Não existe qualquer equipamento de monitorização e controlo das condições ambientais;

Os meios de detecção e combate a incêndios, inundações, roubos são inexistentes ou

insuficientes;

O mobiliário é insuficiente e não é suficientemente seguro, principalmente quando não

existem os materiais de acondicionamento necessários.

Assim sendo, como não existem condições ideais, propõe-se a concretização de soluções o mais

adequadas possível, tendo em conta as condicionantes apresentadas. Torna-se imprescindível

conceber uma solução integrada, tendo um cuidado redobrado na colocação do mobiliário, na

concepção de meios de acondicionamento e na movimentação de objectos, equipamentos e

pessoas. Para isso, definiu-se um plano de acção estratégico:

1. auditoria às fichas de inventário e marcações, o que vai permitir aferir exactamente que

materiais existem, suas dimensões e estado de conservação, ao mesmo tempo que se

corrige e/ou actualiza a base de dados;

2. distribuição do mobiliário existente, de acordo com as dimensões do espaço físico, do

mobiliário e permitindo a existência de corredores de circulação apropriados a objectos,

equipamentos de transporte e pessoas;

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41 41

3. concepção do plano de colocação dos objectos, incluindo a definição de critérios de

arrumação, prevenindo a sua manipulação cuidada sem que coloque em risco os restantes

objectos e permitindo a sua inspecção periódica;

4. criação de sistema de localização.

Todos os desvios à concretização deste plano vão sendo assinalados e justificados ao longo da

apresentação de resultados.

AUDITORIA

Foi realizada uma auditoria a todos objectos existentes na reserva técnica e às respectivas fichas

de inventário e marcações.

Após esta auditoria foi necessário corrigir e/ou actualizar cerca de 30% das fichas de inventário

já existentes, no que diz respeito principalmente a localização, material e categoria, e criaram-se

137 fichas de inventário novas. No total, a base de dados passou a indicar a existência na

reserva técnica de 680 objectos.

Aos materiais foi necessário acrescentar na lista de valores porcelana, barro e grés.

As marcações coincidiam todas com o número de inventário do objecto.

Figura 16 - Objectos em reserva por categoria: resultados após a auditoria

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

Civ

il

Desenho

Ele

ctr

ote

cnia

Fís

ica

Mecânic

a

Não c

lassific

ado

Min

as e

Meta

lurg

ia

Quím

ica

1,5%

10,5%

7,5%

30,0%

16,0%

1,0% 2,0%

31,5%

3,0%

10,0%9,0%

28,0%

10,0%

6,0%4,0%

30,0%

Dez-07

Abr-08

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

42 42

Figura 17 – Fichas de inventário criadas durante a auditoria

No que diz respeito ao estado de conservação, ainda não foi corrigida nenhuma ficha de

inventário, por se encontrar ainda em discussão com a conservadora a definição de cada um dos

valores. No entanto, propõe-se o seguinte:

Muito Bom – peça em perfeito estado de conservação: os materiais não apresentam

perdas ou lacunas e os danos provocados por agentes de degradação foram nulos.

Bom – peça sem problemas de conservação: os danos provocados por agentes de

degradação foram mínimos (atingiram menos de 25% do material) e os materiais estão

estabilizados.

Regular – peça ou fragmento de peça (que permita uma restituição da original) que

apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) em mais de 25% e menos de 50% do objecto e que

necessita de intervenções de restauro, mas que tem os materiais estabilizados.

Deficiente – peça em que é urgente intervir: Apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) e sinais de

degradação contínua em mais de 25% do material (não estabilizado).

Mau – peça deteriorada em mais de 50% do material (estabilizado ou não), que apresenta

graves problemas de conservação que dificultam a leitura integral da peça.

63

9

22

6

982

Civil

Desenho

Electrotecnia

Física

Mecânica

Minas e Metalurgia

Química

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43 43

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E ESPACIAL DA RESERVA

Como foi referido anteriormente o espaço conta com uma área de cerca de 92m2, ao qual

devem ser subtraídos 1,35m2, correspondentes a uma zona considerada de risco por se

encontrar localizada em baixo de canalizações colocadas junto ao tecto, e outra de 7,5m2,

reservada à zona de trabalhos de conservação e manutenção.

Figura 18 - Definição das áreas da reserva técnica

A limitação das áreas de risco revelava-se de extrema importância para a definição da

distribuição espacial dos dispositivos de armazenamento, visto representar sérios riscos à

integridade do espólio.

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44 44

Vejamos as imagens ilustrativas:

Não é conveniente a existência de uma zona de

trabalhos na mesma sala, mas por razões de

insuficiência espacial não existia outra opção.

Contudo, há que ter em conta que este factor

vai induzir factores de risco, nomeadamente:

Flutuações térmicas e de humidade relativa;

Aumento de probabilidade de infestações;

Aumento das doses de iluminância.

Figuras 29 e 30- Área de risco

Figura 31 - Área de trabalho

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45 45

PLANO DE DISTRIBUIÇÃO DO MOBILIÁRIO

Aquando do inicio do

estágio, a transferência dos

objectos para a reserva

nova foi feita sem qualquer

planeamento. O espaço

anteriormente ocupado

pela reserva ia ser

necessário para uma

actividade temporária não

incluída no programa de

actividades, mas decidida

pelos responsáveis da

instituição e, como o tempo

de concepção da mesma

era extremamente

reduzido, a transferência

foi realizada, não tendo

sido por isso possível a

colocação dos objectos de

forma adequada. Aliás,

muitos deles foram

colocados na área

considerada de risco.

Este facto veio influenciar muito na concretização atempada das actividades programadas no

projecto de estágio, já que dificultava e complicava muito mais a circulação, o manuseamento e

a distribuição dos equipamentos e objectos.

Figuras 32 e 33- Área de risco (antes e após a transferência)

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46 46

Figura 34 - Reserva: vista geral antes da transferência dos objectos

Antes da transferência final estavam a ser limpos e inventariados os objectos que existiam anteriormente no novo espaço

da reserva. Os que se encontram no chão já tinham sido removidos, mas o seu espaço foi ocupado por muitos outros...

Figura 35 - Reserva: vista geral após a transferência dos objectos

Aspecto da reserva após a transferência dos objectos: os corredores de circulação estavam repletos de objectos e outros

foram colocados nas prateleiras juntamente com os que já existiam no local.

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47 47

As únicas soluções que ainda foram possíveis implantar foi o planeamento da distribuição do

mobiliário existente e a definição do espaço de circulação, de modo a permitir o acesso

facilitado e a circulação de carrinhos de mão, os objectos de maior porte e pessoas no espaço.

Figura 36 - Aspecto do espaço destinado à reserva antes da transferência

Figura 37- Aspecto da reserva após a transferência dos objectos: os corredores de circulação eram diminutos, mas foram

alargados com a junção de duas filas de estantes

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48 48

O espaço e a estratégia de arrumação necessitavam de ser reconfigurados, de modo a oferecer

mais segurança ao acervo e uma melhor utilização do espaço.

Os únicos equipamentos disponíveis na reserva são estantes de dois formatos. Vejamos:

Material: Metal indeterminado

Quantidade: 42 (27 formato A +15 formato B)

Medidas: 2,30m (A) x 0,60m (L) x 1m (C)

Estantes Formato A

Características gerais: estante de metal com prateleiras movíveis

Medidas das prateleiras: 0,60m (L) x 0,94m (C)

Distância mínima entre elas: 10cm

Nº máximo de prateleiras: 23

Estantes Formato B

Características gerais: estante de metal com prateleiras movíveis

Medidas das prateleiras: 0,40m (L) x 0,94m (C)

Distância mínima entre elas: 10cm

Nº máximo de prateleiras: 23

Nenhuma estante apresenta evidências de qualquer tipo de corrosão nem têm qualquer tipo de

resguardo contra as condições ambientais do espaço, apenas protecções laterais contra

vibrações.

O mobiliário disponível foi distribuído de modo a permitir áreas de circulação com as dimensões

assinaladas na figura seguinte:

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49 49

Figura 38 - Plano de distribuição do mobiliário e áreas de circulação

PLANO DE ARRUMAÇÃO DOS OBJECTOS

Perante as situações que tinham sido criadas, era emergente a necessidade de criar um plano de

acção que permitisse rapidamente o acesso facilitado e a circulação de carrinhos de mão, os

objectos de maior porte e pessoas no espaço, sem colocar em risco a integridade dos objectos.

