Gazeta Rural nº 238

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www.gazetarural.com Director: José Luís Araújo | N.º 238 15 de Dezembro de 2014 Preço 2,00 Euros www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF Floresta é riqueza! Floresta é vida! 2015 Com fumeiro, queijo, vinho, e… notícias do mundo rural Boas Festas

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Esta é a última edição de 2014. Brindamos a todos quantos, ao longo deste ano, estiveram connosco, especialmente os nossos clientes e leitores. Ao longo deste ano procurámos acompanhar, dentro do possível, os acontecimentos que marcaram o mundo rural. Esperamos ter cumprido o papel que definimos há 10 anos. Nesta edição destacamos no início de 2015 do ciclo do fumeiro, em Boticas, com a Feira Gastronómica do Porco, a que se segue a Feira do Fumeiro em Montalegre. Destaque também para a presença dos vinhos do Dão no Brasil, o estado do sector dos cogumelos, assim como outras noticias que fazem a actualidade do mundo rural. Toda a edição na versão online ou PDF em: www.gazetarural.com Para todos os clientes e leitores desejamos um Santo Natal e um óptimo 2015. A equipa da Gazeta Rural: José Luís Araújo, Filipe Figueiredo, Fernando Barreira, José Martins e Jorge Araújo

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w w w. g a z e t a r u r a l . c o mDirector: José Luís Araújo | N.º 238

15 de Dezembro de 2014Preço 2,00 Euros

www.fnapf.pt | www.facebook.com/FNAPF

Floresta é riqueza! Floresta é vida!

2015Com fumeiro, queijo, vinho, e… notícias do mundo rural

BoasFestas

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Sumário05 Feira Gastronómica do Porco quer valorizar produtos tradicionais e agricul-tura

07 Autarca de Manteigas quer dar mais visibilidade à Expo Estrela

08 Montalegre lançou Feira do Fumeiro 2015

10 Feira da Pinha e do Pinhão em Carre-gal do Sal foi um êxito

11 Edição 2014 reforçou importância da Ecoraia para a região transfronteiriça

13 Vinhos de Lisboa investem na África do Sul

15 Confraria Feminina do Vinho de Curiti-ba comemorou 10 anos

16 Heloise Merolli: “Tenho uma enorme paixão pelas castas portuguesas”

19 Lusovini quer pôr os vinhos portugue-ses na moda em toda a Lusofonia

21 Pesqueira inaugurou Museu do Vinho e da Loja Interactiva de Turismo

22 Grupo Same Deutz-Fahr Portugal quer concessionários exclusivos

28 Clínica Veterinária do Dão tem novas instalações

29 Açores enfrentam incógnita do fim de quotas leiteiras

30 Produtores de framboesa reuniram--se em Vagos

31 Um quarto das candidaturas PRODER veio de jovens agricultores

33 Investigadores identificam benefícios para a saúde do medronho

38 Estado da Salsicharia Tradicional Por-tuguesa “é promissor”

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Tel. 93 580 70 31 - www.quintadasmarias.com

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A Câmara de Boticas aplica em Janeiro medidas de apoio ao emprego, que incluem um subsídio às empresas pelos postos de trabalho que criarem e a venda de terrenos a preços simbólicos na zona industrial. “O objectivo é fundamentalmente a criação de emprego”, afirmou o presidente da Câmara de Boticas, Fer-nando Queiroga.

Para isso, o município do distrito de Vila Real implementa em 2015 um conjunto de medidas para apoiar a fixação de empresas no concelho e, consequentemente, a criação de emprego.

O autarca referiu que às empresas que optem por se instalar no concelho será atribuído um apoio monetário de acordo com o número de postos de trabalho criados.

Foram criados quatro escalões que vão até aos 04 empre-gos, 05-10, 11 e 50 e acima de 50. Por exemplo, às empresas que criarem mais de 50 postos de trabalho será atribuído um subsí-dio correspondente a 110 meses do salário mínimo nacional.

Fernando Queiroga salientou que o apoio será atribuído em duas tranches, uma no primeiro ano de actividade e os restantes 50% no segundo ano. “O apoio é entregue nos dois primeiros anos porque é no início de actividade que as empresas têm mais dificuldade, falta de liquidez”, explicou o responsável. Em con-trapartida, as empresas terão que ficar no mínimo seis anos a laborar. “Esta foi a forma que encontrámos para ajudar a que as empresas se instalem e para a criação de emprego”, sublinhou.

A autarquia quer travar a saída de população do concelho. “Queremos que as pessoas não tenham que sair do concelho. Pelo menos segurar os que cá estão e, se possível, ajudar a re-gressar”, frisou.

Nomeadamente no sector da agricultura e na actividade florestal

Boticas vai dar apoio financeiroempresas que criem emprego

A acrescentar a esta ajuda financeira, Fernando Queiroga salientou que os terrenos no parque empresarial vão ser ven-didos ao preço simbólico de um euro por metro quadrado. De-pois, será ainda concedida a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) pelo período de cinco anos, da Derrama, de taxas municipais em obras de urbanização e de taxas referentes a pu-blicidade.

O pacote de incentivos dirige-se ainda a quem quer apostar na agricultura e na actividade florestal. O valor das taxas pagas no licenciamento de armazéns, estábulos ou vacarias desce 50% e será ainda dado apoio à vacinação do gado.

A autarquia vai também implementar ajudas à reflorestação de áreas afectadas por incêndios com espécies autóctones. Um pacote de medidas que, segundo o autarca, só é possível im-plementar devido à “saudável condição financeira herdade do anterior executivo”.

Agora, segundo Fernando Queiroga, a aposta já não passa pela construção de equipamentos, mas pela criação de “dina-mismo económico no concelho”, pelo “apoio à criação de em-prego, ao turismo e ajuda para os mais carenciados”.

No próximo ano mantém-se ainda o incentivo de mil euros por cada nascimento no concelho e um subsídio mensal de 50 euros para todos os bebés dos cinco meses aos três anos.

Para os mais idosos há comparticipações na aquisição de medicamentos, óculos e próteses de apoio autonomia de pes-soas com deficiência.

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Boticas inaugura o ciclo de feiras dedicadas ao por-co e ao fumeiro. De 9 a 11 de Janeiro, a Feira Gastronó-mica do Porco, uma iniciativa da autarquia local, é local de romaria obrigatória para quem quer começar o ano a degustar alguns dos melhores enchidos, mas também a gastronomia associada ao porco.

O certame vai na XVII edição e promete repetir o êxi-to de edições anteriores, mantendo-se fiel aos princípios que levaram à sua criação, nomeadamente a defesa in-transigente do mundo rural barrosão e pela preservação, valorização e divulgação dos produtos agrícolas e da pe-cuária da região, da sua genuína qualidade, responden-do às mais modernas exigências e procurando alargar a oferta na área do turismo gastronómico na região.

O autarca de Boticas sustenta que “a qualidade do produto são o maior atractivo” do certame e espera a venda de cerca de 40 toneladas de fumeiro, o que sig-nifica um “injecção” na economia local de 450 mil euros. Para este sucesso muito tem contribuído o modelo do certame, com uma aposta na gastronomia, com pratos tradicionais confeccionados à base de carne de porco e fumeiro, em paralelo com a venda de produtos, o que marca a diferença em relação a outros eventos que pela região têm lugar.

As exigências impostas pela organização do evento garantem a qualidade dos produtos para venda no recinto e são também uma das razões para o sucesso da Feira. Cerca de meia centena de produtores de fumeiro marcarão pre-sença, a que se juntam mais 30 stands de exposição e venda de outros produtos alimentares e de artesanato.

O Ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, é o membro do governo presen-te na inauguração do certame. Fernando Queiroga vai aproveitar a vinda do governante para reforçar a ideia de que “urge combater as assimetrias regionais” e “exigir a majoração de apoios aos municípios de baixa densidade, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio”.

Para além do fumeiro, o destaque vai para a gastro-nomia, com pratos que mostram as saborosas especia-lidades gastronómicas locais, como o cozido à Barrosã, o arroz de costelas e chouriça, os fumados, as alheiras, o salpicão e o presunto, que podem ser acompanhados com os vinhos regionais, com destaque para o famoso “Vinhos dos Mortos”.

No plano de animação, a referência maior vai para as famosas e tradicionais chegas de bois, junto ao recinto da feira, que arrastam milhares de visitantes, bem como a transmissão do programa “Somos Portugal” da TVI.

Ainda no âmbito do certame, e no exterior do recin-to, terá lugar uma feira à moda antiga, onde os visitantes podem encontrar iguarias e artefactos relacionados com a tanoaria, olaria, cestaria, peles, bebidas espirituosas, frutos secos, pão caseiro, entre outras.

Com um orçamento de cerca de 45 mil euros, a or-ganização da Feira Gastronómica do Porco espera que a mesma seja um sucesso, nomeadamente nas vendas, pois são esperados cerca de 70 mil visitantes, oriundos de todo o norte do país e da vizinha Espanha.

Edição 2015 vai decorrer de 9 a 11 de Janeiro, em Boticas

Feira Gastronómica do Porcoquer valorizar produtos tradicionais e agricultura

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Sedeada em Boticas, a Casa S. Cristóvão é um es-paço que passou por várias gerações e foi reabilitado com o intuito de preservar o património local. Situada no centro histórico de Boticas era uma casa rústica tornada num dos mais belos e acolhedores locais para se pernoitar.

A elegância e a sobriedade arquitectónica suge-rem a harmonia entre a tradição e a modernidade que se traduzem no conforto e bem-estar de quem por ali passa. A pureza do ar e da água, a excepcional gas-tronomia regional e um ambiente familiar e discreto fazem deste um espaço de excelência na região.

Pelas mãos de Maria da Conceição “Mariazinha” e sua mãe, saem os melhores petiscos e paladares da verdadeira carne de porco e de vitela. Da simpatia de “Mariazinha”, e de seu marido José Moura, o convite de momentos bem passados, de convívio e amizade.

A Casa S. Cristóvão é um espaço de traços an-cestrais, recuperado e adaptado ao turismo rural. José Moura confessa que “o espaço junta o útil ao agradável; o primeiro por recuperar uma casa antiga e o segundo de permitir aos clientes mais do que um simples local para descansar, mas também aberto a novas amizades para quem por aqui passa”.

O primeiro serviço da Casa S. Cristóvão foi em Abril de 1999 e a adesão tem sido crescente, um fac-tor justificado pela forma como todos os clientes são acolhidos. Mais do que um lugar para pernoitar, é um lar onde todos os hóspedes são tidos como “amigos da família”. De resto, José Moura não esconde que “é muito difícil lidarmos comercialmente com os nossos clientes, porque não os conseguimos olhar como tal, mas antes como amigos”.

A Fumeinor vai apostar em 2015 no mercado nacional, apre-sentando uma nova marca: “Dom Fumeiro”. A empresa situada em Bobadela, à saída de Boticas em direcção a Chaves, produz fumeiros e enchidos tradicionais e até agora comercializava os seus produtos apenas na região transmontana.

A Fumeinor é uma empresa com cerca de 12 anos, mas que há seis anos foi colocada à venda. Nessa altura um grupo de cin-co sócios, todos com o gosto pela tradição e pela gastronomia da região, decidiram aceitar o desafio e adquiriram a fábrica de enchidos.

Depois de uma pesquisa no receituário tradicional da região, apostaram na produção de enchidos do Barroso, de onde se destaca o famoso chouriço de abóbora. Assunção Rosinha, uma das sócias da empresa, à Gazeta Rural, refere que a Fumeinor “faz todos os enchidos ainda à moda antiga, tal como ainda se fazem na casa dos agricultores”, salientando que “ainda são se-cos de forma natural, com lenha de carvalho seco”. O vinho, o alho e o louro continuam a ser os produtos de eleição para o

Casa de S. Cristóvão:Requinte e tradição num espaço familiar

Empresa sedeada em Bobadela, no concelho de Boticas

“Dom Fumeiro” é a nova marcada Fumeinor para o mercado nacional

tempero dos enchidos.Em relação ao volume de vendas, Assunção Rosinha “diz que

há uma diferença significativa, comparando a época de maior procura em relação aos meses mais fracos”. No entanto, “te-mos que ter sempre stock de oferta, uma vez que, por exemplo, um salpicão demora mês e meio a estar pronto para a venda e, de vez em quando, surge uma encomenda inesperada, conta a produtora.

O ano de 2015 vai ser de mudança no rumo do mercado, pois se até agora a Fumeinor apostava essencialmente em Trás-os--Montes, já este ano foram dados alguns passos para a sua difu-são por outras regiões do país, nomeadamente na capital, onde já têm um distribuidor, assim como nalguns nichos de mercado no Porto. No entanto, no próximo ano, a empresa vai apostar forte na comercialização, tendo criado uma nova marca “Dom Fumeiro”, apostando na inovação e lançando uma aposta forte no mercado nacional.

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A edição de 2015 da Expo Estrela, certame promovido pela Câmara de Manteigas por alturas do Carnaval, deverá marcar o início de um novo ciclo. “A Expo Estrela precisa de um abanão”, adiantou o presidente da autarquia à Gazeta Rural.

José Manuel Biscaia referiu a necessidade de “mexer” com o certame e apostar na expansão do mesmo. “Duran-te o meu mandato tem que levar um abanão, transformá-la para divulgar e promover não só os produtos da Estrela, e esses serão predominantes, mas, se calhar, dar lhe mais de visibilidade internacional ou raiana”, sustentou o autarca.

Para José Manuel Biscaia, a primeira coisa a fazer passa por convidar algum dos produtores que estiveram na Ecoraia para estarem na Expo Estrela, “nomeadamente os produto-res de queijo e fumeiro”. Para o edil, importa “dar-lhe esta internacionalização no sentido de aproximação de produ-tores”, porque “produzem os mesmos produtos, com novas formas de apresentação e com novos mercados potenciais”.

Com isto, acrescenta o autarca, “poderemos ter mais visitantes, nomeadamente turista espanhóis”. É que, neste campo, diz José Manuel Biscaia, “temos muita coisa em con-junto com Salamanca e iremos continuar a promover outras actividades ao nível do turismo”. “Gostaria que a Expo Estrela passasse a ter esta internacionalização na região da Raia”, sustentou.

O Município de Marvão promove, de 20 de Dezembro a 4 de Janeiro, a Quinzena Gastronómica da Caça. Ao longo destas duas semanas, os dez restaurantes aderentes do concelho apresen-tam um conjunto de saberes e sabores, com os melhores pra-tos à base de lebre, perdiz, pombo bravo, coelho bravo, javali ou veado.

À semelhança das anteriores, a IV Quinzena Gastronómica da Caça pretende promover Marvão enquanto destino gastronómi-co de excelência e, ao mesmo tempo, realçar os nossos produtos endógenos. Por outro lado, esta iniciativa é também uma forma de homenagear os caçadores e afirmar a região enquanto des-tino turístico de caça.

Numa região com forte actividade cinegética, a diversidade de pratos de caça é enorme, graças à utilização da lebre, da per-diz, do pombo bravo, da codorniz, do coelho bravo, do javali e do veado. Pratos que merecem ser acompanhados pelos excelentes produtos hortícolas e vinhos produzidos no concelho.

Canja de perdiz com aroma a hortelã, coelho bravo com míscaros, feijoada de lebre, arroz de pombo bravo, caçolinha de veado com setas, perdiz de tiro em escabeche, javali estufado em vinho tinto com puré de maçã e codornizes de escabeche são algumas das iguarias que pode degustar, nos dez restaurantes aderentes.

Aproveite a quadra natalícia para saborear os melhores pra-tos de caça da região e, em simultâneo, contemplar a paisagem, o património histórico e cultural do concelho de Marvão.

Realizada por alturas do Carnaval

Autarca de Manteigasquer dar mais visibilidade à Expo Estrela

De 20 de Dezembro a 4 de Janeiro

Marvão promove Quinzena Gastronómica da Caça

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O município de Montalegre apresen-tou, no edifício da Alfandega do Porto, uma mostra do que será a edição 2015 da Feira do Fumeiro, que irá decorrer de 22 a 25 de Janeiro, e que apresentará algumas novidades, desde o espaço físico do cer-tame, com os produtos de fumeiro a fica-rem apenas no interior do pavilhão, até ao preço dos produtos. Os restantes produ-tos ficaram num espaço próprio, mas fora do pavilhão do fumeiro. A decisão foi bem acolhida pelo pelos produtores de fumei-ro, que ficaram também a saber que não pagam o pavilhão.

Outra alteração tem a ver com o pre-ço do presunto vendido na feira. “Fizemos uma análise aos tipos de presunto que se

No Edifício da Alfândega do Porto

Montalegre lançou Feira do Fumeiro 2015encontram no mercado e concluímos que o nosso está abaixo do preço, dada a sua qualidade”, referiu Orlando Alves, adian-tando que o preço passará de 12 para 14 euros por quilo. Esta foi outra decisão bem acolhida, pois foi ao encontro daqui-lo que defendiam os produtores.

Quanto à acção que decorreu no Por-to, o presidente da Câmara de Montalegre afirmou que “foi um bom lançamento para a feira”, considerando que a mesma “já está consolidada e já faz parte do calen-dário e do programa de saída das gentes da cidade, que já marcam a terceira se-mana de janeiro para irem a Montalegre”.

Esta acção no Porto visa, segundo Or-lando Alves, “dar mais uma oportunidade aos produtores de fumeiro, mas também de outros produtos, como as compotas, o mel ou a carne barrosã”. Para o autarca “o que prevalece, acima de tudo, é criar condições para que os resistentes que vi-vem no mundo rural encontrem uma nova oportunidade para poderem colocar no mercado o fruto do seu trabalho e do seu empenho”.

Orlando Alves salienta a evolução tida no que concerne ao licenciamento de no-vos produtores. “Hoje o processo é mais dinâmico, rápido e simples. Criou-se le-

gislação nova que permite que o licencia-mento das cozinhas seja mais fácil, mes-mo que seja na casa do produtor, desde que cumpra as condições de higiene e segurança alimentar”, afirmou o autarca.

Autarquia aposta na promo-ção da batata de semente

Encarada como “uma das apostas mais sonantes” do mandato, o presidente da Câmara de Montalegre olha com satis-fação o interesse que existe pela aposta que o município está a fazer na promoção da batata de semente. Orlando Alves re-feriu que está a ser um sucesso o inves-timento que a Câmara está a realizar na “recuperação e regeneração da identida-de da pátria barrosã”.

A Câmara de Montalegre tem vindo a desenvolver uma campanha de promo-ção da batata de semente certificada, numa aposta que tem sido um sucesso, a avaliar pela produção e classificação do produto. Segundo Orlando Alves “a produção foi muito boa, a classificação também e temos também garantia de es-coamento”. Para o autarca, “a batata de Montalegre já tem uma marca e reconhe-cimento”.

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O pavilhão desportivo de Carregal do Sal aco-lheu a Feira da Pinha e do Pinhão/Sabores e Saberes de Terras de Carregal do Sal, iniciativa organizada pela Câmara local, com a colaboração da Associa-ção de Produtores Florestais do Planalto Beirão.

O certame juntou empresas da fileira do pinheiro manso, cogumelos, produtores de vinho, queijo, en-chidos, doçaria tradicional e restauração, para além do artesanato referente ao pinheiro manso, pinha e pinhão e integrou diversos momentos de animação.

Foram muitas as pessoas que passaram pela fei-ra e onde lhes foi possível saborear diversas iguarias confeccionadas com pinhão e cogumelos e degus-tar produtos regionais. Com o intuito de promover o comércio tradicional e a restauração concelhia, realizaram-se diversos momentos de degustação.

Rogério Abrantes, presidente da edilidade, fez um balanço desta primeira edição referindo-se ao “sucesso” do evento que mobilizou muitas pessoas de Carregal do Sal, mas também de concelhos limí-trofes. Na abertura do evento teve lugar a assinatu-ra do Protocolo de Comodato com a Associação de Produtores Florestais do Planalto Beirão, com vista à criação de um Parque Clonal, que ficará situado junto ao IC 12, em Oliveirinha e onde será plantada esta espécie autóctone.

Realizada em Carregal do Sal

I Feira da Pinha e do Pinhão foi um êxito

Realizado na Avenida dos Aliados ao longo de 11 dias, Mer-cado de Natal - Essência do Gourmet conquistou a baixa do Porto. Mais de 16.500 visitantes puderam degustar e adquirir centenas de produtos gourmet, dezenas de propostas gas-tronómicas com assinatura de restaurantes de referência, participar em aulas de cozinha, assistir a sessões de show cooking e a concertos.

A organização mostra-se muito satisfeita com os resul-tados obtidos pelo evento, realçando a elevada adesão que mereceu e não apenas do público portuense. O Mercado de Natal - Essência do Gourmet suscitou também a curiosidade de muitos turistas estrangeiros de visita ao Porto, tornando--se assim uma importante montra do que a cidade e o país têm para oferecer em matéria de enogastronomia.

Mais de 70 expositores, de diversas regiões portuguesas, participaram no evento em contacto directo com os consu-midores. Azeites, chás, chocolates, compotas, doçaria tradi-cional, enchidos, fumeiro, pastas, licores, mercearia fina, quei-jos, vinhos, entre centenas de produtos em degustação e com possibilidade de compra.

Seis restaurantes, um bar de ostras, wine and beer bars, concertos com músicas de Natal, actividades dirigidas a crianças, show cooking e aulas de cozinha com chefes como Chakall,

Vitor Sobral, Hélio Loureiro, Rui Paula, Hernâni Ermida, entre muitos outros. A programação do evento foi diversifi-cada e promete voltar a conquistar públicos, em Dezembro de 2015.

Durante 11 dias e mais de 16 mil visitantes

Mercado de Natal conquistou a baixa do Porto

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Realizada pela quinta vez, a Feira Transfronteiriça Ecoraia mostrou a importância desta iniciativa para a região. O certame, que assenta arraiais em Salamanca, contou este ano com mais de uma centena de expositores da Beira Interior Norte e da região de Salamanca.

Na inauguração do certame estiveram presentes o presi-dente da Diputación de Salamanca, Francisco Javier Iglesias García, o presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira, José Manuel Biscaia, os presidentes dos Municípios da Beira Interior Norte, bem como os presidentes dos municípios de Belmonte e do Fundão, o vice-presidente da CCDRC, José Al-berto Ferreira, bem como outras entidades.

Na ocasião, os presidentes da Associação de Municípios da Cova da Beira e da Diputación de Salamanca agradeceram a presença de todas as entidades, expositores e visitantes, e re-forçaram a importância desta iniciativa para a região transfron-teiriça BINSAL, frisando, sobretudo, a oportunidade de mais uma vez darem a conhecer os produtos regionais de ambos os lados da fronteira.

José Manuel Biscaia salientou que “esta iniciativa é de ex-trema importância para os produtores regionais, isto porque têm aqui a possibilidade de dar a conhecer a qualidade dos seus produtos, estabelecer novos contactos e vender o que de mel-hor se produz na região.”

O presidente da AMCB reconhece que o certame é uma forma de os produtores divulgarem os seus produtos, pois pos-sibilita a abertura de “novas perspectivas aos agentes económi-cos locais” de ambos os lados do território. José Manuel Biscaia anunciou que está em estudo a possibilidade de vir a ser criada

Certame passa a realizar-se em Salamanca

Edição 2014 reforçou importânciada Ecoraia para a região transfronteiriça

uma “marca chapéu” para identificar todos os produtos daquela região transfronteiriça, que “poderá vir a ser ‘agro-raia’”.

Os 100 expositores presentes mostraram-se satisfeitos com a participação nesta quinta edição da Feira ECORAIA, onde esta-beleceram contactos e mais uma vez comprovaram que os seus produtos são muito apreciados pelo público. Estiveram presentes expositores de vinhos, licores, azeites, mel, doçarias, pão, enchi-dos e frutos secos, entre outros produtos regionais.

Esta iniciativa foi promovida pela Associação de Municípios da Cova da Beira em parceria com a Diputación de Salamanca, no âmbito do projecto VIP BIN SAL II, financiado pelo POCTEP - Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça entre Es-panha e Portugal.

Feira passa a ser realizada em Salamanca

A Eco-raia vai passar a ser realizada sempre naquela cidade espanhola. O certame tem sido realizado, de forma alternada, em Salamanca e em cidades da Beira Interior Norte, mas a al-ternância vai acabar, passando a realizar-se anualmente naquela cidade espanhola. “Este evento passará sempre a realizar-se em Salamanca, para que tenhamos capacidade de mostrar e de vender”, justificou o presidente da AMCB e da câmara de Man-teigas. O autarca lembrou que as edições que decorrerem em Trancoso e em Pinhel, no distrito da Guarda, foram visitadas por três a quatro mil pessoas, enquanto as realizadas em Salamanca atraíram “30 a 35 mil visitantes”.

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A 14 de Dezembro, dia em que se comemorou a inscrição do Alto Douro Vinhateiro na lista do Património Mundial da Unesco, assinalou-se em São João da Pesqueira, município que detém a maior área classificada como património Mundial pela Unesco, esta importante data para a região, com a inauguração do Museu do Vinho e da Loja Interactiva de Turismo de S. João da Pesqueira.

Os dois novos equipamentos são espaços dinâmicos e interactivos que vão permitir aos visitantes compreender melhor a história do vinho e, claro, de S. João da Pesqueira, não fosse este concelho o maior produtor de vinho do Porto e DOC Douro.

Para além da vertente expositiva, o novo Museu do Vinho dispõe de um serviço educativo, lagares de vinho, sala de provas, wine bar e loja de marketing.

O Museu do Vinho e a Loja Interactiva de Turismo de S. João da Pesqueira estão abertos ao público, com entrada livre, de terça a sexta das 10 às 13 e das 14,30 às 18,30 horas. Aos sábados e domingos abre das 14,30 às 18,30 horas, encerrando à segunda-feira.

No dia 14 de Dezembro

S. João da Pesqueira inaugurou Museudo Vinho e da Loja Interactiva de Turismo

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Já chegou ao mercado

Fonte do Gonçalvinhoapresentou o novo Jaen 2013

O produtor Fonte de Gonçalvinho apresentou neste final de 2014 o novo Jaen 2013, um monocasta que, desta vez, se apresenta “muito bom”, conforme adiantou Christelle Berinchy da Silva. A produtora de Paranhos da Beira diz que nas primei-ras colheitas o Jaen não tinha a qualidade pretendida, pois “era muito vegetal e muito pimento verde”, talvez “porque a vinha era muito jovem”.

A colheita de 2012 deu um Jaen “mais frutado”, resultado da evolução da vinha e do trabalho do enólogo António Narciso, que entendeu que o vinho ainda não era suficientemente bom para o engarrafar, o que só aconteceu com a colheira de 2013.

“Ficamos com dúvidas em 2012, que não tivemos com a colheita de 2013, em que houve a confirmação de que o Jaen é uma casta que, na Quinta, dá muito bons vinhos, muitos fru-tados e agradáveis, pelo que decidimos apresentar este mono-casta”, afirmou Christelle.

Porém, as novidades da Fonte de Gonçalvinho não se ficam por aí e para breve vai chegar um branco. “Em 2013 tivemos um Encruzado tão bom que decidimos engarrafá-lo”, refere a produtora.