Lembro que nesta altura ainda decorriam os processos de diagnóstico de riscos e a auditoria às

fichas de inventário, de modo a saber-se exactamente o que existia e em que condições.

O plano deveria:

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50 50

Assentar na segurança;

Ser lógico;

Permitir o fácil acesso a cada objecto;

Retirar os objectos do chão, das zonas de passagem, da área de risco ou em contacto com

paredes exteriores;

Colocar os objectos de maior dimensão nas prateleiras inferiores, de modo a poder utilizar-

se para sua movimentação os meios mecânicos disponíveis (carrinho de transporte);

Optou-se por dividir o processo de trabalho por fases conforme as necessidades mais

emergentes:

1. Colocação dos objectos nas estantes

Agruparam-se os objectos por categorias e tendo em consideração o peso e dimensão, do modo

indicado na figura seguinte:

Figura 39 - Esquema de colocação dos objectos nas estantes

Não existem recursos logísticos que permitam a pesagem dos materiais, daí que se tenha

optado pela seguinte classificação de forma meramente empírica:

Manipulação e transporte conseguido por apenas uma pessoa = Objectos de tipo A

Manipulação e transporte conseguido apenas por duas pessoas = Objectos de tipo B

Manipulação e transporte não conseguido por duas pessoas = Objectos de tipo C

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA

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51 51

Cada objecto foi arrumado de modo a garantir-se o acesso facilitado, sem que para isso

implicasse a movimentação de outros.

2. Limpeza dos objectos e do mobiliário

Limpeza mecânica e superficial dos objectos e das estantes por ordem de categoria e

começando pelas áreas mais afastadas das zonas de entrada no espaço, de modo a reduzir as

probabilidades da limpeza se tornar condicionada pelo acesso e circulação no espaço, ao mesmo

tempo que se continuava a auditoria dos dados existentes na base de dados.

Nos materiais que se encontravam em mau estado de conservação, ao apresentarem, por

exemplo destacamento do revestimento ou estrutura fragilizada, não foi efectuada nenhuma

limpeza.

Figura 40- Exemplo de objecto ao qual não foi efectuado nenhum

procedimento de limpeza por apresentar estrutura fragilizada e destacamento

de policromia

O mobiliário foi limpo com recurso a panos de algodão e água destilada. Para os objectos

procedeu-se da forma indicada na tabela seguinte:

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52 52

Material Tipo de sujidade Recursos Método

Madeira

Pó/poeira solto/a

Pincel de pelo macio

Aspirador de

conservação, de baixa

pressão e de sucção

controlável

Cotonetes

Água destilada

1. Colocação do objecto numa

superfície lisa e limpa

2. Limpeza do material com o

pincel, aplicando pouca

pressão, ao mesmo tempo que

se aspirava a sujidade que se ia

soltando

3. As poeiras mais resistentes ou

em zonas de acesso difícil

foram retiradas com recurso a

cotonete embebido em água

destilada, utilizando um pouco

mais de pressão

Vidro

Tufos de algodão

Água destilada

1. Colocação do objecto numa

superfície lisa e limpa

2. Limpeza do material com

algodão humidificado com

água destilada

Metal

Pincel de pelo macio

Aspirador de

conservação, de baixa

pressão e de sucção

controlável

1. Colocação do objecto numa

superfície lisa e limpa

2. Limpeza do material com o

pincel, aplicando pouca

pressão, ao mesmo tempo que

se aspirava a sujidade que se ia

soltando

Gesso

Pincel de pelo macio

Aspirador de

conservação, de baixa

pressão e de sucção

controlável

1. Colocação do objecto numa

superfície lisa e limpa

2. Limpeza do material com o

pincel, aplicando pouca

pressão, ao mesmo tempo que

se aspirava a sujidade que se ia

soltando

Tabela 9 - Procedimentos de limpeza dos objectos em reserva

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53 53

3. Identificação das estantes

De modo a criar um sistema de localização provisório, identificou-se cada estante com a

categoria dos objectos aí colocados.

Figura 41 - Exemplo de sistema de localização provisório

4. Concepção de métodos de acondicionamento provisórios possíveis.

Durante o processo de arrumação dos materiais em reserva, foram surgindo algumas situações

em que, de algum modo, foi possível actuar para melhorar o seu acondicionamento. Apesar de

ainda não existir um plano de acondicionamento, foi requisitado ao economato do ISEP para

que fossem guardados todos os materiais de acondicionamento que, noutra situação, iriam ser

destruídos. Exemplo: esferovite, plástico bolha, etc. Este facto permitiu proteger minimamente

alguns materiais.

Vejamos alguns exemplos:

Caso 1: objectos pequenos e que facilmente deslizam, correndo o risco de cair das prateleiras

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54 54

Soluções: concepção de uma estrutura em esferovite com margens mais elevadas que os

objectos; realização de cortes na estrutura com o mesmo formato dos objectos; ou, aplicação de

mais esferovite entre o objecto e a estrutura de modo a estabilizá-lo. Os que tinham ponta

bicuda espetaram-se na estrutura.

Figura 42 – Solução de acondicionamento

Figura 43 - Solução de acondicionamento. Neste caso verifica-se também a optimização do espaço, através do empilhamento das

estruturas em esferovite, sem colocar em risco os objectos

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55 55

Caso 2: objectos pequenos, pertencentes ao mesmo conjunto, que se pretendiam guardar na

mesma caixa, mas que corriam risco de danos através de choque ou fricção entre eles

Soluções: utilização de caixas em polipropileno e protecção em plástico-bolha. Deixaram-se

aberturas para se visualizar as etiquetas com número de inventário, de modo a que não fosse

necessário retirar o plástico para se localizar os objectos. Com a mesma finalidade, as caixas

foram identificadas, com recurso a etiquetas livre de ácido, com um número individualizado e

com os números de inventário dos objectos existentes no seu interior.

Figura 44 - Solução de acondicionamento

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56 56

Figura 45 - Solução de acondicionamento

Figura 46 - Solução de acondicionamento

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57 57

Caso 3: protecção de tubos em vidro

Soluções: utilização de esferovite para a concepção de meios de acondicionamento com encaixe

para os tubos de vidro.

Figura 47 - Solução de acondicionamento

5. Proteger os objectos menos estáveis contra vibrações ou choques

No caso de objectos de maiores dimensões,

colocaram-se as estruturas anti-queda do mobiliário

ao nível do objecto, tentando evitar choques ou

quedas.

Figura 19 - Solução contra choques e vibrações

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58 58

Figura 49 - Aspecto da reserva após a concretização do plano de emergência de arrumação dos objectos

Figura 50 - Aspecto da reserva após a concretização do plano de emergência de arrumação dos objectos

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59 59

Figura 51 - Aspecto da reserva após a concretização do plano de emergência de arrumação dos objectos.

Note-se que na zona inferior direita da imagem, a área considerada de risco, está completamente vazia.

Entretanto, no decorrer da organização espacial do museu houve a necessidade de armazenar

mais objectos na reserva que diferiam dos restantes principalmente na dimensão, peso e estado

de conservação.

Após discussão das possibilidades de armazenamento, por decisão da conservadora do museu,

apesar da apresentação por parte da estagiária dos riscos e dificuldades que condicionavam essa

solução, foram colocados em áreas de passagem ou consideradas anteriormente de risco.

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60 60

Figura 52 - Objectos colocados na zona de risco sem qualquer critério de arrumação. Mesmo após a queda de água, provocada por

deficiências nas canalizações também visíveis na imagem, a opção tomada pela conservadora foi mantê-los no mesmo local.