Depois de uma aposta nas vinhas e na qualidade dos vinhos, o produtor de Paranhos da Beira, no concelho de Seia, vira-se agora para o mercado. “Estamos a trabalhar a parte comercial. A quinta está a crescer e temos um parceiro para a distribuição. Estamos a divulgar a nossa marca, embora seja muito impor-tante manter a qualidade nos vinhos ”, refere Christelle Berinchy da Silva.

Para a produtora a promoção dos vinhos do Dão “está a mudar”, pois “quando vamos, por exemplo, para Lisboa o con-sumidor está mais aberto a provar os nossos vinhos”, defend-endo a aposta “em vinhos com as castas tradicionais da região”.

O vinho português Astronauta Touriga Nacional foi eleito o melhor na prova RECM Best Value que contou com a presença de quase todos os vinhos disponíveis no mercado sul-africano.

Há 15 anos que nenhuma região - enquanto tal - organizava uma visita estratégica a este mercado. Os Vinhos de Lisboa fiz-eram contactos, firmaram contratos, participaram em provas de vinho e, na bagagem, trouxeram também a distinção do melhor vinho tinto de casta não tradicional do continente africano.

O Astronauta Touriga Nacional 2012, um vinho da região de Lisboa, tem a assinatura do conhecido enólogo e crítico de vinhos Aníbal Coutinho, e resultou de um projecto pessoal em parceria com a Vidigal Wines. “Entre todas as castas menos usuais, as variedades portuguesas foram as que tiveram os mel-hores resultados, com a liderança de uma Touriga Nacional da região de Lisboa que, fazendo jus à marca do vinho, aterrou com sucesso no mercado sul-africano”, refere Neil Pendock, crítico de vinhos participante no painel da RECM Best Value.

Recorde-se que foi exactamente com o objectivo de pen-etrar neste mercado e implantar algumas das suas marcas de

Vinhos de Lisboa investem naquele mercado

Na África do Sul o melhor vinho é portuguêsvinhos, que a Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa) rumou, em finais de Novembro, até ao continente af-ricano.

“A África do Sul é um país produtor de vinhos, por isso é um mercado que aprecia muito o vinho, sendo por isso os produ-tos portugueses bastante apetecíveis”, explica Vasco d’Avillez, presidente da CVR Lisboa.

Esta viagem, que contou com a realização de provas, jan-tares vínicos, contactos com importadores e líderes de opinião, como o embaixador e a cônsul de Portugal, enquadra-se na estratégia de investimento dos Vinhos de Lisboa para o triénio 2014 - 2016, que inclui a entrada em novos mercados, entre eles o da África do Sul. A Casa Santos Lima, a Companhia Agrícola do Sanguinhal, a Vidigal Wines, a Wine Ventures, o Paço das Cortes, a Adega da Vermelha e a Ivin foram os produtores da região de Lisboa que estiveram presentes nesta investida.

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“A ADD com a sua marca d5 – Um Dão Cinco Destinos convidam-no a:

Relaxar nas suas termas e alojamento de qualidade; Descobrir as tradições natalícias, o património e um artesanato único; Provar os seus produtos endógenos: doçaria, vinho do Dão, queijo Serra da Estrela, maçã Bravo de Esmolfe…;

Visite o território e tenha um Feliz Natal e um 2015 cheio de descobertas.”

A marca “d5” tem neste momento um portal a ser construído, tendo-se optado por colocá-lo on line para que todos possam dar a sua opinião. Ao ser construído de forma participativa procura ser representativo da vontade da região.”

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É um grupo fechado de gente amante do vinho. A Confraria Feminina do Vinho de Curitiba comemorou em 2014 10 anos, disposta a prosseguir o intuito que esteve na génese da sua criação: estudar tudo o que tenha a ver com o vinho.

O grupo feminino, que que se jun-ta uma vez por mês, teve em Novem-bro um momento especial, com uma degustação de vinhos do Dão, em que fizemos a apresentação de alguns néc-tares escolhidos pelas confreiras.

A presidente da confraria, à Gazeta Rural, salientou a importância da con-fraria na divulgação e conhecimento sobre os vinhos. Sandra Zottis elogiou os “grandes” néctares do Dão.

Gazeta Rural (GR): Como nasceu e o que faz a confraria?

Sandra Zottis (SZ): A confraria surgiu há 10 anos com o intuito de estudar tudo o tenha a ver como o vinho. O grupo reúne uma vez por mês, em que uma confreira fica responsável pela apresentação de um

Grupo degustou vinhos do Dão

Confraria Feminina do Vinho de Curitiba comemorou 10 anos

vinho ou vinhos às demais participantes. A ideia é que cada uma estude, se aperfei-çoe e ofereça informações sobre vinhos para as restantes.

GR: É um grupo fechado?SZ:É. Começámos com 20 confreiras

e, ao longo dos anos, algumas mudaram de cidade, outras saíram e foram substi-tuídas. A ideia é termos um grupo menor, até para que esse estudo e essa evolução realmente aconteça.

GR: Curitiba é uma cidade onde en-contramos muitos vinhos estrangeiros, mas na região já há produtores com al-guma expressão. Como olham para isso?

SZ: Acho que há alguma curiosidade. Contudo, julgo que aqui há algum pre-conceito em relação ao vinho brasileiro. Como teve oportunidade de verificar, há já alguns vinhos e espumantes muito inte-ressantes que começam a surgir, mas falta trabalho de divulgação para os dar a co-nhecer ao consumidor. Julgo que falta um pouco de valorização daquilo que é nosso.

GR: Mas o consumidor está cada vez mais conhecedor e curioso?

SZ: Com certeza. Se olháramos para os últimos cinco a seis anos, começou a haver um movimento muito grande em busca de informação, cursos, palestras e pessoas que querem realmente aprender sobre o vinho, um produto que está mais acessível. A gama de produtos que temos no mercado, ou numa loja especializada, faz com que o cliente tenha um acesso mais fácil. Para além disso tornou-se mais curioso, tem facilidade de viajar e de visitar uma vinícola ou uma região de produtora.

Tudo isto faz com que haja cada vez mais gente a apreciar o vinho, aumen-tando o número de consumidores. Aliás o consumo por pessoa no Brasil é baixo e ronda o meio litro por ano.

GR: Tivemos uma prova de vinhos do Dão. Se tivesse que os avaliar, que nota lhe daria?

SZ: São vinhos de características muito destintas. Os brancos da casta En-cruzado são fantásticos. É uma casta que pouco conhecemos, mas que dá vinhos mais leves ou mais robustos, encorpados, amadeirados e, ao mesmo tempo, mineral.

Com os tintos temos uma proximida-de maior. As castas portuguesas dão um vinho muito especial, apesar de não se-rem muito conhecidas por aqui. A Touriga Nacional, o Alfrocheiro, o Jaen e a Tinto Roriz dão vinhos elegantes, com frescura e mineralidade, que têm estrutura, mas ao mesmo tempo são macios e suaves. São grandes vinhos.

Nota: Em degustação estiveram os seguintes vinhos:

Brancos:Quinta de Cabriz Encruzado 2011Quinta das Marias Encruzado 2011

Tintos:Morgado de Silgueiros 2012Adega de Tazem Grande Escolha 2010Udaca InvulgarQuinta de Lemos Touriga Nacional 2007

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A paixão pelo vinho fez com Heloi-se Merolli plantasse uma área de vi-nha na fazenda família, nos arredores de Curitiba, que tinha como actividade principal a pecuária. A “brincadeira” começou com a oferta de um amigo de uns pés de videira, depois o sonho e a paixão pelo vinho fizeram o resto. Hoje tem uma área plantada de cerca de 12 hectares.

No último fim-de-semana de Novem-bro, Heloise Merolli inaugurou a loja da quinta, onde os visitantes podem degus-tar e comprar os vinhos e os espumantes que lá produz. Antes, recebeu-nos nos seus vinhedos e deu-nos a provar os vi-nhos. O desafio que lhe lançámos foi a aposta em castas portuguesas, por quem nutre “uma enorme paixão”.

Gazeta Rural (GR): Como foi iniciar este projecto?

Heloise Merolli (HM): A vinícola nas-ceu do sonho e da paixão pelo vinho, tan-to da família como dos amigos que nos rodeiam. As primeiras videiras que plantá-mos foram um presente de um vizinho, o Dr. Vidal Coelho, que em 1998 importou e nos deu 200 mudas de Cabernet Sauvig-non de França. Foi a partir dessa brinca-deira que vimos que existia a possibilida-de de cultivar uva vinífera com qualidade

Heloise Merolli é produtora de vinhos nos arredores de Curitiba

“Tenho paixão pelas castas portuguesas”

para elaborarmos um bom vinho. Acabá-mos por desafiar os paradigmas da viticul-tura nacional e a partir daí foi um mergu-lho no estudo da viticultura e da enologia e em busca de profissionais que pudessem agregar o conhecimento que necessitá-vamos para o projecto.

Fomos, gradualmente, aumentando área de plantação. Começámos com as uvas tradicionais, bem aceites no merca-do brasileiro, como o Cabernet Sauvignon e Merlot, e depois partimos para a amplia-

ção da área plantada com castas diferen-tes, focados na área dos espumantes, que é uma paixão minha, e com isso plantá-mos uma área de Viognier, e também uma quantidade pequena de Pinot Noir e Fiano di Avellino.

É muito gratificante trabalhar com a agricultura. Como já tínhamos essa paixão pela terra, pelo encanto da natureza e pe-los ciclos, - e estamos habituados a tra-balhar com os ciclos que a natureza nos impõe -, o nosso desejo era fazer vinhos que reflectissem o local e que nos pudes-sem trazer características únicas para es-sas uvas.

Quando começamos a trabalhar na viticultura, vemos que não existe uma solução para tudo. Se caminharmos pelo parreiral de Cabernet Sauvignon, do co-meço até ao fim, temos uvas diferentes no final da safra. Umas com mais acidez, mais corpo e mais estruturadas que outras. As características e o tipo de manejo deste parreiral são diferentes de outro aqui ao lado, em Campo Largo, no Rio Grande do Sul ou no Chile. Isso é fascinante na viti-cultura.

GR: O Brasil acordou nos últimos anos para o mundo do vinho?

HM: Acho que a abertura do mercado no Brasil, nos anos 90, trouxe ao consu-midor a possibilidade de alargar os seus horizontes em termos de paladar. Então, temos hoje uma geração que há 20 anos

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tem acesso a vinhos de todo o mundo. É natural que a viticultura brasileira no início se ressentisse um pouco e tivesse algu-mas dificuldades, porque no vinhedo tudo demora muitos anos. Nenhuma mudança de técnica, de implantação e de manejo se faz rapidamente, pelo que, para se atingir a qualidade que outras regiões do mundo apresentam, precisamos de desenvolver técnicas particulares para a nossa região e fazer alterações que tragam esse resul-tado. Vemos que as vinícolas brasileiras têm trabalhado nesse sentido e nos últi-mos cinco anos vemos já muita diferença nos resultados, num trabalho que já vêm de há mais de 15 anos.

GR: As castas plantadas são essen-cialmente as francesas e isso, como re-feriu, tem a ver com o mercado. Porém, disse também que queria fazer coisas diferentes?

HM: A escolha do Merlot e do Caber-net foi fundamentada na receptividade do público tradicional brasileiro. O vinho tin-to de referência é o Cabernet Sauvignon. Hoje, o Malbec argentino também já tem essa influência.

Já a escolha do Viognier e do Fiano di Avellino é menos tradicional. Fomos os primeiros a plantar Viognier e de Fiano di Avellino temos o único vinhedo no Brasil. Não conheço nenhum espumante feito de Viognier. Talvez até exista em algum lugar

no mundo, mas também são poucos os vi-nhos feitos com a casta Fiano di Avellino. Vi nessas uvas o potencial de elaborar um produto de qualidade, no caso dos espu-mantes pelo método champanhês, com particularidades diferentes das que se usam hoje.

No Brasil, tradicionalmente, o espu-mante Bruto é feito de Chardonnay, algu-ma influência de Riesling, e os mais doces com Moscatel. Eu queria uma coisa dife-rente, daí a escolha do Viognier.

GR: E as castas portuguesas onde ficam?

HM: Tenho uma enorme paixão pelas castas portuguesas. Acho que a maior di-ficuldade é encontrar uma casta que se adaptasse às nossas condições climáti-cas, que são muito diferentes de Portugal. Talvez com mais intercâmbio com pessoas da área de viticultura e enologia isso seja possível.

Portugal é o país do mundo com mais castas autóctones, o que é uma riqueza fantástica. Imagino que seja necessário encontrar uma pessoa que tenha uma amplitude de conhecimento de todas elas no aspecto da viticultura, e não só na pro-dução de vinho, para nos dar um guia de quais as castas que teriam mais possibili-dade de se dar aqui. Vejo isso com muito bons olhos, até porque todo o brasileiro tem um pouco de sangue português. Os meus avós, que são “Ramos”, não me dei-xariam mentir. Então, acho que faria todo o sentido.

Vinhos produzidos na Vinícola Legado:

Branco 100% Fiano di Avelino Espumante Rosé 100% Merlot Espumante Flair 100% Viognier Tinto 100% Pino NoirTinto 100% Cabernet SauvignonTinto Cabernet Sauvignon e Merlot

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A Verallia Portugal é considerada pela revista Exame como a melhor empresa do ano 2014 na categoria dos minerais me-tálicos e não metálicos. A empresa renova assim o título e reforça a sua posição no mercado do vidro de embalagem.

Para a revista Exame (parceria com a Informa D&B, a Deloitte e a SIC Notícias) a Verallia Portugal é, pelo terceiro ano con-secutivo, a melhor empresa do ano 2014 no sector dos minerais metálicos e não metálicos.

Este prémio e os bons resultados obtidos devem-se aos “esforços na ino-vação e na diferenciação, ajustando a nossa oferta às necessidades do mer-cado a cada momento. Mais de 50% da nossa facturação são feitos com produ-tos novos. E todos os anos investimos cerca de 1,5 milhões de euros na melho-ria contínua de produtos e processos”, refere Paulo Pinto, Director Geral da empresa, indicando igualmente que “es-tamos hoje a construir o futuro, no pres-suposto de que vale a pena continuar a acreditar nas motivações que levaram o Grupo francês Saint-Gobain a instalar--se em Portugal”. Em 2015, a Saint-Go-bain irá festejar os seus 350 anos o que é um forte motivo de reconhecimento e festejo com todos os colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros sa-lientando a longevidade do Grupo.

Preparando o próximo ano, Paulo Pin-to refere igualmente que “o que ajuda a superar realidades adversas é a atitude e o trabalho em equipa, motivado e com de-terminação, além de uma estratégia cla-ra” sublinhando que “se formos capazes

Revista ExamePremeia Verallia Portugal pela terceira vez

de aproveitar o momento, com todas as dificuldades, estaremos já hoje a defender o nosso futuro”. “Mais importante do que estar sempre a justificar o passado, deve-ríamos estar todos imbuídos do espírito de que hoje temos a obrigação de defender o futuro. De outra forma, corremos o sério risco de não o ter”, acrescentou.

Esta distinção da revista Exame não só premeia a política de gestão e os re-sultados obtidos como incentiva ao cres-cimento sólido e sustentável da Verallia Portugal.

O melhor vinho do mundo é português

O Dow’s Porto Vintage 2011 da Sy-mington recebeu o prémio de Melhor Vi-nho do Mundo em 2014 pela revista Wine Spectator, a mais conceituada do sector. O terceiro e quarto classificados também são portugueses e no top 100 constam mais três vinhos com marca nacional.

O Dow’s Porto Vintage 2011 da Sy-mington foi reconhecido pelas suas ca-racterísticas de poderoso, refinado e delicioso, com sabores combinados de ameixa, cereja e cassis, com corpo denso e duradouro, recebeu 99 pontos em 100. Foram produzidas apenas 5 mil caixas com 12 garrafas cada uma.

A região do Douro também está no terceiro e no quarto prémio com Prats & Symington Douro Chryseia 2011, também da Symington e com o vinho Quinta de Vale Meão Douro 2011 da Quinta de Vale Meão, respectivamente.

O vinho Chryseia, colheita de 2011, do

qual só foram produzidas 2400 caixas com 12 garrafas cada uma, é descrito como um elegante e monolítico tinto, puro e pode-roso, com toques de exuberância de amei-xa vermelha, framboesa e groselha preta.

O tinto Quinta do Vale do Meão, igual-mente de 2011, o quarto classificado e o último português no top 10 dos melhores vinhos do mundo, é retratado como exu-berante e sedutor com uma variedade de sabores a frutas e a kirsch, foram produzi-das apenas 2.300 caixas.

A Verallia Portugal deseja aos seus clientes que o brio, qualidade e dedicação deste trabalho continue a ser mundial-mente reconhecido, e espera poder con-tinuar a colaborar e festejar, em conjunto, muitas outras vitórias.

Água Luso apresentou nova garrafa em parceria com a Verallia Portugal

A Água de Luso, pertencente à Cen-tral de Cervejas e Bebidas, lançou a nova garrafa de vidro, que assinala a primeira alteração da forma da embalagem, desde 1903, em parceria com a Verallia Portugal. A marca apostou no design moderno e so-fisticado para reforçar a ligação aos con-sumidores.

A nova garrafa apresenta uma silhueta icónica, com o símbolo da marca, a Pureza 1852 em relevo, introduzido na parte infe-rior, e cujo vidro passa a ser em branco--azulado. Para além deste novo modelo ficar alinhado com o segmento premium das águas em embalagens de vidro, traz igualmente mais prestígio ao ponto de venda. A nova embalagem tem, ainda, uma cápsula de rosca, que permite uma aber-tura mais fácil.

O novo rótulo da garrafa de vidro de Luso mostra uma imagem ilustrativa da Mata Nacional do Bussaco, local onde nasce a Água de Luso, classificada em 1903 como “Puríssima” e de “sabor leve e muito agradável”, pelo notável químico francês Charles Lepierre.

Este lançamento tem como objecti-vo substituir a atual garrafa no mercado, estando disponível para o canal Horeca e em Hipers e Supermercados nos formatos 25cl, 50cl, e 1 litro, em tara retornável. Com este novo modelo, a Verallia Portugal re-força a sua proximidade com o cliente de-monstrando inovação e flexibilidade para levar até ao mercado um produto repleto de sofisticação, diferenciação e qualidade.

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Chama-se “O Vinho à Mesa, Sabores da Lusofonia” e é es-crito a quatro mãos: o chef Vítor Sobral recria receitas de países de língua portuguesa, com grande cruzamento de influências mútuas; e o jornalista Luís Lopes escolheu – entre as mais de 70 referências distribuídas pela Lusovini em Portugal, Angola, Mo-çambique e Brasil – os vinhos que melhor ligam com cada prato. A verdade é que os vinhos das diferentes regiões portuguesas se adaptam de forma magnífica à gastronomia internacional. O lançamento é a 7 de Janeiro no Palácio da Ajuda.

A Lusovini apresenta no próximo dia 7 de Janeiro, em Lisboa, na Sala do Trono do Palácio Nacional da Ajuda, a brochura em que o chef Vítor Sobral e Luís Lopes, director da Revista de Vi-nhos, testam a ligação entre as gastronomias dos países de lín-gua portuguesa e os vinhos das diferentes regiões portuguesas que o grupo distribui em Portugal, Angola, Brasil e Moçambique, onde tem empresas próprias.

“O Vinho à Mesa, Sabores da Lusofonia”, mais do que uma publicação de receitas ou um catálogo de vinhos portugueses de vários tipos – há brancos, tintos, rosé, espumante e Porto – e di-versos preços e regiões, é um projecto que pretende demonstrar a vocação dos vinhos portugueses para acompanhar comida, seja ela de que gastronomia for. E, neste caso em particular, para estar à mesa das gastronomias lusófonas – ou seja, para serem bebidos com pratos em que se cruzam, dialogam e completam as influências africanas, brasileira e europeia.

“Este desafio que colocámos ao Vítor Sobral e ao Luís Lo-pes inscreve-se na forma como concebemos a nossa missão enquanto empresa distribuidora de vinhos”, afirma Casimiro Go-mes, presidente do Grupo Lusovini. “Mais do que exportar, que é uma actividade com margens cada vez mais estreitas no mundo actual, optámos por nos internacionalizar, ou seja: por criar em-presas nos países de destino e por, através delas, não só prestar

Lançamento a 7 de Janeiro no Palácio da Ajuda

Lusovini quer pôr os vinhos portugueses na moda em toda a Lusofonia

um serviço integrado ao retalho e à hotelaria e restauração lo-cais, como por nos dirigirmos aos diferentes grupos de consumi-dores finais, mostrando-lhes como os vinhos se podem encaixar no seu quotidiano”.

Desde 2010 que o Grupo Lusovini tem vindo a criar empre-sas no mercado lusófono. Primeiro a Lusovini Angola; depois a Brasvini, no Brasil; e em 2012 a Mozamvini, em Moçambique. Em todos estes destinos o grupo criou espaços vocacionados para formação de profissionais do comércio e da hotelaria. E, tam-bém, há permanentemente provas, cursos dedicados aos dife-rentes tipos e categorias de vinhos, demonstrações das melho-res formas de os consumir – e, claro, apresentações constantes de novas marcas.

“Ao trabalhar para pôr os vinhos portugueses na moda noutros países, nomeadamente na Lusofonia, temos uma grande preocu-pação em inovar respeitando a tradição desses mesmos vinhos”, afirma Casimiro Gomes, que explica o conceito: “Quando aborda-mos um novo público consumidor, temos não só de explorar for-mas novas de consumir o vinho, mas também de ir ao encontro dos sabores e das rotinas a que esses públicos estão habituados”. O lançamento de “O Vinho à Mesa, Sabores da Lusofonia” é um bom exemplo dessa preocupação.

Desde 2012 que a Lusovini tem vindo a aumentar o seu volu-me de negócios a um ritmo de 20% ao ano, duplicando os resul-tados operacionais dos anos anteriores. Os mercados externos continuaram a ser responsáveis pela maior parte da facturação, 70%, embora as vendas de vinho em Portugal tenham crescido exactamente na mesma proporção que no estrangeiro: 20%. Para 2015 o objectivo é consolidar os resultados internacionais e ponderar novos destinos para internacionalizar a empresa.

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A Adega de Vila Real lançou de uma colecção de vinhos comemorativa do regresso das corridas de automóveis internac-ionais, constituída por seis garrafas e rótulos de cartazes de “anos de ouro” deste circuito. Vila Real recebe em Julho de 2015 uma ronda do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC), garantindo assim a internacionalização do circuito automóvel.

Para marcar o regresso das provas internacionais ao circui-to, a Adega de Vila Real lançou uma colecção de vinhos grande reserva tinto, da colheita de 2011. “São rótulos que contam a nossa história colectiva, que um lunático, um sonhador, semeou em 1931 e, década após década, as diferentes gerações foram mantendo viva”, afirmou Nuno Borges, director de marketing da cooperativa.

As primeiras corridas no circuito de Vila Real, criado por Aureli-ano Barrigas, realizaram-se em 1931. Na altura, para ajudar à con-cretização do evento foi criado na cidade um ‘imposto’ de quatro tostões cobrado por cada quilo de carne, ao qual a população aderiu. Mais tarde essa taxa passou para o vinho. Agora, décadas mais tarde, o vinho volta a juntar-se às corridas.

Esta primeira edição da colecção comemorativa do Circuito Internacional de Vila Real é limitada a 100 caixas de seis garrafas. Cada caixa custa 39,50 euros.

A Adega de Vila Real tem uma produção de vinho que ronda os seis milhões de litros por ano.

Uma edição limitada a 100 caixas de seis garrafas

Adega de Vila Real lança colecção de vinhos para comemorar corridas automóveis

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É um espaço de restauração de referência em Nelas e que reabriu com nova gerência.

Jorge Duarte, que em Viseu tem a “Cervejaria na Quinta do Galo”, quer re-cuperar um restaurante que foi e é uma referência na gastronomia regional.

Gazeta Rural (GR): O que o levou a apostar no restaurante “Os Antónios”?

Jorge Duarte (JD): Eu já o frequentava há alguns anos e gostava muito desta casa, típica e com um conceito muito bom.

Numa das últimas vezes que cá estive vi-o em decadência e custou-me muito ver uma casa daquelas naquele estado e só não fui embora, na altura, porque tam-bém não gostava que isso me acontecesse. Entretanto, surgiu uma oportunidade, pro-porcionou-se o negócio e decidi apostar na recuperação deste restaurante, que foi e é uma referência na gastronomia da região e reconhecido em termos nacionais.

GR: É um conceito diferente daquele que tem na Cervejaria Quinta do Galo.

Jorge Duarte: É. Esta uma casa típica, onde trabalhamos mais os pratos regionais.

GR: Qual vai ser a aposta?JD: Vamos recuperar alguns dos pra-

tos que tornaram famoso este restau-rante, apostando nos produtos da região. Teremos o arroz de Carqueja, as feijocas, a cabidela, o cabrito no forno, a vitela as-sada no forno, o bacalhau, o polvo a laga-reiro, entre outros. Ou seja, teremos uma grande variedade de pratos regionais, mas também pratos para as crianças.

Apostaremos também na doçaria regional, no leite-creme, na tigelada, na letria, no arroz doce e no pudim. Nas en-tradas temos os enchidos, mas também o queijo da Serra e o tradicional doce de abobora da região.

GR: E os eventos?JD: Temos um salão de eventos com

capacidade para 300 pessoas e a parte traseira, com esplanada vai trabalhar mais no Verão. Temos o terraço, com um salão que vai ser arranjado mais tarde.

Para já abrimos o restaurante e a parte de cima do salão, que vai trabalhar no Natal. Já tivemos alguns eventos e a partir de Janeiro vamos remodelando o espaço aos poucos.

Com as dificuldades que há neste mo-mento temos que apostar pelo seguro. Mas nesta casa vale a pena.

Jorge Duarte, da Cervejaria na Quinta do Galo, quer recuperar o espaço

Restaurante “Os Antónios” reabriu com nova gerência

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Numa altura em que o merca-do de máquinas agrícolas sofre uma quebra nas vendas, as mar-cas estão a reequacionar a sua estratégia para manter o negócio sustentável. É o caso do Grupo Same Deutz-Fahr Portugal, que no nosso país distribui três marcas de referência e prestígio, como são a Same, a Deutz-Fahr e a Lambor-ghini.

Arnaldo Caeiro, director comer-cial do Grupo, em entrevista à Ga-zeta Rural garantiu que o trabalho iniciado em 2011, passa pela alte-ração da estratégia para ter con-cessionários que além das vendas desenvolvam também a área do pós-venda (peças e serviço).

Revelou Arnaldo Caeiro, à Gazeta Rural

Grupo Same Deutz-Fahr Portugal quer concessionários exclusivos SDF

Gazeta Rural (GR): Como está o mercado nacional de tractores?

Arnaldo Caeiro (AC): O mercado este ano tem uma ligeira queda em relação 2013, a qual pensamos que esteja rela-cionada com a interrupção do PRODER, uma vez que cessaram as candidaturas em meados de Julho e só reabriram no-vamente em 15 de Novembro. Como se sabe, em Portugal a agricultura necessita de apoios comunitários, nomeadamente para a aquisição de bens de equipamen-to, o que significa que quando estes ces-sam, parte dos agricultores adia a deci-são de compra.