Figura 53 - Objectos colocados no chão sem qualquer critério de arrumação

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61 61

Perante isto, apenas se conseguiu minorar os riscos numa situação. Objectos de grandes

dimensões e peso iam ser colocados no chão numa zona de risco. Apesar de não serem

deslocados para outra área, colocaram-se sobre uma palete que possibilitará uma deslocação

mais facilitada com recurso a porta paletes. Vejamos:

Figura 54 - Solução de armazenamento

SISTEMA DE LOCALIZAÇÃO

O sistema de localização dos objectos foi concebido através da atribuição de números e letras às

filas, estantes e prateleiras. Veja-se as imagens:

Figura 55 - Sistema de localização dos objectos por prateleira

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62 62

Figura 56 - Sistema de localização dos objectos por estante

Às filas foram atribuídas letras. Às estantes e prateleiras números, sendo que:

Quando há duas filas de estantes juntas, os números par são atribuídos ao lado direito e os

impar ao esquerdo;

As prateleiras são numeradas por ordem crescente, sendo o inicio da contagem na prateleira

superior.

Foi colocado nas portas de acesso à reserva mapas de orientação, como o apresentado de

seguida, de modo a garantir uma rápida localização não só por letra e número, mas também por

categoria.

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO PLANO DE ORGANIZAÇÃO DA RESERVA

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63 63

Figura 57 - Sistema de identificação das estantes por categoria

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64 64

III.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS E NORMAS DE

GESTÃO DA RESERVA TÉCNICA

MANUAL DE PROCEDIMENTOS E NORMAS DE GESTÃO DA RESERVA

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO MANUAL DE PROCEDIMENTOS E NORMAS DE GESTÃO DA RESERVA TÉCNICA

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65 65

ACESSO FÍSICO À RESERVA

O acesso físico à reserva só pode ser feito pelo conservador ou por quem tenha autorização da

direcção, sempre sob a sua supervisão.

Deve-se ter em conta que é absolutamente proibido comer, beber ou fumar na reserva durante

qualquer actividade e todos devem zelar para que esta regra se cumpra.

Quem aceder à reserva deverá preencher a folha de controlo. Esta ficha deve conter

obrigatoriamente:

Nome

Finalidade do acesso

data e hora de entrada

data e hora de saída

Assinatura de quem autorizou o acesso

Veja-se o exemplo na página seguinte.

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66 66

FICHA DE CONTROLO REGISTO DE ACESSO

LOCAL: Reserva Técnica de Objectos

NOME FINALIDADE DATA HORA DE ENTRADA

HORA DE SAÍDA

ASSINATURA DO

RESPONSÁVEL

Luísa Faria Limpeza do

espaço 12/07/2008 9h30m 12h30 Patrícia Costa

Henrique Dias Transporte de peças (saída)

10/07/2008 14h35 15h00 Patrícia Costa

Henrique Dias Transporte de

peças (entrada) 12/09/2008 10h00 10h30 Patrícia Costa

Patrícia Geraldes

Auditoria 09/09/2008 9h00 12h30 Patrícia Costa

Patrícia Geraldes

Auditoria 09/09/2008 14h00 18h00 Patrícia Costa

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67 67

IDENTIFICAÇÃO DA LOCALIZAÇÃO DOS OBJECTOS

Na documentação relacionada com os objectos em reserva, a localização deve ser mencionada

do modo e pela ordem apresentados de seguida:

1.escrever Reserva,

2. f [fila] em letra minúscula seguida da letra identificativa maiúscula,

3. e [estante] em letra minúscula seguida do número identificativo;

4. p [prateleira] em letra minúscula seguida do número identificativo

5. Caso esteja dentro de um contentor ou caixa, coloca-se por fim, a letra c [caixa/contentor] em

letra minúscula seguida do número identificativo

Exemplo: Reserva fA, e1, p3, c12

MARCAÇÃO DOS OBJECTOS

Os objectos em reserva devem ser marcados recorrendo a etiquetas livres de ácido, movíveis,

com linha de algodão, poliéster ou linho. No caso de uma peça que se desmonte, que esteja

fracturada ou de um conjunto, deve ser colocada uma etiqueta em cada uma das partes

constituintes.

Quando colocados em contentores ou caixas, a cada recipiente deve ser atribuído um número

individual, marcado no seu exterior e deve conter a identificação de todos os objectos colocados

no seu interior. Esta marcação pode ser feita através de qualquer material desacidificado, de

preferência etiquetas.

Exemplo:

CAIXA 21

45, 654, 7890

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68 68

ARMAZENAMENTO

O objecto só poderá ser armazenado em reserva se garantir os seguintes pontos:

1. Ficha de Inventário preenchida (ver Manual de Gestão da Documentação do Museu Parada

Leitão para aferir procedimentos) e marcação do objecto;

2. Exames e preenchimento do Condition Report (ver Manual de Gestão da Documentação do

Museu Parada Leitão para aferir procedimentos);

3. Limpeza do objecto;

4. Garantia de inexistência de agentes de degradação que causem perdas ou danos no espólio já

armazenado em reserva.

MOVIMENTAÇÃO

Sempre que haja necessidade de movimentar objectos para fora da reserva, o conservador deve

preencher a ficha de controlo e apenas ele pode autorizar a sua movimentação.

Esta ficha deve obrigatoriamente incluir os seguintes dados:

Número de inventário do objecto;

Indicação especifica do local onde o objecto se deve encontrar normalmente;

Indicação especifica do local onde o objecto se encontra temporariamente e data de

devolução do mesmo ao local normal;

Data e justificação do movimento;

Nome dos responsáveis pela movimentação do objecto;

Nome do responsável pela autorização de movimentação do objecto.

Quando se retirar um objecto do seu local de armazenamento, deve deixar-se em seu lugar uma

cópia da ficha de controlo de movimentação.

Veja-se o exemplo na página seguinte.

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69 69

FICHA DE CONTROLO REGISTO DE MOVIMENTAÇÃO

N.º Inventário MPL4766OBJ

Proprietário Instituto Superior de Engenharia do Porto

Super-Categoria Objectos

Categoria Minas e Metalurgia

Sub-Categoria Minas

Designação Modelo de desmonte por bancadas

LOCALIZAÇÃO

Habitual Reserva fA, e1, p3 Temporária Sala 1 Justificação Exposição temporária Data de saída 10/07/2008 Data de devolução 12/09/2008 Responsável pela movimentação Henrique Dias Autorizado por: Patrícia Costa

N.º inv. imagem: 4766(1)OBJ Localização: c:/Meus Documentos/Inventarioobj

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70 70

AUDITORIA

Semestralmente deve ser realizada uma auditoria aos objectos em reserva pelo conservador, ou

por um técnico designado por ele. Deve estar sempre actualizada e feita em sistema de tabela.

Em situação alguma é permitido alterar ou eliminar qualquer informação anterior.

A auditoria deve avaliar:

A presença do objecto no local referido;

A concordância entre o número do inventário atribuído e o número marcado no objecto;

A veracidade da descrição e do estado de conservação do objecto.

A ficha de auditoria deve conter obrigatoriamente:

Data da auditoria;

Resultado da auditoria ao nível da localização;

Resultados da auditoria ao nível da informação e do estado de conservação;

Nome e rubrica do responsável pela auditoria.

Posteriormente, e caso seja necessário, a base de dados informática deve ser actualizada.

Veja-se o exemplo na página seguinte.

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71 71

FICHA DE CONTROLO AUDITORIA

Nº Inv. Marcação Localização Estado de

Conservação Actualização

f e p c

513 × D 10 2 × Regular ×

1058 × D 7 1 × Bom ×

1078 × D 4 2 × Bom ×

1079 × D 7 1 × Regular ×

1081 × D 10 2 × Bom ×

1084 × D 10 1 × Bom ×

1089 × D 10 3 × Deficiente ×

1114 × D 11 2 × Regular ×

1116 × D 6 3 × Bom ×

1197 × D 11 2 × Regular ---- Materiais não estabilizados

1232 × D 6 3 × Regular ×

1235 ---- D 3 3 × bom × Marcação inexistente. Efectuada durante auditoria

1236 × D 8 2 × bom ×

1239 × D 10 2 × bom ×

1240 × D 5 3 × Regular ×

1242 × D 10 1 × Bom ×

1244 × D 8 4 × Regular ×

Data: 09/09/2008

Responsável: Patrícia Geraldes

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72 72

MANUTENÇÃO

A manutenção do espaço, dos equipamentos e dos materiais em reserva deve ser efectuada em

conformidade com o Plano de Manutenção Preventiva da Reserva Técnica do Museu Parada

Leitão.