No entanto, pensamos que o mercado vá fechar ligeiramente abaixo das 4800 unidades, uma quebra em relação ao ano passado na ordem dos 4 a 5%, o que não é muito significativo. É de salientar que o comportamento do mercado nos últimos

3 meses não foi constante, pois houve subidas e descidas, quando comparado com igual período de 2013, e a parte final do ano poderá mesmo trazer alguma resposta positiva.

No que se refere às três marcas do grupo (Same, Deutz-Fahr e Lamborghini), este ano estamos a conseguir manter as vendas dentro daquilo que era esperado, pelo que podemos até final do ano ter um ligeiro aumento.

GR: Vêm aí o novo quadro comuni-tário. Que perspectiva tem?

AC: Penso que só durante o primeiro trimestre de 2015 teremos uma ideia mais precisa do que vai ser o PDR 2020, depois de definidas as regras de apoio das novas candidaturas.

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GR: Como está a rede de conces-sionários?

AC: Estamos a dar continuidade ao trabalho que iniciámos em 2011/2012, que está relacionado com a mudança de mé-todos de trabalho e com a restruturação de rede.

Com esta estratégia queremos ter concessões dedicadas exclusivamente às marcas do grupo, com maior capacidade de venda e de assistência de modo a po-derem prestar melhor serviço ao cliente.

GR: Esse é o segredo?AC: Creio que sim. De certo modo a

evolução do mercado tem-nos indicado o caminho.

Nos últimos anos tem havido, por parte de todos os intervenientes do mer-cado, uma pressão muito sobre os pre-ços. As margens de comercialização dos tractores, quer nos fabricantes, quer nos concessionários, têm diminuído, e a única maneira de tornar o negócio sustentável

é aumentar o número de unidades vendi-das por concessão e o serviço pós-venda.

Só é possível seguir por essa via com concessões que tenham uma estrutura organizada, nomeadamente no que se refere à oficina e peças, e que do ponto de vista financeiro estejam estabilizadas.

Importante também é fidelizar os clientes aos concessionários, através da excelência do serviço, de modo a que o único factor de compra não seja só o pre-ço. De outro modo, é o próprio negócio que acaba por ficar em causa.

GR: É uma opção de estratégia que os concessionários não tenham as três marcas do grupo?

AC: É mais do que uma estratégia, por-que, se por um lado, as marcas têm produ-tos semelhantes, por outro lado a estrutura da maior parte dos concessionários é rela-tivamente pequena e não têm capacidade para gerir três marcas em simultâneo.

Temos no entanto concessionários

aos quais podemos entregar segundas marcas, porque têm a capacidade de criar e gerir ‘uma rede secundária’, ou seja, temos um concessionário com maior dimensão que pode ter à volta conces-sionários mais pequenos que dependem dele.

GR: E com isso, aumentar a fideliza-ção às marcas?

AC: Sem dúvida, porque não é pos-sível um concessionário que não esteja fortemente comprometido com a nossa estratégia desenvolver o negócio com o Grupo SDF. A partir de 2015 um dos crité-rios de gestão dos concessionários será a sua exclusividade em relação às marcas do grupo.

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A viragem para o mundo rural dos últimos anos abriu portas a novas empresas no sector, nomeadamente na área da elaboração de projectos e assistência técnica às explorações. É o caso da GERA – Gestão Rural Activa, marca comercial da empresa Ecoter-ra, que tem como sócios Marco Dias e João Archer de Carvalho.

O primeiro, em conversa com a Ga-zeta Rural, sublinha a importância de adequar o investimento às potenciali-dades do local e ao perfil do promotor, nomeadamente os seus conhecimen-tos sobre a actividade a iniciar.

Gazeta Rural (GR): O que é a Gera?Marco Dias (MD): A GERA – Gestão

Rural Activa é uma marca comercial da empresa Ecoterra, nasceu em Janeiro de 2010 com intuito de oferecer um servi-ço diferenciador na área da consultoria agrícola em que se privilegia a procura de soluções de forma integrada, assentes no apoio à gestão e investimento e ainda na maximização dos recursos da terra, de acordo com perfil de risco e expectativas do promotor.

Consideramos que é crucial adequar o investimento às potencialidades do local e ao perfil do promotor, nomeadamente os seus conhecimentos sobre a actividade a iniciar, a sua disponibilidade para se de-dicar ao negócio, as suas expectativas de retorno, a sua sensibilidade ao risco, a sua

situação económico-financeira actual, etc.GR: Que tipo de serviços presta ao

nível agrícola?MD: Elabora projecto de investimen-

to, candidaturas a programas de incen-tivo e planos de negócio. Presta tam-bém consultoria especializada e apoio à gestão nos sectores agrícola, florestal e turístico. Complementarmente orienta o produtor na comercialização através da área de negócio criada recentemen-te para o marketing agrícola, através da AgroMarkt.

Outros serviços são as avaliações de propriedades rústicas, a realização aná-lises de solos, a elaboração cartografia SIG.

GR: E ao nível de micologia?MD: Na área da produção de cogu-

melos, a GERA tem actualmente projec-tos cujos investimentos contemplam a assistência técnica às explorações, que consistirá num número variável de visi-tas anuais às explorações produtoras de cogumelos, a partir das quais consegui-remos fornecer aconselhamento direc-to aos nossos clientes e acompanhar o funcionamento in loco das explorações. Como tal, a GERA continuará a oferecer assistência técnica a eventuais projectos futuros.

GR: Têm surgido novos projectos

novos para produção de cogumelos?

MD: É uma actividade bastante atrac-tiva, essencialmente por ser possível aos promotores iniciarem-se com viabilidade neste negócio possuindo áreas bastante reduzidas (300 m2 para a produção em substrato e 600 m2 para a produção em troncos de madeira). Assim, tem surgido bastante interesse nesta área, pelo que se têm vindo a desenvolver projectos no-vos de produção de cogumelos por todo o país. Ao abrigo do anterior quadro co-munitário PRODER, no universo da GERA, foram aprovados cerca de três milhões de euros em investimento para a produção de cogumelos e cerca de cinco milhões de euros aguardam análise.

Relativamente aos métodos de pro-dução, a grande maioria dos projectos tem por alvo a produção de cogumelos Shiitake (Lentinula edodes) em troncos de madeira. Começa a haver também procura por projectos de produção de cogumelos Pleurotus (Pleurotus ostrea-tus) em substrato, sendo esta a segunda espécie de cogumelo mais consumida em Portugal, a seguir ao champignon de paris (Agaricus bisporus).

A maior procura por investimentos na produção de cogumelos Shiitake em troncos está relacionada com o menor risco associado a este tipo de produção em relação à produção em substrato. Este é um método mais artesanal, que re-quer menor investimento inicial, podendo ser exercido como uma actividade com-plementar. A produção de cogumelos em substrato, além do maior risco associado, requer maiores investimentos no controlo dos parâmetros de humidade e tempera-tura, uma vez que o fungo, a crescer em substrato, está mais exposto às varia-ções destes parâmetros do que quando se desenvolve no interior dos troncos de madeira. Em contrapartida a produção de cogumelos em substrato apresenta, em menor tempo, maiores produções por metro quadrado, maiores rentabilidades e maior flexibilidade nas espécies de cogu-melos a produzir.

GR: A aposta neste sector pode ser sustentável?

MD: A sustentabilidade do negócio da produção de cogumelos está essencial-mente dependente de três factores: in-vestimento inicial, organização do sector e marketing do produto.

Marca comercial da empresa Ecoterra aposta na área da micologia

GERA elabora projectos e presta assistência técnica às explorações

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O holandês Klaas Zwart é um dos mais antigos produtores de cogumelos em Portugal, tendo, por isso, um largo conhecimento do sector. A empresa Cogumelos Cultivados, sedeada em Tábua, produz e comercializa shiitake com certificação Bio, mas também ou-tras variedades de cogumelos exóticos, bem como flores comestíveis ou beter-raba e cenoura de várias cores.

Klaas Zwart, à Gazeta Rural, tra-ça um cenário difícil, alertando para o excesso de produção e para a falta de clientes. “O sector está completamente destruído”, afirma.

Gazeta Rural (GR): Como olha para o estado actual do sector?

Klaas Zwart (KW): O sector está completamente destruído, pois o Estado está a dar subsídios a pessoas que estão a produzir, mas não têm como escoar o produto. Ou seja: há excesso de produção e não há clientes. Por isso, acho que o Es-tado deve parar com a oferta de subsídios nesta área.

Recebemos muitas chamadas de ou-tros produtores a oferecer produto, mas

Klaas Zwart alerta para o excesso de produção e a falta de clientes

“O sector dos cogumelos está completamente destruído”

não têm certificação bio. Como não co-nheço a qualidade, não posso comprar. O nosso produto tem saída e estamos sem-pre em produção, pois temos garantia e certificação do mesmo.

GR: Como olha para a produção em tronco?

KW: É completamente diferente. Nós produzimos em cinco semanas. Nunca ti-vemos produção em tronco, mas pelo que percebi pode demorar até um ano para ter a primeira produção.

GR: Têm produção em contínuo e garantem a entrega ao cliente?

KW: Garantimos sempre a produção aos nossos clientes. Estamos a falar de hotéis, lojas e grandes superfícies, onde não podemos falhar. A matéria-prima é mais cara, mas garantimos a produção.

Se temos um cliente novo, que quer por exemplo 20 quilos, tem que espe-rar uma semana. Parece pouco mas não é. Por outro lado, não temos lixo. Todo o produto sai com garantia para o cliente.

GR: Para além de shiitake em modo

biológico, produzem outro tipo de co-gumelos?

KW: Temos outras variedades de co-gumelos exóticos em produção. Os chefs, hoje em dia, vão para todo o lado e sa-bem que, por exemplo, o Nameko existe e nós temos condições para produzir. Começamos com uma produção peque-na e já tiramos cerca de 60 quilos por semana. Somos os primeiros a produzir Nameko, além de que gostamos de ser pioneiros. É duro, mas não gosto de nada que seja fácil.

GR: Já abriram uma loja em Tábua?KW: A loja está aberta há dois anos

na Praça no Mercado todos os domingos de manhã. Além de ter todos os cogu-melos que produzimos, temos lá outros produtos, como rebentos de soja, bróco-los, beterraba, alho, alho francês e mais de 20 outros produtos, nomeadamente biológicos, pois há muita procura na re-gião.

GR: Voltando aos cogumelos. Como vê o futuro deste sector?

KW: Nós estamos a crescer, pois temos tudo devidamente organizado, nomeadamente a parte logística. Quem trabalha com clientes certos e muito exi-gentes não pode deixar nada ao acaso. Há muitas pessoas que começaram a produzir cogumelos, mas depois não têm clientes. Há que ter relação entre produ-ção e a venda.

Para além disso, nós temos mais de 600 referências de produtos. Por exem-plo, temos flores comestíveis, pois os Chefs de cozinha pedem. Temos clientes que sentem dificuldade em adquirir al-guns produtos pouco comuns e nós te-mos. Por exemplo, beterraba e cenoura de várias cores, entre outros produtos ‘estranhos’.

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Diz Telmo Dias, produtor de cogumelos

“Dia de trabalho não tem menos de 10 horas”Depois de começar a produzir

em nome individual, Telmo Dias decidiu criar uma marca própria e assim nasceu a Shiiteko, que produz cogumelos por inocula-ção de madeira. Com sede em Santiago, no concelho de Arma-mar, o projecto nasceu com o apoio do Proder.

Telmo Dias diz que o merca-do está “a abrir de uma forma rápida” e a maior dificuldade é dar resposta às encomendas. Se isto é um bom indício para quem se quer dedicar a esta activida-des, Telmo Dias alerta que, nesta altura, “um dia de trabalho não tem menos de 10 horas”.

Gazeta Rural (GR): Como nasceu a Shiiteko?

Telmo Dias (TD): A Shiiteko é uma marca registada de cogume-los frescos, que nasceu para fazer face a novas propostas de mer-cado, nomeadamente as médias e as grandes superfícies, visto que a empresa era em nome individual e não ficava muito apelativo os con-sumidores chegarem a prateleira e ver “cogumelos Telmo dias”.

A ideia de produzir cogumelos começou em 2012 com um projec-to de jovem agricultor submetido ao Proder, que foi aprovado em 2013 e desde então temos traba-lhado nele.

Para além do shiitake, produzi-mos também pleurotus conhecidos vulgarmente como repolga.

GR: Qual a produção média mensal e qual a quantidade de madeira inoculada?

TD: Em Novembro a estufa tinha cerca de 30 toneladas ino-culadas, e no início deste mês ino-culámos cerca de 40, visto que o corte da madeira deve ser feito na Primavera e no Outono, e apro-veitar o Inverno em que há menos produção de cogumelos para tra-balhar na inoculação. Com as 30 toneladas tiramos um rendimento entre 20 a 30 kg por semana.

De pleurotus, neste momen-to contamos com cerca de 450 blocos, tendo em conta que cada bloco tem uma produção entre 4 a 6 kg de 2 em 2 semanas, consegui-mos, em média, 100 kg por semana,

havendo algumas em que atingi-mos 200kg.

GR: Há novos projectos mi-cológicos na região?

TD: Tenho conhecimento de mais dois projectos submetidos no início do ano por pessoas que pro-curaram conselhos nossos e novas ideias. Esses projectos foram para cogumelos shiitake, apesar de eu achar que os cogumelos pleurotus são uma boa aposta.

GR: Pela experiência adquiri-da com outros empreendedores do sector, quais as principais di-ficuldades do sector?

TD: Neste momento, as prin-cipais dificuldades são dar res-posta para todas as encomendas. Os canais de escoamento estão a abrir de uma forma muito rápida e a produção está mais lenta. E pre-ciso muito trabalho e união entre todos nos produtores de cogume-los para garantir qualidade e quan-tidade suficiente para garantir o fornecimentos aos actuais clientes, garantir outros e abrir ainda mais portas. Geralmente quem prova os nossos cogumelos torna-se cliente e insere-os na sua roda alimentar.

GR: A produção de shiitake pode constituir um modo de vida a quem queira regressar à terra e dedicar-se a esta actividade?

TD: Sim, mas não pensem que é tarefa fácil. Há um longo caminho a percorrer, muito planeamento para poder satisfazer todas as necessi-dades e conjugar as encomendas com a produção, visto que o shii-take é um cogumelo que só nasce por nossa indução com choque térmico e choque mecânico.

Depois são necessárias muitas horas à procura de novos merca-dos, muita divulgação e, claro, mui-to trabalho na exploração e à pro-cura de matéria-prima para poder fazer inoculação.

Um dia de trabalho, nesta pri-meira fase, não tem menos de 10 horas, entre fazer encomendas, embalar, entregar e preparar ma-deira para frutificação e para ino-culação.

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A aposta num serviço de qualidade e um melhor atendimento aos ‘nossos amigos’ foi o mote para que a Clinica Veterinária do Dão (CVD) apostasse em novas instalações. O aparecimento de novos animais de companhia, para além do gato e do cão, obrigou a que a clínica adaptasse os seus serviços aos novos pacientes.

Fernando Esteves, directo clínico da CVD, sublinha a importância das novas instalações, alertando para a necessi-dade da prevenção, para dar a melhor qualidade de vida aos nossos animais de companhia.

Gazeta Rural (GR): O que é a Clínica Veterinária do Dão?

Fernando Esteves (FE): É um projec-to recente que surgiu na sequência de um consultório veterinário da Serravet que existe em Nelas desde 2004. Em 2012 decidimos investir um pouco mais nesta área e partimos para a construção de um equipamento de raiz. Significa, sobretu-do, um upgrade de serviços que não dis-púnhamos e que não era possível ter no consultório. Deste modo, aumentando a oferta de serviços para os nossos clientes.

GR: Tratam todo o tipo de animais?FE: Sim. A Clinica Veterinária do Dão

Num edifício construido de raíz

Clinica Veterinária do Dão tem novas instalações em Nelas

é, essencialmente, um equipamento para animais de companhia, nomeadamente cães e gatos, mas também para os no-vos animais de companhia, mais exóticos, como lhes chamamos. Temos valências que nos permitem hoje ter uma oferta, em termos de diagnóstico, maior do que a que tínhamos no consultório.

GR: Há cada vez mais gente a ter animais de companhia, nomeadamente mais pequenos?

FE: É uma tendência que tem vindo a aumentar. Os novos animais de compa-nhia têm cada vez mais procura e, no-meadamente, são as crianças que os pro-curam. Já não é só o cão e o gato. Claro que estes continuam a ser aqueles que existem em maior quantidade, mas come-ça a haver muita procura pelos pequenos roedores e por alguns animais exóticos, nomeadamente os pequenos répteis. Por isso, nós temos que nos adaptar também à procura e ao aparecimento de novos pacientes.

GR: Que precisam também dos mesmos cuidados que qualquer outro animal de companhia?

FE: Sim. A aposta tem que ser sempre na prevenção. Aquilo que defendemos para o cão e para o gato aplica-se tam-

bém para os novos animais de companhia. Portanto, é sempre melhor prevenir do que remediar.

GR: Que conselhos daria a quem pretende ter um animal de estimação?

FE: Antes de se optar por um animal deve-se conhecer a sua vivência. Não po-demos ir no instinto. Por exemplo, gosta-mos muito de uma iguana, mas é preciso perceber primeiro como é a sua vivência e quais são as exigências que ela tem. Isto é válido para qualquer outro animal de es-timação.

Damos sempre esse conselho. An-tes de optar por um animal de estimação deve-se conhece-lo minimamente, para saber de que forma podemos tornar a sua vida mais agradável, para que tenha a melhor interacção com as pessoas que o adotam. Porque o que interessa é que seja um animal de companhia, seja amigo do agregado familiar e às vezes não se pensa nisso logo no princípio. Todos nós gosta-mos dos cachorros quando são peque-nos, mas temos que ter a noção que eles também crescem. E quando isso acontece têm outro tipo de responsabilidades a que é preciso estar atento.

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A União Europeia vai acabar com as quotas leiteiras a 1 de Abril de 2015, colocando um grande desafio aos Açores, onde, em 2,5 por cento do território nacional, se produz mais de 30 por cento do leite do país.

Metade da economia açoriana assenta na agro-pecuária e, dentro dela, o leite pesa mais de 70 por cento, sendo um sector que viveu uma mudança substancial nos últimos dez anos, de-pois de a União Europeia (UE) ter anunciado o fim das quotas no espaço de uma década. A mudança é evidente e deu competi-tividade ao sector, dizem produtores, indústria e administração regional que, porém, não estão de acordo em relação ao cenário pós-quotas.

Os produtores, pela voz do presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, dizem que o fim das quotas pode ser “um autêntico desastre”, considerando fundamental negociar com Bruxelas medidas proactivas, e não apenas reactivas, de apoio ao sector para a fase de transição, ao abrigo da ultraperiferia das ilhas.

A Comissão Europeia assumiu o compromisso de criar um observatório do leite, para acompanhar as oscilações do mer-cado e adoptar medidas de resposta sempre que necessário.

“Embora se reconheça que o impacto das quotas leiteiras seja de difícil estimação, existe consenso sobre uma perda global no rendimento dos produtores de leite, no curto prazo”, e uma reestruturação do sector em torno dos que produzirem “com menores custos”, concluiu um estudo encomendado pelo Go-verno dos Açores à consultora Fundo de Maneio, recentemente divulgado.

Num dos cenários para os Açores, em que assume uma di-minuição de 10 por cento nas receitas das explorações, o es-tudo diz que o impacto no rendimento dos produtores poderá ser contrabalançado com um aumento de 13,45 por cento dos “subsídios correntes”. Com os actuais, haveria uma diminuição de 7,5 milhões de euros no Valor Acrescentado Bruto do sector. Por outro lado, estes cenários confirmar-se-ão sem “um redi-mensionamento das explorações, da indústria, do comércio e das políticas governamentais”, refere o documento.

O secretário regional da Agricultura, Luís Neto Viveiros, tem sublinhado que, se há ainda muito a fazer, “muito tem sido feito” nos últimos dez anos e, precisamente, no sentido que aponta o estudo.

O executivo açoriano tem tentado “desmistificar” a questão, manifestando confiança na capacidade do sector, da produção à indústria, para enfrentar o fim das quotas, após uma década de investimento público “cautelar”, numa política que vai prosse-guir, será reforçada e está “consensualizada” com os produto-res. Por outro lado, foram introduzidas alterações na distribuição

Marcado para a 1 de Abril de 2015

Açores enfrentam incógnita do fim de quotas leiteiras

dos subsídios europeus por parte do Governo açoriano, como acontece o programa específico de apoio à produção nas ul-traperiferias (o POSEI) que, a partir de Janeiro, reforça as verbas para o leite e atribuirá os prémios aos produtores em função das entregas nas fábricas e não da quota que detêm. Há ainda um reforço do prémio por vaca leiteira.

No Quadro Comunitário 2014-2020, as taxas de cofinancia-mento para investimentos nas explorações agrícolas situam-se entre os 50 e os 75 por cento, quando no continente são de 30 a 50 por cento.

O Governo Regional assegura que não deixará, no entanto, de defender “um reforço ou definição de medidas específicas nesta fase” junto do executivo nacional e das autoridades eu-ropeias. “Estamos tranquilos, mas também atentos aos desafios que aí vêm e às medidas que seja eventualmente necessário tomar”, disse há poucas semanas Neto Viveiros, que sublinha que apesar dos “constrangimentos”, os Açores têm “vantagens competitivas”, que residem na forma de produção, associada à alimentação das vacas em pastagens, o que é valorizado por um tipo de consumidor.

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“Há um trabalho de investigação que é necessário fazer em con-junto com as universidades e há dinheiro de fundos comunitários para financiar esses projectos, de maneira a haver melhores produtivida-des”, disse Assunção Cristas em Óbidos.

A ministra da Agricultura visitou a Frutóbidos, uma das principais empresas produtoras de licor de ginja do concelho, e apelou aos agri-cultores para “aumentarem a produção de ginja”, dada a escassez de matéria-prima para as empresas transformadoras que, na região, consomem toda a produção, desafiando os produtores a avançarem com uma candidatura para aprofundar a investigação em torno da cultura da ginja.

A produção de ginja “pode ser uma alternativa para os produtores e, naturalmente, fornecer mais matéria-prima para que esta empre-sa, e outras, possam produzir mais e internacionalizar cada vez mais um produto de excelência que tem tanto a ver com as nossas raízes”, sublinhou.

Para isso é necessário intensificar a investigação sobre o fruto, cuja produção “é muito instável”, variando entre anos de muita e pouca produção, frisou Assunção Cristas, assegurando que o Gover-no irá “ter linhas abertas para promover a investigação”.

A Frutóbidos, que produz anualmente 110 mil litros de licor de ginja de Óbidos, exporta cerca de 10% da sua produção para 14 países e, nos últimos anos, alargou a produção a produtos alimentares (pas-téis, compostas e chás) e à área da cosmética.

Após visita à empresa Frutóbidos

Ministra defende investigação para maior produção de ginja de Óbidos

Decorreu em Vagos o III Encontro de Produtores de Fram-boesa, que decorreu no auditório do Palacete Visconde de Valdemouro (antiga Câmara de Vagos), que visou a troca de experiências bem como a visita a explorações de framboesas, contribuindo para o sucesso da fileira deste pequeno fruto.

Durante a manhã foi discutida a “Estratégia de monitoriza-ção e combate da Drosophila suzukii a nível regional”, tema que esteve a cargo de Vanda Batista e Madalena Neves, técnicas da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), a que se seguiu uma mesa redonda com representantes da Agim, Bfruit, Delícias do Tojal e Odeberry. No resto do dia, os partici-pantes efectuaram uma visita técnica à Biovagos, um produtor de framboesa localizado em Ponte de Vagos.

Com o crescente interesse dos produtores e empresários na produção de pequenos frutos, em todas as regiões do país, torna-se fundamental incrementar a troca de conhecimentos entre todos os intervenientes da fileira. A fileira da framboesa apresenta hoje uma dinâmica e um apuro técnico elevadíssimos, sendo Portugal um dos países que apresenta maiores produ-tividades na Europa. Na continuidade dos esforços realizados pelo INIAV e pelo COTHN na divulgação e demonstração surgiu a oportunidade de realizar mais este encontro.

A planta da framboesa apresenta uma adaptabilidade e uma plasticidade agronómicas ímpares que permitem a sua produ-ção durante todo o ano em Portugal. Estas características con-duzem a um elevado número de tecnologias de produção que muitas vezes são difíceis de escolher ou implementar. Os produ-tores estão, também hoje, confrontados com uma nova praga

Encontro visou a troca de experiências

Produtores de framboesa reuniram-se em Vagos(Drosophila suzukii) que urge conhecer e controlar. Com este encontro pretendeu-se a troca de experiências bem como a vi-sita a explorações de framboesas, contribuindo para o sucesso da fileira deste pequeno fruto.

O III Encontro de Produtores de Framboesa foi uma activi-dade que se insere no projecto “Cluster dos Pequenos Frutos”, promovido pela Agim, e que tem o COTHN como copromotor e o INIAV e a Portugal Foods como parceiros.

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Em cada quatro projectos financiados pelo Programa de De-senvolvimento Rural (PRODER, o programa de fundos comunitá-rios para apoio ao desenvolvimento rural, pertence a um jovem agricultor, segundo os dados oficiais do Ministério da Agricultura e Mar (MAM).

O PRODER, que já não recebe candidaturas, mas continua a ser executado até meados de 2015, em simultâneo com o novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, financiou no total 37.500 projectos, dos quais nove mil de jovens agricultores, com idades entre os 18 e os 39 anos.

“São sinais positivos de haver uma certa regeneração e di-namização do sector”, comentou o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque. O governante assinalou que alguns destes jovens “trabalhavam em outras áreas e viram a agricultura como alternativa”, tendo o auge das candidaturas sido atingido entre 2011 e 2013.

No novo PDR, a exigência vai ser maior, para “assegurar que o projecto é sustentável”. José Diogo Albuquerque garante que o objectivo não é “barrar” os novos agricultores e sim “levá-los para o sucesso no final do seu projecto”.

Vai ser exigido, por exemplo, que os jovens tenham uma for-mação obrigatória de, pelo menos, 48 horas na área agrícola e que passem a ter aconselhamento por parte das organizações de produtores.

Os jovens agricultores receberam um apoio de cerca de 650 milhões de euros no âmbito do PRODER, que serviu para alavan-car um investimento total superior a 1,1 mil milhões de euros.

De acordo com o perfil dos jovens agricultores traçado em 2013 pelo MAM, há também mais mulheres a optarem pela agri-

cultura, com a diferença de género a atenuar-se para 60 por cento de homens e 40 por cento de mulheres, mais equilibrada do que entre a totalidade da população agrícola recenseada, de 69 por cento de homens e 31por cento de mulheres). A idade média rondou os 30 anos, menos de metade da idade média do total de agricultores, de 62 anos.