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73 73

IV.

PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA

DA RESERVA TÉCNICA DE OBJECTOS

PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA RESERVA TÉCNICA DE OBJECTOS

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74 74

PRINCIPIOS GERAIS

A manutenção é um dos aspectos mais importantes do trabalho de conservação;

A manutenção não pode ser uma actividade efémera, deve ser desenvolvida

permanentemente;

A conservação deve ser desenvolvida de acordo com a capacidade de manutenção;

Quando surgirem dúvidas de actuação, é preferível não tomar nenhuma medida e consultar

técnicos de conservação e restauro à instituição ou entidades de renome especializadas na

área;

Apenas o conservador pode decidir e/ou autorizar operações de conservação e de restauro.

Qualquer opção que não esteja definida neste plano deve ser autorizada ou realizada pelo

conservador.

ESTRATÉGIA DE MONITORIZAÇÃO E CONTROLO AMBIENTAL

Para que se possa ter uma verdadeira noção do ambiente e das suas características e variações e

se possa actuar em conformidade, não podemos ter em conta apenas dados recolhidos

esporadicamente. É importante perceber como se comporta o ambiente interno e as colecções

consoante as alterações climáticas anuais e a movimentação no espaço da reserva. Assim sendo,

é necessário proceder de forma sistemática e contínua à recolha de dados sobre humidade

relativa, Temperatura, ventilação, iluminação, poluição e biodegradação.

AGENTES BIOLÓGICOS

Trimestralmente, o conservador deve procurar indícios da presença de agentes biológicos.

Quando encontrar insectos mortos ou vivos, estes devem ser recolhidos com muito cuidado e

entregues a agentes especializados na sua identificação. Deve-se sempre tentar capturar um

exemplar porque os procedimentos para combater a sua presença variam em conformidade

com a espécie infestante.

Sempre que um objecto dê entrada no museu, deve ser examinado. Sempre que se identificar

ou suspeitar de uma infestação, deve ser isolado e quando possível proceder-se à sua

desinfestação e limpeza.

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75 75

As equipas de limpeza devem ser sensibilizadas para a possibilidade de existirem vestígios de

insectos que não devem ser “apagados”. De preferência devem ser realizadas acções de

formação nesse âmbito, tendo como destinatários todos os que de algum modo intervêm na

manutenção do espaço físico e equipamentos.

TEMPERATURA E HUMIDADE RELATIVA

Todos os materiais que contenham água reagem com a quantidade de água que está presente

no ar que os circunda de forma a atingir um equilíbrio. Assim, quando o ar está mais seco, eles

perdem água para o ambiente e, quando se regista o oposto, o seu teor de humidade aumenta.

No entanto, como ar quente contém, normalmente, mais água que o frio, é necessário ter em

atenção a humidade relativa, ou seja, a relação da quantidade de água numa determinada

quantidade de ar com a máxima quantidade de água que o ar pode conter a uma determinada

Temperatura.

A humidade relativa pode afectar os objectos de três formas: pode estimular a proliferação de

agentes biológicos, alterar as dimensões físicas e acelerar reacções químicas. A Temperatura

elevada e o ar estagnado também contribuem para o crescimento de fungos.

A monitorização da Temperatura e da humidade relativa deve ser realizada pelo responsável da

colecção ou, na ausência deste, por outro técnico por ele designado e treinado, de forma

contínua. Por ser uma reserva onde estão armazenados vários tipos de materiais e até alguns

compostos, a Temperatura deve situar-se entre os 19°c e os 21°C e a humidade relativa nos

50%. No entanto, caso existam materiais não estabilizados deve ter-se em consideração os

valores aconselhados para aquele que for mais sensível:

MATERIAL °C HR

Vidro

Entre 15°C e 24°C

45% (+ ou – 5%)

Madeira 50% (+ ou - 5%)

Metal ≤ 35%

Gesso 45% (+ ou – 5%)

Tabela 10 - Valores de Temperatura e humidade relativa aconselhados

O sistema de ar condicionado e o desumidificador devem estar ligados ininterruptamente para

evitar oscilações bruscas sobre o acervo. Deve-se evitar que os níveis de humidade relativa e de

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76 76

Temperatura se modifiquem à noite, fim-de-semana ou em outras ocasiões em que o espaço

esteja encerrado.

Os equipamentos devem ser verificados:

uma vez por semana, por um elemento da equipa museológica, para se averiguar o seu

correcto funcionamento;

devem ser calibrados uma vez por mês, por um elemento da equipa museológica;

uma vez por ano, por um técnico especializado.

QUALIDADE DO AR

A colecção não pode ser armazenada ou exposta junto de qualquer fonte de poluição, como

sejam fotocopiadoras, entradas de ar, áreas pintadas de fresco, ar condicionado e

desumidificadores ou outros. Devem existir purificadores de ar e ventiladores.

A filtragem do ar da sala pode remover grande parte dos gases poluentes e contribuir para um

ambiente mais salutar para as espécies. Devem ser utilizados filtros de carvão activado. A

selecção do filtro deve ser indicada aos técnicos de ar condicionado dependendo dos gases que

se pretende eliminar.

Outro elemento que prejudica o ambiente é o pó, pois pode penetrar e sujar os objectos,

provocando alterações de cor. Uma sala que deixa entrar o pó tem de ser limpa

frequentemente, o que aumenta o manuseamento dos materiais. Assim, o primeiro passo para

evitar a entrada de poeiras deve ser o isolamento das portas, que devem permanecer fechadas,

reduzindo-se, desta forma, as necessidades de limpeza.

Os aparelhos de ar condicionado têm geralmente filtros de absorção de poeiras que podem ser

muito eficientes. Estes filtros, para serem eficazes, devem ser limpos regularmente e

substituídos dentro dos prazos aconselhados.

Um outro filtro de ar sempre à disposição é o vulgar aspirador caseiro. O seu uso é inofensivo

para as colecções e pode ser muito eficaz na eliminação de poeiras. Antes de se usar o

aspirador, deve verificar-se se o sistema de filtragem se encontra em bom estado ou corre-se o

risco a devolver à sala o pó que se aspira.

De cinco em cinco anos deve ser feita uma auditoria à qualidade do ar interno, recorrendo a

empresas externas.

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77 77

EXAME/INSPECÇÃO E REGISTO

O exame deve ser realizado pelo conservador, ou por um técnico designado por ele,

trimestralmente ou sempre que hajam alterações na localização do objecto.

Esta avaliação deve estar sempre actualizada e em situação alguma é permitido alterar ou

eliminar qualquer informação anterior.

O documento deve incluir obrigatoriamente:

a) Data do exame

b) Escala do exame: Macroscópica ou Lupa binocular

c) Nome e rubrica do responsável pelo exame

d) Avaliação do estado de conservação:

Muito Bom – peça em perfeito estado de conservação: os materiais não apresentam

perdas ou lacunas e os danos provocados por agentes de degradação foram nulos.

Bom – peça sem problemas de conservação: os danos provocados por agentes de

degradação foram mínimos (atingiram menos de 25% do material) e os materiais estão

estabilizados.

Regular – peça ou fragmento de peça (que permita uma restituição da original) que

apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) em mais de 25% e menos de 50% do objecto e que

necessita de intervenções de restauro, mas que tem os materiais estabilizados.

Deficiente – peça em que é urgente intervir: apresenta lacuna(s) e/ou perda(s) e sinais

de degradação contínua em mais de 25% do material (não estabilizado).

Mau – peça deteriorada em mais de 50% do material (estabilizado ou não), que

apresenta graves problemas de conservação que dificultam a leitura integral da peça.

e) Registo dos resultados da inspecção: o critério de exame deve ser a identificação dos

efeitos ou danos no objecto. Deve ser sempre referida a extensão e a localização dos

mesmos.