A sub-região do Douro, com mais de mil jovens apoiados, destacou-se como a que tem maior percentagem neste uni-verso, com quatro por cento, sendo as sub-regiões localizadas no interior as que concentram mais jovens agricultores, “o que eventualmente se explica por um leque mais restrito de oportu-nidades de emprego”.

Os frutos aparecem destacados entre as preferências pro-dutivas dos jovens agricultores, quer em termos de jovens apoiados, com 31 por cento, quer em valor de investimento, com um total de 202 milhões de euros. Seguem-se as actividades “Hortícolas e flores”, “Vinho e vinha” e “Pecuária”, com 13 por cento cada, uma importância que não se reflecte no valor de investimento que é apenas de 22 milhões de euros no caso da vinha, situação que decorre do facto de o apoio destinado a esta plantação estar fora do PRODER.

As actividades “Olival e azeite” e “Apicultura” contam com sete por cento de jovens apoiados, enquanto a actividade “Aves e ovos” representa um investimento assinalável de 73 milhões de euros, embora reúna apenas quatro por cento das preferên-cias. Em termos de dimensão das explorações, a área média foi de 22 hectares, o dobro da média da área total das explorações agrícolas.

Segundo os dados do Ministério da Agricultura

Um quarto das candidaturas PRODER veio de jovens agricultores

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A Assembleia Municipal de Vila de Rei apro-vou a constituição de uma Cooperativa Agrícola de Interesse Público e respectivos estatutos, que vai assim conseguir dinamizar da melhor forma as infra-estruturas de largar, destilaria e zona de embalamento a criar pelo município.

Com a criação da Cooperativa Agrícola, as novas valências vão assim poder abranger um grande número de produtores locais que terão assim um acesso mais próximo e menos dispen-dioso a este tipo de infra-estruturas.

A Cooperativa representará assim uma es-trutura única que, na região, fará a articulação e gestão da armazenagem, transformação e com-ercialização dos produtos agrícolas, gerando ganhos em termos de competitividade.

Ricardo Aires, presidente da autarquia de Vila de Rei, afirma que “a constituição da Co-operativa Agrícola vai dinamizar as novas infra-estruturas e criar uma marca com capacidade para escoar os produtos dos cooperantes, sen-do uma mais-valia para todo o concelho bem como um incentivo a todos os agricultores e ao empreendedorismo”.

Aprovada na Assembleia Municipal

Vila de Rei avança com CooperativaAgrícola de Interesse Público

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Um trabalho realizado por investigadores da Universidade de Aveiro (UA) de caracterização química detalhada do medronho, usado sobretudo em licores e aguardentes, revelou benefícios para a saúde do consumo daquele fruto.

Propriedades descobertas no medronho pelo Departamento de Química (DQ) da UA revelam a capacidade de evitar os radi-cais livres responsáveis por doenças como o cancro, de contro-lar os níveis de colesterol e de melhorar a saúde da pele e dos ossos.

A caracterização química detalhada do medronho realizada na UA “destaca a presença de ácidos gordos insaturados, no-meadamente ómega 3 e 6, fitoesteróis e triterpenóides”, com-postos com importante actividade biológica. “Os ómegas 3 e 6 são ácidos gordos essenciais que têm de ser obtidos a partir da dieta, uma vez que o nosso organismo não os sintetiza”, explica Sílvia Rocha, da equipa de investigação, sublinhando que esses compostos “têm demonstrado um papel importante no controlo dos níveis de colesterol, na saúde da pele e dos ossos e uma re-lação inversa entre o consumo de ómega 3 e a perda de funções cognitivas”. Por outro lado, prossegue, “os esteróis têm um im-portante papel na saúde, uma vez que contribuem para regular o nível de colesterol e os triterpenóides, para além de ajudarem igualmente a controlar o colesterol, têm uma acção anti-infla-matória, antimicrobiana e antifúngica”.

Os resultados do estudo desenvolvido mostram ainda que os medronhos da Serra da Beira, que os investigadores têm usado

Um trabalho do Departamento de Química da Universidade de Aveiro

Investigadores identificam benefícios para a saúde do consumo de medronho

no trabalho, “apresentam uma actividade antioxidante superior” à de frutos de outras proveniências, tanto de Portugal como de outros países europeus. “A actividade antioxidante reflecte a capacidade de evitar a formação de radicais livres, substâncias que, quando produzidas em excesso no organismo são respon-sáveis pelo stress oxidativo, conhecido por provocar danos no organismo humano, os quais estão associados ao envelheci-mento e aumento da susceptibilidade a diversas doenças, no-meadamente as doenças civilizacionais emergentes”, aponta Sílvia Rocha.

São razões suficientes para que a equipa de investigadores da Universidade de Aveiro, em colaboração com a Cooperati-va Portuguesa de Medronho, queira ver o medronho nacional, aproveitado quase exclusivamente para a produção de aguar-dentes e licores, também fora das garrafas e consumido fresco ou incluído noutros alimentos. Nesse sentido, foi promovida uma mostra de alimentos, com o fruto na lista de ingredientes, em que pode ser provada a sua versatilidade gastronómica.

Do trabalho da equipa de investigação, constituída por Sílvia Rocha, da unidade de investigação Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA) do Departamento de Quí-mica, Armando Silvestre, do Centro de Investigação em Mate-riais Cerâmicos e Compósitos (CICECO) e Daniela Fonseca, aluna de Mestrado, já resultou na incorporação da polpa do medronho em vários alimentos comuns, sejam biscoitos, iogurtes, barras energéticas ou bombons.

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“O castanheiro, espécie da qual de-pendem economicamente muitas famílias da Terra Fria Transmontana e das terras altas da Beira Interior, é uma árvore as-solada por doenças difíceis de controlar, sobretudo a tinta ou o cancro, que cau-sam prejuízos avultados aos produtores”, afirma Luís Martins, docente e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Para conhecer as “perdas devido a es-sas doenças” o investigador realizou o es-tudo “Monitorização da condição fitossa-nitária do castanheiro por fotografia aérea obtida com aeronave não tripulada”, em colaboração com os investigadores João Paulo Castro do Instituto Politécnico de

Premiado como o melhor em Portugal na área da Fitossanidade Florestal

Estudo da UTAD revela percentagem de perdas de produção do Castanheiro entre 2006 e 2014

Bragança, Ricardo Bento e Joaquim Sousa, também da UTAD.

Desenvolvido em duas importan-tes regiões de produção da castanha, os concelhos de Valpaços e Vinhais, foram efetuados voos com uma aeronave não tripulada (Drone) através da qual se ob-tiveram fotografias áreas, que cobriram o equivalente a 483 e 394 hectares. “A ideia foi comparar as fotografias agora obtidas, com outras imagens obtidas em 2006 em voos nacionais”, acrescenta Luís Martins.

O estudo permitiu perceber que no “período de 2006 a 2014, as perdas de produção atingiram quase 50% dos po-voamentos, devido à mortalidade e ao de-clínio provocado pelas doenças” sublinha

F I C H A T É C N I C A

Ano X - N.º 238Director José Luís Araújo (CP n.º 7515), [email protected] | Editor Classe Média C. S. Unipessoal, Lda.Redacção Luís Pacheco | Departamento Comercial Filipe Figueiredo, João Silva, Fernando Ferreira, José Martins e Helena MoraisOpinião Miguel Galante | Apoio Administrativo Jorge Araújo Redacção Praça D. João I Lt 363 Fracção AT - Lj 11 - 3510-076 Viseu | Telefones 232436400 / 968044320E-mail: [email protected] | Web: www.gazetarural.comICS - Inscrição nº 124546Propriedade Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal, Limitada | Administração José Luís AraújoSede Lourosa de Cima - 3500-891 ViseuCapital Social 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04Execução Gráfica Sá Pinto Encadernadores | Telf. 232 422 364 | E-mail: [email protected] | Zona Industrial de Coimbrões, Lote 44 - 3500-618 ViseuTiragem média Versão Digital: 80000 exemplares | Versão Impressa: 2500 exemplaresNota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores

o investigador. As imagens captadas pelo Drone per-

mitiram ainda “conhecer os focos mais afectados”, mas revelou também que, nesse período, houve “acréscimo da área de castanheiro por novas plantações, tan-to em Valpaços (20%) como em Vinhais (29%), revelando o grande interesse dos produtores pela cultura”, complementa.

Investigação premiada

O prémio, do grupo Portucel Soporcel para o melhor estudo de 2014 na área da Protecção Contra Pragas, Doenças e In-festantes na Floresta, foi atribuído durante o 1º Simpósio da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal e 7º Congresso da Sociedade Portuguesa de Fitopatologia, sob o tema “Novos desafios na protecção das plantas” que decorreu em Oeiras de 20 a 21 de Novembro de 2014.

Na opinião de Luís Martins, o prémio é um “bom incentivo à continuação de estu-dos relativos à monitorização da sanida-de do castanheiro”, já que é uma espécie ocupa cerca “35 mil hectares em Portugal e 30 mil hectares em Trás-os-Montes, em 2013 as exportações atingiram 17,5 mi-lhões de euros”. Por isso salienta que esta metodologia pode ser usada na “avaliação fitossanitária de outras espécies florestais com importância económica relevante, como o pinheiro bravo, eucalipto ou so-breiro”. Espécies, que são também afecta-das por um conjunto de “agentes bióticos que causam prejuízos avultados todos os anos”.

Problema que não deve ser descura-do, pois a “floresta portuguesa representa cerca de 3% do PIB, tem uma área apro-ximada de 34,5 mil km2 e ocupa 38% do território nacional, sendo a 12ª maior área florestal da União Europeia”, conclui o in-vestigador.

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“O arranque do novo PDR deve constituir uma boa oportu-nidade para um novo estímulo ao desenvolvimento do sector florestal, complementado com uma nova Estratégia Florestal Nacional, com os PROF revistos, com o PDR aprovado e com um novo corpo gerente do ICNF, 2014 reúne as condições para mobilizar os agentes do sector e inaugurar um novo ciclo para a floresta portuguesa”. Foi com esta mensagem de esperança que encerrei o balanço sobre 2013 para a Gazeta Rural.

Um ano volvido, o balanço não é positivo. Pese embora São Pedro tenha sido bastante benevolente para com as florestas portuguesas, que permitiu um saldo final inferior a 20.000 ha de área ardida (ainda assim, registou-se um incêndio com mais de 2.260 ha no Norte Alentejo), em matéria de política florestal o pais registou em 2014 mais um ano sem rumo definido.

Chegamos ao final do ano sem que o PDR 2020 esteja apro-vado em Bruxelas (apesar do Governo ter “aberto” umas linhas de apoio na agricultura em meados de Novembro), sem o In-ventário Florestal Nacional estar concluído e sem que o sector conheça, com profundidade e certeza, as medidas florestais na programação comunitária de apoio.

Como foi patente na conferência promovida pela ANEFA em Novembro sobre o PDR 2020, o Ministério da Agricultura não conseguiu esclarecer sobre os apoios que irão ser disponibiliza-dos ao sector, nem informar quando estes apoios vão estar dis-poníveis, nem sequer, de que forma as ZIF irão aceder aos fundos comunitários – uma preocupação que faz todo o sentido dados os constrangimentos registados na vigência do ProDeR. Mesmo a questão dos pagamentos directos do greening ao montado de sobro e ao pinhal manso ficaram por clarificar. Aliás, a única grande evidência que ressalta são os atrasos da programação do PDR 2020 e que foi exposta de uma forma clara pelo presidente da ANEFA, Eng. Pedro Serra Ramos, no risco de apenas em 2016 se recomeçar a plantar com recurso aos apoios comunitários.

O diagnóstico está feito – o risco de deficit de abastecimen-to de matéria-prima à indústria de base florestal no médio/lon-go prazo e o aumento continuado dos custos de produção que afecta a rendabilidade da actividade silvícola e, nesse quadro, os apoios comunitários surgem como uma alavanca fundamental para estimular o investimento florestal, quer na gestão eficiente dos activos florestais, quer na protecção dos recursos.

A questão que se coloca é se a verba de 556 milhões de eu-ros inscrita no PDR 2020, dos quais 89,1 milhões de euros des-tinam-se a apoiar a valorização dos recursos florestais, irá, de facto, contribuir para a necessária retoma da floresta enquanto sector estratégico da economia nacional. Todavia, subsiste uma certeza – a modelação regional dos apoios ao sector florestal não vai acontecer, contrariando as reivindicações que federa-ções de produtores florestais haviam feito. Uma reivindicação justificada pela diversidade do perfil fundiário e de ocupação florestal do País e que tem condicionado a absorção dos apoios comunitários no norte e centro do Pais, nomeadamente para a gestão da floresta.

2014 também fica marcado pelo lançamento do “Compro-misso para o Crescimento Verde”, uma iniciativa governamental que visa responder aos desafios europeus da Economia Verde - um segmento da economia em que o sector florestal pode ter um peso importante. No entanto, do documento que foi disponi-bilizado para a discussão pública constata-se uma menorização do contributo das florestas, sendo que todas as mais-valias de-correntes dos serviços ambientais fornecidos pelas florestas (ou do carbono que é sequestrado pelas árvores) estão omissas das contas do Governo.

Ou seja, também nesta matéria “falta ambição” ao Governo, como avaliou o Eng. Sevinate Pinto aquando do debate pro-movido pela CAP e CONFAGRI. Aliás, o documento em consulta pública é totalmente omisso quanto ao papel do Fundo Flores-tal Permanente, que é financiado por uma eco-taxa que incide sobre o imposto sobre os produtos petrolíferos (gasóleo e ga-solina) e que gera cerca de 20 milhões de euros todos os anos. Ficaremos a aguardar pelos resultados da revisão resultante da consulta pública e também da concretização das promessas anunciadas pela Ministra Assunção Cristas que os pequenos pro-prietários florestais vão ter benefícios fiscais no âmbito da Re-forma da Fiscalidade Verde ao nível do IRS, IMI e Imposto de Selo.