Page 86: GERALDES, P. (2008) Contributo para a organização da reserva técnica do Museu Parada Leitão

CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DA RESERVA TÉCNICA DE OBJECTOS

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

78 78

EXAME EFEITO

Sujidade

Pó/poeira

Concreções

Dejectos de agentes biológicos

Proliferação Micro ou Macro biológica

Resíduos

Restauros envelhecidos /disfuncionais

Estabilidade

Revestimento

Alteração da cor

Alteração do tom

Alteração da transparência

Lacunas

Fissuração

Laminação

Destacamento

Pulverização da preparação

Desgaste

Suporte

Alteração da cor

Alteração do tom

Oxidação

Corrosão

Fissura

Fractura

Desagregação

Pulverização

Deformação

Lacunas

Perfurações

Perdas

Mutilação

Tabela 11 - Listagem de danos e/ou perdas

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

79 79

INTERVENÇÃO E REGISTO

As intervenções devem ser realizadas pelo conservador, por um técnico designado por ele ou

por uma instituição externa especializada. Qualquer intervenção deverá ficar registada e em

situação alguma é permitido alterar ou eliminar qualquer informação anterior. Este documento

deve incluir obrigatoriamente:

a) Data da intervenção

b) Nome e rubrica do responsável pela intervenção

c) Registo da intervenção e descrição exaustiva da metodologia adoptada, da extensão e

localização

INTERVENÇÃO MÉTODO

Limpeza

Mecânica

De quê?

Com quê?

Como?

Química

Mista

Estabilização

Consolidação

Colagem

Fixação

Reforço estrutural

Protecção

Revestimento

Inibidor de Oxidação

Restauro Colmatação de

lacunas

Preenchimento

Reconstituição de formas

Integração cromática

Tabela 12 - Listagem dos métodos de intervenção

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

80 80

MANUTENÇÃO PREVENTIVA E CORRECTIVA

REGRAS DE MANUSEAMENTO

Existem procedimentos a ter em consideração quando manuseamos os objectos:

Lavar sempre as mãos, retirar todas as jóias ou outros acessórios que possam entrar em

contacto com os objectos e usar sempre luvas de vinilo, latex (não esquecendo que pelo

facto da borracha ser vulcanizada com enxofre, os seus resíduos poderem contaminar e

contribuir para a alteração dos materiais) ou de algodão (esta última opção, para além de

mais cara, é mais arriscada, visto que obriga a uma lavagem frequente das luvas e a um

maior cuidado com os agentes de limpeza utilizados);

Quem proceder ao manuseamento de objectos deve vestir sempre bata e, opcionalmente,

usar máscara. Todos os materiais devem ser descartáveis, excepto as batas que devem ser

lavadas frequentemente com sabão neutro;

Não manusear os objectos mais tempo do que o extremamente necessário;

Antes de se manusear um objecto, deve-se observá-lo cuidadosamente de modo a identificar

zonas mais fragilizadas;

Sempre que for necessário movimentar um objecto deve-se utilizar uma base de suporte

livre de ácido. Para o colocar em cima do suporte deve-se colocar este ao mesmo nível do

objecto e utilizar sempre ambas as mãos.

Nunca se deve erguer objectos pelas asas, puxadores, abas ou outras protuberâncias.

INSPECÇÕES AO EDIFICIO

Não se pode mudar a geografia e o clima que muitas vezes causam catástrofes mas, através de

uma inspecção regular ao edifício, pode-se prevenir ou reduzir emergências comuns e outros

problemas. Assim sendo, mensalmente deve ser verificado:

Se não existe água em nenhuma zona anormal e se as calhas e grelhas de escoamento estão

limpas;

Se as canalizações e as instalações eléctricas não apresentam anomalias;

Se todo o acervo está localizados pelo menos a 15cm do chão;

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

81 81

Se os extintores estão dentro da data de validade da última inspecção e se os alarmes de

incêndio estão a funcionar assim como a sua conectividade com a central de policia e

bombeiros;

Se existem rachas ou outros pontos de entrada de organismos no edifício;

o bom funcionamento dos equipamentos de controlo ambiental e o estado dos filtros dos

mesmos.

EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES VISIVEIS E INVISIVEIS

Relativamente aos UV, as lâmpadas são fluorescentes, logo existe algum perigo visto que a

radiação UV atinge os 100µW/lúmen e não dever ultrapassar os 75µW/lúmen.

Em relação às doses de iluminância anuais, os valores recomendados são os seguintes:

CATEGORIA EXEMPLOS DE MATERIAIS DOSE MÁXIMA ANUAL

RECOMENDADA

Sensibilidade

elevada

Têxteis, documentos gráficos, objectos etnográficos, espécimes

botânicos e zoológicos, fotografias a cores 10000 lx.h/ano

Sensibilidade

moderada

Pinturas a óleo, osso, marfim, madeira, esculturas policromas,

fotografia P/B 100000 lx.h/ano

Sensibilidade baixa Cerâmica, esmaltados, joalharia, metal, pedra, vidro, gesso sem

cor 3000000 lx.h/ano

Tabela 13 - Doses de iluminância anual máxima recomendada conforme sensibilidade dos materiais

Na reserva técnica, tendo em conta de que existe acesso durante 219 dias por ano em média

durante 1 hora/dia e com base nos dados adquiridos na medição dos lux, caso não seja possível

a substituição das lâmpadas, sugere-se a distribuição dos materiais do seguinte modo, de acordo

com os valores apurados:

PRATELEIRAS LUX/HORA DOSE ANUAL MATERIAIS RECOMENDADOS

SUPERIOR 3401 lx.h 744 819 lx.h/ano Sensibilidade baixa (metais, vidro e gesso sem cor)

MEIO 478 lx.h 104 682 lx.h/ano Sensibilidade baixa (metais, vidro e gesso sem cor)

INFERIOR 216 lx.h 47 304 lx.h/ano Sensibilidade moderada (madeira)

Tabela 14 - Recomendação da colocação de materiais nas estantes da reserva consoante sensibilidade de materiais

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

82 82

A medição dos lux e das radiações deve ser feita nas seguintes condições:

Semestralmente, de modo a verificar se o sistema de iluminação continua a funcionar do

modo original;

Sempre que um objecto for deslocado para outro local, de modo a garantir que os valores

das radiações são apropriados e a contabilizar a quantidade de lux que afectará o material

durante a sua estadia.

Para monitorizar a luz pode utilizar-se um fotómetro que meça tanto as radiações visíveis como

as invisíveis. Este deve ser calibrado pelo menos uma vez por ano, por um elemento da equipa

museológica.

PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA

A sujidade é o agente de deterioração que mais afecta os objectos e, quando conjugada com

condições ambientais inadequadas, provoca reacções de destruição de todos os suportes num

acervo. Por isso, a limpeza deve ser um hábito de rotina na manutenção do espólio, razão pela

qual é considerada a conservação preventiva por excelência.

Limpeza mecânica dos objectos

O objectivo desta acção é reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à

superfície dos objectos.

Cada objecto deve ser examinado individualmente para determinar se a limpeza é necessária e

se pode ser realizada em segurança.

A limpeza mecânica deve ser feita:

No momento de incorporação;

A seguir a desinfestações para eliminar resíduos que possam contribuir para a sua

deterioração;

No momento de regresso ao museu, após um empréstimo.

O processo de limpeza deve seguir os seguintes procedimentos:

não deve ser muito frequente;

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

83 83

deve fazer-se uso de um pincel macio numa mão enquanto a outra segura ou estabiliza o

objecto;

em zonas mais fragilizadas ou que foram reparadas não se deve aplicar força ou fricção;

se for necessária a utilização de água, devem lavar-se pequenas áreas de cada vez, sem

submergir o objecto e utilizando pequenos tufos de algodão ou cotonetes humedecidos com

água destilada;

a limpeza mecânica de objectos em metal deve ser feita o mínimo de vezes possível (no

máximo 2 a 3 vezes ao ano), visto que pode ser abrasiva;

é proibido esfregar, apenas se deve utilizar um pincel ou escova de pelo macio com gestos

muito suaves e sem pressão;

é proibido polir ou lavar qualquer metal.

Limpeza química ou mista dos objectos

Nenhum material pode ser limpo por via química ou mista, excepto pelo conservador ou por

empresas externas contratadas para o efeito.

Limpeza do espaço físico

A forma mais eficiente e adequada de limpeza do piso e das estantes ou armários é com

aspirador de pó de baixa potência e com protecção na zona de sucção. Nunca devem ser

utilizados espanadores ou vassouras, pois apenas redistribuem a sujidade.

Não se recomenda a utilização de qualquer tipo de solvente ou cera.

Deve-se evitar a água, caso não exista um desumidificador de condensação, pois altera a

humidade relativa do espaço. Caso seja necessário remover sujidade muito intensa pode ser

utilizada água passada com pano muito bem torcido e de seguida passar um pano seco.

A limpeza das estantes deve ser feita a partir da prateleira de cima para a de baixo.

O acesso ao museu deve ter em conta que é absolutamente proibido comer, beber ou fumar em

qualquer zona e durante qualquer actividade e todos devem zelar para que esta regra se

cumpra.

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84 84

ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO

O acondicionamento tem como objectivo a protecção dos objectos que não se encontrem em

boas condições ou a protecção daqueles já tratados e recuperados, armazenando-os de forma

segura.

Os objectos devem ser armazenados em prateleiras ou caixas sem estarem amontoados nem

empilhados, de modo a não pesarem sobre os que ficam na base. Nunca devem ser

armazenados no chão, principalmente de tijolo, pedra ou cimento. Os de grandes dimensões e

peso que só possam ser transportados através de meios mecânicos, como carrinhos, devem ser

armazenados nas prateleiras inferiores.

Deve-se evitar o armazenamento em estantes de madeira, pois podem ser uma fonte de origem

de infestações, dando-se preferência às metálicas, tomando sempre atenção que as prateleiras

devem ser sempre revestidas com folhas de polietileno, no caso de suportarem objectos em

metal.

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

85 85

V.

RECOMENDAÇÕES

RECOMENDAÇÕES

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

86 86

Se excluirmos a acção humana, admitindo que podemos reduzir ao mínimo necessário a sua

acção destrutiva, resta-nos o controlo das condições ambientais para garantir a conservação do

acervo.

Os materiais orgânicos e inorgânicos reagem de formas diferenciadas às condições do meio. As

peças mais difíceis de conservar são as compostas por vários materiais (ex: madeira e metal).

HUMIDADE RELATIVA

1. Valor recomendado aconselhado: 45%

Uma das situações mais difíceis para se determinar os valores de HR óptimos diz respeito

precisamente ao caso dos objectos compostos por materiais muito diferentes. Nestes casos, o

nível de HR a respeitar será o do material mais frágil.

2. Instrumentos de monitorização: psicómetro, termohigrógrafo ou higrómetro

Incentiva-se a aquisição de um higrómetro, visto que os termohigrógrafos, apesar de mais

baratos, necessitam de um psicrómetro para ser calibrado.

3. Instrumentos de controlo: desumificador

TEMPERATURA

1. Valor recomendado aconselhado: entre 18°C e 20°C

Não existe uma Temperatura ideal de conservação para todas as peças. O mais importante é

que ela seja estável, não devendo ter variações de mais de 1°C/24horas, nem ultrapassar os

24°C.

2. Instrumentos de monitorização: termómetro ou termohigrógrafo

3. Instrumentos de controlo: ar condicionado

Rotina e procedimentos de monitorização e controlo da HR e da Temperatura

Deve ser feito o registo da HR e da Temperatura durante pelo menos um ano, sem nenhum

controlo ambiental, para se verificar se existe alguma alteração nos materiais. Neste registo

deve constar: Temperatura interna e externa, HR interna e externa, número de acessos ao

espaço, tempo permanência no espaço, actividades que se realizaram. O tratamento de dados

deve poder demonstrar quais as principais razões das variações de HR e da Temperatura.

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

87 87

Este vai contribuir para que a médio prazo se consiga implementar uma estratégia de controlo

ambiental adequada, verificando quais os equipamentos a adquirir. Nem sempre é necessário

existir sistemas de controlo dos dois factores, até porque, normalmente, a humidade relativa

diminui se a Temperatura aumenta e vice-versa. No entanto, esta decisão apenas deve ser

tomada após a monitorização contínua e sistemática e a interpretação dos dados.

A aquisição de um higrómetro com data logger permite a aferição e o registo permanente dos

valores de HR, ao mesmo tempo que se pode registar e verificar as alterações, dependendo das

diversas actividades que se forem realizando.

No caso de se adquirir um termohigrógrafo, que regista para além da HR, a Temperatura, ele

deve ser colocado numa zona central da reserva e deve-se proceder à verificação dos registos

diariamente e tratá-los informaticamente, de modo a visualizar-se mais facilmente as alterações

que possam ter ocorrido.

Nenhum equipamento pode ficar localizado junto a qualquer fonte de calor ou muito acima do

nível do solo (ex: em cima de armários) e, no caso de não ser informatizado, deve existir um

responsável pelo tratamento dos dados.

Após a aquisição de equipamentos de controlo ambiental deve-se, gradualmente, modificar os

níveis de HR cerca de 5%/24horas, nunca podendo exceder os 10% / 24horas, até se atingir o

valor recomendado. As inspecções aos objectos devem ser feitas regularmente, de modo a

verificar-se se existiram danos e os registos e análises devem manter-se da mesma forma.

QUALIDADE DO AR

A filtragem do ar da sala pode remover grande parte dos gases poluentes e contribuir para um

ambiente mais salutar para as espécies. Devem ser utilizados filtros de carvão activado. O carvão

activado é essencialmente carvão granular, onde a superfície de contacto com o ar está muito

aumentada. O carvão retém à superfície os gases poluentes e não pode ser regenerado.

A eficácia do filtro aumenta se o ar da sala for forçado a passar, várias vezes, através do filtro: o

dióxido de enxofre é parcialmente absorvido por este tipo de filtros, o ozono é destruído por

eles, mas o dióxido de azoto não é afectado. Existem vários tipos de filtros de carvão, alguns

misturados com reagentes alcalinos, para absorção de gases específicos. A selecção do filtro

deve ser indicada aos técnicos de ar condicionado dependendo dos gases que se pretende

eliminar.

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

88 88

Outro elemento que prejudica o ambiente é o pó, pois pode penetrar e sujar os objectos,

provocando alterações de cor. Uma sala que deixa entrar o pó tem de ser limpa

frequentemente, o que aumenta o manuseamento dos materiais. Assim, o primeiro passo para

evitar a entrada de poeiras deve ser o isolamento das portas, que devem permanecer fechadas,

reduzindo-se, desta forma, as necessidades de limpeza.

Os aparelhos de ar condicionado têm geralmente filtros de absorção de poeiras que podem ser

muito eficientes. Estes filtros, para serem eficazes, devem ser limpos regularmente e

substituídos dentro dos prazos aconselhados. Os filtros do tipo electrostático não são

recomendados. Eles absorvem as poeiras por criação de um campo eléctrico estático, mas são

geradores de ozono e dióxido de azoto, gases oxidantes.

Um outro filtro de ar sempre à disposição é o vulgar aspirador caseiro. O seu uso é inofensivo

para as colecções e pode ser muito eficaz na eliminação de poeiras. Existem já no museu um

aspirador adequado, que utiliza filtro de ar muito apertado e capaz de absorver poeiras muito

finas. De qualquer modo, antes de se usar o aspirador, deve verificar-se se o sistema de

filtragem se encontra em bom estado ou corre-se o risco a devolver à sala o pó que se aspira.

Outro modelo de aspirador interessante é o pequeno portátil, a pilhas.

Os armários com portas são um bom auxiliar na protecção contra o pó, sendo mais eficazes do

que as estantes. No entanto, há que verificar primeiro, se permitem a circulação do ar no seu

interior, para facilitar a saída da humidade.

De cinco em cinco anos deve ser feita uma auditoria à qualidade do ar interno, recorrendo a

empresas externas.

RADIAÇÕES VISIVEIS E INVISIVEIS

A gestão de riscos não fica completa se não se tiver em consideração a exposição às radiações

visíveis e invisíveis. A maioria dos materiais é afectado pela radiação UV e pela luz visível, daí

que seja importante limitar a sua exposição a condições inadequadas.