A terminar, uma nota final para a Estratégia Nacional para as Florestas. Dias antes de escrever este balanço, o Conselho de Ministros aprovou a actualização deste documento basilar para a política florestal nacional. É uma boa notícia para o sector, mas que acontece dois anos após a entrega do estudo independen-te que procedeu à avaliação da ENF. Todavia, há que sinalizar (e lamentar) o facto do Governo apenas assumir metas até 2030, como se este não fosse um sector onde a estabilidade e a visão de muito longo termo são decisivas para captar o investimento privado.

À semelhança do ano passado, concluo este balanço anual com uma nota de esperança – recentemente foram entregues 21 novas viaturas para o reequipamento das equipas de Sapa-dores Florestais, tendo o Governo anunciado na ocasião a aqui-sição de equipamento moto-manual e equipamento de protec-ção individual, a distribuir brevemente a todas as equipas, com o objectivo de melhorar as condições de segurança e de trabalho. O estudo de avaliação em curso deste Programa constitui um outro contributo importante para o seu relançamento, depois de um período de dormência demasiado longo. Esperemos que 2015 traga boas novidades neste domínio e, já agora, que não sejam apenas uns anúncios de boas intenções em ano de elei-ções...

Miguel Galante Engenheiro Florestal

2014: Continua adiada a retoma da floresta

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Paulo Carvalho, da Associação dos Empresários Portugueses com sede em Bruxelas, na Bélgica, é o primeiro presidente eleito da Federação das Associações da Diáspora (FAD). Nos restantes órgãos sociais, José Ernesto Silva, da Confraria Saberes e Sab-ores da Beira ‘Grão Vasco’, de Viseu, preside à Assembleia Geral, e Flávio Alves Martins, da Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro, é o presidente do Conselho Fiscal.

As eleições decorreram no passado dia 6 de Dezembro, concluindo assim o processo de criação e instalação da FAD, iniciado no passado mês de Agosto, bem como o cumprimento no determinado nos estatutos. Num universo de 26 associações espalhadas pelo Mundo, a única lista a sufrágio recebeu os 23 votos recebidos. Destaca-se a elevada participação neste acto, pois apenas três associações não procederam ao envio do seu voto, que justificaram com questões de ordem logística e de fuso horário.

Recorde-se que a FAD teve o seu acto de constituição, por es-critura pública, no passado dia 5 de Agosto num cartório em Viseu e a sede fica situada na Av. Gulbenkian, nº 22, nesta cidade.

Este acto eleitoral deu cumprimento ao determinado nos estatutos e à vontade dos seus fundadores, de acordo com uma reunião de dirigentes associativos da diáspora ocorrida em Março deste ano, em Oeiras, onde foi decidida por unanimidade a criação desta Federação.

Os grandes objectivos da FAD passam por permitir que todas as associações possam utilizar uma plataforma digital comum, a criar, para dar a conhecer as suas actividades, bem como um ponto de troca de experiências a nível global. Por outro lado, pretende-se que a plataforma para além de permitir a partilha de informação entre os associados, divulgue também assun-tos relacionados com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

Brevemente os órgãos sociais eleitos irão reunir para traçar estratégias para atingir as metas acima adiantadas. Com este acto, a comissão instaladora, eleita no acto de constituição da FAD, dá por concluído o seu trabalho.

Eleitos os primeiros órgãos sociais

Paulo Carvalho é o presidente da Federação das Associações da Diáspora

Mais de 2500 visitantes encheram o Solar do Vinho do Dão, em Viseu no primeiro salão de “Vinhos de Inverno”. A iniciativa foi promovida pelo Município de Viseu com o apoio da CVR do Dão e do Turismo do Centro. A organização destaca o elevado número de turistas, famílias e mulheres entre os visitantes.

Para o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, “a iniciativa foi coroada de sucesso. A agenda vinhateira de Viseu veio para ficar. A ‘Festa das Vindimas’ e os ‘Vinhos de Inverno’ serão consolidados em 2015, com inovações e a coragem de ir fora de portas.”

Nos dois workshops realizados – de iniciação aos vinhos e de harmonização de vinhos brancos com queijos – as mulhe-res representaram a maioria dos participantes. Uma centena de crianças participou no espaço “Dão Petiz”, com actividades e quizzes subordinados às temáticas do mundo rural.

Almeida Henriques considerou que “está também provado o potencial do Solar do Dão como palco de eventos vinhateiros em Viseu. Este palacete único da cidade é o espaço natural das realizações indoor em torno dos nossos vinhos.”

O certame ofereceu 18 horas de provas vínicas, com mais de 100 marcas de vinhos do Dão, degustação de produtos gourmet, espaço de venda de vinhos, um restaurante regional (“Taberna da Milinha”), workshops para enófilos e iniciados, animação mu-sical, duas wine parties, cinema e uma exposição de desenhos do grupo “Urban Sketchers”.

Participaram do evento cerca de 50 operadores econó-micos ligados aos vinhos do Dão e ao sector agroalimentar de Viseu, nomeadamente de produção de queijos, enchidos, com-potas, pão e biscoitos de forno.

Mulheres foram a maioria dos participantes dos workshops vínicos

Mais de 2500 visitantes provaram “Vinhos de Inverno” do Dão em Viseu

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Centro da Covilhã recebe Feira de Natal até 6 de Janeiro

Numa iniciativa da Câmara da Covilhã, vai decorrer de 19 de Dezembro a 6 de Janeiro, na Praça do Município, no centro da Covilhã, uma Feira de Natal. A autarquia organiza este even-to e durante 20 dias a emblemática praça central da cidade acolhe uma iniciativa que pretende trazer nova vida ao centro histórico.

Um mercado que vai servir para apresentar produtos típi-cos do concelho e da época, além de diversas actividades cul-turais, entre as quais um conjunto de momentos musicais nas ruas e no Teatro Municipal.

Uma montra de uma vasta selecção de produtores e arte-sãos locais que trazem bebidas quentes, gastronomia variada adequada à quadra que se celebra, com destaque para alguns dos nossos petiscos típicos e peças singulares que certamente vão apaixonar o público.

Entre o conjunto de eventos paralelos a esta mostra, des-taque para o facto de os museus municipais terem entrada gratuita.

Distrito de Viseu registou menor número de incêndios

dos últimos 30 anos O distrito de Viseu registou 640 incêndios florestais em

2014, o número mais baixo dos últimos 30 anos, disse o co-mandante operacional distrital (Codis), Lúcio Campos. Ao fa-zer um balanço final do Dispositivo Especial de Combate a In-cêndios Florestais (DECIF) 2014 para o distrito de Viseu, Lúcio Campos considerou que foi “extremamente positivo”. “Tendo particularmente em consideração o último ano (2013), pode-remos afirmar que 2014 foi um ano excelente em termos de combate aos incêndios florestais no nosso distrito, nomea-damente por se terem registado zero baixas nos operacionais envolvidos”, referiu, sublinhando que este tinha sido o principal objectivo estabelecido para este ano.

No distrito, registaram-se 640 incêndios, que resultaram em cerca de 1.100 hectares de área ardida. Em 2013 -- ano que ficou marcado pela morte de quatro bombeiros na Serra do Caramulo -- os números tinham sido superiores: 2.221 incên-dios e mais de 42.000 hectares de área ardida. Lúcio Campos explicou que, em 2014, o número de incêndios foi “o mais baixo dos últimos 30 anos” e o número da área ardida “dos melhores dos últimos 10 anos, sendo só superado pelo ano de 2008”. “Verificaram-se três incêndios com mais de 100 hectares (em 2013 foram 30) e os concelhos mais afectados foram Carregal do Sal (295 hectares), Nelas (191 hectares) e Viseu (131 hecta-res)”, acrescentou.

Desde o passado dia 13 de Dezembro

Novas regras europeias de etiquetagem de alimentos

entraram em vigor As novas regras de etiquetagem de alimentos na União

Europeia entraram em vigor e exigem maior visibilidade nos rótulos e mais informação sobre alergénios, entre outras dis-posições. Além da indicação clara e uniforme da presença de alergénios alimentares - como soja, frutos secos, glúten ou lactose – em alimentos pré-embalados, também os restauran-tes e cafés terão de fornecer informação sobre estes.

Os rótulos terão ainda de indicar obrigatoriamente a ori-gem de carne fresca de porcinos, ovinos e aves, bem como da origem vegetal de óleos refinados e gorduras, mas estas só en-traram em vigor a 13 de Dezembro. Os operadores tiveram três anos para esgotar os produtos em armazém.

Em Portugal, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, considera que estas novas regras poderão trazer benefícios para o consumidor. “Esperamos um impac-to positivo na saúde dos consumidores, com informação mais clara, precisa e objectiva. Acreditamos que os consumidores possam fazer escolhas mais acertadas e, eventualmente, a longo prazo e mais esclarecidos, possam fazer a substituição de alimentos menos saudáveis por mais saudáveis”, sublinhan-do que “a maior parte das doenças resulta da alimentação”.

Assim, vai passar a haver indicação explícita da presença de ingredientes alergénios e mais clareza na descrição dos componentes alimentares, dos quais é exemplo a quantidade de sal, que actualmente aparece descrita nos rótulos como quantidade de sódio, mas que muita gente desconhece o que significa. “Não devemos exceder 5 gramas de sal por dia. Ao passar a estar descrito sal, o consumidor pode ter um olhar mais atento e perceber se é muito ou pouco”, explicou Alexan-dra Bento.

Quanto aos produtos alergénios, passam a estar discrimi-nados na listagem de ingredientes e não apenas sob a forma genérica de “pode conter vestígios”, como acontece actual-mente, acrescentou. Toda a outra informação - valor ener-gético, lípidos, ácidos gordos saturados, hidratos de carbono, açúcares, proteínas e sal – terá de estar obrigatoriamente in-dicada nos rótulos de todos os alimentos.

Outra obrigatoriedade é a da indicação da data de conge-lação da carne, produtos à base de carne e produtos de pesca congelados. A dimensão dos caracteres também foi alvo de correcção, passando a ser obrigatória uma dimensão mínima para facilitar a leitura dos rótulos.

“Castanhas de ovos” no Posto de Turismo de Sátão

até 31 de DezembroO Posto de Turismo de Sátão, situado na Casa da Cultu-

ra, recebe uma mostra gastronómica de “Castanhas de Ovos”, doce conventual, elaborada por Ana Maria da Silva Reto.

“Castanhas de Ovos” é um doce tradicional do Convento de Santa Eufémia, situado na freguesia de Ferreira de Aves, ou-trora confeccionado pelas freiras beneditinas que aí viveram. Ana Maria da Silva Reto, residente em Veiga, Ferreira de Aves, professora de profissão, quis renascer este doce conventual, um requinte da tradição satense, colocando-o nas mesas dos demais apreciadores desta iguaria. As “Castanhas de Ovos” poderão ser adquiridas nas típicas caixinhas características da época das freiras.

A mostra gastronómica estará patente até 31 de Dezem-bro, de terça a sexta-feira das 9 às 13 e das 14 às 18 horas. Aos sábados das 13 às 17 horas.

Trancoso lança cinco rotas e circuitos culturais

para dinamizar o turismo A Câmara Trancoso anunciou o lançamento de cinco rotas

e circuitos culturais com o objectivo de aumentar a oferta tu-rística do concelho e de melhorar a informação disponibilizada aos visitantes. “É a acção mais relevante realizada na última década, em termos de promoção e de divulgação, porque to-dos os monumentos passam a estar sinalizados”, disse o presi-dente da autarquia de Trancoso, Amílcar Salvador.

Segundo o autarca, o projecto, integrado no programa das Aldeias Históricas de Portugal, envolveu a criação de cinco cir-cuitos culturais, sendo quatro na cidade e um que faz a ligação entre Trancoso e a aldeia de Moreira de Rei.

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Investigadores das Universidades de Lisboa, Évora e Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), realizaram um estudo sobre a Salsicharia Tradicional Portuguesa, na “procura de estratégias para a melhoria da segurança e qualidade”.

Este estudo, financiado pela FCT e com coordenação de Maria João Fraqueza da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, contemplou vá-rias abordagens para “demonstrar e melhorar a segurança sanitária de enchidos tradicionais”.

A UTAD foi responsável pela investigação aplicada, nomeadamente na “utiliza-ção de bactérias fermentativas produtoras de bacteriocinas” e na demonstração da “eficácia de alguns ingredientes habitualmente utilizados no fabrico de enchidos no controlo de microrganismos patogénicos”. Neste âmbito, os resultados obti-dos pela equipa da UTAD, composta pelos investigadores Luís Patarata e Alexandra Esteves, revelaram-se “promissores”, tendo sido “demonstrada a exequibilidade de utilização de fermentos lácticos em enchidos tradicionais, para melhorar a sua segurança sanitária, sem que haja comprometimento das suas características sen-soriais”, afirma Luís Patarata. Foi também demonstrado que a “utilização de vinho e de alho, frequentemente utilizados no tempero de enchidos, têm um papel impor-tante na redução dos microrganismos patogénicos”, acrescenta.

Segundo o investigador da UTAD a utilização de “óleos essenciais de algumas plantas”, habituais na aromatização normal destes produtos” revelou um “bom potencial de utilização para melhorar a segurança sanitária, ainda que esta deva ser condicionada pelas modificações sensoriais que provoca, exigindo aplicação prudente”. Os resultados completos do estudo foram apresentados no seminário “Segurança Sanitária em Enchidos Tradicionais Portugueses”, realizado no auditó-rio da Biblioteca Central da UTAD.

Revela um estudo de investigadores da UTAD

Estado da Salsicharia Tradicional Portuguesa “é promissor”

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