Ao contrário dos objectos, o olho humano não é sensível à radiação UV, daí que esta possa ser

eliminada sem causar qualquer tipo de efeito na visualização dos objectos. Isto pode ser obtido

através da utilização de filtros que absorvam as radiações invisíveis, mas que permitem a

passagem das visíveis. Sugere-se a utilização de lâmpadas fluorescentes em detrimento das

incandescentes. A taxa de deterioração causada pela luz é directamente proporcional à

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

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intensidade da radiação e ao tempo de exposição, consequência da lei da reciprocidade, por

isso, para reduzir este dano é importante diminuir os dois factores.

Relativamente aos UV, apesar das lâmpadas serem fluorescentes, existe algum perigo visto que

a radiação UV atinge os 100µW/lúmen e não dever ultrapassar os 75µW/lúmen. Sugere-se a sua

substituição.

Relativamente às doses de iluminância verificadas, sugere-se a distribuição dos materiais tal

como indicado no Plano de manutenção Preventiva. No entanto, visto que a maioria dos

materiais são compostos e não se poder concretizar esta divisão de forma linear, sugere-se a

aquisição de armários fechados ou, uma solução mais barata, a colocação de cortinas opacas nas

estantes.

A medição dos lux e das radiações deve ser feita nas seguintes condições:

Semestralmente, de modo a verificar se o sistema de iluminação continua a funcionar do

modo original;

Sempre que um objecto for deslocado para outro local, de modo a garantir que os valores

das radiações são apropriados e a contabilizar a quantidade de lux que afectará o material

durante a sua estadia.

Para monitorizar a luz pode utilizar-se um fotómetro que meça tanto as radiações visíveis como

as invisíveis. Este deve ser calibrado pelo menos uma vez por ano, por um elemento da equipa

museológica.

ARMAZENAMENTO E ACONDICIONAMENTO

O mobiliário deverá eliminar a exposição à luz visível e ultravioleta, proteger contra roubos, criar

micro ambientes no seu interior, controlando variações térmicas e de humidade relativa e

reduzir a entrada de poeiras, poluição e de agentes biológicos. As escolhas existentes no

mercado são variadas, mas existem algumas regras que devem ser tomadas em consideração na

definição do mobiliário:

Deve ser forte o suficiente para suportar os materiais mais pesados (não foi possível pesar

os materiais existentes, mas é indispensável fazê-lo logo que haja equipamento

apropriado);

Deve ter em conta as dimensões dos objectos;

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

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Deve ter prateleiras amovíveis, para se adaptarem a diferentes alturas dos materiais.

Uma solução existente no mercado que poderia duplicar o espaço existente, permitindo a

colocação em reserva (como se pretende) de mais peças são os armários de sistema móveis.

Vejamos a imagem exemplificativa (6):

Figura 58 – Exemplo de solução de armazenamento: armários de sistema móvel

Outro tipo de equipamento de acondicionamento, armazenamento e até mesmo de transporte

passível de ser utilizado são contentores. Estes devem ter as seguintes características:

Material: polipropileno;

Resistentes;

Empilháveis e com sistema de encaixe;

Com sistema que permita movimentação

Figura 59 – Exemplo de solução de movimentação de contentores

Vejamos os exemplos (7):

Figura 60 - Tipologias de contentores aconselhados

6 In http://www.spacesaver.com/prod_cat.asp?cat_id=2

7 In catálogo Potássio Quatro – Conservation Solutions

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

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PLANO DE SEGURANÇA E EMERGÊNCIA: CONTRIBUTO PARA O SEU PLANEAMENTO

Apesar de, neste momento, não ser possível integrar um Plano de Segurança e Emergência num

institucional, visto que o ISEP não possui um alargado a todo o Campus, julga-se essencial prever

o seu planeamento e definir alguns pontos necessários à sua elaboração.

Relembra-se que para um plano desta natureza para ser eficaz deve:

ter apoio incondicional dos orgãos de gestão e de todo o pessoal afecto ao museu;

ser simples e focar apenas as situações que são mais prováveis de acontecer;

ser flexível o suficiente para dar resposta a situações inesperadas;

ser realista no que diz respeito aos recursos do museu;

ser testado regularmente, pelo menos anualmente.

O Plano de emergência deve ter em atenção e desenvolver cinco questões:

1. Prevenção: eliminar perigos ou reduzir os seus efeitos na equipa técnica, visitantes e

património.

2. Preparação: preparar e equipar a equipa técnica para lidar com uma emergência.

3. Resposta: prevenir prejuízos e diminuir perdas após qualquer acontecimento.

4. Recuperação: preparar e treinar a equipa técnica para continuar o processo até se voltar à

normalidade

5. Comunicação: definir quando se activa os procedimentos de resposta, como se comunica

em “modo de emergência” e quando se declara que a situação de emergência terminou.

Planear, avaliar e rever planos de emergência e de segurança deveria fazer parte da rotina do

museu e ser entendido por todos os profissionais envolvidos na instituição como essencial. O

seu sucesso requer empenho, paciência, trabalho de equipa e um orçamento anual. Aliás, o

trabalho de equipa é tão fundamental como os deveres individuais. O quadro que se segue

apresenta as responsabilidades de cada grupo de profissionais do museu na preparação deste

plano:

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PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

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Quem? O quê?

Director

Define as políticas do programa e prepara o Plano de segurança e emergência

Define a equipa de trabalho e o seu coordenador

Estabelece o orçamento para o programa

Orienta a lista de recursos

Orienta o envolvimento da comunidade e dos meios de comunicação

Colabora na avaliação prévia de riscos

Coordenador

Estabelece o contacto entre director e equipas de trabalho

Implementa medidas preventivas conforme as recomendações

Numa emergência monta e dirige o centro de comando

Equipas de

trabalho

Equipa de preparação

Segurança

Definição de vulnerabilidades

Procedimentos de resposta

Colecções

Edifício/Manutenção

Registo/ Gestão

Equipa de resposta

Segurança Medidas preventivas

Plano de resposta

Plano de recuperação

Colecções

Edifício/Manutenção

Registo/ Gestão Tabela 15 - Responsabilidades dos profissionais do museu na preparação do plano

O plano deve expor deveres e procedimentos nas seguintes áreas:

Organização: as regras de resposta das equipas numa emergência; como montar uma base

de operações após uma evacuação e como estabelecer um posto de comunicação e relações

públicas;

Pessoas: quando evacuar visitantes e equipa técnica e quem o decide, como estabelecer um

abrigo de emergência, como providenciar cuidados médicos, caso seja necessário, como

contactar voluntários e especialistas externos;

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO | RECOMENDAÇÕES

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

93 93

Colecções e edifício: onde e quando recolocar ou evacuar as colecções e quem o decide,

como contactar a seguradora, como avaliar os danos, como proteger o edifício, que recursos

materiais e logísticos são necessários e onde estão armazenados.

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO

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94 94

GLOSSÁRIO

A

Abrasão – desgaste da superfície por fricção. Difere de erosão, que é um processo químico de

desgaste (v. Erosão).

Acidez - relativo a pH inferior a 7.0, que resulta na instabilidade molecular do material,

provocando descoloração e enfraquecimento do suporte.

Acondicionamento - protecção dos materiais, armazenando-os de forma segura.

Amarelecimento - tendência para adquirir um tom amarelo provocado pelo envelhecimento do

suporte, acidez e/ou más condições de acondicionamento.

Análise - decomposição de um todo em partes; identificação das substâncias que compõem

uma mistura ou dos elementos que constituem uma substância

Armazenamento - sistema que recebe o material, acondicionado ou não, para ser guardado.

Consiste essencialmente no mobiliário destinado à guarda do acervo: estantes, armários,

contentores...

Auditoria – acto de verificar se as normas e regras estão a ser aplicadas, vistoria, inspecção,

passar revista.

C

Calibração – Conjunto de operações que estabelecem, sob condições especificadas, a relação

entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição e os valores

correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões.

Canais – cavidades, galerias.

Concreção - acto de se condensar, de se solidificar, de se tornar concreto; efeito de agregação

dos sólidos contidos num líquido; conjunto de partículas no interior de tecidos vegetais;

deposição de partículas inorgânicas no interior de órgãos vegetais e animais.

Condicionado – Sujeito a condições, regularizado.

Conservação curativa – intervenção directa e obrigatória sobre uma colecção ou objecto cuja

integridade está ameaçada.

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CONTRIBUTO PARA A ORGANIZAÇÃO DA RESERVA TÉCNICA DO MUSEU PARADA LEITÃO

PATRÍCIA GERALDES CIEPGM07/08

95 95

Conservação Preventiva – Intervenção indirecta sobre o ambiente ou directa sobre a colecção

ou objecto para reduzir os riscos de potencial deterioração.

Consolidação – tornar sólido ou seguro, fortalecer

Corrosão - alteração superficial de uma substância devido à reacção química que esta

estabelece em contacto com uma outra

Craquelé – acabamento com aspecto de fissuração em rede, obtido através da aplicação de um

verniz base e um craquelador.

D

Deformação - alteração da forma

Desagregação – dissociação, separação do suporte

Descoloração - tendência para o material perder a definição da cor. Diferente de desvio de tom.

Desinfestação – eliminação de macroorganismos.

Destacamento – dissociação, separação do revestimento

Desvanecimento - Redução da densidade da imagem. Tendência para a imagem perder o seu

contraste e, consequentemente, pormenor (particularmente nas zonas mais claras), devido ao

processo de degradação da tinta. Pode ocorrer em toda a imagem, ou apenas em certas partes.

Desvio de tom - mutação da cor, por reacção química, geralmente relacionada com a exposição

à luz, levando a um desequilíbrio cromático e à formação de uma cor dominante (azul, amarelo,

etc.).

Deterioração – diz-se de qualquer alteração da condição, física ou química, de um objecto.

Deterioração física – qualquer alteração num objecto que implique mudança na sua estrutura

física.

Deterioração química - qualquer alteração num objecto que implique mudança na sua

composição química, normalmente através da reacção com outra substância química (poluição,

água, despojos de animais) ou radiação (luz e calor).

Distensão - Alongamento ou alargamento da superfície do papel ou da emulsão (em situações

de humidade relativa elevada, a emulsão incha e alarga, podendo desprender-se do suporte).

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96 96

E

Enrugado - Formação de pregas na superfície do material.

Erosão - Corrosão; alteração superficial devido a uma reacção química com outra substância.

Difere de abrasão, que se caracteriza pelo desgaste físico (v. Abrasão).

Exame – observação atenta

F

Ferrugem - Óxido que se forma à superfície do ferro, quando está exposto à humidade.

Caracteriza-se pela sua cor alaranjada.

Flintkote - Produto betuminoso impermeável

Fissuração – produção de fendas; aberturas

Fixação – fazer aderir uma parte a outra

Foxing - formação de pontos acastanhados ou avermelhados provocados pelo desenvolvimento

de micro-organismos ou pela oxidação.

Fractura – quebra, ruptura

G

Gestão de risco – Processo que envolve monitorização e avaliação, no sentido de identificar,

medir, controlar, minimizar ou eliminar os riscos para o museu, colecções e pessoas.

H

Hidrófugo – que preserva da humidade

Higroscópicos – capacidade de uma substância ou material para absorver a humidade do ar.

Humidade relativa – é a relação entre a quantidade de vapor de água existente num

determinado volume de ar (humidade absoluta) e o valor máximo que esse volume pode

absorver antes de se dar a saturação ou condensação.

Humidade relativa – é a relação entre o volume de ar e a quantidade de vapor de água que este

contém, numa determinada Temperatura.

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97 97

I

Iluminância - quociente da intensidade luminosa de uma superfície pela área aparente dessa

superfície

Infestação – invasão por organismos que provocam estragos.

Infravermelhos – Parte visível da radiação electromagnética, com comprimento de onda longo.

L

Lacuna - Falha na constituição física do material

Laminado - Tendência para formar lâminas, isto é, folhas ou camadas lameliformes.

Limiar de alerta [respeitante à qualidade do ar]- nível de poluentes na atmosfera acima do qual

uma exposição de curta duração apresenta riscos para a saúde humana e a partir do qual devem

ser adoptadas medidas imediatas, segundo as condições fixadas

Limpeza mecânica – reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à

superfície dos objectos sem recurso a substâncias químicas, apenas através de máquinas ou

outros mecanismos

Limpeza mista – reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à superfície

dos objectos com recurso a substâncias químicas e máquinas

Limpeza química - reduzir poeira, partículas sólidas, ou outros depósitos de resíduos à superfície

dos objectos com recurso a substâncias químicas

Luz – é uma forma de energia que estimula o sentido da visão.

M

Macroscópico(a) - que se vê sem auxílio de microscópio ou lente

Manchas - Marcas na superfície do material, que podem adquirir várias formas e tons e que

podem ter origem em vários factores.

Manutenção – actuações de rotina que previnem danos e/ou perdas.

Materiais higroscópios – materiais que absorvem e emitem água de e para o ambiente

conforme necessitam de forma a manterem o níveis de humidade equilibrados

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98 98

Materiais inorgânicos - têm origem geológica. Incluem-se neste grupo metais, cerâmicas, vidro,

pedra, minerais e alguns pigmentos. Todos os materiais inorgânicos partilham as mesmas

características:

Foram submetidos a pressões ou calor extremos

Não são inflamáveis a temperaturas normais

Em interacção com o ambiente podem alterar a sua estrutura química

Podem ser porosos e absorver contaminantes

À excepção de alguns tipos de vidro e pigmentos, não são sensíveis à luz

Materiais orgânicos – são materiais com origem em seres vivos, plantas ou animais. Incluem-se

neste grupo madeira, papel, têxteis, peles e couros, ossos, marfim, ceras, plásticos, alguns

pigmentos e espécimes biológicos de história natural. Todos os materiais orgânicos partilham as

mesmas características:

Contém carbono

São sensíveis a níveis extremos e variações de humidade relativa e Temperatura

São inflamáveis

São higroscópios (v. Materiais higroscópios)

São sensíveis à luz

São fonte de alimentação de fungos e insectos

Mutilação – acto de cortar, decepar qualquer parte de um corpo.

N

Neutro – que não é ácido nem alcalino

O

Objectos compostos – são objectos produzidos com dois ou mais materiais e, dependendo

destes, podem ter características de materiais orgânicos e inorgânicos. Assim, cada material

pode reagir com o ambiente de forma individual ou provocar alterações químicas no outro,

causando danos e/ou perdas

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99 99

Ondulação - Tendência que o material tem de deformar a superfície de modo sinuoso, com uma

série de saliências e depressões na superfície.

Oxidação - converter em óxido, ferrugem

P

Perfuração – furo

Prevenção – conjunto de atitudes, que actuam sobre as pessoas e bens, e que visam prevenir o

dano provocado por agentes diversos.

Pulverização – redução de uma substância a pó.

R

Reserva técnica - espaço físico destinado a armazenar e acondicionar objectos museológicos,

concebida para dar a máxima protecção e permitir uma utilização optimizada das colecções,

normalmente de acesso restrito e ambiente controlado para a sua melhor conservação.

Restauro – intervenção directa e facultativa sobre um objecto com o objectivo de facilitar a sua

leitura.

Retracção - Contracção do papel que resulta numa alteração da sua forma original (para mais

pequeno).

Riscado - ter riscos ou traços. O arrastamento de algum objecto sobre uma superfície pode

resultar em riscos, na direcção na qual o objecto foi arrastado. Pode também resultar em

abrasões, se a força empregue for mais considerável. (v. Abrasão).

T

Temperatura – é uma medida do movimento das moléculas de um material. Se a Temperatura

aumenta, as moléculas movem-se mais rápido e espalham-se, logo o material expande. Se

acontecer o oposto, as moléculas abrandam e aproximam-se, logo o material contrai.

U

UV, Ultravioletas – Parte invisível da radiação electromagnética, com reduzido comprimento de

onda e energia elevada.

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V

Valor limite [respeitante à qualidade do ar] - nível de poluentes na atmosfera, fixado com base

em conhecimentos científicos, cujo valor não pode ser excedido, durante períodos previamente

determinados, com o objectivo de evitar, prevenir ou reduzir os efeitos nocivos na saúde

humana e ou no meio ambiente

Vinco - É uma marca ou aresta resultante de uma dobra (v. Dobras)

Vinilo - radical monovalente não saturado, também designado etenilo.

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ANEXOS Listagem de objectos em reserva

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